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ACTOS PROCESSUAIS
Parte Geral
Definição
processual penal e por esta preordenados aos fins próprios do processo, que
Os actos processuais de maior relevo são, como não podia deixar de ser, os
processuais, o que importa pôr em relevo, atenta a diferença que, sob muitos
1
Cfr. artº5º, CPP e artº2º, CP
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processual.
substantivo, não devem, por isso mesmo, ser tratados como actos de processo,
2
Artº113ºe 117º, CP, e 49e 50º, CPP
3
Artº116º e 117º, CP, e 51º, CPP
4
Cfr., no entanto, a emergência, no CPP, daquilo a que o legislador, no preâmbulo do diploma (nº6, alínea b),
chama de “espaços de consenso”, local próprio para a prática de actos que implicam o acordo de vários
sujeitos processuais, como são os casos do instituto da suspensão provisória do processo, o do processo
sumaríssimo, e outros.
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básica de qualquer acto jurídico) o acto processual de mais nada precisa para
apenas, os de forma5.
embora o seu sentido útil esteja, na grande maioria dos casos, predefinido no
Para garantir a ordem do acto, a entidade que lhe preside ou o dirige deve:
5
Cfr. artº118º, e ss., CPP
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Esta detenção, que só pode ser ordenada pelo juiz, tem natureza diferente da
prevista nos artº254º e ss., sendo uma medida que alia a garantia da ordem à
estabelecida no artº173º, 1.
artº87º;
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reserva da vida privada, que não constituam meios de prova, dados que a
O segredo de justiça tem a sua razão de ser, por um lado, na preocupação com
6
Sobre acesso do arguido aos autos de inquérito, para efeitos de requerer instrução e recorrer do despacho
que lhe aplicou a prisão preventiva, cfr. acs. da Relação do Porto, de 11.09.95, na CJ, XX, 4, 228, e de
24.01.2001, na CJ XXVI, I, 226
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- da decisão instrutória;
requerida;
publicidade)8.
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Divulgação de ocorrência; não de divulgação dos seus termos
8
Cfr. o ac. Rel. Porto, de 21.02.2001, na CJ, T1, pag.235, sobre a publicidade do debate instrutório quando,
havendo vários arguidos, apenas um ou alguns deles requereram a instrução, sem terem manifestado
oposição à publicidade. A posição defendida no acórdão, de que o processo passou, a partir daquele
requerimento, a ser público, parece-me correcta
6
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situação do jornalista que, por algum meio não autorizado pela entidade
9
Cfr. artº37º e 38º, da Constituição
10
Cfr., a este respeito, o artigo do juiz de direito Manuel Henrique Ramos Soares, em Interrogações à Justiça,
ed. Tenacitas, fls.284-285
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Aos actos processuais declarados públicos pela lei pode assistir qualquer
pessoa.
Const).
Já os actos relativos a crime sexual que tenha por ofendido menor de 16 anos
11
Mas não terá que o ser a sentença que procedeu à reformulação de sentença condenatória declarada nula
por insuficiência de fundamentação, e que não alterou a matéria de facto antes dada como provada, não sendo
inconstitucional a norma extraída da conjugação dos artigos 321º, 2, e 87º, 5, interpretada no sentido de que,
em tal caso, é dispensada a leitura pública da decisão reformulada (ac. TC de 15.12.2004, no DR 2ª série,
nº40, de 25.02.2005)
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reprodução tem alguns limites, resultantes das seguintes proibições legais (nº2
e 3):
judiciária competente;
9
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a exclusão da publicidade);
São proibições que, salvo a relativa às vítimas de crime sexual, contra a honra
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Que se explicam por si mesmas
10
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diligência13.
Este acesso é feito nos termos constantes da parte final do nº2, e acrescenta-
Em ambos os casos, o dever de segredo persiste para todos (parte final do nº2,
e nº6, do artº86º).
13
Este condicionamento (do local de acesso e consulta) não foi considerado inconstitucional, mesmo que
contraposto ao direito de defesa do arguido (cfr. ac. TC nº117/96, de 06.02.96, in BMJ 454º/228)
14
Deve entender-se que o arguido que pretenda recorrer da decisão que lhe aplicou a prisão preventiva, na
fase de inquérito, tem direito a que lhe seja facultada cópia das provas que foram indicadas como
determinantes da aplicação daquela medida, isto como decorrência dos princípios do direito ao recurso e do
leal contraditório
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CPC.
