ATUAÇÃO DO FISCAL/GESTOR DE
CONTRATO NO ACOMPANHAMENTO
DA EXECUÇÃO DE CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS – CONFORME A
IN 05/2017
As melhores práticas de gestão e fiscalização a cargo do
fiscal/gestor do contrato, à luz da interpretação da legislação e
normas de regência e da jurisprudência do Tribunal de Contas da
União e dos Tribunais Superiores – inovações introduzidas pela
reforma trabalhista e reflexos na fiscalização do contrato
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Erivan Pereira de Franca
Sumário
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................................. 4
1. O FISCAL/GESTOR DE CONTRATO .................................................................................................................. 10
1.1. Distinção entre atos de gestão e fiscalização do contrato ............................................................ 10
1.2. Designação formal do fiscal/gestor de contrato .............................................................................. 16
1.3. Responsabilidade pessoal do fiscal/gestor de contrato ............................................................... 30
2. PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS A CARGO DO FISCAL/GESTOR DE CONTRATO......................... 37
2.1. Manutenção de registros da fiscalização; autuação de processo específico ........................ 37
2.1.1. Que documentos juntar ao processo? ..................................................................................... 38
2.1.2. Que ocorrências registrar?........................................................................................................... 39
2.2. Reunião inicial com o preposto da contratada ................................................................................. 40
2.3. Não interferência na seleção de pessoal da contratada ................................................................ 44
2.4. Checklist’s .......................................................................................................................................................... 49
3 – ATUAÇÃO DO FISCAL/GESTOR QUANDO HOUVER NECESSIDADE DE ALTERAÇÃO
UNILATERAL QUALITATIVA OU QUANTITATIVA DO CONTRATO .................................................. 55
3.1. Pressupostos autorizadores das alterações unilaterais do contrato pela
Administração ......................................................................................................................................................... 55
3.2. Alterações unilaterais qualitativas: pressuposto e finalidade ................................................... 57
3.3. Alterações unilaterais quantitativas: acréscimos e supressões do objeto ............................ 59
3.3.1. Acréscimos e supressões: limites, desvirtuamento do objeto e compensação ..... 61
3.3.2. Aplicação do limite de 25% em contratos de prestação de serviços contínuos ... 68
3.4. Reequilíbrio econômico financeiro decorrente de alteração contratual unilateral.......... 69
3.5 Atuação do fiscal de contrato; procedimentos sugeridos ............................................................. 69
4 – APLICAÇÃO DE PENALIDADES ADMINISTRATIVAS: NOÇÕES BÁSICAS E ATUAÇÃO DO
FISCAL DE CONTRATO ............................................................................................................................................. 74
4.1. Princípios constitucionais e administrativos que regem a aplicação de penalidades ..... 74
4.1.1. Princípio da legalidade .................................................................................................................. 74
4.1.2. Princípio da especificidade .......................................................................................................... 76
4.1.3. Princípio da proporcionalidade ................................................................................................. 77
4.1.4. Princípio da culpabilidade ........................................................................................................... 80
4.2. O poder-dever de aplicar penalidades ................................................................................................. 81
4.3. Observância do devido processo legal - garantia de contraditório e ampla defesa (a
importância das informações registradas pelo fiscal de contrato) .................................................. 85
4.4. Atuação do fiscal do contrato; procedimentos sugeridos ............................................................ 88
4.5. Checklist ............................................................................................................................................................. 94
5. RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS
.............................................................................................................................................................................................. 95
5.1. Elementos caracterizadores do contrato de terceirização .......................................................... 95
5.1.1. O que são serviços de natureza continuada? ....................................................................... 96
5.1.1.1. A qualificação é casuística ........................................................................................... 98
5.1.1.2. Hipóteses não enquadradas no conceito. Casos apreciados pelo TCU .. 102
5.1.2. Como se dá a cessão da mão de obra? .................................................................................. 106
5.2. Responsabilidade solidária – Contribuições previdenciárias ................................................. 110
5.2.1. Natureza jurídica da retenção de 11% sobre o valor da nota fiscal ........................ 114
5.3. Responsabilidade subsidiária – Encargos trabalhistas .............................................................. 121
5.3.1. A disciplina legal em contraste com a Súmula 331 do TST ......................................... 121
5.3.2. Reflexos do julgamento da ADC-16 pelo STF e a nova redação da Súmula 331
do TST ............................................................................................................................................................ 126
5.3.3. Alcance da responsabilidade subsidiária ........................................................................... 136
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
INTRODUÇÃO
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Erivan Pereira de Franca
DECRETO-LEI 200/67
Art. 30. Serão organizadas sob a forma de sistema as atividades de pessoal,
orçamento, estatística, administração financeira, contabilidade e auditoria,
e serviços gerais, além de outras atividades auxiliares comuns a todos os
órgãos da Administração que, a critério do Poder Executivo, necessitem de
coordenação central.
§ 1º Os serviços incumbidos do exercício das atividades de que trata êste
artigo consideram-se integrados no sistema respectivo e ficam,
conseqüentemente, sujeitos à orientação normativa, à supervisão técnica
e à fiscalização específica do órgão central do sistema, sem prejuízo da
subordinação ao órgão em cuja estrutura administrativa estiverem
integrados.
[...]
Art. 31. A estruturação dos sistemas de que trata o artigo 30 e a
subordinação dos respectivos Órgãos Centrais serão estabelecidas em
decreto.
O SISG foi instituído pelo Decreto 1.094, de 23.3.1994, sendo integrado pelos
órgãos e unidades da Administração Federal direta, autárquica e fundacional.
DECRETO 1.094/94
Art. 1º Ficam organizadas sob a forma de sistema, com a designação de
Sistema de Serviços Gerais (SISG), as atividades de administração de
edifícios públicos e imóveis residenciais, material, transporte,
comunicações administrativas e documentação.
§ 1º Integram o SISG os órgãos e unidades da Administração Federal
direta, autárquica e fundacional, incumbidos especificamente da execução
das atividades de que trata este artigo.
[...]
Art. 2º O SISG compreende:
I - o órgão central, responsável pela formulação de diretrizes, orientação,
planejamento e coordenação, supervisão e controle dos assuntos relativos
a Serviços Gerais;
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2 recomendar à Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação
(SLTI/MP) que:
[...]
9.2.2. elabore um modelo de processo de aquisições para a Administração
Pública, para a contratação de bens e serviços, e a gestão dos contratos
decorrentes, considerando as diretrizes constantes dos Acórdãos 786/2006,
1480/2008 e 1.915/2010, todos do Plenário do TCU, adaptando-os à
aquisição de objetos de todos os tipos e não apenas aos objetos de
tecnologia da informação, em especial:
9.2.2.1. modelagem básica dos processos de trabalho de aquisição,
incluindo o planejamento da contratação, a seleção do fornecedor e a
gestão dos contratos decorrentes;
9.2.2.2. definição de papeis e responsabilidades dos agentes envolvidos em
cada fase;
9.2.2.3. elaboração de modelos de artefatos a serem produzidos;
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
LEI 8.443/92
(Lei Orgânica do TCU)
Art. 1° Ao Tribunal de Contas da União, órgão de controle externo,
compete, nos termos da Constituição Federal e na forma estabelecida nesta
Lei:
[...]
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Erivan Pereira de Franca
XVII - decidir sobre consulta que lhe seja formulada por autoridade
competente, a respeito de dúvida suscitada na aplicação de dispositivos
legais e regulamentares concernentes a matéria de sua competência, na
forma estabelecida no Regimento Interno.
[...]
§ 2° A resposta à consulta a que se refere o inciso XVII deste artigo tem
caráter normativo e constitui prejulgamento da tese, mas não do fato ou
caso concreto.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1. Constitui irregularidade a inobservância, pelos administradores de
órgãos e entidades jurisdicionados, dos entendimentos firmados pelo
Tribunal de Contas da União, em especial na área de licitações.
Representação acerca de possíveis irregularidades em pregão eletrônico
promovido pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), destinado à
contratação de empresa especializada na prestação de serviços técnicos de
engenharia para fiscalização de obra de edificação, apontara possível
restrição à competitividade do certame, decorrente de exigência editalícia
de quantitativos mínimos para se atestar a capacidade técnica. Em sede de
oitiva, após a concessão da cautelar pleiteada pela representante, a Unifesp
aduziu que os quantitativos exigidos foram fixados com base no enunciado
24 da Súmula de Jurisprudência do Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo, que os admite para serviços similares, em regra, na proporção de 50
a 60% da execução pretendida, ou outro percentual, desde que
devidamente justificado. Analisando o argumento, lembrou o relator que
“não se pode perder de vista que, no que concerne a normas gerais de
licitação, devem as entidades jurisdicionadas acatar o posicionamento do
Tribunal de Contas da União, conforme expresso no enunciado nº 222 da
Súmula de Jurisprudência do TCU, verbis: As Decisões do Tribunal de Contas
da União, relativas à aplicação de normas gerais de licitação, sobre as quais
cabe privativamente à União legislar, devem ser acatadas pelos
administradores dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios”. Considerou o relator, contudo, que o caso concreto
albergou extrapolação mínima do limite tradicionalmente aceito pelo TCU
(50%), e em consonância com orientação do órgão estadual de controle. E
que, “diante da ausência de uma regência objetiva quanto ao mencionado
limite na Súmula do TCU, seria até natural que o gestor buscasse orientação
complementar sumulada por outro órgão com atribuições semelhantes à
Corte de Contas Federal, no caso, o TCE/SP, não sendo razoável, portanto,
desaprovar sua conduta”. Nesse sentido, o Plenário do TCU, acatando a
proposta do relator, julgou parcialmente procedente a Representação,
revogando a cautelar adotada e cientificando a Unifesp de que “constitui
irregularidade a inobservância, na tomada de decisões, em especial, na
área de licitações, dos entendimentos firmados no âmbito do Tribunal de
Contas da União, conforme enunciado nº 222 da Súmula de Jurisprudência
deste Tribunal”.
(Acórdão 3104/2013 – Plenário – INFORMATIVO 178)
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Erivan Pereira de Franca
1. O FISCAL/GESTOR DE CONTRATO
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
DOUTRINA
Igualmente relevante observar que a figura do fiscal do contrato não deve
ser confundida com a do gestor do contrato.
Não obstante a não segregação dessas duas atribuições não possa ser
considerada ilegal, ela deve ser evitada. Ao fiscal do contrato do contrato,
como observado, cumpre verificar a correta execução do objeto da avença,
de modo a legitimar a liquidação dos pagamentos devidos ao contratado,
ou, conforme o caso, para orientar as autoridades competentes acerca da
necessidade de serem aplicadas sanções ou de rescisão contratual. O gestor
do contrato, a seu turno, é aquele a quem incumbe tratar com o
contratado. Ou seja, o gestor do contrato tema função de conversar com o
contratado, de exigir que este último cumpra o que foi pactuado, de sugerir
eventuais modificações contratuais.
É recomendável, todavia, que as funções de fiscalização e de gestão de
contratos sejam executadas por pessoas distintas, de modo a realizar o
princípio da segregação das funções.
(Lucas Rocha Furtado)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
26. A razão para tal condenação foi a seguinte: “Sr. [...], à época
engenheiro executor do contrato e responsável pela fiscalização do
mesmo, por certificar que o serviço [...] foi executado pela Construtora
Gautama Ltda. de acordo com as condições contratuais e por declarar na
nota fiscal 465/2002 da mesma empresa que o serviço foi prestado, embora
a execução do serviço não tenha sido comprovada, descumprindo o art. 40,
§ 3°, da Lei n. 8.666/93 c/c os arts. 62 e 63 do Decreto n. 4.320/1964”
(trecho do relatório que fundamentou o acórdão 7.778/2015-2ª Câmara).
27. Vê-se, pois, que o responsável foi presidente da comissão de
licitação da concorrência 01/2000-CEL/SAA-DF, engenheiro executor do
contrato decorrente do certame e responsável por sua fiscalização.
28. Sem aprofundar no tema, esse fato, por si só, já merece reprimenda
por afrontar o princípio da segregação de funções, ainda mais quando
praticado juntamente com outros fatos irregulares e que foram objeto de
exame nestes autos.
(Acórdão 2851/2016 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.10. dar ciência [...] de que foram detectadas as impropriedades e
irregularidades a seguir listadas (...):
9.10.9. designação de mesmos servidores para desempenho de
atribuições em diversas fases e procedimentos de um mesmo processo de
licitação e contratação, a exemplo da elaboração do edital (e do
orçamento, termo de referência, anexos etc.), da participação na
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[RELATÓRIO]
Configura-se ausência de segregação de funções o acúmulo de ações
sensíveis por esses integrantes da Administração Pública que atuaram não
só durante a fase interna do procedimento licitatório, mas também na fase
externa, como por exemplo na fiscalização dos serviços prestados por
empresas por eles indicadas.
[VOTO]
8. Com efeito, ao compulsar diversos certames conduzidos pelo [...],
relacionados no relatório antecedente, é possível constatar que os
procedimentos foram centrados em determinados servidores, expondo a
Administração Pública aos riscos inerentes à não observância do princípio
da segregação de funções.
9. Nesse sentido cito, a título exemplificativo, o acontecido na [...], onde o
Coordenador do Serviços de Segurança acumulou as seguintes funções: a)
iniciou procedimentos para a contratação de serviços de segurança; b)
indicou as empresas que seriam consultadas para a formação de preços de
referência; c) determinou o preço de referência; d) justificou dispensas de
licitação por contratos emergenciais; e) fiscalizou a execução; f) elaborou
plano de trabalho e projeto básico.
[ACÓRDÃO]
9.1. Determinar [...] audiência dos responsáveis [...] para os achados de
auditoria apontados no relatório de fiscalização objeto deste processo,
abaixo elencados:
9.1.1.1. ter permitido o acúmulo de funções por servidores,
comprometendo o princípio da segregação de funções nos setores de
contratação de serviços de terceiros, contrariando o disposto na
Constituição Federal, art. 37, caput, conforme descrito no item 3.1 do
relatório de fiscalização;
(Acórdão 952/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.6. implemente políticas e procedimentos formalizados que estabeleçam
a separação entre funções e atividades consideradas incompatíveis,
atentando também para que os servidores responsáveis pela realização da
despesa ou pela solicitação da aquisição/prestação de serviços, não
participem como membros de comissões instituídas para licitar, inclusive
pregoeiro e equipe de apoio e como responsáveis pelo recebimento e
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Erivan Pereira de Franca
DECRETO 9.507/2018
Art. 11. A gestão e a fiscalização de que trata o art. 10 competem ao gestor
da execução dos contratos, auxiliado pela fiscalização técnica,
administrativa, setorial e pelo público usuário e, se necessário, poderá ter o
auxílio de terceiro ou de empresa especializada, desde que justificada a
necessidade de assistência especializada.
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta
Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
III - fiscalizar-lhes a execução;
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
9. A propósito, vale registrar que a prerrogativa conferida à Administração
de fiscalizar a implementação da avença deve ser interpretada também
como uma obrigação. Por isso, fala-se em um poder-dever, porquanto, em
deferência ao princípio do interesse público, não pode a Administração
esperar o término do contrato para verificar se o objeto fora de fato
concluído conforme o programado [...]
(Acórdão 1632/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
31. Com efeito, o art. 67 da Lei nº 8.666/93 dispõe que a execução do
contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da
Administração especialmente designado, o qual, de acordo com o art. 6º
do Decreto Federal nº 2.271/97, deverá proceder ao registro das
ocorrências, "adotando as providências necessárias ao seu fiel
cumprimento, tendo por parâmetro os resultados previstos no contrato". O
fiscal tem, pois, a incumbência de exigir o fiel cumprimento das cláusulas
contratuais, devendo propor à autoridade competente a aplicação de
sanções por irregularidades identificadas na execução do contrato.
32. Não se pode ignorar que a prerrogativa conferida à Administração de
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3 alertar a Secretaria de Estado de Infraestrutura de Mato Grosso -
Sinfra/MT que:
[...]
9.3.2 na gestão de recursos públicos federais, mister se faz fiscalizar os
contratos administrativos celebrados com atenção ao art. 58, inciso III, ao
art. 67, caput e § 1º, e ao art. 69 da Lei nº 8.666/93, de forma que
representante da Administração anote em registro próprio todas as
ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que
for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados, bem como
exigir a reparação, correção, remoção, reconstrução ou substituição, às
expensas do contratado, no total ou em parte, do objeto do contrato em
que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução
ou de materiais empregados;
(Acórdão 1694/2010 – Plenário)
ORIENTAÇÃO DO TCU
É dever da Administração acompanhar e fiscalizar o contrato para verificar
o cumprimento das disposições contratuais, técnicas e administrativas, em
todos os seus aspectos, consoante o disposto no art. 67 da Lei nº
8.666/1993. Acompanhamento e fiscalização de contrato são medidas
poderosas colocadas à disposição do gestor na defesa do interesse público.
DOUTRINA
No âmbito dos contratos administrativos, a Administração terá não apenas
o direito, mas igualmente o dever de acompanhar a perfeita execução do
contrato. Fala-se, assim, em poder-dever da Administração de promover a
devida fiscalização da execução do contrato.
Em decorrência da supremacia do interesse público, não pode a
Administração assumir posição passiva e aguardar que o contratado
cumpra todas as suas obrigações contratuais. (...) Durante a própria
execução do contrato deverá ser verificado se o contratado está cumprindo
todas as etapas e fases do contrato. Essa forma de agir preventiva apenas
benefícios traz para a Administração.
(Lucas Rocha Furtado)
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
12. Registro que a entidade pública pode se resguardar de possíveis
responsabilidades, relativamente às obrigações trabalhistas, por meio de
uma eficiente fiscalização do contrato. Podem-se condicionar os
pagamentos mensais às comprovações da efetiva realização dos dispêndios
concernentes aos salários e às obrigações trabalhistas do mês anterior. Tal
procedimento, ao tempo que resguarda a entidade pública, não
compromete o certame licitatório com exigências não amparadas pela Lei
8.666/93.
[ACÓRDÃO]
9.3.4. fiscalize a execução dos contratos de prestação de serviços, em
especial no que diz respeito à obrigatoriedade de a contratada arcar com
todas as despesas decorrentes de obrigações trabalhistas relativas a seus
empregados, de modo a evitar a responsabilização subsidiária da entidade
pública;
(Acórdão 112/2007 – Plenário)
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Erivan Pereira de Franca
IN 05/2017
Art. 41. A indicação do gestor, fiscal e seus substitutos caberá aos setores
requisitantes dos serviços ou poderá ser estabelecida em normativo próprio
de cada órgão ou entidade, de acordo com o funcionamento de seus
processos de trabalho e sua estrutura organizacional.
§ 1º Para o exercício da função, o gestor e fiscais deverão ser cientificados,
expressamente, da indicação e respectivas atribuições antes da
formalização do ato de designação.
§ 2º Na indicação de servidor devem ser considerados a compatibilidade
com as atribuições do cargo, a complexidade da fiscalização, o quantitativo
de contratos por servidor e a sua capacidade para o desempenho das
atividades.
§ 3º Nos casos de atraso ou falta de indicação, de desligamento ou
afastamento extemporâneo e definitivo do gestor ou fiscais e seus
substitutos, até que seja providenciada a indicação, a competência de suas
atribuições caberá ao responsável pela indicação ou conforme previsto no
normativo de que trata o caput.
