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GESTÃO E CONTROLE DA

CONTA VINCULADA AOS


CONTRATOS DE
TERCEIRIZAÇÃO

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

OUT/2019
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

APRESENTAÇÃO

A utilização da conta vinculada aos contratos de prestação de serviços


contínuos mediante cessão de mão de obra (terceirização) é um procedimento de
fiscalização de contratos administrativos, que tem como principal objetivo mitigar a
responsabilização da Administração Pública, garantindo os recursos necessários para
o cumprimento de obrigações sociais e trabalhistas, em caso de inadimplemento da
contratada durante a execução do contrato, bem como na extinção ou rescisão do
contrato administrativo.

Apesar dos benefícios que o emprego da conta vinculada pode trazer para
a Administração Pública contratante, a implementação e o gerenciamento necessário
para sua adequada operacionalização não é uma tarefa simples. O êxito no
procedimento depende de: planejamento interno para utilização da conta vinculada;
controle eficiente dos valores depositados e liberados; e o conhecimento da legislação
trabalhista e previdenciária necessárias para o correto pagamento de verbas
trabalhista, e liberação de valores bloqueados.

Nesse sentido, este treinamento foi desenvolvido para: mostrar os


procedimentos necessários à implementação e à operacionalização da conta
vinculada aos contratos de terceirização, compartilhando experiências e boas práticas
quanto à implantação, controle e liberação de valores da conta vinculada, visando
solucionar problemas do cotidiano.

O treinamento será expositivo e participativo, por meio do processo de


ensino-aprendizagem, com proposição de pontos polêmicos para debate e troca de
experiências entre os participantes e a facilitadora Paola Karina de Barrón Sales1.

1
Graduada em Ciências Contábeis pela Universidade de Brasília, graduanda em Direito pelo UniCEUB, pós-graduada em Gestão
Pública – linha de pesquisa em Auditoria Pública, pela Faculdade Fortium. Analista de Administração Pública do Tribunal de
Contas do Distrito Fedral - TCDF, lotada no Serviço de Contratos – SERCO, onde faz a gestão de contratos e das contas
vinculadas do TCDF.
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 7
TERCEIRIZAÇÃO ................................................................................................................. 7
2.1 Contrato de terceirização ................................................................................................ 8
2.2 Responsabilidade da Administração Pública na terceirização de serviços ......................11
2.2.1 Responsabilidade solidária por encargos previdenciários ...............................................11
2.2.1.1 Substituição Tributária do INSS ..............................................................................12
2.2.2 Responsabilidade subsidiária por encargos trabalhistas .................................................14
2.2.2.1 Divergência entre a Lei nº 8.666/93 e a Súmula 331 do TST...................................14
2.2.2.2 ADC-16 - STF e a nova redação da Súmula 331 do TST ........................................16
CONTA VINCULADA ...........................................................................................................23
3.1 Origem ..........................................................................................................................23
3.2 Regulamentação da conta vinculada na esfera Federal. ................................................23
3.2.1 Instrução Normativa CNJ nº 1/2008 – criação e utilização de conta vinculada pelo CNJ .23
3.2.2 Resolução CNJ nº 98/2009 – criação da conta vinculada Poder Judiciário......................24
3.2.3 IN nº 2/2008 (alterada pela IN nº 3/2009) – previsão da conta vinculada.........................25
3.2.4 Acórdão TCU nº 1.214/2013 – não recomendação da conta vinculada ...........................25
3.2.5 Parecer nº 73/2013/DECOR/CGU/AGU – Licitude da conta vinculada ............................27
3.2.6 IN nº 2/2008 (alterada pela IN 6/2013) obrigatoriedade da conta vinculada.....................29
3.2.7 Acórdão TCU nº 2328/2015 – estudo custo-benefício da conta vinculada .......................29
3.2.8 IN nº 5/2017 (revogou a IN nº 2/2008) – inclusão pagamento pelo fato gerador ..............31
3.3 Legislação da conta vinculada no âmbito do Distrito Federal. .........................................36
3.3.1 A Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 4831-DF...................................................36
3.3.2 Decisão TCDF nº 3209/2017 ..........................................................................................38
3.3.3 Decreto Distrital nº 39.978/2019 .....................................................................................39
CONTA VINCULADA NO ÂMBITO DO DISTRITO FEDERAL ..............................................41
4.1 O que é a conta corrente vinculada – bloqueada para movimentação? ..........................41
4.2 Depósitos ......................................................................................................................41
4.3 Saques/Liberações ........................................................................................................42
4.4 Aspecto positivo e aspectos negativos para utilização de conta vinculada......................42
4.5 Bloqueio judicial.............................................................................................................43
PLANEJAMENTO PARA IMPLANTAÇÃO DE CONTA VINCULADA ....................................44
5.1 Providências preliminares para a implantação de conta vinculada..................................44
5.1.1 Acordo de Cooperação Técnica com o BRB ...................................................................44

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

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5.1.2 Designação de unidades administrativas para gestão das contas vinculadas..................44


5.1.3 Disposições obrigatórias no edital e no contrato administrativo .......................................45
5.2 Encargos trabalhistas e sociais que são objeto de provisão ...........................................45
IMPLEMENTAÇÃO DE CONTA VINCULADA ......................................................................47
6.1 Abertura de conta corrente vinculada – bloqueada para movimentação .........................47
6.1.1 Fluxo operacional para abertura da conta vinculada .......................................................49
6.1.2 Comprovante de abertura da conta corrente vinculada ...................................................50
6.2 Abertura de contas-salário dos empregados ..................................................................53
6.2.1 O que é conta-salário? ...................................................................................................53
6.2.2 Portabilidade do salário ..................................................................................................54
6.2.3 Pode a instituição financeira descontar empréstimo na conta-salário? ............................54
6.2.4 Podem ser cobradas tarifas pela utilização da conta-salário? .........................................54
6.3 Retenção de valores e depósito em conta vinculada ......................................................55
6.4 Passo a passo para depósito das provisões em conta vinculada....................................55
BASE DE CÁLCULO DOS ENCARGOS ..............................................................................57
7.1 Composição da provisão mensal destinada à conta vinculada .......................................57
7.2 Base de cálculo .............................................................................................................57
7.2.1 Salário ...........................................................................................................................58
7.2.2 Remuneração ................................................................................................................58
7.2.3 Base de cálculo pelo Decreto nº 34.649/2013 .................................................................58
7.3 Percentual .....................................................................................................................60
ENCARGOS TRABALHISTAS .............................................................................................61
8.1 13º Salário .....................................................................................................................61
8.1.1 Direito do trabalhador ao 13º salário ...............................................................................61
8.1.2 13º salário proporcional ..................................................................................................62
8.1.3 Metodologia de cálculo ...................................................................................................62
8.1.4 Percentual para depósito na conta vinculada ..................................................................63
8.1.5 Parcelamento do 13º salário e prazo de pagamento .......................................................63
8.1.5.1 Requerimento de adiantamento do 13º salário pelo empregado ..............................63
8.1.6 Contribuição Previdenciária (INSS) e FGTS sobre o 13º salário .....................................63
8.1.7 Perda de direito ao 13º salário........................................................................................65
8.2 Férias ............................................................................................................................65
8.2.1 Direito do trabalhador às férias .......................................................................................65
8.2.2 Adicional de férias ..........................................................................................................66
8.2.3 Período aquisitivo de férias ............................................................................................66
8.2.4 Período concessivo de férias..........................................................................................66
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8.2.5 Aviso de férias................................................................................................................67


8.2.6 Férias Vencidas .............................................................................................................67
8.2.7 Férias Proporcionais ......................................................................................................68
8.2.8 Metodologia de cálculo ...................................................................................................69
8.2.9 Percentual para depósito na conta vinculada ..................................................................70
8.2.10 Parcelamento de férias ...........................................................................................70
8.2.11 Prazo para pagamento das férias ...........................................................................71
8.2.12 Contribuição Previdenciária e FGTS sobre férias e abono de férias ........................73
8.2.13 Abono Pecuniário ...................................................................................................75
8.2.14 Redução e Perda do direito às férias ......................................................................76
8.2.14.1 Faltas injustificadas ................................................................................................76
8.2.14.2 Demissão por justa causa.......................................................................................77
8.2.14.3 Rescisão por culpa recíproca .................................................................................78
8.3 Multa sobre o FGTS e Contribuição Social .....................................................................79
8.3.1 Direito do empregado à multa do FGTS..........................................................................79
8.3.2 Contribuição Social ........................................................................................................80
8.3.3 Percentual para depósito na conta vinculada ..................................................................80
8.3.4 Redução ou perda do direito à multa do FGTS ...............................................................81
8.3.4.1 Redução da multa do FGTS pela metade (20%) .....................................................81
8.3.4.2 Perda do direito à multa do FGTS...........................................................................82
8.4 Percentual mensal dos encargos trabalhistas para a conta vinculada ............................83
ENCARGOS SOCIAIS .........................................................................................................84
9.1 Contribuições Previdenciárias ........................................................................................85
9.1.1 Contribuição Previdenciária Patronal (INSS)...................................................................85
9.1.2 Contribuição adicional – RAT ajustado (RAT X FAP) ......................................................85
9.1.2.1 RAT e atividade preponderante da empresa ...........................................................85
9.1.2.2 FAP........................................................................................................................87
9.2 Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ..........................................................92
9.3 Contribuições para outras entidades (terceiros) .............................................................95
9.4 Percentual mensal dos encargos sociais para a conta vinculada....................................98
9.5 Itens da Planilha de Custo e Formação de Preços .........................................................99
9.6 Situações diferenciadas de tributação ..........................................................................101
9.6.1 ME e EPP optantes pelo SIMPLES ..............................................................................101
9.6.2 CPRB...........................................................................................................................103
9.7 Percentual estabelecido pela legislação do DF ............................................................105
VALORES PARA DEPÓSITO MENSAL NA CONTA VINCULADA......................................108
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10.1 Cálculo do valor mensal destinado à conta vinculada...................................................108


10.2 Alteração do valor mensal destinado à conta vinculada................................................108
10.2.1 Aumento do salário dos empregados ....................................................................109
10.2.2 Alteração da quantidade de empregados ..............................................................109
10.2.3 Alteração do percentual ........................................................................................110
CONTROLE MENSAL DE CONTA VINCULADA ................................................................111
11.1 Autuação de processo específico.................................................................................111
11.2 Controle dos empregados ............................................................................................112
11.3 Conciliação Bancária ...................................................................................................113
11.4 Ferramenta para controle de valores por empregado e por provisão ............................115
LIBERAÇÃO PARCIAL DE VALORES ...............................................................................121
12.1 Liberação conta-salário empregado X conta corrente da empresa ...............................121
12.2 Passo a passo para a liberação de valores da conta vinculada ....................................124
DOCUMENTAÇÃO PARA LIBERAR 13º SALÁRIO E FÉRIAS ...........................................126
13.1 Liberação de 13º salário ..............................................................................................126
13.1.1 Documentação para liberação de 13º salário ........................................................126
13.1.2 Roteiro para verificação – pagamento 13º salário .................................................126
13.2 Liberação de férias e abono de férias ..........................................................................133
13.2.1 Documentação para liberação de férias e abono de férias ....................................133
13.2.2 Roteiro de verificação - férias e abono de férias....................................................133
RESCISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO.....................................................................138
14.1 Direitos do trabalhador em rescisão de contrato de trabalho ........................................138
14.2 Aviso prévio .................................................................................................................138
14.2.1 Prazo início aviso prévio .......................................................................................138
14.2.2 Aviso prévio trabalhado ........................................................................................139
14.2.3 Aviso prévio indenizado ........................................................................................140
14.2.4 Renúncia ao aviso prévio .....................................................................................140
14.2.5 Indenização adicional X data base (Trintídio) ........................................................142
14.2.6 Aviso Prévio Proporcional .....................................................................................143
14.3 Tipos de contrato de trabalho.......................................................................................146
14.4 Formas de rescisão .....................................................................................................147
14.5 Contrato de trabalho por prazo determinado com rescisão antecipada .........................150
14.6 Verbas rescisórias .......................................................................................................152
14.7 Prazo para pagamento das verbas rescisórias .............................................................152
14.8 Exame médico Demissional .........................................................................................153
14.9 Tipos de Contrato X Formas de Rescisão X Verbas rescisórias devidas ......................154
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DOCUMENTAÇÃO PARA LIBERAR VERBAS RESCISÓRIAS ..........................................156


15.1 Documentação para liberação - rescisão de contrato de trabalho.................................156
15.2 Roteiro de verificação - rescisão de contrato de trabalho .............................................156
LIBERAÇÃO DE ENCARGOS SOCIAIS SOBRE 13º SAL. E FÉRIAS ................................184
16.1 Liberação de encargos sociais sobre o 13º salário e as férias ......................................184
16.1.1 Encargos sociais sobre o 13º salário ....................................................................184
16.1.1.1 Documentação para liberação dos encargos sociais sobre o 13º salário ...............184
16.1.1.2 Roteiro de verificação – encargos sociais sobre o 13º salário ...............................185
16.1.2 Encargos sociais sobre as férias ..........................................................................188
16.1.2.1 Documentação para liberação dos encargos sociais sobre as férias .....................188
16.1.2.2 Roteiro de verificação – encargos sociais sobre as férias .....................................188
VALOR A LIBERAR DE CADA PROVISÃO ........................................................................189
17.1 13º salário e férias durante a vigência do contrato de trabalho .....................................189
17.2 Verbas rescisórias .......................................................................................................190
17.3 Encargos sociais sobre 13º salário...............................................................................190
17.4 Encargos sociais sobre as férias..................................................................................190
LIBERAÇÃO DE SALDO REMANESCENTE DE CONTA VINCULADA ..............................192
18.1 Liberação de saldo remanescente durante a vigência do contrato ................................192
18.1.1 13º salário ............................................................................................................192
18.1.2 Férias ...................................................................................................................192
18.2 Liberação no encerramento do contrato administrativo.................................................192
ANEXOS ............................................................................................................................193
19.1 LEI DISTRITAL Nº 4.636/2011 .....................................................................................193
19.2 DECRETO DISTRITAL Nº 34.649/2013 .......................................................................197
19.3 DECRETO DISTRITAL Nº 36.164/2014 .......................................................................202
19.4 MINUTA ACORDO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA BRB ..............................................205
REFERÊNCIAS..................................................................................................................211

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INTRODUÇÃO

Nesta apostila serão apresentados os conceitos básicos, a


fundamentação normativa e jurisprudencial, a metodologia de cálculo dos encargos
cujos valores são objeto de provisão, para depósito em conta vinculada aos
contratos de terceirização, documentação comprobatória do pagamento das
obrigações, bem como os procedimentos para a gestão e o controle da conta
vinculada, em observância à Lei Distrital nº 4.636/2011 e ao Decreto Distrital
nº34.649/2013.

O instituto da conta vinculada aos contratos de terceirização foi criado


com a finalidade de mitigar os riscos relacionados aos contratos de serviços com
dedicação exclusiva de mão de obra, bem como evitar as condenações judiciais da
Administração Pública, frente às obrigações previdenciárias e trabalhistas nesses
tipos de contrato.

Nesse sentido, antes de se abordar sobre a conta vinculada


propriamente dita, é importante compreender o que é um contrato de terceirização
e os riscos inerentes a este tipo de contrato.

TERCEIRIZAÇÃO

Terceirização em sentido amplo significa entregar a terceiros, um


intermediário, mediante contrato, a execução de serviços para satisfazer as
necessidades do contratante.

A terceirização aqui abordada será aquela em sentido estrito, realizada


pela Administração Pública, na qual há a contratação de mão de obra terceirizada
para a execução de atividades auxiliares, acessórias e de apoio à missão
institucional, com base nos princípios da eficiência e eficácia, visando ao interesse
público.

Segundo Vólia Bomfim Cassar2, a terceirização é a relação trilateral


formada entre trabalhador, intermediador de mão de obra e empresa tomadora de
serviços, na qual a empresa prestadora de mão de obra coloca seus trabalhadores

2
CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do trabalho: de acordo com a reforma trabalhista Lei 13.467/2017 – 15ª ed.
São Paulo: Método, 2018. P.474.
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nas empresas tomadoras, ou seja, a tomadora contrata mão de obra por meio de
outra pessoa, que serve de intermediadora entre o tomador e os trabalhadores.

O modelo trilateral de relação econômica de trabalho (firmada com a


empresa tomadora) e jurídica empregatícia (firmada com a empresa intermediadora
de mão de obra), que surge com o processo terceirizante, é francamente distinto do
clássico modelo empregatício, que se funda em relação de caráter essencialmente
bilateral.3

Na terceirização regular, o vínculo empregatício, por meio do contrato


de trabalho, se forma entre o empregado e o empregador, que é a empresa
prestadora de mão de obra. Já o vínculo jurídico do tomador, ocorre com a empresa
prestadora de serviços e não com os empregados desta.

Entretanto, se existir a pessoalidade e a subordinação direta entre o


trabalhador terceirizado e o tomador de serviços, a terceirização será considerada
ilegal e terá como efeito jurídico o reconhecimento do vínculo empregatício com o
tomador de serviços.

Em razão da exigência constitucional, art. 37, inciso II, de prévia


aprovação em concurso público como requisito para a investidura em cargo ou
emprego público, a contratação de trabalhadores terceirizados, mesmo de forma
irregular e contrária à lei, pelos órgãos da Administração Pública não gera o
reconhecimento de vínculo empregatício com o tomador público.

2.1 Contrato de terceirização

O contrato de terceirização é qualificado pela presença de 2 elementos:

 O objeto do contrato é a prestação de serviços de natureza


continuada; e

 A execução dos serviços ocorre mediante cessão de mão de obra


pela empresa contratada.

Entende-se por serviços de natureza continuada aqueles serviços


considerados essenciais e perenes para o alcance da missão pública
institucional. A essencialidade está relacionada a danos e prejuízos que podem ser

3
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho – 17ª ed. São Paulo: LTr, 2018, p. 534
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causados à Administração Pública ou à coletividade, em caso de eventual


paralisação do serviço, comprometendo o cumprimento da missão institucional.

Já a perenidade, está associada ao atendimento de necessidades


públicas permanentes do serviço, voltadas para o funcionamento da Administração
Pública.

O conceito apresentado está em consonância com a IN nº 5/2017 –


SEGES/MP:

IN 05/2017

Art. 15. Os serviços prestados de forma contínua são aqueles


que, pela sua essencialidade, visam atender à necessidade
pública de forma permanente e contínua, por mais de um
exercício financeiro, assegurando a integridade do patrimônio
público ou o funcionamento das atividades finalísticas do órgão ou
entidade, de modo que sua interrupção possa comprometer a
prestação de um serviço público ou o cumprimento da missão
institucional.

Observa-se, então, a existência de 2 elementos, os quais caracterizam


os serviços de natureza continuada:

 Essencialidade – a falta do serviço pode comprometer a missão


institucional; e

 Perenidade – necessidade permanente do serviço.

Não existe em nosso ordenamento jurídico um rol taxativo de atividades


que podem ou não ser contratadas de forma continuada. Essa classificação é
casuística, ou seja, o serviço deve ser analisado no caso concreto para ser ou não
considerado como serviço de natureza continuada. Vários são os serviços que
podem ser considerados continuados, basta que estejam presentes os requisitos da
essecialidade e da perenidade.

Quanto à cessão da mão de obra, esta ocorre quando a empresa


contratada (prestadora de serviços) tem que disponibilizar seus empregados para a
execução de serviços, de forma exclusiva, nas dependências do contratante
(tomador dos serviços) ou em outro lugar por este indicado.

Este é o conceito de cessão da mão de obra previsto na IN nº 5/2017 –


SEGES/MP e na legislação previdenciária, conforme dispositivos abaixo
parcialmente transcritos:

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IN nº 5/2017 – SEGES/MP

Dos Serviços com Regime de Dedicação Exclusiva de Mão de


Obra

Art. 17. Os serviços com regime de dedicação exclusiva de mão de


obra são aqueles em que o modelo de execução contratual exija,
dentre outros requisitos, que:
I - os empregados da contratada fiquem à disposição nas
dependências da contratante para a prestação dos serviços;
II - a contratada não compartilhe os recursos humanos e materiais
disponíveis de uma contratação para execução simultânea de outros
contratos; e

III - a contratada possibilite a fiscalização pela contratante quanto à


distribuição, controle e supervisão dos recursos humanos alocados
aos seus contratos.
Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput poderão ser
prestados fora das dependências do órgão ou entidade, desde que
não seja nas dependências da contratada e presentes os requisitos
dos incisos II e III.

LEI nº 8.212/91 – LEI DE CUSTEIO


Art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante
cessão de mão de obra, [...]
§ 3º Para os fins desta Lei, entende-se como cessão de mão de
obra a colocação à disposição do contratante, em suas
dependências ou nas de terceiros, de segurados que realizem
serviços contínuos, relacionados ou não com a atividade-fim da
empresa, quaisquer que sejam a natureza e a forma de contratação.

REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Art. 219 ....................


[...]

§ 1o Exclusivamente para os fins deste Regulamento, entende-se


como cessão de mão de obra a colocação à disposição do
contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de
segurados que realizem serviços contínuos, relacionados ou não
com a atividade fim da empresa, independentemente da natureza e
da forma de contratação, inclusive por meio de trabalho temporário
na forma da Lei no 6.019, de 3 de janeiro de 1974, entre outros.

Sendo assim, se o objeto do contrato for um serviço essencial e


permanente para o cumprimento da missão institucional do órgão público e, se
houver a execução por meio de disponibilização de mão de obra, de forma

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exclusiva, pela empresa contratada, estaremos diante de um contrato de


terceirização.

2.2 Responsabilidade da Administração Pública na terceirização de serviços

Como todo e qualquer negócio jurídico, o contrato de terceirização


envolve riscos ao contratante, sendo o maior deles a inadimplência das empresas
terceirizadas com os trabalhadores ao fim do contrato.

A inandimplêcia das empresas prestadoras de serviço com os


trabalhadores terceirizados pode atribuir responsabilidade à Administração Pública,
de forma solidária ou subsidiária, em relação aos encargos previdenciários e às
verbas trabalhistas, respectivamente.

2.2.1 Responsabilidade solidária por encargos previdenciários

O primeiro dos riscos é a possibilidade de responsabilização da


Administração Pública quanto aos encargos previdenciários inadimplidos pela
contratada.

Conforme artigo 71 da Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993 (lei de


licitações que regulamentou o artigo 37, XXI da CF/88), a empresa contratada é
responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais
resultantes da execução do contrato, sendo vedada a transferência dessa
responsabilidade para a Administração Pública contratante, em caso de
inadimplência da contratada.

LEI nº 8.666/93

Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas,


previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do
contrato.

§ 1º A inadimplência do contratado com referência aos encargos


trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração
Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá
onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das
obras e edificações, inclusive perante o registro de imóveis.
§ 2º A Administração Pública responde solidariamente com o
contratado pelos encargos previdenciários resultantes da
execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei n.º 8.212, de
24 de julho de 1991.

Todavia, em razão do disposto no §2º do artigo 71 da Lei nº 8.666/93


(redação incluída em 28/4/1995 pela Lei nº 9.032/1995), a Administração Pública
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contratante pode vir a ser responsabilizada solidariamente, caso a contratada


deixe de cumprir suas obrigações previdenciárias, decorrentes da execução de
contratos com cessão de mão de obra.

De acordo com os artigos 264 e 265 do Código Civil - CC, “há


solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais
de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda” e “a solidariedade
não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.”

Como a lei estabeleceu que os encargos previdenciários são uma


obrigação solidária, significa dizer que o credor poderá cobrar a dívida integralmente
tanto do empregador quanto do tomador público, pois ambos são responsáveis pela
obrigação.

2.2.1.1 Substituição Tributária do INSS

Em razão de determinação contida no artigo 31 da Lei nº 8.212/91 (lei de


custeio), o tomador de serviços executados mediante cessão de mão de obra
deverá efetuar a retenção de 11% (onze por cento) sobre o valor da nota fiscal,
a título de antecipação de pagamento da contrituição previdenciária, atuando como
substituto tributário:

LEI Nº 8.212/91

Art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante


cessão de mão-de-obra, inclusive em regime de trabalho temporário,
deverá reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal ou
fatura de prestação de serviços e recolher, em nome da empresa
cedente da mão-de-obra, a importância retida até o dia vinte do mês
subseqüente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou
até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente
bancário naquele dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta
Lei.

Em razão da norma vigente, somente é aplicável a responsabilidade


solidária da Administração Pública na hipótese prevista no artigo 31 da Lei
nº8.212/91 (contratos de serviços executados mediante cessão de mão de obra /
contratos de terceirização).

Esse foi o entendimento considerado pela jurisprudência do Superior


Tribunal de Justiça.

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

[...] seja do ponto de vista da literalidade do disposto no art. 71, § 2o,


na redação dada pela Lei 9.032/95, que faz expressa remissão ao
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

12
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

art. 31, da Lei 8.212/91, seja do ponto de vista da interpretação


histórica e teleológica deste dispositivo, combinado com o disposto
no art. 30, inciso VI, da mesma lei, a única conclusão possível é
aquela segundo a qual a atribuição da responsabilidade por
débitos previdenciários ao Poder Público restringiu-se aos
contratos de prestação de serviços mediante cessão de mão de
obra, de sorte que é incabível a responsabilização da
Administração Pública nas hipóteses de contratos que tiverem
por objeto a realização de obra pública, cuja previsão encontra-se
no art. 30, inciso VI, da Lei 8.212/91.

(Medida Cautelar 15.410/RJ, DJe 08/10/2009)

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

TRIBUTÁRIO. CONTRATO DE CESSÃO DE MÃO-DE-OBRA.


CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA. BENEFÍCIO DE ORDEM. INEXISTÊNCIA. REVISÃO.
FATOS. SÚMULA 7/STJ.

1.Nos contratos de cessão de mão-de-obra, a responsabilidade


do tomador do serviço pelas contribuições previdenciárias é
solidária, conforme consignado na redação original do art. 31
da Lei n. 8.212/91, não comportando benefício de ordem, nos
termos do art. 124 do Código Tributário Nacional. Precedentes.
2.O Tribunal de origem negou a existência de cessão de mão-obra,
no caso vertente, sendo vedado revolver tal quadro fático, sob pena
de indevida incursão no arcabouço probatório dos autos. Inteligência
da Súmula 7/STJ.

AgRg no REsp 1213709/SC, SEGUNDA TURMA, DJe 08/02/2013

No tocante à substituição tributária da Administração Pública, com a


simples retenção na fonte de 11% (onze por cento) sobre a nota fiscal da contratada,
entende-se que não elimina a responsabilidade solidária da Administração
prevista no artigo 71, §2º, da Lei nº8.666/93 pelas seguintes razões:

 A retenção realizada pelo tomador dos serviços é mero adiantamento


parcial de contribuição previdenciária, compensado no recolhimento da
contribuição devida pela empresa contratada no mês seguinte; e

 Não se pode afirmar pela simples retenção, que as contribuições dos


empregados tenham sido corretamente retidas e devidamente recolhidas, tampouco
que a contribuição patronal e demais encargos sociais tenham sido recolhidos. Para
se assegurar disso, a Administração deve exigir e examinar documentos
específicos, tais como: a Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP, a folha de pagamento
específica e a Guia da Previdência Social – GPS.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

13
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Assim sendo, a Administração somente afastará a responsabilidade


solidária caso se certifique, antes de cada pagamento devido à contratada, que o
empregador prestou as devidas informações por meio da GFIP, com o correto
recolhimento por meio da GPS, tanto das contribuições previdenciárias retidas
dos funcionários vinculados ao contrato de prestação de serviços, quanto da
respectiva contribuição patronal e encargos sociais incidentes sobre a folha
de pagamento.

2.2.2 Responsabilidade subsidiária por encargos trabalhistas

Além do risco da responsabilização da Administração Pública quanto aos


encargos previdenciários, há a possibilidade de a Administração responder de
forma subsidiária em relação às obrigações trabalhistas, este é entendimento
predominante da jurisprudência.

A responsabilidade subsidiária na terceirização significa que o


tomador/contratante somente será responsabilizado pela obrigação quando
esgotadas todas as possibilidades de cobrar do principal responsável
(empregador/contratada) a dívida trabalhista judicialmente reconhecida.

2.2.2.1 Divergência entre a Lei nº 8.666/93 e a Súmula 331 do TST

Conforme acima abordado, a inadimplência da contratada, em relação


aos encargos decorrentes da execução do contrato, não transfere a
responsabilidade para a Administração Pública, conforme expressamente previsto
no artigo 71, §1º da Lei nº 8.666/93, in verbis:

LEI nº 8.666/93
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas,
previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do
contrato.

§ 1º A inadimplência do contratado com referência aos encargos


trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração
Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá
onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das
obras e edificações, inclusive perante o registro de imóveis.

Todavia, mesmo com o disposto no artigo 71 e §1º, acima, antigamente,


o tema era objeto do inciso IV da Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho –
TST, com a redação determinada pela Resolução nº 96/2000 (atualmente
modificada), cujo entendimento era de que a Administração Pública, tomadora dos

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

14
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

serviços, responderia de forma subsidiária e objetiva, no caso de inadimplemento


das obrigações trabalhistas, por parte do empregador.

Esse era o entendimento consolidado na Súmula 331 do Tribunal


Superior do Trabalho - TST, item IV, com redação alterada no ano 2000:

JURISPRUDÊNCIA DO TST

Súmula 331 (redação anterior)

IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do


empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador
dos serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos
órgãos da administração direta, das autarquias, das fundações
públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia
mista, desde que hajam participado da relação processual e
constem também do título executivo judicial (art. 71 da Lei nº 8.666,
de 21.06.1993).

A alteração da redação da Súmula 331, que incluiu, de forma expressa


no seu tópico IV, a responsabilidade subsidiária dos órgãos da Administração
Pública, derivou do julgamento do Incidente de Uniformização de Jurisprudência
n.ºTST-IUJ-RR- 297.751/96, cuja ementa está abaixo parcialmente transcrita:

JURISPRUDÊNCIA DO TST

INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA –


ENUNCIADO Nº 331 DO TST – RESPONSABILIDADE
SUBSIDIÁRIA – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ART. 71 DA LEI Nº
8.666/93.

Embora o artigo 71 da Lei nº 8.666/93 contemple a ausência de


responsabilidade da Administração Pública pelo pagamento dos
encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais
resultantes da execução do contrato, é de se consignar que a
aplicação do referido dispositivo somente se verifica na hipótese em
que o contratado agiu dentro de regras e procedimentos normais de
desenvolvimento de suas atividades, assim como de que o próprio
órgão da administração que o contratou pautou-se nos estritos
limites e padrões da normatividade pertinente. Com efeito,
evidenciado, posteriormente, o descumprimento de obrigações,
por parte do contratado, entre elas as relativas aos encargos
trabalhistas, deve ser imposta à contratante a responsabilidade
subsidiária. Realmente, nessa hipótese, não se pode deixar de lhe
imputar, em decorrência desse seu comportamento omisso ou
irregular, ao não fiscalizar o cumprimento das obrigações
contratuais assumidas pelo contratado, em típica culpa in
vigilando, a responsabilidade subsidiária e, consequentemente, seu
dever de responder, igualmente, pelas consequências do
inadimplemento do contrato. Admitir-se o contrário, seria
menosprezar todo um arcabouço jurídico de proteção ao
empregado e, mais do que isso, olvidar que a Administração
Pública deve pautar seus atos não apenas atenta aos princípios
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

15
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

da legalidade, da impessoalidade, mas sobretudo, pelo da


moralidade pública, que não aceita e não pode aceitar, num
contexto de evidente ação omissiva ou comissiva, geradora de
prejuízos a terceiro, que possa estar ao largo de qualquer
corresponsabilidade do ato administrativo que pratica. Registre-se,
por outro lado, que o art. 37, §6º, da Constituição Federal consagra
a responsabilidade objetiva da Administração, sob a
modalidade de risco administrativo, estabelecendo, portanto,
sua obrigação de indenizar sempre que cause danos a terceiro.
Pouco importa que esse dano se origine diretamente da
Administração, ou, indiretamente, de terceiro que com ela contratou
e executou a obra ou serviço, por força ou decorrência de ato
administrativo.
(TST-IUJ-RR-297.751/96, DJ 20/10/2000)

Percebe-se que, segundo esse Incidente de Uniformização do TST, a


atribuição da responsabilidade subsidiária decorre da culpa in vigilando da
Administração na fiscalização dos contratos de terceirização, isto é, quando há
uma fiscalização omissa ou negligente em relação ao cumprimento das obrigações
trabalhistas pela contratada.

Além disso, o TST entendeu que como o tomador dos serviços é


beneficiário direito do trabalho executado pela mão de obra terceirizada,
deverá ser responsabilizado subsidiariamente:

JURISPRUDÊNCIA DO TST
Agravo de instrumento em recurso de revista. Ente público.
Responsabilização trabalhista de entes estatais terceirizantes.
Súmula 331, IV/TST. A Súmula 331, IV/TST, ao estabelecer a
responsabilidade subsidiária da entidade tomadora de serviços,
tem o mérito de buscar alternativas para que o ilícito trabalhista
não favoreça aquele que já foi beneficiário do trabalho
perpetrado. Realiza, ainda, de forma implícita, o preceito isonômico,
consubstanciado no art. 5º, caput e I, da CF. Agravo de Instrumento
desprovido.

(AIRR - 139440-31.1998.5.02.0315, DJ 13/06/2008)

2.2.2.2 ADC-16 - STF e a nova redação da Súmula 331 do TST

O judiciário trabalhista passou a condenar reiteradamente os órgãos


públicos tomadores de serviço de mão de obra terceirizada, ocasionando em
diversas Reclamações propostas ao Supremo Tribunal Federal - STF contra as
decisões da justiça do trabalho que aplicavam a Súmula 331 do TST, a qual negava
vigência ao comando normativo expresso no artigo 71, §1º da Lei n 8.666/93.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

16
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Tais Reclamações arguiam basicamente que a aplicação do item IV da


Súmula 331 do TST, por órgão fracionário de Tribunal, resultaria em desrespeito à
Súmula Vinculante nº 10 do STF, pois, quando os juízes aplicavam a Súmula 331
do TST, havia a negativa implícita de vigência do §1º do art. 71 da Lei nº 8.666/93,
uma vez que ocorria a declaração tácita de inconstitucionalidade do dispositivo, sem
manifestação do Plenário ou do Órgão Especial, em observância ao artigo 97 da
Constituição Federal.

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Súmula Vinculante nº 10
Viola a cláusula de reserva de Plenário (CF, artigo 97), a decisão de
órgão fracionário de tribunal que, embora não declare
expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
poder público, afasta sua incidência no todo ou em parte

Em 24/11/2010, o STF julgou a Ação Declaratória de Constitucionalidade


(ADC) 16, ajuizada pelo então Governador do Distrito Federal, em 7/3/2007, com o
objetivo de impedir a aplicação da Súmula 331 do TST, e declarou a
constitucionalidade do artigo 71, §1º da Lei nº 8.666/93, afastando a
responsabilidade objetiva do Estado em casos de terceirização.

JURISPRUDÊNCIA DO STF

Responsabilidade contratual. Subsidiária. Contrato com a


administração pública. Inadimplência negocial do outro contraente.
Transferência consequente e automática dos seus encargos
trabalhistas, fiscais e comerciais, resultantes da execução do
contrato, à administração. Impossibilidade jurídica.
Consequência proibida pelo art., 71, § 1º, da Lei federal nº 8.666/93.
Constitucionalidade reconhecida dessa norma. Ação direta de
constitucionalidade julgada, nesse sentido, procedente. Voto
vencido. É constitucional a norma inscrita no art. 71, § 1º, da Lei
federal nº 8.666, de 26 de junho de 1993, com a redação dada pela
Lei nº 9.032, de 1995.
(ADC 16, julgamento 24.11.2010; DJe 08-09-2011)

Ao decidir, houve o entendimento entre os ministros no sentido de que o


TST não poderia generalizar os casos e teria que investigar com mais rigor se a
inadimplência tinha como causa principal a falha ou falta de fiscalização pelo órgão
público contratante.

Portanto, o STF vedou a responsabilização subsidiária dos órgãos


públicos de modo automático, pelo simples inadimplemento trabalhista da
empresa prestadora de serviços terceirizados, baseada em uma culpa
presumida. Para que a responsabilização seja atribuída ao Poder Público, deve

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

17
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

restar comprovada, no caso concreto, a presença da culpa in vigilando da entidade


estatal, ou seja, sua desídia fiscalizatória quanto ao preciso cumprimento das
obrigações trabalhistas da empresa terceirizante (responsabilidade subjetiva,
derivada de culpa).4

O STF afastou dois fundamentos tradicionais para a responsabilização


das entidades estatais: a responsabilidade objetiva e a responsabilidade subjetiva
por culpa in eligendo, desde que havendo processo licitatório – circunstância que
elidiria a ideia de culpa na escolha do contratante terceirizado.5

Apesar de a ADC 16 ter sido julgada em 24/11/2010, a publicação do


acórdão somente ocorreu em 8/9/2011. Neste ínterim, o TST, ciente da tese
aprovada pelo STF, e em razão dela, decidiu por meio da Resolução TST nº174, de
24/5/2011, modificar novamente a Súmula 331, atribuindo nova redação ao seu item
IV (aplicado à comunidade em geral) e acrescentando-lhe os itens V (aplicável às
entidades estatais) e VI, conforme abaixo:

JURISPRUDÊNCIA DO TST

Súmula 331 (redação atual)

I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal,


formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços,
salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974).
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa
interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da
Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da
CF/1988).
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de
serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação
e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à
atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e
a subordinação direta.

IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do


empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador
dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja
participado da relação processual e conste também do título
executivo judicial.
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e
indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do
item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento
das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na

4
DELGADO, Maurício Godinho. Op cit., p. 565.
5
DELGADO, Maurício Godinho. Op cit., p. 565
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18
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da


prestadora de serviço como empregadora. A aludida
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das
obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente
contratada.
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços
abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes
ao período da prestação laboral.

Na essência, a responsabilidade subsidiária da Administração Pública foi


mantida, acrescentando-se a necessidade de demonstração de sua conduta
culposa. Ou seja, a responsabilidade passou da modalidade objetiva para
subjetiva.

Como consequência imediata da nova redação da Súmula 331 do TST,


o judiciário trabalhista passou a verificar, no caso em concreto, a existência de
conduta culposa da entidade estatal, caracterizada pela fiscalização omissa ou
negligente, ou seja, culpa in vigilando.

Logo, se o Poder Público não se desincumbe de seu dever-poder de


fiscalizar, sendo omisso ou negligente nessa tarefa, a ponto de permitir que a
empresa contratada descumpra livremente as obrigações legais e contratuais por
ela assumidas e, assim, venha a causar prejuízos aos seus próprios trabalhadores,
ele também é, nessa hipótese, responsável subsidiariamente pelas verbas
trabalhistas que tiveram seu pagamento frustrado, nos termos expressos da Súmula
331 do TST.

Em síntese, com base na nova redação da Súmula 331 do TST, no que


diz respeito à gestão e fiscalização dos contratos de terceirização, tem-se a seguinte
situação:

 Haverá a responsabilidade subsdidiária da Administração Pública,


em que pese a redação do artigo 71, §1º da Lei de Licitações isentá-la; 6

 A responsabilidade somente será possível quando houver culpa


comprovada da Administração (fiscalização omissa ou negligente durante o curso
do contrato administrativo e no seu encerramento, sem a plena observância dos
direitos trabalhistas do empregado);

6
SANTOS, Diogo Palau Flores dos. Terceirização de serviços pela Administração Pública: estudo da
responsabilidade subsidiária. São Paulo:Saraiva, 2014, p. 116.
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

19
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

 A culpa será analisada no caso concreto;

 Não havendo culpa da Administração, não lhe será imputada


responsabilidade subsidiária; e

 Havendo culpa, atribui-se a responsabilidade subsidiária; o gestor


pode vir a ser responsabilizado em ação regressiva, em tomada de contas especial
e no âmbito administrativo.

Conforme item VI da nova redação da Súmula 331, a responsabilidade


da Administração, como tomadora dos serviços, envolve todas as parcelas
reclamadas pelo trabalhador, sejam encargos diretos ou indiretos, decorrentes da
relação de emprego, referente ao período da prestação laboral.

Destaca-se que o STF, em 26/4/2017, no RE 760.931, fixou a seguinte


tese de repercussão geral: “O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos
empregados do contratado não transfere automaticamente ao Poder Público
contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter solidário
ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei no 8.666/93”.

JURISPRUDÊNCIA DO STF

7. O art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93, ao definir que a


inadimplência do contratado, com referência aos encargos
trabalhistas, não transfere à Administração Pública a
responsabilidade por seu pagamento, representa legítima escolha
do legislador, máxime porque a Lei nº 9.032/95 incluiu no dispositivo
exceção à regra de não responsabilização com referência a
encargos trabalhistas.

