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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA xª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃ O

JUDICIÁ RIA DE CIDADE - UF

Processo nº: xxxxxxx-xx.xxxx.xxx.xxxx

NOME DA PARTE, já devidamente qualificado nos autos


do presente processo, vem, respeitosamente, perante Vossa
Excelência, através de seus procuradores, inconformado com

a sentença proferida, interpor RECURSO INOMINADO


com fulcro no art. 513 e segs. do CPC, c/c 42 da Lei 9.099/95.
Nessa conformidade, REQUER o recebimento do recurso,
sendo remetidos os autos, com as razõ es recursais anexas, à
Egrégia Turma Recursal, para que, ao final, seja dado
provimento ao presente recurso. Deixa de juntar preparo por
ser beneficiá rio de AJG (evento 05).

Nestes Termos;

Pede Deferimento.

CIDADE, DIA de MÊS de ANO.

NOME DO ADVOGADO

OAB/UF xx.xxx
RECURSO INOMINADO

Recorrente : NOME DA PARTE

Recorrido : Instituto Nacional do Seguro Social

Processo nº: xxxxxxx-xx.xxxx.xxx.xxxx

Origem : x Vara Federal de CIDADE

Colenda Turma

Eméritos Julgadores
O Autor (ora Recorrente) ajuizou o presente processo visando a concessã o de Benefício por
incapacidade, indeferido na esfera administrativa sob a alegaçã o de nã o restar demonstrada a
situaçã o de incapacidade (evento 1 – PROCADM2).

Instruído o feito, demonstrou-se a satisfação dos requisitos inerentes à aposentadoria


por invalidez, conforme se demonstrará a seguir. Entretanto, em que pese a comprovaçã o da
incapacidade laboral, o N. Magistrado a quo deferiu PARCIALMENTE o pedido exordial (evento
25), considerando que foram preenchidos apenas os requisitos do auxílio-doença. Desta maneira,
nã o resta alternativa ao Autor senã o a interposiçã o do presente, para fins de reforma da sentença.
RAZÕES RECURSAIS

DA INCAPACIDADE PERMANENTE E NÃO REABILITAÇÃO

No que concerne à incapacidade laborativa, observa-se que o Autor é acometido de


GONARTROSE – ARTROSE DO JOELHO ESQUERDO (patologia cadastrada no CID-10 sob o có digo M
17). Conforme documentos constantes nos autos, a patologia acarreta na incapacidade laboral,
sendo este ponto plenamente comprovado no juízo a quo. A inconformaçã o da parte autora baseia-
se no nã o acolhimento da característica PERMANENTE da incapacidade decorrente, embora citada
diversas vezes nos anexos.

A parte recebe o auxílio-doença desde 20/05/2007, pelo mesmo problema em tela. Houve
uma indevida cessaçã o do benefício, o que ensejou o processo xxxxxxx-xx.xxxx.xxxxxxx e o
restabelecimento do auxílio. No laudo judicial do processo recém citado, encontram-se as seguintes
informaçõ es (Perícia judicial do processo xxxxxxx-xx.xxxx.xxxxxxx - evento 1 – PROCRADM2):

(TRECHO DE PERÍCIA JUDICIAL DE PROCESSO ANTERIOR)

O laudo judicial da presente açã o (evento 16) corrobora os argumentos recém expostos e os
da exordial, nã o deixando dú vidas com relaçã o a PERMANENTE INCAPACIDADE LABORAL do
recorrente:

(TRECHO DO LAUDO JUDICIAL)

Nesta mesma linha, segue o parecer do médico assistente, no atestado de 05/05/2014


(evento 1 – PROCRADM2):

(TRECHO DE ATESTADO MÉ DICO)

Desta forma, resta comprovada a PERMANENTE INCAPACIDADE LABORAL, requisito da


aposentadoria por invalidez.1

1
Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado
que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de
atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
DA NÃO REABILITAÇÃO

Conforme se pode observar da sentença de primeiro grau (evento 25), o pedido foi julgado
PARCIALMENTE PROCEDENTE para condenar o INSS a manter o benefício de auxílio-doença ao
Autor desde a data da indevida cessaçã o. Isto, pois entendeu o Exmo. Magistrado que a situaçã o de
incapacidade do Autor, embora permanente, poderia ser revertida apó s reabilitaçã o.

Vale, neste momento, a transcriçã o da sú mula 47 da Turma Nacional de Uniformizaçã o, cujo


enunciado versa (com grifos acrescidos):

“Uma vez reconhecida a incapacidade parcial para o trabalho, o juiz deve


analisar as condições pessoais e sociais do segurado para a concessã o de
aposentadoria por invalidez.”