Art. 42. Após indicação de que trata o art. 41, a autoridade competente do
setor de licitações deverá designar, por ato formal, o gestor, o fiscal e os
substitutos.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1. [...] recomendar ao Hospital de Clinicas da Universidade Federal do
Paraná que:
9.1.1. providencie portaria de designação específica para fiscalização de
cada contrato [...] e que constem claramente as atribuições e
responsabilidades, de acordo com o estabelecido pela Lei 8.666/93 em seu
artigo 67;
(Acórdão 1094/2013 – Plenário)
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
(...) outro aspecto que chamou a atenção foi a exigência de nomeação de
servidor responsável pela fiscalização dos contratos, violando, assim, o art.
67 da Lei 8.666/93. A esse respeito, [...] a melhor compreensão do aludido
dispositivo é no sentido de que pode ser designado um determinado
servidor, uma comissão, ou até mesmo o chefe de um setor específico
[...], neste caso, sem a necessidade de personificar esse ou aquele
servidor.
Outro aspecto que deve ser considerado é que a nomeação poderá ser
realizada por simples despacho da autoridade administrativa no próprio
processo de aquisição/pagamento, sem a necessidade de portarias.
(Acórdão 792/2008 – Segunda Câmara)
[ACÓRDÃO]
9.3 dar ciência à Prefeitura Municipal de Jequiá da Praia/AL das seguintes
impropriedades:
[...]
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. determinar à Universidade Federal Rural da Amazônia – Ufra que adote
providências, inclusive no que concerne ao estabelecimento de rotinas de
trabalho adequadas, no sentido de evitar a repetição das seguintes falhas:
[...]
9.2.3. ausência de designação formal de servidor para exercer a função de
fiscal de contrato, a fim de acompanhar e fiscalizar a avença, pois tal
conduta caracteriza infração ao que estabelece o art. 67 da Lei nº
8.666/1993;
(Acórdão 1867/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.20. dar ciência à Furnas Centrais Elétricas S.A. quanto às seguinte falhas:
9.20.1. à necessidade da substituição de fiscais e auxiliares de fiscalização
dos contratos que estejam na situação de terceirizados ou outra análoga,
não efetiva, por servidores do quadro de pessoal de Furnas e que não
tenham participação direta ou indireta com a licitação que originou o
contrato a ser fiscalizado, de forma a atender ao princípio de controle de
segregação de funções e permitindo o aprimoramento do controle interno;
(Acórdão 100/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
4.1.3. pela ausência de designação formal de fiscal para os contratos de
limpeza, vigilância, prestação de serviços por terceirizados, compra de
passagens, confecção de chaves e carimbos, fotocópias, serviços de
engenharia, abastecimento de água, fornecimento de energia, combustíveis
e telefonia, em descumprimento ao art. 67 da Lei nº 8.666, de 1993;
[...]
Contas julgadas irregulares com aplicação de multa;
(Acórdão 6780/2011 – Segunda Câmara)
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Erivan Pereira de Franca
IN 05/2017
Art. 43. O encargo de gestor ou fiscal não pode ser recusado pelo servidor,
por não se tratar de ordem ilegal, devendo expor ao superior hierárquico as
deficiências e limitações técnicas que possam impedir o diligente
cumprimento do exercício de suas atribuições, se for o caso.
Parágrafo único. Ocorrendo a situação de que trata o caput, observado o §
2º do art. 42, a Administração deverá providenciar a qualificação do
servidor para o desempenho das atribuições, conforme a natureza e
complexidade do objeto, ou designar outro servidor com a qualificação
requerida.
LEI 8.112/90
Art. 116. São deveres do servidor: (...)
IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais.
LEI 5.194/66
Art. 7º As atividades e atribuições profissionais do engenheiro (...)
consistem em: (...)
e) fiscalização de obras e serviços técnicos;
[...]
Art. 8º As atividades e atribuições enunciadas nas alíneas “a”, (...) “e” e “f”
do artigo anterior são da competência de pessoas físicas, para tanto
legalmente habilitadas.
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
4. O art. 67 da Lei 8.666/1993 exige a designação, pela Administração, de
representante para acompanhar e fiscalizar a execução, facultando-se a
contratação de empresa supervisora para assisti-lo. Assim, parece-me claro
que o contrato de supervisão tem natureza eminentemente assistencial
ou subsidiária, no sentido de que a responsabilidade última pela
fiscalização da execução não se altera com sua presença, permanecendo
com a Administração Pública.
(Acórdão 2930/2006 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3 recomendar à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares que:
9.3.3 institua política de capacitação, de forma regulamentada, com o
objetivo de estimular o aprimoramento dos servidores dos hospitais
universitários na legislação e jurisprudência aplicáveis aos seus processos
de trabalho, especialmente aqueles relacionados com as áreas de licitações
e contratos, planejamento e execução orçamentária, acompanhamento e
fiscalização contratual e outras áreas da esfera administrativa, de modo a
subsidiar melhorias no desenvolvimento de atividades nas áreas de
suprimentos/compras, licitações/contratos e recebimento e atesto de
serviços, bem como identificação de fraudes, conluios e outros ilícitos
relacionados às contratações da entidade;
(Acórdão 1610/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.7. providencie a atualização de todas as portarias de fiscalização de
contratos, de modo que sejam renovadas aquelas que permanecem por
duas vigências, ininterruptas, com o mesmo fiscal, e que a quantidade de
contratos por fiscal, flexibilizada em conjunto com a complexidade, seja
distribuída equitativamente entre os servidores designados;
(Acórdão 1612/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[SUMÁRIO]
RECURSOS DE RECONSIDERAÇÃO EM TOMADA DE CONTAS ESPECIAL.
IRREGULARIDADES. CONHECIMENTO. PROVIMENTO PARCIAL DE UM
RECURSO. NÃO PROVIMENTO DOS DEMAIS. CIÊNCIA AOS INTERESSADOS.
25
Erivan Pereira de Franca
PORTARIA MP 409/2016
Art. 6º A contratante designará, formalmente, servidor ou empregado de
seu quadro próprio para atuar como gestor do contrato de prestação de
serviços, o qual, tendo como parâmetro o objeto e os resultados previstos
no contrato:
I - será responsável pelo seu acompanhamento e fiscalização; e
II - registrará as ocorrências e adotará providências para o seu regular
cumprimento.
Parágrafo único. O gestor do contrato poderá, a qualquer tempo, solicitar
informações ou documentos para averiguar o cumprimento das obrigações
legais por parte da contratada, podendo ser auxiliado por fiscais
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Erivan Pereira de Franca
designados para esse fim, bem como ser assistido por terceiro ou empresa,
desde que justifique a necessidade de assistência especializada.
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Erivan Pereira de Franca
Já o recebimento definitivo será feito pelo gestor do contrato (art. 50, II).
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
17. Já os demais responsáveis devem ter suas contas julgadas irregulares,
com imputação de débito e aplicação de multa (vide tabelas com valores
originais e datas de ocorrência no relatório precedente).
18. Com relação à responsabilidade da Sra. [...], a unidade técnica
pertinentemente ressaltou que a alegação de que atuou apenas como
habilitadora de benefício não afasta a responsabilidade da ex-servidora. A
habilitação constitui processo necessário e anterior à concessão e, in casu,
possibilitou o pagamento de benefícios irregulares que trouxeram prejuízo
ao erário. A situação ainda se agrava diante do fato de que as habilitações
eram efetuadas sem a presença de documentos dos requerentes, ainda que
a pedido do superior hierárquico da responsável.
19. Vale relembrar, por oportuno, que a condenação em débito independe
da ocorrência de conduta dolosa ou de locupletamento, bastando, para
tanto, a constatação de conduta culposa (stricto sensu) dos responsáveis
pela irregularidade que ocasionou o dano. Assim, o argumento de que não
agiu com dolo não merece prosperar.
[ACÓRDÃO]
9.4 [...], julgar irregulares as contas da Sra. [...];
9.5 condenar os responsáveis citados no subitem acima ao pagamento das
quantias a seguir especificadas, com a fixação do prazo de quinze dias, a
contar da notificação, para comprovar, perante o TCU (art. 214, inciso III,
alínea "a", do Regimento Interno), o recolhimento da dívida aos cofres do
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, atualizada monetariamente e
acrescida dos juros de mora, calculados a partir das datas discriminadas, até
a data do recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor, em
decorrência da concessão irregular de aposentadorias por tempo de
serviço, ocasionando prejuízo aos cofres públicos:
(Acórdão 2367/2015 – Plenário)
31
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
9. Com relação à terceira ponderação, lembro que não é necessário que
haja enriquecimento ilícito, má-fé ou ação dolosa do agente para fins de
responsabilização perante o TCU. A responsabilidade dos gestores em face
desta Corte é de natureza subjetiva, se origina de conduta comissiva ou
omissiva do agente, dolosa ou culposa, cujo resultado seja a violação dos
deveres impostos pelo regime de direito público aplicável àqueles que
administram recursos federais ou ainda aos que, sem deter essa condição,
causarem prejuízo aos cofres públicos (v.g. Acórdãos nºs 6.479/2014, da 2ª
Câmara, e 1.512/2015, do Plenário).
[...]
[ACÓRDÃO]
9.1. com fulcro nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei nº 8.443/1992, conhecer do
presente recurso de reconsideração, para, no mérito, negar-lhe
provimento, de modo a manter inalterado o acórdão recorrido;
(Acórdão 6660/2015 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
24. Concluo repisando que a responsabilização perante esta Corte de
Contas é de natureza subjetiva e que o dever de reparar um prejuízo
causado ao Erário independe da intenção do agente que praticou o ato
irregular, bastando, sob o exame da conduta, que tenha atuado com culpa
stricto sensu.
[...]
[ACÓRDÃO]
9.1. conhecer dos recursos interpostos por [omissis] para, no mérito, dar-
lhes provimento, tornando insubsistentes os subitens 9.5 e 9.8 do Acórdão
1.424/2014-TCU-Plenário;
9.2. conhecer dos recursos interpostos pelas empresas [omissis] e [omissis]
para, no mérito, negar- lhes provimento;
(Acórdão 2067/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
11. Como é sabido, no TCU, para a responsabilização e penalização do
gestor é prescindível a presença do dolo. Restando comprovado que o
responsável agiu com imperícia e negligência, e, portanto, com culpa,
mesmo que cabível questionamento sobre a ocorrência do dolo, o Tribunal
pode reprovar suas contas e condená-lo ao ressarcimento do débito e a
pagamento de multa.
32
Erivan Pereira de Franca
[...]
15. Nestes autos, o recorrente tenta fazer crer que a manifestação do STJ,
na referida ação penal, ilide sua responsabilidade perante o TCU. Trata-se
de um raciocínio falho, porquanto baseado em uma construção dedutiva na
qual há flagrante ausência de premissas capitais para a validade da
conclusão.
16. A ausência de dolo pode até ser uma condição necessária para a não
responsabilização perante o TCU, mas certamente não é suficiente.
17. Ora, ainda que se afaste o dolo, a responsabilização ainda é possível,
se persistirem o dano e ao menos a denotação de culpa ou a falta da boa-
fé objetiva. Ou seja, as condições necessárias e suficientes ideais para uma
eventual não responsabilização constituem-se na ausência simultânea do
dolo, da culpa e do dano. É esta ilação que se depreende das citadas
palavras do atual Ministro-Presidente desta Corte, bem como do § 2º do
art. 12 da Lei 8.443/1992.
[...]
20. Por conseguinte, na gerência de contratos, se a falta de cuidado ou a
deficiência do gestor deu causa à concessão de vantagens indevidas, isto é
suficiente para condená-lo.
21. Cumpre enfatizar que a eventualidade de que o gestor tenha atuado
com base em parecer técnico, como consta da ementa do julgamento do
STJ, pode afastar-lhe o dolo, requerido no crime, mas não lhe retira a culpa,
nem lhe confere boa-fé objetiva.
22. Do contrário, vai-se criar uma perigosa situação de vazio de
responsabilidade, em que o gestor culpa o parecerista e este, que não é
gestor, se desculpa por ser mero opinante.
23. Inclusive, há que se ressaltar que, no presente caso, a decisão do STJ
não tem eficácia sobre a prova produzida no TCU, pois ela não negou os
fatos nem a autoria, mas tão somente deu uma valoração diferente à
conduta, o que é mais uma razão para que não se conheça do recurso.
(Acórdão 1253/2011 – Plenário)
33
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
8. A segunda omissão apontada, que também constato não existir, refere-
se à ausência de indicação específica de qual teria sido a conduta dolosa.
9. A apuração de responsabilidade nas matérias submetidas à apreciação
desta Corte de Contas não se vincula à indicação de conduta dolosa do
agente. Nos termos do parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal,
impõe-se ao gestor público o dever de demonstrar a boa e regular
aplicação dos recursos sob sua guarda, sendo que a omissão ou falta de
exação no cumprimento dessa obrigação induz à presunção de culpa.
Nesse sentido, cabe aos gestores demonstrar, por meio da competente
prestação de contas, que o patrimônio público foi administrado com estrita
observância dos dispositivos legais e regulamentares pertinentes. Caso
contrário, restará presumida sua culpa.
10. Por outro lado, cabe salientar, apenas a título de esclarecimento, que a
má-fé e o dolo podem configurar agravantes em relação à apuração da
responsabilidade por eventual dano causado aos cofres públicos, motivo
por que esses elementos subjetivos devem ser sopesados na dosimetria de
eventual multa a ser aplicada por esta Corte de Contas.
(Acórdão 760/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
O fiscal do contrato tem o dever de conhecer os limites e as regras para
alterações contratuais definidos na Lei de Licitações, e, por conseguinte, a
obrigação de notificar seus superiores sobre a necessidade de realizar o
devido aditivo contratual, evitando a atestação da execução de itens não
previstos no ajuste, sob pena de ser-lhe aplicada a multa do art. 58, inciso
II, da Lei 8.443/92.
34
Erivan Pereira de Franca
DOUTRINA
Para se verificar se existiu, ou não, erro de conduta, e portanto culpa, por
parte do agente causador do dano, mister se faz comparar o seu
comportamento com aquele que seria normal e correntio em um homem
médio, fixado como padrão. Se de tal comparação resultar que o dano
derivou de uma imprudência, imperícia ou negligência do autor do dano,
nos quais não incorreria o homem padrão, criado in abstracto pelo julgador,
caracteriza-se a culpa, ou seja, o erro de conduta.
(Sílvio Rodrigues)
35
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
RECURSOS DE RECONSIDERAÇÃO EM TOMADA DE CONTAS ESPECIAL.
IRREGULARIDADES. CONHECIMENTO. PROVIMENTO PARCIAL DE UM
RECURSO. NÃO PROVIMENTO DOS DEMAIS. CIÊNCIA AOS INTERESSADOS.
1. Demonstrado nos autos que a responsável pela fiscalização do contrato
tinha condições precárias para realizar seu trabalho, elide-se sua
responsabilidade.
2. Comprovado que os responsáveis pela execução técnica do contrato
objeto dos autos negligenciaram quanto à adoção de providências para
sanar irregularidades apresentadas no curso da execução desse contrato,
mantém-se, na íntegra, suas responsabilidades.
(Acórdão 839/2011 – Plenário)
36
Erivan Pereira de Franca
IN 05/2017
Art. 46. As ocorrências acerca da execução contratual deverão ser
registradas durante toda a vigência da prestação dos serviços, cabendo ao
gestor e fiscais, observadas suas atribuições, a adoção das providências
necessárias ao fiel cumprimento das cláusulas contratuais, conforme o
disposto nos §§ 1º e 2º do art. 67 da Lei nº 8.666, de 1993.
§ 1º O registro das ocorrências, as comunicações entre as partes e demais
documentos relacionados à execução do objeto poderão ser organizados
em processo de fiscalização, instruído com os documentos de que trata o §
4º do art. 42.
37
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.9. formalizem processos de execução dos contratos, reunindo a
documentação física e financeira, tais como solicitações de
compras/serviços, aprovações de compras/serviços, notas fiscais, atestos,
pareceres e relatórios de fiscalização e de acompanhamento do contrato,
comprovantes de pagamento, a fim de aperfeiçoar a gestão e atender ao
principio da eficiência;
9.2.10. nomeiem funcionário para atuar na condição de fiscal de contrato,
em atendimento ao princípio da eficiência;
(Acórdão 769/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.4.19. adote processo formal para acompanhar a execução contratual,
em atenção ao princípio constitucional da eficiência, incluindo controles
que permitam aos fiscalizadores dos contratos identificarem se todas as
obrigações do contratado foram cumpridas antes de autorizar o
pagamento, em observância ao disposto no art. 6º, IX, "e", da Lei nº
8.666/1993;
(Acórdão 1163/2008 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.1. exija e mantenha arquivados todos os documentos exigíveis da
contratada, ainda que em meio magnético, junto aos processos de
acompanhamento dos contratos, quando o instrumento celebrado assim o
exigir (...);
(Acórdão 2115/2008 – Plenário)
38
Erivan Pereira de Franca
✓ Proposta da Contratada
✓ Nota de Empenho
✓ Instrumento de Contrato
✓ Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho (em caso de terceirização)
✓ Comprovante da Garantia
✓ Documentos Recebidos da Contratada. Autenticidade: documento
físico, aplicar art. 32 da Lei 8.666/93; documentos digitalizados, com
certificação digital, art. 10, § 1º, da MP 2.200-2/2001
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1.4. promova o acompanhamento e a fiscalização efetivos da execução
dos contratos, procedendo ao registro de ocorrências e adotando as
providências necessárias ao seu fiel cumprimento, tendo como parâmetros
os resultados previstos no contrato, conforme preceituado no art. 67 da Lei
n. 8.666/1993;
(Acórdão 1543/2013 – Plenário)
✓ Atas de Reuniões
✓ Comunicações com a Contratada
✓ Fatos que Ensejam a Aplicação de Penalidades
✓ Controles de Qualidade e Tempestividade da Execução dos Serviços
✓ Deficiências na Prestação dos Serviços, ou Inexecução
✓ Verificação do Cumprimento das Obrigações Fiscais, Trabalhistas e
Previdenciárias
✓ Pagamentos Mensais à Contratada.
39
Erivan Pereira de Franca
PORTARIA MP 409/2016
Art. 2º Para a execução indireta de serviços, no âmbito dos órgãos e das
entidades de que trata o art. 1º, as contratações deverão ser precedidas de
planejamento e o objeto será definido de forma precisa no edital, no
projeto básico ou no termo de referência e no contrato como
exclusivamente de prestação de serviços.
[...]
§ 2º É obrigatório que os instrumentos convocatórios e os contratos
mencionados no caput contenham cláusulas que:
[...]
II - exijam a indicação de preposto da contratada para representá-la na
execução do contrato;
40
Erivan Pereira de Franca
IN 05/2017
Art. 45. Após a assinatura do contrato, sempre que a natureza da
prestação dos serviços exigir, o órgão ou entidade deverá promover
reunião inicial para apresentação do plano de fiscalização, que conterá
informações acerca das obrigações contratuais, dos mecanismos de
fiscalização, das estratégias para execução do objeto, do plano
complementar de execução da contratada, quando houver, do método de
aferição dos resultados e das sanções aplicáveis, dentre outros.
§ 1º Os assuntos tratados na reunião inicial devem ser registrados em ata e,
preferencialmente, estarem presentes o gestor, o fiscal ou equipe
responsável pela fiscalização do contrato, o preposto da empresa, e, se for
o caso, o servidor ou a equipe de Planejamento da Contratação.
§ 2º O órgão ou entidade contratante deverá realizar reuniões periódicas
com o preposto, de modo a garantir a qualidade da execução e os
resultados previstos para a prestação dos serviços.
IN 04/2014
Art. 32. As atividades de início do contrato compreendem:
[...]
