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APOSTILA
SUMÁRIO
1. PROCEDIMENTO SUMÁRIO 4
2. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO 5
a) Características 13
b) Instauração Do Inquérito 16
c) Instrução Do Inquérito 17
d) Encerramento Do Inquérito 18
e) Prazos Para A Conclusão Do Inquérito 18
f) Inquérito Policial Para Crimes Praticados Por Agentes De Segurança Pública 19
g) Arquivamento Do Inquérito E Outras Providências 19
h) Ministério Público E O Inquérito Policial 20
i) Regras Trazidas Pela Lei 11.343/2016 21
j) Termo Circunstanciado 22
4. AÇÃO 23
a) Ação Penal 23
b) Ação Penal Pública 24
c) Ação Penal Pública Incondicionada 24
d) Ação Penal Pública Condicionada 25
e) Ação Penal Privada 26
● Perdão 27
● Renúncia Ao Direito De Queixa 28
● Perempção 29
● Decadência 30
f) Ação Penal Privada Exclusiva (Ou Ação Penal Exclusivamente Privada Ou
Propriamente Dita) 30
g) Ação Penal Privada Personalíssima 30
h) Ação Penal Privada Subsidiária Da Pública 30
6. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA 32
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1. PROCEDIMENTO SUMÁRIO
O procedimento comum sumário será aplicado nos casos de crimes com pena inferior a 4 anos,
desde que não haja procedimento especial específico.
Trata-se de procedimento semelhante ao ordinário, porém, só será possível exigir que o juiz
ouça 5 testemunhas. Pode-se resumir este rito nos seguintes atos:
No procedimento sumário a lei não prevê a fase de diligência, mas caso o juiz abra tal a fase,
não haverá nulidade, pois, está ampliando as defesas, não as cerceando.
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2. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
O procedimento sumaríssimo (disciplinado pela Lei 9.099/95) será utilizado quando se estiver
diante de uma infração penal de menor potencial ofensivo.
Neste procedimento, substitui-se o inquérito policial pelo termo circunstanciado, o qual será
encaminhado ao Juizado Especial Criminal (JECrim), juízo competente para o processo e
julgamento das infrações penais de menor potencial ofensivo.
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INSTITUTOS DESPENALIZADORES
Devido aos princípios regentes do procedimento sumaríssimo, observam-se, nas duas fases
deste rito, institutos cujo objetivo é evitar o processo criminal. Trata-se da composição, da
transação e da suspensão condicional do processo (sursis processual).
Art. 72, lei 9.099/95. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o
autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados
por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da
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b) Conceito: é uma tentativa de acordo que se dá entre autor do fato e vítima (ou representante
legal) buscando a conciliação em torno dos danos civis emergentes da infração penal, podendo
ser presidida por juiz leigo (conciliador).
A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante
sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo cível competente (art. 74,
caput, Lei 9.099/95).
Transação Penal
É a proposta apresentada pelo Ministério Público de aplicação imediata de pena não privativa de
liberdade ao autor do ilícito (art. 76, lei 9.099/95).
Não será admitida a transação penal (art. 76, § 2.º, Lei 9.099/95):
➢ Se o autor da infração tiver sido condenado anteriormente, por sentença definitiva, à pena
privativa de liberdade;
➢ Se o agente foi beneficiado anteriormente, no prazo de 5 anos, com a transação penal;
➢ Se os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos
e as circunstâncias, demonstrarem ser necessária e suficiente a adoção da medida.
Efeitos da Transação Penal (art. 76, §§ 3.º, 4.º, 5.º e 6.º da Lei 9.099/95):
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a) Considerações Gerais
Trata-se de outro instituto despenalizador que pode ser proposto pelo MP, ao oferecer a
denúncia, de suspender o processo por 2 a 4 anos (“período de prova”).
b) Requisitos:
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● Não ter sido condenado por outro crime (exceto pena de multa);
● Requisitos da suspensão condicional da pena (art. 77 do CP).
➢ Não ser reincidente em crime doloso;
➢ Culpabilidade, antecedentes, sociabilidade, personalidade do agente, bem
como os motivos e as circunstâncias do crime devem permitir a concessão do
benefício.
● Aceitação do autor.
