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1
BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. Ônus da prova no processo penal. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2003, p. 105.
2
FIGUEIREDO DIAS, Jorge de. Direito processual penal. Coimbra: Almedina, 1988, p. 37-40
O sistema processual penal misto (ou híbrido) foi constituído a partir dos
ideais iluministas, com o propósito de combater o sistema inquisitório.
Caracteriza-se pela divisão do processo em duas fases: fase inquisitiva e
fase acusatória.
3
FERRAJOLI, Luigi. Direito e Razão – Teoria do Garantismo Penal, 3.ª ed., São Paulo: RT,
2010, pág. 34
motivado; i) a iniciativa da colheita das provas não parte do juiz; j) em
regra, o juiz não age de ofício;
4
BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. Ônus da prova no processo penal. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2003, p. 101-102.
reminiscências do sistema inquisitório, como a produção de provas de
ofício prevista no art. 156, do CP.
5
STJ HC 143889/SP 21/06/2010
1.2 FONTES DO PROCESSO PENAL
6
MIRABETE, Júlio Fabbrini. Processo Penal, 18.ª ed., São Paulo: Atlas, 2006, pág. 32
1.3 PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL
7
DINAMARCO, Cândido Rangel; GRINOVER, Ada Pellegrini; CINTRA, Antonio Carlos de.
Teoria geral do processo. São Paulo: Malheiros, 1998, p. 82.
8
ROCHA, José de Albuquerque. Teoria geral do processo. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2005, p.
46.
9
TUCCI, Rogério Lauria. Direitos e garantias individuais no processo penal brasileiro. 2. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004, p. 69.
Como decorrência do princípio do devido processo penal, impõe-se
como regra a independência das instâncias administrativa e penal,
conforme orientação do STJ.10
10
STJ HC 77228 / RS 13/11/2007
11
PORTANOVA, Rui. Princípios do processo civil. 6. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado,
2005, p. 125.
12
MARQUES, José Frederico. Elementos de direito processual penal. 2. ed. Campinas:
Millennium, 2000. Vol. II, p. 301.
c) somente serão consideradas válidas as provas produzidas sob o pálio
da ampla defesa.
13
FERRAJOLI, Luigi. Direito e Razão – Teoria do Garantismo Penal, 3.ª ed., São Paulo: RT,
2010, pág. 32
14
ALMEIDA, Joaquim Canuto Mendes de. Princípios fundamentais do processo penal. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 1973, p. 81.
Traduz-se no binômio informação/reação: a informação é necessária, a
reação possível15. Para ser pleno, envolve a fase de conhecimento e
fase de reação.
Por isso, considera Leonardo Greco, “ninguém pode ser atingido por
uma decisão judicial na sua esfera de interesses sem ter tido ampla
possibilidade de influir eficazmente na sua formação”.17
15
Neste sentido, vide: FERNANDES, Antônio Scarance. Processo penal constitucional. 3. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003, p. 73.
16
STF HC 73.338, 1.ª Turma, DJ 19.12.1996
17
GRECO, Leonardo. Garantias fundamentais do processo: o processo justo. Revista Jurídica,
ano 51, n. 305, mar. 2003, p. 72 -73.
18
TONINI, Paolo. A prova no processo penal italiano. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002,
p. 70.
19
Neste sentido, vide: SUANNES, Adauto e COSTA, Vagner da. Procedimento investigatório
realizado pelo Ministério Público e o devido processo penal. Revista Jurídica, ano 52, n. 318,
abril de 2004, p. 93.
imputações atribuídas ao acusado; c) direito de requerer e de
acompanhar a produção das provas; d) direito de se manifestar em
relação às provas.
20
STJ HC 83875 / GO 04/08/2008
21
SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais. 3. ed. Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 2004, p. 60.
A tutela constitucional da dignidade da pessoa humana concede ao
suspeito ou ao acusado a recusa em submeterem-se a situações
degradantes, como, por exemplo, exames de partes íntimas indevidos.22
22
LÔBO, Paulo Luiz Netto. Exame de DNA e o princípio da dignidade da pessoa humana.
Notícia do direito brasileiro, n. 7, Brasília, 2000, p. 363-372.
23
STJ HC 111215 / SP 13/04/2009
O princípio da proporcionalidade é depreendido do disposto no §2.º,
do art. 5.º, da CF/88, preceituando que os direitos e garantias expressos
não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios a ela
inerentes.
24
GUERRA FILHO, Willis Santiago. Processo constitucional e direitos fundamentais. 2. ed. São
Paulo: Celso Bastos Editor, 2001, p. 61.
25
LIMA, Francisco Meton Marques de. O resgate dos valores na interpretação constitucional.
Fortaleza-CE: ABC Editora, 2001, p. 22.
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e
de advogado”.
26
COUCEIRO, João Cláudio. A garantia constitucional do direito ao silêncio. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2004, p. 148.
27
QUEIJO, Maria Elizabeth. O direito de não produzir prova contra si mesmo. São Paulo:
Saraiva, 2003, p. 81.
28
ESPINOLA FILHO, Eduardo. Código de processo penal brasileiro anotado. São Paulo:
Bookseller, 2000. Vol. 3, p. 16-18.
somente pode alegar o direito ao silêncio, quando a informação que
possui lhe auto-incrimina. Afora essa hipótese, não pode se recusar a
prestar as informações necessárias, assumindo o compromisso de dizer a
verdade.
29
CARNELUTTI, Francesco. As misérias do processo penal. São Paulo: Conan, 1995, p. 43
30
STJ RMS 22050 / RS 24/09/2007
domiciliadas em outros países em nada influenciaria na busca da
verdade real, pois inexiste referência de que, à época dos supostos
delitos, as referidas testemunhas estivessem no local dos fatos, ou sequer
no Brasil.”31
NOTE! Se uma testemunha não for elencada pela parte, o juiz poderá
ouvi-la? Sim. Guiado pelo princípio da verdade real, buscando dirimir
alguma dúvida, o juiz pode determinar de ofício a ouvida da
testemunha, conforme dispõe o art. 209, do CPP: “O juiz, quando julgar
necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas
partes”.
31
STJ HC 62751 / PB 04/06/2007
da existência de documento relativo a ponto relevante da acusação
ou da defesa, providenciará, independentemente de requerimento de
qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se possível.” Mesmo
raciocínio aplica-se em relação à busca e apreensão, conforme dispõe
o art. 242, do CPP: “A busca poderá ser determinada de ofício ou a
requerimento de qualquer das partes”.
32
STJ RHC 15134/SP 07/03/2005
33
Neste sentido, vide: MARTINS, Jorge Henrique Schaefer. A interpretação da ampla defesa
no processo penal conforme a Constituição. Revista Jurídica, ano 49, n. 289, nov. 2001, p. 89.
34
CANOTILHO, J.J. Gomes. Direito constitucional e teoria da constituição. 7. ed. Coimbra,
Portugal: Almedina, 2003, p. 347.
35
AZEVEDO, David Teixeira de. O interrogatório do réu e o direito ao silêncio. Revista dos
Tribunais. São Paulo: RT, vol. 682, p. 288, ago. 1992). No mesmo sentido: ROSSETTO, Enio
Luiz. A confissão no processo penal. São Paulo: Atlas, 2001. p. 154.
direitos da personalidade e daquela sua manifestação que é o direito à
intimidade” 36. Neste sentido, constituiriam provas ilícitas aquelas
colhidas através de violação de domicílio, de interceptação telefônica
ilegal, de lesão ao sigilo profissional, de prática de tortura, dentre outras
práticas que lesam diretamente direitos e garantias de natureza
constitucional.
36
GRINOVER, Ada Pellegrini; FERNANDES, Antônio Scarance; GOMES FILHO, Antônio
Magalhães. As nulidades no processo penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 8.ª ed., 2004,
p. 156.
conforme, inclusive, já decidiu em reiteradas decisões o Supremo
Tribunal Federal.
40
STJ RHC 23709/RS 14/06/2010
Apregoa-se a existência do princípio da publicidade como extensão do
devido processo legal.41 Na verdade, guarda relevância também na
própria fiscalização do Estado na persecução penal, quando se
procura averiguar o cumprimento dos preceitos do devido processo
legal.
41
TUCCI, Rogério Lauria. Direitos e garantias individuais no processo penal brasileiro. 2. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004, p. 69.
de proteger a produção da prova oral, assegurando, em obséquio da
verdade real, a liberdade subjetiva das testemunhas e vítimas.”42
42
STJ HC 41233/SP 06/02/2006
43
STJ HC 40280 / MG 12/04/2005
NOTE! O art. 26, do CPP (antigo procedimento judicialiforme), não foi
recepcionado pela CF/88.
1.3.20 Princípio in dubio pro reu (ou da dúvida razoável, ou do favor rei)
44
STF HC 93341/SP 05/08/2008
das garantias da vitaliciedade, da inamovibilidade e da irredutibilidade
de subsídio.
45
ROCHA, José de Albuquerque. Estudos sobre o Poder Judiciário. São Paulo: Malheiros,
1995, p. 112.
violação ao devido processo legal. 3. Funções de investigador e
inquisidor. Atribuições conferidas ao Ministério Público e às Polícias
Federal e Civil (CF, artigo 129, I e VIII e § 2.º; e 144, § 1.º, I e IV, e § 4.º). A
realização de inquérito é função que a Constituição reserva à
polícia.”.46
46
STF ADI/DF 1.570, j. 12.02.2004, Tribunal Pleno.
47
FERNANDES, Antônio Scarance. Processo penal constitucional. 3. ed. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2003, p. 73.
1.3.23 Princípio do duplo grau de jurisdição
48
STJ HC 82757 / RJ 21/06/2010
49
TUCCI, Rogério Lauria. Direitos e garantias individuais no processo penal brasileiro. 2. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004, p. 69.
50
BARROS, Suzana de Toledo. O princípio da proporcionalidade e o controle de
constitucionalidade das leis restritivas de direitos fundamentais. Brasília: Brasília Jurídica, 2000,
p 61.
NOTE! Conforme orientação do STJ, “em respeito ao princípio do juiz
natural, somente é cabível a exclusão das qualificadoras na sentença
de pronúncia quando manifestamente improcedentes e descabidas,
porquanto a decisão acerca da sua caracterização ou não deve ficar
a cargo do Conselho de Sentença, conforme já decidido por esta
Corte.”51
51
STJ HC 111552/MG 26/04/2010
52
STJ HC 154376/SP 17/12/2010
53
STJ HC 117537/DF 02/08/2010
Diante do princípio do promotor natural e da atual configuração
constitucional do Ministério Público, observa Eugênio Pacelli de Oliveira,
“torna-se absolutamente impensável a figura do promotor ad hoc, isto
é, a nomeação de advogado para o exercício temporário e precário
das funções ministeriais.”54
54
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal, 13.ª ed. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2010, pág. 443
55
STJ REsp 945556/MG 29/11/2010
traçam as atribuições das defensorias públicas, cujos membros são
revestidos de inamovibilidade.”56
Nos termos do art. 39, § 5º, do CPP, o órgão ministerial deve promover a
ação penal se estiver munido de elementos necessários ao
oferecimento da denúncia: “O órgão do Ministério Público dispensará o
inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o
habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a
denúncia no prazo de quinze dias”.
56
TÁVORA, Nestor e ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal, 4.ª
ed., Salvador: Juspodium, 2010, pág. 38
57
STJ REsp 1059368/SC 19/12/2008
58
STJ REsp 681612/GO 19/10/2009
da investigação, a faculdade de investigar e buscar a punição do autor
da infração penal, mas o dever de fazê-lo”.59
59
NUCCI, Guilherme de Sousa. Manual de Processo Penal e Execução Penal, 6.ª ed., São
Paulo: RT, 2010, pág. 49
60
BARROS, Francisco Dirceu. Direito Processual Penal – V. I, 2.ª ed. Rio de Janeiro: Campus,
pág. 30
497, do CPP); b) havendo possibilidade de tréplica, pode a defesa
inovar nas suas teses, não representando tal ponto qualquer ofensa ao
contraditório, princípio que deve ceder espaço à consagrada plenitude
de defesa; c) caso a defesa necessite de maior tempo para expor sua
tese, sentindo-se limitada pelo período estabelecido na lei ordinária,
poderá pedir dilação ao magistrado presidente, sem que isso implique
igual concessão ao representante do Ministério.” 61
61NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal, 6.ª ed.,São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2010, pág. 30
As atividades do Estado devem ser desenvolvidas por órgãos com
atribuições legais. Dessa forma, os órgãos de Polícia Judiciária possuem
a atribuição para proceder às investigações criminais, instaurando
inquérito policial. O órgão do Ministério Público possui atribuição para
ingressar com as ações cabíveis, quando da prática de infrações
penais, buscando do Estado a aplicação da tutela penal para o caso.
62
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal, 18.ª ed., São Paulo: Saraiva, 2011, pág. 34.
NOTE! O princípio da indisponibilidade comporta exceções, justamente
nas hipóteses de ação penal privada e de transação penal (art. 76, da
Lei n.° 9.099/95).
63
STJ HC 76290/DF DJe 22/09/2008
64
STJ HC 114225/SP 02/03/2009
é, aplica-se a nova lei sem prejuízo da validade dos atos realizados sob
a vigência da lei anterior.
65
STJ REsp 280656 / RJ 04/06/2001
66
STJ REsp 1021662/SP 30/11/2009
mesmo sentido: “Não há falar em violação à presunção de inocência,
pois a regressão de regime decorre da conduta indisciplinar do
apenado – que não faz jus ao benefício proporcionado pelo regime
mais brando. Não implica discussão a respeito da culpabilidade;
apenas desmerecimento pela falta grave praticada.”67 A mesma linha
de raciocínio é adotada em relação à revogação da suspensão
condicional do processo (“sursis processual”), previsto no art. 89, da Lei
n.° 9.099/95.
