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Direito Penal p/ AGEPEN-CE (Agente Penitenciário) - Com videoaulas

Professor: Renan Araujo

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DIREITO PENAL P/ AGEPEN-CE (2017) Ð AGENTE PENITENCIçRIO
Teoria e quest›es
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo

AULA DEMO
DO CRIME - CONCEITO. ELEMENTOS (PARTE I): FATO
TêPICO; CLASSIFICA‚ÌO DOS CRIMES (DOLOSO,
CULPOSO, CONSUMADO, TENTADO E IMPOSSêVEL).
ILICITUDE.
SUMçRIO
1 DO CRIME ............................................................................................................. 6
1.1 Conceito de crime .......................................................................................... 6
1.2 Fato t’pico e seus elementos .......................................................................... 8
1.2.1 Conduta ....................................................................................................... 8
1.2.2 Resultado natural’stico.................................................................................. 11
1.2.3 Nexo de Causalidade .................................................................................... 12
1.2.4 Tipicidade ................................................................................................... 17
1.3 Crime doloso e crime culposo ....................................................................... 19
1.3.1 Crime doloso ............................................................................................... 19
1.3.2 Crime culposo ............................................................................................. 21
1.3.3 Crime preterdoloso....................................................................................... 23
1.4 Crime consumado, tentado e imposs’vel ...................................................... 24
1.4.1 Iter criminis ................................................................................................ 24
1.4.1.1 Cogita•‹o (cogitatio) .............................................................................. 24
1.4.1.2 Atos preparat—rios (conatus remotus) ...................................................... 24
1.4.1.3 Atos execut—rios.................................................................................... 25
1.4.1.4 Consuma•‹o ......................................................................................... 26
1.4.1.5 Exaurimento ......................................................................................... 26
1.4.2 Tentativa .................................................................................................... 26
1.4.3 Crime imposs’vel ......................................................................................... 30
1.4.4 Desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz ................................................ 31
1.4.5 Arrependimento posterior.............................................................................. 32
1.4.6 Causas de exclus‹o do fato t’pico ................................................................... 35
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1.4.6.1 Coa•‹o f’sica irresist’vel ......................................................................... 35


1.4.6.2 Erro de tipo inevit‡vel ............................................................................ 35
1.4.6.3 Sonambulismo e atos reflexos ................................................................. 35
1.4.6.4 Insignific‰ncia e adequa•‹o social da conduta ........................................... 35
1.5 Ilicitude ....................................................................................................... 36
1.5.1 Estado de necessidade .................................................................................. 36
1.5.2 Leg’tima defesa ........................................................................................... 39
1.5.3 Estrito cumprimento do dever legal ................................................................ 42
1.5.4 Exerc’cio regular de direito ............................................................................ 42
1.5.5 Consentimento do ofendido ........................................................................... 43
1.5.6 Excesso pun’vel ........................................................................................... 44

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2 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 44
3 SòMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 46
3.1 Sœmulas do STJ ............................................................................................ 46
4 RESUMO .............................................................................................................. 46
5 EXERCêCIOS DA AULA ......................................................................................... 53
6 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................................. 67
7 GABARITO .......................................................................................................... 96

Ol‡, meus amigos!

ƒ com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATƒGIA
CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir para a aprova•‹o de
voc•s no concurso da SECRETARIA DE JUSTI‚A DO ESTADO DO CEARç. N—s
vamos estudar teoria e comentar exerc’cios sobre DIREITO PENAL, para o cargo
de AGENTE PENITENCIçRIO.
E a’, povo, preparados para a maratona?
O edital ainda n‹o foi publicado, mas especula-se que seja publicado
em breve, pois h‡ previs‹o na LOA/2017.
Bom, est‡ na hora de me apresentar a voc•s, n‹o Ž?
Meu nome Ž Renan Araujo, tenho 29 anos, sou Defensor Pœblico
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pœblica da Uni‹o no Rio de Janeiro,
e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes,
porŽm, fui servidor da Justi•a Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de
TŽcnico Judici‡rio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e p—s-
graduado em Direito Pœblico pela Universidade Gama Filho.
Minha trajet—ria de vida est‡ intimamente ligada aos Concursos Pœblicos.
Desde o come•o da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha
vida! E querem saber? Isso faz toda a diferen•a! Algumas pessoas me perguntam
como consegui sucesso nos concursos em t‹o pouco tempo. Simples: Foco +
For•a de vontade + Disciplina. N‹o h‡ f—rmula m‡gica, n‹o h‡ ingrediente
secreto! Basta querer e correr atr‡s do seu sonho! Acreditem em mim, isso
00000000000

funciona!
ƒ muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro,
poder colaborar para a aprova•‹o de outros tantos concurseiros, como um dia eu
fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a aprova•‹oÓ, n‹o estou falando apenas
por falar. O EstratŽgia Concursos possui ’ndices alt’ssimos de aprova•‹o
em todos os concursos!
Neste curso voc•s receber‹o todas as informa•›es necess‡rias para que
possam ter sucesso na prova para AGEPEN-CE. Acreditem, voc•s n‹o v‹o se
arrepender! O EstratŽgia Concursos est‡ comprometido com sua
aprova•‹o, com sua vaga, ou seja, com voc•!

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Mas Ž poss’vel que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, voc• ainda
n‹o esteja plenamente convencido de que o EstratŽgia Concursos Ž a melhor
escolha. Eu entendo voc•, j‡ estive deste lado do computador. Ës vezes Ž dif’cil
escolher o melhor material para sua prepara•‹o. Contudo, alguns colegas de
caminhada podem te ajudar a resolver este impasse:

Esse print screen acima foi retirado da p‡gina de avalia•‹o do curso. De


um curso elaborado para um concurso bastante concorrido (Delegado da
PC-PE). Vejam que, dos 62 alunos que avaliaram o curso, 61 o aprovaram. Um
percentual de 98,39%.
Ainda n‹o est‡ convencido? Continuo te entendendo. Voc• acha que
pode estar dentro daqueles 1,61%. Em raz‹o disso, disponibilizamos
gratuitamente esta aula DEMONSTRATIVA, a fim de que voc• possa analisar o
material, ver se a abordagem te agrada, etc.
Acha que a aula demonstrativa Ž pouco para testar o material? Pois
bem, o EstratŽgia concursos d‡ a voc• o prazo de 30 DIAS para testar o
material. Isso mesmo, voc• pode baixar as aulas, estudar, analisar detidamente
o material e, se n‹o gostar, devolvemos seu dinheiro.
Sabem porque o EstratŽgia Concursos d‡ ao aluno 30 dias para
pedir o dinheiro de volta? Porque sabemos que isso n‹o vai acontecer! N‹o
temos medo de dar a voc• essa liberdade.
Neste curso estudaremos todo o conteœdo de Direito Penal estimado
para o Edital. Estudaremos teoria e vamos trabalhar tambŽm com exerc’cios
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comentados.
Abaixo segue o plano de aulas do curso todo:
!
AULA CONTEòDO DATA
Aula 00 Teoria do Delito (parte I) 15.04
Aula 01 Teoria do Delito (parte II) 25.04
Aula 02 Das penas (espŽcies e comina•‹o) 05.05
Aula 03 Crimes contra a pessoa 15.05

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Aula 04 Crimes contra o patrim™nio. 25.05
Crimes praticados por funcion‡rio
Aula 05 pœblico contra a administra•‹o em 04.06
geral.

As aulas ser‹o disponibilizadas no site conforme o cronograma


apresentado. Em cada aula eu trarei algumas quest›es que foram cobradas
em concursos pœblicos, para fixarmos o entendimento sobre a matŽria.
Como ainda n‹o temos a defini•‹o da Banca, vamos utilizar quest›es de
bancas renomadas, como FCC, FGV, etc.
AlŽm da teoria e das quest›es, voc•s ter‹o acesso a duas ferramentas
muito importantes:
¥! RESUMOS Ð Cada aula ter‡ um resumo daquilo que foi estudado,
variando de 03 a 10 p‡ginas (a depender do tema), indo direto ao
ponto daquilo que Ž mais relevante! Ideal para quem est‡ sem
muito tempo.
¥! FîRUM DE DòVIDAS Ð N‹o entendeu alguma coisa? Simples: basta
perguntar ao professor Vinicius Silva, que Ž o respons‡vel pelo
F—rum de Dœvidas, exclusivo para os alunos do curso.

Outro diferencial importante Ž que nosso curso em PDF ser‡


complementado por videoaulas. Nas videoaulas ser‹o apresentados
alguns pontos considerados mais relevantes da matŽria, seja atravŽs da
apresenta•‹o da teoria seja atravŽs da resolu•‹o de exerc’cios anteriores, como
forma de ajudar na assimila•‹o da matŽria.

No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos!


Prof. Renan Araujo

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E-mail: profrenanaraujo@gmail.com

Periscope: @profrenanaraujo

Facebook: www.facebook.com/profrenanaraujoestrategia

Instagram: www.instagram.com/profrenanaraujo/?hl=pt-br
Youtube:
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Observa•‹o importante: este curso Ž protegido por direitos autorais
(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a
legisla•‹o sobre direitos autorais e d‡ outras provid•ncias.

Grupos de rateio e pirataria s‹o clandestinos, violam a lei e prejudicam os


professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe
adquirindo os cursos honestamente atravŽs do site EstratŽgia Concursos. ;-)

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1! DO CRIME
1.1!Conceito de crime
O Crime Ž um fen™meno social, disso nenhum de voc•s duvida. Entretanto,
como conceituar o crime juridicamente?
Muito se buscou na Doutrina acerca disso, tendo surgido inœmeras posi•›es
a respeito. Vamos tratar das principais.
O Crime pode ser entendido sob tr•s aspectos: Material, legal e anal’tico.
Sob o aspecto material, crime Ž toda a•‹o humana que lesa ou exp›e
a perigo um bem jur’dico de terceiro, que, por sua relev‰ncia, merece a
prote•‹o penal. Esse aspecto valoriza o crime enquanto conteœdo, ou seja,
busca identificar se a conduta Ž ou n‹o apta a produzir uma les‹o a um bem
jur’dico penalmente tutelado.
Assim, se uma lei cria um tipo penal dizendo que Ž proibido chorar em
pœblico, essa lei n‹o estar‡ criando uma hip—tese de crime em seu sentido
material, pois essa conduta NUNCA SERç crime em sentido material, pois n‹o
produz qualquer les‹o ou exposi•‹o de les‹o a bem jur’dico de quem quer que
seja. Assim, ainda que a lei diga que Ž crime, materialmente n‹o o ser‡.
Sob o aspecto legal, ou formal, crime Ž toda infra•‹o penal a que a lei
comina pena de reclus‹o ou deten•‹o, nos termos do art. 1¡ da Lei de
Introdu•‹o ao CP.1
Percebam que o conceito aqui Ž meramente legal. Se a lei cominar a uma
conduta a pena de deten•‹o ou reclus‹o, cumulada ou alternativamente com a
pena de multa, estaremos diante de um crime.
Por outro lado, se a lei cominar a apenas pris‹o simples ou multa, alternativa
ou cumulativamente, estaremos diante de uma contraven•‹o penal.
Esse aspecto consagra o SISTEMA DICOTïMICO adotado no Brasil, no
qual existe um g•nero, que Ž a infra•‹o penal, e duas espŽcies, que s‹o o crime
e a contraven•‹o penal. Assim:

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1
Art 1¼ Considera-se crime a infra•‹o penal que a lei comina pena de reclus‹o ou de deten•‹o, quer
isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contraven•‹o, a infra•‹o penal a
que a lei comina, isoladamente, pena de pris‹o simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou
cumulativamente.

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CRIMES
INFRAÇÕES
PENAIS
CONTRAVENÇÕES
PENAIS

Vejam que quando se diz Òinfra•‹o penalÓ, est‡ se usando um termo


genŽrico, que pode tanto se referir a um ÒcrimeÓ ou a uma Òcontraven•‹o penalÓ.
O termo ÒdelitoÓ, no Brasil, Ž sin™nimo de crime.
O crime pode ser conceituado, ainda, sob um aspecto anal’tico, que
o divide em partes, de forma a estruturar seu conceito.
Primeiramente surgiu a teoria quadripartida do crime, que entendia que
crime era todo fato t’pico, il’cito, culp‡vel e pun’vel. Hoje Ž praticamente
inexistente.
Depois, surgiram os defensores da teoria tripartida do crime, que
entendiam que crime era o fato t’pico, il’cito e culp‡vel. Essa Ž a teoria que
predomina no Brasil, embora haja muitos defensores da terceira teoria.
A terceira e œltima teoria acerca do conceito anal’tico de crime entende que
este Ž o fato t’pico e il’cito, sendo a culpabilidade mero pressuposto de
aplica•‹o da pena. Ou seja, para esta corrente, o conceito de crime Ž
bipartido, bastando para sua caracteriza•‹o que o fato seja t’pico e il’cito.
As duas œltimas correntes possuem defensores e argumentos de peso.
Entretanto, a que predomina ainda Ž a corrente tripartida. Portanto, na
prova objetiva, recomendo que adotem esta, a menos que a banca seja muito
expl’cita e voc•s entenderem que eles claramente s‹o adeptos da teoria bipartida,
o que acho pouco prov‡vel.
Todos os tr•s aspectos (material, legal e anal’tico) est‹o presentes
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no nosso sistema jur’dico-penal. De fato, uma conduta pode ser


materialmente crime (furtar, por exemplo), mas n‹o o ser‡ se n‹o houver
previs‹o legal (n‹o ser‡ legalmente crime). Poder‡, ainda, ser formalmente crime
(no caso da lei que citei, que criminalizava a conduta de chorar em pœblico), mas
n‹o o ser‡ materialmente se n‹o trouxer les‹o ou amea•a a les‹o de algum bem
jur’dico de terceiro.
Desta forma:

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MATERIAL

CONCEITO DE TEORIA
FORMAL
CRIME BIPARTIDA

TEORIA ADOTADA PELO


ANALÍTICO
TRIPARTIDA CP

TEORIA
QUADRIPARTIDA

Esse œltimo conceito de crime (sob o aspecto anal’tico), Ž o que vai


nos fornecer os subs’dios para que possamos estudar os elementos do
crime (Fato t’pico, ilicitude e culpabilidade).
O fato t’pico Ž o primeiro dos elementos do crime, sendo a tipicidade um de
seus pressupostos. Vamos estud‡-lo, ent‹o!

1.2! Fato t’pico e seus elementos


O fato t’pico tambŽm se divide em elementos, s‹o eles:
¥! Conduta humana (alguns entendem poss’vel a conduta de
pessoa jur’dica)
¥! Resultado natural’stico
¥! Nexo de causalidade
¥! Tipicidade
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1.2.1!Conduta
Tr•s s‹o as principais teorias2 que buscam explicar a conduta: Teoria
causal-natural’stica (ou cl‡ssica), finalista e social.

2
Temos, ainda, outras teorias de menor relev‰ncia para fins de concurso, como a teoria funcionalista
teleol—gica de CLAUS ROXIN, segundo a qual a no•‹o de ÒcondutaÓ deve estar vinculada ˆ fun•‹o do Direito
Penal (que Ž a de prote•‹o de bens jur’dicos). Logo, conduta seria a a•‹o ou omiss‹o, dolosa ou culposa,
que provoque (ou seja destinada a provocar) uma ofensa relevante ao bem jur’dico.
H‡, ainda, o funcionalismo sist•mico (tambŽm chamado de radical), cujo principal expoente Ž JAKOBS.
Para essa teoria a conduta deve ser analisada com base na fun•‹o que o Direito Penal cumpre no sistema
social, mais precisamente, a fun•‹o de reafirmar a ordem violada pelo ato criminoso. Assim, para esta teoria,
a conduta seria a a•‹o ou omiss‹o, dolosa ou culposa, que viola o sistema e frustra a expectativa normativa

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Para a teoria causal-natural’stica, conduta Ž a a•‹o humana. Assim,
basta que haja movimento corporal para que exista conduta. Esta teoria est‡
praticamente abandonada, pois entende que n‹o h‡ necessidade de se analisar
o conteœdo da vontade do agente nesse momento, guardando esta an‡lise (dolo
ou culpa) para quando do estudo da culpabilidade.3
Para a teoria finalista, de HANS WELZEL, a conduta humana Ž a a•‹o
volunt‡ria dirigida a uma determinada finalidade. Assim:
Conduta = vontade + a•‹o

Logo, retirando-se um dos elementos da conduta, esta n‹o existir‡,


o que acarreta a inexist•ncia de fato t’pico.
EXEMPLO: Jo‹o olha para Roberto e o agride, por livre espont‰nea vontade.
Estamos diante de uma conduta (quis agir e agrediu) dolosa (quis o resultado).
Agora, se Jo‹o dirige seu carro, v• Roberto e sem querer, o atinge, estamos
diante de uma conduta (quis dirigir e acabou ferindo) culposa (n‹o quis o
resultado).

Vejam que a ÒvontadeÓ a que me referi como elemento da conduta Ž uma


vontade de meramente praticar o ato que ensejou o crime, ainda que o resultado
que se pretendesse n‹o fosse il’cito. Quando a vontade (elemento da
conduta) Ž dirigida ao fim criminoso, o crime Ž doloso. Quando a vontade
Ž dirigida a outro fim (que atŽ pode ser criminoso, mas n‹o aquele) o crime Ž
culposo. PorŽm, por enquanto vamos ficar apenas na ÒvontadeÓ (desculpem o
trocadilho) e estudar somente os elementos do fato t’pico.
ESTA ƒ A TEORIA ADOTADA PELO NOSSO CîDIGO PENAL. Vejamos os
termos do art. 20 do CP4:
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas
permite a puni•‹o por crime culposo, se previsto em lei.

Ora, se a lei prev• que o erro sobre um elemento do tipo exclui o


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dolo, Ž porque entende que o dolo est‡ no tipo (fato t’pico), n‹o na
culpabilidade. Assim, a conduta Ž, necessariamente, volunt‡ria.
A grande evolu•‹o da teoria finalista, portanto, foi conceber a conduta como
um Òacontecimento finalÓ5, ou seja, somente h‡ conduta quando o agir de alguŽm
Ž dirigido a alguma finalidade (seja ela l’cita ou n‹o).

(expectativa de que todos cumpram a norma). Importa saber, portanto, se houve viola•‹o ˆ norma, n‹o
importando se h‡ alguma ofensa a bens jur’dicos.
3
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 287/288
4
DOTTI, RenŽ Ariel. Curso de Direito Penal, Parte Geral. 4. ed. S‹o Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2012,
p. 397
5
DOTTI, RenŽ Ariel. Curso de Direito Penal, Parte Geral. 4. ed. S‹o Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2012,
p. 396

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Para terceira teoria, a teoria social, a conduta Ž a a•‹o humana, volunt‡ria
e que Ž dotada de alguma relev‰ncia social.6
H‡ cr’ticas a esta teoria, pois a relev‰ncia social n‹o seria um elemento
estruturante da conduta, mas uma qualidade que esta poderia ou n‹o possuir.
Assim, a conduta que n‹o fosse socialmente relevante continuaria sendo
conduta.7
A conduta humana pode ser uma a•‹o ou uma omiss‹o. A quest‹o Ž:
Qual Ž o resultado natural’stico que advŽm de uma omiss‹o?
Naturalisticamente nenhum, pois do nada, nada surge. Assim, aquele que se
omite na presta•‹o de socorro a alguŽm, pode estar cometendo o crime de
omiss‹o de socorro, art. 135 do C—digo Penal (que Ž um crime formal, pois a
morte daquele a quem n‹o se prestou socorro Ž irrelevante), n‹o porque causou
a morte de alguŽm (atŽ porque este resultado Ž irrelevante e n‹o fora
diretamente provocado pelo agente), mas porque descumpriu um comando legal.
Entretanto, o art. 13, ¤ 2¡ do CP diz o seguinte:
¤ 2¼ - A omiss‹o Ž penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obriga•‹o de cuidado, prote•‹o ou vigil‰ncia;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorr•ncia do resultado.

Esse artigo estabelece o crime omissivo impr—prio. Nesses crimes,


quando o agente se omite na presta•‹o do socorro ele n‹o responde por omiss‹o
de socorro (art. 135 do CP), mas responde pelo resultado ocorrido (por exemplo,
a morte da pessoa a quem ele deveria proteger).
EXEMPLO: O pai, querendo matar o filho de 06 meses, sai de casa e vai
viajar, permanecendo fora por 03 semanas. Quando retorna, o filho est‡ morto
(por inani•‹o).

Mas como se pode dizer que a conduta do pai matou o filho? Tecnicamente
falando, a conduta do pai n‹o gerou a morte do filho. O que gerou a morte do
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filho foi a aus•ncia de alimento e ‡gua. Entretanto, pela teoria natural’stico-


normativa, a ele Ž imputado o resultado, em raz‹o do seu descumprimento
do dever de vigil‰ncia e cuidado.

6
DOTTI, RenŽ Ariel. Op. cit. p. 397
7
ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general: Tomo I. Civitas. Madrid, 1997, p. 246/247

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RELAÇÃO DE
CRIMES CAUSALIDADE RESULTADO
COMISSIVOS FÍSICA OU NATURALÍSTICO
NATURAL

CRIMES COMISSIVOS RELAÇÃO DE


POR OMISSÃO RESULTADO
(OMISSIVOS
CAUSALIDADE NATURALÍSTICO
IMPRÓPRIOS) NORMATIVA

Assim, lembrem-se: nos crimes omissivos impr—prios (crimes comissivos


cujo resultado Ž imputado a alguŽm em raz‹o de sua indevida omiss‹o) a rela•‹o
de causalidade que liga a conduta do agente (uma omiss‹o) ao resultado NÌO
ƒ FêSICA (pois a omiss‹o n‹o d‡ causa ao resultado), mas NORMATIVA, ou seja,
o resultado Ž a ele imputado em raz‹o do descumprimento da norma (omitir-se,
quando deveria agir), num racioc’nio de presun•‹o: se o agente tivesse agido,
possivelmente teria evitado o resultado; como n‹o o fez, vai responder por ele.

1.2.2!Resultado natural’stico
O resultado natural’stico Ž a modifica•‹o do mundo real provocada
pela conduta do agente.8
Entretanto, apenas nos crimes chamados materiais se exige um
resultado natural’stico. Nos crimes formais e de mera conduta n‹o h‡ essa
exig•ncia.
Os crimes formais s‹o aqueles nos quais o resultado natural’stico pode
ocorrer, mas a sua ocorr•ncia Ž irrelevante para o Direito Penal. J‡ os
crimes de mera conduta s‹o crimes em que n‹o h‡ um resultado
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natural’stico poss’vel. Vou dar um exemplo de cada um dos tr•s:


¥! Crime material Ð Homic’dio. Para que o homic’dio seja consumado, Ž
necess‡rio que a v’tima venha a —bito. Caso isso n‹o ocorra, estaremos
diante de um homic’dio tentado (ou les›es corporais culposas);
¥! Crime formal Ð Extors‹o (art. 158 do CP). Para que o crime de extors‹o
se consume n‹o Ž necess‡rio que o agente obtenha a vantagem il’cita,
bastando o constrangimento ˆ v’tima;
¥! Crime de mera conduta Ð Invas‹o de domic’lio. Nesse caso, a mera
presen•a do agente, indevidamente, no domic’lio da v’tima caracteriza o

8
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 354

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crime. N‹o h‡ um resultado previsto para esse crime. Qualquer outra
conduta praticada a partir da’ configura crime aut™nomo (furto, roubo,
homic’dio, etc.).

AlŽm do resultado natural’stico (que nem sempre estar‡


presente), h‡ tambŽm o resultado jur’dico (ou normativo),
que Ž a les‹o ao bem jur’dico tutelado pela norma penal. Esse
resultado sempre estar‡ presente! Cuidado com isso! Assim,
se a banca perguntar: ÒH‡ crime sem resultado jur’dico?Ó A
resposta Ž NÌO!9

1.2.3!Nexo de Causalidade
Nos termos do art. 13 do CP:
Art. 13 - O resultado, de que depende a exist•ncia do crime, somente Ž imput‡vel
a quem lhe deu causa. Considera-se causa a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado
n‹o teria ocorrido.

Assim, o nexo de causalidade pode ser entendido como o v’nculo que une
a conduta do agente ao resultado natural’stico ocorrido no mundo exterior.
Portanto, s— se aplica aos crimes materiais!
Algumas teorias existem acerca do nexo de causalidade:
¥!TEORIA DA EQUIVALæNCIA DOS ANTECEDENTES (OU DA CONDITIO
SINE QUA NON) Ð Para esta teoria, Ž considerada causa do crime toda conduta
sem a qual o resultado n‹o teria ocorrido. Assim, para se saber se uma conduta
Ž ou n‹o causa do crime, devemos retir‡-la do curso dos acontecimentos e ver
se, ainda assim, o crime ocorreria (Processo hipotŽtico de elimina•‹o de
ThyrŽn). EXEMPLO: Marcelo acorda de manh‹, toma cafŽ, compra uma arma e
encontra Jœlio, seu desafeto, disparando tr•s tiros contra ele, causando-lhe a
morte. Retirando-se do curso o cafŽ tomado por Marcelo, conclu’mos que o
resultado teria ocorrido do mesmo jeito. Entretanto, se retirarmos a compra da
arma do curso do processo, o crime n‹o teria ocorrido.
00000000000

O inconveniente claro desta teoria Ž que ela permite que se coloquem como
causa situa•›es absurdas, como a venda da arma ou atŽ mesmo o nascimento
do agente, j‡ que se os pais n‹o tivessem colocado a crian•a no mundo, o crime
n‹o teria acontecido. Isso Ž um absurdo!
Assim, para solucionar o problema, criou-se outro filtro que Ž o dolo.
Logo, s— ser‡ considerada causa a conduta que Ž indispens‡vel ao
resultado e que foi querida pelo agente. Assim, no exemplo anterior, o

9
Pelo princ’pio da ofensividade, n‹o Ž poss’vel haver crime sem resultado jur’dico. BITENCOURT, Cezar
Roberto. Op. cit., p. 354

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vendedor da arma n‹o seria responsabilizado, pois nada mais fez que vender seu
produto, n‹o tendo a inten•‹o (nem sequer imaginou) de ver a morte de Jœlio.
Nesse sentido:
CAUSA = conduta indispens‡vel ao resultado + que tenha
sido prevista e querida por quem a praticou

Podemos dizer, ent‹o, que a causalidade aqui n‹o Ž meramente f’sica, mas
tambŽm, psicol—gica.
Essa foi a teoria adotada pelo C—digo Penal, como regra.

¥!TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA Ð Trata-se de teoria tambŽm


adotada pelo C—digo Penal, porŽm, somente em uma hip—tese muito espec’fica.
Trata-se da hip—tese de concausa superveniente relativamente
independente que, por si s—, produz o resultado10. Como assim? Vamos
explicar desde o come•o!
As concausas s‹o circunst‰ncias que atuam paralelamente ˆ conduta
do agente em rela•‹o ao resultado. As concausas podem ser: absolutamente
independentes e relativamente independentes.
As concausas absolutamente independentes s‹o aquelas que n‹o se
juntam ˆ conduta do agente para produzir o resultado, e podem ser
preexistentes (existiam antes da conduta), concomitantes (surgiram durante a
conduta) e supervenientes (surgiram ap—s a conduta). Exemplos:

EXEMPLO (1) Pedro resolve matar Jo‹o, e coloca veneno em seu drink.
PorŽm, Pedro n‹o sabe que Marcelo tambŽm queria matar Jo‹o e minutos
antes tambŽm havia colocado veneno no drink de Jo‹o, que vem a morrer em
raz‹o do veneno colocado por Marcelo. Nesse caso, a concausa preexistente
(conduta de Marcelo) produziu por si s— o resultado (morte). Nesse caso, Pedro
responder‡ somente por tentativa de homic’dio.
__________________________________________________
EXEMPLO (2) Pedro resolve matar Jo‹o, e come•a a disparar contra ele
projŽteis de arma de fogo. Entretanto, durante a execu•‹o, o teto da casa de
00000000000

Jo‹o desaba sobre ele, vindo a causar-lhe a morte. Aqui, a causa concomitante
(queda do teto) produziu isoladamente o resultado (morte). Portanto, Pedro
responde somente por homic’dio tentado.
__________________________________________________
EXEMPLO (3) Pedro resolve matar Jo‹o, desta vez, ministrando em sua
bebida certa dose de veneno. Entretanto, antes que o veneno fa•a efeito,
Marcelo aparece e dispara 10 tiros de pistola contra Jo‹o, o mantando. Nesse
caso, Pedro responder‡ somente por homic’dio tentado.

