Você está na página 1de 107

DIREITO

ADMINISTRATIVO
Responsabilidade Civil do Estado

Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes

Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais
do Gran Cursos Online. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer
outra forma de uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o
transgressor às penalidades previstas civil e criminalmente.

CÓDIGO:
230303515263

DIOGO SURDI

Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo


em concursos públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se
destacam: Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário
do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do Brasil (2012) e Técnico
Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Responsabilidade Civil Do Estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1. Conceito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2. Evolução das Teorias de Responsabilização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1. Teoria da Irresponsabilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.2. Teoria da Culpa Civil (ou Culpa Comum). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.3. Teoria da Culpa Administrativa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.4. Teoria do Risco Administrativo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.5. Teoria do Risco Integral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.6. Teoria do Risco Social. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3. Responsabilidade Decorrente de Ação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.1. Ação de Indenização e Ação Regressiva. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.2. Denunciação à Lide e Litisconsórcio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

4. Responsabilidade Decorrente de Omissão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30


4.1. Omissão Genérica e Omissão Específica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
5. Diferenças Entre as Responsabilidades Decorrentes de Ação e Omissão. . . . . . . 34
6. Responsabilidade das Prestadoras de Serviço Público . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
7. Responsabilidade dos Notários (Tabeliães e Registradores). . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
8. Responsabilidade Decorrente de Obras Públicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
9. Responsabilidade por Atos Legislativos e Judiciais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Mapas Mentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 3 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

APRESENTAÇÃO
Olá, pessoal, tudo bem? Espero que sim!
Na aula de hoje, estudaremos a Responsabilidade Civil do Estado, assunto repleto de
entendimentos jurisprudenciais do STF e do STJ.

Obs.: Para Otimizar a Preparação:


É importante focar na diferença entre as responsabilidades objetiva e subjetiva,
bem como compreender a previsão da Constituição Federal relacionados com a
responsabilidade civil do Estado (art. 37, § 6º).

Grande Abraço a todos e boa aula!


Diogo

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 4 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

1. CONCEITO
CONCEITO
O Estado, como pessoa jurídica de direito público, possui como principal atividade
assegurar a integridade e o bem estar da coletividade. Para que isso ocorra, o Poder
Público, por meio dos diversos órgãos e entidades que compõem a administração pública,
faz uso do exercício dos agentes públicos.
Assim, é por meio dos agentes públicos que o Estado consegue realizar ações concretas para
alcançar os seus objetivos. Caso tais ações resultem em danos aos particulares, nada mais justo do
que a responsabilização do Estado e a obrigação deste em indenizar aqueles que forem lesados.
A atuação dos agentes públicos, por sua vez, pode dar ensejo a três diferentes esferas de
responsabilização, sendo elas a penal (para os crimes e contravenções), a administrativa (para as
infrações disciplinares) e a civil (para as situações que acarretem danos patrimoniais ou morais).
Importante salientar que tais esferas são independentes entre si e podem ser aplicadas,
via de regra, de forma cumulativa.

EXEMPLO
Caso um servidor público utilize, mediante chantagem e extorsão, o veículo da repartição
em que trabalha para atividades particulares e, durante o trajeto, avance o sinal vermelho e
colida com um veículo particular, teremos a responsabilização nas três esferas.
Neste caso, além de ser responsabilizado administrativamente pelo ato de improbidade
administrativa e penalmente por ter praticado crime de extorsão, responderá o servidor
civilmente pelos prejuízos que tenha causado a terceiros.
Na hipótese, a responsabilidade civil será do Estado, que terá a obrigação de indenizar os
particulares pelos prejuízos causados pela ação do servidor.
Cumpre salientar que o conceito de agente público, para efeito de responsabilização, é
bastante amplo, abrangendo inclusive aqueles que exercem suas atribuições em caráter
temporário ou sem o recebimento de remuneração.

DICA
A principal finalidade do Poder Público é garantir o bem
estar da coletividade.
Para alcançar este bem estar, o Estado promove uma série
de ações. Como o Estado é uma pessoa jurídica, suas ações
são executadas pelos agentes públicos.
Em caso de dano decorrente das ações de tais agentes, é
o Estado quem deve ser responsabilizado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 5 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

A responsabilidade civil do Estado, também conhecida como responsabilidade


extracontratual, pode ser entendida como o meio através do qual as ações e omissões do
Poder Público são passíveis de indenização aos particulares.
O motivo da responsabilidade civil do Estado também ser conhecida como extracontratual
deve-se ao fato de não estar fundamentada em um pacto expresso com os particulares.
Se assim o fosse, ou seja, se estivéssemos diante de uma responsabilidade contratual, a
responsabilização do Poder Público estaria condicionada à celebração de um contrato (ou
outra espécie de pacto) com cada um dos administrados.
Quatro são os elementos necessários para que reste configurada a responsabilidade
civil do Estado:
a) ato causado por um agente público ou decorrente de uma omissão do Poder Público.
b) ocorrência de dano, que poderá ser patrimonial ou moral.
c) nexo de causalidade entre o dano sofrido pelo particular e o ato praticado pelo
agente público.
d) alteridade, que implica na obrigação de que o prejuízo sofrido tenha sido provocado
por outra pessoa que não o particular lesado e que não estejamos diante de uma situação
onde o dano foi provocado por culpa exclusiva da vítima.

EXEMPLO
Carlos, agente público de saúde, está levando uma paciente para consultar no hospital regional.
Por imprudência, adentra com o veículo da repartição na contramão, situação que acaba por
ocasionar um acidente com outro veículo que trafegava normalmente.

Houve um ato causado por agente público?

Certamente que sim.

Houve dano?

Afirmativo, uma vez que a colisão trouxe prejuízo ao particular.

Houve nexo de causalidade?

Sim, pois o dano apenas ocorreu em virtude da ação do agente público.

Houve alteridade?

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 6 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Considerando que o prejuízo foi praticado por outra pessoa que não o particular e que não
houve culpa exclusiva desta (que transitava legalmente com seu veículo), podemos afirmar
que tal requisito também está preenchido.
Logo, uma vez que os quatro requisitos estão preenchidos, estamos diante da responsabilidade
civil do Estado.

2. EVOLUÇÃO DAS TEORIAS DE RESPONSABILIZAÇÃO


Diversas foram as teorias que tentaram explicar a forma como deveria ocorrer a
responsabilização do Estado diante de danos causados aos particulares.
Neste contexto, a responsabilização do Poder Público passou pelo período da completa
irresponsabilidade, evoluiu para a teoria civilista e, posteriormente, para as teorias
publicistas.
A teoria civilista tinha como principal objetivo tentar equiparar os agentes públicos
aos particulares, de forma que apenas haveria responsabilidade do Estado nas estritas
hipóteses em que o particular lesado conseguisse provar que o agente tivesse agido com
dolo ou culpa.
As teorias publicistas, por sua vez, representaram um grande avanço para os
administrados. Por meio delas, não haveria mais a necessidade de comprovação de dolo
ou culpa do Estado, mas sim apenas a configuração de dano aos particulares decorrente
da atividade pública ou então a omissão ou falha na prestação de um serviço público.
Pode-se afirmar, dessa forma, que a evolução das teorias de responsabilização do Poder
Público está diretamente ligada à própria evolução das atividades estatais. Se antes o Estado

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 7 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

se preocupava apenas com as necessidades básicas da população, nos dias atuais é dever
da administração pública assegurar o bem estar de toda a coletividade, dando ensejo ao
surgimento do “Estado do bem estar social”.

2.1. TEORIA DA IRRESPONSABILIDADE


Fruto dos regimes absolutistas, afirmava que o rei era uma entidade enviada por Deus
e que, por isso mesmo, não cometia erros. Assim, ainda que houvesse situações em que a
administração pública causasse danos à população, a responsabilização jamais ocorreria.
Como o Estado, na maioria das vezes, era fruto do feudalismo e das regalias, parte da
doutrina chama a teoria da irresponsabilidade estatal de regalista ou feudal.
Dado o seu caráter injusto, e considerando que o Poder Público também tinha a obrigação
de garantir a integridade e o bem estar social da coletividade, a irresponsabilidade do Estado
deixou de ser aplicada com o passar dos anos (Estados Unidos e França foram os últimos
países a abandonar tal corrente).
Importante salientar que a teoria da irresponsabilidade não chegou a vigorar
majoritariamente em nosso país. No entanto, a mesma é utilizada, nos dias atuais, para
a responsabilização dos atos legislativos e judiciários.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 8 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

2.2. TEORIA DA CULPA CIVIL (OU CULPA COMUM)


Evoluindo no conceito de responsabilização do Poder Público, a teoria da culpa comum
tinha como principal propósito igualar a relação entre o Estado e os administrados com a
relação entre particulares.
Dessa forma, a administração pública apenas seria responsabilizada por eventuais
prejuízos causados à coletividade caso os particulares lesados conseguissem provar que
houve dolo (intenção) ou culpa dos agentes públicos no desempenho de suas atividades.
No entanto, como o ônus da prova era do particular (que tinha que provar a culpa ou
dolo do agente público), eram raras as situações em que os administrados conseguiam
receber alguma indenização do Poder Público.
Como havia a necessidade da ocorrência de um ato com dolo ou culpa dos agentes
públicos, tal teoria é classificada como subjetiva. Salienta-se que tal teoria é a aplicada,
atualmente, no âmbito das relações entre particulares, sendo necessário, para a sua
configuração, a presença dos seguintes elementos:

EXEMPLO
João e sua família estão viajando de férias à bordo de seu veículo. Um pedestre que ali se
encontra, por imprudência, joga um objeto na pista, de forma que João não consegue desviar
e acaba tendo que passar, com seu veículo, por cima do mesmo.
Como resultado, temos que o automóvel de João é danificado, resultando, além dos danos
materiais, em danos morais decorrentes da impossibilidade de concluir a viagem.

Houve dano?

Sim, pois o automóvel de João foi danificado e a viagem de férias teve que ser cancelada.

Houve culpa?

Sim, uma vez que o pedestre agiu com imprudência ao jogar o objeto na pista.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 9 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Houve nexo de causalidade?

Certamente, pois o dano apenas ocorreu em virtude do ato praticado pelo pedestre.
Logo, deverá o particular ser indenizado com base na teoria da culpa comum.

2.3. TEORIA DA CULPA ADMINISTRATIVA


Com o aparecimento do Estado do bem estar social, coube ao Poder Público o
oferecimento de condições sociais e direitos que iam muito além das atividades básicas
até então asseguradas.
Se antes o Estado se preocupava em garantir a liberdade e os direitos civis e políticos da
população (os direitos de primeira geração, também conhecidos como direitos negativos),
com a entrada em vigor do “bem estar social”, passou o Poder Público a ter que oferecer
uma série de novos direitos, tais como os sociais e culturais.
Logo, dada a evolução dos direitos assegurados pelo Estado, a responsabilização estatal,
como consequência, evoluiu no mesmo sentido.
Uma vez que o Estado tem a obrigação de prestar serviços públicos de qualidade para
a população, o que leva-se em conta, para efeitos de verificação da responsabilidade, não
é o agente público (como ocorria na teoria da culpa civil), mas sim o serviço público como
um todo. Por este motivo, tal teoria também é conhecida como culpa anônima.
Ainda que seja uma teoria de caráter subjetivo (com a necessidade da comprovação de
dolo ou culpa no desempenho do serviço público prestado), a teoria da culpa administrativa
foi um dos maiores avanços no âmbito da responsabilização estatal.
Basta observarmos, por exemplo, que tal teoria é a utilizada, em nosso ordenamento,
para as hipóteses de omissão ou falha na prestação dos serviços públicos, sendo exigidos,
para sua configuração, os seguintes elementos:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 10 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

EXEMPLO
No bairro onde Alcides mora, as ruas constantemente são inundadas em virtude de problemas
no encanamento das vias públicas. Alcides, preocupado com a situação, reúne os moradores
do bairro e protocola, junto à prefeitura de sua cidade, um pedido para que o Poder Público
resolva a situação.
Seis meses depois, a cidade onde Alcides reside é atingida por fortes chuvas, de forma que
sua casa é inundada e o mesmo perde uma série de móveis que guarneciam sua residência.

Houve dano?

Sim, pois Alcides perdeu bens móveis que até então eram de sua propriedade. Além disso, alguns
destes bens podem ter um valor sentimental inestimável, o que daria ensejo à configuração,
também, de dano moral.

Houve falha ou omissão do poder público?

Certamente. Ainda que a prefeitura alegue que as chuvas são eventos da natureza alheios
ao Poder Público, o fato de Alcides e os demais moradores terem protocolado pedido de
solução para o problema (que residia no encanamento público), configura omissão/falha na
obrigação do Estado de garantir a integridade da coletividade.

Houve nexo de causalidade?

Sim, pois os danos sofridos por Alcides apenas ocorreram em virtude da omissão/falha do
Poder Público.

2.4. TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO


Por meio desta teoria, o Estado é obrigado a indenizar o particular em todas as situações
em que aconteça dano, ainda que não haja dolo ou culpa do agente público na prestação
dos serviços estatais.
O risco administrativo, dessa forma, representa o maior avanço na responsabilização
do Poder Público: se antes, por meio das teorias da culpa civil e da culpa administrativa,
exigia-se a comprovação de dolo, culpa ou fraude (teorias de caráter subjetivo), com o risco
administrativo a obrigação do Estado passou a existir com a simples existência de dano
para o particular.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 11 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Assim, podemos afirmar que todas as condutas dos agentes públicos causadoras de
danos, sejam elas lícitas ou ilícitas, dão ensejo à responsabilização estatal.
Atualmente, esta teoria é aplicada para a responsabilização do Estado nos casos
decorrentes de ação dos agentes públicos e para as situações em que o Poder Público
estiver na situação de “garante”, ou seja, com a obrigação de manter a integridade das
pessoas sob sua custódia.
Para que a teoria do risco administrativo esteja configurada, os seguintes elementos
são necessários:

EXEMPLO
Carlos, servidor público, está desempenhando regularmente suas atividades na repartição. A
função de Carlos é a de arquivar e desarquivar processos. Certo dia, atendendo ao pedido de
um advogado (que solicitara a carga dos autos de um processo), Carlos dirigiu-se ao arquivo da
repartição. Ao retornar com o processo em mãos, no entanto, tropeçou e acabou derrubando
todos os volumes em cima do advogado, que, com a queda, teve ferimentos leves.

Houve dano?

Sim, pois o advogado teve ferimentos.

Houve nexo de causalidade?

Sim, pois os danos ocorreram em virtude da atividade de Carlos.


Logo, deverá haver a responsabilização do Poder Público.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 12 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

EXEMPLO
Em um presídio regional, diversos presos, em protesto às péssimas condições de manutenção,
organizam uma rebelião que tem como resultado a morte de cinquenta detentos.
Nesta situação, notem que houve uma omissão do Poder Público. No entanto, ao contrário do
que ocorre na teoria da culpa administrativa, aqui o Estado está na situação de garante, ou
seja, obrigado a garantir a integridade de todas as pessoas que estejam sob a sua custódia.
E isso vale não só para os presídios públicos, como também para as escolas públicas, hospitais
públicos e todas as demais repartições em que for obrigação do Estado primar pela segurança
das pessoas sob a sua guarda.
Nestas situações, ainda que ocorra a omissão do Estado, a responsabilização deverá ocorrer
com base na teoria do risco administrativo, ou seja, sem a necessidade de comprovação de
omissão ou falha na atuação da administração pública.

Importante salientar que, quando estivermos diante de uma conduta lícita do Poder
Público, a responsabilização ocorrerá sempre que o dano ao particular for anormal, específico
ou extraordinário.
No entanto, seria altamente perigoso se esta teoria não admitisse excludentes de
responsabilização. Se assim o fosse, o Estado seria obrigado a indenizar todos os danos
envolvendo ações do Poder Público, mesmo que o agente estatal não tivesse sido o culpado
pelo respectivo dano.
Para evitar que isso ocorra, a doutrina admite que sejam analisados os excludentes de
responsabilidade, que podem ser de caráter total ou parcial.
No primeiro caso, estamos diante de uma situação em que o particular foi o único culpado
pelos danos causados, gerando, como consequência, a exclusão da responsabilização do
Poder Público.
Na segunda situação, ambas as partes foram culpadas pelo dano, motivo que faz com
que a responsabilização do Estado seja atenuada.

EXEMPLO
Um servidor público está dirigindo o veículo oficial. Um particular, embriagado, atravessa na
contramão e colide com o veículo estatal, causando danos aos dois veículos.
Aplicando o excludente total, temos que a administração não está obrigada a indenizar os
danos causados, que devem ser, em sua totalidade, responsabilizados pelo particular.
Agora imaginemos que este servidor estivesse dirigindo o veículo público quando, por
imprudência, guiou o mesmo para a contramão. No entanto, não percebe o servidor que um
veículo particular, que estava vindo em sentido contrário, também estava na contramão.
Quando ambos os carros tentam retornar para a pista correta, há uma colisão entre eles,
exatamente em cima da faixa que divide as duas pistas.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 13 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

E agora, o que fazer? Responsabilizar a administração ou o particular?

Neste caso, percebam que os dois veículos estavam errados quando houve a colisão, de forma
que não seria justo a administração ser responsabilizada por todo o dano causado. Da mesma
forma, não seria correto responsabilizar apenas o particular.
Assim, aplicando o excludente parcial de responsabilidade, temos que a administração apenas
arcará com a indenização proporcionalmente aos danos causados.

Sobre os excludentes de responsabilização, a doutrina amplamente majoritária adota


os seguintes entendimentos:
a) culpa exclusiva da vítima ou de terceiro: exclusão da responsabilidade do Estado.
b) culpa concorrente da vítima ou de terceiro: atenuação da responsabilidade do Estado.
c) caso fortuito ou força maior: quase sempre tratados como sinônimos, implicando na
exclusão da responsabilização (corrente majoritária) ou na atenuação da responsabilização
(entendimentos minoritários).
Ainda com relação aos excludentes de responsabilização, devemos conhecer o entendimento
do STJ no sentido de afirmar que as esferas criminal e civil são independentes. Logo, caso
estejamos diante de uma situação em que haja excludente de ilicitude penal, a conduta,
ainda assim, poderá gerar a responsabilidade civil do Poder Público.

JURISPRUDÊNCIA
Resp. 1266517. A Administração Pública pode responder civilmente pelos danos
causados por seus agentes, ainda que estes estejam amparados por causa excludente
de ilicitude penal.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 14 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

001. (CEBRASPE/CESPE/PJ/MPE SE/MPE SE/2022) Com base na doutrina clássica e na


jurisprudência do STF, é correto afirmar que, quanto à responsabilidade civil do Estado, a
Constituição Federal de 1988 adota, em regra, a
a) teoria da culpa anônima.
b) teoria da irresponsabilidade.
c) teoria da falta do serviço.
d) teoria do risco integral.
e) teoria do risco administrativo.

Quanto à responsabilidade civil do Estado, a Constituição Federal de 1988 adota, em


regra, a teoria do risco administrativo, de caráter objetivo. De acordo com esta teoria, a
responsabilidade ocorrerá quando estiverem presentes os seguintes elementos: dano,
conduta do agente e nexo de causalidade.
Letra e.

2.5. TEORIA DO RISCO INTEGRAL


A teoria do risco integral em muito se assemelha à do risco administrativo, com a
diferença de que no primeiro caso não são admitidos os excludentes total ou parcial de
responsabilidade.
Dessa forma, o risco integral determina que o Poder Público está obrigado a indenizar
todos os danos que envolvam a atuação estatal, ainda que estes se originem de eventos
da natureza, de caso fortuito ou força maior ou até mesmo de culpa exclusiva da vítima.
Tal situação coloca o Estado na qualidade de “segurado universal”.
De acordo com a doutrina majoritária, tal teoria é rejeitada como forma de responsabilização
dos atos da administração pública. No entanto, parte da doutrina (em especial a professora
Maria Sylvia Zanella Di Pietro) afirma que, em determinadas situações, o Estado está
obrigado a indenizar o particular com base na teoria do risco integral.
Tais situações, de acordo com este entendimento doutrinário, são as seguintes:
a) o dano decorrente de operações nucleares;
b) os atentados terroristas em aeronaves;
c) o dano ambiental;
Importante salientar que não são raras as vezes em que as bancas afirmam que não é
admitido, em nosso ordenamento, a teoria do risco integral. Por outro lado, as situações

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 15 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

acima, quando expostas, podem ter como resposta que a teoria que as fundamenta é a
do risco integral.
Assim, ainda que pareça estarmos diante de uma contradição, temos que analisar as
questões caso a caso, resolvendo-as da seguinte forma:

2.6. TEORIA DO RISCO SOCIAL


Como decorrência da evolução da responsabilização estatal, o STF já tem se manifestado
pela existência do “risco social”. Por meio desta teoria, a responsabilização mudaria de foco
para sua comprovação, passando do agente causador do dano para a vítima do mesmo.
Logo, como trata-se de entendimento recente, é bastante provável que as bancas
organizadoras comecem a exigir o conhecimento do assunto.
Neste sentido, merece destaque o entendimento de José dos Santos Carvalho Filho:

Em tempos atuais, tem-se desenvolvido a teoria do risco social, segundo a qual o foco da
responsabilidade civil é a vítima, e não o autor do dano, de modo que a reparação estaria a cargo
de toda a coletividade, dando ensejo ao que se denomina de socialização dos riscos - sempre
com o intuito de que o lesado não deixe de merecer a justa reparação pelo dano sofrido.

A teoria do risco social veio à tona com a realização da Copa do Mundo de 2014. Com a
publicação da Lei Geral da Copa (Lei 12.663/2012), o artigo 23 da norma foi objeto de ADI
junto ao STF. Vejamos o teor do artigo em questão:

Art. 23, A União assumirá os efeitos da responsabilidade civil perante a FIFA, seus representantes
legais, empregados ou consultores por todo e qualquer dano resultante ou que tenha surgido
em função de qualquer incidente ou acidente de segurança relacionado aos eventos, exceto se
e na medida em que a FIFA ou a vítima houver concorrido para a ocorrência do dano.

O motivo da ADI foi que a norma regulamentadora da Copa do Mundo apresentava uma
situação que confrontava com a teoria da responsabilidade objetiva vigente em nosso
ordenamento (risco administrativo), de forma que estava-se estabelecendo uma clara
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 16 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

hipótese de responsabilidade por risco integral (uma vez que a união estaria obrigada a
assumir a responsabilidade por todos os danos relacionados à realização da Copa do Mundo).
Em decisão histórica, o STF decidiu que a presente situação não caracterizava risco
administrativo ou risco integral. Na hipótese, estávamos diante da Teoria do Risco Social.

JURISPRUDÊNCIA
Reputou que a espécie configuraria a teoria do risco social, uma vez tratar de risco
extraordinário assumido pelo Estado, mediante lei, em face de eventos imprevisíveis,
em favor da sociedade como um todo. Acrescentou que o artigo impugnado não se
amoldaria à teoria do risco integral, porque haveria expressa exclusão dos efeitos da
responsabilidade civil na medida em que a FIFA ou a vítima houvesse concorrido para
a ocorrência do dano. Anotou que se estaria diante de garantia adicional, de natureza
securitária, em favor de vítimas de danos incertos que poderiam emergir em razão
dos eventos patrocinados pela FIFA, excluídos os prejuízos para os quais a entidade
organizadora ou mesmo as vítimas tivessem concorrido.

O fundamento desta teoria é que diante de um evento que traz benefícios para toda
a coletividade (tal como a realização da Copa do Mundo), a responsabilização estatal deve
ser partilhada por toda a população.
Assim, o risco social pode ser entendido como a coletivização da responsabilidade
objetiva. Nestas situações, ainda que o particular tenha sofrido um dano, é a coletividade
(normalmente por meio das contribuições tributárias) que financia a responsabilização.

EXEMPLO
Caso um empregado sofra um dano decorrente de acidente de trabalho, não poderá ele
acionar o empregador diretamente. Mas receberá do Poder Público um auxílio previdenciário
como forma de indenização pelos danos sofridos.
E como quem contribui para o financiamento da seguridade social é, dentre outros, a população
em geral, estamos diante da responsabilidade baseada no risco social.

As teorias de responsabilização apresentadas podem ser resumidas por meio do seguinte


quaro sinótico:
Teoria da irresponsabilidade estatal O Estado jamais era responsabilizado pelos danos causados.
Para que houvesse responsabilização, o particular deveria
Teoria da culpa civil (culpa anônima)
comprovar a culpa do agente estatal. (subjetiva)
Para que haja responsabilização, o particular deve comprovar
Teoria da culpa administrativa
a omissão ou falha na prestação do serviço público. (subjetiva)
Para que haja responsabilização, basta que haja uma conduta do
Teoria do risco administrativo
Poder Público causadora de danos aos particulares. (objetiva)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 17 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

O Estado é responsabilizado por todos os danos decorrentes de


suas ações, ainda que tenha ocorrido a culpa do particular ou o
Teoria do risco integral dano seja proveniente de eventos alheios (caso fortuito, força
maior ou eventos da natureza).
Em certas situações, a responsabilização estatal é compartilhada
Teoria do risco social
por toda a coletividade. (objetiva)

DICA
As teorias subjetivas são assim chamadas pelo fato de
haver a necessidade de comprovação da culpa do agente
público ou da falha ou omissão dos serviços prestados.
O sujeito da prestação do serviço público deve ter atuado
com culpa ou dolo.
Nas teorias objetivas, ao contrário, não há a necessidade
de tal comprovação. Uma vez ocorrido o dano, ainda que
este não seja resultante de culpa ou dolo do Poder Público,
caberá ao Estado indenizar o particular.

