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Aluna: Andressa de Lima Pereira

Matrícula: 20201104793

SUPERFÍCIE
O direito de superfície foi abordado primeiramente no Estatuto da Cidade, visando o
incentivo à utilização do solo urbano e buscando a função social da propriedade, e,
logo após, no novo Código Civil. Assim, gerando uma discordância entre diversos
autores sobre um revogar o outro, ou não.
Segundo o Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001), esse direito tem o seguinte conceito:
"Artigo 21. O proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície do
seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado, mediante escritura pública
registrada no cartório de registro de imóveis.
§ 1° O direito de superfície abrange o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço
aéreo relativo ao terreno, na forma estabelecida no contrato respectivo, atendida a
legislação urbanística."
Já no Código Civil, dispõe-se a seguinte definição:
“Artigo 1.369. O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de
plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública
devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for
inerente ao objeto da concessão.”
Isto é, o direito de superfície é um direito concedido à um terceiro. Esse direito real
permite a construção ou plantação em terreno de outrem, estabelecendo
propriedades distintas entre o proprietário, aquele quem cede o uso do bem imóvel; e
o superficiário, quem recebe a coisa para a realização de construções e plantações;
sendo permitida uma utilização dupla da mesma localidade.
A extinção da superfície deverá ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis, e,
após, o proprietário passa a ter propriedade plena sobre o terreno. Essa situação é
conhecida pela doutrina como “reversão”.

PROPRIEDADE
No art. 1228 do Código Civil temos a definição dos poderes do proprietário, não sendo
explícita a definição de propriedade:
“Artigo 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o
direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.”
Segundo Flavio Tartuce, a propriedade é o direito que alguém possui em relação a um
bem determinado. Trata-se de um direito fundamental, protegido no art. 5°, inciso
XXII, da Constituição Federal, mas que precisa sempre atender a uma função social, em
prol da coletividade.
Maria Helena Diniz cita alguns elementos sobre os fundamentos jurídicos de
propriedade:
1- Conceito: Direito de Propriedade é o direito de quem a pessoa física ou jurídica
tem, dentro dos limites normativos, de usar, gozar e dispor de um bem,
corpóreo ou incorpóreo, bem como de reivindicá-lo de quem injustamente o
detenha;
2- Elementos Constitutivos: Jus utendi é o direito de tirar do bem todos os
serviços que ele pode prestar, sem que haja alteração em sua substância; Jus
abutendi ou disponendi é o direito de dispor da coisa ou de poder aliená-lo a
título oneroso ou gratuito, abrangendo o poder de consumi-la e o poder gravá-
la de ônus ou submetê-la ao serviço de outrem; Reivindicatio é o poder que
tem o proprietário de mover ação para obter de quem injustamente o detenha.
Portanto, vale destacar que esse direito não é ilimitado. A Constituição brasileira
submete o direito de propriedade à algumas condições em prol do bem coletivo.

SERVIDÃO
Nos termos do art. 1378 do Código Civil: “A servidão proporciona utilidade para o
prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, e constitui-
se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, e subsequente
registro no Cartório de Registro de Imóveis.”
A servidão atinge apenas bem imóvel vizinho. O prédio sobre o qual incide a restrição é
considerado serviente, e o prédio em favor do qual ela é estipulada recebe o nome de
dominante. Ela é constituída por um negócio jurídico, não se confundindo com os
direitos de vizinhança, que são determinados por lei.
A servidão pode ser constituída por: ato inter vivos (gratuita ou onerosa); testamento
(público, particular ou cerrado); sentença (proferida em ação de divisão do imóvel); ou
usucapião (o prazo para aquisição por este modo será de 10 anos, quando houver
exercício contínuo com justo título e boa-fé e de 20 anos quando não houver justo
título).
Podemos destacar algumas características: é perpétua, já que não se extingue com a
morte ou com a alienação do prédio. É acessória, uma vez que só existe em função da
propriedade. É atípica, visto que a lei não esgota as modalidades de servidão, e, por
fim; é inalienável pois não pode ser alienada separadamente do direito de
propriedade.
Sobre classificação, a servidão pode ser urbana, que guarda relação com a fruição de
edifícios; ou rural, que guarda relação com o solo, não com o edifício. Ela poderá ser
positiva, onde o titular do prédio dominante tem liberdade para fazer alguma
mudança no prédio; ou negativa, onde o titular do prédio serviente deve privar-se de
executar tal ato. Sobre a necessidade de um ato humano para o exercício, ela pode ser
contínua, que depende de conduta humana reiterada; ou não aparente, onde não é
possível visualizar, já que não manifesta sinais exteriores.
Por fim, a servidão pode ser extinta nas seguintes hipóteses do Código Civil:
“Art. 1.388. O dono do prédio serviente tem direito, pelos meios judiciais, ao
cancelamento do registro, embora o dono do prédio dominante lho impugne: I –
quando o titular houver renunciado a sua servidão; II – quando tiver cessado, para o
prédio dominante, a utilidade ou a comodidade, que determinou a constituição da
servidão; III – quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão.
Art. 1.389. Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente a
faculdade de fazê-la cancelar, mediante a prova da extinção: I – pela reunião dos dois
prédios no domínio da mesma pessoa; II – pela supressão das respectivas obras por
efeito de contrato, ou de outro título expresso; III – pelo não uso, durante dez anos
contínuos.”
Caso seja comprovada a extinção por qualquer dos modos citados anteriormente, o
dono do prédio serviente estará consentido a requerer o cancelamento.

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