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DIREITO PENAL P/ AGEPEN-CE (2017) Ð AGENTE PENITENCIçRIO
Teoria e quest›es
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
AULA DEMO
DO CRIME - CONCEITO. ELEMENTOS (PARTE I): FATO
TêPICO; CLASSIFICA‚ÌO DOS CRIMES (DOLOSO,
CULPOSO, CONSUMADO, TENTADO E IMPOSSêVEL).
ILICITUDE.
SUMçRIO
1 DO CRIME ............................................................................................................. 6
1.1 Conceito de crime .......................................................................................... 6
1.2 Fato t’pico e seus elementos .......................................................................... 8
1.2.1 Conduta ....................................................................................................... 8
1.2.2 Resultado natural’stico.................................................................................. 11
1.2.3 Nexo de Causalidade .................................................................................... 12
1.2.4 Tipicidade ................................................................................................... 17
1.3 Crime doloso e crime culposo ....................................................................... 19
1.3.1 Crime doloso ............................................................................................... 19
1.3.2 Crime culposo ............................................................................................. 21
1.3.3 Crime preterdoloso....................................................................................... 23
1.4 Crime consumado, tentado e imposs’vel ...................................................... 24
1.4.1 Iter criminis ................................................................................................ 24
1.4.1.1 Cogita•‹o (cogitatio) .............................................................................. 24
1.4.1.2 Atos preparat—rios (conatus remotus) ...................................................... 24
1.4.1.3 Atos execut—rios.................................................................................... 25
1.4.1.4 Consuma•‹o ......................................................................................... 26
1.4.1.5 Exaurimento ......................................................................................... 26
1.4.2 Tentativa .................................................................................................... 26
1.4.3 Crime imposs’vel ......................................................................................... 30
1.4.4 Desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz ................................................ 31
1.4.5 Arrependimento posterior.............................................................................. 32
1.4.6 Causas de exclus‹o do fato t’pico ................................................................... 35
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2 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 44
3 SòMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 46
3.1 Sœmulas do STJ ............................................................................................ 46
4 RESUMO .............................................................................................................. 46
5 EXERCêCIOS DA AULA ......................................................................................... 53
6 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................................. 67
7 GABARITO .......................................................................................................... 96
ƒ com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATƒGIA
CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir para a aprova•‹o de
voc•s no concurso da SECRETARIA DE JUSTI‚A DO ESTADO DO CEARç. N—s
vamos estudar teoria e comentar exerc’cios sobre DIREITO PENAL, para o cargo
de AGENTE PENITENCIçRIO.
E a’, povo, preparados para a maratona?
O edital ainda n‹o foi publicado, mas especula-se que seja publicado
em breve, pois h‡ previs‹o na LOA/2017.
Bom, est‡ na hora de me apresentar a voc•s, n‹o Ž?
Meu nome Ž Renan Araujo, tenho 29 anos, sou Defensor Pœblico
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pœblica da Uni‹o no Rio de Janeiro,
e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes,
porŽm, fui servidor da Justi•a Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de
TŽcnico Judici‡rio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e p—s-
graduado em Direito Pœblico pela Universidade Gama Filho.
Minha trajet—ria de vida est‡ intimamente ligada aos Concursos Pœblicos.
Desde o come•o da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha
vida! E querem saber? Isso faz toda a diferen•a! Algumas pessoas me perguntam
como consegui sucesso nos concursos em t‹o pouco tempo. Simples: Foco +
For•a de vontade + Disciplina. N‹o h‡ f—rmula m‡gica, n‹o h‡ ingrediente
secreto! Basta querer e correr atr‡s do seu sonho! Acreditem em mim, isso
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funciona!
ƒ muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro,
poder colaborar para a aprova•‹o de outros tantos concurseiros, como um dia eu
fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a aprova•‹oÓ, n‹o estou falando apenas
por falar. O EstratŽgia Concursos possui ’ndices alt’ssimos de aprova•‹o
em todos os concursos!
Neste curso voc•s receber‹o todas as informa•›es necess‡rias para que
possam ter sucesso na prova para AGEPEN-CE. Acreditem, voc•s n‹o v‹o se
arrepender! O EstratŽgia Concursos est‡ comprometido com sua
aprova•‹o, com sua vaga, ou seja, com voc•!
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Mas Ž poss’vel que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, voc• ainda
n‹o esteja plenamente convencido de que o EstratŽgia Concursos Ž a melhor
escolha. Eu entendo voc•, j‡ estive deste lado do computador. Ës vezes Ž dif’cil
escolher o melhor material para sua prepara•‹o. Contudo, alguns colegas de
caminhada podem te ajudar a resolver este impasse:
comentados.
Abaixo segue o plano de aulas do curso todo:
!
AULA CONTEòDO DATA
Aula 00 Teoria do Delito (parte I) 15.04
Aula 01 Teoria do Delito (parte II) 25.04
Aula 02 Das penas (espŽcies e comina•‹o) 05.05
Aula 03 Crimes contra a pessoa 15.05
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Aula 04 Crimes contra o patrim™nio. 25.05
Crimes praticados por funcion‡rio
Aula 05 pœblico contra a administra•‹o em 04.06
geral.
00000000000
E-mail: profrenanaraujo@gmail.com
Periscope: @profrenanaraujo
Facebook: www.facebook.com/profrenanaraujoestrategia
Instagram: www.instagram.com/profrenanaraujo/?hl=pt-br
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Observa•‹o importante: este curso Ž protegido por direitos autorais
(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a
legisla•‹o sobre direitos autorais e d‡ outras provid•ncias.
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1! DO CRIME
1.1!Conceito de crime
O Crime Ž um fen™meno social, disso nenhum de voc•s duvida. Entretanto,
como conceituar o crime juridicamente?
Muito se buscou na Doutrina acerca disso, tendo surgido inœmeras posi•›es
a respeito. Vamos tratar das principais.
O Crime pode ser entendido sob tr•s aspectos: Material, legal e anal’tico.
Sob o aspecto material, crime Ž toda a•‹o humana que lesa ou exp›e
a perigo um bem jur’dico de terceiro, que, por sua relev‰ncia, merece a
prote•‹o penal. Esse aspecto valoriza o crime enquanto conteœdo, ou seja,
busca identificar se a conduta Ž ou n‹o apta a produzir uma les‹o a um bem
jur’dico penalmente tutelado.
Assim, se uma lei cria um tipo penal dizendo que Ž proibido chorar em
pœblico, essa lei n‹o estar‡ criando uma hip—tese de crime em seu sentido
material, pois essa conduta NUNCA SERç crime em sentido material, pois n‹o
produz qualquer les‹o ou exposi•‹o de les‹o a bem jur’dico de quem quer que
seja. Assim, ainda que a lei diga que Ž crime, materialmente n‹o o ser‡.
Sob o aspecto legal, ou formal, crime Ž toda infra•‹o penal a que a lei
comina pena de reclus‹o ou deten•‹o, nos termos do art. 1¡ da Lei de
Introdu•‹o ao CP.1
Percebam que o conceito aqui Ž meramente legal. Se a lei cominar a uma
conduta a pena de deten•‹o ou reclus‹o, cumulada ou alternativamente com a
pena de multa, estaremos diante de um crime.
Por outro lado, se a lei cominar a apenas pris‹o simples ou multa, alternativa
ou cumulativamente, estaremos diante de uma contraven•‹o penal.
Esse aspecto consagra o SISTEMA DICOTïMICO adotado no Brasil, no
qual existe um g•nero, que Ž a infra•‹o penal, e duas espŽcies, que s‹o o crime
e a contraven•‹o penal. Assim:
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1
Art 1¼ Considera-se crime a infra•‹o penal que a lei comina pena de reclus‹o ou de deten•‹o, quer
isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contraven•‹o, a infra•‹o penal a
que a lei comina, isoladamente, pena de pris‹o simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou
cumulativamente.
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CRIMES
INFRAÇÕES
PENAIS
CONTRAVENÇÕES
PENAIS
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MATERIAL
CONCEITO DE TEORIA
FORMAL
CRIME BIPARTIDA
TEORIA
QUADRIPARTIDA
1.2.1!Conduta
Tr•s s‹o as principais teorias2 que buscam explicar a conduta: Teoria
causal-natural’stica (ou cl‡ssica), finalista e social.
2
Temos, ainda, outras teorias de menor relev‰ncia para fins de concurso, como a teoria funcionalista
teleol—gica de CLAUS ROXIN, segundo a qual a no•‹o de ÒcondutaÓ deve estar vinculada ˆ fun•‹o do Direito
Penal (que Ž a de prote•‹o de bens jur’dicos). Logo, conduta seria a a•‹o ou omiss‹o, dolosa ou culposa,
que provoque (ou seja destinada a provocar) uma ofensa relevante ao bem jur’dico.
H‡, ainda, o funcionalismo sist•mico (tambŽm chamado de radical), cujo principal expoente Ž JAKOBS.
Para essa teoria a conduta deve ser analisada com base na fun•‹o que o Direito Penal cumpre no sistema
social, mais precisamente, a fun•‹o de reafirmar a ordem violada pelo ato criminoso. Assim, para esta teoria,
a conduta seria a a•‹o ou omiss‹o, dolosa ou culposa, que viola o sistema e frustra a expectativa normativa
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Para a teoria causal-natural’stica, conduta Ž a a•‹o humana. Assim,
basta que haja movimento corporal para que exista conduta. Esta teoria est‡
praticamente abandonada, pois entende que n‹o h‡ necessidade de se analisar
o conteœdo da vontade do agente nesse momento, guardando esta an‡lise (dolo
ou culpa) para quando do estudo da culpabilidade.3
Para a teoria finalista, de HANS WELZEL, a conduta humana Ž a a•‹o
volunt‡ria dirigida a uma determinada finalidade. Assim:
Conduta = vontade + a•‹o
dolo, Ž porque entende que o dolo est‡ no tipo (fato t’pico), n‹o na
culpabilidade. Assim, a conduta Ž, necessariamente, volunt‡ria.
A grande evolu•‹o da teoria finalista, portanto, foi conceber a conduta como
um Òacontecimento finalÓ5, ou seja, somente h‡ conduta quando o agir de alguŽm
Ž dirigido a alguma finalidade (seja ela l’cita ou n‹o).
(expectativa de que todos cumpram a norma). Importa saber, portanto, se houve viola•‹o ˆ norma, n‹o
importando se h‡ alguma ofensa a bens jur’dicos.
3
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 287/288
4
DOTTI, RenŽ Ariel. Curso de Direito Penal, Parte Geral. 4. ed. S‹o Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2012,
p. 397
5
DOTTI, RenŽ Ariel. Curso de Direito Penal, Parte Geral. 4. ed. S‹o Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2012,
p. 396
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Para terceira teoria, a teoria social, a conduta Ž a a•‹o humana, volunt‡ria
e que Ž dotada de alguma relev‰ncia social.6
H‡ cr’ticas a esta teoria, pois a relev‰ncia social n‹o seria um elemento
estruturante da conduta, mas uma qualidade que esta poderia ou n‹o possuir.
Assim, a conduta que n‹o fosse socialmente relevante continuaria sendo
conduta.7
A conduta humana pode ser uma a•‹o ou uma omiss‹o. A quest‹o Ž:
Qual Ž o resultado natural’stico que advŽm de uma omiss‹o?
Naturalisticamente nenhum, pois do nada, nada surge. Assim, aquele que se
omite na presta•‹o de socorro a alguŽm, pode estar cometendo o crime de
omiss‹o de socorro, art. 135 do C—digo Penal (que Ž um crime formal, pois a
morte daquele a quem n‹o se prestou socorro Ž irrelevante), n‹o porque causou
a morte de alguŽm (atŽ porque este resultado Ž irrelevante e n‹o fora
diretamente provocado pelo agente), mas porque descumpriu um comando legal.
Entretanto, o art. 13, ¤ 2¡ do CP diz o seguinte:
¤ 2¼ - A omiss‹o Ž penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obriga•‹o de cuidado, prote•‹o ou vigil‰ncia;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorr•ncia do resultado.
