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Orçamento e Formação de

Preços de Obras Públicas

Eng. André Pachioni Baeta


andrebaeta@hotmail.com
andrepb@tcu.gov.br
Introdução
Comprovação da Boa e Regular Aplicação dos
Recursos Públicos
Decreto-Lei 200/1967
Art.. 93. Quem quer que utilize dinheiros públicos terá de
justificar seu bom e regular emprego na conformidade das
leis, regulamentos e normas emanadas das autoridades
administrativas competentes.
Decreto 93.872/1986
Art.. 66. Quem quer que receba recursos da União ou das
entidades a ela vinculadas, direta ou indiretamente,
inclusive mediante acordo, ajuste ou convênio, para
realizar pesquisas, desenvolver projetos, estudos,
campanhas e obras sociais ou para qualquer outro fim,
deverá comprovar o seu bom e regular emprego, bem
como os resultados alcançados (Decreto-lei nº 200/67, art.
93).
Comprovação da Boa e Regular Aplicação dos
Recursos Públicos
• Interpretando tais disposições para a formação de preços de
obras públicas, o ônus da provar a boa – que significa
vantajosa, em relação ao mercado – e regular – que significa
em conformidade com a lei – aplicação dos recursos é do
gestor (ou daquele que elabora/analisa/aprova a planilha
orçamentária da obra).
• Assim, deve haver uma demonstração de que o orçamento-
base da licitação (ou do contrato, se já foi firmado) cumpre os
preceitos da lei e atende ao princípio constitucional da
economicidade, não extrapolando os preços de mercado.
Detectada a inexistência ou detalhamento insuficiente do
orçamento – o que por si só já constitui uma irregularidade -,
restará ao órgão de controle avaliar se há indícios de
sobrepreço na contratação valendo-se dos meios disponíveis,
inclusive da utilização de estimativas expeditas de custos.
Comprovação da Boa e Regular Aplicação dos
Recursos Públicos
• Acórdão 3.089/2015-Plenário:
Quando caracterizada a atuação de cartel em processos de
contratação pública, o prejuízo causado à Administração
poderá ser avaliado pela diferença entre o preço praticado no
ambiente cartelizado e o preço que seria praticado em
ambiente competitivo, estimada mediante utilização de
técnicas de econometria e de análise de regressão
consagradas internacionalmente. O parâmetro assim obtido
pode servir de base para avaliação da legalidade e da
legitimidade de acordos de leniência que venham a ser
pactuados com base na Lei 12.846/13 (Lei Anticorrupção) .
Comprovação da Boa e Regular Aplicação dos
Recursos Públicos
• Acórdão 2.438/2015-Plenário:
Diante da ausência de projeto básico com detalhamento de
custos unitários ou da indisponibilidade de preços de
referência para diversos itens do contrato, eventual
superfaturamento poderá ser caracterizado com base nos
elementos disponíveis para análise, sem necessidade de se
observar a representatividade amostral usualmente adotada
pelo TCU. Nessas situações, há presunção relativa de que os
itens não avaliados representam os valores de mercado,
facultado aos responsáveis demonstrar diferentemente, de
modo a justificar o preço global contratado.
Necessidade de Detalhamento dos Orçamentos

Súmula TCU nº 258/2010:

“As composições de custos unitários e o


detalhamento de encargos sociais e do
BDI integram o orçamento que compõe o
projeto básico da obra ou serviço de
engenharia, devem constar dos anexos do
edital de licitação e das propostas das
licitantes e não podem ser indicados
mediante uso da expressão ‘verba’ ou de
unidades genéricas”.
Necessidade de Detalhamento dos Orçamentos

Acórdão 2.433/2016-Plenário:

A Administração deve exigir das empresas contratadas no


regime de contratação integrada, por ocasião da entrega
dos projetos básico e executivo, a apresentação de
orçamento detalhado contendo descrições, unidades de
medida, quantitativos e preços unitários de todos os
serviços da obra, acompanhado das respectivas
composições de custo unitário, bem como
do detalhamento dos encargos sociais e da taxa de BDI,
nos termos do art. 2º, parágrafo único, da Lei 12.462/2011,
aplicável a todos os regimes de execução contratual do
RDC, e da Súmula 258 do TCU.
Conteúdo do Projeto Básico
•Muitas obras públicas são licitadas e contratadas a partir de
projetos básicos deficientes.
•Dentre os componentes do projeto básico elencados pela Lei
8.666/93, o orçamento detalhado da obra, elaborado a partir
de todas as plantas, especificações e memoriais que
compõem o projeto, é a peça de fechamento e conclusão do
projeto, traduzindo-o em termos quantitativos e financeiros.
•Só existe condição de se montar um orçamento detalhado e
fidedigno se o projeto contiver um grau de desenvolvimento e
detalhamento suficiente para a completa estimativa de custo
da obra.
•Sem um projeto básico adequado, o orçamento da obra
nada mais é do que uma peça de ficção!
Conteúdo do Projeto Básico - Edificações
PROJETO CONTEÚDO
Levantamento •Desenho com levantamento planialtimétrico.
Topográfico
Sondagens •Desenhos com locação dos furos de sondagem.
•Memorial com descrição das características do solo e perfis geológicos
do terreno.
Projeto do Canteiro de •Desenhos com arranjo das cercas, tapumes, instalações provisórias de
Obras água, luz, gás e telefone, arruamentos interno e caminhos de serviço,
bem como de edificações provisórias destinadas a abrigar o pessoal
(casas, alojamentos, áreas de vivência, refeitórios, vestiários, sanitários
etc.) e as dependências necessárias à obra, (escritórios, cozinha,
enfermaria, barracões, laboratórios, oficinas, almoxarifados, balança,
guarita etc.).
•Plantas com locação e detalhamento das instalações industriais da obra,
tais como central de britagem, usina de CBUQ e central dosadora de
concreto.
•Memorial com especificações dos materiais, equipamentos, elementos,
componentes e sistemas construtivos das edificações e instalações do
canteiro de obras.
Conteúdo do Projeto Básico - Edificações
PROJETO CONTEÚDO

Projeto •Desenhos com plantas de situação e locação, contendo implantação do edifício e sua relação com
Arquitetônico o entorno do local escolhido, acessos e estacionamentos (orientação, eixos da construção cotados
em relação à referência, identificação de postes, árvores, hidrantes, calçadas e arruamentos etc.).
•Desenhos das fachadas do imóvel.
•Plantas baixas dos pavimentos, com cotas de piso acabado, medidas internas, espessuras de
paredes, dimensões de aberturas e vãos de portas e janelas, alturas de peitoris, indicação de planos
de cortes e elevações.
•Plantas de cobertura, com indicação de sentido de escoamento de águas, inclinação, indicação de
calhas, rufos, contrarrufos, condutores e beirais, tipo de impermeabilização, juntas de dilatação etc.
•Cortes transversais e longitudinais da edificação.
•Elevações, indicando aberturas, esquadrias, alturas, níveis etc.
•Estudo de orientação solar, iluminação natural e conforto térmico.
•Indicação de caixas d’água, circulação vertical, áreas técnicas etc.
•Atendimento às normas de acessibilidade.
•Ampliação de áreas molhadas ou especiais, com indicação de equipamentos e aparelhos
hidráulico-sanitários.
•Detalhes (que possam influir no valor do orçamento).
•Indicação dos elementos existentes, a demolir e a executar, em caso de reforma e ampliação.
•Especificações dos materiais, equipamentos, elementos, componentes e sistemas construtivos.
Conteúdo do Projeto Básico - Edificações
PROJETO CONTEÚDO
Projeto de •Desenhos de implantação com indicação dos níveis originais e dos níveis
Terraplanagem propostos.
•Perfil longitudinal e seções transversais tipo com indicação da situação
original e da proposta e definição de taludes e contenção de terra.
•Memorial com cálculo de volume de corte e aterro e respectivo quadro
resumo de corte e aterro.
•Especificação dos materiais para aterro.
Projeto de •Desenhos com locação, características e dimensões dos elementos de
Fundações fundação.
•Plantas de armação e fôrma, com indicação do Fck do concreto.
•Memorial com método construtivo.
•Memorial com cálculo de dimensionamento de todas as peças, indicando
as cargas e os momentos utilizados no projeto.
Conteúdo do Projeto Básico - Edificações
PROJETO CONTEÚDO

Projeto Estrutural •Desenhos em planta baixa com lançamento da estrutura com cortes e elevações, se necessários.
•Plantas de armação com indicação de:
- seções longitudinais de todas as vigas, mostrando a posição, a quantidade, o diâmetro, e o
comprimento de todas as armaduras em escala adequada;
- seções transversais de todas as vigas, mostrando a disposição das armaduras longitudinais
e transversais, além das distâncias entre as camadas das armaduras longitudinais;
- seção longitudinal de todos os pilares, mostrando a posição, a quantidade, o diâmetro, o
comprimento e os transpasses de todas as armaduras longitudinais;
- seção transversal de todos os pilares, com demonstração das armaduras longitudinais e
transversais (estribos).
•Plantas de fôrma contendo indicação de valor e localização da contraflecha em vigas e lajes, bem
como indicação da seção transversal das vigas e pilares.
•Indicação do Fck do concreto para cada elemento estrutural.
•Quadro resumo de barras de aço contendo posição (numeração da ferragem), diâmetro da barra,
quantidade de barras, massa em Kg das barras.
•Memorial com cálculo das áreas fôrma.
•Memorial com cálculo do volume de concreto.
•Especificações com materiais, componentes e sistemas construtivos.
•Memorial com método construtivo.
•Memorial com cálculo de dimensionamento.
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PROJETO CONTEÚDO

Projeto de •Planta de situação ao nível da rua com as seguintes indicações:


Instalações - locais de todas as redes e ramais externos, incluindo redes da concessionária;
Hidrossanitárias - posicionamento de todos os elementos de coleta e dados das respectivas áreas de
(água fria, água contribuição (dimensões, limites, cotas, inclinação, sentido de escoamento, permeabilidade
quente, esgotos etc.).
sanitários, águas •Plantas de implantação com indicação das ligações às redes existentes, cotas de tampa, cotas de
pluviais, irrigação fundo, dimensões das caixas, cotas das geratrizes inferiores das tubulações, dimensionamento e
dos jardins e indicação de redes existentes e a executar, drenagem de áreas externas etc.
drenagem)
•Planta geral de cada pavimento com o traçado e dimensionamento de tubulações e indicação dos
componentes do sistema, tais como: alimentador, reservatórios, instalações elevatórias, pontos de
consumo.
•Plantas com indicação de barriletes e caixa d’água.
•Plantas de todos os níveis e cobertura, onde constem as áreas de contribuição, a localização,
declividades, dimensões e materiais dos condutores, calhas, rufos e canaletas.
•Desenhos das prumadas e dos reservatórios.
•Representação isométrica esquemática das instalações.
•Desenhos com o esquema de distribuição vertical.
•Especificações dos materiais e equipamentos.
•Memoriais com cálculo do dimensionamento das tubulações, volumes de reservatórios, barriletes
e bombas.
•Aprovação junto à concessionária local.
Conteúdo do Projeto Básico - Edificações
PROJETO CONTEÚDO
Projeto de •Projeto de implantação com as indicações dos elementos externos ou de entrada de energia, com indicação do local
Instalações dos medidores.
Elétricas e •Desenhos com diagrama unifilar.
Sistema de •Planta, corte, elevação da subestação rebaixadora, com a parte civil e a parte elétrica.
Proteção contra •Plantas com localização de geradores e no-breaks.
Descargas
•Plantas de todos os pavimentos e da área externa com as seguintes indicações:
Atmosféricas
- local dos pontos de consumo com respectivas cargas, seus comandos e indicações dos circuitos pelos quais são
alimentados;
- local dos quadros de distribuição e respectivas cargas;
- traçado dos condutores e caixas;
- traçado e dimensionamento dos circuitos de distribuição, dos circuitos terminais e dispositivos de manobra e
proteção;
- tipos de aparelhos de iluminação e outros equipamentos, com todas suas características e cargas;
- legendas de convenções utilizadas.
•Plantas com detalhamento do quadro geral de entrada e dos quadros de distribuição, mostrando a posição dos
dispositivos de manobra, barramentos e dispositivos de proteção com as respectivas cargas.
•Quadro de cargas, demonstrando a utilização de cada fase nos diversos circuitos (equilíbrio de fases).
•Projeto de aterramento, com o local dos aterramentos e indicação da resistência máxima de terra e das equalizações.
•Plantas com localização e tipos de para-raios.
•Esquema de prumadas.
•Lista de cabos e circuitos.
•Especificações dos materiais e equipamentos.
•Memoriais com determinação do tipo de entrada de serviço e com o cálculo do dimensionamento.
•Aprovação junto à concessionária local.
Conteúdo do Projeto Básico - Edificações
PROJETO CONTEÚDO

Projeto de Instalações •Planta de situação/locação indicando o ramal da concessionária de


Telefônicas e Cabeamento telefone.
Estruturado •Planta baixa de cada pavimento, indicando a modulação das caixas de
saída, pontos, tubulações, os espaços destinados a painéis de distribuição,
Obs.: a depender da hubs, CPD, servidores, e infraestrutura para a passagem dos cabos e
destinação da edificação, numeração sequencial dos pontos da rede.
pode haver projetos para •Diagrama unifilar da instalação.
outras instalações •Diagramas de blocos.
especiais, tais como •Detalhes da instalação de painéis, equipamentos e infraestrutura.
circuito interno de •Especificações dos materiais e equipamentos.
televisão, sonorização,
•Aprovação junto à concessionária local.
antenas de TV, controle de
acesso, automação predial,
escadas rolantes,
compactadores de resíduos
sólidos, gás combustível,
vácuo, ar comprimido,
oxigênio etc.
Conteúdo do Projeto Básico - Edificações
PROJETO CONTEÚDO

Projeto de Instalações •Planta de situação, indicando as canalizações externas, redes


de Detecção e Alarme e existentes das concessionárias e outras de interesse.
de Combate à Incêndio •Planta geral de cada nível do edifício com as indicações de
tubulações, comprimentos, vazões, pressões nos pontos de
interesse, cotas de elevação, registros, válvulas, extintores,
detectores de fumaça, centrais de detecção, acionadores manuais,
sirenes de alarme, indicadores visuais, chaves, hidrantes, rede de
sprinkler, iluminação de emergência, bombeamentos e demais
componentes.
•Isometria, em escala adequada, dos sistemas de hidrantes ou
mangotinho, chuveiros automáticos, com indicação de diâmetros,
comprimento dos tubos e das mangueiras, vazões nos pontos
principais, cotas de elevação e outros.
•Desenhos esquemáticos da sala de bombas, reservatórios e abrigos.
•Especificações dos materiais e equipamentos.
•Memorial técnico descritivo e de cálculo do dimensionamento das
tubulações e reservatório.
Conteúdo do Projeto Básico - Edificações
PROJETO CONTEÚDO

Projeto de Instalações •Plantas indicando a localização dos principais componentes do sistema: torres de refrigeração,
de Ar Condicionado e unidades condensadoras, chillers, reservatórios do sistema de termo-acumulação, ventiladores
Calefação etc.
•Planta baixa de cada nível do edifício e cortes, com as seguintes indicações, dentre outras:
- dutos de insuflamento e retorno de ar;
- canalizações de água gelada e condensação;
- comprimentos e dimensões, com elevações de cada tipo de material utilizado nos
ambientes;
- bocas de insuflamento e retorno;
- localização dos equipamentos e aberturas para tomadas e saídas de ar;
- pontos de consumo;
- interligações elétricas, comando e sinalização.
•Representações isométricas com:
- dimensões, diâmetros e comprimentos dos dutos e canalizações;
- vazões e pressões nos pontos principais ou críticos;
- indicação das conexões, registros, válvulas e outros elementos.
•Planta baixa com marcação de dutos e equipamentos fixos (unidades condensadoras e
evaporadoras).
•Especificações dos materiais e equipamentos.
•Memorial com cálculo da carga térmica.
•Memorial com cálculo do dimensionamento dos equipamentos e dos dutos.
Conteúdo do Projeto Básico - Edificações
PROJETO CONTEÚDO
Projeto de •Desenhos esquemáticos de planta e corte localizando os elevadores.
Instalação de •Desenhos com as principais características dos elevadores, dentre outras:
Transporte - dimensões principais;
Vertical - espaços mínimos para instalação dos equipamentos (caixa, cabina,
(Elevadores e contrapeso, casa de máquinas, poço etc.).
Escadas •Desenho da casa de máquinas e do poço, em escala adequada.
Rolantes)
•Esquemas de ligações elétricas.
•Desenhos isométricos em escala adequada.
•Especificações dos materiais e equipamentos.
•Memorial com cálculo.
Projeto de •Planta de implantação com níveis.
Paisagismo •Especificação de espécies vegetais e de materiais e equipamentos.
Conteúdo do Projeto Básico - Edificações
PROJETO CONTEÚDO
Orçamento •Planilha de quantitativos de serviços.
•Composições de custos unitários.
•Detalhamento da taxa de BDI e de encargos sociais.

Cronograma •Representação gráfica do desenvolvimento dos serviços a serem


Físico- executados ao longo do tempo de duração da obra demonstrando,
Financeiro em cada período, o percentual físico a ser executado e o respectivo
valor financeiro despendido.
Conteúdo do Projeto de uma Obra Rodoviária
Projeto Conteúdo
Estudos de  Memorial com descrição dos procedimentos básicos utilizados
Tráfego na pesquisa, abrangendo definição da área de estudo e
Rodoviário estabelecimento de zonas de tráfego.
 Memorial com as pesquisas de tráfego, apresentando,
conforme o caso, o resultado das contagens volumétricas, as
pesquisas de origem e destino, as informações sobre
velocidades pontuais, as pesquisas de velocidade e
retardamento, as pesquisas de ocupação dos veículos e os
resultados das pesagens dos veículos.
 Memorial com determinação do tráfego atual, apresentando o
volume médio diário (VMD), as matrizes de origem/destino
atuais e a calibração da rede atual.
 Memorial com determinação do tráfego futuro, contendo
informações sobre o período de análise, identificação das
variáveis socioeconômicas relevantes e formulação de
modelos de projeção de tráfego.
 Memorial com determinação do número “N” e do volume
médio diário anual (VMDA).
Conteúdo do Projeto de uma Obra Rodoviária
Projeto Conteúdo
Projeto do Canteiro de •Desenhos com arranjo das cercas, tapumes, instalações
Obras provisórias de água, luz, gás e telefone, arruamentos interno e
caminhos de serviço, bem como de edificações provisórias
destinadas a abrigar o pessoal (casas, alojamentos, áreas de
vivência, refeitórios, vestiários, sanitários etc.) e as dependências
necessárias à obra, (escritórios, cozinha, enfermaria, barracões,
laboratórios, oficinas, almoxarifados, balança, guarita etc.).

•Plantas com locação e detalhamento das instalações industriais da


obra, tais como central de britagem, usina de CBUQ e central
dosadora de concreto.

•Memorial com especificações dos materiais, equipamentos,


elementos, componentes e sistemas construtivos das edificações e
instalações do canteiro de obras.
Conteúdo do Projeto de uma Obra Rodoviária
Projeto Conteúdo
 Projeto de  Planta cadastral individual das propriedades compreendidas
Desapropriação total ou parcialmente na área.
 Memorial com levantamento cadastral da área assinalada.
 Memorial com determinação do custo de desapropriação de
cada unidade.