8. Constitucionalidade do art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93 já


reconhecida por esta Corte em caráter erga omnes e vinculante:
ADC 16, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado
em 24/11/2010.

Recurso Extraordinário parcialmente conhecido e, na parte admitida,


julgado procedente para fixar a seguinte tese para casos
semelhantes: “O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos
empregados do contratado não transfere automaticamente ao Poder
Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em
caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei nº
8.666/93”.
(RE 760.931/DF. Julgamento: 26.04.2017. DJe PUBLIC 12-09-2017)

Desse modo, prevalece o entendimento de ser vedada a


responsabilização automática da Administração Pública, só cabendo a sua

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20
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

condenação se houver prova inequívoca de sua conduta omissiva ou comissiva na


fiscalização dos contratos.7

Conclui-se, assim, que para a Administração Pública evitar a


responsabilização nos contratos de terceirização, deverá se certificar, por meio de
controles eficientes, de que a contratada cumpre todas as obrigações
previdenciárias e trabalhistas, decorrentes da sua condição de empregador.

Importante destacar que, na iniciativa privada, a empresa tomadora dos


serviços e a empresa intermediadora de mão de obra estabelecem transação
contratual com base na reputação das organizações, aumentando, assim, o grau de
confiança entre os contratantes, levando, muitas vezes, a uma verdadeira parceria.

Porém, essa não é a realidade no âmbito das contratações públicas, em


razão da obrigatoriedade legal de prévio procedimento licitatório, para assegurar
igualdade de condições a todos os interessados. Sendo assim, em observância ao
princípio constitucional da impessoalidade, não é possível aos órgãos da
Administração Pública escolherem os seus parceiros, de modo a reduzir o nível do
risco contratual.

Apesar disso, com o intuito de reduzir o nível do risco da contratação


para a Administração Pública, bem como inibir um possível comportamento
oportunista das empresas contratadas, a própria lei de licitações exigiu a
estipulação de cláusulas contratuais e garantias.8

Na prática, a Administração Pública deve estabelecer as garantias para


assegurar a plena execução contratual, podendo a empresa contratada escolher
entre as seguintes modalidades: caução em dinheiro, títulos da dívida pública,
seguro-garantia ou fiança bancária, conforme artigo 56, §1º da Lei nº 8.666/93. Para
fins de segurança, exige-se, também, que a contratada mantenha todas as
condições de habilitação e qualificação requeridas na licitação, durante toda a
execução contratual.

7
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa e ALVARENGA, Rúbia Zanotelli de (Coord.). Tereirização de serviços e
direitos sociais trabalhistas. São Paulo: LTr, 2017, p.29.
8
SANTOS, Diogo Palau Flores dos. Terceirização de serviços pela Administração Pública: estudo da
responsabilidade subsidiária. São Paulo:Saraiva, 2014, p. 53.
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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

A necessidade de proteção varia conforme o nível do risco contratual. No


caso dos contratos de terceirização, pode-se considerar que esse risco é alto, em
razão da possibilidade de responsabilização da Administração Pública pela
inadimplência da contratada quanto às obrigações trabalhistas e sociais dos
empregados terceirizados.

Consequentemente, quanto maior o risco, maiores devem ser as


garantias estabelecidas, objetivando evitar o comportamento oportunista da
empresa contratada.

Observa-se que foi exatamente isso que fez com que a Administração
Pública buscasse outros métodos, visando evitar não só a sua responsabilização,
mas também eventual prejuízo econômico ao final do contrato.

Dentre as práticas administrativas, destaca-se a criação da “Conta


Vinculada”, como forma de elidir a responsabilidade solidária e subsidiária da
Administração Pública.

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22
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

CONTA VINCULADA

3.1 Origem

Em razão da necessidade de controles para mitigar a responsabilidade


solidária e subsidiária da Administração Pública, frente à eventual inadimplência da
contratada quanto às obrigações previdenciárias e trabalhistas, bem como em
decorrência do conteúdo da Súmula 331 do TST, foi criada a conta vinculada
específica para depósito de verbas previdenciárias e trabalhistas, referentes aos
contratos de terceirização.

3.2 Regulamentação da conta vinculada na esfera Federal.

3.2.1 Instrução Normativa CNJ nº 1/2008 – criação e utilização de conta


vinculada pelo CNJ

Em 8 de agosto de 2008, o Conselho Nacional de Justiça – CNJ, de forma


pioneira, editou a IN nº 1/2008, criando um mecanismo de provisão dos direitos
trabalhistas, aplicável somente às contratações do CNJ.

Esse mecanisco foi a “Conta Vinculada”, criada com a finalidade explícita


de mitigar os riscos associados aos contratos de terceirização, conforme revela o
próprio preâmbulo da norma:

“CONSIDERANDO que o inadimplemento das obrigações


trabalhistas pela empresa contratada para prestar serviços, mediante
locação de mão-de- obra, implica a responsabilidade subsidiária do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), conforme julgados dos tribunais
trabalhistas;
CONSIDERANDO que os valores referentes às provisões de encargos
trabalhistas são pagos mensalmente à empresa, a título de reserva,
para utilização nas situações previstas em lei;”

Tal norma foi revogada em 5/4/2013 pela Instrução Normativa CNJ nº49,
em razão de regulamentação da mesma matéria por meio da Resolução CNJ
nº169/2013 (alterada pelas Resoluçaões CNJ nº 183/2013 e nº 248/2018).

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

23
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

3.2.2 Resolução CNJ nº 98/2009 – criação da conta vinculada Poder


Judiciário

Em 10 de novembro de 2009, no intuito de preservar os órgãos do Poder


Judiciário de possíveis ações trabalhistas, o Conselho Nacional de Justiça editou a
Resolução CNJ nº 98, criando a figura da conta corrente vinculada – bloqueada
para movimentação, para utilização por todos os órgãos do Poder Judiciário
Nacional (com exceção do STF, que não se submete às normas baixadas pelo
CNJ), na qual deveria ser efetuado, mensalmente, o depósito de provisões de
encargos trabalhistas relativos a férias, 13º salário, multa do Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço (FGTS) e encargos sobre as férias e 13º salário, valores esses
glosados do valor mensal pago às empresas contratadas para prestar serviços de
forma contínua, com cessão de mão de obra.

Em 31 de janeiro de 2013, a Resolução CNJ nº 98/2009 foi revogada pela


Resolução CNJ nº169/2013 (posteriormente alterada pelas Resoluções CNJ nº183,
de 24/10/2013 e nº 248, de 24/5/2018), a qual é atualmente utilizada pelos órgãos
jurisdicionados aos CNJ e cujos atos e procedimentos necessários à sua aplicação
no âmbito do CJF e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus são
padronizados pela Instrução Normativa do Conselho da Justiça Federal - CJF nº 1
de 11/4/2013.

Resolução nº 98/2009 – CNJ (Revogada p/ Res nº169/2013)

Art. 1º Determinar que as provisões de encargos trabalhistas


relativas a férias, 13º salário e multa do FGTS por dispensa sem
justa causa, a serem pagas pelos Tribunais e Conselhos às
empresas contratadas para prestar serviços de forma contínua,
sejam glosadas do valor mensal do contrato e depositadas
exclusivamente em banco público oficial.

Parágrafo único. Os depósitos de que trata o caput deste artigo


devem ser efetivados em conta corrente vinculada – bloqueada
para movimentação – aberta em nome da empresa, unicamente
para essa finalidade e com movimentação somente por ordem do
Tribunal ou Conselho Contratante.
(...)

Art. 4º O montante do depósito vinculado será igual ao


somatório dos valores das seguintes provisões previstas para o
período de contratação:
I – 13º salário;

II – Férias e Abono de Férias;


III – Impacto sobre férias e 13º salário;

IV – multa do FGTS.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

24
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Parágrafo único: Os valores provisionados para o atendimento deste


artigo serão obtidos pela aplicação de percentuais e valores
constantes da proposta.

3.2.3 IN nº 2/2008 (alterada pela IN nº 3/2009) – previsão da conta


vinculada

Em 15 de outubro de 2009, visando criar mecanismos de proteção e


gestão de riscos na execução de contratos de prestação de serviço com dedicação
exclusiva de mão de obra, contribuindo para assegurar os recursos necessários
para o cumprimento das obrigações sociais e trabalhistas em caso de
inadimplemento da contratada, a então Secretaria de Logística e Tecnologia da
Informação – SLTI, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG,
editou a IN nº 3/2009, alterando a IN nº 2/2008, e incorporou a possibilidade de
utilização da conta depósito vinculada – bloqueada para movimentação aos
contratos de terceirização, incluindo o artigo 19-A, como forma de responder aos
preceitos contidos na Súmula 331 do TST.

IN nº 3/2009 – alterou a IN nº 2/2008


“Art. 19-A Em razão da súmula nº 331 do Tribunal Superior do
Trabalho, o edital poderá conter ainda as seguintes regras para a
garantia do cumprimento das obrigações trabalhistas nas
contratações de serviços continuados com dedicação exclusiva da
mão de obra:

I - previsão de que os valores provisionados para o pagamento


das férias, 13º salário e rescisão contratual dos trabalhadores
da contratada serão depositados pela Administração em conta
vinculada específica, conforme o disposto no anexo VII desta
Instrução Normativa, que somente será liberada para o pagamento
direto dessas verbas aos trabalhadores, nas seguintes condições:

3.2.4 Acórdão TCU nº 1.214/2013 – não recomendação da conta vinculada

Porém, em meados de 2010, em virtude dos inúmeros problemas na


execução dos contratos administrativos de terceirização firmados pelo Tribunal de
Contas da União - TCU, causados pela incapacidade das empresas em cumprir o
contrato e consequentemente honrar com os encargos trabalhistas decorrentes, o
TCU criou um grupo de trabalho com a participação de representantes de vários
órgãos da Administração Pública, cujo objetivo era tentar reduzir esses problemas.

Este grupo, ao fim dos trabalhos, elaborou várias propostas para garantir
a idoneidade das licitações, da execução e fiscalização dos contratos, as quais
foram posteriormente objeto de discussão pelo Tribunal, culminando no Acórdão
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

25
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

TCU nº 1.214/2013 - Plenário, de 22/05/2013, o qual endossou todas as


recomendações e também determinou à Secretaria de Logística e Tecnologia da
Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – SLTI/MP a
incorporação das recomendações apontadas pelo Grupo de Estudos na IN
nº2/2008.

Dentre os assuntos discutidos pelo grupo, houve a não recomendação


para utilização da conta vinculada, por considerar que a retenção dos valores,
relativos a férias, décimo terceiro e multa sobre o FGTS das faturas das contratadas,
seria ilegal, por constituir garantia excessiva à fixada pela Lei de Licitações.

Além da questão legal, o grupo de trabalho considerou também que o


custo de operacionalização e controle das contas vinculadas seria muito
oneroso para a Administração Pública, pois a grande maioria dos órgãos públicos
não possuía condições técnicas e administrativas para executar as operações
referentes à conta vinculada, em razão dos cálculos complexos e da rotatividade
dos funcionários terceirizados, além do que, a adoção desse procedimento
representaria interferência direta da Administração Pública na gestão da
empresa contratada.

Concluiu, então, o TCU que em razão da boa prática de gestão e os


princípios do controle, que preconizam que "o custo do controle não deve
exceder aos benefícios que dele decorram", não seria recomendável a utilização
da conta vinculada, conforme previsão contida na IN nº 2/2008, alterada pela IN
nº3/2009.

ACORDÃO TCU Nº 1214-17/2013 – Plenário

I.g – Conta vinculada


68. Além do rol de documentos fixados na IN/SLTI/MP nº 02/2008,
um novo procedimento, com o objetivo de resguardar o Erário, está
sendo introduzido na contratação de empresas terceirizadas pela
Administração Pública: a retenção dos valores relativos a férias,
décimo terceiro e multa sobre o FGTS, das faturas das contratadas,
conforme orientação da Instrução Normativa mencionada.
69. A respeito desse procedimento, cumpre destacar que o TCU já
se manifestou sobre a questão, conforme Acórdãos nos 1937/2009-
2ª Câmara e 4.720/2009-2ª Câmara. Na primeira oportunidade,
orientou o Banco do Brasil a respeito da pertinência de se reter parte
das faturas como garantia de pagamento de verbas trabalhistas. Na
segunda, em grau de pedido de reexame interposto pela instituição
bancária, o TCU compreendeu que a retenção desses valores é
ilegal, pois constitui garantia excessiva àquela fixada pela Lei
nº8.666/93.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

26
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

70. Além do aspecto legal do problema, há que se considerar que o


processo de operacionalização dessas contas representa
acréscimos ainda maiores aos custos de controle dos contratos
terceirizados, pois são milhares de contas com infindáveis operações
a serem realizadas. Os riscos são altos, especialmente para os
servidores responsáveis por essas tarefas – é comum que os fiscais
dos contratos não possuam os conhecimentos do sistema bancários
necessários para o desempenho dessa atribuição.

71. Por outro lado, o representante do Ministério da Fazenda no


Grupo de Estudos acentuou que a operacionalização desse
procedimento é simples. Segundo informa, os valores retidos são
liberados sempre que a empresa demonstra que realizou algum
pagamento com base nas parcelas que originaram a retenção, sem
entrar em detalhes a respeito da fidedignidade dos cálculos
realizados.
72. Há que se considerar que, além do controle sobre cada uma
dessas contas, a adoção desse procedimento representa
interferência direta da Administração na gestão da empresa
contratada. Sendo assim, nos parece que contribui ainda mais para
que a Justiça do Trabalho mantenha o entendimento de que a União
é responsável subsidiária pelas contribuições previdenciárias, FGTS
e demais verbas trabalhistas.

73. Por todo o exposto, o Grupo de Estudos conclui que a gestão dos
contratos deve ser realizada da forma menos onerosa possível para
o erário; compatível com os conhecimentos dos fiscais desses
contratos; com critérios estatísticos e focados em atos que tenham
impactos significativos sobre o contrato e não sobre erros
esporádicos no pagamento de alguma vantagem. Nesse sentido, a
utilização da conta bancária vinculada prevista na IN/SLTI/MP
Nº2/2008 não é indicada.

3.2.5 Parecer nº 73/2013/DECOR/CGU/AGU – Licitude da conta vinculada

Todavia, a Advocacia-Geral da União (AGU) por meio do Parecer


nº73/2013/DECOR/CGU/AGU, aprovado pelo Consultor-Geral da União em
10/12/2013, considerou imprescindível que a conta vinculada fosse prevista de
forma expressa nos editais e contratos de fornecimento de mão de obra terceirizada,
por entender que seria um mecanismo lícito e apto a contribuir para o
afastamento da responsabilidade subsidiária no âmbito da Administração
Pública Federal:

Parecer nº73/2013/DECOR/CGU/AGU,

DIREITO ADMINISTRATIVO E DIREITO DO TRABALHO.


LICITAÇÕES E CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO DE MÃO-DE-
OBRA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL.
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO PODER PÚBLICO PELO
INADIMPLEMENTO DE VERBAS TRABALHISTAS A CARGO DA
EMPRESA INTERPOSTA. JULGAMENTO DA ADC No 16/DF E
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

27
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

NOVA REDAÇÃO DO ENUNCIADO No 331, DA SÚMULA DO EG.


TST. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DE CULPA IN
ELlGENDO OU IN VIGILANDO. LICITUDE DOS INSTITUTOS DA
CONTA VINCULADA E DO PAGAMENTO DIRETO,
PRECONIZADOS NO ART. 19-A, DA IN SLTI/MP Nº2/2008.
MECANISMOS QUE CONTRIBUEM PARA AFASTAR A
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA UNIÃO, SUAS
AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES. DETERMINAÇÕES CONTIDAS NO
ACÓRDÃO Nº 1214/2013 - TCU - PLENÁRIO. PREVISÃO
OBRIGATÓRIA NOS EDITAIS E CONTRATOS. MEDIDAS A
SEREM ADOTADAS PELAS UNIDADES CONSULTIVAS DA AGU
JUNTO A SEUS ASSESSORADOS PARA EVITAR A
RESPONSABILlZAÇÃO FULCRADA NO REFERIDO
ENTENDIMENTO SUMULADO.

I - Em face do decidido no julgamento da ADC nº 16/DF e da nova


redação conferida ao Enunciado nº 331, da Súmula do eg. TST, é
atualmente necessário que se comprove a culpa in eligendo ou in
vigilando do Poder Público para que se possa responsabilizá-lo
subsidiariamente pelo inadimplemento de verbas trabalhistas a
cargo de empresa de terceirização de mão de obra por ele
contratada;
II - Constituem mecanismos lícitos e aptos a contribuir
sobremaneira para o afastamento da sobredita
responsabilidade subsidiária no âmbito da Administração
Pública Federal direta, autárquica e fundacional os institutos da
conta vinculada e do pagamento direto, hospedados no art. 19-A, I
e IV, da IN SLTI/MP no 2/2008, considerando-se, por isso mesmo,
imprescindível sua expressa previsão nos editais e contratos de
fornecimento de mão-de-obra terceirizada;
III - Visando a evitar que a União e seus entes sejam condenados
com fulcro no Enunciado nº 331, da Súmula do eg. TST, as unidades
consultivas da AGU deverão orientar seus assessorados a
observar rigorosamente os ditames da IN SLTI/MP nº 2/2008 e
as determinações expedidas no Acórdão nº 1214/2013 - TCU -
Plenário, não só realizando efetiva fiscalização da execução dos
contratos de fornecimento de mão-de-obra terceirizada, mas
também documentando todos os atos praticados no exercício desse
dever-poder, e, em conjunto com as unidades contenciosas, realizar
encontros em que seja esclarecida a necessidade de elidir a
responsabilização trabalhista subsidiária do ente público e
apresentados os meios adequados para alcançar esse propósito.

O entendimento da AGU foi de que a conta vinculada não equivale a um


fundo de reserva e, por conseguinte, não representa uma garantia imprevista na
legislação, o que a tornaria inexigível, mas uma forma diferenciada de pagamento,
na qual os valores que se destinam ao pagamento de 13º salário, férias e rescisão
contratual aos trabalhadores terceirizados são separados, pelo ente público
contratante, dos valores de outras verbas trabalhistas e, depositados em uma conta
bancária distinta, que só poderá ser movimentada pela empresa contratada quando

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

28
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

da ocorrência dos eventos previstos nas alíneas “a” e “b” do inciso I do artigo 19-A
da IN nº 2/2008.

3.2.6 IN nº 2/2008 (alterada pela IN 6/2013) obrigatoriedade da conta


vinculada

Em acolhimento ao Acórdão nº 1.214/2013 do TCU, o Ministério do


Planejamento editou, em 23 /12/2013, a Instrução Normativa nº 6/2013, alterando a
IN nº 2/2008 para incluir em seu texto as recomendações do TCU.

Não obstante a manifestação e recomendação do TCU pela não


utilização da conta vinculada, o Ministério do Planejamento julgou pertinente a
continuidade de utilização da ferramenta, e, ao editar a IN nº 6/2013, não só
manteve a conta vinculada, como ajustou a redação do dispositivo: modificou a
possibilidade de utilização para uma obrigação de utilização da conta
vinculada. Entretanto, fez constar no Art. 19-A, §2º, a possibilidade de não
utilização da conta vinculada, desde que devidamente comprovada e justificada a
sua inviabilidade.

IN nº 6/2013 – alterou a IN nº 2/2008

“Art. 19-A. O edital deverá conter ainda as seguintes regras para a


garantia do cumprimento das obrigações trabalhistas nas
contratações de serviços continuados com dedicação exclusiva de
mão de obra:

I - previsão de provisionamento de valores para o pagamento


das férias, 13o (décimo terceiro) salário e verbas rescisórias aos
trabalhadores da contratada, que serão depositados pela
Administração em conta vinculada específica, conforme o
disposto no Anexo VII desta Instrução Normativa;

(...)
§ 2o Os casos de comprovada inviabilidade de utilização da
conta vinculada deverão ser justificados pela autoridade
competente.

3.2.7 Acórdão TCU nº 2328/2015 – estudo custo-benefício da conta


vinculada

O próprio TCU se manifestou posteriormente quanto à necessidade de


avaliação do custo-benefício na utilização da conta vinculada e recomendou à
Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação - SLTI/MPOG que reavaliasse
a obrigatoriedade de utilização da conta vinculada.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

29
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

ACORDÃO TCU nº 2328- 37/15 - Plenário

9.1. recomendar, com fundamento no art. 43, inciso I, da Lei


8.443/1992, c/c o art. 250, inciso III, do RI/TCU, à Secretaria de
Logística e Tecnologia da Informação (SLTI/MP) que:
(...)

9.1.2. elabore estudo de avaliação de custo-benefício e de riscos


relacionados à utilização da conta vinculada e, com base nos
resultados obtidos, verifique as possibilidades de manter, ou não, o
procedimento e de prever a adoção de outras formas de controle,
como, por exemplo, aquelas suscitadas no Acórdão 1.214/2013-
Plenário;

VOTO
(...)

V.2 – Utilização da Conta Vinculada


52. A conta vinculada consiste em instrumento de controle utilizado
para retenção dos valores relativos a férias, décimo terceiro e multa
sobre o FGTS, das faturas das empresas de terceirização de
serviços, com liberação das quantias após comprovação de
adimplemento das respectivas obrigações pela contratada. Tal
procedimento visa a resguardar a União, na condição de responsável
subsidiária, em caso de não recolhimento das parcelas trabalhistas
pelas empresas. No âmbito da APF, a obrigatoriedade de adoção da
conta vinculada encontra-se prevista no art. 1º da Resolução/CNJ
169/2013 e no art. 19-A, inciso I, da IN/SLTI 2/2008.
53. Quando da prolação do Acórdão 1.214/2013-Plenário, foi
levantada questão no sentido de que o procedimento possa se
constituir em prática excessivamente onerosa em confronto com
outras formas de fiscalização, tendo em vista dificuldades para
operacionalizar o controle da conta vinculada, especialmente
dificuldades no cálculo de valores a serem liberados, e ações
judiciais relativas a outros contratos que bloqueiam os recursos
depositados. Todavia, não houve a formulação de providência
específica sobre o assunto.
54. Neste trabalho, a equipe retomou a questão para argumentar que
esse mecanismo deveria ser submetido a avaliação de risco e
de custo-benefício em face de indícios de onerosidade em sua
aplicação. Consequentemente, foi proposto recomendar à SLTI
que reavaliasse a obrigação da utilização da conta vinculada,
levando em consideração o custo do procedimento e outras
alternativas de fiscalização suscitadas pelo Acórdão 1.214/2013-
Plenário (combinação de controles, amostragem, supervisão, etc.).
55. Em sua manifestação, a SLTI informou que está em processo
de revisão o normativo que trata da contratação dos serviços
terceirizados, com avaliação da possibilidade de definir as
situações passíveis, ou não, de adoção da referida conta, em
conjunto com a inclusão de requisitos mais rigorosos na qualificação
técnica e econômico-financeira.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

30
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

56. Segundo avalio, a questão da utilização realmente precisa ser


estudada com maior profundidade. De fato, há indícios de que, em
determinadas situações, o procedimento possa se afigurar oneroso.
Todavia, há que se admitir que podem ocorrer outras situações em
que o procedimento seja o mais apropriado, considerando os
recursos humanos disponíveis e as condições específicas de cada
contratação. De todo modo, não se pode esquecer que a conta
vinculada oferece ao gestor segurança no gerenciamento do
contrato, assegurando que ele não será responsabilizado e a
Administração não será onerada, caso a empresa contratada não
honre com suas obrigações trabalhistas.
57. Em vista da intenção da SLTI de revisar as normas a respeito do
tema, penso que se possa alterar a proposta da equipe no sentido
de formular recomendação para que a unidade jurisdicionada
elabore estudo de avaliação de custo-benefício e de riscos
relacionados à utilização da conta vinculada e, com base nos
resultados obtidos, verifique as possibilidades de manter, ou não, o
procedimento e de prever a adoção de outras formas de controle,
como, por exemplo, aquelas suscitadas no Acórdão 1.214/2013-
Plenário.

3.2.8 IN nº 5/2017 (revogou a IN nº 2/2008) – inclusão pagamento pelo fato


gerador

Após reestruturação ocorrida em 2017 no Governo Federal, com


consequente alteração da estrutura do então Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão – MP, a competência para as atividades de gestão dos
recursos de logística sustentável passou a ser da Secretaria de Gestão –
SEGES/MP, a qual efetuou uma revisão da IN nº 2/2008, culminando, em
26/5/2017, na edição da Instrução Normativa nº 5/2017, que revogou a IN
nº2/2008 e renovou a possibilidade de utilização da conta-depósito vinculada
– bloqueada para movimentação.

Esta nova IN assim tratou sobre o gerenciamento de riscos referentes à


responsabilidade solidária e subsidiária da Administração Pública nos contratos de
terceirização:

IN nº 5/2017

Art. 18. Para as contratações de que trata o art. 17, o procedimento


sobre Gerenciamento de Riscos, conforme especificado nos arts. 25
e 26, obrigatoriamente contemplará o risco de descumprimento das
obrigações trabalhistas, previdenciárias e com FGTS da contratada.

§ 1º Para o tratamento dos riscos previstos no caput, poderão ser


adotados os seguintes controles internos:

I – Conta-Depósito Vinculada ― bloqueada para movimentação,


conforme disposto em Caderno de Logística, elaborado pela
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

31
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento,


Desenvolvimento e Gestão; ou
II – Pagamento pelo Fato Gerador, conforme disposto em Caderno
de Logística, elaborado pela Secretaria de Gestão do Ministério do
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
§ 2º A adoção de um dos critérios previstos nos incisos I e II do
parágrafo anterior deverá ser justificada com base na avaliação da
relação custo-benefício.

§ 3º Só será admitida a adoção do Pagamento pelo Fato Gerador


após a publicação do Caderno de Logística a que faz referência o
inciso II do § 1º deste artigo.
§ 4º Os procedimentos de que tratam os incisos do § 1º deste
artigo estão disciplinados no item 1 do Anexo VII-B.

O item 1 do Anexo VII-B da IN nº 5/2017 trouxe dois mecanismos de


controle interno para mitigar o risco de descumprimento das obrigações
previdenciárias, trabalhistas e com o FGTS pela contratada, quais sejam: Conta-
Depósito Vinculada – bloqueada para movimentação e Pagamento pelo Fato
Gerador, devendo a Administração escolher um dos dois mecanismos para fazer
constar as regras do procedimento escolhido no edital do procedimento licitatório.

A escolha de um dos mecanismos deverá ser justificada pela


Administração com base na avaliação da relação custo-benefício.

Se a Administração escolher a opção da “conta vinculada”, fará o


depósito em conta específica, bloqueada para movimentação, para garantir os
custos referentes ao 13º salário, férias com 1/3 constitucional, multa do FGTS e
encargos sociais sobre 13º salário e sobre férias com 1/3.

Contudo se a Administração optar pelo “pagamento pelo fato gerador”,


deverá realizar o pagamento somente dos custos decorrentes de eventos
efetivamente ocorridos, ou seja, serão eliminados os pagamentos referentes a fatos
que, apesar de previstos nos custos iniciais do contrato, muitas vezes não ocorrem,
e que oneram em demasia os contratos de prestação de serviço em regime de
dedicação exclusiva de mão de obra, a exemplo de valores para rescisão, ausências
legais, bem como o auxílio-maternidade e paternidade, dentre outros.

Atualmente, esses custos são provisionados com base em um percentual


sobre a remuneração, mas caso não ocorram, revestem-se de lucro à contratada.
Já quando o órgão ou entidade opta pelo “pagamento pelo fato gerador”, não
ocorrendo esses custos, a Administração não necessitará realizar o pagamento.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

32
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Esse mecanismo, ainda, garante as verbas trabalhistas (13º salário,


férias e 1/3 constitucional, multa do FGTS), haja vista que somente serão liberadas
no momento da sua ocorrência. Dessa forma, caso não seja comprovada pelo
contratado a ocorrência dos referidos eventos, dentre outros futuros e incertos,
estes não serão objeto de pagamento por parte da Administração.

Todavia, a própria IN nº 5/2017 trouxe um efeito suspensivo à aplicação


do mecanismo de controle “Pagamento pelo Fato Gerador”, pois condicionou a sua
utilização à publicação do Caderno de Logística. A publicação do mencionado
caderno somente ocorreu em 7/11/2018.

ANEXO VII-B – DIRETRIZES ESPECÍFICAS PARA


ELABORAÇÃO DO ATO CONVOCATÓRIO
1. Dos mecanismos de controle interno:

1.1. Para atendimento do disposto no art. 18, o ato convocatório


deverá conter uma das seguintes regras:

a) Conta-Depósito Vinculada ― bloqueada para movimentação;


ou

b) Pagamento pelo Fato Gerador;


1.1.1.A adoção do Pagamento pelo Fato Gerador só é admitida após
publicação do Caderno de Logística a que faz referência o inciso II
do §1° do art. 18, desta Instrução Normativa.

1.2. No caso da Conta-Depósito Vinculada ― bloqueada para


movimentação, os órgãos e entidades deverão adotar:

a) provisionamento de valores para o pagamento das férias, 13º


(décimo terceiro) salário e verbas rescisórias aos trabalhadores da
contratada, que serão depositados pela Administração em Conta-
Depósito Vinculada ― bloqueada para movimentação, conforme
Anexos XII e XII-A;

b) previsão de que o pagamento dos salários dos empregados pela


empresa contratada deverá ser feito por depósito bancário, na conta
dos empregados, em agências situadas na localidade ou região
metropolitana em que ocorre a prestação dos serviços;

c) a obrigação da contratada de, no momento da assinatura do


contrato, autorizar a Administração contratante a reter, a qualquer
tempo, a garantia na forma prevista no subitem 3.1 do Anexo VII-F
desta Instrução Normativa;

d) a obrigação da contratada de, no momento da assinatura do


contrato, autorizar a Administração contratante a fazer o desconto
nas faturas e realizar os pagamentos dos salários e demais verbas
trabalhistas diretamente aos trabalhadores, bem como das
contribuições previdenciárias e do FGTS, quando estes não forem
adimplidos;

e) disposição prevendo que a contratada deverá viabilizar, no prazo


de 60 (sessenta) dias, contados do início da prestação dos serviços,
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

33
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

a emissão do Cartão Cidadão expedido pela Caixa Econômica


Federal para todos os empregados;
f) disposição prevendo que a contratada deverá viabilizar, no prazo
de 60 (sessenta) dias, contados do início da prestação dos serviços,
o acesso de seus empregados, via internet, por meio de senha
própria, ao sistema da Previdência Social, com o objetivo de verificar
se as suas contribuições previdenciárias foram recolhidas;
g) disposição prevendo que a contratada deverá oferecer todos os
meios necessários aos seus empregados para obtenção de extrato
de recolhimento sempre que solicitado pela fiscalização.

1.3. Quando não for possível a realização dos pagamentos a que se


refere o item “d” do subitem 1.2 acima pela própria Administração,
esses valores retidos cautelarmente serão depositados junto à
Justiça do Trabalho, com o objetivo de serem utilizados
exclusivamente no pagamento de salários e das demais verbas
trabalhistas, bem como das contribuições sociais e FGTS.

1.4. Em caso de impossibilidade de cumprimento do disposto no item


“b” do subitem 1.2 acima, a contratada deverá apresentar
justificativa, a fim de que a Administração possa verificar a realização
do pagamento.

1.5. Os valores provisionados na forma do item “a” do subitem 1.2


acima, somente serão liberados nas seguintes condições:

a) parcial e anualmente, pelo valor correspondente ao 13º (décimo


terceiro) salário dos empregados vinculados ao contrato, quando
devido;
b) parcialmente, pelo valor correspondente às férias e a 1/3 (um
terço) de férias previsto na Constituição, quando do gozo de férias
pelos empregados vinculados ao contrato;

c) parcialmente, pelo valor correspondente ao 13º (décimo terceiro)


salário proporcional, às férias proporcionais e à indenização
compensatória porventura devida sobre o FGTS, quando da
dispensa de empregado vinculado ao contrato; e

d) ao final da vigência do contrato, para o pagamento das verbas


rescisórias.

1.6. O saldo existente na Conta-Depósito Vinculada ― bloqueada


para movimentação apenas será liberado com a execução completa
do contrato, após a comprovação, por parte da empresa, da quitação
de todos os encargos trabalhistas e previdenciários relativos ao
serviço contratado.
1.7. No caso do Pagamento pelo Fato Gerador, os órgãos e
entidades deverão adotar os seguintes procedimentos:
a) Serão objeto de pagamento mensal pela Administração à
contratada, a depender da especificidade da contratação, o
somatório dos seguintes módulos que compõem a planilha de custos
e formação de preços, disposta no Anexo VII - D:
1. Módulo 1: Composição da Remuneração;

2. Submódulo 2.2: Encargos Previdenciários e FGTS;


PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

34
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

3. Submódulo 2.3: Benefícios Mensais e Diários;

4. Submódulo 4.2: Intrajornada;


5. Módulo 5: Insumos; e

6. Módulo 6: Custos Indiretos, Tributos e Lucro (CITL), que será


calculado tendo por base as alíneas acima.
b) Os valores referentes a férias, 1/3 (um terço) de férias previsto na
Constituição, 13º (décimo terceiro) salários, ausências legais, verbas
rescisórias, devidos aos trabalhadores, bem como outros de evento
futuro e incerto, não serão parte integrante dos pagamentos mensais
à contratada, devendo ser pagos pela Administração à contratada
somente na ocorrência do seu fato gerador;
c) As verbas discriminadas na forma da alínea “b” acima somente
serão liberadas nas seguintes condições:
c.1. pelo valor correspondente ao 13º (décimo terceiro) salário dos
empregados vinculados ao contrato, quando devido;
c.2. pelo valor correspondente às férias e a 1/3 (um terço) de férias
previsto na Constituição, quando do gozo de férias pelos
empregados vinculados ao contrato;

c.3. pelo valor correspondente ao 13º (décimo terceiro) salário


proporcional, férias proporcionais e à indenização compensatória
porventura devida sobre o FGTS, quando da dispensa de
empregado vinculado ao contrato;

c.4. pelos valores correspondentes às ausências legais efetivamente


ocorridas dos empregados vinculados ao contrato; e

c.5. outras de evento futuro e incerto, após efetivamente ocorridas,


pelos seus valores correspondentes.

1.8. A não ocorrência dos fatos geradores discriminados na


alínea “b” acima não gera direito adquirido para a contratada
das referidas verbas ao final da vigência do contrato, devendo o
pagamento seguir as regras previstas no instrumento contratual e
anexos.

Como o órgão que expediu a IN nº 5/2017 é da estrutura do Poder


Executivo Federal, comumente questiona-se: “A área administrativa dos órgãos e
entidades dos demais Poderes da União, dos Estados e dos Municípios está
obrigada a observar as prescrições dessa Instrução Normativa?

Apesar de os órgãos e entidades dos Poderes Legislativo e Judiciário da


União Federal, do Ministério Público, bem como dos demais entes federados
(Estados, DF e Municípios), poderem ter normas próprias, é recomendável que, na
inexistência de norma interna, ou lacuna na norma existente, tais órgãos e
entidades adotem e apliquem as disposições das Instruções Normativas emanadas
do MP.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

35
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Não obstante, no âmbito do Distrito Federal, foi editado, em 15 de março


de 2018, o Decreto nº 38.934 que determinou a adoção da IN nº 5/2017:

DECRETO DF Nº 38.934, DE 15 DE MARÇO DE 2018


Art. 1º Aplicam-se às contratações de serviços, continuados ou
não, no âmbito da Administração Pública Direta e Indireta do
Distrito Federal, no que couber, as disposições da Instrução
Normativa nº 5, de 25 de maio de 2017, da Secretaria de Gestão
do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.

Art. 2º Os contratos formalizados anteriormente à publicação deste


Decreto e que não se conformem com o disposto no Anexo VI-B da
Instrução Normativa de que trata o artigo anterior, podem ser
renovados em conformidade com as regras editalícias e a legislação
de regência.
Art. 3º Este Decreto entra em vigor 90 dias após a data de sua
publicação.
Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário, em especial o
Decreto nº 36.063, de 26 de novembro de 2014.

Pelo que parece, todo esse imbróglio acerca da utilização ou não da


conta vinculada pelo Poder Público Federal ainda está longe de ser resolvido.
Enquanto isso, esse instrumento continua sendo utilizado pelo Poder Judiciário
Federal e por vários órgãos públicos.

Observa-se que a conta vinculada na área federal não é


regulamentada por lei em sentido estrito, pois não existe uma lei emanada do
Poder Legislativo disciplinando a matéria. A conta vinculada é regulamentada por
uma Instrução Normativa do Ministério do Planejamento e uma Resolução do CNJ,
esta para o âmbito do Poder Judiciário.

3.3 Legislação da conta vinculada no âmbito do Distrito Federal.

Diferentemente da esfera federal, no Distrito Federal a conta corrente


vinculada – bloqueada para movimentação foi criada pela Lei Distrital nº4.436, de
23 de agosto de 2011 (alterada pela Lei Distrital nº 5.313/2014) e regulamentada
pelo Decreto Distrital nº 34.649, de 10 de setembro de 2013 (alterado pelo
Decreto Distrital nº 36.164/2014).

3.3.1 A Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 4831-DF

Em 10 de agosto de 2012, a Lei Distrital nº 4.636/2011 foi objeto de ação


direita de inconstitucionalidade – ADI 4831 – DF, proposta pela Confederação
Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo - CNC.
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

36
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

A autora da ADI alegou que o diploma legal violava o disposto no artigo


37, inciso XXI, da Constituição Federal de 1988 – CF/88, que somente permitiria
nos processos de licitação, o estabelecimento das exigências de qualificação
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

Além disso, a requerente sustentou que a lei distrital em exame ofendia


a competência da União para dispor sobre normas gerais em matéria de licitação e
contratação, prevista no artigo 22, inciso XXVII, da CF/88.

A Relatora da ADI, Ministra Rosa Weber, solicitou informações à Câmara


Legislativa do Distrito Federal e ao Governador do DF, bem como determinou a
oitiva do Advogado Geral da União - AGU e do Procurador Geral da República -
PGR.

Tanto o AGU quanto o PGR manifestaram-se pela improcedência do


pedido da requerente, sugerindo a declaração de constitucionalidade da Lei
nº4.636/2011 – DF.

O AGU defendeu a compatibilidade do diploma legal impugnado com os


parâmetros constitucionais mencionados pela requerente, uma vez que a
competência legislativa da União se restringe à definição de normas gerais sobre
licitação e contratação, sendo permitido, por consequência, aos Estados-membros,
ao Distrito Federal e aos Municípios a edição de normas específicas sobre o
assunto, para adaptar a legislação federal às suas realidades locais.

Quanto ao exercício de referida competência legislativa pelo Distrito


Federal, destacou o AGU, “compatibiliza-se com a autonomia conferida a esse ente
pelo artigo 32, caput e § 1°, da Carta Maior, que lhe assegura a capacidade de
autolegislação.”.

Quanto à ofensa ao artigo 37, XXI da CF/88, alegada pelo autor, o AGU
concluiu que a Lei Distrital não contempla requisito de ordem econômica para a
participação no processo licitatório, mas apenas prevê forma de remuneração dos
contratos, que contribui para evitar a responsabilização da Administração Pública
quanto aos encargos trabalhistas devidos pelas empresas contratadas.

A ADI 4831- DF ainda não foi julgada pelo STF, e o processo encontra-
se concluso à Relatora, desde 29/4/2016.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

37
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

3.3.2 Decisão TCDF nº 3209/2017

Em abril de 2016, o TCDF realizou auditoria cujo o objeto abrangeu os


contratos de prestação de serviços continuados, no âmbito da Administração Direta
e Indireta do Distrito Federal, referente à fiscalização da Administração Pública
quanto aos encargos trabalhistas devidos pelas contratadas.

Um dos objetivos da auditoria foi avaliar a suficiência das medidas


adotadas pelo GDF para mitigar a responsabilidade subsidiária da Administração
Pública prevista na Súmula 331 do TST, em relação aos contratos de prestação de
serviços continuados no âmbito dos órgãos e entidades do Distrito Federal.

A equipe de auditoria do TCDF constatou que, em contraposição ao


disposto na Lei Distrital nº 4.636/2011, regulamentada pelo Decreto Distrital
nº34.649/2013, “nenhum ente da Administração Direta e Indireta do DF firmou
Acordo de Cooperação Técnica com o BRB, com vistas a operacionalizar as
contas vinculadas para retenção dos encargos trabalhistas devidos pelas
empresas contratadas para prestação de serviços continuados”, ou seja, não
havia contas vinculadas em funcionamento no complexo administrativo distrital,
embora a regulamentação do decreto supracitado tenha iniciado sua vigência em
9/12/2013, possibilitando que os recursos pagos pelo poder público distrital,
relativos aos encargos trabalhistas, fossem utilizados pelas contratadas para fim
diverso.