67
STJ REsp 1064427/RS 28/09/2009
6. Conforme orientação do STF, “nenhuma afronta ao princípio do
promotor natural há no pedido de arquivamento dos autos do inquérito
policial por um promotor de justiça e na oferta da denúncia por outro,
indicado pelo Procurador-Geral de Justiça, após o Juízo local ter
considerado improcedente o pedido de arquivamento.”68
68
STF HC 92885/CE 29/04/2008
12. Se por impedimento ou suspeição, o juiz pode comprometer sua
imparcialidade, não deve atuar no processo sob pena de nulidade. Os
impedimentos ocasionam presunção absoluta de lesão à
imparcialidade; enquanto a suspeição, apenas presunção relativa.
69
STJ CC 99023/PR DJE 28/08/2009
70
STJ HC 154740 / DF DJe 26/04/2010
3. “A defesa é de ordem pública primária (Carrara); sua função consiste
em ser a voz dos direitos legais – inocente ou criminoso o acusado.
Norteou-se o Cód. de Pr. Penal ‘no sentido de obter equilíbrio entre o
interesse social e o da defesa individual, entre o direito do Estado à
punição dos criminosos e o direito do indivíduo às garantias e
seguranças de sua liberdade’ (Exposição de Motivos). Tal a missão
reservada à defesa – de ordem pública primária e de caráter sagrado –
e tal o equilíbrio a ser observado entre os dois interesses – o social e o da
defesa –, outra compreensão não há do presente caso senão a de que
o titular do direito de defesa é o acusado, e não propriamente o
defensor. Assim, constitui nulidade a oitiva de testemunha de acusação
sem a presença dos réus, devendo-se, pois, anular o processo a partir
do momento em que foi ouvida testemunha na presença de defensores
ad hoc, os quais anuíram à tomada do depoimento sem que os ora
pacientes estivessem presentes.”71
71
STJ HC 89301/MS 25/05/2009
Rege-se ainda pela separação rigorosa das funções de investigar, de
acusar e de julgar, não podendo o juiz dar início ao processo por sua
própria vontade.
72
STJ REsp 346677/RJ 10/09/2002
de compromisso entre as idéias em choque, não se encontrando, em
sistema jurídico algum, a adoção pura e absoluta de um determinado
princípio, pois o seu antitético tem sempre guarida como fator de
mitigação do princípio prevalente. Vale dizer, o critério é mais de
preponderância do que de exclusividade.”73
73
JARDIM, Afrânio Silva. Direito processual penal. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2002, p.
39.
Resposta: Correto. No Estado Democrático de Direito, o sustentáculo do
devido processo penal constitucional é o princípio da presunção de
inocência.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
4. (AGENTE DA POLÍCIA CIVIL TO CESPE/UNB 2008) Qualquer indivíduo
que figure como objeto de procedimentos investigatórios policiais ou
que ostente, em juízo penal, a condição jurídica de imputado, tem o
direito de permanecer em silêncio, incluindo-se aí, por implicitude, a
prerrogativa processual de o acusado negar, ainda que falsamente,
perante a autoridade policial ou judiciária, a prática da infração penal.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
12. (OAB 2008.1 CESPE/UNB) O juiz deve ter plena convicção de que o
acusado é responsável pelo delito, bastando a dúvida a respeito da sua
culpa para absolvê-lo.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
2. INQUÉRITO POLICIAL
2. 1. Noções iniciais
74
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio século XXI: o dicionário da língua
portuguesa. 3. ed. São Paulo: Nova Fronteira, 1999, p. 1.656.
75
TONINI, Paolo. A prova no processo penal italiano. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002,
p. 52.
Perfilhando desse mesmo raciocínio, Eugênio Pacelli de Oliveira entende
que “a prova judiciária tem um objetivo claramente definido: a
reconstrução dos fatos investigados no processo, buscando a maior
coincidência possível com a realidade histórica, isto é, com a verdade
dos fatos, tal como efetivamente ocorridos no espaço e no tempo. A
tarefa, portanto, é das mais difíceis, quando não impossível: a
reconstrução da verdade”.76
76
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli. Curso de processo penal. 5. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2005,
p. 261.
77
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo penal. V. 1, 28. ed. São Paulo: Saraiva,
2006, p. 196.
da infração penal, mas também a forma como ocorreu, perquirindo
todas as circunstâncias relacionadas com esta.
78
ARANHA, Adalberto José Q. T. de Camargo. Da prova no processo penal. 6. ed. São Paulo:
Saraiva, 2004, p. 5.
contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de
outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; III -
exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; IV
- exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União”.
2.5 Características
79
STJ RHC 25475/SP 16/11/2010
b) Administrativo – Possui natureza meramente administrativa, porque
tem por objetivo apenas colher provas, não havendo processo
instaurado, nem acusação formal contra o investigado.
80
BONFIM, Edilson Mougenot. Curso de Processo Penal, São Paulo: Saraiva, 2006, pág. 89
inc. IV, do §3.°, do art. 136, da CF/88: “Na vigência do estado de
defesa: IV - é vedada a incomunicabilidade do preso”.
NOTE! O fato de o inquérito policial ter natureza inquisitiva não quer dizer
que o indiciado não possua garantias. O indiciado é sujeito de direitos
individuais fundamentais como toda pessoa humana. Daí porque é
bastante criticável a visão do investigado como mero “objeto de
investigação”, completamente inapropriada na nova ordem
constitucional. Aliás, no curso da investigação criminal, deve-se velar
pelo respeito à dignidade da pessoa humana. Nesse sentido, orienta-se
o STF: “O indiciado é sujeito de direitos e dispõe de garantias, legais e
constitucionais, cuja inobservância, pelos agentes do Estado, além de
eventualmente induzir-lhes a responsabilidade penal por abuso de
poder, pode gerar a absoluta desvalia das provas ilicitamente obtidas
no curso da investigação policial.”81
81
STF HC 73271/SP 19/03/1996
c) Representação da vítima – O ofendido deverá autorizar a
instauração do inquérito policial nos delitos de ação penal pública
condicionada à representação, nos termos do § 4.°, do art. 5.°, do CPP:
"O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de
representação, não poderá sem ela ser iniciado". Nas hipóteses em que
o ofendido morre ou é declarado ausente, o direito de representação
se transmite ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, nos
termos do § 1.° do art. 24, do CPP.
Como se trata de uma faculdade, pode ou não ser realizada. Por isso
mesmo, o não exercício desta não acarreta responsabilidade alguma
para a pessoa que deixou de fazer a comunicação.
82
STJ HC 93421/RO 09/03/2009
a quaisquer outras perícias; VIII - ordenar a identificação do indiciado
pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua
folha de antecedentes; IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob
o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica,
sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e
quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu
temperamento e caráter.”
83
STJ HC 130309/MS 29/06/2009
hipóteses legais, não podendo haver recusa; 2.ª posição (minoritária): O
indiciado não poderia ser compelido a passar por esta identificação,
porque estaria produzindo provas contra si mesmo. Cumpre observar
apenas que a recusa na identificação criminal não constitui crime de
desobediência, entendendo o STJ que posturas nesse sentido são
naturais de pessoas em manifestação de autodefesa.
84
STJ HC 41862/CE 24/04/2006
Importante observar que havendo elementos para a decretação da
prisão preventiva, não se pode argumentar a necessidade de dilação
de prazo (improrrogável) para a conclusão do inquérito policial, porque
já existe prova suficiente para o oferecimento da denúncia.
85
STJ HC 113169/RS 27/04/2009
QUESTÃO POTENCIAL DE PROVA! Por expressa disposição do §1.°, do art.
10, da Lei n.° 1.521/51, o prazo para a conclusão do inquérito, nas
hipóteses de crime contra a economia popular, solto ou preso o
indiciado, será de 10 dias: “Os atos policiais (inquérito ou processo
iniciado por portaria) deverão terminar no prazo de 10 (dez) dias”. Na
apuração dos crimes previstos na Lei de Drogas (Lei n.° 11.343/2006), nos
termos do art. 51, o inquérito policial será concluído no prazo de 30
(trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando
solto; podendo ainda os referidos prazos ser duplicados pelo juiz, ouvido
o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de
polícia judiciária.
2.10 Arquivamento
86
STF Informativo 388 (HC-83346)
87
STF Informativo 367 (HC-84156)
88
STF Informativo 376 (Inq-2054)
Não pode ser confundido propriamente com o boletim de ocorrência,
porque enquanto este serve apenas para deixar registrado a ocorrência
de um fato, o termo circunstanciado de ocorrência deve descrever o
fato com o maior número de detalhes possível, mesmo sendo bem mais
sucinto que o inquérito policial.
89
BONFIM, Edilson Mougenot. Curso de Processo Penal, São Paulo: Saraiva, 2006, pág. 124
O trâmite do termo circunstanciado de ocorrência assemelha-se ao do
inquérito policial, sendo encaminhado ao Juiz. Logo em seguida, este
remete ao titular da ação penal. Importante destacar que parcela
considerável da doutrina entende que não deveria passar pelo Juiz,
devendo ser encaminhado diretamente ao Ministério Público oficiante
no Juizado Especial Criminal, justamente por ser este o interessado direto
como dominus litis.
90
STJ HC 50973/RN 17/12/2007
3. Em regra, as diligências probatórias não necessitam de autorização
judicial (discricionariedade). Contudo, determinadas atividades
dependem de autorização judicial, como a decretação das prisões,
das interceptações telefônicas, da busca e apreensão domiciliar, da
quebra de sigilo bancário, do sequestro de bens, do exame de
insanidade mental, dentre outras.
91NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal, 6.ª ed.,São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2010, pág. 101
ordem, não podendo ser descumprida. A autoridade policial pode se
recusar a instaurar o inquérito no caso de requerimento, mas não se for
requisição. Incumbirá à autoridade policial, nos termos do art. 13, do
CPP, fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à
instrução e julgamento dos processos; bem como realizar as diligências
requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público.
13. A qualificação do indiciado deve ser direta, salvo quando não for
possível, ocasião em que a autoridade procederá à sua qualificação
indireta.
14. De acordo com a corrente majoritária, o direito ao silêncio não
autoriza o indiciado a deixar de fornecer dados acerca da sua
qualificação.
22. De acordo com o art. 41, da Lei n.° 8.635/93 (Lei Orgânica Nacional
do Ministério Público), dentre as inúmeras prerrogativas do membro do
Ministério Público encontra-se a de não ser indiciado em inquérito
policial. Conforme dispõe o parágrafo único do referido dispositivo,
quando no curso de investigação, houver indício da prática de infração
penal por parte de membro do Ministério Público, a autoridade policial,
civil ou militar remeterá, imediatamente, sob pena de responsabilidade,
os respectivos autos ao Procurador-Geral de Justiça, a quem competirá
dar prosseguimento à apuração.
27. Nos crimes de ação penal privada, o inquérito somente pode ser
instaurado enquanto não tenha decaído o direito de queixa, isto é, no
prazo de 6 (seis) meses, contado a partir do momento em que se sabe
quem o autor.
28. Em razão do novo Código Civil, não se aplica mais o art. 15, do CPP,
porque a maioridade civil absoluta passou a ser obtida com 18 anos.
33. Nos termos do inc. II, do art. 91, do CP, são efeitos da condenação a
perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro
de boa-fé, dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas
cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; e
do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua
proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.
36. O inquérito policial não pode ser instaurado se não existe justa causa
(ex.: a narrativa de um adultério evidentemente não configura crime).
92
STJ HC 106040/SP 08/09/2008
93
STJ AgRg no HC 128997 / SP17/12/2010
94
STJ HC 103566/RJ 01/12/2008
atipicidade da conduta ou uma causa extintiva da punibilidade
estejam evidentes, independente de investigação probatória.”95
95
STJ HC 106040/SP 08/09/2008
96
STJ HC 113906/PR 13/12/2010
97
STJ AgRg no RHC 23430/RJ 03/11/2008
pedido de quebra do sigilo bancário, diligência imprescindível para a
conclusão da fiscalização e, conseqüentemente, para a apuração de
eventual débito tributário. Deste modo, entendo possível a instauração
de inquérito policial para apuração de crime contra a ordem tributária,
antes do encerramento do processo administrativo-fiscal, quando for
imprescindível para viabilizar a fiscalização.”98
98
STF HC 95443 / SC 02/02/2010
99
STJ HC 118829 / BA DJe 02/08/2010
Resposta: Correto. Somente excepcionalmente se admite o
trancamento do inquérito policial, sempre por determinação judicial, via
habeas corpus.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
10. (AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL CESPE/UNB 1997) Embora já relatado o
inquérito policial, o representante do Ministério Público poderá
determinar a realização de exame pericial na faca que teria sido
utilizada pelos indiciados para constranger a vítima à conjunção carnal.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
20. (AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL CESPE/UNB 1997) Poderá representar
pela prisão preventiva de Traíra, após as providências legais pertinentes.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
27. (PROCURADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO CESPE/UNB 2009)
Mesmo em face do princípio da obrigatoriedade, vigente no
ordenamento processual penal, a autoridade policial não tem o dever
de instaurar inquérito policial quando é informada da ocorrência de
crime que se apure mediante ação penal pública.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
61. (PROCURADOR DO BANCO CENTRAL 2009 CESPE/UNB) Sua finalidade
investigatória objetiva dar elementos para a opinio delicti do órgão
acusador de que há prova suficiente do crime e da autoria, para que a
ação penal tenha justa causa. Para a ação penal, justa causa é o
conjunto de elementos probatórios razoáveis sobre a existência do
crime e da autoria.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
66. (ESTAGIÁRIO DA DEFENSORIA PÚBLICA SÃO PAULO CESPE/UNB 2008)
O IP é a única forma de início da persecução penal.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
71. (PROMOTOR DE JUSTIÇA SERGIPE CESPE/UNB 2010) O MP, diante da
fiscalização intraorgânica e daquela desempenhada pelo CNMP, não
está permanentemente sujeito ao controle jurisdicional dos atos que
pratique no âmbito das investigações penais que promova ex propria
auctoritate.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
3. AÇÃO PENAL
3.1 Conceito
a) Interesse de agir
100
MARQUES, José Frederico. Elementos de direito processual penal. Vol. I, 2. ed. Campinas,
SP: Millennium, 2000, p. 358.
