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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA ÚNICA

DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE ........................

NOME DO CLIENTE, naturalidade, estado civil, profissã o, portador do RG


nº ................................., SSP/...., inscrito no CPF sob o nº .................................., residente e
domiciliado na Rua ..................., n°......, Bairro ................., na cidade de ..................., Estado
do ............, CEP ....................., representado neste ato por seus advogados (procuraçã o em
anexo) infra-assinado, com escritó rio profissional na AV. ..................., n°......., Bairro.............,
na cidade de ....................................., Estado do ................. com CEP. ................, endereço
eletrô nico ......................................................., onde recebe intimaçõ es e notificaçõ es, vem,
perante Vossa Excelência, propor:

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE AUXÍLIO POR


INCAPACIDADE TEMPORÁRIA COM CONVERSÃO EM
APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE

Em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), Autarquia Federal, com


sede na Praça ...................................., n° ........., na cidade de ..............................., Estado do ...........,
com CEP. ........................., pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:
FATOS

O requerente ........................................., nascido em .................................., exerce


atividade rural em regime de economia familiar na propriedade denominada
Fazenda .............................., zona rural do município de ......................................, Estado
do .................., na forma de proprietá rio, onde cultiva feijã o e milho em á rea
correspondente a 2 hectares da terra, produzindo apenas o suficiente para o consumo e
subsistência familiar. O Autor mantém ainda a criaçã o de pequenos animais como
galinhas e gados.

O Autor requereu o benefício Auxílio por incapacidade temporá ria em


........................ (NB. 31/........................................), no qual foi indeferida sob a alegaçã o de
PARECER CONTRÁRIO DA PERÍCIA MÉDICA.

Contudo, data vênia, tem-se que o Perito administrativo incorreu em erro ao


constatar pela capacidade do Requerente uma vez que a mesma vem acometida de
sérios problemas salutares que só pioraram ao longo do tempo e lhe incapacitam para o
trabalho, motivo pelo qual se ajuíza o presente processo. Considerando o indiscutível
preenchimento dos requisitos legais, quais sejam a qualidade, o período de carência e
sua incapacidade laborativa, reclama a concessã o do auxílio por incapacidade
temporá ria e sua conversã o em aposentadoria por incapacidade permanente.

De acordo com os atestados e exames anexos, a Parte Autora sofre de...


(descrever a doença ou lesã o que torna a Parte Autora incapaz para o trabalho),
impossibilitando o seu retorno ao trabalho.

Também, in casu, nã o se pode perder de vista o parecer técnico do médico


assistente da Parte Autora, indicando que, atualmente, está incapacitado (a) para o
trabalho. Tudo isto é o que se pode extrair do laudo médico anexo.

Atestado/ Laudo médico – Doutor... (nome do médico, especialidade e nú mero do


CRM)

Conclusã o:... (extrair do atestado/laudo médico o trecho que destaca a


incapacidade temporá ria da Parte Autora para a sua atividade habitual)
O diagnó stico feito pelos peritos médicos do INSS foi realizado de forma
superficial e, inobstante o conhecimento profissional destes profissionais, nã o é crível
que uma mera aná lise superficial da pessoa periciada dê elementos suficientes para fins
de deferimento ou indeferimento do benefício postulado.

Portanto, é certo que o diagnó stico médico da Parte Autora, impede, sem sombras
de dú vidas, que exerça sua atividade laborativa, sob pena de agravamento das moléstias,
uma vez que para se curar necessita de tratamento médico adequado, fazendo jus ao
benefício.

Dados sobre a enfermidade

1. Doença/enfermidade CID 10: ............................................

2. Limitaçõ es decorrentes Não possui condições de desenvolver atividades


da moléstia laborativas por apresentar problemas graves de
coração.

Dados sobre o requerimento administrativo

1. Nú mero Benefício 31/.................................

2. Data do requerimento
(DER)

3. Razã o do indeferimento Parecer contrário da perícia médica

4. Ocupaçã o Trabalhador rural

Em relaçã o a doença a jurisprudência é pacífica que incapacita para o trabalho.