III - realização de reunião inicial convocada pelo Gestor do Contrato com a
participação dos Fiscais Técnico, Requisitante e Administrativo do Contrato,
da contratada e dos demais intervenientes por ele identificados, cuja pauta
observará, pelo menos:
a) presença do representante legal da contratada, que apresentará o
preposto da mesma;
b) entrega, por parte da contratada, do termo de compromisso e do termo
de ciência, conforme art. 19, inciso V; e
c) esclarecimentos relativos a questões operacionais, administrativas e de
gestão do contrato.
Encerrada a reunião, deve ser lavrada ata, a ser assinada pelos presentes e
incluída no processo de fiscalização e pagamento.
42
Erivan Pereira de Franca
Item 1 = Exame de cláusulas essenciais do contrato, especialmente aquelas que digam respeito às obrigações
das partes, ao acompanhamento e fiscalização, à aplicação de penalidades e à liquidação e pagamento;
Item 2 = leitura de pontos específicos do Projeto Básico ou Termo de Referência, especialmente quanto às
especificações técnicas dos serviços a serem executados, especialmente no que diz respeito à qualificação do
pessoal a ser empregado na execução dos serviços;
Item 3 = revisão dos métodos de acompanhamento e avaliação dos serviços, cronogramas e planilhas, inclusive
a coleta de dados e documentos para elaboração da planilha-resumo, instrumentos previstos no Termo de
Referência etc.;
Item 4 = exame das normas internas do contratante que devam ser observadas, na execução contratual, pela
empresa e seus empregados, tais como: normas de acesso às instalações físicas, de uso de crachás de
identificação, de acesso a sistemas informatizados, de uso de equipamentos ou de meios de comunicação
eletrônica etc.;
Item 5 = definição, após análise do contrato, de todos os documentos a serem apresentados pelo contratado e
os respectivos prazos de apresentação;
Item 6 = xx
[...]
ATA
Deliberações Tomadas: (O que será feito? Quem fará? Quando? A quem relatará?). Ajustes realizados entre
as partes contratantes
Sobre o Item 1 =
✓ Decidiu-se que ...
Sobre o Item 2 = xx
✓ Decidiu-se que ...
Sobre o Item 3 = xx
✓ Decidiu-se que ...
[...]
ASSINATURAS
FISCAL DO CONTRATO PREPOSTO DA CONTRATADA
43
Erivan Pereira de Franca
44
Erivan Pereira de Franca
IN 05/2017
Art. 5º. É vedado à Administração ou aos seus servidores praticar atos de
ingerência na administração da contratada, tais como:
[...]
II - direcionar a contratação de pessoas para trabalhar nas empresas
contratadas.
IN 04/2014
Art. 7º. É vedado:
[...]
III - indicar pessoas para compor o quadro funcional da contratada;
Esta é mais uma forte razão pela qual os servidores que atuarão na
fiscalização do contrato devem participar do planejamento da contratação, para
que possam opinar quanto à qualificação exigível do pessoal prestador dos
serviços.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
6. A manutenção da possibilidade de contratação de pessoas físicas e
jurídicas cujos sócios tenham grau de parentesco com empregados do
Sebrae fere os princípios constitucionais da moralidade, da igualdade e da
impessoalidade. A possibilidade de assegurar o direito à contratação dos já
credenciados, enquadrados na situação jurídica impugnada, antes de
sanear a irregularidade, agrava a desigualdade, ao dar tratamento
diferenciado a situações idênticas.
(Acórdão 1282/2014 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[...] consignou o relator que “a despeito de não haver, na Lei nº 8.666/1993,
vedação expressa de contratação, pela Administração, de empresas
pertencentes a parentes de gestores públicos envolvidos no processo, a
jurisprudência desta Corte tem se firmado no sentido de considerar que há
um evidente e indesejado conflito de interesses e que há violação dos
princípios constitucionais da moralidade e da impessoalidade”.
Exemplificou transcrevendo trecho do voto condutor do Acórdão
1.511/2013-Plenário, no qual é enfatizada a afronta aos princípios
constitucionais, mormente nos casos em que o servidor/gestor público atua
na condição de autoridade homologadora do certame. Em conclusão,
46
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.4. determinar [....] que, em respeito aos princípios constitucionais da
impessoalidade e da moralidade, atente para a necessidade de ser
obstaculizada qualquer forma de interferência do órgão, por meio de seus
agentes públicos, sobre o gerenciamento dos recursos humanos das
empresas contratadas para a prestação de serviços terceirizados, em
especial, no tocante à indicação dos empregados que devem ser
contratados por tais empresas para prestarem os referidos serviços;
(Acórdão 47/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
12. Como se vê, a resposta do responsável não permite precisar o mês e o
ano em que seu filho foi desligado do contrato firmado entre o [omissis].
De qualquer forma — considerando-se exatos os esclarecimentos prestados
—, o Sr. [omissis] permaneceu vinculado ao contrato por, no máximo,
pouco mais de três anos.
13. Registro, ainda, que uma melhor e mais precisa compreensão da
configuração do nepotismo somente veio a ocorrer com os debates —
acontecidos no Supremo Tribunal Federal no ano de 2008, isto é,
posteriormente ao exercício das presentes contas anuais — que vieram a
redundar na aprovação e edição da Súmula Vinculante nº 13, direcionada
aos servidores públicos. Ademais, até a edição do Decreto nº 7.203, de
4/6/2010, não havia parâmetros bem definidos no que se refere à
prestação de serviços por terceiros, ora normatizado no art. 7º do citado
Decreto.
(Acórdão 3001/2011 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.5 abstenha, em atendimento ao art. 3º, § 1º, I, da Lei nº 8.666/1993 e
aos princípios da impessoalidade e da moralidade, de incluir no termo de
referência, inclusive em contratos mensurados e pagos por resultados,
quaisquer elementos que possam caracterizar ingerência indevida do ente
público na administração de empresa privada, a exemplos dos seguintes:
[...]
9.3.5.2 submissão de trabalhador a teste de conhecimento, competências
e habilidades e a sua substituição com base nesse teste;
(Acórdão 947/2010 – Plenário)
47
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.4.3. defina, nos editais, os cursos superiores e técnicos requeridos, bem
como a forma de comprovação da aptidão dos profissionais prestadores
de serviço, visando a garantir a utilização de pessoal devidamente
qualificado na execução do contrato (subitem 9.3.12 do Acórdão 667/2005-
Plenário);
(Acórdão 331/2010 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.1. em consonância com os princípios constitucionais da moralidade e da
impessoalidade, ao contratar empresas prestadoras de serviços, não
permita o direcionamento e/ou indicação, por parte de seus servidores,
de pessoas, em especial parentes, para trabalharem nessas empresas de
forma a evitar situações semelhantes às ocorridas quando da contratação
das empresas [...];
(vide, no mesmo sentido: Acórdão 3585/2006 – Primeira Câmara; Acórdão
606/2008 – Plenário)
(Acórdão 95/2005 – Plenário)
48
Erivan Pereira de Franca
2.4. Checklist’s
PROVIDÊNCIAS INICIAIS APÓS A NOMEAÇÃO DO FISCAL
Imediatamente após a sua nomeação como fiscal de contrato, é recomendável que você adote algumas
providências preliminares antes de iniciar as ações de fiscalização propriamente ditas. Seguem algumas sugestões.
Inclua outros tópicos conforme as peculiaridades e características do contrato.
Realizada
I – Providências Preliminares a Cargo do Fiscal Nomeado Observações
Sim Não
1. Examinar o edital da licitação ou do ato que a dispensou
2. Examinar o termo de referência (atenção às especificações
técnicas e modo de execução dos serviços)
3. Examinar o contrato (atenção às obrigações das partes;
liquidação e pagamento; prazos; sanções)
4. Solicitar da contratada carta de nomeação do preposto
(com indicação expressa dos poderes a ele conferidos); tal
documento poderá ser apresentado na reunião inicial (vide
checklist específico)
5. Obter cópia da publicação da portaria de nomeação
6. Obter, junto ao superior hierárquico, concessão de perfil de
acesso ao sistema informatizado de gestão contratual (caso
aplicável)
7. Registrar os dados contratuais pertinentes no sistema
informatizado de gestão contratual
8. Fazer o lançamento dos dados do contrato no SIASG (caso
seja atribuição da fiscalização)
9. Revisar os instrumentos formais de fiscalização previstos
no edital, no termo de referência e no contrato (planilhas,
mapas de acompanhamentos, formulários etc.)
10. Autuar processo de fiscalização e pagamento (vide checklist
específico), caso lhe seja permitido
Após realizar as ações iniciais acima recomendadas, autue processo de fiscalização e pagamento (caso tenha
autorização para fazê-lo). Prepare a agenda da reunião inicial com o preposto da contratada e marque data e hora
para realizá-la (vide checklist específico sobre reunião inicial).
49
Erivan Pereira de Franca
50
Erivan Pereira de Franca
Realizada
Outas ações e procedimentos Observações
Sim Não
22.
23.
Adotados os procedimentos iniciais de fiscalização, verifique os procedimentos recomendados de fiscalização
mensal do contrato, sugeridos em checklist específico
51
Erivan Pereira de Franca
20.
21.
Após realizar a reunião inicial com o preposto, inicie efetivamente os procedimentos de acompanhamento da
execução dos serviços e fiscalização do cumprimento das obrigações pactuadas. Verifique se os documentos
necessários ao acompanhamento do contrato constam do processo de fiscalização e pagamento.
52
Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
54
Erivan Pereira de Franca
✓ interesse da Administração;
55
Erivan Pereira de Franca
LEI 8.666/93
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos [...]
IN 05/2017
ANEXO X – DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS
1. Durante a fase de execução da prestação dos serviços, o objeto
contratado poderá ser alterado, desde que justificadamente, na forma
prevista no art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Faça constar, nas alterações de contratos firmados com particulares, as
devidas justificativas prévias, em conformidade com o disposto no art. 65
da Lei nº 8.666/1993.
Observe, nas alterações de contratos administrativos, o período de vigência
estabelecido, abstendo-se, especialmente, de efetuar, após expirada a
avença, supressões decorrentes das parcelas de serviços assumidas pelo
órgão, em conformidade com o disposto no art. 57, § 3º, da Lei n.
8.666/1993.
(Acórdão 1685/2009 – Plenário)
IN 05/2017
ANEXO X – DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS
2.4. As alterações deverão ser precedidas de instrução processual em que
deverão constar, no mínimo:
a) a descrição do objeto do contrato com as suas especificações e do modo
de execução;
b) a descrição detalhada da proposta de alteração;
56
Erivan Pereira de Franca
57
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A alteração em projeto de obra é medida excepcional, devendo ser
justificável tecnicamente e ter como resultado “um ganho palpável,
qualitativo ou quantitativo, para o interesse público.”
(Acórdão 1801/2008 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É possível a alteração no “objeto do contrato, desde que não haja,
evidentemente, desvirtuamento ou alteração radical do que foi ajustado.”
(Acórdão 2352/2006 – Plenário)
58
Erivan Pereira de Franca
59
Erivan Pereira de Franca
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:
I - unilateralmente pela Administração:
[...]
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites
permitidos por esta Lei;
§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições
contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços
ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do
contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento,
até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites
estabelecidos no parágrafo anterior, salvo:
I - (VETADO)
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A previsão normativa que autoriza à Administração exigir do contratado
acréscimos e supressões até os limites estabelecidos nos §§ 1º e 2º do art.
65 da Lei nº 8.666/1993 não lhe legitima agir contrariamente aos princípios
que regem a licitação pública, essencialmente o que busca preservar a
execução contratual de acordo com as características da proposta
60
Erivan Pereira de Franca
61
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A previsão normativa que autoriza à Administração exigir do contratado
acréscimos e supressões até os limites estabelecidos nos §§ 1º e 2º do art.
65 da Lei nº 8.666/1993 não lhe legitima agir contrariamente aos
princípios que regem a licitação pública, essencialmente o que busca
preservar a execução contratual de acordo com as características da
proposta vencedora do certame, sob pena de se ferir o princípio
constitucional da isonomia; referido comando legal teve como finalidade
única viabilizar correções quantitativas do objeto licitado, conferindo certa
flexibilidade ao contrato, mormente em função de eventuais erros advindos
dos levantamentos de quantitativos do projeto básico.
(Acórdão 1733/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
(...) se o fiscal tem a possibilidade de antever a necessidade de quantidade
maior, não deve instaurar certame tendo por objeto quantidade inferior. O
que é reprovável, por certo, é a burla à sistemática instituída pelo referido
62
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A Administração não tem liberdade para impor a alteração como e quando
melhor lhe aprouver; é preciso apresentar o motivo justificador da
alteração: fato superveniente à contratação, a revelar que a solução
identificada na fase de planejamento não se revelou a mais adequada.
(Acórdão 172/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A alteração em projeto de obra é medida excepcional, devendo ser
justificável tecnicamente e ter como resultado “um ganho palpável,
qualitativo ou quantitativo, para o interesse público.”
(Acórdão 1801/2008 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É possível a alteração no “objeto do contrato, desde que não haja,
evidentemente, desvirtuamento ou alteração radical do que foi ajustado.”
(Acórdão 2352/2006 – Plenário)
63
Erivan Pereira de Franca
Por exemplo: num contrato de vigilância, toma-se por base o preço global do
contrato e não um determinado posto.
64
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
As reduções ou supressões de quantitativos devem ser consideradas de
forma isolada, ou seja, o conjunto de reduções e o conjunto de acréscimos
devem ser sempre calculados sobre o valor original do contrato,
aplicando-se a cada um desses conjuntos, individualmente e sem nenhum
tipo de compensação entre eles, os limites de alteração estabelecidos no
art. 65 da Lei 8.666/93.
Ainda na Auditoria [...] fora verificada em dois contratos a adoção de
acréscimos contratuais superiores aos limites legais previstos no art. 65,
§1º, da Lei 8.666/93. Em um deles, “o terceiro, quinto e sétimo termos de
aditamento promoveram, em conjunto, supressões e acréscimos de serviços
de, respectivamente, 71,49% e 96,45% em relação ao valor original do
contrato”. Em outro, “foram procedidas supressões de 30,55% e acréscimos
de 51,08%”. Realizado o contraditório, alegaram os responsáveis que “foi
observada a disposição da Lei 8.666/1993, que não especifica que os
acréscimos e supressões devam ser contabilizados de forma individual e sim
sobre o valor contratual”. Segundo o relator, “tais percentuais foram
calculados pela equipe de auditoria segundo jurisprudência consolidada
desta Corte de Contas, no sentido de que as reduções ou supressões de
quantitativos devem ser consideradas de forma isolada, ou seja, o conjunto
de reduções e o conjunto de acréscimos devem ser sempre calculados sobre
o valor original do contrato, aplicando-se a cada um desses conjuntos,
individualmente e sem nenhum tipo de compensação entre eles, os limites
de alteração estabelecidos no art. 65 da Lei 8.666/1993”. A unidade
instrutiva propôs o acolhimento da defesa “com base em entendimento
adotado pelo TCU no Acórdão 3.105/2013-TCU-Plenário, o qual respondeu
consulta formulada pelo Ministério dos Transportes que é juridicamente
viável a compensação entre o conjunto de acréscimos e supressões ao
objeto dos contratos referentes a obras de infraestrutura celebrados antes
do trânsito em julgado do Acórdão 749/2010 - Plenário por órgãos e
entidades vinculados ao Ministério dos Transportes”. Analisando o mérito,
divergiu o relator da manifestação da unidade técnica, ante as
particularidades do caso concreto. Ademais, relembrou “o Acórdão que
responde à consulta tem caráter normativo e constitui prejulgamento da
tese, mas não do fato ou caso concreto”. Como registrado pela equipe de
fiscalização, prosseguiu, a “situação encontrada alterou significativamente
os quantitativos dos projetos inicialmente contratados, ocasionando
relevantes alterações em relação ao projeto básico originalmente licitado.
Do contrato 14/2006, por exemplo, permaneceu na planilha menos de 29%
do objeto originalmente licitado. Embora não tenha ocorrido variação
superior a 25% do valor inicial do contrato, o objeto licitado foi
profundamente alterado”. Outrossim, “há evidências de que houve
supressão de itens que eram essenciais para a conclusão do objeto ou à
integridade da ferrovia (proteção vegetal de taludes e drenagem) em alguns
pontos, causando perda de serviços já realizados”. Dessa forma, “a
supressão de serviços indispensáveis para a operação da ferrovia teve como
único objetivo aumentar a margem para acréscimos de serviços, de forma
que o valor final do contrato não superasse em mais de 25% o seu valor
original”. Nesses termos, e em harmonia com a solução adotada na
prolação do Acórdão 1.910/2012-Plenário, que multou os referidos
65
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Os limites mencionados nos §§ 1º e 2º do art. 65 da Lei nº 8.666/1993
devem ser verificados, separadamente, tanto nos acréscimos quanto nas
supressões de itens ao contrato, e não pelo cômputo final que tais
alterações (acréscimos menos decréscimos) possam provocar na equação
financeira do contrato.
Abstenha-se de requerer ou celebrar termos de aditamentos que
extrapolem os limites previstos no art. 65, §§ 1º e 2º, Lei nº 8.666/1993.
Tais limites podem ser ultrapassados somente quando atendidos
cumulativamente todos os pressupostos estabelecidos na Decisão
215/1999 Plenário. Esclarece-se ainda que:
- tais limites não se referem ao saldo dos acréscimos menos os
decréscimos, mas ao total tanto dos acréscimos quanto dos decréscimos;
- para se efetuar o cálculo do valor possível a ser aditado, deve-se, além de
atualizar o valor inicial do contrato, atualizar também os valores dos
aditivos já efetuados;
- o valor encontrado considerando a atualização do contrato se refere ao
valor possível de ser aditado na data em questão, mas, para se efetuar o
aditivo a preços iniciais, deve-se deflacionar o valor encontrado até a data-
base.
(Acórdão 1733/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.9. dar ciência ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Ceará – IFCE da necessidade de: (...)
9.9.8. observar, por ocasião da implementação de aditivos contratuais, o
limite máximo de 25% do valor inicial atualizado do contrato, nos termos
dos § § 1º e 2º do art. 65 da Lei 8.666/1993, ressaltando que os limites
previstos no referido dispositivo legal devem ser calculados tomando-se
como base o valor inicial do contrato, livre das supressões de itens nele
previstas;
(Acórdão nº 5954/2012 – Primeira Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. determinar ao [omissis] que, em futuras contratações, para efeito de
observância dos limites de alterações contratuais previstos no art. 65 da Lei
nº 8.666/1993, passe a considerar as reduções ou supressões de
quantitativos de forma isolada, ou seja, o conjunto de reduções e o
conjunto de acréscimos devem ser sempre calculados sobre o valor original
66
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
“Para efeito de observância dos limites de alterações contratuais previstos
no art. 65 da Lei nº 8.666/93, passe a considerar as reduções ou supressões
de quantitativos de forma isolada, ou seja, o conjunto de reduções e o
conjunto de acréscimos devem ser sempre calculados sobre o valor original
do contrato, aplicando-se a cada um desses conjuntos, individualmente e
sem nenhum tipo de compensação entre eles, os limites de alteração
estabelecidos no dispositivo legal”.
(Acórdão 100/2011 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
“Para efeito de observância dos limites de alterações contratuais previstos
no art. 65 da Lei nº 8.666/93 [deve-se] considerar as reduções ou
supressões de quantitativos de forma isolada, ou seja, o conjunto de
reduções e o conjunto de acréscimos devem ser sempre calculados sobre o
valor original do contrato [...] sem nenhum tipo de compensação entre eles
[...]”.
(Acórdão 1216/2011 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Abstenha-se de requerer ou celebrar termos de aditamentos que
extrapolem os limites previstos no art. 65, §§ 1º e 2º, Lei nº 8.666/1993.
