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Relações estatais, Bens e Intervenções

Prof

Quarta – 18:45 – 7T - SL 304 Prédio 3

*Chamada

Data de prova:

Data Tipo Nota


Final setembro Prova 21/set
Trabalho via moodle Trabalho em Grupo
Final novembro Prova
Trabalho via moodle Trabalho em grupo

10/08/2022

Bens públicos e Conceito

A regra do cod. Civil, se o bem pertence a uma empresa privada, ele será privado e se
pertencer a um empresa publica, será um bem publico. Porém, o código não elucida o caso de
empresa de economia mista.

A doutrina, vem por meio de Bandeira de Mello dizer que deve se observar a atividade que a
empresa está exercendo para que então seja determinado se o bem é publico ou privado.
Desta forma, se a empresa é prestadora de serviço publico e o bem estiver atrelado a
prestação, logo este bem será público.

A importância desta distinção é que o bem publico tem um regime diferente do bem privado,
como por exemplo o bem público naõ poderá sofrer alienação, penhorabilidade,
imprescritibilidade e oneração.

A exceção é o bem dominical, que faz parte do bem publico, mas este não tem nenhuma
finalidade publica especifica. Este poderá ser alienado por meio de leilão.

Afetação e desafetação

Podem ser considerados afetados quando recebem, expressa ou tacitamente uma destinação
especifica .

Podem ser considerados desafetados quando podem, expressa ou tacitamente, a finalidade


especifica que receberam.

Exemplo:

1. Uma biblioteca publica pegou fogo, os bens foram desafetados de forma tácita.
2. Uma desafetação expressa, deve ser proveniente de lei ou ato administrativo formal

*Não existe desafetação pelo não uso de um bem publico (ex uma rua que não está sendo
utilizada).
Formar anormais de uso de bem publico

Autorização de uso de bem Público, é um ato administrativo discricionário e precário pelo qual
a adm publica faculta a participar do uso de um bem publico para um fim instituído no
benefício do próprio autorizatário . Ex: fechamento da rua para uma festa.

Interesse Privado/Publico

A permissão de uso de bem publico é outra forma de outorga, também é um ato discricionário
e não depende da vontade de quem está solicitando, assim como o primeiro. Também é
precário, ou seja, pode ser revogado em qualquer momento. Ex: quiosque em praia ou
calçada.

Interesse publico

Concessão de uso de bem publico, Trata-se de contrato decorrente de licitação prévia,


instituído em beneficio coletivo. Não possui precariedade, pois há um contrato e
consequentemente um prazo. Ex: Instalação de lanchonete em cemitério publico, aeroporto,
exploração de minas de agua e jazidas minerais. Cria um direito obrigacional.

Concessão de direito real de uso, confere um direito real sobre terrenos ou espaços públicos, a
prazo determinado ou indeterminado, para fins específicos previstos em Lei (decreto lei
271/67) que será por meio de leilão na modalidade de concorrência. Cria um direito real, onde
concessionário ganha o direito de transferir o direito desse uso, independente do
consentimento da adm pública.

Autorização de uso permissão de uso de Concessão de uso de Concessão de direito


de bem Público bem publico bem publico real de uso
Simples Simples Complexa Complexa
Sem licitação Sem licitação Com licitação Com licitação
Direito obrigacional Direito real

Bens públicos e espécie

Terrenos de marinha, são bens da união (art20,VII CF) e em regra são bens dominicais.

São considerados os terrenos a contar 33 metros do preamar, banhados pelo mar ou rios
navegáveis.

Terras devolutas, também são bens dominicais e significam terras sem dono, devolvidas ou
vagas. O que significa dizer que são terras sob o domínio de particulares e utilizadas por eles,
mas pertencem ao poder publico. As terras que são devolvidas, vão para o Estado. Também
são definidas como terras públicas sem destinação pelo poder público e que em nenhum
momento integraram o patrimônio de um particular

Terras ocupadas pelos índios, São bens públicos previstos no art 231 da CF, e são terras
indispensáveis a efetividade da cultura desses povos que sofreram com o processo de
colonização. Assim a CF garante a posse permanente e usufruto vitalício.
17/08/2022

Função social da propriedade urbana

CF no art 5 inciso XXII estabelece que a propriedade é um direito essencial, mas não é um
direito absoluto e sim relativo, pois a propriedade deve cumprir a sua função social. Podemos
entender que a função social pela doutrina seria algo como produtivo,

Propriedade urbana – Art 182 Paragrafo 2º CF - é aquela que cumpre o plano diretor da
cidade, que estabelece uma politica de expansão, com soluções e planos de ação e sendo este
lei, pois é aprovado pela câmara municipal. O descumprimento de tais diretrizes do plano
diretor estão sujeitas a sanções estabelecidas no mesmo artigo paragrafo 4º, podendo ser:

I – Estabelecer um processo administrativo, onde o proprietário será notificado para


apresentar um projeto de parcelamento (lotear) ou edificação compulsórios.

II – A imposição de imposto progressivo sobre a propriedade predial ou territorial. Essa


alíquota não poderá passar de 15%. Se ultrapassar essa cota, parte para a III sanção.