Neste Sentido:

PREVIDENCIÁ RIO. PROCESSO CIVIL. PEDIDO RELATIVO À CONCESSÃ O DE


AUXÍLIO-DOENÇA OU APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. QUALIDADE DE
SEGURADO E DEFICIÊ NCIA INCAPACITANTE COMPROVADA ENSEJADORA DE
BENEFÍCIO TEMPORÁ RIO. HONORÁ RIOS ADVOCATÍCIOS. CUSTAS. ISENÇÃ O. 1.
Caso em que o autor pleiteia a concessã o de benefício de auxílio-doença ou
aposentadoria por invalidez, tendo sido indeferido sob o fundamento de que
inexistiria incapacidade para a atividade laborativa; 2. O auxílio-doença será
devido à quele que detenha a qualidade de segurado à época do requerimento
do benefício e que demonstre a invalidez, mesmo temporá ria; 3. Demonstrada a
qualidade de segurado urbano do requerente (na funçã o de ajudante geral),
através de CTPS, bem assim a incapacidade alegada (hérnia de disco lombar -
M51.1), considerando que, segundo a perícia judicial, o mal de que padece o
demandante o incapacita temporariamente as respectivas atividades
laborativas, é devida a concessã o de auxílio-doença; 4. Honorá rios advocatícios
mantidos no percentual de 10% do valor da condenaçã o, excluídas as parcelas
vincendas, porque já ajustado a hipó tese prevista no pará grafo 4º , do art. 20 ,
do CPC , considerando, inclusive, que tal verba nã o deve representar quantia
aviltante ao trabalho realizado pelo advogado; 5. Consoante previsto no art. 29,
da Lei Estadual nº 5.672/92, vigente no Estado da Paraíba, a Fazenda Nacional
é isenta de pagamento de custas processuais, nã o incidindo, portanto, a Sú mula
178, do STJ; 6. Apelaçã o parcialmente provida. TRF-5 - AC Apelaçã o Civel AC
17686720144059999 (TRF-5) Data de publicaçã o: 12/06/2014.

PREVIDENCIÁ RIO E PROCESSUAL CIVIL. RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-


DOENÇA. QUALIDADE DE SEGURADO E DEFICIÊ NCIA INCAPACITANTE
COMPROVADAS. REABILITAÇÃ O PROFISSIONAL. CABIMENTO. CORREÇÃ O
MONETÁ RIA E JUROS DE MORA. CUSTAS. ISENÇÃ O. 1. Caso em que o autor
pleiteia a concessã o de aposentadoria por invalidez ou o restabelecimento de
auxílio-doença, tendo sido deferido este ú ltimo benefício; 2. Constatada a
qualidade de segurado do requerente, posto que já percebido idêntico benefício
na via administrativa, fundado no mesmo mal ensejador do presente pleito,
cessado, inclusive, em momento imediatamente anterior ao ingresso em juízo,
bem assim comprovada, por meio de perícia judicial, a incapacidade laborativa
para o exercício das suas atividades antes desenvolvidas (frentista), decorrente
de hérnia discal lombar - CID 10 M 51.1, é devido o restabelecimento do
auxílio-doença, até verificada a efetiva reabilitaçã o profissional; 3. Sobre as
parcelas devidas, aplica-se o critério de atualizaçã o previsto no Manual de
Cá lculos da Justiça Federal, a contar do débito, e juros de mora de 0,5% ao mês, a
contar da citaçã o (Lei nº 9.494 /97, art. 1º-F, dada pela Medida Provisó ria nº
2.180-35, 2001); 4. Honorá rios advocatícios mantidos no percentual de 10% do
valor da condenaçã o, excluídas as parcelas vincendas, como determinado na
sentença, porque já ajustado a hipó tese prevista no pará grafo 4º , do art. 20 , do
CPC , considerando, inclusive, que tal verba nã o deve representar quantia
aviltante ao trabalho realizado pelo advogado; 5. Consoante previsto no art. 29,
da Lei Estadual nº 5.672/92, vigente no Estado da Paraíba, a Fazenda Nacional é
isenta de pagamento de custas processuais, nã o incidindo, portanto, a Sú mula
178, do STJ; 6. Apelaçã o parcialmente provida. TRF-5 - AC Apelaçã o Civel AC
7328720144059999 (TRF-5) Data de publicaçã o: 03/04/2014

A pretensã o exordial vem amparada nos artigos 42, 59 e 86 da Lei 8.213/91 e a


data de início do benefício deverá ser fixada nos termos dos artigos 43 e 60 do mesmo
diploma legal.