Já na ação penal privada, o ofendido é o titular da ação penal,
possuindo a faculdade de ingressar ou não com a ação privada, em
face da disponibilidade do bem jurídico protegido.
101
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal, 13.ª ed. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2010, pág. 85
Consiste na possibilidade do pedido ser viabilizado, levando-se em
conta as disposições normativas existentes no ordenamento jurídico
processual, sempre guiado por princípios constitucionais. A ausência de
possibilidade jurídica do pedido gera a situação denominada
“carência da ação”, ensejando ação de habeas corpus para trancar o
processo penal.
d) Justa causa
Nos termos do inc. III, do art. 395, do CPP, a denúncia ou queixa será
rejeitada quando faltar justa causa para o exercício da ação penal.
Encontra-se também no inc. I, do art. 648, do CPP, como uma das
hipóteses de coação ilegal a ensejar a impetração de habeas corpus.
102
STJ HC 38417/BA 07/03/2005
enquanto lastro mínimo de prova, a demonstrar a viabilidade da
pretensão deduzida.”103
103
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal, 13.ª ed. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2010, pág. 104
104
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal, 13.ª ed. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2010, pág. 84
A ação penal pública pode ser:
a) Princípio da obrigatoriedade.
105
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal, 13.ª ed. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2010, pág. 443
O princípio da obrigatoriedade da ação penal, ensina Guilherme de
Sousa Nucci, “significa não ter o órgão acusatório, nem tampouco o
encarregado da investigação, a faculdade de investigar e buscar a
punição do autor da infração penal, mas o dever de fazê-lo.” 106
b) Princípio da indisponibilidade.
106
NUCCI, Guilherme de Sousa. Manual de Processo Penal e Execução Penal, 6.ª ed., São
Paulo: RT, 2010, pág. 49
O princípio da indisponibilidade, decorrente do princípio da
obrigatoriedade, vigora em toda a persecução criminal, desde a fase
do inquérito policial até a fase processual. Em razão deste, o Ministério
Público não pode desistir da ação penal já instaurada, nos termos do
art. 42 do CPP: “O Ministério Público não poderá desistir da ação penal”.
Em outras palavras, não tem livre arbítrio para desistir.
c) Princípio da oficialidade.
d) Princípio da divisibilidade.
107
STJ HC 38278/ SC 10/10/2005
A ação penal pública somente pode ser iniciada por meio de denúncia
oferecida pelo Ministério Público.
b) disponibilidade
c) indivisibilidade
3.8 Perempção
108
STJ HC 88856/BA 19/05/2008
Ao término da investigação criminal, o membro do Ministério Público
resolve solicitar o arquivamento, por estar convicto que o cônjuge traído
agiu em legítima defesa da honra.
NOTE! Em face das disposições do Novo Código Civil, não se aplica mais
o art. 34 do CPP, que previa a legitimidade concorrente do ofendido
com seu representante legal para o ajuizamento da queixa-crime, na
hipótese de ser o primeiro maior de 18 anos e menor de 21 anos.
109
STJ HC 59591/RN, 15.08.2006.
8. Havendo vestígios nos crimes contra a propriedade imaterial, o
exame pericial é condição específica de procedibilidade para a ação
penal, conforme preceitua o art. 525, do CPP: “No caso de haver o
crime deixado vestígio, a queixa ou a denúncia não será recebida se
não for instruída com o exame pericial dos objetos que constituam o
corpo de delito”.
110
STJ HC 167272 / RJ 04/10/2010
111
STJ HC 91371/MG DJe 16/06/2008
112
STJ REsp 1161830/PR 04/10/2010
humana.”113 No caso de autoria coletiva, a conduta dos agentes deve
ser devidamente individualizada, ainda que não haja uma descrição
pormenorizada.
113
STJ REsp 1161830 / PR 04/10/2010
114
STJ HC 113094 / BA 18/05/2009
Resposta: Errado. A ação penal pública incondicionada continua sendo
regida pelo princípio da divisibilidade. A recente reforma do CPP não
submeteu a ação penal pública incondicionada ao princípio da
indivisibilidade. O não oferecimento imediato da denúncia não implica
na renúncia tácita ao jus puniendi estatal, pois o princípio da
indivisibilidade não é aplicável à ação penal pública incondicionada,
diferentemente da ação penal privada.115
115
STJ HC 95344/RJ 15/12/2009
Público, apresentando uma queixa-crime contra Joaquim, pela prática
do crime de estelionato básico. Por ocasião da instrução criminal,
Joaquim reparou o dano causado, e Pedro concedeu o perdão, que
foi aceito prontamente pelo querelado. Nessa situação, caberá ao juiz
declarar a extinção da punibilidade e arquivar os autos.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
4. (PROCURADOR DO BANCO CENTRAL 2009 CESPE/UNB) Quando inepta,
a denúncia não pode ser rejeitada, mas é possível trancar a ação
penal por meio de habeas corpus.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
10. (ANALISTA DPU CESPE/UNB 2010) Nos crimes de ação pública
condicionada a representação, poderá a autoridade policial lavrar o
auto de prisão em flagrante e o MP, oferecer denúncia, restando,
contudo, o prosseguimento da persecução penal em juízo pendente de
manifestação posterior do ofendido ou de seu representante,
ratificando os atos praticados, dentro do prazo legal assinalado pela lei
de regência.
Resposta: Errado.
11. (ANALISTA DPU CESPE/UNB 2010) Nas ações penais privadas, admite-
se a extinção da punibilidade do agente pela decadência e pela
perempção.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
15. (JUIZ DE DIREITO CEARÁ 2005 CESPE/UNB) Nos crimes societários, de
acordo com o entendimento do STJ, é dispensável na denúncia a
descrição minuciosa e individualizada da conduta de cada acusado,
bastando, para tanto, que seja narrada a conduta delituosa de forma a
possibilitar o exercício da ampla defesa.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
22. (OAB 2008.1 CESPE/UNB) Nos crimes contra a honra do presidente da
República, a requisição do ministro da Justiça é condição de
procedibilidade para a ação penal, que deve ser providenciada no
prazo legal de seis meses a contar da data do fato.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Correta.
28. (MINISTÉRIO PÚBLICO SE CESPE/UNB 2010) Em recente decisão, o STF
entendeu que é possível a instauração de inquérito policial para
apuração de crime contra a ordem tributária, antes do encerramento
do processo administrativo-fiscal, quando isso for imprescindível para
viabilizar a fiscalização.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
34. (PROCURADOR DO BANCO CENTRAL 2009 CESPE/UNB) O vício de
legitimidade leva à carência da ação e, no processo penal, é causa de
nulidade absoluta.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
41. (ANALISTA DA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO CESPE/UNB 2010
ADAPTADA) As chamadas condições de procedibilidade, para a
doutrina, constituem situações específicas a serem atendidas antes da
propositura de todas as ações penais públicas condicionadas.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
4. AÇÃO CIVIL
4.1 Conceito
Somente faz coisa julgada no cível, nos termos do art. 65, do CPP, a
sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de
necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever
legal ou no exercício regular de direito.
Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil
poderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamente,
reconhecida a inexistência material do fato (art. 66, do CPP).
116
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli. Curso de processo penal. 5. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2005,
p. 261.
4.3 Dicas imprescindíveis
117
STJ REsp 171918/MG 23/08/2004
118
STJ RMS 23044/PR 08/06/2009
119
STJ HC 124398/SP 18/05/2009
1. (JUIZ DE DIREITO DO PIAUÍ 2007 CESPE/UNB) Se o réu for absolvido na
sentença penal em face de o fato não constituir infração penal, fica
impedida a via civil para reparação do dano.
Resposta: Errada.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
5. SUJEITOS PROCESSUAIS
5.1 Juiz
f) Princípio da publicidade
Se a decisão judicial é ato de poder, e se o processo é instrumento para
o exercício da democracia participativa, então se impõe a publicidade
de todos os seus atos. (Art. 92, IX, da CF/88 – Somente pode ser limitada
por razões de interesse público).
g) Princípio da inércia.
a) Vitaliciedade
b) Inamovibilidade
c) Irredutibilidade de subsídio.
NOTE! O juiz deve declarar-se suspeito caso seja amigo ou inimigo das
partes, ou esteja interessado no feito, mas não quando a parte o injuriar
de propósito. Neste último caso, não se poderá falar de suspeição,
conforme dispõe o art. 256, do CPP: “A suspeição não poderá ser
declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de
propósito der motivo para criá-la.”
Nesse sentido, dispõe o art. 261, do CPP: “Nenhum acusado, ainda que
ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor”.
c) irredutibilidade de subsídio.
NOTE! Proibições ligadas ao exercício da atividade do Ministério Público:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários,
percentagens ou custas processuais; b) exercer a advocacia; c)
participar de sociedade comercial, na forma da lei; d) exercer, ainda
que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de
magistério; e) exercer atividade político-partidária; f) receber, a
qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em
lei.
Caso atue como fiscal da lei, deve buscar a correta aplicação desta,
devendo neste caso assumir uma posição de imparcialidade.
120
STJ HC 24079/PB 29/09/2003
4. Conforme jurisprudência do STJ, constitui prerrogativa da Defensoria
Pública, ou de quem lhe faça as vezes, a intimação pessoal para todos
os atos do processo, sob pena de nulidade absoluta por cerceamento
de defesa.
121
STJ RHC 17797/SP 19/09/2005
122
STJ REsp 1104049 RS DJe 13/10/2009
interrogado, declare o nome do mesmo, independentemente do
instrumento de mandato, nos termos do art. 266, do CPP.
Resposta: Errado.
Resposta: Correta.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
6. PROVA NO PROCESSO PENAL
123
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio século XXI: o dicionário da língua
portuguesa. 3. ed. São Paulo: Nova Fronteira, 1999, p. 1.656.
124
VALLE FILHO, Oswaldo Trigueiro do. A ilicitude da prova: teoria do testemunho de ouvir
dizer. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004, p. 37
125
ROCHA, José de Albuquerque. Teoria geral do processo. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2005, p.
244.
126
TORNAGUI, Hélio Bastos. Instituições de processo penal. Vol. 3. Rio de Janeiro: Forense,
1959, p. 412.
Em síntese, a prova pode ser conceituada como o instrumento por meio
do qual o juiz reconstrói os fatos passados.
6.2 Função
127
TORNAGUI, Hélio. Curso de processo penal. V.I. 10. ed. , São Paulo: Saraiva, 1997, p.
270.
128
ARANHA, Adalberto José Q. T. de Camargo. Da prova no processo penal. 6. ed. São Paulo:
Saraiva, 2004, p. 5.
violação de direito material (provas ilícitas), seja por violação de
disposições processuais (provas ilegítimas).
129
AVOLIO, Luiz Francisco Torquato. Provas ilícitas: interceptações telefônicas, ambientais e
gravações clandestinas. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003, p. 28.
130
TUCCI, Rogério Lauria. Direitos e garantias individuais no processo penal brasileiro. 2. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004, p. 226.
Fala-se ainda no direito à prova idônea, isto é, aquela legitimamente
produzida com respeito aos direitos e garantias individuais fundamentais
da pessoa humana.
131
CARNELUTTI, Francesco. As misérias do processo penal. São Paulo: Conan, 1995, p. 45.
No sistema inquisitivo, não existe direito à contraprova. O mesmo órgão
estatal reúne as funções de investigar, acusar e julgar, numa busca
ilimitada da verdade, não importando a idoneidade da prova.
132
FERRAJOLI, Luigi. Direito e Razão – Teoria do Garantismo Penal, 3.ª ed., São Paulo: RT,
2010, pág. 32
133
JARDIM, Afrânio Silva. Direito processual penal. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2002, p.
205.
b) Fatos intuitivos (ou axiomáticos) - Por ser algo evidente, não necessita
de prova (ex.: se o corpo de uma pessoa foi encontrado carbonizado, é
evidente que a pessoa está morta).
NOTE! O direito não precisa ser provado, porque o juiz tem a obrigação
de conhecê-lo (iure novit curia). Entretanto, se for estadual, municipal,
alienígena ou consuetudinário, deverá a parte que o alegar prová-lo.
134
TORNAGUI, Hélio. Curso de processo penal. V.I. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 1997, p. 271.
NOTE! As provas indiciárias (não plenas) não servem para condenar, isto
é, para formar juízo de certeza. Podem ser utilizadas, por exemplo, para
efeito de decretar uma prisão preventiva, desde que presentes uma de
suas hipóteses.
135
BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. Ônus da prova no processo penal. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2003, p. 173.
Destarte, esclarece o autor, o ônus é uma faculdade cujo exercício é
necessário para a obtenção de um interesse.
136
STF HC 73.338 1996
Ministério Público, nos crimes de ação penal pública; quer pelo
querelante, nos crimes de ação penal privada.”137
NOTE! Na revisão criminal, não vigora o princípio in dubio pro reu. E mais:
o ônus da prova pertence ao condenado, autor da ação.
NOTE! A prova não é obrigação, mas sim o ônus. Qual a exata diferença
entre obrigação e ônus. A obrigação consiste num dever que, se for
descumprido, acarreta violação legal, acarrretando uma sanção. Já o
ônus consiste numa faculdade que, se for exercida, pode acarretar
benefícios; e se não o for, simplesmente deixará de acarretar uma
vantagem para a parte.
137
BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. Ônus da prova no processo penal. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2003, p. 174.
da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências
para dirimir dúvida sobre ponto relevante.
138
GRINOVER, Ada Pellegrini; FERNANDES, Antônio Scarance; GOMES FILHO, Antônio
Magalhães. As nulidades no processo penal. 8. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004, p.
150
d) Princípio da igualdade – Destina-se a garantir as partes as mesmas
oportunidades na produção das provas, equilibrando a relação
processual, de forma a garantir um processo justo.
139
JARDIM, Afrânio Silva. Direito processual penal. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense,2002, p.