Nã o há dispositivo legal que seja capaz de prever, de forma correta e em seus pormenores, as
dificuldades sociais e econô micas de qualquer segurado. No caso presente, o autor conta com baixa
instrução e experiência profissional construída exclusivamente com atividades braçais. Além
disso, e de extrema importâ ncia, é que o segurado permanece em gozo do auxílio-doença HÁ
MAIS DE SETE ANOS. Como visto nos atestados e laudos periciais, o quadro clínico do autor nã o
sofreu qualquer alteraçã o positiva nesse período, e nã o há qualquer indício que enseje o
entendimento de que seja possível uma suposta reabilitaçã o.

Ademais, o pró prio INSS teve a oportunidade de reabilitá -lo, inclusive com determinaçã o
judicial neste sentido, e nã o o fez, o que comprova a impossibilidade de que desempenhe qualquer
outra atividade. Ora, o Autor está há sete anos em gozo de auxílio-doença. Nã o é minimamente crível
que seja, agora, reabilitado.

Neste sentido, o entendimento da Turma Regional de Uniformizaçã o da 4ª Regiã o:

PREVIDENCIÁ RIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE


PARCIAL E DEFINITIVA. CONDIÇÕ ES PESSOAIS. 1. "A despeito do disposto no
pará grafo 1º do artigo 43 da Lei 8213/1991, mas a partir de uma
interpretaçã o sistemá tica da legislaçã o, conclui-se que a incapacidade para o
trabalho nã o pode ser avaliada tã o somente do ponto de vista médico. A
mera existência de incapacidade parcial não impede a concessão de
aposentadoria por invalidez quando os fatores pessoais demonstrarem
que, na prática, não é possível a reinserção do segurado no mercado de
trabalho." (IUJEF n.º 2007.70.51.003521-5, Rel. Luciane Merlin Cleve
Kravetz, julgado em 25.08.2009) 2. Incidente conhecido e provido. (IUJEF
5007693-21.2012.404.7100, Turma Regional de Uniformizaçã o da 4ª Regiã o,
Relator p/ Acó rdã o Osó rio Á vila Neto, D.E. 21/11/2012, com grifos
acrescidos)

Outra questã o importante aparece no quesito 13 do laudo pericial da açã o atual, onde o
perito sugere “programa de readaptação profissional para atividade que não exija caminhar
ou permanecer em pé”. O que resta ao segurado sã o atividades de cará ter intelectual, o que,
claramente, apenas cria novas dificuldades, considerando que sua instruçã o é somente até a 2ª
série do ensino fundamental, e que se encontra HÁ SETE ANOS afastado do mercado de trabalho
por motivos de incapacidade laboral.

PREVIDENCIÁ RIO. CONCESSÃ O DE BENEFÍCIO. APOSENTADORIA POR


INVALIDEZ. COMPROVAÇÃ O DA INCAPACIDADE PARCIAL E PERMANENTE
PARA AS LIDES HABITUAIS. SEGURADA ESPECIAL. TRABALHO RURAL
COMPROVADO. TERMO INICIAL DO BENEFÍCIO. 1. Tendo a segurada
exercido atividade rural por longos anos, constada a existência de
incapacidade parcial, porém definitiva para atividades que demandem
esforço físico, movimento em flexã o lombar e carregamento de peso, e a
baixa perspectiva de reinserção no mercado de trabalho em outra funçã o,
cabível a concessão de aposentadoria por invalidez. 2. Nã o tendo o laudo
constatado com precisã o a data do início da incapacidade, do conjunto
probató rio é possível fixar a data de início do pagamento do benefício na data
da entrada do requerimento administrativo, quando a segurada já era
portadora das mesma enfermidades incapacitantes apuradas pelo perito do
juízo.   (TRF4, AC 0005522-44.2014.404.9999, Quinta Turma, Relatora Taís
Schilling Ferraz, D.E. 22/08/2014)

Ora, Excelência, apresentados tais fatos, é impossível que exista qualquer crença na
possibilidade de reinserçã o do segurado em um mercado de trabalho competitivo mesmo para
jovens com plena formaçã o acadêmica. É claro que o autor preenche todos os requisitos e se
encaixa perfeitamente no caso da APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, nã o restando dú vida de que a
sentença deve ser reformada nesse sentido.

DO PEDIDO

Assim sendo, POSTULA pelo provimento do presente recurso, e, consequentemente, a


reforma da r. Sentença, para que seja reconhecido por esta MM. Turma Recursal o direito do
Recorrente, sendo concedida a APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.

ISTO POSTO, requer o provimento do recurso inominado,


para o fim de reforma da r. decisã o proferida pelo Juiz a quo,
julgando procedente o pedido exordial, nos termos da
fundamentaçã o retro.

Nestes Termos;
Pede Deferimento.

CIDADE, DIA de MÊS de ANO.

NOME DO ADVOGADO
OAB/UF xx.xxx

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