FUNDAMENTOS JURÍDICOS

O Auxílio por incapacidade temporá ria é um benefício previdenciá rio pago pelo
Instituto Nacional do Seguro Social – INSS à s pessoas que ficarem incapacitadas para o
trabalho ou atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. O valor do
benefício depende das contribuiçõ es realizadas pelo segurado no passado. Art. 59, da Lei
8.213/91. O auxílio por incapacidade temporá ria será devido ao segurado que, havendo
cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado
para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias
consecutivos.

Conforme já elucidado, a parte Autora preenche todos os requisitos que


autorizam a concessã o de benefício por incapacidade na condiçã o de segurada especial,
porquanto, nã o possui condiçõ es de executar suas atividades laborativas, bem como,
enquadra-se de pleno nas regras impostas pelo art. 11, inciso VII, da Lei 8.213/91.

Caso venha a ser apontada sua total e permanente incapacidade, postula a


concessã o/conversã o em aposentadoria por incapacidade permanente a partir da data
de sua efetiva constataçã o.

A carência para o auxílio por incapacidade temporá ria encontra amparo legal nos
Artigos 25 e 26 da lei 8.213/91:

Art. 25. A concessã o das prestaçõ es pecuniá rias do Regime Geral de Previdência
Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no
art. 26:

I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuiçõ es


mensais;

Art. 26. Independe de carência a concessã o das seguintes prestaçõ es:


I - ...

II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de


qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como
nos casos de segurado que, apó s filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das
doenças e afecçõ es especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saú de
e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os
critérios de estigma, deformaçã o, mutilaçã o, deficiência ou outro fator que lhe
confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado.

Entende-se por regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos


membros da família é indispensá vel à pró pria subsistência e ao desenvolvimento
socioeconô mico do nú cleo familiar e é exercido em condiçõ es de mú tua dependência e
colaboraçã o, sem a utilizaçã o de empregados permanentes (art. 11, § 1º, da Lei n.
8.213/91).

Além de nã o se exigir deles vasta prova documental, os documentos apresentados


em nome de terceiros (pai, filho, marido, esposa, irmã o) sã o há beis à comprovaçã o do
trabalho rural desenvolvido por outros membros do grupo familiar. Documentos
anteriores ou posteriores ao período pleiteado também devem ser considerados início
de prova material, vez que o trabalho no campo, como se sabe, é contínuo.

Em relaçã o a comprovaçã o da atividade rural suficientes a carência para o


benefício pleiteado é realizada por meio de AUTODECLARAÇÃO ratificado por
entidades pú blicas, conforme Artigo 38-B da Lei n° 8.213/91, que foi alterado
recentemente pela Lei n° 13.846/19.

Art. 38-B...

§ 2º Para o período anterior a 1º de janeiro de 2023, o segurado especial


comprovará o tempo de exercício da atividade rural por meio de
autodeclaraçã o ratificada por entidades pú blicas credenciadas, nos termos do
art. 13 da Lei nº 12.188, de 11 de janeiro de 2010, e por outros ó rgã os pú blicos,
na forma prevista no regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
Enquanto a autodeclaraçã o nã o for ratificada automaticamente será suprida
mediante a comprovaçã o de exercício da atividade rural, conforme artigo 106 da lei
8.213/91 e Artigos 47 e 54 da Instruçã o Normativa do INSS n° 77/2015.

Consta no processo os seguintes documentos que comprovam a atividade


rurícola:

DOCUMENTO DATA DE EMISSÃO

Citam-se, por oportuno, as seguintes Sú mulas da Turma Nacional de


Uniformizaçã o de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais – TNU e STJ, com as
quais concordamos inteiramente:

Tema 2 TNU. No caso de aposentadoria por idade rural, a certidã o de casamento vale
como início de prova material, ainda que extemporâ nea.

Tema 18. TNU. A certidã o do INCRA ou outro documento que comprove propriedade de
imó vel em nome de integrantes do grupo familiar do segurado é razoá vel início de prova
material da condiçã o de segurado especial para fins de aposentadoria rural por idade,
inclusive dos períodos trabalhados a partir dos 12 anos de idade, antes da publicaçã o da
Lei n. 8.213/91. Desnecessidade de comprovaçã o de todo o período de carência.

Súmula 6 TNU. A certidã o de casamento ou outro documento idô neo que evidencie a
condiçã o de trabalhador rural do cô njuge constitui início razoá vel de prova material da
atividade rurícola.
Súmula 14 TNU. Para a concessã o de aposentadoria rural por idade, nã o se exige que o
início de prova material corresponda a todo o período equivalente à carência do
benefício.