Tais limites podem ser ultrapassados somente quando atendidos
cumulativamente todos os pressupostos estabelecidos na Decisão
215/1999 Plenário. Esclarece-se ainda que:
• tais limites não se referem ao saldo dos acréscimos menos os
decréscimos, mas ao total tanto dos acréscimos quanto dos decréscimos;
• se efetuar o cálculo do valor possível a ser aditado, deve-se, além
de atualizar o valor inicial do contrato, atualizar também os valores dos
aditivos já efetuados;
• o valor encontrado considerando a atualização do contrato se
refere ao valor possível de ser aditado na data em questão, mas, para se
efetuar o aditivo a preços iniciais, deve-se deflacionar o valor encontrado
até a data-base.
(Acórdão 670/2008 – Plenário)
67
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Os contratos de serviços contínuos podem, nos termos do art. 57, II, da Lei de
Licitações e Contratos, ter sua vigência estendida até 60 meses. Podem, também
(quando se tratar de contratos de terceirização), ser repactuados, nos termos do
art. 5º do Decreto 2.271/95.
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IN 05/2017
Art. 39. As atividades de gestão e fiscalização da execução contratual são o
conjunto de ações que tem por objetivo aferir o cumprimento dos
resultados previstos pela Administração para os serviços contratados,
verificar a regularidade das obrigações previdenciárias, fiscais e
trabalhistas, bem como prestar apoio à instrução processual e o
encaminhamento da documentação pertinente ao setor de contratos para
a formalização dos procedimentos relativos a repactuação, alteração,
reequilíbrio, prorrogação, pagamento, eventual aplicação de sanções,
extinção dos contratos, dentre outras, com vista a assegurar o
cumprimento das cláusulas avençadas e a solução de problemas relativos
ao objeto.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
O fiscal do contrato tem o dever de conhecer os limites e as regras para
alterações contratuais definidos na Lei de Licitações, e, por conseguinte, a
obrigação de notificar seus superiores sobre a necessidade de realizar o
devido aditivo contratual, evitando a atestação da execução de itens não
previstos no ajuste, sob pena de ser-lhe aplicada a multa do art. 58, inciso
II, da Lei 8.443/92.
Em Auditoria realizada nas obras de construção da Residência para Idosos e
reforma da Casa de Transição, em Niterói (RJ), custeadas mediante contrato
de repasse com recursos do Departamento Penitenciário Nacional (Depen),
foram apontados indícios de irregularidades na conduta do fiscal do
contrato destinado à execução das obras. Realizada a audiência do
responsável, o relator considerou não elidida a irregularidade relativa ao
“pagamento por serviços não previstos no Contrato (...) sem o necessário
aditivo contratual, em dissonância com o disposto no art. 60 da Lei
8.666/1993”. Para o relator, embora a falha seja observada
frequentemente na execução dos contratos de repasse relacionados a
obras em estabelecimentos penitenciários, “o caso em tela denota uma
alteração de objeto tão expressiva em relação ao que foi licitado, que não
poderia ter sido admitida pelo fiscal do contrato”. Acrescentou que, no caso
em exame, 61,3% do valor total acumulado dos boletins de medição
equivaleram a itens não previstos no contrato, sendo evidente a
responsabilidade do fiscal, o qual teria atestado os boletins sem autorização
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Erivan Pereira de Franca
superior para a execução dos novos itens. Ademais, “a inclusão desses itens
deu-se por meio de uma espécie de re-ratificação do contrato feita
diretamente nos boletins de medição, sem a formalização do necessário
termo aditivo”. Nesse sentido, destacou o relator que “o senso de diligência
exigível a um engenheiro fiscal de contrato, aqui considerado sob o conceito
de homo medius, impor-lhe-ia o dever de conhecimento dos limites e regras
para alterações contratuais definidos no Estatuto de Licitações, e, por
conseguinte, a obrigação de notificar seus superiores sobre a necessidade
de realizar o necessário aditivo contratual, em respeito à exigência
estabelecida no caput do art. 60 da Lei 8.666/93”. Ainda sobre a conduta do
fiscal, ressaltou que a gravidade do procedimento adotado, de apenas
anotar a alteração diretamente nos boletins de medição, “foi ampliada em
virtude da elevada proporção das modificações em relação ao total das
medições (mais de 60%)”. Por fim, reforçou que o art. 67 da Lei 8.666/93
impõe ao fiscal do contrato “o dever de notificar seus superiores sobre
eventuais ocorrências que extrapolem sua alçada decisória”. Diante do
exposto pelo relator, o Tribunal decidiu, no ponto, rejeitar as justificativas
apresentadas pelo responsável, aplicando-lhe a multa prevista no inciso II
do art. 58 da Lei 8.443/92.
(Acórdão 43/2015 – Plenário – INFORMATIVO 228)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.4.2 no tocante a aditamentos contratuais que importem em aumento de
quantitativos de serviços ou inclusão de serviços inicialmente não previstos,
observe que as referidas alterações somente poderão ser executadas após
a formalização do correspondente termo aditivo, tendo em vista o
disposto no art. 60, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93;
(Acórdão 1489/2004 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.14. celebrar o correspondente termo aditivo previamente à expiração
do prazo contratual, de modo a evitar a execução de serviços sem
cobertura contratual, nos termos do art. 60, da Lei nº 8.666/93;
(Acórdão 740/2004 – Plenário)
Observe que não é o fiscal do contrato que promove a alteração. Ele a propõe
– mediante representação em processo autuado especificamente para essa
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IN 05/2017
ANEXO X – DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS
2. As alterações contratuais devem ser promovidas mediante celebração de
termo aditivo, que deverá ser submetido à prévia aprovação da consultoria
jurídica do órgão ou entidade contratante.
[...]
2.3. É vedado promover modificação no contrato sem prévio
procedimento por aditamento ou apostilamento contratual.
73
Erivan Pereira de Franca
edital e o contrato têm de prevê-la, sob pena de inviabilizar-se sua aplicação. Assim
tem entendido o Superior Tribunal de Justiça.
JURISPRUDÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. NEGATIVA DE
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. INOCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE
PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 282/STF. ITENS DO EDITAL.
INVIABILIDADE DE EXAME. SÚMULA 05/STJ. LICITAÇÃO. RECUSA DE
ASSINAR O CONTRATO ADMINISTRATIVO. MULTA. INVIABILIDADE DA
APLICAÇÃO À FALTA DE PREVISÃO NO EDITAL.
[...]
4. Inviável a aplicação de penalidade ao adjudicatário que se recusa a
assinar o contrato (Lei 8.666/93, art. 81) sem que ela tenha sido prevista
no edital (art. 40, III, do referido diploma legal).
(REsp 709.378/PE, DJe 03/11/2008)
[VOTO]
A 2ª SECEX mostrou que a Caixa Econômica Federal - CEF corrigiu as
distorções no edital da Tomada de Preços nº16/99 - CPL/BR que poderiam
acarretar direcionamento da licitação.
2. Por outro lado, aquela unidade técnica verificou que o referido edital
contém dispositivos que contrariam a legislação em vigor, como o
impedimento à contratação de licitante que estiver inscrito no CADIN e a
previsão da sustação do pagamento de faturas como sanção
administrativa.
3. Considerando que tais medidas não encontram respaldo no atual
ordenamento jurídico, cabe determinar à entidade que se abstenha de
incluí-las nos editais de processos licitatórios.
4. Assim sendo, acolho o parecer da 2ª SECEX e Voto por que o Tribunal
adote a Decisão que ora submeto ao Plenário.
[ACÓRDÃO]
8.2. determinar à CEF que não inclua nos editais de certames licitatórios,
por falta de amparo legal:
[...]
8.2.2. cláusula prevendo a sustação do pagamento de faturas como
sanção administrativa;
(Acórdão 621/2001 – Plenário)
Porém, a lei não precisa exaurir os fatos típicos, sendo aceitável a tipificação
em termos genéricos; a Lei nº 8.666/93 contemplou um elenco de sanções, mas
não definiu, de modo razoavelmente preciso, as hipóteses de sua aplicação
(hipóteses de incidência), fazendo apenas alusão à “inexecução total ou parcial” do
contrato.
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Por outro lado, não é lícito ao Poder Público, diante da imprecisão da lei,
aplicar os incisos do artigo 87 sem qualquer critério. Como se pode
observar pela leitura do dispositivo, há uma gradação entre as sanções.
Embora, ao contrário do Direito Penal, não esteja o administrador
submetido ao princípio da pena específica, vigora no Direito Administrativo
o princípio da proporcionalidade.
(MS 7.311/DF, DJ 02/06/2003)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1. recomendar [...] que avalie a conveniência e oportunidade de
estabelecer nas contratações de serviço, em observância aos princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade, cláusulas de penalidades específicas
para serviços executados em desconformidade, prevendo punições
proporcionais ao grau ou à gravidade do descumprimento, com vistas a
aprimorar a eventual aplicação de sanções contratuais;
(Acórdão 379/2017 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
19. Quanto à falha na definição das sanções administrativas aplicáveis ao
contrato, a Selog também não acatou a justificativa lavrada no sentido de
que a cláusula seguiu modelos adotados por outros órgãos. Como
enfatizado na instrução, não é razoável prever a aplicação de multa de até
5% do valor do contrato por infração a qualquer cláusula ou condição
contratual, uma vez que não há hierarquia de relevância entre as possíveis
infrações e suas consequências.
20. De fato, trata-se de cominação genérica, cuja aplicação fica à mercê da
subjetividade do gestor. Nesse caso, a previsão acaba por se tornar inócua,
ou passível de questionamento judicial. Por conseguinte, manifesto-me de
acordo com a proposta de determinar-se ao MDA que, no edital que vier a
substituir o certame em comento, preveja situações claras para aplicação
das penalidades, estabelecendo gradações entre as sanções de acordo com
o potencial de lesão que poderá advir de cada conduta a ser apenada.
[ACÓRDÃO]
9.3. determinar ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), com
fundamento no art. 250, inciso II, do RI/TCU, que, caso opte por realizar
nova licitação em substituição ao Pregão Eletrônico 10/2015:
[...]
9.3.2. em atenção ao disposto no art. 55, incisos VII, VIII e IX, da Lei
8.666/93, preveja, no edital e no respectivo contrato, situações claras para
aplicação das penalidades, estabelecendo gradações entre as sanções de
acordo com o potencial de lesão que poderá advir de cada conduta a ser
apenada;
(Acórdão 607/2016 - Plenário)
79
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2 recomendar [...] que: [...]
9.1.34. no seu modelo de processo de aquisições para a contratação de
bens e serviços, e na gestão dos contratos decorrentes que vierem a ser
elaborados, inclua o seguinte controle interno na etapa de elaboração do
termo de referência ou projeto básico:
[...]
9.1.34.3. prever, no edital de pregão, cláusulas de penalidades específicas
para cada conduta que possa se enquadrar no contido na Lei 10.520/2002,
art. 7º, observando os princípios da proporcionalidade e prudência;
9.1.35. no seu modelo de processo de aquisições para a contratação de
bens e serviços, e na gestão dos contratos decorrentes que vierem a ser
elaborados, inclua os seguintes controles internos na etapa de elaboração
do termo de referência ou projeto básico: [...]
9.1.35.1. atrelar multas às obrigações da contratada estabelecidas no
modelo de execução do objeto (e.g. multas por atraso de entrega de
produtos e por recusa de produtos);
9.1.35.2. definir o rigor de cada multa de modo que seja proporcional ao
prejuízo causado pela desconformidade;
9.1.35.3. definir o processo de aferição da desconformidade que leva à
multa (e.g. cálculo do nível de serviço obtido);
9.1.35.4. definir a forma de cálculo da multa, de modo que seja o mais
simples possível;
9.1.35.5. definir o que fazer se as multas se acumularem (e.g. distrato), e
(Acórdão 1520/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Preveja, tanto no edital quanto no respectivo contrato, situações claras
para aplicação das penalidades, estabelecendo gradações entre as sanções
de acordo com o potencial de lesão que poderá advir de cada conduta a ser
apenada, em atenção ao disposto no art. 55, incisos VII, VIII e IX, da Lei nº
8.666/1993.
(Acórdão 137/2010– Primeira Câmara – Relação)
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[SUMÁRIO]
TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO
ESCOLAR. IRREGULARIDADE NA APLICAÇÃO DE RECURSOS. ELISÃO DO
DÉBITO. FALHAS VERIFICADAS NA DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS ÀS
ESCOLAS E NA EXECUÇÃO DE CONTRATO DE FORNECIMENTO. CONTAS
JULGADAS REGULARES COM RESSALVAS. DETERMINAÇÃO. O âmbito de
discricionariedade na aplicação de sanções em contratos administrativos
não faculta ao gestor, verificada a inadimplência injustificada da
contratada, simplesmente abster-se de aplicar-lhe as medidas previstas
em lei, mas sopesar a gravidade dos fatos e os motivos da não execução
para escolher uma das penas exigidas nos arts. 86 e 87 da Lei 8.666/92,
observado o devido processo legal.
[ACÓRDÃO]
9.1.1. abstenha-se de promover a rescisão amigável de contratos,
fundamentada no art. 79, inciso II, da Lei 8.666/93, quando não for
demonstrada a conveniência do ato para a Administração e configurado o
descumprimento, ainda que parcial, das condições pactuadas pelas
empresas contratadas, lembrando que, em tais circunstâncias, respeitado o
devido processo legal, as responsáveis estão sujeitas a uma das sanções
previstas nos arts. 86 e 87 do referido diploma legal;
(Acórdão 2558/2006 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
12. Recupero, a seguir, de forma sintética, os bem lançados argumentos do
MP/TCU em prol da integridade da determinação constante do item 9.2.1
do acórdão guerreado:
a) a empresa recorrente já estava em mora por ocasião do pedido de
suspensão da apresentação da garantia contratualmente exigível (carta
fiança) e da execução do contrato, visto que esse pedido foi feito em
18/03/2009, embora o contrato tivesse sido assinado em 9/3/2009,
havendo que se ter em conta que o prazo para prestar a garantia era de
cinco dias úteis;
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IN 05/2017
Art. 68. Identificada a infração ao contrato, inclusive quanto à
inobservância do prazo fixado para apresentação da garantia, o órgão ou
entidade deverá providenciar a autuação de procedimento administrativo
específico para aplicação de sanções à contratada e a consequente
rescisão contratual, se for o caso, de acordo com as regras previstas no ato
convocatório, na legislação correlata e nas orientações estabelecidas em
normativo interno do órgão ou entidade, quando houver, podendo utilizar
como referência os Cadernos de Logística disponibilizados pela Secretaria
de Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
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Tanto numa como noutra situação, os agentes que têm a obrigação de apurar
as ocorrências não são responsáveis– não têm competência – pela aplicação da
pena.
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O gestor, por sua vez, exerce poder decisório: delibera sobre o curso da
contratação e decide os incidentes que ocorrem durante a vida do contrato
(reajuste, revisão, repactuação, aplicação de sanções, rescisão etc.).
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Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta
Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
III - fiscalizar-lhes a execução;
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Ao fiscal não é dado decidir pela aplicação ou não da sanção ou pela rescisão
contratual. É seu dever consignar no processo de fiscalização e pagamento as
informações pertinentes e submeter o assunto à consideração superior. Tal
proceder é recomendado em norma interna do Conselho Nacional de Justiça, que
disciplina a atuação dos gestores de contratos (fiscais).
IN CNJ 44/2012
Art. 15. O gestor do contrato monitorará constantemente os serviços para
evitar a perda no nível de qualidade, intervindo para corrigir ou sugerir a
aplicação de sanções, quando verificar desconformidade na prestação
do serviço.
[...]
Art. 16.....
[...]
§ 4º O descumprimento total ou parcial das responsabilidades assumidas
pela contratada ensejará a aplicação das sanções administrativas previstas
no instrumento convocatório e na legislação vigente, podendo culminar em
rescisão contratual.
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4.5. Checklist
9.
10.
11.
Registre todas as ocorrências contratuais relevantes, de modo a subsidiar a decisão do superior hierárquico.
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ORIENTAÇÃO DO TCU
Serviços de natureza contínua são serviços auxiliares e necessários à
Administração no desempenho das respectivas atribuições. São aqueles
que, se interrompidos, podem comprometer a continuidade de atividades
essenciais e cuja contratação deva estender-se por mais de um exercício
financeiro.
DOUTRINA
Serviço de execução continuada é o que não pode sofrer solução de
continuidade na prestação que se alonga no tempo, sob pena de causar
prejuízos à Administração Pública que dele necessita. Por ser de
necessidade perene para a Administração Pública, é atividade que não pode
ter sua execução paralisada, sem acarretar-lhe danos. É, em suma, aquele
serviço cuja continuidade da execução a Administração Pública não pode
dispor, sob pena do comprometimento do interesse público.
(Diógenes Gasparini)
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
(...) a natureza contínua de um serviço não pode ser definida de forma
genérica. Deve-se, isso sim, atentar para as peculiaridades de cada
situação examinada.
Na realidade, o que caracteriza o caráter contínuo de um determinado
serviço é sua essencialidade para assegurar a integridade do patrimônio
público de forma rotineira e permanente ou para manter o
funcionamento das atividades finalísticas do ente administrativo, de
modo que sua interrupção possa comprometer a prestação de um serviço
público ou o cumprimento da missão institucional.
Nesse sentido, pode-se entender, por exemplo, que o fornecimento de
passagens aéreas é serviço contínuo para o TCU, já que sua suspensão
acarretaria a interrupção das atividades de fiscalização ínsitas ao
cumprimento da missão desta Corte.
Na mesma linha de raciocínio, pode-se também considerar que o mesmo
serviço tem natureza contínua para uma instituição federal de ensino
superior, já que as bancas de exame de teses de mestrado e de doutorado
exigem a participação de professores de outras instituições e, assim, a
impossibilidade de fornecimento de passagens aéreas poderia inviabilizar a
própria pós-graduação a cargo daquelas entidades.
O mesmo não ocorreria, no entanto, com um órgão judicial cujos
integrantes não tivessem necessidade de deslocar-se frequentemente por
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[SUMÁRIO]
A natureza do serviço, sob o aspecto da execução de forma continuada ou
não, questão abordada no inciso II, do art. 57, da Lei nº 8.666/1993, não
pode ser definida de forma genérica, e sim vinculada às características e
necessidades do órgão ou entidade contratante.
[VOTO]
25. Quanto a este aspecto, ressalto posicionamento já adotado pelo
Plenário do TCU no sentido de que a natureza de um serviço, se executado
de forma contínua ou não, não pode ser definida de forma genérica, e sim
vinculada às características e às necessidades do órgão ou entidade
contratante. Isso se aplica às ações de publicidade: a sua definição
como serviço de caráter contínuo deverá ser efetivada a partir da análise de
cada caso concreto. Nesse enfoque, cito os Acórdãos 35/2000 - Plenário e
132/2008 - 2ª Câmara.
26. Ao analisar o objeto da licitação, com foco no edital e em seus anexos,
em especial no Anexo 1 (fls. 32/56, Anexo 1), e, a partir da percepção da
natureza da entidade, com funções, dentre outras, de normatização, de
controle, e de julgamento em última instância administrativa de petições
envolvendo o exercício das profissões regulamentadas vinculadas ao
Sistema Confea/Crea, integradas por mais de 800.000 profissionais
registrados, 200.000 empresas da área tecnológica e 27 Conselhos
Regionais, e do detalhamento dos serviços de publicidade e mídia que são
desenvolvidas ao longo do ano, verifico que tais ações se revestem do
caráter de continuidade para o Confea.