280.
ao processo. Por isso mesmo, as provas são livremente compartilhadas
pelas partes. Na verdade, as célebres expressões “prova da acusação”
e “prova da defesa” constituem atecnia do ponto de vista jurídico
processual.
140
RANGEL, Paulo. Investigação criminal direta pelo Ministério Público: visão crítica. 2. ed.
São Paulo: Lumen Juris, 2003, p. 136.
141
CARNELUTTI, Francesco. As misérias do processo penal. São Paulo: Conan, 1995, p. 43.
Esse compromisso com a verdade, observa Luiz Flávio Gomes, somente
existe a partir do momento em que o juiz assume uma postura ético-
constitucional, passando a perseguir o valor “justiça” numa função
reflexiva, e não de mera subsunção ao texto da Lei. O juiz “boca de lei”
não atende mais aos anseios da sociedade complexa dos dias atuais. 142
142
Neste sentido, vide: GOMES, Luiz Flávio. Direito de apelar em liberdade - Conforme a
Constituição Federal e a Convenção Americana sobre Direitos Humanos. 2. ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 1996, p. 101.
Algumas provas produzidas antecipadamente, em caráter cautelar,
não estão sujeitas à repetição, como, por exemplo, as interceptações
telefônicas. Pela própria natureza desta prova, não haverá como repeti-
la em juízo. Outro exemplo interessante é a busca domiciliar na fase de
investigação. No mesmo sentido, as perícias realizadas nos vestígios do
crime, quando estes estão sujeitos ao desaparecimento com o decurso
do tempo.
143
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo penal. V. 3, 18. ed. São Paulo: Saraiva,
1997, p. 241.
julgamento. Obviamente, a completa ausência de fundamentação
terminava gerando decisões arbitrárias, injustas.
144
AVOLIO, Luiz Francisco Torquato. Provas ilícitas: interceptações telefônicas, ambientais e
gravações clandestinas. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003, p. 37.
145
MARQUES, José Frederico. Elementos de direito processual penal. Vol. II, 2. ed. Campinas,
SP: Millennium, 2000, p. 358.
NOTE! Em vários julgados, o STJ consagrou o princípio do livre
convencimento motivado: “Quanto ao sistema de valoração das
provas, o legislador brasileiro adotou o princípio do livre convencimento
motivado, segundo o qual o juiz, extraindo a sua convicção das provas
produzidas legalmente no processo, decide a causa de acordo com o
seu livre convencimento, em decisão devidamente fundamentada.” 146
6.14.2 Peritos
146
STJ HC 64657 / PR 20/11/2007
enquanto os não oficiais são profissionais convocados para auxiliar o
juiz.
O exame pericial somente poderá ser realizado por peritos não oficiais,
quando não existir no local perito oficial.
Se for realizado por perito oficial, a perícia pode ser realizada por um
único perito. Contudo, na falta de perito oficial, o exame deve ser
realizado por dois peritos não oficiais.
147
B O N F I M, E d i l s o n Mo u g e n o t . C u r s o d e P r o c e s s o P e n a l , S ã o P a u l o : S a r a i va , 2 0 0 6 ,
pág. 293
Já indireto é o exame realizado por outros meios, quando não for
possível realizar o exame direto, em razão do desaparecimento do
corpo de delito, podendo consistir, inclusive, numa outra perícia (ex.:
prontuários médicos, atestados médicos).
Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestígios, dispõe o art. 167, do CPP, a prova
testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à
perícia, requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou
para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e
os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados
com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as
respostas em laudo complementar; e ainda indicar assistentes técnicos
que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou
ser inquiridos em audiência (art. 160, CPP).
Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de
base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que
manterá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para
exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação.
Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de
conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais
de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico
(§7.°, art. 159, CPP).
O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a
qualquer hora.
A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os
peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita
antes daquele prazo, o que declararão no auto.
Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do
cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as
lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver
necessidade de exame interno para a verificação de alguma
circunstância relevante (parágrafo único, art. 162, do CPP). Trata-se de
hipótese de fato axiomático (ou intuitivo), isto é, algo que se prova por
ser evidente. Assim, o exame é dispensado, porque a causa da morte é
evidente.
Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade
providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se
realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado.
O administrador de cemitério público ou particular indicará o lugar da
sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta
de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar
não destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas
necessárias, o que tudo constará do auto.
Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem
encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões
externas e vestígios deixados no local do crime.
Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando
possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou
desenhos, devidamente rubricados.
Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-
se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou
repartição congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se
auto de reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o
cadáver, com todos os sinais e indicações.
Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos os objetos
encontrados, que possam ser úteis para a identificação do cadáver.
Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido
incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação
da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do
Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de
delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, §
1o, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30
dias, contado da data do crime.
A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova
testemunhal.
Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a
infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se
altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão
instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.
Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das coisas e
discutirão, no relatório, as conseqüências dessas alterações na
dinâmica dos fatos.
Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente
para a eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os
laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas,
desenhos ou esquemas.
Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a
subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de
descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e
em que época presumem ter sido o fato praticado.
Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destruídas,
deterioradas ou que constituam produto do crime.
Se impossível a avaliação direta, os peritos procederão à avaliação por
meio dos elementos existentes nos autos e dos que resultarem de
diligências.
No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que
houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou
para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais
circunstâncias que interessarem à elucidação do fato.
No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de
letra, observar-se-á o seguinte:
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será
intimada para o ato, se for encontrada;
II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a
dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos
como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida;
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os
documentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos,
ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados;
IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem
insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o
que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo,
esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que se
consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever.
Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da
infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficiência.
A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato da
diligência.
No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo
deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das
partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante.
Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos na precatória.
No caso do art. 159, o exame será requisitado pela autoridade ao
diretor da repartição, juntando-se ao processo o laudo assinado pelos
peritos.
No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavrará o auto respectivo, que
será assinado pelos peritos e, se presente ao exame, também pela
autoridade.
No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, que poderá ser
datilografado, será subscrito e rubricado em suas folhas por todos os
peritos.
Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do
exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um
redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um
terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar
proceder a novo exame por outros peritos.
No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões,
obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a
formalidade, complementar ou esclarecer o laudo.
A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo exame,
por outros peritos, se julgar conveniente.
O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no
todo ou em parte (art. 182, CPP).
Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade
policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for
necessária ao esclarecimento da verdade.
148
STJ HC 83875/GO 25/03/2008
ampla defesa, garantindo ao acusado o direito de conhecer
previamente as provas produzidas na instrução antes de se manifestar.
Assim, o ofendido será ouvido. Logo depois, haverá o depoimento das
testemunhas elencadas pela acusação e pela defesa. Em seguida, se
for o caso, haverá a ouvida de peritos, acareações, reprodução
simulada dos fatos, reconhecimento de pessoas, dentre outras
diligências probatórias. Somente no final da instrução haverá o
interrogatório, oportunidade em que o acusado poderá se defender e
contraditar as provas produzidas.
Importante destacar que a todo tempo o juiz poderá proceder a novo
interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das
partes (art. 196, do CPP).
Existe alguma hipótese em que o interrogatório poderá ocorrer de
forma isolada, isto é, sem ser em audiência concentrada? Sim. Se não
comparecer à audiência una, após regular citação (pessoalmente ou
por hora certa), será considerado revel. Nesse caso, a audiência
ocorrerá sem a sua presença. Se depois comparecer, o juiz deverá
realizar seu interrogatório numa audiência isolada, em nome dos
princípios da ampla defesa e do contraditório.
Novo interrogatório pode ocorrer na fase recursal, por expressa
disposição do art. 616, do CPP: “No julgamento das apelações poderá
o tribunal, câmara ou turma proceder a novo interrogatório do
acusado, reinquirir testemunhas ou determinar outras diligências”.
149
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal, 6.ª ed.,São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2010, pág. 356.
suspensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a
cumpriu e outros dados familiares e sociais (§ 1o).
NOTE! O art. 194, do CPP, foi revogado expressamente pela Lei n.°
10.792/2003. Dessa forma, não se fala mais em nomeação de curador
para acusado menor de 21 anos, porque este é absolutamente capaz
a partir dos seus 18 anos de idade.
NOTE! A falta de aviso ao acusado do direito ao silêncio gera nulidade
absoluta? Não. Gera apenas nulidade relativa, conforme posição do
STJ: “Não há que se falar em nulidade do processo por falta de aviso ao
réu do direito ao silêncio no ato do interrogatório judicial, se não se
observa a comprovação do efetivo prejuízo para a defesa, ainda mais
estando o réu acompanhado de seu advogado, que deteve-se em
silêncio no momento da alegada omissão.”150
6.16 Confissão
150
STJ HC 66298/PE 05/11/2007
151
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal, 6.ª ed.,São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2010, pág. 375.
sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do
processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou
concordância”.
152ESPINOLA FILHO, Eduardo. Código de processo penal brasileiro anotado. São Paulo:
Bookseller, 2000. Vol. 3, p. 16-18.
criminal, porque pode se manifestar ainda em outro âmbito (ex.:
inquérito civil, na hipótese de ação civil pública).
Características da confissão:
6.17 Do ofendido
6.18.1 Conceito
153
STJ HC 64774/SP 12/05/2008
A testemunha cumpre obrigação. Dessa forma, não pode se recusar a
depor. Caso se recuse, será conduzida coercitivamente, nos termos do
art. 218, do CPP: “Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de
comparecer sem motivo justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade
policial a sua apresentação ou determinar seja conduzida por oficial de
justiça, que poderá solicitar o auxílio da força pública”.
De acordo com o art. 217, do CPP, “se o juiz verificar que a presença do
réu poderá causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à
testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do
depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente na
impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu,
prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor.”
Importante observar, nos termos do inc. III, do art. 226, do CPP, que, se
houver razão para recear que a pessoa chamada para o
reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não
diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a
autoridade providenciará para que esta não veja aquela.
6.20 Acareação
Pode ser realizada, dispõe o art. 229, do CPP, entre acusados, entre
acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou
testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre
que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias
relevantes. E nos termos do parágrafo único do mesmo dispositivo, os
acareados serão reperguntados, para que expliquem os pontos de
divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação.
6.21 Documentos
Inicialmente, cabe observar, nos termos do art. 231, do CPP, que, salvo
os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos
em qualquer fase do processo.
154
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal, 6.ª ed.,São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2010, pág. 435
Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua juntada
imediata, serão, se necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na
falta, por pessoa idônea nomeada pela autoridade (art. 236, do CPP).
Divide-se em:
a) busca domiciliar;
b) busca pessoal.
2.° - Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste os
moradores mais do que o indispensável para o êxito da diligência
(art. 248, do CPP)
155
GRECO FILHO, Vicente. Interceptação Telefônica. São Paulo: Saraiva, 2.ª ed., 2001, p. 96.
156
STJ HC 94945/SP DJe 23/08/2010
com reclusão.157 Em síntese, pode ocorrer antes ou depois de instaurado
o processo, ou mesmo antes do inquérito policial.
157
STJ HC 136659 / SC DJe 03/05/2010
prova em investigação criminal ou em instrução processual penal, bem
como documentos colhidos na mesma investigação, podem ser usados
em procedimento administrativo disciplinar, contra a mesma ou as
mesmas pessoas em relação às quais foram colhidos, ou contra outros
servidores cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessas
provas”.158 Em síntese, desde que respeitados o contraditório e a ampla
defesa, é admissível a prova emprestada.
158
STF, Pet 3.683 QO/MG, j. 13.08.2008.
159
STJ, RHC 13.274/RS, j. 19.08.2003.
A interceptação das comunicações telefônicas, nos termos do art. 3.°,
poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: I – da
autoridade policial, na investigação criminal; II – do representante do
Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual
penal.
160
STJ, HC 110.644/RJ, 2008/0151933-8, j. 16.04.2009.
161
Ver JESUS, Damásio de. e PANTALEÃO, Leonardo. Interceptações Telefônicas e a Tutela
da Cidadania. São Paulo: Damásio de Jesus, p. 56.
162
STF HC n.º 84.301/SP DJ de 24.03.2006.
163
STJ HC 152092 / RJ DJe 28/06/2010 e STF HC 91207 MC / RJ 11/06/2007
O sigilo é indispensável nesse meio de prova, sob pena de frustrar todo
o procedimento. Todavia, cessada por completo a interceptação, o
investigado, no inquérito policial, ou o acusado, no processo criminal,
têm o direito de ter acesso a todas as informações colhidas.
164
GOMES, Luiz Flávio e CERVINI, Raúl. Interceptação Telefônica. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2007, p. 230.
com aqueles, punidos com detenção, não há porque excluí-los da
denúncia, diante da possibilidade de existirem outras provas hábeis a
embasar eventual condenação”.165 Mesma linha de raciocínio é seguida
pelo STF.166
165
STJ, RHC 13.274/RS, j. 19.08.2003.
166
Ver Informativo 365.
167
GRINOVER, Ada Pellegrini; FERNANDES, Antônio Scarance; GOMES FILHO, Antônio
Magalhães. As nulidades no processo penal. São Paulo: RT, 8. ed., 2004, p. 157.
AVOLIO, Luiz Francisco Torquato. Provas ilícitas: interceptações telefônicas, ambientais e
gravações clandestinas. 3. ed. São Paulo: RT, 2003, p. 43.
prova ilícita, vista como prova obtida com violação a garantia ou
direito fundamental estabelecido na Constituição.”169
169
FERNANDES, Antônio Scarance. Processo penal constitucional. 3. ed. São Paulo: RT, 2003,
p. 85.
170
TORNAGUI, Hélio. Curso de processo penal. 10. ed., São Paulo: Saraiva, 1997. V.I, p. 306.
ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas
constitucionais ou legais”.
171
GRINOVER, Ada Pellegrini; FERNANDES, Antônio Scarance; GOMES FILHO, Antônio
Magalhães. As nulidades no processo penal. 8. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004, p.
162.
172
AVOLIO, Luiz Francisco Torquato. Provas ilícitas: interceptações telefônicas, ambientais e
gravações clandestinas. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003, p. 68.
