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2017­5­11 Direito 

das Coisas ­ Civil IV ­ Resumo Completo para Provas ­ Ajuda Jurídica

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DIREITO DAS COISAS –


CIVIL IV – RESUMO
COMPLETO PARA PROVAS
Posted by Mendonça Carvalho | out 25, 2015 |
Direito Civil e Empresarial, Material Estudo | 0  |
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Direito
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das
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Matéri
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e, OAB

OAB
Direito
Civil –
Resum
o para
Provas
mar 22,
2017 |
Destaqu
O Código Civil Brasileiro se divide em: e,
Direito
Civil e
PARTE GERAL ( I – Das Pessoas; II – Dos Bens; III – Dos Empresa
Fatos Jurídicos) rial,
Material
Estudo,
PARTE ESPECIAL ( I – Do Direito das Obrigações; II – OAB

Do Direito de Empresa;
Proces
III – Do Direito das Coisas; IV – Do Direito de Família; e so Civil

V – Do Direito das Sucessões).
Resum
o para
  Provas
da
OAB
Direito das Coisas – Civil IV – Resumo Completo
mar 21,
para Provas 2017 |
Destaqu
e,
DIREITO DAS COISAS: Conjunto de normas que regem Direito
Civil e
as relações jurídicas concernentes aos bens
Empresa
corpóreos (móveis ou imóveis) ou incorpóreos rial, OAB
(direitos autorais, propriedade industrial), suscetíveis
de apropriação. Abrange: Aquisição; Exercício;
Conservação; Perda de poder sobre os bens.

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No Direito das Coisas estudaremos o que, Simula


modernamente, denominamos Direitos Reais. do 1a
Fase
da
  OAB
com
Direitos Reais: a – Propriedade: é o mais importante Respos
tas
direito real. Direito que tem o proprietário de usar as
mar 20,
faculdades dispostas no Art. 1.228, CC, ou seja  Usar, 2017 |
Destaqu
Gozar, Dispor e Reaver sua propriedade ,
e, OAB
constituindo um direito perpétuo e/ou transmitido a
herdeiros.

    b – Direitos reais sobre coisa alheia:

Gozo: en�teuse (senhorio recebe laudêmio),


superfície, servidão, usufruto, uso e habitação .

Garantia: penhor, hipoteca, anticrese (percepção dos


frutos para pagar dívida), alienação �duciária .

Direito real de aquisição: compromisso irretratável de


venda.

OBS: Res nullius – coisa de ninguém  

Res derelictae – coisa abandonada

Res communes omnium – coisa comum aos homens

Usofruto: Tirar vantagem da coisa. É o direito real


pelo qual o proprietário concede o uso e fruição a
alguém, guardando para si o direito abstrato da
propriedade

Nu proprietário: está sem o uso e fruto

Usufrutuário: Tem uso e fruto.

CARACTERÍSTICAS:  Apesar de não existir consenso na


doutrina, podemos apontar as seguintes:

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1. a) a oponibilidade erga omnes ( arts 1226 e 1227


CC): O seu direito é com a coisa, mas manifestado
contra todos, que dele devem ter conhecimento.

2. b) o direito de seqüela (art. 1228 CC): Perseguir a


coisa nas mãos de quem quer que a detenha

3. c) a exclusividade ( art. 1231 CC): A propriedade


presume-se plena e exclusiva, até prova em
contrário

4. d) a preferência (art. 1477 CC): Hipoteca (ônus real)


tem preferência sobre aval.

5. e) a taxatividade (art. 1225 CC): Lista dos direitos


reais

6. f) A possibilidade de abandono da coisa: Pode-se


renunciar o direito sobre a coisa

7. g) Previsão da usucapião (arts. 1238 a 1244, 1260 a


1262 e 1379 CC);

8. h) Aplicação do princípio da publicidade dos atos:


Títulos registrados são de conhecimento público

DIFERENÇA ENTRE DIREITO REAL E OBRIGACIONAL :

DIREITO REAL (ou das COISAS) : DIREITO


OBRIGACIONAL (ou PESSOAL) :

Absolutos (e�cácia erga omnes) Relativos (e�cácia


entre as partes)

Vincula o titular à coisa Vincula a pessoa do credor à


pessoa do devedor Possuem sujeito passivo
indeterminado Possuem sujeito passivo
determinado: devedor Princípio da publicidade
(tradição e registro) Princípio da atonomia privada
(liberdade)

A coisa é objeto imediato da relação A coisa é objeto


mediato da relação

O exercício se dá sem intermediários O exercício se


dá por intermédio de outro sujeito

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Relação permanente; típica Ex. propriedade Relação


transitória; atípica Ex. contratos

Direito das Coisas – Civil IV – Resumo Completo


para Provas

Objeto do direito das coisas: – Corpóreas (móveis ou


imóveis), e incorpóreas.

Produções nos domínios das letras, das artes, das


ciências ou da indústria.

Direitos de propriedade intelectual é um direito sui


generis (patrimonial + extrapatrimonial).

SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA DE DIREITO REAL

Sujeito ativo: titular do direito subjetivo absoluto


sobre o bem. Exerce direito de seqüela e é possuidor

Sujeito passivo: sobre quem ( toda a coletividade)


recai o dever de respeito ao direito do sujeito ativo.

OBRIGAÇÕES RELACIONADAS AO DIREITO REAL

Obrigações propter rem: (acompanham a coisa).


Ex. taxa de condomínio

Ônus reais: limitações impostas ao exercício de um


direito real, constituindo gravames ou diretos
oponíveis ergas omnes. Para existir o ônus real é
necessário que o titular da coisa seja o devedor e
não apenas o garantidor da dívida de terceiro.

Obrigações com e�cácia real: relações


obrigacionais que produzem e�cácia erga omnes.

Ex: compromisso de compra e venda de imóvel,


registrado do cartório imobiliário.

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AÇÃO REIVINDICATÓRIA: O proprietário tem o poder


de reaver a coisa das mãos daquele que injustamente
a possua ou detenha. É a ação reivindicatória, tutela
(poder conferido por lei para que uma pessoa capaz
proteja a propriedade) especí�ca da propriedade, que
possui fundamento no direito de seqüela. A ação de
imissão de posse, por exemplo, tem natureza
reivindicatória. A ação reivindicatória é imprescritível,
uma vez que a sua pretensão versa sobre o domínio,
que é perpétuo, somente se extinguindo nos casos
previstos em lei (usucapião, desapropriação etc.).

A FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE Utilidade se dá


através do exercício da posse. O direito de
propriedade, assegurado constitucionalmente como
um direito fundamental, apresenta a função social
como elemento estrutural. Normas que asseguram o
cumprimento da função social e as que reprimem seu
descumprimento integram o conjunto que
representa a instituição propriedade no direito
brasileiro. O Art.1228, CC fala desapropriação do
propriedade para utilidade pública ou interesse
social.

EXTENSÃO DO DIREITO DE PROPRIEDADE: A)


propriedade móvel: recai sobre a coisa por inteiro,
delimitada espacialmente pelos próprios limites
materiais da coisa. B) propriedade imóvel (arts. 1.229
e 1.230, CC): abrange o solo e o subsolo, em altura e
profundidade úteis ao proprietário.

RESTRIÇÕES LEGAIS DE INTERESSE PARTICULAR E


PÚBLICO: São várias as restrições, impostas pela
Constituição Federal, pelo Código de Mineração,
Florestal, Lei de Proteção ao Meio Ambiente etc. Ex.:
Servidão administrativa; propriedade da União das
jazidas e recursos minerais e os potenciais de energia
elétrica; Tombamento

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POSSE: É a exteriorização do direito de propriedade.


Precisa ser protegida para evitar violência

Objeto da posse: Incide sobre bens corpóreos e


incorpóreos. Ex: direitos do autor, propriedade
intelectual, passe atlético, direito real de uso sobre
linha telefônica.

Sujeitos da posse: São as pessoas naturais ou


jurídicas. (Possuidor e o Con�nante)

Entre os modernos há duas teorias importantes:

Teoria de Savigny (subjetiva): A posse é o poder de


dispor �sicamente (corpus) da coisa, com ânimo de
considerá-la (animus) sua propriedade e defendê-la
contra a intervenção de outrem.

Teoria de Ihering (objetiva): Exige-se tão somente a


conduta de proprietário. Não sendo necessária a
apreensão física da coisa ou a vontade de ser dono
dela

O C.C. adotou a Teoria de Ihering (objetiva) no Art 485


que considera possuidor todo aquele que tem de fato
o exercício, pleno, ou não, de algum dos poderes
inerentes ao domínio, ou propriedade.

Espécies e Quali�cações da Posse:

1.Posse Direta e Indireta:  

Direta: A pessoa que tem a coisa em seu poder.


Usufrutuário, depositário, o credor pignoratício, o
locatário e o comodatário são possuidores diretos,
pois todos detêm a coisa que lhes foi transferida.

Indireta: Quando o seu titular, afastando de si por


sua própria vontade a detenção da coisa, continua a

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exercê-la imediatamente após haver transferido a


outrem a posse direta.

2. Composse: Simultaneidade da existência da posse


por mais de um possuidor. Ex. Cônjuges no regime
de comunhão de bens e condôminos

3. Quanto aos vícios: Posse justa: É mansa, pací�ca,


pública e adquirida sem violência.

Posse injusta: Com pelo menos um dos vícios da


posse (violência, clandestinidade ou precariedade).

Posse violenta: adquirida através do emprego de


violência contra a pessoa.

Posse clandestina: adquirida às escondidas. Estas


duas são relativas e podem virar de Boa-Fé

Posse precária: decorrente da violação de uma


obrigação de restituir (abuso de con�ança).

Não é posse jurídica, não produz efeitos contra o


legítimo possuidor. Absoluta (C.P. Apropriação
Indébita)

4. Posse de Boa Fé e Posse de Má Fé: Art. 490, CC: É


de boa fé a posse, se o possuidor ignora o vício ou
o obstáculo que lhe impede a aquisição da coisa,
ou do direito possuído.