III – A desapropriação extraordinária ou sanção, essa indenização será paga não em dinheiro,
mas sim em títulos da divida publica.

Propriedade Rural – art 186 da CF – A função social é cumprida quando a propriedade rural
atende:

I – Aproveitamento racional e adequado;

II – Utilização adequada dos recursos naturais (violação ambiental), a preservação do meio


ambiente;

III – Observância das disposições de relações de trabalho;

IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

Modalidades de intervenção na propriedade

Requisição administrativa – Art 5º inciso XXV CF – no caso de iminente perigo publico, a


autoridade competente poderá usar (temporariamente) a propriedade particular,
assegurando ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. Se não houver dano, não
haverá indenização.

Ocupação temporária -art 5º inciso XXX – Não precisa de perigo publico iminente, podendo
ser por mera utilidade publica. Ex. Utilização de prédios e escolas privadas para concursos e
eleição. Art 36 decreto lei 3365/41.

Limitações administrativas – restrições criadas por lei ao direito de propriedade e fiscalizadas


pela administração dentro do eu poder de policia. Ex. Na pandemia foi estabelecida a lei de
uso de mascarás, cabendo a administração fiscalizar os estabelecimento para assegurar o seu
cumprimento. Bem como, a obrigação do uso de equipamentos contra incêndio em prédios e
etc.

Servidão administrativa – Relação de escravidão entre bem serviente e bem dominante. Ex:
Passagem de fios elétricos, gasoduto e etc. Pode ser por acordo ou por sentença, mas em via
de regra a Servidão instituída por lei não gera indenização.

24/08/2022

Tombamento

No intuito de preservar, esse instituto tem como fundamento o art 216 da CF e estabelecido
no decreto lei 25/37.

Basicamente é um procedimento administrativo, representando um conjunto de atos cujo


objetivo final é inscrever o bem no livro do tombo para então ser considerado “tombado”.
Desta forma o direito a propriedade sofre restrições parciais em decorrência do tombamento.

Este bem necessita ter um valor, seja ele histórico, paisagístico, artístico, turístico ou
arqueológico.

Bens que podem ser tombados: moveis, imóveis, materiais, imateriais, públicos e privados. O
tombamento ainda pode ser individual ou coletivo. Isto não se restringe a bens físicos, por
exemplo comida (receita) ou uma musica, melodia e etc, podem ser registradas, que é
semelhante ao tombamento.

Competência para tombar: Art 23, inciso III CF: Iphan na União, Condephaat no estadual,
Conpresp no municipal.

Procedimentos:

1. De Ofício (para bens públicos)


2. Voluntário (a pedido do proprietário ou por anuência escrita)
3. Compulsório (recusa do proprietário em anuir o tombamento)

Procedimento compulsório – fases:

I. Proprietário notificado para impugnação em 15 dias;


II. 15 dias para o conselho analisar as razoes;
III. 60 dias para decidir;
IV. Inscrição no livro do tombo;
V. Homologação do ministro da cultura;
VI. Recurso ao presidente.

Restrições ao bem tombado:

I. Não pode demolir ou destruir;


II. Não pode reformas sem previa autorização do órgão que o registrou;
III. Proprietário deve fazer obras de conservação de bem;
IV. Vizinhos do bem não poderão colocar cartazes ou fazer obras que impeçam a
visibilidade do bem tombado – art18 decreto lei 27/35
V. Alienação do bem tombado, o NCPC extingue o direito de preferencia para
alienações extrajudiciais (art 1072, I) e mantem para as alienações judiciais (art
892, paragrafo 3º).

Desapropriação
Art. 5°, inciso XXIV da CF

Previa, justa e em dinheiro

Decreto lei 4132/62 Decreto lei 3365/41


Interesse Social Necessidade publica
Utilidade publica

Desapropriação por Zona

Ex: para a construção de um metro o Estado desapropria uma área, porém, considera na
desapropriação uma aréa maior do que o necessário. Após a construção do metro, os terrenos
em volta estarão significativamente valorizados e então o Estado vende estes terrenos de
áreas extras e obtém um lucro. Tal procedimento é considerado uma desapropriação por
utilidade publica e já foi avaliado pelo STF e considerado CONSTITUCIONAL.

Quem pode desapropriar – para declarar, União, Estado e Municípios .

Competências especiais

1. Desapropriação sanção
o Descumprimento de função Social de propriedade Rural e reforma agraria –
União.
o Descumprimento de função Social de propriedade Urbana – Município.

Atenção: Desapropriação de propriedades rurais pode ser feita por quaisquer dos entes
federados (U,E,DF e M). A competência se desloca para União quando envolver reforma
agraria.

31/01/2022

Quais bens podem ser desapropriados?

Imóveis, moveis, materiais, imateriais, públicos e privados.

Art. 2 paragrafo 2º Decreto lei 3365/41 – Os bens do domínio dos estados, municípios, distrito
federal e territórios poderão ser desapropriados pela União, e os dos municípios elos estados,
mas em qualquer caso o ato deverá preceder autorização legislativa.