Mas como se pode dizer que a conduta do pai matou o filho? Tecnicamente
falando, a conduta do pai n‹o gerou a morte do filho. O que gerou a morte do
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6
DOTTI, RenŽ Ariel. Op. cit. p. 397
7
ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general: Tomo I. Civitas. Madrid, 1997, p. 246/247
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RELAÇÃO DE
CRIMES CAUSALIDADE RESULTADO
COMISSIVOS FÍSICA OU NATURALÍSTICO
NATURAL
1.2.2!Resultado natural’stico
O resultado natural’stico Ž a modifica•‹o do mundo real provocada
pela conduta do agente.8
Entretanto, apenas nos crimes chamados materiais se exige um
resultado natural’stico. Nos crimes formais e de mera conduta n‹o h‡ essa
exig•ncia.
Os crimes formais s‹o aqueles nos quais o resultado natural’stico pode
ocorrer, mas a sua ocorr•ncia Ž irrelevante para o Direito Penal. J‡ os
crimes de mera conduta s‹o crimes em que n‹o h‡ um resultado
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8
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 354
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crime. N‹o h‡ um resultado previsto para esse crime. Qualquer outra
conduta praticada a partir da’ configura crime aut™nomo (furto, roubo,
homic’dio, etc.).
1.2.3!Nexo de Causalidade
Nos termos do art. 13 do CP:
Art. 13 - O resultado, de que depende a exist•ncia do crime, somente Ž imput‡vel
a quem lhe deu causa. Considera-se causa a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado
n‹o teria ocorrido.
Assim, o nexo de causalidade pode ser entendido como o v’nculo que une
a conduta do agente ao resultado natural’stico ocorrido no mundo exterior.
Portanto, s— se aplica aos crimes materiais!
Algumas teorias existem acerca do nexo de causalidade:
¥!TEORIA DA EQUIVALæNCIA DOS ANTECEDENTES (OU DA CONDITIO
SINE QUA NON) Ð Para esta teoria, Ž considerada causa do crime toda conduta
sem a qual o resultado n‹o teria ocorrido. Assim, para se saber se uma conduta
Ž ou n‹o causa do crime, devemos retir‡-la do curso dos acontecimentos e ver
se, ainda assim, o crime ocorreria (Processo hipotŽtico de elimina•‹o de
ThyrŽn). EXEMPLO: Marcelo acorda de manh‹, toma cafŽ, compra uma arma e
encontra Jœlio, seu desafeto, disparando tr•s tiros contra ele, causando-lhe a
morte. Retirando-se do curso o cafŽ tomado por Marcelo, conclu’mos que o
resultado teria ocorrido do mesmo jeito. Entretanto, se retirarmos a compra da
arma do curso do processo, o crime n‹o teria ocorrido.
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O inconveniente claro desta teoria Ž que ela permite que se coloquem como
causa situa•›es absurdas, como a venda da arma ou atŽ mesmo o nascimento
do agente, j‡ que se os pais n‹o tivessem colocado a crian•a no mundo, o crime
n‹o teria acontecido. Isso Ž um absurdo!
Assim, para solucionar o problema, criou-se outro filtro que Ž o dolo.
Logo, s— ser‡ considerada causa a conduta que Ž indispens‡vel ao
resultado e que foi querida pelo agente. Assim, no exemplo anterior, o
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Pelo princ’pio da ofensividade, n‹o Ž poss’vel haver crime sem resultado jur’dico. BITENCOURT, Cezar
Roberto. Op. cit., p. 354
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vendedor da arma n‹o seria responsabilizado, pois nada mais fez que vender seu
produto, n‹o tendo a inten•‹o (nem sequer imaginou) de ver a morte de Jœlio.
Nesse sentido:
CAUSA = conduta indispens‡vel ao resultado + que tenha
sido prevista e querida por quem a praticou
Podemos dizer, ent‹o, que a causalidade aqui n‹o Ž meramente f’sica, mas
tambŽm, psicol—gica.
Essa foi a teoria adotada pelo C—digo Penal, como regra.
EXEMPLO (1) Pedro resolve matar Jo‹o, e coloca veneno em seu drink.
PorŽm, Pedro n‹o sabe que Marcelo tambŽm queria matar Jo‹o e minutos
antes tambŽm havia colocado veneno no drink de Jo‹o, que vem a morrer em
raz‹o do veneno colocado por Marcelo. Nesse caso, a concausa preexistente
(conduta de Marcelo) produziu por si s— o resultado (morte). Nesse caso, Pedro
responder‡ somente por tentativa de homic’dio.
__________________________________________________
EXEMPLO (2) Pedro resolve matar Jo‹o, e come•a a disparar contra ele
projŽteis de arma de fogo. Entretanto, durante a execu•‹o, o teto da casa de
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Jo‹o desaba sobre ele, vindo a causar-lhe a morte. Aqui, a causa concomitante
(queda do teto) produziu isoladamente o resultado (morte). Portanto, Pedro
responde somente por homic’dio tentado.
__________________________________________________
EXEMPLO (3) Pedro resolve matar Jo‹o, desta vez, ministrando em sua
bebida certa dose de veneno. Entretanto, antes que o veneno fa•a efeito,
Marcelo aparece e dispara 10 tiros de pistola contra Jo‹o, o mantando. Nesse
caso, Pedro responder‡ somente por homic’dio tentado.
10
CUNHA, RogŽrio Sanches. Manual de Direito Penal. Parte Especial. 7¼ edi•‹o. Ed. Juspodivm. Salvador,
2015, p. 232/233
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Em todos estes casos o agente NÌO responde pelo resultado ocorrido.
Por qual motivo? Sua conduta NÌO FOI a causa da morte (aplica-se a
pr—pria e j‡ falada teoria da equival•ncia dos antecedentes). Se suprimirmos
a conduta de cada um destes agentes (nos tr•s exemplos), o resultado morte
ainda assim teria ocorrido da mesma forma. Logo, a conduta dos agentes
NÌO Ž considerada causa.
EXEMPLO (1) Caio decide matar Maria, desferindo contra ela golpes de fac‹o,
causando-lhe a morte. Entretanto, Maria era hemof’lica (condi•‹o conhecida
por Caio), tendo a doen•a contribu’do em grande parte para seu —bito.
Nesse caso, embora a doen•a (concausa preexistente) tenha contribu’do para
o —bito, Caio responde por homic’dio consumado. Por qual motivo? Sua
conduta FOI a causa da morte (aplica-se a pr—pria e j‡ falada teoria da
equival•ncia dos antecedentes). Se suprimirmos a conduta de Caio, o
resultado teria ocorrido? N‹o. Caio teve a inten•‹o de produzir o resultado?
Sim. Logo, responde pelo resultado (homic’dio consumado).
___________________________________________________
EXEMPLO (2) Pedro resolve matar Jo‹o, e coloca em seu drink determinada
dose de veneno. Ao mesmo tempo, Ricardo faz a mesma coisa. Pedro e Ricardo
querem a mesa coisa, mas n‹o se conhecem nem sabem da conduta um do
outro. Jo‹o ingere a bebida e acaba falecendo. A per’cia comprova que
qualquer das doses de veneno, isoladamente, n‹o seria capaz de produzir o
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AtŽ aqui n—s conseguimos resolver todos os casos pela teoria da equival•ncia
dos antecedentes, da seguinte forma:
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¥! Nas concausas absolutamente independentes Ð Em todos os
casos a conduta do agente n‹o contribuiu para o resultado. Logo,
pelo ju’zo hip—tese de elimina•‹o, a conduta do agente n‹o foi causa.
Portanto, n‹o responde pelo resultado.
¥! Nas concausas relativamente independentes (Preexistentes e
concomitantes) Ð Em todos os casos a conduta do agente
contribuiu para o resultado. Logo, pelo ju’zo hip—tese de elimina•‹o,
a conduta do agente foi causa. Portanto, responde pelo resultado.
EXEMPLO (1) - Pedro resolve matar Jo‹o (insistente esse cara!), e dispara 25
tiros contra ele, usando seu Fuzil Autom‡tico Ligeiro-Fal, CALIBRE 7.62 (agora
vai!). Jo‹o fica estirado no ch‹o, Ž socorrido por uma ambul‰ncia e, no caminho
para o Hospital, sofre um acidente de carro (a ambul‰ncia bate de frente com
uma carreta) e vem a morrer em raz‹o do acidente, n‹o dos ferimentos
causados por Pedro.
Nesse caso, Pedro responde apenas por tentativa de homic’dio.
Por qual motivo? Sua conduta n‹o foi a causa da morte. Mas, se
suprimirmos a conduta de Pedro, o resultado teria ocorrido? N‹o. Pedro teve a
inten•‹o de produzir o resultado? Sim.
Ent‹o por que n‹o responde pelo resultado??
Aqui o CP adotou a teoria da causalidade adequada. A causa
superveniente (acidente de tr‰nsito) produziu por si s— o resultado, j‡ que o
acidente de ambul‰ncia n‹o Ž o desdobramento natural de um disparo de arma
de fogo (esse resultado n‹o Ž consequ•ncia natural e previs’vel da conduta do
agente11).
00000000000
11
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal Ð Parte Geral. Ed. Saraiva, 21¼ edi•‹o. S‹o Paulo,
2015, p. 324/325
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§! Que por si s— produziu o resultado Ð Apesar disso, a conduta de Pedro
foi relevante apenas por CRIAR A SITUA‚ÌO, mas n‹o foi a respons‡vel
efetiva pela morte.
AGENTE NÃO
RESPONDE PELO TEORIA DA
ABSOLUTAMENTE
INDEPENDENTES RESULTADO, POIS EQUIVALÊNCIA DOS
SUA CONDUTA ANTECEDENTES
NÃO FOI CAUSA.
PRODUZIU SOZINHA
RELATIVAMENTE O RESULTADO - NÃO
INDEPENDENTES TEORIA DA
RESPONDE PELO
CAUSALIDADE
RESULTADO. É
ADEQUADA
CAUSA, MAS NÃO É
CAUSA ADEQUADA.
SUPERVENIENTES
NÃO PRODUZIU
SOZINHA O
RESULTADO - TEORIA DA
EQUIVALÊNCIA DOS
RESPONDE PELO ANTECEDENTES
RESULTADO - FOI
CAUSA
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¥! TEORIA DA IMPUTA‚ÌO OBJETIVA Ð A teoria da imputa•‹o objetiva, que
foi melhor desenvolvida por Roxin12, tem por finalidade ser uma teoria mais
completa em rela•‹o ao nexo de causalidade, em contraposi•‹o ˆs "vigentes"
teoria da equival•ncia das condi•›es e teoria da causalidade adequada.
Para a teoria da imputa•‹o objetiva, a imputa•‹o s— poderia ocorrer quando o
agente tivesse dado causa ao fato (causalidade f’sica) mas, ao mesmo tempo,
houvesse uma rela•‹o de causalidade NORMATIVA, assim compreendida como
a cria•‹o de um risco n‹o permitido para o bem jur’dico que se pretende
tutelar. Para esta teoria, a conduta deve:
a)! Criar ou aumentar um risco Ð Assim, se a conduta do agente n‹o aumentou
nem criou um risco, n‹o h‡ crime13. Exemplo cl‡ssico: JosŽ conversa com
Paulo na cal•ada. Pedro, inimigo de Paulo, atira um vaso de planta do 10¼
andar, com a finalidade de matar Paulo. JosŽ v• que o vaso ir‡ cair sobre a
cabe•a de Paulo e o empurra. Paulo cai no ch‹o e fratura levemente o bra•o.
Neste caso, JosŽ deu causa (causalidade f’sica) ˆs les›es corporais sofridas
por Paulo. Contudo, sua conduta n‹o criou nem aumentou um risco. Ao
contr‡rio, JosŽ diminuiu um risco, ao evitar a morte de Paulo.
b)! Risco deve ser proibido pelo Direito Ð Aquele que cria um risco de les‹o para
alguŽm, em tese n‹o comete crime, a menos que esse risco seja proibido pelo
Direito. Assim, o filho que manda os pais em viagem para a Europa, na
inten•‹o de que o avi‹o caia, os pais morram, e ele receba a heran•a, n‹o
comete crime, pois o risco por ele criado n‹o Ž proibido pelo Direito.
c)! Risco deve ser criado no resultado Ð Assim, um crime n‹o pode ser imputado
ˆquele que n‹o criou o risco para aquela ocorr•ncia. Explico: Imaginem que
JosŽ ateia fogo na casa de Maria. JosŽ causou um risco, n‹o permitido pelo
Direito. Deve responder pelo crime de inc•ndio doloso, art. 250 do CP.
