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Tribunal de Justiça da Paraíba

PJe - Processo Judicial Eletrônico

05/10/2020

Número: 0825868-37.2018.8.15.2001
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 6ª Vara de Fazenda Pública da Capital
Última distribuição : 17/05/2018
Valor da causa: R$ 24.127,09
Assuntos: Licença Prêmio
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
PEDRO ABRANTES DE OLIVEIRA (AUTOR) ALCIR BARROS DA SILVA (ADVOGADO)
ESTADO DA PARAÍBA (REU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
14339 17/05/2018 15:32 ÇÃO DE COBRANÇA DE LICENÇA-PRÊMIO Petição Inicial
557
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE JOÃO PESSOA
PARAIBA POR DISTRIBUIÇÃO

PEDRO ABRANTES DE OLIVEIRA, brasileiro, casado, aposentado,


CPF nº 090.771.544-34, RG 134.503 SSP/PB, residente domiciliado na Rua Dr.
Tomas Pires dos Santos, nº 72, Bairro dos Bancários, Sousa/PB, CEP 58800-823, por
intermédio de seu advogado e bastante procurador (procuração em anexo - doc. 01),
vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor

AÇÃO DE COBRANÇA DE LICENÇA-PRÊMIO

contra o ESTADO DA PARAIBA, pessoa jurídica de direito publico interno, CNPJ


nº 08.761.124/0001-00, na pessoa de quem o represente legalmente, com
endereço na Praça João Pessoa, s/n, Palácio da Redenção, Centro, João
Pessoa-PB, CEP 58013-901, pelas razões de fato e de direito expostas a seguir:

PRELIMINARMENTE

Requer-se o Benefício da Justiça Gratuita, de acordo com a Lei nº


13.105/2015 art. 98, paragrafo 1º, por neste momento o Requerente não dispor
de recursos para efetuar o pagamento das custas processuais, sem prejuízo de
seu próprio sustento e de sua família.

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Assim, faz uso desta declaração inserida na presente petição inicial, para
requerer os benefícios da justiça gratuita.

DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO PROCESSUAL

Conforme documentos pessoais do autor anexados, este conta hoje


com 76 anos de idade, perfazendo assim, jus ao benefício da prioridade na
tramitação de procedimentos judiciais, nos termos do art. 1048 do Código de
Processo Civil e art. 71 do Estatuto do Idoso.

Dessa maneira, requer a concessão de prioridade na tramitação


processual.

1. DOS FATOS

O Promovente serviu o Governo do Estado da Paraíba exercendo o cargo


de MEDICO desde 10/05/1976, com matrícula de nº 61.923-0, lotado na
Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB), sendo desvinculado por 13.198 tempo
de serviço e idade 69(setenta nove) anos, no dia 19/07/2012, mediante
publicação no Diário Oficial do Estado da Paraíba (DOE-PB) do ato de sua
aposentadoria pela PORTARIA – A – Nº. 2991 da PBPREV, sendo que o registro
do ato concessório (Portaria A - 2991/2012) foi legalizado pelo Tribunal de Contas
do Estado (TCE-PB) mediante o Acórdão AC1-TC 03568/14 na Sessão de
numero 2576 realizada no dia 26/06/2014 publicada na edição Nº 1038 do Diário
Oficial Eletrônico do TCE-PB.

Durante o tempo em que estava em atividade, o Autor deixou de gozar


licença-prêmio referente ao período 11/05/1986 a 11/05/1991 (quinquênio),
portanto tendo garantido 03 (três) meses de Licença Prêmio (Licença em Caráter
Especial) conforme paragrafo único do artigo 139 do Estatuto dos Funcionários
Públicos Civis do Estado da Paraíba – Lei Complementar 39/85. O mesmo não
gozou a Licença Especial quando em atividade, e não seria possível sua
conversão em tempo de serviço em dobro CONFORME ARTIGO 88 DA Lei

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Complementar 39/85, fato que o fez vir buscar a via judicial para cobrar
indenização no valor 03(três) meses de sua ultima remuneração, sendo estas
remunerações, corrigidos pelos índices judiciais incidindo juros de mora.

Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado da Paraíba – Lei


complementar 39/85

Art. 88 - Para todos os efeitos legais será computado:

II - Em dobro: ( a Emenda 20/98 vedou a contagem de tempo de


contribuição fictício)

b) o período de férias não gozadas e o período de licença especial não


usufruído.

Seção X Licença em Caráter Especial

Art. 139 - Após dez (10) anos de serviço público, o funcionário fará jus a
uma licença de seis ( 6 ) meses, com percepção da retribuição do cargo
efetivo, mais as vantagens do cargo em comissão, função gratificada ou
encargo assemelhado que estiver exercendo.

Parágrafo único - Após o primeiro decênio, facultar-se-á o gozo da licença


especial por período de três ( 3 ) meses em cada qüinqüênio.

Art. 140 - A licença especial poderá ser gozada de uma só vez, ou em


períodos de três (3) meses.

§ 1º - É facultada a conversão de um terço ( 1/3 ) da licença especial, em


pecúnia, tomada por base a retribuição do funcionário.

§ 2º - O direito à licença especial não tem prazo para ser exercitado.

A LEI COM PREVIA ARTIGO 140

O Estado recorrido não pode se valer do argumento de ausência de lei


prevendo a conversão de férias não gozadas em pecúnia para eximir-se do
pagamento do direito laboral constitucionalmente assegurado, pois o artigo 140
da lei 39/85 tinha a possibilidade de 1/3 de conversão facultativa tomada por base
a retribuição do funcionário.