Fases de procedimento de desapropriação

1) Fase declaratória –
a) edição de decreto regulamentar (presidente, governador);
b) Lei declarando o bem objeto de desapropriação.

Efeitos produzidos

A. Submissão do bem ao poder de império do Estado;


B. Direito do poder publico ingressar no bem para avaliações e medições;
C. Fixação do estado do bem para fins indenizatórios;
D. Inicio da contagem do prazo de caducidade do decreto.

2) Fase Executória
a) Administrativa (poder publico tentará acordo com o proprietário). A lei autoriza
arbitragem ou mediação nas disputas sobre indenização decorrentes de
desapropriação.
b) Judicial (sem acordo resta ao poder publico ingressar com a ação de desapropriação)

3) Ação de desapropriação
a) Petição inicial + pedido de urgência da posse + deposito prévio (art 15 do decreto lei
3365/41)
b) Cumpridas as exigências acima, juiz defere emissão provisória na posse do bem em
favor do puder publico;
c) Citação do proprietário que pode: levantar 100% do valor depositado (extinção do
processo – pressupõe-se concordância do proprietário quanto ao valor); levantar até
80% + contestar a ação;
d) Contestação – matéria restrita (preço e nulidade do processo judicial). E Nulidades do
processo administrativo;

4) Indenização
a) Em dinheiro? Existe uma discussão no STF RE 922144 com o pedido de repercussão
geral dada pelo STF;
b) Art 242 da CF – Expropriação de glebas de terras sem indenização.
Expropriação(confisco) não se confunde com desapropriação.
c) A sentença deve apreciar os seguintes aspectos da indenização: Valor real do bem
(danos emergentes e lucros cessantes), juros compensatórios e moratórios, correção
monetária, honorários advocatícios, custas e despesas processuais.

5) Institutos correlatos
A desapropriação indireta e a retrocessão são institutos correlatos a desapropriação.
a) Desapropriação Indireta. Consiste no esbulho possessório praticado pelo poder
publico. Resolve-se por ação de reintegração de posse ou, no caso do art 35 dec lei
3365/41, onde o bem já foi incorporado ao patrimônio publico, caberia ação de
indenização.
b) Retrocessão. É um direito de preferência, quando há um desvio de finalidade na
desapropriação (tredestinação).

6) Natureza Juridica da Desapropriação


É uma forma ordinária de aquisição da propriedade.
a) Ação de desapropriação prossegue mesmo que o poder publico não saiba quem é o
proprietário;
b) Se a indenização for paga a 3º, que não seja o proprietário, esse fato não invalida o
procedimento de desapropriação;
c) Os ônus reais incidentes sobre o bem desapropriado se extinguem.
d) Os titulares dos ônus reais são sub-rogados no preço ( art 31 do decreto lei 3365/41)

Serviço Publico
Conceito Amplo: Toda atividade que o Estado exerce, direta ou indiretamente para
satisfação das necessidades publicas.

Conceito Restritivo: toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material


destinada a satisfação da coletividade em geral, mas fruivel singularmente pelos
administradores que o Estado assume como pertinente a sues deveres a prestar por si
mesmo ou por quem lhe faça as vezes, sob regime de direito publico
- Fomento
- Policia adm
- Intervenção no domínio econômico

Princípios do Serviço Publico

 Regularidade – obrigação de execução de acordo com as regras e normas


 Continuidade – Impossibilidade de interrupção
 Atualidade – exigência de atualização e modernização
 Segurança – ausência de risco a integridade
 Universalidade – ou universalização é o serviço dirigido indistintamente a
generalidade do publico, não permitindo discriminações entre usuários; Deve
atender ao maior numero possível de pessoas.
 Transparência – obrigação de levar informação sobre o serviço a conhecimento do
publico.
 Cortesia (urbanidade) – Tratamento com ambiguidade do usuário (ser tratado
bem).
 Modicidade das tarifas;
 Mutabilidade – São contratos alteráveis, o poder publico poderá alterar estes
contratos conforme o interesse publico.

Classificação do Serviço Publico

Quanto a repartição de competência:

I. Privativo : deve ser prestado por um determinado ente federado Art 21 XI CF


II. Comum: Deve ser prestado de forma concorrente por todos os entes federados
(ex: saúde e educação)
Classificação do Serviço Publico - Quanto ao objeto

 Administrativo
 Comercial/industrial
 Social

Delegação Negocial

A deleção ocorrer por meio de concessões e permissões de serviços publico:

1. Lei 8987/95 – Comuns – é um contrato administrativo, pelo o poder publico concedente


delega a execução de um serviço publico a uma outra pessoa (concessionaria) que deverá
presta-lo por sua conta e risco, mediante remuneração paga por tarifas.

- Sempre precedida de licitação na modalidade de concorrência ou dialogo competitivo.


- Somente pessoa Juridica;
- Transfere ao particular, mas sob fiscalização estatal;

Art 21/25 – Adm Judicial

Art 26/30 - Comite de Credores

Art 35/46 – Assembleia geral de credores AGC

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