3. RESPONSABILIDADE DECORRENTE DE AÇÃO


A responsabilidade da administração pública pode ser, conforme já afirmamos, tanto
por ação quanto por omissão. E é a constituição federal, por meio do artigo 37, § 6º, que
apresenta o principal dispositivo a ser seguindo quanto à responsabilidade estatal:

Art. 37, §6º, As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

De início, temos que as pessoas que estão obrigadas a responder pelos danos causados
a particulares podem ser divididas em dois grupos:
a) pessoas jurídicas de direito público: toda a administração direta, as autarquias e
fundações públicas e as empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras
de serviços públicos.
b) pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos: são as
delegatárias de serviço público (concessionárias, permissionárias e autorizatárias).
Enquanto as empresas públicas e as sociedades de economia mista exploradoras
de atividade econômica, ainda que integrantes da administração pública indireta, não

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 18 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

respondem com base na teoria do risco administrativo perante terceiros, as concessionárias,


permissionárias e autorizatárias, mesmo que não integrem a administração pública,
respondem com base em tal teoria.
Logo, nas situações em que ocorrer danos aos particulares decorrentes de ação do
Poder Público, a teoria a ser aplicada será a do risco administrativo.

002. (CEBRASPE/CESPE/DPF/PF/2021) Acerca da responsabilidade civil do Estado, julgue o


item que se seguem.
Conforme a teoria do risco administrativo, uma empresa estatal dotada de personalidade
jurídica de direito privado que exerça atividade econômica responderá objetivamente pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, resguardado o direito de
regresso contra o causador do dano.

Uma empresa estatal dotada de personalidade jurídica de direito privado que exerça
atividade econômica não responderá objetivamente pelos danos que seus agentes causarem
a terceiros. Em sentido diverso, a responsabilidade civil das estatais exploradoras de atividade
econômica ocorrerá de forma semelhante ao que ocorre com as demais empresas privadas
(subjetivamente).
Apenas para as empresas públicas ou sociedades de economia mista prestadoras de serviços
públicos é que a responsabilidade será objetiva, conforme previsão constitucional.
Errado.

A teoria do risco administrativo é considerada uma teoria objetiva, pois não leva
em conta quem foi o agente que praticou o dano, mas sim se o mesmo foi cometido pela
administração pública no âmbito do direito público. Neste sentido, a doutrina aponta que
o termo agente públicos deve ser entendido em seu sentido lato, amplo, abrangendo não
apenas aqueles formalmente investidos de cargos públicos, mas sim todos que, mesmo
transitoriamente ou sem remuneração, desempenhem funções públicas.
No entanto, é fator imprescindível para restar configurada a responsabilidade estatal
que o agente público, ao praticar o dano, assim o faça devido a sua condição de agente,
ainda que extrapole suas atribuições.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 19 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

EXEMPLO
Vamos imaginar um policial que, ao sair da repartição e ainda estando com o uniforme de
trabalho, verifica um assalto sendo praticado e não pensa duas vezes antes de atirar com o
objetivo de acertar o assaltante.
Nesta situação, suponhamos que a bala tenha acertado um pedestre que ali passeava, e que,
devido ao tiro, teve sérios ferimentos.

Não há dúvidas, no caso narrado, de que a atuação do policial se deu em razão da sua
condição de agente público, não é mesmo?

Assim, ainda que não mais estivesse no horário de trabalho, deverá o Estado indenizar o
particular lesado dos danos a ele causados.
Situação diferente ocorreria, por exemplo, se o policial, estando em seu dia de folga, utilizasse
a arma da repartição para acertar algum inimigo pessoal seu.
Vejam que, ainda que a arma utilizada seja a da repartição e que a pessoa que tenha atirado
seja um policial, o mesmo não se encontra na condição de agente público, mas sim movido
por motivos de ordem pessoal, alheios as suas atribuições funcionais.

O próprio STF já decidiu neste sentido, por meio do RE 363.423/SP:

JURISPRUDÊNCIA
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. LESÃO CORPORAL. DISPARO DE ARMA DE FOGO
PERTENCENTE À CORPORAÇÃO. POLICIAL MILITAR EM PERÍODO DE FOLGA.
Caso em que o policial autor do disparo não se encontrava na qualidade de agente
público. Nessa contextura, não há falar de responsabilidade civil do Estado. Recurso
extraordinário conhecido e provido.

De tudo o que expomos, percebe-se que a teoria do risco administrativo (teoria objetiva)
é a regra em nosso ordenamento jurídico.

3.1. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO E AÇÃO REGRESSIVA


Vamos relembrar o dispositivo constitucional que trata da responsabilidade civil do
Estado (artigo 37, § 6º):

Art. 37, §6º, As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 20 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Agora o que nos interessa é a parte final do dispositivo, ou seja, o momento posterior
ao ato que causou lesão ao particular.
De acordo com o artigo acima, a administração possui assegurado para si o direito de
impetrar uma ação regressiva contra o servidor público que causar dano a algum particular,
mas isso somente será possível no caso de dolo (intenção do agente) ou culpa.

EXEMPLO
Inicialmente, o agente público, agindo em nome do Estado, pratica uma ação (independente
de ser ou não com dolo ou culpa) que resulta em dano ao particular.
Comprovado o dano, o Estado deve indenizar o particular pelos prejuízos causados, conforme
ação de indenização proposta por este.
Tendo indenizado o particular, o Poder Público pode, nos casos em que tiver ocorrido dolo ou
culpa do agente público, ajuizar a competente ação regressiva.

Logo, temos que enquanto a ação de indenização proposta pelo particular lesado possui
natureza objetiva (uma vez que independe de dolo ou culpa do agente público para a
sua configuração), a ação regressiva possui natureza subjetiva (de forma que apenas
poderá ser proposta caso o Estado comprove que o seu agente praticou a ação com dolo
(intenção) ou culpa).

003. (FGV/ATCE/TCE-AM/TCE-AM/AUDITORIA GOVERNAMENTAL/2021) O Estado do Amazonas


foi condenado a indenizar a contribuinte Maria, que sofreu danos materiais decorrentes
de ato ilícito praticado, no exercício da função, pelo Auditor Fiscal de tributos estaduais
Antônio. A Procuradoria Geral do Estado pretende ingressar com ação de regresso em face
do Auditor Antônio, visando ao ressarcimento do prejuízo causado ao Estado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 21 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

De acordo com o texto constitucional e com a doutrina de Direito Administrativo, a ação


indenizatória ajuizada por Maria contra o Estado está lastreada na responsabilidade civil:
a) objetiva, assim como a ação regressiva do Estado contra o Auditor Antônio, não havendo
que se perquirir acerca do dolo ou culpa do agente, eis que ambos os processos têm os
mesmos fatos como causa de pedir;
b) subjetiva, assim como a ação regressiva do Estado contra o Auditor Antônio, havendo
que se comprovar a existência do dolo ou culpa do agente, eis que ambos os processos têm
os mesmos fatos como causa de pedir;
c) subjetiva do ente público, em que há necessidade de se demonstrar o dolo ou culpa do
Auditor Antônio, mas é inviável a ação de regresso do Estado contra o agente público, pois
agiu no exercício das funções, exceto se tiver cometido algum crime;
d) subjetiva do ente público, em que não há necessidade de se demonstrar o dolo ou culpa
do Auditor Antônio, mas a ação de regresso do Estado contra o agente público está baseada
na responsabilidade civil objetiva, sendo imprescindível a demonstração do elemento
subjetivo do agente;
e) objetiva do ente público, em que não há necessidade de se demonstrar o dolo ou culpa
do Auditor Antônio, mas a ação de regresso do Estado contra o agente público está baseada
na responsabilidade civil subjetiva, sendo imprescindível a demonstração do elemento
subjetivo do agente.

No caso apresentado, a ação indenizatória ajuizada por Maria contra o Estado está lastreada
na responsabilidade civil objetiva do Poder Público. Por estarmos diante de uma teoria
objetiva, não há necessidade de comprovação do dolo ou da culpa do agente.
Posteriormente, após indenizar o particular lesado, verifica o Estado se o agente estatal
agiu com dolo ou culpa. Em caso positivo, pode ajuizar uma ação de ressarcimento. Logo, se
considerarmos que a ação regressiva apenas é possível quando o agente comprovadamente
agiu com dolo ou culpa, é correto afirmar que esta ação é de natureza subjetiva.
Letra e.

Como o Estado está obrigado a promover ações que viabilizem o ressarcimento ao erário,
e considerando que um possível acordo com o agente causador do dano pode, a depender
do valor global do prejuízo causado, levar um grande lapso de tempo, a Constituição Federal
assegura (e aqui trata-se de uma grande prerrogativa do Estado), a imprescritibilidade
da ação de ressarcimento.
Assim, caso um acordo tenha sido firmado entre o Estado e o agente causador do dano,
e este, posteriormente, venha a ser demitido (quebrando o vínculo com o Poder Público e

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 22 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

impossibilitando que seja realizado o desconto em folha de pagamento), poderá o Estado,


à qualquer tempo, ajuizar a ação de ressarcimento.
Temos apenas que tomar o cuidado para não confundirmos a imprescritibilidade da
ação de ressarcimento (regressiva) com o prazo prescricional previsto em lei para que o
particular ajuíze a ação indenizatória contra o Estado.
No tocante a este prazo, temos que ter bastante cuidado: Inicialmente, e seguindo a
literalidade do artigo 1º do Decreto 20.910, de 1932, toda a doutrina e os Tribunais Superiores
eram unânimes em afirmar que o prazo prescricional era de 5 anos.

Art. 1º, As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer
direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza,
prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem.

Com a entrada em vigor do novo Código Civil, de 2002, muitos autores, baseados no
artigo 206, § 3º, V, do citado diploma, passaram a considerar que o prazo para ajuizamento
da Ação de Indenização passou a ser de 3 anos.

Art. 206. Prescreve:


§ 3º Em três anos:
V – a pretensão de reparação civil;

Ao julgar o Resp. 1251993/PR, o STJ colocou fim ao impasse, afirmando claramente que
o prazo prescricional para o ajuizamento das Ações de Indenização contra o Poder Público
é de 5 anos.

JURISPRUDÊNCIA
ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. PRAZO PRESCRICIONAL.DECRETO N. 20.910/32.
QUINQUENAL. TEMA OBJETO DE RECURSO REPETITIVO.SÚMULA 168/STJ. INCIDÊNCIA.
1. A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que a prescrição contra a
Fazenda Pública é quinquenal, mesmo em ações indenizatórias, uma vez que é regida
pelo Decreto n. 20.910/32.Orientação reafirmada em recurso submetido ao regime
do art. 543-Cdo CPC (REsp 1251993/PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Primeira
Seção, DJe 19.12.2012).

EXEMPLO
Caio, agente público, praticou conduta que resultou em dano ao particular. Este, por sua
vez, ajuizou ação indenizatória contra o Poder Público (para tal, ele possui o prazo de 5 anos
contados da prática do ato).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 23 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Julgada procedente a ação, o Poder Público procedeu à indenização do particular lesado.


Posteriormente, verificou a administração que Caio, na conduta que resultou em dano ao
particular, agira com culpa. Nesta situação, e considerando que o Estado é obrigado a promover
as ações destinadas ao ressarcimento dos cofres públicos, firmou-se acordo mediante o qual
o Estado estava autorizado a descontar um percentual da remuneração de caio como forma
de ressarcimento.
Dois meses depois, no entanto, Caio pediu exoneração do cargo, situação que impossibilitou
a continuidade dos pagamentos como forma de ressarcimento. Nesta situação, promoveu
a administração pública a ação de ressarcimento (imprescritível, uma vez que baseada no
princípio da indisponibilidade do interesse público).

E caso Caio venha a falecer antes do término do ressarcimento, será que a dívida se
esgota?

Depende! Caso Caio tenha bens e estes tenham sido transferidos aos sucessores, estes serão
responsabilizados até o limite do valor do patrimônio transferido.

A imprescritibilidade das ações de ressarcimentos decorrentes de ilícitos civis, contudo,


sofreu alterações após o julgamento do Recurso Extraordinário 669069, realizado pelo STF
em fevereiro de 2016.
Se até o aquele momento todas as ações de ressarcimento decorrentes de ilícitos cíveis
eram pacificamente consideradas imprescritíveis, a jurisprudência, após o julgado em
questão, inclina-se no sentido de admitir que as ações de ressarcimento, salvo as hipóteses
expressamente ressalvadas, são prescritíveis.

JURISPRUDÊNCIA
RE 669069/MG, rel. Min. Teori Zavascki, 3.2.2016. (RE-669069)
É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito
civil. Esse o entendimento do Plenário, que em conclusão de julgamento e por
maioria, negou provimento a recurso extraordinário em que discutido o alcance da
imprescritibilidade da pretensão de ressarcimento ao erário prevista no § 5º do art. 37
da CF (“§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por
qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as
respectivas ações de ressarcimento”).
A Corte pontuou que a situação em exame não trataria de imprescritibilidade no
tocante a improbidade e tampouco envolveria matéria criminal.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 24 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Em 2018, em nova decisão sobre a imprescritibilidade das ações de ressarcimento,


o STF manifestou-se, no julgamento do RE 852475, peça imprescritibilidade da ação de
ressarcimento decorrente de ato doloso de improbidade administrativa.
Com base neste importante julgado, devemos levar para a prova as seguintes informações:
a) A ação de ressarcimento não mais é imprescritível para todos os danos decorrentes
de ilícitos civis.
b) No caso de ilícito civil que envolva matéria criminal, a ação de ressarcimento continua
sendo imprescritível, podendo o Estado ajuizar o ressarcimento a qualquer tempo.
c) No caso de ação de ressarcimento decorrente de improbidade administrativa, e
considerando que atualmente apenas são admitidos atos com natureza dolosa, a eventual
ação de ressarcimento é imprescritível.
c) Não há, ainda, uma definição acerca do prazo prescricional para as demais ações
de ressarcimento (aquelas que não são decorrentes de improbidade culposa ou de matéria
criminal). Ainda assim, uma eventual questão de prova cobrando o assunto deve ter
como resposta o prazo de 5 anos.
Podemos memorizar os prazos prescricionais das ações de indenização e de ressarcimento
por meio do seguinte quadro:

004. (CEBRASPE/CESPE/TCE TCE RJ/TCE RJ/TÉCNICO/2022) João, servidor público, praticou


ato administrativo que causou prejuízo a um particular. Percebendo a ilegalidade decorrente
da prática desse ato, João revogou-o. Mesmo assim, o particular resolveu pedir indenização
e ajuizou ação de responsabilidade civil do Estado em face do ato de João, alegando que o
dano já havia sido concretizado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 25 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir.


O Estado poderá ser condenado a pagar indenização ao particular em razão do dano causado
por João, desde que o particular comprove o dolo ou a culpa do servidor público na prática
do ato.

Para que o Estado seja condenado a indenizar o particular, não há necessidade de comprovação
do dolo ou da culpa do servidor, uma vez que vigora, em nosso ordenamento, a responsabilidade
objetiva do Estado.

Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Errado.

3.2. DENUNCIAÇÃO À LIDE E LITISCONSÓRCIO


Com a atuação estatal que resulte em danos aos particulares, muito se questiona se
estes poderão acionar diretamente os agentes públicos causadores do dano, se a ação de
indenização deve ser direcionada apenas para o Poder Público ou ainda se ambas as partes
(Poder Público e agente) podem figurar conjuntamente no polo passivo da demanda.
Boa parte destas dúvidas foram sanadas com o julgamento, pelo STF, do recurso
extraordinário 327.904:

JURISPRUDÊNCIA
A ação de indenização há de ser promovida contra a pessoa jurídica causadora do dano
e não contra o agente público, em si, que só responderá perante a pessoa jurídica que
fez a reparação, mas mediante ação regressiva.

Notem que com a presente decisão, o STF reforçou a garantia tanto do particular prejudicado
quanto do agente público causador do dano. No que se refere ao particular prejudicado, temos
que este possui uma maior garantia de que irá receber a competente indenização.

Como a ação de indenização apenas pode ser promovida contra o Estado, e não dire-
tamente contra o agente que causou o dano, a possibilidade do Poder Público pagar a
dívida é muito maior do que a do agente, concordam?

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 26 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Admitindo-se que a ação de indenização apenas pode ser proposta diretamente contra
a pessoa jurídica, evita-se a embaraçosa situação em que o particular ajuíza ação contra o
agente público, ganha a causa e posteriormente vem a não receber o valor indenizatório.

EXEMPLO
Luiz, em seu primeiro dia de trabalho, e estando no exercício regular de suas atividades,
pratica uma ação que resulta em dano patrimonial a Tavares.
Fazendo uso de seu direito, Tavares promove a ação de indenização perante o Poder Público.
Comprovado o dano, deve o poder estatal indenizar Tavares e ajuizar, caso tenha ocorrido
dolo ou culpa, ação regressiva contra Luiz.
Caso houvesse a possibilidade de Tavares ajuizar a ação de indenização contra Luiz, mesmo que
a decisão fosse pela condenação do servidor haveria a possibilidade de Tavares não receber
o valor em questão, uma vez que Luiz fora recém admitido no serviço público e, a depender
do valor total da condenação, não teria recursos para quitar o valor do dano.

Da mesma forma, a decisão em questão representa uma garantia ao agente público


que causou o dano, uma vez que apenas poderá ser demandado judicialmente mediante
ação regressiva proposta pelo Poder Público.

EXEMPLO
Tício, servidor público, recebe a ordem de serviço de dirigir-se até a empresa alfa com a
finalidade de verificar se os produtos lá existentes estão sendo vendidos dentro do prazo
de validade.
Lá chegando, constata que apenas um produto encontrava-se fora desta situação. Mesmo
assim, não pensa duas vezes antes de aplicar a sanção de interdição do estabelecimento por
5 dias.
A empresa alfa, sentindo-se prejudicada, ajuíza a competente ação judicial com a finalidade
de ser indenizada pelo “dano moral” decorrente do excesso de exação de Tício.
Caso fosse admitido que a empresa litigasse contra o agente público causador do dano,
teríamos que Tício, ainda que eventualmente não tivesse agido com dolo ou culpa, poderia
ser condenado a indenizar a empresa pelos danos decorrentes de sua ação.
Entretanto, como a ação somente pode ser proposta perante o Poder Público, temos que
a empresa alfa apenas poderá litigar contra o Estado, que, em caso de condenação, deverá
ressarcir a empresa pelos danos morais causados.
Já sabemos que o particular que se sentir lesado apenas poderá ajuizar a ação de indenização
perante o Estado (e não diretamente perante o agente público).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 27 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Mas será que


que o Poder Público, uma vez demandado, poderá denunciar à lide o agente
causador do dano, isto é, chamar o servidor que praticou a conduta para a mesma ação
em que está sendo verificado se houve ou não dano ao particular?

Inicialmente, vejamos o significado da expressão “denunciação à lide”: lide, no âmbito


jurídico, tem o significado de litígio, ou seja, uma questão a ser resolvida pelo poder judiciário
ante o argumento de cada uma das partes do processo. Denunciar à lide, de maneira bem
simples, nada mais é do que “chamar” uma terceira pessoa ao processo.
Assim, se João está litigando com Maria, pode ser necessário, para o correto desenrolar
do processo, denunciar à lide Letícia, que possui informações cabais para o correto
posicionamento do juiz.
No âmbito da responsabilidade civil do Estado, temos uma grande divergência entre os
principais tribunais de nosso país:
De acordo com o STF (e seguindo o entendimento da doutrina majoritária), não é possível
a denunciação à lide no âmbito das ações que envolvam a Responsabilidade Civil do Estado.
Neste sentido já se manifestou o tribunal, conforme teor no julgamento do RE 344.133:

JURISPRUDÊNCIA
Extrai-se da Constituição Federal de 1988 a distinção entre a possibilidade de imputação
da responsabilidade civil, de forma direta e imediata, à pessoa física do agente estatal,
pelo suposto prejuízo a terceiro, e o direito concedido ao ente público de ressarcir-se,
mediante ação de regresso, perante o servidor autor de ato lesivo a outrem, nos casos de
dolo ou de culpa. Consectariamente, se a ação indenizatória é intentada contra a pessoa
jurídica de direito público, resta, necessariamente, afastada a legitimidade passiva do
agente, não se podendo cogitar de legitimação passiva concorrente. (precedentes do
STF, RE n. 327904/SP e RE n. 344.133- 7/PE).

O STJ, porém, possui diversas decisões em sentido oposto, conforme o julgado abaixo,
ocorrido em 2013:

JURISPRUDÊNCIA
Na hipótese de dano causado a particular por agente público no exercício de sua
função, há de se conceder ao lesado a possibilidade de ajuizar ação diretamente contra
o agente, contra o Estado ou contra ambos. (STJ. 4ª Turma. REsp 1.325.862-PR, Rel.
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 5/9/2013).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 28 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

E o pior, pessoal: Ainda que haja esta divergência entre as principais Cortes do nosso
país, a ESAF, no concurso para Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil de 2012, promoveu
a seguinte questão:

005. (ESAF/RFB/2012/AUDITOR) Em relação ao tema da Responsabilidade Civil do Estado,


analise as questões a seguir, identificando se são verdadeiras (V) ou falsas (F).
Após a análise das opções, assinale aquela que apresenta a sequência correta.

(  ) Segundo a posição majoritária da doutrina administrativista, o fato de ser atribuída


responsabilidade objetiva a pessoa jurídica não significa exclusão do direito de agir
diretamente contra aquele agente do Poder Executivo que tenha causado o dano.
(  ) O cidadão prejudicado pelo evento danoso poderá mover ação contra pessoa jurídica
de direito público e contra o agente do Poder Executivo responsável pelo fato danoso
em litisconsórcio facultativo, já que são eles ligados por responsabilidade solidária.
(  ) Como a responsabilidade do agente causador do dano acompanha a responsabilização
do Estado, será cabível ação de regresso quando o Estado houver sido responsabilizado
objetivamente ainda que o agente não tenha agido com dolo ou culpa.
(  ) São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao Erário movidas pelo Estado contra
seus servidores que tenham praticado ilícitos dos quais decorram prejuízos aos
cofres públicos.

a) V, V, V, V
b) F, V, V, V
c) V, F, V, V
d) V, V, F, V
e) V, V, V, F.]

O item I está correto, uma vez que, após ser responsabilizada, a administração pública pode
impetrar ação regressiva contra o servidor, no caso de dolo ou culpa.
O item II foi a grande controvérsia da questão, uma vez que ambos os tribunais superiores
(STJ e STF), conforme verificado, possuem entendimentos opostos no que se refere à
possibilidade do particular mover, diretamente, ação contra o Poder Público, contra o
servidor ou ainda em litisconsórcio.
E você, na hora da prova, o que marcaria?

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 29 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Muitos candidatos marcariam falso, seguindo o entendimento majoritário. A ESAF, no


entanto, seguiu o entendimento do STJ, alegando ser o mais recente. Trata-se de questão
polêmica, e que, mesmo após os recursos, não foi anulada pela banca, de forma que o
gabarito é correto.
O item III está errado, sendo o tradicional entendimento, ou seja, com a responsabilização
do Estado, pode este entrar com ação regressiva contra o servidor, mas apenas nos casos
de dolo ou culpa.
O item IV está certo, uma vez que a ação de ressarcimento aos cofres públicos é imprescritível.
Letra d.

DICA
Para fins de prova, devemos levar as seguintes informações:
a) No que se refere à ação de indenização, não é possível a
denunciação à lide, ou seja, chamar um terceiro (no caso,
o agente público) para o processo. (STF);
b) Na ação de indenização, não é admitido o litisconsórcio, ou
seja, ajuizar ação contra o Poder Público concomitantemente
com o servidor. (STF);
c) Como tratam-se de entendimentos do STF, entende-se
que estes são os que devem ser seguidos pelas bancas
organizadoras.
d) Questões como a da ESAF devem ser analisadas em seu
contexto, de forma que a única maneira de acertarmos é
conhecendo a literalidade dos principais julgados sobre
o assunto. No caso, a banca optou por seguir a ementa do
STJ no julgamento do Resp. 1.325.862.

4. RESPONSABILIDADE
RESPONSABILIDADE DECORRENTE DE OMISSÃO
Diferentemente do que ocorre com os danos decorrentes de ações do Poder Público,
não há uma disposição constitucional que regulamente qual a teoria a ser utilizada quando
estamos diante de omissão de serviço público por parte do Estado.
Coube à jurisprudência, neste sentido, estabelecer que a teoria a ser utilizada seria a
da culpa administrativa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 30 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Por meio de tal teoria, temos que o Estado está obrigado a indenizar os particulares
que tiverem sofrido danos decorrentes de omissão do serviço público ou de falha na
sua prestação.
Importante salientar que a omissão a que esta teoria faz referência abrange não apenas
a falta de serviço público como também o serviço público insuficiente.
Na responsabilidade civil por omissão, ao contrário do que ocorre na responsabilidade
por ação, cabe ao particular a prova de que houve omissão ou falha na prestação do serviço
público estatal. Por isso mesmo, estamos diante de uma teoria subjetiva.

