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Índice

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Introdução………………………………………………………………………………..2
Dos actos processuais em geral no processo
Penal……………………………………….3

Consulta de processo na fase de inquérito: um estudo


comparado……………………….3
Questões prejudiciais na consulta de processo e impedimentos…………………………4
Quem pode consultar o processo e obter
certidões?...........................................................5
Conclusão
………………………………………………………………………………..6
Referência Bibliográfica…………………………………………………………………7

1
INTRODUÇÃO
Na contextualização dos processos, o conjunto de actos ordenados são praticados pelas
partes, que são permitidos na letra da lei e que quando impedidos de os praticar, corre-
se o risco de acarrectar consequências jurídicas. Sobre o que se aprendeu face o
desenrolar do processo, o juiz, sendo o guia do julgamento, está recaído sobre ele
poderes que a lei lhe atribuí em praticar variadíssimos actos no desenrolar do processo,
dentro dos limites da lei, o mesmo acontece com as partes litigantes no processo
“Tratando-se, obviamente de Direito processual Penal, as partes litigantes em causa,
são arguido/Réu e o ofendido”.
Como se sabe, a consulta de processo no processo penal, não está exclusivamente as
parte processuais propriamente dito1, entretanto, vê-se servidores negando
peremptoriamente sua parcela de poder e a fé pública afeita a seus cargos, sob
argumentos vazios, do tipo “somente a mais alta autoridade do órgão pode conferir fé
a documentos públicos” ou “este documento é sigiloso”. A população, nesses
momentos, fica insegura para reivindicar seus direitos ou mesmo exigir esclarecimentos
mais consistentes para a negativa que amargamente recebem.
A legalidade da consultado dos processos por pessoas não ligadas directamente aos
processo vêm ajudar de modo mais amplo, a forma simplificada de os cidadãos
tomarem conhecimento de como correm os processos e nalgumas vezes, os populares o
fazem na condição de obtenção de conhecimentos que visam alavancar os estudos
académicos, ou ainda de como os Tribunais têm administrado a justiça em nome do
povo2.

1
Não se trata apenas do Tribunal e as partes litigantes ou partecipantes.
2
Cfr o disposto do n.º 1 do artigo 174.º da Constituição da República de Angola de 2022.

2
Dos actos processuais em geral no processo Penal

Sendo o a o acto processual o acto jurídico praticado para criar, modificar ou extinguir
direitos processuais. Ou melhor, é toda a conduta dos sujeitos processuais que tenha por
efeito a criação, modificação ou extinção de situações jurídicas processuais. O direito
pode ser accionado no momento em que é violado e se faz conforme esteja nos códigos
de processo.
De lembrar que, os actos processuais são condutadas praticadas pelos juízes, auxiliares e
não só, servem para dar andamento ao processo e que ao conjunto desses actos
processuais dão-se o nome de procedimento. Entretanto, os actos processuais estão
presentes nos Procedimentos Processuais Penais, sendo eles comum ou especial, matéria
sobre a qual não podemos ir mais além.
Como se sabe, não é lícito a realização no processo de actos inúteis, incorrendo em
responsabilidade disciplinar quando sejam os funcionários do tribunal que os praticam e
incorrem em responsabilidade criminal passíveis de multa ou mesmo de privação de
liberdade quando sejam as partes litigantes que as praticam quando não estejam
expressamente regulados na lei.
Consulta de processo na fase de inquérito: um estudo comparado
Do estudo profundo que se fez entre o ordenamento jurídico Angolano ao Português,
vê-se uma forte destrinça entre o denominado da fase de inquérito e os órgãos Públicos
competentes para presidir a essa fase.
Para o ordenamento jurídico português, a fase é denominada fase de inquérito, na qual é
competente para presidir a mesma fase é um juiz denominado “Juiz de Instrução
Criminal”, o qual compete praticar quaisquer actos no que toca ao apuramento da
verdade sobre os factos da lide e o mesmo que tem a competência de conceder a
consulta do processo nos moldes da lei, ao qual é dirigido o requerimento para a
consulta do mesmo . Ao passo diferente de Angola, a fase em estudo é denominada de
fase de instrução preparatória, a qual é presidida pelo Ministério Público, ao qual
compete fazer a investigação, apurando os factos necessários que possam levar o

