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Com efeito, o (único) motivo da negativa ao pedido foi a suposta falta de qualidade de
segurada da Autora, quando do início da incapacidade fixado pelo Perito Administrativo (DII –
07/05/2014). Neste sentido, pertinente destacar trechos da perícia médica do INSS, que
demonstra cabalmente a satisfação do requisito de incapacidade, veja (com grifos):
Ocorre que, em que pese demonstrada a incapacidade na esfera administrativa, a Autora teve
sua pretensão indevidamente negada, por suposta falta da qualidade de segurada, em 07/05/2014.
Tal decisão equivocada motiva a presente demanda.
Dados sobre o requerimento administrativo:
Caso venha a ser apontada sua total e permanente incapacidade, postula a concessão de
aposentadoria por invalidez, a partir da data de sua efetiva constatação. Nessa circunstância,
importante se faz a análise das situações referentes à majoração de 25% sobre o valor do benefício,
independentemente de seu enquadramento no anexo I do Regulamento da Previdência Social
(Decreto nº 3.048/99), conforme art. 45 da Lei 8.213/91.
Ainda, na hipótese de restar provado nos autos processuais que as patologias referidas tão
somente geraram limitação profissional à parte Requerente, ou seja, que as sequelas implicam em
redução da capacidade laboral e não propriamente a incapacidade sustentada, postula a concessão
de auxílio-acidente, com base no art. 86 da Lei 8.213/91.
No que se refere aos requisitos legais exigidos no caso em testilha, do extrato do CNIS anexo
se exprime que a Demandante verteu contribuições ao RGPS entre 04/2010 e 03/2011, na condição
de empregada, de modo que satisfez a carência mínima de doze meses. Posteriormente, verteu
novas contribuições à Previdência, sem perder a qualidade de segurada, em 05/2012 e 06/2012,
na qualidade de empregada doméstica.
E que não ouse o INSS alegar que a Requerente perdeu a qualidade de segurada no
interregno de tais períodos contributivos, entre 03/2011 e 05/2012. Isto, pois, conforme
inteligência do § 4º, do artigo 15 da Lei 8.213/91, o prazo da manutenção da qualidade de segurado
(período de graça) vai até o 15º dia do 14º mês após a cessação das contribuições. Assim,
necessário destacar a lição de Simone Barbisan Fortes e Leandro Paulsen, em sua obra de Direito
Previdenciário1, cuja contribuição torna ainda mais claro este ponto, veja (grifei):
A despeito dos prazos fixados pelos incisos do referido art. 15, a efetiva perda da
qualidade de segurado não ocorre imediatamente após sua fluência, mas sim, consoante
previsão do § 4º do dispositivo, no dia seguinte ao do término do prazo fixado na Lei
8.212/91 para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente
posterior ao do final dos prazos fixados.
Dada a diversidade de prazos para os respectivos recolhimentos das contribuições
previdenciárias, variando conforme a classe de segurado, o Decreto 3.048/99, em seu art.
14, tomou como prazo aquele fixado para os contribuintes individuais (dia 15 do mês
seguinte à competência a que se refere o recolhimento). Assim, prevê que a perda da
qualidade de segurado ocorrerá no dia dezesseis do segundo mês seguinte ao
término dos prazos fixados pelo caput do art. 15 da Lei 8.213/91.
Ato contínuo, tendo a Demandante vertido seu último aporte em 06/2012, o prazo simples de
manutenção de sua qualidade de segurada seria até 15/08/2013. Ocorre que, considerando que
desde a última contribuição (06/2012) a Autora vivencia situação de desemprego, a prorrogação
do período de graça por mais doze meses é medida que se impõe, por força do artigo 15, § 2º da Lei
8.213/91, sendo, portanto, prolongada a qualidade de segurada da Autora até 15/08/2014.
1
FORTES, S. B.; PAULSEN, L. Direito da Seguridade Social: prestações e custeio da previdência, assistência e saúde.
Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2005. 528 p.
meios que demonstrem a condição de desemprego do segurado, inclusive a prova
testemunhal. Veja:
Neste sentido, caso Vossa Excelência entenda necessário, REQUER, desde já, a realização de
audiência de instrução e julgamento, para fins de se demonstrar a situação de desemprego da Autora,
após o término do último vínculo empregatício, ocorrido em 16/06/2012.
Desta forma, restará claro, após a instrução processual, que o marco inicial da
incapacidade evidenciado pelo Perito Administrativo (07/05/2014) está abarcado pelo
prazo de manutenção da qualidade de segurada da Autora, tornando tal requisito superado.
A pretensão exordial vem amparada nos artigos 42, 59 e 86 da Lei 8.213/91 e a data de início
do benefício deverá ser fixada nos termos dos artigos 43 e 60 do mesmo diploma legal.
TUTELA DE URGÊNCIA
A parte Autora necessita da concessão do benefício em tela para custear a sua vida, tendo em
vista que não reúne condições de executar atividades laborativas e, consequentemente, não pode
patrocinar a própria subsistência.
Assim, após a realização da perícia pertinente ao caso, ficará claro que a parte Autora
preenche todos os requisitos necessários para o deferimento da Antecipação de Tutela, tendo em
vista que o laudo médico fará prova inequívoca quanto à incapacidade laborativa, tornando, assim,
todas as alegações verossímeis. O periculum in mora se configura pelo fato de que se continuar
privada do recebimento do benefício, a Demandante terá seu sustento prejudicado.
PEDIDOS
2) A citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para, querendo, apresentar defesa;
5.1) Subsidiariamente:
5.1.1) Conceder aposentadoria por invalidez e sua eventual majoração de 25% à parte
Autora, a partir da data da efetiva constatação da incapacidade total e permanente;
5.3) Em caso de recurso, ao pagamento de custas e honorários advocatícios, eis que cabíveis em
segundo grau de jurisdição, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95 c/c art. 1º da Lei 10.259/01.
Nesses Termos;
Pede Deferimento.
NOME DO ADVOGADO
OAB/UF XX.XXX
2
Valor da causa = 12 parcelas vincendas (R$ X.XXX,XX) + parcelas vencidas (R$ XX.XXX,XX).