EMENTA: COBRANÇA. SERVIDORES MUNICIPAIS. VÍNCULO


ESTATUTÁRIO. PEDIDO DE CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DOS
SALÁRIOS DE NOVEMBRO E DEZEMBRO, DO DÉCIMO TERCEIRO
SALÁRIO E DAS FÉRIAS ACRESCIDAS DO TERÇO

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CONSTITUCIONAL DO ANO DE 2008. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO.
APELAÇÃO. SENTENÇA ILÍQUIDA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 490,
DO STJ. CONHECIMENTO DE OFÍCIO DA REMESSA NECESSÁRIA.
VÍNCULO LABORATIVO COMPROVADO. PAGAMENTO DAS
RUBRICAS OU AUSÊNCIA DE DIREITO À PERCEPÇÃO DA VERBA.
FATOS IMPEDITIVOS, MODIFICATIVOS OU EXTINTIVOS DO DIREITO
DO AUTOR. ÔNUS PROBATÓRIO DO RÉU. INTELIGÊNCIA DO ART.
333, II, DO CPC/73, ENTÃO VIGENTE. ADIMPLEMENTO DO MÊS DE
NOVEMBRO E DE PARTE DO DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO DE 2008
COM RELAÇÃO A ALGUNS PROMOVENTES. EXCLUSÃO DA
CONDENAÇÃO. NOMEAÇÃO DE CINCO AUTORAS NO ANO DE 2008.
DIREITO À GRATIFICAÇÃO NATALINA PROPORCIONAL DO
PERÍODO. INDENIZAÇÃO DE FÉRIAS NÃO GOZADAS. SERVIDORES
EM ATIVIDADE. POSSIBILIDADE DE FRUIÇÃO EM QUALQUER
TEMPO. PROVA DO ROMPIMENTO DO VÍNCULO (APOSENTADORIA)
POR APENAS UM DOS DEMANDANTES. TERÇO CONSTITUCIONAL
DE FÉRIAS. DEMANDADAS QUE AINDA NÃO HAVIAM ALCANÇADO O
PERÍODO AQUISITIVO DE DOZE MESES NO ANO DE 2008. NÃO
CABIMENTO. REFORMA PARCIAL DA SENTENÇA. PROVIMENTO
PARCIAL. 1. “A dispensa de reexame necessário, quando o valor da
condenação ou do direito controvertido for inferior a sessenta salários
mínimo, não se aplica a sentenças ilíquidas.” (Súmula 490, STJ) 2.
Demonstrado o vínculo laboral entre o servidor municipal e a
Administração, cabe a esta demonstrar a quitação das verbas
remuneratórias reclamadas ou provar que o funcionário não faz jus a sua
percepção, porquanto lhe pertence o ônus de trazer aos autos fato
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito autoral. 3. O servidor
público ainda em atividade não tem direito à indenização por férias
não gozadas, quando inexistente previsão em lei específica nesse
sentido, posto que poderá usufruí-las a qualquer tempo, enquanto
não sobrevier o rompimento do vínculo com a Administração. 4. O
direito às férias é adquirido após o período de doze meses trabalhados,
sendo devido o pagamento do respectivo terço constitucional
independentemente do gozo.

(TJPB - ACÓRDÃO/DECISÃO do Processo Nº 00008565420108150281,


4ª Câmara Especializada Cível, Relator DES. ROMERO MARCELO DA
FONSECA OLIVEIRA , j. em 03-04-2018).

Vale ressaltar que, o Autor não gozou das licenças-prêmios por falta de
adequação junto ao calendário do hospital e por pouca demanda de funcionários
perfazendo-se por todo o período de trabalho.

Deste modo, não é justo com o servidor simplesmente não gozar um


direito adquirido, logo se faz necessário que a licença-prêmio seja convertida em
pecúnia.

Não havendo mais a possiblidade do gozo das licenças-prêmios de


forma tradicional, tendo em vista já estar aposentado, não resta outra alternativa

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ao Autor, se não pleitear em juízo e garantir assim, o seu direito de receber as
licenças-prêmios adquiridas em forma de pecúnia.

Registre-se, ainda, que no inciso XIV do artigo 33 da CONSTITUIÇÃO DO


ESTADO DA PARAÍBA (link

http://portal.tce.pb.gov.br/wp-content/uploads/2013/09/constituicaoestadualpb.pdf)
promulgada em 5 de outubro de 1989 estabelece como direito do servidor
publico a licença premio por decênio de serviço prestado ao Estado porem este
item permaneceu até dezembro de 2003 sendo omitido na EMENDA
CONSTITUCIONAL N° 18, DE 09 de Dezembro de 2003.

Art. 33. São direitos dos servidores públicos civis:

XIV - licença-prêmio por decênio de serviço prestado ao Estado ou ao


Município;

A Lei Complementar 39 de 1985 (Antigo ESTATUTO do SERVIDOR


no Link a seguir: http://www.pbprev.pb.gov.br/pbprev/a-previdencia/legislacao/16CD4d01.pdf
) revogada em 2003 pela Lei Complementar 58/2003 previa em seu contexto o
direito da licença especial não tem prazo para ser exercitado, paragrafo segundo
do artigo 140. No entanto, o paragrafo único do art. 139 preceitua que cada
quinquênio obtido após os dez primeiros anos o direito de 03(três) meses de
licença especial.

Como Autor se aposentou em julho de 2012, sua ultima remuneração


bruta recebida foi no valor de R$ 5.648,90 (cinco mil reais seiscentos e quarento
oito reais e noventa centavos), referente ao mês de julho de 2012, conforme
descrito no anexo do SAGRES do TCE/PB.

Sendo assim, denota-se que o Autor faz jus a receber do Estado da


Paraíba o valor R$ 5.648,90 (cinco mil reais seiscentos e quarento oito reais e
noventa centavos), para cada 30(trinta) dias de licença que não foi usufruído em
atividade, ou seja, cada mês, sendo no período compreendido de 10/05/1976 ate
10/05/1986, totalizando assim, 03 (seis) meses de licenças-prêmios não gozadas
no valor de R$ 16.946,70 (dezesseis mil novecentos e quarenta e seis reais e
setenta centavos), que devidamente acrescidos de juros e correção monetária,

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perfaz a quantia de R$ 24.127,09 (vinte e quatro mil cento e vinte sete reais e
nove centavos), conforme calculo em planilha abaixo:

Resultado da Correção pelo IPCA-E (IBGE)

Dados básicos da correção pelo IPCA-E (IBGE)

Dados informados

Data inicial 07/2012

Data final 03/2018

Valor nominal R$ 16.946,70 ( REAL )

Dados calculados

Índice de correção no período 1,4237043

Valor percentual correspondente 42,3704300 %

Valor corrigido na data final R$ 24.127,09 ( REAL )

DA DATA INICIAL PARA CORREÇÃO MONETARIA

EMENTA: ADMINISTRATIVO. APOSENTADORIA DE SERVIDOR


PÚBLICO. LICENÇA-PRÊMIO NÃO GOZADA. CONVERSÃO EM
PECÚNIA. BASE DE CÁLCULO. 1. O Superior Tribunal de Justiça firmou
entendimento de que é possível, no momento da aposentação do
agente público, a conversão em pecúnia de licenças-prêmio não
gozadas, tendo em vista o princípio da vedação ao enriquecimento sem
causa por parte da Administração.

(TRF4, AC 5010915-49.2016.4.04.7102, TERCEIRA TURMA, Relator


ROGERIO FAVRETO, juntado aos autos em 15/03/2018)

EMENTA: ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO.


RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO EM
CONDIÇÕES INSALUBRES. LICENÇA-PRÊMIO. DESAVERBAÇÃO.
PRESCRIÇÃO. INDENIZAÇÃO. POSSIBILIDADE. BASE DE CÁLCULO
. CORREÇÃO MONETÁRIA. TERMO INICIAL. abate-teto. 1. (...). 3. Os
servidores aposentados que não usufruíram a licença-prêmio nem a
computaram em dobro, para fins de aposentadoria, fazem jus à sua
conversão em pecúnia, uma vez que a Lei resguardou o direito daqueles
que já haviam adquirido o direito, sob pena de enriquecimento ilícito da
Administração. 4. Sobre as prestações devidas deve incidir correção
monetária, a ser aplicada desde a data da aposentadoria (

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monetária, a ser aplicada desde a data da aposentadoria (
considerando a base de cálculo utilizada como a última remuneração
recebida). 5. É cabível a inclusão do abono de permanência, do
décimo terceiro salário proporcional e do terço constitucional de
férias na base de cálculo das parcelas devidas a título de
licença-prêmio não usufruída e convertida em pecúnia. 6. (...)

(TRF4, AC 5010013-39.2015.4.04.7100, QUARTA TURMA, Relator


SÉRGIO RENATO TEJADA GARCIA, juntado aos autos em 24/03/2018)

CALCULO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO – REMUNERAÇÃO BRUTA

Para realização do calculo de conversão da licença prêmio não gozadas


em indenização pecuniária, a base de cálculo da indenização foi considerado o
valor bruto da última remuneração recebido pelo demandante antes da
aposentadoria, sob pena de enriquecimento sem causa da administração. Sendo
assim, o Autor realizou o calculo para recebimento da indenização pecuniária com
base na ultima remuneração recebida por este, conforme esta descrita no
SAGRES do TCE, ou seja, R$ 5.648,90 (cinco mil reais seiscentos e quarento oito
reais e noventa centavos), cuja indenização da licença deveria ter sido adimplida
no termino da vinculação com o promovido em julho de 2012.

JURISPRUDÊNCIA

Decisão: Trata-se de agravo cujo objeto é a decisão que não admitiu o


recurso extraordinário interposto em face de acórdão do Tribunal de
Justiça do Estado de Santa Catarina, assim ementado (eDOC 10, p. 1):
“RECURSO INOMINADO – POLICIAL MILITAR DA RESERVA
REMUNERADA – LICENÇA ESPECIAL NÃO USUFRUÍDA ANTES DA
APOSENTADORIA – EXEGESE DO §4º DO ART. 190-A DA LEI
COMPLEMENTAR ESTADUAL 381/07 INDENIZAÇÃO DEVIDA–
SENTENÇA MANTIDA NESSE PONTO. INDENIZAÇÃO – CÁLCULO
COM BASE NA REMUNERAÇÃO BRUTA DO MÊS ANTERIOR À
APOSENTADORIA COM INCLUSÃO DO ABONO DE PERMANÊNCIA E
AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO. ENUNCIADO N. 5 DA TURMA DE
UNIFORMIZAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS: "NO CASO DE
PASSAGEM DO POLICIAL MILITAR À INATIVIDADE, A INDENIZAÇÃO
DA LICENÇA ESPECIAL EQUIPARADA À LICENÇA PRÊMIO DO
SERVIDOR CIVIL TEM COMO BASE O VALOR BRUTO DA
REMUNERAÇÃO DO ÚLTIMO MÊS ANTERIOR À INATIVAÇÃO".
(PROCESSO: 0000033-32.2013.8.24.9009 - SESSÃO DA TURMA DE

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UNIFORMIZAÇÃO DO DIA 28/04/2014 - PUBLICADO NO DJE N. 1861
EM 30/04/2014). ENCARGOS MORATÓRIOS DOS DÉBITOS DEVIDOS
PELA FAZENDA PÚBLICA -REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO N. 870.947/SE (TEMA N. 810) APLICABILIDADE
EXCLUSIVA DA FASE DE PRECATÓRIOS.” Os embargos declaratórios
opostos foram rejeitados (eDOC 14, p. 1). No recurso extraordinário, com
fundamento no art. 102, III, a, do permissivo constitucional, aponta-se
ofensa aos arts. 1º, 5º, II, 37 e 97, da Constituição Federal. Nas razões
recursais, sustenta-se, em suma, que “O art.190-A da LC nº 381/07, com
a redação da LC nº 534/11, já acima transcrito, inclusive incentiva o seu
gozo, prescrevendo que o servidor – às vésperas da inatividade - tem
preferência sobre os demais para o usufruto do benefício, sendo que a
sua passagem à inatividade sem prévio requerimento implica na perda do
direito de gozo. E isto é uma determinação à administração pública!
Portanto, o acórdão, ao acolher o pedido inicial, não levou em conta o que
dispõem os arts. 5º, II, e 37, da CF, acarretando violação ao princípio da
legalidade. Ora, tal princípio é capital à configuração do regime jurídico
administrativo e, consequentemente, do Estado de Direito.” (eDOC 16, p.
6, grifo no original). A Presidência da Oitava Turma de Recursos do TJ/SC
inadmitiu o recurso mediante o óbice da incidência das Súmulas 280, 282,
286 e 356 do STF (eDOC 18). É o relatório. Decido. A irresignação não
merece prosperar. Verifica-se que o Tribunal de origem, quando do
julgamento da apelação, à luz da jurisprudência pacificada do TJ/SC,
decidiu que "convertida a licença-prêmio em pecúnia, o valor pago
tem natureza indenizatória, pouco importando se não foi ela gozada
por necessidade de serviço" (TJSC, AC n. 2004.010368-9, Des. Newton
Trisotto) (eDOC 11, p. 4), como se vê de parte de trecho do voto condutor
do acórdão: “Sustenta em suas razões que o § 4º do art. 190-A da Lei
Complementar Estadual 381/07, com redação dada pela também Lei
Complementar Estadual 534/11, veda a conversão da licença-prêmio ou
especial em pecúnia caso o servidor não apresente prévio requerimento
de gozo da referida benesse, resultando na perda do direito. Ledo
engano. Tenho que, garantido ao servidor público e incorporado em
seu patrimônio jurídico o direito à vantagem da licença-prêmio ou
especial, tem ele o direito a ser indenizado da remuneração a que
teria direito nos respectivos períodos que deixou de gozar durante o
exercício das funções de seu cargo em razão de sua aposentadoria.”
(eDOC 11, p.3) Sendo esses os fundamentos acolhidos pelo acórdão
recorrido, eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo
juízo a quo demandaria o exame da legislação local aplicável à espécie
(Lei Complementar Estadual 381/07 e 534/11), o que inviabiliza o
processamento do apelo extremo, tendo em vista a vedação contida na
Súmula 280 do STF. (...). Ante o exposto, nego provimento ao recurso,
nos termos do art. 932, IV, a e b, do Código de Processo Civil, e majoro
em ¼ (um quarto) a verba honorária fixada anteriormente, devendo
ser observados os limites dos §§ 2º , 3º e 11 do artigo 85, do mesmo
dispositivo legal. Publique-se. Brasília, 6 de outubro de 2017. Ministro
Edson Fachin Relator Documento assinado digitalmente
(STF - ARE 1059989, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, julgado em
06/10/2017, publicado em PROCESSO ELETRÔNICO DJe-233 DIVULG
10/10/2017 PUBLIC 11/10/2017)