 Projeto Geométrico  Desenhos com perfis representando o terreno original, curvas


de nível, eixo de implantação estaqueado, inclinação de
rampas, largura das pistas, acostamentos, “tapers”, retornos,
acessos, canteiros central e lateral, indicando também
elementos de drenagem e obras de arte.
 Desenhos com seções transversais típicas indicando largura e
inclinações das pistas, acostamentos, canteiros central e
lateral.
 Memoriais com relatório do projeto contendo sua concepção e
justificativa.
 Memoriais com folhas de convenções.
 Memoriais com notas de serviço de terraplanagem e
pavimentação.
Conteúdo do Projeto de uma Obra Rodoviária
Projeto Conteúdo
Projeto de  Perfil geotécnico.
 Seções transversais típicas.
Terraplanagem
 Planta geral da situação de empréstimos e bota-foras.
 Plantas dos locais de empréstimo.
 Memoriais com relatório do projeto contendo sua concepção e
justificativa.
 Memória justificativa contendo cálculo estrutural e
classificação dos materiais a escavar.
 Cálculo de volumes.
 Diagrama de Brukner.
 Memorial com quadro e orientação de terraplanagem.
 Memorial com plano de execução, contendo: relação de
serviços, cronograma físico, relação de equipamentos e layout
do canteiro de obras, posicionando as instalações, jazidas,
fontes de materiais e acessos.
 Especificação dos materiais e serviços.
Conteúdo do Projeto de uma Obra Rodoviária
Projeto Conteúdo
Projeto de  Plantas e desenhos-tipo dos diversos dispositivos de drenagem
utilizados.
Drenagem
 Planta esquemática da localização das obras de drenagem.
 Memorial com o relatório do projeto contendo: concepção,
quadro de quantidades, discriminação de todos os serviços e
distâncias de transporte.
 Memorial com justificativa das alternativas aprovadas.
 Memorial com plano de execução, contendo: relação de
serviços, cronograma físico, relação de equipamentos e layout
do canteiro de obras, posicionando as instalações, jazidas,
fontes de materiais e acessos.
 Especificação dos materiais e serviços.
Conteúdo do Projeto de uma Obra Rodoviária
Projeto Conteúdo
Projeto de  Seções transversais tipo das pistas de rolamento, acostamentos,
Pavimentação acessos e áreas de instalações para operação da rodovia.
 Seções transversais em tangente e em curva.
 Esquema longitudinal representando as soluções de pavimento
adotadas ao longo da rodovia.
 Gráfico de distribuição dos materiais e espessuras das camadas.
 Memorial com relatório de projeto contendo: concepção, quadro
de quantidades, discriminação de todos os serviços e distâncias
de transporte.
 Memorial com justificativa das alternativas aprovadas.
 Memória de cálculo do dimensionamento do pavimento.
 Quadro resumo contendo os quantitativos e distâncias de
transporte dos materiais que compõem a estrutura do pavimento.
 Memorial com plano de execução, contendo: relação de serviços,
cronograma físico, relação de equipamentos e layout do canteiro
de obras, posicionando as instalações, jazidas, fontes de
materiais e acessos.
 Especificação dos materiais e serviços.
Conteúdo do Projeto de uma Obra Rodoviária
Projeto Conteúdo
Projeto de Obras  Desenhos com a geometria da estrutura;
de Arte Especiais  Plantas de fundações;
 Plantas de fôrmas, armaduras e protensões.
 Plantas com o detalhamento da drenagem.
 Projetos dos aparelhos de apoio e das juntas de dilatação.
 Plantas de iluminação e sinalização.
 Memorial com relatório de projeto contendo: concepção, quadro
de quantidades, discriminação de todos os serviços e distâncias
de transporte.
 Memorial com justificativa das alternativas aprovadas.
 Memória de cálculo do dimensionamento da estrutura.
 Quadro resumo contendo os quantitativos e distâncias de
transporte dos materiais que compõem a estrutura do pavimento.
 Memorial com plano de execução, contendo: relação de serviços,
cronograma físico, relação de equipamentos.
 Especificação dos materiais e serviços.
Conteúdo do Projeto de uma Obra Rodoviária
Projeto Conteúdo
Projeto de  Planta contendo a localização de os tipos de dispositivos de
Sinalização sinalização ao longo das vias.
 Desenhos dos dispositivos.
 Detalhes estruturais de montagem e fixação de elementos como
pórticos e placas.
 Memorial com relatório de projeto contendo: concepção, quadro
de quantidades, discriminação de todos os serviços.
 Memorial com justificativa das alternativas aprovadas.
 Quadro resumo e notas de serviço contendo a localização,
modelo, tipo e quantidade dos elementos de sinalização
empregados.
 Memorial com plano de execução, contendo: relação de serviços,
seus custos, cronograma físico, relação de equipamentos.
 Especificação dos materiais e serviços.
Conteúdo do Projeto de uma Obra Rodoviária
Projeto Conteúdo
Projeto de  Planta localizando postes e redes de distribuição.
Iluminação  Detalhes de luminárias.
 Plantas com informações construtivas e interferências.
 Memorial com relatório de projeto contendo: concepção, quadro de
quantidades, discriminação de todos os serviços.
 Memória de cálculo.
 Especificação dos materiais e serviços.
Projeto de  Esquema linear constando os locais de bota-fora, empréstimos, jazidas,
Proteção pedreiras, passivo ambiental e pontos notáveis.
ambiental  Detalhes de soluções.
 Desenhos com detalhamento dos tratamentos de jazidas, empréstimos, áreas
de uso e outras.
 Memorial com lista de vegetais a empregar, fontes de aquisição, técnicas de
plantio e de conservação.
 Quadro de quantidades contendo código, discriminação das espécies e de
todos os serviços e distâncias de transporte.
 Memorial com justificativa do projeto.
 Cálculo de quantitativos.
 Especificação dos materiais e serviços.
Etapas do desenvolvimento dos projetos

Levanta- Programa de Estudo de Antepro- Projeto Projeto Projeto


mentos Necessidades Viabilidade jeto Legal Básico Executivo
Projeto Básico – Em suma:
•Possui todas as disciplinas (arquitetura, estruturas, instalações), é
um projeto completo de engenharia;
•Permite a identificação e quantificação de todos os serviços da
obra;
•Permite compor os custos de todos os serviços da obra e a
estimativa de prazo do execução;
•Contém o dimensionamento definitivo (e correto) de todas as
estruturas, instalações e elementos da obra;
•Foi aprovado por todos os órgãos e instâncias competentes
(Prefeitura, Licenciamento Ambiental, Corpo de Bombeiros etc).
•É aprovado sempre após a expedição da licença ambiental prévia;
•Adota soluções ótimas para os principais serviços;
•Emprega metodologias executivas adequadas para os serviços.
Propriedades do orçamento
• ESPECIFICIDADE – Todo orçamento está intrinsecamente
ligado ao porte da empresa apta a realizar a obra, condições
locais (clima, relevo, vegetação, condições do solo,
qualidade da mão de obra, facilidade de acesso a matérias-
primas etc.).
• TEMPORALIDADE - O orçamento realizado tempos atrás
não é válido para hoje. Apesar da possibilidade do
reajustamento por índices, existem flutuações de preços
individuais dos insumos, alterações tributárias, evolução dos
métodos construtivos, bem como diferentes cenários
financeiros e gerenciais.
• APROXIMAÇÃO – Por basear-se em previsões, todo
orçamento é aproximado. O orçamento não tem que ser
exato, porém necessita ser preciso.

32
Propriedades do orçamento
• VINCULAÇÃO AO CONTRATO – O contrato pode trazer
várias obrigações ao construtor com impacto no custo da
obra. Cita-se como exemplo:

– Regime de Execução Contratual e matriz de riscos (alocação de


riscos) (impacta na estimativa do percentual de riscos e
contingências no BDI)
– Cláusula de reajuste (impacta na estimativa de riscos e
contingências e nos preços dos insumos)
– Prazo de execução dos serviços (grande impacto no custo com
mobilização e canteiro de obras e no custo de mão de obra em
virtude de pagamentos de horas-extras e adicional noturno).
– Cumprimento de requisitos de sustentabilidade ambiental.
– Exigências específicas sobre segurança do trabalho.
– Outras disposições contratuais sobre o escopo dos serviços: por
exemplo, fornecimento de energia e água a cargo do contratante.

33
O problema da correção do orçamento
por índices
Variação acumulada
do INCC maio/2015
a fev/2016: 5,03%

Variação do serviço
90086: 5,06% OK

34
O problema da correção do orçamento por
índices
Problema:
Variação acumulada do INCC maio/2015 a fev/2016: 5,03%
Variação do serviço 73963/044: - 51,2%

35
Retroação ou correção por índices
Acórdão 854/2016-Plenário (enunciado):

• A correção ou a retroação de referenciais de


preços, como o Sicro, por longos períodos
não se presta para a verificação da
compatibilidade dos valores contratados com
os praticados no mercado à época do ajuste,
uma vez que correções monetárias por
períodos demasiadamente longos geram
distorções.
Então, como tratar o problema da defasagem dos
preços entre a data-base do orçamento e a data da
licitação?
• Como visto, mesmo que em curtos períodos, o uso de
índices para atualizar o orçamento pode causar grandes
distorções nos preços unitários e global.
• Assim, ou se atualiza todo o orçamento novamente,
utilizando os relatórios do Sinapi da nova data-base e
obtendo cotações de preços atualizadas junto aos
fornecedores (o que é bem trabalhoso)...
• Ou mantém-se o orçamento com os seus preços e data-base
originais, ainda que defasados.
• Apenas para efeito de critério de aceitabilidade de preços
unitário e global pode-se aplicar índices sobre os valores
orçados para verificar se as propostas das licitantes estão
adequadas.

37
Então, como tratar o problema da defasagem dos
preços entre a data-base do orçamento e a data da
licitação?
• Ver o método do edital de Concorrência
014/DALC/SBFL/2008 da Infraero a seguir:
“6.7. O orçamento global estimado para o objeto da
licitação é de R$ 114.568.141,60 (...), referidos a data-base
de Janeiro de 2008;
6.7.1 para fins de atualização dos valores do orçamento de
referência para a data da apresentação das propostas
serão observados os critérios estabelecidos no item
Reajuste de Preços. constante da minuta do Contrato
Anexo V deste Edital;
(...)
6.7.2 o valor máximo que a INFRAERO admite pagar para a
execução dos serviços objeto desta licitação, é o global
estimado no subitem 6.7 devidamente corrigido na forma
presente no subitem 6.7.1; 38
Então, como tratar o problema da defasagem dos
preços entre a data-base do orçamento e a data da
licitação?

39
Então, como tratar o problema da defasagem dos preços
entre a data-base do orçamento e a data da licitação?
Acórdão 19/2017-Plenário:
2. A empresa representante se insurgiu contra os seguintes aspectos no certame em
tela:
a) defasagem entre a data-base do orçamento estimado (janeiro de 2016) e a
data do reajuste, o qual ocorreria após um ano a contar da entrega da proposta
(13/9/2016), o que supostamente resultaria em prejuízo aos licitantes e
ensejaria desequilíbrio contratual, uma vez que o interregno entre as referidas
datas seria de oito meses;
(...)
9. .... No entender da empresa representante, tal defasagem teoricamente não
traria qualquer problema caso a data-base para efeitos de reajustamento contratual
também fosse referenciada a janeiro/2016. Ocorre que a cláusula 15.1 do edital
previu como marco inicial para a realização do reajuste a data da entrega da
proposta, e não a data do orçamento de referência elaborado pela Administração.
Assim, de fato, verificou-se considerável defasagem, de nove meses, entre o
orçamento estimado e a abertura das propostas.

40
Então, como tratar o problema da defasagem dos preços
entre a data-base do orçamento e a data da licitação?
Acórdão 19/2017-Plenário:
14. ...o transcurso de muito tempo entre a data de elaboração do orçamento
estimativo da licitação e a data de abertura das propostas é um problema
recorrente na licitação de obras públicas.
15. Primeiramente, é forçoso reconhecer que não existe um prazo ou período
máximo que esteja positivado na Lei de Licitações e Contratos limitando a
defasagem temporal entre a data de elaboração do orçamento estimativo da
contratação e a data de divulgação da licitação ou de abertura das propostas.
16. De acordo com o art. 43, inciso IV, da Lei 8.666/1993, os preços da proposta
vencedora deverão estar de acordo com aqueles praticados pelo mercado. Desse
modo, antes da realização de qualquer procedimento licitatório cabe ao gestor
público realizar pesquisa de mercado com a finalidade de elaborar orçamento, o
qual será utilizado para se definir a modalidade de licitação, bem como proceder à
necessária adequação orçamentária da despesa.