15
Isto é, os findos ou os pendentes em que já tenha sido proferida decisão instrutória ou a instrução já não
possa ser requerida, ou, ainda, aqueles em que a instrução foi requerida, apenas, pelo arguido que não
declarou opor-se à publicidade
16
A jurisprudência tem decidido que o advogado, apesar de estar dispensado de apresentar-se com
procuração (artº63º, nº1, do Estatuto), não o está de invocar o interesse legítimo de que fala o artº90º, nº1
(cfr. Ac. TC nº661/94, in DR 2ª série, de 20.02.95
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dos actos processuais ou de reprodução dos seus termos através dos meios de
respectivamente.
de intérprete (nº3)17.
17
Cfr. artº360º, nº2, CP
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deve ser feita por via oral, não sendo permitida a leitura de escritos elaborados
para o efeito. Disse, então, também, que a oralidade não é incompatível com
A oralidade não significa, assim, rejeição da forma escrita, e não poderia ser,
artº99º).
O auto obedece aos requisitos gerais dos actos escritos, estabelecidos nos
18
No capítulo referente à Parte Geral
19
Como, p. ex., as declarações para memória futura (artº271º, nº5 e 294º), as diligência de prova no inquérito
e na instrução (artº275º, nº1 e 296º), o debate instrutório (artº305º) e a audiência de julgamento (artº362º)
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artº100º e 101º.
Sempre que a lei determine que o auto deve ser redigido por súmula, compete
onde se fala na rubrica das folhas que não contenham a assinatura e no modo
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interveniente.
A redacção do auto pode ser feita por métodos de escrita rápida, tais como os
naturalmente.
audiovisuais20.
20
Neste mesmo sentido, cfr. o ac. STJ de 11.01.2002, no recurso 3419/00, 5ª secção, cujo sumário está
disponível na colecção de Sumários de Acórdãos do Supremo Tribunal de Justiça, da responsabilidade dos
juízes assessores
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feita por súmula ditada pelo juiz, nos termos definidos nos nº2 e 3, do
artº100º.
21
Cada a abertura e encerramento desses registos deverá ficar registada no auto (artº101nº, nº3)
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De referir, por último, que, como resulta das disposições complementares dos
artº99º, nº2, e 305º e 362º, da acta não tem que constar o conteúdo das
conflito ou dúvida.
quando puserem termo ao processo por qualquer motivo que não seja o
recurso).
22
Deve constar, tão só, que foram ou não foram produzidas
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Todo o acto decisório deve ser fundamentado, com especificação dos motivos
expediente23, que a lei processual civil define como o que se destina a “prover
entre as partes”24.
fundamentação.
Mas, o legislador ordinário não poderá, em caso algum, usar essa liberdade de
equivalente, e, para ele, por isso mesmo, prevê o Código requisitos especiais
23
Cfr. artº156º, nº4, CPC
24
Será, p. ex., o despacho que designa data para a realização da audiência de julgamento
25
Cfr. o nº1, do artº205º, Const
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Do atrás citado nº2, do artº374º, emerge, porém, uma preferência muito clara
da sua própria lavra (não assinados pelo defensor) em qualquer fase, desde
O mesmo direito, de expor ou requerer por si, não têm, já, os restantes
26
Citado nº2, do artº374º
27
Porém, o lesado, enquanto parte civil pode, em determinadas circunstâncias, pleitear por si – cfr. nº1, do
artº76º
20
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Nos actos, tanto escritos como orais, usa-se a língua portuguesa, sob
pena de nulidade.
A oralidade– artº96º
recurso.
28
Cfr. AUJ 2/2000, de 09.12.99, no DR 1-A,nº31, de 07.02.00
21
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judiciária pode autorizar, desde que tome as devidas cautelas, que podem ser a
homem médio31.
29
Cfr. nº2 e 3, do artº96º
30
Mas devendo ser autenticados, nos termos do nº2, do artº94º
31
Cfr. o ac. STJ de 29.04.2004, na base de dados do ITIJ, com o nº 04B986
22
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pertinente.