ADMINISTRATIVO. TRIBUTÁRIO. LICENÇA PRÊMIO NÃO GOZADA,


NEM CONTADA EM DOBRO. CONVERSÃO EM PECÚNIA.
POSSIBILIDADE. CARÁTER INDENIZATÓRIO. NÃO INCIDÊNCIA DE
IMPOSTO DE RENDA. I - Remessa oficial de sentença que julgou

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IMPOSTO DE RENDA. I - Remessa oficial de sentença que julgou
procedente o pedido para condenar a UNIÃO a converter em pecúnia as
licenças-prêmio não gozadas pelos demandantes, indenizando os
autores em montantes fixados de acordo com o número de meses,
tomando-se por base de cálculo o valor da remuneração no
momento em que lhes foi negado o direito ao gozo das
licenças-prêmio (fevereiro de 2013). II - Considerando que a
licença-prêmio é uma vantagem não prevista na LOMAN, impõe-se o
resguardo do direito à conversão em pecúnia das licenças-prêmios do
magistrado que as adquiriu, em cargo anterior, estas não gozadas em
face do interesse público, tampouco contadas em dobro para fins de
contagem de tempo de serviço para efeito de aposentadoria, com
fundamento na responsabilidade objetiva do Estado (artigo 37, parágrafo
6º, da CF/88) e no princípio que veda o enriquecimento ilícito da
Administração. III - Pagamento em montante equivalente ao número
de meses de licença, tomando-se por base de cálculo o valor da
remuneração no momento em que lhes foi negado o direito ao gozo das
licenças- prêmio, posto que o referido benefício era assegurado ao
servidor, a título de prêmio por assiduidade, com a remuneração do cargo
efetivo (artigo 87 da Lei 8.112/90). IV - Não incide imposto de renda
sobre os valores pagos a título de conversão da licença-prêmio não
gozada em pecúnia, em face do seu caráter indenizatório. Precedente
do STJ. AgRg no AREsp 160113 / DF. Rel. Min. Sérgio Kukina. Julg.
21/05/2013. DJe 27/05/2013. V - Remessa oficial improvida.

(TRF-5 - PROCESSO: 08033444320134058400, APELREEX/RN,


DESEMBARGADOR FEDERAL IVAN LIRA DE CARVALHO
(CONVOCADO), Quarta Turma, JULGAMENTO: 27/05/2014 )

APELAÇÃO. ADMINISTRATIVO. ESCRIVÃ DE POLÍCIA DO RIO DE


JANEIRO EM ATIVIDADE, MAS PRÓXIMA DE SUA APOSENTADORIA
COMPULSÓRIA. FÉRIAS NÃO GOZADAS. INDENIZAÇÃO. SENTENÇA
DE PROCEDÊNCIA. APELAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
PRELIMINAR DE PRESCRIÇÃO QUE SE AFASTA. TERMO INICIAL.
DATA DA APOSENTADORIA. POSSIBILIDADE DE CONVERSÃO DA
LICENÇA PRÊMIO E FÉRIAS NÃO GOZADAS EM INDENIZAÇÃO
PECUNIÁRIA, SOB PENA DE ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA DA
ADMINISTRAÇÃO. MODIFICAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DA
INDENIZAÇÃO, A FIM DE CONSIDERAR O VALOR BRUTO DA
ÚLTIMA REMUNERAÇÃO DA DEMANDANTE ANTES DA
APOSENTADORIA, MULTIPLICADA PELO NÚMERO DE FÉRIAS
VENCIDAS E NÃO GOZADAS. PRECEDENTES DESTE TRIBUNAL E
DO STJ.(...).

(TJ-RJ - REEX: 00525703820128190001 RIO DE JANEIRO CAPITAL 9


VARA FAZ PUBLICA, Relator: LUCIO DURANTE, Data de Julgamento:
27/05/2014, DÉCIMA NONA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação:
30/05/2014)

EMENTA: ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO.


RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO EM
CONDIÇÕES INSALUBRES. LICENÇA-PRÊMIO. DESAVERBAÇÃO.
PRESCRIÇÃO. INDENIZAÇÃO. POSSIBILIDADE. BASE DE
CÁLCULO. CORREÇÃO MONETÁRIA. TERMO INICIAL. abate-teto. 1.
(...). 3. Os servidores aposentados que não usufruíram a licença-prêmio

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nem a computaram em dobro, para fins de aposentadoria, fazem jus à sua
conversão em pecúnia, uma vez que a Lei resguardou o direito daqueles
que já haviam adquirido o direito, sob pena de enriquecimento ilícito da
Administração. 4. Sobre as prestações devidas deve incidir correção
monetária, a ser aplicada desde a data da aposentadoria (
considerando a base de cálculo utilizada como a última remuneração
recebida). 5. É cabível a inclusão do abono de permanência, do
décimo terceiro salário proporcional e do terço constitucional de
férias na base de cálculo das parcelas devidas a título de
licença-prêmio não usufruída e convertida em pecúnia. 6. (...)

