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JOÃO PESSOA/PB
2. FUNDAMENTOS JURÍDICOS
Por ser portador de cardiopatia grave, a parte Autora possui direito à isenção de
imposto de renda sobre os seus proventos nos termos art. 6º, XIV, da Lei 7.713/88:
E, destaca-se que o Decreto nº 3.000/99, prevê e, seu art. 39, §5º, inciso III, que,
sendo possível identificar a data de início da moléstia, a isenção deve ser concedida a partir da
data em que a moléstia foi contraída:
Art. 39. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto:
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XXXIII - os proventos de aposentadoria ou reforma, desde que
motivadas por acidente em serviço e os percebidos pelos
portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação
mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira,
hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave,
doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia
grave, estados avançados de doença de Paget (osteíte deformante),
contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência
adquirida, e fibrose cística (mucoviscidose), com base em
conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha
sido contraída depois da aposentadoria ou reforma (Lei nº 7.713,
de 1988, art. 6º, inciso XIV, Lei nº 8.541, de 1992, art. 47, e Lei nº
9.250, de 1995, art. 30, § 2º);
§5º. As isenções a que se referem os incisos XXXI e XXXIII
aplicam-se aos rendimentos recebidos a partir:
I - do mês da concessão da aposentadoria, reforma ou pensão;
II - do mês da emissão do laudo ou parecer que reconhecer a
moléstia, se esta for contraída após a aposentadoria, reforma ou
pensão;
III - da data em que a doença foi contraída, quando identificada
no laudo pericial.
(grifos nossos)
E giza-se que os tribunais vêm reconhecendo que a isenção deve ser concedida
desde o momento em que comprovada a moléstia ensejadora da benesse, independentemente de ter
havido requerimento expresso ou comprovação perante junta médica oficial. Veja-se a
jurisprudência do STJ:
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mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial (da
União, Estados, Distrito Federal ou Municípios). O Decreto
3.000/99, art. 39, § 5º, por sua vez, preceitua que as isenções
deverão ser aplicadas aos rendimentos recebidos a partir do mês da
emissão do laudo pericial ou parecer que reconhecer a moléstia, se
esta for contraída após a aposentadoria, reforma ou pensão. 3. Do
cotejo das normas dispostas, constata-se claramente que o Decreto
3.000/99 acrescentou restrição não prevista na lei, delimitando o
campo de incidência da isenção de imposto de renda. Extrapola o
Poder Executivo o seu poder regulamentar quando a própria lei,
instituidora da isenção, não estabelece exigência, e o decreto
posterior o faz, selecionando critério que restringe o direito ao
benefício. 4. As relações tributárias são revestidas de estrita
legalidade. A isenção por lei concedida somente por ela pode ser
revogada. É inadmissível que ato normativo infralegal acrescente
ou exclua alguém do campo de incidência de determinado tributo
ou de certo benefício legal. 5. Entendendo que o Decreto 3.000/99
exorbitou de seus limites, deve ser reconhecido que o termo
inicial para ser computada a isenção e, conseqüentemente, a
restituição dos valores recolhidos a título de imposto de renda
sobre proventos de aposentadoria, deve ser a partir da data em
que comprovada a doença, ou seja, do diagnóstico médico, e
não da emissão do laudo oficial, o qual certamente é sempre
posterior à moléstia e não retrata o objetivo primordial da lei.
6. A interpretação finalística da norma conduz ao convencimento
de que a instituição da isenção de imposto de renda sobre
proventos de aposentadoria em decorrência do acometimento de
doença grave foi planejada com o intuito de desonerar quem se
encontra em condição de desvantagem pelo aumento dos encargos
financeiros relativos ao tratamento da enfermidade que, em casos
tais (previstos no art. 6º, da Lei 7.713/88) é altamente dispendioso.
7. Recurso especial não-provido.
(REsp 812.799/SC, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 16/05/2006, DJ 12/06/2006, p. 450)
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para se fazer jus ao benefício precise o postulante estar adoentado
ou recolhido a hospital, ainda mais levando-se em consideração
que algumas das doenças elencadas no artigo supra citado podem
ser debilitantes mas não requerem a total incapacidade do doente,
como a cegueira e a síndrome de imunodeficiência adquirida. 4. O
Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o RE nº 566.621, em
04/08/2011, cuja decisão possui repercussão geral, reconheceu a
violação ao princípio da segurança jurídica e considerou válida a
aplicação do novo termo inicial da prescrição - o pagamento
antecipado - somente às ações ajuizadas após a vigência da LC nº
118/2005, ou seja, a partir de 09/06/2005. 5. Considerando que esta
ação foi ajuizada após a vigência da LC nº 118/2005, estão
prescritos todos os pagamentos anteriores aos cinco anos anteriores
ao ajuizamento da ação. Assim sendo, como o autor pretende a
repetição dos valores referentes aos anos-base de 2005, 2006,
2007, 2008, 2009 até a atualidade e tendo sido ajuizada a demanda
em 29.10.2010, estão prescritos os valores anteriores a 29.10.2005.