Em razão do Relatório Final de Auditoria, o Plenário do TCDF, em


6/7/2017, proferiu a Decisão nº 3209/2017, na qual estabeleceu prazo para que
o BRB e todo o complexo administrativo do DF adotassem providências para
a imediata operacionalização de contas vinculadas aos contratos de
terceirização, visando dar cumprimento à Lei Distrital nº 4.636/2011.

DECISÃO TCDF nº 3209/2017

(...)
II – determinar:

a) ao Banco de Brasília S.A. – BRB que:


1) no prazo de 90 (noventa) dias, adote providências para a imediata
operacionalização de contas vinculadas para provisionar
os
encargos trabalhistas dos contratos de prestação de serviços
continuados firmados pelo Complexo Administrativo do Distrito
Federal, nos termos do Decreto nº 34.649/2013, informando a esta
Corte as medidas adotadas e/ou em curso, no mesmo prazo (Achado
01);

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

38
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

2) informar a todo o complexo administrativo do Distrito Federal o


cumprimento do item 1 acima, imediatamente após a
operacionalização demandada;

b) ao Complexo Administrativo
do Distrito Federal que:

1) no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar do efetivo cumprimento



da diligência constante do item “II-a-2” pelo Banco de Brasília S.A. –
BRB, adotem providências com vistas à formalização de Acordo de
Cooperação Técnica com o BRB, com o objetivo de operacionalizar
as contas vinculadas para provisão de encargos trabalhistas,
informando as medidas adotadas e/ou em curso (Achado 01),
enviando a esta Corte a documentação comprobatória;
2) doravante façam constar da rotina de fiscalização de contratos de
prestação de serviços continuados com dedicação de mão de obra
exclusiva, procedimentos documentados de controle do
cumprimento de obrigações trabalhistas pelos contratados previstos
na IN nº 02/2008-SLTI/MPOG, recepcionada pelo Distrito Federal
pelo Decreto Distrital nº 36.063/2014, especialmente no diz respeito
ao Anexo IV, desde a assinatura do contrato, ou de sua renovação,
até sua extinção ou rescisão (Achado 02);
3) inclua nas próximas contratações, bem como nas prorrogações de
contratos vigentes, no termo de contrato ou em seus aditivos,
cláusulas relativas à retenção provisória e mensal de provisões
trabalhistas em conta vinculada aberta no BRB, em atenção ao
parágrafo único do art. 1º do Decreto Distrital nº34.649/2013 (Achado
01);
III – recomendar:

a) à Controladoria-Geral do Distrito Federal – CGDF que, no


âmbito de suas competências, inclua nas tomadas e prestações de
contas anuais dos órgãos e entidades da Administração Direta e
Indireta do Distrito Federal o exame dos mecanismos de controle
destinados a mitigar a responsabilidade subsidiária da Administração
Pública distrital nos contratos para prestação de serviços
continuados com exclusividade de mão de obra, em atenção ao
Decreto Distrital nº 36.063/2014 e à IN nº 02/2008-SLTI/MPOG
(Achado 2);

3.3.3 Decreto Distrital nº 39.978/2019

Em 27/7/2019, houve a publicação do Decreto Distrital nº 39.978,


regulamentando sobre a execução indireta nas contratações realizadas pela
administração direta e indireta do Distrito Federal, em substituição ao Decreto
Distrital nº25.937/2005.

O novo Decreto trouxe a obrigatoriedade de inclusão de cláusulas


contratuais com a previsão de utilização do “fato gerador” ou da “conta vinculada”,

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

39
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

visando garantir o cumprimento das obrigações trabalhistas nas contratações de


serviços de terceirização.

DECRETO Nº 39.978, DE 25 DE JULHO DE 2019


Art. 8º Os contratos de que trata este decreto conterão cláusulas que:

(...)
V - prevejam, com vistas à garantia do cumprimento das
obrigações trabalhistas nas contratações de serviços
continuados com dedicação exclusiva de mão de obra:

a) que os valores destinados ao pagamento de férias, décimo


terceiro salário, ausências legais e verbas rescisórias dos
empregados da contratada que participarem da execução dos
serviços contratados serão efetuados pela contratante à contratada
somente na ocorrência do fato gerador; ou
b) que os valores destinados ao pagamento das férias, décimo
terceiro salário e verbas rescisórias dos empregados da contratada
que participarem da execução dos serviços contratados serão
depositados pela contratante em conta vinculada específica,
aberta em nome da contratada, e com movimentação autorizada
pela contratante;

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

CONTA VINCULADA NO ÂMBITO DO DISTRITO FEDERAL

A partir desse ponto da apostila, serão abordados os procedimentos


visando à implantação e operacionalização da conta vinculada no âmbito do
Distrito Federal, com base na Lei nº 4.636/2011, alterada pela Lei nº 5.313/2014 e
no Decreto nº 34.649/2013, alterado pelo Decreto nº 36.164/2014, anexos ao final
da apostila.

4.1 O que é a conta corrente vinculada – bloqueada para movimentação?

A conta corrente vinculada – bloqueada para movimentação, aqui


chamada somente de conta vinculada, é um instrumento de gestão e
gerenciamento de riscos para as contratações de serviços continuados com
dedicação exclusiva de mão de obra pela Administração Pública, contribuindo para
assegurar os recursos necessários ao cumprimento das obrigações sociais e
trabalhistas, em caso de inadimplemento da contratada.

O principal objetivo da conta vinculada é garantir a existência de


recursos financeiros para fazer face à parte significativa dos encargos e
direitos trabalhistas dos empregados terceirizados em atividade no Poder
Público do Distrito Federal.

4.2 Depósitos

A empresa contratada em vez de receber o valor total mensal previsto


contratualmente, terá destacado, desse montante, rubricas relativas a alguns
encargos trabalhistas, que serão depositados na conta vinculada.

A conta vinculada é destinada exclusivamente à provisão de valores


referentes às rubricas para pagamento de férias, abono de férias, 13º salário, multa
do FGTS e encargos sociais sobre férias e 13º salário dos trabalhadores da
empresa contratada, que se encontram alocados no órgão.

A conta vinculada é aberta em nome da contratada e as verbas


depositadas pertencem à empresa. Contudo, a contratada não poderá movimentar
o dinheiro sem autorização da Administração contratante.9

999
VIANNA, Flavia Daneil. Contratos administrativos de serviços continuados com dedicação
exclusiva de mão de obra e a “conta-depósito vinculada – bloqueada para movimentação”.
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

41
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Cabe destacar que os valores destinados a essa conta se referem à


despesa pública incorrida, uma vez que a conta é de titularidade da contratada para
execução de serviços terceirizados, sendo que a remuneração financeira dos
valores depósitados, ao final da vigência do contrato administrativo, pertencerá
legitimamente à prestadora dos serviços.

4.3 Saques/Liberações

Os recursos provisionados na conta vinculada ficam resguardados e


somente serão liberados com expressa autorização do órgão contratante, nas
seguintes hipóteses:

1) para pagamento de verbas trabalhistas referentes às férias e 13º


salário dos terceirizados;

2) para pagamento dos encargos sociais sobre férias e 13º salário;

3) para pagamento de verbas rescisórias, inclusive a multa do FGTS


por demissão sem justa causa, em caso de desligamento de
trabalhadores alocados no órgão; ou

4) ao final da vigência do contrato administrativo.

A autorização da Administração para saque/liberação de valores da


conta vinculada somente ocorrerá com a apresentação dos documentos
comprobatórios da ocorrência das obrigações trabalhistas ou sociais pela empresa
contratada.

4.4 Aspecto positivo e aspectos negativos para utilização de conta vinculada

O aspecto positivo para utilização da conta vinculada pela Administração


Pública é a segurança que este instrumento oferece ao gestor de contratos de
terceirização, pois assegura que a Administração não será onerada, caso a
empresa contratada não honre com as suas obrigações trabalhistas e
previdenciárias.

Fórum de Contratação e Gestão Pública – FCGP, Belo Horizeonte, ano 15, n. 177 p.34-36, set.
2016.
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

42
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Quanto aos aspectos negativos, trazidos pelo grupo de trabalho


coordenado pelo TCU, em que culminou o Acórdão 1.214/2013, são os seguintes:

1) Custo de transação: cálculos das retenções e das liberações de


valores retidos; extensa documentação para conferência, que
demanda considerável esforço dos servidores; e falta de servidores
qualificados nos diversos órgãos para efetuar os cálculos necessários
e conferência de documentação trabalhista e previdenciária;

2) Ações judiciais relativas a outros contratos que bloqueiam os


recursos depositados, ocasionando a ineficácia do dispositivo.

4.5 Bloqueio judicial

Apesar de constar no nome da conta vinculada “bloqueada para


movimentação”, este bloqueio se refere apenas à impossibilidade de a empresa
contratada, titular da conta, efetuar saques nesta conta corrente, pois as liberações
somente serão efetuadas com a autorização da contratante. Esta conta também
não permite outros tipos de depósito.

Apesar de informação do BRB de que esta conta não está sujeita a


bloqueios judiciais, não há segurança absoluta de que esta conta está totalmente
isenta de sofrer bloqueios pela justiça do trabalho, para pagamento de reclamações
trabalhistas da empresa contratada, principalmente em relação a trabalhadores de
outros contratos, prejudicando a eficácia desse mecanismo de controle.

Na esfera federal, as contas vinculadas, administradas pelo Banco do


Brasil - BB, eram objeto de bloqueios da justiça do trabalho, inclusive via BACEN-
JUD, prejudicando a finalidade da conta vinculada aberta pelo órgão contratante.
Com o objetivo de trazer maior segurança para as contas vinculadas aos contratos
de terceirização, em novembro/2013, o BB criou uma conta específica, que não é
visualizada no BANCEN-JUD, denominada “Depósito em Garantia”, substituindo a
antiga conta vinculada.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

PLANEJAMENTO PARA IMPLANTAÇÃO DE CONTA VINCULADA

5.1 Providências preliminares para a implantação de conta vinculada

Para a implantação e operacionalização das contas vinculadas aos


contratos de terceirização, há necessidade de providências preliminares pelos
órgãos contratantes, visando a sua efetiva utilização.

Dentre as providências, temos as seguintes:

a) Formalizar Acordo de Cooperação Técnica com instituição financeira;

b) Designar as unidades administrativas responsáveis pela gestão e


controle das contas vinculadas;

c) Estabelecer e prever em ato convocatório as diretrizes específicas


quanto ao funcionamento da conta vinculada.

5.1.1 Acordo de Cooperação Técnica com o BRB

O primeiro passo para a implantação das contas vinculadas é a


formalização do Acordo de Cooperação Técnica com uma instituição financeira.

Em razão do que consta no artigo 7º do Decreto nº 34.649/2013, os


órgãos públicos do DF deverão formalizar esse Acordo de Cooperação Técnica com
o Banco de Brasília – BRB, por meio de minuta-padrão fornecida pelo BRB, anexa
ao final da apostila.

DECRETO DF nº 34.649/2013

Art. 7º Os órgãos e entidades da Administração Pública Direta e


Indireta do Distrito Federal deverão formalizar Acordo de
Cooperação Técnica com o BRB, no prazo de 30 (trinta) dias a
contar da publicação deste Decreto, para sua operacionalização.

5.1.2 Designação de unidades administrativas para gestão das contas


vinculadas

Há necessidade de os órgãos designarem as unidades administrativas


que farão a gestão e o controle da conta vinculada, estabelecendo as rotinas e fluxo
operacional para: as retenções mensais; as conferências mensais de saldo; as
liberações parciais com a apuração de valores e conferência de documentação; e a
liberação do saldo ao encerramento do contrato.
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

44
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

5.1.3 Disposições obrigatórias no edital e no contrato administrativo

Há necessidade de fazer constar nos editais licitatórios e nos contratos


de prestação de serviço continuados, com cessão de mão de obra, cláusulas
relativas à operacionalização da conta vinculada, conforme diretrizes constantes na
Lei nº4.636/2011e Decreto nº 34.649/2013.

Deverão ser incluídas informações sobre:

a) Procedimentos para abertura da conta vinculada junto ao BRB;

b) Despesas para abertura e manutenção da conta vinculada;

c) As rubricas e valores que serão retidos e destinados à conta


vinculada;

d) Procedimentos para liberação de valores durante a execução do


contrato; e

e) Providências para liberação do saldo da conta vinculada quando do


encerramento do contrato.

5.2 Encargos trabalhistas e sociais que são objeto de provisão

Os encargos sociais e trabalhistas que deverão ser objeto de provisão e


depositados na conta corrente vinculada – bloqueada para movimentação são: 13º
salário; férias e abono de férias (1/3 constitucional); encargos sociais sobre 13º
salário e férias; e multa do FGTS, conforme previsão contida no artigo 2º do Decreto
nº34.649/2013:

DECRETO DF nº 34.649/2013.

Art. 2º Para os fins deste Decreto são consideradas as seguintes


provisões trabalhistas:
I - 13º salário;

II - férias e abono de férias;


III - impacto sobre férias e 13º salário; e

IV - multa do FGTS.

Cada um desses encargos será analisado detalhadamente nos itens 8 e


9 desta apostila, oportunidade em que se abordará a origem legal, a metodologia
de cálculo, os dispositivos relevantes e questões controversas sobre os encargos.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

45
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Também será apresentada, nos itens 13, 15 e 16 desta apostila, a


documentação hábil para comprovar o adimplemento desses encargos, com
destaque para o que se deve conferir. O conhecimento dessa documentação é
fundamental tanto para os servidores que atuam no gerenciamento da conta
vinculada, quanto na fiscalização dos contratos de terceirização.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

IMPLEMENTAÇÃO DE CONTA VINCULADA

Após a homologação do procedimento licitatório referente à contratação


de empresa para prestação de serviços continuados com cessão de mão de obra,
e a adjudicação do objeto à empresa vencedora do certame, o órgão deverá adotar
providências necessárias à implementação da conta vinculada ao contrato de
terceirização.

6.1 Abertura de conta corrente vinculada – bloqueada para movimentação

A abertura da conta corrente vinculada – bloqueada para movimentação


deverá ser solicitada pelo órgão contratante, mediante ofício direcionado ao BRB,
antes da assinatura do contrato de prestação de serviços, de acordo com o artigo
7º da Lei Distrital nº 4.636/2011.

Conforme disciplina o artigo 2º, parágrafo único, da mencionada lei, a


conta vinculada deverá ser aberta em nome da empresa, unicamente para a
finalidade de depósito das provisões sociais e trabalhistas e com movimentação
somente por ordem do órgão contratante.

No momento da abertura da conta vinculada, a empresa contratada


deverá assinar termo específico junto ao BRB, que permita ao órgão contratante ter
acesso aos saldos e extratos e vincule a movimentação dos valores depositados à
sua autorização.

LEI DF nº 4.636/2011
Art. 2º As provisões de encargos trabalhistas relativas a férias,
décimo-terceiro salário e multa do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço – FGTS por dispensa sem justa causa, a serem pagas pelos
órgãos e entidades dos Poderes Públicos do Distrito Federal a
empresas contratadas para prestar serviços de forma contínua,
serão glosadas do valor mensal do contrato e depositadas
exclusivamente em banco público oficial.

Parágrafo único. Os depósitos de que trata o caput devem ser


efetivados em conta corrente vinculada – bloqueada para
movimentação – aberta em nome da empresa, unicamente para
essa finalidade e com movimentação somente por ordem do
órgão ou entidade contratante.
(...)

Art. 7º A assinatura do contrato de prestação de serviços entre o


órgão contratante e a empresa vencedora do certame será
precedida dos seguintes atos:
I – solicitação pelo órgão contratante, mediante ofício, de
abertura de conta corrente vinculada – bloqueada para
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

47
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

movimentação – no nome da empresa, conforme disposto no art. 2º


desta Lei, na forma do regulamento;
II – assinatura, pela empresa a ser contratada, no ato da
regularização da conta corrente vinculada – bloqueada para
movimentação –, de termo específico da instituição financeira
oficial que permita ao órgão contratante ter acesso aos saldos
e extratos e vincule a movimentação dos valores depositados à
sua autorização, na forma do regulamento.

Conforme artigo 5º do Decreto Distrital nº 34.649/2013, para cada


contrato, deverá haver uma conta vinculada equivalente, aberta em nome da
empresa.

DECRETO DF nº 34.649/2013

Art. 5º Cada provisão constituirá percentual de retenção sobre o total


mensal pago, sendo que o montante retido representará a soma dos
percentuais individuais de cada uma delas, na forma do anexo deste
Decreto.

§1º As provisões retidas do valor mensal do contrato serão


depositadas exclusivamente em conta corrente vinculada, aberta em
nome da empresa, unicamente para essa finalidade e com
movimentação mediante prévia e expressa autorização do órgão ou
entidade contratante.
§2º Para cada contrato formalizado com os órgãos e entidades da
Administração Pública Direta e Indireta do Distrito Federal, haverá
uma conta vinculada aberta em nome da empresa.

(...)
Art. 9º A assinatura ou renovação do contrato de prestação de
serviços será precedida de:
I - solicitação formal do órgão ou entidade contratante da abertura de
conta corrente vinculada, em nome da empresa;
II - assinatura pela contratada de termo específico do BRB que
permita ao órgão ou entidade contratante ter acesso aos
extratos diários e mensais;

III - autorização da contratada para que a conta vinculada somente


seja movimentada após determinação do órgão ou entidade
contratante;

Conforme a redação dos dispositivos legais, antes mesmo da assinatura


do contrato entre o órgão e a empresa vencedora do certame, o órgão deverá
encaminhar ofício solicitando ao BRB a abertura da conta corrente vinculada –
bloqueada para movimentação.

Em qual agência do BRB a empresa deverá abrir a conta vinculada?


Na agência que o órgão escolher ou na agência que a contratada escolher?

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Conforme consta na minuta do Acordo de Cooperação Técnica do BRB,


a agência do BRB para abertura da conta vinculada será a de preferência da
empresa contratada, uma vez que a empresa também deverá providenciar nesta
agência, além da conta vinculada, a abertura de conta corrente de relacionamento,
na qual será efetuado o pagamento da folha dos seus funcionários, em razão do
que consta no artigo 9º, V do Decreto nº 34.649/2013, bem como abertura de
contas-salário dos empregados vinculados ao contrato de prestação de serviço,
conforme artigo 9º, IV do mesmo Decreto.

MINUTA ACORDO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA BRB


CLÁUSULA TERCEIRA - DO FLUXO OPERACIONAL

A abertura, captação e movimentação dos recursos dar-se-ão


conforme o fluxo operacional a seguir:

I - O Órgão ou Entidade firma o Contrato com a EMPRESA


CONTRATADA.

II - O Órgão ou Entidade providencia confecção de ofício endereçada


ao BRB Banco de Brasília S/A, direcionado ao Gerente Geral da
Agência de preferência da EMPRESA CONTRATADA, com o
propósito de autorizar a abertura da Conta Vinculada de cada
contrato.
III - O Banco providencia:

a) Abertura da Conta Vinculada;


b) Comunicação ao Órgão ou Entidade sobre o número da
Conta Vinculada aberta conforme solicitação, bem como eventuais
rejeições indicando seus motivos.

c) Documento autorizativo, de cada EMPRESA


CONTRATADA, para que o Órgão ou Entidade tenha acesso aos
saldos e extratos de sua conta vinculada para movimentar a
conta com a finalidade de pagamento dos encargos previstos na
regulamentação da Lei Distrital nº 4636/2011;

6.1.1 Fluxo operacional para abertura da conta vinculada

1º) O órgão encaminhará ofício à empresa vencedora da licitação para


que providencie a abertura e indique conta-corrente de relacionamento junto ao
BRB;

2º) O órgão encaminhará ofício endereçado à agência do BRB


(escolhida pela futura contratada), solicitando a abertura de conta corrente
vinculada – bloqueada para movimentação, em nome da empresa (conforme
modelo constante no Acordo de Cooperação Técnica);

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

49
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

3º) O BRB deverá encaminhar ao órgão contratante, o comprovante de


abertura da conta corrente vinculada, no qual deverão constar os dados necessários
à sua movimentação bancária.

4º) Caberá ao BRB adotar as providências necessárias à regularização


da abertura da conta vinculada, convocando a empresa para fornecer os
documentos necessários e autorizar o acesso irrestrito do órgão contratante aos
saldos, aos extratos e às movimentações.

5º) O órgão providenciará a assinatura do contrato.

6º) Os dados bancários referentes à conta vinculada deverão ser


informados à área financeira, ao executor do contrato e à unidade que fará a gestão
e controle da conta vinculada.

6.1.2 Comprovante de abertura da conta corrente vinculada

ATENÇÃO!!!!!! Ao receber o comprovante de abertura da conta,


conferir se realmente é “Comprovante Abertura de Conta Vinculada”, pois só
esta é bloqueada para movimentação, enquanto a conta corrente simples não
é bloqueada.

A seguir, são apresentados 2 modelos de comprovante de abertura de


conta corrente utilizado pelo BRB: o 1º modelo é o que deve ser recebido pelo órgão,
referente à abertura de conta corrente vinculada – bloqueada para
movimentação, conforme estabelece a Lei nº 4.636/2011. Já o 2º modelo, é um
comprovante de abertura de conta corrente simples.

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COMPROVANTE ABERTURA DE CONTA VINCULADA

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

COMPROVANTE DE ABERTURA DE CONTA CORRENTE SEM BLOQUEIO

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

6.2 Abertura de contas-salário dos empregados

Em razão do artigo 9º, IV e V do Decreto nº 34.649/2013, a empresa


contratada deverá efetuar o pagamento dos salários dos funcionários, via BRB, por
meio de conta-salário, uma vez que deverá firmar termo de compromisso junto
àquela instituição bancária.

DECRETO DF nº 34.649/2013
Art. 9º A assinatura ou renovação do contrato de prestação de
serviços será precedida de:
(...)

IV - autorização da contratada para que o BRB somente efetue o


pagamento das provisões definidas no art. 2º deste Decreto em
conta-salário do trabalhador, aberta no BRB;
V - termo de compromisso firmado pela empresa de que os
pagamentos de salário e similares serão realizados
exclusivamente por meio do BRB.

Para melhor entender o que é a conta-salário e o seu funcionamento,


destacam-se algumas informações obtidas junto ao site do Banco Central do Brasil.

6.2.1 O que é conta-salário?

A conta-salário10 é uma conta aberta por iniciativa e solicitação do


empregador para efetuar o pagamento de salários aos seus empregados. Essa
conta não é uma conta de depósitos à vista, pois somente admite créditos efetuados
pelo empregador que abriu a conta, não sendo admitidos depósitos de quaisquer
outras fontes.

A conta-salário não é aberta por iniciativa do empregado. Para abertura


da conta-salário é necessário que o empregador contrate um banco para prestar o
serviço de pagamento dos salários de seus empregados. Além disso, o empregador
é responsável pela identificação dos beneficiários.

10
Regulamentada pela Resolução CMN nº 3.402/2006, alterada pelas Resoluçòes nº 3.424/2006 e
nº 4.684/2018.
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53
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

O banco contratado, visando assegurar a entrega dos recursos ao real


beneficiário pode solicitar informações adicionais e documentos comprobatórios do
próprio beneficiário para fins de identificação.

6.2.2 Portabilidade do salário

O empregado pode solicitar a transferência automática dos recursos


creditados pelo empregador na conta-salário para uma conta de depósitos de sua
titularidade em outro banco, sem custos. Esse mecanismo assegura a
“portabilidade do salário”. Essa transferência automática deve ser realizada no
mesmo dia do crédito feito pelo empregador, até às 12h. Outra opção é a
transferência do salário para conta de depósitos à vista, de titularidade do
empregado, no próprio banco contratado pelo empregador, caso o empregado opte
por abrir uma conta de depósitos nesse banco ou já tenha uma conta aberta no
banco escolhido por seu empregador para abertura da conta-salário.

6.2.3 Pode a instituição financeira descontar empréstimo na conta-


salário?

O desconto de prestações de operações de crédito diretamente na conta-


salário somente é admitido se o empregado beneficiário do pagamento
autorizar, prévia e formalmente, a sua realização. No caso da transferência
automática para a conta de depósitos indicada pelo beneficiário (portabilidade do
salário), a transferência deverá ser realizada pelo valor líquido, após o desconto do
valor da prestação da operação de crédito, autorizado pelo empregado.

6.2.4 Podem ser cobradas tarifas pela utilização da conta-salário?

É vedada a cobrança de tarifas pela utilização da conta-salário para a


transferência automática dos recursos para conta de depósitos no próprio ou em
outro banco (portabilidade do salário) e para:

a) fornecimento de cartão magnético, a não ser nos casos de pedidos


de reposição decorrentes de perda, roubo, danificação e outros
motivos não imputáveis à instituição financeira;

b) realização de até cinco saques, por evento de crédito;

c) acesso a pelo menos duas consultas mensais ao saldo nos terminais


de autoatendimento ou diretamente no guichê de caixa;
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

d) fornecimento, por meio dos terminais de autoatendimento ou


diretamente no guichê de caixa, de pelo menos dois extratos
contendo toda a movimentação da conta nos últimos trinta dias;

e) manutenção da conta, inclusive no caso de não haver movimentação.

O empregado beneficiário dos pagamentos pode optar por não abrir


conta de depósitos à vista ou de poupança e utilizar a conta-salário para usufruir de
outros serviços bancários. Nesse caso, é admitida a cobrança de tarifas por esses
serviços ou pela realização de saques e consultas acima da quantidade gratuita
prevista. A realização de transferências de valores, em situações que não
configurem portabilidade automática dos créditos, também pode acarretar a
cobrança de tarifas.

6.3 Retenção de valores e depósito em conta vinculada

As provisões mensais realizadas pelo órgão contratante para pagamento


dos encargos sociais e trabalhistas dos empregados da empresa contratada, serão
retidas do valor mensal do contrato e depositadas na conta vinculada aberta em
nome da contratada.

O valor do depósito mensal à conta vinculada será igual ao somatório


dos valores das seguintes provisões:

a) 13º salário;

b) Férias e abono de férias (1/3 constitucional);

c) Multa do FGTS; e

d) Encargos previdenciários e FGTS sobre o 13º salário e as férias.

6.4 Passo a passo para depósito das provisões em conta vinculada

1º) O executor do contrato, mensalmente, receberá a nota fiscal


referente aos serviços prestados pela contratada no mês anterior;

2º) Emitirá o Relatório circunstanciado atestando a execução dos


serviços e informará qual o valor a ser destinado à conta vinculada;

3º) O executor encaminhará a nota fiscal para pagamento;

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55
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

4º) A área financeira providenciará o pagamento da nota fiscal com a


retenção do valor informado pelo executor;

5º) A área financeira emitirá uma ordem bancária – OB destinada à


conta corrente vinculada, aberta em nome da empresa contratada.

Qual o valor de cada provisão a ser retido da fatura mensal da


empresa contratada e depositado na conta vinculada?

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

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BASE DE CÁLCULO DOS ENCARGOS

A empresa contratada, no momento da assinatura do contrato, deve


conhecer o valor que será retido mensalmente do seu pagamento e depositado na
conta vinculada aberta em seu nome. Para tanto, precisa-se compreender a
composição dos encargos que serão destinados à conta vinculada.

7.1 Composição da provisão mensal destinada à conta vinculada

Apresentam-se os seguintes questionamentos em relação às dúvidas


existentes quanto à metodologia de cálculo, utilizada pelo órgão contratante, para
apurar o valor da provisão mensal destinada à conta vinculada:

1) Qual a base de cálculo a ser utilizada para apurar as verbas


objeto de provisão?

a. Remuneração do empregado?

b. Salário do empregado?

2) Qual o percentual de cada encargo a ser provisionado?

a. Percentual fixo e estabelecido na licitação?

b. Percentual constante na planilha de custo e formação de


preços apresentada pela contratada?

3) O percentual é o mesmo para todos os contratos de


terceirização ou varia de empresa para empresa?

Em razão desses questionamentos, serão abordados alguns pontos


importantes para melhor entender a composição da provisão e a metodologia
utilizada para calcular o valor a ser destinado mensalmente à conta vinculada.

7.2 Base de cálculo

Para identificar qual a base de cálculo a ser utilizada para apurar o valor
mensal a ser destinado à conta vinculada, primeiramente, é importante distinguir
salário de remuneração.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

7.2.1 Salário

Salário é o montante fixo de dinheiro que o empregador paga ao


empregado mensalmente, como contraprestação pelos serviços prestados, em
decorrência do contrato de trabalho. O salário base do trabalhador é definido em
Convenção Coletiva de Trabalho – CCT, Acordo Coletivo de Trabalho – ACT ou por
Sentença proferida em Dissídio Coletivo.

7.2.2 Remuneração

Já a remuneração é um termo mais amplo do que salário, pois representa


o conjunto das prestações recebidas habitualmente pelo empregado, pela
prestação de serviços. A remuneração é composta, além do salário, por: horas-
extras, adicional noturno, adicional de insalubridade, adicional de periculosidade,
descanso semanal remunerado – DSR, intrajornada, comissões, prêmios habituais,
entre outros.

ATENÇÃO!!!!!! A remuneração (e não o salário) é que deverá ser


utilizada como base de cálculo para apurar o valor devido ao empregado
(direito trabalhista), referente ao 13º salário, às férias e à rescisão contratual.

7.2.3 Base de cálculo pelo Decreto nº 34.649/2013

Apesar de a remuneração do trabalhador ser a base de cálculo de seus


direitos trabalhistas, o artigo 5º do Decreto nº 34.649/2013, inicialmente,
estabeleceu que o percentual de retenção das provisões para a conta vinculada
deveria incidir sobre o valor total mensal pago à contratante, ou seja, sobre o valor
total da nota fiscal do mês.

DECRETO DF nº 34.649/2013

Art. 5º Cada provisão constituirá percentual de retenção sobre o


total mensal pago, sendo que o montante retido representará a
soma dos percentuais individuais de cada uma delas, na forma do
anexo deste Decreto.

Posteriormente, houve alteração da redação do artigo 5º por meio do


Decreto nº 36.164/2014, no qual estabeleceu que o percentual de retenção das
provisões deveria incidir sobre o valor do salário bruto dos empregados
vinculados ao contrato de terceirização.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

DECRETO DF nº 36.164/2014

Art. 5º - Cada provisão constituirá percentual de retenção sobre o


valor do salário bruto, e considerar-se-á como montante retido a
soma dos percentuais individuais de cada uma delas, na forma do
anexo deste Decreto.

(...)
§ 3º - Não serão considerados para efeitos de cálculo os reflexos de
hora-extra.

Todavia, de forma inusitada, ocorreu, simultaneamente, a inclusão do §3º


no artigo 5º, estabelecendo que não deveria ser considerado para efeito de cálculo
os reflexos de hora-extra. Pergunta-se: como a hora-extra pode vir a refletir no
cálculo da retenção, já que a base de cálculo da retenção é o valor do salário bruto
e a hora-extra faz parte da remuneração do empregado?

Outra contradição expressa no Decreto nº 34.649/2013, consta em seu


anexo, cujo título da tabela consta “Percentuais incidentes sobre a remuneração
para contingenciamento de encargos trabalhistas”. Tal incoerência permaneceu no
Decreto nº 36.164/2014, que apesar de alterar os percentuais da tabela, não alterou
o seu título.

Diante disso, conclui-se que havendo contradição entre o anexo e o texto


do Decreto, prevalece este último como regra primeira, pois os anexos têm a função
de complementar ou particularizar os preceitos contidos na norma e nunca se opor
aos seus ditames.

Logo, a remuneração é a base de cálculo para apurar o valor das


verbas trabalhistas, enquanto o salário é a base de cálculo para as provisões
trabalhistas destinadas à conta vinculada, conforme previsão normativa.

Posto isso, percebe-se que os valores retidos a título de 13º salário, férias
e multa do FGTS são uma mera antecipação, sendo que quando houver a
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59
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

ocorrência do fato gerador de tais direitos, o valor definitivo a ser pago ao


terceirizado deverá ser de acordo com a legislação trabalhista e previdenciária.

7.3 Percentual

Para compreender o percentual que pode vir a ser aplicado sobre a base
de cálculo definida, e apurar o valor da provisão a ser destinada mensalmente à
conta vinculada, deve-se, inicialmente, diferenciar os encargos trabalhistas dos
encargos sociais (previdenciários, FGTS e demais contribuições) e conhecer
algumas informações pontuais importantes para a gestão da conta vinculada.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

60
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

ENCARGOS TRABALHISTAS

As provisões trabalhistas resguardadas pela conta vinculada


correspondem às parcelas de 13º salário, férias com o abono de férias e multa
do FGTS com a contribuição social, de cada trabalhador vinculado ao contrato
de prestação de serviços com cessão de mão de obra.

8.1 13º Salário

8.1.1 Direito do trabalhador ao 13º salário

O 13º salário é um direito do trabalhador com origem na Constituição da


República Federativa do Brasil de 1988 (CF/88) e consiste no pagamento de um
salário extra ao trabalhador, na proporção de 1/12 por mês trabalhado, sobre a
remuneração percebida no mês de dezembro, também conhecido como
gratificação natalina.

CF/88

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de


outros que visem à melhoria de sua condição social.
(...)

VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral


ou no valor da aposentadoria.

A reforma trabalhista promovida pela Lei nº 13.467/2017 não afetou em


nada afetou esse direito do trabalhador, pelo contrário, prescreveu a vedação para
que tal direito seja suprimido ou reduzido por norma coletiva de trabalho, conforme
artigo 611-B.

CLT

“Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de


acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a
redução dos seguintes direitos: (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017)
(...)
V - valor nominal do décimo terceiro salário;

Os valores relativos ao 13º salário possuem natureza salarial e são de


pagamento obrigatório a todos os trabalhadores legalmente registrados,
proporcionalmente ao período trabalhado naquele exercício financeiro.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

61
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

8.1.2 13º salário proporcional

Exclusivamente em casos de o trabalhador não haver completado os 12


(doze) meses de efetivo trabalho, poderá o valor ser pago proporcionalmente na
ordem de 1/12 avos por mês trabalhado do ano correspondente. A fração do mês
trabalhado igual ou superior a 15 dias, dentro do mês, será considerado como
o mês na integralidade, conforme previsto no §2º do artigo 1º da Lei nº4.090, de
13 de julho de 1962, que instituiu a gratificação natalina.

LEI nº 4.090/1962

Art. 1º - No mês de dezembro de cada ano, a todo empregado será


paga, pelo empregador, uma gratificação salarial,
independentemente da remuneração a que fizer jus.
§ 1º - A gratificação corresponderá a 1/12 avos da remuneração
devida em dezembro, por mês de serviço, do ano
correspondente.

§ 2º - A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho


será havida como mês integral para os efeitos do parágrafo
anterior.
(...)

Art. 2º - As faltas legais e justificadas ao serviço não serão deduzidas


para os fins previstos no § 1º do art. 1º desta Lei.

Art. 3º - Ocorrendo rescisão, sem justa causa, do contrato de


trabalho, o empregado receberá a gratificação devida nos termos
dos parágrafos 1º e 2º do art. 1º desta Lei, calculada sobre a
remuneração do mês da rescisão.

8.1.3 Metodologia de cálculo

Deve-se considerar a remuneração mensal devida ao empregado no mês


de dezembro, e será pago o valor equivalente a 1/12 dessa remuneração por mês
trabalhado no ano correspondente, observando que a fração do mês igual ou
superior a 15 dias deverá ser considerada como mês integral, conforme esclarecido
no item 8.1.2 dessa apostila.

No caso de rescisão contratual, sem justa causa, deverá ser considerada


a remuneração do mês do desligamento do empregado e feito o cálculo de forma
proporcional.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

62
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

8.1.4 Percentual para depósito na conta vinculada

O percentual para contingenciamento mensal, para assegurar o direito


do 13º salário ao trabalhador, equivale a 8,33% (1/12 por mês).

8.1.5 Parcelamento do 13º salário e prazo de pagamento

Em regra, o pagamento do 13º salário é realizado em 2 parcelas,


devendo a 1ª parcela ser paga até o fim do mês de novembro, a título de
adiantamento, cujo valor corresponderá à metade do valor da remuneração do
trabalhador, sem descontos.

Já a 2ª parcela, equivale à remuneração do mês de dezembro,


descontados os encargos previdenciários, imposto de renda e o valor antecipado
na 1ª parcela, devendo ser paga até o dia 20 de dezembro, conforme artigo 1º da
Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965, que versou sobre o pagamento da
gratificação natalina e artigo 1º do Decreto nº 57.155, de 3 de novembro de 1965,
que regulamentou a gratificação natalina.

8.1.5.1 Requerimento de adiantamento do 13º salário pelo empregado

O empregado poderá requerer o adiantamento da 1ª parcela do 13º


salário por ocasião de suas férias, conforme §2º do artigo 2º da Lei º 4.749/1965,
desde que solicite até o dia 31 de janeiro do ano correspondente, sendo o valor
equivalente à metade do seu salário no mês anterior ao gozo das férias.

8.1.6 Contribuição Previdenciária (INSS) e FGTS sobre o 13º salário

Destaca-se que a contribuição previdenciária somente incidirá sobre


o valor total a título de 13º salário, sendo calculada em separado do salário do
empregado.

Por esse motivo, é que não há incidência do INSS na parcela antecipada,


sendo aplicada a contribuição previdenciária somente quando ocorre o pagamento
da 2ª parcela ou da parcela única do 13º salário.

Como a tabela de contribuição do INSS é progressiva, se o cálculo do


INSS sobre o 13º salário for realizado em conjunto com o salário mensal do
trabalhador, pode acontecer de ser utilizada uma alíquota maior.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

63
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

LEI nº 4.749/1965

Art. 1º - A gratificação salarial instituída pela Lei número 4.090, de


13 de julho de 1962, será paga pelo empregador até o dia 20 de
dezembro de cada ano, compensada a importância que, a título
de adiantamento, o empregado houver recebido na forma do
artigo seguinte.
Parágrafo único. (Vetado).

Art. 2º - Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o


empregador pagará, como adiantamento da gratificação referida
no artigo precedente, de uma só vez, metade do salário recebido
pelo respectivo empregado no mês anterior.

§ 1º - O empregador não estará obrigado a pagar o adiantamento,


no mesmo mês, a todos os seus empregados.

§ 2º - O adiantamento será pago ao ensejo das férias do


empregado, sempre que este o requerer no mês de janeiro do
correspondente ano.
Art. 3º - Ocorrendo a extinção do contrato de trabalho antes do
pagamento de que trata o Art. 1º desta Lei, o empregador poderá
compensar o adiantamento mencionado com a gratificação devida
nos termos do Art. 3º da Lei número 4.090, de 13 de julho de 1962,
e, se não bastar, com outro crédito de natureza trabalhista que
possua o respectivo empregado.
Art. 4º - As contribuições devidas ao Instituto Nacional de
Previdência Social, que incidem sobre a gratificação salarial referida
nesta Lei, ficam sujeitas ao limite estabelecido na legislação da
Previdência Social.

DECRETO nº 57.155/1965
Art. 1º O pagamento da gratificação salarial, instituída pela Lei nº
4.090, de 13 de julho de 1962, com as alterações constantes da Lei
nº 4.749, de 12 de agôsto de 1965, será efetuado pelo empregador
até o dia 20 de dezembro de cada ano, tomando-se por base a
remuneração devida nesse mês de acôrdo com o tempo de serviço
do empregado no ano em curso.
Parágrafo único. A gratificação corresponderá a 1/12 (um doze
avos) da remuneração devida em dezembro, por mês de serviço,
do ano correspondente, sendo que a fração igual ou superior a
15 (quinze) dias de trabalho será havida como mês integral.
(...)

Art. 3º Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o


empregador pagará, como adiantamento da gratificação, de uma só
vez, metade do salário recebido pelo empregado no mês anterior.
(...)

§ 3º A importância que o empregado houver recebido a título de


adiantamento será deduzida do valor da gratificação devida.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Art. 4º o adiantamento será pago ao ensejo das férias do empregado,


sempre que êste o requerer no mês de janeiro do correspondente
ano.

(...)
Art. 6º As faltas legais e as justificadas ao serviço não serão
deduzidas para os fins previstos no art. 2º dêste decreto.

Art. 7º Ocorrendo a extinção do contrato de trabalho, salvo na


hipótese de rescisão com justa causa, o empregado receberá a
gratificação devida, nos têrmos do art. 1º, calculada sôbre a
remuneração do respectivo mês.

Parágrafo único. Se a extinção do contrato de trabalho ocorrer antes


do pagamento de que se trata o art. 1º, o empregador poderá
compensar o adiantamento mencionado no art. 3º, com o valor da
gratificação devida na hipótese de rescisão.

Diferentemente do INSS, o FGTS deverá ser recolhido no momento em


que houver o pagamento da obrigação, independentemente se houve ou não
parcelamento do 13º salário.