(Acórdão 4614/2008 – Segunda Câmara)
100
Erivan Pereira de Franca
IN 05/2017
ANEXO III
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DOS ESTUDOS TÉCNICOS PRELIMINARES
3. São diretrizes específicas a cada elemento dos Estudos Preliminares as
seguintes:
[...]
3.3. Requisitos da contratação:
a) Elencar os requisitos necessários ao atendimento da necessidade;
b) No caso de serviços, definir e justificar se o serviço possui natureza
continuada ou não;
IN 05/2017
ANEXO III
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DOS ESTUDOS TÉCNICOS PRELIMINARES
3. São diretrizes específicas a cada elemento dos Estudos Preliminares as
seguintes:
[...]
3.3. Requisitos da contratação:
[...]
101
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
11. [...], os serviços objeto do contrato 22101/022/2001 - manutenção,
fornecimento, instalação, recuperação e remanejamento de divisórias,
armários, balcões, lambris e estações de trabalho - não se coadunam com o
conceito de natureza contínua. Dessa forma, o presente caso concreto
refoge ao que preconiza o art. 57, inciso II, da Lei 8.666/1993, v.g.
entendimento firmado por essa Corte no julgamento do Acórdão
2.682/2005, que aponta apenas tratarem de serviços contínuos “contratos
cujos objetos correspondam a obrigações de fazer e a necessidades
permanentes”.
12. Cabe destacar que o parecer DJC/CJAG/CJ 345, de 15/3/2001, emitido
pela Consultoria Jurídica do Mapa, ao analisar as minutas de edital de
concorrência e de contrato para o ajuste em tela, alertou que tais serviços
não poderiam ser definidos como de natureza contínua, razão pela qual
102
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Evite realizar prorrogações indevidas em contratos e observe
rigorosamente o disposto no art. 57, inciso II, da Lei nº 8.666/1993,
considerando que a excepcionalidade de que trata o aludido dispositivo
está adstrita à prestação de serviços a serem executados de forma
contínua, não se aplicando aos contratos de aquisição de bens de
consumo.
(Acórdão 1512/2004 – Primeira Câmara - Relação)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
4. Os demais responsáveis foram chamados aos autos pelas seguintes
ocorrências:
4.1. audiência do Sr. [omissis], então chefe da Divisão Administrativa:
[...]
4.1.4. pela prorrogação do Contrato nº CRT/MT/0002/2004, referente a
fornecimento de passagens, sem que os serviços contratados fossem
caracterizados como de natureza contínua, conforme os casos
estabelecidos no inciso II do art. 57 da Lei nº 8.666, de 1993, além de: [...] e
iii) não observar que a execução contratual ultrapassou o limite previsto no
art. 65, §§ 1º e 2º, da Lei nº 8.666, de 1993;
(Acórdão 6780/2011 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[RELATÓRIO]
27. A natureza contínua do fornecimento de passagens aéreas deve ser
avaliada a partir da real necessidade do órgão de que esses serviços sejam
necessários ao desempenho de suas atividades negociais. No caso, a
Nuclep se localiza no Rio de Janeiro e seus principais clientes também.
Portanto, a realização de licitação anual para a contratação do serviço não
representa empecilho ao estabelecimento e desenvolvimento de suas
relações comerciais e transacionais.
28. Assim, entende-se que a irregularidade não se encontra na modalidade
adotada, mas na previsão de prorrogação do contrato por até 60 meses,
tendo em vista o fornecimento de passagens aéreas, no caso da empresa,
não se configurar como de natureza contínua, e não se enquadrar na
hipótese prevista no inciso II do art. 57 da Lei nº 8.666/93, consoante
pacífica jurisprudência desta Corte de Contas (Acórdão nº nº 87/2000 - 2ª
103
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Abstenha-se, por falta de amparo legal, de prorrogar os contratos de
aquisição de combustível e de passagens aéreas, bem como os dos demais
serviços que não se enquadrem como contínuos no seu caso concreto.
(Acórdão 4620/2010 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
25. No que concerne à classificação indevida de objeto de licitação como
sendo serviço de natureza continuada, em certame que resultou no
Contrato nº 1.326/2005, observo que, de fato, o procedimento adotado
pela Amazonas Energia S.A. caracterizou ofensa ao art. 57 da Lei nº 8.666,
de 1993, haja vista que o objeto do referido contrato não se compatibiliza
com o fundamento legal ora mencionado.
26. Ao que consta dos autos, o objeto da licitação em apreço consistia na
"contratação de empresa de engenharia especializada para fornecimento
de mão-de-obra técnica e apoio para execução de serviço de fiscalização,
acompanhamento, controle de qualidade, elaboração de projetos de
obras a cargo do Departamento de Planejamento e Engenharia - TPE nas
diversas áreas da Manaus Energia".
27. Vê-se então que, aparentemente, a Amazonas Energia pretendeu
transformar em atividade rotineira algo que deveria ter diretrizes
específicas para cada um dos empreendimentos da entidade, o que não se
mostra razoável à vista da diversidade das obras por ela conduzidas, bem
assim em razão da sazonalidade a que estão sujeitos esses investimentos.
28. Por essa razão, afigura-se acertada a conclusão da Secob 1 no sentido
de que tal procedimento foi irregular, constituindo-se também em grave
infração à norma legal, uma vez que o procedimento licitatório adotado por
essa empresa não está de acordo com as disposições da Lei de Licitações e
Contratos, especialmente quanto à regra inserta em seu art. 57.
(Acórdão 2447/2011 – Plenário)
104
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
6. Acerca do objeto do contrato, registro que o Tribunal tem o
entendimento de que contratos de conservação rodoviária podem ser
classificados como serviços de execução continuada (Decisão 83/1993-
Plenário, ratificada pela Decisão 129/2002-1ª Câmara). Porém, nesse caso
específico, vejo, com base nos termos do contrato e do projeto básico
constantes dos autos, que os serviços contratados, realmente, não podiam
ser considerados como de natureza continuada, em razão da abrangência
do objeto que, além da manutenção do sistema viário, incluía itens
referentes à pavimentação, terraplenagem, sinalização, drenagem, entre
outros.
(Acórdão 1529/2011 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.4. dar ciência à Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária no Estado do Rio Grande do Sul [de] que:
9.4.4. a contratação de fornecimento de combustível não se caracteriza
como serviço de prestação continuada para fins do disposto no art. 57, II,
da Lei 8.666/1993, conforme reinteradas deliberações desta Corte de
Contas, a exemplo dos Acórdãos nº 4620/2010 - Segunda Câmara (subitem
9.8.4) e 409/2009 - Primeira Câmara (subitem 9.5.4) , (subitem 3.2.2.1 do
Relatório de Auditoria da CGU/RS);
(Acórdão 772/2012 – Primeira Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3 determinar ao Sesi/CN que adote modalidade de licitação mais ampla,
no caso de contratação de serviços de natureza continuada, compatível
com o valor global do contrato, incluindo as possíveis prorrogações
previstas, alertando a entidade que serviços de consultoria não se
enquadram em serviços contínuos, de modo a não prorrogar contratos
dessa natureza, como ocorrido com as prorrogações irregulares do contrato
advindo do Convite nº 005/2004 com o Instituto [omissis];
(Acórdão 11.150/2011 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
Isso posto, passo a tratar de outra irregularidade, que também ensejou a
proposta de aplicação de multa aos dirigentes. Trata-se da prorrogação de
contrato com empresa de auditoria, em descumprimento à determinação
deste Tribunal, constante do Acórdão nº 116/2002 - Plenário, in verbis:
‘8.5. determinar às Centrais Elétricas de Rondônia S/A, que adote as
seguintes medidas:
105
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[SUMÁRIO]
REPRESENTAÇÃO. CONTRATO DE PUBLICIDADE. SERVIÇOS DE NATUREZA
CONTINUADA. DIVULGAÇÃO CONDIZENTE COM A IMAGEM DAS
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA. IMPROCEDÊNCIA.
1. É legal a renovação sucessiva de contrato de publicidade por até
sessenta meses por haver previsão contratual e por se tratar de serviços de
natureza continuada.
(Acórdão 430/2008 – Plenário)
IN RFB 971/2009
Art. 115. Cessão de mão de obra é a colocação à disposição da empresa
contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de trabalhadores
que realizem serviços contínuos, relacionados ou não com sua atividade
fim, quaisquer que sejam a natureza e a forma de contratação, inclusive por
meio de trabalho temporário na forma da Lei nº 6.019, de 1974.
[...]
§ 3º Por colocação à disposição da empresa contratante, entende-se a
cessão do trabalhador, em caráter não eventual, respeitados os limites do
contrato.
107
Erivan Pereira de Franca
108
Erivan Pereira de Franca
II – vigilância e segurança;
III – empreitada de mão-de-obra;
IV – contratação de trabalho temporário na forma da Lei n.º 6.019/1974.
110
Erivan Pereira de Franca
PORTARIA MP 409/2016
Art. 2º ....
[...]
§ 2º É obrigatório que os instrumentos convocatórios e os contratos
mencionados no caput contenham cláusulas que:
I - exijam declaração de responsabilidade exclusiva da contratada sobre a
quitação dos encargos trabalhistas e sociais decorrentes do contrato;
111
Erivan Pereira de Franca
A Lei de Custeio da Previdência Social – Lei 8.212/91 – não era aplicável aos
contratos celebrados pela Administração Pública, ante a prevalência do Decreto-
Lei 2.300/86, por ser lei especial. Vigorava, portanto, a regra de ausência de
responsabilidade da Administração.
112
Erivan Pereira de Franca
Já o art. 71 da Lei 8.666/93 foi alterado pela citada Lei 9.032/95, para
introduzir, no § 2º, a seguinte disposição: “A Administração Pública responde
solidariamente com o contratado pelos encargos previdenciários resultantes da
execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei n.º 8.212, de 24 de julho de
1991.”
Por fim, a Lei 11.488/2007 apenas alterou o prazo previsto no caput do art.
31 da Lei 8.212/91 para o recolhimento do valor retido. Posteriormente, a Lei
11.933/2009 alterou a redação do dispositivo para permitir a retenção até o
vigésimo dia do mês subsequente ao da emissão da nota fiscal ou fatura.
113
Erivan Pereira de Franca
Vê-se claramente que a nova redação do art. 31 da Lei 8.212/91 institui, para
a contribuição previdenciária – nos contratos administrativos de terceirização – a
técnica de arrecadação denominada substituição tributária, prevista no Código
Tributário Nacional.
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de
modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira
pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a
responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter
supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
115
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[Ementa]
4. Com a nova redação dada pela Lei 11.488/2007 ao art. 31 da Lei
8.212/1991, os administradores públicos estão obrigados a efetuarem as
retenções indicadas naquele dispositivo, referentes às contribuições
previdenciárias do pessoal disponibilizado, por força de contrato, à
administração pública.
[Dispositivo]
9.2.4. efetue as retenções ordenadas no art. 31 da Lei 8.212/1991, com a
redação dada pela Lei 11.488/2007, relativamente aos gastos atribuíveis
aos salários do pessoal a ser disponibilizado pela contratada;
(Acórdão 2632/2007 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[Relatório]
... a situação de inadimplência do contratado junto ao Poder Público é uma
irregularidade grave, pois além das dívidas fiscais onerarem a
Administração em sentido amplo, poderá onerar também a Administração
contratante, em face da solidariedade legalmente estabelecida, quanto
aos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato,
conforme art. 71, §2º da Lei 8.666/1993.
(Acórdão 1402/2008 – Plenário)
116
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.6. adote as providências cabíveis com vistas à retenção, quando do
pagamento dos serviços executados, dos encargos previdenciários devidos
pelas empresas contratadas, conforme previsto no art. 31 da Lei nº
8.212/1991 e ante o disposto no art. 71, § 2º, da Lei nº 8.666/1993;
(Acórdão 2122/2008 – Primeira Câmara)
117
Erivan Pereira de Franca
obra pública, cuja previsão encontra-se no art. 30, inciso VI, da Lei
8.212/91.
(Medida Cautelar 15.410/RJ, DJe 08/10/2009)
119
Erivan Pereira de Franca
Como dissemos, a retenção nada mais é que uma técnica, estabelecida em lei,
de substituição tributária, com vistas a facilitar os procedimentos de arrecadação e
fiscalização pelo fisco.
120
Erivan Pereira de Franca
PORTARIA MP 409/2016
Art. 2º ....
[...]
§ 2º É obrigatório que os instrumentos convocatórios e os contratos
mencionados no caput contenham cláusulas que:
I - exijam declaração de responsabilidade exclusiva da contratada sobre a
quitação dos encargos trabalhistas e sociais decorrentes do contrato;
Esse entendimento ficou consolidado na Súmula 331 do TST, item IV, cuja
redação original era a seguinte.
121
Erivan Pereira de Franca
122
Erivan Pereira de Franca
123
Erivan Pereira de Franca
124
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.4. determinar [que altere o contrato] de forma a:
9.4.3. condicionar o pagamento dos serviços contratados à apresentação de
documento comprobatório do recolhimento mensal do INSS e do FGTS a
cargo da empresa contratada, gerado pelo SEFIP - Sistema Empresa de
Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (Guia de
Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à
Previdência Social - GFIP; Guia de Recolhimento do FGTS - GRF ou
documento equivalente), de acordo com a legislação e os padrões
estabelecidos pela Previdência Social e pela Caixa Econômica Federal;
[VOTO]
25. Além disso, a deficiência nos controles para comprovar o recolhimento
mensal do INSS e do FGTS, faz surgir a possibilidade de responsabilização
solidária da Administração pelos encargos previdenciários resultantes da
execução contratual, como estabelece o §2º, do art. 7º, da Lei nº 8.666/93,
bem como de responsabilidade subsidiária quanto aos encargos
trabalhistas, no caso o FGTS, conforme jurisprudência firmada no Tribunal
Superior do Trabalho, por meio da Súmula nº 331.
(Acórdão 1009/2011 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1. determinar [...] que, no âmbito da fiscalização do contrato [...], confira
especial atenção à análise do cumprimento das obrigações trabalhistas por
parte da contratada, em especial no que concerne às disposições da
convenção coletiva de trabalho, medida com o fito de evitar eventual dano
ao Erário decorrente da responsabilização subsidiariária do tomador dos
serviços, in casu, a Administração, quanto às aludidas obrigações;
(Acórdão 1662/2008 – Segunda Câmara)
125
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.4. fiscalize a execução dos contratos de prestação de serviços, em
especial no que diz respeito à obrigatoriedade de a contratada arcar com
todas as despesas decorrentes de obrigações trabalhistas relativas a seus
empregados, de modo a evitar a responsabilização subsidiária da entidade
pública ;
(Acórdão 112/2007 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO CONDUTOR]
Nos termos da Súmula 331, inciso IV, do TST, a eventual responsabilidade
subsidiária da Administração Pública restringe-se à hipótese em que esta
seja tomadora de serviços prestados por empresa ou entidade
inadimplente no recolhimento de obrigações trabalhistas, e desde que a
contratante haja participado da relação processual ou conste de título
executivo extrajudicial. Este enunciado não autoriza o estabelecimento de
vínculo empregatício com a União ou com qualquer de suas entidades
vinculadas sem prévia aprovação em concurso público, o que é
expressamente vedado pelo inciso II da Súmula 331 do TST.
(Acórdão 1823/2006 – Plenário)
127
Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
A Administração Pública não pode contratar com pessoa jurídica que esteja
em débito com o sistema da Seguridade Social, tampouco em débito com o Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Tal vedação se aplica, igualmente, às
contratações diretas.
138
Erivan Pereira de Franca
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 195. ....
[...]
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como
estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
LEI 9.012/95
Art. 2º As pessoas jurídicas em débito com o FGTS não poderão celebrar
contratos de prestação de serviços ou realizar transação comercial de
compra e venda com qualquer órgão da administração direta, indireta,
autárquica e fundacional, bem como participar de concorrência pública.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. responder ao consulente, considerando os esclarecimentos tecidos na
proposta de deliberação que conduz este acórdão, com o objetivo de
melhor delinear o objeto da consulta, que: "A comprovação de
regularidade com a Fazenda Federal, a que se refere o art. 29, III, da Lei nº
8.666/1993, poderá ser dispensada nos casos de contratações realizadas
mediante dispensa de licitação com fulcro no art. 24, incisos I e II, dessa
mesma lei."
(Acórdão 1661/2011 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
CONSULTA. PROCEDIMENTO A SER ADOTADO NO CASO DE INADIMPLÊNCIA
DE CONCESSIONÁRIOS DE SERVIÇOS PÚBLICOS ESSENCIAIS JUNTO AO INSS,
FGTS E OUTROS TRIBUTOS. CONHECIMENTO. CONSIDERAÇÕES SOBRE A
MATÉRIA. ENVIO DE INFORMAÇÕES AO CONSULENTE. 9.2. orientar o
consulente de que: 9.2.1. as empresas prestadoras de serviços públicos
essenciais sob o regime de monopólio, ainda que inadimplentes junto ao
INSS e ao FGTS, poderão ser contratadas pela Administração Pública, ou,
se já prestados os serviços, poderão receber o respectivo pagamento,
desde que com autorização prévia da autoridade máxima do órgão,
acompanhada das devidas justificativas, conforme prolatado na Decisão n.
431/1997 e no Acórdão n. 1.105/2006, ambos do Plenário desta Corte;
9.2.2. é possível o pagamento de serviço público essencial prestado por
empresas concessionárias que não estão sob o regime de monopólio, ainda
que inadimplentes junto ao INSS e ao FGTS, desde que com autorização
prévia da autoridade máxima do órgão, acompanhada com as devidas
justificativas, caso a rescisão contratual não se mostre mais conveniente e
oportuna, não podendo ser formalizado qualquer termo de prorrogação
dos contratos celebrados, devendo a Administração dar início a um novo
procedimento licitatório; 9.2.3.caso venha a se deparar com as hipóteses
retratadas nestes autos, deverá ser exigida da contratada a regularização
da situação e, deverão ser informados os responsáveis pelo Instituto
139
Erivan Pereira de Franca
PORTARIA MP 409/2016
Art. 2º ....
[...]
140
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. alertar [...] para a necessidade de adoção de medidas saneadoras para
as seguintes irregularidades que ressalvam estas contas:
9.3.3. observar o entendimento prevalecente nesta Corte segundo o qual
(cf. Decisão 705/1994-Plenário e Acórdão 457/2005-2ª Câmara):
9.3.3.1. por força do disposto no art. 195, § 3º, da Constituição Federal, que
torna sem efeito, em parte, o permissivo do art. 32, § 1º, da Lei 8.666/1993,
a documentação relativa à regularidade fiscal e com a Seguridade Social,
prevista no art. 29, inciso IV, da Lei 8.666/1993 é de exigência obrigatória
nas licitações públicas, ainda que na modalidade convite, para
contratação de obras, serviços ou fornecimento, e mesmo que se trate de
fornecimento para pronta entrega;
9.3.3.2. a obrigatoriedade de apresentação da documentação referida no
subitem anterior é aplicável igualmente aos casos de contratação de obra,
serviço ou fornecimento com dispensa ou inexigibilidade de licitação ex vi
do disposto no § 3º do art. 195 da CF, citado;
(Acórdão 3146/2010 – Primeira Câmara)
141
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.6. dar ciência à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no
Estado de São Paulo – SRTE/SP de que:
[...]