173
Neste sentido, vide: GOMES FILHO. Antônio Magalhães. Direito à prova no processo penal.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997, p. 250
Quando a prova ilícita for introduzida no processo, a solução é a sua
exclusão, por meio de desentranhamento. Assim, dispõe o §3.°, do art.
157, do CPP: “Preclusa a decisão de desentranhamento da prova
declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial,
facultado às partes acompanhar o incidente.
174
STJ RMS 19512 / PR 19/06/2007
vige o Princípio da Verdade Real, daí o dever do magistrado, caso as
partes não a arrolem, de ofício determinar a sua inquirição.”175
175
STJ AgRg no REsp 445172 / DF 07/06/2005
176
STJ HC 66600/MG 10/05/2007
177
STJ HC 35256 / SP 02/02/2006
11. A previsão legal das provas, no CPP, é taxativa? Não. Trata-se de
previsão meramente exemplificativa, não excluindo outros meios de
prova, daí surgindo a expressão “prova inominada”.
178
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal, 6.ª ed.,São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2010, pág. 357.
179
STJ HC 86673/SC 05/10/2009
27. A formulação de perguntas pela defesa ao réu é obrigatória? Não,
mesmo porque ao acusado é resguardado o direito ao silêncio.
30. O que deve fazer a defesa se o juiz indeferir uma pergunta? Deve
requerer que o indeferimento conste em ata para alegá-lo futuramente
em preliminar de recurso de apelação como nulidade por
cerceamento indevido de defesa.
33. Na ação penal privada, o juiz pode ouvir uma pessoa como
testemunha do juízo, mesmo que esta não tenha sido elencada pelo
querelante e pelo querelado? Sim. Conforme orientação majoritária,
poderá fazê-lo em nome do princípio da busca da verdade real,
180
STJ HC 103746/MS 03/08/2009
presente também na ação penal privada, em que pese o querelante
(ofendido) ter a disponibilidade desta.
181
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal, 6.ª ed.,São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2010, pág. 435
182
STJ HC 96476/RJ 13/09/2010
39. Na interceptação telefônica, não se exige a realização da perícia
para a identificação das vozes, muito menos que tal perícia ou mesmo
a degravação da conversa sejam realizadas por dois peritos oficiais, nos
termos da Lei 9.296/96.183
183
STJ HC 136659 / SC DJe 03/05/2010
184
STJ RHC 24905/RJ 15/06/2010
185
STJ HC 115401/RJ 01/02/2011
6.27 Jurisprudência atualizada
186
STJ HC 96476/RJ 13/09/2010
os quais o da imparcialidade do julgador, e o da presunção de
inocência do réu, e o do contraditório, e o da isonomia.”187
187
STJ HC 143889/SP 21/06/2010
188
STJ, HC 110.644/RJ, 2008/0151933-8, j. 16.04.2009.
189
HC 86667 / RJ 27/04/2009
há somente um resumo do objeto da conversa travada. No entanto, tal
procedimento não configura, por si só, qualquer ilegalidade, uma vez
que a supressão de alguns trechos de conversas, transcrevendo-se
outros, que interessam às investigações, não significa a emissão de juízo
de valor por parte da autoridade policial, a ponto de contaminar a
prova colhida. Da mesma forma, as notas explicativas elaboradas pelos
agentes policiais não caracterizam parcialidade, pois representam
somente comentários que teriam por objetivo facilitar a compreensão
do teor dos diálogos, não alterando o conteúdo das conversas
interceptadas.”190
190
STJ HC 118803 / SC 13/12/2010
191
STJ HC 64657 / PR 20/11/2007
192
STJ, MS 13.501/DF, j. 10.12.2008.
ou ainda, e via de consequência do princípio do sistema de garantias
constitucionais, negue a autoria delitiva, sem que isso enseje apenação
criminal ou mesmo valoração negativa dessas declarações pelo
magistrado, que poderá, no máximo, desconsiderá-las quando do
cotejo com os demais elementos probatórios colacionados, pois ao
depor não está o réu obrigado a se auto-incriminar.”193
193
STJ HC 136111 / SP 07/06/2010
194
STJ AgRg no Ag 1018918/RJ 20/08/2009
195
STJ HC 94945/SP 23/08/2010
ambiental de sinais eletromagnéticos, óticos ou acústicos, e o seu
registro e análise, em ambientes fechados ou abertos, mediante
circunstanciada autorização judicial (inc. IV, do art. 2.°, da Lei n.°
9.034/95). Ex.: captação de diálogos e imagens do acusado no local de
trabalho. Importante destacar, para efeito de resguardo do direito à
intimidade e à vida privada, que a autoridade policial somente poderá
captar som e imagem dos acusados, mediante autorização judicial, em
investigação de organizações criminosas.
196
STJ HC 117537/DF 02/08/2010
Resposta: C. Em acidentes por choque elétrico, a vítima pode morrer
por asfixia, em decorrência da contração tetânica dos músculos
torácicos, que realizam os movimentos respiratórios. Nesse caso, a asfixia
é provocada por sufocação indireta. Em síntese, houve contração
tetânica dos músculos torácicos da vítima, não sendo o caso de nova
perícia, nem de formulação de quesitos suplementares. Não existe
contradição entre o laudo necroscópico e o boletim de ocorrência a
ser analisada.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
34. (ADVOGADO DA UNIÃO 2009 CESPE/UNB) Uma vez realizada a
interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, as
informações e provas coletadas dessa diligência podem subsidiar
denúncia com base em crimes puníveis com pena de detenção, desde
que estes sejam conexos aos primeiros tipos penais que justificaram a
interceptação.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
40. (ESTAGIÁRIO DPSP CESPE/UNB 2008) No processo penal, vige o
sistema da íntima convicção do magistrado, exceto nas decisões dos
jurados no tribunal do júri, que é regido pelo sistema da livre convicção.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposto: Errado.
Resposta: Correto.
Resposto: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
50. (PROMOTOR DE JUSTIÇA RN CESPE/UNB 2010) CPI tem o poder jurídico
de requisitar às operadoras de telefonia cópias de decisão ou de
mandado judicial de interceptação telefônica, para quebrar o sigilo
imposto a processo sujeito a segredo de justiça.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
63. (JUIZ DE DIREITO PIAUÍ 2007 CESPE/UNB) Prova ilícita é a que viola
norma de natureza processual, enquanto prova ilegítima é a que viola
norma de direito material.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
7. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
I - o lugar da infração;
IV - a distribuição;
V - a conexão ou continência;
VI - a prevenção;
7.2.1 Conceito
A matéria é justamente o primeiro critério que deve ser verificado para efeito de
fixação da competência.
A Súmula 208 do STJ dispõe que “compete à Justiça Federal processar e julgar
prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante
órgão federal”.
Súmula 209 do STJ: “Compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por
desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.
197
STJ CC 107584/PR 30/04/2010
198
STJ CC 106618/SP 18/11/2009
Dessa forma, por exemplo, o simples fato de introduzir espécime animal no país,
sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida por autoridade
competente, por si só, não constitui motivo suficiente afastar da Justiça Estadual a
competência para julgamento do feito. No caso, não há que se falar em lesão a
bens, serviços ou interesses da União.
indígenas. Para que esteja configurada a hipótese do art. 109, XI, da Constituição,
é necessário que tenha sido ofendido direito do povo indígena coletivamente
considerado. O mero fato de índio figurar como autor do delito ambiental, sem
nenhuma conotação especial, não enseja o deslocamento da causa para a
Justiça Federal, conforme enunciado da súmula n° 140/STJ. Na espécie, a suposta
autora do delito construiu imóvel em área destinada à preservação ambiental, o
que, por si só, não constitui motivo suficiente afastar da Justiça Estadual a
competência para julgamento do feito.”201
201
STJ CC 93120 / AM 09/06/2010
202
STJ CC 98890/SP 20/02/2009
203
STJ CC 85803/SP 27/08/2007
204
STJ CC 47782/SP 09/04/2007
A Lei 8.137/90, relativa aos crimes contra a ordem econômica, não contém
dispositivo expresso fixando a competência da Justiça Federal, competindo, em
regra, à Justiça Estadual o julgamento dessa espécie de delito; todavia, isso não
afasta, de plano, a competência da Justiça Federal, desde que se verifique
hipótese de ofensa a bens, serviços ou interesses da União, ou que, pela
magnitude da atuação do grupo econômico ou pelo tipo de atividade
desenvolvida, o ilícito tenha a propensão de abranger vários Estados da
Federação, prejudicar setor econômico estratégico para a economia nacional ou
o fornecimento de serviços essenciais.207
NOTE! Somente existe uma única possibilidade (exceção) de o agente ser julgado
por contravenção penal no âmbito da justiça comum federal. Trata-se da
hipótese de foro especial por prerrogativa de função. Dessa forma, por exemplo,
se um juiz federal cometer uma contravenção penal, por causa da prerrogativa
de sua função, deverá ser julgado no âmbito da Justiça Federal, no Tribunal
Regional Federal.
205
STJ CC 91162/SP 02/09/2009
206
STJ CC 98062 / SP 06/09/2010
207
STJ HC 117169 / SP 16/03/2009
Os crimes dolosos contra a vida são julgados no Tribunal do Júri, por expressa
determinação constitucional, prevista na alínea “d”, no inc. XXXVIII, do art. 5.°.
Nos termos do § 4º, do art. 125, da CF/88, compete à Justiça Militar estadual
processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as
ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri
quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda
do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.
Se o crime de abuso de autoridade for praticado por policial militar, qual será a
Justiça competente para julgá-lo, a justiça militar ou a justiça comum estadual?
Aplica-se a Súmula 172 do STJ: “Compete à Justiça Comum processar e julgar militar
por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço”.
208
CC 110697 / MT 21/09/2010
209
STJ HC 85059/MS 22/02/2005
De acordo com o inc. III, do art. 96, da CF/88, compete privativamente aos
Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem
como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
Dessa forma, membro do Ministério Público estadual que pratica crime doloso
contra a vida não deve ser processado perante o Tribunal do Júri, mas sim pelo
Tribunal de Justiça, em face do foro por prerrogativa de função, previsto na
Constituição Federal.
Após o cancelamento da súmula 394, o STF decidiu que continuam válidos os atos
e as decisões proferidas com base nesta, ou seja, a decisão tem efeito ex nunc.
210
STJ HC 40388 / RJ 13/09/2005
E quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será
competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha
produzido ou devia produzir seu resultado (§ 2o).
Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta
a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou
mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção (§ 3o ).
E como se trata de incompetência relativa, não pode nem mesmo ser declarada
de ofício, conforme a Súmula 33 do STJ: “A incompetência relativa não pode ser
declarada de ofício.”
NOTE! Súmula 521 do STF: “O foro competente para o processo e julgamento dos
crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem
provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo
sacado”.
211
STJ CC 30309/PR 11/03/2002
212
STJ HC 85059/MS 22/02/2005
213
STJ HC 95118/PB 06/09/2010
214
STJ CC 34557 / PE 10/02/2003
215
CC 17112 / PR 17/08/1998
Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será
competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato (§2.°). Adotou-se aí
o critério da prevenção.
Pressupõe a presença de dois ou mais juízes competentes para julgar uma causa,
manifestando-se, quando a regra do lugar da infração não puder ser utilizada, ou
quando desconhecido o lugar da infração, possua o acusado mais de uma
residência; ou ainda quando desconhecida sua localização.
Exemplos de atos decisórios que tornam o juízo prevento: decisão que determina
busca e apreensão domiciliar; que quebra sigilos bancários e fiscais; que decreta
prisão temporária ou prisão preventiva; ou que concede liberdade provisória; que
relaxa prisão em flagrante; sequestro de bens; homologação do auto de prisão
em flagrante.
Nos termos do art. 76, do CPP, a competência será determinada pela conexão:
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as
outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
216
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli. Curso de processo penal. 5. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2005, p.260
Portanto, a hipótese de vários agentes que cometem crimes, uns contra os outros,
enquadra-se na conexão intersubjetiva por reciprocidade, e não simultaneidade.
O inc. III retrata a conexão probatória (ou instrumental), quando a prova de uma
infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de
outra infração.
Como determinar qual o juízo que atrai o outro (forum attractionis ou via
attractiva) nas hipóteses de conexão e continência?
Os processos serão reunidos num mesmo Juízo, fixando o art. 78, do CPP, os
critérios de atração.
Caso não seja possível resolver pelo critério da pena mais grave, a solução é
buscar o lugar onde foi praticado o maior número de infrações.
Se ainda assim não for possível definir a competência, esta será firmada pela
prevenção, isto é, competente será o juízo que primeiro se antecipar, por meio de
um ato de natureza decisória.
Nessa linha, o exato teor da Súmula n.° 704 do STF: “Não viola as garantias do juiz
natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência
ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos
denunciados”.
“navio”, presente no inc. IX, do art. 109, da CF/88, deve ser considerado como
meio de transporte que tenha condições de transportar passageiros por águas
internacionais, isto é, embarcação de grande porte.
217
CC 63320 / SP 03/03/2009
218
STJ CC 106618/SP 18/11/2009
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
15. (JUIZ DE DIREITO PIAUÍ 2007 CESPE/UNB) Ocorre conexão intersubjetiva por
simultaneidade quando vários agentes cometem crimes, uns contra os outros.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
20. (POLÍCIA MILITAR DF CESPE/UNB 2009) Considere que Caio, com intenção
homicida, tenha efetuado cinco disparos de arma de fogo em Bruno, na cidade
de Formosa – GO. Gravemente ferido, Bruno foi trazido para o Hospital de Base de
Brasília, onde faleceu após trinta dias, em decorrência dos ferimentos provocados
pelos disparos. Nessa situação, caberá ao tribunal do júri de Formosa processar e
julgar Caio.
Resposta: Correto
Resposta: Errado.
22. (OAB 2008.1 CESPE/UNB) Membro do Ministério Público estadual que pratica
crime doloso contra a vida deve ser processado perante o tribunal do júri e, não,
no foro por prerrogativa de função ou especial, visto que a competência do
tribunal do júri está expressa na Constituição Federal.