A prática do acto deve ficar certificada com a menção do lugar, dia, mês e ano
32
O incumprimento desta regra constitui mera irregularidade, com o regime fixado no artº123º
33
Pense-se, p. ex., numa detenção ou num interrogatório de arguido detido
23
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34
Cfr. o AUJ nº5/95, de 27-09-95 (in DR 1-A, de 14-12-95), segundo o qual “o disposto nos artº103º, nº2, a,
e 104º, 2, não é aplicável ao recurso interposto em processo à ordem do qual inexistem arguidos presos, ainda
que o recorrente esteja preso à ordem de outro processo”
35
Cfr. artº218º, nº3
24
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que necessário (este últimos serão aqueles, para além dos anteriores,
urgente).
Estes actos podem, pois, ser praticados em qualquer dia e a qualquer hora.
meramente ordenadora.
36
Ver a definição de autoridade judiciária no artº1º, nº1, b
37
Assim diz o AUJ nº2/96, de 6/12, in DR 1-A, de 10/01/96
38
Recorda-se que dilação é o diferimento da possibilidade de realização de um acto ou do início da contagem
de outro prazo, chamando-se dilatório ao prazo de tal diferimento (cfr., a este respeito, o artº145º, 2, CPC)
39
Quanto ao prazo constante do artº44º (para o requerimento de recusa de juiz) cfr. o ac. STJ de 27.03.03,
ITIJ 03P594, que o considera de natureza peremptória
25
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para os infractores.
É, por regra, de dois dias o prazo dos funcionários de justiça para a prática
dos actos próprios, salvo se houver arguidos detidos ou presos e o prazo puder
afectar o tempo de privação da liberdade 41, caso em que o acto deve ser
de processo civil, o que nos remete para o disposto no artº144, CPC, onde se
40
AUJ 2/96, de 06.12.95, no DR 1-A, nº8, de 10.01.96 (A disciplina autónoma do processo penal em matéria
de prazos prescinde da figura da dilação)
41
Aqui, deve ser incluído o arguido sujeito à medida de coação de obrigação de permanência na habitação
42
Aqui, cabem os arguidos sujeitos à medida de coação de obrigação de permanência na habitação
26
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artº103º.
A contagem do prazo, além disso, obedece à seguinte regra: não se conta o dia
ser praticado para além do prazo, nos termos definidos nos nº2, 3 e 4, do
43
Regra que se impõe a todos os sujeitos processuais, como pondera o ac. STJ de 30.04.03, ITIJ 03P788
44
Cfr., a este respeito, o AC. TC nº213/93, de 16/3, in BMJ 425º/184, que julga constitucional a regra que
decorre da conjugação dos artº103º, nº2, a, e 104º, nº2, segundo a qual correm em férias judiciais os prazos
de todos os intervenientes em processos com arguidos presos.
45
No acórdão da Relação de Lisboa de 25.03.04, in CJ 2004, Tomo II, pag.136, diz-se que não constitui
justo impedimento uma greve ocorrida no decurso do prazo e anunciada previamente.
46
Citado nº2, do aertº107º
47
Artº146º, CPC
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este efeito, o “evento não imputável à parte48 nem aos seus representantes ou
dos três primeiros dias úteis, tal como se estabelece no nº5, 6 e 7, do artº145º,
artº107º.
48
Parte deverá, aqui, ter o sentido de sujeito processual
49
Sobre a impossibilidade de acesso à transcrição das declarações e depoimentos prestados em audiência,
para efeitos de recurso, cfr. os acs. TC 363/2000, de 5.7.2000, e 433/2002, de 20.10.2002, in, DR 2ª série, de
13.11.2000 e de 7.01.2003, respectivamente
50
AUJ 8/96, 10.10.96, no DR 1-A, nº254, de 02.11.96 (A tolerância de ponto não se integra no conceito de
feriado, não reunindo, pois, os pressupostos para, por interpretação analógica, poder ser subsumida no
artº144º, 1 e 3, CPC. Porém, se o dia da tolerância de ponto coincidir com o último dia do prazo para a
prática do acto, considera-se existir justo impedimento, nos termos do artº146º, 2, CPC, para que o acto possa
ser praticado no dia imediato
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artº479º.
artº111º a 117º
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sem expressa convocação para comparecer não lhe será exigível que associe
nº3, do artº111º.