EXEMPLO
A omissão de serviço público ensejando dano aos particulares a falta de iluminação pública
noturna em uma via bastante movimentada.
Caso ocorra um acidente, poderá o particular, alegando que o motivo do mesmo foi a falta
de iluminação, acionar o poder judiciário ensejando a respectiva indenização.

Uma pequena ressalva deve ser feita, conforme mencionado anteriormente, para as
situações em que o Poder Público atua na qualidade de garante, ou seja, nas situações em
que o Estado deve garantir a integridade das pessoas que estejam sob a sua custódia.
Em todas estas situações, responde o Poder Público, em caso de dano, de maneira
objetiva, ou seja, sem a necessidade de comprovação de dolo ou culpa do agente e sem
a obrigação do particular comprovar a omissão ou falha no serviço público prestado.
Como exemplo, vejamos uma decisão proferida pelo STJ:

JURISPRUDÊNCIA
A Administração Pública está obrigada ao pagamento de pensão e indenização por danos
morais no caso de morte por suicídio de detento ocorrido dentro de estabelecimento
prisional mantido pelo Estado. Nessas hipóteses, não é necessário perquirir eventual
culpa da Administração Pública. Na verdade, a responsabilidade civil estatal pela
integridade dos presidiários é objetiva em face dos riscos inerentes ao meio no qual
foram inseridos pelo próprio Estado. (STJ REsp 1.305.259 –SC)

Um ponto que merece ser destacado é a questão da responsabilidade civil em razão dos
presos foragidos. Ainda que o Estado, no âmbito do sistema prisional, esteja na condição
de garante, não são todos os atos praticados pelos presos foragidos que dão ensejo a uma
eventual responsabilização do Poder Público. Nesta situação, para que a responsabilidade
civil seja configurada, deve ser demonstrado o nexo causal direto entre o momento da
fuga e a conduta praticada.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 31 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Caso o preso foragido pratique algum ato que cause dano ao particular após um período
considerável de tempo, ou então quando haja a formação de quadrilha com o objetivo de
praticar o ato danoso, não há nexo causal direto entre a fuga e o ato praticado, motivo
pelo qual não há a responsabilização do Poder Público.
Neste mesmo sentido é o entendimento do STF, que, no julgamento do Recurso
Extraordinário (RE) 608880, fixou a seguinte tese:

JURISPRUDÊNCIA
Nos termos do artigo 37 §6º da Constituição Federal, não se caracteriza a responsabilidade
civil objetiva do Estado por danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida
do sistema prisional, quando não demonstrado o nexo causal direto entre o momento
da fuga e a conduta praticada.

Responsabilidade pelos atos praticados por Presos Foragidos

Para a configuração da Deve ser demonstrado o nexo causal direto


responsabilidade entre o momento da fuga e a conduta praticada.

a) crime praticado após um período considerável


Situações que não ensejam de tempo
a responsabilidade do Estado b) formação de quadrilha com a finalidade de
cometer algum crime

4.1. OMISSÃO GENÉRICA E OMISSÃO ESPECÍFICA


Como analisado, vigora em nosso ordenamento a regra de que a responsabilização
decorrente de ações do Poder Público é de caráter objetivo, ao passo que a responsabilização
decorrente de omissões do Poder Público, por sua vez, é de caráter subjetivo.
No que se refere às situações de omissão, no entanto, temos que diferenciar a omissão
genérica da omissão específica.
A omissão genérica pode ser compreendida como as situações em que a omissão ou
falha na prestação dos serviços públicos atinge toda a coletividade. São situações em que o
Estado não atua especificamente em um caso concreto, de forma que sua possível omissão
ou falha prejudica toda a população.
Situações de omissão genérica são aquelas em que o particular, se sentindo lesado,
deve provar que houve omissão ou falha na prestação do serviço. Logo, tais hipóteses são
conceituadas como de caráter subjetivo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 32 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

EXEMPLO
Se diversos acidentes ocorrerem, no horário noturno, tendo em vista a falta de iluminação
pública (ou iluminação insuficiente) nas ruas de uma determinada cidade, a responsabilização
da administração pública será genérica, uma vez que toda a coletividade tinha a possibilidade
direta de ser afetada pela situação (qualquer motorista poderia sofrer as consequências da
falta de iluminação).

A omissão específica, por outro lado, são situações em que a omissão ou falha estatal
não afeta diretamente a coletividade como um todo, mas sim apenas os particulares que
estiverem na situação em questão.
Nas hipóteses de omissão específica, basta a comprovação de houve dano e que este foi
decorrente de uma atuação estatal. Não há a necessidade, desta forma, de comprovação
de dolo, fraude ou omissão pública. Por isso mesmo, estamos diante de situações de
caráter objetivo.

EXEMPLO
Todas as situações em que o Estado está na condição de garante são situações de omissão
específica: detentos de um presídio público, estudantes de escola pública e pacientes de um
hospital público são exemplos deste tipo de omissão.

Na hora da prova, podemos identificar as situações de omissão genérica e específica


da seguinte forma:
a) se a questão apenas solicitar qual a teoria aplicada para as hipóteses de omissão,
devemos responder que é a omissão genérica, de caráter subjetivo.
b) se o enunciado mencionar um caso concreto e você perceber que, se o Estado
tivesse atuado, o dano poderia ser evitado, estamos diante da omissão específica, de
caráter objetivo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 33 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

5. DIFERENÇAS ENTRE AS RESPONSABILIDADES


DECORRENTES DE AÇÃO E OMISSÃO
Podemos traçar um paralelo entre os dois tipos de responsabilização, possibilitando a
sedimentação da matéria mediante o quadro abaixo. Ressalta-se que a responsabilidade
decorrente de omissão, como já apresentado, pode ainda ser dividida entre omissão genérica
(que é a regra geral) e omissão específica.

Responsabilidade por ação Responsabilidade por omissão (regra geral)

Teoria do risco administrativo Teoria da culpa administrativa

Conceito constitucional Conceito doutrinário

Teoria subjetiva, de forma que há a necessidade


Teoria objetiva, de forma que não há necessidade
de comprovação de que houve omissão ou falha na
de comprovação de dolo ou culpa
prestação do serviço público.

Danos decorrentes de ações do Poder Público, Danos decorrentes de omissões do Poder Público,
com a ressalta dos casos de omissão em que a com a ressalva dos casos de omissão em que a
administração atua na condição de garante administração atua na condição de garante

Para ensejar dano, o causador do mesmo deve estar Para ensejar dano, o serviço pode ter sido não prestado
investido na condição de agente público ou prestado de maneira falha

6. RESPONSABILIDADE DAS PRESTADORAS DE SERVIÇO


PÚBLICO
De acordo com o dispositivo constitucional que cuida da responsabilidade civil do
Estado (art. 37, §6º), as prestadoras de serviço público (concessionárias, permissionárias
e autorizatárias), ainda que não integrem a administração pública, respondem pelos danos
que causarem a terceiros como decorrência dos serviços prestados.

Art. 37, §6º, As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Durante muito tempo, o entendimento da doutrina (com diversos julgados dos tribunais
superiores) era no sentido de apenas haver responsabilização por parte das prestadoras de
serviço público se os danos fossem causados perante terceiros que fossem usuários dos
serviços prestados pelas delegatárias.
No julgamento do RE 591.874/MS, o STF pacificou o entendimento de que a responsabilidade
das prestadoras de serviço público abrange tanto a atuação de terceiros usuários quanto
não usuários:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 34 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

JURISPRUDÊNCIA
O plenário do supremo tribunal federal firmou entendimento no sentido de que o dano
causado por empresa prestadora de serviço público a terceiro não usuário do serviço
deve ser analisado sob a ótica da teoria da responsabilidade objetiva. Havendo o caso
de ser julgado à luz da teoria do risco administrativo, em face do que dispõe o art. 37,
§ 6º da constituição federal.

EXEMPLO
O Poder Público delegou a prestação de serviço de transporte intermunicipal de passageiros
a uma concessionária. Certo dia, um ônibus da empresa em questão, por culpa do motorista,
acabou por ocasionar o atropelamento de um pedestre.
Nesta situação, independente da vítima ser ou não usuária dos serviços prestados pela
concessionária, temos que a empresa prestadora de serviços públicos responderá pelo dano
causado com base na teoria do risco administrativo, de caráter objetivo e, por isso mesmo,
sem a necessidade de comprovação de dolo ou culpa para a sua configuração.

Importante salientar que em caso de insuficiência financeira da prestadora de serviços


públicos, deve o Poder Público arcar com a responsabilização, que, por isso mesmo, é
considerada subsidiária por parte do Estado.
Nestas situações, inicialmente tenta-se cobrar o valor da empresa que prestou o
serviço público. Caso a pessoa jurídica não possua condições financeiras de arcar com o
valor da condenação, e considerando que é dever do Poder Público garantir a integridade da
população, deverá o Estado indenizar o particular pelos danos causados pelas delegatárias.

Obs.: Para garantir o bem estar da coletividade, o Poder Público deve oferecer uma série
de serviços públicos à população.
Diversos destes serviços, no entanto, não são executados diretamente pela
administração, que delega a sua execução para as empresas privadas prestadoras
de serviços públicos (concessionárias, permissionárias e autorizatárias).
Quando tais empresas não conseguem indenizar os particulares pelos danos por
elas causados, deverá o Poder Público (que é o detentor da titularidade dos serviços
públicos) efetuar, em caráter subsidiário, o respectivo pagamento.

7. RESPONSABILIDADE DOS NOTÁRIOS (TABELIÃES E


REGISTRADORES)
Tal como acontece com as empresas prestadoras de serviço público, o tabelião e o
registrador respondem pelos danos causados perante terceiros.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 35 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

De acordo com a doutrina, o notário é um agente delegado (também classificado


como particular em colaboração com o Poder Público). Para exercer esta função, deve o
particular realizar concurso público. Uma vez aprovado, recebe a delegação para o exercício
de um serviço público, com a peculiaridade de que, a partir de então, responde pela atividade
por sua conta e risco, devendo, caso seja necessário, utilizar o seu próprio patrimônio para
ressarcir os danos causados.
O ofício de notas não é uma pessoa jurídica, mas sim uma estrutura organizada pelo
notário, que é quem recebe a delegação para a prestação de serviços públicos. Dessa forma,
ainda que o notário contrate empregados ou estabeleça prepostos com a finalidade de
agilizar a prestação dos serviços, em caso de dano perante terceiros é o notário (titular da
serventia extrajudicial) quem deve responder por eles.
Pois bem! Até meados de 2016, a responsabilidade dos notários era de caráter objetivo.
Como consequência, tais agentes deveriam indenizar os particulares em caso de dano,
independente da conduta ter ou não sido considerada dolosa ou culposa. A responsabilidade
civil dos notários se assemelhava, em muitos aspectos, à responsabilização dos demais
agentes estatais.
Com a alteração promovida pela Lei 13.286, de 2016, a Lei 8.935 (que é a Lei dos
Cartórios), passou a vigorar, em seu artigo 22, com a seguinte redação:

Art. 22, Os notários e oficiais de registro são civilmente responsáveis por todos os prejuízos que
causarem a terceiros, por culpa ou dolo, pessoalmente, pelos substitutos que designarem ou
escreventes que autorizarem, assegurado o direito de regresso.
Parágrafo único. Prescreve em três anos a pretensão de reparação civil, contado o prazo da data
de lavratura do ato registral ou notarial.

Com a alteração legislativa, tivemos profundas mudanças na responsabilização dos notários


e no prazo prescricional para que os particulares ajuízem a respectiva ação indenizatória.
Assim, nos dias atuais, precisamos memorizar que a responsabilidade civil dos notários
ocorre de forma subjetiva, dependendo, para a sua efetivação, da comprovação, por parte
do particular que se sentir lesado, da existência de dolo ou culpa.
Além disso, é necessário que a propositura da ação se efetive no prazo prescricional
de 3 anos (e não mais de 5 anos) contados da data em que o notário ou oficial lavrou o
respectivo ato.
Antes da entrada em vigor da Lei 13.286/2016:
a) Os notários e oficiais respondiam de forma objetiva
b) O prazo prescricional era de 5 anos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 36 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Após a entrada em vigor da Lei 13.286/2016:


a) Os notários e oficiais respondem de forma subjetiva
b) O prazo prescricional é de 3 anos.

Não obstante as disposições da Lei 13.286/2016, o STF, em 2019, no julgamento do RE


842846, estabeleceu que o Estado responde, objetivamente, pelos danos causados por
notários e registradores, sendo assegurado, inclusive, a possibilidade de regresso contra o
responsável em caso de dolo ou culpa.

JURISPRUDÊNCIA
O Estado responde, objetivamente, pelos danos causados por notários e registradores.
O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais
que, no exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de
regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade
administrativa. O Estado possui responsabilidade civil direta, primária e objetiva pelos
danos que notários e oficiais de registro, no exercício de serviço público por delegação,
causem a terceiros.

Destaca-se que, ainda que o julgamento do STF tenha sido a favor da responsabilidade
objetiva do Estado com relação aos danos dos notários, as disposições da Lei 13.286/2016
não foram revogadas.
Sendo assim, para fins de prova, devemos seguir, como regra geral, o entendimento
do STF (responsabilidade objetiva). Para questões bastante específicas e que exijam as
disposições da Lei 13.286/2016, aconselha-se que seja adotado o entendimento acerca
da responsabilidade subjetiva dos notários e tabeliães.

006. (CEBRASPE/CESPE/DP RS/DPE RS/2022) Cada um dos próximo item apresenta uma
situação hipotética seguida de uma assertiva, a ser julgada de acordo com o entendimento
dos tribunais superiores acerca da responsabilidade civil do Estado.
O Estado foi condenado ao pagamento de indenização a particular, por ato culposo praticado
por tabelião. Nessa situação hipotética, o agente estatal competente tem a obrigação de
ingressar com ação regressiva em desfavor do tabelião causador do dano ao particular,
sob pena de caracterização de improbidade administrativa, já que o direito de regresso é
indisponível e obrigatório.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 37 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

No julgamento do RE 842846, o STF fixou o entendimento de que

JURISPRUDÊNCIA
O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais
que, no exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de
regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade
administrativa.

Certo.

8. RESPONSABILIDADE DECORRENTE DE OBRAS PÚBLICAS


Quando o próprio Estado é quem executa uma obra pública, não resta a menor dúvida
de que, em caso de danos causados, deve haver a responsabilização com base na teoria do
risco administrativo, ou seja, sem a necessidade de comprovação de dolo ou culpa para
a sua configuração.
Por outro lado, quando o Poder Público contrata uma empreiteira para a realização
da obra, devemos observar que a responsabilização estatal, via de regra, é afastada nos
casos de danos decorrentes de obras públicas. Duas situações, no entanto, ensejam a
responsabilização da administração pública quando esta contrata a execução de uma obra
por meio de uma empreiteira:
a) A primeira hipótese trata das situações em que a obra, ainda eu realizada de forma
regular e sem a presença de dolo ou culpa da atividade do empreiteiro, causa, pelo seu
simples objeto, danos aos particulares.

EXEMPLO
Determinado Município contrata uma empreiteira para a realização da obra pública de troca
dos tubos de esgoto de diversos pontos da cidade. Para isso, a empreiteira terá que perfurar
diversos pontos de ruas e avenidas, inclusive no horário diurno.
A clínica BETA, no período de realização da obra, tinha fechado um pacote para o tratamento
de um grande número de pacientes.
Com a realização da obra, o barulho durante o dia impossibilitará, por um certo período, que
os tratamentos sejam realizados, incorrendo a clínica em dano patrimonial.

b) A segunda situação cuida dos casos em que o empreiteiro age com dolo ou culpa
e é condenado a ressarcir os particulares pelos danos causados. No entanto, como a
empreiteira não possui capacidade financeira para tal, deve o Poder Público (patrocinador
da obra e garantidor do bem estar coletivo) indenizar o particular.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 38 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

EXEMPLO
Durante a construção de uma ponte, a empreiteira gama, por culpa de seus funcionários,
derruba uma imensa chapa de concreto em cima de um estacionamento particular, causando
a destruição de uma grande quantidade de veículos.
Ajuizada a ação indenizatória e tendo sido a empresa condenada a ressarcir os prejuízos
causados, alega esta não possuir condições para tal.
Neste caso, deve o Poder Público proceder às devidas indenizações e, posteriormente,
considerando que houve culpa da empreiteira, ajuizar a ação de ressarcimento.

9. RESPONSABILIDADE POR ATOS LEGISLATIVOS E


JUDICIAIS
Diferentemente do que ocorre com os atos emanados pela administração pública, os
atos legislativos e judiciais não admitem, em regra, a responsabilização estatal. Vigora
para tais atos, por isso mesmo, a teoria da irresponsabilidade estatal.
No entanto, cumpre salientar que apenas os atos legislativos e judiciais típicos é que
estão submetidos a não responsabilização. Como cada um dos três poderes da república
exerce funções típicas e atípicas, tanto o legislativo quanto o judiciário praticam diversos
atos de administração pública, tais como a realização de concurso público e a contratação,
por meio de licitação, para a execução de obras públicas.
Em todos estes atos, ou seja, naqueles em que os poderes legislativo e judiciário estiverem
exercendo a função atípica de administração pública, a responsabilização do Poder Público
segue as mesmas regras até o momento expostas, ou seja, risco administrativo para as
condutas comissivas e culpa administrativa para as condutas omissivas.
No tocante aos atos legislativos, duas são as possibilidades apontadas pela doutrina
em que cabe a responsabilização estatal:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 39 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

a) leis de efeitos concretos: Normalmente, as normas editadas pelo poder legislativo


possuem as características da generalidade (destinadas a toda a coletividade) e da abstração
(não tratarem de situações concretas, mas sim de casos em tese).
Com as leis de efeitos concretos, no entanto, isso não ocorre. Tais normas possuem
destinatários certos e determinados, sendo consideradas leis apenas em sentido formal.
Materialmente, aproximam-se em muito dos atos administrativos.

EXEMPLO
Lúcia é dona de uma pousada que se caracteriza pela tranquilidade proporcionada aos seus
hóspedes.
Lei do poder legislativo, no entanto, determina que a área que faz divisa com a pousada seja
transformada em um parque industrial, de forma que as indústrias que ali se instalarem
terão benefícios fiscais por certo período de tempo.
Neste caso, estamos diante de uma lei de efeitos concretos (uma vez que foi a lei quem
determinou a criação do parque industrial) que trará danos ao estabelecimento de Lúcia.

007. (FGV/ATCE/TCE-AM/TCE-AM/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS/2021) A Assembleia


Legislativa do Estado Alfa, após regular e formal processo legislativo, editou uma lei estadual
declarando o imóvel de João como de utilidade pública, para fins de desapropriação. O
imóvel objeto do ato legislativo estava alugado por João a Fernanda e, em razão da lei, o
contrato de locação foi rescindido. Após três anos, o Estado Alfa desistiu de proceder à
desapropriação e João conseguiu reunir provas de que nunca existiu a utilidade pública
declarada anteriormente pela lei.
Em razão dos danos materiais sofridos por João, como aqueles decorrentes da rescisão do
contrato de locação, eventual ação indenizatória:
a) não deve ser ajuizada, eis que a lei estadual seguiu regular e formal processo legislativo, e
o poder público tem a discricionariedade de dar prosseguimento ou não à desapropriação;
b) não deve ser ajuizada, pois atos legislativos não dão azo à responsabilidade civil do estado,
pelos princípios da independência e separação dos Poderes;
c) deve ser ajuizada em face da Assembleia Legislativa, que foi a responsável pelo ato
legislativo inconstitucional, diante de sua responsabilidade civil objetiva;
d) deve ser ajuizada em face do Estado Alfa, diante de sua responsabilidade civil objetiva
em razão da lei de efeitos concretos editada, com base na teoria do risco administrativo;
e) deve ser ajuizada em face da Assembleia Legislativa, diante de sua responsabilidade civil
subjetiva em razão dos efeitos materiais da lei editada, com base em sua personalidade judiciária.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 40 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

A Assembleia Legislativa faz parte do Estado Alfa. Consequentemente, os danos causados


pelos servidores da Assembleia devem ser objeto de ação perante o respectivo Estado, e
não perante a o órgão ou, ainda, perante o servidor público. Isso ocorre na medida em que
vigora em nosso ordenamento jurídico a teoria do risco administrativo, de natureza objetiva.
Um ponto que merece ser destacado é que, na situação descrita, estamos diante de uma
situação que é exceção à responsabilidade pela prática de atos legislativos. Como regra geral,
os atos legislativos não estão sujeitos à responsabilização civil. Contudo, nas leis de efeitos
concretos (como na situação apresentada), a responsabilização é perfeitamente possível.
Letra d.

b) leis declaradas inconstitucionais pelo STF: No âmbito do Direito Constitucional,


temos que o controle de constitucionalidade das leis pode ser exercido de duas formas:
por meio do controle difuso (onde a declaração de inconstitucionalidade atinge apenas
aquele que ajuizou a ação) e por meio do controle concentrado (onde a declaração tem
efeitos para toda a coletividade).
Em ambos os casos, caso haja a declaração de inconstitucionalidade pelo STF (e apenas
por este), poderá haver a responsabilização pelos danos causados aos particulares.

No que se refere aos atos judiciais, a lógica é a mesma, ou seja, a irresponsabilidade do


Poder Público, conforme entendimento já pacificado pelo STF (RE 111.609-SC):

JURISPRUDÊNCIA
A orientação que veio a predominar nesta corte, em face das constituições anteriores
a de 1988, foi a de que a responsabilidade objetiva do Estado não se aplica aos atos
do poder judiciário a não ser nos casos expressamente declarados em lei.

Duas são as situações que dão ensejo à responsabilidade estatal:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 41 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

a) casos em que o Juiz responde por dolo ou fraude (com a intenção de prejudicar
terceiro): Se o magistrado atuar com a intenção de prejudicar alguma das partes (ou
até mesmo terceiro não relacionado com um processo específico), poderá ocorrer a
responsabilização estatal.
Importante frisar que com a entrada em vigor do Novo Código de Processo Civil (NCPC),
a responsabilidade do magistrado passou a ser de forma regressiva. A consequência lógica
deste dispositivo é que as eventuais ações judiciais de indenização deverão ser propostas,
inicialmente, contra o Estado, e não diretamente contra o magistrado. Posteriormente,
em caso de condenação, a responsabilização do agente público ocorrerá regressivamente.
O fundamento para tal responsabilização é o artigo 143 do Novo Código Processual
Civil, que assim expressa:

Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando:
I – no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;
II – recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a
requerimento da parte.

b) casos de erro judiciário: Estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 5º, LXXV, que

O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do
tempo fixado na sentença.

Havendo erro por parte do Poder Judiciário, estará o Estado obrigado a indenizar o
particular pelos danos decorrentes da decisão. Como consequência, verificando o Poder
Público que o magistrado agiu com dolo ou culpa, poderá ajuizar a competente ação de
ressarcimento.

EXEMPLO
Em decisão ocorrida em 1999, um magistrado condenou Isaías à pena de prisão por 15 anos.
Em 2005, restou comprovado que Isaías não era o autor do fato ensejador da prisão, motivo
pelo qual o mesmo foi libertado.
No entanto, considerando que Isaías ficou preso por aproximadamente 6 anos, deverá o
Estado indenizá-lo pelo erro judiciário.
Caso se comprove que a decisão do magistrado foi tomada com base em motivos particulares
ou com o interesse de prejudicar Isaías (dolo ou culpa), poderá o Estado ajuizar Ação Regressiva
contra o juiz.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 42 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

008. (CEBRASPE/CESPE/PROC DF/PG DF/2022) Julgue o item subsequente, relativos aos


direitos dos usuários de serviços públicos, a tombamento, à responsabilidade do Estado, a
atos de improbidade administrativa e ao Plano Distrital de Política para Mulheres (PDPM).
Em regra, atos jurisdicionais não são aptos a gerar indenização com base no regime jurídico
da responsabilidade do Estado.