9.6.6. a ausência de demonstração da regularidade fiscal, trabalhista,
previdenciária e para com o FGTS das empresas contratadas nos processos
de liquidação de despesas, a exemplo do que foi constatado nos processos
47581.00027912015-96, 46219.01734012015-18 e 47570.00011912015-76,
está em desacordo com o disposto nos arts. 29, incisos III, IV e V, e 55,
inciso XIII, da Lei 8.666/1993, bem como com a jurisprudência deste
Tribunal (Acórdãos 837/2008-TCU-Plenário, 11907/2011-TCU- Segunda
Câmara, 177/2012-TCU -Plenário e 1214/2013-TCU-Plenário, dentre
outros);
(Acórdão 224/2018 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Fiscalize os contratos de prestação de serviços, em especial no que diz
respeito à regularidade fiscal e à obrigatoriedade de a contratada arcar com
todas as despesas decorrentes das obrigações trabalhistas relativas a seus
empregados, devendo constar, ainda, dos respectivos processos de
pagamento, os comprovantes de recolhimento dos correspondentes
encargos sociais (INSS e FGTS), de modo a evitar a responsabilização
subsidiária dos entes públicos.
(Acórdão 2254/2008 – Plenário)
142
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.10. dar ciência à Secretaria-Executiva do Ministério do Meio Ambiente,
conforme orientações da Portaria-Segecex nº 13/2011, sobre as seguintes
impropriedades:
9.10.1. ausência, nos processos mensais de pagamento, quando da
liquidação das faturas referentes ao Contrato MMA 22/2007 - objeto da
Tomada de Preços 3/2007 -, dos comprovantes destacadamente separados
de recolhimentos dos encargos previdenciários e trabalhistas, de forma a
englobar apenas os empregados da empresa ligados à prestação de serviço
ao órgão, obtidos e conferidos os dados relativos à equipe de
trabalhadores, o que configura desacordo com o Enunciado TST 331 e com
as determinações contidas no item 9.2.2 do Acórdão 2.990/2005-TCU-1ª
Câmara;
(Acórdão 8887/2011 – Primeira Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.5 determinar à Secretaria de Controle Interno da Casa Civil da
Presidência da República que:
9.5.1 examine o cumprimento, pela Imprensa Nacional, dos itens 9.3. a 9.4
supra, bem como realize o acompanhamento dos pagamentos do contrato
49/2007, no que tange à aplicação da alíquota do FGTS e de outros
tributos, e à adequação do salário pago ao piso da categoria de
engenheiro, representando a este Tribunal em caso de ilegalidade ou
descumprimento de determinação;
(Acórdão 1029/2009 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.6.2. com o fito de dar o máximo de efetividade à norma contida no art.
55, inciso XIII, da Lei n.º 8.666/1993, verifique a manutenção, pelos
contratados, durante toda a execução do contrato, das condições de
habilitação e qualificação exigidas quando da contratação, evitando, desta
forma, a afronta ao art. 195, §3º da Constituição Federal, levando-se em
consideração as peculiaridades do caso concreto e critérios de
razoabilidade.
(Acórdão 2865/2011 – Segunda Câmara)
143
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
7. É pacífico, no âmbito do Tribunal, o entendimento de que, nos contratos
de execução continuada, deve haver a comprovação da condição de
regularidade junto à seguridade social e ao Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço durante toda a execução contratual. Não poderia ser diferente,
uma vez que a própria Lei de Licitações, em seu art. 55, inciso XIII, exige que
o contrato contenha cláusula que estabeleça “a obrigação do contratado de
manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as
obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e
qualificação exigidas na licitação”. E, entre a documentação relativa à
regularidade fiscal e trabalhista, exigida na habilitação, está prevista, no art.
29, inciso IV, da Lei 8.666/93, a “prova de regularidade relativa à
Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)”.
8. Assim, adequada a proposta da Secex/PB de determinar que a UFPB
adote procedimento de rotina com vistas a garantir o devido cumprimento
da obrigação legal de atestar a situação de regularidade com a Seguridade
Social e com o FGTS das empresas com contrato de execução contínua, nos
moldes da deliberação proferida por meio do Acórdão 1770/2013 –
Plenário.
[ACÓRDÃO]
9.1. conhecer da presente representação, por preencher os requisitos de
admissibilidade aplicáveis à espécie, e, no mérito, considerá-la procedente;
9.2. determinar à Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no prazo de 30
dias, a adoção de procedimento de rotina, com vistas a garantir o devido
cumprimento da obrigação legal de atestar a situação de regularidade
relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
(FGTS), durante toda a execução contratual, em conformidade com o
previsto no art. 29, inciso IV, c/c o art. 55, inciso XIII, da Lei 8.666/93,
informando as medidas adotadas a esta Corte, no mesmo prazo;
9.3. dar ciência à Universidade Federal da Paraíba (UFPB) que a ausência de
verificação da manutenção de todas as condições de habilitação e
qualificação exigidas na licitação, durante toda a execução contratual,
contraria o disposto no art. 55, inciso XIII, c/c o art. 67 da Lei 8.666/1993;
(Acórdão 3527/2016 – Primeira Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. determinar ao Ministério da Integração Nacional que, no prazo de 30
(trinta) dias, a contar da ciência desta deliberação, promova alterações do
Contrato nº 34/2009-MI, bem como inclua naquele que o suceder, se for o
caso, de forma a:
[...]
9.3.4. condicionar o pagamento dos serviços contratados à apresentação
de documento comprobatório do recolhimento mensal do INSS e do FGTS
a cargo da empresa contratada, gerado pelo SEFIP - Sistema Empresa de
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
A unidade técnica imputa a [omissis], fiscais do contrato de prestação do
serviço de vigilância, responsabilidade pelos "indícios de não fiscalização
dos salários e benefícios dos vigilantes contratados", na seara dos contratos
6 e 15, de 2011. Argumenta que o indício decorre do fato de os processos
de pagamento não identificar os trabalhadores, "com a descrição do seus
cargos e números do PIS".
Sustentam os responsáveis que as informações requeridas - nome de
número do PIS dos vigilantes - estavam presentes em diversos documentos
apresentados pela contratada, a saber: guias de recolhimento de FGTS;
guias de recolhimento da Previdência Social; Sistema Empresa de
Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (Sefip) e cópias
dos cartões de ponto.
[...]
Considerando que as informações necessárias à aferição da regularidade
dos pagamentos de salários integrou os processos de fiscalização e
pagamento e que não há notícia de pagamentos a menor aos vigilantes, a
responsabilidade pela fragilidade mencionada resta mitigada.
Nesse cenário, acolho as razões de justificativa ofertadas pelos
responsáveis.
(Acórdão 2149/2014 – Primeira Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
34 No tocante à aplicação de recursos públicos, o ônus da prova da
regular utilização recai sobre o gestor, conforme jurisprudência deste
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▪ Folha de pagamento;
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IN RFB 971/2009
Art. 47. A empresa e o equiparado, sem prejuízo do cumprimento de
outras obrigações acessórias previstas na legislação previdenciária, estão
obrigados a:
[...]
III - elaborar folha de pagamento mensal da remuneração paga, devida ou
creditada a todos os segurados a seu serviço, de forma coletiva por
estabelecimento, por obra de construção civil e por tomador de serviços,
com a correspondente totalização e resumo geral, nela constando:
a) discriminados, o nome de cada segurado e respectivo cargo, função ou
serviço prestado;
b) agrupados, por categoria, os segurados empregado, trabalhador avulso e
contribuinte individual;
c) identificados, os nomes das seguradas em gozo de salário-maternidade;
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IN RFB 971/2009
Art. 47. A empresa e o equiparado (...) estão obrigados a:
[...]
VIII - informar mensalmente, à RFB e ao Conselho Curador do FGTS, em
GFIP emitida por estabelecimento da empresa, com informações distintas
por tomador de serviço e por obra de construção civil, os dados cadastrais,
os fatos geradores, a base de cálculo e os valores devidos das contribuições
sociais e outras informações de interesse da RFB e do INSS ou do Conselho
Curador do FGTS, na forma estabelecida no Manual da GFIP;
[...]
Art. 108. .....
§ 1º Ficando estabelecido o pagamento de parcelas retroativas ao mês da
data-base da respectiva categoria profissional, os fatos geradores das
contribuições deverão:
I - ser informados na GFIP da competência da celebração da convenção, do
acordo ou do trânsito em julgado da sentença que decidir o dissídio, em
código de recolhimento específico, observadas as orientações do Manual
da GFIP;
II - constar em folha de pagamento distinta, elaborada nos termos do
inciso III do art. 47, na qual fique identificado o valor da diferença de
remuneração de cada mês.
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1.1.2. exija das empresas contratadas, no ato do recebimento do Boletim
de Medição e de entrega dos relatórios mensal e final, a apresentação de
relação nominal dos empregados designados para execução dos serviços,
com CPF, cargo, valor do salário mensal, carga horária mensal trabalhada,
período trabalhado, valor pago do INSS e do FGTS, Número de Identificação
do Trabalhador - NIT, entre outras informações que se fizerem necessárias
à verificação do efetivo e tempestivo controle do recolhimento, pela
contratada, dos encargos trabalhistas e previdenciários (FGTS e INSS)
relacionados aos pagamentos de salários dos trabalhadores alocados no
contrato;
(Acórdão 446/2011 – Plenário)
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6.3.2. Checklist
FISCALIZAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
Os contratos de terceirização envolvem sério risco para a Administração, consistente na possibilidade de
responsabilização pelo pagamento de encargos previdenciários e trabalhistas não adimplidos pela contratada,
relativamente aos seus empregados prestadores dos serviços contratados. Para minimizar a possibilidade de tal
risco, sugere-se a adoção de medidas efetivas de fiscalização, a serem previstas no contrato. Seguem algumas
sugestões. Esclareça-se que, em regra, as ações a seguir sugeridas devem ser realizadas mensalmente. Não
obstante, o contrato pode fixar prazo diverso, ou, até mesmo, fiscalização esporádica, por amostragem.
I – Ações Sugeridas de Fiscalização do Cumprimento das Realizada
Observações
Obrigações Previdenciárias Sim Não
22. Exigir da contratada a apresentação dos documentos
previstos no contrato (observação: integram a GFIP os
relatórios indicados no Anexo)
23. Verificar se a documentação apresentada está completa.
Notificar a contratada em caso de entrega incompleta.
24. Juntar os documentos ao processo de fiscalização
trabalhista e previdenciária
25. Proceder à análise dos documentos ou encaminhá-los para
análise pela unidade competente
26. Juntar o relatório de análise da documentação no processo
de fiscalização e pagamento
27. Notificar a contratada para que apresente documentos
complementares ou preste esclarecimentos quanto às
impropriedades verificadas na documentação
Realizada
I.1 – Análise da GFIP (verificar se...): Observações
Sim Não
28. A GFIP contém os dados da contratada (nome, CNPJ etc.)
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Realizada
I.2 – Análise Guia da Previdência Social – GPS (verificar se...): Observações
Sim Não
37. A GPS contém os dados da contratada (nome, CNPJ etc.)
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ANEXO
Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à
Previdência Social (GFIP)
O Que é a GFIP?
A sigla GFIP significa Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e
Informações à Previdência Social, compreendendo o conjunto de informações destinadas
ao FGTS e à Previdência Social.
Para a Previdência Social, a GFIP é o conjunto de informações cadastrais, de fatos
geradores e outros dados de interesse da Previdência e do INSS, que constam do arquivo
NRA.SFP e de outros documentos que devem ser impressos pela empresa após o
fechamento do movimento no SEFIP.
Para o FGTS, a GFIP é o conjunto de informações composto pela Guia de Recolhimento do
FGTS - GRF e pelo arquivo SEFIP. A GRF é gerada e impressa pelo SEFIP após a
transmissão do arquivo NRA.SFP (onde o NRA é o número do respectivo arquivo), pelo
Sistema Conectividade Social. (Manual da GFIP, páginas 7-8)
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9.1.5.6 prever que os fiscais dos contratos solicitem, por amostragem, aos
empregados terceirizados que verifiquem se essas contribuições estão ou
não sendo recolhidas em seus nomes. O objetivo é que todos os
empregados tenham tido seus extratos avaliados ao final de um ano – sem
que isso signifique que a análise não possa ser realizada mais de uma vez
para um mesmo empregado, garantindo assim o “efeito surpresa” e o
benefício da expectativa do controle;
9.1.5.7 comunicar ao Ministério da Previdência Social e à Receita do Brasil
qualquer irregularidade no recolhimento das contribuições previdenciárias.
(Acórdão 1214/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1.6 quanto à fiscalização dos contratos a ser realizada pela Administração
com o objetivo de verificar o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço – FGTS, observe os aspectos abaixo:
9.1.6.1 fixar em contrato que a contratada é obrigada a viabilizar a emissão
do cartão cidadão pela Caixa Econômica Federal para todos os
empregados;
9.1.6.2 fixar em contrato que a contratada está obrigada a oferecer todos
os meios necessários aos seus empregados para a obtenção de extratos de
recolhimentos sempre que solicitado pela fiscalização;
9.1.6.3 fixar em contrato como falta grave, caracterizado como falha em
sua execução, o não recolhimento do FGTS dos empregados, que poderá
dar ensejo à rescisão unilateral da avença, sem prejuízo da aplicação de
sanção pecuniária e do impedimento para licitar e contratar com a União,
nos termos do art. 7º da Lei 10.520/2002.
9.1.6.4 fixar em contrato que a contratada deve, sempre que solicitado,
apresentar extrato de FGTS dos empregados;
9.1.6.5 solicitar, mensalmente, Certidão de Regularidade do FGTS;
9.1.6.6 prever que os fiscais dos contratos solicitem, por amostragem, aos
empregados terceirizados extratos da conta do FGTS e os entregue à
Administração com o objetivo de verificar se os depósitos foram realizados
pela contratada. O objetivo é que todos os empregados tenham tido seus
extratos avaliados ao final de um ano – sem que isso signifique que a
análise não possa ser realizada mais de uma vez em um mesmo empregado,
garantindo assim o “efeito surpresa” e o benefício da expectativa do
controle;
9.1.6.7 comunicar ao Ministério do Trabalho qualquer irregularidade no
recolhimento do FGTS dos trabalhadores terceirizados.
(Acórdão 1214/2013 – Plenário)
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. dar ciência [...] desta deliberação, em especial, no que concerne às
seguintes falhas detectadas na auditoria:
[...]
9.2.3. falhas relacionadas ao não recolhimento dos encargos
previdenciários e trabalhistas, em desacordo com o disposto no art. 71, §
2º, da Lei nº 8.666/1993, na Súmula 331 do TST e nos Acórdãos nº
446/2011 - Plenário, nº 1.233/2008 - Plenário, nº 1.299/2006 - Plenário e nº
1.844/2206 - 1ª Câmara, no âmbito dos contratos administrativos [...],
sendo oportuno registrar a necessidade de o município:
[...]
9.2.3.2. exigir a apresentação de documentos comprobatórios do
recolhimento mensal do INSS e do FGTS, a cargo das empresas
contratadas, quais sejam, Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.8.4. fiscalizem os contratos de prestação de serviços, em especial no que
diz respeito à regularidade fiscal e à obrigatoriedade de a contratada arcar
com todas as despesas decorrentes das obrigações trabalhistas relativas a
seus empregados, devendo constar, ainda, dos respectivos processos de
pagamento, os comprovantes de recolhimento dos correspondentes
encargos sociais (INSS e FGTS), de modo a evitar a responsabilização
subsidiária dos entes públicos;
(Acórdão 2254/2008 – Plenário)
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
13. Particularmente com relação à falta de uma
efetiva fiscalização da regularidade trabalhista das contratadas, que, com
base nos editais de então, era feita unicamente por meio de declaração
firmada pelo dirigente da empresa afirmando estar em dia com as
obrigações, sabe-se que o Tribunal passou a determinar ao Dnit o
estabelecimento de controles suficientes e adequados para verificação do
pagamento dos encargos dessa natureza, de modo a afastar a possibilidade
de a autarquia vir a responder subsidiariamente pelo seu inadimplemento
(Acórdãos 2.423/2009-P e 2.197/2009-P).
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
4.Insurge-se a autora, em síntese, quanto ao fato de o edital considerar os
salários vigentes em 2016, relativos aos profissionais que deverão prestar
os serviços, cuja categoria é abrangida pelo Sindicato dos Empregados nas
Empresas de Asseio e Conservação da Região do Sul Fluminense do Estado
do Rio de Janeiro (SIEEACON), apesar de nova convenção coletiva ter sido
celebrada em março de 2017.
[...]
12.Relevante a observação de que o art. 9º, § 2º, do Decreto 5.450/2005
dispõe sobre diversos elementos que devem estar contidos no termo de
referência, entre os quais o valor estimado em planilhas de acordo com o
preço de mercado e que, elastecer esse conceito a ponto de posicioná-lo
em qualquer marco temporal pretérito não atende ao princípio da
razoabilidade, por afastar-se da necessidade de os valores orçados terem
de refletir aqueles praticados atualmente. Necessário, portanto, levar ao
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.1. determinar [...] que, no âmbito da fiscalização do contrato [...] confira
especial atenção à análise do cumprimento das obrigações trabalhistas por
parte da contratada, em especial no que concerne às disposições da
convenção coletiva de trabalho, medida com o fito de evitar eventual dano
ao Erário decorrente da responsabilização subsidiariária do tomador dos
serviços, in casu, a Administração, quanto às aludidas obrigações.
(Acórdão 1662/2008 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
7. Em que pese não estar a Administração Pública obrigada a fazer constar
em seu edital as parcelas e valores objetos da Convenção, o licitante o
está. Por força da Cláusula 54 e parágrafos, a empresa que se candidata a
ser contratada por tomador de serviços deve incluir na documentação para
licitação cópia da CCT, bem como indicar em suas planilhas os reflexos dos
adicionais pactuados em férias, 13.º salário, FGTS e verbas rescisórias. Cabe
a ele verificar se a empresa terceirizada está cumprindo com suas
obrigações trabalhistas, sob pena de, não o fazendo, poder ser chamado a
arcar com as indenizações decorrentes de execução de instrumento
coletivo válido.
(Acórdão 455/2009 – Plenário)
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. responder ao consulente que:
[...]
9.2.6. em face do princípio do formalismo moderado e da supremacia do
interesse público, que permeiam os processos licitatórios, o fato de o
licitante apresentar composição de custo unitário contendo salário de
categoria profissional inferior ao piso estabelecido em instrumento
normativo negociado é, em tese, somente erro formal, o qual não enseja a
desclassificação da proposta, podendo ser saneado com a apresentação de
nova composição de custo unitário desprovida de erro;
(Acórdão 719/2018 – Plenário)
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CLT
Art. 516. Não será reconhecido mais de um Sindicato representativo da
mesma categoria econômica ou profissional, ou profissão liberal, em uma
dada base territorial.
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[VOTO]
2. O consulente pretende ver esclarecidas as seguintes questões:
a) o benefício concedido aos empregados de empresas que prestam
serviços continuados à Administração previsto em Convenção Coletiva de
Trabalho como participação nos lucros pode ser considerado custo de
venda dos serviços?
3. Conforme consignado pela unidade técnica e pelo Ministério Público
junto ao TCU, nos pareceres transcritos no relatório precedente, a
participação nos lucros será objeto de negociação entre a empresa e seus
empregados, visando o aumento da produtividade, a redução dos custos e,
por consequência, o aumento dos lucros. Trata-se, como se vê,
exclusivamente de uma relação entre a empresa e seus funcionários, que
não envolve a eventual contratante do serviço prestado pela empresa. Não
pode, assim, ser considerada custo de venda dos serviços.