(TRF4, AC 5010013-39.2015.4.04.7100, QUARTA TURMA, Relator


SÉRGIO RENATO TEJADA GARCIA, juntado aos autos em 24/03/2018)

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO ADMINISTRATIVO. LICENÇA PRÊMIO


NÃO GOZADA. SERVIDORA PÚBLICA MUNICIPAL APOSENTADA.
CONVERSÃO EM PECÚNIA. RECONHECIMENTO ADMINISTRATIVO
POR PARTE DO ENTE MUNICIPAL. PRINCÍPIO QUE VEDA O
ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. PRECEDENTE DO STF EM SEDE
DE REPERCUSSÃO GERAL. ORIENTAÇÃO CONSOLIDADA PELO
STJ. INDENIZAÇÃO QUE TEM COMO PARÂMETRO A
ÚLTIMA REMUNERAÇÃO DO SERVIDOR NA ATIVIDADE. RECURSO
A QUE SE NEGA PROVIMENTO. PEQUENO REPARO QUE SE FAZ DE
OFÍCIO NO QUE TANGE À TAXA JUDICIÁRIA, EIS QUE DEVIDA PELO
MUNICÍPIO DE MIRACEMA

(TJ-RJ - APELACAO PROCESSO: 0003339-69.2014.8.19.0034, -


DÉCIMA NONA CÂMARA CÍVEL, Des(a). VALÉRIA DACHEUX
NASCIMENTO - Julgamento: 02/05/2017)

DA PRESCRIÇÃO

No que tange a prescrição, os tribunais veem entendendo que a


prescrição de requerer a indenização referente a licenças-prêmios não gozadas
em pecúnia, tem início no ato da aposentadoria que é o registro junto ao Tribunal
de contas.

Vejamos o que nosso Colendo Superior Tribunal de Justiça, vem


entendendo acerca do assunto, in verbis:
ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. CONVERSÃO DE
LICENÇA-PRÊMIO EM PECÚNIA. PRESCRIÇÃO. ATO COMPLEXO.
TERMO INICIAL. HOMOLOGAÇÃO DO ATO DE APOSENTADORIA
PELO TRIBUNAL DE CONTAS. 1. Consoante o entendimento desta
Corte, por ser o ato de aposentação complexo, o prazo prescricional
do direito do servidor requerer a conversão em pecúnia da

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licença-prêmio não gozada somente se inicia com o registro da
aposentadoria no Tribunal de Contas. 2. Quando o agravo interno for
declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação
unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o
agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do
valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC/2015).
3. Agravo interno desprovido, com aplicação de multa.

(STJ - AgInt no REsp 1641014/DF, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA,


PRIMEIRA TURMA, julgado em 12/12/2017, DJe 27/02/2018)

PROCESSUAL CIVIL. DIREITO ADMINISTRATIVO. MANDADO DE


SEGURANÇA. SERVIDORES PÚBLICOS ESTADUAIS.
LICENÇA-PRÊMIO NÃO GOZADA E NEM UTILIZADA COMO TEMPO
PARA APOSENTADORIA. CONVERSÃO EM PECÚNIA. MARCO INICIAL
DA PRESCRIÇÃO PARA A SUA POSTULAÇÃO. DATA DO REGISTRO
DO JUBILAMENTO NO TRIBUNAL DE CONTAS. PRESCRIÇÃO
QUINQUENAL. NÃO OCORRÊNCIA NO CASO CONCRETO. 1. A
Primeira Seção do STJ, em sede de recurso repetitivo, entendeu que "... a
contagem da prescrição quinquenal relativa à conversão em pecúnia de
licença-prêmio não gozada e nem utilizada como lapso temporal para a
aposentadoria, tem como termo a quo a data em que ocorreu a
aposentadoria do servidor público" (REsp 1.254.456/PE, Rel. Ministro
BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe 02/05/2012). 2. Já
por sua Corte Especial, firmou o STJ a compreensão de que, "... sendo o
ato de aposentadoria um ato complexo, do qual se origina o direito à
conversão em pecúnia da licença-prêmio, a prescrição somente se inicia a
partir da integração de vontades da Administração. Assim, o início do
cômputo prescricional do direito à conversão em pecúnia da
licença-prêmio coincide com o dia posterior ao qual o ato de
aposentadoria ganhou eficácia com o registro de vontade da Corte
de Contas" (MS 17.406/DF, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS
MOURA, CORTE ESPECIAL, DJe 26/09/2012). 3. Da interpretação
conjunta desses precedentes se extrai que o marco inicial para a
contagem do prazo prescricional das ações que intentam converter
em pecúnia a licença-prêmio não gozada e nem utilizada para a
contagem do tempo de aposentação é a data do registro do ato da
jubilação pela Corte de Contas. 4. No recurso ordinário em mandado de
segurança não cabe ao STJ se pronunciar sobre as questões de mérito
não tratadas na Corte de origem, sob pena de indevida supressão de
instância. Precedentes. 5. Recurso ordinário em mandado de segurança
parcialmente provido, em ordem a afastar a prescrição e determinar o
retorno do feito à origem.

(STJ - RMS 47.331/BA, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA


TURMA, julgado em 12/12/2017, DJe 18/12/2017)

ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. MILITAR INATIVO.


LICENÇA ESPECIAL NÃO GOZADA. CONTAGEM DO TEMPO EM

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DOBRO INEFICAZ PARA O INGRESSO NA RESERVA REMUNERADA
. CONVERSÃO EM PECÚNIA. POSSIBILIDADE. PRESCRIÇÃO.
TERMO INICIAL. ATO DA APOSENTADORIA.

1. A Corte Especial do STJ estabelece que, por se tratar a


aposentadoria de ato administrativo complexo, o prazo prescricional
da pretensão de converter em pecúnia a licença-prêmio não gozada
tem início somente com o registro da aposentadoria no Tribunal de
Contas. Precedentes.

2. Consoante a jurisprudência deste Tribunal Superior, é possível, para o


servidor público aposentado, a conversão em pecúnia da
licença-prêmio não gozada ou não contada em dobro para a
aposentadoria, sob pena de enriquecimento ilícito da administração
pública. 3.[...]. 4. Recurso especial a que se nega provimento.

(STJ - REsp 1634035/RS, Relator Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA


TURMA, DJe 09/08/2017)

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA.


ADMINISTRATIVO. LICENÇA-PRÊMIO NÃO GOZADA. CONVERSÃO
EM PECÚNIA. TERMO INICIAL DO PRAZO PRESCRICIONAL:
REGISTRO DA APOSENTADORIA PELO TRIBUNAL DE CONTAS.
AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. 1. A Corte Especial do
STJ, no julgamento do MS 17.406/DF, Rel. Ministra MARIA THEREZA
DE ASSIS MOURA, DJe 26/09/2012, pacificou o entendimento de que o
direito à conversão em pecúnia das licenças-prêmio não
gozadas ou não utilizadas para a contagem do tempo de serviço
origina-se do ato de aposentadoria, que é complexo, de modo que o
prazo prescricional tem início com o registro da aposentadoria pelo
Tribunal de Contas. 2. In casu, não há nos autos informe sobre o
registro da aposentadoria do impetrante, ora recorrente, no Tribunal de
Contas. 3.[...]. 5. Agravo interno desprovido. (STJ - AgInt no RMS
28.973/DF, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, SEXTA
TURMA, DJe 21/2/2017).