A regra geral é a de que os atos jurisdicionais, assim como ocorre com os atos legislativos,
não sejam objeto de responsabilização civil do Estado. Apenas nas hipóteses legalmente
admitidas é que a responsabilidade poderá ocorrer em relação a tais espécies de atos.
Certo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 43 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

RESUMO
A responsabilidade civil do Estado, também conhecida como responsabilidade
extracontratual, pode ser entendida como o meio através do qual as ações e omissões do
Poder Público são passíveis de indenização aos particulares.
O motivo da responsabilidade civil do Estado também ser conhecida como extracontratual
deve-se ao fato de não estar fundamentada em um pacto expresso com os particulares.
Se assim o fosse, ou seja, se estivéssemos diante de uma responsabilidade contratual, a
responsabilização do Poder Público estaria condicionada à celebração de um contrato (ou
outra espécie de pacto) com cada um dos administrados.
Quatro são os elementos necessários para que reste configurada a responsabilidade
civil do Estado:
a) ato causado por um agente público ou decorrente de uma omissão do Poder Público.
b) ocorrência de dano, que poderá ser patrimonial ou moral.
c) nexo de causalidade entre o dano sofrido pelo particular e o ato praticado pelo
agente público.
d) alteridade, que implica na obrigação de que o prejuízo sofrido tenha sido provocado
por outra pessoa que não o particular lesado e que não estejamos diante de uma situação
em que o dano foi provocado por culpa exclusiva da vítima.
Diversas foram as teorias que tentaram explicar a forma como deveria ocorrer a
responsabilização do Estado diante de danos causados aos particulares.
A teoria civilista tinha como principal objetivo tentar equiparar os agentes públicos
aos particulares, de forma que apenas haveria responsabilidade do Estado nas estritas
hipóteses em que o particular lesado conseguisse provar que o agente tivesse agido com
dolo ou culpa.
As teorias publicistas, por sua vez, representaram um grande avanço para os
administrados. Por meio delas, não haveria mais a necessidade de comprovação de dolo
ou culpa do Estado, mas sim apenas a configuração de dano aos particulares decorrente
da atividade pública ou então a omissão ou falha na prestação de um serviço público.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 44 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

A teoria da irresponsabilidade afirmava que o rei era uma entidade enviada por
Deus e que, por isso mesmo, não cometia erros. Assim, ainda que houvesse situações
em que a administração pública causasse danos à população, a responsabilização jamais
ocorreria. Importante salientar que a teoria da irresponsabilidade não chegou a vigorar
majoritariamente em nosso país. No entanto, a mesma é utilizada, nos dias atuais, para
a responsabilização dos atos legislativos e judiciários.

Evoluindo no conceito de responsabilização do Poder Público, a teoria da culpa comum


tinha como principal propósito igualar a relação entre o Estado e os administrados com a
relação entre particulares. Dessa forma, a administração pública apenas seria responsabilizada
por eventuais prejuízos causados à coletividade caso os particulares lesados conseguissem
provar que houve dolo (intenção) ou culpa dos agentes públicos no desempenho de suas
atividades. No entanto, como o ônus da prova era do particular (que tinha que provar a culpa
ou dolo do agente público), eram raras as situações em que os administrados conseguiam
receber alguma indenização do Poder Público.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 45 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Com o aparecimento do Estado do bem estar social, coube ao Poder Público o


oferecimento de condições sociais e direitos que iam muito além das atividades básicas
até então asseguradas. Uma vez que o Estado tem a obrigação de prestar serviços públicos
de qualidade para a população, o que se leva em conta, para efeitos de verificação da
responsabilidade, não é o agente público (como ocorria na teoria da culpa civil), mas sim
o serviço público como um todo. Por este motivo, tal teoria também é conhecida como
culpa anônima.
Ainda que seja uma teoria de caráter subjetivo (com a necessidade da comprovação de
dolo ou culpa no desempenho do serviço público prestado), a teoria da culpa administrativa
foi um dos maiores avanços no âmbito da responsabilização estatal. Basta observarmos, por
exemplo, que tal teoria é a utilizada, em nosso ordenamento, para as hipóteses de omissão
ou falha na prestação dos serviços públicos, sendo exigidos, para sua configuração, os
seguintes elementos:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 46 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Por meio da teoria do risco administrativo, o Estado é obrigado a indenizar o particular


em todas as situações em que aconteça dano, ainda que não haja dolo ou culpa do agente
público na prestação dos serviços estatais.
O risco administrativo, dessa forma, representa o maior avanço na responsabilização
do Poder Público: se antes, por meio das teorias da culpa civil e da culpa administrativa,
exigia-se a comprovação de dolo, culpa ou fraude (teorias de caráter subjetivo), com o risco
administrativo a obrigação do Estado passou a existir com a simples existência de dano
para o particular.
Assim, podemos afirmar que todas as condutas dos agentes públicos causadoras de
danos, sejam elas lícitas ou ilícitas, dão ensejo à responsabilização estatal.
Para que a teoria do risco administrativo esteja configurada, os seguintes elementos
são necessários:

A doutrina admite que sejam analisados os excludentes de responsabilidade, que


podem ser de caráter total ou parcial. No primeiro caso, estamos diante de uma situação em
que o particular foi o único culpado pelos danos causados, gerando, como consequência, a
exclusão da responsabilização do Poder Público. Na segunda situação, ambas as partes foram
culpadas pelo dano, motivo que faz com que a responsabilização do Estado seja atenuada.
Sobre os excludentes de responsabilização, a doutrina amplamente majoritária adota
os seguintes entendimentos:
a) culpa exclusiva da vítima ou de terceiro: exclusão da responsabilidade do Estado.
b) culpa concorrente da vítima ou de terceiro: atenuação da responsabilidade do Estado.
c) caso fortuito ou força maior: quase sempre tratados como sinônimos, implicando na
exclusão da responsabilização (corrente majoritária) ou na atenuação da responsabilização
(entendimentos minoritários).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 47 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

A teoria do risco integral em muito se assemelha à do risco administrativo, com a


diferença de que no primeiro caso não são admitidos os excludentes total ou parcial de
responsabilidade. Dessa forma, o risco integral determina que o Poder Público está obrigado
a indenizar todos os danos que envolvam a atuação estatal, ainda que estes se originem
de eventos da natureza, de caso fortuito ou força maior ou até mesmo de culpa exclusiva
da vítima. Tal situação coloca o Estado na qualidade de “segurado universal”.

Obs.: As situações em que a teoria do risco integral são admitidas são as seguintes:
a) o dano decorrente de operações nucleares;
b) os atentados terroristas em aeronaves;
c) o dano ambiental;

A teoria do risco social pode ser entendida como a coletivização da responsabilidade


objetiva. Nestas situações, ainda que o particular tenha sofrido um dano, é a coletividade
(normalmente por meio das contribuições tributárias) que financia a responsabilização.
As teorias de responsabilização apresentadas podem ser resumidas por meio do seguinte
quaro sinótico:
Teoria da irresponsabilidade estatal O Estado jamais era responsabilizado pelos danos causados.
Para que houvesse responsabilização, o particular deveria comprovar
Teoria da culpa civil (culpa anônima)
a culpa do agente estatal. (subjetiva)
Para que haja responsabilização, o particular deve comprovar a
Teoria da culpa administrativa
omissão ou falha na prestação do serviço público. (subjetiva)
Para que haja responsabilização, basta que haja uma conduta do
Teoria do risco administrativo
Poder Público causadora de danos aos particulares. (objetiva)
O Estado é responsabilizado por todos os danos decorrentes de suas
ações, ainda que tenha ocorrido a culpa do particular ou o dano
Teoria do risco integral seja proveniente de eventos alheios (caso fortuito, força maior
ou eventos da natureza).
Em certas situações, a responsabilização estatal é compartilhada
Teoria do risco social
por toda a coletividade. (objetiva)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 48 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

As teorias subjetivas são assim chamadas pelo fato de haver a necessidade de


comprovação da culpa do agente público ou da falha ou omissão dos serviços prestados.
O sujeito da prestação do serviço público deve ter atuado com culpa ou dolo.
Nas teorias objetivas, ao contrário, não há a necessidade de tal comprovação. Uma
vez ocorrido o dano, ainda que este não seja resultante de culpa ou dolo do Poder Público,
caberá ao Estado indenizar o particular.
Estabelece a Constituição Federal (artigo 37, §6º) que

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado
o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

A previsão estabelece a teoria do risco administrativo. De acordo com esta teoria, as


pessoas que estão obrigadas a responder pelos danos causados a particulares podem ser
divididas em dois grupos:
a) pessoas jurídicas de direito público: toda a administração direta, as autarquias e
fundações públicas e as empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras
de serviços públicos.
b) pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos: são as
delegatárias de serviço público (concessionárias, permissionárias e autorizatárias).
O fluxo da ação de responsabilização civil pode ser visualizado da seguinte forma:
a) Inicialmente, o agente público, agindo em nome do Estado, pratica uma ação
(independentemente de ser ou não com dolo ou culpa) que resulta em dano ao particular.
b) Comprovado o dano, o Estado deve indenizar o particular pelos prejuízos causados,
conforme ação de indenização proposta por este.
c) Tendo indenizado o particular, o Poder Público deve, nos casos em que tiver ocorrido
dolo ou culpa do agente público, ajuizar a competente ação regressiva.
Enquanto a ação de indenização proposta pelo particular lesado possui natureza objetiva
(uma vez que independe de dolo ou culpa do agente público para a sua configuração), a
ação regressiva possui natureza subjetiva (de forma que apenas poderá ser proposta caso
o Estado comprove que o seu agente praticou a ação com dolo (intenção) ou culpa).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 49 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Diferentemente do que ocorre com os danos decorrentes de ações do Poder Público,


não há uma disposição constitucional que regulamente qual a teoria a ser utilizada quando
estamos diante de omissão de serviço público por parte do Estado. Coube à jurisprudência,
neste sentido, estabelecer que a teoria a ser utilizada seria a da culpa administrativa.
Por meio de tal teoria, temos que o Estado está obrigado a indenizar os particulares
que tiverem sofrido danos decorrentes de omissão do serviço público ou de falha na
sua prestação.
Na responsabilidade civil por omissão, ao contrário do que ocorre na responsabilidade
por ação, cabe ao particular a prova de que houve omissão ou falha na prestação do serviço
público estatal. Por isso mesmo, estamos diante de uma teoria subjetiva.
Uma pequena ressalva deve ser feita, conforme mencionado anteriormente, para as
situações em que o Poder Público atua na qualidade de garante, ou seja, nas situações em
que o Estado deve garantir a integridade das pessoas que estejam sob a sua custódia.
Em todas estas situações, responde o Poder Público, em caso de dano, de maneira
objetiva, ou seja, sem a necessidade de comprovação de dolo ou culpa do agente e sem
a obrigação do particular comprovar a omissão ou falha no serviço público prestado
Um ponto que merece ser destacado é a questão da responsabilidade civil em razão dos
presos foragidos. Ainda que o Estado, no âmbito do sistema prisional, esteja na condição
de garante, não são todos os atos praticados pelos presos foragidos que dão ensejo a uma
eventual responsabilização do Poder Público. Nesta situação, para que a responsabilidade
civil seja configurada, deve ser demonstrado o nexo causal direto entre o momento da
fuga e a conduta praticada.
Caso o preso foragido pratique algum ato que cause dano ao particular após um período
considerável de tempo, ou então quando haja a formação de quadrilha com o objetivo de

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 50 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

praticar o ato danoso, não há nexo causal direto entre a fuga e o ato praticado, motivo
pelo qual o STF entende não haver o dever do Poder Público de ser responsabilizado.
Responsabilidade pelos atos praticados por Presos Foragidos
Deve ser demonstrado o nexo causal direto entre
Para a configuração da responsabilidade
o momento da fuga e a conduta praticada.
a) crime praticado após um período considerável
Situações que não ensejam a de tempo
responsabilidade do Estado b) formação de quadrilha com a finalidade de
cometer algum crime

Podemos traçar um paralelo entre os dois tipos de responsabilização, possibilitando a


sedimentação da matéria mediante o quadro abaixo.
Responsabilidade por ação Responsabilidade por omissão (regra geral)
Teoria do risco administrativo Teoria da culpa administrativa
Conceito constitucional Conceito doutrinário
Teoria subjetiva, de forma que há a necessidade
Teoria objetiva, de forma que não há necessidade
de comprovação de que houve omissão ou falha
de comprovação de dolo ou culpa
na prestação do serviço público.
Danos decorrentes de omissões do Poder
Danos decorrentes de ações do Poder Público,
Público, com a ressalva dos casos de omissão
com a ressalta dos casos de omissão em que a
em que a administração atua na condição de
administração atua na condição de garante
garante
Para ensejar dano, o causador do mesmo deve Para ensejar dano, o serviço pode ter sido não
estar investido na condição de agente público prestado ou prestado de maneira falha

Diferentemente do que ocorre com os atos emanados pela administração pública, os


atos legislativos e judiciais não admitem, em regra, a responsabilização estatal. Vigora
para tais atos, por isso mesmo, a teoria da irresponsabilidade estatal.
No tocante aos atos legislativos, duas são as possibilidades apontadas pela doutrina
em que cabe a responsabilização estatal:
a) leis de efeitos concretos: Normalmente, as normas editadas pelo poder legislativo
possuem as características da generalidade (destinadas a toda a coletividade) e da abstração
(não tratarem de situações concretas, mas sim de casos em tese).
b) leis declaradas inconstitucionais pelo STF: No âmbito do Direito Constitucional,
temos que o controle de constitucionalidade das leis pode ser exercido de duas formas:
por meio do controle difuso (onde a declaração de inconstitucionalidade atinge apenas
aquele que ajuizou a ação) e por meio do controle concentrado (onde a declaração tem
efeitos para toda a coletividade).
Em ambos os casos, caso haja a declaração de inconstitucionalidade pelo STF (e apenas
por este), poderá haver a responsabilização pelos danos causados aos particulares.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 51 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

No que se refere aos atos judiciais, a lógica é a mesma, ou seja, a irresponsabilidade do


Poder Público. Duas são as situações que dão ensejo à responsabilidade estatal:
a) casos em que o Juiz responde por dolo ou fraude (com a intenção de prejudicar
terceiro): Se o magistrado atuar com a intenção de prejudicar alguma das partes (ou
até mesmo terceiro não relacionado com um processo específico), poderá ocorrer a
responsabilização estatal.
b) casos de erro judiciário: Estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 5º, LXXV, que

O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do
tempo fixado na sentença.

Havendo erro por parte do Poder Judiciário, estará o Estado obrigado a indenizar o particular
pelos danos decorrentes da decisão. Como consequência, verificando o Poder Público que
o magistrado agiu com dolo ou culpa, poderá ajuizar a competente ação de ressarcimento.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 52 de 107
MAPAS MENTAIS

www.grancursosonline.com.br 53 de 107
www.grancursosonline.com.br 54 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

QUESTÕES DE CONCURSO

001. (IADES/ADFA/SEAGRI DF/SEAGRI DF/ADMINISTRADOR/2023) No que tange à


responsabilidade civil do Estado, assinale a alternativa correta.
a) As pessoas jurídicas de direito público responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros.
b) As pessoas jurídicas de direito público e todas as pessoas de direito privado responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
c) O direito de regresso contra o responsável apenas pode ser exercido nos casos de dolo.
d) O servidor público responsável pelo dano responde por ele de forma objetiva e tem
direito de regresso contra o Estado.
e) As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos não responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.

002. (IADES/GPPGG/SEPLAD DF/SEPLAD DF/ADMINISTRAÇÃO/2023) Quanto à responsabilidade


civil do Estado por danos causados pelos seus agentes, é correto afirmar que o entendimento
doutrinário do art. 37, § 6º, da Constituição Federal de 1988 – segundo o qual a ação
somente pode ser proposta em face do Estado, não sendo lícito acionar diretamente o
agente público – exprime a perspectiva da teoria do(a)
a) duplo grau administrativo.
b) duplo controle administrativo.
c) dupla liberação.
d) monismo administrativo.
e) dupla garantia.

003. (CEBRASPE/CESPE/AUX PER (POLC AL)/POLC AL/2023) Relativamente à responsabilidade


do Estado e aos princípios da administração pública, julgue o item que se segue.
Em casos de dano a pessoas causado por evento da natureza, o Estado poderá ser
responsabilizado civilmente por omissão.

004. (UFMT/OF (PM MT)/PM MT/COMBATENTE/2022) Leia o seguinte trecho extraído de


artigo jurídico:
A responsabilidade civil do Estado possui o seu fundamento legal nas disposições que foram
estabelecidas no art. 37, § 6º, da vigente Constituição Federal de 1988. Ao administrado
que suportar uma lesão decorrente de um ato praticado por um servidor, ou mesmo por um
integrante das forças policiais, civis ou militares, bastará demonstrar o nexo de causalidade

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 55 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

entre o fato e o dano suportado para que possa ser indenizado. Essa responsabilidade é de
natureza objetiva e não exige a comprovação de culpa por parte do lesado em razão do ato
que foi praticado pelo agente que se encontrava a serviço do Estado.
(...)
Mas, apesar da natureza da responsabilidade que foi estabelecida pelo vigente texto
constitucional, ao ser acionado judicialmente o Estado poderá provar que não foi o
responsável pelo evento suportado pelo administrado. No exercício de sua defesa em juízo,
o Estado poderá suscitar a ocorrência de uma das causas denominadas de excludentes
da responsabilidade, como por exemplo, a culpa exclusiva ou concorrente da vítima, atos
de terceiros, atos de multidões, ou mesmo o caso fortuito ou a força maior, que poderão
excluir ou até mesmo reduzir a quantia a ser paga ao particular a título de indenização
por danos materiais e ou morais.
Se eventualmente, o Estado for acionado judicialmente em razão de atos praticados pelos
integrantes das forças policiais, civis ou militares, poderá alegar em sua defesa, contestação,
que o ato foi praticado sob o manto da coação administrativa, que autoriza o uso da força
para a manutenção ou restabelecimento da ordem pública, tranquilidade e salubridade
pública, e também é uma causa de exclusão da responsabilidade na lição de Otto Mayer.
(ROSA, Paulo Tadeu Rodrigues. Excludentes de responsabilidade em face da autuação das
forças policiais. Disponível em:
https://www.jurisite.com.br/textos_juridicos/excludentes-de-responsabilidade-do-estado-em-face-da-
-atuacao-das-forcas-policiais/. Acesso em: 05 jan. 2022.)

Considerando o tema tratado no texto, qual a teoria adotada no direito pátrio para
fundamentar a responsabilidade civil do Estado em razão de ato praticado por um servidor
ou mesmo por um integrante das forças policiais, civis ou militares, segundo a jurisprudência
e a doutrina dominantes?
a) Teoria do risco administrativo
b) Teoria do risco integral
c) Teoria da culpa administrativa
d) Teoria da culpa anônima
e ) Teoria da culpa do serviço

005. (AOCP/ANA PREV (IPE PREV)/IPE PREV/ANALISTA DE SISTEMAS/2022) Em relação à


responsabilidade civil do Estado, a prescrição para as ações de reparação civil contra o
Estado ocorre em
a) dois anos.
b) três anos.
c) quatro anos.
d) cinco anos.
e) dez anos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 56 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

006. (SELECON/GM (SÃO GONÇALO)/PREF SÃO GONÇALO/NÍVEL III/2022) Eduardo Gibbs é


perito oficial e recebe para análise um caso em que existe um quesito sobre a responsabilidade
da vítima no evento que gerou o pedido de indenização contra o Estado. Observada a
responsabilidade objetiva, uma das causas excludentes consiste na:
a) ausência de dano material
b) omissão do agente estatal
c) discutibilidade do dano moral
d) culpa exclusiva da vítima

007. (FCC/ANA JD (DPE AM)/DPE AM/CIÊNCIAS JURÍDICAS/2022) A responsabilidade civil


do Estado pelos danos causados por seus agentes é
a) objetiva em relação a terceiros e permite o direito de regresso do Estado contra o servidor
público responsável independentemente de dolo ou culpa.
b) subjetiva em relação a terceiros e permite o direito de regresso do Estado contra o
servidor público responsável nos casos de dolo ou culpa.
c) objetiva em relação a terceiros e permite o direito de regresso do Estado contra o servidor
público responsável nos casos de dolo ou culpa.
d) subjetiva em relação a terceiros e permite o direito de regresso do Estado contra o
servidor responsável independentemente de dolo ou culpa.
e) objetiva em relação a terceiros e não permite o direito de regresso do Estado contra o
servidor público responsável.

008. (SELECON/ADTND (AMAZUL)/AMAZUL/ANALISTA DE NEGÓCIOS 40 HORAS/2022) Segundo


a teoria da responsabilidade civil objetiva do Estado, se um agente público de um município
causa dano patrimonial a um particular, quem responde pelo dano é:
a) o município.
b) o agente público.
c) o município e o agente público solidariamente.
d) o agente público e o município subsidiariamente.

009. (QUADRIX/AG (CRF GO)/CRF GO/ADMINISTRATIVO/2022) Quanto à responsabilidade


civil do Estado, julgue o item.
O Estado, segundo o direito positivo atual, não é obrigado a responder pelos danos que
seus agentes causarem a terceiros.

010. (QUADRIX/AG (CRF GO)/CRF GO/ADMINISTRATIVO/2022) Quanto à responsabilidade


civil do Estado, julgue o item.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 57 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

A teoria da irresponsabilidade do Estado ainda é amplamente aplicada, sendo atualmente


adotada no Brasil.

011. (CEV UECE/ANA GES (METROFOR)/METROFOR/DIREITO/2022) Segundo o parágrafo 6º


do artigo 37 da Lei Maior, “as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo
ou culpa”. Com base nesta norma constitucional, a doutrina defende que a responsabilidade
civil do Estado é
a) objetiva, fundamentada pela teoria do risco administrativo.
b) objetiva, fundamentada pela teoria da culpa civil.
c) subjetiva, fundamentada pela teoria do risco integral.
d) subjetiva, fundamentada pela teoria da culpa administrativa.

012. (VUNESP/INV POL (PC SP)/PC SP/2022) A respeito da responsabilidade civil do Estado,
é correto afirmar que
a) a soberania estatal, assegurada na Carta Constitucional de 1988, impede que o ente
estatal seja responsabilizado por danos causados aos cidadãos do próprio país, permitindo
apenas a responsabilização por danos causados a nações estrangeiras.
b) a responsabilização civil do Estado prescinde da comprovação do nexo causal entre ação
ou omissão de agente ou órgão estatal e o dano causado a terceiro, sendo materialização
da chamada teoria da “responsabilidade objetiva”.
c) a chamada “teoria do risco integral” pressupõe a responsabilização do Estado por danos
causados a terceiros exclusivamente no caso de dolo ou culpa grave dos agentes estatais e
desde que o dano seja causado em decorrência da prestação de serviço público.
d) as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
e) o desenvolvimento legislativo, doutrinário e jurisprudencial da noção de responsabilidade
do Estado por danos causados aos cidadãos não contribui para a construção da noção
jurídico-política de Estado Democrático de Direito.

013. (VUNESP/DEL POL (PC SP)/PC SP/2022) A respeito da responsabilidade civil extracontratual
da Administração, assinale a alternativa correta.
a) A responsabilidade civil objetiva se aplica a danos causados a pessoas que possuam
vínculo especial (estatutário ou contratual) com o estado.
b) O Direito Brasileiro adota a teoria da culpa anônima.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 58 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

c) Por força da disposição constitucional, a Administração não pode ser eximida, em relações
contratuais, da responsabilização por caso fortuito ou força maior.
d) Ainda que a conduta estatal seja lícita, ficará caracterizada a responsabilidade do Estado
quando comprovada a ilicitude do dano.
e) As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos somente respondem
de forma objetiva a danos causados aos usuários do serviço público.

014. (FGV/INV POL (PC RJ)/PC RJ/2022) João, investigador policial da Polícia Civil do Estado
Alfa, cumpria diligência determinada por delegado de polícia no bojo de inquérito policial
que apura crime de associação para o tráfico de drogas. Para tanto, João realizava o
mapeamento de determinada rua, quando, por descuido, deixou sua arma cair no chão,
causando um disparo que atingiu a perna de Maria, moradora da comunidade.
Após receber alta no hospital onde foi atendida, Maria procurou a Defensoria Pública e
ajuizou ação indenizatória em face:
a) de João, diretamente, com base em sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessária
a comprovação de ter o policial agido com culpa ou dolo;
b) de João, diretamente, com base em sua responsabilidade civil subjetiva e solidária, sendo
necessária a comprovação de ter o policial agido com culpa ou dolo;
c) da Polícia Civil do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil objetiva, sendo
desnecessária a comprovação de ter agido João com culpa ou dolo;
d) do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessária a
comprovação de ter agido João com culpa ou dolo;
e) do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessária a
comprovação de ter agido João com culpa ou dolo.

015. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/2022) Márcio é policial militar do Estado Ômega e, ao longo
de suas férias, em movimentada praia no litoral do Estado Alfa, durante festa em que se
encontrava à paisana, envolveu-se em uma briga, durante a qual sacou a arma da corporação,
que sempre portava, e desferiu tiros contra Bernardo, que veio a óbito imediato. Mirtes,
mãe de Bernardo, pretende ajuizar ação indenizatória em decorrência de tal evento.
Sobre a situação narrada, assinale a afirmativa correta.
a) A ação indenizatória não poderá ser ajuizada em face do Estado Ômega, na medida em
que o fato ocorreu no território do Estado Alfa.
b) A ação deverá ser ajuizada em face da União, que é competente para promover a segurança
pública.
c) Há legitimidade passiva do Estado Ômega, considerando que Márcio tinha a posse de
uma arma da corporação, em decorrência da qualidade de agente público.
d) O Estado Ômega deve responder civilmente pela conduta de Márcio, já que o ordenamento
jurídico pátrio adotou a teoria do risco integral.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 59 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

016. (FGV/JE TJMG/TJ MG/2022) A Constituição Federal adotou a teoria da responsabilidade


objetiva do Estado, através da qual o Estado responde, em razão de sua atividade, se causar
danos a terceiros.
Sobre a responsabilidade objetiva do Estado, analise as afirmativas a seguir.
I – Na responsabilidade objetiva, o particular deve demonstrar o ato da administração
pública, o dano e o nexo de causalidade, preenchendo os requisitos para a indenização.
II – Na responsabilidade objetiva, se houver a culpa da vítima, afasta-se o dever de indenizar,
pois o Estado não responde sempre.
III – Não é preciso provar a culpa do Estado, em caso de responsabilidade subjetiva, ocorrendo
omissão estatal que provoque danos ao particular.
Está correto o que se afirma em
a) I, somente.
b) II e III, somente.
c) I, II e III.
d) I e II, apenas.