10
CUNHA, RogŽrio Sanches. Manual de Direito Penal. Parte Especial. 7¼ edi•‹o. Ed. Juspodivm. Salvador,
2015, p. 232/233

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__________________________________________________
Em todos estes casos o agente NÌO responde pelo resultado ocorrido.
Por qual motivo? Sua conduta NÌO FOI a causa da morte (aplica-se a
pr—pria e j‡ falada teoria da equival•ncia dos antecedentes). Se suprimirmos
a conduta de cada um destes agentes (nos tr•s exemplos), o resultado morte
ainda assim teria ocorrido da mesma forma. Logo, a conduta dos agentes
NÌO Ž considerada causa.

Entretanto, pode ocorrer de a concausa n‹o produzir por si s— o resultado


(absolutamente independente), afastando o nexo entre a conduta do agente e o
resultado, mas unir-se ˆ conduta do agente e, juntas, produzirem o resultado.
Essas s‹o as chamadas concausas relativamente independentes, que
tambŽm podem ser preexistentes, concomitantes ou supervenientes.
Mais uma vez, vou dar um exemplo de cada uma das tr•s e explicar quais
os efeitos jur’dico-penais em rela•‹o ao agente. Primeiro come•arei pelas
preexistentes e concomitantes. Ap—s, falarei especificamente sobre as
supervenientes.

EXEMPLO (1) Caio decide matar Maria, desferindo contra ela golpes de fac‹o,
causando-lhe a morte. Entretanto, Maria era hemof’lica (condi•‹o conhecida
por Caio), tendo a doen•a contribu’do em grande parte para seu —bito.
Nesse caso, embora a doen•a (concausa preexistente) tenha contribu’do para
o —bito, Caio responde por homic’dio consumado. Por qual motivo? Sua
conduta FOI a causa da morte (aplica-se a pr—pria e j‡ falada teoria da
equival•ncia dos antecedentes). Se suprimirmos a conduta de Caio, o
resultado teria ocorrido? N‹o. Caio teve a inten•‹o de produzir o resultado?
Sim. Logo, responde pelo resultado (homic’dio consumado).
___________________________________________________
EXEMPLO (2) Pedro resolve matar Jo‹o, e coloca em seu drink determinada
dose de veneno. Ao mesmo tempo, Ricardo faz a mesma coisa. Pedro e Ricardo
querem a mesa coisa, mas n‹o se conhecem nem sabem da conduta um do
outro. Jo‹o ingere a bebida e acaba falecendo. A per’cia comprova que
qualquer das doses de veneno, isoladamente, n‹o seria capaz de produzir o
00000000000

resultado. PorŽm, a soma de esfor•os de ambas (a soma das quantidades de


veneno) produziu o resultado. Assim, Pedro responde por homic’dio
consumado.
Por qual motivo? Sua conduta FOI a causa da morte (aplica-se a pr—pria
e j‡ falada teoria da equival•ncia dos antecedentes). Se suprimirmos a
conduta de Pedro, o resultado teria ocorrido? N‹o. Pedro teve a inten•‹o de
produzir o resultado? Sim. Logo, responde pelo resultado (homic’dio
consumado).

AtŽ aqui n—s conseguimos resolver todos os casos pela teoria da equival•ncia
dos antecedentes, da seguinte forma:

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¥! Nas concausas absolutamente independentes Ð Em todos os
casos a conduta do agente n‹o contribuiu para o resultado. Logo,
pelo ju’zo hip—tese de elimina•‹o, a conduta do agente n‹o foi causa.
Portanto, n‹o responde pelo resultado.
¥! Nas concausas relativamente independentes (Preexistentes e
concomitantes) Ð Em todos os casos a conduta do agente
contribuiu para o resultado. Logo, pelo ju’zo hip—tese de elimina•‹o,
a conduta do agente foi causa. Portanto, responde pelo resultado.

Agora Ž que a coisa complica um pouco.


No caso das concausas supervenientes relativamente independentes,
podem acontecer duas coisas:
§! A causa superveniente produz por si s— o resultado
§! A causa superveniente se agrega ao desdobramento natural da
conduta do agente e ajuda a produzir o resultado.

EXEMPLO (1) - Pedro resolve matar Jo‹o (insistente esse cara!), e dispara 25
tiros contra ele, usando seu Fuzil Autom‡tico Ligeiro-Fal, CALIBRE 7.62 (agora
vai!). Jo‹o fica estirado no ch‹o, Ž socorrido por uma ambul‰ncia e, no caminho
para o Hospital, sofre um acidente de carro (a ambul‰ncia bate de frente com
uma carreta) e vem a morrer em raz‹o do acidente, n‹o dos ferimentos
causados por Pedro.
Nesse caso, Pedro responde apenas por tentativa de homic’dio.
Por qual motivo? Sua conduta n‹o foi a causa da morte. Mas, se
suprimirmos a conduta de Pedro, o resultado teria ocorrido? N‹o. Pedro teve a
inten•‹o de produzir o resultado? Sim.
Ent‹o por que n‹o responde pelo resultado??
Aqui o CP adotou a teoria da causalidade adequada. A causa
superveniente (acidente de tr‰nsito) produziu por si s— o resultado, j‡ que o
acidente de ambul‰ncia n‹o Ž o desdobramento natural de um disparo de arma
de fogo (esse resultado n‹o Ž consequ•ncia natural e previs’vel da conduta do
agente11).
00000000000

Perceba que a concausa superveniente (acidente de carro), apesar de


produzir sozinha o resultado, n‹o Ž absolutamente independente, pois
se n‹o fosse a conduta de Pedro, o acidente n‹o teria ocorrido (j‡ que a v’tima
n‹o estaria na ambul‰ncia).
Por isso dizemos que, aqui, temos:
§! Concausa superveniente relativamente independente Ð A conduta
de Pedro Ž relevante para o resultado.

11
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal Ð Parte Geral. Ed. Saraiva, 21¼ edi•‹o. S‹o Paulo,
2015, p. 324/325

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§! Que por si s— produziu o resultado Ð Apesar disso, a conduta de Pedro
foi relevante apenas por CRIAR A SITUA‚ÌO, mas n‹o foi a respons‡vel
efetiva pela morte.

EXEMPLO (2) - No mesmo exemplo anterior, Jo‹o Ž socorrido e chegando ao


Hospital, Ž submetido a uma cirurgia. Durante a cirurgia, o ferimento infecciona
e Jo‹o morre por infec•‹o. Nesse caso, a causa superveniente (infec•‹o
hospitalar) n‹o produziu por si s— o resultado, tendo se agregado aos
ferimentos para causar a morte de Jo‹o. Nesse caso, Pedro responde por
homic’dio consumado.

Mas qual a diferen•a entre o exemplo (1) e o exemplo (2)? A diferen•a


b‡sica reside no fato de que:
§! No exemplo (1) Ð A conduta do agente Ž relevante em apenas um
momento: por criar a situa•‹o (necessidade de ser transportado pela
ambul‰ncia).
§! No exemplo (2) - A conduta do agente Ž relevante em dois
momentos: (a) cria a situa•‹o, ao fazer com que a v’tima tenha que
ser operada; (b) contribui para o pr—prio resultado (j‡ que a infec•‹o
do ferimento n‹o Ž um novo nexo causal).

Segue abaixo um esquema para melhor compreens‹o:

AGENTE NÃO
RESPONDE PELO TEORIA DA
ABSOLUTAMENTE
INDEPENDENTES RESULTADO, POIS EQUIVALÊNCIA DOS
SUA CONDUTA ANTECEDENTES
NÃO FOI CAUSA.

CONCAUSAS PREEXISTENTES AGENTE RESPONDE PELO TEORIA DA


OU RESULTADO, POIS SUA EQUIVALÊNCIA DOS
CONCOMITANTES CONDUTA FOI CAUSA. ANTECEDENTES
00000000000

PRODUZIU SOZINHA
RELATIVAMENTE O RESULTADO - NÃO
INDEPENDENTES TEORIA DA
RESPONDE PELO
CAUSALIDADE
RESULTADO. É
ADEQUADA
CAUSA, MAS NÃO É
CAUSA ADEQUADA.
SUPERVENIENTES
NÃO PRODUZIU
SOZINHA O
RESULTADO - TEORIA DA
EQUIVALÊNCIA DOS
RESPONDE PELO ANTECEDENTES
RESULTADO - FOI
CAUSA

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¥! TEORIA DA IMPUTA‚ÌO OBJETIVA Ð A teoria da imputa•‹o objetiva, que
foi melhor desenvolvida por Roxin12, tem por finalidade ser uma teoria mais
completa em rela•‹o ao nexo de causalidade, em contraposi•‹o ˆs "vigentes"
teoria da equival•ncia das condi•›es e teoria da causalidade adequada.
Para a teoria da imputa•‹o objetiva, a imputa•‹o s— poderia ocorrer quando o
agente tivesse dado causa ao fato (causalidade f’sica) mas, ao mesmo tempo,
houvesse uma rela•‹o de causalidade NORMATIVA, assim compreendida como
a cria•‹o de um risco n‹o permitido para o bem jur’dico que se pretende
tutelar. Para esta teoria, a conduta deve:
a)! Criar ou aumentar um risco Ð Assim, se a conduta do agente n‹o aumentou
nem criou um risco, n‹o h‡ crime13. Exemplo cl‡ssico: JosŽ conversa com
Paulo na cal•ada. Pedro, inimigo de Paulo, atira um vaso de planta do 10¼
andar, com a finalidade de matar Paulo. JosŽ v• que o vaso ir‡ cair sobre a
cabe•a de Paulo e o empurra. Paulo cai no ch‹o e fratura levemente o bra•o.
Neste caso, JosŽ deu causa (causalidade f’sica) ˆs les›es corporais sofridas
por Paulo. Contudo, sua conduta n‹o criou nem aumentou um risco. Ao
contr‡rio, JosŽ diminuiu um risco, ao evitar a morte de Paulo.
b)! Risco deve ser proibido pelo Direito Ð Aquele que cria um risco de les‹o para
alguŽm, em tese n‹o comete crime, a menos que esse risco seja proibido pelo
Direito. Assim, o filho que manda os pais em viagem para a Europa, na
inten•‹o de que o avi‹o caia, os pais morram, e ele receba a heran•a, n‹o
comete crime, pois o risco por ele criado n‹o Ž proibido pelo Direito.
c)! Risco deve ser criado no resultado Ð Assim, um crime n‹o pode ser imputado
ˆquele que n‹o criou o risco para aquela ocorr•ncia. Explico: Imaginem que
JosŽ ateia fogo na casa de Maria. JosŽ causou um risco, n‹o permitido pelo
Direito. Deve responder pelo crime de inc•ndio doloso, art. 250 do CP.
Entretanto, Maria invade a casa em chamas para resgatar a œnica foto que
restou de seu filho falecido, sendo lambida pelo fogo, vindo a falecer. Nesse
caso, JosŽ n‹o responde pelo crime de homic’dio, pois o risco por ele criado
n‹o se insere nesse resultado, que foi provocado pela conduta exclusiva de
Maria.

1.2.4!Tipicidade
00000000000

A tipicidade pode ser de duas ordens: tipicidade formal e tipicidade


material.
A tipicidade formal nada mais Ž que a adequa•‹o da conduta do agente
a uma previs‹o t’pica (norma penal que prev• o fato e lhe descreve como
crime). Assim, o tipo do art. 121 Ž: Òmatar alguŽmÓ. Portanto, quando Marcio
esfaqueia Luiz e o mata, est‡ cometendo fato t’pico (tipicidade formal), pois est‡
praticando uma conduta que encontra previs‹o como tipo penal.

12
ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general: Tomo I. Civitas. Madrid, 1997, p. 362/411
13
ROXIN, Claus. Op. cit., p. 365

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N‹o h‡ muito o que se falar acerca da tipicidade formal. Basta que o
intŽrprete proceda ao cotejo entre a conduta praticada no caso concreto e
a conduta prevista na Lei Penal (subsun•‹o). Se a conduta praticada se
amoldar ˆquela prevista na Lei Penal, o fato ser‡ t’pico, ou seja, haver‡
adequa•‹o t’pica, por estar presente o elemento ÒtipicidadeÓ.

CUIDADO! Nem sempre a conduta praticada pelo agente se


amolda perfeitamente ao tipo penal (adequa•‹o imediata).
Ës vezes Ž necess‡rio que se proceda ˆ an‡lise de outro
dispositivo da Lei Penal para se chegar ˆ conclus‹o de
que um fato Ž t’pico (adequa•‹o mediata). Por exemplo:
Imaginem que Abreu (El Loco) dispara contra Adriano (El
Imperador), que n‹o morre. Nesse caso, como dizer que
Abreu praticou fato t’pico (homic’dio tentado), se o art.
121 diz ÒmatarÓ alguŽm, o que n‹o ocorreu? Nessa
hip—tese, conjuga-se o art. 121 do CP com seu art. 14, II, que
diz ser o crime pun’vel na modalidade tentada. Isso tambŽm
se aplica aos crimes omissivos impr—prios (art. 13, ¤ 2¡ do
CP).

Assim, a adequa•‹o t’pica pode ser:


⇒! Imediata (direta) Ð Conduta do agente Ž exatamente aquela descrita
na norma penal incriminadora. Ex.: JosŽ atira em Maria, querendo sua
morte, e Maria morre. H‡ adequa•‹o t’pica imediata ao tipo penal do
art. 121 do CP.
⇒! Mediata (indireta) Ð A conduta do agente n‹o corresponde
exatamente ao que diz o tipo penal, sendo necess‡ria uma norma de
extens‹o. Ex.: Paulo empresta a arma para que JosŽ mate Maria, o
que efetivamente ocorre. Paulo n‹o praticou a conduta de Òmatar
alguŽmÓ, logo, a adequa•‹o t’pica depende do art. 29 do CP (que
determina que os part’cipes respondam pelo crime). Assim: art. 121
+ art. 29 do CP.
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Por fim, temos ainda a tipicidade material, que Ž a ocorr•ncia de uma


ofensa (les‹o ou exposi•‹o a risco) significativa ao bem jur’dico.
Assim, n‹o haver‡ tipicidade material quando a conduta, apesar de
formalmente t’pica (prevista na Lei como crime), n‹o for capaz de afetar
significativamente o bem jur’dico protegido pela norma. Um exemplo disso ocorre
nas hip—teses em que h‡ aplica•‹o do princ’pio da insignific‰ncia.
EXEMPLO: JosŽ subtrai uma folha de papel em branco, pertencente ˆ escola em
que o filho estuda. Neste caso, a conduta Ž formalmente t’pica (est‡ prevista na
Lei como crime de furto). Todavia, n‹o h‡ tipicidade material, j‡ que n‹o Ž uma
conduta capaz de ofender significativamente o bem jur’dico protegido pela norma
(o patrim™nio da escola).

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1.3!Crime doloso e crime culposo


O dolo e a culpa s‹o o que se pode chamar de elementos subjetivos do
tipo penal.
Com o finalismo de HANS WELZEL, o dolo e a culpa (elementos
subjetivos) foram transportados da culpabilidade para o fato t’pico14
(conduta). Assim, a conduta (no finalismo) n‹o Ž mais apenas objetiva, sin™nimo
de a•‹o humana, mas sim a a•‹o humana dirigida a um fim (il’cito ou n‹o).
Vamos estudar cada um destes elementos separadamente.

1.3.1!Crime doloso
O dolo Ž o elemento subjetivo do tipo, consistente na vontade, livre e
consciente, de praticar o crime (dolo direto), ou a assun•‹o do risco produzido
pela conduta (dolo eventual). Nos termos do art. 18 do CP:
Art. 18 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime doloso(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

O dolo direto, que Ž o elemento subjetivo cl‡ssico do crime, Ž composto


pela consci•ncia de que a conduta pode lesar um bem jur’dico mais a vontade de
lesar este bem jur’dico. Esses dois elementos (consci•ncia + vontade)
formam o que se chama de dolo natural.
Antigamente, quando o dolo pertencia ˆ culpabilidade, a esses dois
elementos era acrescido mais um elemento, que era a consci•ncia da
ilicitude. Esse era o chamado dolo normativo. Atualmente, com a
transposi•‹o do dolo e da culpa para o fato t’pico, os elementos normativos
ficaram na culpabilidade e a consci•ncia da ilicitude tambŽm, passando, ainda a
ser meramente potencial.
Desta maneira, podemos dizer que no finalismo o dolo Ž natural e
00000000000

no causalismo o dolo Ž normativo.


O dolo eventual, por sua vez, consiste na consci•ncia de que a
conduta pode gerar um resultado criminoso, mais a assun•‹o desse
risco, mesmo diante da probabilidade de algo dar errado. Trata-se de
hip—tese na qual o agente n‹o tem vontade de produzir o resultado criminoso
(n‹o o que aconteceu, embora possa ser outro), mas, analisando as
circunst‰ncias, sabe que este resultado pode ocorrer e n‹o se importa, age da
mesma maneira.

14
BITENCOURT, Op. cit., p. 290/291

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EXEMPLO: Imagine que Renato, dono de um s’tio, e apreciador da pr‡tica do
tiro esportivo, decida levantar s‡bado pela manh‹ e praticar tiro no seu terreno,
mesmo sabendo que as balas possuem longo alcance e que h‡ casas na
vizinhan•a. Renato atŽ n‹o quer que ninguŽm seja atingido, mas sabe que isso
pode ocorrer e n‹o se importa, pratica a conduta assim mesmo. Nesse caso, se
Renato atingir alguŽm, causando-lhe les›es ou mesmo a morte, estar‡
praticando homic’dio doloso por dolo eventual.

O dolo pode ser, ainda:


¥! Dolo genŽrico Ð Atualmente, com o finalismo, passou a ser chamado
simplesmente de dolo, que Ž, basicamente, a vontade de praticar a
conduta descrita no tipo penal, sem nenhuma outra finalidade;
¥! Dolo espec’fico, ou especial fim de agir Ð Em contraposi•‹o ao
dolo genŽrico, nesse caso o agente n‹o quer somente praticar a
conduta t’pica, mas o faz por alguma raz‹o especial, com
alguma finalidade espec’fica. ƒ o caso do crime de injœria, por
exemplo, no qual o agente deve n‹o s— praticar a conduta, mas deve
faz•-lo com a inten•‹o de ofender a honra subjetiva da v’tima;
¥! Dolo direto de primeiro grau Ð Trata-se do dolo comum, aquele
no qual o agente tem a vontade direcionada para a produ•‹o do
resultado, como no caso do homicida que procura sua v’tima e a mata
com disparos de arma de fogo;
¥! Dolo direto de segundo grau Ð TambŽm chamado de Òdolo de
consequ•ncias necess‡riasÓ, se assemelha ao dolo eventual, mas
com ele n‹o se confunde. Aqui o agente possui uma vontade, mas
sabe que para atingir sua finalidade, existem efeitos colaterais
que ir‹o NECESSARIAMENTE lesar outros bens jur’dicos.
Diferentemente do dolo eventual, aqui a ocorr•ncia da les‹o ao
bem jur’dico n‹o visado Ž certa, e n‹o apenas prov‡vel.
Imagine o caso de alguŽm que, querendo matar certo executivo,
coloca uma bomba no avi‹o em que este se encontra. Ora, nesse
caso, o agente age com dolo de primeiro grau em face da v’tima
pretendida, e dolo de segundo grau face aos demais ocupantes do
00000000000

avi‹o, pois Ž certo que tambŽm morrer‹o, embora este n‹o seja o
objetivo do agente;
¥! Dolo geral, por erro sucessivo, ou aberratio causae Ð Ocorre
quando o agente, acreditando ter alcan•ado seu objetivo, pratica
nova conduta, com finalidade diversa, mas depois se constata que
esta œltima foi a que efetivamente causou o resultado. Trata-se de
erro na rela•‹o de causalidade, pois embora o agente tenha
conseguido alcan•ar a finalidade proposta, somente o
alcan•ou atravŽs de outro meio, que n‹o tinha direcionado
para isso. Exemplo: Imagine a m‹e que, querendo matar o pr—prio
filho de 05 anos, o estrangula e, com medo de ser descoberta, o joga
num rio. Posteriormente a crian•a Ž encontrada e se descobre que a

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v’tima morreu por afogamento. Nesse caso, embora a m‹e n‹o tenha
querido matar o filho afogado, mas por estrangulamento, isso Ž
irrelevante penalmente, importando apenas o fato de que a m‹e
alcan•ou o fim pretendido (morte do filho), ainda que por outro meio,
devendo, pois, responder por homic’dio consumado;
¥! Dolo alternativo Ð O agente pratica a conduta visando um resultado
ou outro, tanto faz. Ex.: JosŽ atira uma pedra em Maria, querendo
mat‡-la ou lesion‡-la, tanto faz. O dolo alternativo Ž considerado
espŽcie de dolo indireto, assim como o dolo eventual.
¥! Dolo antecedente, atual e subsequente Ð O dolo antecedente Ž o
que se d‡ antes do in’cio da execu•‹o da conduta. O dolo atual Ž o
que est‡ presente enquanto o agente se mantŽm exercendo a
conduta, e o dolo subsequente ocorre quando o agente, embora
tendo iniciado a conduta com uma finalidade l’cita, altera seu ‰nimo,
passando a agir de forma il’cita. Esse œltimo caso Ž o que ocorre no
caso, por exemplo, do crime de apropria•‹o indŽbita (art. 168 do CP),
no qual o agente recebe o bem de boa-fŽ, obrigando-se devolv•-lo,
mas, posteriormente, muda de idŽia e n‹o devolve o bem nas
condi•›es ajustadas, passando a agir de maneira il’cita.

1.3.2!Crime culposo
Se no crime doloso o agente quis o resultado, sendo este seu objetivo, ou
assumiu o risco de sua ocorr•ncia, embora n‹o fosse originalmente pretendido o
resultado, no crime culposo a conduta do agente Ž destinada a um determinado
fim (que pode ser l’cito ou n‹o), tal qual no dolo eventual, mas pela viola•‹o a
um dever de cuidado, o agente acaba por lesar um bem jur’dico de terceiro,
cometendo crime culposo.
A viola•‹o ao dever objetivo de cuidado pode se dar de tr•s maneiras:
¥! Neglig•ncia Ð O agente deixa de tomar todas as cautelas
necess‡rias para que sua conduta n‹o venha a lesar o bem jur’dico
de terceiro. ƒ o famoso relapso. Aqui o agente deixa de fazer algo
que deveria; 00000000000

¥! Imprud•ncia Ð ƒ o caso do afoito, daquele que pratica atos


temer‡rios, que n‹o se coadunam com a prud•ncia que se deve ter
na vida em sociedade. Aqui o agente faz algo que a prud•ncia
n‹o recomenda;
¥! Imper’cia Ð Decorre do desconhecimento de uma regra tŽcnica
profissional. Assim, se o mŽdico, ap—s fazer todos os exames
necess‡rios, d‡ diagn—stico errado, concedendo alto ao paciente e
este vem a —bito em decorr•ncia da alta concedida, n‹o h‡
neglig•ncia, pois o profissional mŽdico adotou todos os cuidados
necess‡rios, mas em decorr•ncia de sua falta de conhecimento
tŽcnico, n‹o conseguiu verificar qual o problema do paciente, o que
acabou por ocasionar seu falecimento;

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A punibilidade da culpa se fundamenta no desvalor do resultado praticado


pelo agente, embora o desvalor da conduta seja menor, pois n‹o deriva de uma
deliberada a•‹o contr‡ria ao direito.
O CP prev• o crime culposo em seu art. 18, II:
Art. 18 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime culposo(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprud•ncia, neglig•ncia ou
imper’cia. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

O crime culposo Ž composto de:


¥! Uma conduta volunt‡ria Ð Dirigida a um fim l’cito, ou quando il’cito,
n‹o Ž destinada ˆ produ•‹o do resultado ocorrido.
¥! A viola•‹o a um dever objetivo de cuidado Ð Que pode se dar
por neglig•ncia, imprud•ncia ou imper’cia.
¥! Um resultado natural’stico involunt‡rio Ð O resultado produzido
n‹o foi querido pelo agente (salvo na culpa impr—pria).
¥! Nexo causal Ð Rela•‹o de causa e efeito entre a conduta do agente
e o resultado ocorrido no mundo f‡tico.
¥! Tipicidade Ð O fato deve estar previsto como crime. Em regra, os
crimes s— podem ser praticados na forma dolosa, s— podendo ser
punidos a t’tulo de culpa quando a lei expressamente determinar.
Essa Ž a regra do ¤ œnico do art. 18 do CP: Par‡grafo œnico - Salvo os
casos expressos em lei, ninguŽm pode ser punido por fato previsto como
crime, sen‹o quando o pratica dolosamente. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984).
¥! Previsibilidade objetiva - O resultado ocorrido deve ser previs’vel
mediante um esfor•o intelectual razo‡vel. ƒ chamada previsibilidade
do homem mŽdio. Assim, se uma pessoa comum, de intelig•ncia
mediana, seria capaz de prever aquele resultado, est‡ presente este
requisito. Se o resultado n‹o for previs’vel objetivamente, o fato Ž
um indiferente penal. Por exemplo: Se M‡rio, nas dunas de Natal, d‡
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um chute em Jo‹o, a fim de causar-lhe les›es leves, e Jo‹o vem a


cair e bater com a cabe•a sobre um motor de Bugre que estava
enterrado sob a areia, vindo a falecer, M‡rio n‹o responde por
homic’dio culposo, pois seria inimagin‡vel a qualquer pessoa prever
que naquele local a v’tima poderia bater com a cabe•a em algo
daquele tipo e vir a falecer.

A culpa, por sua vez, pode ser de diversas modalidades:


¥! Culpa consciente e inconsciente Ð Na culpa consciente, o agente
prev• o resultado como poss’vel, mas acredita que este n‹o ir‡
ocorrer. Na culpa inconsciente (ex ignorantia), o agente n‹o prev•

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que o resultado possa ocorrer. A culpa consciente se aproxima muito
do dolo eventual, pois em ambos o agente prev• o resultado e mesmo
assim age. Entretanto, a diferen•a Ž que, enquanto no dolo eventual
o agente assume o risco de produzi-lo, n‹o se importando com
a sua ocorr•ncia, na culpa consciente o agente n‹o assume o
risco de produzir o resultado, pois acredita, sinceramente, que ele
n‹o ocorrer‡.
¥! Culpa pr—pria e culpa impr—pria Ð A culpa pr—pria Ž aquela na
qual o agente NÌO QUER O RESULTADO criminoso. ƒ a culpa
propriamente dita. Pode ser consciente, quando o agente prev• o
resultado como poss’vel, ou inconsciente, quando n‹o h‡ essa
previs‹o. Na culpa impr—pria, o agente quer o resultado, mas,
por erro inescus‡vel, acredita que o est‡ fazendo amparado
por uma causa excludente da ilicitude ou da culpabilidade. ƒ o
caso do pai que, percebendo um barulho na madrugada, se levanta e
avista um vulto, determinando sua imediata parada. Como o vulto
continua, o pai dispara tr•s tiros de arma de fogo contra a v’tima,
acreditando estar agindo em leg’tima defesa de sua fam’lia. No
entanto, ao verificar a v’tima, percebe que o vulto era seu filho de 16
anos que havia sa’do escondido para assistir a um show de Rock no
qual havia sido proibido de ir. Nesse caso, embora o crime seja
naturalmente doloso (pois o agente quis o resultado), por quest›es
de pol’tica criminal o C—digo determina que lhe seja aplicada a pena
correspondente ˆ modalidade culposa. Nos termos do art. 20, ¤ 1¡
do CP:
Art. 20 (...) ¤ 1¼ - ƒ isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunst‰ncias, sup›e situa•‹o de fato que, se existisse, tornaria a a•‹o leg’tima.
N‹o h‡ isen•‹o de pena quando o erro deriva de culpa e o fato Ž pun’vel como
crime culposo.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Cuidado! N‹o existe a chamada Òcompensa•‹o de culpasÓ no Direito Penal


brasileiro. EXEMPLO: Imaginem que Jœlio, dirigindo seu ve’culo, avan•a o sinal
vermelho e colide com o ve’culo de Carlos, que vinha na contram‹o. Ambos
agiram com culpa e causaram-se les›es corporais. Nesse caso, ambos
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respondem pelo crime de les›es corporais, um em face do outro.

1.3.3!Crime preterdoloso
H‡ ainda a figura do crime preterdoloso (ou preterintencional). O
crime preterdoloso ocorre quando o agente, com vontade de praticar determinado
crime (dolo), acaba por praticar crime mais grave, n‹o com dolo, mas por culpa.
Um exemplo cl‡ssico Ž o crime de les‹o corporal seguida de morte, previsto no
art. 129, ¤ 3¡ do CP. Nesse crime o agente provoca les›es corporais na v’tima,
mediante conduta dolosa. No entanto, em raz‹o de sua imprud•ncia na execu•‹o
(excesso), acabou por provocar a morte da v’tima, que era um resultado n‹o
pretendido (culpa).