É de má-fé: Quando o possuidor sabe que a posse


tem vício

5. Detenção da Coisa: Simples detenção material não


produzindo consequencias jurídicas

6. Aquisição e Perda da Posse:   Aquisição ou Início:


Se dá quando ocorrem seus dois elementos
constituintes: fato externo – o corpus (apreensão) e
um fato interno – animus (intenção).

Aquisição da posse originária: Não há cadeia de


produção. Ato unilateral e sem transmissão negocial.

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1. Posse por apreensão da coisa:

a.1 “res nullius” (coisa sem dono): Por exemplo, caçar


um animal para se alimentar. Este animal, tratado
como coisa no Direito brasileiro, é tido como espécie
de aquisição originária.

a.2 “res derelicta” (coisa abandonada): por exemplo,


pertences encontrados no lixo.

a.3 Apreensão econômica ou em razão de violência


ou clandestinidade

1. Aquisição unilateral pelo exercício de direito

Aquisição da posse derivada :

a.Tradição: É a entrega da coisa.

a.1 Tradição real: consubstancia-se por intermédio da


entrega efetiva da coisa (é o caso do bem móvel).

a.2 Tradição simbólica: a transferência é por um ato


representativo, ex. entrega das chaves de imóvel.

1. Sucessão (art. 1.207 CC/02): Ex. Herança pode ser


transmitida sem nenhum ato do herdeiro.

Perda da posse:

1. Abandono: não basta a omissão do possuidor.

2. Tradição: é causa hibrida, pois, se de um lado gera


perda da posse, do outro gera a aquisição

3. Perda, destruição ou colocação da coisa fora de


comércio.

4. Desapossamento: Hipótese de perda ilícita, mas


com efeitos práticos. Por exemplo, esbulho.

Os Efeitos da Posse: São as conseqüências jurídicas


por ela produzidas, ou seja:

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Dentre os efeitos da posse, destacam-se: percepção


de frutos; O direito à percepção dos frutos varia
conforme a classi�cação da posse quanto à
subjetividade e está disciplinado nos arts. 1.214 a
1.216, CC

– Frutos; Colhidos; Pendentes; Percipiendos

– Boa-fé – Direito do possuidor à Restituição com o


direito à dedução das despesas.

– Má-fé – Indenização ao possuidor legítimo, com


direito à dedução das despesas. Só lhe assiste o
direito às despesas. O pagamento feito ao possuidor
de má-fé pelas despesas de produção e custeio é
devido tendo em vista o princípio do direito civil que
proíbe o enriquecimento sem causa.

DIREITO ÀS BENFEITORIAS: Assim como ocorre com


os frutos, a indenização pelas benfeitorias depende
da classi�cação da posse quanto à sua subjetividade
(vide arts. 1.219 e 1.220, CC):

Boa-fé: Necessária – Indenização + Retenção

Útil – Indenização + Retenção

Voluptuária – Jus tollendi, sem direito de retenção

Má-fé: Apenas restituição do valor gasto pelo


possuidor

Obs: as benfeitorias são compensadas com os danos.

Interdito possessório: Ações possessórias que visam


combater as seguintes agressões à posse:

Esbulho: agressão que culmina da perda da posse.


Interdito adequado: Reintegração de Posse (efeito
restaurador). CPC, arts. 926 a 931.

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Turbação: agressão que embaraça o exercício


normal da posse. Interdito adequado: Manutenção
de Posse (efeito normalizador). CPC, arts. 926 a
931.

Ameaça: risco de esbulho ou de turbação. Interdito


adequado: Interdito Proibitório. CPC, 932 e 933.

Condições das ações possessórias: – Interesse de Agir


e Legitimidade do Possuidor.

Detentor não tem legitimidade ativa nem passiva.

DESFORÇO POSSESSÓRIO: Desforço incontinenti:


defesa imediata da posse pelo possuidor agredido.
Deve estar assentado no binômio imediatismo-
proporcionalidade. A doutrina costuma classi�car a
autotutela da posse em duas espécies:

desforço imediato: ocorre nos casos de esbulho,


em que o possuidor recupera o bem perdido.

legítima defesa da posse: Casos de turbação, em


que o possuidor normaliza o exercício de sua
posse.

DISTINÇÃO ENTRE POSSE E DETENÇÃO : • Posse:


exercício do poder de fato em nome próprio, usando
a propriedade e fazendo uso econômico da coisa e
intenção de usar a coisa tal qual o proprietário.

Detenção (posse natural): exercício do poder de


fato sobre a coisa em nome alheio.

Detentor é servo da posse, pois mantém uma relação


de dependência com o verdadeiro possuidor.

INTERVERSÃO DO CARÁTER DA POSSE: Continuidade


do caráter da posse (art. 1.203, CC): a posse que se
inicia justa permanece justa; a posse que se inicia
injusta, permanece injusta ao longo do tempo, a
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menos que se opere a interversão do caráter da


posse.

Inversão do caráter da posse: Violência e


clandestinidade são vícios relativos, enquanto que a
precariedade é vício absoluto. Cessada a violência ou
a clandestinidade a posse pode deixar de ser injusta
e passa a ser justa, mas a precariedade sempre será
injusta.

PROPRIEDADE: Direito que a pessoa física ou jurídica


tem, dentro dos limites normativos, de usar, gozar e
dispor de um bem corpóreo ou incorpóreo, bem
como de reivindica-lo de quem injustamente o
detenha (direito de sequela).

AÇÃO REIVINDICATÓRIA: O proprietário tem o poder


de reaver a coisa das mãos daquele que injustamente
a possua ou detenha. A ação de imissão de posse
tem natureza reivindicatória. Os pressupostos da
ação reivindicatória são três: a) a titularidade do
domínio, pelo autor, da área reivindicada, que deve
ser devidamente provada; b) a individualização da
coisa, com a descrição atualizada do bem, seus
limites e confrontações; c) a posse ilegítima do réu,
carece da ação o titular do domínio se a posse do
terceiro (réu) for justa, como aquela fundada em
contrato não rescindido.

O art. 1.228 do CC/02 fala em posse injusta, que deve


ser compreendida como posse sem título. Não há
necessidade que a posse ou detenção tenha sido
obtida através de violência, clandestinidade ou
precariedade. A ação reivindicatória é imprescritível,
uma vez que o domínio é perpétuo, somente se
extinguindo nos casos previstos em lei (usucapião,
desapropriação etc.- Súmula 237 do STF).

Direito das Coisas – Civil IV – Resumo Completo


para Provas

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A FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE: (Art. 1228, CC)


Propriedade: A) Enquanto bem móvel ou imóvel; B)
Direito sobre um bem corpóreo ou incorpóreo; C)
Instituição.

A função social nestas três situações: a) Quanto a


propriedade está relacionada à utilidade conferida ao
bem móvel, imóvel, corpóreo ou incorpóreo, que se
dá através do exercício da posse.

1. b) O direito de propriedade, assegurado


constitucionalmente como um direito
fundamental, apresenta a função social como
elemento estrutural (propriedade enquanto
direito).

2. c) A função social impõe uma série de limitações


que devem ser respeitadas pelo proprietário.

Exemplos: Desapropriação Judicial pela Posse-


Trabalho e Usucapião  

EXTENSÃO DO DIREITO DE PROPRIEDADE A) Móvel:


recai sobre a coisa por inteiro, delimitada
espacialmente pelos próprios limites materiais da
coisa. B) Imóvel (arts. 1.229 e 1.230, CC): abrange o
solo e o subsolo, em altura e profundidade úteis ao
proprietário. Incluem as jazidas, minas, recursos
minerais, energia hidráulica e monumentos
arqueológicos (propriedade da União).

CARACTERÍSTICAS DA PROPRIEDADE: Art. 1.231, CC: a


plenitude e a exclusividade. A doutrina soma outras
três: perpetuidade, elasticidade e oponibilidade erga
omnes.

Plena quando estão nas mãos do proprietário todas


as faculdades que lhe são inerentes. Limitada (não
plena) : a) Estiver sujeita a algum ônus real; b) For
resolúvel (extinguível)

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Exclusividade signi�ca que a mesma coisa não pode


pertencer com exclusividade e simultaneamente a
duas ou mais pessoas. Isso não se choca com a idéia
de condomínio, pois cada condômino é proprietário,
com exclusividade, de sua parte ideal.

Perpétua, pois não se extingue pelo não-uso. Só se


perde se o proprietário alienar ou ocorrer usucapião,
desapropriação, perecimento etc. É transmissível aos
herdeiros

Elasticidade:  Possibilidade de serem transferidos


alguns dos poderes a terceiros. O fenômeno inverso
chama-se retração. Por �m, a oponibilidade erga
omnes (contra todos).

RESTRIÇÕES LEGAIS DE INTERESSE PARTICULAR E


PÚBLICO: São restrições, impostas pela Constituição
Federal, pelo Código de Mineração, Florestal, Lei de
Proteção ao Meio Ambiente etc.

Há limitações nos direitos de vizinhança e de


cláusulas voluntárias que atingem, a inalienabilidade,
impenhorabilidade e incomunicabilidade. Limitações
de interesse público: – Servidão administrativa;
Propriedade da União: Jazidas e recursos minerais e
os potenciais de energia elétrica; Tombamento;
Desapropriação por utilidade ou necessidade pública
ou por interesse social; requisição de bens
particulares.

Limitações de interesse privado: No Art. 1.228 c/c


disposições acerca do direito de vizinhança.

DIREITOS DE VIZINHANÇA: Arts. 1.277 ao 1.313, CC.