017. (FGV/TNS (SSP AM)/SSP AM/2022) José é servidor público ocupante do cargo efetivo de
Técnico de Nível Superior da Secretaria de Segurança Pública do Estado Alfa e, no exercício
da função, praticou ato ilícito que, com nexo causal, causou danos materiais a Davi, usuário
do serviço público, inexistindo qualquer causa de exclusão da responsabilidade.
No caso em tela, eventual ação indenizatória deverá ser ajuizada por Davi em face
a) da Secretaria de Segurança Pública do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade
civil subjetiva, sendo necessário se comprovar o elemento subjetivo na conduta do agente,
que deverá responder em ação regressiva, caso haja condenação da referida Secretaria e
João tenha agido com culpa ou dolo.
b) da Secretaria de Segurança Pública do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade
civil objetiva, sendo desnecessário se comprovar o elemento subjetivo na conduta de João,
que não está sujeito à ação regressiva, pela teoria do risco administrativo.
c) de João, diretamente, com base em sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessário
se comprovar o elemento subjetivo em sua conduta, e o Estado Alfa está sujeito à ação
regressiva, pela teoria do risco administrativo, caso João seja condenado.
d) do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessário se
comprovar o elemento subjetivo na conduta de João, que não está sujeito à ação regressiva,
pela teoria do risco administrativo.
e) do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessário
se comprovar o elemento subjetivo na conduta de João, que deverá responder em ação
regressiva, caso haja condenação do referido Estado e o agente tenha agido com culpa
ou dolo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 60 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

018. (FGV/ALUN OF (PM AM)/PM AM/2022) O PM José, da Polícia Militar do Estado Alfa, e sua
equipe realizavam operação policial em determinada comunidade para reprimir o tráfico
de drogas e, durante troca de tiros com criminosos, atingiu a perna da criança Maria, de 4
anos, moradora da localidade. O laudo de confronto balístico tornou incontestável o fato
de que o projétil de arma de fogo que lesionou a criança partiu do fuzil do Policial José.
A criança Maria, representada pelos seus pais, procurou a Defensoria Pública e ajuizou ação
indenizatória em face
a) de José, por sua responsabilidade civil direta e objetiva, sendo desnecessária a comprovação
de ter agido com dolo ou culpa, com base na teoria do risco administrativo.
b) do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessária a comprovação
de ter agido o PM José com dolo ou culpa.
c) da Polícia Militar do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessária
a comprovação de ter agido o PM José com dolo ou culpa.
d) do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessária a comprovação
de ter agido o PM José com dolo ou culpa, com base na teoria do risco administrativo.
e) da Polícia Militar do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessária
a comprovação de ter agido o PM José com dolo ou culpa, com base na teoria do risco
administrativo.

019. (FGV/ESC POL (PC AM)/PC AM/4ª CLASSE/2022) Maria, Escrivã de Polícia Civil do
Estado Gama, no exercício da função, no bojo de um inquérito policial, ao digitar um ato de
indiciamento cujo conteúdo estava sendo ditado pelo Delegado Titular, de forma dolosa,
com objetivo de prejudicar André, seu antigo desafeto, inseriu a qualificação completa de
André como sendo indiciado. Mesmo sabendo que André não tinha qualquer relação com
os fatos investigados, Maria induziu a Autoridade Policial a erro. Meses depois, André foi
citado em ação penal e, após se inteirar dos fatos, conseguiu reunir provas não apenas de
sua inocência, mas também de que se tratou de uma armação dolosamente feita por Maria.
Eventual ação indenizatória manejada por André deverá ser ajuizada em face da(o)
a) Polícia Civil do Estado Gama, por sua responsabilidade civil objetiva, assegurado o direito
de regresso em face de Maria.
b) Polícia Civil do Estado Gama, por sua responsabilidade civil subjetiva, vedado o direito
de regresso em face de Maria.
c) Estado Gama, por sua responsabilidade civil objetiva, assegurado o direito de regresso
em face de Maria.
d) Estado Gama, por sua responsabilidade civil subjetiva, assegurado o direito de regresso
em face de Maria.
e) Maria, por sua responsabilidade civil objetiva, vedado o direito de regresso em face do
Estado Gama.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 61 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

020. (FGV/AJ (TJDFT)/TJDFT/APOIO ESPECIALIZADO/ADMINISTRAÇÃO/2022) Armando,


tinha interesse em compreender as teorias que dispõem sobre a responsabilidade civil
extracontratual da Administração Pública. Após ampla pesquisa, identificou a teoria adotada
no direito brasileiro para justificar a responsabilização objetiva da Administração Pública
por atos praticados por seus servidores, constatando, ainda, que essa responsabilização
pode ser afastada se houver culpa exclusiva da vítima.
Trata-se da teoria:
a) dos atos de império, sendo a responsabilização afastada, na hipótese indicada, porque
o dano decorreu de ato de outrem, não de ato de império;
b) da culpa administrativa, sendo a responsabilização afastada, na hipótese indicada, porque
o dano não pode ser atribuído ao mau funcionamento do serviço;
c) do risco integral, sendo a responsabilização afastada, na hipótese indicada, em razão da
presença do elemento subjetivo culposo no agir da vítima;
d) do risco administrativo, sendo a responsabilização afastada, na hipótese indicada, em
razão da ausência do nexo de causalidade entre o atuar estatal e o dano causado;
e) da culpa do serviço público, sendo a responsabilização afastada, na hipótese indicada,
porque o mau funcionamento do serviço, ainda que tenha ocorrido, não foi preponderante.

021. (FGV/TJ (TJDFT)/TJDFT/ADMINISTRATIVA/2022) Joana, servidora pública estadual, no


exercício regular de suas funções, estava operando uma empilhadeira em um galpão da
Secretaria Municipal de Obras do Município Beta. Nesse contexto, causou danos ao veículo
automotor que se encontrava estacionado, de Tiago, o qual comparecera ao prédio anexo,
da mesma repartição, para solicitar uma licença de construção.
Nesse caso, a responsabilidade civil pelos danos causados ao bem de Tiago é:
a) do Município Beta ou de Joana, mas apenas se for demonstrada a culpa desta última;
b) do Município Beta, apenas se for demonstrada a culpa de Joana;
c) do Município Beta, sendo demonstrada, ou não, a culpa de Joana;
d) do Município Beta, ainda que haja culpa exclusiva de Tiago;
e) apenas de Joana, sendo demonstrada, ou não, a sua culpa.

022. (FGV/AS (SEMSA MANAUS)/PREF MANAUS/CONDUTOR DE AMBULÂNCIA CATEGORIA/2022)


João, servidor público ocupante do cargo efetivo de Assistente em Saúde Condutor de
Ambulância do Município de Manaus, no exercício da função, não observou o sinal vermelho e
bateu o veículo que conduzia no carro de Joaquim, que trafegava observando regularmente
as leis de trânsito.
No caso em tela, de acordo com a Constituição da República, sem necessidade de comprovar
que João agiu com dolo ou culpa, Joaquim deve direcionar ação indenizatória em face

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 62 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

a) do próprio João, que deve indenizar imediatamente Joaquim, sob pena de perder o cargo.
b) da Secretaria Municipal de Transporte de Manaus, órgão onde João está lotado.
c) da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus, órgão ao qual João está vinculado.
d) do Estado do Amazonas, pois se aplica a responsabilidade civil objetiva do Estado.
e) do Município de Manaus, que possui direito de regresso contra João, comprovado seu
dolo ou culpa.

023. (FGV/AUX (MPE SC)/MPE SC/2022) Joana, ocupante do cargo de auxiliar administrativo do
Ministério Público do Estado Alfa, durante atendimento no balcão da Secretaria da Promotoria
onde está lotada, recebeu do cidadão José uma representação escrita, narrando graves
fatos ilícitos que ensejariam a atuação do Ministério Público, que o noticiante imputava a
determinada sociedade empresária. Tendo em vista que o sócio administrador da referida
sociedade é irmão de Joana, a servidora resolveu não dar andamento à notícia e rasgou o
documento escrito trazido por José. Diante da não atuação do Ministério Público no caso,
exclusivamente em razão da conduta de Joana, José sofreu comprovados danos materiais.
Inconformado com a conduta da servidora e a omissão do parquet, José ajuizou ação
indenizatória em face:
a) de Joana, por sua responsabilidade civil objetiva, de maneira que não será necessária a
comprovação de ter agido a servidora com dolo ou culpa;
b) do Ministério Público do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil objetiva, de maneira
que não será necessária a comprovação de ter agido Joana com dolo ou culpa;
c) do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil objetiva, de maneira que não será necessária
a comprovação de ter agido Joana com dolo ou culpa;
d) do Ministério Público do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil subjetiva, de maneira
que será necessária a comprovação de ter agido Joana com dolo ou culpa;
e) do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil subjetiva, de maneira que será necessária
a comprovação de ter agido Joana com dolo ou culpa.

024. (FGV/ES (SEMSA MANAUS)/PREF MANAUS/ADVOGADO/2022) Fernando, servidor público


do Município Alfa, conduzia veículo oficial em via pública, imprimindo velocidade bem superior
à permitida. Em razão da conduta culposa por imprudência, Fernando abalroou o carro de
Moacir, que sofreu danos materiais. Moacir ajuizou ação indenizatória em face do Município
Alfa, e obteve sentença, que acaba de transitar em julgado, com a procedência do pedido.
Observado o texto constitucional e o entendimento do Supremo Tribunal Federal, com intuito
de ser ressarcido pelo prejuízo que sofreu, o Município Alfa deve ajuizar ação regressiva em
face de Fernando, com base em sua responsabilidade civil

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 63 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

a) subjetiva, pois o agente público tem o dever de ressarcir os cofres públicos independentemente
da comprovação de ter agido com culpa ou dolo, incidindo no caso narrado a teoria do
risco administrativo que dispensa a comprovação do elemento subjetivo para fins de
ressarcimento ao erário.
b) subsidiária, pois o agente público tem o dever de ressarcir o erário municipal,
independentemente de ter agido com culpa ou dolo, incidindo no caso narrado a teoria da
dupla garantia: a primeira para o particular Moacir que teve assegurada a responsabilidade
em face do Município; e a segunda para o servidor Fernando, que somente responderá
perante o ente público.
c) objetiva, pois o agente público tem o dever de ressarcir o erário municipal, independentemente
de ter agido com dolo ou culpa, incidindo no caso narrado a teoria do risco administrativo
que dispensa a comprovação do elemento subjetivo para fins de ressarcimento ao erário.
d) subjetiva, pois o agente público tem o dever de ressarcir o erário municipal, porque agiu
com culpa, incidindo no caso narrado a teoria da dupla garantia: a primeira para o particular
Moacir que teve assegurada a responsabilidade objetiva, não necessitando comprovar dolo
ou culpa de Fernando; e a segunda para o servidor Fernando, que somente responderá
perante o ente municipal.
e) objetiva, pois o agente público tem o dever de ressarcir o erário municipal, porque agiu
com culpa, incidindo no caso narrado a teoria da dupla garantia: a primeira para o particular
Moacir que teve assegurada a responsabilidade subjetiva, não necessitando comprovar
dolo ou culpa de Fernando; e a segunda para o servidor Fernando, que somente responderá
perante o ente municipal.

025. (FGV/CONT DIST (TJ TO)/TJ TO/CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2022) João, servidor público
ocupante do cargo efetivo de contador/distribuidor do Tribunal de Justiça do Estado Ômega,
no exercício de suas funções, destruiu os autos físicos de um processo judicial em que seu
desafeto Antônio figurava como parte autora, com o objetivo de prejudicá-lo.
Em razão do ato ilícito praticado por João, o jurisdicionado Antônio sofreu danos materiais
e morais.
Inconformado, Antônio contratou advogado e ajuizou ação indenizatória em face:
a) de João, na qualidade de responsável direto pelo ato ilícito, e é desnecessária a comprovação
de ter agido o agente público João com dolo ou culpa;
b) do Tribunal de Justiça do Estado Ômega, e é necessária a comprovação de ter agido o
agente público João com dolo ou culpa;
c) do Tribunal de Justiça do Estado Ômega, e é desnecessária a comprovação de ter agido
o agente público João com dolo ou culpa;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 64 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

d) do Estado Ômega, e é necessária a comprovação de ter agido o agente público João com
dolo ou culpa;
e) do Estado Ômega, e é desnecessária a comprovação de ter agido o agente público João
com dolo ou culpa.

026. (FGV/TJ (TJ TO)/TJ TO/APOIO JUDICIÁRIO E ADMINISTRATIVO/2022) Pedro, chefe do setor
de transportes da Prefeitura do Município Alfa, foi informado de que um dos motoristas
vinculados ao órgão, conduzindo o veículo oficial durante o expediente, colidira com outro
veículo, daí decorrendo lesões corporais no motorista deste último. Preocupado, levou o
fato ao conhecimento do seu superior e indagou se o ocorrido acarretaria a responsabilidade
civil do Município pelos danos causados ao outro motorista.
Foi-lhe respondido, corretamente, que o Município:
a) somente será responsabilizado se for demonstrada a culpa de Pedro;
b) será responsabilizado independentemente da culpa de Pedro, salvo se tiver ocorrido
culpa exclusiva da vítima;
c) não será responsabilizado, pois a atuação de Pedro, à margem da juridicidade, não lhe
pode ser imputada;
d) será responsabilizado independentemente da culpa de Pedro, mesmo que tenha ocorrido
culpa exclusiva da vítima;
e) somente será responsabilizado pela indenização de metade dos danos causados, cabendo
a outra metade a Pedro.

027. (FGV/AG SG PEN (DEPEN MG)/DEPEN MG/2022) Mário, servidor público estadual, ao
conduzir em serviço automóvel pertencente à autarquia estadual em que estava lotado,
calculou mal o espaço para fazer uma curva e, ainda que não estivesse em excesso de
velocidade, acabou colidindo contra o automóvel de Lucas, que estava corretamente
estacionado na via pública.
Acerca desse cenário, a responsabilidade civil do Estado no caso descrito é
a) aquiliana e objetiva, nos termos da teoria do risco administrativo.
b) extracontratual e subjetiva, nos termos da teoria do risco administrativo.
c) contratual e objetiva, nos termos da teoria do risco integral.
d) contratual e subjetiva, nos termos da teoria do risco integral.
e) aquiliana e objetiva, nos termos da teoria do risco integral.

028. (FGV/AJ TRT16/TRT 16/ADMINISTRATIVA/”SEM ESPECIALIDADE”/2022) Joaquim, servidor


público federal do Tribunal Regional do Trabalho da Wª Região, no exercício da função, com
objetivo de prejudicar seu vizinho Antônio, seu antigo desafeto, arquivou indevidamente um

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 65 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

processo de reclamação trabalhista em que Antônio figurava como reclamante. Em razão


da conduta ilícita de Joaquim, Antônio sofreu danos materiais e morais.
Inconformado com o ocorrido, Antônio ajuizou ação indenizatória em face
a) do TRT da Wª Região, por sua responsabilidade civil objetiva.
b) do TRT da Wª Região, por sua responsabilidade civil subjetiva.
c) de Joaquim, diretamente, por sua responsabilidade civil objetiva.
d) da União, por sua responsabilidade civil subjetiva.
e) da União, por sua responsabilidade civil objetiva.

029. (CEBRASPE (CESPE)/ADM (FUB)/FUB/2022) A respeito da responsabilidade civil do


Estado, julgue o item que se segue.
Somente os danos ocasionados por agentes pertencentes aos quadros das pessoas jurídicas
de direito público dão ensejo à responsabilidade civil do Estado.

030. (CEBRASPE (CESPE)/DP RS/DPE RS/2022) Cada um dos próximo item apresenta uma
situação hipotética seguida de uma assertiva, a ser julgada de acordo com o entendimento
dos tribunais superiores acerca da responsabilidade civil do Estado.
Uma professora da rede estadual de ensino recebia, havia meses, ofensas e ameaças de
agressão e morte feitas por um dos alunos da escola. Em todas as oportunidades, ela
reportou o ocorrido à direção da escola, que, acreditando que nada ocorreria, preferiu não
admoestar o aluno. Em determinada data, dentro da sala de aula, esse aluno desferiu um
soco no rosto da professora, causando-lhe lesões aparentes, o que a motivou a ingressar
com demanda judicial indenizatória contra o Estado. Nessa situação hipotética, não há
responsabilidade do Estado, já que o dano foi provocado por terceiro.

031. (CEBRASPE (CESPE)/DP RS/DPE RS/2022) Cada um dos próximo item apresenta uma
situação hipotética seguida de uma assertiva, a ser julgada de acordo com o entendimento
dos tribunais superiores acerca da responsabilidade civil do Estado.
Um detento em cumprimento de pena em regime fechado empreendeu fuga do estabelecimento
penal. Decorridos aproximadamente três meses da fuga, ele cometeu o crime de latrocínio,
em conjunto com outros agentes. Sabendo da fuga, a família da vítima ingressou com ação
para processar o Estado. Nessa situação hipotética, há responsabilidade estatal, haja vista
a omissão na vigilância e na custódia de pessoa que deveria estar presa, além da negligência
da administração pública no emprego de medidas de segurança carcerária.

032. (CEBRASPE (CESPE)/AAMB (ICMBIO)/ICMBIO/2022) No que diz respeito ao direito


administrativo, julgue o item a seguir.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 66 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

O Estado tem responsabilidade subsidiária por danos materiais causados a candidatos em


concurso público organizado por pessoa jurídica de direito privado no caso de cancelamento
das provas por indícios de fraude.

033. (CEBRASPE (CESPE)/AAAJ (DP DF)/DP DF/DIREITO E LEGISLAÇÃO/2022) Acerca da


responsabilidade civil do Estado, dos serviços públicos e da organização administrativa,
julgue o seguinte item.
A responsabilização civil do Estado pressupõe, conjunta e necessariamente, as implicações
penais e administrativas decorrentes do dano.

034. (CEBRASPE (CESPE)/TCE TCE RJ/TCE RJ/TÉCNICO/2022) João, servidor público, praticou
ato administrativo que causou prejuízo a um particular. Percebendo a ilegalidade decorrente
da prática desse ato, João revogou-o. Mesmo assim, o particular resolveu pedir indenização
e ajuizou ação de responsabilidade civil do Estado em face do ato de João, alegando que o
dano já havia sido concretizado.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Para fins de responsabilidade civil do Estado, é necessário que João tenha agido na condição
de servidor público.

035. (CEBRASPE (CESPE)/PER OF (PC PB)/PC PB/CRIMINAL/ÁREA GERAL/2022) A


responsabilidade civil do Estado impõe que
a) a ilicitude do agente seja um ato antijurídico.
b) o ato de improbidade seja crime próprio de servidor público.
c) a prescrição quinquenal contra a fazenda pública restrinja-se a pessoas jurídicas de
direito público da administração direta e indireta.
d) seja confirmado o nexo causal entre o fato administrativo e o dano provocado pela
conduta, para a comprovação da responsabilidade objetiva do Estado.
e) a ação regressiva contra servidor que cause ilícito e aja com dolo ou culpa seja imprescritível.

036. (CEBRASPE (CESPE)/ADM (FUB)/FUB/2022) A respeito da responsabilidade civil do


Estado, julgue o item que se segue.
Segundo a jurisprudência do STF, os danos ocasionados a determinada pessoa em razão
de crime cometido por foragido do sistema prisional ensejam a responsabilidade civil do
Estado, ainda que o nexo de causalidade seja presumido, dado o dever estatal de vigilância
em relação aos presidiários sob sua custódia.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 67 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

037. (CEBRASPE (CESPE)/JE TJMA/TJ MA/2022) Após um plano de fuga bem sucedido, um
presidiário praticou o crime de estupro de vulnerável, mediante violência, causando a morte
da vítima.
Indignados com o ocorrido, os pais da vítima ingressaram com ação judicial na qual requereram
a condenação do Estado à concessão de pensão vitalícia e pagamento de indenização por
danos morais, alegando a responsabilidade objetiva estatal e a falha na prestação do serviço
de segurança pública como fundamentos do pedido.
Nessa situação hipotética, considerada a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre
o tema, a demanda deverá ser julgada
a) procedente, pois a responsabilidade objetiva no caso torna presumida a ocorrência do
dano moral.
b) improcedente no que se refere ao pedido de concessão de pensão vitalícia, dada a
condição de vulnerabilidade da vítima.
c) procedente, em virtude da ocorrência da falha no serviço de segurança do presídio.
d) improcedente, pois não é possível estabelecer o nexo causal entre a fuga do preso e o
dano causado em decorrência do crime.
e) improcedente, pois a responsabilidade civil por dano resultante de omissão do Estado
é subjetiva.

038. (FGV/AG POL (RN)/PC RN/2021) Maria, escrivã de Polícia Civil no Estado Alfa, ao digitar
o auto de qualificação do investigado João da Silva de Tal, no bojo de inquérito policial,
cometeu erro de grafia, de maneira que acabou escrevendo o nome de outra pessoa, quase
homônima, que nenhuma relação tinha com o caso, João da Salva de Tal. Diante de tal erro
no procedimento de identificação, por falta de cuidado de Maria na fase investigatória,
João da Salva de Tal foi denunciado pelo Ministério Público, respondeu à ação penal, mas
ao final foi absolvido.
Após procurar a Defensoria Pública, João da Salva de Tal manejou ação indenizatória em face:
a) do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessária a comprovação
do elemento subjetivo do dolo ou culpa de Maria;
b) da Polícia Civil do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessária
a comprovação do elemento subjetivo do dolo ou culpa de Maria;
c) de Maria, por sua responsabilidade civil subjetiva, sendo desnecessária a comprovação
do elemento subjetivo do dolo ou culpa em sua conduta;
d) do delegado titular da delegacia, por sua responsabilidade civil solidária, pela culpa in
vigilando, sendo desnecessária a comprovação do dolo ou culpa de Maria;
e) da Polícia Civil do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessária
a comprovação do elemento subjetivo do dolo ou culpa de Maria.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 68 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

039. (CEBRASPE (CESPE)/AGFEP (DEPEN)/DEPEN/2021) Jorge, chefe de repartição vinculada


a órgão público federal, determinou, de forma expressa, que todos os servidores deveriam
tratar os administrados com respeito e urbanidade e que não toleraria ofensa verbal. No
entanto, Bruno, um de seus subordinados que exerce cargo em comissão e não possui cargo
efetivo, cometeu grave insubordinação em serviço ao insultar Fernanda, uma administrada
que havia solicitado informações sobre o andamento de processo que tramitava no referido
órgão. Jorge, na figura de autoridade pública competente, abriu processo administrativo
disciplinar contra Bruno, que culminou na aplicação de pena de suspensão por 90 dias ao
insubordinado.
Considerando essa situação hipotética e os dispositivos da Lei n.º 8.112/1990 e da Lei
n.º 9.784/1999, bem como as disposições a respeito dos poderes administrativos e da
responsabilidade civil do Estado no direito brasileiro, julgue o item subsequente.
Fernanda, caso tenha se sentido ofendida por ter sido destratada, poderá ajuizar ação de
responsabilidade civil contra a União, devendo comprovar o dolo ou a culpa de Bruno para
eventualmente lograr êxito na ação.

040. (CEBRASPE (CESPE)/ANA MIN (MPE AP)/MPE AP/PSICOLOGIA/2021) Acerca da


responsabilidade civil do Estado, julgue os itens a seguir.
I – A teoria adotada no Brasil sobre a responsabilidade civil do Estado é a teoria da culpa
administrativa.
II – Se determinado agente público, nessa qualidade, causou dolosamente um dano à terceiro,
então é facultado a este propor ação diretamente contra o agente público.
III – Nas causas em que o Estado for condenado por ato de agente público, este poderá
responder regressivamente, de maneira subjetiva, perante o Estado.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item III está certo.
c) Apenas os itens I e II estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

041. (FGV/ASS ADM (TCE-PI)/TCE-PI/2021) Antônio, ocupante do cargo efetivo de Assistente


de Administração de determinado Tribunal de Contas estadual, está lotado no setor de
protocolo, onde recebe documentos e correspondências externas. Por descuido, ao receber
ofício subscrito por certo Prefeito Municipal, Antônio acabou se distraindo e colocou o
documento numa pilha de papéis que seriam destruídos e, em seguida, o incinerou. Por

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 69 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

não ter sido juntado o ofício ao correlato processo administrativo, o Prefeito jurisdicionado
acabou sendo multado pela Corte de Contas e alega que sofreu danos materiais e morais.
No caso narrado, em tese, aplicar-se-ia a responsabilidade civil:
a) subjetiva do Tribunal de Contas, sendo necessária a comprovação de ter agido Antônio
com dolo ou culpa;
b) objetiva do Tribunal de Contas, sendo necessária a comprovação de ter agido Antônio
com dolo ou culpa;
c) objetiva de Antônio, sendo desnecessária a comprovação de ter agido com dolo ou culpa;
d) subjetiva do Estado, sendo necessária a comprovação de ter agido Antônio com dolo ou
culpa;
e) objetiva do Estado, sendo desnecessária a comprovação de ter agido Antônio com dolo
ou culpa.