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A Doutrina distingue, no entanto, o crime preterdoloso do crime
qualificado pelo resultado15. Para a Doutrina, o crime qualificado pelo
resultado Ž um g•nero, do qual o crime preterdoloso Ž espŽcie. Um crime
qualificado pelo resultado Ž aquele no qual, ocorrendo determinado
resultado, teremos a aplica•‹o de uma circunst‰ncia qualificadora. Aqui
Ž irrelevante se o resultado que qualifica o crime Ž doloso ou culposo. No delito
preterdoloso, o resultado que qualifica o crime Ž, necessariamente,
culposo. Ou seja, h‡ dolo na conduta inicial e culpa em rela•‹o ao
resultado que efetivamente ocorre.

EXEMPLO: Mariana agride Luciana com a inten•‹o apenas de lesion‡-la (dolo de


praticar o crime de les‹o corporal). Contudo, em raz‹o da for•a empregada por
Mariana, Luciana cai e bate com a cabe•a no ch‹o, vindo a falecer. Mariana fica
chocada, pois de maneira alguma pretendia a morte de Luciana. Nesse caso,
Mariana praticou o crime de les‹o corporal seguida de morte, que Ž um crime
preterdoloso (dolo na conduta inicial, mas resultado obtido a t’tulo de culpa Ð
sem inten•‹o).

1.4!Crime consumado, tentado e imposs’vel

1.4.1!Iter criminis
O iter criminis Ž o Òcaminho do crimeÓ, ou seja, o itiner‡rio percorrido pelo
agente atŽ a consuma•‹o do delito.
O iter criminis pode ser dividido em 04 etapas:

1.4.1.1! Cogita•‹o (cogitatio)


ƒ a representa•‹o mental do crime na cabe•a do agente, a fase inicial, na
qual o agente idealiza como ser‡ a conduta criminosa. Trata-se de uma fase
interna, ou seja, n‹o h‡ exterioriza•‹o da ideia criminosa, ado•‹o de
preparativos, nada disso. Assim, a cogita•‹o Ž sempre impun’vel16, pois n‹o sai
da esfera psicol—gica do agente.
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1.4.1.2! Atos preparat—rios (conatus remotus)


Aqui o agente adota algumas provid•ncias para a realiza•‹o do crime, ou
seja, d‡ in’cio aos preparativos para a pr‡tica delituosa, sem, contudo, iniciar a
execu•‹o do crime propriamente dita.

15
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 337
16
Em raz‹o do princ’pio da Òexterioriza•‹o do fatoÓ ou Òmaterializa•‹o do fatoÓ, que impede a puni•‹o de
atitudes internas das pessoas.

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Ex.: JosŽ quer matar Maria. Para tanto, JosŽ vai atŽ uma loja e compra uma faca
bem grande.
Como regra, os atos preparat—rios s‹o impun’veis, j‡ que o agente n‹o
chega, sequer, a iniciar a execu•‹o do crime. Todavia, os atos preparat—rios ser‹o
pun’veis quando configurarem, por si s—, um delito aut™nomo.

Ex.: JosŽ quer falsificar v‡rias notas de R$ 100,00 (quer praticar o crime de
moeda falsa, art. 289 do CP). Assim, JosŽ compra um maquin‡rio destinado a
falsificar moeda. A princ’pio, essa conduta seria um mero ato preparat—rio
impun’vel. Todavia, neste espec’fico caso o CP j‡ criminaliza essa conduta
preparat—ria, estabelecendo um tipo penal aut™nomo, que Ž o crime de
Òpetrechos de falsifica•‹oÓ (art. 291 do CP17), ou seja, o CP j‡ considera crime a
aquisi•‹o do maquin‡rio!

1.4.1.3! Atos execut—rios


Os atos execut—rios s‹o aqueles por meio dos quais o agente, efetivamente,
d‡ in’cio ˆ conduta delituosa, por meio de um ato capaz de provocar o resultado.
Ex.: JosŽ quer matar Maria. Para tanto, espera Maria passar pela porta de sua
casa e, quando ela passa, dispara contra ela um projŽtil de arma de fogo. Neste
momento se inicia a execu•‹o.

Diferenciar o que Ž ato de execu•‹o e o que Ž ato preparat—rio n‹o Ž tarefa


f‡cil. A Doutrina Ž bastante tormentosa a respeito, havendo algumas correntes.
As principais s‹o:
⇒! Teoria material (hostilidade ao bem jur’dico) Ð O agente inicia a
execu•‹o quando cria uma situa•‹o de perigo ao bem jur’dico. Ex.: JosŽ,
querendo matar Maria, se posiciona atr‡s de uma moita, esperando que ela
passe. Nesse caso, j‡ ter’amos execu•‹o do delito.
⇒! Teoria objetivo-formal Ð Para esta teoria a execu•‹o se inicia quando o
agente d‡ in’cio ˆ realiza•‹o da conduta descrita no nœcleo do tipo penal.
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Assim, no exemplo anterior, ainda n‹o haveria execu•‹o, pois o agente


ainda n‹o teria dado in’cio ˆ execu•‹o da conduta de ÒmatarÓ.
⇒! Teoria objetivo-material Ð Para esta teoria haver‡ execu•‹o quando o
agente realizar a conduta descrita no nœcleo do tipo penal, bem como
quando praticar atos imediatamente anteriores ˆ conduta descrita no
nœcleo do tipo, partindo-se da vis‹o de uma terceira pessoa. Ex.: No

17
Petrechos para falsifica•‹o de moeda
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a t’tulo oneroso ou gratuito, possuir ou guardar
maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado ˆ falsifica•‹o de
moeda:
Pena - reclus‹o, de dois a seis anos, e multa.

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primeiro exemplo, haveria execu•‹o quando JosŽ estivesse esperando
Maria passar.
⇒! Teoria objetivo-individual Ð Para esta a defini•‹o do que Ž ato execut—rio
passa, necessariamente, pela an‡lise do plano do autor do fato, ou seja, do
seu dolo. Assim, seriam atos execut—rios aqueles que fossem
imediatamente anteriores ao in’cio da execu•‹o da conduta descrita no
nœcleo do tipo. Ex.: JosŽ quer furtar uma casa, e invade a resid•ncia. Neste
caso, mesmo n‹o tendo ainda dado in’cio ˆ subtra•‹o, j‡ haveria ato
execut—rio.

N‹o h‡ consenso, mas vem se firmando a ado•‹o da teoria objetivo-


individual, embora haja quem sustente ter sido adotada a teoria objetivo-formal,
ÒcomplementadaÓ pela an‡lise do plano do agente, a fim de abarcar tambŽm os
atos imediatamente anteriores ˆ realiza•‹o do tipo penal.

1.4.1.4! Consuma•‹o
Aqui o crime atinge sua realiza•‹o plena, havendo a presen•a de todos os
elementos que o comp›em, ou seja, o agente consegue realizar tudo o que o tipo
penal prev•, causando a ofensa jur’dica prevista na norma penal.
Temos, aqui, portanto, um crime completo e acabado.

1.4.1.5! Exaurimento
O exaurimento Ž uma etapa Òp—s-crimeÓ, ou seja, um acontecimento
posterior ˆ consuma•‹o do delito, n‹o alterando a tipifica•‹o da conduta.
Ex.: JosŽ pratica falso testemunho num processo que envolve Maria (crime de
falso testemunho consumado, art. 342 do CP). Ap—s isso, Maria Ž condenada em
raz‹o do testemunho falso de JosŽ (consequ•ncia que Ž mero exaurimento do
delito, n‹o alterando a tipifica•‹o do crime).

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1.4.2!Tentativa
Todos os elementos citados como sendo partes integrantes do fato t’pico
(conduta, resultado natural’stico, nexo de causalidade e tipicidade) s‹o, no
entanto, elementos do crime material consumado, que Ž aquele no qual se
exige resultado natural’stico e no qual este resultado efetivamente ocorre.
Nos termos do art. 14 do CP:
Art. 14 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - consumado, quando nele se reœnem todos os elementos de sua defini•‹o legal;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - tentado, quando, iniciada a execu•‹o, n‹o se consuma por circunst‰ncias alheias
ˆ vontade do agente. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

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Assim, nos crimes tentados, por n‹o haver sua consuma•‹o (ocorr•ncia de
resultado natural’stico), n‹o estar‹o presentes, em regra, os elementos
ÒresultadoÓ e Ònexo de causalidadeÓ.
Disse Òem regraÓ, porque pode acontecer que um crime tentado produza
resultados, que ser‹o analisados de acordo com a conduta do agente e sua
aptid‹o para produzi-los.
EXEMPLO: Imaginem que Marcelo, visando ˆ morte de Rodrigo, dispare cinco
tiros de pistola contra ele. Rodrigo Ž baleado, fica paraplŽgico, mas sobrevive.
Nesse caso, como o objetivo n‹o era causar les‹o corporal, mas sim matar, o
crime n‹o foi consumado, pois a morte n‹o ocorreu. Entretanto, n‹o se pode
negar que houve resultado natural’stico e nexo causal, embora este resultado
n‹o tenha sido o pretendido pelo agente quando da pr‡tica da conduta
criminosa.

O crime consumado n—s j‡ estudamos, cabe agora analisar as hip—teses de


crime na modalidade tentada.
Como disse a voc•s, pode ocorrer de uma conduta ser enquadrada em
determinado tipo penal sem que sua pr‡tica corresponda exatamente ao
que prev• o tipo. No caso acima, Marcelo responder‡ pelo tipo penal de
homic’dio (art. 121 do CP), na modalidade tentada (art. 14, II do CP). Mas se
voc•s analisarem, o art. 121 do CP diz Òmatar alguŽmÓ. Marcelo n‹o matou
ninguŽm. Assim, como enquadr‡-lo na conduta prevista pelo art. 121?
Isso Ž o que chamamos de adequa•‹o t’pica mediata, conforme j‡
estudamos.
Na adequa•‹o t’pica mediata o agente n‹o pratica exatamente a conduta
descrita no tipo penal, mas em raz‹o de uma outra norma que estende
subjetiva ou objetivamente o alcance do tipo penal, ele deve responder
pelo crime. Assim, no caso em tela, Marcelo s— responde pelo crime em raz‹o
da exist•ncia de uma norma que aumenta o alcance objetivo (relativo ˆ conduta)
do tipo penal para abarcar tambŽm as hip—teses de tentativa (art. 14, II do CP).
Tudo bem, galera? Vamos em frente! 00000000000

O inciso II do art. 14 fala em Òcircunst‰ncias alheias ˆ vontade do


agenteÓ. Isso significa que o agente inicia a execu•‹o do crime, mas em raz‹o
de fatores externos, o resultado n‹o ocorre. No caso concreto que citei, o fator
externo, alheio ˆ vontade de Marcelo, foi provavelmente sua falta de precis‹o no
uso da arma de fogo e o socorro eficiente recebido por Rodrigo, que impediu sua
morte.
O ¤ œnico do art. 14 do CP diz:
Art. 14 (...)
Par‡grafo œnico - Salvo disposi•‹o em contr‡rio, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminu’da de um a dois ter•os. (Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

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Desta forma, o crime cometido na modalidade tentada n‹o Ž punido da
mesma maneira que o crime consumado, pois embora o desvalor da conduta (sua
reprovabilidade social) seja o mesmo do crime consumado, o desvalor do
resultado (suas consequ•ncias na sociedade) Ž menor, indiscutivelmente. Assim,
diz-se que o CP adotou a teoria dual’stica, realista ou objetiva da
punibilidade da tentativa.18
Mas qual o critŽrio para aplica•‹o da quantidade de diminui•‹o (1/3
ou 2/3)? Nesse caso, o Juiz deve analisar a proximidade de alcance do resultado.
Quanto mais pr—xima do resultado chegar a conduta, menor ser‡ a
diminui•‹o da pena, e vice-versa. No exemplo acima, como Marcelo quase
matou Rodrigo, chegando a deix‡-lo paraplŽgico, a diminui•‹o ser‡ a menor
poss’vel (1/3), pois o resultado esteve perto de se consumar. Entretanto, se
Marcelo tivesse errado todos os disparos, o resultado teria passado longe da
consuma•‹o, devendo o Juiz aplicar a redu•‹o m‡xima.
A tentativa pode ser:

¥! Branca ou incruenta Ð quando o agente sequer atinge o objeto que


pretendia lesar;
¥! Vermelha ou cruenta Ð quando o agente atinge o objeto, mas n‹o
obtŽm o resultado natural’stico esperado, em raz‹o de circunst‰ncias alheias
ˆ sua vontade;
¥! Tentativa perfeita Ð O agente esgota completamente os meios de que
dispunha para lesar o objeto material;
¥! Tentativa imperfeita Ð O agente, antes de esgotar toda a sua
potencialidade lesiva, Ž impedido por circunst‰ncias alheias. Exemplo: Marcelo
possui um rev—lver com 06 projŽteis. Dispara os 03 primeiros contra Rodrigo,
mas antes de disparar o quarto Ž surpreendido pela chegada da Pol’cia Militar.

ƒ poss’vel a mescla de espŽcies de tentativa entre as duas primeiras com


as duas œltimas (cruenta e imperfeita, incruenta e imperfeita, etc.), mas nunca
entre elas mesmas (cruenta e incruenta e perfeita e imperfeita), por quest›es
l—gicas. 00000000000

18
Em contraposi•‹o ˆ Teoria objetiva h‡ a Teoria subjetiva, que sustenta que a punibilidade da tentativa
deveria estar atrelada ao fato de que o desvalor da conduta Ž o mesmo do crime consumado (Ž t‹o
reprov‡vel a conduta de ÒmatarÓ quanto a de Òtentar matarÓ). Para esta Teoria, a tentativa deveria ser
punida da mesma forma que o crime consumado (BITENCOURT, Op. cit., p. 536/537). Na verdade, adotou-
se no Brasil uma espŽcie de Teoria objetiva ÒtemperadaÓ ou mitigada. Isto porque a regra do art. 14, II
admite exce•›es, ou seja, existem casos na legisla•‹o p‡tria em que se pune a tentativa com a mesma pena
do crime consumado.

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Em regra, todos os crimes admitem tentativa. Entretanto, n‹o admitem


tentativa:
¥! Crimes culposos Ð Nestes crimes o resultado natural’stico n‹o Ž querido
pelo agente, logo, a vontade dele n‹o Ž dirigida a um fim il’cito e,
portanto, n‹o ocorrendo este, n‹o h‡ que se falar em interrup•‹o
involunt‡ria da execu•‹o do crime;
¥! Crimes preterdolosos Ð Como nestes crimes existe dolo na conduta
precedente e culpa na conduta seguinte, a conduta seguinte Ž culposa,
n‹o se admitindo, portanto, tentativa;
¥! Crimes unissubsistentes Ð S‹o aqueles que se produzem mediante um
œnico ato, n‹o cabendo fracionamento de sua execu•‹o. Assim, ou o crime
Ž consumado ou sequer foi iniciada sua execu•‹o. EXEMPLO: Injœria. Ou
o agente profere a injœria e o crime est‡ consumado ou ele sequer chega
a proferi-la, n‹o chegando o crime a ser iniciado;
¥! Crimes omissivos pr—prios Ð Seguem a mesma regra dos crimes
unissubsistentes, pois ou o agente se omite, e pratica o crime na
modalidade consumada ou n‹o se omite, hip—tese na qual n‹o comete
crime;
¥! Crimes de perigo abstrato Ð Como aqui tambŽm h‡ crime
unissubsistente (n‹o h‡ fracionamento da execu•‹o do crime), n‹o se
admite tentativa;
¥! Contraven•›es penais Ð N‹o se admite tentativa, nos termos do art. 4¡
do Decreto-Lei n¡ 3.688/41 (Lei das Contraven•›es penais);
¥! Crimes de atentado (ou de empreendimento) Ð S‹o crimes que se
consideram consumados com a obten•‹o do resultado ou ainda com a
tentativa deste. Por exemplo: O art. 352 tipifica o crime de Òevas‹oÓ,
dizendo: Òevadir-se ou tentar evadir-seÓ... Desta maneira, ainda que n‹o
consiga o preso se evadir, o simples fato de ter tentado isto j‡ consuma
o crime;
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¥! Crimes habituais Ð Nestes crimes, o agente deve praticar diversos atos,


habitualmente, a fim de que o crime se consume. Entretanto, o problema
Ž que cada ato isolado Ž um indiferente penal. Assim, ou o agente praticou
poucos atos isolados, n‹o cometendo crime, ou praticou os atos de forma
habitual, cometendo crime consumado. Exemplo: Crime de
curandeirismo, no qual ou o agente pratica atos isolados, n‹o praticando
crime, ou o faz com habitualidade, praticando crime consumado, nos
termos do art. 284, I do CP.

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1.4.3!Crime imposs’vel
Nos termos do C—digo Penal:
Art. 17 - N‹o se pune a tentativa quando, por inefic‡cia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, Ž imposs’vel consumar-se o crime.(Reda•‹o dada
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Como podemos perceber, o crime imposs’vel (tentativa inid™nea)


guarda semelhan•as com a tentativa, entretanto, com ela n‹o se
confunde.
Na tentativa, propriamente dita, o agente inicia a execu•‹o do crime, mas
por circunst‰ncias alheias ˆ sua vontade o resultado n‹o se consuma (art. 14, II
do CPC).
No crime imposs’vel, diferentemente do que ocorre na tentativa, embora
o agente inicie a execu•‹o do delito, JAMAIS o crime se consumaria, em
hip—tese nenhuma, ou pelo fato de que o meio utilizado Ž completamente
ineficaz ou porque o objeto material do crime Ž impr—prio para aquele crime. Vou
dar dois exemplos:
EXEMPLO: Imaginem que Marcelo pretenda matar sua sogra Maria. Marcelo
chega, ˆ surdina, de noite, e percebendo que Maria dorme no sof‡, desfere
contra ela 10 facadas no peito. No entanto, no laudo pericial se descobre que
Maria j‡ estava morta, em raz‹o de um mal sœbito que sofrera horas antes.
Nesse caso, o crime Ž imposs’vel, pois o objeto material (a sogra, Maria)
n‹o era uma pessoa, mas um cad‡ver. Logo, n‹o h‡ como se praticar o crime
de homic’dio em face de um cad‡ver.
No mesmo exemplo, imagine que Marcelo pretenda matar sua sogra a
tiros e, surpreenda-a na servid‹o que d‡ acesso ˆ casa. Entretanto, quando
Marcelo aperta o gatilho, percebe que, na verdade, foi enganado pelo vendedor,
que o vendeu uma arma de brinquedo.
Nesse œltimo caso o crime Ž imposs’vel, pois o meio utilizado por Marcelo
Ž completamente ineficaz para causar a morte da v’tima.
Em ambos os casos temos hip—tese de crime imposs’vel.
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Na verdade, o crime imposs’vel Ž uma espŽcie de tentativa, com a


circunst‰ncia de que jamais poder‡ se tornar consuma•‹o, face ˆ
impropriedade do objeto ou do meio utilizado. Por isso, n‹o se pode punir a
tentativa nestes casos, eis que n‹o houve les‹o ou sequer exposi•‹o ˆ les‹o do
bem jur’dico tutelado, n‹o bastando para a puni•‹o do agente o mero desvalor
da conduta, devendo haver um m’nimo de desvalor do resultado.

Cuidado! A inefic‡cia do meio ou a impropriedade do objeto devem ser


ABSOLUTAS, ou seja, em nenhuma hip—tese, considerando aquelas
circunst‰ncias, o crime poderia se consumar. Assim, se M‡rcio atira em JosŽ, com

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inten•‹o de mat‡-lo, mas o crime n‹o se consuma porque JosŽ usava um colete
ˆ prova de balas, n‹o h‡ crime imposs’vel, pois o crime poderia se consumar.

O STJ j‡ decidiu que a presen•a de c‰meras e dispositivos eletr™nicos de


seguran•a em estabelecimentos comerciais n‹o afasta a possibilidade
de consuma•‹o do crime de furto. Assim, se o agente tenta sair do local
com um produto escondido (furto), mas Ž detido pelos seguran•as, n‹o h‡ crime
imposs’vel, pois havia uma possibilidade, ainda que pequena, de que ele
conseguisse burlar o sistema e causar o preju’zo ao bem jur’dico tutelado
(patrim™nio do estabelecimento).

Como o CP previu a impossibilidade de puni•‹o da tentativa inid™nea (crime


imposs’vel), diz-se que o CP adotou a teoria OBJETIVA DA PUNIBILIDADE
DO CRIME IMPOSSêVEL.19

1.4.4!Desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz


Embora a Doutrina tenha se dividido quanto ˆ defini•‹o da natureza jur’dica
destes institutos, a Doutrina majorit‡ria entende se tratar de causas de
exclus‹o da tipicidade, pois n‹o tendo ocorrido o resultado, e tambŽm n‹o se
tratando de hip—tese tentada, n‹o h‡ como se punir o crime nem a t’tulo de
consuma•‹o nem a t’tulo de tentativa.
Na desist•ncia volunt‡ria o agente, por ato volunt‡rio, desiste de dar
sequ•ncia aos atos execut—rios, mesmo podendo faz•-lo. Conforme a cl‡ssica
FîRMULA DE FRANK:
Na tentativa Ð O agente quer, mas n‹o pode prosseguir.
Na desist•ncia volunt‡ria Ð O agente pode, mas n‹o quer
prosseguir.
Para que fique caracterizada a desist•ncia volunt‡ria, Ž necess‡rio que o
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resultado n‹o se consume em raz‹o da desist•ncia do agente.


EXEMPLO: Se Poliana dispara um tiro de pistola em Jason e, podendo disparar
mais cinco, n‹o o faz, mas este mesmo assim vem a falecer, Poliana responde
por homic’dio consumado. Se, no entanto, Jason n‹o vem a —bito, Poliana n‹o
responde por homic’dio tentado (n‹o h‡ tentativa, lembram-se?), mas por
les›es corporais.

19
BITENCOURT, Op. cit., p. 542/543.

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No arrependimento eficaz Ž diferente. Aqui o agente j‡ praticou todos
os atos execut—rios que queria e podia, mas ap—s isto, se arrepende do
ato e adota medidas que acabam por impedir a consuma•‹o do resultado.
Imagine que no exemplo anterior, Poliana tivesse disparado todos os tiros
da pistola em Jason. Depois disso, Poliana se arrepende do que fez e providencia
o socorro de Jason, que sobrevive em raz‹o do socorro prestado. Neste caso,
ter’amos arrependimento eficaz.
Ambos os institutos est‹o previstos no art. 15 do CP:
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou
impede que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Para que estes institutos ocorram, Ž necess‡rio que a conduta (desist•ncia


volunt‡ria e arrependimento eficaz) impe•a a consuma•‹o do resultado. Se o
resultado, ainda assim, vier a ocorrer, o agente responde pelo crime,
incidindo, no entanto, uma atenuante de pena genŽrica, prevista no art. 65, III,
b do CP.
A Doutrina entende que tambŽm Hç DESISTæNCIA VOLUNTçRIA
quando o agente deixa de prosseguir na execu•‹o para faz•-la mais tarde, por
qualquer motivo, por exemplo, para n‹o levantar suspeitas. Nesse caso, mesmo
n‹o sendo nobre o motivo da desist•ncia, a Doutrina entende que h‡ desist•ncia
volunt‡ria.
Se o crime for cometido em concurso de pessoas e somente um deles
realiza a conduta de desist•ncia volunt‡ria ou arrependimento eficaz, esta
circunst‰ncia se comunica aos demais, pois como se trata de hip—tese de
exclus‹o da tipicidade, o crime n‹o foi cometido, respondendo todos apenas pelos
atos praticados atŽ ent‹o.

1.4.5!Arrependimento posterior
O arrependimento posterior, por sua vez, n‹o exclui o crime, pois
este j‡ se consumou, mas Ž causa obrigat—ria de diminui•‹o de pena.
Ocorre quando, nos crimes em que n‹o h‡ viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa,
00000000000

o agente, atŽ o recebimento da denœncia ou queixa, repara o dano provocado ou


restitui a coisa. Nos termos do art. 16 do CP:
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa, reparado o
dano ou restitu’da a coisa, atŽ o recebimento da denœncia ou da queixa, por ato
volunt‡rio do agente, a pena ser‡ reduzida de um a dois ter•os. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

EXEMPLO: Imagine o crime de dano (art. 163 do CP), no qual o agente quebra
a vidra•a de uma padaria, revoltado com o esgotamento do p‹o franc•s naquela
tarde. Nesse caso, se antes do recebimento da queixa o agente ressarcir o

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preju’zo causado, ele responder‡ pelo crime, mas a pena aplicada dever‡
ser diminu’da de um a dois ter•os.

Vejam que n‹o se aplica o instituto se o crime Ž cometido com


viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa.
A Doutrina entende que se a viol•ncia for culposa, pode ser aplicado o
instituto. Assim, se o agente comete les‹o corporal culposa (viol•ncia culposa),
e antes do recebimento da queixa paga todas as despesas mŽdicas da v’tima,
presta todo o aux’lio necess‡rio, deve ser aplicada a causa de diminui•‹o de pena.
No caso de viol•ncia impr—pria, a Doutrina se divide. A viol•ncia
impr—pria Ž aquela na qual n‹o h‡ viol•ncia propriamente dita, mas o agente
reduz a v’tima ˆ impossibilidade de defesa (ex. Amorda•a e amarra o caixa da
loja no crime de roubo). Parte da Doutrina entende que o benef’cio pode ser
aplicado, parte entende que n‹o pode.
O arrependimento posterior tambŽm se comunica aos demais agentes
(coautores).
A Doutrina entende, ainda, que se a v’tima se recusar a receber a coisa
ou a repara•‹o do dano, mesmo assim o agente dever‡ receber a causa
de diminui•‹o de pena.
O quantum da diminui•‹o da pena (um ter•o a dois ter•os) ir‡ variar
conforme a celeridade com que ocorreu o arrependimento e a voluntariedade
deste ato.
Vamos sintetizar isso tudo? O quadro abaixo pode ajudar voc•s na
compreens‹o dos institutos da tentativa, da desist•ncia volunt‡ria, do
arrependimento eficaz e do arrependimento posterior:

QUADRO ESQUEMçTICO
INSTITUTO RESUMO CONSEQUæNCIAS

TENTATIVA Agente pratica a conduta Responde pelo


delituosa, mas
00000000000

por crime, com


circunst‰ncias alheias ˆ sua redu•‹o de pena
vontade, o resultado n‹o de 1/3 a 2/3.
ocorre.

DESISTæNCIA O agente INICIA a pr‡tica da Responde apenas


VOLUNTçRIA conduta delituosa, mas se pelos atos j‡
arrepende, e CESSA a atividade praticados.
criminosa (mesmo podendo Desconsidera-se o
continuar) e o resultado n‹o Òdolo inicialÓ, e o
ocorre. agente Ž punido

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apenas pelos danos
que efetivamente
causou.
ARREPENDIMENTO O agente INICIA a pr‡tica da Responde apenas
EFICAZ conduta delituosa E COMPLETA A pelos atos j‡
EXECU‚ÌO DA CONDUTA, mas se praticados.
arrepende do que fez e toma as Desconsidera-se o
provid•ncias para que o resultado Òdolo inicialÓ, e o
inicialmente pretendido n‹o agente Ž punido
ocorra. O resultado NÌO apenas pelos danos
ocorre. que efetivamente
causou.
ARREPENDIMENTO O agente completa a execu•‹o da O agente tem a
POSTERIOR atividade criminosa e o pena reduzida de
resultado efetivamente 1/3 a 2/3.
ocorre. PorŽm, ap—s a ocorr•ncia
do resultado, o agente se
arrepende E REPARA O DANO ou
RESTITUI A COISA.
1.! S— pode ocorrer nos crimes
cometidos sem viol•ncia
ou grave amea•a ˆ
pessoa
2.! S— tem validade se ocorre
antes do recebimento da
denœncia ou queixa.

