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Conforme as perícias realizadas, a Parte Autora possui doença e sofre com seu
tratamento, motivo pelo qual apresentou dificuldades em continuar trabalhando e submeteu-
se à análise médica do INSS.
A afirmação supra se faz comprovada por meio dos exames e laudos médicos do SUS e
do médico particular da Parte Autora (documentos anexos), os quais dirimem qualquer
questionamento a respeito da real situação de saúde do(a) mesmo(a).
Desta forma, restando inexitosa toda e qualquer solução extrajudicial do litígio, tem-se
a presente demanda como único meio útil e eficaz para dirimir a lide em voga.
Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado que ficar incapacitado para seu trabalho ou
sua atividade habitual, desde que cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido
nesta Lei:
Art. 62. O segurado em gozo de auxílio-doença, insusceptível de recuperação para sua atividade
habitual, devera submeter-se a processo de reabilitação profissional para o exercício de outra
atividade. Não cessará o benefício até que seja dado como habilitado para o desempenho de
nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não recuperável, for
aposentado por invalidez.
Conforme comprovam os laudos acostados a essa inicial, a Parte Autora preencheu todos
os requisitos necessários para a obtenção/manutenção do auxílio-doença, como se depreende
dos artigos supracitados. A incapacidade no presente caso impede o retorno às atividades
habituais, sendo indispensável a continuidade do tratamento e o afastamento do trabalho, na
busca de uma possível recuperação.
Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida,
será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado
incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a
subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
Reitera-se que a Parte Autora não tem condições para retornar às suas atividades
habituais, em face do agravamento que sua enfermidade apresentou. Tal quadro clínico é
amplamente atestado nos documentos anexados a essa exordial, bem como serão
devidamente comprovados pela perícia judicial.
A perícia é fundamental para o deslinde das questões ligadas aos benefícios por
incapacidade – acidentários ou não, já que não há outro meio de prova que possa suprir a
avaliação médica. Sobre o procedimento para realização de perícias – tanto no âmbito das
empresas, no do INSS ou mesmo em sede de perícia judicial – deve o profissional da Medicina
observar os ditames do Código de Ética da categoria, e especialmente em relação ao tema, a
Resolução n.º 1.488/1998 do Conselho Federal de Medicina, que dispõe sobre as normas
específicas de atendimento a trabalhadores.
2. O INSS alega que o apelado trabalha na empresa Cerâmica Chico de Keka Ltda. desde
02.02.2008, motivo por que não faz jus ao benefício.
3. De fato, da análise do CNIS – Cadastro Nacional de Informações Sociais, observa-se que houve
recebimento de remuneração daquele empregador nos meses de março a julho de 2009.
4. Ademais, a perícia judicial foi inconclusiva quanto ao implemento dos requisitos para o
restabelecimento do benefício, o que motivou a parte autora a requerer complementação do
exame, considerando a existência de quesitos juntados e não respondidos.
(TRF 5, APELREEX n.º 00016401820124059999, 1.ª Turma, Des. Federal Francisco Cavalcanti,
DJe 25.5.2012).
1. Não havendo elucidação quanto à existência de incapacidade pela perícia judicial procedida, é
imprescindível a complementação do laudo, a ser precedida pela realização dos exames
indicados como necessários pelo perito.
2. Ao juízo de primeiro grau é conferida a direção do processo com prestação jurisdicional célere,
justa e eficaz. No duplo grau de jurisdição cabe aos julgadores, se for o caso, verificar se a
instrução processual assegurou, de fato, a ampla defesa e o tratamento equânime aos
jurisdicionados.
Por esse motivo, requer a parte autora, desde já, que este d. Juízo, ao designar perícia por
expert de confiança do julgador, determine a este o cumprimento de seu mister de modo
conclusivo, evitando nulidades processuais.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
No caso em análise, deve-se observar, como dito alhures, o preceituado no artigo 5.º da
Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, estabelecendo que o juiz deve aplicar a lei,
atendendo aos fins sociais a que ela se dirige; e, como a finalidade do direito previdenciário é
propiciar, aos segurados e seus dependentes, os meios indispensáveis à existência digna, a
atitude do INSS em cancelar o auxílio-doença, antes do efetivo retorno da capacidade
laborativa da Parte Autora, fere frontalmente o sentido teleológico do Direito Previdenciário.
Apesar de a perícia administrativa possuir presunção de veracidade, essa é relativa e pode ser
elidida em face de prova em sentido contrário.
