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Processo Penal - Volume 2 | 5ª ed.

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Processo Penal - Volume 2 | 5ª ed.

SUMÁRIO
1. PROCEDIMENTO SUMÁRIO 4

2. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO 5

a) Termo De Ocorrência Circunstanciado 6


b) Institutos Despenalizadores 7
c) Suspensão Condicional Do Processo (Sursis Processual) 8
d) Aplicabilidade Dos Institutos Despenalizadores 11
e) Resumo Do Procedimento Sumaríssimo 12

3. INQUÉRITO POLICIAL E FORMAS DE INVESTIGAÇÃO 13

a) Características 13
b) Instauração Do Inquérito 16
c) Instrução Do Inquérito 17
d) Encerramento Do Inquérito 18
e) Prazos Para A Conclusão Do Inquérito 18
f) Inquérito Policial Para Crimes Praticados Por Agentes De Segurança Pública 19
g) Arquivamento Do Inquérito E Outras Providências 19
h) Ministério Público E O Inquérito Policial 20
i) Regras Trazidas Pela Lei 11.343/2016 21
j) Termo Circunstanciado 22

4. AÇÃO 23

a) Ação Penal 23
b) Ação Penal Pública 24
c) Ação Penal Pública Incondicionada 24
d) Ação Penal Pública Condicionada 25
e) Ação Penal Privada 26
● Perdão 27
● Renúncia Ao Direito De Queixa 28
● Perempção 29
● Decadência 30
f) Ação Penal Privada Exclusiva (Ou Ação Penal Exclusivamente Privada Ou
Propriamente Dita) 30
g) Ação Penal Privada Personalíssima 30
h) Ação Penal Privada Subsidiária Da Pública 30

5. AÇÃO CIVIL EX DELICTO 31

6. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA 32

a) Diferença Entre Jurisdição E Competência 32

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b) Competência Em Razão Da Matéria (Ratione Materiae) 32


c) Competência Em Razão Da Pessoa (Ratione Personae) 33
d) Competência Em Razão Do Local Da Infração (Ratione Loci) 35
e) Competência Por Prevenção 35
f) Competência Por Conexão 36
g) Competência Por Continência 37
h) Regras Para Conexão Ou Continência 39
i) Separação Obrigatória De Processos 39
j) Separação Facultativa De Processos 40

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1. PROCEDIMENTO SUMÁRIO
O procedimento comum sumário será aplicado nos casos de crimes com ​pena inferior a 4 anos​,
desde que não haja procedimento especial específico.

Trata-se de procedimento semelhante ao ordinário, porém, só será possível exigir que o juiz
ouça 5 testemunhas. Pode-se resumir este rito nos seguintes atos:

1. Denúncia/Queixa → arrolar testemunhas (​5 testemunhas​);


2. Citação → recebida a denúncia/queixa o juiz mandará citar o acusado;
3. Resposta Escrita:
▪ pode levantar várias teses no prazo de 10 dias;
▪ momento de arrolar testemunhas de defesa (​5 testemunhas​).
4. Possibilidade de julgamento antecipado → absolvição sumária;
5. Designação audiência instrução/julgamento;
6. Audiência de Instrução/Julgamento;
7. Ofendido/Vítima;
8. Testemunhas da Acusação (5 testemunhas);
9. Testemunhas da Defesa (5 testemunhas);
10. Peritos;
11. Acareações/reconhecimentos;
12. Interrogatório → último ato da audiência é o interrogatório do réu;
13. Alegações Finais (acusação);
14. Alegações Finais (defesa);
15. Sentença Criminal.

No procedimento sumário a lei ​não prevê a fase de diligência​, mas caso o juiz abra tal a fase,
não haverá nulidade, pois, está ampliando as defesas, não as cerceando.

Outra diferença é que a fase de alegações finais, no procedimento ordinário, prevê a


possibilidade de alegações escritas. No rito sumário ​não há previsão de alegações escritas​, mas
mesmo que o juiz permita, não haverá nulidade.

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2. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
O procedimento sumaríssimo (disciplinado pela Lei 9.099/95) será utilizado quando se estiver
diante de uma infração penal de menor potencial ofensivo.

São infrações de menor potencial ofensivo (art. 61, Lei 9.099/95):


● Contravenções Penais (Decreto-Lei n.º 3.688/41 —​ ​Lei das Contravenções Penais);
● Crimes com pena máxima não superior a 2 anos (cumulada ou não com multa).

Neste procedimento, substitui-se o inquérito policial pelo ​termo circunstanciado​, o qual será
encaminhado ao ​Juizado Especial Criminal (JECrim), juízo competente para o processo e
julgamento das infrações penais de menor potencial ofensivo.

Princípios do Procedimento Sumaríssimo:


● Oralidade;
● Informalidade;
● Economia Processual;
● Celeridade.

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TERMO DE OCORRÊNCIA CIRCUNSTANCIADO

a) Momento da Elaboração — Ao tomar conhecimento da prática de uma infração penal de


menor potencial ofensivo (pena máxima de até 02 anos), a autoridade policial lavrará termo
circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima,
providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários (Art. 69 da Lei 9.099/95).

b) Prisão em Flagrante — Na sistemática do JECRIM, a prisão em flagrante ​é medida


excepcional,​ somente cabível quando o autor do fato não assumir o compromisso de
comparecer ao juizado criminal.

INSTITUTOS DESPENALIZADORES

Devido aos princípios regentes do procedimento sumaríssimo, observam-se, nas duas fases
deste rito, institutos cujo objetivo é evitar o processo criminal. Trata-se da ​composição​, ​da
transação​ e da ​suspensão condicional do processo​ (​sursis processual​).

Composição Civil dos Danos


a) Cabimento — Durante a fase preliminar do procedimento sumaríssimo, ocorre a ​audiência
preliminar​, que busca a conciliação (art. 72, lei 9.099/95). No primeiro momento da audiência,
será observada a possibilidade da ​composição​.

Art. 72, lei 9.099/95. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o
autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados
por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da

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composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata


de pena não privativa de liberdade.

b) Conceito​: é uma tentativa de acordo que se dá entre ​autor do fato e vítima (ou representante
legal) buscando a conciliação em torno dos danos civis emergentes da infração penal, podendo
ser presidida por juiz leigo (conciliador).

A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante
sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo cível competente (art. 74,
caput,​ Lei 9.099/95).

ATENÇÃO: ​O acordo estabelecido entre o autor do fato e a vítima, se a ação for


privada, ou condicionada à representação equivale à renúncia no direito de
queixa, ou de representação, portanto, ​extingue a punibilidade (art. 74, parágrafo
único, lei 9.099/95).

c) Descumprimento da Composição Civil dos Danos — A sentença homologatória de


composição possui natureza jurídica de ​título executivo judicial cível​, assim sendo, eventual
descumprimento ou inadimplemento não importará em abertura de procedimento criminal. Nesse
caso, a vítima deverá proceder com o cumprimento de sentença (execução de título judicial) no
juízo cível.

Transação Penal
É a proposta apresentada pelo ​Ministério Público​ de aplicação imediata de pena não privativa de
liberdade ao ​autor do ilícito​ (art. 76, lei 9.099/95).