CASO HAJA
ARREPENDIMENTO
CRIME SE RESPONDE
PELO CRIME
POSTERIOR =
CAUSA DE
CONSUMA CONSUMADO
DIMINUIÇÃO DE
00000000000

PENA (1/3 a 2/3)

INÍCIO DA
AGENTE DESISTIU DA
EXECUÇÃO DO EXECUÇÃO
DELITO (DESISTÊNCIA
VOLUNTÁRIA) RESPONDE SÓ
PELOS ATOS
AGENTE COMPLETOU A PRATICADOS
CRIME NÃO SE EXECUÇÃO MAS SE
ARREPENDEU E EVITOU O
CONSUMA RESULTADO
(ARREPENDIMENTO EFICAZ)

O RESULTADO NÃO OCORREU


POR FATORES EXTERNOS À RESPONDE PELO
VONTADE DO AGENTE CRIME PRETENDIDO
(TENTATIVA) NA FORMA TENTADA

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1.4.6!Causas de exclus‹o do fato t’pico


Haver‡ exclus‹o do fato t’pico sempre que estiver ausente algum de seus
elementos. As principais hip—teses s‹o:

1.4.6.1! Coa•‹o f’sica irresist’vel


A coa•‹o f’sica irresist’vel (tambŽm chamada de vis absoluta) exclui a
CONDUTA, por aus•ncia completa de vontade do agente coagido. Logo, acaba
por excluir o fato t’pico. N‹o confundir com a coa•‹o MORAL irresist’vel, que
exclui a culpabilidade.
Ex.: JosŽ pega Maria ˆ for•a e, segurando seu bra•o, faz com que Maria
esfaqueie Joana, que est‡ dormindo. Neste caso, Maria n‹o teve conduta, pois
n‹o teve dolo ou culpa. Maria n‹o escolheu esfaquear, foi coagida fisicamente
a fazer isso.

1.4.6.2! Erro de tipo inevit‡vel


No erro de tipo inevit‡vel o agente pratica o fato t’pico por incidir em erro
sobre um de seus elementos. Quando o erro Ž inevit‡vel (qualquer pessoa
naquelas circunst‰ncias cometeria o erro), o agente n‹o responde por crime
algum (afasta-se o dolo e a culpa).
Ex.: JosŽ pega o celular que est‡ em cima do balc‹o da loja e vai embora,
acreditando ser o seu celular. Todavia, quando chega em casa, v• que pegou o
celular de outra pessoa, pois confundiu com o seu. Neste caso, JosŽ praticou, em
tese, o crime de furto (art. 155 do CP). Todavia, como houve erro inevit‡vel sobre
um dos elementos do tipo (o elemento Òcoisa alheiaÓ, j‡ que JosŽ acreditava que
a coisa era sua), JosŽ n‹o responder‡ por crime algum.

1.4.6.3! Sonambulismo e atos reflexos


Nas hip—teses de sonambulismo e de atos reflexos tambŽm se afasta o fato
t’pico, pois em ambos os casos o agente n‹o tem controle sobre sua a•‹o ou
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omiss‹o, ou seja, temos a exterioriza•‹o f’sica do ato, sem que haja dolo ou
culpa.
Ex.: JosŽ d‡ um susto em Ricardo, que acaba mexendo os bra•os repentinamente
e acerta uma cotovelada em Paula. Neste caso, Ricardo n‹o responde por crime
de les‹o corporal pois n‹o teve dolo ou culpa.

1.4.6.4! Insignific‰ncia e adequa•‹o social da conduta


Tanto na hip—tese de insignific‰ncia da conduta (aus•ncia de ofensa
significativa ao bem jur’dico protegido pela norma) quanto na hip—tese de
adequa•‹o social da conduta (toler‰ncia da sociedade frente a uma conduta que

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Ž tipificada como crime), h‡ exclus‹o do fato t’pico, eis que n‹o haver‡ tipicidade
material.

1.5!Ilicitude
J‡ vimos que a conduta deve ser considerada um fato t’pico para que o
primeiro elemento do crime esteja presente. Entretanto, isso n‹o basta. Uma
conduta enquadrada como fato t’pico pode n‹o ser il’cita perante o direito. Assim,
a antijuridicidade (ou ilicitude) Ž a condi•‹o de contrariedade da conduta
perante o Direito.
Estando presente o primeiro elemento (fato t’pico), presume-se
presente a ilicitude, devendo o acusado comprovar a exist•ncia de uma
causa de exclus‹o da ilicitude. Percebam, assim, que uma das fun•›es do fato
t’pico Ž gerar uma presun•‹o de ilicitude da conduta, que pode ser desconstitu’da
diante da presen•a de uma das causas de exclus‹o da ilicitude.
As causas de exclus‹o da ilicitude podem ser:
¥! GenŽricas Ð S‹o aquelas que se aplicam a todo e qualquer crime. Est‹o
previstas na parte geral do C—digo Penal, em seu art. 23;
¥! Espec’ficas Ð S‹o aquelas que s‹o pr—prias de determinados crimes, n‹o
se aplicando a outros. Por exemplo: Furto de coisas comum, previsto no art.
156, ¤2¡. Nesse caso, o fato de a coisa furtada ser comum retira a ilicitude
da conduta. PorŽm, s— nesse crime!

As causas genŽricas de exclus‹o da ilicitude s‹o: a) estado de


necessidade; b) leg’tima defesa; c) exerc’cio regular de um direito; d) estrito
cumprimento do dever legal. Entretanto, a Doutrina majorit‡ria e a
Jurisprud•ncia entendem que existem causas supralegais de exclus‹o da ilicitude
(n‹o previstas na lei, mas que decorrem da l—gica, como o consentimento do
ofendido nos crimes contra bens dispon’veis).

1.5.1!Estado de necessidade 00000000000

Est‡ previsto no art. 24 do C—digo Penal:


Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-
se.
!
O Brasil adotou a teoria unit‡ria de estado de necessidade, que
estabelece que o bem jur’dico protegido deve ser de valor igual ou superior
ao sacrificado, afastando-se em ambos os casos a ilicitude da conduta.
EXEMPLO: Marcos e Jo‹o est‹o num avi‹o que est‡ caindo. S— h‡ uma mochila
com paraquedas. Marcos agride Jo‹o atŽ causar-lhe a morte, a fim de que o

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paraquedas seja seu e ele possa se salvar. Nesse caso, o bem jur’dico que
Marcos buscou preservar (vida) Ž de igual valor ao bem sacrificado (Vida de
Jo‹o). Assim, Marcos n‹o cometeu crime, pois agiu coberto por uma excludente
de ilicitude, que Ž o estado de necessidade.

No caso de o bem sacrificado ser de valor maior que o bem protegido,


o agente responde pelo crime, mas tem sua pena diminu’da.20 Nos termos
do art. 24, ¤ 2¡ do CP:
Art. 24 (...)
¤ 2¼ - Embora seja razo‡vel exigir-se o sacrif’cio do direito amea•ado, a pena poder‡
ser reduzida de um a dois ter•os.
!
Assim, se era razo‡vel entender que o agente deveria sacrificar o bem que
na verdade escolheu proteger, ele responde pelo crime, mas em raz‹o das
circunst‰ncias ter‡ sua pena diminu’da de um a dois ter•os, conforme o caso.
Os requisitos para a configura•‹o do estado de necessidade s‹o
basicamente dois: a) a exist•ncia de uma situa•‹o de perigo a um bem jur’dico
pr—prio ou de terceiro; b) o fato necessitado (conduta do agente na qual ele
sacrifica o bem alheio para salvar o pr—prio ou do terceiro).
Entretanto, a situa•‹o de perigo deve:
¥! N‹o ter sido criada voluntariamente pelo agente (ou seja, se foi
ele mesmo quem deu causa, n‹o poder‡ sacrificar o direito de um
terceiro a pretexto de salvar o seu). EXEMPLO: O agente provoca ao
naufr‡gio de um navio e, para se salvar, mata um terceiro, a fim de
ficar com o œltimo colete dispon’vel. Nesse caso, embora os bens sejam
de igual valor, a situa•‹o de perigo foi criada pelo pr—prio agente, logo,
ele n‹o estar‡ agindo em estado de necessidade.21
¥! Perigo atual Ð O perigo deve estar ocorrendo. A lei n‹o permite o
estado de necessidade diante de um perigo futuro, ainda que iminente;
¥! A situa•‹o de perigo deve estar expondo ˆ les‹o um bem jur’dico
do pr—prio agente ou de um terceiro.
¥! O agente n‹o pode ter o dever jur’dico de impedir o resultado.
00000000000

20
Bitencourt sustenta que, apesar da ado•‹o da teoria unit‡ria, quando a escolha do agente por sacrificar
determinado bem em detrimento de outro n‹o for a mais correta de acordo com o Direito, mas puder ser
considerada como algo que qualquer pessoa acabaria fazendo da mesma forma, ter’amos o estado de
necessidade exculpante supralegal, ou seja, o Juiz poderia afastar a culpabilidade do agente por considerar
ser inexig’vel conduta diversa. BITENCOURT, Op. cit., p. 411/413

21
A Doutrina se divide quanto ˆ abrang•ncia da express‹o ÒvoluntariamenteÓ. Alguns sustentam que tanto
a causa•‹o culposa quanto a dolosa afastam a possibilidade de caracteriza•‹o do estado de necessidade
(Por todos, ASSIS TOLEDO). Outros defendem que somente a causa•‹o DOLOSA impede a caracteriza•‹o
do estado de necessidade (Por todos, DAMçSIO DE JESUS e CEZAR ROBERTO BITENCOURT). BITENCOURT,
Op. cit., p. 419

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Quanto ˆ conduta do agente, ela deve ser:


¥! Inevit‡vel Ð O bem jur’dico protegido s— seria salvo daquela maneira.
N‹o havia outra forma de salvar o bem jur’dico.
¥! Proporcional Ð O agente deve sacrificar apenas bens jur’dicos de menor
ou igual valor ao que pretende proteger.

O estado de necessidade pode ser


¥! Agressivo Ð Quando para salvar seu bem jur’dico o agente sacrifica
bem jur’dico de um terceiro que n‹o provocou a situa•‹o de
perigo.
¥! Defensivo Ð Quando o agente sacrifica um bem jur’dico de quem
ocasionou a situa•‹o de perigo.

Pode ser ainda:


¥! Real Ð Quando a situa•‹o de perigo efetivamente existe;
¥! Putativo Ð Quando a situa•‹o de perigo n‹o existe de fato, apenas na
imagina•‹o do agente. Imaginemos que no caso do colete salva-vidas,
ao invŽs de ser o œltimo, existisse ainda uma sala repleta deles. Assim,
a situa•‹o de perigo apenas passou pela cabe•a do agente, n‹o sendo
a realidade, pois havia mais coletes. Nesse caso, o agente incorreu
em erro, que se for um erro escus‡vel (o agente n‹o tinha como saber
da exist•ncia dos outros coletes), excluir‡ a imputa•‹o do delito (a
maioria da Doutrina entende que teremos exclus‹o da culpabilidade).
J‡ se o erro for inescus‡vel (o agente era marinheiro h‡ muito tempo,
devendo saber que existia mais coletes), o agente responde pelo crime
cometido, MAS NA MODALIDADE CULPOSA, se houver previs‹o em
lei.

Alguns pontos importantes:


ESTADO DE ƒ poss’vel, desde que ambos n‹o tenham criado
00000000000

NECESSIDADE a situa•‹o de perigo.


RECêPROCO
COMUNICABILIDADE Existe. Se um dos autores houver praticado o
fato em estado de necessidade, o crime fica
exclu’do para todos eles.
ERRO NA EXECU‚ÌO Pode acontecer, e o agente permanece coberto
pelo estado de necessidade. Ex.: Paulo atira em
M‡rio, visando sua morte, para tomar-lhe o
œltimo colete do navio. Entretanto, acerta Jo‹o.
Nesse caso, Paulo permanece acobertado pelo
estado de necessidade, pois se considera

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praticado o crime contra a v’tima pretendida,
n‹o a atingida.
MISERABILIDADE O STJ entende que a simples alega•‹o de
miserabilidade n‹o gera o estado de
necessidade para que seja exclu’da a ilicitude
do fato. Entretanto, em determinados casos,
poder‡ excluir a culpabilidade, em raz‹o da
inexigibilidade de conduta diversa
(estudaremos mais ˆ frente).

1.5.2!Leg’tima defesa
Nos termos do art. 25 do CP:
Art. 25 - Entende-se em leg’tima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necess‡rios, repele injusta agress‹o, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

O agente deve ter praticado o fato para repelir uma agress‹o. Contudo, h‡
alguns requisitos:

REQUISITOS PARA A CONFIGURA‚ÌO DA LEGêTIMA DEFESA


¥! Agress‹o Injusta Ð Assim, se a agress‹o Ž justa, n‹o h‡ leg’tima defesa.
Dessa forma, o preso que agride o carcereiro que o est‡ colocando para
dentro da cela n‹o age em leg’tima defesa, pois a agress‹o do carcereiro
(empurr‡-lo ˆ for•a) Ž justa.
¥! Atual ou iminente Ð A agress‹o deve estar acontecendo ou prestes a
acontecer. Veja que aqui, diferente do estado necessidade, n‹o h‡
necessidade de que o fato seja atual, bastando que seja iminente. Desta
maneira, se Paulo encontra, em local ermo, Poliana, sua ex-mulher, que por
vingan•a amea•ou mat‡-lo, e esta saca uma arma, Paulo poder‡ repelir essa
agress‹o iminente, pois ainda que n‹o tenha acontecido, n‹o se pode exigir
que Paulo aguarde Poliana come•ar a efetuar os disparos (absurdo!).
00000000000

¥! Contra direito pr—prio ou alheio Ð A agress‹o injusta pode estar


acontecendo ou prestes a acontecer contra direito do pr—prio agente ou de
um terceiro. Assim, se Paulo agride Roberto porque ele est‡ agredindo
Poliana, n‹o comete crime, pois agiu em leg’tima defesa da integridade f’sica
de terceiro (Poliana).

Quando uma pessoa Ž atacada por um animal, em regra n‹o age em


leg’tima defesa, mas em estado de necessidade, pois os atos dos animais
n‹o podem ser considerados injustos. Entretanto, se o animal estiver sendo
utilizado como instrumento de um crime (dono determina ao c‹o bravo que

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morda a v’tima), o agente poder‡ agir em leg’tima defesa. Entretanto, a
leg’tima defesa estar‡ ocorrendo em face do dono (les‹o ao seu patrim™nio, o
cachorro), e n‹o em face do animal.
Com rela•‹o ˆs agress›es praticadas por inimput‡vel, a Doutrina se divide,
mas a maioria entende que nesse caso h‡ leg’tima defesa, e n‹o estado de
necessidade.
Na leg’tima defesa, diferentemente do que ocorre no estado de necessidade,
o agredido (que age em leg’tima defesa) n‹o Ž obrigado a fugir do
agressor, ainda que possa. A lei permite que o agredido revide e se proteja,
ainda que lhe seja poss’vel fugir!
A rea•‹o do agente, por sua vez, deve ser proporcional. Ou seja, os meios
utilizados por ele devem ser suficientes e necess‡rios a repelir a agress‹o injusta.
EXEMPLO: Se um ladr‹o furta uma caneta, a v’tima n‹o pode matar este ladr‹o
para repelir esta agress‹o ao seu patrim™nio, pois ainda que o meio utilizado
seja suficiente para que o patrim™nio seja preservado, n‹o Ž proporcional
sacrificar a vida de alguŽm por causa de uma caneta. Mas nem se for uma
Mont Blanc de R$ 5.000,00? N‹o!!!

A leg’tima defesa pode ser:


¥! Agressiva Ð Quando o agente pratica um fato previsto como infra•‹o
penal. Assim, se A agride B e este, em leg’tima defesa, agride A, est‡
cometendo les›es corporais (art. 129), mas n‹o h‡ crime, em raz‹o
da presen•a da causa excludente da ilicitude.
¥! Defensiva Ð O agente se limita a se defender, n‹o atacando nenhum
bem jur’dico do agressor.
¥! Pr—pria Ð Quando o agente defende seu pr—prio bem jur’dico.
¥! De terceiro Ð Quando defende bem jur’dico pertencente a outra
pessoa.
¥! Real Ð Quando a agress‹o a imin•ncia dela acontece, de fato, no
mundo real.
¥! Putativa Ð Quando o agente pensa que est‡ sendo agredido ou que
00000000000

esta agress‹o ir‡ ocorrer, mas, na verdade, trata-se de fruto da sua


imagina•‹o. Aqui, aplica-se o que foi dito acerca do estado de
necessidade putativo!

A leg’tima defesa n‹o Ž presumida. Aquele que a alega deve provar sua
ocorr•ncia, pois, como estudamos, a exist•ncia do fato t’pico tem o cond‹o de
fazer presumir a ilicitude da conduta, cabendo ao acusado provar a exist•ncia de
uma das causas de exclus‹o da ilicitude.

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CUIDADO! A leg’tima defesa sucessiva Ž poss’vel! ƒ aquela na qual o
agredido injustamente, acaba por se exceder nos meios para repelir a agress‹o.
Nesse caso, como h‡ excesso, esse excesso n‹o Ž permitido. Logo, aquele que
primeiramente agrediu, agora poder‡ agir em leg’tima defesa. Se A
agride B com tapas leves, e B saca uma pistola e come•a a disparar contra A,
que se afasta e para de agredi-lo, caso B continue e atirar, A poder‡ sacar sua
arma e atirar contra B, pois a conduta de A se configura como excesso na
rea•‹o, e B estar‡ agindo em leg’tima defesa sucessiva.

Da mesma forma que no estado de necessidade, se o agredido erra ao


revidar a agress‹o e atinge pessoa que n‹o tem rela•‹o com a agress‹o (erro
sobre a pessoa), continuar‡ amparado pela excludente de ilicitude, pois o crime
se considera praticado contra a pessoa visada, n‹o contra a efetivamente
atingida.
No caso de leg’tima defesa de terceiro, duas hip—teses podem ocorrer:
¥! O bem do terceiro que est‡ sendo lesado Ž dispon’vel (bens
materiais, etc.) Ð Nesse caso, o terceiro deve concordar com que o
agente atue em seu favor.
¥! O bem do terceiro Ž indispon’vel (Vida, por exemplo) Ð Nesse caso,
o agente poder‡ repelir esta agress‹o ainda que o terceiro n‹o
concorde com esta atitude, pois o bem agredido Ž um bem de car‡ter
indispon’vel.

Voc•s devem ficar atentos a alguns pontos:


¥! N‹o cabe leg’tima defesa real em face de leg’tima defesa real, pois
se o primeiro age em leg’tima defesa real, sua agress‹o n‹o Ž injusta, o
que impossibilita rea•‹o em leg’tima defesa.
¥! Cabe leg’tima defesa real em face de leg’tima defesa putativa.
Assim, se A pensa estar sendo amea•ado por B e o agride (leg’tima defesa
putativa), B poder‡ agir em leg’tima defesa real. Isto porque a atitude de
A n‹o Ž justa, logo, Ž uma agress‹o injusta, de forma que B poder‡ se
valer da leg’tima defesa (A atŽ pode n‹o ser punido por sua conduta, mas
00000000000

isso se dar‡ pela exclus‹o da culpabilidade em raz‹o da leg’tima defesa


putativa).
¥! Se o agredido se excede, o agressor passa a poder agir em leg’tima defesa
(leg’tima defesa sucessiva).
¥! Sempre caber‡ leg’tima defesa em face de conduta que esteja
acobertada apenas por causa de exclus‹o da culpabilidade (pois
nesse caso a agress‹o Ž t’pica e il’cita, embora n‹o culp‡vel).
¥! NUNCA haver‡ possibilidade de leg’tima defesa real em face de
qualquer causa de exclus‹o da ilicitude real.

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1.5.3!Estrito cumprimento do dever legal
Nos termos do art. 23, III do CP:
Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato:
(...)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerc’cio regular de direito.

Age acobertado por esta excludente aquele que pratica fato t’pico, mas o faz
em cumprimento a um dever previsto em lei.
Assim, o Policial tem o dever legal de manter a ordem pœblica. Se alguŽm
comete crime, eventuais les›es corporais praticadas pelo policial (quando da
persegui•‹o) n‹o s‹o consideradas il’citas, pois embora tenha sido provocada
les‹o corporal (prevista no art. 129 do CP), o policial agiu no estrito cumprimento
do seu dever legal.

CUIDADO! Quando o policial, numa troca de tiros, acaba por ferir ou matar um
suspeito, ele n‹o age no estrito cumprimento do dever legal, mas em leg’tima
defesa. Isso porque o policial s— pode atirar contra alguŽm quando isso for
absolutamente necess‡rio para repelir injusta agress‹o contra si ou contra
terceiros.22

Se um terceiro colabora com aquele que age no estrito cumprimento do


dever legal, a ele tambŽm se estende essa causa de exclus‹o da ilicitude. Diz-se
que h‡ comunicabilidade.

ƒ muito comum ver pessoas afirmarem que essa causa s— se


aplica aos funcion‡rios pœblicos. ERRADO! O particular
tambŽm pode agir no estrito cumprimento do dever legal. O
advogado, por exemplo, que se nega a testemunhar sobre
fato conhecido em raz‹o da profiss‹o, n‹o pratica crime, pois
est‡ cumprindo seu dever legal de sigilo, previsto no estatuto
00000000000

da OAB. Esse Ž apenas um exemplo.

1.5.4!Exerc’cio regular de direito


O C—digo Penal prev• essa excludente da ilicitude tambŽm no art. 23, III:
Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato:
(...)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerc’cio regular de direito.

22
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 431

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Dessa forma, quem age no leg’timo exerc’cio de um direito seu, n‹o
poder‡ estar cometendo crime, pois a ordem jur’dica deve ser harm™nica, de
forma que uma conduta que Ž considerada um direito da pessoa, n‹o pode ser
considerada crime, por quest›es l—gicas. Trata-se de preservar a coer•ncia do
sistema23.
Mas o direito deve estar previsto em lei? Sim! A Doutrina majorit‡ria
entende que os direitos derivados dos costumes locais n‹o podem ser invocados
como causas de exclus‹o da ilicitude.
Quando um atleta entra no octagon (aquela jaula das artes marciais mistas,
antigo vale-tudo), e agride o outro atleta, est‡ causando-lhe les›es corporais
(art. 129 do CP). Entretanto, n‹o comete crime, pois tem esse direito j‡ que
ambos est‹o se submetendo a uma pr‡tica desportiva que permite esse
tipo de conduta.
CUIDADO! Se esse mesmo atleta descumprir as regras do esporte (chutar
a cabe•a do outro atleta ca’do, por exemplo) e causar-lhe les›es, poder‡
responder pelo crime que cometer, pois n‹o lhe Ž permitido fazer isso!

1.5.5!Consentimento do ofendido
O consentimento do ofendido n‹o est‡ expressamente previsto no CP como
causa de exclus‹o da ilicitude. Todavia, a Doutrina Ž pac’fica ao sustentar que o
consentimento do ofendido pode, a depender do caso, afastar a ilicitude da
conduta, funcionando como causa supralegal (n‹o prevista na Lei) de exclus‹o
da ilicitude).
Ex.: JosŽ e Paulo combinam de fazer manobras arriscadas numa moto, estando
Paulo na garupa e JosŽ guiando a motocicleta. Neste caso, se JosŽ perder a
dire•‹o e causar les›es culposas em Paulo, n‹o haver‡ crime, eis que o
consentimento de Paulo em rela•‹o ˆ conduta arriscada de JosŽ afasta a ilicitude
da conduta.

A Doutrina elenca alguns requisitos para que o consentimento do ofendido


possa ser considerado causa supralegal de exclus‹o da ilicitude:
00000000000

⇒! O consentimento deve ser v‡lido Ð O consentimento deve ser prestado


por pessoa capaz, mentalmente s‹ e livre de v’cios (coa•‹o, fraude, etc.).
⇒! O bem jur’dico deve ser pr—prio e dispon’vel Ð Assim, n‹o h‡ que se
falar em consentimento do ofendido quando o bem jur’dico pertence a outra
pessoa ou Ž indispon’vel como, por exemplo, a vida.
⇒! O consentimento deve ser prŽvio ou concomitante ˆ conduta Ð O
consentimento do ofendido ap—s a pr‡tica da conduta n‹o afasta a ilicitude.

23
O Prof. Zaffaroni entenderia que, neste caso, o fato Ž at’pico, pois, pela sua teoria da tipicidade
conglobante, um fato nunca poder‡ ser t’pico quando sua pr‡tica foi tolerada ou determinada pelo sistema
jur’dico. Fica apenas o registro, mas essa teoria n‹o Ž adotada pelo CP e Doutrinariamente Ž discutida.
Lembrem-se: Fica apenas o registro.

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1.5.6!Excesso pun’vel
O excesso pun’vel Ž o exerc’cio irregular de uma causa excludente
da ilicitude, seja porque n‹o h‡ mais a circunst‰ncia que permitia seu exerc’cio
(cessou a agress‹o, no caso da leg’tima defesa, por exemplo, seja porque o meio
utilizado n‹o Ž proporcional (agredido saca uma metralhadora para repelir um
tapa, no caso da leg’tima defesa). No primeiro caso, temos o excesso extensivo,
e no segundo, o excesso intensivo. Nesses casos, a lei prev• que aquele que se
exceder responder‡ pelos danos que causar, art. 23, ¤ œnico do CP:
Art. 23 (...)
Par‡grafo œnico - O agente, em qualquer das hip—teses deste artigo, responder‡ pelo
excesso doloso ou culposo.

Aplica-se a qualquer das causas excludentes da ilicitude. Assim, o policial


que, ap—s prender o ladr‹o, come•a a desferir socos em seu rosto, n‹o estar‡
agindo amparado pelo estrito cumprimento do dever legal, pois est‡ se
excedendo.

2! DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES

CîDIGO PENAL
Ä Art. 13 do CP Ð Nexo de causalidade e relev‰ncia da omiss‹o
Rela•‹o de causalidade(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 13 - O resultado, de que depende a exist•ncia do crime, somente Ž imput‡vel a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado
n‹o teria ocorrido. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Superveni•ncia de causa independente(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 1¼ - A superveni•ncia de causa relativamente independente exclui a imputa•‹o
quando, por si s—, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se
a quem os praticou. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Relev‰ncia da omiss‹o(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
00000000000

¤ 2¼ - A omiss‹o Ž penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para


evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
a) tenha por lei obriga•‹o de cuidado, prote•‹o ou vigil‰ncia; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorr•ncia do resultado. (Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Ä Arts. 14 a 17 do CP - Consuma•‹o e tentativa:

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Art. 14 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime consumado (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - consumado, quando nele se reœnem todos os elementos de sua defini•‹o legal;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Tentativa (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - tentado, quando, iniciada a execu•‹o, n‹o se consuma por circunst‰ncias alheias
ˆ vontade do agente. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Pena de tentativa(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - Salvo disposi•‹o em contr‡rio, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminu’da de um a dois ter•os.(Inclu’do pela Lei
n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Arrependimento posterior(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa, reparado o
dano ou restitu’da a coisa, atŽ o recebimento da denœncia ou da queixa, por ato
volunt‡rio do agente, a pena ser‡ reduzida de um a dois ter•os. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime imposs’vel (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 17 - N‹o se pune a tentativa quando, por inefic‡cia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, Ž imposs’vel consumar-se o crime.(Reda•‹o dada
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Ä Art. 18 do CP Ð Dolo e culpa:


Art. 18 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime doloso(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime culposo(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
00000000000

II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprud•ncia, neglig•ncia ou


imper’cia. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - Salvo os casos expressos em lei, ninguŽm pode ser punido por fato
previsto como crime, sen‹o quando o pratica dolosamente. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 11.7.1984)

Ä Arts. 23 a 25 do CP Ð Exclus‹o da ilicitude:


Exclus‹o de ilicitude(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato: (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

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II - em leg’tima defesa;(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerc’cio regular de direito.(Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Excesso pun’vel (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - O agente, em qualquer das hip—teses deste artigo, responder‡ pelo
excesso doloso ou culposo.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-
se. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 1¼ - N‹o pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar
o perigo. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 2¼ - Embora seja razo‡vel exigir-se o sacrif’cio do direito amea•ado, a pena poder‡
ser reduzida de um a dois ter•os. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Leg’tima defesa
Art. 25 - Entende-se em leg’tima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necess‡rios, repele injusta agress‹o, atual ou iminente, a direito seu ou de
outrem.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

3! SòMULAS PERTINENTES

3.1!Sœmulas do STJ
Ä Sœmula 567 do STJ Ð Durante algum tempo se discutiu, principalmente na
Doutrina, se a exist•ncia de sistema de vigil‰ncia ou monitoramento eletr™nico
seria um impedimento absoluto ˆ consuma•‹o do delito de furto, caracterizando
crime imposs’vel. O STJ, j‡ h‡ algum tempo, havia solidificado entendimento no
sentido de que tal fato n‹o impede, em absoluto, a consuma•‹o do furto, motivo
pelo qual n‹o h‡ que se falar em crime imposs’vel, mas em tentativa, j‡ que
o meio utilizado n‹o Ž absolutamente ineficaz. Em raz‹o disso, foi editado o
verbete de sœmula 567 do STJ: 00000000000

Sœmula 567 do STJ - Sistema de vigil‰ncia realizado por monitoramento eletr™nico


ou por exist•ncia de seguran•a no interior de estabelecimento comercial, por si s—,
n‹o torna imposs’vel a configura•‹o do crime de furto.