Entretanto, Maria invade a casa em chamas para resgatar a œnica foto que
restou de seu filho falecido, sendo lambida pelo fogo, vindo a falecer. Nesse
caso, JosŽ n‹o responde pelo crime de homic’dio, pois o risco por ele criado
n‹o se insere nesse resultado, que foi provocado pela conduta exclusiva de
Maria.
1.2.4!Tipicidade
00000000000
12
ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general: Tomo I. Civitas. Madrid, 1997, p. 362/411
13
ROXIN, Claus. Op. cit., p. 365
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N‹o h‡ muito o que se falar acerca da tipicidade formal. Basta que o
intŽrprete proceda ao cotejo entre a conduta praticada no caso concreto e
a conduta prevista na Lei Penal (subsun•‹o). Se a conduta praticada se
amoldar ˆquela prevista na Lei Penal, o fato ser‡ t’pico, ou seja, haver‡
adequa•‹o t’pica, por estar presente o elemento ÒtipicidadeÓ.
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1.3.1!Crime doloso
O dolo Ž o elemento subjetivo do tipo, consistente na vontade, livre e
consciente, de praticar o crime (dolo direto), ou a assun•‹o do risco produzido
pela conduta (dolo eventual). Nos termos do art. 18 do CP:
Art. 18 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime doloso(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
14
BITENCOURT, Op. cit., p. 290/291
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EXEMPLO: Imagine que Renato, dono de um s’tio, e apreciador da pr‡tica do
tiro esportivo, decida levantar s‡bado pela manh‹ e praticar tiro no seu terreno,
mesmo sabendo que as balas possuem longo alcance e que h‡ casas na
vizinhan•a. Renato atŽ n‹o quer que ninguŽm seja atingido, mas sabe que isso
pode ocorrer e n‹o se importa, pratica a conduta assim mesmo. Nesse caso, se
Renato atingir alguŽm, causando-lhe les›es ou mesmo a morte, estar‡
praticando homic’dio doloso por dolo eventual.
avi‹o, pois Ž certo que tambŽm morrer‹o, embora este n‹o seja o
objetivo do agente;
¥! Dolo geral, por erro sucessivo, ou aberratio causae Ð Ocorre
quando o agente, acreditando ter alcan•ado seu objetivo, pratica
nova conduta, com finalidade diversa, mas depois se constata que
esta œltima foi a que efetivamente causou o resultado. Trata-se de
erro na rela•‹o de causalidade, pois embora o agente tenha
conseguido alcan•ar a finalidade proposta, somente o
alcan•ou atravŽs de outro meio, que n‹o tinha direcionado
para isso. Exemplo: Imagine a m‹e que, querendo matar o pr—prio
filho de 05 anos, o estrangula e, com medo de ser descoberta, o joga
num rio. Posteriormente a crian•a Ž encontrada e se descobre que a
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v’tima morreu por afogamento. Nesse caso, embora a m‹e n‹o tenha
querido matar o filho afogado, mas por estrangulamento, isso Ž
irrelevante penalmente, importando apenas o fato de que a m‹e
alcan•ou o fim pretendido (morte do filho), ainda que por outro meio,
devendo, pois, responder por homic’dio consumado;
¥! Dolo alternativo Ð O agente pratica a conduta visando um resultado
ou outro, tanto faz. Ex.: JosŽ atira uma pedra em Maria, querendo
mat‡-la ou lesion‡-la, tanto faz. O dolo alternativo Ž considerado
espŽcie de dolo indireto, assim como o dolo eventual.
¥! Dolo antecedente, atual e subsequente Ð O dolo antecedente Ž o
que se d‡ antes do in’cio da execu•‹o da conduta. O dolo atual Ž o
que est‡ presente enquanto o agente se mantŽm exercendo a
conduta, e o dolo subsequente ocorre quando o agente, embora
tendo iniciado a conduta com uma finalidade l’cita, altera seu ‰nimo,
passando a agir de forma il’cita. Esse œltimo caso Ž o que ocorre no
caso, por exemplo, do crime de apropria•‹o indŽbita (art. 168 do CP),
no qual o agente recebe o bem de boa-fŽ, obrigando-se devolv•-lo,
mas, posteriormente, muda de idŽia e n‹o devolve o bem nas
condi•›es ajustadas, passando a agir de maneira il’cita.
1.3.2!Crime culposo
Se no crime doloso o agente quis o resultado, sendo este seu objetivo, ou
assumiu o risco de sua ocorr•ncia, embora n‹o fosse originalmente pretendido o
resultado, no crime culposo a conduta do agente Ž destinada a um determinado
fim (que pode ser l’cito ou n‹o), tal qual no dolo eventual, mas pela viola•‹o a
um dever de cuidado, o agente acaba por lesar um bem jur’dico de terceiro,
cometendo crime culposo.
A viola•‹o ao dever objetivo de cuidado pode se dar de tr•s maneiras:
¥! Neglig•ncia Ð O agente deixa de tomar todas as cautelas
necess‡rias para que sua conduta n‹o venha a lesar o bem jur’dico
de terceiro. ƒ o famoso relapso. Aqui o agente deixa de fazer algo
que deveria; 00000000000
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que o resultado possa ocorrer. A culpa consciente se aproxima muito
do dolo eventual, pois em ambos o agente prev• o resultado e mesmo
assim age. Entretanto, a diferen•a Ž que, enquanto no dolo eventual
o agente assume o risco de produzi-lo, n‹o se importando com
a sua ocorr•ncia, na culpa consciente o agente n‹o assume o
risco de produzir o resultado, pois acredita, sinceramente, que ele
n‹o ocorrer‡.
¥! Culpa pr—pria e culpa impr—pria Ð A culpa pr—pria Ž aquela na
qual o agente NÌO QUER O RESULTADO criminoso. ƒ a culpa
propriamente dita. Pode ser consciente, quando o agente prev• o
resultado como poss’vel, ou inconsciente, quando n‹o h‡ essa
previs‹o. Na culpa impr—pria, o agente quer o resultado, mas,
por erro inescus‡vel, acredita que o est‡ fazendo amparado
por uma causa excludente da ilicitude ou da culpabilidade. ƒ o
caso do pai que, percebendo um barulho na madrugada, se levanta e
avista um vulto, determinando sua imediata parada. Como o vulto
continua, o pai dispara tr•s tiros de arma de fogo contra a v’tima,
acreditando estar agindo em leg’tima defesa de sua fam’lia. No
entanto, ao verificar a v’tima, percebe que o vulto era seu filho de 16
anos que havia sa’do escondido para assistir a um show de Rock no
qual havia sido proibido de ir. Nesse caso, embora o crime seja
naturalmente doloso (pois o agente quis o resultado), por quest›es
de pol’tica criminal o C—digo determina que lhe seja aplicada a pena
correspondente ˆ modalidade culposa. Nos termos do art. 20, ¤ 1¡
do CP:
Art. 20 (...) ¤ 1¼ - ƒ isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunst‰ncias, sup›e situa•‹o de fato que, se existisse, tornaria a a•‹o leg’tima.
N‹o h‡ isen•‹o de pena quando o erro deriva de culpa e o fato Ž pun’vel como
crime culposo.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
1.3.3!Crime preterdoloso
H‡ ainda a figura do crime preterdoloso (ou preterintencional). O
crime preterdoloso ocorre quando o agente, com vontade de praticar determinado
crime (dolo), acaba por praticar crime mais grave, n‹o com dolo, mas por culpa.
Um exemplo cl‡ssico Ž o crime de les‹o corporal seguida de morte, previsto no
art. 129, ¤ 3¡ do CP. Nesse crime o agente provoca les›es corporais na v’tima,
mediante conduta dolosa. No entanto, em raz‹o de sua imprud•ncia na execu•‹o
(excesso), acabou por provocar a morte da v’tima, que era um resultado n‹o
pretendido (culpa).
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A Doutrina distingue, no entanto, o crime preterdoloso do crime
qualificado pelo resultado15. Para a Doutrina, o crime qualificado pelo
resultado Ž um g•nero, do qual o crime preterdoloso Ž espŽcie. Um crime
qualificado pelo resultado Ž aquele no qual, ocorrendo determinado
resultado, teremos a aplica•‹o de uma circunst‰ncia qualificadora. Aqui
Ž irrelevante se o resultado que qualifica o crime Ž doloso ou culposo. No delito
preterdoloso, o resultado que qualifica o crime Ž, necessariamente,
culposo. Ou seja, h‡ dolo na conduta inicial e culpa em rela•‹o ao
resultado que efetivamente ocorre.
1.4.1!Iter criminis
O iter criminis Ž o Òcaminho do crimeÓ, ou seja, o itiner‡rio percorrido pelo
agente atŽ a consuma•‹o do delito.
O iter criminis pode ser dividido em 04 etapas:
15
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 337
16
Em raz‹o do princ’pio da Òexterioriza•‹o do fatoÓ ou Òmaterializa•‹o do fatoÓ, que impede a puni•‹o de
atitudes internas das pessoas.
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Ex.: JosŽ quer matar Maria. Para tanto, JosŽ vai atŽ uma loja e compra uma faca
bem grande.
Como regra, os atos preparat—rios s‹o impun’veis, j‡ que o agente n‹o
chega, sequer, a iniciar a execu•‹o do crime. Todavia, os atos preparat—rios ser‹o
pun’veis quando configurarem, por si s—, um delito aut™nomo.
Ex.: JosŽ quer falsificar v‡rias notas de R$ 100,00 (quer praticar o crime de
moeda falsa, art. 289 do CP). Assim, JosŽ compra um maquin‡rio destinado a
falsificar moeda. A princ’pio, essa conduta seria um mero ato preparat—rio
impun’vel. Todavia, neste espec’fico caso o CP j‡ criminaliza essa conduta
preparat—ria, estabelecendo um tipo penal aut™nomo, que Ž o crime de
Òpetrechos de falsifica•‹oÓ (art. 291 do CP17), ou seja, o CP j‡ considera crime a
aquisi•‹o do maquin‡rio!
17
Petrechos para falsifica•‹o de moeda
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a t’tulo oneroso ou gratuito, possuir ou guardar
maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado ˆ falsifica•‹o de
moeda:
Pena - reclus‹o, de dois a seis anos, e multa.
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primeiro exemplo, haveria execu•‹o quando JosŽ estivesse esperando
Maria passar.
⇒! Teoria objetivo-individual Ð Para esta a defini•‹o do que Ž ato execut—rio
passa, necessariamente, pela an‡lise do plano do autor do fato, ou seja, do
seu dolo. Assim, seriam atos execut—rios aqueles que fossem
imediatamente anteriores ao in’cio da execu•‹o da conduta descrita no
nœcleo do tipo. Ex.: JosŽ quer furtar uma casa, e invade a resid•ncia. Neste
caso, mesmo n‹o tendo ainda dado in’cio ˆ subtra•‹o, j‡ haveria ato
execut—rio.
1.4.1.4! Consuma•‹o
Aqui o crime atinge sua realiza•‹o plena, havendo a presen•a de todos os
elementos que o comp›em, ou seja, o agente consegue realizar tudo o que o tipo
penal prev•, causando a ofensa jur’dica prevista na norma penal.
Temos, aqui, portanto, um crime completo e acabado.
1.4.1.5! Exaurimento
O exaurimento Ž uma etapa Òp—s-crimeÓ, ou seja, um acontecimento
posterior ˆ consuma•‹o do delito, n‹o alterando a tipifica•‹o da conduta.
Ex.: JosŽ pratica falso testemunho num processo que envolve Maria (crime de
falso testemunho consumado, art. 342 do CP). Ap—s isso, Maria Ž condenada em
raz‹o do testemunho falso de JosŽ (consequ•ncia que Ž mero exaurimento do
delito, n‹o alterando a tipifica•‹o do crime).
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1.4.2!Tentativa
Todos os elementos citados como sendo partes integrantes do fato t’pico
(conduta, resultado natural’stico, nexo de causalidade e tipicidade) s‹o, no
entanto, elementos do crime material consumado, que Ž aquele no qual se
exige resultado natural’stico e no qual este resultado efetivamente ocorre.
Nos termos do art. 14 do CP:
Art. 14 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - consumado, quando nele se reœnem todos os elementos de sua defini•‹o legal;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - tentado, quando, iniciada a execu•‹o, n‹o se consuma por circunst‰ncias alheias
ˆ vontade do agente. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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Assim, nos crimes tentados, por n‹o haver sua consuma•‹o (ocorr•ncia de
resultado natural’stico), n‹o estar‹o presentes, em regra, os elementos
ÒresultadoÓ e Ònexo de causalidadeÓ.