41
Então, como tratar o problema da defasagem dos preços
entre a data-base do orçamento e a data da licitação?
Acórdão 19/2017-Plenário:
17. Além disso, o aludido orçamento estimativo servirá como parâmetro de controle
da exequibilidade e economicidade das propostas, constituindo-se instrumento
essencial e obrigatório para que a comissão de licitação e a autoridade superior - que
homologa o procedimento licitatório - verifiquem a pertinência dos preços
contratados com aqueles praticados pelo mercado.
18. Embora não seja aplicável à confecção do orçamento estimativo de obras
públicas, a Instrução Normativa SLTI/MPOG 5/2014, que dispõe sobre os
procedimentos administrativos básicos para a realização de pesquisa de preços para a
aquisição de bens e contratação de serviços em geral, pode ser aplicada por analogia.
O citado normativo estabelece que, para serem utilizadas como fonte de pesquisa de
preços, as contratações similares de outros entes públicos devem estar vigentes ou
terem sido concluídos nos 180 dias anteriores à data da pesquisa de preços. A
referida IN ainda dispõe que no caso da pesquisa com fornecedores somente serão
admitidos os preços cujas datas não se diferenciem em mais de 180 dias.
19. Esse prazo de seis meses também já havia sido utilizado em alguns julgados desta
Corte de Contas, a exemplo do Acórdão 3.516/2007-1ª Câmara, ..., e do Acórdão
1.462/2010-Plenário, o qual apreciou situação semelhante à tratada nos autos. ...
42
Então, como tratar o problema da defasagem dos preços
entre a data-base do orçamento e a data da licitação?
Acórdão 19/2017-Plenário:
20. Considerando que o interregno de seis meses entre a elaboração do orçamento e
a abertura do certame seja aceitável para a licitação de obras públicas, cabe perquirir
quais os procedimentos exigíveis quando tal prazo fosse ultrapassado e a estimativa
de custos se tornasse desatualizada. Obviamente, o procedimento desejável seria
realizar a atualização do orçamento estimativo com base nos últimos relatórios do
Sinapi disponíveis e proceder a nova cotação com fornecedores e/ou prestadores de
serviços, nos casos em que os serviços/insumos a serem orçados não fossem
abrangidos pela referida tabela de custos. Outras fontes referenciais de preços, como
publicações técnicas especializadas, contratações realizadas por outros entes
públicos, sistemas referenciais de custos mantidos pelas esferas estadual e municipal
também poderiam ser consultadas no processo de atualização do orçamento,
conforme previsão constante do art. 6º do Decreto 7.983/2013.
21. Todavia, não se pode olvidar que tal procedimento pode ser bastante árduo e
trabalhoso, notadamente em obras de grande vulto e complexidade como o caso ora
avaliado, cuja planilha orçamentária é composta por centenas de serviços distintos.

43
Então, como tratar o problema da defasagem dos preços
entre a data-base do orçamento e a data da licitação?
Acórdão 19/2017-Plenário:
22. Sopesando os problemas advindos da falta de atualização do orçamento e o ônus
de realizar nova pesquisa de mercado, parece-me adequada uma terceira opção,
aventada pela peça inicial da empresa representante, pois o problema seria mitigado
caso a data-base para efeitos de reajustamento contratual fosse referenciada à data
de elaboração do orçamento estimativo da contratação, e não à data da entrega da
proposta – critério utilizado no edital do MPOG.
23. Enfatizo que não há nenhuma ilegalidade no critério de reajuste previsto na
Concorrência nº 2/2015, que se encontra integralmente aderente ao disposto nas Leis
8.666/1993 e 10.192/2001:
“Art. 40. O edital conterá ...
(...)
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção,
admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para
apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data
do adimplemento de cada parcela;”

44
Então, como tratar o problema da defasagem dos preços
entre a data-base do orçamento e a data da licitação?
Acórdão 19/2017-Plenário:
“Art. 3º Os contratos em que seja parte órgão ou entidade da Administração Pública
direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, serão
reajustados ou corrigidos monetariamente de acordo com as disposições desta Lei, ...
§ 1º A periodicidade anual nos contratos de que trata o caput deste artigo será
contada a partir da data limite para apresentação da proposta ou do orçamento a que
essa se referir”.
24. Como se vê, o gestor público pode adotar discricionariamente dois marcos iniciais
distintos para efeito de reajustamento dos contratos: (i) a data limite para
apresentação da proposta; e (ii) a data do orçamento. Ocorre que o segundo critério
se mostra mais robusto, pois reduz os problemas advindos de orçamento
desatualizados em virtude do transcurso de vários meses entre a data-base da
estimativa de custos e a data de abertura das propostas.
25. Por esse motivo, entendo pertinente recomendar ao MPOG que, em futuras
licitações de obras públicas, quando se demonstrar demasiadamente complexa a
atualização da estimativa orçamentária da contratação, adote como marco inicial
para efeito de reajustamento contratual a data-base de elaboração da planilha
orçamentária.
45
Então, como tratar o problema da defasagem dos preços
entre a data-base do orçamento e a data da licitação?

Data da Data da
Data do Data Assinatura Data do
Publicação do Apresentação
Orçamento do Contrato Primeiro
Edital da Proposta
(mar/2016) (out/2016) Reajuste (???)
(maio/2016) (ago/2016)

46
TIPOS DE ORÇAMENTO (segundo o grau de precisão)

• ESTIMATIVA DE CUSTOS – Avaliação expedita ou paramétrica do


empreendimento. Utilizada principalmente nas etapas iniciais do projeto,
para avaliar a viabilidade econômica do projeto básico e viabilidade da
obra.

• ORÇAMENTO PRELIMINAR – Mais detalhado do que a estimativa de


custos. Pressupõe o levantamento de quantidades e requer pesquisa de
preços dos principais insumos e serviços. Pode-se utilizar o anteprojeto.
Seu grau de incerteza é menor. Levantamento expedito de algumas
quantidades e atribuição de custo de alguns serviços. Ex: Taxa de aço /
m³ de concreto, volume de concreto / área construída / espessura média
do pavimento, área de formas / m³ de concreto.

• ORÇAMENTO ANALÍTICO OU DETALHADO – elaborado com


composição de custos e extensa pesquisa de preços dos insumos.
Procura chegar a um valor bem próximo do custo “real”, com uma
reduzida margem de incerteza. Feito a partir de especificações
detalhadas e composições de custo específicas.

47
Avaliações expeditas ou de Ordem de Grandeza

• A metodologia expedita é também denominada de avaliação de ordem


de grandeza. Trata-se de uma estimativa aproximada, preparada sem
dados detalhados de engenharia, baseada em custos de investimento
por unidade de capacidade.
• Assim, é feita em etapas muito iniciais do desenvolvimento dos projetos
e, por isso, é menos precisa do que outros métodos de estimativa.
• Baseia-se na utilização de macroindicadores de custos médios por
unidade característica do empreendimento, por exemplo:
– Obras de edificação: custo por metro quadrado de área construída.
– Obras de geração de energia (térmicas, hidroelétricas e usinas
nucleares): custo por MW de potência instalada.
– Estações de tratamento de água e esgoto: custo por unidade de
vazão (m3/s) de água tratada.
– Linhas de transmissão de energia: custo por quilômetro de linha
com as mesmas características técnicas (número de circuitos, tensão
de trabalho, corrente contínua ou alternada etc).
Avaliações expeditas ou de Ordem de Grandeza

• custo por quilômetro de linha com as mesmas características técnicas


(número de circuitos, tensão de trabalho, corrente contínua ou alternada
etc).
• A partir do macroindicador de custo selecionado, aplica-se a fórmula
abaixo:

CT = QT x I

Onde: CT corresponde ao custo total estimado; QT é a quantidade de


unidades relativas à execução da obra e I é o macroindicador de custo por
unidade.
Cuidados na Utilização do Método:
•O indicador deve se referir a obra com as mesmas características da que está
sendo analisada.
–Numa edificação, por exemplo, pode-se melhorar a precisão do método se
comparar custos por metro quadrado de obras do mesmo tipo. Assim, a
avaliação do preço de um hospital pode-se dar com base num custo médio
por metro quadrado para construção de hospitais. A construção de um
presídio pode-se basear no custo médio de construção de presídios, etc.

•A data-base do indicador deve ser atualizada, de forma que a comparação de


indicadores se dê sempre na mesma data.
•Observar a região em que será realizada a obra, que deve ser próxima àquela
tomada por base no indicador.
•Tomar cuidado com parcelas e fatores não previstos no indicador.
–Numa edificação, utilizando-se o CUB, atentar para que parcelas
relevantes do custo de construção não estão incluídas no CUB (fundações
especiais, elevadores, instalações de incêndio, ar condicionado,
remuneração da construtora, impostos e taxas, projeto e despesas com
instalação e regularização do condomínio.)
• O ideal é comparar custo com custo, excluindo o BDI (lucro e despesas
indiretas) da base de cálculo a ser utilizada para apuração do indicador a ser
utilizado.
Uso do método em Edificações:
•Cômputo da área das áreas que serão avaliadas. A NBR 12.721 traz definições para o uso
da metodologia:
–Área coberta real: medida da superfície de quaisquer dependências cobertas, nela
incluídas as superfícies das projeções das paredes, de pilares e demais elementos
construtivos.
–Área coberta padrão: área coberta de padrão de acabamento semelhante ao do tipo
escolhido, dentre os padronizados na norma.
–Área coberta de padrão diferente: área coberta com padrão de acabamento
substancialmente inferior ou superior ao tipo escolhido dentre os padronizados na
Norma.
–Área coberta equivalente de construção : área estimada, fictícia, que, ao Custo
Unitário Básico definido tenha o mesmo valor que o estimado para a área real
correspondente, descoberta ou coberta de padrão diferente.

Por exemplo, se determinada área real coberta de padrão diferente, com 100 m2, tiver um
custo unitário de acabamento sensivelmente melhor (digamos que tenha um custo 50%
maior do que o custo da área padrão), a área equivalente será:

Aeq = 100 m2 x (1 + fator de ajuste) = 150 m2.

VF = [CB + (E + F + Ie)/S] x (1 + BDI) Onde:

•VF = preço final por metro quadrado


•CB = custo básico por m3 (sinduscon)
•E, F, Ie = custo com elevadores, fundações especiais e instalações especiais
•S = área construída equivalente
•BDI = lucro, custos financeiros e taxa de administração do construtor.
Uso do método em Edificações:
• As áreas equivalentes de construção podem ser estimadas mediante a
multiplicação das áreas reais com os seguintes coeficientes médios:
a) garagem (subsolo): 0,50 a 0,75;
b) área privativa (unidade autônoma padrão): 1,00;
c) área privativa salas com acabamento: 1,00;
d) área privativa salas sem acabamento: 0,75 a 0,90;
e) área de loja sem acabamento: 0,40 a 0,60;
f) varandas: 0,75 a 1,00;
g) terraços ou áreas descobertas sobre lajes: 0,30 a 0,60;
h) estacionamento sobre terreno: 0,05 a 0,10;
i) área de projeção do terreno sem benfeitoria: 0,00;
j) área de serviço aberta: 0,50;
k) barrilete: 0,50 a 0,75;
l) caixa d’água: 0,50 a 0,75;
m) casa de máquinas: 0,50 a 0,75;
n) piscinas: 0,50 a 0,75;
o) quintais, calçadas, jardins etc.: 0,10 a 0,30.
Avaliações Expeditas – Fatores de Lang e Hand

•No caso de obras industriais, são muito úteis os fatores de


Lang e Hand.
•Pelo método de Lang, o custo de uma planta industrial é
obtido de forma expedita pela multiplicação de um fator pelo
preço CIF dos equipamentos da fábrica para estimativa de
custos.

Por exemplo, para uma planta industrial de processamento de fluidos, que tenha um total
orçado de R$6 milhões referente a torre de destilação, bandejamento, tanques,
acumuladores de óleo, trocadores de calor, bombas, e motores, o custo estimado da planta
seria R$6M x 4,74 = R$ 28,44M.
Avaliações Expeditas – Fatores de Lang e Hand

•Pelo método de Hand, o cálculo é mais elaborado, pois usa


um fator diferente para cada grupo de equipamento. Usando o
mesmo exemplo da planta industrial de processamento de
fluidos visto anteriormente e os respectivos fatores propostos
por Hand, teríamos:

O custo estimado seria da ordem de R$21,3M.