Posto isto, não há o que se falar em prescrição, visto que, o


Requerente se aposentou na data de 19/07/2012, e teve seu registro através do
acordão no TCE, somente em 26/06/2014, afastando assim, o quesito da
prescrição.

ÔNUS PROBATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO

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Quando o direito do Autor depender da comprovação de fato
constitutivo negativo, como no caso em comento, o alegado não pagamento da
licença premio, o ônus da prova recairá, inevitavelmente, sobre a parte adversa,
no caso a Administração Publica, a qual não se desincumbindo de seu ônus,
devendo suportá-la. Portanto, esta deve provar que realizou o pagamento ou não
das licenças prêmio ao Autor, segundo a dicção do art. 373 , II , do CPC, o qual
preceitua neste sentido. É obrigação da entidade pública demonstrar o fato
impeditivo ao direito pleiteado pelo Autor. Além do mais, o Autor não tem meios
de comprovação, tanto quanto o Ente Publico, inevitavelmente, esta devera
suportar ônus da prova.

JURISPRUDENCIA

- ORDINÁRIA DE COBRANÇA. SERVIDOR MUNICIPAL. VERBAS


REMUNERATÓRIAS NÃO PAGAS. INEXISTÊNCIA DE PROVA DA
EDILIDADE CAPAZ DE IMPEDIR, ALTERAR OU EXTINGUIR O DIREITO
PLEITEADO. ÔNUS PROBATÓRIO DA MUNICIPALIDADE .
MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. DESPROVIMENTO. - Tratando-se de
ação de cobrança de remuneração intentada por empregado ou
funcionário público, opera a inversão do ônus probandi, cabendo à
Administração Pública demonstrar o adimplemento dos salários dos
seus servidores ou que estes não trabalharam no período reclamado,
pois os autores, normalmente, não têm meios materiais para
demonstrar a inadimplência do empregador, que, por sua vez, dispõe
de todos os recursos para fazer prova do contrário. Precedentes.1
VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS os presentes autos acima
identificados. (TJPB - ACÓRDÃO/DECISÃO do Processo Nº
00005973320138151161, 3ª Câmara Especializada Cível, Relator DES.
SAULO HENRIQUES DE SÁ BENEVIDES , j. em 26-09-2017)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. SERVIDOR EFETIVO.


PAGAMENTO NÃO DEMONSTRADO. ÔNUS PROBATÓRIO QUE CABE
À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. INTELIGÊNCIA DO ART. 373, II, DA LEI
PROCESSUAL CIVIL DE 2015. MANUTENÇÃO DO DECISUM.
DESPROVIMENTO. - Em ação de cobrança envolvendo verbas
trabalhistas, cabe ao município comprovar que fez o pagamento,
pois, ao reverso, subtende-se que não o efetuou na forma devida. -
Uma vez preenchidos todos os requisitos para a progressão especificados
na lei complementar nº 002/2010 que dispõe sobre o plano de cargos,
carreira e remuneração do magistério público municipal de Cajazeirinhas,
é obrigação do Município comprovar o pagamento da remuneração

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do servidor nos moldes da legislação vigente, objeto da ação de
cobrança, em consonância com o disposto no art. 373, II, do
CPC/2015. (TJPB - ACÓRDÃO/DECISÃO do Processo Nº
00005938320158150301, 3ª Câmara Especializada Cível, Relator DESA.
MARIA DAS GRAÇAS MORAIS GUEDES , j. em 09-10-2017)

DO DIREITO

A licença prêmio é um benefício em que o servidor público em seu


período de labor, recebe quando cumpre suas tarefas com assiduidade, tendo
assim o direito de gozar 03 (três) meses de licença a cada quinquênio ininterrupto
de efetivo exercício no serviço público.

Vejamos que, o fato do Autor não ter gozado tais licenças, ocorreu
devido à falta de ajuste na questão dos requisitos, como a adequação do
calendário, necessidade de autorização e nova contratação, além de toda a
demanda de trabalho por falta de mão de obra.

Desta forma, o requerente tem o direito de requerer junto a


administração pública, as licenças em forma de pecúnia.

Ademais, observemos assim como nossa jurisprudência vem


entendendo do acerca do assunto:

A jurisprudência consolidada desta Corte já assentou que os


servidores públicos têm direito à conversão em pecúnia da
licença-prêmio não gozada, desde que cumpridos os
requisitos necessários à sua concessão, mesmo que tal
direito seja suprimido por lei revogadora superveniente. 2.
O recurso extraordinário possui como pressuposto necessário
à sua admissão o pronunciamento explícito sobre as questões
objeto do recurso, sob pena de supressão de instância inferior.
3. Agravo regimental improvido.

(STF - AI-AgR: 460152 SC, Relator: ELLEN GRACIE, Data de


Julgamento: 29/11/2005, Segunda Turma, Data de
Publicação: DJ 10-02-2006 PP-00010 EMENT VOL-02220-03
PP-00555)

Como se pode observar, é pacífico em nossa jurisprudência a conversão


de licença-prêmio em pecúnia, para servidor público aposentado.

Vejamos entendimento já pacificado do Supremo Tribunal Federal:

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Decisão: Trata-se de agravo regimental interposto em face de decisão
monocrática em que neguei provimento ao recurso com base na Súmula
280/STF. Verifica-se que esta Corte, ao apreciar o ARE 721.001-RG (
tema 635), Rel. Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 7.3.2013,
reconheceu a existência de repercussão geral da matéria em debate e
reafirmou a jurisprudência do STF, no sentido de que, à luz da proibição
do enriquecimento sem causa, é devida a conversão de férias não
usufruídas, bem assim de outros direitos de natureza remuneratória,
como a licença prêmio, em indenização pecuniária por aqueles que
não mais podem delas usufruir, quer pela inatividade, quer pelo
rompimento do vínculo com a Administração Pública. O acórdão
restou assim ementado: “Recurso extraordinário com agravo. 2.
Administrativo. Servidor Público. 3. Conversão de férias não gozadas –
bem como outros direitos de natureza remuneratória – em
indenização pecuniária, por aqueles que não mais podem delas
usufruir. Possibilidade. Vedação do enriquecimento sem causa da
Administração. 4. Repercussão Geral reconhecida para reafirmar a
jurisprudência desta Corte.” Ante o exposto, reconsidero a decisão
agravada e, em consequência, julgo prejudicado o agravo regimental,
determinando a remessa dos autos ao Tribunal de origem para
adequação ao disposto no artigo 1.036 do Código de Processo Civil, nos
termos do art. 328 do RISTF. Publique-se. Brasília, 04 de abril de 2018.
Ministro Edson Fachin Relator Documento assinado digitalmente