Disse Òem regraÓ, porque pode acontecer que um crime tentado produza
resultados, que ser‹o analisados de acordo com a conduta do agente e sua
aptid‹o para produzi-los.
EXEMPLO: Imaginem que Marcelo, visando ˆ morte de Rodrigo, dispare cinco
tiros de pistola contra ele. Rodrigo Ž baleado, fica paraplŽgico, mas sobrevive.
Nesse caso, como o objetivo n‹o era causar les‹o corporal, mas sim matar, o
crime n‹o foi consumado, pois a morte n‹o ocorreu. Entretanto, n‹o se pode
negar que houve resultado natural’stico e nexo causal, embora este resultado
n‹o tenha sido o pretendido pelo agente quando da pr‡tica da conduta
criminosa.
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Desta forma, o crime cometido na modalidade tentada n‹o Ž punido da
mesma maneira que o crime consumado, pois embora o desvalor da conduta (sua
reprovabilidade social) seja o mesmo do crime consumado, o desvalor do
resultado (suas consequ•ncias na sociedade) Ž menor, indiscutivelmente. Assim,
diz-se que o CP adotou a teoria dual’stica, realista ou objetiva da
punibilidade da tentativa.18
Mas qual o critŽrio para aplica•‹o da quantidade de diminui•‹o (1/3
ou 2/3)? Nesse caso, o Juiz deve analisar a proximidade de alcance do resultado.
Quanto mais pr—xima do resultado chegar a conduta, menor ser‡ a
diminui•‹o da pena, e vice-versa. No exemplo acima, como Marcelo quase
matou Rodrigo, chegando a deix‡-lo paraplŽgico, a diminui•‹o ser‡ a menor
poss’vel (1/3), pois o resultado esteve perto de se consumar. Entretanto, se
Marcelo tivesse errado todos os disparos, o resultado teria passado longe da
consuma•‹o, devendo o Juiz aplicar a redu•‹o m‡xima.
A tentativa pode ser:
18
Em contraposi•‹o ˆ Teoria objetiva h‡ a Teoria subjetiva, que sustenta que a punibilidade da tentativa
deveria estar atrelada ao fato de que o desvalor da conduta Ž o mesmo do crime consumado (Ž t‹o
reprov‡vel a conduta de ÒmatarÓ quanto a de Òtentar matarÓ). Para esta Teoria, a tentativa deveria ser
punida da mesma forma que o crime consumado (BITENCOURT, Op. cit., p. 536/537). Na verdade, adotou-
se no Brasil uma espŽcie de Teoria objetiva ÒtemperadaÓ ou mitigada. Isto porque a regra do art. 14, II
admite exce•›es, ou seja, existem casos na legisla•‹o p‡tria em que se pune a tentativa com a mesma pena
do crime consumado.
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1.4.3!Crime imposs’vel
Nos termos do C—digo Penal:
Art. 17 - N‹o se pune a tentativa quando, por inefic‡cia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, Ž imposs’vel consumar-se o crime.(Reda•‹o dada
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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inten•‹o de mat‡-lo, mas o crime n‹o se consuma porque JosŽ usava um colete
ˆ prova de balas, n‹o h‡ crime imposs’vel, pois o crime poderia se consumar.
19
BITENCOURT, Op. cit., p. 542/543.
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No arrependimento eficaz Ž diferente. Aqui o agente j‡ praticou todos
os atos execut—rios que queria e podia, mas ap—s isto, se arrepende do
ato e adota medidas que acabam por impedir a consuma•‹o do resultado.
Imagine que no exemplo anterior, Poliana tivesse disparado todos os tiros
da pistola em Jason. Depois disso, Poliana se arrepende do que fez e providencia
o socorro de Jason, que sobrevive em raz‹o do socorro prestado. Neste caso,
ter’amos arrependimento eficaz.
Ambos os institutos est‹o previstos no art. 15 do CP:
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou
impede que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
1.4.5!Arrependimento posterior
O arrependimento posterior, por sua vez, n‹o exclui o crime, pois
este j‡ se consumou, mas Ž causa obrigat—ria de diminui•‹o de pena.
Ocorre quando, nos crimes em que n‹o h‡ viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa,
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EXEMPLO: Imagine o crime de dano (art. 163 do CP), no qual o agente quebra
a vidra•a de uma padaria, revoltado com o esgotamento do p‹o franc•s naquela
tarde. Nesse caso, se antes do recebimento da queixa o agente ressarcir o
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preju’zo causado, ele responder‡ pelo crime, mas a pena aplicada dever‡
ser diminu’da de um a dois ter•os.
QUADRO ESQUEMçTICO
INSTITUTO RESUMO CONSEQUæNCIAS
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apenas pelos danos
que efetivamente
causou.
ARREPENDIMENTO O agente INICIA a pr‡tica da Responde apenas
EFICAZ conduta delituosa E COMPLETA A pelos atos j‡
EXECU‚ÌO DA CONDUTA, mas se praticados.
arrepende do que fez e toma as Desconsidera-se o
provid•ncias para que o resultado Òdolo inicialÓ, e o
inicialmente pretendido n‹o agente Ž punido
ocorra. O resultado NÌO apenas pelos danos
ocorre. que efetivamente
causou.
ARREPENDIMENTO O agente completa a execu•‹o da O agente tem a
POSTERIOR atividade criminosa e o pena reduzida de
resultado efetivamente 1/3 a 2/3.
ocorre. PorŽm, ap—s a ocorr•ncia
do resultado, o agente se
arrepende E REPARA O DANO ou
RESTITUI A COISA.
1.! S— pode ocorrer nos crimes
cometidos sem viol•ncia
ou grave amea•a ˆ
pessoa
2.! S— tem validade se ocorre
antes do recebimento da
denœncia ou queixa.
CASO HAJA
ARREPENDIMENTO
CRIME SE RESPONDE
PELO CRIME
POSTERIOR =
CAUSA DE
CONSUMA CONSUMADO
DIMINUIÇÃO DE
00000000000
INÍCIO DA
AGENTE DESISTIU DA
EXECUÇÃO DO EXECUÇÃO
DELITO (DESISTÊNCIA
VOLUNTÁRIA) RESPONDE SÓ
PELOS ATOS
AGENTE COMPLETOU A PRATICADOS
CRIME NÃO SE EXECUÇÃO MAS SE
ARREPENDEU E EVITOU O
CONSUMA RESULTADO
(ARREPENDIMENTO EFICAZ)
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omiss‹o, ou seja, temos a exterioriza•‹o f’sica do ato, sem que haja dolo ou
culpa.
Ex.: JosŽ d‡ um susto em Ricardo, que acaba mexendo os bra•os repentinamente
e acerta uma cotovelada em Paula. Neste caso, Ricardo n‹o responde por crime
de les‹o corporal pois n‹o teve dolo ou culpa.
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Ž tipificada como crime), h‡ exclus‹o do fato t’pico, eis que n‹o haver‡ tipicidade
material.
1.5!Ilicitude
J‡ vimos que a conduta deve ser considerada um fato t’pico para que o
primeiro elemento do crime esteja presente. Entretanto, isso n‹o basta. Uma
conduta enquadrada como fato t’pico pode n‹o ser il’cita perante o direito. Assim,
a antijuridicidade (ou ilicitude) Ž a condi•‹o de contrariedade da conduta
perante o Direito.
Estando presente o primeiro elemento (fato t’pico), presume-se
presente a ilicitude, devendo o acusado comprovar a exist•ncia de uma
causa de exclus‹o da ilicitude. Percebam, assim, que uma das fun•›es do fato
t’pico Ž gerar uma presun•‹o de ilicitude da conduta, que pode ser desconstitu’da
diante da presen•a de uma das causas de exclus‹o da ilicitude.
As causas de exclus‹o da ilicitude podem ser:
¥! GenŽricas Ð S‹o aquelas que se aplicam a todo e qualquer crime. Est‹o
previstas na parte geral do C—digo Penal, em seu art. 23;
¥! Espec’ficas Ð S‹o aquelas que s‹o pr—prias de determinados crimes, n‹o
se aplicando a outros. Por exemplo: Furto de coisas comum, previsto no art.
156, ¤2¡. Nesse caso, o fato de a coisa furtada ser comum retira a ilicitude
da conduta. PorŽm, s— nesse crime!
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paraquedas seja seu e ele possa se salvar. Nesse caso, o bem jur’dico que
Marcos buscou preservar (vida) Ž de igual valor ao bem sacrificado (Vida de
Jo‹o). Assim, Marcos n‹o cometeu crime, pois agiu coberto por uma excludente
de ilicitude, que Ž o estado de necessidade.
20
Bitencourt sustenta que, apesar da ado•‹o da teoria unit‡ria, quando a escolha do agente por sacrificar
determinado bem em detrimento de outro n‹o for a mais correta de acordo com o Direito, mas puder ser
considerada como algo que qualquer pessoa acabaria fazendo da mesma forma, ter’amos o estado de
necessidade exculpante supralegal, ou seja, o Juiz poderia afastar a culpabilidade do agente por considerar
ser inexig’vel conduta diversa. BITENCOURT, Op. cit., p. 411/413
21
A Doutrina se divide quanto ˆ abrang•ncia da express‹o ÒvoluntariamenteÓ. Alguns sustentam que tanto
a causa•‹o culposa quanto a dolosa afastam a possibilidade de caracteriza•‹o do estado de necessidade
(Por todos, ASSIS TOLEDO). Outros defendem que somente a causa•‹o DOLOSA impede a caracteriza•‹o
do estado de necessidade (Por todos, DAMçSIO DE JESUS e CEZAR ROBERTO BITENCOURT). BITENCOURT,
Op. cit., p. 419
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praticado o crime contra a v’tima pretendida,
n‹o a atingida.
MISERABILIDADE O STJ entende que a simples alega•‹o de
miserabilidade n‹o gera o estado de
necessidade para que seja exclu’da a ilicitude
do fato. Entretanto, em determinados casos,
poder‡ excluir a culpabilidade, em raz‹o da
inexigibilidade de conduta diversa
(estudaremos mais ˆ frente).
1.5.2!Leg’tima defesa
Nos termos do art. 25 do CP:
Art. 25 - Entende-se em leg’tima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necess‡rios, repele injusta agress‹o, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
O agente deve ter praticado o fato para repelir uma agress‹o. Contudo, h‡
alguns requisitos:
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morda a v’tima), o agente poder‡ agir em leg’tima defesa. Entretanto, a
leg’tima defesa estar‡ ocorrendo em face do dono (les‹o ao seu patrim™nio, o
cachorro), e n‹o em face do animal.
Com rela•‹o ˆs agress›es praticadas por inimput‡vel, a Doutrina se divide,
mas a maioria entende que nesse caso h‡ leg’tima defesa, e n‹o estado de
necessidade.
Na leg’tima defesa, diferentemente do que ocorre no estado de necessidade,
o agredido (que age em leg’tima defesa) n‹o Ž obrigado a fugir do
agressor, ainda que possa. A lei permite que o agredido revide e se proteja,
ainda que lhe seja poss’vel fugir!
A rea•‹o do agente, por sua vez, deve ser proporcional. Ou seja, os meios
utilizados por ele devem ser suficientes e necess‡rios a repelir a agress‹o injusta.
EXEMPLO: Se um ladr‹o furta uma caneta, a v’tima n‹o pode matar este ladr‹o
para repelir esta agress‹o ao seu patrim™nio, pois ainda que o meio utilizado
seja suficiente para que o patrim™nio seja preservado, n‹o Ž proporcional
sacrificar a vida de alguŽm por causa de uma caneta. Mas nem se for uma
Mont Blanc de R$ 5.000,00? N‹o!!!
A leg’tima defesa n‹o Ž presumida. Aquele que a alega deve provar sua
ocorr•ncia, pois, como estudamos, a exist•ncia do fato t’pico tem o cond‹o de
fazer presumir a ilicitude da conduta, cabendo ao acusado provar a exist•ncia de
uma das causas de exclus‹o da ilicitude.
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CUIDADO! A leg’tima defesa sucessiva Ž poss’vel! ƒ aquela na qual o
agredido injustamente, acaba por se exceder nos meios para repelir a agress‹o.
