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@cafeetoga
(Material elaborado com base na resolução de questões de direito administrativo no site Qconcursos, dos
últimos concursos da magistratura, ministério público e de delegado realizados pela FGV. Peço que me
avisem se encontrarem erros (inclusive de português). Esse material é gratuito e confeccionado com o
intuito de revisão pessoal dos temas que caíram não ultimas provas).
- Art. 14. A. coisa tombada não poderá sair do país, senão por curto prazo,
sem transferência de domínio e para fim de intercâmbio cultural, a juízo do
Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
- O art. 3º, caput, VII e § 7º, III, da Lei nº 13.979/2020 autoriza que os gestores
locais de saúde (secretarias estaduais e municipais, p. ex.), mesmo sem
autorização do Ministério da Saúde, façam a requisição de bens e serviços.
O STF afirmou que esses dispositivos são constitucionais.
Não se exige autorização do Ministério da Saúde para que os Estados-
membros, Distrito Federal e Municípios decretem a requisição administrativa
prevista no art. 3º, caput, VII e § 7º, III, da Lei nº 13.979/2020, no
exercício de suas competências constitucionais.
STF. Plenário. ADI 6362/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
2/9/2020 (Info 989).
1.3. Tombamento
O Estado interfere na propriedade privada para resguardar o patrimônio cultural
brasileiro (de ordem histórica, artística, arqueológica, cultural, científica,
turística e paisagística).
Diante do art. 216, § 1º da CF:§ 1º - O Poder Público, com a colaboração da
comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio
de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras
formas de acautelamento e preservação.
1.4. Desapropriação
“A transferência compulsória de propriedade particular (ou pública de entidade
de grau inferior para a superior) para o Poder Público ou seus delegados, por
utilidade ou necessidade pública ou, ainda, por interesse social, mediante
prévia e justa indenização em dinheiro (CF, art. 5º, XXIV), salvo as exceções
constitucionais de pagamento em títulos da dívida pública de emissão
previamente aprovada pelo Senado Federal, no caso de área urbana não
edificada, subutilizada ou não utilizada (CF, art. 182 §4º, III), e de pagamento
em títulos da dívida agrária no caso de reforma agrária, por interesse social
(CF, art. 184)”.Conforme também art. 5º, XXIV da CF:XXIV - a lei estabelecerá
o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou
por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
ressalvados os casos previstos nesta Constituição.
Os bens que foram desapropriados unem-se ao patrimônio do indivíduo no qual
efetuou a desapropriação, sendo utilizado pelo próprio indivíduo expropriante,
incidirá a integração definitiva, pertencendo assim ao patrimônio do indivíduo
para o necessitado fim, quando a desapropriação ocorrer para fins de
exploração de terceiros, tem-se a integração provisória.
Resumindo:
Limitação administrativa
Ocorre em bens móveis e imóveis;
São atos gerais, abstratos, dirigidos a propriedades indeterminadas;
Não gera indenização;
Busca-se a função social da propriedade.
Forma de exteriorização: lei ou ato administrativo normativo;
Afeta o atributo absoluto.
Requisição administrativa
É ato administrativo unilateral e autoexecutório (não depende de
apreciação judicial prévia);
É instrumento do Estado em caso de perigo público iminente ou guerra;
O Estado utiliza bens móveis, imóveis ou serviços particulares;
Há indenização ulterior, SE houver dano;
Afeta o atributo exclusivo.
Ocupação temporária
Poder Pública usa TRANSITORIAMENTE imóveis privados, como meio
de apoio à execução de obras e serviços públicos; (obs: pra decorar,
lembrar da palavra que começam com "T": ocupação Temporária -
Transitório);
É autoexecutório e só recai sobre bens IMÓVEIS;
Só há indenização se houver dano;
Afeta o atributo exclusivo.
Servidão administrativa
É direito real público;
Poder Público usa propriedade imóvel para permitir a execução de obras
e serviços de interesse coletivo;
Características fundamentais: ônus real, bem particular (imóvel alheio) e
utilização pública;
Pode ser por meio de acordo, sentença ou lei; (se for por meio de
acordo ou sentença, HÁ a necessidade de se declarar a
necessidade/utilidade pública; por meio de lei, NÃO há a necessidade).