Estabelece limitações ao direito de propriedade,
relativos ao direito de vizinhança. Nos direitos de
vizinhança a norma jurídica limita as faculdades de
usar e gozar por parte de proprietários e possuidores
de prédios vizinhos, impondo-lhes um sacrifício para
que a convivência social seja possível e para que a

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propriedade de cada um seja respeitada A noção de


vizinhança remete à proximidade dos imóveis,
independente de relação de contigüidade entre eles.
Estabelecem regras para: a) controle e vedação do
uso anormal da propriedade; b) propriedade das
árvores limítrofes e seus frutos; c) criação de
passagem forçada; d) servidão para passagem de
cabos e tubulações; e) águas ; f) limites entre prédios
e regular o direito de tapagem g) direito de construir .

AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL – Modos de


aquisição:

Bem imóvel: Registro de título:

Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade


mediante registro do título no Registro de Imóveis.

1°. Enquanto não se registrar o título translativo, o


alienante continua a ser havido como dono do
imóvel.

2°. Enquanto não se promover, por meio de ação


própria, a decretação de invalidade do registro, e o
respectivo cancelamento, o adquirente continua a
ser havido como dono do imóvel.

Art. 1.246. O registro é e�caz desde o momento em


que se apresentar o título ao o�cial do registro, e este
o prenotar no protocolo.

Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a


verdade, poderá o interessado reclamar que se
reti�que ou anule.

Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá o


proprietário reivindicar o imóvel, independentemente
da boa-fé ou do título do terceiro adquirente.

O registro tem natureza aquisitiva do domínio (forma


derivada de aquisição da propriedade imóvel).
                                                                                                
                                               Sem registro, o direito do
adquirente não é direito real, e sim direito pessoal de
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e�cácia relativa entre os negociantes (adquirente e


alienante), não produzindo efeitos, pois, contra
terceiros.
                                                                                                
                                                                                            A
e�cácia erga omnes da propriedade imóvel só é
atingida pelo registro, que confere a publicidade
necessária à relação dominial.

O REGISTRO PÚBLICO: ( Lei de Registros Públicos –


LRP)

Acepções da palavra registro: Registro de imóveis


(LRP, Arts 167 a 171), tem duas acepções:
                                                                                                
                                     a) a primeira, referente ao ofício
público, determinadora da publicidade dos direitos
reais;                                                                       b) a
segunda, relacionada ao ato ou assento praticado em
livro desse ofício para realizar o referido �m.
Finalidade do Registro Imobiliário: Conferir
publicidade para que adquira e�cácia perante
terceiros.

Atributos do Registro: – publicidade; – presunção


relativa de veracidade; fé pública. – legalidade

– obrigatoriedade  – continuidade  – força probante  –


prioridade  – especialidade

Efeito do registro: Aquisição de direitos reais


(propriedade, servidão, hipoteca etc.).

O REGISTRO PÚBLICO: Atos de Registro de Imóveis:

1) Matrícula: É o registro inaugural do imóvel (LRP


Arts. 227 a 235), consistindo na especi�cação do
estado de um imóvel, tanto em seus aspectos físicos
(localização, dimensões etc.) quanto jurídicos

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(proprietário, forma de aquisição etc). A matrícula


será efetuada por ocasião do primeiro registro A
matrícula só pode ser cancelada por determinação
judicial, desdobro ou fusão:

Desdobro: subdivisão de lotes.

Fusão: uni�cação de imóveis contíguos. No caso de


fusão, o cancelamento da matrícula anterior e
abertura de nova matrícula é uma faculdade do
proprietário dos imóveis contíguos.

2) Registro: (Art. 167, I, LRP) Devem ser registrados


todos os atos que in�uenciem no uso, gozo e
disposição de um imóvel. O registro será feito
sempre que houver alteração na titularidade de um
imóvel ou quando houver limitação da propriedade
pela formação de direitos reais limitados.

Devem ser registrados atos como: instituição de bem


de família, hipotecas, servidões, usufruto, uso,
habitação, contratos de compromisso de compra e
venda, anticrese, superfície, incorporações,
instituições e convenções de condomínio, compra e
venda de imóvel, permuta, dação em pagamento,
doação etc.

3) Averbação: Através da averbação é feita alteração


em registro já existente. Assim, o art. 167, II da LRP
determina que serão averbados atos como:
                                                                                                
                                      – mudança de denominação e
de numeração dos prédios,  – da edi�cação, – da
reconstrução, da demolição,
                                                                                                
                                 – do desmembramento e do
loteamento de imóveis;  – restabelecimento da
sociedade conjugal;
                                                                                                
                            – sentenças de separação judicial, –
de divórcio e de nulidade ou anulação de casamento,

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       – quando nas respectivas partilhas existirem
imóveis ou direitos reais sujeitos a registro;
                                                                      – contrato de
locação, para �ns de exercício do direito de
preferência;
                                                                          – extinção
do direito de superfície;
                                                                                                
                                                             – cláusulas de
inalienabilidade, impenhorabilidade e
incomunicabilidade impostas a imóveis.

Procedimento registral: Prenotação: é o protocolo de


apresentação do título para registro. Determinada a
preferência, eis que uma vez efetuado o registro, este
retroagirá à data da prenotação. Tendo em vista a
preferência, na prenotação deve conter data (e se
possível, até hora) e número de ordem.

Registro: Feita a prenotação do título instruído com


todos os documentos necessário e o pagamento dos
emolumentos, o registro (ou a averbação, ou ambos)
deverá ser efetuado em até 30 (trinta) dias.

A apresentação do título não signi�ca que o registro


será efetuado. Deverá o o�cial do registro proceder
análise acurada a respeito da validade e da
possibilidade do título a ser registrado (respeito ao
princípio da legalidade, atributo dos registros). Caso
não haja qualquer óbice legal, o registro será
regularmente feito. Na hipótese de conter alguma
irregularidade no registro, o o�cial redigirá nota
explicativa e fornecerá as instruções necessárias para
que tal irregularidade seja superada. Superando a
irregularidade, o título poderá ser novamente
apresentado e o procedimento será iniciado
novamente desde a prenotação.

Se o requerente não se conformar com a exigência


do o�cial do registro, deverá suscitar a chamada
dúvida, cabendo ao o�cial encaminhá-la ao juiz
competente para resolve-la. O interessado pode

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impugnar a dúvida em 15 dias; a ausência de


impugnação não obsta o julgamento da dúvida
através de sentença. A dúvida é procedimento de
jurisdição voluntária.

O procedimento de dúvida é meramente


administrativo, mesmo quando haja interesse da
União, deve ser decidido pelo juiz corregedor
competente, de acordo com a lei de organização
judiciária do Estado.

Obs2: dúvida inversa, admitida pela doutrina e pela


jurisprudência, é procedimento de jurisdição
voluntária suscitada diretamente pelo interessado ao
juiz, quando o o�cial do registro se recusa a, ele
mesmo, suscitá-la.

AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE: Acessões imobiliárias:


As acessões são consideradas como formas de
aquisição da propriedade imóvel (art. 1.248, CC).
Todavia, a doutrina destaca que a acessão pode
ocorrer:

– de imóvel em imóvel; – de móvel em imóvel;

Para o CC, acessão ocorre na forma do art. 1.248;


para a doutrina, há outras espécies de acessão
também previstas no Código Civil, muito embora não
tenha este assim categorizado.

A aquisição por acessão pode ocorrer por: 

 – formação de ilhas – aluvião – avulsão – álveo


abandonado (Naturais)

– construções e plantações (Arti�ciais)

1: Formação de ilhas: Art. 1.249. As ilhas que se


formarem em correntes comuns ou particulares
pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros,
observadas algumas regras

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2) Aluvião –Art. 1.250: Os acréscimos formados,


sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e
aterros naturais ao longo das margens das correntes,
ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos
donos dos terrenos marginais, sem indenização.

3) Avulsão – Art. 1.251: Por força natural violenta,


uma porção de terra se destacar de um prédio e se
juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade
do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou,
sem indenização, se, em um ano, ninguém houver
reclamado.

4) Álveo Abandonado – Art. 1.252: O álveo


abandonado de corrente pertence aos proprietários
ribeirinhos das duas margens, sem que tenham
indenização os donos dos terrenos por onde as águas
abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios
marginais se estendem até o meio do álveo.

5) Construções e Plantações – Arts 1253 a 1259, CC;

Art. 1.253, �xa presunção relativa de propriedade das


construções e plantações ao proprietário do imóvel.

Arts. 1.254 a 1.259: … se �car comprovado que o solo


e as sementes ou materiais utilizados nas plantações
ou construções pertencem a pessoas distintas. A
regra geral é a de que o proprietário do imóvel, dada
a natureza acessória das plantações/construções com
relações ao solo, adquirirá a propriedade das
acessões.

Usucapião: Requisitos gerais e especí�cos

2. A) Pessoais: Características pessoais e atitudes do


adquirente e do proprietário. Para usucapir é

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necessário que o adquirente tenha capacidade


jurídica, na forma da lei civil. Também não corre o
prazo da usucapião contra os absolutamente
incapazes. USUCAPIÃO uma espécie de prescrição
aquisitiva, há que serem observadas as causas
obstativas, suspensivas e interruptivas da
prescrição elencadas nos arts. 197 a 202, CC/02.

Art. 197. Não corre a prescrição:

I – entre os cônjuges, na constância da sociedade


conjugal;

II – entre ascendentes e descendentes, durante o


poder familiar;

III – entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou


curadores, durante a tutela ou curatela.

Art. 198. Também não corre a prescrição:

I – contra os incapazes de que trata o art. 3o;

II – contra os ausentes do País em serviço público da


União, dos Estados ou dos Municípios;

III – contra os que se acharem servindo nas Forças


Armadas, em tempo de guerra.

Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:

I – pendendo condição suspensiva; II – não estando


vencido o prazo; III – pendendo ação de evicção.

Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva


ser apurado no juízo criminal, não correrá a
prescrição antes da respectiva sentença de�nitiva.

Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos


credores solidários, só aproveitam os outros se a
obrigação for indivisível.

Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente


poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:

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I – por despacho do juiz, mesmo incompetente, que


ordenar a citação, se o interessado a promover no
prazo e na forma da lei processual;

II – por protesto, nas condições do inciso


antecedente;

III – por protesto cambial;

IV – pela apresentação do título de crédito em juízo


de inventário ou em concurso de credores;

V – por qualquer ato judicial que constitua em mora o


devedor;

VI – por qualquer ato inequívoco, ainda que


extrajudicial, que importe reconhecimento do direito
pelo devedor.

Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça


a correr da data do ato que a interrompeu, ou do
último ato do processo para a interromper.

1. B) Reais: Objeto da usucapião são os bens e


direitos suscetíveis de usucapião. Podem ser
usucapidos os bens apropriáveis, excluídos os bens
fora do comércio, os bens públicos (Ver Súmula
340 do STF) e bens que, não podem ser
usucapidos, exemplo: Condômino Usucapir Área
Condominial.

Súmula 340: DESDE A VIGÊNCIA DO CÓDIGO CIVIL, OS


BENS DOMINICAIS, COMO OS DEMAIS

BENS PÚBLICOS, NÃO PODEM SER ADQUIRIDOS POR


USUCAPIÃO.

1. C) Formais: Posse (que deve ser exercida com


animus domini), ao prazo e à sentença judicial
(declaratória). A posse deve ser justa, não sendo
condição essencial a boa-fé. A posse há de ser:
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mansa, pací�ca, pública, contínua e duradoura. A


continuidade tem possibilidade de soma de posses
para efeito de usucapião. Usucapião de imóveis: da
sentença deve ser extraída carta que será
registrada no Cartório de Registro de Imóveis.
Conforme súmulas 263 e 391,STF, tanto o
possuidor quanto os con�nantes devem ser
citados pessoalmente para a ação de usucapião.

Espécies e respectivos prazos Usucapião de imóveis :


ordinária, extraordinária ou especial

Especial: – urbana (pro misero) – Art. 1.240. Aquele


que possuir, como sua, área urbana de até 250 m²,
por cinco anos ininterruptamente e sem oposição,
utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja
proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

– rural (pro labore) – Art. 1.239. Não sendo


proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como
sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área
de terra em zona rural não superior a 50 hectares,
tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua
família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a
propriedade.

– coletiva (estatuto da cidade);

– matrimonial (art.1240-A):  Aquele que exercer, por 2


(dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse
direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até
250m², propriedade divida com ex-cônjuge que
abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de
sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde
que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou
rural.

Conceito e natureza jurídica: Etimologia da palavra:


usus (do latim, uso) + capionem (do latim, aquisição),
que signi�ca aquisição pelo uso.

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A usucapião é a aquisição de direito real por meio do


exercício da posse mansa, pací�ca, continuada e
duradoura. Outros direitos reais são adquiridos pela
usucapião, tais como a servidão e o uso. Assim, a
usucapião transforma um estado de fato (posse) em
um estado de direito. A usucapião é forma originária
de aquisição da propriedade.

Corrente subjetivista: – presunção de que o


proprietário abandonou o bem, renunciando-o
tacitamente.

Corrente objetivista: – consolidação da propriedade,


dando jurisdicidade a uma situação de fato: a posse e
tempo. A posse é o fato objetivo, e o tempo, a força
que opera a transformação do fato em direito.

Prazos: Os prazos variam conforme a espécie de


usucapião:     

– USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA – art. 1.238, caput: 15


anos – art. 1.238, parágrafo único: 10 anos.

Art. 1.238. Aquele que, por 15 anos, sem interrupção,


nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-
lhe a propriedade, independentemente de título e
boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare
por sentença, a qual servirá de título para o registro
no Cartório de Registro de Imóveis. O prazo
estabelecido neste artigo reduzir-se-á a 10 anos se o
possuidor houver estabelecido no imóvel a sua
moradia habitual, ou nele realizado obras / serviços
de caráter produtivo.

– USUCAPIÃO ORDINÁRIA – Art. 1.242. Adquire a


propriedade do imóvel aquele que, contínua e
incontestadamente, com justo título e boa-fé, o
possuir por dez anos. Será de cinco anos o prazo se o
imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com
base no registro constante do respectivo cartório,
cancelada posteriormente, desde que os possuidores

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nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado


investimentos de interesse social e econômico.

– USUCAPIÃO ESPECIAL  – rural (art. 1.239, CC c/c art.


191, CR/88): 5 anos.  

Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de


imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco
anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em
zona rural não superior a 50, tornando-a produtiva
por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua
moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.

Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão


adquiridos por usucapião.

– URBANA (art. 1.240, CC c/c art. 183, CR/88): 5 anos.-


Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área
urbana de até 250 m², por cinco anos
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para
sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o
domínio, não sendo proprietário de outro imóvel.

– USUCAPIÃO COLETIVA (Lei 10257/01, art. 10): 5


anos. Art. 10. As áreas urbanas com mais de 250 m²,
ocupadas por população de baixa renda para sua
moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem
oposição, onde não for possível identi�car os
terrenos ocupados por cada possuidor, são
susceptíveis de serem usucapidas coletivamente,
desde que os possuidores não sejam proprietários
Alegação em defesa e seus efeitos: A proibição de
exceção de domínio é suavizada quando a matéria de
defesa for a usucapião, consoante entendimento
sumulado pelo STF, Súmula 237, STF: Quando a
usucapião for alegada como matéria de defesa, a
decisão somente poderá ser usada para �ns de
registro se formulado pedido contraposto.

AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL: 1) Ocupação:


 É forma originária de aquisição da propriedade.

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Alguém se apodera de algo que não tem proprietário,


de coisa sem proprietário (res nullius e res
derelictae). Ex: caça e pesca.

1.1) Descoberta – Art. 1.233. Quem quer que ache


coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou
legítimo possuidor. Parágrafo único. Não o
conhecendo, o descobridor fará por encontra-lo e, se
não o encontrar, entregará a coisa achada à
autoridade competente.

Ocorre descoberta quando alguém encontra coisa


perdida por outrem. O descobridor ou inventor fará
jus a recompensa de no mínimo 5% sobre o valor do
bem encontrado, mais as despesas com conservação
e transporte.

2) Usucapião: Art. 1.260. Aquele que possuir coisa


móvel como sua, contínua e incontestadamente
durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-
lhe-á a propriedade.

Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por


cinco anos, produzirá usucapião, independentemente
de título ou boa-fé.

Na usucapião ordinária exige-se, além da boa-fé, que


a posse tenha por causa justo título, cuja noção já foi
�rmada na unidade referente à teoria da posse. O
prazo para a usucapião ordinária é de 3 anos. 

Na usucapião extraordinária de bens móveis


dispensa-se a prova da boa-fé. Mesmo de má-fé o
possuidor poderá usucapir o bem. Neste caso o
prazo da usucapião, que é de 5 anos.

Obs: Não se adquire por usucapião ordinário veículo


furtado.

3) Tradição: Art. 1.268. Feita por quem não seja


proprietário, a tradição não aliena a propriedade,
Excessão: Coisa, oferecida ao público, em leilão ou
estabelecimento comercial, for transferida ao

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adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o


alienante se a�gurar dono.

4) Especi�cação: Art. 1.269. Trabalhando em matéria-


prima em parte alheia, obtiver espécie nova, desta
será proprietário, se não se puder restituir à forma
anterior.

Art. 1.271. Aos prejudicados, nos arts. 1.269 e 1.270,


se ressarcirá o dano que sofrerem

5) CONFUSÃO, COMISTÃO E ADJUNÇÃO

5.1) Confusão – mistura entre coisas líquidas. Ex:


água e vinho; álcool e gasolina; etc.

5.2) Comistão – mistura entre coisas sólidas ou


secas.Ex. areia, cal e cimento, trigo e glúten, etc.

5.3) Adjunção – justa posição de uma coisa a outra.


Ex. tinta em relação à parede, etc.

PERDA DA PROPRIEDADE: Modos de perda da


propriedade

 Art. 1.275. Além das causas consideradas neste


Código, perde-se a propriedade:

I – Alienação;  II – Renúncia;  III – por abandono;  IV –


por perecimento da coisa;V – por desapropriação.

1. A) Alienação: É um negócio jurídico, gratuito ou


oneroso, que causa a transferência de direito
próprio sobre bem móvel ou imóvel a outrem. O
termo alienação deve ser reservado apenas às
transmissões voluntárias, provenientes de negócio
jurídico bilateral. Estará subordinada à tradição, no

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caso de bens móveis (exceto navios e aviões) e ao


registro do título aquisitivo, sobre bens imóveis.

1. B) Renúncia: É o negócio jurídico unilateral pelo


qual o proprietário declara formal e explicitamente
o propósito de despojar-se do direito de
propriedade. Na renúncia nada se transmite a
ninguém, simplesmente o titular abdica do direito
real, que nesse instante se converte em res nullius.

1. C) Abandono: O abandono também implica em


perda da propriedade por ato voluntário do seu
titular, com a diferença que, nesse caso, o aninus
de abandonar a coisa é presumido pela cessação
dos atos de posse. Quando a coisa abandonada for
imóvel, o Município, o Distrito Federal ou a União
poderão arrecadar o bem e após três anos adquirir
a propriedade

1. D) Perecimento: Perecimento material ou real:


destruição da coisa.

Perecimento jurídico: a coisa continua a existir, mas


uma situação jurídica superveniente faz com que se
torne impossível o exercício do direito pelo seu
titular. A doutrina diverge quanto a reconhecer o
perecimento jurídico como modalidade de perda da
propriedade. Ex: impossibilidade de o proprietário
exercer seu direito sobre imóvel em que foi erguida
uma favela, antes de expirado o prazo da usucapião.

1. E) Desapropriação: A desapropriação é estudada


no Direito Administrativo, tendo o Código Civil se
limitado a indicá-la como forma de perda da
propriedade.