Não será admitida a transação penal​ (art. 76, § 2.º, Lei 9.099/95):
➢ Se o autor da infração tiver sido condenado anteriormente, por sentença definitiva, à pena
privativa de liberdade;
➢ Se o agente foi beneficiado anteriormente, no prazo de 5 anos, com a transação penal;
➢ Se os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos
e as circunstâncias, demonstrarem ser necessária e suficiente a adoção da medida.

Efeitos da Transação Penal​ (art. 76, §§ 3.º, 4.º, 5.º e 6.º da Lei 9.099/95):

● Aceitação da proposta e homologação pelo juiz: infrator cumpre pena restritiva de


direitos ou multa.

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○ A pena não privativa de liberdade não constará de certidão de antecedentes


criminais, portanto, não implicará em maus antecedentes, reincidência, nem
presumirá a confissão da infração. A transação penal fica registrada apenas
para evitar que o autor, no prazo de ​5 anos​, se beneficie novamente do
instituto.
○ Da decisão de homologação, caberá ​apelação​ em ​10 dias​.
● Aceitação da proposta, homologação e cumprimento:​ extingue a punibilidade.
● Descumprimento ou não aceitação da proposta: a denúncia ou queixa-crime serão
oferecidas oralmente e reduzidas a termo. Será, então, o acusado cientificado (citado),
assim como o Ministério Público, querelante, responsável civil e seus advogados, a
respeito da data em que será realizada audiência de instrução e julgamento.
● Transação Penal e Multa — Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o
Juiz poderá reduzi-la até a metade.

SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO (​SURSIS​ ​PROCESSUAL)​

a) Considerações Gerais
Trata-se de outro instituto despenalizador que pode ser ​proposto pelo MP​, ao oferecer a
denúncia, de ​suspender o processo por 2 a 4 anos (“período de prova”)​.

A suspensão condicional do processo pode ser aplicada a ​qualquer procedimento (ordinário,


sumário, sumaríssimo, tribunal do júri, Juizados Especiais Federais) quando já houver um
processo em curso, desde que atendidos os requisitos do art. 89 da Lei 9.099/95.

b) Requisitos:

● Pena mínima = ou inferior a 1 ano;


Para o cálculo da pena mínima devem-se observar:

○ Causas obrigatórias de aumento ou de diminuição de pena​: causas de


aumento ou diminuição da pena abstrata, bem como a tentativa.

○ Concurso de crimes​: Súmula 243 do STJ e Súmula 723 do STF.


○ Concurso de agentes​: as circunstâncias pessoais não se estendem para
além da pessoa do acusado.

● Não estar respondendo a outro processo (exceto contravenção);

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● Não ter sido condenado por outro crime (exceto pena de multa);
● Requisitos da suspensão condicional da pena (art. 77 do CP).
➢ Não ser reincidente em crime doloso;
➢ Culpabilidade, antecedentes, sociabilidade, personalidade do agente, ​bem
como os motivos e as circunstâncias do crime devem permitir a concessão do
benefício​.
● Aceitação do autor.

ATENÇÃO: Se estiverem presentes os requisitos para suspensão condicional do


processo, mas o Promotor de Justiça se recuse a propô-la, o Juiz remeterá a
questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do CPP (Súmula
696 do STF).

ATENÇÃO: “É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do


crime e na procedência parcial da pretensão punitiva” (Súmula 337 do STJ).

c) Condições da suspensão condicional do processo (art. 89, § 1.º, Lei 9.099/95):

● Reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;


● Proibição de frequentar determinados lugares;
● Proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz;
● Comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar
suas atividades.

d) Revogação da suspensão condicional do processo:


Revogação obrigatória​ (art. 89, § 3.º, Lei 9.099/95):

● Se o acusado vier a ser processado por outro crime durante o período de prova;
● Se o acusado não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.

Revogação facultativa​ (art. 89, § 4.º, da Lei 9.099/95).

● Se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção;

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● Se o acusado descumprir qualquer outra condição (obrigatória ou facultativa) imposta.

Efeito da suspensão condicional do processo​ ​(art. 89, § 6.º, Lei 9.099/95):

● Expirado o prazo do período de prova sem revogação, o Juiz declarará extinta a


punibilidade​, não sendo considerado reincidente nem portador de maus antecedentes.

Figura ​1​ — Esquema da Suspensão Condicional do Processo

APLICABILIDADE DOS INSTITUTOS DESPENALIZADORES

Sursis
Crime (pena) Composição Transação
Processual

1 a 2 anos Sim Sim Sim

2 a 3 anos Não Não Não

6 meses a 1 ano Sim Sim Sim

1 a 3 anos Não Não Sim

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Violência doméstica
(art. 41, Lei Não Não Não
11.340/2006)

ATENÇÃO: Os institutos despenalizadores da transação penal, composição civil e


suspensão condicional do processo são ​inaplicáveis aos autores de infrações
penais praticadas com ​violência doméstica contra a mulher (art. 41, Lei
11.340/2006).

RESUMO DO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO

Pode-se resumir o rito sumaríssimo nos seguintes atos (art. 60, Lei 9.099/95):

1. Termo Circunstanciado vai para o JECrim;


2. Audiência Preliminar;
2.1. Tentativa de ​composição civil​;
● Ação penal privada ou pública condicionada: renúncia ao direito de queixa ou
representação (extinção da punibilidade).
2.2. Transação penal​;
● Pedido de arquivamento (fim do processo);
● Homologação pelo juiz;
o Cumprimento da transação penal (extinção da punibilidade).
● Não homologação;
o Cabe apelação contra a decisão de não homologação.
3. Recusada ou descumprida a transação penal;
3.1. Oferecimento oral da denúncia/queixa → arrolar testemunhas (​5 testemunhas​);
● Suspensão condicional do processo​;
o Aceitação;
▪ Período de prova → sem revogação (extinção da punibilidade).
o Não aceitação → segue o processo;
3.2. Reduz a termo a inicial e entrega cópia ao acusado;
3.3. Audiência de Instrução/Julgamento;
3.4. Defesa Preliminar;
3.5. Recebimento Denúncia/Queixa;
3.6. Inquirição do Ofendido/Vítima;
3.7. Testemunhas da Acusação (5 testemunhas);

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3.8. Testemunhas da Defesa (5 testemunhas);


3.9. Interrogatório → último ato da audiência é o interrogatório do réu;
3.10. Debates Orais da Acusação (20 minutos + 10 minutos);
3.11. Debates Orais da Defesa (20 minutos + 10 minutos);
3.12. Sentença Definitiva.

3. INQUÉRITO POLICIAL E FORMAS DE INVESTIGAÇÃO


Conceito

É um conjunto de atos praticados pela função executiva do Estado com o escopo de apurar a
autoria e materialidade de uma infração penal, dando ao Ministério Público elementos
necessários que viabilizem o exercício da ação penal (RANGEL, 2019, p. 72).

Natureza Jurídica

O Inquérito Policial, nas palavras do ilustre professor Paulo Queiroz, possui natureza jurídica de
um ​procedimento de índole meramente administrativa,​ de ​caráter informativo​, ​preparatório da
ação penal​.