4! RESUMO

CONCEITO DE CRIME
O Crime pode ser entendido sob tr•s aspectos: Material, formal (legal) e anal’tico:

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¥! Formal (legal) Ð Crime Ž a conduta prevista em Lei como crime. No Brasil,
mais especificamente, Ž toda infra•‹o penal a que a lei comina pena de
reclus‹o ou deten•‹o
¥! Material Ð Crime Ž a conduta que afeta, de maneira significativa (mediante
les‹o ou exposi•‹o a perigo), um bem jur’dico relevante de terceira pessoa.
¥! Anal’tico Ð Ado•‹o da teoria tripartida. Crime Ž composto por fato t’pico,
ilicitude e culpabilidade.

FATO TêPICO E SEUS ELEMENTOS


O fato t’pico tambŽm se divide em elementos, s‹o eles:
¥! Conduta humana (alguns entendem poss’vel a conduta de
pessoa jur’dica) Ð Ado•‹o da teoria FINALISTA: conduta humana Ž
a a•‹o ou omiss‹o volunt‡ria dirigida a uma determinada finalidade.
¥! Resultado natural’stico Ð ƒ a modifica•‹o do mundo real provocada
pela conduta do agente. Apenas nos crimes materiais se exige um
resultado natural’stico. Nos crimes formais e de mera conduta n‹o h‡
essa exig•ncia. AlŽm do resultado natural’stico (que nem sempre
estar‡ presente), h‡ tambŽm o resultado jur’dico (ou normativo),
que Ž a les‹o ao bem jur’dico tutelado pela norma penal. Esse
resultado sempre estar‡ presente.
¥! Nexo de causalidade Ð Nexo entre a conduta do agente e o
resultado. Ado•‹o, pelo CP, da teoria da equival•ncia dos
antecedentes (considera-se causa do crime toda conduta sem a qual
o resultado n‹o teria ocorrido). Utiliza•‹o do elemento subjetivo (dolo
ou culpa) como filtro, para evirar a Òregress‹o infinitaÓ. Ado•‹o,
subsidiariamente, da teoria da causalidade adequada, na hip—tese
de superveni•ncia de causa relativamente independente que produz,
por si s—, o resultado. OBS.: Teoria da imputa•‹o objetiva n‹o foi
expressamente adotada pelo CP, mas h‡ decis›es jurisprudenciais
aplicando a Teoria.
¥! Tipicidade Ð ƒ a adequa•‹o da conduta do agente ˆ conduta descrita
pela norma penal incriminadora (tipicidade formal). A tipicidade
material Ž o desdobramento do conceito material de crime: s— haver‡
00000000000

tipicidade material quando houver les‹o (ou exposi•‹o a perigo)


significativa a bem jur’dico relevante de terceiro (afasta-se a tipicidade
material, por exemplo, quando se reconhece o princ’pio da
insignific‰ncia). OBS.: Adequa•‹o t’pica mediata: Nem sempre a
conduta praticada pelo agente se amolda perfeitamente ao tipo penal
(adequa•‹o imediata). Ës vezes Ž necess‡rio que se proceda ˆ
conjuga•‹o de outro dispositivo da Lei Penal para se chegar ˆ
conclus‹o de que um fato Ž t’pico (adequa•‹o mediata). Ex.: homic’dio
tentado (art. 121 + art. 14, II do CP).

CRIME DOLOSO E CRIME CULPOSO


Crime doloso

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Dolo direto de primeiro grau - composto pela consci•ncia de que a conduta


pode lesar um bem jur’dico + a vontade de violar (pela les‹o ou exposi•‹o a
perigo) este bem jur’dico.
Dolo direto de segundo grau - tambŽm chamado de Òdolo de consequ•ncias
necess‡riasÓ. O agente n‹o quer o resultado, mas sabe que o resultado Ž um
efeito colateral NECESSçRIO, e pratica a conduta assim mesmo, sabendo que
o resultado (n‹o querido) ocorrer‡ fatalmente.
Dolo eventual - consiste na consci•ncia de que a conduta pode gerar um
resultado criminoso + a assun•‹o desse risco, mesmo diante da probabilidade de
algo dar errado. Trata-se de hip—tese na qual o agente n‹o tem vontade de
produzir o resultado criminoso, mas, analisando as circunst‰ncias, sabe que este
resultado pode ocorrer e n‹o se importa, age da mesma maneira. OBS.:
diferen•a em rela•‹o ao dolo direto de segundo grau: aqui o resultado n‹o
querido Ž POSSêVEL OU PROVçVEL; no dolo direto de segundo grau o resultado
n‹o querido Ž CERTO (consequ•ncia necess‡ria).

O dolo pode ser, ainda:


¥! Dolo genŽrico Ð ƒ, basicamente, a vontade de praticar a conduta
descrita no tipo penal, sem nenhuma outra finalidade.
¥! Dolo espec’fico, ou especial fim de agir Ð Em contraposi•‹o ao
dolo genŽrico, nesse caso o agente n‹o quer somente praticar a
conduta t’pica, mas o faz por alguma raz‹o especial, com alguma
finalidade espec’fica.
¥! Dolo geral, por erro sucessivo, ou aberratio causae Ð Ocorre
quando o agente, acreditando ter alcan•ado seu objetivo, pratica
nova conduta, com finalidade diversa, mas depois se constata que
esta œltima foi a que efetivamente causou o resultado. Trata-se de
erro na rela•‹o de causalidade, pois embora o agente tenha
conseguido alcan•ar a finalidade proposta, somente o alcan•ou
atravŽs de outro meio, que n‹o tinha direcionado para isso.
¥! Dolo antecedente, atual e subsequente Ð O dolo antecedente Ž o
00000000000

que se d‡ antes do in’cio da execu•‹o da conduta. O dolo atual Ž o


que est‡ presente enquanto o agente se mantŽm exercendo a
conduta, e o dolo subsequente ocorre quando o agente, embora
tendo iniciado a conduta com uma finalidade l’cita, altera seu ‰nimo,
passando a agir de forma il’cita.

Crime culposo
No crime culposo a conduta do agente Ž destinada a um determinado fim (que
pode ser l’cito ou n‹o), mas pela viola•‹o a um dever de cuidado, o agente
acaba por lesar um bem jur’dico de terceiro, cometendo crime culposo. Pode se
dar por:

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¥! Neglig•ncia Ð O agente deixa de tomar todas as cautelas
necess‡rias para que sua conduta n‹o venha a lesar o bem jur’dico
de terceiro.
¥! Imprud•ncia Ð ƒ o caso do afoito, daquele que pratica atos
temer‡rios, que n‹o se coadunam com a prud•ncia que se deve ter
na vida em sociedade.
¥! Imper’cia Ð Decorre do desconhecimento de uma regra tŽcnica
profissional para a pr‡tica da conduta.

O crime culposo Ž composto de:


¥! Uma conduta volunt‡ria
¥! A viola•‹o a um dever objetivo de cuidado
¥! Um resultado natural’stico involunt‡rio Ð O resultado produzido
n‹o foi querido pelo agente (salvo na culpa impr—pria).
¥! Nexo causal
¥! Tipicidade Ð Ado•‹o da excepcionalidade do crime culposo. S—
haver‡ puni•‹o a t’tulo de culpa se houver expressa previs‹o legal
nesse sentido.
¥! Previsibilidade objetiva - O resultado ocorrido deve ser previs’vel
mediante um esfor•o intelectual razo‡vel. ƒ chamada previsibilidade
do Òhomem mŽdioÓ.

Modalidades de culpa
¥! Culpa consciente e inconsciente Ð Na culpa consciente, o
agente prev• o resultado como poss’vel, mas acredita que este n‹o
ir‡ ocorrer (previsibilidade SUBJETIVA). Na culpa inconsciente, o
agente n‹o prev• que o resultado possa ocorrer (h‡ apenas
previsibilidade OBJETIVA, n‹o subjetiva).
¥! Culpa pr—pria e culpa impr—pria Ð A culpa pr—pria Ž aquela na
qual o agente NÌO QUER O RESULTADO criminoso. ƒ a culpa
propriamente dita. Pode ser consciente, quando o agente prev• o
00000000000

resultado como poss’vel, ou inconsciente, quando n‹o h‡ essa


previs‹o. Na culpa impr—pria, o agente quer o resultado, mas,
por erro inescus‡vel, acredita que o est‡ fazendo amparado por uma
causa excludente da ilicitude ou da culpabilidade. A culpa, portanto,
n‹o est‡ na execu•‹o da conduta, mas no momento de escolher
praticar a conduta.
OBS.: crime preterdoloso (ou preterintencional): O crime preterdoloso
ocorre quando o agente, com vontade de praticar determinado crime (dolo),
acaba por praticar crime mais grave, n‹o com dolo, mas por culpa.

CRIME CONSUMADO, TENTADO E IMPOSSêVEL

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Crime consumado Ð ocorre quando todos os elementos da defini•‹o legal da
conduta criminosa est‹o presentes.
Crime tentado Ð h‡ crime tentado quando o resultado n‹o ocorre por
circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente. Ado•‹o da teoria objetiva da
punibilidade da tentativa: como regra, o agente responde pela pena do crime
consumado, diminu’da de um a dois ter•os. EXCE‚ÌO: (1) crimes em que a mera
tentativa de alcan•ar o resultado j‡ consuma o delito. Ex: art. 352 do CP (Evas‹o
mediante viol•ncia contra a pessoa); (2) outras exce•›es legais.
Crime imposs’vel (tentativa inid™nea ou crime oco) Ð o resultado n‹o ocorre
por ser absolutamente imposs’vel sua ocorr•ncia, em raz‹o: (1) da absoluta
impropriedade do objeto; ou (2) da absoluta inefic‡cia do meio. Ado•‹o da teoria
objetiva da punibilidade da tentativa inid™nea: a conduta do agente n‹o Ž
pun’vel.
Desist•ncia volunt‡ria - Na desist•ncia volunt‡ria o agente, por ato volunt‡rio,
desiste de dar sequ•ncia aos atos execut—rios, mesmo podendo faz•-lo.
FîRMULA DE FRANK: (1) Na tentativa Ð O agente quer, mas n‹o pode
prosseguir; (2) Na desist•ncia volunt‡ria Ð O agente pode, mas n‹o quer
prosseguir. Se o resultado n‹o ocorre, o agente n‹o responde pela tentativa, mas
apenas pelos atos efetivamente praticados.
Arrependimento eficaz - Aqui o agente j‡ praticou todos os atos execut—rios
que queria e podia, mas ap—s isto, se arrepende do ato e adota medidas que
acabam por impedir a consuma•‹o do resultado. Se o resultado n‹o ocorre, o
agente n‹o responde pela tentativa, mas apenas pelos atos efetivamente
praticados.
Arrependimento posterior - N‹o exclui o crime, pois este j‡ se consumou.
Ocorre quando o agente repara o dano provocado ou restitui a coisa.
Consequ•ncia: diminui•‹o de pena, de um a dois ter•os. S— cabe:
¥! Nos crimes em que n‹o h‡ viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa;
¥! Se a repara•‹o do dano ou restitui•‹o da coisa Ž anterior ao recebimento
da denœncia ou queixa.

ILICITUDE (ANTIJURIDICIDADE)
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ƒ a condi•‹o de contrariedade da conduta perante o Direito. Em regra, toda


conduta t’pica Ž il’cita. N‹o o ser‡, porŽm, se houver uma causa de exclus‹o da
ilicitude. S‹o elas:
¥! GenŽricas Ð S‹o aquelas que se aplicam a todo e qualquer crime. Est‹o
previstas na parte geral do C—digo Penal, em seu art. 23;
¥! Espec’ficas Ð S‹o aquelas que s‹o pr—prias de determinados crimes, n‹o se
aplicando a outros.

CAUSAS GENƒRICAS DE EXCLUSÌO DA ILICITUDE

ESTADO DE NECESSIDADE

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Conceito Ð ÒConsidera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para


salvar de perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro
modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era
razo‡vel exigir-seÓ.
Se bem sacrificado era de valor maior que o bem protegido Ð N‹o h‡
justifica•‹o. A conduta Ž il’cita. O agente, contudo, tem a pena diminu’da de um
a dois ter•os.
Requisitos
¥! N‹o ter sido criada voluntariamente pelo agente (ou seja, se foi
ele mesmo quem deu causa, n‹o poder‡ sacrificar o direito de um
terceiro a pretexto de salvar o seu).
¥! Perigo atual Ð O perigo deve estar ocorrendo. A lei n‹o permite o
estado de necessidade diante de um perigo futuro, ainda que iminente.
¥! A situa•‹o de perigo deve estar expondo ˆ les‹o um bem jur’dico
do pr—prio agente ou de um terceiro.
¥! O agente n‹o pode ter o dever jur’dico de impedir o resultado.
¥! Bem jur’dico sacrificado deve ser de valor igual ou inferior ao
bem protegido - Se o bem sacrificado era de valor maior que o bem
protegido, n‹o h‡ justifica•‹o. A conduta Ž il’cita. O agente, contudo,
tem a pena diminu’da de um a dois ter•os.
¥! Atitude necess‡ria Ð O agente deve agir nos estritos limites do
necess‡rio. Caso se exceda, responder‡ pelo excesso (culposo ou
doloso).
EspŽcies:
¥! Agressivo Ð Quando para salvar seu bem jur’dico o agente sacrifica
bem jur’dico de um terceiro que n‹o provocou a situa•‹o de perigo.
¥! Defensivo Ð Quando o agente sacrifica um bem jur’dico de quem
ocasionou a situa•‹o de perigo.
¥! Real Ð Quando a situa•‹o de perigo efetivamente existe.
¥! Putativo Ð Quando a situa•‹o de perigo n‹o existe de fato, apenas
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na imagina•‹o do agente.

LEGêTIMA DEFESA
Conceito Ð ÒEntende-se em leg’tima defesa quem, usando moderadamente dos
meios necess‡rios, repele injusta agress‹o, atual ou iminente, a direito seu ou
de outremÓ.
Requisitos:
¥! Agress‹o Injusta Ð Assim, se a agress‹o Ž justa, n‹o h‡ leg’tima
defesa.
¥! Atual ou iminente Ð A agress‹o deve estar acontecendo ou prestes a
acontecer.

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¥! Contra direito pr—prio ou alheio Ð A agress‹o injusta pode estar
acontecendo ou prestes a acontecer contra direito do pr—prio agente
ou de um terceiro.
¥! Rea•‹o proporcional Ð O agente deve repelir a agress‹o injusta,
valendo-se dos meios necess‡rios, mas sem se exceder. Caso se
exceda, responder‡ pelo excesso (culposo ou doloso).
OBS.: Na leg’tima defesa, diferentemente do que ocorre no estado de
necessidade, o agredido (que age em leg’tima defesa) n‹o Ž obrigado a fugir
do agressor, ainda que possa.
EspŽcies de leg’tima defesa:
¥! Agressiva Ð Quando o agente pratica um fato previsto como infra•‹o
penal.
¥! Defensiva Ð O agente se limita a se defender, n‹o atacando nenhum
bem jur’dico do agressor.
¥! Pr—pria Ð Quando o agente defende seu pr—prio bem jur’dico.
¥! De terceiro Ð Quando defende bem jur’dico pertencente a outra
pessoa.
¥! Real Ð Quando a agress‹o a imin•ncia dela acontece, de fato, no
mundo real.
¥! Putativa Ð Quando o agente pensa que est‡ sendo agredido ou que
esta agress‹o ir‡ ocorrer, mas, na verdade, trata-se de fruto da sua
imagina•‹o.
T—picos importantes:
¥! N‹o cabe leg’tima defesa real em face de leg’tima defesa real.
¥! Cabe leg’tima defesa real em face de leg’tima defesa putativa.
¥! Cabe leg’tima defesa sucessiva
¥! Sempre caber‡ leg’tima defesa em face de conduta que esteja acobertada
apenas por causa de exclus‹o da culpabilidade
¥! NUNCA haver‡ possibilidade de leg’tima defesa real em face de qualquer
causa de exclus‹o da ilicitude real.
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ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL


Conceito Ð Ocorre quando o agente pratica fato t’pico, mas o faz em
cumprimento a um dever previsto em lei.
Observa•›es importantes:
¥! Se um terceiro colabora com aquele que age no estrito cumprimento do
dever legal, a ele tambŽm se estende essa causa de exclus‹o da ilicitude
(h‡ comunicabilidade).
¥! O particular tambŽm pode agir no estrito cumprimento do dever legal.

EXERCêCIO REGULAR DE DIREITO

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Conceito Ð Ocorre quando o agente pratica fato t’pico, mas o faz no exerc’cio de
um direito seu. Dessa forma, quem age no leg’timo exerc’cio de um direito seu,
n‹o poder‡ estar cometendo crime, pois a ordem jur’dica deve ser harm™nica.
Ex.: Lutador de vale-tudo que agride o oponente.
Excesso pun’vel Ð Da mesma forma que nas demais hip—teses, o agente
responder‡ pelo excesso (culposo ou doloso). O excesso, aqui, ir‡ se verificar
sempre que o agente ultrapassar os limites do direito que possui (n‹o estar‡ mais
no exerc’cio REGULAR de direito).

Bons estudos!
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5! EXERCêCIOS DA AULA

01.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð ESCRIVÌO)


Com rela•‹o ˆ consuma•‹o e tentativa do crime, nos termos previstos no C—digo
Penal, Ž correto afirmar que
(A) salvo disposi•‹o em contr‡rio, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminu’da de um a dois ter•os.
(B) diz-se o crime consumado, quando nele se reœnem dois ter•os dos elementos
de sua defini•‹o legal.
(C) diz-se o crime consumado, quando nele se reœnem a maioria dos elementos
de sua defini•‹o legal.
(D) diz-se o crime tentado quando n‹o se exaure por circunst‰ncias alheias ˆ
vontade do agente.
(E) diz-se o crime tentado quando, iniciada a cogita•‹o, n‹o se consuma por
circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente.
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02.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð ESCRIVÌO)


Segundo o previsto no C—digo Penal, incorrer‡ na excludente de ilicitude
denominada estado de necessidade aquele que
(A) pratica o fato usando moderadamente dos meios necess‡rios, para repelir
injusta agress‹o, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
(B) atua ou se omite sem a consci•ncia da ilicitude do fato, quando n‹o lhe era
poss’vel, nas circunst‰ncias, ter ou atingir essa consci•ncia.
(C) tendo o dever legal de enfrentar o perigo, pratica o fato para salvar de perigo
atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito
pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel se exigir.

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(D) pratica o fato para salvar de perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade,
nem podia de outro modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas
circunst‰ncias, era razo‡vel exigir-se.
(E) pratica o fato para salvar de perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade,
nem podia de outro modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas
circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-se.

03.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


O indiv’duo ÒBÓ, com inten•‹o de matar a pessoa ÒDÓ, efetua dez disparos de
arma de fogo em dire•‹o a um ve’culo que se encontra estacionado na via pœblica
por imaginar que dentro desse ve’culo encontrava-se a pessoa ÒDÓ, contudo, n‹o
havia nenhuma pessoa no interior do ve’culo. Com rela•‹o ˆ conduta praticada
por ÒBÓ, Ž correto afirmar que
(A) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio tentado, em virtude
da interpreta•‹o extensiva do crime de homic’dio em vista de sua inten•‹o.
(B) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio consumado, em
virtude da interpreta•‹o extensiva do crime de homic’dio.
(C) o indiv’duo ÒBÓ n‹o poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio.
(D) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio tentado, por
analogia ao crime de homic’dio em vista de sua inten•‹o.
(E) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio consumado, por
analogia ao crime de homic’dio em vista de sua inten•‹o.

04.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


O indiv’duo ÒBÓ descobre que a companhia aŽrea ÒXÓ Ž a que esteve envolvida no
maior nœmero de acidentes aŽreos nos œltimos anos. O indiv’duo ÒBÓ ent‹o
compra, regularmente, uma passagem aŽrea desta companhia e presenteia seu
pai com esta passagem, pois tem interesse que ele morra para receber sua
heran•a. O pai recebe a passagem e durante o respectivo v™o ocorre um acidente
aŽreo que ocasiona sua morte. Diante dessas circunst‰ncias, Ž correto afirmar
que
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(A) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio doloso se for
demonstrado que o piloto do avi‹o em que seu pai se encontrava agiu com culpa
no acidente que o vitimou.
(B) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio culposo, tendo
em vista que sem a sua a•‹o o resultado n‹o teria ocorrido.
(C) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio doloso, tendo
em vista que sem a sua a•‹o o resultado n‹o teria ocorrido.
(D) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio culposo se for
demonstrado que o piloto do avi‹o em que seu pai se encontrava agiu com culpa
no acidente que o vitimou.
(E) o indiv’duo ÒBÓ n‹o praticou e n‹o poder‡ ser responsabilizado pelo crime de
homic’dio.

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05.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


Nos termos do C—digo Penal considera-se causa do crime
(A) a a•‹o ou omiss‹o praticada pelo autor, independentemente de qualquer
causa superveniente.
(B) a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado n‹o teria ocorrido.
(C) a a•‹o ou omiss‹o praticada pelo autor, independentemente da sua rela•‹o
com o resultado.
(D) exclusivamente a a•‹o ou omiss‹o que mais contribui para o resultado.
(E) exclusivamente a a•‹o ou omiss‹o que mais se relaciona com a inten•‹o do
autor.

06.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


Com rela•‹o ˆ leg’tima defesa, segundo o disposto no C—digo Penal, Ž correto
afirmar que
(A) o uso moderado dos meios necess‡rios para repelir uma agress‹o consiste
em um dos requisitos para caracteriza•‹o da leg’tima defesa, ainda que essa
agress‹o seja justa.
(B) um dos requisitos para sua carateriza•‹o consiste na necessidade que a
injusta agress‹o seja atual e n‹o apenas iminente.
(C) um dos requisitos para sua caracteriza•‹o consiste na exig•ncia de que a
repulsa ˆ injusta agress‹o seja realizada contra direito seu, tendo em vista que
se for praticada contra o direito alheio estar-se-‡ diante de estado de
necessidade.
(D) a leg’tima defesa n‹o resta caracterizada se for praticada contra uma
agress‹o justa, ainda que observados os demais requisitos para sua
caracteriza•‹o.
(E) considera-se em leg’tima defesa aquele que pratica o fato para salvar de
perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel
exigir-se. 00000000000

07.! (VUNESP - 2013 - TJ-SP - JUIZ)


H‡ crime em que a tentativa Ž punida com a mesma pena do crime consumado,
sem a diminui•‹o legal. Exemplo: art. 309 do C—digo Eleitoral (Òvotar ou tentar
votar, mais de uma vez, ou em lugar de outremÓ).
Recebe, em doutrina, a denomina•‹o de
a) crime consunto.
b) crime de conduta mista.
c) crime de atentado ou de empreendimento.
d) crime multitudin‡rio.

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08.! (VUNESP - 2013 - TJ-SP - JUIZ)


Quando a descri•‹o legal do tipo penal contŽm o dissenso, expresso ou impl’cito,
como elemento espec’fico, o consentimento do ofendido funciona como causa
de exclus‹o da
a) antijuridicidade formal
b) tipicidade.
c) antijuridicidade material.
d) punibilidade do fato.

09.! (VUNESP - 2013 - TJ-SP - JUIZ)


Conforme o disposto no artigo 14, par‡grafo œnico, do C—digo Penal, ÒSalvo
disposi•‹o em contr‡rio, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao
crime consumado, diminu’da de um a dois ter•osÓ.
O critŽrio de diminui•‹o da pena levar‡ em considera•‹o
a) a motiva•‹o do crime.
b) a intensidade do dolo.
c) o iter criminis percorrido pelo agente.
d) a periculosidade do agente.

10.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - AGENTE DE POLêCIA)


De acordo com o C—digo Penal, a execu•‹o iniciada de um crime, que n‹o se
consuma por circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente, caracteriza o(a)
a) arrependimento eficaz.
b) arrependimento posterior.
c) tentativa.
d) crime frustrado.
e) desist•ncia volunt‡ria.
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11.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL)


Aquele que assume o risco de produzir um resultado criminoso comete crime
movido por
a) culpa.
b) imprud•ncia.
c) dolo.
d) imper’cia.
e) neglig•ncia.

12.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL)

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Aquele que pratica fato t’pico para salvar de perigo atual, que n‹o provocou por
sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo
sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-se, atuou em
a) leg’tima defesa putativa e, portanto, n‹o cometeu crime.
b) estado de necessidade e, portanto, ter‡ a pena diminu’da de 1 (um) a 2 (dois)
ter•os.
c) leg’tima defesa e, portanto, n‹o cometeu crime.
d) estado de necessidade e, portanto, n‹o cometeu crime.
e) leg’tima defesa e, portanto, ter‡ a pena diminu’da de 1 (um) a 2 (dois) ter•os.

13.! (VUNESP Ð 2002 Ð SEFAZ-SP Ð AGENTE FISCAL DE RENDAS)


S‹o causas de exclus‹o da ilicitude:
a) a leg’tima defesa, o exerc’cio regular de direito e a coa•‹o irresist’vel.
b) a obedi•ncia hier‡rquica, a coa•‹o irresist’vel e a desist•ncia volunt‡ria.
c) o arrependimento eficaz, o arrependimento posterior e o estrito cumprimento
do dever legal.
d) o estado de necessidade, a obedi•ncia hier‡rquica e a desist•ncia volunt‡ria.
e) o exerc’cio regular de direito, o estrito cumprimento do dever legal e o estado
de necessidade.

14.! (VUNESP Ð 2012 Ð DPE-MS Ð DEFENSOR PòBLICO)


Com rela•‹o ao crime culposo, assinale a alternativa correta.
a) Imprud•ncia Ž uma omiss‹o, uma aus•ncia de precau•‹o em rela•‹o ao ato
realizado.
b) Na culpa consciente, o resultado n‹o Ž previsto pelo agente, embora previs’vel.
c) O resultado involunt‡rio trata de elemento do fato t’pico culposo.
d) Na culpa impr—pria, o resultado n‹o Ž previsto, embora seja previs’vel.

15.! (VUNESP Ð 2010 Ð MP-SP Ð ANALISTA DE PROMOTORIA)


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O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede


que o resultado se produza
a) s— responde pelos atos j‡ praticados.
b) n‹o comete crime, pois tem afastada a ilicitude da a•‹o.
c) beneficia-se pela causa de diminui•‹o de pena do arrependimento posterior.
d) Ž punido com a pena correspondente ao crime consumado, diminu’da de um
a dois ter•os.
e) ter‡ pena reduzida de um a dois ter•os, mas, desde que, por ato volunt‡rio,
tenha reparado o dano ou restitu’do a coisa, atŽ o recebimento da denœncia ou
da queixa.

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16.! (VUNESP Ð 2008 Ð TJ-SP Ð JUIZ)
Ap—s a morte da m‹e, A recebeu, durante um ano, a pens‹o previdenci‡ria
daquela, depositada mensalmente em sua conta banc‡ria, em virtude de ser
procuradora da primeira. Descoberto o fato, A foi denunciada por apropria•‹o
indŽbita. Se a senten•a concluir que a acusada (em raz‹o de sua incultura, pouca
viv•ncia, etc.) n‹o tinha percep•‹o da antijuricidade de sua conduta, estar‡
reconhecendo
a) erro sobre elemento do tipo, que exclui o dolo.
b) erro de proibi•‹o.
c) descriminante putativa.
d) ignor‰ncia da lei.

17.! (VUNESP Ð 2007 Ð OAB-SP Ð EXAME DE ORDEM)


Pretendendo mat‡-lo, Fulano coloca veneno no cafŽ de Sicrano. Sem saber do
envenenamento, Sicrano ingere o cafŽ. Logo em seguida, Fulano, arrependido,
prescreve o ant’doto a Sicrano, que sobrevive, sem qualquer seqŸela. Diante
disso, Ž correto afirmar que se trata de hip—tese de
a) crime imposs’vel, pois o meio empregado por Fulano era absolutamente
ineficaz para obten•‹o do resultado pretendido.
b) tentativa, pois o resultado n‹o se consumou por circunst‰ncias alheias ˆ
vontade de Fulano.
c) arrependimento posterior, pois o dano foi reparado por Fulano atŽ o
recebimento da denœncia.
d) arrependimento eficaz, pois Fulano impediu voluntariamente que o resultado
se produzisse.