8.1.7 Perda de direito ao 13º salário

Em caso de rescisão do contrato de trabalho, por justa causa, o


empregado não tem direito a receber o 13º salário, conforme previsão contida
no artigo 3º da Lei nº4.090/1962 e artigo 7º do Decreto nº 57.155/1965.

8.2 Férias

8.2.1 Direito do trabalhador às férias

As férias consistem em um direito do trabalhador, igualmente previsto no


artigo 7º da CF/88, de se afastar por 30 (trinta) dias, sem prejuízo da sua
remuneração, após o período de 12 (doze) meses de vigência do seu contrato de
trabalho.

CF/88

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de


outros que visem à melhoria de sua condição social.

(...)
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um
terço a mais do que o salário normal.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

65
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

8.2.2 Adicional de férias

Além das férias remuneradas, o trabalhador tem direito ao acréscimo de


1/3 (um terço) sobre o valor do seu salário normal, habitualmente denominado
de adicional de férias ou abono de férias ou terço constitucional de férias.

O adicional de férias é a verba remuneratória devida ao trabalhador que


usufrui o seu direito às férias anuais.

8.2.3 Período aquisitivo de férias

Para que o trabalhador tenha o direito às férias, com o abono de férias,


ele deve cumprir o período aquisitivo correspondente a 12 (doze) meses, a
partir do início da vigência de seu contrato de trabalho, conforme dispõe o artigo
130 da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT.

CLT
Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um
período de férias, sem prejuízo da remuneração.
Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do
contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na
seguinte proporção:

I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço


mais de 5 (cinco) vezes;

(...)

Logo, o período aquisitivo é o período em que o trabalhador adquire


o direito às férias, ou seja, a cada 12 (doze) meses de vigência do contrato de
trabalho, o empregado adquire o direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.

8.2.4 Período concessivo de férias

Já o período concessivo, é o período em que o empregador (a


empresa) tem para conceder os 30 (trinta) dias de repouso remunerado ao
funcionário, que deve ocorrer nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o
trabalhador adquiriu o direito às férias, conforme artigo 134 da CLT.

Apesar de as férias serem um direito do trabalhador, é o empregador


quem escolhe, com base nos interesses da empresa, quando ele as gozará.,
conforme artigo 136 da CLT.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

66
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

CLT

Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um


só período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o
empregado tiver adquirido o direito.

(...)

Art. 136 - A época da concessão das férias será a que melhor


consulte os interesses do empregador.

8.2.5 Aviso de férias

Para conceder as férias, o empregador dará aviso, por escrito, ao


empregado, com pelo menos 30 (trinta) dias antes do início do período de gozo,
conforme artigo 135 da CLT.

CLT

Art. 135 - A concessão das férias será participada, por escrito, ao


empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa
participação o interessado dará recibo.

8.2.6 Férias Vencidas

São consideradas férias vencidas aquelas férias cujo período adquirido


foi completado, mas não foi concedido o descanso de 30 dias ao trabalhador dentro
do período concessivo (12 meses seguintes ao período aquisitivo). Ou seja, o

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

67
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

vencimento das férias ocorre quando o trabalhador ganha o direito a novas férias
antes de ter gozado as férias do ano anterior.

As férias vencidas geram o direito ao trabalhador de receber a sua


remuneração em dobro, conforme artigo 137 da CLT e são devidas em todas as
hipóteses de dispensa: por justa causa, sem justa causa, na aposentadoria, no
pedido de demissão, na dispensa indireta e no término do contrato de trabalho com
prazo determinado.

CLT

Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em


um só período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que
o empregado tiver adquirido o direito.
(...)

Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de


que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva
remuneração.

8.2.7 Férias Proporcionais

As férias proporcionais, geralmente, são devidas nas hipóteses de


demissão sem justa causa, pedido de demissão pelo empregado ou término de
contrato a prazo. O empregado perceberá remuneração relativa ao período
aquisitivo incompleto de férias, na proporção de 1/12 por mês de serviço ou
fração superior a 14 (quatorze) dias de trabalho, observando-se as faltas
injustificadas no período aquisitivo, conforme disciplina os artigos 146 e 147 da CLT.

CLT

Art. 146 - Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja


a sua causa, será devida ao empregado a remuneração simples ou
em dobro, conforme o caso, correspondente ao período de férias
cujo direito tenha adquirido.

Parágrafo único - Na cessação do contrato de trabalho, após 12


(doze) meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido
demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao
período incompleto de férias, de acordo com o art. 130, na
proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração
superior a 14 (quatorze) dias.

Art. 147 - O empregado que for despedido sem justa causa, ou


cujo contrato de trabalho se extinguir em prazo predeterminado,
antes de completar 12 (doze) meses de serviço, terá direito à
remuneração relativa ao período incompleto de férias, de
conformidade com o disposto no artigo anterior.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

68
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

No caso de rescisão do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses de


vigência, o trabalhador terá direito a receber o valor correspondente às férias
vencidas (remuneração em dobro) e às férias adquiridas e não gozadas
(remuneração simples), independentemente do motivo da rescisão, pois se trata de
direito já adquirido do trabalhador, conforme artigo 146 caput da CLT. Esse
trabalhador também terá direito ao valor relativo às férias proporcionais, referentes
ao período incompleto, desde que não tenha sido demitido por justa causa,
conforme artigo 146, parágrafo único da CLT.

Ocorrendo a rescisão do contrato de trabalho antes de completado os 12


(doze) meses, o trabalhador terá direito a receber o valor relativo às férias
proporcionais, referentes ao período incompleto, desde que não tenha sido demitido
por justa causa, conforme artigo 147 da CLT.

O pagamento de férias proporcionais também pode ocorrer em caso de


férias coletivas para os empregados que ainda não possuam 12 (doze) meses de
trabalho. Esses trabalhadores receberão as férias proporcionais e iniciarão novo
período aquisitivo, conforme artigo 140 da CLT.

CLT

Art. 139 - Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os


empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos
ou setores da empresa.
(...)

Art. 140 - Os empregados contratados há menos de 12 (doze) meses


gozarão, na oportunidade, férias proporcionais, iniciando-se, então,
novo período aquisitivo. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de
13.4.1977

8.2.8 Metodologia de cálculo

O cálculo de férias é bem simples, basta somar a remuneração que é


devida ao trabalhador na data da concessão de suas férias, devendo ser
considerado os adicionais a que o trabalhador tenha direito, conforme disposto nos
§§ 5º e 6º do artigo 142 da CLT, acrescido de 1/3 sobre esse montante, conforme
previsão constitucional.

CLT

Art. 142 - O empregado perceberá, durante as férias, a


remuneração que lhe for devida na data da sua concessão

(...)

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

69
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

§ 5º - Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno,


insalubre ou perigoso serão computados no salário que servirá
de base ao cálculo da remuneração das férias

§ 6º - Se, no momento das férias, o empregado não estiver


percebendo o mesmo adicional do período aquisitivo, ou quando o
valor deste não tiver sido uniforme será computada a média
duodecimal recebida naquele período, após a atualização das
importâncias pagas, mediante incidência dos percentuais dos
reajustamentos salariais supervenientes

ATENÇÃO!!!!!! A remuneração a ser considerada para fins de


cálculo do valor das férias e do adicional constitucional deve ser a referente
ao período de concessão do direito e não a remuneração do mês do
pagamento das férias.

Em caso de rescisão do contrato de trabalho, havendo férias vencidas


e/ou proporcionais, o valor a ser considerado para fins de cálculo será a
remuneração do mês da rescisão contratual.

8.2.9 Percentual para depósito na conta vinculada

Como o trabalhador adquire mensalmente o direito a 1/12 de suas férias,


o percentual de contingenciamento para assegurar o direito de 30 dias de férias ao
trabalhador, equivale a 8,33% (1/12 por mês).

Além das férias remuneradas, como o trabalhador tem direito ao abono


de férias, que equivale a 1/3 sobre o valor recebido nas férias, deverá ser
contingenciado o percentual equivalente a 2,78% (1/3 de 1/12 por mês), para
assegurar o terço constitucional de férias do trabalhador.

Sendo assim, o percentual total a ser contingenciado, referente às férias


e abono de férias deverá corresponder à 11,11% (8,33% + 2,78%).

8.2.10 Parcelamento de férias

Em razão da reforma trabalhista, por meio da Lei nº 13.467/2017, o


empregador poderá parcelar as férias do empregado em até 3 (três) períodos,
sendo que um deles deve ser de, no mínimo, 14 (quatorze) dias corridos e os
demais períodos devem ser de, no mínimo, 5 (cinco) dias corridos, cada um,
conforme §1º do artigo 134 da CLT, atualizada.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

70
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

CLT

Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um


só período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o
empregado tiver adquirido o direito.
§ 1o Desde que haja concordância do empregado, as férias
poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um
deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os
demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada
um. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 2o (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)


§ 3o É vedado o início das férias no período de dois dias que
antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado.
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Art. 135 - A concessão das férias será participada, por escrito,


ao empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias.
Dessa participação o interessado dará recibo. (Redação dada pela
Lei nº 7.414, de 9.12.1985)

Contudo, em nenhuma hipótese a empresa pode fazer o fracionamento


sem o consentimento do trabalhador, afinal, a decisão de parcelar as férias é
exclusivamente dele.

Não é obrigatório que o primeiro período de férias seja o de maior


quantidade de dias.

Ressalta-se que os 3 períodos de gozo deverão ser concedidos dentro


do período concessivo, sob pena de não o fazendo, gerar o pagamento em dobro.

As férias devem começar em dias úteis e de acordo com a alteração


incluída pela reforma trabalhista, é proibido que as férias se iniciem dois dias
antes de feriado ou do repouso semanal remunerado (geralmente gozado aos
domingos), conforme §3º do artigo 134, incluído pela Lei nº 13.467/2017 na CLT.

8.2.11 Prazo para pagamento das férias

A CLT prevê em seu artigo 145 que o pagamento das férias e abono
de férias deve ser realizado com no mínimo 2 (dois) dias de antecedência ao
início das férias.

CLT

Art. 145 - O pagamento da remuneração das férias e, se for o


caso, o do abono referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois)
dias antes do início do respectivo período.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

71
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Parágrafo único - O empregado dará quitação do pagamento, com


indicação do início e do termo das férias.

O pagamento das férias parceladas deverá ser efetuado de acordo com


cada período gozado, ou seja, o pagamento de cada parcela de férias, com o
respectivo adicional e 1/3, deverá ocorrer até 2 (dois) dias antes do início de cada
período de gozo.

Importante destacar que os valores das férias e do abono de férias


deverão ser calculados com base na remuneração do período de concessão, de
cada parcela de férias.

ATENÇÃO!!!!!! Se após o pagamento das férias houver aumento da


remuneração do empregado, cujos reflexos atinjam o seu período de férias, o
empregador deverá efetuar o ajuste e pagar a diferença de férias na próxima
folha de pagamento, não havendo obrigatoriedade legal para que faça a
complementação de forma imediata.

Com base em entendimento jurisprudencial do TST, Súmula 450, o


empregador que efetuar o pagamento do valor das férias com atraso, será
obrigado a pagar o valor em dobro ao empregado.

SÚMULA nº 450 - TST

FÉRIAS. GOZO NA ÉPOCA PRÓPRIA. PAGAMENTO FORA DO


PRAZO. DOBRA DEVIDA. ARTS. 137 E 145 DA CLT. (conversão
da Orientação Jurisprudencial nº 386 da SBDI-1) – Res.
194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014
É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído
o terço constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda
que gozadas na época própria, o empregador tenha descumprido o
prazo previsto no art. 145 do mesmo diploma legal.

Entretanto, o TST, em decisões recentes e reiteradas (como o Acórdão


abaixo transcrito), tem efetuado uma interpretação casuística da sua própria
súmula, afastando o direito à dobra de férias nos casos em que o atraso no
pagamento foi ínfimo e que não há provas concretas de que a inadimplência do
empregador causou prejuízos ao trabalhador.

A C Ó R D Ã O (5ª Turma)
AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE
REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº
13.015/2014. RITO SUMARÍSSIMO. FÉRIAS. PAGAMENTO FORA
DO PRAZO LEGAL. ATRASO DE DOIS DIAS. DOBRA INDEVIDA.
SÚMULA 450 DO TST. INAPLICABILIDADE. Considerando a
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

72
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

peculiaridade do caso concreto e, tendo em vista a possibilidade de


má aplicação da Súmula 450 do TST, merece ser provido o agravo,
para melhor exame do agravo do instrumento.

TST-RR-10475-44.2016.5.15.0088 – 11/12/2018

8.2.12 Contribuição Previdenciária e FGTS sobre férias e abono de férias

As férias interrompem o contrato de trabalho, mas sem prejuízo da


remuneração, e esse período é contabilizado como tempo de serviço para todos os
fins, conforme §2º, artigo 130 da CLT.

CLT
Art. 130 ...

(...)
§ 2º - O período das férias será computado, para todos os
efeitos, como tempo de serviço.

Sendo assim, sobre a remuneração das férias e o abono de férias de 1/3,


haverá a incidência do FGTS e da contribuição previdenciária no mês a que
se referirem, mesmo quando pagas antecipadamente, conforme §14 do artigo 214
do Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999 – Regulamento da Previdência Social.

DECRETO nº 3.048/99
Art. 214. Entende-se por salário-de-contribuição:

(...)
§ 14. A incidência da contribuição sobre a remuneração das
férias ocorrerá no mês a que elas se referirem, mesmo quando
pagas antecipadamente na forma da legislação trabalhista.

As férias dos empregados deverão ser contabilizadas na folha de


pagamento do mês de sua concessão, mesmo que sejam pagas em mês anterior.

Como o pagamento das férias deve ocorrer de forma antecipada,


conforme veremos abaixo, o empregado recebe o valor das férias por meio de um
“Recibo de Férias”, no qual são efetuados os cálculos de suas férias, com base na
sua remuneração no momento do pagamento.

Posteriormente, será efetuada a contabilização das férias, bem como os


devidos ajustes, na folha de pagamento do mês de competência das férias.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

73
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Dessa forma, o INSS e o FGTS incidirão sobre a folha de pagamento do


mês da concessão das férias.

Destaca-se que as verbas trabalhistas referentes às férias vencidas


(que não foram gozadas na vigência do contrato de trabalho), bem como as férias
proporcionais e o equivalente de 1/3 constitucional, pagas ao empregado no
momento da rescisão contratual, são considerados como verbas de natureza
indenizatória e, conforme §9º do artigo 28 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991
(plano de custeio da seguridade social), não integram o salário de contribuição para
fins de incidência da contribuição previdenciária do segurado e INSS patronal.

Sobre essas verbas, também não incide o percentual de 8% do FGTS,


segundo previsto no §6º do artigo 15 da Lei nº 8.036 de 11 de maio de 1990, que
dispõe sobre o FGTS.

LEI nº 8.212/91

Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:


(...)

§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta


Lei, exclusivamente: (Redação dada pela Lei nº 9.528, de
10.12.97)
(...)

d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e


respectivo adicional constitucional, inclusive o valor
correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art.
137 da Consolidação das Leis do Trabalho-CLT; (Redação
dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97).

LEI nº 8.036/90
Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta
bancária vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento
da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada
trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os
arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a
Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações da
Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965. (Vide Lei nº 13.189, de
2015) Vigência
(...)

§6º Não se incluem na remuneração, para os fins desta Lei, as


parcelas elencadas no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24
de julho de 1991. (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998)
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

74
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

8.2.13 Abono Pecuniário

O abono pecuniário, popularmente conhecido como “venda das férias” é


a opção que o trabalhador faz de converter em dinheiro a fração de 1/3 de suas
férias anuais, ou seja, o empregado pode vender, no máximo, 10 (dez) dias,
conforme prevê o artigo 143 da CLT.

Logo, é facultado ao empregado converter 1/3 do período de férias a que


tiver direito em dinheiro, desde que requerido em até 15 (quinze) dias antes do
término do período aquisitivo, conforme artigo 143 da CLT.

CLT
Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do
período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da
remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes

§ 1º - O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias


antes do término do período aquisitivo

Havendo o requerimento tempestivo do empregado, com exceção aos


trabalhadores que gozam de férias coletivas, não poderá o empregador se recusar
a comprá-las, pois se trata de direito potestativo, cujo exercício depende apenas da
vontade do declarante.11

O abono pecuniário é calculado sobre o valor global das férias, isto é,


considera-se inclusive o terço constitucional de férias, conforme Súmula 328 do
TST:

Súmula 328 do TST

FÉRIAS. TERÇO CONSTITUCIONAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ


19, 20 e 21.11.2003

O pagamento das férias, integrais ou proporcionais, gozadas ou não,


na vigência da CF/1988, sujeita-se ao acréscimo do terço previsto no
respectivo art. 7º, XVII.

Entretanto, até 2014 havia divergências entre os diversos Tribunais


Regionais do Trabalho, quanto à incidência ou não do adicional de férias (1/3
constitucional) sobre os 10 dias não gozados e pagos pelo empregador.

11
CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do trabalho: de acordo com a reforma trabalhista Lei 13.467/2017 – 15ª ed.
São Paulo: Método, 2018. p.747
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

75
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Havia 3 entendimentos: 1º) calculava-se o terço constitucional sobre os


20 dias de férias gozadas e não havia a incidência do terço sobre os 10 dias de
abono pecuniário, pois entendia-se que essa verba convertida deixava de ter
natureza original de férias; 2º) calculava-se o terço constitucional sobre os 30 dias
de férias e, para fins de abono pecuniário, era considerado os 10 dias de abono
pecuniário já com a incidência do terço constitucional – como se tratasse de 40 dias
de férias; 3º) calculava-se o terço constitucional sobre os 20 dias de férias gozadas
e também sobre os 10 dias de abono pecuniário - equivalente ao total de 30 dias.

O TST uniformizou o entendimento de que o empregado não tem direito


ao pagamento do terço constitucional sobre o abono de que trata o artigo 143 da
CLT, quando as férias de 30 dias já foram pagas com acréscimo de um terço, sob
pena e bis in idem.

ACÓRDÃO SDI - 1

RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI


N.o 11.496/2007. FÉRIAS. ABONO PECUNIÁRIO. CÁLCULO.
TERÇO CONSTITUCIONAL. Esta Corte uniformizadora, a partir da
exegese da norma expressa no artigo 143 da Consolidação das Leis
do Trabalho, vem firmando entendimento no sentido de que, uma vez
constatado o pagamento do terço constitucional sobre os 30 dias de
férias, resulta indevido o pagamento de 1/3 sobre o abono pecuniário
de férias. Precedentes. Recurso de embargos conhecido e não
provido.
PROCESSO No TST-RR-102-98.2011.5.07.0007 – 3/4/2014

Sobre o abono pecuniário não haverá a incidência do FGTS e nem da


contribuição providenciaria (INSS), pois essa parcela não integra a remuneração do
empregado para os efeitos da legislação do trabalho, conforme o artigo 144 da CLT,
pois representa uma verba de natureza indenizatória.

8.2.14 Redução e Perda do direito às férias

8.2.14.1 Faltas injustificadas

O trabalhador pode ter redução do período de férias na hipótese de


faltas injustificadas, conforme limites previstos no artigo 130 da CLT.

Se o empregado tiver mais de 32 faltas injustificadas no período de 12


meses, perderá o direito ao gozo das férias.

Outras hipóteses em que o trabalhador poderá perder o seu direito a


férias estão previstas nos incisos I a IV do artigo 133 da CLT.
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

76
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Quando o trabalhador perder o direito ao gozo das férias, terá início


uma nova contagem de período aquisitivo com seu retorno ao serviço,
conforme estabelecido no §2º do artigo 133 da CLT.

CLT
Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do
contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na
seguinte proporção:

I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço


mais de 5 (cinco) vezes;

II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a


14 (quatorze) faltas;

III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a


23 (vinte e três) faltas;

IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro)


a 32 (trinta e duas) faltas.

§ 1º - É vedado descontar, do período de férias, as faltas do


empregado ao serviço.

(...)
Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do
período aquisitivo:
I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta)
dias subseqüentes à sua saída;
II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por
mais de 30 (trinta) dias;
III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30
(trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços
da empresa; e

IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente


de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses,
embora descontínuos.
§ 1º - A interrupção da prestação de serviços deverá ser anotada na
Carteira de Trabalho e Previdência Social.
§ 2º - Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o
empregado, após o implemento de qualquer das condições previstas
neste artigo, retornar ao serviço.

8.2.14.2 Demissão por justa causa

Em caso de demissão por justa causa, o trabalhador perde o direito às


suas férias proporcionais, referentes ao período aquisitivo incompleto, conforme
parágrafo único do artigo 146 da CLT entendimento contido na Súmula 171 do TST.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

77
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

CLT

Art. 146 – (...).


Parágrafo único - Na cessação do contrato de trabalho, após 12
(doze) meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido
demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao
período incompleto de férias, de acordo com o art. 130, na
proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração
superior a 14 (quatorze) dias.

Súmula 171 do TST

FÉRIAS PROPORCIONAIS. CONTRATO DE TRABALHO.


EXTINÇÃO (republicada em razão de erro material no registro da
referência legislativa), DJ 05.05.2004

Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a


extinção do contrato de trabalho sujeita o empregador ao
pagamento da remuneração das férias proporcionais, ainda que
incompleto o período aquisitivo de 12 (doze) meses (art. 147 da
CLT) (ex-Prejulgado nº 51).

8.2.14.3 Rescisão por culpa recíproca

Existem, ainda, os casos nos quais há rescisão por culpa recíproca do


empregado e empregador. Nessa situação, o empregado fará jus a 50% das férias
proporcionais, conforme previsto no artigo 484 da CLT.

CLT

Art. 484 - Havendo culpa recíproca no ato que determinou a


rescisão do contrato de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a
indenização à que seria devida em caso de culpa exclusiva do
empregador, por metade.

Com base no entendimento da Súmula 14 do TST, para fins da


indenização da culpa recíproca, não existe distinção se o período do contrato de
trabalho é mais de 12 (doze) meses ou menos de 12 (doze) meses.

Súmula 14 do TST

CULPA RECÍPROCA (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e


21.11.2003

Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho


(art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinqüenta por
cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das
férias proporcionais.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

78
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

E no caso de o empregado pedir demissão antes de completar 12


meses de trabalho, ele tem direito às férias proporcionais?

Conforme entendimento jurisprudencial do TST, por meio da Súmula


261, o empregado tem sim o direito às férias proporcionais em caso de pedido de
demissão, mesmo que o contrato de trabalho esteja em vigor há menos de 12 (doze)
meses.

Súmula 261 do TST

FÉRIAS PROPORCIONAIS. PEDIDO DE DEMISSÃO. CONTRATO


VIGENTE HÁ MENOS DE UM ANO (nova redação) - Res. 121/2003,
DJ 19, 20 e 21.11.2003
O empregado que se demite antes de complementar 12 (doze)
meses de serviço tem direito a férias proporcionais.

8.3 Multa sobre o FGTS e Contribuição Social

8.3.1 Direito do empregado à multa do FGTS

Todo empregado dispensado, sem justa causa, tem direito a receber


uma multa equivalente a 40% sobre o saldo existente em sua conta do FGTS,
referente ao contrato de trabalho rescindido pelo empregador, conforme previsão
contida no §1º do artigo 18 da Lei nº 8.036, de 11/5/1990 (disciplinou o FGTS).

LEI nº 8.036/1990

Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte do


empregador, ficará este obrigado a depositar na conta vinculada do
trabalhador no FGTS os valores relativos aos depósitos referentes
ao mês da rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não
houver sido recolhido, sem prejuízo das cominações legais.
(Redação dada pela Lei nº 9.491, de 1997)

§ 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa,


depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS,
importância igual a quarenta por cento do montante de todos os
depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do
contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos
respectivos juros. (Redação dada pela Lei nº 9.491, de 1997)

Sendo assim, nos casos de demissão sem justa causa, o empregador


deverá realizar o pagamento de 40%, a título de multa, sobre todos os
depósitos realizados durante a vigência do contrato de trabalho, acrescidos de
atualização monetária e juros. A multa do FGTS será depositada na conta vinculada
do FGTS do trabalhador.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

79
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

8.3.2 Contribuição Social

Além dos 40% de multa do FGTS, o empregador também deverá


realizar o pagamento de mais 10%, a título de Contribuição Social, igualmente
sobre o saldo existente na conta vinculada do FGTS do trabalhador, conforme
artigo 1º da Lei Complementar nº 110 de 29/6/2001 (instituiu a contribuição social).
Entretanto, esse valor não é destinado à conta do FGTS do trabalhador, e sim aos
cofres públicos.

LEI COMPLEMENTAR nº 110/2001

Art. 1o Fica instituída contribuição social devida pelos


empregadores em caso de despedida de empregado sem justa
causa, à alíquota de dez por cento sobre o montante de todos
os depósitos devidos, referentes ao Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço – FGTS, durante a vigência do contrato de
trabalho, acrescido das remunerações aplicáveis às contas
vinculadas.
Parágrafo único. Ficam isentos da contribuição social instituída neste
artigo os empregadores domésticos.

Existem discussões judiciais quanto à constitucionalidade desse


adicional de 10%, o qual foi criado para cobrir o rombo do FGTS em razão dos
expurgos inflacionários dos planos Verão (1989) e Collor I (1990), uma vez que
havia uma defasagem entre a correção monetária aplicada aos depósitos na conta
do FGTS e a real inflação do período.

Uma das teses, que aguarda pronunciamento do STF, defende que


houve o exaurimento do objeto da criação do tributo, havendo assim a perda da
finalidade da contribuição social.

8.3.3 Percentual para depósito na conta vinculada

A conta corrente vinculada – bloqueada para movimentação estabelece


a provisão referente aos encargos em caso de demissão do trabalhador sem justa
causa, ou seja, custos relativos ao pagamento da multa e contribuição social sobre
o saldo do FGTS,

Portanto, para resguardar o direito do trabalhador no momento de uma


rescisão contratual, sem justa causa, deverá ser provisionado na conta vinculada –
bloqueada para movimentação, o percentual de 50% do depósito mensal destinado
à conta do FGTS do trabalhador.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

80
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Logo, o percentual mensal a ser destinado à conta vinculada para


assegurar, no momento da rescisão contratual sem justa causa, a multa do FGTS
(40%) e a Contribuição Social (10%), sobre os 8% de FGTS depositados
mensalmente na conta do FGTS do trabalhador (não considerando os depósitos de
13º salário e 1/3 de férias), equivale a 4%.

MULTA FGTS E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PERCENTUAL

Multa sobre FGTS e contribuição social (40% +10%)*8% = 4%

Se fosse considerada a incidência da multa e da contribuição social sobre


o 13º salário e 1/3 de férias, o percentual da provisão seria de aproximadamente
4,45% =(0,08*0,5*(1+1/12+1/12*1/3)*100%.

8.3.4 Redução ou perda do direito à multa do FGTS

8.3.4.1 Redução da multa do FGTS pela metade (20%)

Nas seguintes hipóteses a multa do FGTS devida pelo empregador será


reduzida pela metade (20%):

a) Rescisão dos contratos de trabalho por motivo de culpa recíproca


(§2º do artigo 18 da Lei nº 8.036/1990 e artigo 484 da CLT); e

b) Rescisão com demissão por comum acordo (artigo 484-A da CLT–


forma de rescisão incluída pela Lei nº 13.467/2017 – Reforma do
Trabalho).

LEI nº 8.036/1990
Art. 18.(...)

§ 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa,


depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS,
importância igual a quarenta por cento do montante de todos os
depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do
contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos
respectivos juros. (Redação dada pela Lei nº 9.491, de 1997)

§ 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,


reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o §
1º será de 20 (vinte) por cento.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

81
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

CLT

Art. 484 - Havendo culpa recíproca no ato que determinou a


rescisão do contrato de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a
indenização à que seria devida em caso de culpa exclusiva do
empregador, por metade.

Art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo


entre empregado e empregador, caso em que serão devidas as
seguintes verbas trabalhistas: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
I - por metade: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

a) o aviso prévio, se indenizado; e (Incluído pela Lei nº 13.467, de


2017)

b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo


de Serviço, prevista no § 1o do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de
maio de 1990; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas. (Incluído pela Lei
nº 13.467, de 2017)
§ 1o A extinção do contrato prevista no caput deste artigo permite a
movimentação da conta vinculada do trabalhador no Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço na forma do inciso I-A do art. 20 da
Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, limitada até 80% (oitenta por
cento) do valor dos depósitos. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 2o A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo


não autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego.
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Como a Lei nº 13.467/2017 (reforma trabalhista) não trouxe qualquer


orientação sobre a contribuição social de 10% (FGTS) para os casos de rescisão
em comum acordo, a Caixa Econômica Federal - CEF, publicou a Circular
nº789/2017, na qual orientou que, nos casos de rescisão por acordo entre
empregado e empregador, a multa rescisória seria de 20% e não seria devida a
contribuição social de que trata o artigo 1º da Lei Complementar nº 110/2001.

Circular nº 789/2017 – CEF

2.2.3.3.1 Para a rescisão por acordo entre empregado e


empregador, não é devida a contribuição social de que trata o Art. 1º
da Lei complementar nº 110/01.

8.3.4.2 Perda do direito à multa do FGTS

O empregado não tem direito à multa do FGTS nas seguintes situações:

a) demissão por justa causa (art. 482 CLT);

b) demissão a pedido;

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

82
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

c) término de contrato por prazo determinado; e

d) contrato por prazo determinado, rescindido antecipadamente por


iniciativa do empregado.

Apesar de existirem hipóteses em que a multa do FGTS não será devida


ao empregado ou então será reduzida de 40% para 20%, mesmo assim, será
provisionado na conta vinculada o percentual de 4% do salário do empregado, para
garantir, em caso de demissão sem justa causa, a multa de 40% do FGTS mais a
contribuição social de 10%.

8.4 Percentual mensal dos encargos trabalhistas para a conta vinculada

Posto isto, verifica-se que o percentual mensal dos encargos


trabalhistas a ser depositado na conta vinculada para garantir os encargos
trabalhistas relativos às rubricas de 13º salário, férias com abono de férias e
multa FGTS com contribuição social é de 23,44%, conforme quadro resumo
abaixo:

ENCARGOS TRABALHISTAS PERCENTUAL


13º salário 8,33%
Férias (8,33%) + abono de férias (2,78%) 11,11%
%TOTAL (13% SAL. + FÉRIAS + ABONO DE FÉRIAS) 19,44%
Multa sobre o FGTS + Contribuição Social 4%
% TOTAL (13º SAL. + FÉRIAS + ABONO FÉRIAS + MULTA FGTS) 23,44%

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

83
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

ENCARGOS SOCIAIS

Os encargos sociais são pagos pelo empregador sobre a folha de


pagamento e destinam-se ao custeio da seguridade social que, conforme artigo 195
da CF/88, deverá ser financiada por toda a sociedade.

CF/88

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a


sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições
sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada
na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos


ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste
serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

Esses encargos sociais fazem parte da planilha de preços e composição


de custos apresentada pela contatada no momento da licitação, e englobam:

 Contribuições previdenciárias: INSS patronal e RAT ajustado;

 FGTS;

 Contribuições para entidades paraestatais (“terceiras entidades”/


integrantes do Sistema “S”): Serviço Social da Indústria (SESI), do
Comércio (SESC), do Transporte (SEST); Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI), Comercial (SENAC), do
Transporte (SENAT); Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (SEBRAE) e Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (INCRA); e

 Salário Educação.

Os percentuais dos encargos sociais são estabelecidos em legislação


específica e incidem sobre as verbas remuneratórias dos empregados,
inclusive sobre as parcelas de 13º salário, férias e abono de férias.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

84
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

9.1 Contribuições Previdenciárias

9.1.1 Contribuição Previdenciária Patronal (INSS)

A Lei nº 8.212 de 24 de julho de 1991 estabeleceu em seu artigo 22 a


contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, no percentual de
20% sobre o total das remunerações pagas ou devidas aos empregados, a
qualquer título (INSS patronal).

LEI nº 8.212/91 – Plano de Custeio

Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à


Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de:

I - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas,


devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos
segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem
serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua
forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de
utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer
pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição
do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do
contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou
sentença normativa. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999).
(Vide Lei nº 13.189, de 2015) Vigência

Dessa forma, toda e qualquer parcela remuneratória paga ao empregado


sofre incidência da contribuição pervidenciária.

9.1.2 Contribuição adicional – RAT ajustado (RAT X FAP)

Esta contribuição adicional à Previdência Social tem o objetivo de


financiar as aposentadorias especiais e benefícios concedidos pelo INSS, por
incapacidade, em razão do Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa
decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho - GIIL-RAT (antigo Seguro de
Acidente do Trabalho – SAT).

9.1.2.1 RAT e atividade preponderante da empresa

O percentual da contribuição adicional se modifica em razão do grau de


risco de acidente de trabalho relativo à atividade preponderante da empresa,
estabelecida pelo código de Classificação Nacional de Atividades Econômicas –

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

85
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

CNAE12, e corresponde aos seguintes graus de risco, conforme inciso II do artigo


22 da Lei nº 8.212 de 24 de julho de 1991 e artigo 202 do Decreto nº 3.048/99.

 Leve – contribuição adicional de 1%;

 Médio – contribuição adicional de 2%; ou

 Grave – contribuição adicional de 3%.

LEI nº 8.212/91 – Plano de Custeio


Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade
Social, além do disposto no art. 23, é de:
(...)

II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da


Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em
razão do grau de incidência de incapacidade laborativa
decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das
remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos
segurados empregados e trabalhadores avulsos: (Redação dada
pela Lei nº 9.732, de 1998).
a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade
preponderante o risco de acidentes do trabalho seja
considerado leve;

b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade


preponderante esse risco seja considerado médio;

c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade


preponderante esse risco seja considerado grave.

De acordo com o §3º do artigo 202 do Regulamento da Previdëncia


13
Social , considera-se atividade preponderante da empresa, aquela que possui o
maior número de empregados e trabalhadores avulsos, sendo de
responsabilidade da empresa o seu correto enquadramento.

Para saber qual o enquadramento, a partir da atividade econômica


preponderante informada pela empresa, deve-se consultar a atividade da Relação
de Atividades Preponderante e Correspondentes Graus de Risco, constante do
Anexo V do Regulamento da Previdência Social – Classificação Nacional de
Atividades Econômicas – CNAE.

12
Decreto nº 3.048/99, alterado pelo Decreto nº 6.957/2009 – nova tabela CNAE 2.0 – RAT ANEXO V
13
Decreto nº 3.048/99
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86
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Decreto nº 3.048/99 – Regulamento da Previdência Social

Art. 202. A contribuição da empresa, destinada ao financiamento da


aposentadoria especial, nos termos dos arts. 64 a 70, e dos
benefícios concedidos em razão do grau de incidência de
incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho corresponde à aplicação dos seguintes percentuais,
incidentes sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a
qualquer título, no decorrer do mês, ao segurado empregado e
trabalhador avulso:

I - um por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o


risco de acidente do trabalho seja considerado leve;

II - dois por cento para a empresa em cuja atividade preponderante


o risco de acidente do trabalho seja considerado médio; ou

III - três por cento para a empresa em cuja atividade preponderante


o risco de acidente do trabalho seja considerado grave.

(...)
§ 3º Considera-se preponderante a atividade que ocupa, na
empresa, o maior número de segurados empregados e
trabalhadores avulsos.

§ 4º A atividade econômica preponderante da empresa e os


respectivos riscos de acidentes do trabalho compõem a Relação de
Atividades Preponderantes e correspondentes Graus de Risco,
prevista no Anexo V.

§ 5o É de responsabilidade da empresa realizar o


enquadramento na atividade preponderante, cabendo à
Secretaria da Receita Previdenciária do Ministério da Previdência
Social revê-lo a qualquer tempo. (Redação dada pelo Decreto nº
6.042, de 2007)

O GIIL-RAT é uma contribuição previdenciária paga pelo empregador,


uma espécie de seguro pago pela empresa, mediante uma contribuição adicional,
a qual se destina a cobrir eventuais custos da Previdência Social, com trabalhadores
vítimas de acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais.

9.1.2.2 FAP

Todavia, em virtude do artigo 10 da Lei nº 10.666/2003, as alíquotas do


RAT podem oscilar entre 0,5% a 6% em função do FAP- Fator Acidentário de
Prevenção. O FAP é um sistema bonus x malus que pode reduzir em até 50% a
alíquota de contribuição do RAT, como também pode aumentá-la em até 100%, a
depender do desempenho da empresa em relação à prevenção de acidentes de
trabalho, com base em sua respectiva atividade econômica.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

87
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Lei nº 10.666/2003

Art. 10. A alíquota de contribuição de um, dois ou três por cento,


destinada ao financiamento do benefício de aposentadoria especial
ou daqueles concedidos em razão do grau de incidência de
incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho, poderá ser reduzida, em até cinqüenta por cento, ou
aumentada, em até cem por cento, conforme dispuser o
regulamento, em razão do desempenho da empresa em relação à
respectiva atividade econômica, apurado em conformidade com os
resultados obtidos a partir dos índices de freqüência, gravidade e
custo, calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho
Nacional de Previdência Social.

O FAP a ser utilizado pela empresa é individualizado, ou seja, é aplicável


somente para ela, e é calculado anualmente, de acordo com a gravidade, frequência
e os custos de acidente de trabalho em determinado período. Ele é divulgado às
empresas pelo sítio do Ministério da Previdência Social, no mês de setembro, para
utilização no exercício financeiro seguinte.

Decreto nº 3.048/99 – Regulamento da Previdência Social

Art. 202-A. As alíquotas constantes nos incisos I a III do art. 202


serão reduzidas em até cinqüenta por cento ou aumentadas em
até cem por cento, em razão do desempenho da empresa em
relação à sua respectiva atividade, aferido pelo Fator
Acidentário de Prevenção - FAP. (Incluído pelo Decreto nº 6.042,
de 2007).

§ 1o O FAP consiste num multiplicador variável num intervalo


contínuo de cinco décimos (0,5000) a dois inteiros (2,0000),
aplicado com quatro casas decimais, considerado o critério de
arredondamento na quarta casa decimal, a ser aplicado à
respectiva alíquota. (Redação dada pelo Decreto nº 6.957, de
2009)

§ 2o Para fins da redução ou majoração a que se refere o caput,


proceder-se-á à discriminação do desempenho da empresa, dentro
da respectiva atividade econômica, a partir da criação de um índice
composto pelos índices de gravidade, de frequência e de custo
que pondera os respectivos percentis com pesos de cinquenta por
cento, de trinta cinco por cento e de quinze por cento,
respectivamente. (Redação dada pelo Decreto nº 6.957, de 2009)
§ 5o O Ministério da Previdência Social publicará anualmente,
sempre no mesmo mês, no Diário Oficial da União, os róis dos
percentis de frequência, gravidade e custo por Subclasse da
Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE e
divulgará na rede mundial de computadores o FAP de cada
empresa, com as respectivas ordens de freqüência, gravidade,
custo e demais elementos que possibilitem a esta verificar o
respectivo desempenho dentro da sua CNAE-Subclasse. (Redação
dada pelo Decreto nº 6.957, de 2009)
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

88
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

§ 6o O FAP produzirá efeitos tributários a partir do primeiro dia


do quarto mês subseqüente ao de sua divulgação. (Incluído pelo
Decreto nº 6.042, de 2007).

§ 7o Para o cálculo anual do FAP, serão utilizados os dados de


janeiro a dezembro de cada ano, até completar o período de dois
anos, a partir do qual os dados do ano inicial serão substituídos
pelos novos dados anuais incorporados. (Redação dada pelo
Decreto nº 6.957, de 2009).

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

MODELO DOCUMENTO DE APURAÇÃO DO FAP

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

90
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Se a empresa adota todos os cuidados necessários para evitar os


acidentes de trabalho e possui uma baixa frequência de acidentes, a alíquota do
FAP poderá ser menor do que 1 e, consequentemente, reduzirá o valor do GIIL-
RAT.

Em contrapartida, se são frequentes os acidentes de trabalho na


empresa, gerando altos custos para o INSS, o valor do FAP será maior do que 1,
aumentando o valor do GIIL-RAT e, por conseguinte, os custos da empresa.

Assim, ao mesmo tempo em que o FAP pode beneficiar as empresas que


tomam as devidas precauções, estimulando os cuidados com os empregados, o
referido fator também serve como punição para as empresas que não respeitam as
normas de segurança, gerando para o trabalhador elevados riscos de acidente de
trabalho.

O FAP da empresa é aplicado à alíquota do GIIL-RAT básico,


podendo reduzir ou majorar a contribuição devida pela empresa em razão do
seu desempenho em relação à respectiva atividade econômica.