É inscrito no Registro de Imóveis;
Indenização prévia e condicionada ao dano;
INEXISTE autoexecutoriedade;
Recai sobre IMÓVEIS apenas;
Súmula 56 STJ: Na desapropriação para instituir servidão administrativa
são devidos os juros compensatórios pela limitação de uso da
propriedade;
Afeta o atributo exclusivo.
Tombamento
Poder Público protege o patrimônio cultural brasileiro;
Pode ser bens móveis ou imóveis;
Todos os entes podem realizar (o tombamento de bens pertencentes à
União, Estados e Municípios se fará DE OFÍCIO, mas o ente deverá ser
notificado);
A União pode tombar bens pertencentes aos Estados e Municípios;
O tombamento geral NÃO precisa individualizar os bens abarcados pelo
tombo;
As características que levaram o bem a ser tombado DEVEM
ser MANTIDAS;
Pode ser voluntário ou compulsório;
O tombamento NÃO impede o proprietário de penhorar,
"anticresar", hipotecar ou locar;
NÃO há indenização;
O mesmo bem pode ser tombado MAIS DE 1X;
O tombamento provisório equipara-se ao definitivo;
A coisa tombada NÃO poderá sair do país, SENÃO POR CURTO
PRAZO, SEM transferência de domínio e para fim de intercâmbio
cultural;
O bem tombado PODE ser alienado, cabendo ao adquirente faze-lo
constar do devido registro;
As coisas tombadas NÃO poderão ser destruídas, demolidas ou
mutiladas, NEM SEM prévia autorização, ser reparadas, pintadas ou
restauradas;
Afeta o atributo absoluto.
- De acordo com art. 37, § 1º: “§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras,
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
públicos.”
No mesmo sentido, é o art. 11, XII, da Lei 8.429/92:
“Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os
deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por
uma das seguintes condutas:
XII - praticar, no âmbito da administração pública e com recursos do erário, ato
de publicidade que contrarie o disposto no § 1º do art. 37 da Constituição
Federal, de forma a promover inequívoco enaltecimento do agente público e
personalização de atos, de programas, de obras, de serviços ou de campanhas
dos órgãos públicos.”
Como se trata de ato de improbidade que atenta contra os princípios da
administração pública, as penalidades aplicáveis estão dispostas no art. 12, III,
da Lei 8.429/92. Veja:
“Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se
efetivo, e das sanções penais comuns e de responsabilidade, civis e
administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato
de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas
isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil de até 24 (vinte e
quatro) vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de
contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica
da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos;”.
- Art. 11:
- III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições
e que deva permanecer em segredo (Antiga Redação), (" DESDE
QUE") propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou
colocando em risco a segurança da sociedade e do Estado;
- II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; ( REVOGADO)
Lesão ao erário:
1. Perda dos bens e valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio
2. Perda da função pública
3. Suspensão dos direitos políticos até 12 anos
4. Pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano
5. Proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou
incentivos: por prazo não superior a 12 anos.
- Não existe mais a sanção de perda da função pública para os atos que
atentam contra os princípios!
- Art. 17, §7º: Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará
autuá-la e ordenará a citação dos requeridos para que a contestem no prazo
comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma do art. 231 da Lei nº
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
- A Lei Federal nº 14.230/21 extinguiu a modalidade culposa de
improbidade administrativa, com a retirada da expressão "culposa" do art. 10
da LIA e também passou a exigir o dolo específico, que é o ato eivado de má
fé, nos termos dos parágrafos 2º e 3º do art. 1º da LIA. O dano ao erário
apenas é elemento indispensável para a configuração dos atos de improbidade
que causam dano ao erário, elencados no art. 10 da LIA.
- Art. 23: A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve
em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de
infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência.
- Art. 17-D: A ação por improbidade administrativa é repressiva, de caráter
sancionatório, destinada à aplicação de sanções de caráter pessoal previstas
nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado seu ajuizamento para o controle de
legalidade de políticas públicas e para a proteção do patrimônio público e
social, do meio ambiente e de outros interesses difusos, coletivos e individuais
homogêneos.
- Indisponibilidade de Bens
- Tutela cautelar e não satisfativa.
Lei 8.429/92. Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser
formulado, em caráter antecedente ou incidente, pedido de indisponibilidade de
bens dos réus, a fim de garantir a integral recomposição do erário ou do
acréscimo patrimonial resultante de enriquecimento ilícito.
CPC. Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada
mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra
alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.