CARACTERÍSTICAS

O inquérito policial apresenta as seguintes características:


● Oficialidade
○ Conceito — Trata-se de investigação que deve ser realizada por autoridades e
agentes integrantes dos quadros públicos (AVENA, 2019, p. 174).
○ Autoridade Competente — Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade
policial, cabe a condução da investigação criminal através de inquérito policial ou
outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das
circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais.
○ Possibilidade de Avocação ou Redistribuição — O inquérito policial ou outro
procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou
redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por
motivo de interesse público ou nas hipóteses de ​inobservância dos
procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a
eficácia da investigação.

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● Formal
○ O Inquérito Policial exige um certo nível de formalidade, portanto, todas as peças
do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou
datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade (Art. 9.º do CPP).
● Oficiosidade
○ Ação Penal Pública Incondicionada — Nos crimes de ação pública o inquérito
policial será iniciado de ofício (Art. 5.º, I, do CPP). Assim sendo, qualquer pessoa
do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação
pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e
esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito (Art.
5.º, § 3.º, do CPP).
○ Ação Penal Privada — Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente
poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para
intentá-la (Art. 5.º, § 5.º, do CPP).
○ Ação Penal Pública Condicionada — O Inquérito Policial, nos crimes de Ação
Penal Pública Condicionada, deverá ser iniciado mediante ​requisição da autoridade
judiciária ou do Ministério Público​, ou a ​requerimento do ofendido ou de quem tiver
qualidade para representá-lo.
● Discricionariedade
○ Nas palavras de Norberto Avena, no início do Inquérito Policial e no seu curso,
cabe ao delegado proceder ao que tem sido chamado pela doutrina de ​juízo de
prognose.​ Assim sendo, uma vez instaurado o inquérito, possui a autoridade
policial liberdade para decidir acerca das providências pertinentes ao êxito da
investigação.
○ A Lei do Delegado de Polícia (Lei 12.830/2013) dispõe que durante a investigação
criminal, ​cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, informações,
documentos e dados que interessem à apuração dos fatos.
○ O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado, poderão requerer qualquer
diligência, que será realizada, ou não, ​a juízo da autoridade​ ​(Art. 14 do CPP).
● Indisponibilidade
○ Indisponibilidade X Discricionariedade — são características que não se excluem,
de fato, o Delegado de Polícia possui o chamado juízo de prognose, contudo,
autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito (Art. 17 do CPP),
sem autorização judicial.
● Sigiloso
○ Hipótese de Sigilo — Conforme bem anota Paulo Rangel, o sigilo que deve ser
adotado no inquérito policial é aquele necessário à elucidação do fato ou exigido
pelo interesse da sociedade.

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○ Dispositivo Legal — A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à


elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade (Art. 20 do CPP).
○ Sigilo e Advogado — É direito do defensor, no interesse do representado, ter
acesso amplo aos elementos de prova que, ​já documentados em procedimento
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam
respeito ao exercício do direito de defesa (Súmula Vinculante n. 14 do STF).
● Unidirecionalidade
○ A finalidade do Inquérito Policial é única, qual seja, apuração das infrações penais
e da sua autoria (Art. 4.º do CPP)
● Inquisitorial
○ Utilizando-se dos argumentos delineados por Paulo Rangel, percebemos que o
caráter inquisitivo do inquérito faz com que seja impossível dar ao investigado o
direito de defesa, pois, ele não está sendo acusado de nada, mas, sim, sendo
objeto de uma pesquisa feita pela autoridade policial.
○ É necessário compatibilizar a natureza inquisitorial do IP com a norma que
possibilita os advogados apresentarem razões e quesitos, no curso das
investigações (art. 7.º, XXI, do Estatuto da Advocacia).
● Justa Causa
○ Cabimento — De fato, o Inquérito Policial possui natureza inquisitiva, todavia, dado
ao caráter unidirecional, as investigações dependem da existência de crime.
○ Delação Anônima — a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se posiciona no
sentido de admitir a instauração de inquérito policial e a posterior persecução penal
fundados em delação anônima, ​desde que a autoridade policial confirme, em
apuração sumária e preliminar,​ a verossimilhança do crime supostamente
cometido.
✓ Análise do Caso — No acórdão contestado, o Superior Tribunal de Justiça
interpretou o inciso IV, parte final, do artigo 5.º da Constituição Federal (CF),
que veda o anonimato, no sentido de que a denúncia anônima pode gerar,
sim, a formação de processo, desde que os supostos crimes nela narrados
sejam confirmados. Ao endossar esse entendimento, também defendido
pela Procuradoria Geral da República, o ministro Celso de Mello disse que a
autoridade policial agiu com a devida cautela que se impõe em tais casos,
para não ferir direitos de terceiros e, ao constatar verossimilhança na
denúncia, obteve ordem judicial para monitorar conversas telefônicas que a
confirmaram. Para tanto, conforme assinalou, a Polícia Federal fez um
levantamento preliminar, consultando os sítios web do Banco Central e
dados da Receita Federal sobre os denunciados. Com base em suas
constatações nessas consultas, pediu ordem judicial para monitorar

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conversas telefônicas. A defesa dos empresários objeto da ação penal pedia


seu trancamento, alegando ausência de justa causa, uma vez que a ação
penal teria sido iniciada por denúncia anônima. O ministro Celso de Mello,
entretanto, citou farta jurisprudência da Suprema Corte no sentido de que a
denúncia anônima, quando fonte única de uma denúncia, não é suficiente
para instaurar ação penal. Mas, uma vez confirmados os fatos denunciados,
é como se a denúncia anônima não mais existisse (HC 106664 — STF —
Disponível em:
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=246676.
Acesso em: 28 ago. 2019).

ETAPAS

O inquérito policial passará pelas etapas de ​instauração​, ​instrução​ e ​encerramento​.

INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO

O inquérito pode ser iniciado:


a) De ofício (art. 5.º, I, do CPP): o delegado deve baixar a ​portaria (é a peça formal que
dá início ao inquérito) assim que tomar conhecimento da ocorrência do crime de ação
pública.
b) Por requisição do juiz ou ​requisição do MP (art. 5.º, II, 1.ª parte, do CPP): ordem do
juiz ou do MP para que o delegado dê início às investigações.
c) Em razão de requerimento do ofendido (art. 5.º, II, 2.ª parte, do CPP)​: vítima solicita
formalmente, via petição (art. 5.º, §1º, CPP), à autoridade policial que inicie as
investigações.
I) Representação do ofendido nos crimes de ação pública condicionada à
representação (art. 5.º, § 4.º, do CPP): o inquérito, nos crimes em que a ação
pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
II) Requerimento do ofendido nos crimes de ação privada (art. 5.º, § 5.º, do CPP):
o inquérito só pode ser instaurado se existir requerimento do titular da ação
(ofendido, seu representante, ou, em caso de morte, o cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão);

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d) Pelo auto de prisão em flagrante​: o APF, por conter a descrição das circunstâncias do
delito e da prisão, pode ser entregue diretamente ao MP (caso não haja necessidade
de novas diligências) ou pode servir para iniciar o inquérito policial.

Uma vez que o delegado tenha instaurado o inquérito, não poderá arquivá-lo (art. 17, CPP). O
juiz é o único que pode mandar ​arquivar o inquérito policial (art. 18, CPP), mas somente se o ​MP
assim o requerer.

ATENÇÃO: ​Caso haja requerimento do MP para arquivar o inquérito e o juiz entenda


que não é caso de arquivamento, fará a remessa do inquérito ou peças de
informação ao procurador-geral (chefe do MP), e este oferecerá a denúncia,
designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de
arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender (art. 28, CPP).