Resposta: Errado.
23. (OAB 2008.1 CESPE/UNB) Não viola a garantia do juiz natural a atração por
continência do processo do co-réu ao foro especial do outro denunciado, razão
pela qual um advogado e um juiz de direito que pratiquem crime contra o
patrimônio devem ser processados perante o tribunal de justiça.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
25. (OAB 2006.3 CESPE/UNB) Existe foro por prerrogativa de função nas ações de
improbidade administrativa.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
27. (OAB 2007.1 CESPE/UNB) Compete à justiça estadual processar e julgar crimes
de desvio de verbas oriundas de órgãos federais, sujeitas ao controle do TCU e não
incorporadas ao patrimônio do município.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
33. (JUIZ DE DIREITO PARÁ 2002 CESPE/UNB) Deputado Estadual que comete crime
cuja competência é constitucionalmente da justiça federal deverá ser julgado
pelo Tribunal Regional Federal, e não pelo Tribunal de Justiça do Estado, conforme
entendimento do STF e STJ.
Resposta: Correto.
34. (JUIZ DE DIREITO PARÁ 2002 CESPE/UNB) Juiz que comete crime de homicídio
(crime doloso contra a vida) em estado diverso do de onde exerce suas funções
deverá ser julgado perante o Tribunal do Júri da localidade onde ocorreu o crime,
conforme regra da competência em razão do lugar e em respeito ao art. 5.º da
Constituição da República, que determina, pelo Tribunal do Júri, o julgamento de
crimes dolosos contra a vida.
Resposta: Errado.
35. (JUIZ DE DIREITO PARÁ 2002 CESPE/UNB) Compete ao STJ julgar os recursos
especiais interpostos das decisões das turmas recursais dos Juizados Especiais
Criminais, em caso de violação a dispositivo de lei federal, conforme art. 105 da
Constituição da República.
Resposta: Errado.
36. (JUIZ DE DIREITO PIAUÍ 2007 CESPE/UNB) Compete ao STF julgar os conflitos de
atribuição entre Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
8. DAS PRISÕES
Referido conceito abrange dois tipos de prisão: prisão pena e prisão processual
(sem pena). No processo penal, interessa estudar a prisão processual.
A prisão processual de natureza cautelar pode ser efetuada por ordem judicial ou
em caso de flagrante delito.
O mandado de prisão, nos termos do parágrafo único, do art. 285, do CPP, possui
os seguintes requisitos: a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou sinais
característicos; c) mencionará a infração penal que motivar a prisão; d) declarará
o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração; e) será dirigido a quem
tiver qualidade para dar-lhe execução.
219
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal V. 3, São Paulo: Saraiva, 27.ª ed., 2005, pág.
391
c) o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial (LXIV)
O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa será levado à
presença da autoridade, para que se proceda contra ele como for de direito
(parágrafo único, do art.293, do CPP).
Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por telegrama, do qual deverá
constar o motivo da prisão, bem como, se afiançável a infração, o valor da
fiança. No original levado à agência telegráfica será autenticada a firma do juiz, o
que se mencionará no telegrama (parágrafo único, do art. 289, do CPP).
NOTE! Em relação à prisão especial, destaca-se a Súmula 717 do STF: "não impede
a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença não
transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial".
Sempre que possível, as pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que
já estiverem definitivamente condenadas (art. 300, do CPP)
NOTE! Existe alguma hipótese em que a prisão pode ser efetuada sem a
apresentação do mandado? Sim. Trata-se da situação prevista no art. 287, do
CPP: “Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará
à prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver
expedido o mandado”.
220
STF HC 102732 / DF 04/03/2010
Não existe prisão para averiguação, configurando sua prática grave crime de
abuso de autoridade.
NOTE! O art. 595 do CPP (“se o réu condenado fugir depois de haver apelado, será
declarada deserta a apelação”) não foi recepcionado pela CF/88, não se
aplicando mais, conforme dispõe a súmula 347 do STJ: “O conhecimento de
recurso de apelação do réu independe de sua prisão”.
Trata-se de espécie de prisão de natureza cautelar, prevista no inc. XI, do art. 5.º,
da CF/88, que independe de ordem do juiz competente para ser efetivada.
O juiz homologará a prisão em flagrante, desde que verifique que esta foi
realizada mediante o cumprimento de todos os requisitos legais intrínsecos e
extrínsecos.
Nem todo crime comporta prisão em flagrante. É o caso, por exemplo, do crime
de posse de drogas para consumo pessoal. Dentre as inovações da Lei n.°
11.343/2006 (Lei de Drogas), encontra-se a impossibilidade de se decretar prisão
em flagrante.
221 NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal, 6.ª ed.,São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2010, pág. 521
NOTE! O fato de ser crime de ação penal privada não impede a prisão em
flagrante. Não existe essa restrição. Entretanto, o auto somente será lavrado
mediante a autorização da vítima.
a) Flagrante próprio
É o caso, por exemplo, do agente que é preso, quando acaba de matar uma
pessoa; ou preso no momento em que cometia crime de estupro, praticando sexo
oral com uma criança de 11 anos de idade.
Nos termos do art. 303, do CPP, “nas infrações permanentes, entende-se o agente
em flagrante delito enquanto não cessar a permanência”. Mesmo raciocínio
adota-se em relação aos crimes habituais, cometido mediante uma reiteração de
condutas.
b) Flagrante impróprio
Quanto tempo deve durar a perseguição? Deve durar no máximo 24 horas? Não.
Jamais existiu prazo de 24 horas. Na verdade, não existe prazo fixado. Em outras
palavras, a duração da perseguição depende das peculiaridades do caso. Por
exemplo, uma perseguição, num local de difícil acesso, pode demorar uma ou
duas semanas, e ainda assim haverá situação de flagrante legal, na modalidade
imprópria. O importante é a perseguição ser ininterrupta.
222
STJ HC 85754/SP 08/09/2009
Nesse caso, observa Norberto Avena, “não há o mesmo rigor temporal que se
exige para caracterização do flagrante próprio previsto no art. 301, II, do CPP, em
que a expressão ‘acaba de cometê-la’ sugere necessária e absoluta
imediatividade entre a consumação do crime e o momento em que o agente é
flagrado.”224
223
MIRABETE, Julio Fabbrini Mirabete. Processo Penal, 18.ª ed., São Paulo: Atlas, 2007, 376.
224
AVENA, Norberto. Processo Penal Esquematizado, São Paulo: Método, 2009, pág. 779.
apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida a dúvida
(§ 2o, do art.290, do CPP).
c) Flagrante presumido
É o caso, por exemplo, da autoridade policial que, logo depois do crime, vasculha
as redondezas de uma área, encontrando o agente criminoso com o produto do
crime; ou a abordagem de um policial rodoviário federal ao veículo utilizado pelo
agente criminoso, logo depois de um assalto.
225
MIRABETE, Julio Fabbrini Mirabete. Processo Penal, 18.ª ed., São Paulo: Atlas, 2007, 377.
d) Flagrante esperado
Por fim, dois aspectos relevantes devem ser observados: 1.ª – Na verdade, o
flagrante esperado constitui-se na hipótese de flagrante próprio (real, verdadeiro,
estrito), porque o agente será preso no momento da consecução da atividade
delitiva; 2.ª – Sempre se faz necessário verificar a viabilidade de se realizar o
flagrante esperado, essencialmente quando vítimas estiverem em risco.
226
STJ RHC 24027/PI T-5 14/10/2008
227
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo e Execução Penal, 2.ª ed, São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2005, pág. 538
e) Flagrante retardado
A figura do flagrante retardado foi criada pela Lei n.º 9.034/95, que tem por
finalidade precípua regular meios de prova e procedimentos investigatórios que
versem sobre ilícitos decorrentes de ações praticadas por quadrilha ou bando, ou
organizações ou associações criminosas de qualquer tipo
O inc. II, do art. 2.º, estabelece a figura da ação controlada, consistente “em
retardar a interdição policial do que se supõe ação praticada por organizações
criminosas ou a ela vinculado, desde que mantida sob observação e
acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais
eficaz do ponto de vista da formação de provas e fornecimento de informações”.
A Lei de Drogas (Lei n.° 11.343/2006) autoriza a figura do flagrante retardado (ou
ação controlada), no inc. II, do art. 53: “Em qualquer fase da persecução criminal
relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei,
mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes
procedimentos investigatórios: II - a não-atuação policial sobre os portadores de
drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção,
que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e
responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e
distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.”
NOTE! Importante destacar que o flagrante retardado somente poderá ocorrer nas
situações de crimes praticados por organizações criminosas. Portanto, não se trata
de espécie de flagrante aplicável a qualquer crime.
228
BONFIM, Edilson Mougenot. Curso de Processo Penal, São Paulo: Saraiva, 2006, pág. 374
crime de furto, quando, na verdade, não há como o crime se consumar, por ter seu
patrão tomado todos os cuidados para a não subtração das garrafas de whisky.
NOTE! Súmula 145 do STF: "Não há crime quando a preparação do flagrante pela
polícia torna impossível a sua consumação". Portanto, não tem como
consequência apenas a soltura do indiciado, consistindo em causa de exclusão
do próprio crime, por ausência de fato típico.
É aquele inventado, simulado. A pessoa é presa sem ter cometido crime algum.
Normalmente, a prova é implantada para incriminá-la, como, por exemplo, a
ação de colocar droga ilícita na mochila de uma pessoa para prendê-la. O
flagrante forjado pode ser realizado por uma autoridade pública ou por um
particular.
Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será
logo apresentado à do lugar mais próximo. No caso, o auto de prisão em flagrante
elaborado fora do lugar do cometimento da infração deve ser enviado para a
respectiva autoridade do local do crime para instauração do inquérito.
Por ser prisão completamente ilegal, deve ser relaxada, comportando ação de
habeas corpus.
1.º Ouvida do condutor, colhendo desde logo sua assinatura e entregando a este
cópia do termo e recibo de entrega do preso;
Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto
de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido
sua leitura na presença deste (§3.°, do art. 304, do CPP).
A prisão em flagrante não tem prazo. Somente existe prazo para a entrega do
auto de prisão em flagrante para o juiz. A entrega deverá ocorrer em 24h (vinte e
quatro horas) depois da prisão, devendo o auto de prisão em flagrante ser
acompanhado de todas as oitivas colhidas.
Caso o preso não indique o nome de seu advogado, deverá a autoridade policial
encaminhar cópia integral do auto para a Defensoria Pública.
NOTE! Caso o juiz verifique que o agente agiu sob a égide de alguma das causas
de exclusão da antijuridicidade, deverá garantir-lhe de imediato a liberdade
provisória. E não será decretada sua prisão preventiva, conforme dispõe o art. 310,
do CPP. A liberdade provisória será concedida depois de ouvir o Ministério Público,
mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo, sob pena de
revogação.
8.4.1 Conceito
Por isso, nos termos do art. 313, do CPP, a prisão preventiva somente será admitida
nas hipóteses de crimes dolosos: I - punidos com reclusão; II - punidos com
detenção, quando se apurar que o indiciado é vadio ou, havendo dúvida sobre a
sua identidade, não fornecer ou não indicar elementos para esclarecê-la; III - se o
réu tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em
julgado, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 46 do Código Penal; IV -
se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da
lei específica, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência.
NOTE! Em regra, os crimes que possuem pena de detenção não autorizam a prisão
preventiva. A única exceção ocorre quando se apura que o indiciado é vadio ou,
havendo dúvida sobre a sua identidade, não fornece ou não indica elementos
para esclarecê-la.
229
STJ HC 154038 / MT 02/08/2010
A prisão preventiva pode perfeitamente ser decretada de ofício pelo juiz. Quem
pode requerê-la? O delegado de polícia, na investigação criminal; o Ministério
Público, na investigação criminal ou no curso do processo; e ainda o ofendido
(querelante), nos crimes de ação penal privada.
230
FERNANDES, Antônio Scarance. Processo penal constitucional. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2003, p. 302
Nos termos do art. 314, do CPP, a prisão preventiva em nenhum caso será
decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente
praticado o fato em alguma das situações de exclusão da antijuridicidade.
8.5.1 Conceito
Diferentemente da prisão preventiva, não pode ser decretada de ofício pelo juiz.
Possui prazo de duração de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período, em caso
de extrema e comprovada necessidade. Se o crime investigado for hediondo ou
assemelhado à hediondo (tráfico, tortura e terrorismo), o prazo será de 30 dias,
prorrogável por mais 30, em caso de extrema e comprovada necessidade.
II- quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos
necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III- quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na
legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos crimes de homicídio
doloso; seqüestro ou cárcere privado; roubo; extorsão; extorsão mediante
seqüestro; estupro; epidemia com resultado de morte; envenenamento de água
potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte; quadrilha
ou bando; genocídio; tráfico de drogas; crimes contra o sistema financeiro.
Não cabe mais prisão temporária para investigar rapto violento e atentado
violento ao pudor, já revogados do Código Penal.
A prisão temporária somente pode ser decretada para investigar um dos delitos
taxativamente elencados.
E por que não se poderia errar? Porque danos à liberdade não se reparam.
Portanto, deve ser essa a preocupação primeira: evitar ou pelo menos diminuir os
riscos à liberdade do ser humano.
A liberdade provisória deverá ser concedida sempre que o juiz verificar a ausência
de quaisquer das hipóteses previstas em lei para a decretação da prisão
preventiva.
O STJ e o Supremo STJ não admitem a vedação de liberdade provisória sem razão
para a prisão cautelar. 231
231
STJ REsp 772.504/PR 12.09.2006
A partir da recente reforma do CPP, a maioria dos autores considera que referido
dispositivo foi revogado tacitamente pela nova redação do parágrafo único, do
art. 387, do CPP: “O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou,
se for o caso, imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem
prejuízo do conhecimento da apelação que vier a ser interposta”.
NOTE! A Lei n.º 11.340 (Lei Maria da Penha) não veda liberdade provisória,
estabelecendo apenas a possibilidade de decretação de prisão preventiva do
agressor: “Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a
prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do
Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial (art. 20)”.