(STF - ARE 1059989 AgR, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, julgado em


04/04/2018, publicado em PROCESSO ELETRÔNICO DJe-066 DIVULG
06/04/2018 PUBLIC 09/04/2018)

FÉRIAS E LICENÇA-PRÊMIO – SERVIDOR PÚBLICO – GOZO –


IMPOSSIBILIDADE – CONVERSÃO EM PECÚNIA. Uma vez
inviabilizada a obrigação de fazer, ante a necessidade do serviço e a
aposentadoria do servidor, dá-se a transmutação em obrigação de
dar, considerada a indenização. Precedente: recurso extraordinário
com agravo nº 721.001/RJ, Pleno, acórdão publicado no Diário da Justiça
de 7 de março de 2013. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – FIXAÇÃO.
Havendo interposição de recurso sob a regência do Código de Processo
Civil de 2015, cabível é a fixação de honorários de sucumbência recursal
previstos no artigo 85, § 11, do diploma legal.

(STF - RE 1009303 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira


Turma, julgado em 20/06/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-217
DIVULG 25-09-2017 PUBLIC 26-09-2017)

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E o TJPB sobre o este assunto, assim se posicionou:

APELAÇÃO. AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA. PROCEDÊNCIA EM


PRIMEIRO GRAU. INCONFORMISMO DA EDILIDADE. CONVERSÃO
DE LICENÇA-PRÊMIO EM PECÚNIA. POSSIBILIDADE. SERVIDORA
PÚBLICA APOSENTADA. CARGO DE AUXILIAR DE SERVIÇOS
GERAIS. RUPTURA DE VÍNCULO. IMPOSSIBILIDADE DO GOZO.
VEDAÇÃO DE LOCUPLETAMENTO INDEVIDO DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS. MANUTENÇÃO DA
DECISÃO. DESPROVIMENTO. - Preenchidos os requisitos para a
concessão da licença especial e, havendo ruptura do vínculo laboral,
em razão de aposentadoria compulsória, impossibilitando a fruição
do benefício, deve ser convertida em pecúnia a licença pleiteada, a
fim de evitar locupletamento indevido da Administração Pública.
(TJPB - ACÓRDÃO/DECISÃO do Processo Nº 00025790220138150541,
4ª Câmara Especializada Cível, Relator DES. FREDERICO MARTINHO
DA NÓBREGA COUTINHO , j. em 29-08-2017)

Além disso, a licença-prêmio é um direito adquirido, pelo seu trabalho,


onde deve a Administração Pública converter tais licenças não gozadas em
indenização sobre pecúnia, sob pena de enriquecimento sem causa da
Administração.

REMESSA OFICIAL E APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA.


CONVERSÃO DE LICENÇA-PRÊMIO EM PECÚNIA. PROCEDÊNCIA.
SUBLEVAÇÃO DO ENTE ESTATAL. POLICIAL MILITAR LICENCIADO
A PEDIDO. LICENÇA ESPECIAL NÃO USUFRUÍDA PELO SERVIDOR.
RUPTURA DO VÍNCULO. IMPOSSIBILIDADE DE GOZO. CONVERSÃO
EM PECÚNIA. CABIMENTO. VEDAÇÃO AO ENRIQUECIMENTO
INDEVIDO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. PRECEDENTES.
MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. DESPROVIMENTO DA REMESSA
OFICIAL E DA APELAÇÃO. - Segundo entendimento consolidado do
Superior Tribunal de Justiça, "é devida ao servidor público aposentado a
conversão em pecúnia da licença-prêmio não gozada, ou não contada em
dobro para aposentadoria, sob pena de enriquecimento ilícito da
Administração. (STJ; AgInt-REsp 1.651.790; Proc. 2017/0022735-7; RS;
Segunda Turma; Rel. Min. Mauro Campbell Marques; DJE 14/06/2017). -
Nos moldes do art. 65 da Lei Estadual nº 3.909/77, que dispõe sobre o
Estatuto da Polícia Militar do Estado da Paraíba, a licença especial, com
duração de 06 (seis) meses, será devida ao servidor a cada decênio de
efetivo serviço prestado. - Havendo previsão legal de licença especial por
cada 10 (dez) anos de serviço efetivo prestado pelo Policial Militar e
tendo ocorrido a ruptura do vínculo entre o servidor e a
Administração antes do gozo desse benefício, deve a licença não

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usufruída ser convertida em pecúnia, a fim de indenizar o servidor e
evitar o enriquecimento ilícito da Administração. (STJ; AgInt-REsp
1.651.790; Proc. 2017/0022735-7; RS; Segunda Turma; Rel. Min. Mauro
Campbell Marques; DJE 14/06/2017).

(TJPB - ACÓRDÃO/DECISÃO do Processo Nº 00271799120148150011,


4ª Câmara Especializada Cível, Relator DES. FREDERICO MARTINHO
DA NÓBREGA COUTINHO , j. em 08-08-2017)

Ademais, a interpretação deste dispositivo é clara em entender, uma vez


que não haverá mais a possibilidade de gozo das licenças-prêmios do período,
não resta alternativa, senão indenizar o Autor pelos períodos não gozados em
atividade.

Ademais, o art. 884 do Código Civil, assim dispõe sobre o enriquecimento


sem causa:

“Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem,


será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a
atualização dos valores monetários.”

E, nesse mesmo sentido, preleciona Maria Helena Diniz: “... se o aumento do


patrimônio se deu à causa de outrem, impõe-se a devolução da coisa” (Código
Civil Anotado, 9 ed. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 558).

CONVERSÃO EM PECÚNIA INDEPENDE DE REQUERIMENTO


ADMINISTRATIVO

O Autor como servidor público, hoje aposentado, tem o direito à


conversão em pecúnia das licenças-prêmio não gozado, independentemente de
requerimento administrativo, sob pena de configuração do enriquecimento ilícito
da Administração e de mácula ao princípio da inafastabilidade da jurisdição.