INSTRUÇÃO DO INQUÉRITO

Após a instauração do inquérito, passa-se à fase de ​instrução​, ou seja, de investigação


propriamente dita. Nesta fase, o delegado deverá realizar as seguintes ​diligências​, constantes
no art. 6.º do CPP:
I. Dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação
das coisas, até a chegada dos peritos criminais;
II. Apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos
criminais;
III. Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
IV. Ouvir o ofendido;
V. Ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo
referente ao interrogatório do acusado (CPP, Livro I, Título VII, Capítulo II),
devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham
ouvido a leitura;
VI. Proceder a reconhecimento de pessoas, coisas e acareações;
VII. Determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer
outras perícias;
VIII. Ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e
fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX. Averiguar a vida pregressa do indiciado, do ponto de vista individual, familiar e
social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do

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crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a


apreciação do seu temperamento e caráter.

OBSERVAÇÕES:
● Esta sequência de atos não é obrigatória, mas sempre que possível deve ser
obedecida.
● Todo crime que deixa vestígio tem que ter exame pericial. os vestígios são
demonstrados através das provas. prova é um elemento de convencimento.

ENCERRAMENTO DO INQUÉRITO

A peça final do inquérito policial é o RELATÓRIO, o qual é elaborado pela autoridade policial
descrevendo as diligências realizadas durante a investigação, encerrando, assim a fase
investigatória.

O ​art. 10, §1º, do CPP​, determina que: ​a autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido
apurado e e ​ nviará autos ao juiz competente.​

Competência para a Indiciamento - De acordo com a Lei do Delegado de Polícia, o indiciamento


é privativo do delegado de polícia, sendo feito por ato fundamentado, mediante análise
técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias.

ATENÇÃO: O inquérito, depois de encerrado, será encaminhado pelo delegado ao


JUIZ COMPETENTE, para que dê vistas ao inquérito, e depois será enviado ao MP.

PRAZOS PARA A CONCLUSÃO DO INQUÉRITO

O inquérito policial tem prazo para ser concluído pela autoridade policial:

● Em ​30 dias​, se o réu estiver ​solto​, podendo ser prorrogado por ​mais 30 dias (art.
10, 2.º parte, do CPP);

o Em ​90 dias​, se o indiciado estiver ​solto​, quando se tratar do art. 51, caput,
da Lei 11.343/2006 (​Lei Antidrogas​), podendo ser dobrado o prazo;

● Em ​10 dias​, se o réu estiver ​preso​ ​(art. 10, 1.º parte, do CPP).
o Em ​30 dias​, se o indiciado estiver preso, quando se tratar do art. 51, caput,
da Lei 11.343/2006 (​Lei Antidrogas​) podendo ser dobrado o prazo;

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● Em ​15 dias​, nos crimes de competência da ​Justiça Federal ​(mas no caso de tráfico
internacional, verifica-se o prazo da Lei 11.343/06), prorrogáveis por ​mais 15 dias​,
quando o indiciado estiver ​preso​ (art. 66 da Lei 5.010/66).

INQUÉRITO POLICIAL PARA CRIMES PRATICADOS POR AGENTES DE SEGURANÇA


PÚBLICA

Quem pode ser considerado Agente de Segurança Pública?

● polícia federal;
● polícia rodoviária federal;
● polícia ferroviária federal;
● polícias civis;
● polícias militares e corpos de bombeiros militares.
● polícias penais federal, estaduais e distrital

Procedimento

● a) Direito de Defesa - quando os Agentes de Segurança Pública figurarem como


investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos
extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal
praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tentada, poderá o indiciado
constituir defensor.
● b) Citação - o agente será citado da instauração do procedimento investigatório, podendo
constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento da
citação.
● c) Ausência de Nomeação do Defensor - nesse caso, a autoridade responsável pela
investigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à época da
ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique
defensor para a representação do investigado.
● d) É possível a aplicação para membros das forças armadas? ​Sim, desde que os fatos
investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem.

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ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO E OUTRAS PROVIDÊNCIAS

ATENÇÃO: ​É um tema bastante recorrente em provas aplicadas pela Fundação


Getúlio Vargas (FGV). Prestar muita atenção!

A regra é que a autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito (Art. 17 do
CPP). A ordem de arquivamento deverá ser proferida pelo Membro do Ministério Público, com
homologação da instância de revisão ministerial.
Homologado o arquivamento, o Inquérito Policial ​poderá ser desarquivado ​quando:
● Surgir novas provas de autoria ou materialidade do delito.
Nesse caso, a autoridade policial poderá proceder à novas pesquisas, se de outras provas tiver
notícia.

Exemplo Prático:
Caso Concreto - Maria, 15 anos de idade, comparece à Delegacia em janeiro de 2017,
acompanhada de seu pai, e narra que João, 18 anos, mediante grave ameaça, teria
constrangido-a a manter com ele conjunção carnal, demonstrando interesse, com seu
representante, na responsabilização criminal do autor do fato. Instaurado inquérito policial para
apurar o crime de estupro, todas as testemunhas e João afirmaram que a relação foi consentida
por Maria, razão pela qual, após promoção do Ministério Público pelo arquivamento por falta de
justa causa, o órgão de instância de revisão ministerial homologou o arquivamento com base no
fundamento apresentado. Dois meses após o arquivamento, uma colega de classe de Maria a
procura e diz que teve medo de contar antes a qualquer pessoa, mas em seu celular havia
filmagem do ato sexual entre Maria e João, sendo que no vídeo ficava demonstrado o emprego
de grave ameaça por parte deste. Maria, então, entrega o vídeo ao advogado da família.
Solução Jurídica - Nesse caso, o advogado de Maria poderá apresentar o vídeo ao Ministério
Público, ​sendo possível o desarquivamento do inquérito ou oferecimento de denúncia por parte
do Promotor de Justiça, em razão da existência de prova nova.

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Ministério Público e o Inquérito Policial

Assim que o inquérito policial chegar ao MP, há quatro possibilidades quanto ao destino do
inquérito:
I. Verifica-se a ​competência (se precisar, o inquérito retorna ao juiz com pedido para
que o remeta à vara competente);
II. Verificam-se as ​diligências​ necessárias: art. 13, II, CPP;
III. É oferecida a ​denúncia​: a denúncia (art. 41, CPP) é a “petição inicial” para que se
inicie o processo-crime;
IV. Caso seja verificado que ​não houve crime ou que foi ​extinta a punibilidade (art. 107,
CP), o MP solicitará ao juiz o ​arquivamento​ do inquérito policial.