Nesse caso, como h‡ excesso, esse excesso n‹o Ž permitido. Logo, aquele que
primeiramente agrediu, agora poder‡ agir em leg’tima defesa. Se A
agride B com tapas leves, e B saca uma pistola e come•a a disparar contra A,
que se afasta e para de agredi-lo, caso B continue e atirar, A poder‡ sacar sua
arma e atirar contra B, pois a conduta de A se configura como excesso na
rea•‹o, e B estar‡ agindo em leg’tima defesa sucessiva.
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1.5.3!Estrito cumprimento do dever legal
Nos termos do art. 23, III do CP:
Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato:
(...)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerc’cio regular de direito.
Age acobertado por esta excludente aquele que pratica fato t’pico, mas o faz
em cumprimento a um dever previsto em lei.
Assim, o Policial tem o dever legal de manter a ordem pœblica. Se alguŽm
comete crime, eventuais les›es corporais praticadas pelo policial (quando da
persegui•‹o) n‹o s‹o consideradas il’citas, pois embora tenha sido provocada
les‹o corporal (prevista no art. 129 do CP), o policial agiu no estrito cumprimento
do seu dever legal.
CUIDADO! Quando o policial, numa troca de tiros, acaba por ferir ou matar um
suspeito, ele n‹o age no estrito cumprimento do dever legal, mas em leg’tima
defesa. Isso porque o policial s— pode atirar contra alguŽm quando isso for
absolutamente necess‡rio para repelir injusta agress‹o contra si ou contra
terceiros.22
22
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 431
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Dessa forma, quem age no leg’timo exerc’cio de um direito seu, n‹o
poder‡ estar cometendo crime, pois a ordem jur’dica deve ser harm™nica, de
forma que uma conduta que Ž considerada um direito da pessoa, n‹o pode ser
considerada crime, por quest›es l—gicas. Trata-se de preservar a coer•ncia do
sistema23.
Mas o direito deve estar previsto em lei? Sim! A Doutrina majorit‡ria
entende que os direitos derivados dos costumes locais n‹o podem ser invocados
como causas de exclus‹o da ilicitude.
Quando um atleta entra no octagon (aquela jaula das artes marciais mistas,
antigo vale-tudo), e agride o outro atleta, est‡ causando-lhe les›es corporais
(art. 129 do CP). Entretanto, n‹o comete crime, pois tem esse direito j‡ que
ambos est‹o se submetendo a uma pr‡tica desportiva que permite esse
tipo de conduta.
CUIDADO! Se esse mesmo atleta descumprir as regras do esporte (chutar
a cabe•a do outro atleta ca’do, por exemplo) e causar-lhe les›es, poder‡
responder pelo crime que cometer, pois n‹o lhe Ž permitido fazer isso!
1.5.5!Consentimento do ofendido
O consentimento do ofendido n‹o est‡ expressamente previsto no CP como
causa de exclus‹o da ilicitude. Todavia, a Doutrina Ž pac’fica ao sustentar que o
consentimento do ofendido pode, a depender do caso, afastar a ilicitude da
conduta, funcionando como causa supralegal (n‹o prevista na Lei) de exclus‹o
da ilicitude).
Ex.: JosŽ e Paulo combinam de fazer manobras arriscadas numa moto, estando
Paulo na garupa e JosŽ guiando a motocicleta. Neste caso, se JosŽ perder a
dire•‹o e causar les›es culposas em Paulo, n‹o haver‡ crime, eis que o
consentimento de Paulo em rela•‹o ˆ conduta arriscada de JosŽ afasta a ilicitude
da conduta.
23
O Prof. Zaffaroni entenderia que, neste caso, o fato Ž at’pico, pois, pela sua teoria da tipicidade
conglobante, um fato nunca poder‡ ser t’pico quando sua pr‡tica foi tolerada ou determinada pelo sistema
jur’dico. Fica apenas o registro, mas essa teoria n‹o Ž adotada pelo CP e Doutrinariamente Ž discutida.
Lembrem-se: Fica apenas o registro.
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1.5.6!Excesso pun’vel
O excesso pun’vel Ž o exerc’cio irregular de uma causa excludente
da ilicitude, seja porque n‹o h‡ mais a circunst‰ncia que permitia seu exerc’cio
(cessou a agress‹o, no caso da leg’tima defesa, por exemplo, seja porque o meio
utilizado n‹o Ž proporcional (agredido saca uma metralhadora para repelir um
tapa, no caso da leg’tima defesa). No primeiro caso, temos o excesso extensivo,
e no segundo, o excesso intensivo. Nesses casos, a lei prev• que aquele que se
exceder responder‡ pelos danos que causar, art. 23, ¤ œnico do CP:
Art. 23 (...)
Par‡grafo œnico - O agente, em qualquer das hip—teses deste artigo, responder‡ pelo
excesso doloso ou culposo.
CîDIGO PENAL
Ä Art. 13 do CP Ð Nexo de causalidade e relev‰ncia da omiss‹o
Rela•‹o de causalidade(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 13 - O resultado, de que depende a exist•ncia do crime, somente Ž imput‡vel a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado
n‹o teria ocorrido. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Superveni•ncia de causa independente(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 1¼ - A superveni•ncia de causa relativamente independente exclui a imputa•‹o
quando, por si s—, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se
a quem os praticou. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Relev‰ncia da omiss‹o(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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Art. 14 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime consumado (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - consumado, quando nele se reœnem todos os elementos de sua defini•‹o legal;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Tentativa (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - tentado, quando, iniciada a execu•‹o, n‹o se consuma por circunst‰ncias alheias
ˆ vontade do agente. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Pena de tentativa(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - Salvo disposi•‹o em contr‡rio, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminu’da de um a dois ter•os.(Inclu’do pela Lei
n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Arrependimento posterior(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa, reparado o
dano ou restitu’da a coisa, atŽ o recebimento da denœncia ou da queixa, por ato
volunt‡rio do agente, a pena ser‡ reduzida de um a dois ter•os. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime imposs’vel (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 17 - N‹o se pune a tentativa quando, por inefic‡cia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, Ž imposs’vel consumar-se o crime.(Reda•‹o dada
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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II - em leg’tima defesa;(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerc’cio regular de direito.(Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Excesso pun’vel (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - O agente, em qualquer das hip—teses deste artigo, responder‡ pelo
excesso doloso ou culposo.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-
se. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 1¼ - N‹o pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar
o perigo. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 2¼ - Embora seja razo‡vel exigir-se o sacrif’cio do direito amea•ado, a pena poder‡
ser reduzida de um a dois ter•os. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Leg’tima defesa
Art. 25 - Entende-se em leg’tima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necess‡rios, repele injusta agress‹o, atual ou iminente, a direito seu ou de
outrem.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
3! SòMULAS PERTINENTES
3.1!Sœmulas do STJ
Ä Sœmula 567 do STJ Ð Durante algum tempo se discutiu, principalmente na
Doutrina, se a exist•ncia de sistema de vigil‰ncia ou monitoramento eletr™nico
seria um impedimento absoluto ˆ consuma•‹o do delito de furto, caracterizando
crime imposs’vel. O STJ, j‡ h‡ algum tempo, havia solidificado entendimento no
sentido de que tal fato n‹o impede, em absoluto, a consuma•‹o do furto, motivo
pelo qual n‹o h‡ que se falar em crime imposs’vel, mas em tentativa, j‡ que
o meio utilizado n‹o Ž absolutamente ineficaz. Em raz‹o disso, foi editado o
verbete de sœmula 567 do STJ: 00000000000
4! RESUMO
CONCEITO DE CRIME
O Crime pode ser entendido sob tr•s aspectos: Material, formal (legal) e anal’tico:
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¥! Formal (legal) Ð Crime Ž a conduta prevista em Lei como crime. No Brasil,
mais especificamente, Ž toda infra•‹o penal a que a lei comina pena de
reclus‹o ou deten•‹o
¥! Material Ð Crime Ž a conduta que afeta, de maneira significativa (mediante
les‹o ou exposi•‹o a perigo), um bem jur’dico relevante de terceira pessoa.
¥! Anal’tico Ð Ado•‹o da teoria tripartida. Crime Ž composto por fato t’pico,
ilicitude e culpabilidade.
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Crime culposo
No crime culposo a conduta do agente Ž destinada a um determinado fim (que
pode ser l’cito ou n‹o), mas pela viola•‹o a um dever de cuidado, o agente
acaba por lesar um bem jur’dico de terceiro, cometendo crime culposo. Pode se
dar por:
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¥! Neglig•ncia Ð O agente deixa de tomar todas as cautelas
necess‡rias para que sua conduta n‹o venha a lesar o bem jur’dico
de terceiro.
¥! Imprud•ncia Ð ƒ o caso do afoito, daquele que pratica atos
temer‡rios, que n‹o se coadunam com a prud•ncia que se deve ter
na vida em sociedade.
¥! Imper’cia Ð Decorre do desconhecimento de uma regra tŽcnica
profissional para a pr‡tica da conduta.
Modalidades de culpa
¥! Culpa consciente e inconsciente Ð Na culpa consciente, o
agente prev• o resultado como poss’vel, mas acredita que este n‹o
ir‡ ocorrer (previsibilidade SUBJETIVA). Na culpa inconsciente, o
agente n‹o prev• que o resultado possa ocorrer (h‡ apenas
previsibilidade OBJETIVA, n‹o subjetiva).
¥! Culpa pr—pria e culpa impr—pria Ð A culpa pr—pria Ž aquela na
qual o agente NÌO QUER O RESULTADO criminoso. ƒ a culpa
propriamente dita. Pode ser consciente, quando o agente prev• o
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Crime consumado Ð ocorre quando todos os elementos da defini•‹o legal da
conduta criminosa est‹o presentes.
Crime tentado Ð h‡ crime tentado quando o resultado n‹o ocorre por
circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente. Ado•‹o da teoria objetiva da
punibilidade da tentativa: como regra, o agente responde pela pena do crime
consumado, diminu’da de um a dois ter•os. EXCE‚ÌO: (1) crimes em que a mera
tentativa de alcan•ar o resultado j‡ consuma o delito. Ex: art. 352 do CP (Evas‹o
mediante viol•ncia contra a pessoa); (2) outras exce•›es legais.
Crime imposs’vel (tentativa inid™nea ou crime oco) Ð o resultado n‹o ocorre
por ser absolutamente imposs’vel sua ocorr•ncia, em raz‹o: (1) da absoluta
impropriedade do objeto; ou (2) da absoluta inefic‡cia do meio. Ado•‹o da teoria
objetiva da punibilidade da tentativa inid™nea: a conduta do agente n‹o Ž
pun’vel.
Desist•ncia volunt‡ria - Na desist•ncia volunt‡ria o agente, por ato volunt‡rio,
desiste de dar sequ•ncia aos atos execut—rios, mesmo podendo faz•-lo.
FîRMULA DE FRANK: (1) Na tentativa Ð O agente quer, mas n‹o pode
prosseguir; (2) Na desist•ncia volunt‡ria Ð O agente pode, mas n‹o quer
prosseguir. Se o resultado n‹o ocorre, o agente n‹o responde pela tentativa, mas
apenas pelos atos efetivamente praticados.
Arrependimento eficaz - Aqui o agente j‡ praticou todos os atos execut—rios
que queria e podia, mas ap—s isto, se arrepende do ato e adota medidas que
acabam por impedir a consuma•‹o do resultado. Se o resultado n‹o ocorre, o
agente n‹o responde pela tentativa, mas apenas pelos atos efetivamente
praticados.
Arrependimento posterior - N‹o exclui o crime, pois este j‡ se consumou.
Ocorre quando o agente repara o dano provocado ou restitui a coisa.
Consequ•ncia: diminui•‹o de pena, de um a dois ter•os. S— cabe:
¥! Nos crimes em que n‹o h‡ viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa;
¥! Se a repara•‹o do dano ou restitui•‹o da coisa Ž anterior ao recebimento
da denœncia ou queixa.
ILICITUDE (ANTIJURIDICIDADE)
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ESTADO DE NECESSIDADE
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na imagina•‹o do agente.
LEGêTIMA DEFESA
Conceito Ð ÒEntende-se em leg’tima defesa quem, usando moderadamente dos
meios necess‡rios, repele injusta agress‹o, atual ou iminente, a direito seu ou
de outremÓ.
Requisitos:
¥! Agress‹o Injusta Ð Assim, se a agress‹o Ž justa, n‹o h‡ leg’tima
defesa.