4. Diferente é a relação entre a Administração e a empresa contratada.
Todas as parcelas que integram a remuneração do contratado devem estar
previstas no edital e no contrato dele decorrente, de tal forma que haja
uma justa remuneração pelos serviços prestados. Se a empresa contratada
inserisse na remuneração de seus empregados uma parcela referente à
participação nos lucros, introduziria um elemento de incerteza incompatível
com os rigores exigidos nas contratações públicas, na medida em que não
há definição prévia nem quanto à ocorrência da participação nos lucros em
si (condicionada que está à existência de resultado positivo), nem quanto
aos valores a serem transferidos aos empregados.
[ACÓRDÃO]
9.2. responder ao consulente que:
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. dar ciência ao [omissis] acerca das seguintes irregularidades
identificadas na condução do Pregão Eletrônico 26/10, com o objetivo de
que se evite a reincidência de tais ocorrências na realização de futuros
procedimentos licitatórios no âmbito daquela Instituição:
9.3.1. exigência de que as planilhas de custo das licitantes contemplassem
todos os encargos sociais e trabalhistas previstos em convenção coletiva
de trabalho, em desacordo com o art. 13 da Instrução Normativa MPOG
2/2008 e com a jurisprudência deste Tribunal (Acórdãos 657/2004,
1.699/2007, 650/2008 e 381/2009, todos do Plenário);
(Acórdão 9036/2011 – Primeira Câmara)
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3. O salário anotado não pode ser inferior ao salário mínimo, ao piso normativo
ou ao informado na proposta da contratada;
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Perceba que a remuneração é composta por várias parcelas, ainda que estas
não sejam denominadas propriamente, no contracheque do empregado, sob a
rubrica “salário”.
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CLT
Art. 459 ....
§ 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser
efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao
vencido.
[...]
Art. 464 - O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo,
assinado pelo empregado; em se tratando de analfabeto, mediante sua
impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo.
Parágrafo único. Terá força de recibo o comprovante de depósito em
conta bancária, aberta para esse fim em nome de cada empregado, com o
consentimento deste, em estabelecimento de crédito próximo ao local de
trabalho.
Como vimos no início deste capítulo, mesmo após aquela deliberação, o TCU
tem recomendado o exame documental como técnica de fiscalização.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.6.1.3. inclua, nos contratos e em futuros editais para a execução indireta
dos serviços, com fundamento nos arts. 54, § 1º, in fine, e 55, inciso XI, da
Lei nº 8.666/93, as seguintes cláusulas: [...]
1.6.1.3.2. pela qual a empresa contratada se obriga a pagar os salários
lançados em sua proposta, bem como autoriza à contratante fiscalizar
periodicamente o efetivo pagamento dos valores salariais lançados na
proposta contratada, mediante a verificação das folhas de pagamento
referentes aos meses de realização dos serviços, de cópias das carteiras de
trabalho dos empregados, dos recibos e dos respectivos documentos
bancários, entre outros meios de fiscalização cabíveis;
(Acórdão 975/2009 – Primeira Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.1.3. fiscalize periodicamente o efetivo pagamento dos valores salariais
lançados na proposta contratada, mediante a verificação das folhas de
pagamento referentes aos meses de realização dos serviços, de cópias das
carteiras de trabalho dos empregados, dos recibos e dos respectivos
documentos bancários, entre outros meios de fiscalização cabíveis (...)
(Acórdão 1125/2009 – Plenário)
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. determinar [...] sanar as seguintes irregularidades e falhas nos
contratos de terceirização e consultoria e descentralizações orçamentárias:
[...]
9.2.2. pagamento de salários aos empregados das empresas contratadas
em valores menores do que os estabelecidos contratualmente, em
desacordo ao disposto no Acórdão nº 1.233/2008 – Plenário;
(Acórdão 109/2012 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.3.1. estabeleça mecanismos de controle suficientes e adequados para
verificação do efetivo recolhimento pelas empresas dos encargos
trabalhistas e previdenciários (FGTS e INSS) relativos aos pagamentos de
salários dos trabalhadores;
9.2.3.2. verifique a compatibilidade entre os salários efetivamente pagos
pelas contratadas aos trabalhadores [...] e aqueles constantes em
demonstrativo de formação de preço ou planilha com essa finalidade,
vinculados ao instrumento contratual;
9.3. alertar... que o pagamento de salários em nível inferior ao da
proposta oferecida na licitação constitui causa para o reequilíbrio
econômico-financeiro do contrato em favor da Administração, devendo as
medidas cabíveis ser adotadas imediatamente à constatação de que os
salários efetivamente pagos pelas contratadas aos trabalhadores alocados
ao DNIT são inferiores aos consignados nas propostas apresentadas na
licitação, sob pena de responsabilidade solidária dos responsáveis pelos
pagamentos indevidos;
(Acórdão 1233/2008 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Apurou-se, com base na folha de pagamento da empresa líder do
consórcio, que os salários efetivamente pagos aos empregados eram
inferiores aos que constaram da proposta oferecida na licitação, donde se
concluiu que o consórcio contratado estava a auferir, a princípio, lucros
indevidos. Por isso, foi determinado no Acórdão 327/2009-Plenário, que a
Secretaria Especial de Portos da Presidência da República, à qual fora sub-
rogado o contrato, fizesse retornar aos cofres públicos a diferença entre os
salários pagos pela contratada a seus empregados e os valores constantes
da proposta, contra o que a contratada demonstrou inconformismo, por
meio de pedido de reexame. Ao examinar o recurso, o 2º revisor, ministro
Valmir Campelo, discordando do voto do relator, ministro Ubiratan Aguiar,
entendeu não ser possível a retenção da diferença dos valores declarados
pela contratada em sua proposta e os efetivamente despendidos aos
funcionários. Segundo ele, para que isso ocorresse, seria necessário que o
edital da licitação contivesse cláusula expressa nesse sentido, o que não
houve.
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10. Caso algum terceirizado tenha realizado trabalho extraordinário (hora extra),
anote a quantidade de horas na sua planilha-resumo; cada hora extra é
remunerada com um acréscimo de 50% em relação ao valor da hora normal de
trabalho;
11. Mesmo procedimento de verificação deve ser adotado quanto aos demais
adicionais devidos ao trabalhador;
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Esse direito é disciplinado pela CLT (artigos 129 a 153), sendo, portanto, de
observância cogente. Apresentamos, a seguir, os principais dispositivos que
disciplinam a aquisição e a concessão do direito às férias anuais.
CLT
Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período
de férias, sem prejuízo da remuneração.
Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de
trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5
(cinco) vezes;
II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14
(quatorze) faltas;
III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte
e três) faltas;
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32
(trinta e duas) faltas.
[...]
Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só
período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o empregado
tiver adquirido o direito.
§ 1o Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser
usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser
inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a
cinco dias corridos, cada um.
§ 2o (Revogado).
§ 3o É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede
feriado ou dia de repouso semanal remunerado.
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5. O pagamento das férias deve ser feito até 2 dias antes do início do período de
gozo; verifique o Recibo para se certificar de que o pagamento foi tempestivo;
segundo o TST, o pagamento com atraso gera o dever de pagar em dobro, ainda ue
as férias tenham sido concedidas no período concessivo:
JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
SÚMULA 450
FÉRIAS. GOZO NA ÉPOCA PRÓPRIA. PAGAMENTO FORA DO PRAZO. DOBRA
DEVIDA. ARTS. 137 E 145 DA CLT.
É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o
terço constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que
gozadas na época própria, o empregador tenha descumprido o prazo
previsto no art. 145 do mesmo diploma legal [pagamento até 2 dias antes
do início das férias].
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Vale-transporte
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DECRETO 95.247/87
Art. 4° Está exonerado da obrigatoriedade do Vale-Transporte o
empregador que proporcionar, por meios próprios ou contratados, em
veículos adequados ao transporte coletivo, o deslocamento, residência-
trabalho e vice-versa, de seus trabalhadores.
Parágrafo único. Caso o empregador forneça ao beneficiário transporte
próprio ou fretado que não cubra integralmente os deslocamentos deste,
o Vale-Transporte deverá ser aplicado para os segmentos da viagem não
abrangidos pelo referido transporte.
[...]
Art. 7° Para o exercício do direito de receber o Vale-Transporte o
empregado informará ao empregador, por escrito:
I - seu endereço residencial;
II - os serviços e meios de transporte mais adequados ao seu
deslocamento residência-trabalho e vice-versa.
§ 1° A informação de que trata este artigo será atualizada anualmente ou
sempre que ocorrer alteração das circunstâncias mencionadas nos itens I
e II, sob pena de suspensão do benefício até o cumprimento dessa
exigência.
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Erivan Pereira de Franca
Auxílio-alimentação/refeição
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Erivan Pereira de Franca
226
Erivan Pereira de Franca
DECRETO 5/91
Art. 4º Para a execução dos programas de alimentação do trabalhador, a
pessoa jurídica beneficiária pode manter serviço próprio de refeições,
distribuir alimentos e firmar convênio com entidades fornecedoras de
alimentação coletiva, sociedades civis, sociedades comerciais e
sociedades cooperativas.
[...]
Art. 6° Nos Programas de Alimentação do Trabalhador (PAT), previamente
aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, a parcela
paga in-natura pela empresa não tem natureza salarial, não se incorpora à
remuneração para quaisquer efeitos, não constitui base de incidência de
contribuição previdenciária ou do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
e nem se configura como rendimento tributável do trabalhador.
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
✓ exame médico demissional (art. 168, II, CLT; NR-07, Portaria MTE
3.214/78).
5. Por outro lado, se a demissão for imediata, sem cumprimento do aviso prévio,
o empregado terá direito ao salário correspondente ao período correspondente ao
do aviso prévio não concedido (aviso prévio indenizado, considerada a Lei
12.506/2011); se a iniciativa da rescisão for do empregado, para desligamento
imediato, sem cumprimento de aviso prévio, a empresa terá direito de descontar
das verbas rescisórias o equivalente a 1 mês de salário;
10. O principal documento a analisar é o TRCT, que deve ser assinado pelas
partes. O TRCT é um formulário cujos campos são numerados; os principais
campos a serem conferidos são os seguintes:
✓ 11 = nome do terceirizado;
✓ 22 = causa do afastamento;
✓ 24 = data de admissão;
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Erivan Pereira de Franca
✓ 103 = débito por aviso prévio indenizado (ou seja, não concedido pelo
empregado);
✓ 112 = INSS;
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7.4. Checklist
FISCALIZAÇÃO TRABALHISTA
Os contratos de terceirização envolvem sério risco para a Administração, que é a possibilidade de responsabilização
pelo pagamento de encargos previdenciários e trabalhistas não adimplidos pela contratada, relativamente aos seus
empregados prestadores dos serviços contratados. Para minimizar a possibilidade de tal risco, sugere-se a adoção
de medidas efetivas de fiscalização, a serem previstas no contrato. Seguem algumas sugestões. Esclareça-se que,
em regra, as ações a seguir sugeridas devem ser realizadas mensalmente. Não obstante, o contrato pode fixar
prazo diverso, ou, até mesmo, fiscalização esporádica, por amostragem.
I – Ações Sugeridas de Fiscalização do Cumprimento das Realizada
Observações
Obrigações Trabalhistas Sim Não
1. Exigir da contratada a apresentação dos documentos
previstos no contrato, incluindo a CNDT
2. Verificar se a documentação apresentada está completa.
Notificar a contratada em caso de entrega incompleta.
3. Juntar os documentos ao processo de fiscalização
trabalhista e previdenciária
4. Proceder à análise dos documentos ou encaminhá-los para
a unidade competente
5. Juntar o Relatório de Análise no processo de fiscalização e
pagamento
6. Notificar a contratada para que apresente documentos
complementares ou preste esclarecimentos quanto às
impropriedades verificadas na documentação
Realizada
I.1 – Planilha-resumo: Observações
Sim Não
7. Elaborar planilha-resumo específica para cada mês objeto
de análise
8. Verificar se o quantitativo de pessoal informado na
proposta da contratada corresponde ao número de
terceirizados executores dos serviços
9. Verificar se houve terceirizados em férias e consignar o
período de gozo
10. Verificar se houve afastamento por motivo de doença e
consignar as datas de início e término
11. Verificar se houve terceirizados em licença-maternidade e
consignar as datas de início e término
12. Verificar se houve terceirizados em licença-paternidade e
consignar as datas de início e término
13. Inserir dados dos terceirizados admitidos, indicando a data
de admissão
14. Indicar os terceirizados demitidos, consignando a data de
demissão
15. Informar a função exercida por cada terceirizado e o
respectivo salário, bem como a jornada prevista
243
Erivan Pereira de Franca
Realizada
I.1 – Planilha-resumo: Observações
Sim Não
16. Informar as transferências de terceirizados para outro
tomador ou para o escritório da contratada, indicando a
data da ocorrência
17. Em caso de transferência de terceirizado, solicitar da
contratada a apresentação de folha de pagamento e GFIP
do novo tomador ou do escritório da empresa
18. Certificar-se de que houve efetiva substituição dos
terceirizados afastados ou demitidos e consignar o nome
dos substitutos
19. Em caso de ausência de substituição, glosar o valor
correspondente dos pagamentos devidos à contratada,
bem como verificar a possibilidade de aplicar sanção
20. Avaliar a necessidade de verificar a documentação
trabalhista e previdenciária do substituto
Realizada
I.2 – Análise da Folha de Pagamento (verificar se...): Observações
Sim Não
21. A Folha de Pagamento contém os dados da contratada
(nome, CNPJ etc.)
22. O tomador é o órgão contratante
244
Erivan Pereira de Franca
Realizada
I.3 – Pagamento de férias (verificar se...): Observações
Sim Não
34. A planilha-resumo consigna o nome dos terceirizados que
gozaram férias no período
35. Foi apresentado aviso de férias
36. O pagamento foi efetuado até dois (2) dias antes do início
do período de férias
37. O salário pago corresponde aos dias efetivamente
usufruídos
38. O adicional (1/3 constitucional) foi pago
39. O abono pecuniário (“venda” de 10 dias) foi pago
juntamente com o salário de férias
40. Se as férias foram concedidas em mais de um período
Realizada
I.4 – Admissão de Pessoal (verificar se...): Observações
Sim Não
41. Os terceirizados admitidos foram incluídos na Planilha-
resumo, consignando-se a data de admissão
42. Foi apresentada cópia da CTPS (Carteira de Trabalho e
Previdência Social) ou do contrato de trabalho ou do
Registro de Empregado
43. A CTPS consigna corretamente o salário, a função e a data
de início do contrato de trabalho
44. Foram apresentados os exames médicos admissionais
45. A CTPS foi devidamente anotada em caso de modificação
de função ou aumento de salário
46. O salário anotado é igual ou superior ao previsto na
Convenção Coletiva de Trabalho e na proposta da
contratada
47. Foram apresentados comprovantes da qualificação do
pessoal executor dos serviços, exigidos no contrato ou
termo de referência
Realizada
I.5 – Demissão de Pessoal (verificar se...): Observações
Sim Não
48. A data e o motivo da demissão dos terceirizados foi
registrada na planilha-resumo
49. Foi apresentada cópia da CTPS com anotação da rescisão
do contrato de trabalho
50. Foram apresentados exames médicos demissionais, caso
exigidos (vide NR-7 do Ministério do Trabalho)
51. Foi apresentada notificação de aviso prévio
52. Houve pedido de desligamento por iniciativa do
terceirizado, sem aviso prévio
245
Erivan Pereira de Franca
Realizada
I.5 – Demissão de Pessoal (verificar se...): Observações
Sim Não
53. Foi apresentada a Guia de Recolhimento Rescisório do
FGTS (GRRF), no caso de rescisão sem justa causa por
iniciativa do empregador
54. O termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT) foi
apresentado, com pagamento de indenização de despedida
sem justa causa, se for o caso
55. O TRCT foi assinado pelo empregado
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IN 05/2017
ANEXO VIII-B - DA FISCALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
2. Na fiscalização do cumprimento das obrigações trabalhistas e sociais,
nas contratações com dedicação exclusiva dos trabalhadores da contratada
exigir-se-á, dentre outras, as seguintes comprovações:
2.1. No caso de empresas regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT):
[...]
c) entrega, quando solicitado pela Administração, de quaisquer dos
seguintes documentos:
[...]
c.2. cópia da folha de pagamento analítica de qualquer mês da prestação
dos serviços, em que conste como tomador o órgão ou entidade
contratante;
c.3. cópia dos contracheques dos empregados relativos a qualquer mês da
prestação dos serviços ou, ainda, quando necessário, cópia de recibos de
depósitos bancários;
c.4. comprovantes de entrega de benefícios suplementares (vale-
transporte, vale-alimentação, entre outros), a que estiver obrigada por
força de lei ou de Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho, relativos a
qualquer mês da prestação dos serviços e de qualquer empregado; e
[...]
10.5. Fiscalização por amostragem
[...]
d) A contratada deverá entregar, no prazo de 15 (quinze) dias, quando
solicitado pela Administração, por amostragem, quaisquer dos seguintes
documentos:
[...]
d.2. cópia da folha de pagamento analítica de qualquer mês da prestação
dos serviços, em que conste como tomador o órgão ou entidade
contratante;
d.3. cópia dos contracheques assinados dos empregados relativos a
qualquer mês da prestação dos serviços ou, ainda, quando necessário,
cópia de recibos de depósitos bancários; e
d.4. comprovantes de entrega de benefícios suplementares (vale-
transporte, vale-alimentação, entre outros), a que estiver obrigada por
força de lei, Acordo, Convenção ou Dissídio Coletivo de Trabalho, relativos a
qualquer mês da prestação dos serviços e de qualquer empregado.
[...]
9. Para efeito de recebimento provisório, ao final de cada período mensal, o
fiscal administrativo deverá verificar a efetiva realização dos dispêndios
concernentes aos salários e às obrigações trabalhistas, previdenciárias e
250
Erivan Pereira de Franca
com o FGTS do mês anterior, dentre outros, emitindo relatório que será
encaminhado ao gestor do contrato.
IN 05/2017
ANEXO VIII-B - DA FISCALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
2. Na fiscalização do cumprimento das obrigações trabalhistas e sociais,
nas contratações com dedicação exclusiva dos trabalhadores da contratada
exigir-se-á, dentre outras, as seguintes comprovações:
2.1. No caso de empresas regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT):
[...]
d) entrega de cópia da documentação abaixo relacionada, quando da
extinção ou rescisão do contrato, após o último mês de prestação dos
serviços, no prazo definido no contrato:
d.1. termos de rescisão dos contratos de trabalho dos empregados
prestadores de serviço, devidamente homologados, quando exigível pelo
sindicato da categoria;
[...]
d.4. exames médicos demissionais dos empregados dispensados
[...]
5. A Administração deverá analisar a documentação solicitada na alínea “d”
do subitem 2.1 acima no prazo de 30 (trinta) dias após o recebimento dos
documentos, prorrogáveis por mais 30 (trinta) dias, justificadamente.
IN 05/2017
ANEXO VIII-B - DA FISCALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
10.1. Fiscalização inicial (no momento em que a prestação de serviços é
iniciada) (observância da CCT)
[...]
d) O salário não pode ser inferior ao previsto no contrato administrativo e
na Convenção Coletiva de Trabalho da Categoria (CCT).
e) Devem ser consultadas eventuais obrigações adicionais constantes na
CCT para as empresas terceirizadas (por exemplo, se os empregados têm
direito a auxílio-alimentação gratuito).
[...]
10.4. Fiscalização procedimental
a) Observar a data-base da categoria prevista na CCT. Os reajustes dos
empregados devem ser obrigatoriamente concedidos pela empresa no dia e
percentual previstos, devendo ser verificada pelo gestor do contrato a
necessidade de se proceder a repactuação do contrato, inclusive quanto à
necessidade de solicitação da contratada.