Lei 8.429/92. Art. 16. § 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa
à indisponibilidade de bens caberá agravo de instrumento, nos termos da Lei nº
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
- Tema 362 STF: Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, não
se caracteriza a responsabilidade civil objetiva do Estado por
danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema
prisional, quando não demonstrado o nexo causal direto entre o momento
da fuga e a conduta praticada.
- Lei de Licitações:
- CRITÉRIOS DE DESEMPATE:
Art. 60. Em caso de empate entre duas ou mais propostas, serão utilizados os
seguintes critérios de desempate, nesta ordem:
I - disputa final, hipótese em que os licitantes empatados poderão apresentar
nova proposta em ato contínuo à classificação;
II - avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes, para a qual
deverão preferencialmente ser utilizados registros cadastrais para efeito de
atesto de cumprimento de obrigações previstos nesta Lei;
III - desenvolvimento pelo licitante de ações de equidade entre homens e
mulheres no ambiente de trabalho, conforme regulamento;
IV - desenvolvimento pelo licitante de programa de integridade, conforme
orientações dos órgãos de controle.
§ 1º Em igualdade de condições, se não houver desempate, será assegurada
preferência, sucessivamente, aos bens e serviços produzidos ou prestados por:
I - empresas estabelecidas no território do Estado ou do Distrito Federal do
órgão ou entidade da Administração Pública estadual ou distrital licitante ou, no
caso de licitação realizada por órgão ou entidade de Município, no território do
Estado em que este se localize;
II - empresas brasileiras;
III - empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de
tecnologia no País;
IV - empresas que comprovem a prática de mitigação.
- Nos termos do art. 37, no caso de extinção de cargo público, o servidor será
redistribuído para outro cargo de provimento efetivo que deverá, entre outros
requisitos, possuir a mesma essência das atribuições do cargo. Caso o servidor
estável não seja redistribuído, será colocado em disponibilidade até seu
aproveitamento.
- Art. 37, inciso II, da CF88: “a investidura em cargo ou emprego público
depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração”.
- Mnemônico:
Ciclo de Polícia
Luiz Comeu Farofa Salgada
Legislação
Consentimento
Fiscalização
Sanção
* O STF permitiu a delegação das fases CFS para pessoas
jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta, desde
que atendidas algumas condições:
- Realizada por meio de lei
- Capital majoritariamente público
- Regime não-concorrencial
- Prestem serviço público de atuação própria do Estado.
- O Ministério Público possui legitimidade para propor ação civil pública com o
objetivo de anular concurso realizado sem a observância dos princípios
estabelecidos na Constituição Federal.
Delegação
⮩ é a extensão de competência para um outro agente de mesma hierarquia ou
inferior
A delegação também é possível mesmo que não haja subordinação
hierárquica (a avocação não)
Deve ser apenas de partes das competências do órgão ou agente
Deve ser feita por prazo determinado
O ato de delegação é discricionário e revogável a qualquer tempo
O ato de delegação e sua revogação devem ser publicados em meio
oficial
Quem responde pelo ato é o agente que efetivamente o praticou (ainda
que por delegação)
- O Código Civil brasileiro regula, em sua Parte Geral, dentre outras matérias,
os bens públicos, procurando identificá-los como bens de uso comum, bens de
uso especial e bens dominicais.
- O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for
estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
- Art. 103, CC. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou
retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja
administração pertencerem.
- SÚMULA Nº 340 STF: Desde a vigência do código civil, os BENS
DOMINICAIS, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por
usucapião.
- LINDB:
- Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou
opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
- Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por
autoridade administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá ser
precedida de consulta pública para manifestação de interessados,
preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na
decisão.
- Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança
jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de
regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas.
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão
caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até
ulterior revisão.
- Os novos dispositivos da LINDB trazem, cada vez mais, a busca pelo
interesse geral, superando a centralidade da supremacia do interesse público
no regime administrativo brasileiro. Como exemplo, cite-se os arts. 21,
parágrafo único, 23 e 26, § 1º, da LINDB: “Art. 21. (…) Parágrafo único. A
decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar
as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e
equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos
sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso,
sejam anormais ou excessivos.”. (FONTE: ESTRATÉGIA CONCURSOS).
- Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer
interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo
indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de
direito, deverá prever regime de transição quando indispensável para que o
novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional,
equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais.”