042. (INSTITUTO AOCP/AG (ITEP RN)/ITEP RN/TÉCNICO FORENSE/2021) No Brasil, como regra
geral, a responsabilidade civil objetiva do Estado, insculpida no art. 37, §6º da Constituição
Federal, adota a teoria
a) do risco integral.
b) do risco administrativo.
c) do risco suscitado.
d) da responsabilidade subjetiva.
e) da culpa do serviço.

043. (CEBRASPE (CESPE)/OF (CBM AL)/CBM AL/2021) Com relação à organização administrativa
e à responsabilidade civil do Estado, julgue o item seguinte.
A Caixa Econômica Federal é empresa pública prestadora de serviços de natureza privada
e possui responsabilidade objetiva pelos atos praticados pelos seus agentes.

044. (CEBRASPE (CESPE)/OF (CBM AL)/CBM AL/2021) Com relação à organização administrativa
e à responsabilidade civil do Estado, julgue o item seguinte.
Caso uma viatura do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Alagoas se envolva em um
acidente de trânsito com um veículo particular e disso resultem danos materiais e morais
ao condutor do veículo particular, este não será indenizado pelo Estado se não for provado
culpa ou dolo do condutor da viatura, subsistindo a responsabilidade subjetiva do Estado.

045. (QUADRIX/AG ADM (CRBM 4 PA)/CRBM 4 (PA RO)/2021) Acerca de atos administrativos
e de controle e responsabilização da Administração, julgue o item a seguir.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 70 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Na modalidade de risco administrativo, a Administração tem o dever de indenizar os


prejuízos causados por seus agentes, não cabendo, em nenhuma hipótese, a alegação de
culpa exclusiva da vítima.

046. (QUADRIX/AG ADM (CRBM 4 PA)/CRBM 4 (PA RO)/2021) Acerca de atos administrativos
e de controle e responsabilização da Administração, julgue o item a seguir.
A responsabilidade civil dos servidores públicos é subjetiva, ou seja, deve-se demonstrar
se a sua conduta decorreu de dolo ou culpa.

047. (QUADRIX/AG ADM (CRBM 4 PA)/CRBM 4 (PA RO)/2021) Acerca de atos administrativos
e de controle e responsabilização da Administração, julgue o item a seguir.
A responsabilidade civil do Estado, na modalidade de risco integral, não admite a alegação
das excludentes de responsabilidade, razão pela qual os prejuízos causados a terceiros
devem ser indenizados independentemente de sua origem.

048. (VUNESP/PROC (PREF JUNDIAÍ)/PREF JUNDIAÍ/2021) No que diz respeito à


responsabilidade do Estado por atos legislativos, é correto afirmar que
a) com base no princípio da separação de poderes, o STF já assentou que o Estado não pode
ser responsabilizado por atos legislativos.
b) o Supremo Tribunal Federal adotou o entendimento de que lei declarada inconstitucional
em ação direta não enseja a responsabilidade estatal.
c) o fundamento jurídico que autoriza a condenação do Estado por atos legislativos é a
teoria do risco integral.
d) a responsabilidade estatal por atos legislativos somente é admitida quando haja previsão
de indenização expressa na própria norma.
e) há possiblidade de responsabilizar o Estado em decorrência da edição de lei de efeitos
concretos que cause prejuízos a terceiros.

049. (VUNESP/NER (TJ GO)/TJ GO/PROVIMENTO/2021) Assinale a alternativa correta sobre


a responsabilidade civil extracontratual do Estado pelos atos dos tabeliães e registradores,
que, no exercício de suas funções, causem danos a terceiros, segundo tese firmada pelo
Supremo Tribunal Federal no julgamento do Tema 777.
a) o Estado responde, objetivamente, assentado o dever de regresso contra o responsável,
nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa.
b) o Estado responde, subjetivamente, assegurado o direito de regresso contra o responsável,
nos casos de dolo ou culpa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 71 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

c) o Estado responde, subsidiariamente, pelos danos, uma vez comprovada a impossibilidade


de pagamento do Cartório, com o direito de regresso contra o responsável, nos casos de
dolo ou culpa.
d) o Estado responde, objetivamente, facultado ao poder público exercer o direito de
regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa.

050. (FCC/AJ TRT17/TRT 17/ADMINISTRATIVA/CONTABILIDADE/2022) Considere que uma


empresa concessionária de serviço público de transporte de passageiros esteja sendo
acionada judicialmente por usuários que alegam ter sofrido danos físicos decorrentes de
manobra realizada por motorista da concessionária, freando bruscamente o ônibus em que
se encontravam. Considerando a disciplina constitucional aplicável ao tema, tem-se que a
responsabilização civil da empresa
a) é de natureza subsidiária em relação ao poder público titular do serviço, este que possui
responsabilidade subjetiva primária pelos danos causados aos usuários de serviço objeto
de concessão ou permissão.
b) é de natureza subjetiva, demandando a comprovação de conduta dolosa ou culposa de
agente da concessionária que tenha relação direta com os danos sofridos pelos usuários.
c) é solidária em relação ao poder concedente, sendo que apenas a responsabilidade deste
último é de natureza objetiva e prescinde de comprovação de culpa.
d) prescinde da comprovação de culpa do motorista, bastando a comprovação do nexo de
causalidade e a ausência de excludentes, tais como força maior ou culpa exclusiva da vítima.
e) depende da comprovação da falha na prestação do serviço, representada por negligência,
imperícia ou imprudência de seus agentes ou fiscalização deficiente do poder concedente.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 72 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

GABARITO

1. a 35. d
2. e 36. e
3. C 37. d
4. a 38. a
5. d 39. E
6. d 40. b
7. c 41. e
8. a 42. b
9. E 43. E
10. E 44. E
11. a 45. E
12. d 46. C
13. d 47. C
14. d 48. e
15. c 49. a
16. a 50. d
17. e
18. d
19. c
20. d
21. c
22. e
23. c
24. d
25. e
26. b
27. a
28. e
29. E
30. E
31. E
32. C
33. E
34. C

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 73 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

GABARITO COMENTADO

001. (IADES/ADFA/SEAGRI DF/SEAGRI DF/ADMINISTRADOR/2023) No que tange à


responsabilidade civil do Estado, assinale a alternativa correta.
a) As pessoas jurídicas de direito público responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros.
b) As pessoas jurídicas de direito público e todas as pessoas de direito privado responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
c) O direito de regresso contra o responsável apenas pode ser exercido nos casos de dolo.
d) O servidor público responsável pelo dano responde por ele de forma objetiva e tem
direito de regresso contra o Estado.
e) As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos não responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.

Letra A: Certa. A alternativa está de acordo com o §6º do artigo 37, que determina que

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado
o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Letra B: Errada. Com base no artigo mencionado, é possível observar que apenas as
pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos (e não todas
as pessoas jurídicas de direito privado) é que responderão com base nas regras da
responsabilidade objetiva.
Letra C: Errada. O direito de regresso contra o responsável poderá ser exercido nos casos
de dolo ou de culpa.
Letra D: Errada. Quem responde pelo dano, inicialmente, é o Poder Público. Posteriormente,
em caso de dolo ou culpa do agente estatal, o Estado ajuizará uma ação regressiva contra
o servidor.
Letra E: Errada. Diferente do que afirmado, as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem
a terceiros.
Letra a.

002. (IADES/GPPGG/SEPLAD DF/SEPLAD DF/ADMINISTRAÇÃO/2023) Quanto à responsabilidade


civil do Estado por danos causados pelos seus agentes, é correto afirmar que o entendimento

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 74 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

doutrinário do art. 37, § 6º, da Constituição Federal de 1988 – segundo o qual a ação
somente pode ser proposta em face do Estado, não sendo lícito acionar diretamente o
agente público – exprime a perspectiva da teoria do(a)
a) duplo grau administrativo.
b) duplo controle administrativo.
c) dupla liberação.
d) monismo administrativo.
e) dupla garantia.

Em breve síntese, a teoria da dupla garantia estabelece que o particular lesado por algum
dano decorrente da atividade do Poder Público somente poderá demandar o ente público ou
a pessoa jurídica de direito privado, e não o agente estatal responsável pelo cometimento
do dano. A faculdade de ajuizar uma ação contra o agente que causou o dano é medida
que apenas é possível para o Poder Público, e, ainda assim, somente nos casos de dolo ou
de culpa.
Logo, é correto afirmar que estamos diante de uma dupla garantia, a saber:
a) para o particular, a garantia de que não precisará comprovar dolo ou culpa do autor
do dano.
b) para o servidor, a garantia de que apenas responderá, em ação regressiva, perante o
Poder Público.

JURISPRUDÊNCIA
RESPONSABILIDADE CIVIL – INDENIZAÇÃO – RÉU AGENTE PÚBLICO – ARTIGO 37, § 6º, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL – ALCANCE – ADMISSÃO NA ORIGEM – RECURSO EXTRAORDINÁRIO
– PROVIMENTO. (RE 1027633) A vítima somente poderá ajuizar a ação de indenização
contra o Estado; se este for condenado, poderá acionar o servidor que causou o dano
em caso de dolo ou culpa; o ofendido não poderá propor a demanda diretamente
contra o agente público.

Letra e.

003. (CEBRASPE/CESPE/AUX PER (POLC AL)/POLC AL/2023) Relativamente à responsabilidade


do Estado e aos princípios da administração pública, julgue o item que se segue.
Em casos de dano a pessoas causado por evento da natureza, o Estado poderá ser
responsabilizado civilmente por omissão.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 75 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Em determinadas situações, os danos decorrentes de eventos da natureza ensejarão a


responsabilidade civil do Estado por omissão. Como exemplo, podemos citar os riscos de
que, com as chuvas, ocorra um desmoronamento e atinja uma escola pública. Caso os
moradores já tivessem alertado o Poder Público sobre o problema, eventual dano causado
em razão do desmoronamento é fruto da omissão estatal, que não adotou as medidas
cabíveis para evitar o ocorrido.
Certo.

004. (UFMT/OF (PM MT)/PM MT/COMBATENTE/2022) Leia o seguinte trecho extraído de


artigo jurídico:
A responsabilidade civil do Estado possui o seu fundamento legal nas disposições que foram
estabelecidas no art. 37, § 6º, da vigente Constituição Federal de 1988. Ao administrado
que suportar uma lesão decorrente de um ato praticado por um servidor, ou mesmo por um
integrante das forças policiais, civis ou militares, bastará demonstrar o nexo de causalidade
entre o fato e o dano suportado para que possa ser indenizado. Essa responsabilidade é de
natureza objetiva e não exige a comprovação de culpa por parte do lesado em razão do ato
que foi praticado pelo agente que se encontrava a serviço do Estado.
(...)
Mas, apesar da natureza da responsabilidade que foi estabelecida pelo vigente texto constitucional,
ao ser acionado judicialmente o Estado poderá provar que não foi o responsável pelo evento
suportado pelo administrado. No exercício de sua defesa em juízo, o Estado poderá suscitar
a ocorrência de uma das causas denominadas de excludentes da responsabilidade, como por
exemplo, a culpa exclusiva ou concorrente da vítima, atos de terceiros, atos de multidões, ou
mesmo o caso fortuito ou a força maior, que poderão excluir ou até mesmo reduzir a quantia
a ser paga ao particular a título de indenização por danos materiais e ou morais.
Se eventualmente, o Estado for acionado judicialmente em razão de atos praticados pelos
integrantes das forças policiais, civis ou militares, poderá alegar em sua defesa, contestação,
que o ato foi praticado sob o manto da coação administrativa, que autoriza o uso da força
para a manutenção ou restabelecimento da ordem pública, tranquilidade e salubridade
pública, e também é uma causa de exclusão da responsabilidade na lição de Otto Mayer.
(ROSA, Paulo Tadeu Rodrigues. Excludentes de responsabilidade em face da autuação das
forças policiais. Disponível em:
https://www.jurisite.com.br/textos_juridicos/excludentes-de-responsabilidade-do-estado-em-face-da-
-atuacao-das-forcas-policiais/. Acesso em: 05 jan. 2022.)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 76 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Considerando o tema tratado no texto, qual a teoria adotada no direito pátrio para
fundamentar a responsabilidade civil do Estado em razão de ato praticado por um servidor
ou mesmo por um integrante das forças policiais, civis ou militares, segundo a jurisprudência
e a doutrina dominantes?
a) Teoria do risco administrativo
b) Teoria do risco integral
c) Teoria da culpa administrativa
d) Teoria da culpa anônima
e ) Teoria da culpa do serviço

A teoria adotada no direito pátrio para fundamentar a responsabilidade civil do Estado em


razão de ato praticado por um servidor ou mesmo por um integrante das forças policiais,
civis ou militares, é a teoria do risco administrativo. De acordo com esta teoria, de natureza
objetiva, basta ao particular lesado demonstrar o nexo de causalidade entre o fato e o dano
suportado para que possa ser indenizado.
A teoria do risco administrativo admite o exercício dos excludentes e dos atenuantes de
responsabilidade. Na exclusão, a culpa do Poder Público é afastada (como acontece, por
exemplo, em caso de culpa exclusiva da vítima). Na atenuação, a culpa é reduzida, uma vez
que há, no caso, culpa de ambas as partes (agente público e particular) para que o dano
tenha ocorrido.
Letra a.

005. (AOCP/ANA PREV (IPE PREV)/IPE PREV/ANALISTA DE SISTEMAS/2022) Em relação à


responsabilidade civil do Estado, a prescrição para as ações de reparação civil contra o
Estado ocorre em
a) dois anos.
b) três anos.
c) quatro anos.
d) cinco anos.
e) dez anos.

O prazo prescricional das ações de reparação civil contra o Estado é de 5 anos, conforme
previsão do artigo 1º do Decreto 20.910/1932, de seguinte teor:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 77 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer
direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza,
prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem.

Letra d.

006. (SELECON/GM (SÃO GONÇALO)/PREF SÃO GONÇALO/NÍVEL III/2022) Eduardo Gibbs é


perito oficial e recebe para análise um caso em que existe um quesito sobre a responsabilidade
da vítima no evento que gerou o pedido de indenização contra o Estado. Observada a
responsabilidade objetiva, uma das causas excludentes consiste na:
a) ausência de dano material
b) omissão do agente estatal
c) discutibilidade do dano moral
d) culpa exclusiva da vítima

Dentre as situações elencadas, apenas a Letra D estabelece uma situação ensejadora de


exclusão de responsabilidade. Na culpa exclusiva da vítima, o Poder Público não possui
nenhuma obrigação de indenizar o particular, haja vista que o dano foi causado em razão
de uma conduta exclusivamente praticada pela vítima, e não pelo agente estatal.
Letra d.

007. (FCC/ANA JD (DPE AM)/DPE AM/CIÊNCIAS JURÍDICAS/2022) A responsabilidade civil


do Estado pelos danos causados por seus agentes é
a) objetiva em relação a terceiros e permite o direito de regresso do Estado contra o servidor
público responsável independentemente de dolo ou culpa.
b) subjetiva em relação a terceiros e permite o direito de regresso do Estado contra o
servidor público responsável nos casos de dolo ou culpa.
c) objetiva em relação a terceiros e permite o direito de regresso do Estado contra o servidor
público responsável nos casos de dolo ou culpa.
d) subjetiva em relação a terceiros e permite o direito de regresso do Estado contra o
servidor responsável independentemente de dolo ou culpa.
e) objetiva em relação a terceiros e não permite o direito de regresso do Estado contra o
servidor público responsável.

A responsabilidade civil do Estado pelos danos causados por seus agentes é objetiva em
relação a terceiros, e permite o direito de regresso do Estado contra o servidor público

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 78 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

responsável nos casos de dolo ou culpa. Neste sentido, inclusive, é o texto do artigo 37,
§6º, da Constituição Federal, de seguinte redação:

Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Ao mencionar que a responsabilidade é objetiva, o que está se afirmando é que não há a


necessidade de comprovação de dolo ou culpa do agente para que o Estado seja obrigado
a indenizar o particular.
Letra c.

008. (SELECON/ADTND (AMAZUL)/AMAZUL/ANALISTA DE NEGÓCIOS 40 HORAS/2022) Segundo


a teoria da responsabilidade civil objetiva do Estado, se um agente público de um município
causa dano patrimonial a um particular, quem responde pelo dano é:
a) o município.
b) o agente público.
c) o município e o agente público solidariamente.
d) o agente público e o município subsidiariamente.

Se um agente público de um município causa dano patrimonial a um particular, caberá ao


Poder Público (no caso, o Município) responder pelo dano. Posteriormente, caso o Município
verifique que o agente agiu com dolo ou culpa, será ajuizada a competente ação regressiva.
Letra a.

009. (QUADRIX/AG (CRF GO)/CRF GO/ADMINISTRATIVO/2022) Quanto à responsabilidade


civil do Estado, julgue o item.
O Estado, segundo o direito positivo atual, não é obrigado a responder pelos danos que
seus agentes causarem a terceiros.

Diferente do eu afirmado, e tendo em vista a teoria do risco administrativo (de natureza


objetiva), o Estado é obrigado a responder pelos danos que seus agentes causarem a
terceiros. Posteriormente, em caso de dolo ou culpa, o Estado ajuíza uma ação regressiva
contra o servidor.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 79 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Errado.

010. (QUADRIX/AG (CRF GO)/CRF GO/ADMINISTRATIVO/2022) Quanto à responsabilidade


civil do Estado, julgue o item.
A teoria da irresponsabilidade do Estado ainda é amplamente aplicada, sendo atualmente
adotada no Brasil.

A teoria da irresponsabilidade do Estado não é amplamente adotada em nosso ordenamento


jurídico. Aqui, vigora a teoria da risco administrativo, de natureza objetiva, por meio do qual
o Estado é responsável por indenizar os danos causados por seus agentes aos particulares,
independente de dolo ou culpa.
Errado.

011. (CEV UECE/ANA GES (METROFOR)/METROFOR/DIREITO/2022) Segundo o parágrafo 6º


do artigo 37 da Lei Maior, “as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo
ou culpa”. Com base nesta norma constitucional, a doutrina defende que a responsabilidade
civil do Estado é
a) objetiva, fundamentada pela teoria do risco administrativo.
b) objetiva, fundamentada pela teoria da culpa civil.
c) subjetiva, fundamentada pela teoria do risco integral.
d) subjetiva, fundamentada pela teoria da culpa administrativa.

O mencionado artigo constitucional faz menção à teoria do risco administrativo, que


possui natureza objetiva. Sendo assim, os danos causados pelos agentes públicos deverão
ser indenizados pelo Poder Público, independente de dolo ou culpa. Posteriormente, ao
verificar que o agente agiu com dolo ou culpa, o Poder Público ajuíza uma ação regressiva
de ressarcimento.
Letra a.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 80 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

012. (VUNESP/INV POL (PC SP)/PC SP/2022) A respeito da responsabilidade civil do Estado,
é correto afirmar que
a) a soberania estatal, assegurada na Carta Constitucional de 1988, impede que o ente
estatal seja responsabilizado por danos causados aos cidadãos do próprio país, permitindo
apenas a responsabilização por danos causados a nações estrangeiras.
b) a responsabilização civil do Estado prescinde da comprovação do nexo causal entre ação
ou omissão de agente ou órgão estatal e o dano causado a terceiro, sendo materialização
da chamada teoria da “responsabilidade objetiva”.
c) a chamada “teoria do risco integral” pressupõe a responsabilização do Estado por danos
causados a terceiros exclusivamente no caso de dolo ou culpa grave dos agentes estatais e
desde que o dano seja causado em decorrência da prestação de serviço público.
d) as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
e) o desenvolvimento legislativo, doutrinário e jurisprudencial da noção de responsabilidade
do Estado por danos causados aos cidadãos não contribui para a construção da noção
jurídico-política de Estado Democrático de Direito.

Letra A: Errada. Em nosso ordenamento jurídico, é permitida a responsabilização por danos


causados aos cidadãos do próprio país, diferente do que afirmado pela alternativa.
Letra B: Errada. O nexo causal é elemento imprescindível para a configuração do dano,
ensejando, posteriormente, a responsabilização do Poder Público.
Letra C: Errada. No risco integral, não há a necessidade de dolo ou culpa, de forma que
o Poder Público é responsável por todos os danos causados à coletividade. Dito de outra
forma, a teoria do risco integral não admite excludentes de responsabilização.
Letra D: Certa. Trata-se da regra geral e constitucionalmente prevista acerca da
responsabilidade civil do Estado.

Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Letra E: Errada. O desenvolvimento legislativo, doutrinário e jurisprudencial da noção de


responsabilidade do Estado por danos causados aos cidadãos contribui, diferente do que
afirmado, para a construção da noção jurídico-política de Estado Democrático de Direito.
Letra d.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 81 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

013. (VUNESP/DEL POL (PC SP)/PC SP/2022) A respeito da responsabilidade civil extracontratual
da Administração, assinale a alternativa correta.
a) A responsabilidade civil objetiva se aplica a danos causados a pessoas que possuam
vínculo especial (estatutário ou contratual) com o estado.
b) O Direito Brasileiro adota a teoria da culpa anônima.
c) Por força da disposição constitucional, a Administração não pode ser eximida, em relações
contratuais, da responsabilização por caso fortuito ou força maior.
d) Ainda que a conduta estatal seja lícita, ficará caracterizada a responsabilidade do Estado
quando comprovada a ilicitude do dano.
e) As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos somente respondem
de forma objetiva a danos causados aos usuários do serviço público.

Letra A: Errada. A responsabilidade civil objetiva se aplica aos danos causados de forma geral,
independentemente da existência de um vínculo jurídico específico com o Poder Público.
Letra B: Errada. A teoria predominantemente adotada em nosso ordenamento jurídico é
a do risco administrativo.
Letra C: Errada. Na responsabilidade contratual (decorrente da celebração de um contrato
administrativo), o Estado deverá responder inclusive em relação aos excludentes de
responsabilidade. Na responsabilidade extracontratual (civil), é que as situações de caso
fortuito ou de força maior podem ser utilizadas como excludentes ou atenuantes de
responsabilização.
Letra D: Certa. Quando comprovada a ilicitude do dano, a responsabilidade do Estado ficará
caracterizada, ainda que a conduta estatal seja lícita. Dito de outra forma, mesmo a conduta
lícita do agente público poderá ensejar, em caso de dano ao particular, a responsabilização
do Poder Público.
Letra E: Errada. O STF possui entendimento sedimentado de que as pessoas jurídicas de
direito privado, quando prestadoras de serviços públicos, respondem de forma objetiva
pelos danos causados tanto aos usuários quanto aos não usuários do serviço público que
está sendo prestado.
Letra d.

014. (FGV/INV POL (PC RJ)/PC RJ/2022) João, investigador policial da Polícia Civil do Estado
Alfa, cumpria diligência determinada por delegado de polícia no bojo de inquérito policial
que apura crime de associação para o tráfico de drogas. Para tanto, João realizava o
mapeamento de determinada rua, quando, por descuido, deixou sua arma cair no chão,
causando um disparo que atingiu a perna de Maria, moradora da comunidade.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 82 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Após receber alta no hospital onde foi atendida, Maria procurou a Defensoria Pública e
ajuizou ação indenizatória em face:
a) de João, diretamente, com base em sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessária
a comprovação de ter o policial agido com culpa ou dolo;
b) de João, diretamente, com base em sua responsabilidade civil subjetiva e solidária, sendo
necessária a comprovação de ter o policial agido com culpa ou dolo;
c) da Polícia Civil do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil objetiva, sendo
desnecessária a comprovação de ter agido João com culpa ou dolo;
d) do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessária a
comprovação de ter agido João com culpa ou dolo;
e) do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessária a
comprovação de ter agido João com culpa ou dolo.

Na situação narrada, e tendo em vista a teoria da responsabilidade civil objetiva, Maria deve
ajuizar uma ação de indenização contra o Estado Alfa. Neste momento inicial, não serão
levados em conta o dolo ou a culpa do agente público. Após o pagamento da indenização, o
Estado irá verificar se João agiu com dolo ou culpa, propondo, em caso positivo, a competente
ação de ressarcimento.
Letra d.

015. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/2022) Márcio é policial militar do Estado Ômega e, ao longo
de suas férias, em movimentada praia no litoral do Estado Alfa, durante festa em que se
encontrava à paisana, envolveu-se em uma briga, durante a qual sacou a arma da corporação,
que sempre portava, e desferiu tiros contra Bernardo, que veio a óbito imediato. Mirtes,
mãe de Bernardo, pretende ajuizar ação indenizatória em decorrência de tal evento.
Sobre a situação narrada, assinale a afirmativa correta.
a) A ação indenizatória não poderá ser ajuizada em face do Estado Ômega, na medida em
que o fato ocorreu no território do Estado Alfa.
b) A ação deverá ser ajuizada em face da União, que é competente para promover a
segurança pública.
c) Há legitimidade passiva do Estado Ômega, considerando que Márcio tinha a posse de
uma arma da corporação, em decorrência da qualidade de agente público.
d) O Estado Ômega deve responder civilmente pela conduta de Márcio, já que o ordenamento
jurídico pátrio adotou a teoria do risco integral.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 83 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Letra A: Errada. A ação indenizatória deve ser proposta contra o Estado Ômega, que é onde
o agente público encontra-se vinculado funcionalmente.
Letra B: Errada. A ação de indenização deve ser julgada contra o Estado Ômega, e não contra
a União.
Letra C: Certa. Considerando que Márcio tinha, em decorrência da qualidade de agente
público, a posse de uma arma da corporação, a ação de indenização deve ser proposta
contra o Estado Ômega, que possui, no caso, legitimidade passiva.
Letra D: Errada. O Estado Ômega realmente deve responder civilmente pela conduta de Márcio.
No entanto, a responsabilização deve ocorrer com base na teoria do risco administrativo,
e não do risco integral.
Letra c.

016. (FGV/JE TJMG/TJ MG/2022) A Constituição Federal adotou a teoria da responsabilidade


objetiva do Estado, através da qual o Estado responde, em razão de sua atividade, se causar
danos a terceiros.
Sobre a responsabilidade objetiva do Estado, analise as afirmativas a seguir.
I – Na responsabilidade objetiva, o particular deve demonstrar o ato da administração
pública, o dano e o nexo de causalidade, preenchendo os requisitos para a indenização.
II – Na responsabilidade objetiva, se houver a culpa da vítima, afasta-se o dever de indenizar,
pois o Estado não responde sempre.
III – Não é preciso provar a culpa do Estado, em caso de responsabilidade subjetiva, ocorrendo
omissão estatal que provoque danos ao particular.
Está correto o que se afirma em
a) I, somente.
b) II e III, somente.
c) I, II e III.
d) I e II, apenas.

Item I: Certa. O ato da administração pública, o dano e o nexo de causalidade são elementos
que devem ser demonstrados para que ocorra a responsabilidade civil do Estado com base
na teoria objetiva. Em sentido oposto, não há necessidade de comprovação do dolo ou da
culpa do servidor público.
Item II: Errada. Na responsabilidade objetiva, se houver a culpa da vítima, teremos a
exclusão (em caso de culpa exclusiva) ou a atenuação (em caso de culpa concorrente) da
responsabilidade civil do Estado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 84 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Item III: Errada. Ocorrendo omissão estatal que provoque danos ao particular, estaremos
diante da teoria de responsabilização subjetiva. Logo, há a necessidade de comprovação
da culpa do Estado.
Letra a.

017. (FGV/TNS (SSP AM)/SSP AM/2022) José é servidor público ocupante do cargo efetivo de
Técnico de Nível Superior da Secretaria de Segurança Pública do Estado Alfa e, no exercício
da função, praticou ato ilícito que, com nexo causal, causou danos materiais a Davi, usuário
do serviço público, inexistindo qualquer causa de exclusão da responsabilidade.
No caso em tela, eventual ação indenizatória deverá ser ajuizada por Davi em face
a) da Secretaria de Segurança Pública do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade
civil subjetiva, sendo necessário se comprovar o elemento subjetivo na conduta do agente,
que deverá responder em ação regressiva, caso haja condenação da referida Secretaria e
João tenha agido com culpa ou dolo.
b) da Secretaria de Segurança Pública do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade
civil objetiva, sendo desnecessário se comprovar o elemento subjetivo na conduta de João,
que não está sujeito à ação regressiva, pela teoria do risco administrativo.
c) de João, diretamente, com base em sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessário
se comprovar o elemento subjetivo em sua conduta, e o Estado Alfa está sujeito à ação
regressiva, pela teoria do risco administrativo, caso João seja condenado.
d) do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessário se
comprovar o elemento subjetivo na conduta de João, que não está sujeito à ação regressiva,
pela teoria do risco administrativo.
e) do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessário
se comprovar o elemento subjetivo na conduta de João, que deverá responder em ação
regressiva, caso haja condenação do referido Estado e o agente tenha agido com culpa
ou dolo.

A situação nos mostra que José praticou ato ilícito que, com nexo causal, causou danos
materiais a Davi, usuário do serviço público. Logo, com base na reponsabilidade civil objetiva,
a ação de indenização deve ser proposta contra o Estado Alfa, que é onde João está vinculado
funcionalmente.
No momento do ajuizamento da ação, não há necessidade de comprovação de dolo ou culpa
da conduta do servidor. Contudo, caso o Estado verifique, após o pagamento da indenização,
que José agiu com dolo ou culpa, ajuizará a competente ação regressiva de ressarcimento
contra o agente público.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 85 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Letra e.

018. (FGV/ALUN OF (PM AM)/PM AM/2022) O PM José, da Polícia Militar do Estado Alfa, e sua
equipe realizavam operação policial em determinada comunidade para reprimir o tráfico
de drogas e, durante troca de tiros com criminosos, atingiu a perna da criança Maria, de 4
anos, moradora da localidade. O laudo de confronto balístico tornou incontestável o fato
de que o projétil de arma de fogo que lesionou a criança partiu do fuzil do Policial José.
A criança Maria, representada pelos seus pais, procurou a Defensoria Pública e ajuizou ação
indenizatória em face
a) de José, por sua responsabilidade civil direta e objetiva, sendo desnecessária a comprovação
de ter agido com dolo ou culpa, com base na teoria do risco administrativo.
b) do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessária a comprovação
de ter agido o PM José com dolo ou culpa.
c) da Polícia Militar do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessária
a comprovação de ter agido o PM José com dolo ou culpa.
d) do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessária a comprovação
de ter agido o PM José com dolo ou culpa, com base na teoria do risco administrativo.
e) da Polícia Militar do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessária
a comprovação de ter agido o PM José com dolo ou culpa, com base na teoria do risco
administrativo.

Aqui, estamos diante de uma situação em que a ação indenizatória deve ser proposta
diretamente contra o Estado Alfa, em razão da responsabilidade civil objetiva. Para o
ajuizamento da ação, não é necessária a comprovação do dolo ou da culpa do agente público
responsável pelo disparo.
Após, com base na teoria do risco administrativo, o Estado verifica se o PM José agiu com dolo
ou culpa. Em caso positivo, o Estado ajuíza a competente ação regressiva de ressarcimento.
Letra d.

019. (FGV/ESC POL (PC AM)/PC AM/4ª CLASSE/2022) Maria, Escrivã de Polícia Civil do
Estado Gama, no exercício da função, no bojo de um inquérito policial, ao digitar um ato de
indiciamento cujo conteúdo estava sendo ditado pelo Delegado Titular, de forma dolosa,
com objetivo de prejudicar André, seu antigo desafeto, inseriu a qualificação completa de
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 86 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

André como sendo indiciado. Mesmo sabendo que André não tinha qualquer relação com
os fatos investigados, Maria induziu a Autoridade Policial a erro. Meses depois, André foi
citado em ação penal e, após se inteirar dos fatos, conseguiu reunir provas não apenas de
sua inocência, mas também de que se tratou de uma armação dolosamente feita por Maria.
Eventual ação indenizatória manejada por André deverá ser ajuizada em face da(o)
a) Polícia Civil do Estado Gama, por sua responsabilidade civil objetiva, assegurado o direito
de regresso em face de Maria.
b) Polícia Civil do Estado Gama, por sua responsabilidade civil subjetiva, vedado o direito
de regresso em face de Maria.
c) Estado Gama, por sua responsabilidade civil objetiva, assegurado o direito de regresso
em face de Maria.
d) Estado Gama, por sua responsabilidade civil subjetiva, assegurado o direito de regresso
em face de Maria.
e) Maria, por sua responsabilidade civil objetiva, vedado o direito de regresso em face do
Estado Gama.

Inicialmente, devemos saber que eventual ação indenizatória manejada por André deverá ser
ajuizada contra o Estado Gama, tendo como fundamento a responsabilidade civil objetiva.
Posteriormente, ao verificar que Maria agiu de forma dolosa, deve o Estado ajuizar a ação
regressiva de ressarcimento.

Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Letra c.

020. (FGV/AJ (TJDFT)/TJDFT/APOIO ESPECIALIZADO/ADMINISTRAÇÃO/2022) Armando,


tinha interesse em compreender as teorias que dispõem sobre a responsabilidade civil
extracontratual da Administração Pública. Após ampla pesquisa, identificou a teoria adotada
no direito brasileiro para justificar a responsabilização objetiva da Administração Pública
por atos praticados por seus servidores, constatando, ainda, que essa responsabilização
pode ser afastada se houver culpa exclusiva da vítima.
Trata-se da teoria:
a) dos atos de império, sendo a responsabilização afastada, na hipótese indicada, porque
o dano decorreu de ato de outrem, não de ato de império;
b) da culpa administrativa, sendo a responsabilização afastada, na hipótese indicada, porque
o dano não pode ser atribuído ao mau funcionamento do serviço;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 87 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

c) do risco integral, sendo a responsabilização afastada, na hipótese indicada, em razão da


presença do elemento subjetivo culposo no agir da vítima;
d) do risco administrativo, sendo a responsabilização afastada, na hipótese indicada, em
razão da ausência do nexo de causalidade entre o atuar estatal e o dano causado;
e) da culpa do serviço público, sendo a responsabilização afastada, na hipótese indicada,
porque o mau funcionamento do serviço, ainda que tenha ocorrido, não foi preponderante.

A responsabilização objetiva da Administração Pública por atos praticados por seus servidores
ocorre com base na teoria do risco administrativo. Nesta teoria, há a necessidade de
comprovação do nexo de causalidade entre a ação estatal e o dano causado.
Além disso, é importante salientar que a teoria do risco administrativo admite a presença
de excludentes ou atenuantes de responsabilização, que ocorrem, respectivamente, em
caso de culpa exclusiva ou concorrente da vítima.
Letra d.

021. (FGV/TJ (TJDFT)/TJDFT/ADMINISTRATIVA/2022) Joana, servidora pública estadual, no


exercício regular de suas funções, estava operando uma empilhadeira em um galpão da
Secretaria Municipal de Obras do Município Beta. Nesse contexto, causou danos ao veículo
automotor que se encontrava estacionado, de Tiago, o qual comparecera ao prédio anexo,
da mesma repartição, para solicitar uma licença de construção.
Nesse caso, a responsabilidade civil pelos danos causados ao bem de Tiago é:
a) do Município Beta ou de Joana, mas apenas se for demonstrada a culpa desta última;
b) do Município Beta, apenas se for demonstrada a culpa de Joana;
c) do Município Beta, sendo demonstrada, ou não, a culpa de Joana;
d) do Município Beta, ainda que haja culpa exclusiva de Tiago;
e) apenas de Joana, sendo demonstrada, ou não, a sua culpa.

No caso prático demonstrado, a responsabilidade civil pelos danos causados ao bem de Tiago
é do Município Beta, contra quem deverá ser ajuizada a competente ação indenizatória,
independente de dolo ou culpa de Joana. Posteriormente, em caso de comprovação de dolo
ou culpa de Joana, deverá o Estado ajuizar a ação regressiva contra a servidora.
Outro ponto a ser destacado é que a teoria do risco integral, que é aplicada ao caso, admite
os excludentes ou atenuantes de responsabilização. Logo, eventual culpa exclusiva de Tiago
afasta a responsabilização estatal.
Letra c.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 88 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

022. (FGV/AS (SEMSA MANAUS)/PREF MANAUS/CONDUTOR DE AMBULÂNCIA CATEGORIA/2022)


João, servidor público ocupante do cargo efetivo de Assistente em Saúde Condutor de
Ambulância do Município de Manaus, no exercício da função, não observou o sinal vermelho e
bateu o veículo que conduzia no carro de Joaquim, que trafegava observando regularmente
as leis de trânsito.
No caso em tela, de acordo com a Constituição da República, sem necessidade de comprovar
que João agiu com dolo ou culpa, Joaquim deve direcionar ação indenizatória em face
a) do próprio João, que deve indenizar imediatamente Joaquim, sob pena de perder o cargo.
b) da Secretaria Municipal de Transporte de Manaus, órgão onde João está lotado.
c) da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus, órgão ao qual João está vinculado.
d) do Estado do Amazonas, pois se aplica a responsabilidade civil objetiva do Estado.
e) do Município de Manaus, que possui direito de regresso contra João, comprovado seu
dolo ou culpa.

No caso narrado, Joaquim deve direcionar ação indenizatória em face do Município de


Manaus, não havendo necessidade de comprovar que João agiu com dolo ou culpa.
Posteriormente, após o pagamento da indenização ao particular, o Município de Manaus
deve verificar se João agiu com dolo ou culpa. Em caso positivo, o Poder Público ajuizará a
competente ação regressiva de ressarcimento contra o servidor.
Letra e.

023. (FGV/AUX (MPE SC)/MPE SC/2022) Joana, ocupante do cargo de auxiliar administrativo do
Ministério Público do Estado Alfa, durante atendimento no balcão da Secretaria da Promotoria
onde está lotada, recebeu do cidadão José uma representação escrita, narrando graves
fatos ilícitos que ensejariam a atuação do Ministério Público, que o noticiante imputava a
determinada sociedade empresária. Tendo em vista que o sócio administrador da referida
sociedade é irmão de Joana, a servidora resolveu não dar andamento à notícia e rasgou o
documento escrito trazido por José. Diante da não atuação do Ministério Público no caso,
exclusivamente em razão da conduta de Joana, José sofreu comprovados danos materiais.
Inconformado com a conduta da servidora e a omissão do parquet, José ajuizou ação
indenizatória em face:
a) de Joana, por sua responsabilidade civil objetiva, de maneira que não será necessária a
comprovação de ter agido a servidora com dolo ou culpa;
b) do Ministério Público do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil objetiva, de maneira
que não será necessária a comprovação de ter agido Joana com dolo ou culpa;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 89 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

c) do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil objetiva, de maneira que não será necessária
a comprovação de ter agido Joana com dolo ou culpa;
d) do Ministério Público do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil subjetiva, de maneira
que será necessária a comprovação de ter agido Joana com dolo ou culpa;
e) do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil subjetiva, de maneira que será necessária
a comprovação de ter agido Joana com dolo ou culpa.

José deve, na situação narrada, ajuizar ação indenizatória em face do Estado Alfa, tendo em
vista a responsabilidade civil objetiva do ente federativo. E justamente por estarmos diante
de uma teoria objetiva, não há necessidade de comprovação de dolo ou culpa por parte da
conduta de Joana. Tais elementos (dolo ou culpa) apenas serão analisados em momento
posterior, ensejando, se for o caso, o ajuizamento de ação regressiva de ressarcimento.
Letra c.

024. (FGV/ES (SEMSA MANAUS)/PREF MANAUS/ADVOGADO/2022) Fernando, servidor público


do Município Alfa, conduzia veículo oficial em via pública, imprimindo velocidade bem superior
à permitida. Em razão da conduta culposa por imprudência, Fernando abalroou o carro de
Moacir, que sofreu danos materiais. Moacir ajuizou ação indenizatória em face do Município
Alfa, e obteve sentença, que acaba de transitar em julgado, com a procedência do pedido.
Observado o texto constitucional e o entendimento do Supremo Tribunal Federal, com intuito
de ser ressarcido pelo prejuízo que sofreu, o Município Alfa deve ajuizar ação regressiva em
face de Fernando, com base em sua responsabilidade civil
a) subjetiva, pois o agente público tem o dever de ressarcir os cofres públicos independentemente
da comprovação de ter agido com culpa ou dolo, incidindo no caso narrado a teoria do
risco administrativo que dispensa a comprovação do elemento subjetivo para fins de
ressarcimento ao erário.
b) subsidiária, pois o agente público tem o dever de ressarcir o erário municipal,
independentemente de ter agido com culpa ou dolo, incidindo no caso narrado a teoria da
dupla garantia: a primeira para o particular Moacir que teve assegurada a responsabilidade
em face do Município; e a segunda para o servidor Fernando, que somente responderá
perante o ente público.
c) objetiva, pois o agente público tem o dever de ressarcir o erário municipal, independentemente
de ter agido com dolo ou culpa, incidindo no caso narrado a teoria do risco administrativo
que dispensa a comprovação do elemento subjetivo para fins de ressarcimento ao erário.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 90 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

d) subjetiva, pois o agente público tem o dever de ressarcir o erário municipal, porque agiu
com culpa, incidindo no caso narrado a teoria da dupla garantia: a primeira para o particular
Moacir que teve assegurada a responsabilidade objetiva, não necessitando comprovar dolo
ou culpa de Fernando; e a segunda para o servidor Fernando, que somente responderá
perante o ente municipal.
e) objetiva, pois o agente público tem o dever de ressarcir o erário municipal, porque agiu
com culpa, incidindo no caso narrado a teoria da dupla garantia: a primeira para o particular
Moacir que teve assegurada a responsabilidade subjetiva, não necessitando comprovar
dolo ou culpa de Fernando; e a segunda para o servidor Fernando, que somente responderá
perante o ente municipal.

Em razão da conduta culposa por imprudência, Fernando abalroou o carro de Moacir, que
sofreu danos materiais. Logo, após efetuar o pagamento da indenização ao particular, deve
o Estado ajuizar ação regressiva em face de Fernando.
Aqui, um ponto importante: a ação regressiva de ressarcimento, que é ajuizada contra o
servidor, possui natureza subjetiva. E isso ocorre na medida em que, para o ajuizamento
da ação, é necessário que seja comprovada a presença de dolo ou culpa do agente público.
Também é importante destacar que a situação narrada configura a teoria da dupla garantia.
Em breve síntese, o STF entende que, com base na teoria da dupla garantia, o particular
lesado somente poderá demandar o ente público ou a pessoa jurídica de direito privado
objetivando a reparação do dano causado, não sendo possível ajuizar ação contra o agente
causador do dano.
Logo, a medida implica em uma dupla garantia: para o particular (que não terá a necessidade
de comprovar dolo ou culpa do autor do dano) e para o servidor (que apenas responderá,
em ação regressiva, perante o ente estatal).
Letra d.

025. (FGV/CONT DIST (TJ TO)/TJ TO/CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2022) João, servidor público
ocupante do cargo efetivo de contador/distribuidor do Tribunal de Justiça do Estado Ômega,
no exercício de suas funções, destruiu os autos físicos de um processo judicial em que seu
desafeto Antônio figurava como parte autora, com o objetivo de prejudicá-lo.
Em razão do ato ilícito praticado por João, o jurisdicionado Antônio sofreu danos materiais
e morais.
Inconformado, Antônio contratou advogado e ajuizou ação indenizatória em face:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 91 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

a) de João, na qualidade de responsável direto pelo ato ilícito, e é desnecessária a comprovação


de ter agido o agente público João com dolo ou culpa;
b) do Tribunal de Justiça do Estado Ômega, e é necessária a comprovação de ter agido o
agente público João com dolo ou culpa;
c) do Tribunal de Justiça do Estado Ômega, e é desnecessária a comprovação de ter agido
o agente público João com dolo ou culpa;
d) do Estado Ômega, e é necessária a comprovação de ter agido o agente público João com
dolo ou culpa;
e) do Estado Ômega, e é desnecessária a comprovação de ter agido o agente público João
com dolo ou culpa.

Em razão do ato ilícito praticado por João, o jurisdicionado Antônio sofreu danos materiais
e morais. Consequentemente, deverá Antônio ajuizar uma ação indenizatória em face do
Estado Ômega, sendo desnecessária, em razão da responsabilidade objetiva, a comprovação
de dolo ou culpa por parte do agente público João.
Letra e.

026. (FGV/TJ (TJ TO)/TJ TO/APOIO JUDICIÁRIO E ADMINISTRATIVO/2022) Pedro, chefe do setor
de transportes da Prefeitura do Município Alfa, foi informado de que um dos motoristas
vinculados ao órgão, conduzindo o veículo oficial durante o expediente, colidira com outro
veículo, daí decorrendo lesões corporais no motorista deste último. Preocupado, levou o
fato ao conhecimento do seu superior e indagou se o ocorrido acarretaria a responsabilidade
civil do Município pelos danos causados ao outro motorista.
Foi-lhe respondido, corretamente, que o Município:
a) somente será responsabilizado se for demonstrada a culpa de Pedro;
b) será responsabilizado independentemente da culpa de Pedro, salvo se tiver ocorrido
culpa exclusiva da vítima;
c) não será responsabilizado, pois a atuação de Pedro, à margem da juridicidade, não lhe
pode ser imputada;
d) será responsabilizado independentemente da culpa de Pedro, mesmo que tenha ocorrido
culpa exclusiva da vítima;
e) somente será responsabilizado pela indenização de metade dos danos causados, cabendo
a outra metade a Pedro.

Na situação descrita, o Poder Público (Município Alfa) será responsabilizado independentemente


da culpa de Pedro, uma vez que é aplicada, na situação, a responsabilidade civil objetiva
(risco administrativo).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 92 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Nesta teoria, são admitidos os excludentes ou atenuantes de responsabilização. Assim, se tiver


ocorrido culpa exclusiva da vítima, a responsabilidade civil do Poder Público estará afastada.
Letra b.

027. (FGV/AG SG PEN (DEPEN MG)/DEPEN MG/2022) Mário, servidor público estadual, ao
conduzir em serviço automóvel pertencente à autarquia estadual em que estava lotado,
calculou mal o espaço para fazer uma curva e, ainda que não estivesse em excesso de
velocidade, acabou colidindo contra o automóvel de Lucas, que estava corretamente
estacionado na via pública.
Acerca desse cenário, a responsabilidade civil do Estado no caso descrito é
a) aquiliana e objetiva, nos termos da teoria do risco administrativo.
b) extracontratual e subjetiva, nos termos da teoria do risco administrativo.
c) contratual e objetiva, nos termos da teoria do risco integral.
d) contratual e subjetiva, nos termos da teoria do risco integral.
e) aquiliana e objetiva, nos termos da teoria do risco integral.

A responsabilidade civil do Estado também é conhecida como responsabilidade extracontratual


ou aquiliana, implicando na obrigação do Poder Público em indenizar o particular que sofreu
danos em razão de atos praticados por seus agentes.
Na situação descrita, Mário, servidor público estadual, ainda que não estivesse em excesso
de velocidade, acabou colidindo contra o automóvel de Lucas, que estava corretamente
estacionado na via pública. Logo, a responsabilidade civil do Estado no caso descrito é
aquiliana e objetiva, nos termos da teoria do risco administrativo.
A teoria do risco administrativo é de natureza objetiva, de forma que não serão levados
em conta, para os fins de indenização do particular, o fato do agente ter ou não agido com
dolo ou culpa. Posteriormente, caso seja verificado que o servidor agiu com dolo ou culpa,
o Estado deve ajuizar a competente ação regressiva de ressarcimento.
Letra a.

028. (FGV/AJ TRT16/TRT 16/ADMINISTRATIVA/”SEM ESPECIALIDADE”/2022) Joaquim, servidor


público federal do Tribunal Regional do Trabalho da Wª Região, no exercício da função, com
objetivo de prejudicar seu vizinho Antônio, seu antigo desafeto, arquivou indevidamente um
processo de reclamação trabalhista em que Antônio figurava como reclamante. Em razão
da conduta ilícita de Joaquim, Antônio sofreu danos materiais e morais.
Inconformado com o ocorrido, Antônio ajuizou ação indenizatória em face

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 93 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

a) do TRT da Wª Região, por sua responsabilidade civil objetiva.


b) do TRT da Wª Região, por sua responsabilidade civil subjetiva.
c) de Joaquim, diretamente, por sua responsabilidade civil objetiva.
d) da União, por sua responsabilidade civil subjetiva.
e) da União, por sua responsabilidade civil objetiva.

Ao arquivar indevidamente um processo de reclamação trabalhista em que Antônio figurava


como reclamante, Joaquim causou danos materiais e morais a Antônio.
Neste caso, pelo fato de Joaquim ser servidor público federal, deverá Antônio ajuizar uma
ação indenizatória contra a União, tendo em vista a responsabilidade civil objetiva do
mencionado ente federativo. Por estarmos diante de uma responsabilidade objetiva, não
serão levados em conta, para fins de indenização ao particular, o dolo ou a culpa de Joaquim.
Letra e.

029. (CEBRASPE (CESPE)/ADM (FUB)/FUB/2022) A respeito da responsabilidade civil do


Estado, julgue o item que se segue.
Somente os danos ocasionados por agentes pertencentes aos quadros das pessoas jurídicas
de direito público dão ensejo à responsabilidade civil do Estado.

Além das pessoas jurídicas de direito público, os danos causados pelos agentes das pessoas
jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos estão sujeitos às regras da
responsabilidade civil do Estado.

Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Errado.