Sistematizando:

Regras Trazidas pela Lei 11.343/2016

a) Requisição de Informações - Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3.º do
art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), o membro d​o ​Ministério Público ou o ​delegado de polícia poderá ​requisitar​,
de quaisquer órgãos do ​poder público ou de ​empresas da iniciativa privada​, dados e
informações cadastrais da vítima ou de suspeito (​Art. 13-A do CPP)
b) Prazo para Atendimento das Requisições -​ requisição deverá ser atendida ​no prazo de 24
(vinte e quatro) horas.​
c) Elementos da Requisição
● o nome da autoridade requisitante
● o número do inquérito policial

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● a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação


d) Requisição + Autorização Judicial (Crime de Tráfico de Pessoas) - Se necessário à
prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do
Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, ​mediante autorização
judicial​, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que
disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e
outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso.
e) Conceito e Regras relativas ao “Sinal” - sinal significa posicionamento da estação de
cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência (Art. 13-B, § 1º, do CPP). Deve se
observar as seguintes regras:
● não se permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que
dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei.
● deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não
superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período.
● para períodos superiores a 30 (trinta) dias, será necessária a apresentação de
ordem judicial.
f) Crimes relacionados ao tráfico de pessoas + Requisição (Prazo para Instauração do
Inquérito) - ​o inquérito policial deverá ser instaurado ​no prazo máximo de 72 (setenta e
duas) horas​, contado do registro da respectiva ocorrência policial.
g) Ausência de Manifestação Judicial - ​Não havendo manifestação judicial ​no prazo de 12
(doze) horas, a autoridade competente requisitará ​às empresas prestadoras de serviço de
telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos
adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima
ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz.

TERMO CIRCUNSTANCIADO

Em vez do inquérito policial haverá o TERMO CIRCUNSTANCIADO para apurar as infrações de


menor potencial ofensivo (as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima
não superior a 2 anos, cumulada ou não com multa), conforme determina o art. 69 da Lei
9.099/95.

O referido termo deverá conter, conforme Reis e Gonçalves (2014, p. 418):


a) a qualificação (dados pessoais, endereço, etc.) do pretenso autor da infração;
b) a qualificação da vítima;
c) a maneira como os fatos se deram, com a versão das partes envolvidas;
d) a qualificação das testemunhas, bem como o resumo do que presenciaram;

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e) os exames que foram requisitados (não é necessário o resultado dos exames, mas
tão-somente que conste quais foram requisitados); nos crimes de lesões corporais
deverá constar ao menos um boletim médico acerca das lesões (art. 77, § 1º, da Lei n.
9.099/95);
f) assinatura de todos os que participaram da elaboração do termo circunstanciado.

4. AÇÃO
AÇÃO PENAL

Sempre que existir ofensa ao direito penal objetivo (Código Penal ou Legislação Extravagante),
haverá uma infração penal. A ação, no âmbito penal, é um direito que o seu titular possui de
pedir ao juiz que aplique o direito penal objetivo ao caso concreto.

Portanto, entende-se por AÇÃO, o direito da parte de obter a tutela jurisdicional a partir de uma
provocação ao Poder Judiciário. Reis e Gonçalves conceituam a AÇÃO PENAL como “o
procedimento judicial iniciado pelo titular da ação quando há indícios de autoria e materialidade
de modo a que o juiz declare procedente a pretensão punitiva estatal e condene o autor da
infração penal” (2014, p. 78).

Condições da Ação Penal

São condições genéricas da ação (devem estar em TODAS as ações):

a) Possibilidade Jurídica do Pedido (art. 1º, CP e art. 5º, XXXIX, CF);


b) Interesse de Agir do Estado (art. 107, CP);
c) Legitimidade da Parte (art. 129, I, CF e art. 30, CP).

Classificação das Ações Penais

No processo penal, a ação pode ser:

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AÇÃO PENAL PÚBLICA

A ação penal pública é aquela cuja iniciativa é exclusiva do MP (art. 129, I, CF/88), pois, o
ofendido é a sociedade.

Deve haver ​justa causa​ para a propositura da ação penal.


Justa causa = mínimo de razoabilidade.

A ação penal pública pode ser ​Incondicionada​ ou ​Condicionada​.

AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

Conceito

Não há condição para que o MP, autor da ação penal pública, ofereça a denúncia, sendo
necessários apenas indícios suficientes de autoria e materialidade do fato criminoso. A maioria
dos crimes do Código Penal é incondicionada.
Ex.: Homicídio (art. 121, CP), furto (art. 155, CP).

Princípios

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● Princípio da Obrigatoriedade - Estar obrigado à promoção da ação penal significa dizer


que não se reserva ao parquet qualquer juízo de discricionariedade, isto é, não se atribui
a ele qualquer liberdade de opção acerca da conveniência ou da oportunidade da
iniciativa penal, quando constatada a presença de conduta delituosa, e desde que
satisfeitas as condições da ação penal (PACELLI, 2019, p. 130).
○ Obs.: Juizados Especiais Criminais - Possibilidade de Transação Penal -
Discricionariedade regrada, isto é, o Ministério Público, diante da presença dos
requisitos legais, pode deixar de propor a ação penal e oferecer ao autor do fato a
aplicação imediata de pena não privativa de liberdade, encerrando-se, assim, o
procedimento (AVENA, 2019, p. 270).
● Princípio da Divisibilidade - ​havendo mais de um suposto autor do crime, nada impede
que venha o Ministério Público a ajuizar a ação penal apenas em relação a um ou alguns
deles, relegando a propositura quanto aos demais para momento posterior (AVENA,
2019, p. 273).
○ Obs.: Na ação penal privada a regra é contrario sensu, melhor dizendo, nas ações
penais privadas o princípio predominante é o da indivisibilidade.
● Princípio da Indisponibilidade - ​Uma vez iniciada a ação penal pública o MP não poderá
dispor da mesma. Nesse sentido, ​v.g.,​ o CPP determina que o Ministério Público não
poderá desistir da ação penal (Art. 42)
● Princípio da Oficialidade - ​ação penal pública incondicionada será deflagrada por iniciativa
de órgão oficial, o Ministério Público, independentemente da manifestação de vontade
expressa ou tácita de qualquer pessoa (AVENA, 2019, p. 273).

AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA

Art. 39, ​caput,​ CPP​: ​O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por
procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral,
feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.​

A ação penal será pública condicionada quando depender da REPRESENTAÇÃO do ofendido


para ser iniciada.

O ​prazo para o ofendido apresentar a representação é de ​6 meses (contado a partir do dia que
descobre quem é o autor do crime). Haverá ​decadência no direito de representação se o prazo
não for respeitado (art. 38, CPP), ou seja, será causa de ​extinção da punibilidade​.

Ex: Dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e
lesões culposas (art. 88 da Lei 9.099/95). Também dependerão de representação os crimes

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contra o patrimônio quando cometidos em prejuízo do cônjuge, irmão, tio ou sobrinho (com
quem coabita) (vide art. 182, CP).

ATENÇÃO: ​A representação torna-se irretratável depois que o MP oferece a


denúncia (art. 25, CPP).

O ​Boletim de Ocorrência assinado pelo ofendido pode ser utilizado como documento de
representação.

AÇÃO PENAL PRIVADA

Considerações Gerais

A ação penal privada é de iniciativa do ​ofendido ou de seu ​representante legal (quando for
incapaz) e não mais do MP, pois, os crimes desta natureza ferem a intimidade da vítima.

A ação privada inicia-se quando o ​querelante (sujeito ativo / autor da ação), através de seu
advogado, encaminha a queixa-crime, acusando o ​querelado (sujeito passivo / réu), ao juiz
competente.
Autor da ação privada: ​querelante.
Réu da ação privada: ​querelado.