18.! (FCC Ð 2016 Ð ISS-TERESINA Ð AUDITOR-FISCAL)


Considere:
I. obedi•ncia hier‡rquica.
II. estado de necessidade. 00000000000

III. exerc’cio regular de um direito.


IV. leg’tima defesa.
Dentre as causas excludentes de ilicitude, incluem-se o que consta APENAS em
a) I e II.
b) II, III e IV.
c) I, II e IV.
d) I, II e III.
e) III e IV.

19.! (FCC Ð 2014 Ð TRT 18 Ð JUIZ)

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ƒ causa de exclus‹o da tipicidade,
a) a insignific‰ncia do fato ou a sua adequa•‹o social, segundo corrente
doutrin‡ria e jurisprudencial.
b) o erro inevit‡vel sobre a ilicitude do fato.
c) a coa•‹o moral irresist’vel.
d) a n‹o exigibilidade de conduta diversa.
e) a obedi•ncia hier‡rquica.

20.! (FCC Ð 2014 Ð TRT 18 Ð JUIZ)


No que diz respeito aos est‡gios de realiza•‹o do crime, Ž correto afirmar que
a) se atinge a consuma•‹o com o exaurimento do delito.
b) h‡ arrependimento eficaz quando o agente, por ato volunt‡rio, nos crimes sem
viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa, repara o dano ou restitui a coisa atŽ o
recebimento da denœncia ou da queixa.
c) h‡ desist•ncia volunt‡ria quando o agente, embora j‡ realizado todo o
processo de execu•‹o, impede que o resultado ocorra.
d) na desist•ncia volunt‡ria e no arrependimento eficaz o agente s— responde
pelos atos j‡ praticados, se t’picos.
e) a tentativa constitui circunst‰ncia atenuante.

21.! (FCC Ð 2014 Ð CåMARA MUNICIPAL-SP Ð PROCURADOR)


Na tentativa pun’vel, o correspondente abatimento na pena intensifica-se
segundo
a) a aptid‹o para consumar.
b) a periculosidade demonstrada.
c) a lesividade j‡ efetivada.
d) o itiner‡rio j‡ percorrido.
e) o exaurimento j‡ alcan•ado.
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22.! (FCC Ð 2014 - TRF 3 Ð TƒCNICO JUDICIçRIO)


N‹o h‡ crime sem
a) dolo.
b) resultado natural’stico.
c) imprud•ncia.
d) conduta.
e) les‹o.

23.! (FCC Ð 2014 - TRF 3 Ð TƒCNICO JUDICIçRIO)

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Paulo, sabendo que seu desafeto Pedro n‹o sabia nadar e desejando mat‡-lo,
jogou-o nas ‡guas, durante a travessia de um bra•o de mar. Todavia, ficou com
pena da v’tima, mergulhou e a retirou, antes que se afogasse. Nesse caso,
ocorreu:
a) desist•ncia volunt‡ria.
b) arrependimento eficaz
c) crime tentado
d) crime putativo.
e) crime imposs’vel

24.! (FCC Ð 2014 Ð DPE-CE Ð DEFENSOR PòBLICO)


Segundo entendimento doutrin‡rio, o consentimento do ofendido (quando n‹o
integra a pr—pria descri•‹o t’pica), a adequa•‹o social e a inexigibilidade de
conduta diversa constituem causas supralegais de exclus‹o, respectivamente, da
a) tipicidade, da culpabilidade e da ilicitude.
b) culpabilidade, da tipicidade e da ilicitude.
c) ilicitude, da tipicidade e da culpabilidade.
d) ilicitude, da culpabilidade e da tipicidade.
e) culpabilidade, da ilicitude e da tipicidade.

25.! (FCC Ð 2014 Ð TCE-GO Ð ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO)


A adequa•‹o perfeita entre o fato natural, concreto, e a descri•‹o abstrata contida
na lei denomina-se
a) culpabilidade.
b) tipicidade.
c) antijuridicidade.
d) rela•‹o de causalidade.
e) consun•‹o.
00000000000

26.! (FCC Ð 2014 Ð TCE-GO Ð ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO)


Considere:
I. C’cerus aceitou desafio para lutar.
II. Marcus atingiu o agressor ap—s uma agress‹o finda.
III. L’cius reagiu a uma agress‹o iminente.
Presentes os demais requisitos legais, a excludente da leg’tima defesa pode ser
reconhecida em favor de
a) L’cius, apenas.
b) C’cerus e Marcus.
c) C’cerus e L’cius.

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d) Marcus e L’cius.
e) C’cerus, apenas

27.! (FCC Ð 2014 Ð TCE-GO Ð ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO)


N‹o se admite a tentativa nos crimes
a) unissubsistentes.
b) culposos.
c) omissivos puros.
d) omissivos impr—prios.
e) preterdolosos sem consuma•‹o do resultado agregado.

28.! (FCC Ð 2015 Ð TCM-GO Ð AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO)


Fernando deu in’cio ˆ execu•‹o de um delito material, praticando atos capazes
de produzir o resultado lesivo. Todavia, aliou-se ˆ sua a•‹o uma concausa
I. preexistente, absolutamente independente em rela•‹o ˆ conduta do agente
que, por si s—, produziu o resultado.
II. concomitante, absolutamente independente em rela•‹o ˆ conduta do agente
que, por si s—, produziu o resultado.
III. superveniente, relativamente independente em rela•‹o ˆ conduta do agente,
situada na mesma linha de desdobramento f’sico da conduta do agente,
concorrendo para a produ•‹o do resultado.
IV. superveniente, relativamente independente em rela•‹o ˆ conduta do agente,
sem guardar posi•‹o de homogeneidade em rela•‹o ˆ conduta do agente e que,
por si s—, produziu o resultado.
O resultado lesivo NÌO ser‡ imputado a Fernando, que responder‡ apenas pelos
atos praticados, nas situa•›es indicadas em
a) I, II e IV.
b) III e IV.
c) I e III. 00000000000

d) I e II.
e) II, III e IV.

29.! (FCC Ð 2015 Ð TCM-GO Ð AUDITOR CONSELHEIRO SUBSTITUTO)


A respeito do dolo e da culpa, Ž correto afirmar que
a) na culpa consciente o agente prev• o resultado e admite a sua ocorr•ncia como
consequ•ncia prov‡vel da sua conduta.
b) no dolo eventual o agente prev• a ocorr•ncia do resultado, mas espera
sinceramente que ele n‹o aconte•a.
c) a imprud•ncia Ž a aus•ncia de precau•‹o, a falta de ado•‹o das cautelas
exig’veis por parte do agente.

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d) a imper’cia Ž a pr‡tica de conduta arriscada ou perigosa, aferida pelo
comportamento do homem mŽdio.
e) Ž previs’vel o fato cujo poss’vel superveni•ncia n‹o escapa ˆ perspic‡cia
comum.

30.! (FCC Ð 2011 Ð TCE-SP Ð PROCURADOR)


Os crimes que resultam do n‹o fazer o que a lei manda, sem depend•ncia de
qualquer resultado natural’stico, s‹o chamados de
A) comissivos por omiss‹o.
B) formais.
C) omissivos pr—prios.
D) comissivos.
E) omissivos impr—prios.

31.! (FCC Ð 2011 Ð TCE-SP Ð PROCURADOR)


No estado de necessidade,
A) h‡ necessariamente rea•‹o contra agress‹o.
B) o agente responder‡ apenas pelo excesso culposo.
C) deve haver proporcionalidade entre a gravidade do perigo que amea•a o bem
jur’dico e a gravidade da les‹o causada.
D) a amea•a deve ser apenas a direito pr—prio.
E) inadmiss’vel a modalidade putativa.

32.! (FCC Ð 2011 Ð TCE-SP Ð PROCURADOR)


Para a doutrina finalista, o dolo integra a
A) culpabilidade.
B) tipicidade.
C) ilicitude.
00000000000

D) antijuridicidade.
E) punibilidade.

33.! (FCC Ð 2011 Ð TCM/BA Ð PROCURADOR ESPECIAL DE CONTAS)


A disposi•‹o legal contida no art. 13, par‡grafo segundo do CP, segundo a qual
a omiss‹o apresenta valor penal quando o agente devia e podia agir para evitar
o resultado, corresponde corretamente ˆ ideia ou ao conceito de
A) causalidade normativa.
B) possibilidade de puni•‹o superveniente de causa independente ao delito.
C) causalidade entre a omiss‹o e o resultado natural’stico.
D) desnecess‡ria conjuga•‹o do dever legal e possibilidade real de agir.

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E) regra aplic‡vel somente aos crimes omissivos pr—prios.

34.! (FCC Ð 2008 Ð TCE/AL Ð PROCURADOR)


A rela•‹o de causalidade
A) n‹o fica exclu’da pela superveni•ncia de causa relativamente independente.
B) n‹o est‡ regulada, em nosso sistema, pela teoria da equival•ncia dos
antecedentes causais.
C) Ž normativa nos crimes omissivos impr—prios ou comissivos por omiss‹o.
D) Ž dispens‡vel nos crimes materiais.
E) Ž imprescind’vel nos crimes formais.

35.! (FCC Ð 2008 Ð MPE/RS Ð SECRETçRIO DE DILIGæNCIAS)


Quem, supondo por erro plenamente justific‡vel pelas circunst‰ncias, que est‡
sendo injustamente agredido, repele moderadamente e usando dos meios
necess‡rios a suposta agress‹o, age
A) em leg’tima defesa putativa.
B) em estado de necessidade.
C) em estado de necessidade putativo.
D) no exerc’cio regular de um direito.
E) no estrito cumprimento de um dever legal.

36.! (FCC Ð 2009 Ð TJ/SE Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð çREA


JUDICIçRIA)
Constituem elementos do estado de necessidade:
A) Perigo atual ou iminente, que o agente n‹o tenha provocado, nem podia de
outro modo ter evitado.
B) Rea•‹o ˆ injusta agress‹o, atual ou iminente, fazendo uso dos meios
necess‡rios moderadamente.
C) Agress‹o atual, defesa de direito pr—prio ou de outrem e rea•‹o moderada.
00000000000

D) Exist•ncia de perigo atual, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias era razo‡vel


exigir-se.
E) Defesa de direito pr—prio ou de outrem, voluntariamente provocado pelo
agente e exigibilidade de conduta diversa.

37.! (FCC Ð 2012 Ð TCE/AP - CONTROLE EXTERNO)


Denomina-se tipicidade
a) a desconformidade do fato com a ordem jur’dica considerada como um todo.
b) a adequa•‹o do fato concreto com a descri•‹o do fato delituoso contida na lei
penal.

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c) o nexo material entre a conduta do agente e o resultado lesivo.
d) o nexo subjetivo entre a inten•‹o do agente e o resultado lesivo.
e) a correspond•ncia entre o resultado e a possibilidade de previs‹o de sua
ocorr•ncia por parte do agente.

38.! (FCC Ð 2012 Ð TCE/AP - CONTROLE EXTERNO)


A respeito da tentativa, considere:
I. o meio empregado Ž absolutamente ineficaz para a obten•‹o do resultado.
II. o agente suspende espontaneamente a execu•‹o do delito ap—s t•-la iniciado.
III. o meio empregado Ž relativamente inid™neo para a obten•‹o do resultado.
IV. o agente suspende a execu•‹o do delito em raz‹o da resist•ncia oposta pela
v’tima.
V. o agente, ap—s ter esgotado os meios de que dispunha para a pr‡tica do crime,
impede que o resultado se produza.
H‡ crime tentado nas situa•›es indicadas APENAS em
a) III e IV.
b) I e IV.
c) I, II e IV.
d) II e III.
e) II, III, IV e V.

39.! (FCC Ð 2012 Ð TCE/AP - CONTROLE EXTERNO)


Denomina-se tipicidade
a) a desconformidade do fato com a ordem jur’dica considerada como um todo.
b) a adequa•‹o do fato concreto com a descri•‹o do fato delituoso contida na lei
penal.
c) o nexo material entre a conduta do agente e o resultado lesivo.
d) o nexo subjetivo entre a inten•‹o do agente e o resultado lesivo.
e) a correspond•ncia entre o resultado e a possibilidade de previs‹o de sua
00000000000

ocorr•ncia por parte do agente.

40.! (FCC Ð 2012 Ð DPE-SP Ð DEFENSOR PòBLICO)


Assinale a alternativa correta.
a) O ordenamento penal estende a rela•‹o de causalidade a qualquer resultado
causado pela a•‹o, ainda que imprevis’vel, em raz‹o da aplica•‹o do
princ’pio versari in re ilicita.
b) A miss‹o do Direito Penal Ž a prote•‹o de bens jur’dicos, o que justifica a
antecipa•‹o da interven•‹o penal aos atos que antecedem o in’cio da pr‡tica dos
atos executivos.

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c) Pela teoria da imputa•‹o objetiva, o resultado deve ser imputado ao agente de
maneira objetiva, isto Ž, ainda que n‹o tenha ele agido com dolo ou culpa.
d) O desvalor da a•‹o e o desvalor do resultado devem ser aferidos a partir da
les‹o ou exposi•‹o a risco do bem jur’dico tutelado.
e) A inocuidade da a•‹o dolosa ao bem jur’dico tutelado pela norma penal n‹o
serve para atestar a atipicidade da conduta se o ‰nimo do agente mostra que
conduz sua vida de maneira reprov‡vel.

41.! (FCC Ð 2009 Ð DPE-MA Ð DEFENSOR PòBLICO)


No trajeto do transporte de dois presos para o foro criminal por agentes
penitenci‡rios um deles saca de um instrumento perfurante e desfere diversos
golpes contra o outro preso. Os agentes da lei presenciaram a a•‹o desde o in’cio
e permaneceram inertes. Na conduta dos agentes
a) h‡ amparo pela excludente de ilicitude do exerc’cio regular do direito, deixando
de agir por exposi•‹o do risco ˆs pr—prias vidas.
b) a omiss‹o Ž penalmente irrelevante porque a causalidade Ž f‡tica.
c) n‹o h‡ puni•‹o porque o Estado criou o risco da ocorr•ncia do resultado.
d) a omiss‹o Ž penalmente relevante porque a causalidade Ž normativa.
e) a omiss‹o Ž penalmente relevante porque a causalidade Ž f‡tica-normativa.

42.! (FCC Ð 2008 Ð PGM-SP Ð PROCURADOR)


Crimes omissivos impr—prios ou comissivos por omiss‹o s‹o aqueles
a) que se consumam antecipadamente, n‹o dependendo da ocorr•ncia do
resultado desejado pelo agente.
b) em que o agente, por deixar de fazer o que estava obrigado, produz o
resultado.
c) que decorrem do n‹o fazer o que a lei determina, sem depend•ncia de qualquer
resultado natural’stico.
d) em que a lei descreve a conduta do agente e o seu resultado.
e) em que a lei s— descreve a conduta do agente, n‹o aludindo a qualquer
resultado.
00000000000

43.! (FCC Ð 2007 Ð MPU Ð ANALISTA)


Dentre os elementos do fato t’pico, NÌO se inclui
a) o resultado.
b) a a•‹o ou a omiss‹o.
c) o dolo ou a culpa.
d) a rela•‹o de causalidade.
e) a tipicidade.

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44.! (FCC Ð 2007 Ð MPU Ð ANALISTA)
Jo‹o, dirigindo um autom—vel, com pressa de chegar ao seu destino, avan•ou
com o ve’culo contra uma multid‹o, consciente do risco de ocasionar a morte de
um ou mais pedestres, mas sem se importar com essa possibilidade.
Jo‹o agiu com
a) dolo direto.
b) culpa.
c) dolo indireto.
d) culpa consciente.
e) dolo eventual.

45.! (FCC Ð 2006 Ð BANCO CENTRAL Ð PROCURADOR)


O resultado Ž prescind’vel para a consuma•‹o nos crimes
a) materiais e de mera conduta.
b) formais e materiais.
c) formais e omissivos impr—prios.
d) omissivos pr—prios e materiais.
e) de mera conduta e formais.

46.! (FCC Ð 2006 Ð BANCO CENTRAL Ð PROCURADOR)


Os crimes culposos
a) admitem tentativa.
b) n‹o dispensam a previsibilidade do resultado pelo agente.
c) n‹o admitem coautoria.
d) independem de expressa previs‹o legal.
e) n‹o admitem a substitui•‹o da pena privativa de liberdade por restritiva de
direitos.
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47.! (FCC - 2013 Ð ASSEMBLEIA LEGISLATIVA-PB - PROCURADOR)


O par‡grafo œnico do art. 14 do C—digo Penal pune a tentativa, caracterizando-
se como norma de extens‹o da
a) tipicidade.
b) desist•ncia volunt‡ria.
c) culpabilidade formal.
d) culpabilidade material.
e) reprova•‹o social.

48.! (FCC - 2013 - TCE-SP - AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS)

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A respeito da rela•‹o de causalidade, Ž INCORRETO afirmar:
a) Se o evento resultou de causa absolutamente independente, o agente por ele
responde a t’tulo de culpa.
b) Concausa Ž a conflu•ncia de uma causa na produ•‹o de um mesmo resultado,
estando lado a lado com a a•‹o do agente.
c) A superveni•ncia de causa relativamente independente exclui a imputa•‹o
quando, por si s—, produziu o resultado, imputando-se, porŽm, os fatos anteriores
a quem os praticou.
d) O C—digo Penal brasileiro considera causa a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o
resultado n‹o teria ocorrido.
e) O resultado, de que depende a exist•ncia do crime, somente Ž imput‡vel a
quem lhe deu causa.

49.! (FCC - 2013 - TJ-PE - JUIZ)


O arrependimento posterior
a) n‹o influi no c‡lculo da prescri•‹o penal.
b) prescinde de voluntariedade do agente.
c) deve ocorrer atŽ o oferecimento da denœncia ou da queixa.
d) constitui circunst‰ncia atenuante, a ser considerada na segunda etapa do
c‡lculo da pena.
e) pode reduzir a pena abaixo do m’nimo previsto para o crime.

6! EXERCêCIOS COMENTADOS

01.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð ESCRIVÌO)


Com rela•‹o ˆ consuma•‹o e tentativa do crime, nos termos previstos no
C—digo Penal, Ž correto afirmar que
(A) salvo disposi•‹o em contr‡rio, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminu’da de um a dois ter•os.
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(B) diz-se o crime consumado, quando nele se reœnem dois ter•os dos
elementos de sua defini•‹o legal.
(C) diz-se o crime consumado, quando nele se reœnem a maioria dos
elementos de sua defini•‹o legal.
(D) diz-se o crime tentado quando n‹o se exaure por circunst‰ncias
alheias ˆ vontade do agente.
(E) diz-se o crime tentado quando, iniciada a cogita•‹o, n‹o se consuma
por circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente.
COMENTçRIOS: Diz-se o crime consumado quando nele se reœnem a TODOS os
elementos de sua defini•‹o legal, nos termos do art. 14, I do CP. Diz-se o crime

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como ÒtentadoÓ quando, uma vez iniciada a execu•‹o, n‹o se consuma por
circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente, nos termos do art. 14, II do CP.
A tentativa, salvo disposi•‹o em contr‡rio, Ž punida com a pena correspondente
ao crime consumado, diminu’da de um a dois ter•os, nos termos do art. 14, ¤
œnico do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

02.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð ESCRIVÌO)


Segundo o previsto no C—digo Penal, incorrer‡ na excludente de ilicitude
denominada estado de necessidade aquele que
(A) pratica o fato usando moderadamente dos meios necess‡rios, para
repelir injusta agress‹o, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
(B) atua ou se omite sem a consci•ncia da ilicitude do fato, quando n‹o
lhe era poss’vel, nas circunst‰ncias, ter ou atingir essa consci•ncia.
(C) tendo o dever legal de enfrentar o perigo, pratica o fato para salvar
de perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro
modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias,
n‹o era razo‡vel se exigir.
(D) pratica o fato para salvar de perigo atual, que n‹o provocou por sua
vontade, nem podia de outro modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo
sacrif’cio, nas circunst‰ncias, era razo‡vel exigir-se.
(E) pratica o fato para salvar de perigo atual, que n‹o provocou por sua
vontade, nem podia de outro modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo
sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-se.
COMENTçRIOS: Atua em estado de necessidade aquele que pratica o fato
definido como crime para salvar de perigo atual, que n‹o provocou por sua
vontade, nem podia de outro modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo
sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-se, nos termos do art. 24
do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.
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03.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


O indiv’duo ÒBÓ, com inten•‹o de matar a pessoa ÒDÓ, efetua dez disparos
de arma de fogo em dire•‹o a um ve’culo que se encontra estacionado
na via pœblica por imaginar que dentro desse ve’culo encontrava-se a
pessoa ÒDÓ, contudo, n‹o havia nenhuma pessoa no interior do ve’culo.
Com rela•‹o ˆ conduta praticada por ÒBÓ, Ž correto afirmar que
(A) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio tentado,
em virtude da interpreta•‹o extensiva do crime de homic’dio em vista de
sua inten•‹o.
(B) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio
consumado, em virtude da interpreta•‹o extensiva do crime de
homic’dio.

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(C) o indiv’duo ÒBÓ n‹o poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio.
(D) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio tentado,
por analogia ao crime de homic’dio em vista de sua inten•‹o.
(E) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio
consumado, por analogia ao crime de homic’dio em vista de sua inten•‹o.
COMENTçRIOS: No caso temos uma hip—tese de crime imposs’vel, pela absoluta
impropriedade do objeto, de forma que o agente n‹o poder‡ ser punido pelo
crime de homic’dio, nos termos do art. 17 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

04.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


O indiv’duo ÒBÓ descobre que a companhia aŽrea ÒXÓ Ž a que esteve
envolvida no maior nœmero de acidentes aŽreos nos œltimos anos. O
indiv’duo ÒBÓ ent‹o compra, regularmente, uma passagem aŽrea desta
companhia e presenteia seu pai com esta passagem, pois tem interesse
que ele morra para receber sua heran•a. O pai recebe a passagem e
durante o respectivo v™o ocorre um acidente aŽreo que ocasiona sua
morte. Diante dessas circunst‰ncias, Ž correto afirmar que
(A) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio doloso
se for demonstrado que o piloto do avi‹o em que seu pai se encontrava
agiu com culpa no acidente que o vitimou.
(B) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio
culposo, tendo em vista que sem a sua a•‹o o resultado n‹o teria
ocorrido.
(C) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio doloso,
tendo em vista que sem a sua a•‹o o resultado n‹o teria ocorrido.
(D) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio
culposo se for demonstrado que o piloto do avi‹o em que seu pai se
encontrava agiu com culpa no acidente que o vitimou.
(E) o indiv’duo ÒBÓ n‹o praticou e n‹o poder‡ ser responsabilizado pelo
crime de homic’dio.
00000000000

COMENTçRIOS: O indiv’duo n‹o praticou e n‹o poder‡ ser responsabilizado pelo


delito de homic’dio, pois sua conduta n‹o foi a causa adequada da morte de seu
pai.
Com sua conduta o agente n‹o criou um risco proibido pelo Direito, pois n‹o Ž
vedado a ninguŽm presentear outra pessoa com uma passagem, ainda que sua
inten•‹o seja v•-la morrer num acidente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRET Aƒ A LETRA E.

05.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


Nos termos do C—digo Penal considera-se causa do crime

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(A) a a•‹o ou omiss‹o praticada pelo autor, independentemente de
qualquer causa superveniente.
(B) a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado n‹o teria ocorrido.
(C) a a•‹o ou omiss‹o praticada pelo autor, independentemente da sua
rela•‹o com o resultado.
(D) exclusivamente a a•‹o ou omiss‹o que mais contribui para o
resultado.
(E) exclusivamente a a•‹o ou omiss‹o que mais se relaciona com a
inten•‹o do autor.
COMENTçRIOS: Considera-se causa do crime a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o
resultado n‹o teria ocorrido, nos termos do art. 13 do CP, que consagra a teoria
da equival•ncia dos antecedentes causais.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

06.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


Com rela•‹o ˆ leg’tima defesa, segundo o disposto no C—digo Penal, Ž
correto afirmar que
(A) o uso moderado dos meios necess‡rios para repelir uma agress‹o
consiste em um dos requisitos para caracteriza•‹o da leg’tima defesa,
ainda que essa agress‹o seja justa.
(B) um dos requisitos para sua carateriza•‹o consiste na necessidade
que a injusta agress‹o seja atual e n‹o apenas iminente.
(C) um dos requisitos para sua caracteriza•‹o consiste na exig•ncia de
que a repulsa ˆ injusta agress‹o seja realizada contra direito seu, tendo
em vista que se for praticada contra o direito alheio estar-se-‡ diante de
estado de necessidade.
(D) a leg’tima defesa n‹o resta caracterizada se for praticada contra uma
agress‹o justa, ainda que observados os demais requisitos para sua
caracteriza•‹o.
(E) considera-se em leg’tima defesa aquele que pratica o fato para salvar
de perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro
00000000000

modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias,


n‹o era razo‡vel exigir-se.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Se a agress‹o Ž justa, n‹o h‡ que se falar em leg’tima defesa, nos
termos do art. 25 do CP.
B) ERRADA: A injusta agress‹o pode ser atual ou iminente, nos termos do art.
25 do CP.
C) ERRADA: A leg’tima defesa pode ser praticada para repelir injusta agress‹o
tambŽm contra direito de terceira pessoa.
D) CORRETA: Perfeito. Se a agress‹o Ž justa, n‹o h‡ que se falar em leg’tima
defesa, nos termos do art. 25 do CP.