251
Erivan Pereira de Franca
[...]
Art. 6º A Administração não se vincula às disposições contidas em
Acordos, Convenções ou Dissídios Coletivos de Trabalho que tratem de
pagamento de participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da
empresa contratada, de matéria não trabalhista, ou que estabeleçam
direitos não previstos em lei, tais como valores ou índices obrigatórios de
encargos sociais ou previdenciários, bem como de preços para os insumos
relacionados ao exercício da atividade.
Parágrafo único. É vedado ao órgão e entidade vincular-se às disposições
previstas nos Acordos, Convenções ou Dissídios Coletivos de Trabalho que
tratem de obrigações e direitos que somente se aplicam aos contratos com
a Administração Pública.
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
6. O registro da fiscalização, na forma prescrita em lei, não é ato
discricionário. É elemento essencial que autoriza as ações subsequentes e
informa os procedimentos de liquidação e pagamento dos serviços. É
controle fundamental que a administração exerce sobre o contratado.
Propiciará aos gestores informações sobre o cumprimento do cronograma
das obras e a conformidade da quantidade e qualidade contratadas e
executadas.
(Acórdão 4593/2010 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.4.19. adote processo formal para acompanhar a execução contratual,
em atenção ao princípio constitucional da eficiência, incluindo controles
que permitam aos fiscalizadores dos contratos identificarem se todas as
obrigações do contratado foram cumpridas antes de autorizar o
pagamento, em observância ao disposto no art. 6º, IX, "e", da Lei nº
8.666/1993;
(Acórdão 1163/2008 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.9. formalizem processos de execução dos contratos, reunindo a
documentação física e financeira, tais como solicitações de
compras/serviços, aprovações de compras/serviços, notas fiscais, atestos,
pareceres e relatórios de fiscalização e de acompanhamento do contrato,
comprovantes de pagamento, a fim de aperfeiçoar a gestão e atender ao
principio da eficiência;
(Acórdão 769/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.2. nos procedimentos de recebimento e de atesto de produtos e
serviços, principalmente em contratações de objetos de maior
complexidade, façam constar do processo de pagamento documento
assinado pelo responsável pela fiscalização do contrato, com a devida
identificação (nome, cargo e matrícula) desse agente, que contenha análise
com detalhamento dos requisitos considerados para o aceite ou o atesto,
com demonstração de que os produtos ou serviços entregues atenderam
ao objeto contratado, ou, quando for o caso, o detalhamento dos serviços
prestados ou memória de cálculo do valor a ser pago, de forma a assegurar
transparência ao processo de liquidação da despesa;
(Acórdão 526/2013 – Plenário)
257
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
VOTO]
29. [...] o fiscal tem o dever de acompanhar o cumprimento do que foi
contratado e propor à autoridade competente a adoção de providências
corretivas das falhas detectadas, sob pena de avocar para si a
responsabilidade por eventuais danos sofridos pela Administração
Pública.
30. [...] os argumentos circunstanciais e desprovidos de documentação
comprobatória apresentados pelo recorrente não permitem afastar a
reprovabilidade de sua conduta, especialmente com relação aos atestes à
prestação satisfatória dos serviços, muito embora os produtos entregues
pela contratada não funcionassem a contento [...]. Não é demais ressaltar
que a produção de provas constitui ônus do recorrente (como gestor
público), que, na qualidade de fiscal de contrato, devia ter anotado, em
registro próprio, todas as ocorrências relacionadas com a fiel execução do
ajuste, em atenção ao disposto no art. 67, § 1º, da Lei nº 8.666/1993.
(Acórdão 1181/2013 – Plenário)
258
Erivan Pereira de Franca
[...]
Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou
fornecimento executado em desacordo com o contrato.
LEI 4.320/64
Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após
sua regular liquidação.
Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido
pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do
respectivo crédito.
§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços
prestados terá por base:
I – o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
II – a nota de empenho;
III – os comprovantes de entrega de material ou da prestação efetiva do
serviço.
LEI 8.666/93
Art. 40 .....
[...]
§ 3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como adimplemento da
obrigação contratual a prestação do serviço, a realização da obra, a entrega
do bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro evento contratual
a cuja ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de cobrança.
IN 05/2017
ANEXO XI - DO PROCESSO DE PAGAMENTO
1. Após recebimento definitivo dos serviços, conforme previsto nos arts. 49
e 50 desta Instrução Normativa, o gestor do contrato deve instruir o
processo de pagamento com a Nota Fiscal ou Fatura e os demais
documentos comprobatórios da prestação dos serviços e encaminhar para
o setor competente para pagamento.
[...]
4.1. Considera-se ocorrido o recebimento da Nota Fiscal ou Fatura no
momento em que o órgão contratante atestar a execução do objeto do
contrato.
4.2. Observado o disposto na alínea “c” do inciso II do art. 50 desta
Instrução Normativa, quando houver glosa parcial dos serviços, a
contratante deverá comunicar a empresa para que emita a nota fiscal ou
fatura com o valor exato dimensionado, evitando, assim, efeitos tributários
sobre valor glosado pela Administração.
259
Erivan Pereira de Franca
[...]
5.1. Na hipótese de pagamento de juros de mora e demais encargos por
atraso, os autos devem ser instruídos com as justificativas e motivos e
submetidos à apreciação da autoridade competente, que adotará as
providências para eventual apuração de responsabilidade, identificação dos
envolvidos e imputação de ônus a quem deu causa à mora.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.6. implemente políticas e procedimentos formalizados que estabeleçam
a separação entre funções e atividades consideradas incompatíveis,
atentando também para que os servidores responsáveis pela realização da
despesa ou pela solicitação da aquisição/prestação de serviços, não
participem como membros de comissões instituídas para licitar, inclusive
pregoeiro e equipe de apoio e como responsáveis pelo recebimento e
atesto de bens e serviços ou de inventários físicos, em obediência ao
princípio da segregação de funções.
(Acórdão 1543/2013 – Plenário)
260
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.4.2. [...] confrontar todos os "atestos" das notas fiscais com as Portarias
de fiscalização de contratos, e só realizar os pagamentos se os "atestos"
forem efetuados pelo fiscal da atividade, regularmente designado, sob pena
de responsabilidade solidária, uma vez que este exame é uma das etapas da
liquidação da despesa, conforme estabelecem os arts. 62 e 63 da Lei
4.320/1964;
(Acórdão 1612/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
“É dever do gestor público responsável pela condução e fiscalização de
contrato administrativo a adoção de providências tempestivas a fim de
suspender pagamentos ao primeiro sinal de incompatibilidade entre os
produtos e serviços entregues pelo contratado e o objeto do contrato,
cabendo-lhe ainda propor a formalização de alterações qualitativas quando
de interesse da Administração, ou a rescisão da avença, nos termos
estabelecidos na Lei nº 8.666/1993”.
[...] o atesto de notas fiscais referentes a produtos e serviços executados
em desconformidade com as especificações contratuais, mesmo diante de
notas técnicas que denotavam a inadequação dos módulos entregues
[caracterizaram] atos comissivos e omissivos levados à efeito durante a
execução do contrato, os quais resultaram em produtos e serviços que não
contemplaram tecnologias e soluções adequadas, em frontal
descumprimento ao objeto proposto e contratado.
(Acórdão 1450/2011 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.3. atente para o disposto nos arts. 62 e 63 da Lei 4.320/1964 de modo a
evitar pagamentos por serviços não prestados, conferindo especial
atenção à fase de liquidação da despesa, na qual os comprovantes da
entrega de material ou da prestação efetiva do serviço devem ser exigidos
como condição para a concretização da autorização do pagamento;
(Acórdão 3909/2008 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
3.1 A multa imposta ao então Subsecretário e parte daquela aplicada ao
ex-Coordenador-Geral decorrem da aceitação de prestação de serviço sem
cobertura contratual. A do segundo baseou-se, ainda, no fato de não ter
adotado providências para corrigir as falhas apontadas pelo fiscal do
contrato, por meio de documento de julho de 2009.
3.2 Aquela aplicada ao então Coordenador de Infraestrutura, na
qualidade de Coordenador-Geral de Modernização e Informática
Substituto, foi motivada pelo fato de ter atestado documento
261
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
Como os argumentos apresentados pelo Sr. [fiscal] não justificam o fato
das notas fiscais emitidas pela [...] Ltda. terem sido por ele atestadas sem
a medição dos serviços efetivamente executados, em afronta ao art. 67 da
Lei nº 8.666/93, rejeito suas razões de justificativa e aplico-lhe a multa
prevista no art. 58, inciso III, da Lei nº 8.443/92.
[ACÓRDÃO]
9.2. rejeitar as razões de justificativa apresentadas pelo Sr. [fiscal],
aplicando-lhe a multa prevista no art. 58, inciso III, da Lei nº 8.443/92, no
valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) [...];
(Acórdão 1051/2012 – Primeira Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.2. nos procedimentos de recebimento e de atesto de produtos e
serviços, principalmente em contratações de objetos de maior
complexidade, façam constar do processo de pagamento documento
assinado pelo responsável pela fiscalização do contrato, com a devida
identificação (nome, cargo e matrícula) desse agente, que contenha análise
com detalhamento dos requisitos considerados para o aceite ou o atesto,
com demonstração de que os produtos ou serviços entregues atenderam
ao objeto contratado, ou, quando for o caso, o detalhamento dos serviços
prestados ou memória de cálculo do valor a ser pago, de forma a assegurar
transparência ao processo de liquidação da despesa;
(Acórdão 526/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
VOTO]
29. [...] o fiscal tem o dever de acompanhar o cumprimento do que foi
contratado e propor à autoridade competente a adoção de providências
corretivas das falhas detectadas, sob pena de avocar para si a
responsabilidade por eventuais danos sofridos pela Administração
Pública.
30. [...] os argumentos circunstanciais e desprovidos de documentação
comprobatória apresentados pelo recorrente não permitem afastar a
reprovabilidade de sua conduta, especialmente com relação aos atestes à
262
Erivan Pereira de Franca
8.3. Checklist
LIQUIDAÇÃO E PAGAMENTO DA DESPESA CONTRATUAL
Antes de efetuar os pagamentos devidos à contratada deve-se proceder à liquidação da despesa, consistente na
verificação do direito ao pagamento. Essa verificação consiste na atestação de cumprimento de todas as
obrigações previstas no contrato que autorizam a emissão do documento de cobrança (nota fiscal/fatura).
Sugerem-se as verificações a seguir indicadas; não obstante, observe estritamente o que dispuser o contrato.
I – Ações Sugeridas quando da Liquidação e Pagamento da Realizada
Observações
Despesa – Atestação (explicitar no despacho...) Sim Não
1. A conformidade do serviço com o previsto nas
especificações técnicas (vide I.1)
2. Se a nota fiscal contém todos os elementos de informação
indispensáveis e suficientes (vide 1.2)
3. O cumprimento das cláusulas contratuais que condicionam
o pagamento, notadamente se foram apresentados os
documentos exigidos pelo contrato (vide 1.3)
4. Valor das glosas, deduções e/ou retenções
5. Atestação expressa, encaminhado a nota fical/fatura para
pagamento, ou, caso haja pendências que autorizem, a
retenção dos pagamentos devidos à contratada
6.
I.1 – Planilhas e Relatórios de Acompanhamento (verificar Realizada
antes de atestar, com base em instrumentos formais de Observações
Sim Não
controle e acompanhamento...):
7. Conformidade dos serviços prestados com o previsto nas
especificações técnicas contidas no Termo de Referência
ou Projeto Básico
8. Alcance dos resultados pactuados, em termos
quantitativos, e qualitativos, colhendo-se a manifestação,
quanto à satisfação, do público usuário
9. Emprego dos recursos humanos no quantitativo e com a
qualificação exigida
10. Emprego de materiais e equipamentos em quantitativo
definido na proposta da contratada, atentando-se para a
qualidade definida
11. Observância das rotinas de execução definidas nas
especificações técnicas
263
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30.
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35.
42.
Concluídas as ações de verificação a cargo da fiscalização, a fim de atestar o cumprimento das obrigações
contratuais pela contratada, consigne as informações em despacho, submetendo-se à consideração superior, nos
termos do § 2º do art. 67 da Lei 8.666/93. Não se esqueça: em seu despacho opine pela liquidação e pagamento ou
pela retenção, sempre observando estritamente as disposições contratuais.
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1 recomendar à Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do
Ministério do Planejamento que incorpore os seguintes aspectos à IN/MP
2/2008:
9.1.1 que os pagamentos às contratadas sejam condicionados,
exclusivamente, à apresentação da documentação prevista na Lei 8.666/93;
(Acórdão 1214/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nos contratos de execução continuada ou parcelada, o inadimplemento
das obrigações fiscais da contratada, incluindo a seguridade social, enseja,
além das penalidades legais, a rescisão do contrato e a execução das
garantias para ressarcimento de valores e indenizações devidos à
Administração, sendo vedada a retenção de pagamento por serviço já
executado, ou fornecimento já entregue, sob pena de enriquecimento
sem causa da Administração.
Representação formulada por sociedade empresária apontara possíveis
irregularidades em pregão eletrônico [...] destinado ao fornecimento de
serviço de sistema eletrônico eleitoral via Internet, dentre elas a
possibilidade consignada no edital de retenção de pagamentos por serviços
executados em face da não comprovação da regularidade fiscal e social.
Realizadas as oitivas regimentais, o Cofen procedeu a diversas alterações no
edital, de modo a adequá-lo aos requisitos legais. No que respeita à
hipótese de retenção de pagamentos, a entidade argumentou que “a
jurisprudência dessa Corte é no sentido da obrigatoriedade da exigência da
documentação relativa à regularidade para com o FGTS, a Fazenda Federal
e a Seguridade Social”. Sobre o assunto, relembrou o relator que o Plenário
do TCU, em resposta a consulta formulada pelo Ministério da Saúde
(Acórdão 964/2012), reafirmou a obrigatoriedade de que a Administração
Pública Federal exija, nos editais e contratos de execução continuada ou
parcelada, durante toda a vigência contratual, a comprovação da
regularidade fiscal e social, sob pena de rescisão do contrato e execução de
garantias, além das penalidades já previstas em lei. Entendeu, contudo, que
“Verificada a irregular situação fiscal da contratada, incluindo a seguridade
social, é vedada a retenção de pagamento por serviço já executado, ou
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.4.3. condicionar o pagamento dos serviços contratados à apresentação
de documento comprobatório do recolhimento mensal do INSS e do FGTS
a cargo da empresa contratada, gerado pelo SEFIP - Sistema Empresa de
Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (Guia de
Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações
à Previdência Social - GFIP; Guia de Recolhimento do FGTS - GRF ou
documento equivalente), de acordo com a legislação e os padrões
estabelecidos pela Previdência Social e pela Caixa Econômica Federal;
(Acórdão 1009/2011 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.4. explicite, em atendimento ao caput do art. 71 c/c alínea “b” do inciso
I do art. 73 da Lei nº 8.666/1993, que [...] qualquer pagamento está
condicionado à comprovação pela contratada de regularidade quanto ao
cumprimento das obrigações trabalhistas - incluindo o depósito de
salários -, previdenciárias, fiscais e comerciais resultantes da execução do
contrato;
(Acórdão 947/2010 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1.4. fiscalize a execução dos contratos sob sua supervisão no que diz
respeito à obrigatoriedade de o contratado arcar com todas as despesas
decorrentes de obrigações trabalhistas relativas a seus empregados, aí
incluído o pagamento dos salários e dos respectivos encargos trabalhistas e
previdenciários, a exemplo do FGTS e INSS, tendo em consideração que a
constatação do não cumprimento desse dever pela empresa pode ensejar
a rescisão contratual, bem como a aplicação das sanções [...]
(Acórdão 2197/2009 – Plenário)
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. determinar ao Ministério da Integração Nacional que, no prazo de 30
(trinta) dias, a contar da ciência desta deliberação, promova alterações do
Contrato nº 34/2009-MI, bem como inclua naquele que o suceder, se for o
caso, de forma a:
[...]
9.3.4. condicionar o pagamento dos serviços contratados à apresentação
de documento comprobatório do recolhimento mensal do INSS e do FGTS
a cargo da empresa contratada, gerado pelo SEFIP - Sistema Empresa de
Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (Guia de
Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à
Previdência Social - GFIP; Guia de Recolhimento do FGTS - GRF ou
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
A unidade técnica imputa a [omissis], fiscais do contrato de prestação do
serviço de vigilância, responsabilidade pelos "indícios de não fiscalização
dos salários e benefícios dos vigilantes contratados", na seara dos contratos
6 e 15, de 2011. Argumenta que o indício decorre do fato de os processos
de pagamento não identificar os trabalhadores, "com a descrição do seus
cargos e números do PIS".
Sustentam os responsáveis que as informações requeridas - nome de
número do PIS dos vigilantes - estavam presentes em diversos documentos
apresentados pela contratada, a saber: guias de recolhimento de FGTS;
guias de recolhimento da Previdência Social; Sistema Empresa de
Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (Sefip) e cópias
dos cartões de ponto.
[...]
Considerando que as informações necessárias à aferição da regularidade
dos pagamentos de salários integrou os processos de fiscalização e
pagamento e que não há notícia de pagamentos a menor aos vigilantes, a
responsabilidade pela fragilidade mencionada resta mitigada.
Nesse cenário, acolho as razões de justificativa ofertadas pelos
responsáveis.
(Acórdão 2149/2014 – Primeira Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
34 No tocante à aplicação de recursos públicos, o ônus da prova da
regular utilização recai sobre o gestor, conforme jurisprudência deste
Tribunal confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (MS 20.335/DF, relator
o ministro Moreira Alves).
[...]
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LEITURA COMPLEMENTAR
- Barros, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 6ª ed. São Paulo:
LTr, 2010, p. 451-458.
282
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- Coelho Motta, Carlos Pinto. Eficácia nas licitações e contratos. 11ª ed. – Belo
Horizonte: Del Rey, 2008, p. 176-179.
- Jesus, Noel Antonio Tavares de. O projeto básico na fase interna da licitação
para a execução de obras e serviços de engenharia. In: Revista Zênite ILC:
Informativo de licitações e contratos, n. 112, p. 498, jun.2003.
284
Erivan Pereira de Franca
- Oliveira Aristeu de. Manual de Prática Trabalhista, 43ª ed. São Paulo: Atlas,
2009, p. 43-53; 114-133; 134-149; 342-376; 481-506; 509-651.
- Reis, Paulo Sérgio de Monteiro. Justificativa técnica dos atos da fase interna
do pregão. In: Revista Zênite ILC: Informativo de licitações e contratos, n. 119, p.
41, jan.2004.
285
Erivan Pereira de Franca
- Santana, Jair Eduardo. Quais são os "atores" no termo de referência? In: JAM
jurídica: administração pública, executivo & legislativo, administração municipal, v.
18, n. 7, p. 93-94, jul. 2013.
- Santos, Ulisses Otávio Elias dos. Terceirização: aspectos lícitos e ilícitos. In:
Justiça do trabalho, v. 23, n. 265, p. 58-62, jan. 2006.
- Senne, Sílvio Helder Lencioni. Cessão de mão de obra. In: Revista do direito
trabalhista: RDT, v. 4, n. 9, p. 3-4, set. 1998.
- Uehara, Juliana Miky. Termo de referência: o que é e para que serve? In: O
pregoeiro, v. 10, n. 113, p. 27-29, abr. 2014.
- Viana, Cláudia Salles Vilela. Manual Prático das Relações Trabalhistas, 10ª
ed. São Paulo: LTr, 2009, p. 297-398; 420-464; 556-578; 661-669; 700-730; 756-
894.
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