¥! Atual ou iminente Ð A agress‹o deve estar acontecendo ou prestes a
acontecer.
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¥! Contra direito pr—prio ou alheio Ð A agress‹o injusta pode estar
acontecendo ou prestes a acontecer contra direito do pr—prio agente
ou de um terceiro.
¥! Rea•‹o proporcional Ð O agente deve repelir a agress‹o injusta,
valendo-se dos meios necess‡rios, mas sem se exceder. Caso se
exceda, responder‡ pelo excesso (culposo ou doloso).
OBS.: Na leg’tima defesa, diferentemente do que ocorre no estado de
necessidade, o agredido (que age em leg’tima defesa) n‹o Ž obrigado a fugir
do agressor, ainda que possa.
EspŽcies de leg’tima defesa:
¥! Agressiva Ð Quando o agente pratica um fato previsto como infra•‹o
penal.
¥! Defensiva Ð O agente se limita a se defender, n‹o atacando nenhum
bem jur’dico do agressor.
¥! Pr—pria Ð Quando o agente defende seu pr—prio bem jur’dico.
¥! De terceiro Ð Quando defende bem jur’dico pertencente a outra
pessoa.
¥! Real Ð Quando a agress‹o a imin•ncia dela acontece, de fato, no
mundo real.
¥! Putativa Ð Quando o agente pensa que est‡ sendo agredido ou que
esta agress‹o ir‡ ocorrer, mas, na verdade, trata-se de fruto da sua
imagina•‹o.
T—picos importantes:
¥! N‹o cabe leg’tima defesa real em face de leg’tima defesa real.
¥! Cabe leg’tima defesa real em face de leg’tima defesa putativa.
¥! Cabe leg’tima defesa sucessiva
¥! Sempre caber‡ leg’tima defesa em face de conduta que esteja acobertada
apenas por causa de exclus‹o da culpabilidade
¥! NUNCA haver‡ possibilidade de leg’tima defesa real em face de qualquer
causa de exclus‹o da ilicitude real.
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Conceito Ð Ocorre quando o agente pratica fato t’pico, mas o faz no exerc’cio de
um direito seu. Dessa forma, quem age no leg’timo exerc’cio de um direito seu,
n‹o poder‡ estar cometendo crime, pois a ordem jur’dica deve ser harm™nica.
Ex.: Lutador de vale-tudo que agride o oponente.
Excesso pun’vel Ð Da mesma forma que nas demais hip—teses, o agente
responder‡ pelo excesso (culposo ou doloso). O excesso, aqui, ir‡ se verificar
sempre que o agente ultrapassar os limites do direito que possui (n‹o estar‡ mais
no exerc’cio REGULAR de direito).
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo
5! EXERCêCIOS DA AULA
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(D) pratica o fato para salvar de perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade,
nem podia de outro modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas
circunst‰ncias, era razo‡vel exigir-se.
(E) pratica o fato para salvar de perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade,
nem podia de outro modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas
circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-se.
(A) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio doloso se for
demonstrado que o piloto do avi‹o em que seu pai se encontrava agiu com culpa
no acidente que o vitimou.
(B) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio culposo, tendo
em vista que sem a sua a•‹o o resultado n‹o teria ocorrido.
(C) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio doloso, tendo
em vista que sem a sua a•‹o o resultado n‹o teria ocorrido.
(D) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio culposo se for
demonstrado que o piloto do avi‹o em que seu pai se encontrava agiu com culpa
no acidente que o vitimou.
(E) o indiv’duo ÒBÓ n‹o praticou e n‹o poder‡ ser responsabilizado pelo crime de
homic’dio.
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Aquele que pratica fato t’pico para salvar de perigo atual, que n‹o provocou por
sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo
sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-se, atuou em
a) leg’tima defesa putativa e, portanto, n‹o cometeu crime.
b) estado de necessidade e, portanto, ter‡ a pena diminu’da de 1 (um) a 2 (dois)
ter•os.
c) leg’tima defesa e, portanto, n‹o cometeu crime.
d) estado de necessidade e, portanto, n‹o cometeu crime.
e) leg’tima defesa e, portanto, ter‡ a pena diminu’da de 1 (um) a 2 (dois) ter•os.
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16.! (VUNESP Ð 2008 Ð TJ-SP Ð JUIZ)
Ap—s a morte da m‹e, A recebeu, durante um ano, a pens‹o previdenci‡ria
daquela, depositada mensalmente em sua conta banc‡ria, em virtude de ser
procuradora da primeira. Descoberto o fato, A foi denunciada por apropria•‹o
indŽbita. Se a senten•a concluir que a acusada (em raz‹o de sua incultura, pouca
viv•ncia, etc.) n‹o tinha percep•‹o da antijuricidade de sua conduta, estar‡
reconhecendo
a) erro sobre elemento do tipo, que exclui o dolo.
b) erro de proibi•‹o.
c) descriminante putativa.
d) ignor‰ncia da lei.
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ƒ causa de exclus‹o da tipicidade,
a) a insignific‰ncia do fato ou a sua adequa•‹o social, segundo corrente
doutrin‡ria e jurisprudencial.
b) o erro inevit‡vel sobre a ilicitude do fato.
c) a coa•‹o moral irresist’vel.
d) a n‹o exigibilidade de conduta diversa.
e) a obedi•ncia hier‡rquica.
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Paulo, sabendo que seu desafeto Pedro n‹o sabia nadar e desejando mat‡-lo,
jogou-o nas ‡guas, durante a travessia de um bra•o de mar. Todavia, ficou com
pena da v’tima, mergulhou e a retirou, antes que se afogasse. Nesse caso,
ocorreu:
a) desist•ncia volunt‡ria.
b) arrependimento eficaz
c) crime tentado
d) crime putativo.
e) crime imposs’vel
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d) Marcus e L’cius.
e) C’cerus, apenas
d) I e II.
e) II, III e IV.
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d) a imper’cia Ž a pr‡tica de conduta arriscada ou perigosa, aferida pelo
comportamento do homem mŽdio.
e) Ž previs’vel o fato cujo poss’vel superveni•ncia n‹o escapa ˆ perspic‡cia
comum.
D) antijuridicidade.
E) punibilidade.
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E) regra aplic‡vel somente aos crimes omissivos pr—prios.
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c) o nexo material entre a conduta do agente e o resultado lesivo.
d) o nexo subjetivo entre a inten•‹o do agente e o resultado lesivo.
e) a correspond•ncia entre o resultado e a possibilidade de previs‹o de sua
ocorr•ncia por parte do agente.
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c) Pela teoria da imputa•‹o objetiva, o resultado deve ser imputado ao agente de
maneira objetiva, isto Ž, ainda que n‹o tenha ele agido com dolo ou culpa.
d) O desvalor da a•‹o e o desvalor do resultado devem ser aferidos a partir da
les‹o ou exposi•‹o a risco do bem jur’dico tutelado.
e) A inocuidade da a•‹o dolosa ao bem jur’dico tutelado pela norma penal n‹o
serve para atestar a atipicidade da conduta se o ‰nimo do agente mostra que
conduz sua vida de maneira reprov‡vel.
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44.! (FCC Ð 2007 Ð MPU Ð ANALISTA)
Jo‹o, dirigindo um autom—vel, com pressa de chegar ao seu destino, avan•ou
com o ve’culo contra uma multid‹o, consciente do risco de ocasionar a morte de
um ou mais pedestres, mas sem se importar com essa possibilidade.
Jo‹o agiu com
a) dolo direto.
b) culpa.
c) dolo indireto.
d) culpa consciente.
e) dolo eventual.
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A respeito da rela•‹o de causalidade, Ž INCORRETO afirmar:
a) Se o evento resultou de causa absolutamente independente, o agente por ele
responde a t’tulo de culpa.
b) Concausa Ž a conflu•ncia de uma causa na produ•‹o de um mesmo resultado,
estando lado a lado com a a•‹o do agente.
c) A superveni•ncia de causa relativamente independente exclui a imputa•‹o
quando, por si s—, produziu o resultado, imputando-se, porŽm, os fatos anteriores
a quem os praticou.
d) O C—digo Penal brasileiro considera causa a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o
resultado n‹o teria ocorrido.
e) O resultado, de que depende a exist•ncia do crime, somente Ž imput‡vel a
quem lhe deu causa.
6! EXERCêCIOS COMENTADOS
(B) diz-se o crime consumado, quando nele se reœnem dois ter•os dos
elementos de sua defini•‹o legal.
(C) diz-se o crime consumado, quando nele se reœnem a maioria dos
elementos de sua defini•‹o legal.
(D) diz-se o crime tentado quando n‹o se exaure por circunst‰ncias
alheias ˆ vontade do agente.
(E) diz-se o crime tentado quando, iniciada a cogita•‹o, n‹o se consuma
por circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente.
COMENTçRIOS: Diz-se o crime consumado quando nele se reœnem a TODOS os
elementos de sua defini•‹o legal, nos termos do art. 14, I do CP. Diz-se o crime
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como ÒtentadoÓ quando, uma vez iniciada a execu•‹o, n‹o se consuma por
circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente, nos termos do art. 14, II do CP.
A tentativa, salvo disposi•‹o em contr‡rio, Ž punida com a pena correspondente
ao crime consumado, diminu’da de um a dois ter•os, nos termos do art. 14, ¤
œnico do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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(C) o indiv’duo ÒBÓ n‹o poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio.
(D) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio tentado,
por analogia ao crime de homic’dio em vista de sua inten•‹o.
(E) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio
consumado, por analogia ao crime de homic’dio em vista de sua inten•‹o.
COMENTçRIOS: No caso temos uma hip—tese de crime imposs’vel, pela absoluta
impropriedade do objeto, de forma que o agente n‹o poder‡ ser punido pelo
crime de homic’dio, nos termos do art. 17 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
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(A) a a•‹o ou omiss‹o praticada pelo autor, independentemente de
qualquer causa superveniente.
(B) a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado n‹o teria ocorrido.
(C) a a•‹o ou omiss‹o praticada pelo autor, independentemente da sua
rela•‹o com o resultado.
(D) exclusivamente a a•‹o ou omiss‹o que mais contribui para o
resultado.
(E) exclusivamente a a•‹o ou omiss‹o que mais se relaciona com a
inten•‹o do autor.
COMENTçRIOS: Considera-se causa do crime a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o
resultado n‹o teria ocorrido, nos termos do art. 13 do CP, que consagra a teoria
da equival•ncia dos antecedentes causais.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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E) ERRADA: Tal defini•‹o corresponde ao estado de necessidade, nos termos do
art. 24 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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a) a motiva•‹o do crime.
b) a intensidade do dolo.
c) o iter criminis percorrido pelo agente.
d) a periculosidade do agente.
COMENTçRIOS: A tentativa Ž punida de forma menos gravosa que o delito
consumado, uma vez que o desvalor do resultado Ž menor que no crime
consumado. O patamar de redu•‹o varia de um a dois ter•os, devendo ser
utilizado como par‰metro para uma maior ou menor redu•‹o da pena o iter
criminis percorrido pelo agente, ou seja, quanto mais pr—ximo da consuma•‹o,
menor o patamar de redu•‹o. Quanto mais distante da consuma•‹o, maior o
patamar de redu•‹o.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
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ou quando o agente, mesmo n‹o querendo o resultado, pratica a conduta
assumindo o risco de sua ocorr•ncia, sem se importar se eventualmente o
resultado ocorrer (teoria do consentimento), no que se denomina de dolo
eventual. Vejamos:
Art. 18 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime doloso(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime culposo(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprud•ncia, neglig•ncia ou
imper’cia. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
Par‡grafo œnico - O agente, em qualquer das hip—teses deste artigo, responder‡ pelo
excesso doloso ou culposo.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-
se. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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S‹o causas de exclus‹o da ilicitude:
a) a leg’tima defesa, o exerc’cio regular de direito e a coa•‹o irresist’vel.
b) a obedi•ncia hier‡rquica, a coa•‹o irresist’vel e a desist•ncia
volunt‡ria.
c) o arrependimento eficaz, o arrependimento posterior e o estrito
cumprimento do dever legal.
d) o estado de necessidade, a obedi•ncia hier‡rquica e a desist•ncia
volunt‡ria.
e) o exerc’cio regular de direito, o estrito cumprimento do dever legal e
o estado de necessidade.