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E) ERRADA: Tal defini•‹o corresponde ao estado de necessidade, nos termos do
art. 24 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

07.! (VUNESP - 2013 - TJ-SP - JUIZ)


H‡ crime em que a tentativa Ž punida com a mesma pena do crime
consumado, sem a diminui•‹o legal. Exemplo: art. 309 do C—digo
Eleitoral (Òvotar ou tentar votar, mais de uma vez, ou em lugar de
outremÓ).
Recebe, em doutrina, a denomina•‹o de
a) crime consunto.
b) crime de conduta mista.
c) crime de atentado ou de empreendimento.
d) crime multitudin‡rio.
COMENTçRIOS: Estes crimes (que s‹o raros) s‹o chamados de Òcrimes de
atentadoÓ ou Òcrimes de empreendimentoÓ. Nestes crimes o tipo penal j‡ prev•
a tentativa como sendo delito consumado, de forma que n‹o se aplica o art. 14,
II e seu ¤ œnico do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

08.! (VUNESP - 2013 - TJ-SP - JUIZ)


Quando a descri•‹o legal do tipo penal contŽm o dissenso, expresso ou
impl’cito, como elemento espec’fico, o consentimento do ofendido
funciona como causa de exclus‹o da
a) antijuridicidade formal
b) tipicidade.
c) antijuridicidade material.
d) punibilidade do fato.
COMENTçRIOS: Existem crimes cujo tipo penal prev•, expressa ou
implicitamente, a necessidade de que a conduta seja praticada Òsem autoriza•‹oÓ
00000000000

ou Òcontra a vontadeÓ, etc. Nestes crimes, se a conduta Ž praticada Òcom


autoriza•‹oÓ ou Òde acordo com a vontadeÓ, ou seja, com o Òconsentimento do
ofendidoÓ, n‹o h‡ crime, pois h‡ exclus‹o da tipicidade, j‡ que a aus•ncia do
consentimento do ofendido Ž um elemento normativo do tipo penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

09.! (VUNESP - 2013 - TJ-SP - JUIZ)


Conforme o disposto no artigo 14, par‡grafo œnico, do C—digo Penal,
ÒSalvo disposi•‹o em contr‡rio, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminu’da de um a dois ter•osÓ.
O critŽrio de diminui•‹o da pena levar‡ em considera•‹o

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a) a motiva•‹o do crime.
b) a intensidade do dolo.
c) o iter criminis percorrido pelo agente.
d) a periculosidade do agente.
COMENTçRIOS: A tentativa Ž punida de forma menos gravosa que o delito
consumado, uma vez que o desvalor do resultado Ž menor que no crime
consumado. O patamar de redu•‹o varia de um a dois ter•os, devendo ser
utilizado como par‰metro para uma maior ou menor redu•‹o da pena o iter
criminis percorrido pelo agente, ou seja, quanto mais pr—ximo da consuma•‹o,
menor o patamar de redu•‹o. Quanto mais distante da consuma•‹o, maior o
patamar de redu•‹o.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

10.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - AGENTE DE POLêCIA)


De acordo com o C—digo Penal, a execu•‹o iniciada de um crime, que
n‹o se consuma por circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente,
caracteriza o(a)
a) arrependimento eficaz.
b) arrependimento posterior.
c) tentativa.
d) crime frustrado.
e) desist•ncia volunt‡ria.
COMENTçRIOS: Neste caso teremos crime na modalidade tentada, conforme
art. 14, II do CP:
Art. 14 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(...)
II - tentado, quando, iniciada a execu•‹o, n‹o se consuma por circunst‰ncias alheias
ˆ vontade do agente. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
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11.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL)


Aquele que assume o risco de produzir um resultado criminoso comete
crime movido por
a) culpa.
b) imprud•ncia.
c) dolo.
d) imper’cia.
e) neglig•ncia.
COMENTçRIOS: O crime pode ser doloso ou culposo. Ser‡ culposo quando o
agente agir violando um dever de cuidado, ou seja, com imprud•ncia, neglig•ncia
ou imper’cia. Ser‡ doloso quando o agente quiser o resultado (teoria da vontade)

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ou quando o agente, mesmo n‹o querendo o resultado, pratica a conduta
assumindo o risco de sua ocorr•ncia, sem se importar se eventualmente o
resultado ocorrer (teoria do consentimento), no que se denomina de dolo
eventual. Vejamos:
Art. 18 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime doloso(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime culposo(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprud•ncia, neglig•ncia ou
imper’cia. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

12.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL)


Aquele que pratica fato t’pico para salvar de perigo atual, que n‹o
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito
pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel
exigir-se, atuou em
a) leg’tima defesa putativa e, portanto, n‹o cometeu crime.
b) estado de necessidade e, portanto, ter‡ a pena diminu’da de 1 (um) a
2 (dois) ter•os.
c) leg’tima defesa e, portanto, n‹o cometeu crime.
d) estado de necessidade e, portanto, n‹o cometeu crime.
e) leg’tima defesa e, portanto, ter‡ a pena diminu’da de 1 (um) a 2 (dois)
ter•os.
COMENTçRIOS: Neste caso a pessoa agiu em estado de necessidade e,
portanto, n‹o cometeu crime, j‡ que o estado de necessidade Ž causa de exclus‹o
da ilicitude. Vejamos:
Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato: (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
[...]
00000000000

Par‡grafo œnico - O agente, em qualquer das hip—teses deste artigo, responder‡ pelo
excesso doloso ou culposo.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-
se. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

13.! (VUNESP Ð 2002 Ð SEFAZ-SP Ð AGENTE FISCAL DE RENDAS)

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S‹o causas de exclus‹o da ilicitude:
a) a leg’tima defesa, o exerc’cio regular de direito e a coa•‹o irresist’vel.
b) a obedi•ncia hier‡rquica, a coa•‹o irresist’vel e a desist•ncia
volunt‡ria.
c) o arrependimento eficaz, o arrependimento posterior e o estrito
cumprimento do dever legal.
d) o estado de necessidade, a obedi•ncia hier‡rquica e a desist•ncia
volunt‡ria.
e) o exerc’cio regular de direito, o estrito cumprimento do dever legal e
o estado de necessidade.
COMENTçRIOS: As causas de exclus‹o da ilicitude (ou exclus‹o da
antijuridicidade) est‹o previstas no art. 23 do CP. Vejamos:
Exclus‹o de ilicitude (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato: (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - em leg’tima defesa;(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerc’cio regular de direito. (Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Assim, vemos que a alternativa CORRETA ƒ A LETRA E.

14.! (VUNESP Ð 2012 Ð DPE-MS Ð DEFENSOR PòBLICO)


Com rela•‹o ao crime culposo, assinale a alternativa correta.
a) Imprud•ncia Ž uma omiss‹o, uma aus•ncia de precau•‹o em rela•‹o
ao ato realizado.
b) Na culpa consciente, o resultado n‹o Ž previsto pelo agente, embora
previs’vel.
c) O resultado involunt‡rio trata de elemento do fato t’pico culposo.
d) Na culpa impr—pria, o resultado n‹o Ž previsto, embora seja previs’vel.
COMENTçRIOS:
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A) ERRADA: A imprud•ncia, embora seja uma falta de dever de cuidado,


constitui-se numa A‚ÌO, ou seja, na falta de cautela quando da pr‡tica de um
conduta ativa.
B) ERRADA: Na culpa consciente o resultado Ž previsto pelo agente.
C) CORRETA: Item correto, pois a ocorr•ncia de um resultado n‹o querido pelo
agente, embora previs’vel, Ž elemento indispens‡vel de todo tipo penal culposo.
D) ERRADA: Item errado porque esta Ž a defini•‹o de culpa inconsciente. A culpa
impr—pria Ž aquela na qual o agente quer o resultado e, portanto, age
dolosamente. Contudo, lhe Ž imputada a pena do crime culposo porque ele teve
uma representa•‹o equivocada da realidade, em raz‹o de um descuido
interpretativo seu.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

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15.! (VUNESP Ð 2010 Ð MP-SP Ð ANALISTA DE PROMOTORIA)


O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou
impede que o resultado se produza
a) s— responde pelos atos j‡ praticados.
b) n‹o comete crime, pois tem afastada a ilicitude da a•‹o.
c) beneficia-se pela causa de diminui•‹o de pena do arrependimento
posterior.
d) Ž punido com a pena correspondente ao crime consumado, diminu’da
de um a dois ter•os.
e) ter‡ pena reduzida de um a dois ter•os, mas, desde que, por ato
volunt‡rio, tenha reparado o dano ou restitu’do a coisa, atŽ o
recebimento da denœncia ou da queixa.
COMENTçRIOS: Tal agente somente responder‡ pelos atos atŽ ent‹o
praticados, eis que restou configurada a desist•ncia volunt‡ria ou o
arrependimento eficaz. Vejamos:
Desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

16.! (VUNESP Ð 2008 Ð TJ-SP Ð JUIZ)


Ap—s a morte da m‹e, A recebeu, durante um ano, a pens‹o
previdenci‡ria daquela, depositada mensalmente em sua conta banc‡ria,
em virtude de ser procuradora da primeira. Descoberto o fato, A foi
denunciada por apropria•‹o indŽbita. Se a senten•a concluir que a
acusada (em raz‹o de sua incultura, pouca viv•ncia, etc.) n‹o tinha
percep•‹o da antijuricidade de sua conduta, estar‡ reconhecendo
a) erro sobre elemento do tipo, que exclui o dolo.
00000000000

b) erro de proibi•‹o.
c) descriminante putativa.
d) ignor‰ncia da lei.
COMENTçRIOS: No caso em tela, o agente incorreu em erro de proibi•‹o, pois
incidiu em erro sobre a ilicitude do fato praticado. Vejamos:
Art. 21 - O desconhecimento da lei Ž inescus‡vel. O erro sobre a ilicitude do fato, se
inevit‡vel, isenta de pena; se evit‡vel, poder‡ diminu’-la de um sexto a um ter•o.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

17.! (VUNESP Ð 2007 Ð OAB-SP Ð EXAME DE ORDEM)

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Pretendendo mat‡-lo, Fulano coloca veneno no cafŽ de Sicrano. Sem
saber do envenenamento, Sicrano ingere o cafŽ. Logo em seguida,
Fulano, arrependido, prescreve o ant’doto a Sicrano, que sobrevive, sem
qualquer seqŸela. Diante disso, Ž correto afirmar que se trata de hip—tese
de
a) crime imposs’vel, pois o meio empregado por Fulano era
absolutamente ineficaz para obten•‹o do resultado pretendido.
b) tentativa, pois o resultado n‹o se consumou por circunst‰ncias alheias
ˆ vontade de Fulano.
c) arrependimento posterior, pois o dano foi reparado por Fulano atŽ o
recebimento da denœncia.
d) arrependimento eficaz, pois Fulano impediu voluntariamente que o
resultado se produzisse.
COMENTçRIOS: Neste caso o agente ser‡ beneficiado pelo instituto do
arrependimento eficaz pois, ap—s ter praticado a conduta, tomou as provid•ncias
para impedir a ocorr•ncia do resultado, tendo •xito. Vejamos:
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

18.! (FCC Ð 2016 Ð ISS-TERESINA Ð AUDITOR-FISCAL)


Considere:
I. obedi•ncia hier‡rquica.
II. estado de necessidade.
III. exerc’cio regular de um direito.
IV. leg’tima defesa.
Dentre as causas excludentes de ilicitude, incluem-se o que consta
APENAS em
a) I e II.
b) II, III e IV.
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c) I, II e IV.
d) I, II e III.
e) III e IV.
COMENTçRIOS: Dentre as hip—teses apresentadas, apenas os itens II, III e IV
tratam de situa•›es consideradas excludentes de ilicitude, nos termos do art. 23
do CP.
A obedi•ncia hier‡rquica Ž causa de exclus‹o da CULPABILIDADE.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

19.! (FCC Ð 2014 Ð TRT 18 Ð JUIZ)

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ƒ causa de exclus‹o da tipicidade,
a) a insignific‰ncia do fato ou a sua adequa•‹o social, segundo corrente
doutrin‡ria e jurisprudencial.
b) o erro inevit‡vel sobre a ilicitude do fato.
c) a coa•‹o moral irresist’vel.
d) a n‹o exigibilidade de conduta diversa.
e) a obedi•ncia hier‡rquica.
COMENTçRIOS: O item correto Ž a Letra A. Isto porque a insignific‰ncia e a
adequa•‹o social s‹o fatores que afastam a tipicidade material (necessidade de
que a conduta seja uma viola•‹o a um bem jur’dica penalmente relevante) e,
portanto, a tipicidade. As demais s‹o hip—teses de exclus‹o da culpabilidade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

20.! (FCC Ð 2014 Ð TRT 18 Ð JUIZ)


No que diz respeito aos est‡gios de realiza•‹o do crime, Ž correto afirmar
que
a) se atinge a consuma•‹o com o exaurimento do delito.
b) h‡ arrependimento eficaz quando o agente, por ato volunt‡rio, nos
crimes sem viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa, repara o dano ou restitui
a coisa atŽ o recebimento da denœncia ou da queixa.
c) h‡ desist•ncia volunt‡ria quando o agente, embora j‡ realizado todo
o processo de execu•‹o, impede que o resultado ocorra.
d) na desist•ncia volunt‡ria e no arrependimento eficaz o agente s—
responde pelos atos j‡ praticados, se t’picos.
e) a tentativa constitui circunst‰ncia atenuante.
COMENTçRIOS: O item correto Ž a Letra D. Vejamos:
Desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
00000000000

A letra B d‡ o conceito do arrependimento posterior, nos termos do art. 16 do


CP, logo, est‡ errada.
A letra A est‡ errada porque a consuma•‹o se d‡ com a ocorr•ncia do resultado
JURêDICO (que pode ou n‹o dispensar o resultado natural’stico, ou seja, um
eventual resultado no mundo f’sico). O exaurimento Ž mera fase POSTERIOR ˆ
consuma•‹o do delito.
A letra C d‡ o conceito de arrependimento eficaz, logo, errada.
A letra E est‡ errada porque a tentativa n‹o Ž circunst‰ncia atenuante, mas causa
de redu•‹o de pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

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21.! (FCC Ð 2014 Ð CåMARA MUNICIPAL-SP Ð PROCURADOR)
Na tentativa pun’vel, o correspondente abatimento na pena intensifica-
se segundo
a) a aptid‹o para consumar.
b) a periculosidade demonstrada.
c) a lesividade j‡ efetivada.
d) o itiner‡rio j‡ percorrido.
e) o exaurimento j‡ alcan•ado.
COMENTçRIOS: Na tentativa, aplica-se a pena prevista para o delito
consumado, com redu•‹o de pena de 1/3 a 2/3:
Art. 14 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(...)
Pena de tentativa(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - Salvo disposi•‹o em contr‡rio, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminu’da de um a dois ter•os.(Inclu’do pela Lei
n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Para a defini•‹o de qual o patamar de redu•‹o, ser‡ utilizado o critŽrio da maior
ou menos proximidade com a consuma•‹o do delito. Quanto mais longe, maior a
redu•‹o de pena. Quanto mais pr—ximo da consuma•‹o, menor a redu•‹o.
Ou seja, ser‡ avaliado o itiner‡rio percorrido pela conduta criminosa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

22.! (FCC Ð 2014 - TRF 3 Ð TƒCNICO JUDICIçRIO)


N‹o h‡ crime sem
a) dolo.
b) resultado natural’stico.
c) imprud•ncia.
d) conduta.
e) les‹o.
COMENTçRIOS: Dentre os elementos apontados pela quest‹o, o œnico que
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necessariamente estar‡ presente em TODOS os crimes Ž a conduta (a•‹o ou


omiss‹o + vontade), eis que indispens‡vel para sua exist•ncia.
O dolo s— se exige nos crimes dolosos.
O resultado natural’stico s— se exige nos crimes materiais, bem como a les‹o.
J‡ a imprud•ncia s— se exige em alguns crimes culposos (pois podem ser
praticados, tambŽm, por neglig•ncia ou imper’cia).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

23.! (FCC Ð 2014 - TRF 3 Ð TƒCNICO JUDICIçRIO)

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Paulo, sabendo que seu desafeto Pedro n‹o sabia nadar e desejando
mat‡-lo, jogou-o nas ‡guas, durante a travessia de um bra•o de mar.
Todavia, ficou com pena da v’tima, mergulhou e a retirou, antes que se
afogasse. Nesse caso, ocorreu:
a) desist•ncia volunt‡ria.
b) arrependimento eficaz
c) crime tentado
d) crime putativo.
e) crime imposs’vel
COMENTçRIOS: No caso em tela o agente j‡ praticou todos os atos da
execu•‹o, tendo exaurido sua capacidade para a execu•‹o do delito, ou seja,
temos uma execu•‹o perfeita e acabada, de forma que incab’vel falar em
desist•ncia volunt‡ria, que pressup›e a possibilidade de prosseguir na execu•‹o.
No caso em tela, contudo, o agente evita a ocorr•ncia do resultado, por ter se
arrependido de sua conduta. Neste caso, caracterizado est‡ o arrependimento
EFICAZ. Vejamos:
Desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

24.! (FCC Ð 2014 Ð DPE-CE Ð DEFENSOR PòBLICO)


Segundo entendimento doutrin‡rio, o consentimento do ofendido
(quando n‹o integra a pr—pria descri•‹o t’pica), a adequa•‹o social e a
inexigibilidade de conduta diversa constituem causas supralegais de
exclus‹o, respectivamente, da
a) tipicidade, da culpabilidade e da ilicitude.
b) culpabilidade, da tipicidade e da ilicitude.
c) ilicitude, da tipicidade e da culpabilidade.
00000000000

d) ilicitude, da culpabilidade e da tipicidade.


e) culpabilidade, da ilicitude e da tipicidade.
COMENTçRIOS: O consentimento do ofendido Ž causa supralegal de exclus‹o
ilicitude (antijuridicidade), desde que a aus•ncia de consentimento do ofendido
n‹o esteja expressa no tipo penal como elemento do tipo. Neste caso, teremos
exclus‹o da tipicidade.
A adequa•‹o social afasta a tipicidade material da conduta, por aus•ncia de
lesividade social.
Por fim, a inexigibilidade de conduta diversa Ž um dos elementos capazes de
afastar a culpabilidade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

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25.! (FCC Ð 2014 Ð TCE-GO Ð ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO)


A adequa•‹o perfeita entre o fato natural, concreto, e a descri•‹o
abstrata contida na lei denomina-se
a) culpabilidade.
b) tipicidade.
c) antijuridicidade.
d) rela•‹o de causalidade.
e) consun•‹o.
COMENTçRIOS: Quando um fato ocorrido se amoldo perfeitamente a uma
descri•‹o prevista no tipo penal, temos o que se chama de Òadequa•‹o t’picaÓ,
ou ju’zo positivo de tipicidade.
Assim, a adequa•‹o do fato ao tipo penal gera a tipicidade (formal).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

26.! (FCC Ð 2014 Ð TCE-GO Ð ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO)


Considere:
I. C’cerus aceitou desafio para lutar.
II. Marcus atingiu o agressor ap—s uma agress‹o finda.
III. L’cius reagiu a uma agress‹o iminente.
Presentes os demais requisitos legais, a excludente da leg’tima defesa
pode ser reconhecida em favor de
a) L’cius, apenas.
b) C’cerus e Marcus.
c) C’cerus e L’cius.
d) Marcus e L’cius.
e) C’cerus, apenas
COMENTçRIOS:
00000000000

I Ð ERRADA: C’cerus n‹o pode se valer da leg’tima defesa, pois a agress‹o de


seu oponente n‹o ser‡ injusta, posto que ambos concordaram em participar da
luta.
II Ð ERRADA: Neste caso, como a agress‹o j‡ havia cessado, Marcus n‹o agiu
em leg’tima defesa, tendo ocorrido vingan•a.
III Ð CORRETA: Se L’cius reagiu a uma agress‹o iminente (prestes a ocorrer),
estar‡ amparado pela leg’tima defesa (desde que presentes os demais requisitos,
conforme apontado pela quest‹o).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

27.! (FCC Ð 2014 Ð TCE-GO Ð ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO)

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Teoria e quest›es
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N‹o se admite a tentativa nos crimes
a) unissubsistentes.
b) culposos.
c) omissivos puros.
d) omissivos impr—prios.
e) preterdolosos sem consuma•‹o do resultado agregado.
COMENTçRIOS: A quest‹o foi bem anulada. Isso porque todos os crimes citados
NÌO admitem tentativa, ˆ exce•‹o dos omissivos impr—prios, pois estes admitem
a tentativa. Na verdade, a Banca provavelmente queria saber qual deles admitia
a tentativa, mas acabou pedindo o que Òn‹o admiteÓ a tentativa, motivo pelo qual
acabou anulada corretamente.
Lembrando que os crimes UNISSUBSISTENTES n‹o admitem tentativa, pois n‹o
Ž poss’vel fracionar a conduta em diversos atos. Como todo crime omissivo puro
Ž unissubsistente, estes tambŽm n‹o admitem tentativa.
Os crimes culposos tambŽm n‹o admitem tentativa, por uma quest‹o de l—gica:
Se o agente n‹o queria o resultado, n‹o Ž poss’vel falar em ÒtentativaÓ.
Por fim, os preterdolosos n‹o admitem tentativa em rela•‹o ao resultado que
qualifica o crime, pois este resultado Ž obtido a t’tulo de culpa (O agente come•a
a conduta dolosamente, mas obtŽm um resultado diferente, por culpa).
Portanto, a quest‹o foi ANULADA.

28.! (FCC Ð 2015 Ð TCM-GO Ð AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO)


Fernando deu in’cio ˆ execu•‹o de um delito material, praticando atos
capazes de produzir o resultado lesivo. Todavia, aliou-se ˆ sua a•‹o uma
concausa
I. preexistente, absolutamente independente em rela•‹o ˆ conduta do
agente que, por si s—, produziu o resultado.
II. concomitante, absolutamente independente em rela•‹o ˆ conduta do
agente que, por si s—, produziu o resultado.
III. superveniente, relativamente independente em rela•‹o ˆ conduta do
agente, situada na mesma linha de desdobramento f’sico da conduta do
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agente, concorrendo para a produ•‹o do resultado.


IV. superveniente, relativamente independente em rela•‹o ˆ conduta do
agente, sem guardar posi•‹o de homogeneidade em rela•‹o ˆ conduta
do agente e que, por si s—, produziu o resultado.
O resultado lesivo NÌO ser‡ imputado a Fernando, que responder‡
apenas pelos atos praticados, nas situa•›es indicadas em
a) I, II e IV.
b) III e IV.
c) I e III.
d) I e II.

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e) II, III e IV.
COMENTçRIOS: Essa quest‹o se resolve facilmente da seguinte forma: As
concausas ABSOLUTAMENTE independentes (I e II) NUNCA geram a imputa•‹o
do resultado ao agente (a conduta do agente n‹o Ž causa, pois pode ser suprimida
mentalmente sem afetar o resultado).
As concausas RELATIVAMENTE independentes, preexistentes ou concomitantes,
n‹o excluem a imputa•‹o do resultado ao agente, pois h‡ uma soma de
Òesfor•osÓ entre a concausa e a conduta do agente (a conduta do agente Ž causa,
pois NÌO pode ser suprimida mentalmente sem afetar o resultado).
Em rela•‹o ˆs concausas SUPERVENIENTES RELATIVAMENTE independentes,
devemos dividi-las em:
a) Produziram, por si s—, o resultado.
b) Agregaram-se ao nexo causal iniciado pela conduta do agente, contribuindo
para a produ•‹o do resultado.
No primeiro caso o agente NÌO responde pelo resultado, mas apenas pelos atos
que praticou. No segundo o caso o agente responde pelo resultado, pois a
concausa superveniente, a despeito de estar ligada ˆ conduta inicial do agente,
criou um novo nexo de causalidade, vindo a produzir o resultado sem se inserir
na cadeia causal da conduta do agente.
Assim, podemos verificar que somente na afirmativa III o agente responder‡ pelo
resultado, por se tratar de concausa superveniente, relativamente independente
que SE AGREGOU ˆ conduta do agente para, conjuntamente, produzirem o
resultado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

29.! (FCC Ð 2015 Ð TCM-GO Ð AUDITOR CONSELHEIRO SUBSTITUTO)


A respeito do dolo e da culpa, Ž correto afirmar que
a) na culpa consciente o agente prev• o resultado e admite a sua
ocorr•ncia como consequ•ncia prov‡vel da sua conduta.
b) no dolo eventual o agente prev• a ocorr•ncia do resultado, mas espera
sinceramente que ele n‹o aconte•a. 00000000000

c) a imprud•ncia Ž a aus•ncia de precau•‹o, a falta de ado•‹o das


cautelas exig’veis por parte do agente.
d) a imper’cia Ž a pr‡tica de conduta arriscada ou perigosa, aferida pelo
comportamento do homem mŽdio.
e) Ž previs’vel o fato cujo poss’vel superveni•ncia n‹o escapa ˆ
perspic‡cia comum.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Na culpa consciente, apesar de prever o resultado, o agente acredita
que ele n‹o v‡ acontecer.

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B) ERRADA: Esta Ž a defini•‹o de culpa consciente. No dolo eventual o agente
prev• o resultado como prov‡vel, mas sem se importar com sua eventual
ocorr•ncia.
C) ERRADA: Item errado, pois esta Ž a defini•‹o da NEGLIGæNCIA.
D) ERRADA: A defini•‹o corresponde ˆ IMPRUDæNCIA. A imper’cia Ž a pr‡tica de
uma conduta por quem n‹o tem os atributos exigidos para tal.
E) CORRETA: De fato, a doutrina entende que a previsibilidade objetiva deve ser
aferida com base num ju’zo mediano de intelig•ncia, ou seja, ser‡ previs’vel o
fato que pudesse ser antevisto por uma pessoa de intelig•ncia mediana, inerente
ˆ maioria das pessoas.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

30.! (FCC Ð 2011 Ð TCE-SP Ð PROCURADOR)


Os crimes que resultam do n‹o fazer o que a lei manda, sem depend•ncia
de qualquer resultado natural’stico, s‹o chamados de
A) comissivos por omiss‹o.
B) formais.
C) omissivos pr—prios.
D) comissivos.
E) omissivos impr—prios.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Os crimes comissivos por omiss‹o resultam de um Òn‹o fazerÓ o que
a lei manda, mas dependem de um resultado natural’stico.
B) ERRADA: Os crimes formais, de fato, independem da exist•ncia do resultado
natural’stico, mas n‹o necessariamente s‹o omissivos.
C) CORRETA: Os crimes omissivos pr—prios s‹o os œnicos que reœnem ambas as
caracter’sticas, pois decorrem de um Òn‹o fazerÓ o que a lei manda, e s‹o formais,
ou seja, independem de um resultado natural’stico.
D) ERRADA: Os crimes comissivos n‹o decorrem de Òum n‹o fazerÓ, mas de um
ÓfazerÓ. Portanto, a alternativa est‡ incorreta.
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E) ERRADA: Os omissivos impr—prios s‹o sin™nimos de comissivos por omiss‹o,


logo, est‡ errada, nos termos da fundamenta•‹o da alternativa A.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

31.! (FCC Ð 2011 Ð TCE-SP Ð PROCURADOR)


No estado de necessidade,
A) h‡ necessariamente rea•‹o contra agress‹o.
B) o agente responder‡ apenas pelo excesso culposo.
C) deve haver proporcionalidade entre a gravidade do perigo que
amea•a o bem jur’dico e a gravidade da les‹o causada.

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D) a amea•a deve ser apenas a direito pr—prio.
E) inadmiss’vel a modalidade putativa.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Rea•‹o contra agress‹o est‡ presente na leg’tima defesa, n‹o no
estado de necessidade, que pode decorrer de uma cat‡strofe natural, etc.
B) ERRADA: O agente responde tanto pelo excesso culposo quanto pelo excesso
doloso.
C) CORRETA: O bem jur’dico sacrificado deve ser de valor menor ou igual ao bem
jur’dico preservado, nos termos do art. 24 do C—digo Penal, quando fala em
razoabilidade.
D) ERRADA: Tanto age em estado de necessidade quem defende direito pr—prio
quanto quem defende direito de terceiro, nos termos do art. 24 do CP.
E) ERRADA: ƒ plenamente poss’vel a modalidade putativa, pois o agente pode
supor, erroneamente, estar presente uma situa•‹o de necessidade que, caso
presente, justificaria sua conduta, de forma a excluir a ilicitude do fato.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

32.! (FCC Ð 2011 Ð TCE-SP Ð PROCURADOR)


Para a doutrina finalista, o dolo integra a
A) culpabilidade.
B) tipicidade.
C) ilicitude.
D) antijuridicidade.
E) punibilidade.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: O dolo integra a culpabilidade apenas para a Doutrina natural’stica;
B) CORRETA: Para a Doutrina finalista, de Hans Welzel, o dolo e a culpa
(elementos subjetivos) s‹o deslocados da culpabilidade para a conduta e,
portanto, para o fato t’pico.
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C) ERRADA: Como vimos, o dolo integra a conduta, logo, o fato t’pico.


D) ERRADA: A antijuridicidade Ž sin™nimo de ilicitude, logo, est‡ incorreta, pois
o dolo (e a culpa) n‹o Ž um de seus elementos.
E) ERRADA: A punibilidade sequer Ž um dos elementos do crime, sendo
meramente a possibilidade que o Estado possui de fazer valer seu Poder Punitivo.
Assim, est‡ incorreta.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

33.! (FCC Ð 2011 Ð TCM/BA Ð PROCURADOR ESPECIAL DE CONTAS)


A disposi•‹o legal contida no art. 13, par‡grafo segundo do CP, segundo
a qual a omiss‹o apresenta valor penal quando o agente devia e podia

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agir para evitar o resultado, corresponde corretamente ˆ ideia ou ao
conceito de
A) causalidade normativa.
B) possibilidade de puni•‹o superveniente de causa independente ao
delito.
C) causalidade entre a omiss‹o e o resultado natural’stico.
D) desnecess‡ria conjuga•‹o do dever legal e possibilidade real de agir.
E) regra aplic‡vel somente aos crimes omissivos pr—prios.
COMENTçRIOS:
A) CORRETA: Pois nesses crimes atribui-se ao omitente o resultado natural’stico,
sem que de sua conduta ele tenha surgido. Nesse caso, o resultado Ž atribu’do
n‹o por uma causalidade natural (inexistente), mas por uma causalidade
normativa (lei estabelece). Assim, a quest‹o est‡ correta.
B) ERRADA: N‹o guarda qualquer rela•‹o com o nexo de causalidade normativa
que se aplica aos crimes comissivos por omiss‹o.
C) ERRADA: N‹o h‡ causalidade entre a omiss‹o e o resultado pois a omiss‹o Ž
um ÒnadaÓ e do ÒnadaÓ, nada surge.
D) ERRADA: A conjuga•‹o entre o dever agir e o poder agir Ž plenamente
necess‡ria, pois n‹o se pode atribuir a alguŽm uma atitude heroica, colocando
sua pr—pria vida em risco.
E) ERRADA: Essa regra em nada se aplica aos crimes omissivos pr—prios, nos
quais o resultado natural’stico Ž completamente irrelevante, logo, n‹o h‡ que se
falar em nexo de causalidade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

34.! (FCC Ð 2008 Ð TCE/AL Ð PROCURADOR)


A rela•‹o de causalidade
A) n‹o fica exclu’da pela superveni•ncia de causa relativamente
independente.
B) n‹o est‡ regulada, em nosso sistema, pela teoria da equival•ncia dos
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antecedentes causais.
C) Ž normativa nos crimes omissivos impr—prios ou comissivos por
omiss‹o.
D) Ž dispens‡vel nos crimes materiais.
E) Ž imprescind’vel nos crimes formais.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: A superveni•ncia de causa relativamente independente exclui a
rela•‹o de causalidade, desde que a causa superveniente tenha produzido por si
s— o resultado.