Com a multiplicação do RAT (1%, 2% ou 3%) pelo FAP (0,5000% a 2%)


– aplicado com 4 casas decimais, se obtém o chamado “RAT ajustado’, entre
0,500% a 6%, sendo este o percentual da contribuição adicional devida, a qual
deverá ser aplicada sobre a folha de pagamento da empresa e utilizada para o
cálculo da Guia da Previdência Social – GPS.

Apesar de o FAP ser divulgado com 4 casas decimais, o Sistema


Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (SEFIP)
somente aceita 2 casas decimais. Em razão disso, a Receita Federal do Brasil, por
meio do Ato Declaratório Executivo CODAC nº 3 de 18/1/2010, orientou às
empresas a informarem no SEFIP o FAP com 2 casas decimais, sem
arredondamento (truncamento).

Porém, para fins de recolhimento correto, a Guia da Previdência Social


(GPS) gerada pelo SEFIP deverá ser desprezada, e emitida uma GPS com o valor
apurado pelo sistema da folha de pagamento, no qual deverá ser utilizado o
multiplicador do FAP com 4 casas decimais.

ATO DECLARATÓRIO EXECUTIVO CODAC nº 3/2010


Art. 1º Para a operacionalização do Fator Acidentário de Prevenção
(FAP) no Sistema Empresa de Recolhimento do Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (SEFIP), o
preenchimento do campo "FAP" deverá ser feito com 2 (duas) casas
decimais, sem arredondamento (truncamento).
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

91
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

§ 1º Até a adequação do SEFIP, a Guia da Previdência Social


(GPS) gerada pelo sistema deverá ser desprezada e preenchida
manualmente, observando o disposto no § 2º.

§ 2º Conforme dispõe o § 1º do art. 202-A do Decreto Nº 3.048, de 6


de maio de 1999 - Regulamento da Previdência Social (RPS), o FAP
a ser aplicado sobre as alíquotas previstas nos incisos I a III do art.
202 do RPS deverá conter 4 (quatro) casas decimais e, portanto,
para o cálculo correto da contribuição de que trata o art. 202 do
RPS, as alíquotas a serem utilizadas após a aplicação do FAP
também deverão conter 4 (quatro) casas decimais.

9.2 Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é um pecúlio formado


compulsoriamente pelo empregador, em nome do empregado, depositado em conta
vinculada e administrado por um Conselho Curador Nacional, tendo como agente
operador a Caixa Econômica Federal (CEF). O percentual do encargo estabelecido
no artigo 15 da Lei nº 8.036 de 11 de maio de 1990 é de 8% sobre o valor total da
remuneração do trabalhador.

A conta do FGTS poderá ser movimentada nas situações previstas no


artigo 20 da Lei nº 8.036/1990, como: no caso de dispensa imotivada (sem justa
causa) pelo empregador, na demissão de comum acordo, na aposentadoria
concedida pelo INSS, no falecimento do empregado, na conta inativa por 3 anos,
no caso de trabalhador com 70 anos ou mais, além de outras situações
excepcionais, previstas no artigo 20 da Lei nº8.036/1990.

LEI nº 8.036/1990

Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta
bancária vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por
cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada
trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os
arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei
nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei nº
4.749, de 12 de agosto de 1965. (Vide Lei nº 13.189, de 2015)

(...)
Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser
movimentada nas seguintes situações:
I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca
e de força maior; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.197-
43, de 2001)

I-A - extinção do contrato de trabalho prevista no art. 484-A da


Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

92
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943; (Incluído pela Lei nº 13.467, de


2017)

II - extinção total da empresa, fechamento de quaisquer de


seus estabelecimentos, filiais ou agências, supressão de
parte de suas atividades, declaração de nulidade do contrato
de trabalho nas condições do art. 19-A, ou ainda falecimento
do empregador individual sempre que qualquer dessas
ocorrências implique rescisão de contrato de trabalho,
comprovada por declaração escrita da empresa, suprida,
quando for o caso, por decisão judicial transitada em julgado;
(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
III - aposentadoria concedida pela Previdência Social;
IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus
dependentes, para esse fim habilitados perante a Previdência
Social, segundo o critério adotado para a concessão de
pensões por morte. Na falta de dependentes, farão jus ao
recebimento do saldo da conta vinculada os seus sucessores
previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, expedido a
requerimento do interessado, independente de inventário ou
arrolamento;
V - pagamento de parte das prestações decorrentes de
financiamento habitacional concedido no âmbito do Sistema
Financeiro da Habitação (SFH), desde que:
a) o mutuário conte com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho
sob o regime do FGTS, na mesma empresa ou em empresas
diferentes;
b) o valor bloqueado seja utilizado, no mínimo, durante o
prazo de 12 (doze) meses;
c) o valor do abatimento atinja, no máximo, 80 (oitenta) por
cento do montante da prestação;
VI - liquidação ou amortização extraordinária do saldo
devedor de financiamento imobiliário, observadas as
condições estabelecidas pelo Conselho Curador, dentre elas
a de que o financiamento seja concedido no âmbito do SFH e
haja interstício mínimo de 2 (dois) anos para cada
movimentação;
VII – pagamento total ou parcial do preço de aquisição de
moradia própria, ou lote urbanizado de interesse social não
construído, observadas as seguintes condições: (Redação
dada pela Lei nº 11.977, de 2009)
a) o mutuário deverá contar com o mínimo de 3 (três) anos de
trabalho sob o regime do FGTS, na mesma empresa ou
empresas diferentes;

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

93
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

b) seja a operação financiável nas condições vigentes para o


SFH;

VIII - quando o trabalhador permanecer três anos


ininterruptos, a partir de 1º de junho de 1990, fora do regime
do FGTS, podendo o saque, neste caso, ser efetuado a partir
do mês de aniversário do titular da conta. (Redação dada pela
Lei nº 8.678, de 1993)
IX - extinção normal do contrato a termo, inclusive o dos
trabalhadores temporários regidos pela Lei nº 6.019, de 3 de
janeiro de 1974;
X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou
superior a 90 (noventa) dias, comprovada por declaração do
sindicato representativo da categoria profissional.
XI - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes
for acometido de neoplasia maligna. (Incluído pela Lei nº
8.922, de 1994)
XII - aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Privatização,
regidos pela Lei n° 6.385, de 7 de dezembro de 1976,
permitida a utilização máxima de 50 % (cinqüenta por cento)
do saldo existente e disponível em sua conta vinculada do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na data em que
exercer a opção. (Incluído pela Lei nº 9.491, de 1997)
XIII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes
for portador do vírus HIV; (Incluído pela Medida Provisória nº
2.164-41, de 2001)
XIV - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes
estiver em estágio terminal, em razão de doença grave, nos
termos do regulamento; (Incluído pela Medida Provisória nº
2.164-41, de 2001)
XV - quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a
setenta anos. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de
2001)
XVI - necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra
de desastre natural, conforme disposto em regulamento,
observadas as seguintes condições: (Incluído pela Lei nº
10.878, de 2004)
a) o trabalhador deverá ser residente em áreas
comprovadamente atingidas de Município ou do Distrito
Federal em situação de emergência ou em estado de
calamidade pública, formalmente reconhecidos pelo Governo
Federal; (Incluído pela Lei nº 10.878, de 2004)
b) a solicitação de movimentação da conta vinculada será
admitida até 90 (noventa) dias após a publicação do ato de
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

94
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

reconhecimento, pelo Governo Federal, da situação de


emergência ou de estado de calamidade pública; e (Incluído
pela Lei nº 10.878, de 2004)

c) o valor máximo do saque da conta vinculada será definido


na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº 10.878, de
2004)
XVII - integralização de cotas do FI-FGTS, respeitado o
disposto na alínea i do inciso XIII do art. 5o desta Lei, permitida
a utilização máxima de 30% (trinta por cento) do saldo
existente e disponível na data em que exercer a opção.
(Redação dada pela Lei nº 12.087, de 2009)
XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição,
necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de
acessibilidade e de inclusão social. (Incluído pela Lei nº
13.146, de 2015)
XIX - pagamento total ou parcial do preço de aquisição de
imóveis da União inscritos em regime de ocupação ou
aforamento, a que se referem o art. 4o da Lei no 13.240, de 30
de dezembro de 2015, e o art. 16-A da Lei no 9.636, de 15 de
maio de 1998, respectivamente, observadas as seguintes
condições: (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
a) o mutuário deverá contar com o mínimo de três anos de
trabalho sob o regime do FGTS, na mesma empresa ou em
empresas diferentes; (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
b) seja a operação financiável nas condições vigentes para o
Sistema Financeiro da Habitação (SFH) ou ainda por
intermédio de parcelamento efetuado pela Secretaria do
Patrimônio da União (SPU), mediante a contratação da Caixa
Econômica Federal como agente financeiro dos contratos de
parcelamento; (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
c) sejam observadas as demais regras e condições
estabelecidas para uso do FGTS. (Incluído pela Lei nº 13.465,
de 2017)

9.3 Contribuições para outras entidades (terceiros)

Além das Contribuições Previdenciárias e do FGTS, também incidem


sobre a folha de pagamento mensal as contribuições sociais destinadas a outras
entidades: entidades do sistema “S”, INCRA e Salário Educação.

O Sistema “S” é o termo que define o conjunto de organizações das


entidades corporativas voltadas para o treinamento profissional, assistência social,
bem-estar, saúde, educação, lazer, consultoria, pesquisa e assistência técnica, que
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95
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

além de terem seu nome iniciado com a letra S, têm raízes comuns e características
organizacionais similares.

Fazem parte do sistema “S”: Serviço Social da Indústria (SESI), Serviço


Social do Comércio (SESC), Serviço Social do Transporte (SEST), Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial (SENAI), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
(SENAC), do Transporte (SENAT), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (SEBRAE), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e Serviço
Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (SESCOOOP).

Para o cálculo das contribuições para outras entidades, a própria


empresa faz o seu enquadramento, utilizando o Anexo II da Instrução Normativa
nº 971/2009 da Receita Federal do Brasil (RFB), em um dos códigos do Fundo
de Previdência e Assistência Social (FPAS), de acordo com as atividades por ela
desenvolvidas, e, com base nesse código, saberá qual a alíquota de
recolhimento a que estará sujeita.

IN RFB nº 971/2009

Art. 109-B. Cabe à pessoa jurídica, para fins de recolhimento da


contribuição devida a terceiros, classificar a atividade por ela
desenvolvida e atribuir-lhe o código FPAS correspondente, sem
prejuízo da atuação, de ofício, da autoridade administrativa.
(...)

Art. 109-C. A classificação de que trata o art. 109-B terá por base a
principal atividade desenvolvida pela empresa, assim considerada a
que constitui seu objeto social, conforme declarado nos atos
constitutivos e no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ,
observadas as regras abaixo, na ordem em que apresentadas:
(...)

§ 2º Classificada a atividade na forma deste artigo, ser-lhe-ão


atribuídos o código FPAS e as alíquotas de contribuição
correspondentes, de acordo com as seguintes tabelas (Quadros 1 a
6), considerado o grupo econômico como indicativo das diversas
atividades em que se decompõe:

O FPAS é um código que identifica a atividade econômica que a empresa


exerce. É através do FPAS indicado na Guia de Recolhimento do FGTS e
Informações à Previdência – GFIP que a RFB, entidade responsável pelo
recolhimento, cobrança, arrecadação e fiscalização da contribuição social, saberá
quais as entidades beneficiadas com as contribuições sociais.

De acordo com a atividade econômica identificada, a empresa tem a


responsabilidade de se enquadrar em um dos códigos do FPAS, de acordo com a
tabela a seguir:
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96
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Deste modo, os percentuais referentes aos encargos sociais aplicados


sobre a folha de pagamento das empresas, considerando a alíquota de 5,8%
(encargos outras entidades) para as empresas em geral, são os seguintes:

ENCARGOS SOCIAIS PERCENTUAL


INSS 20%
FGTS 8%
SESI/SESC 1,5%
SENAI/SENAC 1%
SEBRAE 0,60% 5,8%
INCRA 0,20%
SALÁRIO EDUCAÇÃO 2,5%
GIIL-RAT (antigo SAT)* 1%, 2% ou 3%
RAT Ajustado (RAT x FAP)** de 0,5% a 6%
% TOTAL ENCARGOS SOCIAIS de 34,3% a 39,8%***
*Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho
** O multiplicador do FAP varia de 0,5% a 2%.
***Percentual mínimo de 34,3% (se RAT 1% com FAP 0,5%) e percentual máximo de 39,8% (se RAT
3% com FAP 2%)

9.4 Percentual mensal dos encargos sociais para a conta vinculada

Por conseguinte, para identificar o percentual que deveria ser


provisionado à conta vinculada, referente aos encargos sociais incidentes sobre as
férias com o abono e sobre o 13º salário, conforme item III artigo 2º do Decreto
nº34.649/2013, deveria ser aplicado o percentual total dos encargos sociais acima
apurados (de 34,3% a 39,8% a depender do RAT ajustado da empresa), sobre o
percentual total de 19,44%, referente às obrigações trabalhistas de 13º salário,
férias e abono de férias, conforme quadro no item 8.4 desta apostila.

DECRETO DF nº 34.649/2013

Art. 2º Para os fins deste Decreto são consideradas as seguintes


provisões trabalhistas:

I - 13º salário;
II - férias e abono de férias;

III - impacto sobre férias e 13º salário; e


IV - multa do FGTS.

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98
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Importante destacar que todos esses encargos trabalhistas e sociais


constam na planilha de custo e formação de preços apresentada pela empresa,
nos contratos de prestação de serviços mediante cessão de mão de obra.

9.5 Itens da Planilha de Custo e Formação de Preços

A Planilha de Custo e Formação de Preços compreende o custo total com


o trabalhador e deve conter em sua composição as seguintes rubricas:

1) Remuneração;

2) Benefícios anuais, mensais e diários;

3) Encargos Previdenciários, do FGTS e outras contribuições;

4) Provisão para rescisão;

5) Custo de reposição do profissional ausente;

6) Insumos diversos; e

7) Custos indiretos, tributos e lucro.

A título de demonstração, anexou-se, a seguir, uma planilha de custo e


formação de preços para analisar os encargos sociais destacados.

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

9.6 Situações diferenciadas de tributação

9.6.1 ME e EPP optantes pelo SIMPLES

Cabe ressaltar que as microempresas (ME) e empresas de pequeno


porte (EPP), que optarem por aderir ao SIMPLES NACIONAL, terão tratamento
jurídico diverso, dado pela Lei Complementar nº 123 de 14 de dezembro de 2006,
e terão custos diferenciados referentes aos encargos previdenciários, pois estas
empresas efetuam recolhimento mensal único com diversos tributos e
contribuições, conforme artigo 13 da citada lei.

LEI COMPLEMENTAR nº 123/2006


Art. 13. O Simples Nacional implica o recolhimento mensal,
mediante documento único de arrecadação, dos seguintes
impostos e contribuições:

I - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica -IRPJ;


II - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, observado o
disposto no inciso XII do §1º deste artigo;
III - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL;

IV - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social -


COFINS, observado o disposto no inciso XII do §1º deste artigo;

V - Contribuição para o PIS/Pasep, observado o disposto no inciso


XII do §1º deste artigo;

VI-Contribuição Patronal Previdenciária - CPP para a


Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que trata o art.
22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso da
microempresa e da empresa de pequeno porte que se dedique
às atividades de prestação de serviços referidas no §5º-C do art.
18 desta Lei Complementar;

VII - Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de


Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS;
VIII - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS.

(...)
§ 3º As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo
Simples Nacional ficam dispensadas do pagamento das demais
contribuições instituídas pela União, inclusive as contribuições
para as entidades privadas de serviço social e de formação
profissional vinculadas ao sistema sindical, de que trata o art.
240 da Constituição Federal, e demais entidades de serviço
social autônomo.

As micro e pequenas empresas, optantes pelo SIMPLES, conforme


previsão contida no §3º do artigo 13 da Lei Complementar nº 123/2006, ficam
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101
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

dispensadas do pagamento das demais contribuições instituídas pela União,


inclusive as contribuições para as entidades privadas de serviço social e de
formação profissional e demais entidades de serviço social autônomo
(Sistema “S”, INCRA, Salário – Educação).

Entretanto, permanece para as microempresas e empresas de pequeno


porte, optantes pelo SIMPLES, a incidência do FGTS, conforme o §1º, inciso VIII do
artigo 13 da Lei Complementar nº 123/2006:

LEI COMPLEMENTAR nº 123/2006

Art. 13. O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante


documento único de arrecadação, dos seguintes impostos e
contribuições:
(...)

§1º O recolhimento na forma deste artigo não exclui a incidência dos


seguintes impostos ou contribuições, devidos na qualidade de
contribuinte ou responsável, em relação aos quais será observada a
legislação aplicável às demais pessoas jurídicas:

(...)
VIII - Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço - FGTS;

Importante destacar que a Lei Complementar nº 123/2006 vedou em seu


artigo 17, inciso XII, o recolhimento de impostos e contribuições na forma do
SIMPLES às microempresas e empresas de pequeno porte que realizem cessão ou
locação de mão de obra. Porém, a lei trouxe como exceção a esta vedação os
serviços de vigilância, limpeza ou conservação, nos termos do §1º do artigo 17
e §5º-C do artigo 18 da mencionada lei.

LEI COMPLEMENTAR nº 123/2006


Art. 17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na
forma do Simples Nacional a microempresa ou a empresa de
pequeno porte:

(...)
XII - que realize cessão ou locação de mão-de-obra;

(...)
§ 1º As vedações relativas a exercício de atividades previstas no
caput deste artigo não se aplicam às pessoas jurídicas que se
dediquem exclusivamente às atividades referidas nos §§ 5º-B a
5º-E do art. 18 desta Lei Complementar, ou as exerçam em
conjunto com outras atividades que não tenham sido objeto de
vedação no caput deste artigo.
(...)

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

102
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Art. 18. O valor devido mensalmente pela microempresa ou


empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional será
determinado mediante aplicação das alíquotas efetivas, calculadas
a partir das alíquotas nominais constantes das tabelas dos Anexos
I a V desta Lei Complementar, sobre a base de cálculo de que trata
o § 3o deste artigo, observado o disposto no § 15 do art. 3o. (Redação
dada pela Lei Complementar nº 155, de 2016)
(...)

§ 5º-C Sem prejuízo do disposto no § 1º do art. 17 desta Lei


Complementar, as atividades de prestação de serviços seguintes
serão tributadas na forma do Anexo IV desta Lei Complementar,
hipótese em que não estará incluída no Simples Nacional a
contribuição prevista no inciso VI do caput do art. 13 desta Lei
Complementar, devendo ela ser recolhida segundo a legislação
prevista para os demais contribuintes ou responsáveis:
(...)

VI - serviço de vigilância, limpeza ou conservação.

Conforme previsto no artigo acima, nota-se que ME e EPP que prestam


serviços de vigilância, limpeza ou conservação, podem optar pelo SIMPLES, mas
não recolhem a Contribuição Patronal Previdenciária (CPP – INSS e RAT – artigo
22 da Lei nº 8.212/1991) por meio do Simples Nacional, e sim, segundo a
legislação aplicável aos demais contribuintes.

9.6.2 CPRB

A sigla CPRB corresponde à Contribuição Previdenciária sobre a Receita


Bruta, instituída pelo artigo 7º da Lei nº 12.546 de 14 de dezembro de 2011, em
substituição à contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento (INSS
patronal), para alguns setores da economia, dentre eles, empresas do setor da
construção civil, do setor de tecnologia da informação – TI e do setor de tecnologia
da informação e comunicação - TIC.

LEI nº 12.546/2011

Art. 7º Poderão contribuir sobre o valor da receita bruta,


excluídos as vendas canceladas e os descontos incondicionais
concedidos, em substituição às contribuições previstas nos
incisos I e III do caput do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de
1991: (Redação dada pela Lei nº 13.161, de 2015)

I - as empresas que prestam os serviços referidos nos §§ 4º e 5º do


art. 14 da Lei no 11.774, de 17 de setembro de 2008; (Incluído pela
Lei nº 12.715, de 2012)
(...)

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

103
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

IV - as empresas do setor de construção civil, enquadradas nos


grupos 412, 432, 433 e 439 da CNAE 2.0;

Utiliza-se também o termo "Desoneração da Folha de Pagamento" para


caracterizar o tributo, pois, em tese, a CPRB tende a ser menor que a contribuição
previdenciária calculada sobre a folha.

Em tese, porque há atividades em que o faturamento é alto e a utilização


de mão de obra é baixa (como as empresas de programação que terceirizam a
pesquisa, produção, implementação e outras fases do produto).

O cálculo e recolhimento da CPRB era obrigatório até 30/11/2015 para


as atividades a ela sujeitas. A partir de 1º/12/2015, com a edição da Lei nº 13.161
de 31 de agosto de 2015, passou a ser opcional, com alíquota de até 4,5% sobre
o valor da receita bruta, em substituição à contribuição do INSS patronal, cuja
alíquota é de 20% sobre o total das remunerações pagas aos funcionários.

LEI nº 12.546/2011

Art. 7o-A. A alíquota da contribuição sobre a receita bruta prevista


no art. 7o será de 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento),
exceto para as empresas de call center referidas no inciso I, que
contribuirão à alíquota de 3% (três por cento), e para as empresas
identificadas nos incisos III, V e VI, todos do caput do art. 7o, que
contribuirão à alíquota de 2% (dois por cento). (Redação dada pela
Lei nº 13.202, de 2015)

Art. 9º (...)
§ 13. A opção pela tributação substitutiva prevista nos arts. 7º e
8º será manifestada mediante o pagamento da contribuição
incidente sobre a receita bruta relativa a janeiro de cada ano, ou
à primeira competência subsequente para a qual haja receita
bruta apurada, e será irretratável para todo o ano calendário.
(Incluído pela Lei nº 13.161, de 2015)

O parágrafo 6º do artigo 7º da Lei nº 12.546/2011 determina que o


tomador/contratante efetue a retenção de 3,5% sobre o valor da nota fiscal dos
serviços executados mediante cessão de mão de obra (em vez dos 11%), para
os casos das contratadas optantes pela CPRB, a título de antecipação de
pagamento da contribuição previdenciária:

LEI nº 12.546/2011

Art. 7º Poderão contribuir sobre o valor da receita bruta,


excluídos as vendas canceladas e os descontos incondicionais
concedidos, em substituição às contribuições previstas nos
incisos I e III do caput do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de
1991: (Redação dada pela Lei nº 13.161, de 2015)

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

(...)

§ 6º No caso de contratação de empresas para a execução dos


serviços referidos no caput, mediante cessão de mão de obra,
na forma definida pelo art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de
1991, e para fins de elisão da responsabilidade solidária prevista
no inciso VI do art. 30 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, a
empresa contratante deverá reter 3,5% (três inteiros e cinco
décimos por cento) do valor bruto da nota fiscal ou da fatura de
prestação de serviços. (Redação dada pela Lei nº 12.995, de 2014)

Em razão de todo o exposto, verifica-se que os encargos sociais


devidos pelas empresas não são fixos, pois variam de acordo com o código
CNAE, GIIL- RAT, FAP, opção pelo SIMPLES e opção pela CPRB.

Sendo assim, os encargos sociais devidos sobre o 13º salário, férias e


abono de férias, para fins de depósito na conta vinculada, visando ilidir a
responsabilidade da Administração, deveria ser variável de acordo com a atividade
econômica e opções tributárias da empresa contratada, levando-se em
consideração os encargos existentes em sua planilha de custo e formação de
preços.

9.7 Percentual estabelecido pela legislação do DF

O Decreto nº 34.649/2013, inicialmente, estabeleceu em seu Anexo os


percentuais parciais para o contingenciamento à conta vinculada, sendo o
percentual total definido em 32,82%:

ANEXO DO DECRETO Nº 34.649 de 10/9/2013

Posteriormente, por meio do Decreto nº 36.164/2014, houve alteração


dos percentuais das provisões de férias e multa FGTS, passando o percentual total
de contingenciamento para 30,83%, conforme tabela a seguir:

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

ANEXO DO DECRETO Nº 36.164 de 18/12/2014

Sendo assim, atualmente, com base do Decreto DF nº 34.649/2013,


alterado pelo Decreto DF nº 36.164/2014, o percentual total a ser utilizado, para
retenção das provisões trabalhistas destinadas à conta vinculada, é de 30,83%
sobre o salário do empregado, para assegurar os recursos destinados ao 13º
salário, férias, abono de férias, multa do FGTS, bem como os encargos sobre o 13º
salário, férias e abono de férias.

O referido Decreto fixou em 7,39% os encargos sociais incidentes sobre


o 13º salário e férias, semelhante ao que é aplicado na IN nº 5/2017 (Anexo XII),
cuja memória de cálculo é a seguinte:

 13º salário = aprox. 9,09% (1/11)

 Férias + adicional de férias = aprox. 12,10% (1/11 +1/11 x 1/3))

 Total Encargos de 13º salário e férias = aprox. 21,19% (9,09% +


12,10%)

 Encargos sociais considerados = 34,8% (RAT ajustado de 1%);

 Encargos sociais sobre 13º salário e férias c/ adicional= 34,8% X


21,19% = aprox. 7,39%.

Se fossem considerados os encargos sociais de 34,8% sobre os


percentuais de 13º salário e férias do próprio anexo do Decreto Distrital, o percentual
seria de aproximadamente 6,77%.

Para identificar a parcela de encargos depositados na conta vinculada


relativa ao 13º e relativa às férias, aplica-se uma regra de 3, e encontram-se os
seguintes percentuais:

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106
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

 3,17% (8,33% / 19,44% X 7,39%) = encargos de 13º salário; e

 4,22% (11,11% / 19,44% X 7,39%) = encargos de férias e abono


de férias.

Conclui-se, assim, que o percentual total das rubricas para a conta


vinculada deveria variar de empresa para empresa, porém, conforme previsto no
Decreto nº34.649/2013, alterado pelo Decreto nº 36.164/2014, o percentual é fixo
para todas as empresas, o que transforma essas rubricas em uma aproximação
desses encargos, e não o montante efetivamente a ser pago ao trabalhador, a título
de férias, 13º e multa do FGTS, ou ao Estado, a título de contribuição social sobre
a folha de pagamentos de 13º e férias.

Portanto, conforme estabelece o artigo 1º, inciso I, do Decreto


nº34.649/2013, com alteração posterior, deverão constar nos editais de licitação e
nos contratos de prestação de serviços de terceirização, os percentuais das rubricas
que serão provisionadas e depositadas em conta vinculada.

DECRETO DF nº 34.649/2013)

Art. 1º Os editais licitatórios e os contratos de prestação de serviços


continuados, com dedicação exclusiva de mão de obra, formalizados
pelos órgãos e entidades da Administração Pública Direta e Indireta
do Distrito Federal, deverão conter cláusulas relativas à retenção
provisória e mensal de provisões trabalhistas, constando
especialmente:

I – os percentuais das rubricas indicadas no art. 2º deste Decreto,


para fins de provisionamento;

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

107
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

VALORES PARA DEPÓSITO MENSAL NA CONTA VINCULADA

10.1 Cálculo do valor mensal destinado à conta vinculada

Para apurar o valor mensal a ser destinado à conta vinculada de cada


contrato, deve-se efetuar a seguinte operação:

SALÁRIO DO FUNCIONÁRIO X PERCENTUAL (%) X Nº FUNCIONÁRIOS

Havendo mais de uma categoria de funcionários, é necessário fazer essa


mesma operação para cada categoria, apurando-se, assim, o valor total mensal a
ser retido da fatura mensal da empresa contratada e destinado à conta vinculada
da empresa. Apurado o valor total mensal destinado à conta vinculada, este será
fixado no contrato e observado pela área competente pela retenção, conforme
planilha modelo a seguir:

10.2 Alteração do valor mensal destinado à conta vinculada

Segundo averiguou-se, após calculado o valor mensal destinado à conta


vinculada, este será estabelecido no termo de contrato, retido mensalmente da nota
fiscal da empresa contratada e depositado na conta vinculada da empresa junto ao
BRB.

Em regra, este valor é fixo, ou seja, será retido mensalmente durante


toda a vigência do contrato. Contudo, poderá ser alterado, tanto para mais quanto
para menos, nas seguintes situações:

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108
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

 Alteração do valor do salário dos empregados;

 Alteração da quantidade de postos de trabalho; e

 Alteração do percentual de incidência.

Havendo apuração de um novo valor a ser destinado à conta vinculada,


este deverá constar no contrato, por meio de termo aditivo ou termo de
apostilamento.

10.2.1 Aumento do salário dos empregados

Umas das hipóteses de alteração do valor mensal destinado à conta


vinculada, é o aumento do salário dos empregados, por meio de Convenção
Coletiva de Trabalho – CCT, Acordo coletivo de Trabalho - ACT ou Dissídio Coletivo.
Essa situação é muito comum de ocorrer, uma vez que a maioria das categorias
realiza negociação para alterar os salários dos empregados uma vez por ano.

Nesse caso, tão logo ocorra a solicitação de repactuação do contrato pela


empresa contratada, a Administração deverá providenciar o termo aditivo ao
contrato ou o seu apostilamento.

ATENÇÃO!!!!! Em caso de diferença a pagar à empresa contratada, no


momento do pagamento da nota fiscal referente ao retroativo da diferença da
repactuação, deverá ser apurada a parcela correspondente para retenção e
depósito na conta vinculada.

10.2.2 Alteração da quantidade de empregados

Outra hipótese que pode vir a alterar o valor mensal destinado à conta
vinculada, é a alteração da quantidade de funcionários terceirizados, por meio de
acréscimo ou decréscimo, em razão de necessidade da Administração Pública.

Nessa situação, a Administração deverá promover a alteração contratual


mediante termo aditivo ao contrato, no qual constará o cálculo do novo valor mensal
a ser destinado à conta vinculada, a partir da data em que houver o acréscimo ou
decréscimo do posto.

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109
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

10.2.3 Alteração do percentual

A terceira hipótese que pode ocasionar a alteração do valor mensal a ser


destinado à conta vinculada, é a alteração do percentual de retenção, sendo esta a
possibilidade mais difícil de acontecer, uma vez que exige uma alteração normativa,
já que o percentual é estabelecido por meio do Decreto nº 34.649/2013, alterado
pelo Decreto nº 36.164/2014.

Contudo, ocorrendo a modificação da norma, deverá ser efetuado o


aditamento do contrato para indicar o novo valor mensal destinado à conta
vinculada.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

110
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

CONTROLE MENSAL DE CONTA VINCULADA

A gestão e o controle da conta vinculada se destinam a garantir os


recursos necessários para o cumprimento das obrigações previdenciárias e
trabalhistas, em caso de inadimplemento da empresa contratada durante a
execução contratual, bem como na extinção ou na rescisão do contrato
administrativo.

Para que a conta vincula alcance o objetivo pretendido, há necessidade


de instrumentos de controle eficientes, desde o início de sua implementação e
durante toda a execução do contrato.

A gestão eficiente da conta vinculada envolve:

 acompanhamento da correção do valor depositados mensalmente


na conta vinculada;

 acompanhamento de alterações contratuais que modifiquem a


quantidade de mão de obra contratada;

 acompanhamento de repactuação contratual, em relação à


alteração do valor do salário dos funcionários;

 conciliação bancária;

 controle dos valores individualizados, por empregado, e por


provisão; e

 conferência de documentos, confirmação das verbas devidas aos


trabalhadores e apuração do montante passível de liberação.

11.1 Autuação de processo específico

É necessário providenciar a abertura de processo específico para cada


conta vinculada, no qual tramitarão os procedimentos relativos: aos pedidos de
liberação de valores durante a execução do contrato; à conciliação bancária; ao
controle de pessoal e de valores; e à liberação do saldo residual no encerramento
do contrato.

Para tanto, sugere-se que, ao início do contrato, seja incluída no


processo a seguinte documentação:

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

111
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

 Comprovante de abertura da conta vinculada da empresa;

 Cópia do contrato; e

 Relação da mão de obra com os dados importantes.

E, durante a execução contratual, recomenda-se juntar ao processo da


conta vinculada, os seguintes documentos, dentre outros:

 Ordens Bancárias dos depósitos mensais;

 Extratos mensais da conta vinculada;

 Termos Aditivos e de Apostilamento ao Contrato;

 Relatórios do executor com as alterações da mão de obra;

 Pedidos de liberação, com a documentação devida;

 Instrução processual referente à análise do pedido de liberação,


com a apuração dos valores a liberar;

 Autorização de liberação de valores (ofício ao BRB).

11.2 Controle dos empregados

Ao início do contrato, deve-se solicitar ao executor do contrato a relação


dos empregados com os seguintes dados: nome completo, CPF, cargo/função, data
de admissão na empresa, data de admissão no contrato de terceirização, salário-
base, entre outros, para criar uma planilha de controle, visando acompanhar as
movimentações individualizadas de valores da conta vinculada por funcionário e por
provisão.

Mensalmente, faz-se necessário que o executor do contrato informe as


alterações de pessoal: férias, desligamentos, licença maternidade, licença médica,
entre outras.

O gestor da conta vinculada também deve acompanhar os aditamentos


contratuais, com acréscimo e decréscimo de mão de obra, bem como as
repactuações dos valores salariais, pois isto impacta em seu controle
individualizado por funcionário, além do controle dos valores.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

112
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

11.3 Conciliação Bancária

Mensalmente, é necessário solicitar os extratos das contas vinculadas ao


BRB, para efetuar a conciliação bancária das contas, conferindo os depósitos
efetuados, bem como os eventuais saques autorizados.

Deve-se observar nos extratos bancários:

 Se o montante mensal depositado pelo órgão, referente à retenção


de valor da nota fiscal da contratada, foi creditado corretamente, observando a
data e o valor do depósito.

 Se os débitos existentes na conta foram devidamente autorizados


e se guardam conformidade com a data e valor autorizados.

Em razão da obrigatoriedade de a instituição financeira remunerar os


valores depositados em conta vinculada, conforme disposto no artigo 6º do Decreto
nº 34.649/2013, e conforme previsão contida no Acordo de Cooperação Técnica, o
BRB aplica os recursos depositados na conta vinculada em investimentos de renda
fixa, por meio do Certificado de Depósito Bancário – CDB de 30 dias.

DECRETO DF nº 34.649/2013

Art. 6º Os valores retidos mensalmente serão depositados na conta


vinculada respectiva no Banco de Brasília S/A – BRB e
remunerados pelo índice da poupança ou outro definido no
Acordo de Cooperação Técnica, previsto no art. 7º deste Decreto,
adotando-se o índice de maior rentabilidade.

À primeira vista, seria fácil realizar a conferência desses extratos


bancários, se não fossem os inúmeros lançamentos mensais de débito e crédito
existentes, em razão das aplicações e resgates (do principal e do rendimento) no
CDB.

A título de curiosidade, apresenta-se, a seguir, um extrato mensal de


conta vinculada, no qual somente há um depósito mensal e uma liberação de valor
para a contratada, sendo os demais lançamentos relativos à aplicação dos recursos
pela instuição bancária.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

113
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

114
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

11.4 Ferramenta para controle de valores por empregado e por provisão

Em virtude da exigência contida no §5º do artigo 11 do Decreto


nº34.649/2013, de que não poderão ser liberados valores superiores aos limites
individuais por tipo de provisão, sendo vedado o pagamento de uma provisão
com recursos destinados a outra, faz-se necessário que a Administração
promova controles individualizados, por empregado e por rubrica, para cumprir a
determinação legal no momento das liberações parciais solicitadas pela contratada.

DECRETO DF nº 34.649/2013

Art. 11. Para a liberação parcial dos valores retidos, a empresa


apresentará pedido formal ao órgão ou entidade contratante no qual
conste o montante a ser liberado, acompanhado de documentos
comprobatórios da ocorrência da situação que gere o pagamento
das provisões, atestado por profissional responsável pelos cálculos.
(...)

§5º O montante da provisão a ser liberada não poderá exceder


os limites individuais constituídos para cada tipo de provisão,
conforme percentuais estabelecidos no anexo deste Decreto, não
sendo admitido o pagamento de uma provisão com recursos
constituídos para outra.
§6º O BRB e o órgão ou entidade contratante estabelecerão
procedimentos de modo a aferir o cumprimento do disposto no
parágrafo anterior.

Com o intuito de assegurar que somente serão liberados valores de


acordo com os limites individuais das provisões, o mencionado Decreto determinou
que, tanto o órgão público quanto o BRB, deverão estabelecer procedimentos
para mitigar os riscos e aferir a propriedade dos valores a serem liberados da
conta vinculada.

Em razão dessa determinação, o BRB fez constar em sua minuta


padronizada do Acordo de Cooperação Técnica, as obrigações daquela instituição,
das quais destacam-se:

 Implementar ferramenta informatizada;

 Estabelecer procedimentos informatizados para que os órgãos


possam aferir a propriedade dos valores a serem liberados;

 Disponibilizar ferramenta de controle das provisões trabalhistas e


de empregados;

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

115
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

 Disponibilizar acesso on line à conta vinculada para gerenciamento


e acompanhamento dos recursos depositados.

MINUTA ACORDO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA BRB


CLÁUSULA QUARTA – DAS OBRIGAÇÕES DAS PARTES:

São obrigações do BRB - Banco de Brasília S.A:


I - Abrir as CONTAS, disponibilizar saldos e extratos e efetuar
movimentações solicitadas ou previamente autorizadas pelo Órgão
ou Entidade.

II - Implementar ferramenta informatizada de modo a assegurar


que os recursos da Conta Vinculada não sejam utilizados para
outros fins, senão aqueles previstos no art. 2 incisos I, II, III e IV do
decreto 34.649 de 10 de setembro de 2013.

III – Estabelecer procedimentos informatizados para que o


órgão ou entidade possam aferir a propriedade dos valores a
serem liberados.
IV - Prestar apoio técnico operacional ao Órgão ou Entidade e à
EMPRESA CONTRATADA, necessário à execução dos serviços
objeto deste Acordo.

V - Disponibilizar ao Órgão ou Entidade ferramenta de controle


das provisões trabalhistas e de empregados contratados pelas
empresas prestadoras de serviços.
VI - Informar ao Órgão ou Entidade qualquer ocorrência que
comprometa a operacionalização de Contas Vinculadas.
VII - Disponibilizar acesso on line à Conta Vinculada de modo a
permitir que Órgão ou Entidade gerencie e acompanhe os
recursos depositados.

A elaboração e disponibilização de ferramenta de controle pelo BRB,


para aferir os valores das provisões a liberar, visa diminuir o custo de transação
da conta vinculada, facilitando a sua gestão pelos órgãos públicos do DF.
Entretanto, o sistema de controle desenvolvido pelo BRB ainda está em fase de
testes e apresenta algumas dificuldades operacionais.

Importante salientar que a Administração Pública também está obrigada


a estabelecer procedimentos visando gerenciar a conta vinculada, de forma a
assegurar que somente sejam liberados valores relativos à determinada provisão.

Deste modo, faz-se indispensável que a Administração utilize ferramenta


de controle informatizado, para que possa gerenciar os valores depositados e os
valores liberados, referentes a cada provisão e a cada empregado.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

116
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

As ferramentas de controle a serem utilizadas para gerenciar as contas


vinculadas são de discricionariedade de cada órgão, em razão de suas
peculiaridades.

Apresentam-se, a seguir, a título de exemplo, telas do controle


atualmente utilizado pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal – TCDF. O controle
foi desenvolvido no excel e utiliza-se a ferramenta da tabela dinâmica para emissão
de relatórios, visando apurar os depósitos e os saques, por mês, por funcionário e
por rubrica, e identificar o valor possível de ser liberado pela Administração.

Figura 1 – Tabela com filtro em uma determinada empresa e em


determinado mês, na qual constam as seguintes informações: relação dos
empregados, com os dados pessoais; valores depositados e sacados no mês, por
provisão.

Figura 2 – Tabela dinâmica com valores depositados, mês a mês, nas


rubricas de 13º salário, férias, multa FGTS, encargos sobre 13º salário e encargos
sobre férias, referente a 1 funcionário selecionado.

