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1. Origem
Origem no Direito Romano;
Existia uma escassez de terras e o Direito criou esse instituto para que as pessoas
pudessem plantar nas terras públicas.
No direito brasileiro moderno, foi reinserido por meio do Estatuto da Cidade (lei
n. 10257/01) e, posteriormente, pelo Código Civil de 2002.
A utilidade do direito de superfície está em potencializar o aproveitamento
econômico do imóvel, autorizando terceiro a realizar e a manter construções ou
plantações em terreno de outrem e a tirar pleno proveito econômico desses bens,
sem, no entanto, exigir alienação da titularidade do domínio do imóvel.
(Tepedino e outros, p. 376).
2. Conceito
Art. 1369, CC: O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou
de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública
devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O
direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto
da concessão.
Art. 108, CC: Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à
validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência,
modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta
vezes o maior salário mínimo vigente no País.
De acordo com o CC, o direito de superfície é um direito real, por meio do
direito do qual o proprietário (fundeiro, fundieiro ou concedente) transfere a
outrem (superficiário ou concessionário), por tempo determinado, o direito de
construir ou plantar em seu terreno mediante escritura pública registrada no RGI.
O dono do imóvel fica com a propriedade do solo e o terceiro fica com a
propriedade da superfície, constituindo dois patrimônios autônomos sobre o
mesmo bem.
Ex.: a sociedade desportiva Palmeiras (fundeira) é o proprietário e concedeu à empresa
Real Arenas (superficiária) o direito de superfície, para administrar e construir o estádio
Allianz Parque.
A construtora recebeu o terreno para a edificação da arena e obterá receita com
administração do estádio pelo prazo estabelecido em contrato (30 anos a contar
do funcionamento da arena), o que provavelmente pagará a construção e ainda
lhe gerará lucro.
O clube, por sua vez, após o término do contrato, terá um estádio moderno
inteiramente seu.
4. Fundamento
Facilitar o cumprimento da função social da propriedade;
Ex.: pessoas que possuem um terreno, mas não tem dinheiro para construir no mesmo,
podem permitir que outro construa e usufrua da superfície por um determinado período
de tempo.
5. Finalidade
As partes podem instituir a superfície com vistas a uma finalidade especifica.
Ex.: plantação de laranja, construção de uma garagem ou estádio de futebol;
Havendo finalidade definida no título constitutivo, o superficiário deve obedecer
ao estipulado, sob pena de o fundeiro promover a extinção do direito de
superfície (art. 1374, CC);
Se não for prevista finalidade, o superficiário é livre para exercer os seus direitos
para qualquer fim legítimo.