Princípios da Ação Penal Privada:


Utilizando-se dos ensinamentos do professor Paulo Rangel, podemos conceituar os seguintes
princípios:
● Princípio da Oportunidade - O ofendido (ou seu representante legal) promove a ação
penal de iniciativa privada se quiser, se for de seu interesse, se o momento de propor for
oportuno ou, se oportuno, houver conveniência nesta propositura.
● Princípio da Disponibilidade - Uma vez decidido pelo ofendido propor a ação penal de
iniciativa privada (conveniência ou oportunidade), poderá ele a todo tempo dispor do
conteúdo material do processo, desistindo do seu prosseguimento. Esse princípio é
contrário ao da indisponibilidade da ação penal pública.
● Princípio da Indivisibilidade - Indivisível significa dizer que a ação deve ser proposta em
face de todos os autores do fato. Nesse ponto, o Código de Processo Penal arremata que

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a queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o


Ministério Público velará pela sua indivisibilidade (Art. 48).
● Princípio da Intranscendência - ​a prática de uma infração penal traz consequências no
âmbito do direito penal e pode trazer também na esfera cível. Nesse caso, quem irá
responder pelo ilícito penal será o autor do fato, assim sendo, a ação penal (neste caso,
pública ou de iniciativa privada) deve ser proposta em face do verdadeiro autor do fato
criminoso, jamais em face de seus responsáveis civis, se existirem.

PERDÃO
Conceito - Voltando aos ensinamentos de Paulo Rangel, podemos definir perdão como uma
espécie de clemência, indulgência, a bondade concedida pelo querelante (autor da ação) ao
querelado (réu).

Natureza Jurídica -​ causa de extinção da punibilidade (Art. 107, V, do CP).


Momento da Concessão - o perdão só é concedido ​no curso da ação (Art. 105 do CP - O perdão
do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao ​prosseguimento
da ação)

Classificação das Espécies de Perdão


● Quanto ao Local da Concessão
○ Perdão Extraprocessual - concedido fora do processo (constará de declaração
assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes
especiais).
○ Perdão Processual​ - concedido dentro do processo.
● Quanto ao Modo de Concessão
○ Perdão Expresso - quando constar de declaração nos autos ou termo assinados
pelo ofendido ou por procurador com poderes especiais.
○ Perdão Tácito - quando atos patrocinados pelo querelante forem incompatíveis
com o desejo de prosseguir na ação penal (todos os meios de prova).

Procedimento

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Aceitação do Perdão
● Pessoal - mediante declaração expressa nos autos.
● Procurador - o perdão poderá ser aceito por procurador ​com poderes especiais.​
● Curador nomeado pelo Juiz - nos casos de:
○ querelado mentalmente enfermo ou retardado mental
○ querelado sem representante legal
○ em caso de colisão dos interesses do representante legal com os do querelado.
● Tácita - decorre da inércia do querelado, o seu silêncio importará em aceitação do
perdão.

RENÚNCIA AO DIREITO DE QUEIXA


Conceito - O professor Norberto Avena define o instituto da Renúncia como ato impeditivo do
processo criminal. Assim sendo, enquanto o perdão é concedido no curso da ação penal, a
renúncia só poderá ser declarada até o recebimento da queixa-crime pelo Juiz.

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Espécies de Renúncia
● Renúncia Tácita
● Renúncia Expressa

Princípio da Indivisibilidade e Renúncia - A renúncia ao exercício do direito de queixa, em


relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá (Art. 49 do CPP). Assim, nada obriga o
ofendido a deduzir a ação penal, mas, se o fizer, deverá ingressar contra todos (AVENA, 2019,
p. 286).

PEREMPÇÃO
Conceito de Perempção - se revela através do desinteresse no prosseguimento da ação, na
desídia ou abandono do processo. A diferença básica do perdão para a perempção é que aquele
exige o aceite do querelado e a esta basta o abandono pelo ofendido, autor da ação (RANGEL,
2019, p. 282).

Natureza Jurídica -​ Causa de Extinção da Punibilidade (Art. 107, V, do CP).

Hipóteses de Perempção
● o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos,
quando iniciada.
● falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para
prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a
quem couber fazê-lo.
● o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a
que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações
finais.
● sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

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DECADÊNCIA
Extingue-se a punibilidade do autor da infração se o ofendido deixar de ingressar com a ação
privada no prazo de ​6 meses​, contados do dia em que a vítima (ou seu representante legal)
toma conhecimento da autoria do delito (art. 103 do CP).

O ​prazo decadencial​ é:
● Peremptório (não se prorroga ou suspende);
● Causa de extinção da punibilidade (art. 107, IV, do CP);
● Iniciado quando cessar a execução do crime permanente;
● Prazo contado isoladamente para cada crime (nos crimes continuados);
● Prazo de natureza penal, pois, deve ser interpretado de forma mais benéfica ao réu.

AÇÃO PENAL PRIVADA EXCLUSIVA (OU AÇÃO PENAL EXCLUSIVAMENTE PRIVADA OU


PROPRIAMENTE DITA)

A ação penal privada exclusiva inicia-se quando o ​ofendido ou seu representante legal
apresenta a ​queixa-crime​, pois, há ofensa de um particular contra o outro. Esta é a ação própria
dos crimes contra a honra, quando não houver violência física (calúnia, difamação e injúria, arts.
138 a 140, CP).

AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA

Somente a vítima pode iniciar a ação privada personalíssima, cuja única previsão legal no CP é
o crime de “​induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento​” (art. 236), no qual o autor
contrai casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe
impedimento que não seja casamento anterior. Para iniciar a ação privada personalíssima, o
ofendido deve ser maior de 18 anos.

AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA

Caso o ​MP não ofereça a denúncia nos prazos estabelecidos no art. 46 do CPP, em crime de
AÇÃO PENAL PÚBLICA, a lei admitirá a ​ação privada​. Assim, poderá o ofendido apresentar
queixa-crime​, cabendo, entretanto, ao MP, aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia
substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor
recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte
principal (art. 29 do CPP e art. 5º, LIX da CF/88).

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5. AÇÃO CIVIL ​EX DELICTO


Outro tema já cobrado no Exame de Ordem é a Ação Civil ​Ex Delicto,​ cuja previsão legal se
encontra no artigo 63 do CPP.

Art. 63 do CPP: Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a


execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu
representante legal ou seus herdeiros.

Art. 91 do CPP:​ São efeitos da condenação:


I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime;
(…)

A ação civil ​ex delicto é aquela que se origina por meio da ocorrência de um crime. Toda vítima
de crime pode pedir no juízo cível a reparação do dano sofrido. Inclusive, mesmo que o juiz
criminal determine o prejuízo, a vítima pode utilizar o juízo cível para discutir o valor estipulado
na sentença penal.

Primazia do direito penal: A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo


questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas
questões se acharem decididas no juízo criminal (art. 935, CP).

Faz ​coisa julgada no cível​ a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado:
● Em ​estado de necessidade​;
● Em ​legítima defesa​;
● Em ​estrito cumprimento de dever legal;
● No ​exercício regular de direito​.

Também faz coisa julgado no juízo cível:


● O reconhecimento da ​inexistência do fato​ (art. 386, I, CPP);
● Estar provado que o ​réu não concorreu para a infração​ penal (art. 386, IV, CPP).

A sentença penal condenatória transitada em julgado é um título executivo judicial (art.


515 do CPC/15) que pode ser executado no juízo cível pelo ofendido, por seu representante
legal ou seus herdeiros.