030. (CEBRASPE (CESPE)/DP RS/DPE RS/2022) Cada um dos próximo item apresenta uma
situação hipotética seguida de uma assertiva, a ser julgada de acordo com o entendimento
dos tribunais superiores acerca da responsabilidade civil do Estado.
Uma professora da rede estadual de ensino recebia, havia meses, ofensas e ameaças de
agressão e morte feitas por um dos alunos da escola. Em todas as oportunidades, ela
reportou o ocorrido à direção da escola, que, acreditando que nada ocorreria, preferiu não
admoestar o aluno. Em determinada data, dentro da sala de aula, esse aluno desferiu um
soco no rosto da professora, causando-lhe lesões aparentes, o que a motivou a ingressar

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 94 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

com demanda judicial indenizatória contra o Estado. Nessa situação hipotética, não há
responsabilidade do Estado, já que o dano foi provocado por terceiro.

No caso narrado, o Estado encontra-se na condição de “garante”, tendo a obrigação de


garantir a integridade das pessoas que estão sob a sua tutela. Além disso, é possível observar
que o risco do dano era evidente, uma vez que a própria professora já tinha informado à
escola sobre as constantes ameaças dos alunos.
Com base no ocorrido, há sim responsabilidade civil do Estado, que ocorrerá de forma
objetiva, ou seja, sem a necessidade de comprovação de dolo ou culpa para a sua efetivação.
Aproveito para destacar o entendimento do STJ sobre o assunto, conforme decisão proferida
no Resp. 1.142.245-DF:

JURISPRUDÊNCIA
Trata-se, no caso, de agressão física perpetrada por aluno contra uma professora dentro
de escola pública. Apesar de a direção da escola estar ciente das ameaças sofridas
pela professora antes das agressões, não tomou qualquer providência para resguardar
a segurança da docente ameaçada e afastar, imediatamente, o estudante da escola.
O tribunal a quo, soberano na análise dos fatos, concluiu pela responsabilidade civil
por omissão do Estado. Não obstante o dano ter sido causado por terceiro, existiam
meios razoáveis e suficientes para impedi-lo e não foram utilizados pelo Estado. Assim,
demonstrado o nexo causal entre a inação do Poder Público e o dano configurado, tem
o Estado a obrigação de repará-lo. Logo, a Turma conheceu parcialmente do recurso
e, nessa parte, negou-lhe provimento.

Errado.

031. (CEBRASPE (CESPE)/DP RS/DPE RS/2022) Cada um dos próximo item apresenta uma
situação hipotética seguida de uma assertiva, a ser julgada de acordo com o entendimento
dos tribunais superiores acerca da responsabilidade civil do Estado.
Um detento em cumprimento de pena em regime fechado empreendeu fuga do estabelecimento
penal. Decorridos aproximadamente três meses da fuga, ele cometeu o crime de latrocínio,
em conjunto com outros agentes. Sabendo da fuga, a família da vítima ingressou com ação
para processar o Estado. Nessa situação hipotética, há responsabilidade estatal, haja vista
a omissão na vigilância e na custódia de pessoa que deveria estar presa, além da negligência
da administração pública no emprego de medidas de segurança carcerária.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 95 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Importante questão para fixarmos o entendimento do STF acerca da possibilidade do


Estado ser responsabilizado em razão da fuga dos presos que estão sob a sua custódia.
No julgamento do RE 608880, o tribunal fixou a tese de que

JURISPRUDÊNCIA
Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, não se caracteriza a
responsabilidade civil objetiva do Estado por danos decorrentes de crime praticado
por pessoa foragida do sistema prisional, quando não demonstrado o nexo causal
direto entre o momento da fuga e a conduta praticada.

Logo, para que a responsabilidade civil seja configurada, deve ser demonstrado o nexo
causal direto entre o momento da fuga e a conduta praticada.
Na situação narrada pela questão, o preso foragido praticou os crimes após o lapso temporal
de 3 meses. Logo, não há que se falar na responsabilidade civil do Estado.
Errado.

032. (CEBRASPE (CESPE)/AAMB (ICMBIO)/ICMBIO/2022) No que diz respeito ao direito


administrativo, julgue o item a seguir.
O Estado tem responsabilidade subsidiária por danos materiais causados a candidatos em
concurso público organizado por pessoa jurídica de direito privado no caso de cancelamento
das provas por indícios de fraude.

No julgamento do RE 662405, o STF fixou o entendimento de que

JURISPRUDÊNCIA
O Estado responde subsidiariamente por danos materiais causados a candidatos em
concurso público organizado por pessoa jurídica de direito privado (art. 37, § 6º, da
CRFB/88), quando os exames são cancelados por indícios de fraude.

Certo.

033. (CEBRASPE (CESPE)/AAAJ (DP DF)/DP DF/DIREITO E LEGISLAÇÃO/2022) Acerca da


responsabilidade civil do Estado, dos serviços públicos e da organização administrativa,
julgue o seguinte item.
A responsabilização civil do Estado pressupõe, conjunta e necessariamente, as implicações
penais e administrativas decorrentes do dano.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 96 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

A responsabilidade civil do Estado não pressupõe qualquer tipo de implicação nas esferas
administrativa e penal. Isso ocorre na medida em que as três esferas de responsabilização
são, como regra geral, independentes entre si, podendo inclusive serem acumuladas.
Errado.

034. (CEBRASPE (CESPE)/TCE TCE RJ/TCE RJ/TÉCNICO/2022) João, servidor público, praticou
ato administrativo que causou prejuízo a um particular. Percebendo a ilegalidade decorrente
da prática desse ato, João revogou-o. Mesmo assim, o particular resolveu pedir indenização
e ajuizou ação de responsabilidade civil do Estado em face do ato de João, alegando que o
dano já havia sido concretizado.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Para fins de responsabilidade civil do Estado, é necessário que João tenha agido na condição
de servidor público.

Para que o Estado seja responsabilizado pelos danos causados por João, há a necessidade
de que este tenha agido na condição de servidor público. Isso implica em afirmar que os
atos praticados na vida particular de João não serão objeto de responsabilização por parte
do Poder Público, uma vez que não estão relacionados com a condição de agente estatal.
Certo.

035. (CEBRASPE (CESPE)/PER OF (PC PB)/PC PB/CRIMINAL/ÁREA GERAL/2022) A


responsabilidade civil do Estado impõe que
a) a ilicitude do agente seja um ato antijurídico.
b) o ato de improbidade seja crime próprio de servidor público.
c) a prescrição quinquenal contra a fazenda pública restrinja-se a pessoas jurídicas de
direito público da administração direta e indireta.
d) seja confirmado o nexo causal entre o fato administrativo e o dano provocado pela
conduta, para a comprovação da responsabilidade objetiva do Estado.
e) a ação regressiva contra servidor que cause ilícito e aja com dolo ou culpa seja imprescritível.

Letra A: Errada. Para a caracterização do dano e consequente responsabilidade civil do


Estado, não há a necessidade de ilicitude do agente, haja vista que estamos diante de uma
responsabilidade de caráter objetivo.
Letra B: Errada. Para que o dever de indenizar seja caracterizado, não há necessidade de o
ato de improbidade ser caracterizado como crime próprio de servidor público.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 97 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Letra C: Errada. A prescrição alcança as pessoas jurídicas de direito público e as de direito


privado prestadoras de serviços públicos.
Letra D: Certa. Para a comprovação da responsabilidade objetiva do Estado, deve ser
confirmado o nexo causal entre o fato administrativo e o dano provocado pela conduta.
Isso ocorre na medida em que o nosso ordenamento adota, para as condutas comissivas, a
responsabilidade objetiva, que, por sua vez, independe de dolo ou culpa do agente estatal.
Letra E: Errada. A ação regressiva, como regra amplamente geral, não é mais imprescritível,
medida que apenas ocorre com os atos de improbidade administrativa.
Letra d.

036. (CEBRASPE (CESPE)/ADM (FUB)/FUB/2022) A respeito da responsabilidade civil do


Estado, julgue o item que se segue.
Segundo a jurisprudência do STF, os danos ocasionados a determinada pessoa em razão
de crime cometido por foragido do sistema prisional ensejam a responsabilidade civil do
Estado, ainda que o nexo de causalidade seja presumido, dado o dever estatal de vigilância
em relação aos presidiários sob sua custódia.

O STF possui entendimento (RE 608880) no sentido de que

JURISPRUDÊNCIA
Nos termos do artigo 37 §6º da Constituição Federal, não se caracteriza a
responsabilidade civil objetiva do Estado por danos decorrentes de crime praticado
por pessoa foragida do sistema prisional, quando não demonstrado o nexo causal
direto entre o momento da fuga e a conduta praticada”.

Errado.

037. (CEBRASPE (CESPE)/JE TJMA/TJ MA/2022) Após um plano de fuga bem sucedido, um
presidiário praticou o crime de estupro de vulnerável, mediante violência, causando a morte
da vítima.
Indignados com o ocorrido, os pais da vítima ingressaram com ação judicial na qual requereram
a condenação do Estado à concessão de pensão vitalícia e pagamento de indenização por
danos morais, alegando a responsabilidade objetiva estatal e a falha na prestação do serviço
de segurança pública como fundamentos do pedido.
Nessa situação hipotética, considerada a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre
o tema, a demanda deverá ser julgada

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 98 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

a) procedente, pois a responsabilidade objetiva no caso torna presumida a ocorrência do


dano moral.
b) improcedente no que se refere ao pedido de concessão de pensão vitalícia, dada a
condição de vulnerabilidade da vítima.
c) procedente, em virtude da ocorrência da falha no serviço de segurança do presídio.
d) improcedente, pois não é possível estabelecer o nexo causal entre a fuga do preso e o
dano causado em decorrência do crime.
e) improcedente, pois a responsabilidade civil por dano resultante de omissão do Estado
é subjetiva.

No julgamento do RE 608880, o STF fixou importante tese em relação à responsabilidade


civil dos presos foragidos.

JURISPRUDÊNCIA
STF - RE 608880: Nos termos do artigo 37 §6º da Constituição Federal, não se caracteriza
a responsabilidade civil objetiva do Estado por danos decorrentes de crime praticado
por pessoa foragida do sistema prisional, quando não demonstrado o nexo causal
direto entre o momento da fuga e a conduta praticada.

Sendo assim, a responsabilidade apenas estará caracterizada quando ficar demonstrado


o nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta praticada.
Na situação apresentada pelo enunciado, não é possível estabelecer o nexo causal entre
a fuga do preso e o dano causado em decorrência do crime. Logo, a demanda deverá ser
julgada improcedente.
Letra d.

038. (FGV/AG POL (RN)/PC RN/2021) Maria, escrivã de Polícia Civil no Estado Alfa, ao digitar
o auto de qualificação do investigado João da Silva de Tal, no bojo de inquérito policial,
cometeu erro de grafia, de maneira que acabou escrevendo o nome de outra pessoa, quase
homônima, que nenhuma relação tinha com o caso, João da Salva de Tal. Diante de tal erro
no procedimento de identificação, por falta de cuidado de Maria na fase investigatória,
João da Salva de Tal foi denunciado pelo Ministério Público, respondeu à ação penal, mas
ao final foi absolvido.
Após procurar a Defensoria Pública, João da Salva de Tal manejou ação indenizatória em face:
a) do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessária a comprovação
do elemento subjetivo do dolo ou culpa de Maria;
b) da Polícia Civil do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessária
a comprovação do elemento subjetivo do dolo ou culpa de Maria;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 99 de 107
Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

c) de Maria, por sua responsabilidade civil subjetiva, sendo desnecessária a comprovação


do elemento subjetivo do dolo ou culpa em sua conduta;
d) do delegado titular da delegacia, por sua responsabilidade civil solidária, pela culpa in
vigilando, sendo desnecessária a comprovação do dolo ou culpa de Maria;
e) da Polícia Civil do Estado Alfa, por sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessária
a comprovação do elemento subjetivo do dolo ou culpa de Maria.

No caso apresentado, a ação do particular deve ser protocolada contra o Estado Alfa, que
é o ente federativo do qual a Polícia Civil faz parte. A responsabilidade será objetiva, sem
a necessidade de comprovação de dolo ou culpa.
Após o pagamento da indenização, o Estado Alfa irá verificar se houve solo ou culpa por
parte da servidora Maria. Em caso positivo, poderá ajuizar a ação de ressarcimento contra
a agente estatal.
Letra a.

039. (CEBRASPE (CESPE)/AGFEP (DEPEN)/DEPEN/2021) Jorge, chefe de repartição vinculada a


órgão público federal, determinou, de forma expressa, que todos os servidores deveriam tratar
os administrados com respeito e urbanidade e que não toleraria ofensa verbal. No entanto,
Bruno, um de seus subordinados que exerce cargo em comissão e não possui cargo efetivo,
cometeu grave insubordinação em serviço ao insultar Fernanda, uma administrada que havia
solicitado informações sobre o andamento de processo que tramitava no referido órgão. Jorge,
na figura de autoridade pública competente, abriu processo administrativo disciplinar contra
Bruno, que culminou na aplicação de pena de suspensão por 90 dias ao insubordinado.
Considerando essa situação hipotética e os dispositivos da Lei n.º 8.112/1990 e da Lei
n.º 9.784/1999, bem como as disposições a respeito dos poderes administrativos e da
responsabilidade civil do Estado no direito brasileiro, julgue o item subsequente.
Fernanda, caso tenha se sentido ofendida por ter sido destratada, poderá ajuizar ação de
responsabilidade civil contra a União, devendo comprovar o dolo ou a culpa de Bruno para
eventualmente lograr êxito na ação.

Na situação apresentada, Bruno cometeu grave insubordinação em serviço ao insultar


Fernanda, sendo inclusive penalizado com a sanção de suspensão. Ainda assim, poderá
Fernanda, caso tenha se sentido ofendida por ter sido destratada, ajuizar uma ação de
responsabilidade civil contra a União, não havendo a necessidade, contudo, da comprovação
de dolo ou culpa por parte do agente responsável pela ofensa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 100 de 107


Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Esta desnecessidade de comprovação decorre do fato de que a responsabilidade civil é, no


caso, objetiva, conforme previsão constitucional.

Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Errado.

040. (CEBRASPE (CESPE)/ANA MIN (MPE AP)/MPE AP/PSICOLOGIA/2021) Acerca da


responsabilidade civil do Estado, julgue os itens a seguir.
I – A teoria adotada no Brasil sobre a responsabilidade civil do Estado é a teoria da culpa
administrativa.
II – Se determinado agente público, nessa qualidade, causou dolosamente um dano à terceiro,
então é facultado a este propor ação diretamente contra o agente público.
III – Nas causas em que o Estado for condenado por ato de agente público, este poderá
responder regressivamente, de maneira subjetiva, perante o Estado.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item III está certo.
c) Apenas os itens I e II estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

Item I: Errada. A teoria adotada no Brasil sobre a responsabilidade civil do Estado é a do


risco administrativo, de natureza objetiva.
Item II: Errada. A doutrina amplamente majoritária afirma que a ação de responsabilização
não pode ser proposta diretamente contra o agente responsável pelo dano, mas sim perante
o Estado.
Item III: Certa. Após a condenação e o pagamento da respectiva indenização, o Estado
verifica se o agente agiu com dolo ou culpa. Em caso positivo, poderá o Poder Público ajuizar
a competente ação regressiva de ressarcimento. Pela necessidade de verificação do dolo
ou da culpa, é correto afirmar que a ação regressiva é de natureza subjetiva.
Letra b.

041. (FGV/ASS ADM (TCE-PI)/TCE-PI/2021) Antônio, ocupante do cargo efetivo de Assistente


de Administração de determinado Tribunal de Contas estadual, está lotado no setor de

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 101 de 107


Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

protocolo, onde recebe documentos e correspondências externas. Por descuido, ao receber


ofício subscrito por certo Prefeito Municipal, Antônio acabou se distraindo e colocou o
documento numa pilha de papéis que seriam destruídos e, em seguida, o incinerou. Por
não ter sido juntado o ofício ao correlato processo administrativo, o Prefeito jurisdicionado
acabou sendo multado pela Corte de Contas e alega que sofreu danos materiais e morais.
No caso narrado, em tese, aplicar-se-ia a responsabilidade civil:
a) subjetiva do Tribunal de Contas, sendo necessária a comprovação de ter agido Antônio
com dolo ou culpa;
b) objetiva do Tribunal de Contas, sendo necessária a comprovação de ter agido Antônio
com dolo ou culpa;
c) objetiva de Antônio, sendo desnecessária a comprovação de ter agido com dolo ou culpa;
d) subjetiva do Estado, sendo necessária a comprovação de ter agido Antônio com dolo ou
culpa;
e) objetiva do Estado, sendo desnecessária a comprovação de ter agido Antônio com dolo
ou culpa.

No caso, estamos diante de uma conduta negligente de Antônio. Considerando que o


servidor faz parte do Tribunal de Contas Estadual, a ação de responsabilidade civil deverá
ser proposta perante o respectivo Estado, não havendo necessidade de comprovação de
dolo ou culpa. Por isso mesmo, estamos diante de uma teoria objetiva. Posteriormente,
caso o Estado verifique que Antônio agiu com dolo (intenção) ou culpa, poderá ser ajuizada
a ação de ressarcimento contra o servidor.
Letra e.

042. (INSTITUTO AOCP/AG (ITEP RN)/ITEP RN/TÉCNICO FORENSE/2021) No Brasil, como regra
geral, a responsabilidade civil objetiva do Estado, insculpida no art. 37, §6º da Constituição
Federal, adota a teoria
a) do risco integral.
b) do risco administrativo.
c) do risco suscitado.
d) da responsabilidade subjetiva.
e) da culpa do serviço.

O mencionado artigo da Constituição Federal adota a teoria do risco administrativo, de


caráter objetivo. De acordo com esta teoria, não há necessidade de comprovação do dolo ou
da culpa do servidor para que a ação de indenização seja possível perante o Poder Público.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 102 de 107


Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Letra b.

043. (CEBRASPE (CESPE)/OF (CBM AL)/CBM AL/2021) Com relação à organização administrativa
e à responsabilidade civil do Estado, julgue o item seguinte.
A Caixa Econômica Federal é empresa pública prestadora de serviços de natureza privada
e possui responsabilidade objetiva pelos atos praticados pelos seus agentes.

A Caixa Econômica Federal é empresa pública exploradora de atividade econômica, não


estando abrangida, por isso mesmo, pela regra da responsabilidade civil objetiva. Em sentido
contrário, apenas as empresas estatais prestadoras de serviços públicos é que respondem
de acordo com as regras da responsabilidade objetiva.

Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de


serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Errado.

044. (CEBRASPE (CESPE)/OF (CBM AL)/CBM AL/2021) Com relação à organização administrativa
e à responsabilidade civil do Estado, julgue o item seguinte.
Caso uma viatura do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Alagoas se envolva em um
acidente de trânsito com um veículo particular e disso resultem danos materiais e morais
ao condutor do veículo particular, este não será indenizado pelo Estado se não for provado
culpa ou dolo do condutor da viatura, subsistindo a responsabilidade subjetiva do Estado.

Não há necessidade de comprovação do dolo ou da culpa para fins de responsabilização estatal


pelos eventuais danos cometidos pelos servidores. Logo, diante da situação apresentada,
a ação de indenização poderá ser proposta perante o Estado, não havendo necessidade de
comprovação do dolo ou da culpa do servidor no momento do acidente.
Errado.

045. (QUADRIX/AG ADM (CRBM 4 PA)/CRBM 4 (PA RO)/2021) Acerca de atos administrativos
e de controle e responsabilização da Administração, julgue o item a seguir.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 103 de 107


Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

Na modalidade de risco administrativo, a Administração tem o dever de indenizar os


prejuízos causados por seus agentes, não cabendo, em nenhuma hipótese, a alegação de
culpa exclusiva da vítima.

A modalidade de risco administrativo admite, ao contrário do que afirmado pela questão,


a alegação de culpa exclusiva da vítima ou, ainda, de culpa concorrente. Em tais hipóteses,
a responsabilidade do Poder Público será, respectivamente, excluída ou abrandada.
Errado.

046. (QUADRIX/AG ADM (CRBM 4 PA)/CRBM 4 (PA RO)/2021) Acerca de atos administrativos
e de controle e responsabilização da Administração, julgue o item a seguir.
A responsabilidade civil dos servidores públicos é subjetiva, ou seja, deve-se demonstrar
se a sua conduta decorreu de dolo ou culpa.

Isso mesmo. Ao passo que a responsabilidade da Administração Pública é objetiva (não


dependendo da comprovação de dolo ou culpa), a responsabilização dos agentes (por meio
de ação regressiva) dependerá da comprovação de uma atuação com dolo ou culpa.
Certo.

047. (QUADRIX/AG ADM (CRBM 4 PA)/CRBM 4 (PA RO)/2021) Acerca de atos administrativos
e de controle e responsabilização da Administração, julgue o item a seguir.
A responsabilidade civil do Estado, na modalidade de risco integral, não admite a alegação
das excludentes de responsabilidade, razão pela qual os prejuízos causados a terceiros
devem ser indenizados independentemente de sua origem.

A grande diferença entre o risco integral e o risco administrativo é que, no primeiro caso, não
são admitidas excludentes de responsabilização. Consequentemente, os prejuízos causados
a terceiros devem ser indenizados pelo Poder Público, independentemente de sua origem.
Certo.

048. (VUNESP/PROC (PREF JUNDIAÍ)/PREF JUNDIAÍ/2021) No que diz respeito à


responsabilidade do Estado por atos legislativos, é correto afirmar que
a) com base no princípio da separação de poderes, o STF já assentou que o Estado não pode
ser responsabilizado por atos legislativos.
b) o Supremo Tribunal Federal adotou o entendimento de que lei declarada inconstitucional
em ação direta não enseja a responsabilidade estatal.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 104 de 107


Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

c) o fundamento jurídico que autoriza a condenação do Estado por atos legislativos é a


teoria do risco integral.
d) a responsabilidade estatal por atos legislativos somente é admitida quando haja previsão
de indenização expressa na própria norma.
e) há possiblidade de responsabilizar o Estado em decorrência da edição de lei de efeitos
concretos que cause prejuízos a terceiros.

Em relação à responsabilidade do Estado por atos legislativos, a regra geral é a não


responsabilização do Poder Público. Uma das situações em que a responsabilidade ocorrerá,
no entanto, é quando estivermos diante da edição de lei de efeitos concretos que cause
prejuízos a terceiros.
Letra e.

049. (VUNESP/NER (TJ GO)/TJ GO/PROVIMENTO/2021) Assinale a alternativa correta sobre


a responsabilidade civil extracontratual do Estado pelos atos dos tabeliães e registradores,
que, no exercício de suas funções, causem danos a terceiros, segundo tese firmada pelo
Supremo Tribunal Federal no julgamento do Tema 777.
a) o Estado responde, objetivamente, assentado o dever de regresso contra o responsável,
nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa.
b) o Estado responde, subjetivamente, assegurado o direito de regresso contra o responsável,
nos casos de dolo ou culpa.
c) o Estado responde, subsidiariamente, pelos danos, uma vez comprovada a impossibilidade
de pagamento do Cartório, com o direito de regresso contra o responsável, nos casos de
dolo ou culpa.
d) o Estado responde, objetivamente, facultado ao poder público exercer o direito de
regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa.

No Tema 777, que versa sobre a responsabilidade civil do Estado em decorrência de danos
causados a terceiros por tabeliães e oficiais de registro no exercício de suas funções, o STF
fixou a seguinte tese:

JURISPRUDÊNCIA
O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que,
no exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso
contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa”.

Letra a.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 105 de 107


Direito Administrativo
Responsabilidade Civil do Estado
Diogo Surdi

050. (FCC/AJ TRT17/TRT 17/ADMINISTRATIVA/CONTABILIDADE/2022) Considere que uma


empresa concessionária de serviço público de transporte de passageiros esteja sendo
acionada judicialmente por usuários que alegam ter sofrido danos físicos decorrentes de
manobra realizada por motorista da concessionária, freando bruscamente o ônibus em que
se encontravam. Considerando a disciplina constitucional aplicável ao tema, tem-se que a
responsabilização civil da empresa
a) é de natureza subsidiária em relação ao poder público titular do serviço, este que possui
responsabilidade subjetiva primária pelos danos causados aos usuários de serviço objeto
de concessão ou permissão.
b) é de natureza subjetiva, demandando a comprovação de conduta dolosa ou culposa de
agente da concessionária que tenha relação direta com os danos sofridos pelos usuários.
c) é solidária em relação ao poder concedente, sendo que apenas a responsabilidade deste
último é de natureza objetiva e prescinde de comprovação de culpa.
d) prescinde da comprovação de culpa do motorista, bastando a comprovação do nexo de
causalidade e a ausência de excludentes, tais como força maior ou culpa exclusiva da vítima.
e) depende da comprovação da falha na prestação do serviço, representada por negligência,
imperícia ou imprudência de seus agentes ou fiscalização deficiente do poder concedente.

No caso apresentado, a empresa concessionária de serviço público de transporte de


passageiros deve ser responsabilizada de acordo com as regras da responsabilidade objetiva,
conforme previsão do texto constitucional.

Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Neste caso, a indenização ao particular ocorre independente da culpa do motorista, não


dependendo, igualmente, da comprovação da falha na prestação do serviço. Logo, para que
a responsabilização ocorra, basta a comprovação do nexo de causalidade e a ausência de
excludentes de responsabilização (como, por exemplo, a força maior ou a culpa exclusiva
da vítima).
Letra d.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 106 de 107


Abra

caminhos

crie

futuros
gran.com.br

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para cleiton jesus - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Você também pode gostar