Figura 3 – Tabela dinâmica com valores depositados e saques


realizados, mês a mês, nas rubricas de 13º salário e férias, referente a 1 funcionário
selecionado.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

117
Valor Mensal
Valor 13º Salário Valor Férias Valor FGTS Valor Encargos s/ Valor Encargos s/ Saque Saque
Data de Data destinado à conta Saque 13º Saque Férias Saque FGTS
Ano/Mês Nome Empresa Situação Função CPF Salário Base (27,02% de (36,04% de (12,97% de 13º sal (10,28% de Férias (13,69% de Encargos s/ Encargos s/
Admissão Desligamento vinculada Salário (8,33%) (11,11%) (4%)
30,83%) 30,83%) 30,83%) 30,83%) 30,83%) 13º sal (3,17%) Férias (4,22%)
(30,83%)

2018/03 Jaqueline Oliveira


INVESTCARAlves 28/10/2016 n/a ATIVO Encarregado 024.757.181-45
R$ 3.901,83 R$ 1.202,93 R$ 325,03 R$ 433,54 R$ 156,02 R$ 123,66 R$ 164,68 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Jehmes Curado INVESTCAR
Santos 28/10/2016 n/a ATIVO Encarregado 813.796.171-20
R$ 3.901,83 R$ 1.202,93 R$ 325,03 R$ 433,54 R$ 156,02 R$ 123,66 R$ 164,68 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Francisco Lopes
INVESTCAR
da Cruz 12/06/2017 14/08/2017 DESLIGADO Motorista de Serviço150.162.691-49
R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Adelmir Venança
INVESTCAR
da Silva 28/10/2016 n/a ATIVO Motorista de Serviço971.289.103-87
R$ 1.950,00 R$ 601,19 R$ 162,44 R$ 216,67 R$ 77,97 R$ 61,80 R$ 82,30 R$ 0,00 -R$ 2.359,79 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Agenor Teixeira
INVESTCAR
Martins 28/10/2016 n/a ATIVO Motorista de Serviço689.673.571-68
R$ 1.950,00 R$ 601,19 R$ 162,44 R$ 216,67 R$ 77,97 R$ 61,80 R$ 82,30 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Agildo dos Santos
INVESTCARCezar 28/10/2016 n/a ATIVO Motorista de Serviço788.599.214-49
R$ 1.950,00 R$ 601,19 R$ 162,44 R$ 216,67 R$ 77,97 R$ 61,80 R$ 82,30 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Alessandro Santana
INVESTCAR dos Santos28/10/2016 n/a ATIV O / FEIRISTA MOT EXEC Motorista de Serviço836.893.621-72
R$ 1.950,00 R$ 220,43 R$ 59,56 R$ 79,44 R$ 28,59 R$ 22,66 R$ 30,18 R$ 0,00 -R$ 2.331,35 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Claudimar Eduardo
INVESTCAR de Oliveira28/10/2016 n/a ATIVO Motorista de Serviço371.974.601-15
R$ 1.950,00 R$ 601,19 R$ 162,44 R$ 216,67 R$ 77,97 R$ 61,80 R$ 82,30 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Deusimar Bezerra
INVESTCARMartins 28/10/2016 n/a ATIVO Motorista de Serviço313.340.321-49
R$ 1.950,00 R$ 601,19 R$ 162,44 R$ 216,67 R$ 77,97 R$ 61,80 R$ 82,30 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Everaldo GomesINVESTCAR
Brasil 28/10/2016 05/11/2017 DESLIGADO Motorista de Serviço504.867.721-87 R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Izaias Alves Marinho
INVESTCAR 28/10/2016 n/a ATIVO Motorista de Serviço578.658.251-53
R$ 1.950,00 R$ 601,19 R$ 162,44 R$ 216,67 R$ 77,97 R$ 61,80 R$ 82,30 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Leonardo LucasINVESTCAR
Vitalino 28/10/2016 n/a ATIVO Motorista de Serviço619.156.021-49
R$ 1.950,00 R$ 601,19 R$ 162,44 R$ 216,67 R$ 77,97 R$ 61,80 R$ 82,30 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Maurilio Ferreira
INVESTCAR
dos Santos 28/10/2016 n/a ATIVO Motorista de Serviço744.825.056-68
R$ 1.950,00 R$ 601,19 R$ 162,44 R$ 216,67 R$ 77,97 R$ 61,80 R$ 82,30 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Roberto Henrique
INVESTCAR
de Oliveira 28/10/2016 n/a ATIVO Motorista de Serviço226.911.971-15
R$ 1.950,00 R$ 601,19 R$ 162,44 R$ 216,67 R$ 77,97 R$ 61,80 R$ 82,30 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Afonso AluísioINVESTCAR
de Pádua 28/10/2016 n/a ATIVO Motorista Executivo414.029.011-00
R$ 3.330,44 R$ 1.026,77 R$ 277,43 R$ 370,05 R$ 133,17 R$ 105,55 R$ 140,56 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Alacílio Oliveira
INVESTCAR
Prado 28/10/2016 n/a ATIVO Motorista Executivo240.043.591-04
R$ 3.330,44 R$ 1.026,77 R$ 277,43 R$ 370,05 R$ 133,17 R$ 105,55 R$ 140,56 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Alan PereiraINVESTCAR
Gomes 28/10/2016 n/a ATIVO Motorista Executivo011.312.231-44
R$ 3.330,44 R$ 1.026,77 R$ 277,43 R$ 370,05 R$ 133,17 R$ 105,55 R$ 140,56 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Aldo Cunha Sousa
INVESTCAR 28/10/2016 n/a ATIVO Motorista Executivo711.244.201-00
R$ 3.330,44 R$ 1.026,77 R$ 277,43 R$ 370,05 R$ 133,17 R$ 105,55 R$ 140,56 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Antônio Martins
INVESTCAR
de Aquino 28/10/2016 21/03/2017 DESLIGADO Motorista Executivo268.606.511-72
R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Brunno BarrosINVESTCAR
Lima Souza Oliveira
28/10/2016 n/a ATIVO Motorista Executivo023.239.811-96
R$ 3.330,44 R$ 1.026,77 R$ 277,43 R$ 370,05 R$ 133,17 R$ 105,55 R$ 140,56 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Danilo Rene INVESTCAR
Pereda 28/10/2016 01/08/2017 DESLIGADO Motorista Executivo006.067.991-33
R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Humberto AlvesINVESTCAR
dos Santos 28/10/2016 n/a ATIVO Motorista Executivo691.190.151-00
R$ 3.330,44 R$ 1.026,77 R$ 277,43 R$ 370,05 R$ 133,17 R$ 105,55 R$ 140,56 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Izaac JuvêncioINVESTCAR
M. de Figueiredo 28/10/2016
Neto n/a ATIVO Motorista Executivo001.652.271-09
R$ 3.330,44 R$ 1.026,77 R$ 277,43 R$ 370,05 R$ 133,17 R$ 105,55 R$ 140,56 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
FIGURA 1

2018/03 Joaquim Antonio


INVESTCAR
Lopes 28/10/2016 n/a ATIVO Motorista Executivo256.570.808-40
R$ 3.330,44 R$ 1.026,77 R$ 277,43 R$ 370,05 R$ 133,17 R$ 105,55 R$ 140,56 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Jordan Lennon INVESTCAR
P. Conrado Dantas28/10/2016 n/a ATIVO Motorista Executivo036.531.801-98
R$ 3.330,44 R$ 1.026,77 R$ 277,43 R$ 370,05 R$ 133,17 R$ 105,55 R$ 140,56 R$ 0,00 -R$ 3.699,03 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 José CândidoINVESTCAR
de Sá 28/10/2016 01/08/2017 DESLIGADO Motorista Executivo261.871.671-04
R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 José FranciscoINVESTCAR
de Sousa 28/10/2016 n/a ATIVO Motorista Executivo273.258.733-87
R$ 3.330,44 R$ 1.026,77 R$ 277,43 R$ 370,05 R$ 133,17 R$ 105,55 R$ 140,56 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 José LeandoINVESTCAR
de Sousa Filho 28/10/2016 n/a ATIVO Motorista Executivo726.970.241-15
R$ 3.330,44 R$ 1.026,77 R$ 277,43 R$ 370,05 R$ 133,17 R$ 105,55 R$ 140,56 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES


2018/03 Raimundo José INVESTCAR
Silva Costa 28/10/2016 n/a ATIVO Motorista Executivo185.569.731-91
R$ 3.330,44 R$ 1.026,77 R$ 277,43 R$ 370,05 R$ 133,17 R$ 105,55 R$ 140,56 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Ulysses Antônio
INVESTCAR
Gomes de Oliveira
28/10/2016 01/08/2017 DESLIGADO Motorista Executivo731.487.921-49
R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Stevon DouglasINVESTCAR
Nunes de Lima01/12/2016
Silvano n/a ATIVO Motorista de Serviço719.891.451-91
R$ 1.950,00 R$ 601,19 R$ 162,44 R$ 216,67 R$ 77,97 R$ 61,80 R$ 82,30 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Edson NunesINVESTCAR
da Silva 23/03/2017 n/a ATIVO Motorista Executivo418.373.045-75
R$ 3.330,44 R$ 1.026,77 R$ 277,43 R$ 370,05 R$ 133,17 R$ 105,55 R$ 140,56 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Ademilson Alves
INVESTCAR
de Barros 12/06/2017 n/a ATIVO Motorista de Serviço453.756.071-15
R$ 1.950,00 R$ 601,19 R$ 162,44 R$ 216,67 R$ 77,97 R$ 61,80 R$ 82,30 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 José Milton Alves
INVESTCAR
da Luz 12/06/2017 20/11/2017 DESLIGADO Motorista de Serviço843.540.976-72
R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Anderson Ferreira
INVESTCARda Silva 12/06/2017 25/07/2017 DESLIGADO Motorista de Serviço690.090.401-78
R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Lyel MesquitaINVESTCAR
Coelho 12/07/2017 28/09/2017 DESLIGADO Motorista de Serviço037.318.021-71
R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Alessandro OlINVESTCAR
iveira 26/07/2017 28/07/2017 DESLIGADO Motorista de Serviço006.118.221-48
R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Jorge AntônioINVESTCAR
de Nazaré 02/08/2017 n/a ATIVO Motorista Executivo386.684.911-72
R$ 3.330,44 R$ 1.026,77 R$ 277,43 R$ 370,05 R$ 133,17 R$ 105,55 R$ 140,56 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Jarbas BatistaINVESTCAR
Coqueiro 02/08/2017 n/a ATIVO Motorista Executivo393.333.021-15
R$ 3.330,44 R$ 1.026,77 R$ 277,43 R$ 370,05 R$ 133,17 R$ 105,55 R$ 140,56 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Michael DouglINVESTCAR
as dos Santos Souza02/08/2017 n/a ATIVO Motorista Executivo006.068.181-03
R$ 3.330,44 R$ 1.026,77 R$ 277,43 R$ 370,05 R$ 133,17 R$ 105,55 R$ 140,56 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Beatriz Catarina
INVESTCAR
Ibarra Echebarrie
15/08/2017 07/02/2018 DESLIGADO Motorista de Serviço047.293.621-28
R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Marcus PhilipiINVESTCAR
Ibarra Echebarrie 29/09/2017 01/12/2017 DESLIGADO Motorista de Serviço010.295.881-55
R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

2018/03 Carlos Ferreira


INVESTCAR
dos Santos 06/11/2017 n/a FEIRISTA MOT SERV Motorista de Serviço023.553.111-10
R$ 1.950,00 R$ 380,76 R$ 102,88 R$ 137,23 R$ 49,38 R$ 39,14 R$ 52,13 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Bruno HenriqueINVESTCAR
Ribeiro dos Santos
06/11/2017 n/a ATIVO Motorista de Serviço037.764.364-50
R$ 1.950,00 R$ 601,19 R$ 162,44 R$ 216,67 R$ 77,97 R$ 61,80 R$ 82,30 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03 Alessandro deINVESTCAR
Jesus Diniz 14/12/2017 n/a ATIVO Motorista de Serviço848.279.711-53
R$ 1.950,00 R$ 601,19 R$ 162,44 R$ 216,67 R$ 77,97 R$ 61,80 R$ 82,30 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
2018/03

118
Marcos LopesINVESTCAR
Teixeira 08/02/2018 n/a ATIVO Motorista de Serviço152.391.011-91
R$ 1.950,00 R$ 601,19 R$ 162,44 R$ 216,67 R$ 77,97 R$ 61,80 R$ 82,30 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Soma de Valor Mensal destinado Soma de Valor 13º Salário Soma de Valor Férias (36,04% de Soma de Valor FGTS (12,97% de Soma de Valor Encargos s/ 13º sal Soma de Valor Encargos s/ Férias
Rótulos de Linha à conta vinculada (30,83%) (27,02% de 30,83%) 30,83%) 30,83%) (10,28% de 30,83%) (13,69% de 30,83%)
Jehmes Curado Santos R$ 21.617,07 R$ 5.840,98 R$ 7.790,76 R$ 2.803,76 R$ 2.222,27 R$ 2.959,30
2016/10 R$ 112,85 R$ 30,49 R$ 40,67 R$ 14,64 R$ 11,60 R$ 15,45
2016/11 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ 406,77 R$ 146,39 R$ 116,03 R$ 154,51
2016/12 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ 406,77 R$ 146,39 R$ 116,03 R$ 154,51
2017/01 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ 406,77 R$ 146,39 R$ 116,03 R$ 154,51
2017/02 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ 406,77 R$ 146,39 R$ 116,03 R$ 154,51
2017/03 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ 406,77 R$ 146,39 R$ 116,03 R$ 154,51
2017/04 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ 406,77 R$ 146,39 R$ 116,03 R$ 154,51
2017/05 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ 406,77 R$ 146,39 R$ 116,03 R$ 154,51
2017/06 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ 406,77 R$ 146,39 R$ 116,03 R$ 154,51
FIGURA 2

2017/07 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ 406,77 R$ 146,39 R$ 116,03 R$ 154,51


2017/08 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ 406,77 R$ 146,39 R$ 116,03 R$ 154,51
2017/09 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ 406,77 R$ 146,39 R$ 116,03 R$ 154,51

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES


2017/10 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ 406,77 R$ 146,39 R$ 116,03 R$ 154,51
2017/11 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ 406,77 R$ 146,39 R$ 116,03 R$ 154,51
2017/12 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ 406,77 R$ 146,39 R$ 116,03 R$ 154,51
2018/01 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ 406,77 R$ 146,39 R$ 116,03 R$ 154,51
2018/02 R$ 1.202,93 R$ 325,03 R$ 433,54 R$ 156,02 R$ 123,66 R$ 164,68
2018/02/REPACT2017 R$ 965,38 R$ 260,85 R$ 347,92 R$ 125,21 R$ 99,24 R$ 132,16
2018/03 R$ 1.202,93 R$ 325,03 R$ 433,54 R$ 156,02 R$ 123,66 R$ 164,68
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

2018/04 R$ 1.202,93 R$ 325,03 R$ 433,54 R$ 156,02 R$ 123,66 R$ 164,68


Total Geral R$ 21.617,07 R$ 5.840,98 R$ 7.790,76 R$ 2.803,76 R$ 2.222,27 R$ 2.959,30

119
Soma de Valor Mensal
destinado à conta vinculada Soma de Valor 13º Salário Soma de Saque 13º Soma de Valor Férias (36,04% de Soma de Saque Férias
Rótulos de Linha (30,83%) (27,02% de 30,83%) Salário (8,33%) 30,83%) (11,11%)
Jehmes Curado Santos R$ 21.617,07 R$ 5.840,98 -R$ 3.363,41 R$ 7.790,76 -R$ 4.309,83
2016/10 R$ 112,85 R$ 30,49 R$ - R$ 40,67 R$ -
2016/11 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ - R$ 406,77 R$ -
2016/12 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ - R$ 406,77 R$ -
2017/01 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ - R$ 406,77 R$ -
2017/02 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ - R$ 406,77 R$ -
2017/03 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ - R$ 406,77 R$ -
2017/04 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ - R$ 406,77 R$ -
2017/05 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ - R$ 406,77 R$ -
2017/06 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ - R$ 406,77 R$ -
FIGURA 3

2017/07 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ - R$ 406,77 R$ -


2017/08 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ - R$ 406,77 R$ -
2017/09 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ - R$ 406,77 R$ -

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES


2017/10 R$ 1.128,67 R$ 304,97 -R$ 3.363,41 R$ 406,77 R$ -
2017/11 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ - R$ 406,77 R$ -
2017/12 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ - R$ 406,77 -R$ 4.309,83
2018/01 R$ 1.128,67 R$ 304,97 R$ - R$ 406,77 R$ -
2018/02 R$ 1.202,93 R$ 325,03 R$ - R$ 433,54 R$ -
2018/02/REPACT2017 R$ 965,38 R$ 260,85 R$ - R$ 347,92 R$ -
2018/03 R$ 1.202,93 R$ 325,03 R$ - R$ 433,54 R$ -
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

2018/04 R$ 1.202,93 R$ 325,03 R$ - R$ 433,54 R$ -


Total Geral R$ 21.617,07 R$ 5.840,98 -R$ 3.363,41 R$ 7.790,76 -R$ 4.309,83

120
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

LIBERAÇÃO PARCIAL DE VALORES

Durante a execução do contrato, as empresas contratadas poderão


solicitar a liberação de valores da conta vinculada em razão de:

 pagamento de 13º salário;

 pagamento de férias com o abono de férias; e

 rescisões de contratos de trabalho.

Os valores provisionados poderão ser liberados parcialmente ou


anualmente, mediante comprovação da ocorrência de 13º salário, de férias com
abono de 1/3 ou de dispensa de empregado vinculado ao contrato, ou, então, os
valores serão liberados ao final da vigência do contrato, quando houver o
pagamento das verbas rescisórias.

12.1 Liberação conta-salário empregado X conta corrente da empresa

Em razão do que consta no §1º do artigo 12 do Decreto nº 34.649/2013,


os valores liberados pelo Órgão deverão ser depositados diretamente na conta-
salário dos empregados.

Entretanto, o Decreto nº 36.164/2014 incluiu a possibilidade de a


liberação dos valores ser efetuada diretamente à conta corrente da empresa
contratada, caso a contratada já tenha efetuado o pagamento das verbas
rescisórias ao empregado, conforme §8º ao artigo 11 abaixo.

DECRETO DF nº 34.649/2013
Art. 11. Para a liberação parcial dos valores retidos, a empresa
apresentará pedido formal ao órgão ou entidade contratante no qual
conste o montante a ser liberado, acompanhado de documentos
comprobatórios da ocorrência da situação que gere o
pagamento das provisões, atestado por profissional responsável
pelos cálculos.
(...)

§ 8º – No caso da empresa contratada vir a efetuar o pagamento


das verbas rescisórias antes da liberação dos recursos pelo
BRB, esta poderá resgatar junto ao banco os valores
despendidos para a quitação das provisões trabalhistas, após
autorização do órgão ou entidade da Administração Pública Direta
e Indireta do Distrito Federal. (incluído pelo Decreto nº 36.164/2014)

Art. 12. Protocolado o pedido de autorização para movimentação da


conta vinculada pela empresa contratada, o órgão ou entidade

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

121
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

contratante terá o prazo de 3 (três) dias úteis, a contar da data de


apresentação dos documentos de que trata o art. 11 deste Decreto,
para autorizar o BRB a desbloquear os valores retidos.

§ 1º - Os valores liberados serão depositados diretamente na


conta-salário dos empregados da contratada, no prazo de 1 (um)
dia útil a contar da data de autorização do órgão ou entidade
contratante. (redação alterada pelo Decreto nº36.164/2014)

Em que pese o Decreto ter contemplado somente a hipótese de


“pagamento de verbas rescisórias” como possibilidade de liberação direta à
empresa, em razão de a contratada vir a efetuar pagamento a seu funcionário antes
da liberação dos recursos da conta vinculada, pode-se, s.m.j., por analogia in bonam
partem, estender esta possibilidade às demais rubricas: 13º salário, férias e abono
de férias.

A norma não comtemplou a possibilidade de a empresa optar por pagar


as verbas de 13º salário, férias e abono de férias diretamente aos seus funcionários
e, somente depois, solicitar a liberação desses recursos da conta vinculada, a título
de restituição.

Importante destacar que a obrigação originária para pagar as verbas


trabalhistas é da empresa contratada e, considerando que há prazos para
pagamento dessas verbas, que se não observados ensejam multas ao empregador,
a contratada pode preferir quitar diretamente o 13º salário e férias com abono de
férias aos seus empregados, para não incorrer em possíveis atrasos nas liberações
à conta-salário do trabalhador, por parte da Administração Pública.

Como a objetivo da conta vinculada é assegurar a existência de recursos


financeiros para dar cumprimento às obrigações trabalhistas e sociais, em caso de
inadimplemento da contratada, deduz-se que havendo a comprovação do
pagamento devido ao trabalhador, poderá a Administração restituir o valor
correspondente à contratada.

Assim sendo, ante a omissão da norma, que não trouxe previsão para o
caso concreto acima exposto, e visando disciplinar situações similares à prevista no
Decreto, entende-se que, por analogia, poderia ser utilizado o §8º do artigo 11 do
Decreto nº 34.649/2013, para as hipóteses de pagamento do 13º salário e das férias
com 1/3 constitucional.

Consequentemente, registram-se 2 possibilidades para liberação parcial


de valores da conta vinculada:

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

122
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

1ª) a contratada solicita que o pagamento seja efetuado


diretamente na conta-salário dos funcionários e, para tanto,
encaminha, além da documentação devida, a relação com as
contas-salário dos funcionários e os valores devidos;

2ª) a contratada primeiro paga as verbas trabalhistas aos


funcionários e solicita a restituição, encaminhando a
documentação comprobatória para liberação dos valores da conta
vinculada. O valor será transferido diretamente à conta-corrente da
empresa.

Dentre as hipóteses acima, o pedido de restituição de valores é mais


usual, em razão do seguinte cenário:

 Existem prazos legais para pagamento das verbas trabalhistas e


atrasos podem ocasionar multas ao empregador;

 A Administração pode solicitar outras informações e documentação


complementar, conforme disposto no §4º do artigo 11 do Decreto nº34.649/2103;

 Havendo inconsistência na documentação apresentada pela


contratada, o prazo de 3 dias úteis para a liberação dos valores será suspenso até
a devida correção, conforme §2 do artigo 12 do Decreto nº 34.649/2013; e

 O montante a ser liberado ao trabalhador poderá ser menor do que


o valor do direto que lhe é devido, em razão do que consta no §5º do artigo 11 do
Decreto nº 34.649/2013. Logo, o empregador precisará efetuar o pagamento da
diferença ao trabalhador, e encaminhar, posteriormente, o comprovante ao Órgão
contratante.

DECRETO DF nº 34.649/2013

Art. 11. Para a liberação parcial dos valores retidos, a empresa


apresentará pedido formal ao órgão ou entidade contratante no qual
conste o montante a ser liberado, acompanhado de documentos
comprobatórios da ocorrência da situação que gere o
pagamento das provisões, atestado por profissional responsável
pelos cálculos.
(...)

§4º O órgão ou entidade contratante poderá requerer, a seu


critério, outros dados e informações e estabelecer leiautes para a
remessa dos relatórios.

§5º O montante da provisão a ser liberada não poderá exceder


os limites individuais constituídos para cada tipo de provisão,
conforme percentuais estabelecidos no anexo deste Decreto, não
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

123
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

sendo admitido o pagamento de uma provisão com recursos


constituídos para outra.
Art. 12. Protocolado o pedido de autorização para movimentação da
conta vinculada pela empresa contratada, o órgão ou entidade
contratante terá o prazo de 3 (três) dias úteis, a contar da data de
apresentação dos documentos de que trata o art. 11 deste Decreto,
para autorizar o BRB a desbloquear os valores retidos.
(...)

§2º Constatadas inconsistências nos documentos de que trata o


art. 11 deste Decreto, a contagem de prazo será suspensa até a
apresentação das correções devidas.

Em razão do cenário acima, as empresas contratadas, habitualmente,


optam por pagar as verbas trabalhistas aos seus empregados e, somente depois,
solicitar a liberação dos recursos da conta vinculada.

Se a empresa optar por solicitar que os valores sejam liberados à conta-


salário do empregado, faz-se necessário que o pedido seja efetuado com a devida
antecedência, possibilitando o cumprimento dos prazos de pagamento da legislação
trabalhista, em razão dos procedimentos necessários pela Administração antes da
liberação.

12.2 Passo a passo para a liberação de valores da conta vinculada

1º) Receber a solicitação da contratada para liberação de valores da


conta vinculada;

2º) Confirmar se de fato houve a ocorrência declarada (férias e rescisão


contratual);

3º) Verificar se a documentação encaminhada pela contratada é


suficiente para a liberação da provisão solicitada e requisitar documentação
complementar, se for o caso;

4º) Conferir a documentação para identificar se as obrigações


trabalhistas foram devidamente cumpridas (para liberação das provisões de 13º
salário e férias com o abono de 1/3);

5º) Conferir a documentação para verificar se as obrigações sociais


foram devidamente cumpridas (para liberação das provisões de encargos sobre o
13º salário, encargos sobre as férias e a multa do FGTS);

6º) Apurar o valor existente na conta vinculada que poderá ser liberado
à contratada, referente à rubrica solicitada e ao funcionário em questão.
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

124
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

ATENÇÃO!!!!! Para que seja possível liberar valores da conta


vinculada referente à determinada provisão, primeiramente, deverá ser
confirmado pela Administração se o direito do trabalhador foi devidamente
respeitado, bem como, quando for o caso, se os encargos foram
adequadamente recolhidos.

Então, quando a Administração receber a solicitação para liberação de


valores da conta vinculada, devem ser respondidas as seguintes questões:

Quais documentos devem ser exigidos da contratada para verificar


cada tipo de provisão?

O que conferir nesses documentos para identificar se a contratada


cumpriu com as suas obrigações trabalhistas e sociais?

Qual valor liberar?

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

125
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO PARA LIBERAR 13º SALÁRIO E FÉRIAS

13.1 Liberação de 13º salário

13.1.1 Documentação para liberação de 13º salário

A documentação a ser encaminhada pela contratada, juntamente com a


solicitação de liberação do 13º salário, vai depender da opção de liberação,
conforme abaixo:

Havendo opção pela restituição do valor já pago pela contratada aos seus
empregados, a empresa deverá apresentar a seguinte documentação:

 Contracheques dos empregados, com a descrição do salário base,


data de admissão na empresa e cálculo do valor do 13º salário;

 Folha de pagamento; e

 Comprovantes dos pagamentos efetuados aos empregados (recibo


ou depósito/ transferência.)

Havendo opção para que o órgão efetue a liberação e depósito


diretamente à conta salário dos empregados, a empresa deverá apresentar a
seguinte documentação:

 Contracheques dos empregados, com a descrição do salário base,


data de admissão na empresa e cálculo do valor do 13º salário;

 Folha de pagamento; e

 Dados bancários referentes às contas-salário dos empregados.

Com a documentação em mãos, cabe à Administração verificar se o


empregado recebeu o seu direito ao 13º salário de acordo com a legislação vigente,
conforme abordado no item 8.1 desta apostila.

Apresentamos sugestão de um roteiro para verificação.

13.1.2 Roteiro para verificação – pagamento 13º salário

1) Verifique se o nome e o CNPJ da contratada constam na folha de


pagamento;
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

126
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

2) Confira se a folha de pagamento indica o órgão contratante como


tomador dos serviços. É obrigação legal da empresa elaborar a folha de
pagamento por tomador dos serviços;

3) Verifique se a folha de pagamento é da competência 13;

4) Confirme se todos os terceirizados que estão na folha de pagamento


também estão no controle da conta vinculada (planilha com dados informados
pelo executor). Confira nome por nome e a função de cada terceirizado;

5) Verifique se os salários constantes na folha de pagamento estão


de acordo com o salário normativo fixado em CCT, ACT, sentença normativa ou
com o fixado no contrato administrativo, se este for maior que o salário normativo;

6) Confira se os contracheques possuem as mesmas informações


acima;

7) Confirme a data de admissão do empregado, pois se o empregado


houver sido admitido no exercício financeiro em questão, deve-se verificar se o
cálculo proporcional de gratificação natalina está correto; e

8) Verifique se a contribuição previdenciária do segurado (INSS) foi


retida no valor correto (se houver um número muito grande de funcionários, pode
ser por amostragem). A contribuição é percentual incidente sobre o salário de
contribuição (remuneração do empregado) e esses dados são definidos anualmente
por Portaria e divulgados, em janeiro, na página da Previdência Social na internet.
Segue a tabela atual:

Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e


trabalhador avulso, para pagamento de remuneração a partir de
1º de Janeiro de 2019
Alíquota para fins de recolhimento ao INSS
Salário-de-contribuição (R$) (%)

8,00
Até 1.751,81
9,00
de 1.751,81 até 2.919,72
11,00
de 2.919,72 até 5.839,45

Portaria Ministério Economia- ME nº 9, de 15 de janeiro de 2018 (DOU 16.01.2018)

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127
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

9) Confirme se o pagamento foi realizado no prazo legal, no caso


de já ter sido efetuado, ou se haverá tempo hábil para a Administração realizar o
depósito no prazo legal.

A seguir, apresentamos alguns modelos de contracheque, folha de


pagamento, e recibo de pagamento de 13ª salário.

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128
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

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129
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

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130
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Havendo opção para a liberação diretamente à conta-salário dos


empregados, a empresa deverá apresentar os dados bancários dos empregados,
conforme modelo abaixo:

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131
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Havendo opção pela restituição do valor já pago pela contratada aos seus
empregados, a empresa deverá apresentar comprovante do pagamento efetuado
ao empregado, conforme modelo abaixo.

ATENÇÃO!!!!! Em caso de recibo de transferência eletrônica, não


aceitar agendamentos.

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132
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

13.2 Liberação de férias e abono de férias

13.2.1 Documentação para liberação de férias e abono de férias

A documentação a ser encaminhada pela contratada, juntamente com a


solicitação de liberação de férias, vai depender da opção de liberação, conforme
abaixo:

Havendo opção pela restituição do valor já pago pela contratada ao


empregado, a empresa deverá apresentar a seguinte documentação:

 Aviso de férias;

 Recibo de férias (esse documento é o contracheque das férias),


com a descrição do salário base, período aquisitivo ou data de admissão e cálculo
do valor das férias; e

 Comprovante do pagamento efetuado ao empregado.

Havendo opção para que o órgão efetue a liberação e depósito


diretamente à conta salário do empregado, a empresa deverá apresentar a seguinte
documentação:

 Aviso de férias;

 Recibo de férias (esse documento é o contracheque das férias),


com a descrição do salário base, período aquisitivo ou data de admissão e cálculo
do valor das férias; e

 Dados bancários referentes à conta-salário do empregado.

Com a documentação em mãos, cabe à Administração verificar se o


empregado recebeu o seu direito às férias de acordo com a legislação vigente,
conforme abordado no item 8.2 desta apostila.

Apresentamos sugestão de um roteiro para verificação.

13.2.2 Roteiro de verificação - férias e abono de férias

1) Verifique se o nome e o CNPJ da contratada estão no aviso de


férias e no recibo de pagamento de férias;

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133
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

2) Confira se os documentos indicam o órgão contratante como


tomador dos serviços.

3) Confirme se o terceirizado está no controle da conta vinculada


(planilha com dados informados pelo executor) – é importante também que o
executor do contrato ratifique a informação quanto ao afastamento do empregado;

4) Verifique a data de admissão do empregado, para confirmar o


período aquisitivo e concessivo;

5) Confira se o aviso de férias ocorreu com 30 dias de


antecedência;

6) Verifique se o salário do período de férias (adiantamento ao


empregado) está correto, ou seja, está de acordo com o salário normativo fixado
em CCT, ACT, Dissídio coletivo ou com o fixado no contrato administrativo, se este
for maior que o salário normativo;

7) Verifique se o Recibo de Férias retrata o salário pago referente ao


período das férias e se o adicional de férias (1/3 do abono de férias) foi calculado
corretamente;

8) Confirme se a contribuição previdenciária do segurado (INSS)


foi retida no valor correto, de acordo com a tabela do INSS;

9) Verifique se o imposto de renda do empregado foi calculado


corretamente, de acordo com a tabela da Receita Federal:

10) Identifique se houve parcelamento de férias; abono pecuniário


(venda de férias); desconto de faltas injustificadas que tenham ocasionado redução
dos dias de férias; e férias vencidas, identificando, em cada caso, se os valores
calculados estão corretos, inclusive quanto à contribuição do INSS retida do
empregado; e

11) Confirme se o pagamento foi realizado no prazo legal, no caso


de já ter sido efetuado, ou se haverá tempo hábil para a Administração efetuar o
depósito no prazo legal.

A seguir, apresentamos alguns modelos de aviso de férias, contracheque


de férias e recibo de férias.

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

RESCISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO

14.1 Direitos do trabalhador em rescisão de contrato de trabalho

Quando há rescisão do contrato de trabalho, o empregado tem direito a


receber as seguintes verbas: saldo de salário; férias vencidas; férias
proporcionais; 13º salário proporcional; aviso prévio indenizado (se
empregado não tiver sido notificado no prazo legal); multa do FGTS e indenização
por rescisão antecipada, dependendo do tipo de contrato de trabalho e a forma de
rescisão contratual.

14.2 Aviso prévio

O aviso prévio é um direito recíproco, com a finalidade de evitar a


surpresa na ruptura do contrato de trabalho, possibilitando ao empregador procurar
outro empregado para o preenchimento do cargo vago e, ao empregado a sua
recolocação no mercado de trabalho.

A rescisão do contrato de trabalho precisa ser previamente comunicada


pela parte que deseja por fim à relação, mediante notificação prévia, com
antecedência de no mínimo 30 dias do efetivo desligamento, denominada de
“aviso prévio”, conforme disposto no artigo 487 da CLT.

Se a notificação for para rescisão imediata do contrato de trabalho, é


considerada “sem aviso prévio”.

CLT
Art. 487 - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo
motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua
resolução com a antecedência mínima de:

(...)
II - trinta dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que
tenham mais de 12 (doze) meses de serviço na empresa. (Redação
dada pela Lei nº 1.530, de 26.12.1951)

14.2.1 Prazo início aviso prévio

Conforme Súmula 380 do TST e artigo 20 da Instrução Normativa da


Secretaria de Relações do Trabalho – SRT nº 15 de 14 de julho/2010, o prazo de
30 (trinta) dias, correspondente ao aviso-prévio, conta-se a partir do dia seguinte

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

138
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

ao recebimento da comunicação, que deverá ser formalizada por escrito. Isso


quer dizer que, a contagem exclui o dia do aviso e inclui o dia final.

Súmula 380 do TST


AVISO PRÉVIO. INÍCIO DA CONTAGEM. ART. 132 DO CÓDIGO
CIVIL DE 2002 (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 122 da
SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

Aplica-se a regra prevista no "caput" do art. 132 do Código Civil de


2002 à contagem do prazo do aviso prévio, excluindo-se o dia do
começo e incluindo o do vencimento. (ex-OJ nº 122 da SBDI-1 -
inserida em 20.04.1998)

INSTUÇÃO NORMATIVA SRT nº 15/2010

Art. 20. O prazo de trinta dias correspondente ao aviso prévio conta-


se a partir do dia seguinte ao da comunicação, que deverá ser
formalizada por escrito.

14.2.2 Aviso prévio trabalhado

O aviso prévio trabalhado é aquele em que o trabalhador continua


trabalhando após o recebimento da notificação, até a data do término do contrato.

Durante o período de cumprimento do aviso prévio, o trabalhador poderá


escolher reduzir a sua jornada de trabalho diária em 2 horas ou deixar de trabalhar
nos últimos 7 dias do prazo, sem prejuízo do salário, em qualquer um dos dois
casos.

CLT

Art. 488 - O horário normal de trabalho do empregado, durante o


prazo do aviso, e se a rescisão tiver sido promovida pelo
empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo
do salário integral.

Parágrafo único - É facultado ao empregado trabalhar sem a redução


das 2 (duas) horas diárias previstas neste artigo, caso em que
poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por 1 (um)
dia, na hipótese do inciso l, e por 7 (sete) dias corridos, na hipótese
do inciso lI do art. 487 desta Consolidação.

A notificação tanto pode ser dada pelo empregado, no caso de pedido de


demissão, quanto pelo empregador, devendo este apontar a causa da rescisão, se
demissão motivada (por justa causa) ou imotivada (sem justa causa).

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

139
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

14.2.3 Aviso prévio indenizado

No caso de demissão imediata, sem o cumprimento do aviso prévio, o


empregado terá direito ao salário correspondente ao período do aviso prévio não
concedido, denominado de “aviso prévio indenizado”, o qual será computado
como tempo de serviço para todos os efeitos legais, conforme §1º do artigo 487
da CLT.

CLT

Art. 487 (...)


§ 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao
empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do
aviso, garantida sempre a integração desse período no seu
tempo de serviço.

Se a iniciativa da rescisão for do empregado, e este não quiser cumprir


o aviso prévio, a empresa terá o direito de descontar o equivalente a 1 (um) mês de
salário das verbas rescisórias do empregado, conforme disciplina o §2º do artigo
487 da CLT.

CLT
Art. 487 (...)

§ 2º - A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao


empregador o direito de descontar os salários correspondentes
ao prazo respectivo.

14.2.4 Renúncia ao aviso prévio

No caso de pedido de demissão, o empregador pode dispensar o


empregado do cumprimento do aviso prévio, havendo ou não a solicitação da
dispensa pelo empregado. Nessa situação, o empregador não paga o aviso prévio,
mas também não pode descontar o aviso prévio do empregado.

Já o direito ao aviso prévio do empregado, em regra, é irrenunciável pelo


empregado, não podendo o empregador alegar que o funcionário não fez questão
de cumprir o aviso prévio, quando na verdade era o empregador que queria se
eximir de pagar a multa.

Nos termos da Súmula 276 do TST, o empregado somente pode


renunciar esse direito se encontrar novo emprego para início imediato, pois impor a
obrigação de que o empregado cumpra a totalidade do aviso, poderia gerar a perda
daquela oportunidade de trabalho.
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

140
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Súmula 276 do TST

AVISO PRÉVIO. RENÚNCIA PELO EMPREGADO (mantida) - Res.


121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido


de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o
respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos
serviços obtido novo emprego.

De acordo com o Precedente Normativo nº 24 do TST, o empregado


despedido fica dispensado do cumprimento do aviso prévio quando comprovar a
obtenção de um novo emprego.
PRECEDENTE NORMATIVO Nº 24 TST

DISPENSA DO AVISO PRÉVIO (positivo)


O empregado despedido fica dispensado do cumprimento do aviso
prévio quando comprovar a obtenção de novo emprego,
desonerando a empresa do pagamento dos dias não trabalhados.

Importante destacar que, em novembro/2018, a 7ª Turma do TST julgou


inválida renúncia a aviso prévio estabelecida por normas coletivas, por implicar
afronta a direito trabalhista constitucionalmente assegurado e irrenunciável. O
entendimento daquele Tribunal é de que mesmo que o trabalhador tenha sido
imediatamente admitido por novo empregador, a renúncia ao aviso prévio deve ser
formulada pelo empregado de forma expressa.
TST

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DO


RECLAMANTE – APELO INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº
13.015/2014 – AVISO-PRÉVIO – RENÚNCIA POR MEIO DE
NORMA COLETIVA – INVALIDADE – SÚMULA Nº 276 DO TST.
Constatada possível violação dos arts. 7º, XXI e XXVI, da
Constituição Federal de 1988, e 487, § 1º, da CLT, merece
provimento o agravo de instrumento para melhor exame do recurso
de revista. Agravo de instrumento conhecido e provido para
determinar o processamento do recurso de revista. RECURSO DE
REVISTA DO RECLAMANTE – APELO INTERPOSTO NA
VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014 – AVISO PRÉVIO – RENÚNCIA
POR MEIO DE NORMA COLETIVA – INVALIDADE – SÚMULA Nº
276 DO TST. Conforme entendimento consolidado nesta Corte
superior, as negociações coletivas não podem ser exercidas de
forma a implicar renúncia, pelos trabalhadores individualmente
considerados nem por suas respectivas entidades sindicais,
dos direitos fundamentais sociais assegurados pela própria
Constituição da República e pelas normas infraconstitucionais
trabalhistas de ordem pública, como ocorre no caso ora em exame,
que cuida do direito constitucional ao aviso-prévio. Ademais, nos
termos da Súmula nº 276 do TST, o direito ao aviso-prévio é
irrenunciável pelo empregado, sendo que o pedido de dispensa de
cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor,

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

141
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo


emprego. No caso, embora o trabalhador tenha sido
imediatamente admitido por novo empregador, não formulou
renúncia expressa ao aviso prévio, sendo inválida a renúncia
praticada pela via negocial coletiva. Recurso de revista conhecido
e provido.

TST RR:1317920145090657 Dt Julgamento: 7/11/2018 – 7ª Turma

14.2.5 Indenização adicional X data base (Trintídio)

Se o empregado é dispensado, sem justa causa, no período de 30 dias


que antecede a sua data-base, tem direito a uma indenização adicional, equivalente
a 1 (um) salário mensal, conforme dispõe o artigo 9º da Lei nº 6.708/1979.

Lei nº 6.708/1979

Art. 9º O empregado dispensado, sem justa causa, no período de 30


(trinta) dias que antecede a data de sua correção salarial, terá direito
à indenização adicional equivalente a um salário mensal, seja ele, ou
não, optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.