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ATENÇÃO: ​em algumas situações em que se verifica a excludente de ilicitude, pode


o réu ser chamado, no juízo cível, para promover a indenização:
● Se reconhecido o ​estado de necessidade​, mas ​o prejudicado não tiver sido o
culpado pela situação de perigo​: deve o autor da conduta indenizá-lo, sem
prejuízo do direito regressivo em face do causador do perigo. É a hipótese de
estado de necessidade agressivo, em que o agente sacrifica bem jurídico de
terceiro inocente;
● Se reconhecida uma ​descriminante putativa​: a vítima ou seus herdeiros
devem ser ressarcidos;
● Se reconhecida a defesa real, mas o autor tiver, por ​erro de pontaria (caso de
aberratio ictus ou ​aberratio criminis)​ , causado ​danos a terceiros​: o autor do
fato deverá indenizar o(s) terceiro(s).

6. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
DIFERENÇA ENTRE JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA

Jurisdição: ato de “dizer o Direito” – quem tem jurisdição é o Poder Judiciário (art. 92, CF).
Apenas o Conselho Nacional de Justiça não possui o poder de julgar, atuando como órgão
fiscalizador.

Competência: Competência é a medida da jurisdição. Pode-se determinar a competência


jurisdicional (art. 69, CPP):
I) Pelo lugar da infração;
II) Pelo domicílio ou residência do réu;
III) Pela natureza da infração;
IV) Pela distribuição;
V) Pela conexão ou continência;
VI) Pela prevenção;
VII) Pela prerrogativa de função.

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA (​RATIONE MATERIAE)​

É aquela prevista na CF quanto à Justiça Federal (art. 109, CF), Justiça Militar (art. 124, CF),
etc. A competência da Justiça Estadual é ​residual​.

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A inobservância da competência em razão da matéria gera ​nulidade absoluta do processo,


portanto, esta poderá ser arguida a qualquer momento.

* ​Crimes dolosos contra a vida (art. 5º, XXXVIII, “d”, CF): são julgados pelo Tribunal do Júri
(Estadual ou Federal).

** ​Justiça do Trabalho​: NUNCA julga matéria penal (STF).

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA (​RATIONE PERSONAE)​

É a competência, também prevista na CF, por ​prerrogativa de ​função / competência


originária / foro privilegiado ​(art. 84, CPP). Não importa o momento do crime, mas se o agente
ocupa o cargo ou a função. A inobservância da competência em razão da pessoa gera ​nulidade
absoluta​.

Competência originária e concurso de agentes:

a) Crimes sem competência fixada na CF: ocorre julgamento conjunto;


b) Crimes com competência constitucional: ocorre separação de processos.

Quem será julgado Crime pelo qual


Quem julga (ÓRGÃO): Previsão Legal
(FUNÇÃO): será julgado:

​Tribunal de Justiça
Juízes estaduais. Crimes comuns e de
(ressalvada a competência da Art. 96, III, CF
membros do MP responsabilidade
Justiça Eleitoral)

Tribunais de Justiça
(ressalvada competência da Prefeito Crimes Comuns Art. 29, X, CF
Justiça Federal)

Juízes federais da área


de sua jurisdição, incluídos
Tribunais Regionais Federais
os da Justiça Militar e da Crimes comuns e de
(ressalvada a competência Art. 108, CF
Justiça do Trabalho, e responsabilidade
da Justiça Eleitoral)
membros do Ministério
Público da União.

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Governadores e
Superior Tribunal de Justiça Crimes comuns Art. 105, I, “a”, CF
Desembargadores

Presidente da República,
Vice-Presidente, membros
do Congresso Nacional, Infrações penais
Supremo Tribunal Federal Art. 102, I, “b”, CF
Ministros do STF e o comuns
Procurador-Geral da
República

Ministros de Estado,
Comandantes da Marinha,
do Exército e da
Supremo Tribunal Federal Aeronáutica, membros dos Infrações penais
(ressalvada competência do Tribunais Superiores, do comuns e nos crimes Art. 102, I, “c”, CF
Senado Federal) Tribunal de Contas da União de responsabilidade
e os chefes de missão
diplomática de caráter
permanente
Presidente e o Crimes de
Senado Federal Vice-Presidente da responsabilidade e Art. 52, I, CF
República conexos
Crimes de
Ministros de Estado e os responsabilidade
Comandantes da Marinha, conexos com os do
Senado Federal Art. 52, I, CF
do Exército e da Presidente e do
Aeronáutica Vice-Presidente da
República
Ministros do Supremo
Tribunal Federal, membros
do Conselho Nacional de
Justiça e do Conselho Crimes de
Senado Federal Art. 52, II, CF
Nacional do MP, o responsabilidade
Procurador-Geral da
República e o
Advogado-Geral da União

Lembrando que​: o procedimento para julgar os ​crimes de responsabilidade está na Lei


1.079/50.

ATENÇÃO: Um juiz que comete um crime comum é julgado pelo órgão


imediatamente superior (TJ), salvo nos crimes eleitorais (art. 96, III, CF). Quando um
juiz federal comete um crime, é julgado no TRF ao qual está vinculado, independente
de onde tenha praticado o crime.

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PERGUNTA​:
Um juiz de Brusque (SC) pratica um crime de furto em Natal (RN). Onde será julgado?
Resposta​: Será julgado no TJ/SC, pois, este é o órgão imediatamente superior ao local ao qual
ele está vinculado.

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LOCAL DA INFRAÇÃO (​RATIONE LOCI​)

A competência em razão do local da infração será, em regra, determinada pelo lugar em que se
consumar​ a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o ​último ato de
execução​ (art. 70, caput, CPP). Adota-se, então, a teoria do ​lugar da​ ​consumação do crime​.

ATENÇÃO: ​O STF entende que nos ​crimes contra a vida vale a ​teoria da atividade​,
então, se os atos de execução ocorreram em um lugar e a consumação se deu em
outro, a competência para julgar o fato será do local onde foi praticada a conduta
(​local da execução​).

A inobservância da competência em razão do local da infração gera ​nulidade relativa ​(art. 567,
CPP), portanto, deve ser arguida no prazo para a defesa preliminar, ou seja, em até ​10 dias a
partir da citação (art. 108, CPP). O magistrado também pode declarar esta nulidade de ofício, no
mesmo prazo que as partes.

IMPORTANTE​: ​O STF entende que o foro competente para o processo e julgamento


dos crimes de estelionato, sob a modalidade da ​emissão dolosa de cheque sem
provisão de fundos, é o do ​local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado
(​Súmula 521 do STF​).

COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO

​ revenção toda vez que, concorrendo dois ou


Art. 83, do CPP​: ​Verificar-se-á a competência por p
mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido
aos outros, na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior
ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c).

Nos casos de ​infração permanente ou ​continuada​, a competência será verificada pela prevenção
(art. 71, CPP).

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COMPETÊNCIA POR CONEXÃO

Para efeito de economia processual, haverá competência por conexão (art. 76, CPP) quando
várias pessoas cometerem vários crimes, podendo ser julgados no mesmo processo.
A competência por conexão poderá ser:

Conexão Intersubjetiva por Simultaneidade

Ocorre quando há duas ou mais infrações sendo praticadas, ao mesmo tempo, por várias
pessoas reunidas, mas sem prévio entendimento (art. 76, I, primeira parte, CPP).
Ex.: Várias pessoas retirando latas de cerveja de um caminhão que tomba na estrada.