Inclusive, o juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo,
verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se
sobrevierem razões que a justifiquem.
A autoridade policial pode conceder fiança? Sim, desde que seja o caso de
infração penal punida com detenção ou prisão simples, durante o curso do
inquérito policial.
Nos demais casos, o pedido de fiança deve ser requerido ao juiz, devendo ser
julgado em 24 horas, independentemente da ouvida do Ministério Público.
A fiança pode ser prestada diretamente pelo próprio acusado ou por terceira
pessoa (ex.: familiar).
Conforme dispõe o art. 323, do CPP a fiança é vedada nas seguintes hipóteses:
I - nos crimes punidos com reclusão em que a pena mínima cominada for superior
a 2 (dois) anos;
III - nos crimes dolosos punidos com pena privativa da liberdade, se o réu já tiver
sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado;
V - nos crimes punidos com reclusão, que provoquem clamor público ou que
tenham sido cometidos com violência contra a pessoa ou grave ameaça.
Em seu art. 5.°, a CF/88 veda fiança para os crimes de tráfico, tortura, terrorismo e
os crimes hediondos (inc. XLIV). E ainda para o crime de racismo (inc. XLII) e para
as ações de grupos armados contra o Estado Democrático de Direito (inc. XLIV).
O art. 7.º, da Lei 9.034/95, estabelece que “não será concedida liberdade
provisória, com ou sem fiança, aos agentes que tenham tido intensa e efetiva
participação na organização criminosa”. O dispositivo somente seria aplicado a
organizações criminosas de porte, e não a “quadrilhas de bagatela”.
Dessa forma, “a simples referência ao art. 7.º da Lei n.º 9.034/1995 não é
justificativa idônea para a decretação da custódia cautelar”.232
E ainda:
“A simples referência ao disposto no art. 7.º da Lei n.º 9.034/1995, sem qualquer
vinculação a circunstâncias concretas, também não se presta a justificar a
segregação, em consonância com o entendimento desta Corte no tocante a
dispositivo semelhante contido na Lei dos Crimes Hediondos. A prisão cautelar deve
estar fulcrada em fundamentação concreta, apta a configurar quaisquer dos
requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal”.233
1.ª corrente: Trata-se da posição defendida pela 6.ª turma do STJ, no sentido de
que a mera vedação do art. 44, da Lei n.° 11343/2006, não é o suficiente para
impedir a concessão de liberdade provisória: “A mera referência à vedação legal
ou à gravidade e hediondez do delito não são suficientes para justificar a prisão
provisória. A Sexta Turma desta Corte entende que toda custódia imposta antes
do trânsito em julgado de sentença penal condenatória exige concreta
fundamentação, nos termos do disposto no art. 312 do Código de Processo
Penal.”234
2.ª corrente: Trata-se da corrente da 5.ª Turma do STJ, segundo a qual a vedação
expressa no referido art. 44 é o suficiente para impedir a concessão do pedido de
liberdade provisória: “A vedação expressa do benefício da liberdade provisória,
prevista no art. 44 da Lei n.º 11.343/06, aos crimes de tráfico ilícito de
232
STJ, REsp 772.504/PR, 5.ª Turma, j. 12.09.2006.
233
STJ, HC 35.906/SP, 5.ª Turma, j. 21.06.2005.
234
STJ HC 164994/RS 01/02/2011
1.ª corrente (adotada pela 1.ª turma do STF): “A proibição da liberdade provisória
nos crimes hediondos e equiparados decorre da própria inafiançabilidade imposta
pelo art. 5º, XLIII, da Constituição Federal à legislação ordinária.” 236;
2.ª corrente (adotada pela 2.ª turma do STF): “A jurisprudência desta Corte está
sedimentada no sentido de que a gravidade do crime não justifica, por si só, a
necessidade da prisão preventiva.” 237
A 2.ª turma do STF defende que a liberdade provisória não pode ser indeferida
com fundamento na vedação contida no art. 44 da Lei n. 11.343/06, sem
indicação de situação fática vinculada a qualquer das hipóteses do artigo 312 do
CPP.
11. A prisão especial abrange também o direito de não ser transportado com o
preso comum.
12. Um indivíduo que comete delito de trânsito, causando dano a outra pessoa,
não pode ser preso em flagrante se prestar socorro à vítima. Aplica-se o art. 301,
do CTB. Prestando o causador do acidente pronto e integral socorro a vitima, não
pode ser preso em flagrante. Em outras palavras, somente se tentar fugir para não
ser responsabilizado pode ser preso em flagrante.
238
STJ RHC 24027/PI 14/10/2008
239
STJ HC 34168/SP T6 DJ 19/09/2005
18. De acordo com o art. 172 da Lei 8.069/90 (ECA), o adolescente será
apreendido sempre que esteja em situação de flagrante de ato infracional.
Portanto, a apreensão não depende da infração envolver obrigatoriamente
violência ou ameaça a terceiros.
19. Assim como os adolescentes, as crianças não podem ser presas. No caso
destas, não podem nem mesmo sofrer privação de liberdade em razão de
medida sócio-educativa de internação. Devem ser encaminhadas ao Conselho
Tutelar ou ao Juízo da Infância e da Juventude para efeito de aplicação da
medida protetiva cabível, nos termos dos arts. 101 e 105 da Lei n.º 8.069/90
(Estatuto da Criança e do Adolescente).
21. Os juízes somente podem ser presos em flagrante pela prática de crime
inafiançável, devendo, após a lavratura do auto, ser imediatamente apresentados
ao Presidente do Tribunal de Justiça. Trata-se do inc. II, do art. 43, da Lei Orgânica
da Magistratura Nacional (LC n.º 35/1979).
22. Os promotores de justiça somente podem ser presos em flagrante por crime
inafiançável, devendo, devendo, após a lavratura do auto, ser imediatamente
apresentados ao Procurador Geral de Justiça. Trata-se do inc. III, do art. 40, da Lei
Orgânica Nacional do Ministério Público (LC n.º 35/1979).
23. No caso dos membros do Congresso Nacional, de acordo com o §2.º, do art.
53, da CF/88, somente haverá a possibilidade de prisão em flagrante no caso de
crime inafiançável, devendo logo após a lavratura do auto, ser apresentado
dentro de 24 horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus
membros, resolva sobre a prisão.
25. No caso dos cônsules, gozam de imunidade restrita, isto é, somente possuem
imunidade em relação aos atos relacionados com suas atividades. Quanto aos
demais atos, podem ser presos em flagrante.
26. Em hipótese alguma, o agente com posse de drogas para consumo pessoal
poderá ser preso em flagrante. Trata-se de entendimento doutrinário amplamente
consolidado.
29. O fato de as ações penais nos crimes praticados contra o patrimônio da União,
dos estados e (ou) dos municípios serem sempre de ação penal pública
incondicionada não significa que nessas hipóteses seja o caso de decretação de
prisão preventiva. Afinal, não existe prisão preventiva obrigatória, devendo-se
verificar caso a caso se a situação de enquadra numa de suas hipóteses legais.
240
STF HC 86058/RJ 25/10/2005
241
STF HC 97132 / MT 04/12/2009
242
STJ HC 163889 / SC 14/06/2010
243
STJ HC 162451/DF 16/08/2010
244
STJ RHC 24027/PI 14/10/2008
245
STJ HC 91318/RJ 21/06/2010
246
STJ HC 49898/SE 22/09/2008
247
STJ RHC 26282/RJ 15/03/2010
248
STJ RHC 27329/RJ 02/08/2010
249
STJ RHC 20023/PR DJe 31/05/2010
250
STJ HC 131906 / MS DJe 01/02/2010
judiciais. O informativo 479 destaca que “em nosso Estado de Direito, a prisão seria
uma medida excepcional e, por isso, não poderia ser utilizada como meio
generalizado de limitação das liberdades dos cidadãos, não havendo razão,
tanto com base na CF quanto nos tratados internacionais com relação ao respeito
aos direitos humanos e a dignidade da pessoa humana, para que tal
entendimento não fosse aplicado no que tange às prisões preventivas para fins de
extradição”.
3. (JUIZ DE DIREITO PIAUÍ 2007 CESPE/UNB) O fato de o réu já ter sido condenado
pela prática do mesmo delito não autoriza que lhe seja decretada prisão
preventiva.
251
STF HC 86140/SP 03/04/2007
252
STJ HC 85754/SP 08/09/2009
7. (PROCURADOR FEDERAL 2010 CESPE/UNB) O juiz não pode, caso o réu tenha
respondido ao processo solto, impor prisão preventiva quando da prolação da
sentença penal condenatória.
Resposta: Errado. A prisão preventiva pode vir a ser decretada na prolação da
sentença condenatória, desde que o juiz fundamente sua decisão numa das
situações que ensejam referida prisão. É o caso, por exemplo, da apresentação de
provas que demonstram claramente a intenção do acusado de fugir do país.
8. (ESTAGIÁRIO DPSP CESPE/UNB 2008) A prisão preventiva deve ser decretada nos
casos em que o acusado, não tendo sido localizado, seja citado por edital e deixe
de comparecer ao interrogatório.
Resposta: Errado. A “armadilha” do enunciado está no termo “deve”. Na verdade,
“pode” ser decretada, se for o caso, e não “deve”. Se o acusado, citado por
edital, não comparecer, nem constituir advogado, o juiz deve verificar se a
situação autoriza a decretação de prisão preventiva. Isso porque a prisão
preventiva somente será cabível nas hipóteses legais enumeradas no art. 313, do
CPP.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
11. (ESCRIVÃO POLÍCIA FEDERAL CESPE/UNB 2004) Quando a infração penal deixa
vestígios, é indispensável a realização do exame de corpo de delito. O exame,
contudo, poderá ser suprido pela prova testemunhal na hipótese de
desaparecimento dos vestígios.
Resposta: Correto.
19. (DELEGADO POLÍCIA FEDERAL CESPE/UNB 1997) Será inválido o auto de prisão
em flagrante em que não forem ouvidas, pelo menos, três testemunhas que
presenciaram crime.
Resposta: Errado.
20. (DELEGADO POLÍCIA FEDERAL CESPE/UNB 1997) Por estar ausente o fumus boni
iuris, inerente a toda prisão cautelar, não pode o juiz manter a prisão preventiva do
réu quando prolata sentença absolutória.
Resposta: Correto.
21. (DELEGADO POLÍCIA FEDERAL CESPE/UNB 1997) A prisão temporária pode ser
decretada para assegurar a aplicação da lei penal.
Resposta: Errado.
22. (DELEGADO POLÍCIA FEDERAL CESPE/UNB 1997) A prisão temporária não pode
ser decretada de oficio pelo juiz, mesmo se tratando de crime hediondo.
Resposta: Correto.
23. (DELEGADO POLÍCIA FEDERAL CESPE/UNB 1997) A prisão temporária pode ser
decretada por juiz plantonista.
Resposta: Correto.
34. (AGENTE POLÍCIA FEDERAL CESPE/UNB 2004) Não é cabível prisão preventiva de
acusado de prática de contravenção penal.
Resposta: Correto.
35. (AGENTE POLÍCIA FEDERAL CESPE/UNB 2004) A prisão temporária não pode ser
decretada de ofício pelo juiz.
Resposta: Correto.
36. (AGENTE POLÍCIA FEDERAL CESPE/UNB 2004) A prisão preventiva poderá ser
decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por
conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal,
quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria, em
caso de crime doloso ou culposo, punidos com detenção, quando se apurar que
o indiciado é vadio ou, havendo dúvida sobre a sua identidade, não fornecer ou
não indicar elementos para esclarecê-la.
Resposta: Errado.
38. (AGENTE POLÍCIA FEDERAL CESPE/UNB 1997) Vigilante, auditor fiscal da Receita
Federal lotado em Brasília, foi flagrado recebendo importância para que não
efetuasse autuação na empresa de Esperto. Antes mesmo da apuração
administrativa do fato, que ocorreu na cidade de São Paulo, foi dada noticia
criminais ao Ministério Público, que decidiu, então, iniciar a ação penal. Nesse
caso, poderá ser decretada, tão logo instaurada a ação penal, a prisão
temporária de Vigilante.
Resposta: Errado.
45. (DELEGADO DE POLÍCIA PB CESPE/UNB 2009) Não cabe prisão temporária nas
contravenções nem em crimes culposos.
Resposta: Errado.
46. (ANALISTA DPU CESPE/UNB 2010) Considera-se flagrante próprio aquele em que
o agente está cometendo o crime e, somente neste caso, admite-se que qualquer
do povo possa prender o autor da infração penal.
Resposta: Errado.
47. (ANALISTA DPU CESPE/UNB 2010) Júlio, brasileiro, maior, foi preso por tráfico de
drogas. Na ocasião, ele informou à autoridade policial que não possuía recursos
para constituir advogado, solicitando assistência da defensoria pública. Caso Júlio
seja preso em flagrante delito, o auto de prisão em flagrante não poderá ser
lavrado, até o comparecimento do defensor público para assistência jurídica ao
preso.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
57. (AGENTE DA POLÍCIA CIVIL TO CESPE/UNB 2008) Considere que uma autoridade
policial, no decorrer das investigações de um crime de furto e sem o competente
mandado judicial, ordenou aos seus agentes que arrombassem a porta de uma
residência e vistoriassem o local, onde provavelmente estariam os objetos furtados.
No interior da residência foi encontrada a maior parte dos bens subtraídos. Nessa
situação, a autoridade policial e seus agentes agiram dentro da legalidade, pois a
conduta policial oportunizou a recuperação dos objetos.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
9.1 Citação
253
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal, 13.ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, pág.
443
Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, será citado
mediante precatória. Em outras palavras, se residir em comarca diversa daquela
em que o juiz processante exerce sua jurisdição.
A menção do juízo perante o qual o citando deve comparecer, com o respectivo
endereço, o dia e a hora marcados para o interrogatório são dados considerados
imprescindíveis para a validade da citação.