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PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA: Art. 1.361. Considera-se


�duciária a propriedade resolúvel de coisa móvel
infungível que o devedor, com escopo de garantia,
transfere ao credor.

Art. 1.362. O contrato, que serve de título à


propriedade �duciária, conterá:

I – o total da dívida, ou sua estimativa; II – o prazo, ou


a época do pagamento; III – a taxa de juros, se
houver;

IV – a descrição da coisa objeto da transferência, com


os elementos indispensáveis à sua identi�cação.

Sujeitos:  Fiduciário: credor que recebe a propriedade


e a posse indireta do bem.

Fiduciante: devedor que entrega a propriedade do


bem e guarda para si a posse direta.

Objeto: Bem móvel infungível. Há possibilidade de


propriedade �duciária incidente em bem imóvel.

A propriedade �duciária tem por causa um negócio


�duciário, que é composto de dois elementos:

1. a) de natureza real, que determina a transmissão


do direito ou da propriedade;

2. b) de natureza obrigacional, relativo à restituição,


ao transmitente ou a terceiro, do bem, após
exaurido o objeto do contrato.

São características da propriedade �duciária:

1. a) resolubilidade (condição: adimplemento do


contrato);

2. b) transmissão da propriedade ao credor do


negócio �duciário;

3. c) transmissão da posse indireta ao credor


�duciário, através de constituto possessório;

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4. d) permanência do devedor �duciante como


possuidor direto;

5. e) o bem objeto da propriedade �duciária é


utilizado como garantia ao adimplemento do
negócio �duciário;

6. f) devolução da propriedade e da posse indireta


(traditio brevi manu) ao devedor uma vez
adimplida a obrigação principal.

Direitos e deveres: Art. 1.363. Antes de vencida a


dívida, o devedor, a suas expensas e risco, pode usar
a coisa segundo sua destinação, sendo obrigado,
como depositário:

I – a empregar na guarda da coisa a diligência exigida


por sua natureza;

II – a entregá-la ao credor, se a dívida não for paga no


vencimento.

Art. 1.364. Vencida a dívida, e não paga, �ca o credor


obrigado a vender, judicial ou extrajudicialmente, a
coisa a terceiros, a aplicar o preço no pagamento de
seu crédito e das despesas de cobrança, e a entregar
o saldo, se houver, ao devedor.

Art. 1.365. É nula a cláusula que autoriza o


proprietário �duciário a �car com a coisa alienada em
garantia, se a dívida não for paga no vencimento.

Parágrafo único. O devedor pode, com a anuência do


credor, dar seu direito eventual à coisa em
pagamento da dívida, após o vencimento desta.

Art. 1.366. Quando, vendida a coisa, o produto não


bastar para o pagamento da dívida e das despesas de
cobrança, continuará o devedor obrigado pelo
restante.

Para que o credor exerça o direito de executar a


garantia, deve constituir o devedor em mora.
Somente com tal constituição é que surge o interesse
de agir para a ação de busca e apreensão. Não cabe
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falar em equiparação do devedor �duciário com o �el


depositário, muito menos em prisão civil. Súmula
Vinculante nº 25: É ilícita a prisão civil de depositário
in�el, qualquer que seja a modalidade de depósito.

PROPRIEDADE SUPERFICIÁRIA (Art. 1369 a 1377 do


CC): Direito real de construir e plantar em imóvel
alheio, conferido pelo FUNDIEIRO (proprietário do
solo) em benefício do SUPERFICIÁRIO (titular do
direito), que passará a exercer a posse direta da
coisa, dentro de prazo determinado. É o direito real
de ter coisa própria incorporada em terreno alheio
(exceção à regra de que o proprietário do solo torna-
se proprietário de tudo o que for nele
construído/plantado – princípio de acessão). 

Direito real sobre coisa alheia: pode ser transferido


por ato inter vivos ou causa mortis;

– Finalístico: construir ou plantar. – Temporariedade;

– Há presunção de gratuidade, mas pode ser


convencionado um pagamento, na concessão
onerosa;

Código Civil x Estatuto da Cidade : O Estatuto da


Cidade (Lei n° 10.257/01), Arts 21 a 23: regulam o
direito real de superfície, de forma pouco
diferenciada do tratamento conferido pelo CC.

Enunciado n° 93: As normas previstas no CC,


regulando o direito de superfície, não revogam as
normas relativas a direito de superfície constantes do
Estatuto da Cidade

Art. 21. O proprietário urbano poderá conceder a


outrem o direito de superfície do seu terreno, por
tempo determinado ou indeterminado, mediante
escritura pública registrada no cartório de registro de
imóveis.

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1oO direito de superfície abrange o direito de


utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo relativo
ao terreno, na forma estabelecida no contrato
respectivo, atendida a legislação urbanística.

Art. 23. Extingue-se o direito de superfície: I – pelo


advento do termo;

II – pelo descumprimento das obrigações contratuais


assumidas pelo super�ciário.

SUJEITOS: Fundieiro ou concedente: proprietário do


solo. Faz jus, na hipótese de concessão onerosa, ao
cânon super�ciário, que é o pagamento pela
utilização de sua propriedade. Pelo art. 1.370, CC/02,
o pagamento pode ser efetuado de uma só vez, ou
parceladamente, conforme convencionado pelas
partes.

Super�ciário: proprietário das construções e/ou


plantações. Possui o chamado direito de implante e
tem a posse direta sobre o solo que exerce tal direito.
Pessoa jurídica de direito público pode constituir
superfície, que será regida pelo Código Civil e lei
especial.

Constituição da Superfície: Consensual: neste caso,


assume caráter contratual, podendo ser onerosa ou
gratuita. Por decorrer da vontade das partes, está
sujeita à autonomia privada.

Transferência da Superfície: Ato inter vivos;

Ato mortis causa. Admite-se a transmissão da


superfície aos herdeiros do super�ciário.

Ao fundieiro não assiste direito de remuneração


sobre a transferência da superfície. Há, porém,
direito de preferência, tanto ao super�ciário, quanto
ao fundieiro, nos casos de alienação.

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– Extinção antecipada: desvio de �nalidade.

– Desapropriação: indenização ao proprietário e ao


super�ciário.

DIREITO DE VIZINHANÇA: Re�etem limitações ao


direito de propriedade. Constituem obrigações
propter rem, que nascem com a própria propriedade,
com deveres impostos aos vizinhos, de maneira
recíproca.

Princípios: a) função social da propriedade, como


limite à autonomia privada dos proprietários;

1. b) solidariedade, sobretudo nas situações de


passagem forçada e nas servidões de cabos e
tubulações;

2. c) vedação do enriquecimento sem causa.

Natureza jurídica: a) teoria das servidões legais;

1. b) obrigações propter rem (teoria que prevalece).

Espécies: 1 – Uso anormal da propriedade (arts. 1.277


a 1.281, CC).

Utilização abusiva da propriedade que implica em


abalo à saúde, sossego e/ou segurança da vizinhança.
A doutrina destaca que os critérios para determinar o
uso anormal da propriedade são:

A – grau de tolerabilidade da perturbação; B –


localização do imóvel;

C – natureza da utilização ou da perturbação.

Os arts. 1.280 e 1.281, CC, possibilitam o manejo das


ações demolitória e de dano infecto.

Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito


a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou a
reparação deste, quando ameace ruína, bem como
que lhe preste caução pelo dano iminente.
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Art. 1.281. O proprietário ou o possuidor de um


prédio, em que alguém tenha direito de fazer obras,
pode, no caso de dano iminente, exigir do autor delas
as necessárias garantias contra o prejuízo eventual.

2 – Árvores limítrofes (arts. 1.282 a 1.284, CC)

Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha


divisória, é comum aos donos dos prédios
con�nantes.

Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que


ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser
cortados, até o plano vertical divisório, pelo
proprietário do terreno invadido.

Art. 1.284. Os frutos caídos em terreno vizinho


pertencem ao dono do solo onde caíram.

3 – Passagem forçada: Art. 1.285. O dono do prédio


que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto,
pode, mediante pagamento de indenização cabal,
constranger o vizinho a lhe dar passagem.

1o Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel


mais natural e facilmente se prestar à passagem.

2o Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo


que uma das partes perca o acesso a via pública,
nascente ou porto, o proprietário da outra deve
tolerar a passagem.

3o Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente


ainda quando, antes da alienação, existia
passagem através de imóvel vizinho, não estando o
proprietário deste constrangido, depois, a dar uma
outra.

4 – Passagem de cabos e tubulações: Art. 1.286.


Mediante indenização que atenda à desvalorização

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da área remanescente, o proprietário é obrigado a


tolerar a passagem, através de seu imóvel, de cabos,
tubulações e outros condutos subterrâneos de
serviços de utilidade pública, em proveito de
proprietários vizinhos, quando de outro modo for
impossível ou excessivamente onerosa.

Art. 1.287. Se as instalações oferecerem grave risco,


será facultado ao proprietário do prédio onerado
exigir a realização de obras de segurança.

5 – Águas: Art. 1.288. O dono ou o possuidor do


prédio inferior é obrigado a receber as águas que
correm naturalmente do superior, não podendo
realizar obras que embaracem o seu �uxo; porém a
condição natural e anterior do prédio inferior não
pode ser agravada por obras feitas pelo dono do
prédio superior.

6 – Limites entre prédios e direito de tapagem:  Art.


1.297: O proprietário tem direito a cercar, murar,
valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio,
urbano ou rural, e pode constranger o seu con�nante
a proceder com ele à demarcação entre os dois
prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar
marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se
proporcionalmente entre os interessados as
respectivas despesas.

Art. 1.298. Sendo confusos os limites, se


determinarão de conformidade com a posse justa; e,
não se achando ela provada, o terreno contestado se
dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não
sendo possível a divisão cômoda, se adjudicará a um
deles, mediante indenização ao outro.