Súmula 73 TRF4. Admitem-se como início de prova material do efetivo exercício de


atividade rural, em regime de economia familiar, documentos de terceiros, membros do
grupo parental.

Súmula 577 STJ. É possível reconhecer o tempo de serviço rural anterior ao documento
mais antigo apresentado desde que amparado em convincente prova testemunhal
colhida sob contraditó rio.

Dessa forma, o requerente possui carência com documentaçã o de comprovaçã o


da atividade rural suficientes para a concessã o do benefício.

PERÍCIA MÉDICA

Considerando que a prova pericial é fundamental para o deslinde das questõ es


ligadas aos benefícios por incapacidade e para uma adequada aná lise do nexo de
causalidade e da consequente incapacidade, faz-se mister que o Médico Perito observe o
Có digo de É tica da categoria e especialmente em relaçã o ao tema, a Resoluçã o 1.488/98
do CFM, que dispõ e sobre as normas específicas de atendimento a trabalhadores.
Portanto, requer a Parte Autora que quando da realizaçã o da prova pericial por
especialista sejam observadas as referidas disposiçõ es legais, uma vez que se trata de
norma cogente e – portanto – vincula a atividade do médico, sob pena de nulidade do
laudo pericial.

TUTELA DE URGÊNCIA:

A Requerente necessita da concessã o do benefício em tela para custear a sua vida,


tendo em vista que nã o reú ne condiçõ es de executar atividades laborativas e,
consequentemente, nã o pode patrocinar a pró pria subsistência.

Assim, apó s a realizaçã o da perícia pertinente ao caso, ficará claro que a parte
Autora preenche todos os requisitos necessá rios para o deferimento da Antecipaçã o de
Tutela, tendo em vista que o laudo médico fará prova inequívoca quanto à incapacidade
laborativa, tornando, assim, todas as alegaçõ es verossímeis. O periculum in mora se
configura pelo fato de que se continuar privada do recebimento do benefício, a
Demandante terá seu sustento prejudicado.

De qualquer modo, a moléstia incapacitante e o cará ter alimentar do benefício


traduzem um quadro de urgência que exige pronta resposta do Judiciá rio, tendo em
vista que nos benefícios por incapacidade resta intuitivo o risco de ineficá cia do
provimento jurisdicional final, exatamente em virtude do fato da parte estar afastada do
mercado de trabalho e, consequentemente, desprovida financeiramente, motivo pelo
qual se tornará imperioso o deferimento deste pedido antecipató rio.

PEDIDOS

FACE AO EXPOSTO, requer a Vossa Excelência:

1) O recebimento e o deferimento da presente peça inaugural, bem como o deferimento


da gratuidade da justiça, pois a parte Autora nã o tem condiçõ es de arcar com as
custas processuais sem o prejuízo de seu sustento e de sua família;
2) A citaçã o do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para, querendo, apresentar
defesa;
3) A produçã o de todos os meios de prova, principalmente documental, testemunhal e
pericial. Com relaçã o à ú ltima, que seja observada a Resoluçã o 1.488/98 do Conselho
Federal de Medicina;
4) O afastamento da decisã o transitado em julgado;
5) O deferimento da tutela de urgência, com a apreciaçã o do pedido de implantaçã o do
benefício em sentença;
6) O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA, condenando o INSS a:

6.1) Conceder o benefício de auxilio por incapacidade temporá ria com conversã o em
aposentadoria por incapacidade permanente à parte Autora, a partir da constataçã o
da incapacidade.

6.2) Pagar as parcelas vencidas e vincendas, monetariamente corrigidas desde o


respectivo vencimento e acrescidas de juros legais e morató rios, incidentes até a
data do pagamento.
6.3) Em caso de recurso, ao pagamento de custas e honorá rios advocatícios, eis que cabíveis
em segundo grau de jurisdiçã o, com fulcro no art. 55 da lei 9.099/95 c/c art. 1º da Lei
10.259/01.

7) A parte Autora renuncia expressamente aos valores que excederem o limite de 60


(sessenta) salá rios mínimos, definidos como teto fixador da competência dos
Juizados Especiais Federais, nos termos do artigo 3º da Lei nº 10.259/01.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

Dar-se-á causa o valor de R$ .........................

Cidade e Data

Advogado

OAB n°

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