COMENTçRIOS: As causas de exclus‹o da ilicitude (ou exclus‹o da
antijuridicidade) est‹o previstas no art. 23 do CP. Vejamos:
Exclus‹o de ilicitude (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato: (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - em leg’tima defesa;(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerc’cio regular de direito. (Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Assim, vemos que a alternativa CORRETA ƒ A LETRA E.
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b) erro de proibi•‹o.
c) descriminante putativa.
d) ignor‰ncia da lei.
COMENTçRIOS: No caso em tela, o agente incorreu em erro de proibi•‹o, pois
incidiu em erro sobre a ilicitude do fato praticado. Vejamos:
Art. 21 - O desconhecimento da lei Ž inescus‡vel. O erro sobre a ilicitude do fato, se
inevit‡vel, isenta de pena; se evit‡vel, poder‡ diminu’-la de um sexto a um ter•o.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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Pretendendo mat‡-lo, Fulano coloca veneno no cafŽ de Sicrano. Sem
saber do envenenamento, Sicrano ingere o cafŽ. Logo em seguida,
Fulano, arrependido, prescreve o ant’doto a Sicrano, que sobrevive, sem
qualquer seqŸela. Diante disso, Ž correto afirmar que se trata de hip—tese
de
a) crime imposs’vel, pois o meio empregado por Fulano era
absolutamente ineficaz para obten•‹o do resultado pretendido.
b) tentativa, pois o resultado n‹o se consumou por circunst‰ncias alheias
ˆ vontade de Fulano.
c) arrependimento posterior, pois o dano foi reparado por Fulano atŽ o
recebimento da denœncia.
d) arrependimento eficaz, pois Fulano impediu voluntariamente que o
resultado se produzisse.
COMENTçRIOS: Neste caso o agente ser‡ beneficiado pelo instituto do
arrependimento eficaz pois, ap—s ter praticado a conduta, tomou as provid•ncias
para impedir a ocorr•ncia do resultado, tendo •xito. Vejamos:
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
c) I, II e IV.
d) I, II e III.
e) III e IV.
COMENTçRIOS: Dentre as hip—teses apresentadas, apenas os itens II, III e IV
tratam de situa•›es consideradas excludentes de ilicitude, nos termos do art. 23
do CP.
A obedi•ncia hier‡rquica Ž causa de exclus‹o da CULPABILIDADE.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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ƒ causa de exclus‹o da tipicidade,
a) a insignific‰ncia do fato ou a sua adequa•‹o social, segundo corrente
doutrin‡ria e jurisprudencial.
b) o erro inevit‡vel sobre a ilicitude do fato.
c) a coa•‹o moral irresist’vel.
d) a n‹o exigibilidade de conduta diversa.
e) a obedi•ncia hier‡rquica.
COMENTçRIOS: O item correto Ž a Letra A. Isto porque a insignific‰ncia e a
adequa•‹o social s‹o fatores que afastam a tipicidade material (necessidade de
que a conduta seja uma viola•‹o a um bem jur’dica penalmente relevante) e,
portanto, a tipicidade. As demais s‹o hip—teses de exclus‹o da culpabilidade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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21.! (FCC Ð 2014 Ð CåMARA MUNICIPAL-SP Ð PROCURADOR)
Na tentativa pun’vel, o correspondente abatimento na pena intensifica-
se segundo
a) a aptid‹o para consumar.
b) a periculosidade demonstrada.
c) a lesividade j‡ efetivada.
d) o itiner‡rio j‡ percorrido.
e) o exaurimento j‡ alcan•ado.
COMENTçRIOS: Na tentativa, aplica-se a pena prevista para o delito
consumado, com redu•‹o de pena de 1/3 a 2/3:
Art. 14 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(...)
Pena de tentativa(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - Salvo disposi•‹o em contr‡rio, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminu’da de um a dois ter•os.(Inclu’do pela Lei
n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Para a defini•‹o de qual o patamar de redu•‹o, ser‡ utilizado o critŽrio da maior
ou menos proximidade com a consuma•‹o do delito. Quanto mais longe, maior a
redu•‹o de pena. Quanto mais pr—ximo da consuma•‹o, menor a redu•‹o.
Ou seja, ser‡ avaliado o itiner‡rio percorrido pela conduta criminosa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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Paulo, sabendo que seu desafeto Pedro n‹o sabia nadar e desejando
mat‡-lo, jogou-o nas ‡guas, durante a travessia de um bra•o de mar.
Todavia, ficou com pena da v’tima, mergulhou e a retirou, antes que se
afogasse. Nesse caso, ocorreu:
a) desist•ncia volunt‡ria.
b) arrependimento eficaz
c) crime tentado
d) crime putativo.
e) crime imposs’vel
COMENTçRIOS: No caso em tela o agente j‡ praticou todos os atos da
execu•‹o, tendo exaurido sua capacidade para a execu•‹o do delito, ou seja,
temos uma execu•‹o perfeita e acabada, de forma que incab’vel falar em
desist•ncia volunt‡ria, que pressup›e a possibilidade de prosseguir na execu•‹o.
No caso em tela, contudo, o agente evita a ocorr•ncia do resultado, por ter se
arrependido de sua conduta. Neste caso, caracterizado est‡ o arrependimento
EFICAZ. Vejamos:
Desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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N‹o se admite a tentativa nos crimes
a) unissubsistentes.
b) culposos.
c) omissivos puros.
d) omissivos impr—prios.
e) preterdolosos sem consuma•‹o do resultado agregado.
COMENTçRIOS: A quest‹o foi bem anulada. Isso porque todos os crimes citados
NÌO admitem tentativa, ˆ exce•‹o dos omissivos impr—prios, pois estes admitem
a tentativa. Na verdade, a Banca provavelmente queria saber qual deles admitia
a tentativa, mas acabou pedindo o que Òn‹o admiteÓ a tentativa, motivo pelo qual
acabou anulada corretamente.
Lembrando que os crimes UNISSUBSISTENTES n‹o admitem tentativa, pois n‹o
Ž poss’vel fracionar a conduta em diversos atos. Como todo crime omissivo puro
Ž unissubsistente, estes tambŽm n‹o admitem tentativa.
Os crimes culposos tambŽm n‹o admitem tentativa, por uma quest‹o de l—gica:
Se o agente n‹o queria o resultado, n‹o Ž poss’vel falar em ÒtentativaÓ.
Por fim, os preterdolosos n‹o admitem tentativa em rela•‹o ao resultado que
qualifica o crime, pois este resultado Ž obtido a t’tulo de culpa (O agente come•a
a conduta dolosamente, mas obtŽm um resultado diferente, por culpa).
Portanto, a quest‹o foi ANULADA.
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e) II, III e IV.
COMENTçRIOS: Essa quest‹o se resolve facilmente da seguinte forma: As
concausas ABSOLUTAMENTE independentes (I e II) NUNCA geram a imputa•‹o
do resultado ao agente (a conduta do agente n‹o Ž causa, pois pode ser suprimida
mentalmente sem afetar o resultado).
As concausas RELATIVAMENTE independentes, preexistentes ou concomitantes,
n‹o excluem a imputa•‹o do resultado ao agente, pois h‡ uma soma de
Òesfor•osÓ entre a concausa e a conduta do agente (a conduta do agente Ž causa,
pois NÌO pode ser suprimida mentalmente sem afetar o resultado).
Em rela•‹o ˆs concausas SUPERVENIENTES RELATIVAMENTE independentes,
devemos dividi-las em:
a) Produziram, por si s—, o resultado.
b) Agregaram-se ao nexo causal iniciado pela conduta do agente, contribuindo
para a produ•‹o do resultado.
No primeiro caso o agente NÌO responde pelo resultado, mas apenas pelos atos
que praticou. No segundo o caso o agente responde pelo resultado, pois a
concausa superveniente, a despeito de estar ligada ˆ conduta inicial do agente,
criou um novo nexo de causalidade, vindo a produzir o resultado sem se inserir
na cadeia causal da conduta do agente.
Assim, podemos verificar que somente na afirmativa III o agente responder‡ pelo
resultado, por se tratar de concausa superveniente, relativamente independente
que SE AGREGOU ˆ conduta do agente para, conjuntamente, produzirem o
resultado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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B) ERRADA: Esta Ž a defini•‹o de culpa consciente. No dolo eventual o agente
prev• o resultado como prov‡vel, mas sem se importar com sua eventual
ocorr•ncia.
C) ERRADA: Item errado, pois esta Ž a defini•‹o da NEGLIGæNCIA.
D) ERRADA: A defini•‹o corresponde ˆ IMPRUDæNCIA. A imper’cia Ž a pr‡tica de
uma conduta por quem n‹o tem os atributos exigidos para tal.
E) CORRETA: De fato, a doutrina entende que a previsibilidade objetiva deve ser
aferida com base num ju’zo mediano de intelig•ncia, ou seja, ser‡ previs’vel o
fato que pudesse ser antevisto por uma pessoa de intelig•ncia mediana, inerente
ˆ maioria das pessoas.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.
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D) a amea•a deve ser apenas a direito pr—prio.
E) inadmiss’vel a modalidade putativa.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Rea•‹o contra agress‹o est‡ presente na leg’tima defesa, n‹o no
estado de necessidade, que pode decorrer de uma cat‡strofe natural, etc.
B) ERRADA: O agente responde tanto pelo excesso culposo quanto pelo excesso
doloso.
C) CORRETA: O bem jur’dico sacrificado deve ser de valor menor ou igual ao bem
jur’dico preservado, nos termos do art. 24 do C—digo Penal, quando fala em
razoabilidade.
D) ERRADA: Tanto age em estado de necessidade quem defende direito pr—prio
quanto quem defende direito de terceiro, nos termos do art. 24 do CP.
E) ERRADA: ƒ plenamente poss’vel a modalidade putativa, pois o agente pode
supor, erroneamente, estar presente uma situa•‹o de necessidade que, caso
presente, justificaria sua conduta, de forma a excluir a ilicitude do fato.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
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agir para evitar o resultado, corresponde corretamente ˆ ideia ou ao
conceito de
A) causalidade normativa.
B) possibilidade de puni•‹o superveniente de causa independente ao
delito.
C) causalidade entre a omiss‹o e o resultado natural’stico.
D) desnecess‡ria conjuga•‹o do dever legal e possibilidade real de agir.
E) regra aplic‡vel somente aos crimes omissivos pr—prios.
COMENTçRIOS:
A) CORRETA: Pois nesses crimes atribui-se ao omitente o resultado natural’stico,
sem que de sua conduta ele tenha surgido. Nesse caso, o resultado Ž atribu’do
n‹o por uma causalidade natural (inexistente), mas por uma causalidade
normativa (lei estabelece). Assim, a quest‹o est‡ correta.
B) ERRADA: N‹o guarda qualquer rela•‹o com o nexo de causalidade normativa
que se aplica aos crimes comissivos por omiss‹o.
C) ERRADA: N‹o h‡ causalidade entre a omiss‹o e o resultado pois a omiss‹o Ž
um ÒnadaÓ e do ÒnadaÓ, nada surge.
D) ERRADA: A conjuga•‹o entre o dever agir e o poder agir Ž plenamente
necess‡ria, pois n‹o se pode atribuir a alguŽm uma atitude heroica, colocando
sua pr—pria vida em risco.
E) ERRADA: Essa regra em nada se aplica aos crimes omissivos pr—prios, nos
quais o resultado natural’stico Ž completamente irrelevante, logo, n‹o h‡ que se
falar em nexo de causalidade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
antecedentes causais.
C) Ž normativa nos crimes omissivos impr—prios ou comissivos por
omiss‹o.
D) Ž dispens‡vel nos crimes materiais.
E) Ž imprescind’vel nos crimes formais.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: A superveni•ncia de causa relativamente independente exclui a
rela•‹o de causalidade, desde que a causa superveniente tenha produzido por si
s— o resultado.
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B) ERRADA: O nosso sistema penal adotou expressamente a teoria da
equival•ncia dos antecedentes como regra, art. 13 do CP, e como exce•‹o a teoria
da causalidade adequada, art. 13, ¤ 1¡ do CP.
C) CORRETA: Como vimos, os crimes omissivos impr—prios s‹o aqueles nos quais
a omiss‹o do agente Ž punida com o crime decorrente do resultado natural’stico,
e n‹o da simples omiss‹o. Nesse caso, n‹o h‡ causalidade natural, pois do nada,
nada pode surgir. Entretanto, por fic•‹o legal, a lei estabelece um v’nculo entre
a omiss‹o e o resultado natural’stico (causalidade natural’stica).