6. É infundado o pleito de retificação da declaração de ajuste do
imposto de renda, visto que se procede a execução por liquidação
de sentença e a restituição mediante precatório ou requisição de
pequeno valor, facultada a possibilidade de escolha pela
compensação, a critério do contribuinte. 7. Não compete ao
contribuinte comprovar que o imposto foi efetivamente recolhido
pela fonte pagadora, visto que não se trata de prova do fato
constitutivo do seu direito. 8. Caso se configure excesso de
execução, decorrente da compensação ou restituição dos valores
relativos ao título judicial, admite-se a invocação de tal matéria em
embargos à execução. 9. Não se caracteriza a preclusão, pelo fato
de não ter sido provada a compensação ou a restituição no processo
de conhecimento, porque a sentença proferida foi ilíquida. 10.
Deve ser observada a correção monetária dos valores descontados
na fonte, desde a data de cada retenção. 11. A correção monetária
deve incidir sobre os valores pagos indevidamente desde a data do
pagamento, sendo aplicável a UFIR (jan/92 a dez/95), e a partir de
01/01/96, deve ser computada somente a taxa SELIC, excluindo-se
qualquer índice de correção monetária ou juros de mora (art. 39,§
4º, da Lei nº 9.250/95). (TRF4 5002908-63.2010.404.7204,
Primeira Turma, Relator p/ Acórdão Joel Ilan Paciornik, D.E.
13/06/2013)
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autos são convincentes da existência da doença e do termo
inicial do acometimento. 6. Tendo o IR incidido indevidamente,
tem a parte autora direito à repetição das quantias
correspondentes, bastando-lhe provar o fato do pagamento e seu
valor. A ocorrência de restituição, total ou parcial, por via de
declaração de ajuste, é matéria de defesa que compete ao devedor
(Fazenda) alegar e provar. É recomendável, sem dúvida, que o
credor, ao apresentar seus cálculos de liquidação, desde logo
desconte o que eventualmente lhe foi restituído pela via das
declarações de ajuste, o que só virá em seu proveito, pois evitará o
retardamento e os custos dos embargos à execução. Mas tal ônus
não lhe pode ser imposto. A regra é proceder-se a execução por
precatório, formulando o credor seus cálculos, que poderão ser
impugnados em embargos pelo demandado. 7. A correção
monetária deve ser efetuada em conformidade com a Súmula 162
do STJ, utilizando-se a taxa SELIC. (TRF4 5000434-
09.2011.404.7100, Segunda Turma, Relatora p/ Acórdão Luciane
Amaral Corrêa Münch, D.E. 17/01/2013)
3. TUTELA DE URGÊNCIA:
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A antecipação de tutela tem previsão no art. 300 do Código de Processo Civil, e
será deferida ex oficio ou a requerimento da parte postulante, quando restar demonstrada a
verossimilhança das alegações do pedido, tão como o periculum in mora da prestação jurisdicional.
Disto se infere que, havendo inequívoca prova da veracidade dos argumentos exordiais e, sendo
iminente a necessidade da obtenção da tutela, deve o magistrado deferir antecipadamente o objeto
postulado.
No presente processo, que visa à concessão de isenção de imposto de renda
sobre os proventos do Autor em face deste ser portador de cardiopatia grave, resta evidente o
periculum in mora, eis que se trata do recebimento de forma integral de verba de caráter alimentar.
Ademais, a benesse pleiteada visa justamente garantir qualidade de vida o aposentado
portador de moléstia grave, motivo pelo qual a demora na prestação jurisdicional poderá
causar danos irreversíveis à saúde e à vida do Autor.
A verossimilhança das alegações vestibulares resta demonstrada através dos
diversos atestados médicos, exames e do prontuário médico acostados à inicial.
Nesse ponto, destaca-se o atestado emitido pelo especialista em cardiologia, Dr. $
{informacao_generica}, em ${data_generica}:
${informacao_generica}
4. PEDIDO
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h) Em caso de recurso, ao pagamento de custas e honorários
advocatícios, eis que cabíveis em segundo grau de jurisdição, com
fulcro no art. 55 da lei 9.099/95 c/c art. 1º da Lei 10.259/01.
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