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B) ERRADA: O nosso sistema penal adotou expressamente a teoria da
equival•ncia dos antecedentes como regra, art. 13 do CP, e como exce•‹o a teoria
da causalidade adequada, art. 13, ¤ 1¡ do CP.
C) CORRETA: Como vimos, os crimes omissivos impr—prios s‹o aqueles nos quais
a omiss‹o do agente Ž punida com o crime decorrente do resultado natural’stico,
e n‹o da simples omiss‹o. Nesse caso, n‹o h‡ causalidade natural, pois do nada,
nada pode surgir. Entretanto, por fic•‹o legal, a lei estabelece um v’nculo entre
a omiss‹o e o resultado natural’stico (causalidade natural’stica).
D) ERRADA: Nos crimes materiais o resultado natural’stico Ž imprescind’vel, logo,
o v’nculo entre esse resultado e a conduta do agente tambŽm. Portanto, a rela•‹o
de causalidade Ž indispens‡vel nestes crimes.
E) ERRADA: Nos crimes formais, o crime se consuma independentemente do
resultado natural’stico. Portanto, a rela•‹o de causalidade Ž completamente
irrelevante.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

35.! (FCC Ð 2008 Ð MPE/RS Ð SECRETçRIO DE DILIGæNCIAS)


Quem, supondo por erro plenamente justific‡vel pelas circunst‰ncias,
que est‡ sendo injustamente agredido, repele moderadamente e usando
dos meios necess‡rios a suposta agress‹o, age
A) em leg’tima defesa putativa.
B) em estado de necessidade.
C) em estado de necessidade putativo.
D) no exerc’cio regular de um direito.
E) no estrito cumprimento de um dever legal.
COENTçRIOS:
A) CORRETA: A leg’tima defesa putativa Ž a suposi•‹o err™nea da exist•ncia de
uma agress‹o injusta, que, na verdade, s— existe na mente do agente.
B) ERRADO: O estado de necessidade real pressup›e a exist•ncia de uma
situa•‹o de perigo que lesa ou exp›e ˆ les‹o bem jur’dico de alguŽm.
C) ERRADA: O estado de necessidade putativo ocorre quando o agente sup›e,
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erroneamente, estar presente uma situa•‹o de perigo atual, que coloca em risco
bem jur’dico seu ou de terceiro, n‹o se tratando, pois, de uma agress‹o.
D) ERRADA: O exerc’cio regular de um direito Ž uma das causas de exclus‹o da
ilicitude, presente quando o agente pratica fato considerado crime, mas
amparado por norma jur’dica que lhe confere o direito de agir daquela maneira.
E) ERRADA: O estrito cumprimento do dever legal Ž outra causa de exclus‹o da
ilicitude, que se materializa quando o agente pratica fato t’pico, mas o faz em
cumprimento a uma obriga•‹o imposta por lei.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

36.! (FCC Ð 2009 Ð TJ/SE Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð çREA JUDICIçRIA)

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Constituem elementos do estado de necessidade:
A) Perigo atual ou iminente, que o agente n‹o tenha provocado, nem
podia de outro modo ter evitado.
B) Rea•‹o ˆ injusta agress‹o, atual ou iminente, fazendo uso dos
C) Agress‹o atual, defesa de direito pr—prio ou de outrem e rea•‹o
moderada.
D) Exist•ncia de perigo atual, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias era
razo‡vel exigir-se.
E) Defesa de direito pr—prio ou de outrem, voluntariamente provocado
pelo agente e exigibilidade de conduta diversa.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Nos termos do art. 24 do CP, o perigo em que o agente se encontra
deve ser atual, n‹o se admitindo o perigo iminente.
B) ERRADA: Esses s‹o requisitos da leg’tima defesa, n‹o do estado de
necessidade.
C) ERRADA: Trata-se de requisitos que comp›em a leg’tima defesa, n‹o tendo
qualquer rela•‹o com o estado de necessidade.
D) ERRADA: Nos termos do art. 24 do CP, para que se configure o estado de
necessidade, n‹o se deve ser razo‡vel exigir o sacrif’cio.
E) ERRADA: Se a situa•‹o de perigo foi voluntariamente provocada pelo agente,
n‹o pode ele invocar o estado de necessidade, nos termos do art. 24 do CP.
Lembrando que a Doutrina majorit‡ria entende que esse ÒvoluntariamenteÓ
engloba tanto o dolo quanto a culpa.
NÌO Hç ALTERNATIVA CORRETA. QUESTÌO DEVE SER ANULADA.

37.! (FCC Ð 2012 Ð TCE/AP - CONTROLE EXTERNO)


Denomina-se tipicidade
a) a desconformidade do fato com a ordem jur’dica considerada como
um todo.
b) a adequa•‹o do fato concreto com a descri•‹o do fato delituoso
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contida na lei penal.


c) o nexo material entre a conduta do agente e o resultado lesivo.
d) o nexo subjetivo entre a inten•‹o do agente e o resultado lesivo.
e) a correspond•ncia entre o resultado e a possibilidade de previs‹o de
sua ocorr•ncia por parte do agente.
COMENTçRIO: A tipicidade pode ser conceituada como a adequa•‹o do fato
praticado ˆ norma penal incriminadora. Quando essa adequa•‹o Ž perfeita,
dizemos que o Ju’zo de tipicidade foi positivo, ou seja, a conduta do agente se
amolda ao tipo penal, sendo, portanto, TêPICA (tipificada como delito).
A desconformidade do fato com a ordem jur’dica se chama ANTIJURIDICIDADE,
enquanto o nexo entre a conduta e o resultado se chama NEXO DE
CAUSALIDADE.

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

38.! (FCC Ð 2012 Ð TCE/AP - CONTROLE EXTERNO)


A respeito da tentativa, considere:
I. o meio empregado Ž absolutamente ineficaz para a obten•‹o do
resultado.
II. o agente suspende espontaneamente a execu•‹o do delito ap—s t•-la
iniciado.
III. o meio empregado Ž relativamente inid™neo para a obten•‹o do
resultado.
IV. o agente suspende a execu•‹o do delito em raz‹o da resist•ncia
oposta pela v’tima.
V. o agente, ap—s ter esgotado os meios de que dispunha para a pr‡tica
do crime, impede que o resultado se produza.
H‡ crime tentado nas situa•›es indicadas APENAS em
a) III e IV.
b) I e IV.
c) I, II e IV.
d) II e III.
e) II, III, IV e V.
I - ERRADA: N‹o h‡ crime tentado aqui, pois sendo absolutamente ineficaz o
meio empregado, h‡ crime imposs’vel, nos termos do art. 17 do CP;
II - ERRADA: N‹o h‡ crime tentado, mas DESISTæNCIA VOLUNTçRIA, nos termos
do art. 15 do CP:
III - CORRETA: Sendo RELATIVAMENTE inid™neo o meio empregado, h‡ tentativa,
e n‹o crime imposs’vel, nos termos dos arts. 14, II e 17 do CP;
IV - CORRETA: H‡, aqui, crime tentado, pois o crime n‹o se consumou por
circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente, nos termos do art. 14, II do CP;
V - ERRADA: Nesse caso temos o que se chama de ARREPENDIMENTO EFICAZ,
nos termos do art. 15 do CP, n‹o sendo caso de tentativa.
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Assim, est‹o corretas apenas as afirmativas III e IV.


Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

39.! (FCC Ð 2012 Ð TCE/AP - CONTROLE EXTERNO)


Denomina-se tipicidade
a) a desconformidade do fato com a ordem jur’dica considerada como
um todo.
b) a adequa•‹o do fato concreto com a descri•‹o do fato delituoso
contida na lei penal.

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c) o nexo material entre a conduta do agente e o resultado lesivo.
d) o nexo subjetivo entre a inten•‹o do agente e o resultado lesivo.
e) a correspond•ncia entre o resultado e a possibilidade de previs‹o de
sua ocorr•ncia por parte do agente.
COMENTçRIO: Quando essa adequa•‹o Ž perfeita, dizemos que o Ju’zo de
tipicidade foi positivo, ou seja, a conduta do agente se amolda ao tipo penal,
sendo, portanto, TêPICA (tipificada como delito).
A desconformidade do fato com a ordem jur’dica se chama ANTIJURIDICIDADE,
enquanto o nexo entre a conduta e o resultado se chama NEXO DE
CAUSALIDADE.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

40.! (FCC Ð 2012 Ð DPE-SP Ð DEFENSOR PòBLICO)


Assinale a alternativa correta.
a) O ordenamento penal estende a rela•‹o de causalidade a qualquer
resultado causado pela a•‹o, ainda que imprevis’vel, em raz‹o da
aplica•‹o do princ’pio versari in re ilicita.
b) A miss‹o do Direito Penal Ž a prote•‹o de bens jur’dicos, o que
justifica a antecipa•‹o da interven•‹o penal aos atos que antecedem o
in’cio da pr‡tica dos atos executivos.
c) Pela teoria da imputa•‹o objetiva, o resultado deve ser imputado ao
agente de maneira objetiva, isto Ž, ainda que n‹o tenha ele agido com
dolo ou culpa.
d) O desvalor da a•‹o e o desvalor do resultado devem ser aferidos a
partir da les‹o ou exposi•‹o a risco do bem jur’dico tutelado.
e) A inocuidade da a•‹o dolosa ao bem jur’dico tutelado pela norma
penal n‹o serve para atestar a atipicidade da conduta se o ‰nimo do
agente mostra que conduz sua vida de maneira reprov‡vel.
A) ERRADA: Se o resultado n‹o era previs’vel, n‹o h‡ como se atribuir dolo, nem
mesmo culpa ao agente, pois ninguŽm pode prever o imprevis’vel. Assim, n‹o
sendo poss’vel atribuir elemento subjetivo ˆ conduta, n‹o h‡ delito, pois n‹o se
admite responsabiliza•‹o objetiva;
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B) ERRADA: O Direito Penal n‹o cuida de meros atos preparat—rios, anteriores ˆ


execu•‹o. O Direito Penal s— pode ser legitimamente aplicado como forma de
repress‹o a um ato j‡ praticado. Inclusive o art. 14, II do CP corrobora isso;
C) ERRADA: Esta teoria est‡ relacionada ˆ valora•‹o da conduta sob um prisma
alŽm da mera causalidade f‡tica. Para esta teoria, n‹o basta a mera rela•‹o de
causalidade entre a conduta e um determinado resultado natural’stico. Para esta
teoria, a conduta deve:
a: Criar ou aumentar um risco Ð Assim, se a conduta do agente n‹o aumentou
nem criou um risco n‹o permitido, n‹o h‡ crime. Exemplo cl‡ssico: Ladr‹o
rende o vigia da casa e o obriga a dizer onde est‡ o cofre. O Vigia mente, diz que
n‹o sabe e entrega para o ladr‹o um quadro, afirmando ser obra de arte bem

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mais valiosa. O ladr‹o aceita e vai embora, sem saber que, na verdade, tratava-
se de um quadro qualquer. Nesse caso, por todas as outras teorias, o vigia
deveria ser punido. Pela teoria da imputa•‹o objetiva isso n‹o ocorreria, pois ele
n‹o aumentou um risco, ao contr‡rio, com sua conduta evitou que um bem
jur’dico de mais valor (cofre) fosse atingido;
b: Risco deve ser proibido pelo Direito Ð Aquele que cria um risco de les‹o para
alguŽm, em tese n‹o comete crime, a menos que esse risco seja proibido pelo
Direito. Assim, o filho que manda os pais em viagem para a Europa, na inten•‹o
de que o avi‹o caia, os pais morram, e ele receba a heran•a, n‹o comete crime,
pois o risco por ele criado n‹o Ž proibido pelo Direito;
c: Risco deve ser criado no resultado Ð Assim, um crime n‹o pode ser imputado
ˆquele que n‹o criou o risco para aquela ocorr•ncia. Explico: Imaginem que JosŽ
ateia fogo na casa de Maria. JosŽ causou um risco, n‹o permitido pelo Direito.
Deve responder pelo crime de inc•ndio doloso, art. 250 do CP. Entretanto, Maria
invade a casa em chamas para resgatar a œnica foto que restou de seu filho
falecido, sendo lambida pelo fogo, vindo a falecer. Nesse caso, JosŽ n‹o responde
pelo crime de homic’dio, pois o risco por ele criado n‹o se insere nesse resultado,
que foi provocado pela conduta exclusiva de Maria.
D) CORRETA: A afirmativa est‡ correta, pois todo delito Ž criado com base no
desvalor da conduta e no desvalor do resultado que pretende-se evitar, em raz‹o
da poss’vel les‹o ou exposi•‹o a risco do bem protegido pela norma;
E) ERRADA: Muito pelo contr‡rio, se a conduta Ž in—cua, ou seja, n‹o tem
potencial de lesar o bem protegido pela norma, h‡ o que se chama de atipicidade
material, independentemente das circunst‰ncias pessoais do agente;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

41.! (FCC Ð 2009 Ð DPE-MA Ð DEFENSOR PòBLICO)


No trajeto do transporte de dois presos para o foro criminal por agentes
penitenci‡rios um deles saca de um instrumento perfurante e desfere
diversos golpes contra o outro preso. Os agentes da lei presenciaram a
a•‹o desde o in’cio e permaneceram inertes. Na conduta dos agentes
a) h‡ amparo pela excludente de ilicitude do exerc’cio regular do direito,
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deixando de agir por exposi•‹o do risco ˆs pr—prias vidas.


b) a omiss‹o Ž penalmente irrelevante porque a causalidade Ž f‡tica.
c) n‹o h‡ puni•‹o porque o Estado criou o risco da ocorr•ncia do
resultado.
d) a omiss‹o Ž penalmente relevante porque a causalidade Ž normativa.
e) a omiss‹o Ž penalmente relevante porque a causalidade Ž f‡tica-
normativa.
COMENTçRIO: No caso em tela a omiss‹o Ž penalmente relevante, pois os
policiais tinham o dever legal de evitar o resultado. Trata-se, portanto, de crime
omissivo impr—prio. Vejamos o que diz o art. 13, ¤2¼ do CP:

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Art. 13 - O resultado, de que depende a exist•ncia do crime, somente Ž imput‡vel a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado
n‹o teria ocorrido. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Superveni•ncia de causa independente(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(...)
Relev‰ncia da omiss‹o(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 2¼ - A omiss‹o Ž penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
a) tenha por lei obriga•‹o de cuidado, prote•‹o ou vigil‰ncia; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
Nesse caso, a causalidade n‹o Ž f‡tica (ou natural), eis que o policial n‹o matou
a v’tima (n‹o deu causa, do ponto de vista f’sico, ˆ morte). Contudo, temos o
que se chama de causalidade normativa, ou seja, o resultado Ž imputado ao
policial n‹o por ter dado causa faticamente ao resultado, mas por n‹o ter
impedido o resultado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

42.! (FCC Ð 2008 Ð PGM-SP Ð PROCURADOR)


Crimes omissivos impr—prios ou comissivos por omiss‹o s‹o aqueles
a) que se consumam antecipadamente, n‹o dependendo da ocorr•ncia
do resultado desejado pelo agente.
b) em que o agente, por deixar de fazer o que estava obrigado, produz o
resultado.
c) que decorrem do n‹o fazer o que a lei determina, sem depend•ncia de
qualquer resultado natural’stico.
d) em que a lei descreve a conduta do agente e o seu resultado.
e) em que a lei s— descreve a conduta do agente, n‹o aludindo a qualquer
resultado.
COMENTçRIOS: Os crimes omissivos impr—prios (ou comissivos por omiss‹o)
s‹o aqueles que o resultado Ž imputado ao agente que, embora n‹o tendo
realizado a conduta descrita no tipo penal, devia e podia agir para evitar que o
resultado ocorresse. Vejamos a reda•‹o do art. 13, ¤2¼ do CP:
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Art. 13 - O resultado, de que depende a exist•ncia do crime, somente Ž imput‡vel a


quem lhe deu causa. Considera-se causa a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado
n‹o teria ocorrido. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(...)

Relev‰ncia da omiss‹o(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)


¤ 2¼ - A omiss‹o Ž penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
a) tenha por lei obriga•‹o de cuidado, prote•‹o ou vigil‰ncia; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

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c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorr•ncia do resultado. (Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

43.! (FCC Ð 2007 Ð MPU Ð ANALISTA)


Dentre os elementos do fato t’pico, NÌO se inclui
a) o resultado.
b) a a•‹o ou a omiss‹o.
c) o dolo ou a culpa.
d) a rela•‹o de causalidade.
e) a tipicidade.
COMENTçRIOS: O fato t’pico se divide em QUATRO elementos, s‹o eles:
á Conduta humana (alguns entendem poss’vel a conduta de pessoa
jur’dica);
á Resultado natural’stico;
á Nexo de causalidade;
á Tipicidade
A conduta humana, por sua vez, nada mais Ž que uma a•‹o ou omiss‹o, a
depender do tipo penal que estamos falando.
Assim, o œnico dos elementos trazidos pela quest‹o que n‹o Ž um elemento do
fato t’pico Ž o dolo ou a culpa, que s‹o o que chamamos de elemento
subjetivo. Eles fazem parte da CONDUTA, e, de certa forma integram o fato
t’pico, mas n‹o se pode dizer que s‹o um de seus elementos.
Portanto, a alternativa CORRETA ƒ A LETRA C.

44.! (FCC Ð 2007 Ð MPU Ð ANALISTA)


Jo‹o, dirigindo um autom—vel, com pressa de chegar ao seu destino,
avan•ou com o ve’culo contra uma multid‹o, consciente do risco de
ocasionar a morte de um ou mais pedestres, mas sem se importar com
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essa possibilidade.
Jo‹o agiu com
a) dolo direto.
b) culpa.
c) dolo indireto.
d) culpa consciente.
e) dolo eventual.
COMENTçRIO: Como a vontade de Jo‹o n‹o era a de provocar les›es ou a morte
de ninguŽm, mas apenas chegar ao trabalho, n‹o se trata de dolo direto.

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Como Jo‹o previu a possibilidade de o resultado ocorrer, mas assumiu o risco
de sua produ•‹o, n‹o se importando com isto, o caso Ž de dolo eventual.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

45.! (FCC Ð 2006 Ð BANCO CENTRAL Ð PROCURADOR)


O resultado Ž prescind’vel para a consuma•‹o nos crimes
a) materiais e de mera conduta.
b) formais e materiais.
c) formais e omissivos impr—prios.
d) omissivos pr—prios e materiais.
e) de mera conduta e formais.
COMENTçRIOS: O fato t’pico (um dos elementos do crime, sob o aspecto
anal’tico), Ž composto de quatro elementos:
¥! CONDUTA (A‚ÌO OU OMISSÌO);
¥! NEXO DE CAUSALIDADE;
¥! RESULTADO;
¥! TIPICIDADE
A conduta nada mais Ž que a realiza•‹o f’sica daquilo que est‡ previsto na norma
penal incriminadora (fazer ou n‹o fazer alguma coisa), e est‡ necessariamente
presente em todo e qualquer crime.
O elemento subjetivo (que pode ser o dolo ou a culpa) tambŽm s‹o elementos
indispens‡veis, pois no direito brasileiro n‹o existe a chamada Òresponsabilidade
objetivaÓ, de forma que o agente, alŽm de realizar a conduta prevista no tipo
penal, dever‡ t•-la praticado com inten•‹o (dolo) ou ao menos com inobserv‰ncia
de um dever de cuidado (culpa em sentido estrito), por ter sido negligente,
imprudente ou imperito. Contudo, o elemento subjetivo j‡ est‡ inclu’do na ideia
de ÒcondutaÓ, que Ž a•‹o + elemento subjetivo.
A tipicidade Ž outro elemento indispens‡vel, eis que Ž a previs‹o de que a conduta
praticada Ž um crime. A tipicidade Ž um ju’zo de subsun•‹o entre a conduta do
agente e a norma penal incriminadora. 00000000000

O resultado Ž a modifica•‹o do mundo exterior pela conduta do agente, e o nexo


de causalidade Ž o v’nculo que relaciona a conduta ao resultado. Esses dois
elementos n‹o est‹o presentes na caracteriza•‹o do fato t’pico dos crimes ditos
ÒformaisÓ e nos Òde mera condutaÓ, eis que nesses o resultado Ž irrelevante para
a consuma•‹o do crime (na verdade, nos crimes de mera conduta, sequer h‡ um
resultado f’sico para a conduta), que se consuma pela simples realiza•‹o da
conduta.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

46.! (FCC Ð 2006 Ð BANCO CENTRAL Ð PROCURADOR)

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Os crimes culposos
a) admitem tentativa.
b) n‹o dispensam a previsibilidade do resultado pelo agente.
c) n‹o admitem coautoria.
d) independem de expressa previs‹o legal.
e) n‹o admitem a substitui•‹o da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos.
COMENTçRIOS: Os crimes culposos, considerando que n‹o h‡ direcionamento
da conduta para a realiza•‹o do resultado, n‹o admitem tentativa, embora a
Doutrina mais moderna admita a coautoria.
A previsibilidade, que Ž a possibilidade de que o resultado fosse previsto,
Ž SEMPRE EXIGêVEL, embora a efetiva previs‹o do resultado no caso concreto
n‹o esteja presente em todos os crimes culposos (eis que na culpa inconsciente
o agente n‹o prev• o resultado, que era previs’vel).
Os crimes somente s‹o punidos a t’tulo de culpa quando houver expressa
previs‹o legal nesse sentido. Caso contr‡rio, somente se pune a modalidade
dolosa. Vejamos a reda•‹o do ¤ œnico do art. 18 do CP:
Art. 18 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime doloso (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; (Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime culposo (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprud•ncia, neglig•ncia ou
imper’cia.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - Salvo os casos expressos em lei, ninguŽm pode ser punido por fato
previsto como crime, sen‹o quando o pratica dolosamente. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 11.7.1984)

Por fim, tais crimes admitem a substitui•‹o da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos, nos termos do art. 44, I do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

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47.! (FCC - 2013 Ð ASSEMBLEIA LEGISLATIVA-PB - PROCURADOR)


O par‡grafo œnico do art. 14 do C—digo Penal pune a tentativa,
caracterizando-se como norma de extens‹o da
a) tipicidade.
b) desist•ncia volunt‡ria.
c) culpabilidade formal.
d) culpabilidade material.
e) reprova•‹o social.
COMENTçRIOS: A tentativa Ž norma de extens‹o da tipicidade, uma vez que o
tipo penal prev• (em regra) a puni•‹o pela consuma•‹o do delito, e n‹o por sua
tentativa.

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Assim, para que se possa punir aquele que n‹o consumou o delito, Ž necess‡ria
uma norma de extens‹o, a fim de que se possa considerar como t’pica sua
conduta, e Ž o que faz o art. 14, II e seu ¤ œnico do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

48.! (FCC - 2013 - TCE-SP - AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS)


A respeito da rela•‹o de causalidade, Ž INCORRETO afirmar:
a) Se o evento resultou de causa absolutamente independente, o agente
por ele responde a t’tulo de culpa.
b) Concausa Ž a conflu•ncia de uma causa na produ•‹o de um mesmo
resultado, estando lado a lado com a a•‹o do agente.
c) A superveni•ncia de causa relativamente independente exclui a
imputa•‹o quando, por si s—, produziu o resultado, imputando-se, porŽm,
os fatos anteriores a quem os praticou.
d) O C—digo Penal brasileiro considera causa a a•‹o ou omiss‹o sem a
qual o resultado n‹o teria ocorrido.
e) O resultado, de que depende a exist•ncia do crime, somente Ž
imput‡vel a quem lhe deu causa.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Nesse caso, o agente n‹o responde pelo resultado, mas apenas pelos
atos j‡ praticados;
B) CORRETA: O item est‡ correto, pois esta Ž a perfeita defini•‹o de concausa,
ou seja, uma causa externa que se alia ˆ conduta do agente;
C) CORRETA: O item est‡ correto, na forma do art. 13, ¤1¼ do CP:
Art. 13 (...)
¤ 1¼ - A superveni•ncia de causa relativamente independente exclui a imputa•‹o
quando, por si s—, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se
a quem os praticou. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
D) CORRETA: Item correto, conforme a defini•‹o do art. 13 do CP, que
corresponde ˆ teoria da equival•ncia dos antecedentes:
Rela•‹o de causalidade(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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Art. 13 - O resultado, de que depende a exist•ncia do crime, somente Ž imput‡vel a


quem lhe deu causa. Considera-se causa a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado
n‹o teria ocorrido. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
E) CORRETA: Item correto, conforme art. 13 do CP:
Art. 13 - O resultado, de que depende a exist•ncia do crime, somente Ž imput‡vel a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado
n‹o teria ocorrido. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA ƒ A LETRA A.

49.! (FCC - 2013 - TJ-PE - JUIZ)


O arrependimento posterior

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a) n‹o influi no c‡lculo da prescri•‹o penal.
b) prescinde de voluntariedade do agente.
c) deve ocorrer atŽ o oferecimento da denœncia ou da queixa.
d) constitui circunst‰ncia atenuante, a ser considerada na segunda etapa
do c‡lculo da pena.
e) pode reduzir a pena abaixo do m’nimo previsto para o crime.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: O arrependimento posterior Ž causa obrigat—ria de diminui•‹o de
pena, de forma que influenciar‡ no c‡lculo do prazo prescricional, que Ž obtido
usando-se como par‰metro a pena m‡xima abstratamente comina ao crime;
B) ERRADA: O arrependimento posterior deve ser volunt‡rio, ou seja, n‹o
prescinde da voluntariedade do agente, embora n‹o se exija que seja
espont‰neo, conforme art. 16 do CP;
C) ERRADA: O item est‡ errado, pois o arrependimento posterior deve ocorrer
atŽ o RECEBIMENTO da denœncia ou queixa, conforme disp›e o art. 16 do CP:
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa, reparado o
dano ou restitu’da a coisa, atŽ o recebimento da denœncia ou da queixa, por ato
volunt‡rio do agente, a pena ser‡ reduzida de um a dois ter•os. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
D) ERRADA: O item est‡ errado. A aplica•‹o da pena possui tr•s fases: Na
primeira o Juiz fixa a pena base; Na segunda, aplica as atenuantes e agravantes;
e na terceira aplica as causas de aumento e as causas de diminui•‹o de pena. O
arrependimento posterior Ž uma causa obrigat—ria de diminui•‹o de pena, a ser
aplicado na TERCEIRA fase da aplica•‹o da pena;
E) CORRETA: O item est‡ correto pois, em sendo causa obrigat—ria de diminui•‹o
de pena, aplic‡vel na terceira fase da dosimetria da pena, o arrependimento
posterior deve ser aplicado no patamar legal (redu•‹o de um a dois ter•os), ainda
que a pena final fique abaixo do m’nimo previsto abstratamente para o delito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

7! GABARITO
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1.! ALTERNATIVA A
2.! ALTERNATIVA E
3.! ALTERNATIVA C
4.! ALTERNATIVA E
5.! ALTERNATIVA B
6.! ALTERNATIVA D
7.! ALTERNATIVA C

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8.! ALTERNATIVA B
9.! ALTERNATIVA C
10.! ALTERNATIVA C
11.! ALTERNATIVA C
12.! ALTERNATIVA D
13.! ALTERNATIVA E
14.! ALTERNATIVA C
15.! ALTERNATIVA A
16.! ALTERNATIVA B
17.! ALTERNATIVA D
18.! ALTERNATIVA B
19.! ALTERNATIVA A
20.! ALTERNATIVA D
21.! ALTERNATIVA D
22.! ALTERNATIVA D
23.! ALTERNATIVA B
24.! ALTERNATIVA C
25.! ALTERNATIVA B
26.! ALTERNATIVA A
27.! ANULADA
28.! ALTERNATIVA A
29.! ALTERNATIVA E
30.! ALTERNATIVA C
31.! ALTERNATIVA C
32.! ALTERNATIVA B
33.! ALTERNATIVA A
34.! ALTERNATIVA C
00000000000

35.! ALTERNATIVA A
36.! ANULADA
37.! ALTERNATIVA B
38.! ALTERNATIVA A
39.! ALTERNATIVA B
40.! ALTERNATIVA D
41.! ALTERNATIVA D
42.! ALTERNATIVA B
43.! ALTERNATIVA C
44.! ALTERNATIVA E

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45.! ALTERNATIVA E
46.! ALTERNATIVA B
47.! ALTERNATIVA A
48.! INCORRETA A
49.! ALTERNATIVA E

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