30
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A convocação para acto processual pode ser feita por qualquer meio,
51
Na falta de regulamentação, é às normas, sobre a mesma matéria, do CPC, na medida em que se
harmonizem com o processo penal, e como direito subsidiário, que se tem de ir buscar a solução dos
problemas de cumprimento das cartas precatórias e rogatórias (cfr., neste sentido, ac. STJ, de 22.01.2001, in
proc.3421/00)
52
Adiante se dirá o que é notificação e qual o seu regime
53
Dar a conhecer, p. ex., o estado do processo; ou pedir uma informação sobre a morada de uma testemunha
31
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comunicação
Quando efectuada por via postal, a notificação presume-se feita no 3º dia útil
notificação edital.
32
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assistentes, o acto pode ser praticado por todos ou por cada um até ao termo
facultativa55;
54
Se o arguido esteve justificadamente ausente da audiência em que se procedeu à leitura pública da
sentença, deve considerar-se regularmente notificado dela, na pessoa do advogado ou defensor (cfr., sobre o
tema, o ac. TC nº108/99, de 10.02.99, in DR 2ª série, de 15.06.99)
55
Introduziu-se, aqui, um corte com o Código anterior, que consagrava um regime obrigatório de requisição
desses funcionários, com o inconveniente de a presença da pessoa requisitada depender de autorização do
dirigente do serviço
33
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- nos termos do nº7, valem, ainda, como notificação, salvo nos casos em
artº13º, LOFTJ.
de justificação da falta.
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(artº116º, nº1).
56
É, também, falta injustificada o abandono do local antes de, para tal, estar autorizado pelo juiz
57
Tendo em conta a limitação constante da alínea f, do nº3, do artº27º, Const., e o carácter excepcional das
medidas de restrição da liberdade pessoal, deve entender-se, como no ac. Rel Lxª, de 3.10.2000, in CJ, ano
XXV, tomo IV, pag.143, que esta privação de liberdade só pode ter lugar para assegurar a comparência
perante uma autoridade judiciária e já não perante autoridade de polícia criminal, mesmo que ordenada por
uma autoridade judiciária
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mera irregularidade.
58
Sobre faltas, comunicação da impossibilidade de comparecer, justificação e sanção aplicável, interessa ver
os seguintes acórdãos: Rel. Coimbra, de 30.05.01, na CJ, T3, pag.50 (justificação); Rel. Porto, de 12.01.94,
na CJ, T1, pag.252 (comunicação); Rel. Coimbra, de 20.10.99, na CJ, T4, pag.65 (prova da imprevisibilidade
do motivo da falta); Rel. Porto, de 07.10.98, na CJ, T4, pag.230 e Rel. Coimbra, de 26.06.96, na CJ, T3,
pag.55 (atestado médico; vinhetas); Rel. Coimbra, de 06.05.98, na CJ, T3, pag. 47 (justificação; atestado
médico); Rel. Lxª de 04.05.92, na CJ, T3, pag.220, e Rel. Porto, de 05.07.95, na CJ, T4, pag.222 (natureza da
sanção); e, finalmente, o AUJ de 30.04.91, no DR 1-A, de 25.10.91 (também sobre atestados médicos, que
contém doutrina actual: a de que não é exigível a indicação concreta da doença que afecta o faltoso, bastando
a descrição sumária do estado que impossibilita o doente de comparecer)
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quanto possível, dos actos praticados, a qual, por sua vez, constitui uma
insanáveis.