Por trabalhar com mais fatores, este método tende a ser mais preciso do que o de Lang.
Avaliações Expeditas – Fatores de Lang e Hand

• A literatura traz outros métodos, cada um com sua


peculiaridade e ramo de aplicação: Baumann, Wroth, Happel,
etc.
• Se você quiser se aprofundar no assunto, recomendo o ótimo
livro “A Engenharia de Custos na Viabilidade Econômica de
Empreendimentos Industriais”, de Sérgio Conforto e Mônica
Spranger (Taba Cultural).
Avaliações Paramétricas
• Trata-se de um outro tipo de estimativa de custos,
desenvolvido quando os projetos do empreendimento já se
encontram em estágio mais avançado, mas ainda não contêm
todos os elementos exigidos de um projeto básico. Assim, o
método produz uma estimativa mais apurada do que a obtida
mediante a metodologia expedita.
• A partir de levantamentos preliminares obtidos com base nos
anteprojetos da obra e mediante a utilização de bancos de
dados, separa-se a obra nas suas principais
unidades/etapas/parcelas em termos de custo.
• Cada unidade/etapa/parcela da obra será avaliada a partir de
bancos de dados alimentados com parâmetros de obras
semelhantes ou com outras referências de preços.
• Em qualquer método de estimativa de custos, esses devem
ser apropriados separadamente, somente depois ocorre
aplicação de um BDI para obtenção de um preço de venda.
Avaliações Paramétricas
• Observa-se, assim, que a aplicação do método paramétrico
requer que os projetos permitam identificar as principais
parcelas do empreendimento, quantificando-as em temos de
uma unidade de medida representativa. No caso de uma
estrutura de concreto armado, a unidade representativa é o
volume da estrutura, medido em metros cúbicos.
• A obtenção do custo por unidade representativa deve se
basear em bancos de dados elaborados a partir de obras
similares, em que os custos das unidades de serviço
representativas foram parametrizados. Voltando ao exemplo
da estrutura de concreto, a unidade de serviço representativa
do concreto armado (m3) deve considerar todos os serviços
envolvidos em sua execução (fôrmas, escoramentos,
armações em aço e concretagem).
Avaliações Paramétricas
Avaliações Paramétricas
Avaliações Paramétricas
Avaliações Paramétricas
Orçamento Sintético
•O orçamento sintético ou planilha orçamentária é
a relação de todos os serviços com as respectivas
unidades de medida, quantidades e preços
unitários.
•Para a preparação do orçamento sintético,
recomenda-se dividir a obra em suas diversas
parcelas. Essa divisão deverá obedecer aos
critérios de afinidade de serviços e observar, de
preferência, a ordem cronológica da sua
execução.
•Se o empreendimento for composto por várias
etapas, trechos, parcelas ou edificações, costuma-
se montar um orçamento sintético para cada
etapa, trecho, parcela ou edificação.
Exemplo de Orçamento Sintético
CONCORRÊNCIA PÚBLICA NR. XX/2010 DATA BASE: ABRIL / 2009

UNID PREÇO
ITEM DESCRIÇÃO QUANT.
. UNITÁRIO TOTAL

1 INSTALAÇÃO DA OBRA 226.286,90


1.1 Tapume de chapa de madeira compensada (6mm) m2 1.163,80 22,85 26.592,83
1.2 Instalações Provisórias (barracão de obra, entrada provisória de água e luz) cj 1 12.856,00 12.856,00
1.3 Placa de obra em chapa de aço galvanizado (4,00 x 2,00 m) cj 1 186,47 186,47
1.4 Mobilização de obra cj 1 1.255,80 1.255,80
1.5 Operação e manutenção do Canteiro mês 12 15.345,00 184.140,00
1.6 Desmobilização de obra cj 1 1.255,80 1.255,80
2 ADMINISTRAÇÃO DA OBRA 641.579,88
Equipe Administração da Obra (Engenheiro residente, Mestre de Obras,
2.1 mês 12 39.966,00 479.592,00
Apontador, Almoxarife, Topógrafo e Auxiliar de Topografia)
2.2 Alimentação e Transporte dos Empregados mês 12 13.498,99 161.987,88
3 PROJETOS AS BUILT 20.986,27
3.1 Projetos AS BUILT (arquitetura, elétrica, hidráulica e lógica/telefonia) cj 1 20.986,27 20.986,27
4 SERVIÇOS PRELIMINARES 45.297,69
4.1 Demolição de alvenaria de tijolo comum, sem reaproveitamento m3 476,15 14,39 6.851,79
4.1 Demolição cobertura c/telhas F.C., c/retirada m2 2.192,64 2,76 6.051,68
4.3 Demolição estrut.cobert. c/telhas F.C., c/retirada m2 303,80 5,90 1.792,42
4.4 Demolição mecânica de concreto armado c/retirada m3 167,85 67,83 11.385,26
4.5 Demolição manual de concreto simples c/retirada m3 233,72 68,17 15.932,62
4.6 Locação da Obra m2 4.829,29 0,68 3.283,92
5 FUNDAÇÕES E ESTRUTURA 152.579,49
5.1 FUNDAÇÃO
5.1.1 Escavação manual em terra com transporte m3 4,50 17,25 77,63
5.1.2 Concreto usinado bombeado fck=30mpa, inclusive colocação, espalhamento m3 49,51 306,79 15.189,17
5.1.3 Forma pinho 3a p/concreto em fundação reaprov 2 vezes - corte/montagem m2 35,50 32,00 1.136,00
5.1.4 Armadura CA-50 kg 1.660,00 5,70 9.462,00
5.1.5 Estaca broca tipo hélice contínua Ø60cm m 40,00 60,00 2.400,00
5.2 SUPERESTRUTURA
5.2.1 Concreto usinado bombeado fck=25mpa, inclusive colocação, espalhamento m3 162,72 282,50 45.968,40
5.2.2 Forma com chapa compensada plastificada 12mm, para estrutura m2 869,50 18,51 16.094,45
5.2.3 Armadura CA-50 kg 10.532,00 5,70 60.032,40
5.2.4 Tela Q246-CA-60 painel 8,00 277,43 2.219,44
6 ESTRUTURA METÁLICA 585.215,48
6.1 Estrutura de aço para cobertura : fabricação, transporte e montagem Kg 68.848,88 8,50 585.215,48
7 PAREDES E FECHAMENTOS 111.111,40
7.1 Alvenaria em bloco cerâmico e=14 cm m2 1.417,43 36,81 52.175,60
7.2 Vidro temperado incolor 10mm m2 43,81 160,06 7.012,23
7.3 Divisória sanitária de granito cinza andorinha, com 2 cm de espessura m2 14,64 189,54 2.774,87
7.4 Parede de gesso acartonado com emassamento e 2 demãos em tinta acrílica m2 954,90 51,47 49.148,70
8 PORTAS E ESQUADRIAS 39.859,65
8.1 Porta de Abrir 01 folha - madeira - com ferragens (80x210) und 35,00 158,00 5.530,00
8.2 Porta de Abrir 01 folha - divisória naval, com ferragens (80x210) und 12,00 169,20 2.030,40
8.3 Janela de Alumínio - Vidro liso 4mm - 4folhas m2 42,00 517,82 21.748,44
8.4 Janela de Alumínio - Vidro liso 4mm - 3folhas m2 2,80 517,82 1.449,90
8.5 Janela Basculante de Alumínio - Vidro liso 4mm m2 2,40 578,08 1.387,39
8.6 Peitoril em mármore branco e=3cm L=15cm m 62,35 65,33 4.073,33
8.7 Colocação de vidro liso incolor e = 4 mm, inclusive vidro m2 55,72 65,33 3.640,19
UNID PREÇO
ITEM DESCRIÇÃO QUANT.
. UNITÁRIO TOTAL
9 COBERTURA 80.290,87
9.1 Telha metálica m2 1.705,44 45,27 77.205,27
9.2 Rufo em chapa galvanizada nº 24 L = 25cm m 80,00 23,23 1.858,40
9.3 Calha em chapa galvanizada nº 24 m 52,00 23,60 1.227,20
10 REVESTIMENTOS 596.825,02
10.1 PISOS
10.1.1 Piso armado reguado em Concreto usinado bombeado fck = 30mpa m2 3.005,00 148,47 446.152,35
10.1.2 Piso cerâmico 40x40 cm, , anti-derrapante, PEI-5, em marca de primeira linha m2 212,47 11,34 2.409,41
10.2 PAREDES E TETOS
10.2.1 Chapisco em paredes c/ argamassa de cimento e areia traco 1:4 m2 2.849,00 5,04 14.358,96
10.2.2 Emboço paulista em paredes internas m2 3.086,79 15,22 46.980,94
10.2.3 Emassamento de paredes e tetos m2 3.110,92 4,54 14.123,58

Exemplo de Orçamento
10.2.4 Pintura látex acrílica, ambientes int./ext., 2 demãos m2 3.110,92 9,55 29.709,29
10.2.5 Azulejo 20x20 cm, PEI 4, na cor branco neve m2 461,76 24,99 11.539,38
10.2.6 Forro de gesso acartonado, com emassamento e 2 demãos de pintura acrílica m2 490,59 64,15 31.471,35
10.3 RODAPÉ
10.3.1
11
11.1
Piso cerâmico 40x40 cm, PEI-5, em marca de primeira linha
IMPERMEABILIZAÇÃO
Impermeabilização da laje com manta asfáltica 4mm
m