Diferenças dos direitos de vizinhança e servidões


prediais (art.  1378 a 1389 CC)

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1. a) Direitos de vizinhança têm como fonte imediata


a lei, não podendo o proprietário do prédio
serviente se opor à utilização pelo prédio
dominante. As servidões prediais são constituídas
através de acordo entre as partes, dependendo de
anuência expressa de ambos os proprietários dos
prédios envolvidos;

2. b) Direitos de vizinhança são obrigações propter


rem decorrentes do direito de propriedade. As
servidões prediais são direitos reais;

3. c) os direitos de vizinhança são, em regra,


insuscetíveis de usucapião. As servidões prediais,
em determinadas hipóteses, estão sujeitas a
usucapião;

4. d) os direitos de vizinhança somente são extintos


pela modi�cação objetiva da situação material que
deu origem a eles. As servidões prediais podem ser
extintas por acordo de vontades;

5. e) os direitos de vizinhança surgem da necessidade


de assegurar o exercício útil e pací�co da
propriedade por todos. As servidões prediais
surgem pela comodidade e vontade dos
proprietários.

Art. 1.378: A servidão proporciona utilidade para o


prédio dominante, e grava o prédio serviente, que
pertence a diverso dono, e constitui-se mediante
declaração expressa dos proprietários, ou por
testamento, e subseqüente registro no Cartório de
Registro de Imóveis.

Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de


uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do
art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu
nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título
a sentença que julgar consumado a usucapião.

Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o


prazo da usucapião será de vinte anos.

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CONDOMÍNIO (art.1314 a 1326 CC): É uma exceção à


exclusividade do direito de propriedade, cuja
titularidade é plural. Cada condômino tem uma quota
indivisa sobre o bem, de modo que seu direito de
propriedade incide sobre esse bem por inteiro, na
proporção de sua quota.
                                                                                                
             Todos os comunheiros têm direitos
qualitativamente iguais sobre a totalidade da
propriedade. Em caso de dúvida, presumem-se iguais
os quinhões de cada condômino (presunção juris
tantum).

Natureza Jurídica – Teoria da propriedade integral ou


teoria individualista:  Cada condômino é proprietário
de toda a coisa exercendo direito de propriedade
limitado pelos direitos dos outros condôminos.  

– Teoria coletivista ou das propriedades plúrimas


parciais: Condomínio é uma espécie de soma
intelectual de propriedades.  

CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS

Quanto ao objeto

1. A)   Condomínio universal; B)   Condomínio parcial. 

Quanto à necessidade

1. A)   Condomínio transitório; B)   Condomínio


permanente.

Quanto à forma

1. A)   Condomínio pro diviso B)   Condomínio pro


indiviso.

Quanto à origem

1. A)   Condomínio Voluntário ou Convencional;

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2. B)   Condomínio Incidente  (Eventual)  ou Acidental


(doação ou testamento);

3. C)   Condomínio Forçado ou necessário(paredes,


cercas, muros, valas, etc.)

Direitos e deveres dos condôminos:

1 – Condomínio necessário ou forçado (arts. 1.327 a


1.330 do CC).

Objeto: paredes, cercas, muros, valas, tapumes e


formação de ilhas. Condomínio especial do Estatuto
da Cidade (usucapião coletiva).

Todas as despesas com a conservação devem ser


partilhadas e os comunheiros devem utilizar a coisa
de modo a não prejudicar uns aos outros.

Feita a obra sem a anuência do con�nante, este pode


adquirir a meação através do depósito da despesa
que lhe caberia. Enquanto não houver sido efetuado
o depósito, não pode o con�nante bene�ciar-se a
obra realizada pelo outro.

2- Condomínio voluntário (arts. 1.314 a 1.326, CC)

1. A) Poder de proteção da coisa comum contra


qualquer pessoa.

2. B) Direito de uso conforme sua destinação e


exercício de todos os direitos compatíveis com a
indivisão.

Obs: o direito de usar importa em o condômino


suportar os ônus da conservação, da perda e da
deterioração da coisa, além de responder pelos
frutos que percebeu sem o consenso dos demais.

1. C) Direito de alienar a respectiva parte indivisa.


Direito de preferência ou prelação (prazo
decadencial de 180 dias para anular o ato de

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transferência do domínio) e pluralidade de


condôminos interessados (art. 504, CC/2002).

2. D) Direito de  gravar a parte indivisa com ônus


reais.

3. E) Responder pelas dívidas contraídas em favor do


condomínio, com respectivo regresso contra os
demais  condôminos.

4. F) Renúncia à fração ideal.

5. G) Impossibilidade de dar posse, uso ou gozo da


propriedade a estranho sem a anuência prévia dos
demais comunheiros. Direito de retomada.

Administração do Condomínio  art. 1323 a 1326 CC.

A administração deve ser escolhida pela maioria dos


condôminos, podendo recair sobre alguém estranho
à comunhão. Todos os atos praticados pelo
administrador do condomínio, obriga os demais. Em
não havendo escolha do administrador, presumir-se-
á como sendo este o condômino que, por iniciativa
própria, pratica atos de gestão sem oposição dos
demais.

Os votos são computados conforme o valor do


quinhão do comproprietário.

As deliberações tomadas pela maioria absoluta dos


votos, são obrigatórias a todos. Caso não seja
alcançada a maioria absoluta, o juiz decidirá a
requerimento de qualquer condômino, ouvidos os
demais.

Os frutos serão partilhados na proporção dos


quinhões.

Art. 1.323. Deliberando a maioria sobre a


administração da coisa comum, escolherá o
administrador, que poderá ser estranho ao
condomínio; resolvendo alugá-la, preferir-se-á, em
condições iguais, o condômino ao que não o é.

Art. 1.325. A maioria será calculada pelo valor dos


quinhões.

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1o As deliberações serão obrigatórias, sendo


tomadas por maioria absoluta.

2o Não sendo possível alcançar maioria absoluta,


decidirá o juiz, a requerimento de qualquer
condômino, ouvidos os outros.

3o Havendo dúvida quanto ao valor do quinhão,


será este avaliado judicialmente.

Art. 1.326. Os frutos da coisa comum, não havendo


em contrário estipulação ou disposição de última
vontade, serão partilhados na proporção dos
quinhões.

Extinção do Condomínio: Por ser um estado anormal


da propriedade, o condomínio pode ser extinto, com
exceção dos casos de condomínio forçado e de coisa
indivisível. Desta forma, extingue-se o condomínio
ordinário:

1. A) Em 5 anos, nos casos de condomínio


consensual. Este prazo pode ser prorrogado,
conforme  art. 1320 parágrafo 10 do CC.

Art. 1.320. A todo tempo será lícito ao condômino


exigir a divisão da coisa comum, respondendo o
quinhão de cada um pela sua parte nas despesas da
divisão.

1o Podem os condôminos acordar que �que


indivisa a coisa comum por prazo não maior de
cinco anos, suscetível de prorrogação ulterior.

1. B)  Em 5 anos, nos casos de condomínio eventual


estabelecido pelo doador ou testador.

2. C)  Antes do prazo estabelecido, pelo juizo, a


requerimento do interessado, em decorrência de
razões graves.

3. D)   Pela venda da coisa.

Extinto o condomínio, proceder-se-á a divisão da área


condominial, que pode ser feita de forma amigável
(escritura pública) ou judicialmente e tem efeito
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declaratório.  As regras de divisão do condomínio


seguem, no que couber, as regras de partilha da
herança.

CONDOMÍNIO EDILÍCIO: Constituído com um ato de


edi�cação.

Referências legislativas: arts. 1.331 a 1.358, CC/02; Lei


n° 4.591/64 (dispõe sobre o condomínio em
edi�cações e as incorporações imobiliárias); Lei n°
4.864/65 (cria medida de estímulos à construção civil).

Natureza Jurídica: O condomínio edilício caracteriza-


se pela justaposição de propriedades distintas e
exclusivas com áreas comuns (art. 1331, caput), tais
como o solo em que a edi�cação é erguida, as
fundações, muros, corredores, terraço de cobertura
(salvo estipulação contrária na convenção do
condomínio (art. 1.331 § 5°) e tudo mais que se
destinar ao uso comum. É um condomínio parcial,
híbrido.

Personalidade jurídica do condomínio: O condomínio


não tem personalidade jurídica, mas tão somente
capacidade postulatória (ou personalidade judiciária).
A compreensão do art. 12 do CPC é a de que o
condomínio, embora possa compor relação jurídica
processual, é entidade jurídica despersonalizada,
assim como a massa falida, o espólio e a herança
jacente. Essa posição é bastante questionável diante
do princípio da operabilidade, uma das diretrizes do
atual Código Civil.

Enunciado n° 90, I Jornada de Direito Civil, CJF: deve


ser reconhecida a personalidade jurídica ao
condomínio edilício.

Instituição do Condomínio: Art. 1.332. Institui-se o


condomínio edilício por ato entre vivos ou

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testamento, registrado no Cartório de Registro de


Imóveis, devendo constar, além do disposto em lei
especial:

I – a discriminação e individualização das unidades de


propriedade exclusiva, estremadas uma das outras e
das partes comuns;

II – a determinação da fração ideal atribuída a cada


unidade, relativamente ao terreno e partes comuns;

III – o �m a que as unidades se destinam.

O Condomínio edilício pode ser instituído por


ato inter vivos ou mortis causa, registrado no cartório
imobiliário, devendo conter: discriminação e
individualização das unidades de propriedade
exclusiva, estremadas umas das outras e das partes
comuns; determinação da fração ideal atribuída a
cada unidade, relativamente ao terreno e às partes
comuns; o �m a que as unidades se destinam.

O condomínio é, então, instituído por:  a) Destinação


do proprietário do edifício;

1. b)  Incorporação (proprietário do terreno,


promitente comprador do terreno e o cessionário
do terreno);

2. c)  Testamento.

