AO MERITÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA 3.

ª
SECÇÃO DO TRIBUNAL DA COMARCA DE
BELAS

Processo nº 2022-764/B

Natureza: Divórcio por Mútuo Acordo

LÍDIA DE FÁTIMA CORREIA LOPES FERREIRA AMORIM e Paulo

Alexandre da Cunha Amorim, ambos Requerentes devidamente identificados.

Veem nos termos do n.º 04 do artigo 29.º da Constituição da República de

Angola, requerer:

ACELERAÇÃO E PRIORIDADE PROCESSUAL

O que faz com base nos seguintes termos e fundamentos:

1.º

Decorridos mais de um (1) ano, desde que acção foi proposta a este Augusto
Tribunal, nenhum acto foi efectuado ao referido processo mesmo já tendo pago
as guias de preparos inicial;

2.º

Fazendo jus ao estabelecido no n.º 1 do artigo 264.º do C.P.C, através do qual : “

A iniciativa e o impulso incumbem às partes”;

3.º

Cujo o papel de efectivação das diligências recai ao juiz conforme estabelecido

no mesmo preceito legal no seu n.º 3, “ O juiz tem o poder de realizar ou
ordenar oficiosamente as diligências que se considerem necessárias para o
bom andamento do processo”;
 4.º

Neste contexto e porque a celeridade é um princípio estruturante daquilo que é

o alcance efectivo da justiça, e se traduz na ideia que o início e o fim de um
processo deve ser o mais reduzido possível, por ser certo que a excessiva
demora dos processos é susceptível de retirar toda eficácia prática das decisões,
tornando a justiça platónica1;

5.º

ou seja, a tutela jurisdicional só é efectiva quando a decisão ou julgamento de

uma determinada situação submetida ao Tribunal respeite a tempestividade do
interesse da Requerente, se assim não for se estaria perante um atentado ao
Estado Democrático e de Direito e o concomitante princípio do Estado Social
que apregoa respeitar a Constituição e a lei, e estas consagram e preveem de
modo gritante a Celeridade processual vide o Art. 2.º conjugado com nº 5 Art.
29.º da CRA;

6.º

A morosidade que ocorre neste processo é tida como sendo denegação de

justiça, pois, tal não se configura apenas mediante meios económicos, mas
também humanos. Ex: Quando determinado processo se encontra incólume por
um lapso de 1 (Um) ano, (ademais, por se tratar de um processo de divórcio por
mútuo acordo);

7.º

Assim cabe ao Juiz a competência de remoção dos obstáculos que oponham ao

bom andamento das causas conforme plasmado no artigo 266.º do C.P.C;

8.º

1
Vide DELSON MAGALHÃES, in Sumários Desenvolvidos de Direito Processual Civil I, Luanda,
2017, pág. 31.
A Morosidade Processual… pode conduzir a uma justiça pronta, mas materialmente injusta. Vide RAUL
ARAÚJO / ELISA RANGEL In Constituição da República de Angola Anotada Tomo I, Luanda, 2014, P.276.
Assim pelos fundamentos legais acima exposto e tendo em conta a delicadeza a
que se impõe o processo, sendo certo de que a requerente precisa da
intervenção do tribunal para realizar os seus feitos somos a solicitar que a
V/Excia., se pronuncie.

NESTES TERMOS E NOS DEMAIS DE DIREITO VIMOS COM MUITO

DOUTO E SUPRIMENTO REQUERER A V/ EXCIA QUE SE DIGNE A
ACELERAR E A PRIORIZAR O PRESENTE PROCESSO EM HOMENAGEM
AO PRINCÍPIO DA CELERIDADE PROCESSUAL

AFINAL, é constitucional que: “Todos Têm direito a que uma causa em que
intervenham seja objecto de decisão em prazo razoável e mediante processo
equitativo”.

E.D

Luanda, aos 24 de Maio de 2023.

A Advogada

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Dalva Lua

Cédula nº 2456

NIF: 101953302HO039