● Se o acusado vier a ser processado por outro crime durante o período de prova;
● Se o acusado não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
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Sursis
Crime (pena) Composição Transação
Processual
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Violência doméstica
(art. 41, Lei Não Não Não
11.340/2006)
Pode-se resumir o rito sumaríssimo nos seguintes atos (art. 60, Lei 9.099/95):
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É um conjunto de atos praticados pela função executiva do Estado com o escopo de apurar a
autoria e materialidade de uma infração penal, dando ao Ministério Público elementos
necessários que viabilizem o exercício da ação penal (RANGEL, 2019, p. 72).
Natureza Jurídica
O Inquérito Policial, nas palavras do ilustre professor Paulo Queiroz, possui natureza jurídica de
um procedimento de índole meramente administrativa, de caráter informativo, preparatório da
ação penal.
CARACTERÍSTICAS
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● Formal
○ O Inquérito Policial exige um certo nível de formalidade, portanto, todas as peças
do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou
datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade (Art. 9.º do CPP).
● Oficiosidade
○ Ação Penal Pública Incondicionada — Nos crimes de ação pública o inquérito
policial será iniciado de ofício (Art. 5.º, I, do CPP). Assim sendo, qualquer pessoa
do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação
pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e
esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito (Art.
5.º, § 3.º, do CPP).
○ Ação Penal Privada — Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente
poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para
intentá-la (Art. 5.º, § 5.º, do CPP).
○ Ação Penal Pública Condicionada — O Inquérito Policial, nos crimes de Ação
Penal Pública Condicionada, deverá ser iniciado mediante requisição da autoridade
judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver
qualidade para representá-lo.
● Discricionariedade
○ Nas palavras de Norberto Avena, no início do Inquérito Policial e no seu curso,
cabe ao delegado proceder ao que tem sido chamado pela doutrina de juízo de
prognose. Assim sendo, uma vez instaurado o inquérito, possui a autoridade
policial liberdade para decidir acerca das providências pertinentes ao êxito da
investigação.
○ A Lei do Delegado de Polícia (Lei 12.830/2013) dispõe que durante a investigação
criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, informações,
documentos e dados que interessem à apuração dos fatos.
○ O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado, poderão requerer qualquer
diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade (Art. 14 do CPP).
● Indisponibilidade
○ Indisponibilidade X Discricionariedade — são características que não se excluem,
de fato, o Delegado de Polícia possui o chamado juízo de prognose, contudo,
autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito (Art. 17 do CPP),
sem autorização judicial.
● Sigiloso
○ Hipótese de Sigilo — Conforme bem anota Paulo Rangel, o sigilo que deve ser
adotado no inquérito policial é aquele necessário à elucidação do fato ou exigido
pelo interesse da sociedade.
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ETAPAS
INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO
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d) Pelo auto de prisão em flagrante: o APF, por conter a descrição das circunstâncias do
delito e da prisão, pode ser entregue diretamente ao MP (caso não haja necessidade
de novas diligências) ou pode servir para iniciar o inquérito policial.
Uma vez que o delegado tenha instaurado o inquérito, não poderá arquivá-lo (art. 17, CPP). O
juiz é o único que pode mandar arquivar o inquérito policial (art. 18, CPP), mas somente se o MP
assim o requerer.
INSTRUÇÃO DO INQUÉRITO
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OBSERVAÇÕES:
● Esta sequência de atos não é obrigatória, mas sempre que possível deve ser
obedecida.
● Todo crime que deixa vestígio tem que ter exame pericial. os vestígios são
demonstrados através das provas. prova é um elemento de convencimento.
ENCERRAMENTO DO INQUÉRITO
A peça final do inquérito policial é o RELATÓRIO, o qual é elaborado pela autoridade policial
descrevendo as diligências realizadas durante a investigação, encerrando, assim a fase
investigatória.
O art. 10, §1º, do CPP, determina que: a autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido
apurado e e nviará autos ao juiz competente.
O inquérito policial tem prazo para ser concluído pela autoridade policial:
● Em 30 dias, se o réu estiver solto, podendo ser prorrogado por mais 30 dias (art.
10, 2.º parte, do CPP);
o Em 90 dias, se o indiciado estiver solto, quando se tratar do art. 51, caput,
da Lei 11.343/2006 (Lei Antidrogas), podendo ser dobrado o prazo;
● Em 10 dias, se o réu estiver preso (art. 10, 1.º parte, do CPP).
o Em 30 dias, se o indiciado estiver preso, quando se tratar do art. 51, caput,
da Lei 11.343/2006 (Lei Antidrogas) podendo ser dobrado o prazo;
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● Em 15 dias, nos crimes de competência da Justiça Federal (mas no caso de tráfico
internacional, verifica-se o prazo da Lei 11.343/06), prorrogáveis por mais 15 dias,
quando o indiciado estiver preso (art. 66 da Lei 5.010/66).