Vejamos o entendimento dos Tribunais sobre o tema em debate:

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. ALEGAÇÃO DE OFENSA


AO ART. 535 DO CPC/1973 FEITA DE FORMA GENÉRICA. SÚMULA
284/STF. SERVIDOR PÚBLICO. CONVERSÃO EM PECÚNIA DA
LICENÇA-PRÊMIO NÃO GOZADA. REQUERIMENTO

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LICENÇA-PRÊMIO NÃO GOZADA. REQUERIMENTO
ADMINISTRATIVO. DESNECESSIDADE. PRINCÍPIO QUE VEDA O
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO DA ADMINISTRAÇÃO. 1. É deficiente a
fundamentação do Recurso Especial em que a alegação de ofensa ao art.
535 do CPC/1973 se faz de forma genérica, sem a demonstração exata
dos pontos pelos quais o acórdão se fez omisso, contraditório ou obscuro.
Aplica-se, na hipótese, o óbice da Súmula 284 do STF. 2. A orientação
do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que é cabível a
conversão em pecúnia da licença-prêmio e/ou férias não gozadas,
independentemente de requerimento administrativo, sob pena de
configuração do enriquecimento ilícito da Administração. 3. Recurso
Especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido, para anular o
acórdão recorrido e restabelecer a sentença de 1° grau.

(STJ - REsp 1662749/SE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA


TURMA, julgado em 16/05/2017, DJe 16/06/2017)

VERBA INDENIZATORIA NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA

É firme no Superior Tribunal de Justiça e em Tribunais Pátrios o


entendimento de que não incide contribuição previdenciária ou imposto de renda
em verbas de caráter indenizatório como licença especial ou premio convertida
em pecúnia, já que não se trata de verba remuneratória.

A propósito:

TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ART. 535,


II, DO CPC/1973. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO. NÃO INCIDE IMPOSTO
DE RENDA SOBRE LICENÇA-PRÊMIO CONVERTIDA EM PECÚNIA.
NATUREZA INDENIZATÓRIA. ABONO ANTIGUIDADE. EXISTÊNCIA DE
ACRÉSCIMO PATRIMONIAL. HIPÓTESE QUE SE AMOLDA AO ART. 43
DO CTN. 1. Inexiste contrariedade ao art. 535, II, do CPC/1973 quando o
Tribunal de origem decide fundamentadamente todas as questões postas
ao seu exame. Ademais, não se deve confundir decisão contrária aos
interesses da parte com ausência de prestação jurisdicional. 2. A
jurisprudência desta Corte Superior firmou-se no sentido de que as
verbas recebidas pelas licenças-prêmio convertidas em pecúnia não
constituem acréscimo patrimonial e possuem natureza indenizatória,
razão pela qual sobre elas não pode incidir o Imposto de Renda.
Precedentes. 3. A percepção de abono antiguidade não se amolda a
nenhuma das hipóteses de isenção do Imposto de Renda previstas na
legislação de regência, notadamente no art. 6º da Lei n. 7.713/1988. O
simples fato de o abono ter sido pago após a rescisão contratual não lhe
confere natureza indenizatória a afastar a ocorrência de acréscimo

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patrimonial e, por consequência, a aplicação do art. 43 do CTN. 4.
Recurso especial provido em parte.

(STJ- REsp 1379120/ES, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA


TURMA, julgado em 03/04/2018, DJe 10/04/2018)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. SERVIDORES PÚBLICOS


APOSENTADOS. IMPOSTO DE RENDA. LICENÇA PRÊMIO NÃO
GOZADA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA.
RESTABELECIMENTO DE VANTAGEM. POSSIBILIDADE. HIPÓTESE
QUE NÃO SE ENQUADRA NAS EXCEÇÕES PROIBITIVAS. LEI
9.494/1997. PRESSUPOSTOS AUTORIZADORES DA CONCESSÃO DA
TUTELA. REEXAME. SÚMULA 7/STJ. AUSÊNCIA DE
PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 211/STJ. (...) 3. "A pecúnia
percebida a título de férias vencidas - simples ou proporcionais -
acrescidas de 1/3 (um terço), abono-assiduidade e licença-prêmio não
gozadas por necessidade de serviço ou mesmo por opção do
servidor não é fato gerador de imposto de renda, em virtude do
caráter indenizatório dos aludidos valores." (REsp 884.589/SP, Rel.
Ministro João Otávio de Noronha, Segunda Turma, Dj de 4.12.2006). 4.
(...) 7. Agravo Regimental não provido.
(STJ - AgRg no AREsp 71.789/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
SEGUNDA TURMA, DJe 12/04/2012).

DOS PEDIDOS

Diante dos fatos e fundamentos acima transcritos, requer-se:

a) A citação do ESTADO DA PARAÍBA, na pessoa de seu representante legal,


para que, no prazo estabelecido por lei, conteste a presente ação, sob pena de
revelia;

b) Requer que seja concedida a PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DESSE


PROCESSO, tendo em vista a idade do autor 69 (sessenta e nove) anos,
perfazendo assim, jus ao benefício da prioridade na tramitação de procedimentos
judiciais;

c) A intimação do Douto representante do Ministério Público;

d) O benefício da justiça gratuita, nos termos da Lei nº13.105/2015 art. 98,


paragrafo 1º, uma vez que o Requerente não se encontra em condições de arcar
com as despesas processuais sem prejuízo próprio e de sua família;

e) Seja julgada procedente a presente ação, condenando o requerido ao


pagamento de indenização pecuniária dos 03 (três) meses de licenças-prêmio

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não gozadas, no valor de R$ 24.127,09 (vinte e quatro mil cento e vinte sete
reais e nove centavos), conforme planilha de calculo acima descrita, valor este,
corrigido até a data de 01/03/2018, e que seja devidamente acrescido de juros e
correção até a data do efetivo pagamento;

f) Que não seja incidido desconto de verba previdenciária e imposto de renda por
se tratar de verba indenizatória;

g) A condenação nas custas, despesas processuais e honorários advocatícios na


base de 20% (vinte por cento) do valor da condenação;

h) Pretende-se provar o alegado por todos os meios de prova admitidos, em


especial, pelos documentos acostados à inicial, por testemunhas a serem
arroladas em momento oportuno e novos documentos que se mostrarem
necessários.;

Dá-se à causa, no valor de R$ 24.127,09 (vinte e quatro mil cento e


vinte sete reais e nove centavos).

Nos termos, em que

Pede deferimento

João Pessoa/PB, 18 de abril de 2018.

Alcir Barros da Silva

OAB/PB 10.289

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