Conexão Intersubjetiva por Concurso

Ocorre quando duas ou mais pessoas se reúnem para praticar uma infração, em concurso, ou
seja, quando há prévia combinação entre os autores do crime (art. 76, I, segunda parte, CPP).
Ex.: Grupo organiza esquema para invadir um condomínio, render os moradores e levar
os bens do interior das residências.

Conexão Intersubjetiva por Reciprocidade

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Ocorre quando várias pessoas se reúnem para cometer crimes umas contra as outras (​art. 76, I,
terceira parte, CPP).
Ex.: Briga de gangues ou de torcidas organizadas.

ATENÇÃO:​ No crime de ​rixa​ (art. 137 CP) há ​apenas um crime​!

Conexão Objetiva Consequencial

Ocorre quando uma infração é cometida para ocultar, garantir vantagem ou impunidade de uma
outra. O crime principal vem antes.
Ex.: Ocultação de cadáver após ter cometido homicídio; matar o vigia que presenciou o
roubo do banco.

Conexão Objetiva Teleológica

Ocorre quando uma infração é cometida para facilitar a execução de uma outra. Neste caso, o
crime principal vem depois.
Ex: Matar um vigia para sequestrar um empresário; furtar um carro para utilizar em um
roubo a banco.

Conexão Instrumental ou Probatória

Quando a prova de uma infração poder influir na prova de outra infração tem-se a conexão
instrumental (art. 76, III, CPP). Por economia processual, quando os meios de prova estão no
mesmo lugar, juntam-se todos os crimes num mesmo processo.
Ex.: Indivíduo comete vários crimes (tentativa de roubo, cárcere privado, homicídio) sem
uma finalidade de vantagem ou de ocultação.

COMPETÊNCIA POR CONTINÊNCIA

Competência por CONTINÊNCIA é quando ​um fato contém vários crimes​, o que impõe que o
julgamento de todos seja realizado em conjunto. É nesse sentido a determinação do artigo 77 do
CPP. São casos específicos de ​concurso formal​.

Lembrete​:
● Concurso formal​: quando se comete mais de um crime com apenas uma ação (art.
70, CP);

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○ Concurso formal próprio ou ​perfeito (art. 70, ​caput​, primeira parte, CP):
implica, em regra, na aplicação da pena mais grave dentre as cabíveis (se
distintas) ou, se iguais, em somente uma delas, mas aumentada, em
qualquer caso, de um sexto até a metade. ​Exasperação da pena​.
○ Concurso formal impróprio ou ​imperfeito (art. 70, ​caput​, segunda parte, CP):
embora haja unidade de conduta dolosa, os resultados criminosos resultam
de desígnios autônomos.
● Concurso material​: com mais de uma ação são cometidos vários crimes (art. 69,
CP).

A continência pode ser por cumulação ​subjetiva​ ou ​objetiva​.

Continência por Cumulação Subjetiva

No caso de duas ou mais pessoas serem acusadas da mesma infração (coautoria), haverá
continência subjetiva.
Ex.: Crime de rixa, concurso de agentes.

Continência por Cumulação Objetiva

Quando, utilizando apenas uma ação, o agente comete mais de um crime, há continência por
cumulação objetiva. Pode ocorrer no caso de ​concurso formal​, em ​aberratio ictus ou
aberratio delicti​ (arts. 70, 73 e 74 do CP).
Ex.: Motorista, dirigindo de maneira imprudente, perde o controle e mata duas pessoas
(concurso formal em que com uma ação o agente pratica dois homicídios).
Ex.: Na intenção de atingir seu inimigo, o agente acaba atirando e acerta, além do inimigo,
outra pessoa que passava pela rua (​aberratio ictus – atinge pessoa diversa da pretendida por
erro de execução).
Ex.: Indignado com o preço de um determinado produto, o agente atira uma pedra na
vitrine da loja (crime de dano - art. 163, CP), mas acaba acertando a vendedora que passava no
momento (lesão corporal - art. 129, CP) (​aberratio delicti – c​ omete crime diverso do pretendido).

Exemplo de concurso formal típico das Provas da OAB​:


O agente quer acertar uma pedra na cabeça de outra pessoa (dolo), mas quebra uma vitrine
para alcançar este objetivo. Existe concurso formal de crimes (dano e lesão corporal)?
Resposta​: Não! Não existe crime de dano culposo, portanto, não há concurso formal, nem
continência. Neste caso, cobra-se o prejuízo no juízo cível.

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REGRAS PARA CONEXÃO OU CONTINÊNCIA

Na determinação da competência por ​conexão ou ​continência​, serão observadas as seguintes


regras (art. 78, CPP):
I. No concurso entre a ​competência do júri e a de outro órgão da jurisdição
comum, prevalecerá a competência do júri;
II. No concurso de ​jurisdições​ da mesma categoria:
a. preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a ​pena mais
grave​;
b. prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o ​maior número de
infrações​, se as respectivas penas forem de igual gravidade;
c. firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos;
III. No concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de ​maior
graduação​;
IV. No concurso entre a jurisdição comum e a ​especial​, prevalecerá esta.

PERGUNTA​:
Um juiz estadual e um cidadão cometerem um crime doloso contra a vida como será feito o
julgamento?
Resposta​: O juiz tem foro privilegiado (art. 96, III, CF), então será julgado pelo Tribunal de
Justiça, mas o cidadão comum não, portanto, será julgado pelo Tribunal do Júri (art. 5º, XXXVIII,
“d”, CF).

ATENÇÃO: ​Súmula 721 do STF​: “A competência constitucional do Tribunal do Júri


prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela
constituição estadual​”. Então, um vereador que comete um crime doloso contra a
vida será julgado pelo Tribunal do Júri e não pelo Tribunal de Justiça.

SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE PROCESSOS

O art. 79 do CPP determina que a conexão e a continência importarão unidade de processo e


julgamento, salvo:

■ no concurso entre a ​jurisdição comum​ e a ​militar​;

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Ex.: Um ​militar e um ​civil praticam o crime de roubo ​contra outro militar​. O civil será
julgado pelo juiz da Vara Criminal, mas o militar será julgado pelo Tribunal Militar
(justiça especial).
Ex.: Um ​militar e um ​civil praticam o crime de roubo ​contra um civil​. A justiça comum
julgará.
■ no concurso entre a ​jurisdição comum e a do ​juízo de menores (Juizado da Infância
e da Juventude).

Doença Mental​: Se ​sobrevier doença mental à infração, o processo continuará suspenso até
que o acusado se restabeleça ou será nomeado curador para dar continuidade ao processo (art.
79, §1º, CPP). Neste caso, entretanto, não será suspenso o processo do réu que não adoeceu.
Se ficar comprovado que o réu era ​inteiramente incapaz ao tempo da infração​, ficará ​isento da
pena (art. 26, CP) e o processo seguirá com a presença do curador (art. 151, CPP).

SEPARAÇÃO FACULTATIVA DE PROCESSOS

Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em
circunstâncias de ​tempo ou de ​lugar ​diferentes​, ou, quando pelo ​excessivo número de
acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz
reputar conveniente a separação (art. 80, CPP).

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