● polícia federal;
● polícia rodoviária federal;
● polícia ferroviária federal;
● polícias civis;
● polícias militares e corpos de bombeiros militares.
● polícias penais federal, estaduais e distrital
Procedimento
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A regra é que a autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito (Art. 17 do
CPP). A ordem de arquivamento deverá ser proferida pelo Membro do Ministério Público, com
homologação da instância de revisão ministerial.
Homologado o arquivamento, o Inquérito Policial poderá ser desarquivado quando:
● Surgir novas provas de autoria ou materialidade do delito.
Nesse caso, a autoridade policial poderá proceder à novas pesquisas, se de outras provas tiver
notícia.
Exemplo Prático:
Caso Concreto - Maria, 15 anos de idade, comparece à Delegacia em janeiro de 2017,
acompanhada de seu pai, e narra que João, 18 anos, mediante grave ameaça, teria
constrangido-a a manter com ele conjunção carnal, demonstrando interesse, com seu
representante, na responsabilização criminal do autor do fato. Instaurado inquérito policial para
apurar o crime de estupro, todas as testemunhas e João afirmaram que a relação foi consentida
por Maria, razão pela qual, após promoção do Ministério Público pelo arquivamento por falta de
justa causa, o órgão de instância de revisão ministerial homologou o arquivamento com base no
fundamento apresentado. Dois meses após o arquivamento, uma colega de classe de Maria a
procura e diz que teve medo de contar antes a qualquer pessoa, mas em seu celular havia
filmagem do ato sexual entre Maria e João, sendo que no vídeo ficava demonstrado o emprego
de grave ameaça por parte deste. Maria, então, entrega o vídeo ao advogado da família.
Solução Jurídica - Nesse caso, o advogado de Maria poderá apresentar o vídeo ao Ministério
Público, sendo possível o desarquivamento do inquérito ou oferecimento de denúncia por parte
do Promotor de Justiça, em razão da existência de prova nova.
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Assim que o inquérito policial chegar ao MP, há quatro possibilidades quanto ao destino do
inquérito:
I. Verifica-se a competência (se precisar, o inquérito retorna ao juiz com pedido para
que o remeta à vara competente);
II. Verificam-se as diligências necessárias: art. 13, II, CPP;
III. É oferecida a denúncia: a denúncia (art. 41, CPP) é a “petição inicial” para que se
inicie o processo-crime;
IV. Caso seja verificado que não houve crime ou que foi extinta a punibilidade (art. 107,
CP), o MP solicitará ao juiz o arquivamento do inquérito policial.
Sistematizando:
a) Requisição de Informações - Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3.º do
art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar,
de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e
informações cadastrais da vítima ou de suspeito (Art. 13-A do CPP)
b) Prazo para Atendimento das Requisições - requisição deverá ser atendida no prazo de 24
(vinte e quatro) horas.
c) Elementos da Requisição
● o nome da autoridade requisitante
● o número do inquérito policial
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TERMO CIRCUNSTANCIADO
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e) os exames que foram requisitados (não é necessário o resultado dos exames, mas
tão-somente que conste quais foram requisitados); nos crimes de lesões corporais
deverá constar ao menos um boletim médico acerca das lesões (art. 77, § 1º, da Lei n.
9.099/95);
f) assinatura de todos os que participaram da elaboração do termo circunstanciado.
4. AÇÃO
AÇÃO PENAL
Sempre que existir ofensa ao direito penal objetivo (Código Penal ou Legislação Extravagante),
haverá uma infração penal. A ação, no âmbito penal, é um direito que o seu titular possui de
pedir ao juiz que aplique o direito penal objetivo ao caso concreto.
Portanto, entende-se por AÇÃO, o direito da parte de obter a tutela jurisdicional a partir de uma
provocação ao Poder Judiciário. Reis e Gonçalves conceituam a AÇÃO PENAL como “o
procedimento judicial iniciado pelo titular da ação quando há indícios de autoria e materialidade
de modo a que o juiz declare procedente a pretensão punitiva estatal e condene o autor da
infração penal” (2014, p. 78).
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A ação penal pública é aquela cuja iniciativa é exclusiva do MP (art. 129, I, CF/88), pois, o
ofendido é a sociedade.
Conceito
Não há condição para que o MP, autor da ação penal pública, ofereça a denúncia, sendo
necessários apenas indícios suficientes de autoria e materialidade do fato criminoso. A maioria
dos crimes do Código Penal é incondicionada.