No caso, o laudo pericial não se manifestou sobre a perda de sensibilidade do 2.º dedo da mão
direita, a impossibilitar, em razão dos riscos ergonômicos, o retorno do segurado ao trabalho, na
função de vigilante de carro forte.
Aplica-se o princípio in dubio pro operario na hipótese de conflito entre laudo do INSS e de bem
fundamentado relatório de médico particular, porque, havendo dúvida acerca da capacidade
laborativa do beneficiário, o pagamento do auxílio deve ser mantido até que a
matéria seja elucidada em cognição plena.
(TJDFT, 2.ª Turma Cível, AI 20110020085867, Rel. Des. Carmelita Brasil, DJE 26.8.2011).
Roga-se, ainda, a este d. Juízo, que designe perito que possua especialidade compatível
com a enfermidade existente, a fim de que a prova seja mais bem produzida em prol da
consecução do ideal de Justiça, como vem decidindo a jurisprudência:
PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL. PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA OU
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. REALIZAÇÃO DE PERÍCIA MÉDICA POR ESPECIALISTA. PEDIDO
PROVIDO.
1. Não é meramente processual a questão da realização de perícia médica por especialista, pois
o trato acerca das características da prova pericial admissível em casos envolvendo discussão
sobre capacidade laborativa não envolve o reexame da prova, mas, sim, a valoração jurídica da
prova, e mesmo porque a análise destas características é inerente à amplitude objetiva das
garantias constitucionais da ampla defesa e do contraditório.
2. A regra de que a perícia médica deve ser realizada por peritos especialistas na área médica
sobre a qual deverão opinar, prevista no § 2.º do art. 145 do CPC, subsidiariamente aplicável aos
Juizados Federais, somente pode ser excepcionada quando médicos generalistas
possuam conhecimento técnico suficiente, a exemplo dos quadros médicos simples.
(TNU, PEDILEF n.º 2008.72.51.00.1862-7, Rel. Juíza Jacqueline Michels Bilhalva, julg. 10.5.2010).
b) caso seja constatado, por meio do laudo pericial, a condição de invalidez (incapacidade
insuscetível de reabilitação para o exercício de qualquer atividade), requer a concessão da
tutela antecipada, determinando-se ao INSS que inicie imediatamente o pagamento das
prestações do benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez, com fulcro no artigo 77
do Decreto n.º 3.048/1999 c/c arts. 62 e 101 da Lei n.º 8.213/1991;
c) a determinação do pagamento de multa a ser fixada por este Juízo, com base nos
artigos 300 (art. 273 do CPC/1973) e 497 do Código de Processo Civil/2015, caso haja, por
parte da Autarquia-Ré, o descumprimento da tutela a ser deferida.
Para a prova dos fatos alegados, além do conhecimento dos documentos que
acompanham a presente ação, requer e protesta pela produção de todos os meios de prova
admitidos em direito, em especial a perícia médica, sem exclusão de nenhum outro meio que
se fizer necessário ao deslinde da demanda. Requer, portanto, a nomeação de perito,
escolhido por este MM. Juízo, para a realização da perícia médica, inclusive, se necessários, a
realização de exames suplementares, além dos apresentados, que sejam considerados
indispensáveis para a constatação da doença.
A parte informa, ainda, que não possui condições financeiras para nomeação de
assistente técnico, requerendo, desde já, a apresentação de quesitos suplementares.
Requer-se, ainda, por ser a Parte Autora pessoa hipossuficiente, na acepção jurídica do
termo, sem condições de arcar com as despesas processuais e os honorários advocatícios
sucumbenciais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, a concessão do Benefício da
Justiça Gratuita, na forma dos artigos 4.º e 9.º da Lei n.º 1.060/1950 <recomenda-se a coleta,
pelo advogado, de declaração de hipossuficiência do cliente, caso seja requerida a Justiça
Gratuita. Deve-se, também, de preferência, fazer a juntada de tal declaração nos autos, já na
inicial>.
Requer-se, com base no § 4.º do art. 22 da Lei n.º 8.906/1994, que, ao final da presente
demanda, caso sejam encontradas diferenças em favor do(a) autor(a), quando da expedição
da RPV ou do precatório, os valores referentes aos honorários contratuais (contrato de
honorários anexo) sejam expedidos em nome da sociedade de advogados contratada pela
Parte Autora, no percentual constante no contrato de honorários anexo, assim como dos
eventuais honorários de sucumbência.
Nestes Termos,
PEDE DEFERIMENTO
Cidade e data.
Assinatura do advogado