D) ERRADA: Nos crimes materiais o resultado natural’stico Ž imprescind’vel, logo,
o v’nculo entre esse resultado e a conduta do agente tambŽm. Portanto, a rela•‹o
de causalidade Ž indispens‡vel nestes crimes.
E) ERRADA: Nos crimes formais, o crime se consuma independentemente do
resultado natural’stico. Portanto, a rela•‹o de causalidade Ž completamente
irrelevante.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
erroneamente, estar presente uma situa•‹o de perigo atual, que coloca em risco
bem jur’dico seu ou de terceiro, n‹o se tratando, pois, de uma agress‹o.
D) ERRADA: O exerc’cio regular de um direito Ž uma das causas de exclus‹o da
ilicitude, presente quando o agente pratica fato considerado crime, mas
amparado por norma jur’dica que lhe confere o direito de agir daquela maneira.
E) ERRADA: O estrito cumprimento do dever legal Ž outra causa de exclus‹o da
ilicitude, que se materializa quando o agente pratica fato t’pico, mas o faz em
cumprimento a uma obriga•‹o imposta por lei.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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Constituem elementos do estado de necessidade:
A) Perigo atual ou iminente, que o agente n‹o tenha provocado, nem
podia de outro modo ter evitado.
B) Rea•‹o ˆ injusta agress‹o, atual ou iminente, fazendo uso dos
C) Agress‹o atual, defesa de direito pr—prio ou de outrem e rea•‹o
moderada.
D) Exist•ncia de perigo atual, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias era
razo‡vel exigir-se.
E) Defesa de direito pr—prio ou de outrem, voluntariamente provocado
pelo agente e exigibilidade de conduta diversa.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Nos termos do art. 24 do CP, o perigo em que o agente se encontra
deve ser atual, n‹o se admitindo o perigo iminente.
B) ERRADA: Esses s‹o requisitos da leg’tima defesa, n‹o do estado de
necessidade.
C) ERRADA: Trata-se de requisitos que comp›em a leg’tima defesa, n‹o tendo
qualquer rela•‹o com o estado de necessidade.
D) ERRADA: Nos termos do art. 24 do CP, para que se configure o estado de
necessidade, n‹o se deve ser razo‡vel exigir o sacrif’cio.
E) ERRADA: Se a situa•‹o de perigo foi voluntariamente provocada pelo agente,
n‹o pode ele invocar o estado de necessidade, nos termos do art. 24 do CP.
Lembrando que a Doutrina majorit‡ria entende que esse ÒvoluntariamenteÓ
engloba tanto o dolo quanto a culpa.
NÌO Hç ALTERNATIVA CORRETA. QUESTÌO DEVE SER ANULADA.
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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c) o nexo material entre a conduta do agente e o resultado lesivo.
d) o nexo subjetivo entre a inten•‹o do agente e o resultado lesivo.
e) a correspond•ncia entre o resultado e a possibilidade de previs‹o de
sua ocorr•ncia por parte do agente.
COMENTçRIO: Quando essa adequa•‹o Ž perfeita, dizemos que o Ju’zo de
tipicidade foi positivo, ou seja, a conduta do agente se amolda ao tipo penal,
sendo, portanto, TêPICA (tipificada como delito).
A desconformidade do fato com a ordem jur’dica se chama ANTIJURIDICIDADE,
enquanto o nexo entre a conduta e o resultado se chama NEXO DE
CAUSALIDADE.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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mais valiosa. O ladr‹o aceita e vai embora, sem saber que, na verdade, tratava-
se de um quadro qualquer. Nesse caso, por todas as outras teorias, o vigia
deveria ser punido. Pela teoria da imputa•‹o objetiva isso n‹o ocorreria, pois ele
n‹o aumentou um risco, ao contr‡rio, com sua conduta evitou que um bem
jur’dico de mais valor (cofre) fosse atingido;
b: Risco deve ser proibido pelo Direito Ð Aquele que cria um risco de les‹o para
alguŽm, em tese n‹o comete crime, a menos que esse risco seja proibido pelo
Direito. Assim, o filho que manda os pais em viagem para a Europa, na inten•‹o
de que o avi‹o caia, os pais morram, e ele receba a heran•a, n‹o comete crime,
pois o risco por ele criado n‹o Ž proibido pelo Direito;
c: Risco deve ser criado no resultado Ð Assim, um crime n‹o pode ser imputado
ˆquele que n‹o criou o risco para aquela ocorr•ncia. Explico: Imaginem que JosŽ
ateia fogo na casa de Maria. JosŽ causou um risco, n‹o permitido pelo Direito.
Deve responder pelo crime de inc•ndio doloso, art. 250 do CP. Entretanto, Maria
invade a casa em chamas para resgatar a œnica foto que restou de seu filho
falecido, sendo lambida pelo fogo, vindo a falecer. Nesse caso, JosŽ n‹o responde
pelo crime de homic’dio, pois o risco por ele criado n‹o se insere nesse resultado,
que foi provocado pela conduta exclusiva de Maria.
D) CORRETA: A afirmativa est‡ correta, pois todo delito Ž criado com base no
desvalor da conduta e no desvalor do resultado que pretende-se evitar, em raz‹o
da poss’vel les‹o ou exposi•‹o a risco do bem protegido pela norma;
E) ERRADA: Muito pelo contr‡rio, se a conduta Ž in—cua, ou seja, n‹o tem
potencial de lesar o bem protegido pela norma, h‡ o que se chama de atipicidade
material, independentemente das circunst‰ncias pessoais do agente;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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Art. 13 - O resultado, de que depende a exist•ncia do crime, somente Ž imput‡vel a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado
n‹o teria ocorrido. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Superveni•ncia de causa independente(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(...)
Relev‰ncia da omiss‹o(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 2¼ - A omiss‹o Ž penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
a) tenha por lei obriga•‹o de cuidado, prote•‹o ou vigil‰ncia; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
Nesse caso, a causalidade n‹o Ž f‡tica (ou natural), eis que o policial n‹o matou
a v’tima (n‹o deu causa, do ponto de vista f’sico, ˆ morte). Contudo, temos o
que se chama de causalidade normativa, ou seja, o resultado Ž imputado ao
policial n‹o por ter dado causa faticamente ao resultado, mas por n‹o ter
impedido o resultado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorr•ncia do resultado. (Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
essa possibilidade.
Jo‹o agiu com
a) dolo direto.
b) culpa.
c) dolo indireto.
d) culpa consciente.
e) dolo eventual.
COMENTçRIO: Como a vontade de Jo‹o n‹o era a de provocar les›es ou a morte
de ninguŽm, mas apenas chegar ao trabalho, n‹o se trata de dolo direto.
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Como Jo‹o previu a possibilidade de o resultado ocorrer, mas assumiu o risco
de sua produ•‹o, n‹o se importando com isto, o caso Ž de dolo eventual.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.
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Os crimes culposos
a) admitem tentativa.
b) n‹o dispensam a previsibilidade do resultado pelo agente.
c) n‹o admitem coautoria.
d) independem de expressa previs‹o legal.
e) n‹o admitem a substitui•‹o da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos.
COMENTçRIOS: Os crimes culposos, considerando que n‹o h‡ direcionamento
da conduta para a realiza•‹o do resultado, n‹o admitem tentativa, embora a
Doutrina mais moderna admita a coautoria.
A previsibilidade, que Ž a possibilidade de que o resultado fosse previsto,
Ž SEMPRE EXIGêVEL, embora a efetiva previs‹o do resultado no caso concreto
n‹o esteja presente em todos os crimes culposos (eis que na culpa inconsciente
o agente n‹o prev• o resultado, que era previs’vel).
Os crimes somente s‹o punidos a t’tulo de culpa quando houver expressa
previs‹o legal nesse sentido. Caso contr‡rio, somente se pune a modalidade
dolosa. Vejamos a reda•‹o do ¤ œnico do art. 18 do CP:
Art. 18 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime doloso (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; (Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime culposo (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprud•ncia, neglig•ncia ou
imper’cia.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - Salvo os casos expressos em lei, ninguŽm pode ser punido por fato
previsto como crime, sen‹o quando o pratica dolosamente. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 11.7.1984)
Por fim, tais crimes admitem a substitui•‹o da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos, nos termos do art. 44, I do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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Assim, para que se possa punir aquele que n‹o consumou o delito, Ž necess‡ria
uma norma de extens‹o, a fim de que se possa considerar como t’pica sua
conduta, e Ž o que faz o art. 14, II e seu ¤ œnico do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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a) n‹o influi no c‡lculo da prescri•‹o penal.
b) prescinde de voluntariedade do agente.
c) deve ocorrer atŽ o oferecimento da denœncia ou da queixa.
d) constitui circunst‰ncia atenuante, a ser considerada na segunda etapa
do c‡lculo da pena.
e) pode reduzir a pena abaixo do m’nimo previsto para o crime.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: O arrependimento posterior Ž causa obrigat—ria de diminui•‹o de
pena, de forma que influenciar‡ no c‡lculo do prazo prescricional, que Ž obtido
usando-se como par‰metro a pena m‡xima abstratamente comina ao crime;
B) ERRADA: O arrependimento posterior deve ser volunt‡rio, ou seja, n‹o
prescinde da voluntariedade do agente, embora n‹o se exija que seja
espont‰neo, conforme art. 16 do CP;
C) ERRADA: O item est‡ errado, pois o arrependimento posterior deve ocorrer
atŽ o RECEBIMENTO da denœncia ou queixa, conforme disp›e o art. 16 do CP:
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa, reparado o
dano ou restitu’da a coisa, atŽ o recebimento da denœncia ou da queixa, por ato
volunt‡rio do agente, a pena ser‡ reduzida de um a dois ter•os. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
D) ERRADA: O item est‡ errado. A aplica•‹o da pena possui tr•s fases: Na
primeira o Juiz fixa a pena base; Na segunda, aplica as atenuantes e agravantes;
e na terceira aplica as causas de aumento e as causas de diminui•‹o de pena. O
arrependimento posterior Ž uma causa obrigat—ria de diminui•‹o de pena, a ser
aplicado na TERCEIRA fase da aplica•‹o da pena;
E) CORRETA: O item est‡ correto pois, em sendo causa obrigat—ria de diminui•‹o
de pena, aplic‡vel na terceira fase da dosimetria da pena, o arrependimento
posterior deve ser aplicado no patamar legal (redu•‹o de um a dois ter•os), ainda
que a pena final fique abaixo do m’nimo previsto abstratamente para o delito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.
7! GABARITO
00000000000
1.! ALTERNATIVA A
2.! ALTERNATIVA E
3.! ALTERNATIVA C
4.! ALTERNATIVA E
5.! ALTERNATIVA B
6.! ALTERNATIVA D
7.! ALTERNATIVA C
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8.! ALTERNATIVA B
9.! ALTERNATIVA C
10.! ALTERNATIVA C
11.! ALTERNATIVA C
12.! ALTERNATIVA D
13.! ALTERNATIVA E
14.! ALTERNATIVA C
15.! ALTERNATIVA A
16.! ALTERNATIVA B
17.! ALTERNATIVA D
18.! ALTERNATIVA B
19.! ALTERNATIVA A
20.! ALTERNATIVA D
21.! ALTERNATIVA D
22.! ALTERNATIVA D
23.! ALTERNATIVA B
24.! ALTERNATIVA C
25.! ALTERNATIVA B
26.! ALTERNATIVA A
27.! ANULADA
28.! ALTERNATIVA A
29.! ALTERNATIVA E
30.! ALTERNATIVA C
31.! ALTERNATIVA C
32.! ALTERNATIVA B
33.! ALTERNATIVA A
34.! ALTERNATIVA C
00000000000
35.! ALTERNATIVA A
36.! ANULADA
37.! ALTERNATIVA B
38.! ALTERNATIVA A
39.! ALTERNATIVA B
40.! ALTERNATIVA D
41.! ALTERNATIVA D
42.! ALTERNATIVA B
43.! ALTERNATIVA C
44.! ALTERNATIVA E
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45.! ALTERNATIVA E
46.! ALTERNATIVA B
47.! ALTERNATIVA A
48.! INCORRETA A
49.! ALTERNATIVA E
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