m2
12,01

68,00
6,64

29,78
79,76
2.025,04
2.025,04
Sintético (continuação)
12 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS E SANITÁRIAS 18.083,02
12.1 Tubos e Conexões para Água Fria cj 1,00 3.894,24 3.894,24
12.2 Tubos e Conexões para Esgoto cj 1,00 4.894,00 4.894,00
12.3 Válvula de descarga Docol com registro - Ø 1.1/2" pç 10,00 127,37 1.273,70
12.4 Registro de gaveta com canopla Ø 3/4" pç 3,00 48,44 145,32
12.5 Registro de gaveta com canopla Ø 1.1/2" pç 8,00 101,44 811,52
12.6 Torneira para lavatório: Ø 1/2" com engate metálico flexível: Ø 1/2" pç 12,00 43,46 521,52
12.7 Bacia sanitária equipada com assento e acessórios pç 10,00 151,11 1.511,10
12.8 Lavatório de embutir: pç 10,00 50,19 501,90
12.9 Mictório autosifonado com pertences pç 5,00 212,72 1.063,60
12.10 Barra de apoio und 2,00 99,60 199,20
12.11 Porta Papel hig. Kimb. Clark (30175768) und 23,00 1,16 26,68
12.12 Bancada granito cinza andorinha m 12,58 134,24 1.688,74
12.13 Espelho cristal e=4mm com moldura em alumínio m2 7,80 198,91 1.551,50
13 COMBATE A INCÊNDIO 7.592,31
13.1 Extintor de Incêndio CO2 - 6kg pç 15 324,97 4.874,55
13.2 Extintor de Incêndio PQ - 4kg (tipo ABC) pç 32 84,93 2.717,76
14 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 119.449,75
14.1 Luminária fluorescente de sobrepor, com 2 lampadas T 5 -28W-127V e reator pç 277 203,69 56.422,13
14.2 Luminária de embutir, para 4 lampadas fluorescentes 14W, TL 5 pç 38 316,92 12.042,96
14.3 Tomada monofásica 2 P + T universal pç 35 7,02 245,70
14.4 Tomada trifásica 3 P + T universal pç 5 7,02 35,10
14.5 Interruptor simples de 1 tecla, conjugado com tomada 2P + T universal pç 15 8,07 121,05
14.6 Interruptor de 1 tecla simples pç 15 6,34 95,10
14.7 Caixa de ligação metálica 2" x 4" , galvanizada e estampada pç 25 2,84 71,00
14.8 Eletroduto metálico galvanizado a fogo, 1" com conexões m 150 21,07 3.160,50
14.9 Condutor de cobre 1,5mm² , classe 5 , 750V m 500 1,28 640,00
14.10 Condutor de cobre 2,5mm² , classe 5 , 750V m 14.000 1,59 22.260,00
14.11 Condutor de cobre 4,0mm² , classe 5 , 750V m 4.660 2,08 9.692,80
14.12 Condutor de cobre 6,0mm² , classe 5 , 750V m 200 2,37 474,00
Quadro de distribuição de energia com barramento de cobre, contendo disjuntores e
14.13 cj 1 14.189,41 14.189,41
protetores de surto de tensão, conforme projeto.
15 SISTEMA DE TELEFONIA 27.843,10
15.1 Bloco Terminal Compact IBCS, cor Azul, 8 pares pç 50 67,92 3.396,00
15.2 Patch cord metálico UTP 4 pares categoria 5e, RJ-45/RJ-45, T568-A. pç 62 12,85 796,70
15.3 Cabo Telefônico CTP-APL-SN-50-100 pares m 680,00 34,78 23.650,40
16 SISTEMA DE AR CONDICIONADO 33.973,70
16.1 SP-20 e SP-21 - Condicionador de ar split cassete - 24.000 BTU/h cj 2 5.471,90 10.943,80
16.2 SP-22 a SP-26 - Condicionador de ar split cassete - 18.000 BTU/h cj 5 4.571,90 22.859,50
16.3 Drenagem de ar-condicionado tubo pvc soldável 25mm m 20,00 8,52 170,40
17 LIMPEZA 2.248,48
17.1 Limpeza geral da obra m2 2.444,00 0,92 2.248,48
TOTAL GERAL DO ORÇAMENTO 2.711.248,05
Orçamento Sintético
•Os quantitativos de diversos serviços podem ser
apurados diretamente em plantas de arquitetura
(áreas de piso, alvenaria, revestimentos diversos,
vidros, pintura, cobertura etc.).
• Outros quantitativos poderão ser estimados por
meio de índices médios de consumo.
• Os custos de serviços poderão ser tomados em
tabelas referenciais, pesquisa de mercado ou em
publicações especializadas.

65
Alguns exemplos de índices para estimativa de
quantitativos de serviços:

– Área de formas (m2) = Vol. Concreto (m3) x 12;


– Peso de aço (Kg) = Vol. Concreto (m3) x 80
– Vol. Total de concreto (m3) = área construída x
0,16;
– Volume de remoção de entulho = volume de
demolição x 2;
– Área de reboco = área de alvenaria x 2;

66
Orçamentação na Contratação Integrada

Precisão do Orçamento

Metodologia Metodologia Orçamento


Expedita Paramétrica Sintético
Orçamentação na Contratação Integrada
Acórdão TCU nº 1.510/2013 – Plenário:
9.1.5. sempre que o anteprojeto, por seus elementos mínimos, assim o
permitir, as estimativas de preço a que se refere o art. 9º, § 2º, inciso II, da
Lei 12.462/2011 devem se basear em orçamento sintético tão detalhado
quanto possível, balizado pelo Sinapi e/ou Sicro, devidamente adaptadas
às condições peculiares da obra, conforme o caso, devendo a utilização
de estimativas paramétricas e a avaliação aproximada baseada em outras
obras similares serem realizadas somente nas frações do
empreendimento não suficientemente detalhadas pelo anteprojeto, em
prestígio ao que assevera o art. 1º, §1º, inciso IV c/c art. 8º, §§ 3º e 4º,
todos da Lei 12.462/2011;
9.1.6. quando utilizada metodologia expedita ou paramétrica para abalizar
o valor do empreendimento – ou fração dele –, consideradas as
disposições do subitem anterior, dentre duas ou mais técnicas estimativas
possíveis, utilize a que viabilize a maior precisão orçamentária;
Grau de Precisão do Orçamento
( Gráfico adaptado de CARDOSO, Roberto S., Orçamento de Obras em Foco . Editora Pini, 2009.)

+ 50%

+ 40%

+ 30%

+ 20%
Erro da estimativa (%)

+ 10%

0% 1 2 3 4

- 10%

- 20%

- 30%

- 40%

- 50% Desenvolvimento dos projetos de engenharia (%)

10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Precisão do orçamento

• Resolução CONFEA 361/1991 (Atenção! A


Lei 8.666 é de 1993!):
Art.. 3º - As principais características de um
Projeto Básico são:
(...)
f) definir as quantidades e custos de serviços
e fornecimentos com precisão compatível
com o tipo e porte da obra, de tal forma a
ensejar a determinação do custo global da
obra com precisão de mais ou menos 15%
(quinze por cento);

70
Precisão do orçamento
• OT IBRAOP 004/2012

71
Algumas Exemplos de Cálculo
da Precisão do Orçamento

72
Exemplo 1 – Custo do Concreto em Estruturas
Parâmetros Parâmetros
Considerados no Observados ao
Orçamento Final da Obra
Quantidade 100 m3 105 m3
Custo Unitário R$ 350,00/m3 R$ 340,00/m3
Custo Total R$ 35.000,00 R$ 35.700,00

• Conclusão: observou-se uma variação de R$ 700,00 a mais


em relação ao valor originalmente orçado, representando
uma margem de erro de 2%.
• Tratando-se de uma empreitada por preço unitário e
considerando-se que a obra foi licitada com preço igual ao
orçamento base, o contrato deveria ser aditado em R$
1.750,00 (ou 5%) em decorrência do acréscimo de volume
73
de concreto a ser medido.
Exemplo 2 – Reforma de um ambiente com
assentamento de piso de cerâmica

Parâmetros Parâmetros
Originalmente Observados ao
Orçados Final da Obra
Quantidade 200 m2 200 m2
Custo Unitário R$ 50,00/m2 R$ 45,00/m2
Custo Total R$ 10.000,00 R$ 9.000,00

• Conclusão: a obra foi orçada com uma imprecisão de R$ 1.000,00 (ou


10%).
• A obra foi executada seguindo fielmente o projeto orçado. Não houve
necessidade de formalizar aditivo contratual, pois não houve alteração no
quantitativo de serviço. Apesar de haver uma margem de erro de 10% no
orçamento, o percentual de aditamento contratual foi nulo.

74
Precisão do orçamento x BDI
• Os percentuais de margem de erro apresentados no Quadro 1 da
OT 04/2012 não devem ser considerados como risco ou
contingências do construtor, sendo indevida a inclusão dos
referidos percentuais no BDI do orçamento de obras públicas.
• Alguns fatores que originam a imprecisão do orçamento não são
efetivamente arcados pelo construtor. Por exemplo, em
empreitadas por preço unitário, é o contratante quem corre o risco
de variação nos quatitativos dos serviços. O contratante também
arca com outros fatores causadores de desvios entre o orçamento
original e o orçamento real, em especial aqueles que são motivos
para a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro dos
contratos.
• Enquanto a rubrica de riscos e imprevistos que costuma ser
incluída no BDI representa sempre um acréscimo sobre o custo
total da obra, a margem de erro (ou imprecisão) do orçamento
pode causar distorções para mais ou para menos no custo real da
obra em relação ao seu custo estimado. 75
Outras Considerações

• O nível de desenvolvimento de um projeto tem


impacto direto no grau de precisão da estimativa
de custos ou do orçamento dele decorrente.
• O grau de precisão de um orçamento pode sofrer
influência da tipologia da obra que se está
orçando, pois os quantitativos de alguns serviços
têm maior imprecisão em sua estimativa.

76
ORÇAMENTO SINTÉTICO X ORÇAMENTO ANÁLÍTICO

• ORÇAMENTO SINTÉTICO – é aquele que


apresenta o totalizador global, a partir do custo
unitário de cada serviço (m² de alvenaria, m² de
concreto, m² de pintura etc.). A planilha
orçamentária da obra corresponde ao orçamento
sintético.

• ORÇAMENTO ANALÍTICO OU DETALHADO – é


aquele que apresenta as composições de custos
unitários de todos os serviços.

77
Composição de custos unitários

• Para se chegar ao preço unitário de cada


serviço, é necessário estimar o consumo de
cada insumo (mão de obra, equipamentos e
materiais).

• A composição de custos unitários é a


descrição ANALÍTICA do consumo e
produtividades de cada parcela dos insumos
componentes do custo do serviço..
78
Composição de Custo Unitário (exemplo da TCPO)

79
Composição de Custo Unitário (exemplo do Sicro2)

• Em uma hora são escavados 127 m3 de material de 2ª Categoria.

80
• Observar que no canto inferior esquerdo da composição
acima é apresentada a especificação de serviço
aplicável. Neste caso utiliza-se a DNER-ES-280 e
DNER-ES-281. (propriedade da especificidade dos
orçamentos)
• A composição foi montada tendo maio/2008 como data-
base (propriedade da temporalidade dos orçamentos).
• O serviço descrito acima é executado com uma
produção horária de 127 m3 e com um custo horário de
execução de R$ 1.077,81. A partir da divisão do custo
horário de execução pela produção horária, obtém-se
um custo unitário de execução de R$ 8,49/m3, os quais
acrescidos de um percentual de lucro e despesas
indiretas de 19,60% resultam num preço unitário de
execução do serviço de R$ 10,15/m3.
81
Composição de Custo Unitário (exemplo do Sinapi)

82
Composição de Custo Unitário (exemplo do Sinapi)

83
Composição de Custo Unitário (exemplo do Sinapi)

84
Composição de Custo Unitário (exemplo do Sinapi)

85
Composição de Custo Unitário (exemplo do Sinapi)

86
Adequações nas Composições Referenciais

• A utilização de composições de qualquer tabela de


custos necessita de conhecimentos de engenharia e
experiência de construção para sua adequação às
premissas técnicas da obra.
• Cada orçamento é único, em função das particularidades
das obras, diversidades de canteiros, métodos
executivos, localização da obra, características das
construtoras e disposições contratuais.
• Os atributos de um orçamento (especificidade,
temporalidade, aproximação e vinculação ao contrato)
exigem a adaptações de composições referenciais
padrão para ajustá-las à realidade da obra que se está
orçando.
Métodos de Orçamentação
Métodos de Orçamentação
• Os métodos de orçamentação variam em função do grau
de desenvolvimento do projeto, da quantidade e qualidade
de dados, da finalidade desejada e dos requisitos legais e
comerciais envolvidos. Assim, os orçamentos podem ser
elaborados unicamente com um método ou com a mescla
de diversos métodos, sempre no intuito de obter a máxima
precisão em função dos meios disponíveis.