Constituição do Condomínio (art. 1.333): A convenção


que constitui o condomínio edilício deve ser subscrita
pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações
ideais e torna-se, desde logo, obrigatória para os
titulares de direito sobre as unidades, ou para
quantos sobre elas tenham posse ou detenção.

Parágrafo único. Para ser oponível contra terceiros, a


convenção do condomínio deverá ser registrada no
Cartório de Registro de Imóveis.

A lei distingue a instituição da constituição do


condomínio. A constituição se dá pela convenção do
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condomínio, feita por escritura pública ou


instrumento particular, subscrita por ao menos 2/3
das frações ideais (incluindo os promitentes
compradores e os cessionários de direitos a elas
relativos) e registrada no Cartório de Registro de
Imóveis (oponibilidade erga omnes).

A convenção do condomínio é obrigatória tanto aos


condôminos quanto aos possuidores e/ou
detentores.

Convenção do Condomínio: Instrumento no qual são


pre�xadas as normas adotadas para o condomínio
em plano horizontal, inclusive o modo como será
administrado. Deve conter na convenção (art. 1.334):

– A quota proporcional e o modo de pagamento das


contribuições dos condôminos para atender às
despesas ordinárias e extraordinárias do condomínio;

–  A forma da administração;

– A competência das assembléias, a forma de sua


convocação e o quorum exigido para as deliberações;

–  As sanções (condôminos ou possuidores);

–  Regimento interno (tudo o que não for essencial


para a constituição e funcionamento do condomínio,
possuindo cunho circunstancial e mutável). 

São direitos dos condôminos:

1. a) Sobre a unidade autônoma:

– Usar conforme sua destinação, embora o uso possa


sofrer limitações;

–  Alienar independente do consentimento dos


demais; –  Gravar com ônus reais.

Obs: o ato de alienação da parte divisa importa em


igual transferência de titularidade sobre a parte

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indivisa.

1. b) Sobre a parte indivisa:

–  Utilização da área condominial conforme sua


destinação (vestíbulo, corredores, escadas,
elevadores);

– Votar nas deliberações da assembléia e delas


participar, estando quite. Este mesmo direito
também assiste aos compossuidores que estiverem
em dia com as contribuições condominiais.           

Deveres dos condôminos:

– Contribuir para as despesas do condomínio, na


proporção de suas frações ideais (obrigação propter
rem). Em alguns casos, esta �xação é feita conforme
a área da unidade autônoma do condômino
(estipulação expressa na convenção);

– Não realizar obras que comprometam a segurança


da edi�cação;

– Não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e


esquadrias externas;

– Dar às suas partes a mesma destinação que tem a


edi�cação e não as utilizar de maneira prejudicial ao
sossego, salubridade e segurança dos possuidores ou
aos bons costumes;

– Responder o adquirente da unidade autônoma


pelos débitos condominiais existentes, com os juros e
a correção monetária.

Efeitos do inadimplemento relativo das contribuições


condominiais:

– 1% ao mês a título de juros moratórios e multa de


até 2% (cláusula penal). Esta multa, à luz do direito
anterior (art. 12, Lei n° 4.591/64), era de 20% e foi

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reduzida conforme o parâmetro estabelecido pelo


CDC.

Efeito do descumprimento dos deveres condominiais:

– multa de até 5 vezes o valor das contribuições


condominiais, independente das perdas e danos. Esta
multa deve estar prevista na convenção do
condomínio; caso contrário, a assembléia deliberará,
por 2/3 dos demais condôminos, o valor da multa.

Infrações reiteradas (incluindo a inadimplência): –


multa de até o quíntuplo das contribuições
condominiais, aprovada por deliberação de ¾ dos
demais condôminos, tomando por parâmetros a
reincidência e a gravidade das faltas; 

Comportamento incompatível com a convivência no


condomínio:

– multa de até 10 vezes o valor das contribuições


condominiais, podendo ser aplicada pelo síndico,
independente de deliberação da assembléia, que
precisa, apenas, rati�car o ato posteriormente, com
votos de ¾ dos demais condôminos.

Administração do Condomínio: Assembléia geral

Órgão deliberativo formado pelos condôminos,


equiparados a estes os promitentes-compradores e
os cessionários de direitos relativos às unidades
autônomas (art. 1.334, § 2°). Todos os condôminos
devem ser convocados à Assembléia, sob pena de
nulidade da mesma (art. 1354). Condômino
inadimplente: discussão.

Poderá, pelo voto da maioria absoluta de seus


membros, destituir o síndico que praticar
irregularidades, não prestar contas, ou não
administrar convenientemente o condomínio.

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–  Aprovar o orçamento das despesas, as


contribuições dos condôminos e a prestação de
contas;

–  Eleger substituto para o síndico;

–  Alterar a convenção, sob aprovação de 2/3 dos


votos dos condôminos;

–  Alterar a destinação do edifício ou da unidade


imobiliária, sob a aprovação unânime dos
condôminos –  Eleger o conselho �scal.

Convocações da Assembléia geral: –  Primeira


convocação: maioria absoluta dos votos dos
condôminos;

–  Segunda convocação: maioria dos votos dos


presentes, salvo quorum especial

Administração do Condomínio: Órgão deliberativo


formado pelos condôminos, equiparados a estes os
promitentes-compradores e os cessionários de
direitos relativos às unidades autônomas. Todos os
condôminos devem ser convocados à Assembléia,
sob pena de nulidade da mesma (art. 1354).
Condômino inadimplente: discussão.

Compete à Assembléia geral: –   Escolher (art. 1.347) e


destituir o síndico (art. 1.349);

–  Aprovar o orçamento das despesas, as


contribuições dos condôminos e a prestação de
contas;

–  Eleger substituto para o síndico;

–  Alterar a convenção, sob aprovação de 2/3 dos


votos dos condôminos;

–  Alterar a destinação do edifício ou da unidade


imobiliária, sob a aprovação unânime dos
condôminos –  Eleger o conselho �scal.

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Convocações da Assembléia geral: –  Primeira


convocação: maioria absoluta dos votos dos
condôminos;

–  Segunda convocação: maioria dos votos dos


presentes, salvo quorum especial

Extinção do Condomínio: O condomínio é extinto por:

– Destruição. Neste caso, a Assembléia pode, sob


voto da maioria absoluta, optar pela reconstrução ou
pela venda. Na hipótese de venda, o valor apurado
será dividido entre os condôminos conforme o valor
de sua unidade autônoma (art. 1.357, § 2°).

– Desapropriação.

Servidão predial: Aspectos Gerais: A servidão predial


é o direito real de fruição ou de gozo (jus in re aliena)
constituído, pela lei ou pela vontade das partes, em
favor de um prédio dominante, sobre outro prédio
serviente, pertencente a dono diferente. A servidão
impõe ao prédio serviente um encargo, restringindo
as faculdades de uso e de gozo do proprietário deste
prédio.

Requisitos da servidão: – Existência de dois prédios

– Encargo imposto ao prédio serviente em benefício


de outro prédio prédio (dominante);

– Prédios de propriedades distintas. 

Servidões prediais (servitutes preaediorum) x


servidões pessoais (servitutes personarum)

Servidão predial: encargo imposto ao prédio. A


servidão não se dá entre os titulares dos imóveis,
mas entre os prédios.

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Servidão pessoal: expressão em desuso que


signi�cava a relação entre a pessoa e a coisa sobre o
mesmo objeto.

Servidões prediais x passagem forçada: As passagens


forçadas pertencem ao direito de vizinhança, e
referem-se exclusivamente aos prédios encravados,
sem acesso à via pública, nascente ou porto, o que
não ocorre com as servidões. Autores há que
classi�cam a passagem forçada como uma espécie de
desapropriação e outros como uma forma especial
de servidão de passagem.

Sujeitos da relação de servidão: As servidões, uma


vez instituídas, gravam (ônus reais) o prédio serviente
em benefício do prédio dominante de forma perene,
só podendo ser extintas mediante o cancelamento do
registro.

Assim, há na servidão uma titularidade ativa


indeterminada, que recai sobre o proprietário do
prédio dominante (o dono da servidão), e
uma titularidade passiva indeterminada, que recai
sobre o proprietário do prédio serviente.

Finalidade: Limitando a faculdade de uso e de gozo


do proprietário do prédio serviente, proporcionar um
melhor aproveitamento do prédio dominante,
tornando-o mais útil, agradável ou cômodo.

Características:– Indivisibilidade (art. 1.386). A
servidão onera o prédio serviente, ainda que ele
esteja em condomínio ou que venha a ser
posteriormente parcelado. Neste caso, todos os
imóveis decorrentes do parcelamento continuarão
onerados com a servidão. Em decorrência da
indivisibilidade, as servidões não se estendem, nem
se ampliam, salvo hipóteses expressamente previstas
na lei.

– Perpetuidade. A lei regula, contudo, algumas


hipóteses de extinção da servidão.

– A servidão não se presume, devendo decorrer da lei


ou da vontade das partes (art. 696, CC/16), sendo

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necessário seu registro no Cartório de Imóveis. Em


alguns casos, o juiz determina a servidão.

– Inalienabilidade. Não pode ser vendida, total ou


parcialmente, muito menos ser gravada com outra
servidão.

Classi�cações: A) Quanto à natureza dos prédios:

– Urbanas (ex. não construir prédio além de


determinada altura) ou rurais (ex. pastagem,
trânsito).

1. B) Quanto ao modo do exercício:

– Contínuas (subsistem independente de ato humano


direto, e.g. servidão de energia  elétrica)
ou descontínuas (dependem de ação humana
seqüencial, e.g. servidão de trânsito).

– C) Quanto à exteriorização:

– Aparentes ou não aparentes. Nas servidões


aparentes há sempre marcas que indicam a
existência da servidão, como obras e outras marcas
visíveis.

1. D) Quanto à origem:

– Legais (coativas): Código de Águas, Código de Minas.

– Convencionais.

Obs: Súmula n° 415, STF: Servidão de trânsito não


titulada, mas  tornada permanente, sobretudo pela
natureza das obras realizadas, considera-se aparente,
conferindo direito à proteção possessória.

