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A Administração Pública é disciplinada por uma série de regras e critérios objetivos, que
disciplinam a forma como são feitas as aquisições de bens pela Administração, bem como
regulamentam as formas através das quais esses bens podem ser, eventualmente, vendidos.
Tais regras são necessárias tanto para a proteção do interesse público quando para evitar
situações que privilegiem fornecedores e particulares. Devemos lembrar sempre que o
administrador público deve pautar seus atos pela busca da forma mais eficiente e eficaz de
satisfazer o interesse público, que é o objetivo final da Administração como um todo.
A lei nº. 8.666/93 disciplina as regras gerais de aquisição de bens públicos. Existem
outras situações de compra de bens que não são disciplinadas por esta lei, e que analisaremos
em momento mais oportuno. No entanto, deve-se ter em mente que, a despeito da situação,
devem ser sempre respeitados os princípios da isonomia (é assegurado a todos os
concorrentes participantes do processo licitatório a igualdade de condições, do qual decorre a
obrigatoriedade de igualdade de condições entre os interessados) e o da opção pela proposta
mais vantajosa para o Poder Público ( a proposta “mais vantajosa” não deve ser entendida
como, necessariamente, a “mais barata”; será mais vantajosa aquela que atenda de forma
mais eficiente as necessidades da Administração, sendo a questão do preço apenas um dos
quesitos analisados).
O Código Civil admite expressamente o usucapião como forma de aquisição de bens (art.
1.238, Código Civil) e estabelece algumas condições necessárias à consumação
aquisitiva, como a posse do bem por determinado período, a boa-fé em alguns casos e a
sentença declaratória da propriedade... Poder-se-ia indagar se a União, um Estado ou
Município, ou ainda uma autarquia podem adquirir bens por usucapião. A resposta é
positiva. A lei civil, ao estabelecer os requisitos para a aquisição da propriedade por
usucapião, não descartou o Estado como possível titular do direito. Segue-se, pois, que,
observados os requisitos legais exigidos para os possuidores particulares de modo geral,
podem as pessoas de direito público adquirir bens por usucapião.... Esses bens, uma vez
consumado o processo aquisitivo, tornar-se-ão bens públicos
e) Acessão:a acessão se refere ao direito do proprietário de acrescer aos seus bens tudo
o que se incorpora, natural ou artificialmente, a eles O art. 1.248 do Código Civil
estabelece que a acessão pode dar-se: por formação de ilhas; por aluvião (aumento
vagaroso de terras à margem de rios, resultante do desvio das águas ou de
enxurradas); por avulsão (junção de uma porção de terra deslocada do sítio primitivo
por força natural.); por abandono de álveo (acessão natural que ocorre quando um rio
seca ou se desvia devido a um fenômeno natural); e por plantações ou construções.
g) Adjudicação (art. 685- A do CPC): meio pelo qual o credor obtém o direito de adquirir
os bens penhorados e praceados, oferecendo preço não inferior ao fixado na
avaliação. Segundo CARVALHO FILHO (pág. 1.178):
“As pessoas de direito público podem situar-se na posição de credoras. Desse modo, e
desde que ocorridos os pressupostos da lei processual, podem elas requerer lhes sejam
adjudicados os bens e, assim, adquirir-lhes a propriedade. Tais bens, como é evidente, se
qualificarão como bens públicos”.
A alienação de bens públicos refere-se à venda destes pelo Estado. Como vimos
anteriormente, os bens de uso comum do povo e os bens especiais, enquanto apresentarem-
se de tal modo, são inalienáveis. O caráter de inalienabilidade dos bens públicos dominicais
está condicionado à afetação destes a uma finalidade pública; quando desafetados, tal
qualidade é perdida, e estes podem ser disponibilizados pelo Estado, desde que obedecidas as
normas legais.
Segundo CARVALHO (pág.1.087): “...os bens públicos podem ser alienados mediante
doação, permuta, dação em pagamento, concessão de domínio, investidura, incorporação,
retrocessão e legitimação de posse”.
O art. 17 da lei nº. 8.666/93 apresenta os requisitos para a alienação dos bens públicos,
a saber:
a) dação em pagamento;
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24
desta Lei;
d) investidura;
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação
de sua oportunidade e conveniência sócio - econômica, relativamente à escolha de outra
forma de alienação;
§ 1º - Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste art., cessadas as razões
que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora,
vedada a sua alienação pelo beneficiário.
II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato normativo do orgão
competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e
pacífica e exploração direta sobre área rural situada na Amazônia Legal, superior a 1
(um) módulo fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, desde que não exceda
1.500ha (mil e quinhentos hectares);
II - fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não exceda mil e
quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite;
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na
alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo
IV - (VETADO)
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público,
de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas
hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades
e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão.
§ 7º - (VETADO)
Existem situações onde a licitação será dispensada (art. 17, II, Lei. Nº. 8.666/93,visto
acima), ou seja, a Administração Pública está obrigada a não fazer a licitação em tais
situações, restando impedida à licitação, não podendo esta acontecer em tais hipóteses.
Devemos também ter em mente que os bens públicos pertencem às pessoas jurídicas de
Direito Público ao qual os órgãos pertencem.
Quanto aos bens móveis, a alienação poderá ocorrer por todas as modalidades de
concorrência.
Art. 19. - Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de
procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da
autoridade competente, observadas as seguintes regras:
Questões
De acordo com a doutrina dominante, caso uma universidade tenha sido construída sobre
parte de uma propriedade particular, a União, assim como ocorre com os particulares,
poderá adquirir o referido bem imóvel por meio da usucapião, desde que sejam obedecidos
os requisitos legais.
( ) Certo ( ) Errado
a) os bens públicos não podem ser desapropriados, nem adquiridos por usucapião;
b) os bens pertencentes às empresas estatais podem ser penhorados, ainda quando
afetados à prestação de serviços públicos;
c) os bens públicos dominicais são inalienáveis, impenhoráveis e imprescritíveis;
d) os bens públicos de uso comum do povo e de uso especial podem ser dados em
garantia de dívidas do Tesouro Nacional;
e) a alienação de bens públicos imóveis depende de lei autorizativa, avaliação prévia e
licitação.
a) Como bem de uso especial, o bem da empresa pública é gravado legalmente com
cláusula de inalienabilidade.
b) Os bens das empresas públicas são bens públicos, de modo que não podem ser alienados
por meio de contrato de compra e venda.
c) Apesar de ser bem privado, a alienação dos bens imóveis das empresas públicas
depende de avaliação prévia e licitação na modalidade de concorrência.
d) As empresas públicas estaduais, como hierarquicamente subordinadas ao Estado, não
possuem autonomia financeira e patrimonial, não possuindo, portanto, patrimônio próprio.
e) Por ser bem pertencente à pessoa jurídica de direito privado, os bens imóveis das
empresas públicas são privados, podendo ser alienados por meio de contrato de compra e
venda.
Gabarito
01- C
02- E
03- B
04- B
05- C
Bibliografia
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm
http://www.proad.ufscar.br/menu-lateral/licitacoes/lei-8666-93
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5172.htm
CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 2ª. ed. . rev .atual. eampl -
Salvador: Jus Podivm, 2015
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27. ed. rev., ampl. e
atual. até 31-12-2013.- São Paulo:Atlas, 2014.