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SENTENÇA
2. FUNDAMENTAÇÃO:
2.1 Do Julgamento Antecipado da Lide:
Observando-se que a matéria ventilada na espécie é exclusivamente
de direito, demandando apenas exame das provas documentais já acostadas aos
autos, possível se afigura o julgamento do processo no estado em que se encontra,
nos termos do artigo 355, inciso I, do Código de Processo Civil.
Nesse sentido, cumpre registrar que o julgamento da lide no estado
em que se encontra não é mera faculdade do juiz, mas seu dever, em homenagem
ao princípio da celeridade processual e da razoável duração do processo,
recentemente erigida a garantia constitucional, nos termos do art. 5º, LXXVIII da
Constituição Federal.
Ainda, ´´ presentes as condições que ensejam o julgamento
antecipado da causa, é dever do juiz, e não mera faculdade, assim proceder (REsp
nº 2832-RJ, rel. Min. Sálvio de Figueiredo, j. 14.8.90, DJU 17.9.90, p. 9.513 in
Código de Processo Civil e legislação processual civil em vigor, de Theotonio
Negrão e José Roberto F. Gouvêa, 39ª edição, 2007, São Paulo, pág. 466)``.
Assim, passo à apreciação das alegações deduzidas pelas partes.
2.3 Do Mérito:
Os autos estão em ordem. Não há nulidade a ser considerada, eis que
se encontram presentes os pressupostos processuais e as condições da ação.
De igual modo, saliento que as teses levantadas pelas partes serão
analisadas em um contexto único, respeitando o que se observa do artigo 489, §1º,
inciso IV do Código de Processo Civil e considerando o posicionamento do
Superior Tribunal de Justiça, o qual diz que o julgador não está obrigado a
responder a todas as questões suscitadas pelas partes, quando já tenha encontrado
motivo suficiente para proferir a decisão, ou seja, é dever do julgador enfrentar as
questões que venham discordar e enfraquecer a conclusão dada ao feito, não
havendo necessidade de se pronunciar sobre os argumentos incapazes de infirmar a
decisão.
Ademais, não há questões processuais pendentes e estão presentes os
pressupostos de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo, bem
como as condições da ação.
Por conseguinte, passo à análise do mérito.
Cinge-se a controvérsia encerrada neste feito em perquirir se a parte
autora faz jus ao invocado direito em perceber auxílio doença/aposentadoria por
invalidez. Ou ainda, benefício diverso do postulado pelo segurado, na hipótese de
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ
COMARCA DE DOIS VIZINHOS
Vara Cível e Anexos
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3. DISPOSITIVO:
Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial,
extinguindo o feito com resolução do mérito, nos termos do art. 487, I, do Código
de Processo Civil, e condeno o Instituto Nacional de Seguro Social – INSS a pagar
À autora Suzane Duranti o benefício previdenciário de auxílio-acidente e
respectivo abono anual, tudo na forma dos art. 86 e seguintes da Lei nº. 8.213/1991,
desde 18 de janeiro de 2020.
Sobre os valores vencidos deverão incidir correção monetária, desde
quando devido cada pagamento, calculada conforme o índice oficial de
remuneração básica da caderneta de poupança (TR), até 25 de março de 2015, data
após a qual o débito deverá ser corrigido pelo Índice Nacional de Preços (INPC),
bem como juros de mora, desde a citação, conforme os juros aplicados à caderneta
de poupança (art. 1º-F da Lei nº. 9.494/97, com redação dada pela Lei nº.
11.906/09), até 08/12/2021, após o que deverá ser corrigido pela SELIC.
Diante da sucumbência, condeno a parte ré ao pagamento das custas e
das despesas processuais, bem como dos honorários advocatícios do procurador da
parte adversa que, considerando o grau de zelo do profissional, o lugar da prestação
do serviço, a natureza e a importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado
e o tempo exigido para o seu serviço, arbitro em 10% (dez por cento) sobre o valor
atualizado da causa, conforme preceitua o art. 85, § 2º, do CPC.