Constituição das Servidões: As servidões podem ser


constituídas por:

– Ato inter vivos. Neste caso, por força do art. 108,


CC/02, a constituição se dará por escritura pública;

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Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura


pública é essencial à validade dos negócios jurídicos
que visem à constituição, transferência, modi�cação
ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor
superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente
no País.

–  Testamento (mortis causa);

– Usucapião ordinário (prazo de 10 anos, no caso de


posse com justo título e boa-fé) ou extraordinário
(prazo vintenário).

– Sentença judicial  – Destinação do proprietário.

Exercício das Servidões: Cabe ao dono da servidão,


exceto disposição expressa no título constitutivo,
realizar todas as obras necessárias ao uso e
conservação da mesma.

Ao proprietário do prédio serviente, assiste o direito


de renúncia à propriedade ao dono da servidão.
Ainda que o proprietário do prédio dominante não
aceite a propriedade da servidão, ele continuará
obrigado a custear as obras de uso e manutenção.

Restrição e ampliação da servidão – parâmetros


legais (art. 1.385, CC/2002): �nalidade, servidão de
trânsito e necessidades de cultura ou
indústria (indenização ao proprietário do prédio
serviente).

SERVIDÃO: Extinção das Servidões:

–  Pela confusão; –  Por convenção;

–   Pela renúncia (feita por escritura pública e


registrada no Cartório de Imóveis);

–  Pelo não uso contínuo por 10 (dez) anos; –  Pelo


decurso do prazo ou implemento da condição;

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–  Pela desapropriação; –  Uma vez cessada a


utilidade ou a comodidade para o prédio dominante;

–  Resgate, feito por escritura pública;

–  Supressão das obras, nas servidões aparentes, por


efeito de contrato ou outro título.

Obs: a extinção da servidão, exceto nas hipóteses de


desapropriação, só produz e�cácia erga omnes
quando cancelada no Registro de Imóveis.

USUFRUTO: Aspectos Gerais: É direito


real intransferível, personalíssimo, sobre coisa alheia,
que atribui a uma pessoa a faculdade de usar e
fruir (usufruir) da coisa de outrem, temporariamente,
desde que não lhe altere a substância. Ao lado do uso
e da habitação, o usufruto é considerado uma
espécie de servidão pessoal, pois traduz a
subordinação de um bem a uma determinada pessoa
que não é seu titular.

É necessário o registro, no respectivo cartório, do


usufruto de bens imóveis.

Características: – Direito real limitado: reúne apenas


as faculdades de uso e gozo (fruição);

– Direito real sobre coisa alheia: o usufrutuário não


possui as faculdades de disposição e de reivindicação
(nu-proprietário);

– Direito personalíssimo: recai sobre a pessoa do


usufrutuário, que não pode transmitir o direito a
outrem, nem seus herdeiros podem suceder-lhe no
usufruto (proibição do usufruto sucessivo).

– Temporariedade: o usufruto tem limitação


temporal, diferente da perpetuidade dos direitos
reais.

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Sujeitos: – Usufrutuário: titular do direito real de


usufruto. Reúne as faculdades de uso e gozo. Tem
a posse direta, bem como a administração do bem
objeto do usufruto. Art. 1.394.

Art. 1.394. O usufrutuário tem direito à posse, uso,


administração e percepção dos frutos.

– Nu-proprietário: titular da propriedade do bem


sobre o qual recai o usufruto sendo, por
isso, possuidor indireto do mesmo. Reúne as
faculdades de disposição e reivindicação.

Objeto:–  Imóveis e móveis infungíveis e


inconsumíveis, podendo recair sobre um bem
singular (usufruto particular) ou um patrimônio
(usufruto universal). Art. 1.390, CC/2002.

Obs: pelo princípio da gravitação jurídica, o usufruto


de um bem abrange seus acessórios e acrescidos,
tendo, ao �nal do usufruto, o usufrutuário a
obrigação de restitui-los, ou o valor equivalente ao
tempo da restituição (art. 1.392, §1°). Por este
princípio sujeitar-se à autonomia privada, as partes
podem convencionar em sentido diverso (art.
1.392, caput).

Classi�cação: 1)    Quanto à origem: legal ou


convencional.

2)    Quanto ao objeto: próprio ou impróprio (quase


usufruto: recai sobre bens fungíveis ou consumíveis).

3)    Quanto à sua extensão: universal (recai sobre um


patrimônio) ou particular (recai sobre um bem
particular); pleno (abrange a totalidade dos frutos e
utilidades) ou restrito (excluem-se, por força da
autonomia privada, alguns ou todos os frutos e
utilidades).

4)    Quanto à sua duração: temporário ou vitalício.

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Obs: usufruto simultâneo e usufruto sucessivo: no


usufruto simultâneo, duas ou mais pessoas exercem
direito de usufruto sobre o mesmo bem, No usufruto
sucessivo um usufrutuário sucede ao outro.

Também não é possível o direito de acrescer no


usufruto simultâneo, a não ser que ele seja
inequivocamente previsto (art. 1.411, CC)

Art. 1.411. Constituído o usufruto em favor de duas


ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em relação a
cada uma das que falecerem, salvo se, por
estipulação expressa, o quinhão desses couber ao
sobrevivente.

Direitos do Usufrutuário: 1)   Posse. A posse do


usufrutuário é direta, justa e de boa-fé, enquanto
durar o usufruto. Caso o usufrutuário não cumpra a
sua obrigação de restituir �ndo o usufruto, a posse
passará a ser injusta (precária) e de má-fé

2)   Uso. A princípio, a faculdade de uso recai sobre


todo o bem e seus acrescidos (usufruto pleno),
incluindo as servidões, pertenças e animais.
3)   Administração.

4) Fruição. A faculdade de fruição traduz-se na


possibilidade de percepção dos frutos decorrentes do
bem objeto do usufruto.

–  Frutos naturais pendentes  início: usufrutuário:


Deveres do usufrutuário (arts. 1.400 a 1.409)

Art. 1.400. O usufrutuário, antes de assumir o


usufruto, inventariará, à sua custa, os bens que
receber, determinando o estado em que se acham, e
dará caução, �dejussória ou real, se lha exigir o dono,
de velar-lhes pela conservação, e entregá-los �ndo o
usufruto.

Parágrafo único. Não é obrigado à caução o doador


que se reservar o usufruto da coisa doada.

Incumbem ao usufrutuário:

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I – as despesas ordinárias de conservação dos bens


no estado em que os recebeu;

II – as prestações e os tributos devidos pela posse ou


rendimento da coisa usufruída.

Obrigações do Usufrutuário: 1) Determinação. O


usufrutuário deve inventariar a coisa para que, �ndo
o usufruto, a restitua tal qual a recebeu do nu-
proprietário.

2) Prestar caução (real ou �dejussória) pela


administração. Caso o usufrutuário não preste a
caução exigida pelo nu-proprietário, este poderá
administrar o bem, mediante caução feita em favor
do usufrutuário. Pela administração, o nu-
proprietário faz jus à remuneração �xada pelo juiz.

3) Conservação da coisa. O usufrutuário, porém, não


pode ser compelido a pagar as deteriorações
resultantes do exercício regular do bem, mas apenas
das deteriorações resultantes do uso abusivo do
mesmo, averiguado através da culpa do usufrutuário

4) Restituição do bem. 5) Pagamento de prestações 


tributos devidos.

6) Defesa da coisa  7) Pagamento do seguro.

Extinção do Usufruto: –  Renúncia: No caso de bens


imóveis, deverá ser feita por escritura pública.

–  Morte do usufrutuário. Por considerar o usufruto


um direito personalíssimo, o direito brasileiro não
admite usufruto sucessivo.  –  Findo o prazo.

–  Extinção da pessoa jurídica. O usufruto por pessoa


jurídica tem duração máxima de 30 anos.

–  Cessação do motivo que originou o usufruto. –


  Destruição da coisa (exceção: coisa segurada).

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–  Consolidação; culpa do usufrutuário.;  não uso.

USO: Art. 1.412. O usuário usará da coisa e perceberá


os seus frutos, quanto o exigirem as necessidades
suas e de sua família.

1oAvaliar-se-ão as necessidades pessoais do


usuário conforme a sua condição social e onde
viver.

2oAs necessidades da família do usuário


compreendem as de seu cônjuge, dos �lhos
solteiros e das pessoas de seu serviço doméstico.

Art. 1.413. São aplicáveis ao uso, no que não for


contrário à sua natureza, as disposições relativas ao
usufruto.

Tal qual o usufruto, o uso também é considerado um


direito personalíssimo sendo, portanto, inalienável,
impenhorável e intransferível. O uso deve ser
registrado no registro imobiliário.

HABITAÇÃO: Art. 1.414. Quando o uso consistir no


direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular
deste direito não a pode alugar, nem emprestar, mas
simplesmente ocupá-la com sua família.

Art. 1.415. Se o direito real de habitação for conferido


a mais de uma pessoa, qualquer delas que sozinha
habite a casa não terá de pagar aluguel à outra, ou às
outras, mas não as pode inibir de exercerem,
querendo, o direito, que também lhes compete, de
habitá-la.

Art. 1.416. São aplicáveis à habitação, no que não for


contrário à sua natureza, as disposições relativas ao
usufruto.

É o direito real de habitar com a família em imóvel


alheio. Também é direito personalíssimo e, por isso,
inalienável, impenhorável e intransferível, sendo
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vedada, inclusive, a cessão, seja a título gratuito, seja


a título oneroso.

Também são aplicadas à habitação as normas


atinentes ao usufruto, no que couber.

Art. 1.831, CC/2002: habitação do cônjuge


sobrevivente.

Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que


seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo
da participação que lhe caiba na herança, o direito
real de habitação relativamente ao imóvel destinado
à residência da família, desde que seja o único
daquela natureza a inventariar.

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