Ex.: Homicídio (art. 121, CP), furto (art. 155, CP).
Princípios
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Art. 39, caput, CPP: O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por
procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral,
feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
O prazo para o ofendido apresentar a representação é de 6 meses (contado a partir do dia que
descobre quem é o autor do crime). Haverá decadência no direito de representação se o prazo
não for respeitado (art. 38, CPP), ou seja, será causa de extinção da punibilidade.
Ex: Dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e
lesões culposas (art. 88 da Lei 9.099/95). Também dependerão de representação os crimes
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contra o patrimônio quando cometidos em prejuízo do cônjuge, irmão, tio ou sobrinho (com
quem coabita) (vide art. 182, CP).
O Boletim de Ocorrência assinado pelo ofendido pode ser utilizado como documento de
representação.
Considerações Gerais
A ação penal privada é de iniciativa do ofendido ou de seu representante legal (quando for
incapaz) e não mais do MP, pois, os crimes desta natureza ferem a intimidade da vítima.
A ação privada inicia-se quando o querelante (sujeito ativo / autor da ação), através de seu
advogado, encaminha a queixa-crime, acusando o querelado (sujeito passivo / réu), ao juiz
competente.
Autor da ação privada: querelante.
Réu da ação privada: querelado.
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PERDÃO
Conceito - Voltando aos ensinamentos de Paulo Rangel, podemos definir perdão como uma
espécie de clemência, indulgência, a bondade concedida pelo querelante (autor da ação) ao
querelado (réu).
Procedimento
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Aceitação do Perdão
● Pessoal - mediante declaração expressa nos autos.
● Procurador - o perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais.
● Curador nomeado pelo Juiz - nos casos de:
○ querelado mentalmente enfermo ou retardado mental
○ querelado sem representante legal
○ em caso de colisão dos interesses do representante legal com os do querelado.
● Tácita - decorre da inércia do querelado, o seu silêncio importará em aceitação do
perdão.
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Espécies de Renúncia
● Renúncia Tácita
● Renúncia Expressa
PEREMPÇÃO
Conceito de Perempção - se revela através do desinteresse no prosseguimento da ação, na
desídia ou abandono do processo. A diferença básica do perdão para a perempção é que aquele
exige o aceite do querelado e a esta basta o abandono pelo ofendido, autor da ação (RANGEL,
2019, p. 282).
Hipóteses de Perempção
● o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos,
quando iniciada.
● falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para
prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a
quem couber fazê-lo.
● o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a
que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações
finais.
● sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
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DECADÊNCIA
Extingue-se a punibilidade do autor da infração se o ofendido deixar de ingressar com a ação
privada no prazo de 6 meses, contados do dia em que a vítima (ou seu representante legal)
toma conhecimento da autoria do delito (art. 103 do CP).
O prazo decadencial é:
● Peremptório (não se prorroga ou suspende);
● Causa de extinção da punibilidade (art. 107, IV, do CP);
● Iniciado quando cessar a execução do crime permanente;
● Prazo contado isoladamente para cada crime (nos crimes continuados);
● Prazo de natureza penal, pois, deve ser interpretado de forma mais benéfica ao réu.
A ação penal privada exclusiva inicia-se quando o ofendido ou seu representante legal
apresenta a queixa-crime, pois, há ofensa de um particular contra o outro. Esta é a ação própria
dos crimes contra a honra, quando não houver violência física (calúnia, difamação e injúria, arts.
138 a 140, CP).
Somente a vítima pode iniciar a ação privada personalíssima, cuja única previsão legal no CP é
o crime de “induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento” (art. 236), no qual o autor
contrai casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe
impedimento que não seja casamento anterior. Para iniciar a ação privada personalíssima, o
ofendido deve ser maior de 18 anos.
Caso o MP não ofereça a denúncia nos prazos estabelecidos no art. 46 do CPP, em crime de
AÇÃO PENAL PÚBLICA, a lei admitirá a ação privada. Assim, poderá o ofendido apresentar
queixa-crime, cabendo, entretanto, ao MP, aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia
substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor
recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte
principal (art. 29 do CPP e art. 5º, LIX da CF/88).
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A ação civil ex delicto é aquela que se origina por meio da ocorrência de um crime. Toda vítima
de crime pode pedir no juízo cível a reparação do dano sofrido. Inclusive, mesmo que o juiz
criminal determine o prejuízo, a vítima pode utilizar o juízo cível para discutir o valor estipulado
na sentença penal.
Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado:
● Em estado de necessidade;
● Em legítima defesa;
● Em estrito cumprimento de dever legal;
● No exercício regular de direito.
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6. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
DIFERENÇA ENTRE JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
Jurisdição: ato de “dizer o Direito” – quem tem jurisdição é o Poder Judiciário (art. 92, CF).
Apenas o Conselho Nacional de Justiça não possui o poder de julgar, atuando como órgão
fiscalizador.
É aquela prevista na CF quanto à Justiça Federal (art. 109, CF), Justiça Militar (art. 124, CF),
etc. A competência da Justiça Estadual é residual.
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* Crimes dolosos contra a vida (art. 5º, XXXVIII, “d”, CF): são julgados pelo Tribunal do Júri
(Estadual ou Federal).
Tribunal de Justiça
Juízes estaduais. Crimes comuns e de
(ressalvada a competência da Art. 96, III, CF
membros do MP responsabilidade
Justiça Eleitoral)
Tribunais de Justiça
(ressalvada competência da Prefeito Crimes Comuns Art. 29, X, CF
Justiça Federal)
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Governadores e
Superior Tribunal de Justiça Crimes comuns Art. 105, I, “a”, CF
Desembargadores
Presidente da República,
Vice-Presidente, membros
do Congresso Nacional, Infrações penais
Supremo Tribunal Federal Art. 102, I, “b”, CF
Ministros do STF e o comuns
Procurador-Geral da
República
Ministros de Estado,
Comandantes da Marinha,
do Exército e da
Supremo Tribunal Federal Aeronáutica, membros dos Infrações penais
(ressalvada competência do Tribunais Superiores, do comuns e nos crimes Art. 102, I, “c”, CF
Senado Federal) Tribunal de Contas da União de responsabilidade
e os chefes de missão
diplomática de caráter
permanente
Presidente e o Crimes de
Senado Federal Vice-Presidente da responsabilidade e Art. 52, I, CF
República conexos
Crimes de
Ministros de Estado e os responsabilidade
Comandantes da Marinha, conexos com os do
Senado Federal Art. 52, I, CF
do Exército e da Presidente e do
Aeronáutica Vice-Presidente da
República
Ministros do Supremo
Tribunal Federal, membros
do Conselho Nacional de
Justiça e do Conselho Crimes de
Senado Federal Art. 52, II, CF
Nacional do MP, o responsabilidade
Procurador-Geral da
República e o
Advogado-Geral da União
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APOSTILA
PERGUNTA:
Um juiz de Brusque (SC) pratica um crime de furto em Natal (RN). Onde será julgado?
Resposta: Será julgado no TJ/SC, pois, este é o órgão imediatamente superior ao local ao qual
ele está vinculado.
A competência em razão do local da infração será, em regra, determinada pelo lugar em que se
consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de
execução (art. 70, caput, CPP). Adota-se, então, a teoria do lugar da consumação do crime.
ATENÇÃO: O STF entende que nos crimes contra a vida vale a teoria da atividade,
então, se os atos de execução ocorreram em um lugar e a consumação se deu em
outro, a competência para julgar o fato será do local onde foi praticada a conduta
(local da execução).
A inobservância da competência em razão do local da infração gera nulidade relativa (art. 567,
CPP), portanto, deve ser arguida no prazo para a defesa preliminar, ou seja, em até 10 dias a
partir da citação (art. 108, CPP). O magistrado também pode declarar esta nulidade de ofício, no
mesmo prazo que as partes.
Nos casos de infração permanente ou continuada, a competência será verificada pela prevenção
(art. 71, CPP).
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APOSTILA
Para efeito de economia processual, haverá competência por conexão (art. 76, CPP) quando
várias pessoas cometerem vários crimes, podendo ser julgados no mesmo processo.
A competência por conexão poderá ser:
Ocorre quando há duas ou mais infrações sendo praticadas, ao mesmo tempo, por várias
pessoas reunidas, mas sem prévio entendimento (art. 76, I, primeira parte, CPP).
Ex.: Várias pessoas retirando latas de cerveja de um caminhão que tomba na estrada.
Ocorre quando duas ou mais pessoas se reúnem para praticar uma infração, em concurso, ou
seja, quando há prévia combinação entre os autores do crime (art. 76, I, segunda parte, CPP).
Ex.: Grupo organiza esquema para invadir um condomínio, render os moradores e levar
os bens do interior das residências.
