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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA XX.

ª VARA FEDERAL DE CURITIBA


– SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ

Autos eletrônicos sob n. º XXXXXX-XXXX.XXX.X.XX.XXXX/PR

Nome do cliente, vem por intermédio de sua procuradora ora signatária,


ambas já devidamente qualificadas nos autos supra, vem respeitosamente, perante Vossa
Excelência, com base no artigo art.º42 da Lei n.º 9.099/1995 e no artigo art.º 5 da Lei n.º
10.259/2001, interpor:

RECURSO INOMINADO

Contra a r. sentença proferida em evento n. 24 que julgou IMPROCEDENTE


os pedidos ventilados na exordial, requerendo o recebimento do mesmo, apenas no efeito
DEVOLUTIVO, pelos fatos e fundamentos jurídicos anexos, com a consequente remessa ao
Colegiado Recursal competente.

Outrossim, informa a parte recorrente que deixa de efetuar o preparo do


presente recurso por ser beneficiária da Assistência Judiciária Gratuita, (vide evento n. 24).

Nestes termos,
Pede deferimento.
Curitiba/PR, data do protocolo eletrônico.
COLENDA TURMA RECURSAL DO ESTADO DO PARANÁ

Autos eletrônicos sob n. º XXXXXX-XXXX.XXX.X.XX.XXXX/PR

Recorrente: Nome do cliente

EMÉRITOS JULGADORES

1. DA TEMPESTIVIDADE

De início, verifica-se a tempestividade do presente recurso, pois a parte


recorrente fora intimada do teor da r. sentença em 24/12/2016, inaugurando, portanto, o
prazo recursal em 25/01/2017 e tendo como termo final a data de 07/02/2017, de acordo com
a nova regra de contagem de prazo trazida pelo art.º 219 da lei 13.105/2015.

2. DA SÍNTESE PROCESSUAL

Trata-se de demanda previdenciária na qual a parte autora pleiteia a


concessão de benefício por incapacidade desde a data de 17/07/2015 (vide evento n. 1, INIC1).

Todavia, a r. sentença de mérito, deixou de reconhecer o direito da autora


em ter concedido o benefício pleiteado, alegando que não restou comprovado que a mesma
se encontra incapacitada para exercer atividades laborais, julgando improcedente a ação,
apenas com base no laudo pericial anexado em evento n. 17, com o que não se pode
concordar, merecendo reforma o julgado.

Destarte, conforme fundamentos fático-jurídicos adiante delineados, por


intermédio do presente recurso, devolve-se a matéria a essa Colenda Corte, onde se espera
seja o decisum reformado.

3. DAS RAZÕES RECURSAIS

3.1. Da incapacidade laborativa

Trata-se de demanda previdenciária na qual a parte autora pleiteia a


concessão de benefício por incapacidade desde a data de 17/07/2015 (vide evento n. 1, INIC1).
Consoante os documentos médicos anexados junto a inicial (evento n.1,
OUT8, ATESTMED9, RECEOT10, RECEIT11, TERMREN12) a parte autora faz tratamento para
combater as CID’s sem, contudo, obter melhora:

 Hipertensão arterial;
 Problemas cardíacos;
 Insuficiência renal;
 DTOC no pulmão (doença degenerativa no pulmão);
 Má formação dos ossos;
 Dores de cabeça e no céu da boca;
 Problemas respiratórios; e
 Dificuldade para respirar e comer.

Frise-se que o seu quadro de saúde é muito grave, não apresentando


quaisquer condições de exercer atividade laborativa que lhe promova o sustento.
Ainda que a conclusão do laudo médico pericial tenha sido no sentido de
que a segurada não possui incapacidade laboral é evidente que a segurada se encontra
incapacitado de exercer qualquer tipo de atividade laboral.
É importante frisar que além do laudo médico pericial, também deve ser
levado em consideração outros meios para a aferição da pretensão da autora, a incapacidade
não pode ser avaliada exclusivamente à luz da metodologia cientifica.
Fatores pessoais e sociais também devem ser levados em consideração,
há que se perscrutar, considerando que a incapacidade laborativa impossibilita,
impreterivelmente, a mantença de uma vida independente, se há possibilidade real de
reinserção do trabalhador no mercado de trabalho, no caso concreto.
No caso em apreço, a parte autora conta com 50 anos de idade e baixa
instrução acadêmica, razão pela qual é improvável que o mesmo consiga relocação no
mercado de trabalho, ainda que passe pelo processo de reabilitação profissional. Assim, além
das moléstias incapacitantes devem ser consideradas as condições pessoais do segurado, com
vistas à correta análise sobre a possibilidade de reabilitação profissional.
Ora excelência, percebe-se que o estado de saúde da autora só está se
agravando, e a cada instante que passa somente piora, devendo ser concedido a
Aposentadoria por Invalidez, sucessivamente o Auxilio-Doença, em caráter de urgência, por
ser medida de Justiça!
Deste modo, desvela-se que embora a conclusão do Perito seja no sentido
de que o autor não esteja incapacitado, os documentos médicos anexados aos autos, o seu
histórico profissional, e a ausência de condições para reabilitação profissional, corroboram o
fato de que o autor se encontra permanentemente incapacitada para o trabalho, fazendo jus
ao benefício de Aposentadoria por Invalidez.
É de se verificar, que a parte autora diante de suas restrições funcionais,
e, devido ao grau de escolaridade e idade avançada, torna-se dificultoso conseguir trabalho,
e, ainda, tendo à sua função atual, exigir esforço físico, causando fortes dores, e
impossibilitando-a de exercer sua atividade laborativa.
Assim, diante de sua situação pessoal e por sofrer limitação funcional, não
há como imaginar que o mesmo consiga colocação no mercado de trabalho sendo portador de
tais limitações físicas.
Insta salientar que capacidade laborativa é a relação de equilíbrio entre as
exigências de uma dada ocupação e capacidade para realizá-las.
Ademais, infere-se, que a incapacidade da parte autora é
multiprofissional,
Insta ressaltar que a finalidade da Previdência Social é assegurar aos seus
beneficiários meios indispensáveis para a sua manutenção contra a INCAPACIDADE,
desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares, prisão ou
morte. O indeferimento da presente demanda judicial implicaria em desrespeito à finalidade
da Previdência Social e ao Princípio da Dignidade da Pessoa Humana.
Nesse sentido a jurisprudência é farta ao considerar as condições pessoais
do segurado para uma análise segura e incontroversa acerca de suas reais condições de
saúde para a determinação da concessão ou não do benefício por incapacidade:

PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA. CONVERSÃO


EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. MARCO INICIAL. Comprovado
pelo conjunto probatório que a parte autora é portadora de
enfermidade que a incapacita total e definitivamente para o
trabalho, considerados o quadro clínico e as condições pessoais, é de
ser dado provimento ao apelo para alterar o marco inicial do auxílio-
doença para a data do requerimento administrativo, e a sua
conversão do benefício em aposentadoria por invalidez a contar da
data do laudo judicial. (TRF-4 - AC: 193929320134049999 RS
0019392-93.2013.404.9999, Relator: JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA,
Data de Julgamento: 12/03/2014, SEXTA TURMA, Data de Publicação:
D.E. 21/03/2014).

Portanto, diante das moléstias que lhe acometem, é notável que a parte
autora encontra-se completamente incapaz para o exercício de atividade profissional que lhe
promova o sustento, pois não possui quaisquer condições psicológicas, tem feito uso de forte
medicação, conta com idade avançada e baixo grau de instrução.
Outrossim, demonstrado à exaustão o debilitado e frágil estado de saúde
do autor, resta evidenciado que não há qualquer condição para atividade laboral, sendo que o
seu estado pode ser agravado com o passar dos anos, conforme documentos em anexo à
presente inicial.
Assim, deve ser realizado o sopesamento de toda a documentação médica
apresentada nos autos, tanto pela parte Autora quanto pelo Sr. Perito Judicial, sendo forçoso
reprisar, que para o exercício da atividade laborativa da parte autora é imperioso que este
detenha perfeitas condições de saúde.
Deste modo, respaldando-se em laudo técnico assinado por perito
nomeado por este douto Juízo, resta incontestável que a parte autora é portadora de
enfermidades que a incapacitam, total e permanente, para o trabalho, devendo, portanto, ser
concedido à mesma o benefício previdenciário por incapacidade, ora pleiteado.

Importante mencionar que o julgador não tem sua conclusão vinculada


estritamente ao laudo pericial, podendo considerar para sua decisão a existência de outros
elementos de prova, especialmente, no caso, os documentos apresentados pelo autor e que
comprovam a manutenção de seu quadro incapacitante.
Insta salientar a que capacidade laborativa é a relação de equilíbrio entre as
exigências de uma dada ocupação e capacidade para realizá-las.
Infere-se, ainda, que a incapacidade da Autora é multiprofissional
abrangendo diversas atividades profissionais. Assim, diante de sua situação pessoal, não há
como imaginar que a Autora consiga colocação no mercado de trabalho sendo portadora de
tais limitações.
Cabe ressaltar que a finalidade da Previdência Social é assegurar aos seus
beneficiários meios indispensáveis para a sua manutenção contra a INCAPACIDADE,
desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares, prisão ou
morte, o que ainda não ocorreu no caso em tela, em um ato claro de desrespeito ao Princípio
da Dignidade da Pessoa Humana.
Diante disso, confia a parte Recorrente que esta Egrégia Turma Recursal
reforme o julgamento emanado na r. sentença a quo, a fim de reconhecer a incapacidade total
e permanente, para ao final conceder o benefício de Aposentadoria por Invalidez, e implantá-
lo até a efetiva recuperação, desde a primeira DIB, bem como nas demais datas indicadas na
exordial e, sucessivamente, garantir o pagamento do benefício de Auxílio Doença
restabelecido administrativamente até a completa reabilitação do segurado, nos termos do
art. 62 da Lei n. 8.213/1991, por ser de justiça.
A autora requer inclusive a conversão do feito em diligencia a fim de que
seja realizada nova perícia para a efetiva constatação de suas condições de saúde.

4. DO PEDIDO

Ante todo o exposto, requer seja o presente recurso conhecido e provido


com o fito de que seja determinada a concessão do benefício previdenciário por
incapacidade laboral, com o pagamento das parcelas devidas desde a DER, com a incidência
de consectários legais: juros de mora à razão de 1% ao mês a contar da data da citação até
a data da elaboração da conta final, com base na Súmula n. 75 do TRF4 e no entendimento
firmado pela TNU, e correção monetária pelo INPC ou IPCA qual seja o mais favorável, por
ser questão de JUSTIÇA!

De forma sucessiva, a parte autora requer a conversão do feito em


diligência para que seja designada realização de perícia médica, para que seja comprovado
que a autora se encontra incapacitada.

Ademais, a parte recorrente requer que o INSS seja condenado a pagar


honorários sucumbenciais fixado em 20% do valor da condenação ou sobre valor atualizado da
causa.

Todavia, se o presente recurso restar improvido a parte recorrente requer


que sejam prequestionados todos os dispositivos legais utilizados na fundamentação, a fim de
oportunizar ao recorrente o acesso as instâncias superiores.

Nestes termos,
Pede deferimento.
Curitiba/PR, data do protocolo eletrônico.

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