3
arguido a um possível juízo de probabilidade sobre os factos que pesam sobre ele e
fazer a devida acusação quando os houver e arquivar o processo caso não houver
indícios suficientes de que este tenha praticado o acto que ser de investigação3.
Questões prejudiciais na consulta de processo e impedimentos
A lei processual permite nos moldes normais a consulta do processo sem sobressalto,
permitindo aos demais a consulta do mesmo, não podendo assim, dificultar que vai a
consulta dos mesmo.
Mas, existem entretanto, um porém que pode a consulta do processo causar prejuízo
consideráveis no andamento normal do processo, como é o caso da obstrução da justiça
por parte das pessoas envolvidas ou parentes dos mesmo, o dificultação de aquisição de
provas que possam facilitar a busca da verdade material e em situações mais que
visíveis destacam-se os processos que estão sobre segredo de justiça 4 ou os que correm
sobre pessoas obrigados a segredos de justiça, tal como reza o normativo constitucional
do nº 3 do artigo 29º da Constituição da República de Angola de 20225.
Portanto, sempre que ocorrerem esses factos supramencionados, a consulta pode ser
impedida pelo Ministério Público, sempre que entender que a consulta pode prejudicar o
apuramento dos factos a investigar, oportunar a busca da verdade material, ou põe em
causa os direitos da vítima, tal como reza o elencado no n.º 2 do artigo 102.º do Código
de Processo Penal de 2020.
Por exemplo, no ordenamento jurídico português, na fase de inquérito, no seu o artigo
89.º do Código6 de Processo Penal7, estabelece um conjunto de regras relativamente ao
problema da consulta dos processos pelos sujeitos processuais e outros intervenientes.
Por seu turno, o artigo 90.º do mesmo Código estabelece as regras para a consulta de
auto nos processos não sujeitos a segredo de justiça, que são por sua vez aplicáveis a
outras pessoas e em qualquer fase processual8.
3
Cfr os dispostos do n.º 1 do artigo 309.º e o artigo 310.º conjugado com o elecado no n.º 1 do
artigo 302.º todos do Código de Processo Penal Angolano de 2020.
4
Aqui nestes aspectos, a lei vem impor limites a consulta do processo sobre pessoas que não
têm quaiquer direitos ou deveres de fazer presentes ou assisitirem os actos do processo ou
dele tomarem conhecimento do processo até que emita o despacho de pronúncia, tal como dita
o disposto na al. a) do n.º 2 do artigo 97.º conjugado com o disposto do n.º 1 do mesmo artigo
do CPPA de 2020.
5
Cfr o artigo 98.º do CPPA de 2020.
6
O CPP em destaque é o de Portugal.
7
A referência a auto encerra a regra de que podem ser consultados todos os autos que
compõem o processo até ao momento, conforme já defendia Maia Gonçalves in Código Penal
Anotado, Coimbra: Almedina, 12.ª ed., 2001, p. 266.
8
Revista do Ministério Público 157 : Janeiro : Março 2019, pag 185.

4
Quem pode consultar o processo e obter certidões?
Sobre a questão levantada, sobre quem recai o direito de consulta de processo e a
obtenção de certidões, a lei é bastante clara sobre o assunto, pois ela não vem de modo
algum escolher taxativamente os sujeitos que podem consultar o processo, apenas vem
fazer referência como cada sujeito ou cidadão pode consultar um processo penal,
entretanto, é mister dizer que qualquer pessoa que nisso revelar interesse legítimo pode
pedir que seja admitida a consultar auto de um processo que se não encontre em segredo
de justiça e que lhe seja fornecida, à sua custa, cópia, extracto ou certidão de auto ou de
parte dele. Sobre o pedido decide, por despacho, a autoridade judiciária que presidir à
fase em que se encontra o processo ou que nele tiver proferido a última decisão9.
Mas existem situações em que só o Advogado da causa, os participantes processuais
podem consultar o processo, mas este é um impedimento que é em primeira instância
para a fase de instrução preparatória, isso resulta de quando a consulta pode causar
prejuízos a investigação. Mas depois dessa fase da instrução preparatória, o processo
fica totalmente disponível para os demais cidadãos que dele tiverem algum interesse,
fazendo assim valer o princípio da publicidade como estabelece a 1.ª parte do disposto
no n.º 1 do artigo 95.º do Código de Processo Penal Angolano, devendo os actos
processuais serem de carácter público, excepto nos causos em que a lei impede de que a
consulta seja facultada.
Um dado muito interessante, no ordenamento jurídico brasileiro, O advogado pode
acessar livremente qualquer processo eletrônico ou físico, mesmo quando não possuir
procuração nos autos10. A conclusão é do Conselho Nacional de Justiça, que tornou sem efeito o
Provimento 89/2010, do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região, e a Resolução TJ/OE
16/2009, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e de acordo com o TJ fluminense, na prática,
não havia necessidade de autorização.

9
Cfr artigo 103º do Código de Processo Penal Angolano de 2020.
10
Informação disponível em https://www.conjur.com.br.

5
CONCLUSÃO
Porém, a consulta de processo em Direito Processual Penal, é um que o legislador
ordinário consagrou, visando a facilitação ao acesso os meios de justiça de forma
indirecta, permitindo de forma mais ampla a facilitação de participantes processuais e
não só na busca da verdade e na obtenção de conhecimento que seja do seu interesse no
que toca o desenrolar de um processo.
Sendo um direito legalmente adquirido, em nenhuma das circunstâncias a consulta de
processo em deito Processual Penal deve ser recusado de forma arbitrária, não
obedecendo os princípios as normas que regem o direito processual penal, quem assim o
fizer estaria a violar fortemente um direito constitucionalmente consagrado, que a busca
de informação tal como reza o disposto no n.º 2 na sua primeira parte o artigo 29.º da
CRA de 2022.
Portanto, é necessário que os entes públicos que trabalham nas instituições
vocacionadas, trabalhem no sentido de manterem a informação e garantirem a consulta
dos processos aos cidadãos no estabelecido legal, não dificultando de forma absurda os
interesse ou as pretensões dos utentes.

6
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Constituição da República de Angola/2022
Código de Processo Penal Angolano.
Código de Processo Penal Português
GONÇALVES Maia in Código Penal Anotado, Coimbra: Almedina, 12.ª ed., 2001.
Revista do Ministério Público 157 : Janeiro : Março 2019
https://www.conjur.com.br.

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