59
Como quando, p. ex., o julgamento é realizado por um juiz aparente (um juiz não investido dos seus
poderes de soberania) ou por um tribunal pertencente a outra jurisdição que não a penal, ou, ainda, quando é
proferida condenação com base numa acusação dirigida exclusivamente a um co-arguido (cfr., a este último
propósito, o ac. STJ de 24.06.92, in CJ, ano XVII, tomo 3, pag.49)
60
Segundo o TC, em seu acórdão de 28.03.2001, in DR 2ª série, de 22.05.2001, “não é inconstitucional o
artº119º, nº1, quando interpretado no sentido de que as nulidades, qualquer que seja a sua natureza, ficam
sanadas logo que se forme caso julgado”; em harmonia com este entendimento, o recente ac. STJ de
07.07.2005, in ITIJ 04P3992, julgou que a “decisão judicial com trânsito em julgado não se anula, como não
se declara a nulidade de actos dum processo que findou por decisão já tornada irrevogável”
37
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a respectiva comparência62;
casos em que a incompetência territorial ficou fixada, por não ter sido
específicos:
61
Acerca de nulidades insanáveis, interessa conhecer a seguinte jurisprudência uniformizada: AUJ de
06.05.92, in DR 1-A, de 6.08.92, onde se julga que “não é insanável a nulidade da alínea a, do artº379º, CPP,
consistente na falta de indicação das provas que serviram para formar a convicção do tribunal, ordenada pelo
artº374º, nº2”; AUJ de 16.12.99, in DR, 1-A, de 6.01.2000, segundo o qual “integra a nulidade insanável da
alínea b, do artº119º, a adesão posterior do MºPº à acusação deduzida pelo assistente relativa a crimes de
natureza pública ou semi-pública e fora do caso previsto no artº284º, nº1
62
Cfr. ac. STJ de 29.04.03, ITIJ 03P756, onde se considera que não existe nulidade na realização de
audiência de julgamento de arguido que se ausentou, sem comunicar, da residência antes declarada e não foi,
por isso, pessoalmente notificado.
38
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nomeação;
investigador)63.
acto finde;
63
No AUJ de 23.11.205, tirado no recurso 2517/02-3ª, diz o Supremo: “A falta de interrogatório como
arguido, no inquérito, de pessoa determinada contra quem o mesmo corre, sendo possível a notificação,
constitui a nulidade prevista no art. 120.2.d do CPP [insuficiência de inquérito]»
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partes civis, até cinco dias após a notificação do despacho que designar
inquérito;
acto anulável;
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artº217º, 1, CC64.
juiz o aproveitamento possível de todos os actos que ainda puderem ser salvos
64
Código Civil
65
A este respeito, cfr. o ac. TC nº198/2004, de 24.03.2004, in DR 2ª série, onde se julgou que “não é
inconstitucional o nº1, do artº122º, no entendimento de que abre a possibilidade de ponderação do sentido das
provas subsequentes, não declarando a invalidade destas”
41
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A arguição deve ser feita em recurso, sendo, neste caso, lícito ao tribunal
Nada obsta, por outro lado, a que o interessado argua a nulidade, nos termos
Mas, esta faculdade apenas interessa aos casos em que não há possibilidade
de recurso da decisão67.
Irregularidades – artº123º
interessados no próprio acto ou, não estando presentes, nos três dias seguintes
66
Cfr., a este respeito, o AUJ de 2.12.93, in DR 1-A, de 11.02.94, tirado anteriormente à introdução do nº2,
do artº379º, pela Lei 59/98, de 25/08, e que é do seguinte teor: “As nulidades de sentença enumeradas de
forma taxativa nas alíneas a e b, do artº379º não têm de ser arguidas, necessariamente, nos termos
estabelecidos na alínea a, do nº3, do artº120º, podendo sê-lo, ainda, em motivação de recurso para o tribunal
superior. Como se vê, este AUJ caducou, em virtude da alteração legislativa posterior, mas conserva alguma
actualidade, na medida em que remete para a possibilidade de arguição perante o tribunal que praticou a
nulidade e até ao momento referido na alínea a, do nº3, do artº120º.
67
P. ex. o acórdão da Relação, em recurso, nos termos da alínea d), do nº1, do artº400º, sendo certo que à
audiência em recurso é subsidiariamente aplicável o regime da audiência em 1ª instância (artº423º, 5) e que
ao acórdão em recurso é correspondentemente aplicável a teoria das nulidades e irregularidades da sentença
(artº425º, 4)
42
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Quanto às meras irregularidades, não vale, pois, em toda a sua plenitude, nem
nulidades sanáveis68.
68
Sobre a violação do artº349º, cfr. ac. STJ de 28.05.03, ITIJ 03P391, que a considera mera irregularidade;
sobre a inobservância do prazo fixado no artº373º, cfr. o ac. STJ de 15.10.97, ITIJ 97P1316, que a qualifica,
também, de mera irregularidade.
43