Em razão de questionamento quanto à validade da Lei nº 6.708/1979,


anterior à CF/88, houve o pronunciamento do TST, por meio da Súmula 306, de que
a referida lei não foi revogada, permanecendo válido o seu artigo 9º.
Súmula 306 do TST

INDENIZAÇÃO ADICIONAL. PAGAMENTO DEVIDO COM


FUNDAMENTO NOS ARTIGOS 9º DA LEI Nº 6.708/1979 E 9º DA
LEI Nº 7.238/1984 (cancelada) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003

É devido o pagamento da indenização adicional na hipótese de


dispensa injusta do empregado, ocorrida no trintídio que antecede a
data-base. A legislação posterior não revogou os arts. 9º da Lei nº
6.708/1979 e 9º da Lei nº 7.238/1984.

Essa indenização também é devida na projeção do aviso prévio


indenizado, pois o aviso prévio, trabalhado ou indenizado, integra o tempo de
serviço para todos os efeitos legais, conforme §1º do artigo 487 da CLT, e a rescisão
contratual somente se efetiva depois de expirado o respectivo prazo. Esse é o
entendimento jurisprudencial do TST, conforme Súmula 182.

Súmula 182 do TST

AVISO PRÉVIO. INDENIZAÇÃO COMPENSATÓRIA. LEI Nº 6.708,


DE 30.10.1979 (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O tempo do aviso prévio, mesmo indenizado, conta-se para efeito da
indenização adicional prevista no art. 9º da Lei nº 6.708, de
30.10.1979.
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

142
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Desta forma, quando rescindido o contrato de trabalho, sem justa causa,


no prazo de 60 (sessenta) até 30 (trinta) dias anteriores à data base, sendo o
aviso prévio indenizado ou não, é devida a indenização adicional.14

Se a rescisão contratual ocorrer no período de 30 (trinta) dias que


antecede à data-base, mesmo que o pagamento das verbas rescisórias seja
efetuado com base no novo salário já corrigido (data-base), não afasta o direito
à indenização adicional, em razão da Súmula 314 do TST.

Súmula 314 do TST

INDENIZAÇÃO ADICIONAL. VERBAS RESCISÓRIAS. SALÁRIO


CORRIGIDO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Se ocorrer a rescisão contratual no período de 30 (trinta) dias que


antecede à data-base, observado a Súmula nº 182 do TST, o
pagamento das verbas rescisórias com o salário já corrigido não
afasta o direito à indenização adicional prevista nas Leis nºs 6.708,
de 30.10.1979 e 7.238, de 28.10.1984.

Contudo, se o aviso prévio ocorrer em período inferior a 30 dias da


data-base, projetando-se a rescisão do contrato para o mês seguinte, o
empregado terá direito ao cálculo de suas verbas rescisórias com o novo salário e
não terá direito ao pagamento da indenização adiconal.

TST

INDENIZAÇÃO ADICIONAL – ENUNCIADOS 182 E


314/TST. Havendo a rescisão contratual ocorrido posteriormente à
data-base da categoria, considerando a projeção do aviso prévio, a
indenização adicional prevista nas Leis nº 6.708/79 e 7.238/84 é
indevida, nos termos dos Enunciados 306 e 182/TST. Embargos
providos. (TST – SBDI 1 – Embargos em Recurso de Revista nº
640.814/2000.7 – Rel. Min. Rider de Brito – DJ 31/1/04).

14.2.6 Aviso Prévio Proporcional

O prazo de antecedência para a notificação do aviso prévio, conforme


artigo 1º da Lei nº 12.506 de 11 de outubro de 2011, depende do número de anos
que o empregado presta serviço ao empregador. O prazo mínimo é de 30 (trinta)
dias, para os trabalhadores que têm até 1 (um) ano de serviço na empresa,

14
Havendo o aviso prévio proporcional, conforme item 14.2.6 desta apostila, esse prazo aumenta.
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

143
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

sendo acrescido em 3 (três) dias por ano de serviço prestado, podendo chegar
ao máximo de 90 (noventa) dias.

LEI nº 12.506/2011

Art. 1o O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da


Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo
Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, será concedido na
proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1
(um) ano de serviço na mesma empresa.

Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão


acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma
empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um
total de até 90 (noventa) dias.

Contudo, o aviso prévio proporcional é direito exclusivo do


empregado, ou seja, aplica-se somente aos casos em que o empregador toma a
iniciativa de rescindir o contrato de trabalho, ou seja, o cumprimento do aviso prévio
superior a 30 (trinta) dias não é exigível pelo empregador, quando a rescisão tiver
origem por parte do empregado.

Esse foi o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho, em decisão


da Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1), de que o acréscimo
de 3 (três) dias por ano trabalhado não é bilateral, pois tal direito seria exclusivo
do empregado, quando se tratar de demissão, pelo empregador, sem justa causa.

Segundo avaliação do relator do processo no TST, Ministro Hugo Carlos


Scheuermann, “a proporcionalidade do aviso prévio a que se refere a Lei
nº12.506/2001 apenas pode ser exigida da empresa, uma vez que entendimento
em contrário, qual seja, exigir que também o trabalhador cumpra aviso prévio
superior aos originários 30 dias, constituiria alteração legislativa prejudicial ao
empregado, o que, pelos princípios que norteiam o ordenamento jurídico trabalhista,
não se pode admitir.”

E o aviso prévio proporcional pode ser integralmente trabalhado?

A possibilidade de o empregador exigir que o empregado trabalhe por


todo o período do aviso prévio proporcional, sempre despertou polêmicas, desde a
edição da lei que o criou, já que a lei não estabeleceu se os dias, além dos 30 (trinta)
dias, deveriam ser trabalhados ou indenizados. Será que o empregador, ao
dispensar o empregado, pode exigir dele que cumpra integralmente o aviso prévio
trabalhado, e não somente os primeiros 30 dias, indenizando os restantes?

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

144
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Conforme jurisprudência do TST, o aviso prévio proporcional é direito


exclusivo do empregado dispensado imotivadamente a partir de 13/10/2011, pois
não guarda a mesma bilateralidade caracterítica da exigência de 30 (trinta) dias de
aviso prévio, a qual é obrigatória a qualquer das partes que intentarem rescindir o
contrato de trabalho.

ACÓRDÃO TST SDI - 1


RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA.
INTERPOSIÇÃO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014. AVISO
PRÉVIO PROPORCIONAL. ALTERAÇÃO DA LEI 12.506/2011.
OBRIGAÇÃO LIMITADA AO EMPREGADOR. AUSÊNCIA DE
RECIPROCIDADE. A proporcionalidade do aviso prévio a que se
refere a Lei 12.506/2001 apenas pode ser exigida da empresa, uma
vez que entendimento em contrário, qual seja, exigir que também o
trabalhador cumpra aviso prévio superior aos originários 30 dias,
constituiria alteração legislativa prejudicial ao empregado, o que,
pelos princípios que norteiam o ordenamento jurídico trabalhista, não
se pode admitir. Dessarte, conclui-se que a norma relativa ao aviso
prévio proporcional não guarda a mesma bilateralidade característica
da exigência de 30 dias, essa sim obrigatória a qualquer das partes
que intentarem resilir o contrato de emprego. Recurso de embargos
conhecido e provido.

TST-E-RR-1964-73.2013.5.09.0009 – data julgamento 21/9/2017

Sendo assim, pelo entendimento atual do TST, os dias de aviso


prévio além dos 30 (trinta) dias deverão ser indenizados pelo empregador.

Sobre o aviso prévio, trabalhado ou indenizado, incidirá o FGTS,


conforme entendimento do TST, por meio da Súmula nº 305. Contudo, se o aviso
prévio for indenizado, não haverá incidência da contribuição previdenciária do
segurado nem o INSS patronal, por se tratar de verba de natureza indenizatória.

SÚMULA nº 305 do TST

FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO. INCIDÊNCIA


SOBRE O AVISO PRÉVIO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003

O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou


não, está sujeito a contribuição para o FGTS.

Quando o funcionário é demitido por justa causa, a demissão é sem


aviso prévio. Isto é, o funcionário não pode continuar a trabalhar e também não
recebe o pagamento do aviso prévio.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

145
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

14.3 Tipos de contrato de trabalho

É importante conhecer os tipos de contrato de trabalho para verificar se


foram respeitados os direitos trabalhistas do empregado. Entre os tipos de contrato,
destacam-se 2 (dois):

O contrato de trabalho por tempo indeterminado é o mais usual,


sendo aquele em que é definida apenas uma data de início para as atividades
profissionais, mas não tem data certa para terminar o vínculo empregatício, pois
não existe um período pré-estabelecido de vigência. A rescisão do contrato pode
acontecer a qualquer momento, desde que ocorra o aviso prévio de uma das partes.

Já o contrato de trabalho por prazo determinado, estabelece um


período inicial e final do vínculo empregatício, ou seja, tem existência pré-fixada, e
pode ter duração máxima de 2 (dois) anos. Em se tratando de contrato de
experiência, não poderá ultrapassar 90 (noventa) dias, conforme previsão contida
no artigo 445 da CLT. Após esses prazos, ou se for prorrogado por mais de uma
vez, o contrato passa a ser por prazo indeterminado. Essa modalidade de contrato
só pode ser utilizada em 3 (três) situações: atividades temporárias; atividades
transitórias; e contrato de experiência, de acordo com o §1º do artigo 443 da CLT.

CLT

Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado


tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo
determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho
intermitente. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 1º - Considera-se como de prazo determinado o contrato de


trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da
execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo
acontecimento suscetível de previsão aproximada. (Parágrafo
único renumerado pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se
tratando: (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a


predeterminação do prazo; (Incluída pelo Decreto-lei nº 229, de
28.2.1967)
b) de atividades empresariais de caráter transitório; (Incluída pelo
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
c) de contrato de experiência. (Incluída pelo Decreto-lei nº 229,
de 28.2.1967)
(...)

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

146
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Art. 445 - O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá


ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do
art. 451. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

Parágrafo único. O contrato de experiência não poderá exceder


de 90 (noventa) dias. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de
28.2.1967)
(...)
Art. 451 - O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita
ou expressamente, for prorrogado mais de uma vez passará a
vigorar sem determinação de prazo. (Vide Lei nº 9.601, de 1998)

14.4 Formas de rescisão

As formas de rescisão do contrato de trabalho podem ser:

 Rescisão por demissão sem justa causa – o empregador desliga


o empregado, concedendo a ele todos os direitos estabelecidos por lei, isto é, o
trabalhador será dispensado com o cumprimento de aviso prévio e terá direito ao
recebimento de: seu salário proporcional aos dias trabalhados, férias já vencidas,
férias proporcionais mais 1/3, 13º salário proporcional, multa de 40% do FGTS,
recebimento do FGTS e seguro-desemprego;

 Rescisão com demissão por justa causa (artigo 482 CLT) – o


empregado age de má fé (geralmente vem acompanhada de faltas graves e conduta
antiprofissional). O trabalhador irá receber somente o valor do salário proporcional
aos dias trabalhados e das férias já vencidas. Ele não irá cumprir o aviso prévio e
perderá: o 13º salário proporcional, as férias proporcionais mais 1/3, os 40% da
multa do FGTS e o seguro-desemprego. O FGTS depositado ficará retido e só
poderá ser sacado conforme as regras de saque do FGTS;

 Rescisão por pedido de demissão - o empregado é desligado


devido a sua própria decisão. O trabalhador tem direito ao salário proporcional aos
dias trabalhados, férias vencidas, férias proporcionais mais 1/3, 13º salário
proporcional. Contudo, o empregado não tem direito à multa de 40% do FGTS,
perde direito sobre o seguro-desemprego e o FGTS passa a ficar retido;

 Rescisão indireta (artigo 483 CLT) – o empregador comete faltas


graves. O trabalhador irá receber todos os direitos da rescisão sem justa causa.
Somente a Justiça do Trabalho tem poder de demitir um empregador por justa causa
em casos de rescisão indireta;

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

147
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

 Rescisão por motivo de culpa recíproca (art. 484 CLT) - diversas


infrações trabalhistas são constatadas pelo empregado e pelo empregador. Neste
caso, há justa causa das duas partes. Somente a Justiça do Trabalho tem o poder
incumbido de dar este tipo de sentença. Quando isso ocorre, as verbas rescisórias
são divididas em partes iguais entre empregado e empregador. Nesse caso, o
trabalhador recebe a metade: do aviso prévio; do 13º proporcional; das férias
proporcionais mais 1/3; e da multa do FGTS; e

 Rescisão com demissão por comum acordo (artigo 484-A CLT -


forma incluída pela Lei nº13.467 de 13 de julho de /2017) – empregador e
empregado negociam a demissão. O trabalhador receberá o seu salário
proporcional aos dias trabalhados, férias já vencidas, férias proporcionais mais 1/3,
13º salário proporcional, metade do aviso prévio e metade da multa do FGTS. O
empregado poderá sacar até 80% do FGTS.

CLT

Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de


trabalho pelo empregador:

a) ato de improbidade;
b) incontinência de conduta ou mau procedimento;

c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do


empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para
a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso
não tenha havido suspensão da execução da pena;
e) desídia no desempenho das respectivas funções;

f) embriaguez habitual ou em serviço;


g) violação de segredo da empresa;

h) ato de indisciplina ou de insubordinação;


i) abandono de emprego;

j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra


qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo
em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas
contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de
legítima defesa, própria ou de outrem;

l) prática constante de jogos de azar.


m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para
o exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do
empregado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de


empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

148
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional. (Incluído


pelo Decreto-lei nº 3, de 27.1.1966)
Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato
e pleitear a devida indenização quando:
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei,
contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato;

b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos


com rigor excessivo;

c) correr perigo manifesto de mal considerável;


d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;

e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas


de sua família, ato lesivo da honra e boa fama;

f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo


em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou


tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários.

§ 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou


rescindir o contrato, quando tiver de desempenhar obrigações legais,
incompatíveis com a continuação do serviço.
§ 2º - No caso de morte do empregador constituído em empresa
individual, é facultado ao empregado rescindir o contrato de trabalho.
§ 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o empregado pleitear
a rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das
respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até final
decisão do processo. (Incluído pela Lei nº 4.825, de 5.11.1965)
Art. 484 - Havendo culpa recíproca no ato que determinou a
rescisão do contrato de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a
indenização à que seria devida em caso de culpa exclusiva do
empregador, por metade.
Art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo
entre empregado e empregador, caso em que serão devidas as
seguintes verbas trabalhistas: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

I - por metade: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)


a) o aviso prévio, se indenizado; e (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017)
b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço, prevista no § 1o do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de
maio de 1990; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas. (Incluído pela


Lei nº 13.467, de 2017)

§ 1º A extinção do contrato prevista no caput deste artigo permite a


movimentação da conta vinculada do trabalhador no Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço na forma do inciso I-A do art. 20 da
Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, limitada até 80% (oitenta por
cento) do valor dos depósitos. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

149
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

§ 2º A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo


não autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego.
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

OBS: a rescisão de comum acordo foi criada para evitar a fraude de


“acordos de demissão” ou também chamada de “falsa demissão”, em que o
empregado solicita ao empregador que o demita sem justa causa para poder ter
direito ao seguro desemprego e sacar o FGTS. Para tanto, o empregado se
compromete a devolver o valor correspondente à multa de 40% sobre FGTS, devida
no momento da saída.

14.5 Contrato de trabalho por prazo determinado com rescisão antecipada

Ao término do contrato de trabalho por prazo determinado, o empregado


terá direito ao saldo de salário proporcional aos dias trabalhados, férias já vencidas,
férias proporcionais mais 1/3 , 13º salário proporcional e poderá sacar o saldo do
FGTS. Porém, não terá direito ao aviso prévio nem à multa sobre o FGTS, uma vez
que o trabalhador já sabia, de antemão, que o contrato terminaria naquela data.

Apesar de o contrato de trabalho por prazo determinado estabelecer uma


data determinada para encerrar o vínculo trabalhista, poderá ocorrer a rescisão
antecipada deste tipo de contrato, tanto por parte do empregador, quanto do próprio
empregado.

Se a rescisão do contrato for antecipada e sem justa causa por iniciativa


do empregador, o trabalhador fará jus à metade da remuneração que teria direito
até o final do contrato, conforme artigo 479 da CLT. Contudo, se a rescisão for pela
vontade do empregado antes do término compactuado, este deverá indenizar o
empregador pelos prejuízos que causar pela rescisão antecipada, limitado o valor
ao que o empregado teria direito na mesma situação, conforme artigo 480 da CLT.
Entretanto, há a possibilidade de uma cláusula que assegure o direito
recíproco de rescisão.

A cláusula assecuratória de direito recíproco dá direito ao empregado


contratado a prazo determinado, que tiver a rescisão contratual feita
antecipadamente, seja pelo empregador ou pelo próprio empregado, às verbas
rescisórias de uma rescisão contratual sem justa causa, ou seja, a cláusula
assecuratória prevê a aplicação das regras do contrato por prazo
indeterminado, conforme artigo 481 da CLT.

Conforme se observa, o contrato por prazo determinado prevê mais de


uma modalidade de rescisão, com direitos e deveres distintos, por isso, deve estar
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150
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

estabelecido expressamente no contrato de trabalho se este terá ou não a “cláusula


assecuratórias de direito recíproco de rescisão antecipada”.

Sendo assim, em caso de dispensa sem justa causa pelo empregador, o


trabalhador terá direito às seguintes verbas rescisórias, dependendo se há ou não
cláusula asseuratória de direito recíproco:

 com cláusula assecuratória - saldo de salário, aviso prévio,


férias vencidas e proporcionais acrescidas de 1/3, 13º salário e multa do FGTS.

 sem cláusula assecuratória - saldo de salário, indenização do


art.479 da CLT (metade da remuneração a que o empregado teria direito até o fim
do contrat), férias vencidas e proporcionais acrescidas de 1/3, 13º salário e multa
do FGTS.

CLT
Art. 479 - Nos contratos que tenham termo estipulado, o
empregador que, sem justa causa, despedir o empregado será
obrigado a pagar-lhe, a titulo de indenização, e por metade, a
remuneração a que teria direito até o termo do contrato. (Vide
Lei nº 9.601, de 1998)

Art. 480 - Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá


desligar do contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado
a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe
resultarem. (Vide Lei nº 9.601, de 1998)

§ 1º - A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria


direito o empregado em idênticas condições. (Renumerado do
parágrafo único pelo Decreto-lei nº 6.353, de 20.3.1944)
Art. 481 - Aos contratos por prazo determinado, que contiverem
cláusula asseguratória do direito recíproco de rescisão antes de
expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal
direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão
dos contratos por prazo indeterminado.

A multa do FGTS é devida nos 2 (dois) casos de rescisão antecipada


pelo empregador, sem justa causa, conforme entendimento do TST por meio da
Súmula 125, que interpretou que seria possível o trabalhador acumular a multa
sobre o FGTS com a indenização prevista no artigo 479 da CLT.

Súmula 125 do TST

CONTRATO DE TRABALHO. ART. 479 DA CLT (mantida) - Res.


121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

O art. 479 da CLT aplica-se ao trabalhador optante pelo FGTS


admitido mediante contrato por prazo determinado, nos termos do
art. 30, § 3º, do Decreto nº 59.820, de 20.12.1966.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

151
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

14.6 Verbas rescisórias

Na rescisão de contrato de trabalho, desde que devidamente


comprovado o pagamento das obrigações trabalhistas e sociais pela contratada, em
regra, serão liberados os saldos totais de todas as provisões destinadas àquele
empregado (13º salário, férias com o abono de férias, multa FGTS, encargos sobre
13º salário e encargos sobre férias).

Entretanto, para liberar as provisões, é necessário que, previamente,


sejam conferidos os cálculos dos Termos de Rescisão do Contrato de Trabalho -
TRCT para verificar se os direitos do empregado foram assegurados.

14.7 Prazo para pagamento das verbas rescisórias

A CLT prevê em seu §6º do artigo 477 que o pagamento das verbas
rescisórias deve ocorrer em até 10 (dez) dias, a partir do término do contrato
de trabalho.

CLT

Art. 477. Na extinção do contrato de trabalho, o empregador


deverá proceder à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência
Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o
pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma
estabelecidos neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de
2017)

§ 2º - O instrumento de rescisão ou recibo de quitação, qualquer que


seja a causa ou forma de dissolução do contrato, deve ter
especificada a natureza de cada parcela paga ao empregado e
discriminado o seu valor, sendo válida a quitação, apenas,
relativamente às mesmas parcelas. (Redação dada pela Lei nº
5.584, de 26.6.1970)

§ 4o O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado:


(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

I - em dinheiro, depósito bancário ou cheque visado, conforme


acordem as partes; ou (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

II - em dinheiro ou depósito bancário quando o empregado for


analfabeto. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 5º - Qualquer compensação no pagamento de que trata o parágrafo


anterior não poderá exceder o equivalente a um mês de
remuneração do empregado. (Redação dada pela Lei nº 5.584, de
26.6.1970)

§ 6o A entrega ao empregado de documentos que comprovem a


comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes bem
como o pagamento dos valores constantes do instrumento de
rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados até dez dias
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152
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

contados a partir do término do contrato. (Redação dada pela Lei


nº 13.467, de 2017)
§ 8º - A inobservância do disposto no § 6º deste artigo sujeitará
o infrator à multa de 160 BTN, por trabalhador, bem assim ao
pagamento da multa a favor do empregado, em valor
equivalente ao seu salário, devidamente corrigido pelo índice de
variação do BTN, salvo quando, comprovadamente, o trabalhador
der causa à mora. (Incluído pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)

Caso o empregador efetue o pagamento da rescisão com atraso, será


obrigado a pagar ao empregado, a título de multa, o valor equivalente ao seu salário,
desde que a culpa da mora não tenha sido causada pelo empregado, conforme §8º
do artigo 477 da CLT.

O pagamento das verbas rescisórias não precisa ser depositado pela


contratada na conta-salário do empregado, pois de acordo com o inciso I, §4º do
artigo 477 da CLT, o pagamento poderá ser efetuado em dinheiro, cheque ou
depósito bancário.

14.8 Exame médico Demissional

O exame demissional é realizado durante o processo de desligamento


do empregado na empresa e é obrigatório, conforme previsão contida no artigo 168
da CLT. Ele é exigido tanto na dispensa por parte da empresa quanto no pedido de
demissão pelo empregado.

DECRETO-LEI Nº 5.452/1943 – CLT

Art. 168 - Será obrigatório exame médico, por conta do


empregador, nas condições estabelecidas neste artigo e nas
instruções complementares a serem expedidas pelo Ministério do
Trabalho: (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)

I - a admissão; (Incluído pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)

II - na demissão; (Incluído pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)

III - periodicamente. (Incluído pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)

§ 1º - O Ministério do Trabalho baixará instruções relativas aos casos


em que serão exigíveis exames: (Redação dada pela Lei nº
7.855, de 24.10.1989)
a) por ocasião da demissão; (Incluído pela Lei nº 7.855, de
24.10.1989)
b) complementares. (Incluído pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)

Esse exame é uma garantia, tanto para a empresa como para o


empregado. Com isso, caso seja atestado que o trabalhador goza de boa saúde, a
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153
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

empresa possui uma prova de que, no momento da dispensa, ele não apresentava
nenhum sintoma de doença relacionada ao trabalho.

Já sob o ponto de vista do trabalhador, o exame demissional lhe protege


de ser dispensado caso seja diagnosticado com alguma doença relacionada ao
trabalho ou se estiver inapto para trabalhar. Isso porque, se o exame atestar a
existência de alguma doença desse tipo, a empresa não pode dispensá-lo até que
se recupere, caso contrário, o trabalhador terá direito à reintegração ao emprego.

Vale acrescentar que, se for considerado inapto para trabalhar, o


empregado deverá ser afastado e encaminhando para o INSS, para receber auxílio-
doença ou se aposentar por invalidez.

Assim, em resumo, o empregado que no exame demissional for


considerado inapto para o trabalho ou diagnosticado com alguma doença
relacionada à função, não poderá ser demitido e deverá ser conduzido a
tratamento médico.

14.9 Tipos de Contrato X Formas de Rescisão X Verbas rescisórias devidas

Para facilitar a identificação das verbas rescisórias devidas ao


empregado, por tipo de contrato de trabalho e pelas formas de rescisão, apresenta-
se a tabela a seguir:

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154
TIPOS DE CONTRATO SALDO DO 13º SALÁRIO FÉRIAS
FORMAS DE RESCISÃO AVISO PRÉVIO FÉRIAS VENCIDAS MULTA FGTS INDENIZAÇÃO
DE TRABALHO SALÁRIO PROPORCIONAL PROPORCIONAIS
SEM JUSTA CAUSA SIM SIM SIM SIM SIM 40%
COM JUSTA CAUSA NÃO SIM NÃO SIM NÃO NÃO
INICIATIVA DO EMPREGADO, COM JUSTA
POR PRAZO SIM SIM SIM SIM SIM 40%
CAUSA (RESCISÃO INDIRETA)¹
INDETERMINADO
DEMISSÃO A PEDIDO SIM SIM SIM SIM SIM NÃO
POR CULPA RECÍPROCA² 50% SIM 50% SIM 50% 20%
DEMISSÃO DE COMUM ACORDO³ 50% SIM SIM SIM SIM 20%
AO TÉRMINO NÃO SIM SIM SIM SIM NÃO
COM CLÁUSULA
ASSECURATÓRIA DO
DIREITO RECÍPROCO SIM SIM SIM SIM SIM 40%4
DE RESCISÃO
ANTECIPADAMENTE ANTECIPADA
POR INICIATIVA DO METADE DAS
SEM CLÁUSULA
EMPREGADOR REMUNERAÇÕES
ASSECURATÓRIA DO
QUE SERIAM
DIREITO RECÍPROCO NÃO SIM SIM SIM SIM 40%
DEVIDAS ATÉ O
DE RESCISÃO
POR PRAZO TÉRMINO DO
ANTECIPADA
CONTRATO
DETERMINADO

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES


COM CLÁUSULA
ASSECURATÓRIA DO
DIREITO RECÍPROCO SIM SIM SIM SIM SIM NÃO
DE RESCISÃO
ANTECIPADAMENTE ANTECIPADA
POR INICIATIVA DO
SEM CLÁUSULA INDENIZAR O
EMPREGADO
ASSECURATÓRIA DO EMPREGADOR
DIREITO RECÍPROCO NÃO SIM SIM SIM SIM NÃO PELOS PREJUÍZOS
DE RESCISÃO CAUSADOS,
ANTECIPADA COMPROVADOS 5
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

¹ AÇÃO TRABALHISTA
TIPOS DE CONTRATO DE TRABALHO X FORMAS DE RESCISÃO X VERBAS DEVIDAS

² SÓ JUSTIÇA DO TRABALHO PODE DECLARAR

155
³INCLUSÃO PELA REFORMA TRABALHISTA
4 SÚM ULA 125 TST

5 VALOR ATÉ M ETADE DAS REM UNERAÇÕES QUE SERIAM DEVIDAS ATÉ O TÉRMINO DO CONTRATO
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO PARA LIBERAR VERBAS RESCISÓRIAS

15.1 Documentação para liberação - rescisão de contrato de trabalho

Qual a documentação necessária que deverá ser apresentada pela


empresa para liberação de saldo da conta vinculada, em caso de pagamento de
verbas rescisórias?

1) Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) devidamente


anotada (figura 1);

2) Notificação de aviso prévio (figura 2);

3) Exame médico demissional (figura 3);

4) Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho – TRCT (figura 4);

5) Em caso de contrato por prazo determinado: Contrato de trabalho


ou de experiência (figura 6);

6) Comprovante de pagamento das verbas ao empregado (figura 5);

7) Em caso de despedida sem justa causa: Guia de Recolhimento


Rescisório do FGTS – GRRF, com o comprovante de pagameto (figura 8), devendo
ser acompanhada do Demonstrativo do Trabalhador de Recolhimento FGTS
Rescisório (figura 7);

8) Relatórios da GFIP referentes ao mês de competência do


desligamento - para conferência dos encargos previdenciários sobre a verbas
rescisórias do empregado desligado (figura 9); e

9) GPS do mês de competência do desligamento (figura 10).

Com a documentação em mãos, cabe à Administração verificar se o


empregado recebeu o seu direito às verbas rescisórias, de acordo com a legislação
vigente, para tanto segue abaixo um roteiro para verificação.

15.2 Roteiro de verificação - rescisão de contrato de trabalho

1) Verifique se foi devidamente anotada na CTPS a data de


desligamento do empregado no campo “data saída”. Essa é a data de rescisão
do contrato de trabalho e deve coincidir com a data lançada no TRCT;

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156
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

2) Confira o preenchimento do Aviso Prévio para identificar se


ocorreu dentro do prazo legal. Atenção com a data de admissão, para verificar se
haverá o aviso prévio proporcional (Lei nº 12.546/2011);

3) Examine se o nome e a função do terceirizado estão corretos no


exame demissional, bem como se o resultado foi “APTO”;

4) Confira o TRCT (esse é o principal documento), que deve ser


assinado pelas partes. Atenção aos seguintes campos, que são numerados:

CAMPO INFORMAÇÃO / OBSERVAÇÃO

11 Nome do terceirizado

21 Tipo de contrato – ATENÇÃO: se o contrato for por prazo determinado, deverá ser
conferida a data de admissão do empregado no documento que fixou o prazo
(ex:contrato de experiência)

22 Causa do afastamento – ATENÇÃO: se for sem justa causa, deverá ser paga a multa
do FGTS

23 Remuneração mês anterior ao afastamento – ATENÇÃO: em regra, essa é a


remuneração base que será considerada para os cálculos das verbas rescisórias

24 Data de admissão

25 Data do aviso prévio – ATENÇÃO: a data é preenchida com o início do aviso prévio
(dia seguinte à notificação de aviso prévio). Se o aviso não foi concedido pela
empresa, a indenização deve ser paga e registrada no campo 69 do TRCT. No caso
de o empregado ter pedido a demissão e não tiver concedido o aviso prévio à
empresa, será descontado o valor correspondente das verbas rescisórias e
resgistrado no campo 103 do TRCT
26 Data do afastamento – ATENÇÃO: esta é a data do último dia trabalhado pelo
empregado. Deve ser considerada esta data para apurar todas as verbas devidas ao
trabalhor, como: saldo de salário, férias proporcionais, 13º salário proporcional

50 Saldo de salário - verifique os dias trabalhados no mês da rescisão e o salário


correspondente

60 Multa paga pelo empregador em caso de atraso no pagamento das verbas


rescisórias (até 10 dias após o encerramento do contrato de trabalho)

61 Multa pela rescisão antecipada pelo empregador, sem justa causa, do contrato por
prazo determinado SEM cláusula assecuratória de direito recíproco de rescisão
antecipada (metade da remuneração que o empregado teria direito até o término do
contrato)

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157
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

CAMPO INFORMAÇÃO / OBSERVAÇÃO

63 13º salário proporcional – deve ser proporcional aos meses trabalhados no ano da
rescisão

65 Férias proporcionais – deve ser proporcional aos meses trabalhados no ano da


rescisão

66 Férias vencidas – são as férias adquiridas, mas não gozadas, deve ser igual a 1
remuneração

68 1/3 constitucional de férias

69 Aviso prévio indenizado – se não for concedido o aviso prévio pelo empregador ou o
número de dias que ultrapassar os 30 (trinta) dias de aviso prévio

70 13º salário sobre o aviso prévio indenizado

71 Férias sobre o aviso prévio indenizado

103 Débito por aviso prévio indenizado (não concedido pelo empregado)

104 Multa pela rescisão antecipada pelo empregado, sem justa causa, do contrato por
prazo determinado SEM cláusula assecuratória de direito recíproco de rescisão
antecipada (prejuízos causados ao empregador. Valor máximo = metade da
remuneração que o empregado teria direito até o término do contrato)

112.1 INSS – ATENÇÃO: percentual aplicado conforme tabela de contribuição dos


segurados. Não considerar as verbas indenizatórias.

112.2 INSS sobre o 13º salário – ATENÇÃO: percentual aplicado conforme tabela de
contribuição dos segurados. Não considerar as verbas indenizatórias. O INSS sobre
o 13º salário tem base de cálculo separada das demais verbas

5) Se o contrato for por prazo determinado, confira a data de início e o


prazo de vigência no contrato de trabalho ou de experiência, bem como se houve
prorrogação, e se foi observada a duração máxima;

6) Confirme se o terceirizado está no controle da conta vinculada


(planilha com dados informados pelo executor) – é importante também que o
executor do contrato ratifique a informação referente ao desligamento do
empregado;

7) Verifique se o pagamento das verbas rescisórias foi realizado no


prazo legal;

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8) Em caso de demissão sem justa causa, confira os valores do


“Demonstrativo do Trabalhador de Recolhimento FGTS Rescisório” e a GRRF,
para verificar a conformidade no recolhimento da multa sobre o FGTS e a
contribuição social. Devem ser conferidas as seguintes informações no documento:

LINHA COLUNA REPRESENTA

“remuneração “mês remuneração devida no mês da rescisão, inclusive o 13º


/ saldo” rescisão” proporcional

“remuneração “aviso prévio valor do aviso prévio indenizado, incluindo o reflexo de 13º
/ saldo indenizado” salário sobre o aviso prévio indenizado, caso devido

“remuneração “multa saldo da conta vinculada individual do trabalhador no FGTS; é


/ saldo rescisória” o valor total dos depósitos que foram efetuados pela empresa
durante a relação de emprego

“depósito” “mês valor do depósito do FGTS incidente sobre a remuneração


rescisão” devida por ocasião da rescisão

“depósito” “aviso prévio depósito do FGTS incidente sobre o aviso prévio indenizado;
indenizado”

“depósito” “multa valor da multa pela rescisão sem justa causa, equivalente a
rescisória” 40% do valor do saldo da conta vinculada individual do FGTS
do trabalhador

“contribuição “multa valor da contribuição social, equivalente a 10% do valor do


social” rescisória” saldo da conta vinculada individual do FGTS do trabalhado

“valor trabalhador depósito de 8% do mês + a multa de 40%.

“valor trabalhador” + contribuição social de 10%. Esse


valor apurado é o que deve ser recolhido pelo empregador
“valor devido pela empresa”
por meio da GRRF.

9) Confira a GFIP e a GPS para verificar se os encargos sociais


incidentes sobre o saldo de salário e o 13º salário foram recolhidos corretamente.

RELATÓRIOS DA GFIP

Como a GFIP é um conjunto de informações destinadas ao FGTS e à


Previdência Social, ela é composta pelos seguintes relatórios:

1) Relação dos Trabalhadores Constantes no Arquivo SEFIP


(somente dos trabalhadores que prestam serviço ao tomador) – RE;

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2) Resumo das Informações à Previdência Social Constantes no


Arquivo SEFIP –Tomador de Serviços/Obra;

3) Relação dos Trabalhadores Constantes no Arquivo SEFIP –


Resumo do Fechamento -Empresa;

4) Relação dos Trabalhadores Constantes no Arquivo SEFIP –


Resumo do Fechamento – Empresa – FGTS;

5) Resumo das Informações à Previdência Social Constantes no


Arquivo SEFIP – Empresa;

6) Relação de Tomador/Obra – RET;

7) Resumo – Relação de Tomador/Obra – RET;

8) Relatório Analítico da GPS;

9) Relatório Analítico de GRF;

10) Comprovante de Declaração das Contribuições a Recolher à


Previdência Social e a Outras Entidades e Fundos por FPAS – Empresa;

11) Protocolo de Envio de Arquivos, emitido pelo Sistema


Conectividade Social;

E o que deve ser observado na GFIP, na GPS e na GRF?

Análise do RE

Campo Constam dados da contratada


“EMPRESA”

Campo Consta o órgão contratante


“TOMADOR/OBRA”

Campo “COMP” Competência é a do mês objeto de análise

Todos terceirizados Também constam no controle da conta vinculada


lançados no RE

Campo “REM SEM Salário contribuição = corresponde à remuneração do empregado. Esse


13º SAL” valor se encontra abaixo do nome do trabalhador

Campo “REM 13º Valores do 13º salário pago no mês de competência da GFIP
SAL”

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Campo “CONTRIB Se a remuneração for lançada corretamente, a contribuição do segurado


SEG DEVIDA” estará correta, pois o sistema calcula automaticamente

Campo valor do FGTS, calculado automaticamente pelo sistema. Se o valor da


“DEPÓSITO” remuneração estiver correto, o valor do FGTS estará correto (8% da
remuneração);

“BRANCO” – Recolhimento ao FGTS e Declaração à Previdência = situação


normal com pagamento do FGTS e pagamento do INSS
Campo
“MODALIDADE” “1” – Declaração ao FGTS e à Previdência = sem pagamento do FGTS (ex:
GFIP mês 13 – 13º salário)
“9” – Confirmação/Retificação de Informações Anteriores –
Recolhimento/Declaração ao FGTS e Declaração à Previdência = retificação
e confirma relação funcionários que não foram modificados.

Análise do RET

Indica o código da GFIP, gerado eletronicamento pelo sistema. Esse código


é também chamado de “NRA”.
Campo “Nº
ARQUIVO” O código NRA da GFIP deve ser o mesmo do Protocolo de Envio de
Arquivos – Conectividade Social, no campo “Informações
Complementares – NRA”, para comprovar que esses relatórios foram
enviados à Receita Federal do Brasil.
Código de barras Número com 4 conjunto de 12 números, localizado na parte superior do
da GRF documento, à direita. Esse número corresponde ao código de barras da GRF
a ser recolhida.
Análise da Guia da Previdência Social - GPS

Campo “1” Constam dados da contratada


Campo “4” Competência é a do mês objeto de análise
Campo “5” CNPJ da contratada
Campo “6” “Valor do INSS” = deve corresponder ao valor constante no campo “VALOR
A RECOLHER – PREVIDÊNCIA SOCIAL” do relatório “Comprovante de
Declaração das Contribuições a Recolher à Previdência Social e a
Outras Entidades e Fundos por FPAS – EMPRESA”, que também é igual
ao valor constante no “Relatório Analítico de GPS”
Campo “9” “Vlr outras entidades” = deve corresponder ao valor constante no campo
“VALOR A RECOLHER – OUTRAS ENTIDADES” do relatório
“Comprovante de Declaração das Contribuições a Recolher à
Previdência Social e a Outras Entidades e Fundos por FPAS –
EMPRESA”,
Confirmar o pagamento da GPS com o recibo de pagamento – PRAZO P/ PGTO ATÉ DIA 20
Análise da Guia de Recolhimento do FGTS - GRF

Campo “1” Constam dados da contratada


Campo “5” “Remuneração” = deve corresponder ao valor constante no “Relatório
Analítico da GRF”, que também é igual ao relatório “Relação dos
Trabalhadores Constantes no Arquivo SEFIP – Resumo do Fechamento
– Empresa – FGTS” e no relatório “Relação de Tomador - RET”
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Campo “6” “Qtde Trabalhadores” = deve corresponder à quatidade constante no


“Relatório Analítico da GRF”, que também é igual ao relatório “Relação
dos Trabalhadores Constantes no Arquivo SEFIP – Resumo do
Fechamento – Empresa – FGTS” e no relatório “Relação de Tomador -
RET”
Campo “10” CNPJ da contratada
Campo “11” Competência é a do mês objeto de análise
Campo “15” “TOTAL A RECOLHER” = deve corresponder ao valor constante no campo
“VALOR A RECOLHER” do relatório “Relação dos Trabalhadores
Constantes no Arquivo SEFIP – Resumo do Fechamento – EMPRESA –
FGTS”, que também é igual ao valor constante no “Relatório Analítico da
GRF”
Confirmar o pagamento da GRF com o recibo de pagamento – PRAZO P/ PGTO ATÉ DIA 7

Importante ressaltar que a GFIP, a GPS e a GRF serão substituítas por


outros documentos quando da implantação total do Sistema de Escrituração Digital
das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), instituído pelo
Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014.

A implantação do eSocial será efetuada gradualmente, por grupos de


empresas e em 5 (cinco) fases, conforme cronograma de implantação a seguir:

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FIGURA 1

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FIGURA 2

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FIGURA 3

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FIGURA 4

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FIGURA 5

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FIGURA 6

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FIGURA 7

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FIGURA 8

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FIGURA 9

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FIGURA 10

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FIGURA 11

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FIGURA 12

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LIBERAÇÃO DE ENCARGOS SOCIAIS SOBRE 13º SAL. E FÉRIAS

16.1 Liberação de encargos sociais sobre o 13º salário e as férias

Quando o empregador paga as verbas trabalhistas de 13º salário e férias


ao empregado, durante a vigência do contrato de trabalho, há incidência de
encargos sociais sobre essas verbas. Esses encargos sociais compõem a provisão
“impacto sobre férias e 13º salário” prevista no Decreto DF nº 34.649/2013.

Então, poderá ser liberado para a contratada o valor provisionado para


os encargos sociais sobre o 13º salário e às férias, tão logo ela apresente a
documentação comprobatória de quitação dessas obrigações.