Requisitos da carta precatória (art. 354, CPP):
“I - o juiz deprecado e o juiz deprecante;
II - a sede da jurisdição de um e de outro;
Ill - o fim para que é feita a citação, com todas as especificações;
IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer.
A precatória será devolvida ao juiz deprecante, independentemente de traslado,
depois de lançado o "cumpra-se" e de feita a citação por mandado do juiz
deprecado (art. 355, CPP).
Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de outro juiz, a
este remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da diligência, desde que
haja tempo para fazer-se a citação (§ 1o, art. 355, CPP). E no caso de urgência,
poderá ser expedida via telegráfica.
Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta para não ser citado, a
precatória será imediatamente devolvida, para ser realizada a citação por hora
certa.
NOTE! Situações específicas de citação: A citação do militar far-se-á por
intermédio do chefe do respectivo serviço (art. 358, CPP); o dia designado para
funcionário público comparecer em juízo, como acusado, será notificado assim a
ele como ao chefe de sua repartição; se o réu estiver preso, será pessoalmente
citado (art. 360, CPP); O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado
Nos termos do § 1o, do art. 363, do CPP, não sendo encontrado o acusado, será
procedida a citação por edital.
O prazo da citação por edital, dispõe o art. 361, do CPP, é de 15 (quinze) dias,
devendo ser observado sob pena de nulidade.
254
STF HC 72132/GO DJ 09.05.1997
II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, bem
como sua residência e profissão, se constarem do processo;
O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o juízo e será publicado
pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a
tiver feito e a publicação provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão,
da qual conste a página do jornal com a data da publicação
enunciado da Súmula 366 do STF: “Não é nula a citação por edital que indica o
dispositivo da lei penal, embora não transcreva a denúncia ou queixa, ou não
resuma os fatos em que se baseia”.
CPP). Cumpre observar que a intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a
intimação pela imprensa (diário oficial).
Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na comarca, a intimação
far-se-á diretamente pelo escrivão, por mandado, ou via postal com comprovante
de recebimento, ou por qualquer outro meio idôneo (§ 2o, art. 370, CPP).
Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, dispõe o art. 372, do CPP, o juiz
marcará desde logo, na presença das partes e testemunhas, dia e hora para seu
prosseguimento, do que se lavrará termo nos autos.
256
STF HC 98802/GO 20/10/2009
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
5. (OAB 2006.1 CESPE/UNB) Inexiste nulidade na citação feita por edital quando o
réu, procurado reiteradas vezes nos endereços fornecidos, não é encontrado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
10. (OAB 2006.1 CESPE/UNB) Residindo o réu em comarca diversa daquela em que
o juiz processante exerce sua jurisdição, a citação do acusado deve ser realizada
por carta precatória.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
13. (OAB 2006.1 CESPE/UNB) A menção do juízo perante o qual o citando deve
comparecer, com o respectivo endereço, o dia e a hora marcados para o
interrogatório são dados considerados imprescindíveis para a validade da citação.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
15. (OAB 2009.3 CESPE/UNB) Tratando-se de processo penal, a citação inicial deve
ser feita pelo correio.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
17. (OAB 2009.3 CESPE/UNB) O réu preso deve ser citado pessoalmente.
Resposta: Correto.
18. (OAB 2009.3 CESPE/UNB) É inadmissível no processo penal a citação por hora
certa.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
20. (OAB 2007.3 CESPE/UNB) São formas de citação do réu no processo penal e no
civil: por mandado, por edital e por hora certa.
Resposta: Correto.
Dividem-se em:
257
CUNHA, Rogério Sanches. Direito Penal – Parte Especial – Coleção Ciências Criminais V. 3, 2.ª ed., São Paulo: Revista dos
Tribunais, p. 373.
Nos termos do art. 327, do Código Penal, considera-se funcionário público, para os
efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce
cargo, emprego ou função pública.
Cargo público, explica José dos Santos Carvalho Filho “é o lugar dentro da
organização funcional da Administração Direta e de suas autarquias e fundações
públicas que, ocupado por servidor público, tem funções específicas e
remuneração fixadas em lei ou diploma a ela equivalente.”259
258
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, 26.ª ed., São Paulo: Malheiros, 2009, p. 193.
259
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, 21.ª ed., Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009, p. 468.
260
CUNHA, Rogério Sanches. Direito Penal – Parte Especial – Coleção Ciências Criminais V. 3, 2.ª ed., São Paulo: Revista dos
Tribunais, p. 375.
Nos termos do art. 513, do CPP, nos crimes cometidos por funcionário público
contra a Administração Pública, a queixa ou a denúncia será instruída com
documentos ou justificação que façam presumir a existência do delito ou com
declaração fundamentada da impossibilidade de apresentação de qualquer
dessas provas.
A seguir, nos crimes afiançáveis, conforme dispõe o art. 514, do CPP, estando a
denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a
notificação do acusado, para responder por escrito (preparar a “resposta
preliminar”), dentro do prazo de quinze dias.
A resposta poderá ser instruída com documentos e justificações, nos termos do art.
515, do CPP.
261
STF, HC 72.465/SP, j. 05.09.1995, 1.ª Turma.
262
STF HC 89686 / SP 12/06/2007
263
STJ HC 152777/SP 06/12/2010
264
STJ HC 78984/SP 13/12/2010
265
STJ RHC 22164/MG 15/03/2010
266
STJ HC 91228/RS 20/11/2007
267
STJ HC 144425/PE 01/02/2010
2. “O artigo 514 do CPP, por expressa previsão legal, somente tem incidência no
caso de crimes afiançáveis, inaplicável, portanto, ao crime de tortura que, a teor
dos artigos 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal de 1988, e 1º, § 6º, da Lei nº
9.455/97, é inafiançável.”268
3. “A anterior notificação do servidor, nos termos do art. 514 do CPP (que estipula a
prévia manifestação defensiva em crimes praticados por servidor pública contra a
Administração), não tem valia se ao tempo da ação penal o agente não mais
exercia a função pública.”269
268
STJ HC 152777/SP 06/12/2010
269
STJ AgRg no Ag 1001484/SC 04/10/2010
270
STJ RHC 22118/MT 01/06/2010
Resposta: Correto.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
11.1. Conceito
Dessa forma, sempre que existir lesão, ou mesmo a simples ameaça de lesão à
liberdade de locomoção, em face de qualquer tipo de constrangimento ilegal,
será cabível o remédio heróico protetor da liberdade de locomoção.
a) Paciente.
b) Coator.
c) Impetrante.
Pode ser qualquer pessoa, inclusive o próprio paciente, daí porque, devido à
abrangência da sua legitimidade, é denominado de “ação penal popular”. Por
sinal, é uma exceção no processo penal, porque a regra é a exigência de
legitimidade ativa para promover a atividade processual. Por fim, é desnecessária
a assistência de advogado.
Nesse sentido, o art. 647, do CPP, estabelece que se dará habeas corpus sempre
que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal
na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.
b) Alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei (inc. II).
c) Quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo (inc. III).
e) Não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza
(inc. V).
Somente não será possível ação de habeas corpus em relação ao delito para o
qual somente se comina pena de multa, porque não existe risco para a liberdade
de locomoção.
3.ª – Se for juiz do Juizado Especial Criminal, a competência será da Turma Recursal
Conforme preceituado nas alienas “a” e “c”, do inc. I, do art. 105, da Constituição
Federal de 1988, compete ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar,
originariamente nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito
Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos
Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais
Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de
Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante
tribunais; e os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das
pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua
jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da
Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
O habeas corpus não pode ser utilizado para discutir a inocência do acusado,
quando esta demanda a análise do conjunto probatório, conforme decidiu o
Superior Tribunal de Justiça: “Maiores incursões sobre as prova da inocência do
acusado, não podem ser apreciadas na via eleita, uma vez que a aferição de tal
argumento demandaria análise do conjunto fático-probatório, inviável em sede
de habeas corpus.272
272
STJ HC 47433 / RJ 20/04/2006
Nos termos do inc. III, do art. 395, do CPP, a denúncia ou queixa será rejeitada
quando faltar justa causa para o exercício da ação penal. Encontra-se também
no inc. I, do art. 648, do CPP, como uma das hipóteses de coação ilegal a ensejar
a impetração de habeas corpus. A justa causa diz respeito ao suporte mínimo de
provas que justifique as graves consequências da ação penal, estando
relacionada ao princípio da dignidade da pessoa humana no processo penal.
O habeas corpus não tem natureza recursal. Assim, por exemplo, a impetração de
ação de habeas corpus para anular processo penal em curso por vício de
competência não depende da existência de sentença final prolatada.
273
STF HC 89378 AgR/RJ 28/11/2006
O sigilo bancário, o sigilo fiscal e o sigilo telefônico (sigilo este que incide sobre os
dados/registros telefônicos e que não se identifica com a inviolabilidade das
comunicações telefônicas), conforme orientação do Supremo Tribunal Federal,
“ainda que representem projeções específicas do direito à intimidade, fundado no
art. 5º, X, da Carta Política - não se revelam oponíveis, em nosso sistema jurídico, às
Comissões Parlamentares de Inquérito, eis que o ato que lhes decreta a quebra
traduz natural derivação dos poderes de investigação que foram conferidos, pela
própria Constituição da República, aos órgãos de investigação parlamentar. As
Comissões Parlamentares de Inquérito, no entanto, para decretarem,
legitimamente, por autoridade própria, a quebra do sigilo bancário, do sigilo fiscal
e/ou do sigilo telefônico, relativamente a pessoas por elas investigadas, devem
demonstrar, a partir de meros indícios, a existência concreta de causa provável
que legitime a medida excepcional (ruptura da esfera de intimidade de quem se
acha sob investigação), justificando a necessidade de sua efetivação no
procedimento de ampla investigação dos fatos determinados que deram causa à
instauração do inquérito parlamentar, sem prejuízo de ulterior controle jurisdicional
dos atos em referência (CF, art. 5º, XXXV). - As deliberações de qualquer Comissão
Parlamentar de Inquérito, à semelhança do que também ocorre com as decisões
judiciais (RTJ 140/514), quando destituídas de motivação, mostram-se írritas e
despojadas de eficácia jurídica, pois nenhuma medida restritiva de direitos pode
ser adotada pelo Poder Público, sem que o ato que a decreta seja
adequadamente fundamentado pela autoridade estatal.”274
274
STF MS 23452/RJ 1999
4. Não cabe recurso em sentido estrito da decisão que decreta prisão preventiva.
No caso de decretação da prisão preventiva, a defesa deve ingressar com
pedido de revogação da prisão, ou mesmo com a ação de habeas corpus.
5. Em processo criminal, cuja pena privativa de liberdade já esteja extinta, cabe
habeas corpus para se evitar que, com fundamento na reincidência, o juiz fixe
regime de cumprimento de pena mais gravoso? Não. De acordo com o
enunciado da Súmula n.° 695 do STF, “não cabe habeas corpus quando já extinta
a pena privativa de liberdade. Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena
privativa de liberdade”.
6. O habeas corpus é meio adequado para impugnar o afastamento de acusado
do cargo de desembargador, ocorrido há mais de quatro anos, sem que a
instrução criminal seja devidamente concluída? Sim. O Supremo Tribunal Federal
firmou a tese segundo a qual, em princípio, é possível admitir a impetração de
habeas corpus para tutelar constrangimento ilegal decorrente de hipóteses nas
quais o afastamento do cargo perdure por tempo excessivo desde que não-
atribuível à atuação da defesa.275
7. É cabível habeas corpus em favor de beneficiado pela suspensão condicional
do processo, visando-se ao trancamento da ação penal? Sim. A aceitação de
proposta de suspensão condicional do processo não subtrai ao réu o interesse
jurídico para ajuizar pedido de habeas corpus para trancamento da ação penal
por falta de justa causa.276 Qual a razão? Porque a suspensão condicional do
275
STF HC 87724 / PI 18/12/2007
276
STF RHC 82365 / SP 27/05/2008
10. Súmula n.° 691 do STF: “Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer
de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus
277
STJ HC 88503/SP 6/3/2007
278
STF HC 95321/DF 12/05/2009
279
STF HC 86600/SP 18.12.2006
280
STJ HC 85565/SP 03/12/2007
281
STF HC 90937 / GO 02/09/2008
282
STJ HC 152858/SP 22/06/2010
283
STJ RHC 27590/SP 07/06/2010
284
STJ HC 162678/MA 18/11/2010
285
STJ HC 156178 / MS 11/10/2010
Resposta: Correto. O Habeas Corpus é uma ação ampla, podendo ser impetrada
em qualquer situação de constrição ilegal de liberdade.
286
STJ HC 135601/SP DJe 24/05/2010
287
STJ RHC 22588/PR 26/04/2010
288
STJ HC 135601/SP DJe 24/05/2010
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
Resposta: Correto.
Resposta: Errado.
Resposta: Errado.
10. (OAB 2006.3– CESPE/UNB) O habeas corpus é meio próprio para apreciar-se a
denúncia formalizada pelo Ministério Público.
Resposta: Errado.
11. (OAB 2006.2– CESPE/UNB) O habeas corpus constitui meio idôneo para
discussão de matéria de fato no processo.
Resposta: Errado.
20. (OAB 2006.1 CESPE/UNB) O habeas corpus constitui ação constitucional que
comporta dilação probatória.
Resposta: Errado.
21. (OAB 2006.1 CESPE/UNB) O trancamento de ação penal, pela via estreita do
habeas corpus, não é possível, ainda que, pela mera exposição dos fatos narrados
na denúncia, fique constatada a imputação, ao acusado, de fato penalmente
atípico.
Resposta: Errado.
22. (OAB 2006.1 CESPE/UNB) É inviável o exame da dosimetria da pena por meio
de habeas corpus, devido a eventual desacerto na consideração de
circunstância ou errônea aplicação do método trifásico, se daí resultar flagrante
ilegalidade e prejuízo ao réu.
Resposta: Errado.
24. (OAB 2007.1 CESPE/UNB) Cabe habeas corpus quando já extinta a pena
privativa de liberdade.
Resposta: Errado.