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APOSTILA
Ocorre quando várias pessoas se reúnem para cometer crimes umas contra as outras (art. 76, I,
terceira parte, CPP).
Ex.: Briga de gangues ou de torcidas organizadas.
Ocorre quando uma infração é cometida para ocultar, garantir vantagem ou impunidade de uma
outra. O crime principal vem antes.
Ex.: Ocultação de cadáver após ter cometido homicídio; matar o vigia que presenciou o
roubo do banco.
Ocorre quando uma infração é cometida para facilitar a execução de uma outra. Neste caso, o
crime principal vem depois.
Ex: Matar um vigia para sequestrar um empresário; furtar um carro para utilizar em um
roubo a banco.
Quando a prova de uma infração poder influir na prova de outra infração tem-se a conexão
instrumental (art. 76, III, CPP). Por economia processual, quando os meios de prova estão no
mesmo lugar, juntam-se todos os crimes num mesmo processo.
Ex.: Indivíduo comete vários crimes (tentativa de roubo, cárcere privado, homicídio) sem
uma finalidade de vantagem ou de ocultação.
Competência por CONTINÊNCIA é quando um fato contém vários crimes, o que impõe que o
julgamento de todos seja realizado em conjunto. É nesse sentido a determinação do artigo 77 do
CPP. São casos específicos de concurso formal.
Lembrete:
● Concurso formal: quando se comete mais de um crime com apenas uma ação (art.
70, CP);
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APOSTILA
○ Concurso formal próprio ou perfeito (art. 70, caput, primeira parte, CP):
implica, em regra, na aplicação da pena mais grave dentre as cabíveis (se
distintas) ou, se iguais, em somente uma delas, mas aumentada, em
qualquer caso, de um sexto até a metade. Exasperação da pena.
○ Concurso formal impróprio ou imperfeito (art. 70, caput, segunda parte, CP):
embora haja unidade de conduta dolosa, os resultados criminosos resultam
de desígnios autônomos.
● Concurso material: com mais de uma ação são cometidos vários crimes (art. 69,
CP).
No caso de duas ou mais pessoas serem acusadas da mesma infração (coautoria), haverá
continência subjetiva.
Ex.: Crime de rixa, concurso de agentes.
Quando, utilizando apenas uma ação, o agente comete mais de um crime, há continência por
cumulação objetiva. Pode ocorrer no caso de concurso formal, em aberratio ictus ou
aberratio delicti (arts. 70, 73 e 74 do CP).
Ex.: Motorista, dirigindo de maneira imprudente, perde o controle e mata duas pessoas
(concurso formal em que com uma ação o agente pratica dois homicídios).
Ex.: Na intenção de atingir seu inimigo, o agente acaba atirando e acerta, além do inimigo,
outra pessoa que passava pela rua (aberratio ictus – atinge pessoa diversa da pretendida por
erro de execução).
Ex.: Indignado com o preço de um determinado produto, o agente atira uma pedra na
vitrine da loja (crime de dano - art. 163, CP), mas acaba acertando a vendedora que passava no
momento (lesão corporal - art. 129, CP) (aberratio delicti – c omete crime diverso do pretendido).
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APOSTILA
PERGUNTA:
Um juiz estadual e um cidadão cometerem um crime doloso contra a vida como será feito o
julgamento?
Resposta: O juiz tem foro privilegiado (art. 96, III, CF), então será julgado pelo Tribunal de
Justiça, mas o cidadão comum não, portanto, será julgado pelo Tribunal do Júri (art. 5º, XXXVIII,
“d”, CF).
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APOSTILA
Ex.: Um militar e um civil praticam o crime de roubo contra outro militar. O civil será
julgado pelo juiz da Vara Criminal, mas o militar será julgado pelo Tribunal Militar
(justiça especial).
Ex.: Um militar e um civil praticam o crime de roubo contra um civil. A justiça comum
julgará.
■ no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores (Juizado da Infância
e da Juventude).
Doença Mental: Se sobrevier doença mental à infração, o processo continuará suspenso até
que o acusado se restabeleça ou será nomeado curador para dar continuidade ao processo (art.
79, §1º, CPP). Neste caso, entretanto, não será suspenso o processo do réu que não adoeceu.
Se ficar comprovado que o réu era inteiramente incapaz ao tempo da infração, ficará isento da
pena (art. 26, CP) e o processo seguirá com a presença do curador (art. 151, CPP).
Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em
circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de
acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz
reputar conveniente a separação (art. 80, CPP).
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