16.1.1 Encargos sociais sobre o 13º salário

Os encargos sociais sobre o 13º salário incidem sobre a folha de


pagamento da seguinte forma:

 FGTS = folha do mês de competência em que ocorreu o pagamento


da obrigação; e

 Contribuição previdenciária (INSS retido do empregado, INSS


patronal, RAT ajustado e percentual de recolhimento para outras
entidades) = folha da competência 13.

16.1.1.1 Documentação para liberação dos encargos sociais sobre o 13º


salário

Para comprovar o recolhimento dos encargos sociais sobre o 13º salário


e solicitar a liberação da respectiva provisão, a contratada deverá apresentar a
documentação a seguir:

 GFIP competência do mês que houve o pagamento do 13º salário,


com as respecitivas GRF e GPS e comprovação dos pagamentos;e

 GFIP competência 13 (GFIP 13), com a respectiva GPS (GPS 13)


e recibo de pagamento.

Com a documentação em mãos, cabe à Administração conferir os


campos das GFIPs, bem como verificar se os valores referentes aos encargos

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

sociais foram devidamente recolhidos via GPS e GRF. Para facilitar a conferência,
segue roteiro para verificação.

16.1.1.2 Roteiro de verificação – encargos sociais sobre o 13º salário

A análise da GFIP, GPS e GRF do mês de competência do pagamento


do 13º salário deve seguir o mesmo roteio de verificação constante no item 15.2
desta apostila (liberação de verbas rescisórias).

A GFIP 13 destina-se exclusivamente à Previdência Social e deve ser


transmitida até o dia 31 de janeiro do ano seguinte ao da referida competência. O
objetivo da entrega desta GFIP é declarar e informar à Previdência Social a base
de cálculo do 13º salário, ou seja, as remunerações que geraram a contribuição
previdenciária sobre o 13º salário pago aos empregados e recolhida em 20 de
dezembro do ano anterior (GPS 13). Esta GFIP é merante declaratória e
obrigatória a todas as empresas.

Apresentam-se os detalhes referentes à GFIP competência 13:

Análise do RE

Campo “COMP”
Deve estar preenchido com 13/20XX

Campo “BASE CÁLC Valores do 13º salário que foram pagos aos trabalhadores. Valor total (1ª
13º SAL PREV SOC” e 2ª parcela) = base de cálculo das contribuições previdenciárias

Campo “CONTRIB Contribuição social do segurado sobre o valor do 13º salário. O sistema
SEG DEVIDA” calcula automaticamente

Campo “DEPÓSITO” O valor do FGTS estará em branco, pois já foi calculado e recolhido no mês
de competência em que ocorreu o pagamento de cada parcela

Como o FGTS já foi recolhido no mês do pagamento, a modalidade NÃO


pode ser “BRANCO”.
Campo
“MODALIDADE” A modalidade será “1” para o 1º envio da GFIP competência 13 ou “9”, no
caso de retificação ou confirmação (novo envio).

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16.1.2 Encargos sociais sobre as férias

Os encargos sociais sobre as férias, tanto o FGTS quanto a contribuição


previdenciária (contribuição do segurado, INSS patronal, RAT ajustado e outras
entidades), incidem sobre a folha de pagamento do mês ou dos meses - o período
de gozo pode atingir 2 (dois) meses - de competência do gozo das férias,
independentemente de a remuneração das férias ter sido paga antecipadamente,
conforme §14 do artigo 214 do Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999 –
Regulamento da Previdência Social.

DECRETO DF nº 3.048/99
Art. 214. Entende-se por salário-de-contribuição:

(...)
§ 14. A incidência da contribuição sobre a remuneração das
férias ocorrerá no mês a que elas se referirem, mesmo quando
pagas antecipadamente na forma da legislação trabalhista.

16.1.2.1 Documentação para liberação dos encargos sociais sobre as férias

Para fins de liberação dos encargos sociais sobre as férias, a contratada


deverá apresentar a seguinte documentação:

 Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social


- GFIP da competência do(s) mês(es) do gozo das férias;

 Guia de Recolhimento do FGTS – GRF da(s) competência(s) do(s)


mês(es) do gozo das férias, com o recibo de pagamento; e

 Guia da Previdência Social – GPS da(s) competência(s) do(s)


mês(es) do gozo das férias, com o recibo de pagamento;

Com a documentação em mãos, cabe à Administração conferir os


campos da GFIP, bem como verificar se os valores referentes aos encargos sociais
foram devidamente recolhidos via GRF e GPS. Para facilitar a conferência, segue
roteiro para verificação.

16.1.2.2 Roteiro de verificação – encargos sociais sobre as férias

A análise da GFIP, GPS e GRF do mês de competência do gozo das


férias deve seguir o mesmo roteiro de verificação constante no item 15.2 desta
apostila (liberação de verbas rescisórias).
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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

VALOR A LIBERAR DE CADA PROVISÃO

Ressalta-se que após a devida análise da documentação pela área


competente, havendo a confirmação de que o empregado recebeu (opção de
restituição à contratada) ou irá receber (opção de depósito pela Administração na
conta-salário do empregado) o seu direito às verbas trabalhistas de 13º salário ou
férias ou recisórias, de acordo com a legislação vigente, a Administração autorizará
a liberação parcial da conta vinculada, observando o limite individual existente
no saldo de cada provisão e de cada funcionário, conforme artigo previsto no
§5º do artigo 11 do Decreto nº34.649/2013.

DECRETO DF nº 34.649/2013

Art. 11. Para a liberação parcial dos valores retidos, a empresa


apresentará pedido formal ao órgão ou entidade contratante no qual
conste o montante a ser liberado, acompanhado de documentos
comprobatórios da ocorrência da situação que gere o pagamento
das provisões, atestado por profissional responsável pelos cálculos.
§5º O montante da provisão a ser liberada não poderá exceder
os limites individuais constituídos para cada tipo de provisão,
conforme percentuais estabelecidos no anexo deste Decreto, não
sendo admitido o pagamento de uma provisão com recursos
constituídos para outra.

17.1 13º salário e férias durante a vigência do contrato de trabalho

A Administração poderá liberar por funcionário no máximo o valor


existente em cada provisão, ou seja, as rubricas de férias e 13º salário poderão
ser liberadas em valor inferior ao saldo existente na conta vinculada, quando o valor
pago pela contratada ao funcionário for inferior a este saldo.

Em síntese, as liberações de 13º salário e férias durante a vigência do


contrato de trabalho deverão observar as seguintes situações:

1) Se o valor da provisão trabalhista que a contratada pagou ao


funcionário (valor líquido) for maior que o saldo existente na conta vinculada,
referente àquela provisão e àquele funcionário, será liberado da conta vinculada
o saldo existente naquela provisão; ou

2) Se o valor da provisão trabalhista que a contratada pagou ao


funcionário (valor líquido) for menor que o saldo existente na conta vinculada,

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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

destinado àquela provisão e àquele funcionário, será liberado o valor pago pela
contratada;

Se a opção da empresa foi pela liberação diretamente às contas-salário


dos empregados e, caso o saldo da rubrica seja insuficiente para pagamento do
valor devido ao empregado, a contratada deverá providenciar o pagamento
complementar e encaminhar o comprovante ao órgão contratante.

ATENÇÃO!!!!! Ao apurar o saldo da rubrica de férias para liberação,


observar o período de 12 meses (período aquisitivo) e não o valor disponível
na rubrica no momento do pedido, para não liberar valor maior do que o
devido.

17.2 Verbas rescisórias

Após a devida comprovação de quitação das verbas trabalhistas e


encargos sociais referentes ao empregado desligado, poderá ser liberado da conta
vinculada todo o saldo correspondente ao 13º salário, férias e encargos sobre 13º
salário e férias, em relação àquele funcionário.

No tocante ao saldo da provisão de multa do FGTS, somente será


liberado se a contratada comprovar haver tido despesa com esse encargo, em
relação ao funcionário demitido.

No caso de o funcionário não ter direito à multa do FGTS, o saldo desta


rubrica somente será liberado no encerramento do contrato.

17.3 Encargos sociais sobre 13º salário

Após a devida comprovação de quitação dos encargos sociais sobre o


13º salário, poderá ser liberado da conta vinculada todo o saldo correspondente
aos encargos sobre 13º salário, referente ao exercício financeiro findo, e em relação
aos funcionários constantes na GFIP 13.

17.4 Encargos sociais sobre as férias

Após a devida comprovação de quitação dos encargos sociais sobre as


férias do trabalhador, poderá ser liberado da conta vinculada todo o saldo
correspondente aos encargos sobre as férias, em relação àquele funcionário.

Importante destacar que para efetuar a liberação dos valores de forma


adequada, por rubrica e por funcionário, em relação às ocorrências de liberação
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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

solicitadas durante a execução contratual, visando mitigar a responsabilização da


Administração Pública em eventuais demandas trabalhistas, é imprescindível que
o controle existente no órgão, referente aos depósitos e saques na conta
vinculada, seja eficiente.

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191
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

LIBERAÇÃO DE SALDO REMANESCENTE DE CONTA VINCULADA

18.1 Liberação de saldo remanescente durante a vigência do contrato

18.1.1 13º salário

Referente ao 13º salário, esclarece-se que os saldos remanescentes da


rubrica do 13º salário, poderão ser liberados à conta corrente da empresa
contratada, conforme disciplina o §4º do artigo 12 do Decreto Distrital
nº34.649/2013, alterado, devendo a empresa solicitar a liberação a partir do
exercício subsequente.

DECRETO DF nº 34.649/2013

Art. 12. Protocolado o pedido de autorização para movimentação da


conta vinculada pela empresa contratada, o órgão ou entidade
contratante terá o prazo de 3 (três) dias úteis, a contar da data de
apresentação dos documentos de que trata o art. 11 deste Decreto,
para autorizar o BRB a desbloquear os valores retidos.
§4º- Devolver-se-á a empresa eventuais saldos remanescentes
da rubrica referente ao 13º (décimo terceiro) salário, após a
comprovação da quitação da verba trabalhista para os
trabalhadores. (redação incluída pelo Decreto nº 36.164/2014)

Para tanto, é necessário que a contratada apresente a comprovação de


quitação das verbas trabalhistas, referente à rubrica em questão, com a
correspondente comprovação de recolhimento dos encargos previdenciários e do
FGTS sobre o 13º salário.

18.1.2 Férias

A provisão de férias não tem a mesma previsão legal, então, eventuais


saldos remanescentes somente serão liberados no encerramento do contrato.

18.2 Liberação no encerramento do contrato administrativo

Por ocasião do término do contrato, é comum que todo o pessoal da


contratada, empregado na execução dos serviços, seja demitido. Assim, os
procedimentos a serem observados antes da liberação de todo o saldo existente
na conta vinculada, são os mesmos já abordados no item 15 desta apostila
(rescisão contratual), para verificar o cumprimento das obrigações trabalhistas, o
correto pagamento das verbas trabalhistas, bem como o pagamento dos
respectivos encargos sociais por meio da GFIP, GRRF e GPS.
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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

ANEXOS

19.1 LEI DISTRITAL Nº 4.636/2011

Lei Distrital nº 4.636 de 23 de agosto de 2011 alterada.

Institui mecanismo de controle do patrimônio


público do Distrito Federal, dispondo sobre
provisões de encargos trabalhistas a serem
pagos às empresas contratadas para prestar
serviços de forma contínua, no âmbito dos
Poderes Públicos do Distrito Federal.

Art. 1º Os editais de licitação e contratos de serviços continuados no


âmbito dos Poderes Públicos do Distrito Federal, sem prejuízo das disposições
legais aplicáveis, observarão as normas desta Lei, para a garantia do cumprimento
das obrigações trabalhistas nas contratações.

Parágrafo único. Os editais referentes às contratações de empresas para


prestação de serviços contínuos aos órgãos públicos do Distrito Federal deverão
conter expressamente o disposto no art. 9º desta Lei, bem como disposição sobre
a obrigatoriedade de observância de todos os seus termos.

Art. 2º As provisões de encargos trabalhistas relativas a férias, décimo-


terceiro salário e multa do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS por
dispensa sem justa causa, a serem pagas pelos órgãos e entidades dos Poderes
Públicos do Distrito Federal a empresas contratadas para prestar serviços de forma
contínua, serão glosadas do valor mensal do contrato e depositadas exclusivamente
em banco público oficial.

Parágrafo único. Os depósitos de que trata o caput devem ser efetivados


em conta corrente vinculada – bloqueada para movimentação – aberta em nome da
empresa, unicamente para essa finalidade e com movimentação somente por
ordem do órgão ou entidade contratante.

Art. 3º A solicitação de abertura e a autorização para movimentar a conta


corrente vinculada – bloqueada para movimentação – serão providenciadas pelo
setor responsável do respectivo órgão, na forma do regulamento.

Art. 4º (Artigo revogado pela Lei no 5.313, de 18/2/2014.)

Art. 5º O montante do depósito vinculado será igual ao somatório dos


valores das seguintes provisões previstas para o período de contratação:
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GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

I – décimo-terceiro salário;

II – férias e abono de férias;

III – impacto sobre férias e décimo-terceiro salário;

IV – multa do FGTS.

Parágrafo único. Os valores provisionados para o atendimento deste


artigo serão obtidos pela aplicação de percentuais e valores constantes da proposta.

Art. 6º Os órgãos contratantes deverão firmar acordo de cooperação com


banco público oficial, que terá efeito subsidiário à presente Lei, determinando os
termos para a abertura da conta corrente vinculada – bloqueada para movimentação
–, na forma do regulamento.

Art. 7º A assinatura do contrato de prestação de serviços entre o órgão


contratante e a empresa vencedora do certame será precedida dos seguintes atos:

I – solicitação pelo órgão contratante, mediante ofício, de abertura de


conta corrente vinculada – bloqueada para movimentação – no nome da
empresa, conforme disposto no art. 2º desta Lei, na forma do
regulamento;
II – assinatura, pela empresa a ser contratada, no ato da regularização
da conta corrente vinculada – bloqueada para movimentação –, de termo
específico da instituição financeira oficial que permita ao órgão
contratante ter acesso aos saldos e extratos e vincule a movimentação
dos valores depositados à sua autorização, na forma do regulamento.

Art. 8º Os saldos da conta vinculada – bloqueada para movimentação –


serão remunerados pelo índice da poupança ou outro definido no acordo de
cooperação previsto no art. 6º desta Lei, sempre escolhido o de maior rentabilidade.

Art. 9º Os valores referentes às provisões de encargos trabalhistas


mencionados no art. 5º depositados na conta corrente vinculada – bloqueada para
movimentação – deixarão de compor o valor do pagamento mensal à empresa.

Art. 10. No âmbito dos órgãos públicos, a autoridade competente disporá


sobre o setor encarregado de definir, inicialmente, os percentuais a serem aplicados
para os descontos e depósitos, como também o setor encarregado de conferir a
aplicação sobre as folhas de salário mensais das empresas e realizar as demais
verificações pertinentes.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

194
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Art. 11. A empresa contratada poderá solicitar autorização do órgão


competente para resgatar os valores referentes a despesas com o pagamento de
eventuais indenizações trabalhistas dos empregados que prestam os serviços
contratados, ocorridas durante a vigência do contrato.

§ 1º Para a liberação dos recursos da conta corrente vinculada –


bloqueada para movimentação –, a empresa deverá apresentar ao setor
responsável os documentos comprobatórios da ocorrência de indenizações
trabalhistas, conforme regulamento.

§ 2º Os órgãos públicos, por meio dos setores competentes, expedirão,


após a confirmação da ocorrência da indenização trabalhista e a conferência dos
cálculos pela unidade de auditoria, a autorização de que trata o caput, que será
encaminhada à instituição financeira oficial no prazo máximo de cinco dias úteis, a
contar da data da apresentação dos documentos comprobatórios pela empresa, na
forma do regulamento.

§ 3º A empresa deverá apresentar ao setor competente, no prazo


máximo de três dias, o comprovante de quitação das indenizações trabalhistas,
contados da data do pagamento ou da homologação.

Art. 11-A. Determinada a movimentação da conta vinculada pelo órgão


contratante, em caso de inadimplemento ou atraso quanto à liberação do saldo, será
aplicada à instituição financeira oficial a responsabilidade objetiva quanto aos danos
causados ao contratado. (Artigo acrescido pela Lei no 5.313, de 18/2/2014.)

Art. 12. O saldo total da conta corrente vinculada – bloqueada para


movimentação – será liberado à empresa, no momento do encerramento do
contrato, mediante declaração do sindicato da categoria correspondente aos
serviços contratados que confirme a quitação das indenizações trabalhistas,
ocorrendo ou não o desligamento dos empregados.

Parágrafo único. A execução completa do contrato só acontecerá quando


o contratado comprovar o pagamento de todas as obrigações trabalhistas e
previdenciárias referentes aos empregados.

Art. 12-A. O órgão contratante entenderá como aceitação tácita da


quitação de todos os direitos trabalhistas quando o Sindicato não se manifestar no
prazo de cinco dias a contar da data de encerramento do contrato. (Artigo acrescido
pela Lei no 5.313, de 18/2/2014.)

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

195
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Art. 13. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de trinta dias
contados de sua publicação.

Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

196
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

19.2 DECRETO DISTRITAL Nº 34.649/2013

Decreto nº 34.649, de 10 de setembro de 2013.

Regulamenta a Lei nº 4.636, de 25 de agosto


de 2011, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições que


lhe confere o art. 100, inciso VII, da Lei Orgânica do Distrito Federal, e tendo em
vista o disposto no art. 13 da Lei nº 4.636, de 25 de agosto de 2011, DECRETA:

Art. 1º Os editais licitatórios e os contratos de prestação de serviços


continuados, com dedicação exclusiva de mão de obra, formalizados pelos órgãos
e entidades da Administração Pública Direta e Indireta do Distrito Federal, deverão
conter cláusulas relativas à retenção provisória e mensal de provisões trabalhistas.

Parágrafo único. Os contratos vigentes deverão se adequar às regras


deste Decreto quando da renovação contratual porventura formalizada.

Art. 2º Para os fins deste Decreto são consideradas as seguintes


provisões trabalhistas:

I - 13º salário;

II - férias e abono de férias;


III - impacto sobre férias e 13º salário; e
IV - multa do FGTS.

Art. 3º Os depósitos de que trata o artigo anterior serão efetuados com


acréscimo do lucro proposto pela contratada.

Art. 4º Para fins de contabilidade pública, as provisões trabalhistas


retidas serão consideradas como despesa liquidada.

Art. 5º Cada provisão constituirá percentual de retenção sobre o total


mensal pago, sendo que o montante retido representará a soma dos percentuais
individuais de cada uma delas, na forma do anexo deste Decreto.

§1º As provisões retidas do valor mensal do contrato serão depositadas


exclusivamente em conta corrente vinculada, aberta em nome da empresa,
unicamente para essa finalidade e com movimentação mediante prévia e expressa
autorização do órgão ou entidade contratante.
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

197
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

§2º Para cada contrato formalizado com os órgãos e entidades da


Administração Pública Direta e Indireta do Distrito Federal, haverá uma conta
vinculada aberta em nome da empresa.

Art. 6º Os valores retidos mensalmente serão depositados na conta


vinculada respectiva no Banco de Brasília S/A – BRB e remunerados pelo índice
da poupança ou outro definido no Acordo de Cooperação Técnica, previsto no art.
7º deste Decreto, adotando-se o índice de maior rentabilidade.

Parágrafo único. O BRB liberará os valores retidos após autorização do


órgão ou entidade contratante da Administração Pública Direta e Indireta do Distrito
Federal.

Art. 7º Os órgãos e entidades da Administração Pública Direta e Indireta


do Distrito Federal deverão formalizar Acordo de Cooperação Técnica com o BRB,
no prazo de 30 (trinta) dias a contar da publicação deste Decreto, para sua
operacionalização.

Parágrafo único. Para fins de cumprimento do disposto no § 2º do art. 11


da Lei nº 4.636, de 25 de agosto de 2011, o BRB e o órgão ou entidade contratante
estabelecerão procedimentos como forma de mitigar riscos e aferir a propriedade
dos valores a serem liberados.

Art. 8º Os órgãos e entidades contratantes deverão encaminhar ao BRB,


mensalmente, relatório de execução do contrato, devendo constar,
obrigatoriamente:

I - salário individual dos empregados;

II - período que cada empregado permanece vinculado ao contrato


específico.

Art. 9º A assinatura ou renovação do contrato de prestação de serviços


será precedida de:

I - solicitação formal do órgão ou entidade contratante da abertura de


conta corrente vinculada, em nome da empresa;

II - assinatura pela contratada de termo específico do BRB que permita


ao órgão ou entidade contratante ter acesso aos extratos diários e mensais;

III - autorização da contratada para que a conta vinculada somente seja


movimentada após determinação do órgão ou entidade contratante;
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

198
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

IV - autorização da contratada para que o BRB somente efetue o


pagamento das provisões definidas no art. 2º deste Decreto em conta-salário do
trabalhador, aberta no BRB;

V - termo de compromisso firmado pela empresa de que os pagamentos


de salário e similares serão realizados exclusivamente por meio do BRB.

Art. 10. O montante depositado na conta vinculada somente poderá ser


movimentado após a autorização do órgão ou entidade contratante, mediante
comprovação da ocorrência de qualquer situação que gere o pagamento das
provisões previstas no art. 2º deste Decreto.

Art. 11. Para a liberação parcial dos valores retidos, a empresa


apresentará pedido formal ao órgão ou entidade contratante no qual conste o
montante a ser liberado, acompanhado de documentos comprobatórios da
ocorrência da situação que gere o pagamento das provisões, atestado por
profissional responsável pelos cálculos.

§1º O pedido formal de liberação sempre deverá ser acompanhado de


tabela em meio magnético, na qual devem constar os seguintes dados:

I - nome e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF


do empregado beneficiado;

II - período da vinculação do empregado na empresa;

III - período da vinculação do empregado no órgão ou entidade


contratante;

IV - base salarial que alicerça o montante a ser liberado, por empregado


e somatório; e

V - memória de cálculo individualizada por tipo de provisão.

§2º Para a movimentação da conta vinculada nos casos em que ocorra


demissão de empregado com mais de 1 (um) ano de serviço, será obrigatória a
apresentação de documento de validação dos valores devidos, atestado pelo
respectivo Sindicato da Categoria ou perante a autoridade do Ministério do
Trabalho, conforme estabelece o § 1º do art. 477 da Consolidação das Leis do
Trabalho.

§3º Na hipótese de o empregado ser desligado da empresa com menos


de 1 (um) ano de serviço, a empresa deverá apresentar documento comprobatório
PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

199
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

dos cálculos dos valores indenizatórios a que o trabalhador faça jus, devidamente
assinado pelo profissional responsável pelo cálculo, pelo empregador e pelo
empregado.

§4º O órgão ou entidade contratante poderá requerer, a seu critério,


outros dados e informações e estabelecer leiautes para a remessa dos relatórios.

§5º O montante da provisão a ser liberada não poderá exceder os limites


individuais constituídos para cada tipo de provisão, conforme percentuais
estabelecidos no anexo deste Decreto, não sendo admitido o pagamento de uma
provisão com recursos constituídos para outra.

§6º O BRB e o órgão ou entidade contratante estabelecerão


procedimentos de modo a aferir o cumprimento do disposto no parágrafo anterior.

§7º Na hipótese de o empregado deixar de prestar serviços ao órgão ou


entidade contratante, ainda que permaneça vinculado à empresa contratada, as
provisões serão liberadas proporcionalmente ao tempo que tenha prestado serviços
ao órgão ou entidade contratante.

Art. 12. Protocolado o pedido de autorização para movimentação da


conta vinculada pela empresa contratada, o órgão ou entidade contratante terá o
prazo de 3 (três) dias úteis, a contar da data de apresentação dos documentos de
que trata o art. 11 deste Decreto, para autorizar o BRB a desbloquear os valores
retidos.

§1º Os valores liberados serão depositados diretamente na conta-salário


dos empregados da contratada, no prazo de 3 (três) dias úteis a contar da data de
autorização do órgão ou entidade contratante.

§2º Constatadas inconsistências nos documentos de que trata o art. 11


deste Decreto, a contagem de prazo será suspensa até a apresentação das
correções devidas.

Art. 13. Quando do encerramento do contrato, o saldo da conta vinculada


somente será liberado à empresa contratada mediante autorização do órgão ou
entidade contratante.

§1º Para a liberação do saldo da conta vinculada a empresa deverá,


obrigatoriamente, comprovar a quitação de todas as provisões objeto deste Decreto
e apresentar declaração formal do Sindicato da Categoria correspondente aos
serviços contratados, que ateste a quitação de todos os direitos trabalhistas.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

200
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

§2º O órgão contratante entenderá como aceitação tácita da quitação de


todos os direitos trabalhistas quando o Sindicato não se manifestar no prazo de 5
(cinco) dias a contar da data de encerramento do contrato.

§3º O órgão ou entidade contratante terá prazo de 48 (quarenta e oito)


horas para liberar o saldo dos recursos provisionados na respectiva conta vinculada
da empresa contratada, contado da apresentação dos documentos exigidos no § 1º
deste artigo ou do decurso do prazo para manifestação do Sindicato.

Art. 14. A Secretaria de Estado de Planejamento e Orçamento do Distrito


Federal poderá editar normas complementares necessárias à implementação deste
Decreto e estabelecer padronização do Acordo de Cooperação Técnica com o BRB
e dos demais documentos julgados pertinentes.

Art. 15. Este Decreto entra em vigor 90 (noventa) dias após a data de sua
publicação. Art. 16. Revogam-se as disposições em contrário.

ANEXO

RESERVA MENSAL PARA O PAGAMENTO DE ENCARGOS TRABALHISTAS

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

201
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

19.3 DECRETO DISTRITAL Nº 36.164/2014

Decreto nº 36.164, de 18 de dezembro de 2014.

Altera o Decreto n.º 34.649, de 10 de


setembro de 2013, o qual regulamenta a Lei
4.636, de 25 de agosto de 2011, que Institui
mecanismo de controle do patrimônio público
do Distrito Federal, dispondo sobre provisões
de encargos trabalhistas a serem pagos às
empresas contratadas para prestar serviços
de forma contínua, no âmbito dos Poderes
Públicos do Distrito Federal, alterada pela Lei
5.313, de 18 de fevereiro de 2014.

O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições que


lhe confere o art. 100, inciso VII, da Lei Orgânica do Distrito Federal, DECRETA:

Art. 1o O Decreto n.º 34.649, de 10 de setembro de 2013, passa a vigorar


com as seguintes alterações:

“Art. 1º Os editais licitatórios e os contratos de prestação de serviços


continuados, com dedicação exclusiva de mão de obra, formalizados pelos órgãos
e entidades da Administração Pública Direta e Indireta do Distrito Federal, deverão
conter cláusulas relativas à retenção provisória e mensal de provisões trabalhistas,
constando especialmente:

I – os percentuais das rubricas indicadas no art. 2º deste Decreto, para


fins de provisionamento;

II – a indicação de que eventuais despesas para abertura e manutenção


da conta vinculada deverão ser suportadas pela própria empresa.

Parágrafo único..........................................................................

Art. 3º - (REVOGADO)

Art. 5º - Cada provisão constituirá percentual de retenção sobre o valor


do salário bruto, e considerar-se-á como montante retido a soma dos percentuais
individuais de cada uma delas, na forma do anexo deste Decreto.

§ 1º - ..............................................................................

§ 2º - ..............................................................................

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

202
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

§ 3º - Não serão considerados para efeitos de cálculo os reflexos de hora-


extra.

Art. 11 - .........................................................................

§ 1º - .............................................................................

§ 2º - .............................................................................

§ 3º - .............................................................................

§ 4º - .............................................................................

§ 5º - .............................................................................

§ 6º - .............................................................................

§ 7º - .............................................................................

§ 8º – No caso da empresa contratada vir a efetuar o pagamento das


verbas rescisórias antes da liberação dos recursos pelo BRB, esta poderá resgatar
junto ao banco os valores despendidos para a quitação das provisões trabalhistas,
após autorização do órgão ou entidade da Administração Pública Direta e Indireta
do Distrito Federal.

Art. 12 - .......................................................................

§ 1º - Os valores liberados serão depositados diretamente na conta-


salário dos empregados da contratada, no prazo de 1 (um) dia útil a contar da data
de autorização do órgão ou entidade contratante.

§ 2º - ............................................................................

§ 3º - A empresa deverá aportar, imediatamente, na conta vinculada


eventual diferença entre o estoque e o valor previsto para quitação, quando do
efetivo pagamento da respectiva rubrica.

§4º- Devolver-se-á a empresa eventuais saldos remanescentes da


rubrica referente ao 13º (décimo terceiro) salário, após a comprovação da quitação
da verba trabalhista para os trabalhadores.

§ 5º - O saldo da rubrica referente ao FGTS somente será repassada ao


trabalhador em caso de demissão e, conforme as regras determinadas em lei.”

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

203
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Art. 2º Este Decreto entrará em vigor 15 dias após a data de sua


publicação.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

204
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

19.4 MINUTA ACORDO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA BRB

ACORDO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA


XX/20XX, PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
DE ABERTURA DE CONTAS ESPECÍFICAS
DESTINADAS A ABRIGAR OS RECURSOS
CAPTADOS RELATIVOS À EXECUÇÃO DOS
ENCARGOS TRABALHISTAS, QUE
CELEBRAM ENTRE SI O “cada Órgão da
Administração...” E O BRB – BANCO DE
BRASÍLIA S/A

As partes abaixo qualificadas celebram o presente Acordo de Cooperação Técnica,


conforme preceitos da Lei Distrital 4.636, de 26 de agosto de 2011 e regulamentações,
conforme fundamento na Lei 8.666/1993 e demais disposições regulamentares e
mediante as seguintes cláusulas e condições:

______(Qualificação do órgão, nome, CNPJ e endereço), doravante denominada


simplesmente ÓRGÃO, neste ato representado pelo seu ______(cargo do
representante), Sr.______ (nome, nacionalidade, estado civil, CPF e documento de
identidade) nomeado pelo:______ (documento de nomeação), e o BANCO DE BRASILIA
S.A., sociedade de economia mista, inscrito no CNPJ/MF sob o nº 00.000.208/0001-00,
com sede no Setor Bancário Sul, Quadra 01, Bloco “E”, Edifício Brasília, Brasília (DF),
doravante denominado simplesmente BANCO, neste ato representado pelo Diretor de
Desenvolvimento, Governo, Crédito Imobiliário e Agronegócio, Sr.
XXXXXXXXXXXXXXXXX, CPF: XXXXXXXXXXX, RG: XXXXXXX SSP/XX, resolvem celebrar
o presente Acordo de Cooperação Técnica, doravante denominado simplesmente
ACORDO, para a prestação dos serviços de abertura de contas específicas
destinadas as Provisões Trabalhistas nos termos da Lei Distrital nº4636 de 26
de agosto de 2011 e regulamentações, – denominada CONTA VINCULADA, e as
demais normas pertinentes, mediante as seguintes condições:

CLÁUSULA PRIMEIRA – DO OBJETO

O presente instrumento tem por objetivo regulamentar a prestação, pelo BANCO, dos
serviços de abertura de contas específicas destinadas a abrigar os recursos retidos na
forma da Lei nº 4636/2011 e regulamentações, bem como viabilizar o acesso do
ÓRGÃO aos saldos, extratos e movimentação dos recursos das referidas CONTAS.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

205
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

CLÁUSULA SEGUNDA - DOS PROCEDIMENTOS

a. Para cada contrato será aberta uma Conta Vinculada em nome da Pessoa Jurídica
que possui contrato firmado com a Administração Pública, doravante denominada
Contratada, à ordem do ÓRGÃO, mediante solicitação ou autorização formal
emitida por este.

b. A conta será aberta exclusivamente para recebimento de depósitos dos recursos


na forma da Lei nº 4636/2011 e regulamentações.

c. A movimentação dos recursos da Conta Vinculada se dará mediante autorização


do ÓRGÃO.

CLÁUSULA TERCEIRA - DO FLUXO OPERACIONAL

A abertura, captação e movimentação dos recursos dar-se-ão conforme o fluxo


operacional a seguir:

I - O Órgão ou Entidade firma o Contrato com a EMPRESA CONTRATADA.

II - O Órgão ou Entidade providencia confecção de ofício endereçada ao BRB Banco de


Brasília S/A, direcionado ao Gerente Geral da Agência de preferência da EMPRESA
CONTRATADA, com o propósito de autorizar a abertura da Conta Vinculada de cada
contrato.

III - O Banco providencia:

a) Abertura da Conta Vinculada;

b) Comunicação ao Órgão ou Entidade sobre o número da Conta Vinculada aberta


conforme solicitação, bem como eventuais rejeições indicando seus motivos.

c) Documento autorizativo, de cada EMPRESA CONTRATADA, para que o Órgão ou


Entidade tenha acesso aos saldos e extratos de sua conta vinculada para
movimentar a conta com a finalidade de pagamento dos encargos previstos na
regulamentação da Lei Distrital nº 4636/2011;

d) O acesso às CONTAS VINCULADAS, pelo ÓRGÃO, fica condicionado à


expressa autorização, em caráter irrevogável e irretratável, nos termos do Anexo
deste ACORDO, junto a CONTRATADA.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

206
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

IV - O Órgão ou Entidade credita os recursos objeto deste instrumento na Conta


Vinculada de cada EMPRESA CONTRATADA mediante emissão de Ordem Bancária
para essa finalidade

V - O Órgão ou Entidade solicita ao Banco, mediante autorização expressa, a


movimentação dos recursos, com a finalidade exclusiva de pagamento dos
encargos objeto desse Acordo de Cooperação Técnica, por meio de crédito em conta
de titularidade dos empregados da EMPRESA CONTRATADA indicados.

VI- Os recursos depositados em cada Conta Vinculada deverão ser aplicados em


investimentos de renda fixa.

CLÁUSULA QUARTA – DAS OBRIGAÇÕES DAS PARTES:

São Obrigações do Órgão ou Entidade:

I - Enviar ao BANCO Ofício, requerimento de abertura das Contas Vinculadas, conforme


Anexo I;

II - Zelar pela guarda e sigilo das informações encaminhadas, utilizando-as


exclusivamente para o fim especificado na Lei nº 4.636/2011 e regulamentações.

São obrigações do BRB - Banco de Brasília S.A:

I - Abrir as CONTAS, disponibilizar saldos e extratos e efetuar movimentações solicitadas


ou previamente autorizadas pelo Órgão ou Entidade.

II - Implementar ferramenta informatizada de modo a assegurar que os recursos da


Conta Vinculada não sejam utilizados para outros fins, senão aqueles previstos no
art. 2 incisos I, II, III e IV do decreto 34.649 de 10 de setembro de 2013.

III – Estabelecer procedimentos informatizados para que o órgão ou entidade possam


aferir a propriedade dos valores a serem liberados.

IV - Prestar apoio técnico operacional ao Órgão ou Entidade e à EMPRESA CONTRATADA,


necessário à execução dos serviços objeto deste Acordo.

V - Disponibilizar ao Órgão ou Entidade ferramenta de controle das provisões trabalhistas


e de empregados contratados pelas empresas prestadoras de serviços.

VI - Informar ao Órgão ou Entidade qualquer ocorrência que comprometa a


operacionalização de Contas Vinculadas.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

207
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

VII - Disponibilizar acesso on line à Conta Vinculada de modo a permitir que Órgão ou
Entidade gerencie e acompanhe os recursos depositados.

CLAÚSULA QUINTA – DOS RECURSOS FINANCEIROS

A celebração deste Acordo de Cooperação Técnica não implica desembolso de recursos


financeiros por parte de qualquer uma das partes.

CLÁUSULA SEXTA – VIGÊNCIA

Este ACORDO terá eficácia a partir da data de sua assinatura e vigência de sessenta
meses, podendo ser prorrogado.

CLÁUSULA SÉTIMA – DAS ALTERAÇÕES

As cláusulas deste Acordo de Cooperação Técnica, exceto a que trata do objetivo,


poderão ser alteradas mediante Acordo Aditivo, desde que em comum acordo entre as
partes e em consonância com a Lei nº 4.636, de 23 de agosto de 2011 e o Decreto nº
34.649, de 10 de setembro de 2013, e suas eventuais alterações.

CLÁUSULA OITAVA – DA RESCISÃO

Este Acordo de Cooperação Técnica poderá ser rescindido por qualquer uma das partes
em razão do descumprimento de qualquer das obrigações ou condições pactuadas, bem
como pela superveniência de norma legal ou fato administrativo que o torne formal ou
materialmente inexequível ou, ainda, por ato unilateral, mediante comunicação prévia à
outra Parte, com antecedência mínima de 90 (noventa) dias, ficando as partes
responsáveis pelas obrigações anteriormente assumidas.

CLÁUSULA NONA – DA PUBLICAÇÃO

A publicação de extrato do presente instrumento no Diário Oficial do Distrito Federal será


providenciada pelo Governo do Distrito Federal, às suas expensas até o 5º dia útil do
mês subsequente de sua assinatura.

CLÁUSULA DÉCIMA – DO FORO

Os casos omissos ou situações contraditórias deste Acordo de Cooperação Técnica


deverão ser resolvidos mediante conciliação entre as partes, com prévia comunicação
por escrito da ocorrência, consignando prazo para resposta, sempre com foco na busca
de uma solução pacífica e no entendimento mútuo.

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

208
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

Os gestores responsáveis pela execução e acompanhamento dos processos pertinentes


a este Acordo, serão escolhidos pelas partes.

Assim, por estarem as partes de pleno acordo quanto ao teor deste instrumento, assinam
o referido Acordo em 03 vias, para todos os fins de direito.

Brasília, de dezembro de 2014.

______________________________

BRB BANCO DE BRASÍLIA S/A

_______________________________

Órgão ou Entidade

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

209
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

ANEXO I

Ofício nº ____/20___ - (Nome do Órgão)

(Cidade) (UF), ___ de ____________ de 20___.

Ao

BRB – Banco de Brasília S.A.

Assunto: Abertura de Conta Corrente Vinculada – Bloqueada para movimentação

Senhor(a) Gerente,

Solicitamos providenciar abertura de Conta-Corrente Vinculada – Bloqueada


para movimentação - destinada unicamente a receber créditos conforme especificado na
Lei 4.636, de 23 de agosto de 2011, e no decreto 34.649, de 10 de setembro de 2013,
da consolidação das leis do trabalho a título de provisão para encargos trabalhistas do
Contrato firmado em nome do Proponente a seguir indicado:

Contrato: _____/_______
Vigência: ____/____/_____ à ____/____/_____
Publicação no Diário Oficial do Distrito Federal no dia ____/____/_____, página n° ____
Razão Social: ________________________________________________________
CNPJ: _________________________
Nome Fantasia: __________________________________________________
Endereço: ______________________________________________________
Representante Legal: _____________________________________________
CPF/CNPJ do Representante Legal: __________________________________

Atenciosamente,

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

210
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

REFERÊNCIAS

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Presidência da República


Federativa do Brasil. Brasília, 10 out. 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm> Acesso em:
10 mar. 2019.

BRASIL, Conselho Nacional de Justiça, Resolução nº 169, de 31 de janeiro de 2013.


Disponível em
<http://www.cnj.jus.br/images/atos_normativos/resolucao/resolucao_98_10112009
_10102012193007.pdf> Acesso em 18 mar 2019.

BRASIL, Conselho Nacional de Justiça, Resolução nº 169, de 31 de janeiro de 2013.


Disponível em <http://www.cnj.jus.br/images/resol_gp_169_2013.pdf> Acesso em
18 mar 2019.

BRASIL, Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999. Disponível em


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm> Acesso em 10 mar 2019

BRASIL, Decreto nº 57.155, de 3 de novembro de 1965. Disponível em


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1950-1969/D57155.htm> Acesso em
10 mar 2019

BRASIL, Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 (CLT). Disponível em


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm> Acesso em 10 mar
2019.

BRASIL, Instrução Normativa nº 2, de 30 de abril de 2008. Disponível em


<https://www.comprasgovernamentais.gov.br/index.php/legislacao/instrucoes-
normativas/417-instrucao-normativa-n-02-de-30-de-abril-de-2008>. Acesso em 10
mar 2019.

BRASIL, Instrução Normativa nº 5, de 25 de maio de 2017. Disponível em


<https://www.comprasgovernamentais.gov.br/images/conteudo/ArquivosCGNOR/I
N-n-05-de-26-de-maio-de-2017---Hiperlink.pdf>. Acesso em 10 mar 2019.

BRASIL, Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962. Disponível em


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4090.htm> Acesso em 10 mar 2019

BRASIL, Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965. Disponível em


<http://www.planalto.gov.br/CCIVil_03/leis/L4749.htm> Acesso em 10 mar 2019

PAOLA KARINA DE BARRÓN SALES

211
GESTÃO E CONTROLE DA CONTA VINCULADA AOS CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO

BRASIL, Lei nº 6.708, de 30 de outubro de 1979. Disponível em


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6708.htm> Acesso em 10
mar 2019.

BRASIL, Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990. Disponível em


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8036consol.htm> Acesso em 10 mar
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