89
Métodos de Orçamentação
• Método de correlação – Os valores são encontrados por
proporcionalidade direta entre obras ou empreendimentos
semelhantes. O custo orçado através desse método tem um
maior imprecisão do que o custo orçado pelo método de
quantificação e custo unitário. O método da correlação só
deve ser utilizado para fins de estimativas rápidas, realizadas
nas fases iniciais do desenvolvimento dos projetos.
• A correlação pode ser:
• Simples (avaliação expedita) – produtos semelhantes, mas de
diferentes dimensões, têm custo proporcional ao valor de sua dimensão.
Para edificações, pode ser a correlação por área de construção.
• Múltipla (avaliação paramétrica) – considera o desmembramento do
projeto em partes, de forma que seu custo total seja o somatório de cada
uma dessas partes. Para uma edificação, o somatório se dá para a soma
dos serviços como fundações, estruturas, alvenaria, revestimentos,
pavimentações, etc.
90
Métodos de Orçamentação
• Método Comparativo de Dados de Mercado – o orçamento
dos serviços, empreendimento ou obra de construção é
estimado através da comparação com dados de mercado
assemelhados, considerando as características intrínsecas e
extrínsecas. É condição fundamental para aplicação desse
método a existência de um conjunto de dados que possa ser
tomado, estatisticamente, como amostra do mercado.
• Método de Cotação de Preços de Mercado – o orçamento
dos serviços, empreendimento ou obra de construção é
estimado pela cotação junto a fornecedores ou prestadores
de serviços para a execução de determinado serviço ou obra
de construção.

91
Métodos de Orçamentação
• Método por Composição de Custos Unitários – é o método
em que o orçamento é calculado pelas quantidades de cada
serviço e pelas composições de custo unitário, que são
obtidas considerando taxas de consumo, coeficientes de
produtividade e preços unitários dos insumos necessários à
realização de uma unidade de serviço.
• As composições de custo unitário podem ser elaboradas por
diferentes métodos:
– Apropriações de campo e tratamento estatístico. Utilizado
principalmente em obras de edificações, em que os equipamentos
apresentam menor relevância e a demonstração da produção da
equipe não apresenta grande importância. As composições são
compostas por índices físicos, a exemplo das constantes do SINAPI.
– Consultas a fontes bibliográficas, catálogos de fornecedores ou em
sistemas referenciais de custos. O orçamentista parte de uma
composição teórica, obtida em tabela padrão, que deverá ser adaptada
à realidade executiva do projeto orçado. 92
Métodos de Orçamentação
– Elaboração de composições de custo com demonstrativo de cálculo
das produções das equipes mecânica. Nas obras de construção
pesada, os equipamentos apresentam grande influência no custo do
serviço, cabendo, assim, o uso da composição de custo resultante
do quadro de produção das equipes mecânicas, modelo DNIT, DER
etc. Os referidos quadros de produção das equipes mecânicas são
obtidos a partir de estudos de tempos de ciclo, movimentos,
capacidades de equipamentos e velocidades de operação, obtidos
em catálogos de fabricantes de equipamentos. Aproximam-se mais
da realidade em obras pesadas do que o sistema de composições
de custos unitários sem o demonstrativo de produção horária da
equipe.

93
Métodos de Orçamentação
– Método por Composição de Custo de Permanência de mão de obra
e equipamentos . É o método em que os coeficientes das
composições de custo são calculados pelas quantidades de
insumos, pelo tempo necessário de utilização ou permanência dos
recursos para a execução de determinado serviço e respectivos
custos unitários.
– A composição de custo por permanência é adequada para os casos
em que a informação estatística de produtividade dos serviços não
pode ser, ou ainda não está parametrizada e disponível como fonte
de informação segura para estimativa de custo.
– O método de estimativa de custo por permanência abrange apenas
os recursos de mão de obra e equipamentos. Entretanto, pode-se
incluir os materiais nesse método, a partir do levantamento dos
mesmos no projeto ou a partir do serviço a ser executado.
– Exemplo de utilização: gruas e elevadores de obra.

94
Conteúdo de um Orçamento de Obra

Recomenda-se que todo orçamento seja composto pelas


seguintes peças:

•Orçamentos sintéticos de cada edificação, instalação física,


etapa, parcela ou trecho da obra;
•Planilha orçamentária de consolidação, agrupando todos os
orçamentos sintéticos, nos casos de empreendimentos
compostos por várias etapas, parcelas, edificações ou trechos.
•Orçamento resumido, apresentando apenas os subtotais da
planilha orçamentária de consolidação ou os totais do
orçamento sintético de cada etapa, parcela, edificação,
instalação física ou trecho do empreendimento.
•Memória de cálculo analítica dos quantitativos dos serviços.
95
Conteúdo de um Orçamento de Obra

•Orçamento analítico formado por composições de custo


unitário de todos os serviços existentes no orçamento
sintético.
•Curva ABC de serviços da planilha orçamentária de
consolidação.
•Curva ABC de insumos da planilha orçamentária de
consolidação.
•Demonstrativo analítico de encargos sociais utilizados para a
mão de obra horista e mensalista.
•Demonstrativo analítico das taxas de BDI utilizadas.
•Demonstrativos detalhando as premissas e os cálculos dos
custos horários dos equipamentos utilizados nas composições
de custo unitário.
96
Conteúdo de um Orçamento de Obra

•Demonstrativos da produção horária das equipes mecânicas,


no caso dos serviços de terraplanagem, pavimentação e
outros serviços executados com o uso de equipamentos.
•Memorial com as premissas utilizadas, justificativas e
memórias de cálculo para a estimativa dos coeficientes
utilizados nas composições de custo unitário.
•Memorial contendo as distâncias médias de transporte dos
diversos materiais utilizados na obra.
•Memorial com as premissas e justificativas para os custos
com a mão de obra.

97
Conteúdo de um Orçamento de Obra

•Demonstrativo detalhado dos custos com


mobilização/desmobilização, administração local da obra,
instalação e manutenção do canteiro de obras, baseados em
histogramas de mão de obra e de equipamentos.
•Memorial com os estudos sobre os custos com alimentação,
transporte, equipamentos de proteção individual e coletiva,
bem como de outros encargos sociais complementares e dos
demais gastos com higiene e segurança dos trabalhadores.
•Memorial contendo estudo sobre as alíquotas efetivas de
tributos aplicáveis ao empreendimento, considerando
eventuais isenções ou outros tipos de renúncias fiscais.

98
Conteúdo de um Orçamento de Obra

•Memorial com as cotações realizadas junto aos fornecedores


dos insumos a serem utilizados na obra e das pesquisas
realizadas em sistemas referenciais de custos ou publicações
especializadas, contendo a descrição do tratamento estatístico
dos dados, se houver.
• Nos casos de orçamentos de projetos que foram objeto de
readequações ou alterações, deve ser apresentada uma peça
específica contendo uma planilha detalhando os acréscimos e
supressões de serviços no orçamento original da obra.

99
O Processo de Orçamentação de Obras

1) Levantamento e 2) Definição dos 3) Formação do Preço


Quantificação Custos Unitários de Venda

Condições de Custos Diretos Definição e


Contorno • Materiais Aplicação do BDI
• Estudo do Projeto • Mão de Obra •Remuneração
• Cláusulas do edital • Equipamentos •Matriz de Riscos
e do contrato
• Mobilização •Despesas
• Especificações dos
• Canteiro de Indiretas
serviços
• Visita técnica Obras •Impostos
• Programação e • Desmobilização
Planejamento da • Adm. Local
Obra
1ª Etapa - Cálculo dos
Quantitativos de Serviços
Cálculo dos Quantitativos de Serviços
• A quantificação dos serviços se dá com base no levantamento das
quantidades (áreas, volumes, perímetros, unidades etc.) de serviços que
compõem os projetos, vinculadas às respectivas especificações técnicas e
critérios de medição e pagamento.
•Erros, omissões ou superestimativas no cálculo dos quantitativos estão
entre as falhas mais frequentes na elaboração dos orçamentos.
•Portanto, a conferência dos quantitativos de serviços torna-se uma tarefa
de suma importância para o orçamentista e para o gestor que aprova o
projeto básico.
•A análise do quantitativo de alguns serviços pode ser comprometida em
função do estágio da obra ou do não detalhamento dos projetos (por
exemplo: comprimento das fundações com a obra concluída).
•Via de regra, as quantidades dos diversos tipos de serviços pode ser
verificada por simples contagem ou por procedimentos elementares de
geometria (cálculo de áreas, perímetros, comprimentos e volumes).

102
Cálculo dos Quantitativos de Serviços
•No entanto, a depender do tipo, porte e complexidade da obra, os
cálculos de quantitativos podem se tornar extremamente trabalhosos.
• O processo é racionalizado com softwares “CAD” (Computer Aided
Design) ou pelo BIM (Building Information Modeling).

103
Cálculo dos Quantitativos de Serviços
• Recomenda-se sempre ao gestor produzir uma memória
de cálculo detalhada dos quantitativos. O ônus da prova
é do gestor!
• Deve-se observar que alguns serviços são permanentes,
ficando incorporados à obra (por exemplo, pintura,
alvenaria ou concreto), e outros são provisórios,
utilizados apenas durante a fase de construção e
removidos em seguida (por exemplo, fôrmas para as
estruturas, escoramento, andaimes, tapumes, barracão de
obra e demais instalações provisórias etc.).
• Assim, os fiscais dos contratos devem ser especialmente
cuidadosos para registrar a execução e documentar os
serviços e instalações provisórios.

104
Cálculo dos Quantitativos de Serviços
• A estimativa de quantitativos deve observar o critério de
medição e pagamento estabelecido para o serviço
analisado.
• A estimativa dos quantitativos e a medição dos serviços
devem observar a natureza técnica e o grau de precisão
existente nas estimativas, bem como qual será o método
dos processos de medição dos serviços analisados. Por
exemplo, não se admite nenhuma variação nos
quantitativos de aparelhos de ar condicionado do tipo split
instalados na obra. Por outro lado, admite-se alguma
imprecisão nos quantitativos medidos de um serviço de
terraplanagem.
• Também não se pode ter o mesmo rigor na medição de um
comprimento de uma parede de alvenaria e no
comprimento de uma sinalização horizontal em obra 105
rodoviária.
Atenção ao Cálculo dos Quantitativos
Lei 8.666/93

•Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a


prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em
particular, à seguinte sequência:
•I - projeto básico;
•II - projeto executivo;
•III - execução das obras e serviços.
•§ 1o A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida
da conclusão e aprovação, pela autoridade competente, dos
trabalhos relativos às etapas anteriores, à exceção do projeto
executivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente
com a execução das obras e serviços, desde que também
autorizado pela Administração.
Atenção ao Cálculo dos Quantitativos
Lei 8.666/93

•§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:


•I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e
disponível para exame dos interessados em participar do processo
licitatório;
•II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição
de todos os seus custos unitários;
•III - houver previsão de recursos orçamentários (...)
•(...)
•§ 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento
de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos
não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo.
•(...)
•§ 6o A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos ou
contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.
Atenção ao Cálculo dos Quantitativos

Lei 8.429/1992

• Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa (...) notadamente: (...)


• VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta,
para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas
ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou
característica (...); (grifei)

Acórdão nº 1874/2007-TCU-Plenário (Sumário)

• 1. Falece de fundamentação legal e respaldo técnico a elaboração de


planilhas orçamentárias de obras públicas com injustificada superestimativa
dos quantitativos dos serviços previstos. Não se pode deixar à fiscalização do
contrato a tarefa de reter os quantitativos excedentes uma vez que ela
própria deve estar sujeita aos controles internos ditados naturalmente pelo
projeto da obra, que se constitui no referencial físico e financeiro do
empreendimento.
Atenção ao Cálculo dos Quantitativos
Lei 8.666/93

• Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação


instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias,
ou contrato dela decorrente:
• I - elevando arbitrariamente os preços;
• II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria
falsificada ou deteriorada;
• III - entregando uma mercadoria por outra;
• IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da
mercadoria fornecida;
• V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa
a proposta ou a execução do contrato:
• Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Observação Importante

• Os quantitativos e preços unitários


presentes na planilha orçamentária podem
variar consideravelmente em função dos
critérios de medição e pagamento dos
serviços.

110
Exemplo:
Critérios de Medição para Alvenaria em Tijolos
•Critério 1: Considerar a área real executada, descontando-se
os vãos para instalação de portas e esquadrias.

Área de Alvenaria (Critério 1): 10 m x 2,5 m – 5 m2 – 2 m2 = 18 m2

111
Exemplo:
Critérios de Medição para Alvenaria em Tijolos
• Critério 2: (Adotado pela “Pini”): Considerar a área executada sem
descontar vãos inferiores a 2 m2. Em vãos maiores que esta área desconta-
se a área do vão diminuído de 2 m2 do quantitativo de alvenaria a ser
medido.
•No segundo critério busca-se compensar o trabalho extra para executar os
arremates nos vãos, contando uma quantidade de mão de obra equivalente
ao trabalho para realizar 2m2 do mesmo tipo de alvenaria.

Área de Alvenaria (Critério 2): 10 m x 2,5 m – 3 m2 = 22 m2 112


Exemplo:
Critérios de Medição para Alvenaria em Tijolos
•Considerando que a alvenaria será executada em tijolos 9 x 19 x 19 cm,
com 1 cm de junta, há um consumo teórico de 25 tijolos por m2
(desconsiderando perdas).
•Assim, em ambos os critérios de medição, há um consumo de 450 tijolos
(afinal, trata-se da mesma parede). Também se observa que há o mesmo
consumo de argamassa e de mão de obra, que independem do critério de
medição e pagamento do serviço.
•Considerando-se a diferença de áreas entre os dois critérios (18 m2 e 22
m2), o que ocorrerá com o coeficiente de consumo dos tijolos nas
composições de custo unitário dos serviços para cada critério de medição?
•Pode-se afirmar que a composição de custo unitário de um serviço
depende do critério de quantificação a ser adotado?
•O que ocorrerá com o custo unitário do serviço em ambos os critérios de
quantificação? E com o custo total para execução da parede?

113
Como Fazer os Pagamentos na EPG?
•Nas empreitadas por preço global, medem-se as etapas de serviço de
acordo com etapas objetivamente estabelecidas no instrumento
convocatório.
•A definição dos marcos de pagamento deve ser atrelada à execução
física da obra, recomendando-se adotar eventos facilmente verificáveis
pelo fiscal do contrato.
•Devem ser evitadas medições parciais de eventos ou marcos que não
estejam completamente concluídos, assim como o estabelecimento de
marcos cuja conclusão demore muito tempo ou possa comprometer
financeiramente a empresa construtora, considerando o porte necessário
para a execução da obra.
•Recomenda-se que uma parte dos pagamentos fique atrelada aos
recebimentos provisório e definitivo da obra, incentivando o construtor a
concluir o objeto da contratação e dificultando a prática de jogo de
cronograma pela empresa contratada.
Pagamentos em Empreitadas por preço global
Ponte com 60 metros de extensão
Índice de Reajustamento Percentual no Preço Parcial
Item Descrição dos Serviços
Aplicável Orçamento (R$)
1 - Serviços Preliminares 3,85% 133.056,00
1.1 Mobilização OAE 0,90% 31.104,00
1.2 Instalação do Canteiro de Obras OAE 2,95% 101.952,00
2 - Ponte (12,8 x 60,00 m) 80,28% 2.774.588,68
2.1 Elaboração do Projeto Executivo Consultoria 4,23% 146.188,80
2.2 Infraestrutura OAE 29,02% 1.002.942,06
2.3 Mesoestrutura OAE 14,51% 501.471,03
2.4 Superestrutura OAE 27,02% 933.773,64
2.5 Laje de Transição OAE 5,50% 190.213,15
3 - Acabamentos 4,44% 153.446,40
3.1 Pavimentação sobre a obra de arte especial Pavimentação 0,28% 9.676,80
3.2 Passeios e Guarda-corpo OAE 1,65% 57.024,00
3.3 Iluminação e proteção OAE 0,94% 32.486,40
3.4 Drenos Drenagem 0,73% 25.228,80
3.5 Juntas e aparelhos de apoio OAE 0,45% 15.552,00
3.6 Sinalização Viária Sinalização Horizontal 0,39% 13.478,40
4 - Serviços Complementares 2,43% 83.980,80
4.1 Limpeza final da obra OAE 0,19% 6.566,40
4.2 Desmobilização OAE 0,90% 31.104,00
4.3 "As built" e manual da obra Consultoria 1,34% 46.310,40
5 - Recebimento da obra 9,00% 311.040,00
5.1 Recebimento Provisório IGP-DI 4,50% 155.520,00
5.2 Recebimento Definitivo IGP-DI 4,50% 155.520,00
Pagamentos em Empreitadas por preço global

A tabela exemplificativa com os eventos de pagamento da ponte foi elaborada a


partir da planilha orçamentária da obra baseada nos preços referenciais Sicro,
parcialmente reproduzida na tabela a seguir na parte relativa à infraestrutura.

Preço
Código Descrição dos Serviços Unidade Quantidade Preço Total
Unitário
... ... ... ... ... ...
TUB.AR C.D=1,4M PROF.12/18M LÂM.D'ÁGUA
2 S 03 416 22 m 125,88 5.719,04 719.912,76
LF/AC/BC/PC (25MPa)
ESC.P/ALARG. BASE TUB.AR COMP.PROF.12/18
2 S 03 412 02 m³ 79,94 2.599,74 207.823,22
M LF
FORN.LANC.C.BASE TUB.AR COMP. PR.12/18M
2 S 03 412 62 m³ 79,94 529,31 42.313,04
LF/AC/BC/PC (25MPa)
2 S 05 300 02 ENROCAMENTO DE PEDRA JOGADA m³ 235,45 57,21 13.470,09
2 S 03 940 01 REATERRO E COMPACTAÇÃO m³ 693,43 28,01 19.422,97
Subtotal Infraestrutura 1.002.942,06
... ... ... ... ... ...
Índice de
Percentual no
Item Descrição dos Serviços Reajustamento
Orçamento
Aplicável

1 - Serviços Preliminares 3,85%


1.1 Mobilização 0,90%
OAE
1.2 Instalação do Canteiro de Obras 2,95%
2 - Ponte com 600 metros de extensão 80,28%
2.1 Elaboração do Projeto Executivo Consultoria 4,23%
2.2
2.2.1
Infraestrutura
Apoio 1
29,02%
5,27%
Pagamentos em
2.2.1.1 Tubulões 4,01%
2.2.1.2
2.2.2
Blocos
Apoio 2
1,26%
8,98%
Empreitadas por
2.2.2.1
2.2.2.2
2.2.3
Tubulões
Blocos
Apoio 3
7,72%
1,26%
8,40%
preço global
2.2.3.1 Tubulões 7,14% Ponte com 600 metros de
2.2.3.2 Blocos 1,26%
2.2.4 Apoio 4 OAE 6,37% extensão
2.2.4.1 Tubulões 5,11%
2.2.4.2 Blocos 1,26%
2.3 Mesoestrutura 14,51%
2.3.1 Apoios 1 e 2 7,26%
2.3.2 Apoios 3 e 4 7,26%
2.4 Superestrutura 27,02%
2.4.1 Vão margem esquerda 8,39%
2.4.2 Vão central 10,24%
2.4.3 Vão margem direita 8,39%
2.5 Laje de Transição 5,50%
3 - Acabamentos 4,44%
3.1 Pavimentação sobre a obra de arte especial Pavimentação 0,28%
3.2 Passeios e Guarda-corpo 1,65%
OAE
3.3 Iluminação e proteção 0,94%
3.4 Drenos Drenagem 0,73%
3.5 Juntas e aparelhos de apoio OAE 0,45%
3.6 Sinalização Viária Sinalização Horizontal 0,39%
4 - Serviços Complementares 2,43%
4.1 Limpeza final da obra 0,19%
OAE
4.2 Desmobilização 0,90%
4.3 "As built" e manual da obra Consultoria 1,34%
5 - Recebimento da obra 9,00%
5.1 Recebimento Provisório 4,50%
IGP-DI
5.2 Recebimento Definitivo 4,50%
Quantitativos de Serviços de Terraplanagem
• A análise dos quantitativos de terraplanagem é particularmente
complexa em vários tipos de obras (rodovias, barragens etc.), exigindo o
apoio de serviços de topografia para melhor avaliação.
• Para o cálculo do volume de terraplanagem, é necessário supor que
existe um determinado sólido geométrico, cujo volume será facilmente
calculado. O método usual consiste em considerar o volume como
proveniente de uma série de prismóides, por meio dos quais o cálculo
ou a medição dos quantitativos de terraplanagem é feito pelo método
das semidistâncias, conforme ilustrado na figura a seguir

118
Quantitativos de Serviços de Terraplanagem
O volume do prismóide pode ser calculado mediante a fórmula:

Onde:
• A1 e A2 são as áreas das seções transversais extremas;
• Am é a área da seção transversal no ponto médio entre A1 e A2; e
• L é a distância entre as seções A1 e A2.

Uma fórmula aproximada, obtida considerando Am como média das


seções extremas A1 e A2 , comumente utilizada para o cálculo dos
volumes dos prismóides é a chamada fórmula das áreas médias:

119
Quantitativos de Serviços de Terraplanagem
Exemplo de adulteração da primitiva do terreno em uma obra rodoviária

120
Quantitativos de Serviços de Terraplanagem
Exemplo de adulteração da superfície de corte em uma obra rodoviária.

121
Pergunta:

Quem é responsável pelo levantamento


dos quantitativos de serviços?

O projetista? ou o Orçamentista?

122
Responsabilidade pelo levantamento de quantitativos
• A NBR 12722 permite a interpretação de que o responsável
pelo levantamento de quantidades seja o engenheiro
projetista. De fato é comum observarmos nos projetos a
indicação das quantidades de serviços.
• No entanto, é recomendável que o engenheiro orçamentista
efetue a compatibilização e revisão dos quantitativos de
serviços levantados pelos engenheiros projetistas, pois
diversos tipos de erros podem ocorrer no processo de
quantificação da obra:
– O engenheiro projetista pode adotar critério de medição diverso do
utilizado no caderno de encargos que será utilizado na licitação.
– Na quantificação dos serviços presentes nas diversas disciplinas de
projetos podem ocorrer omissões ou sobreposições de serviços. Por
exemplo, o projetista do sistema de ar condicionado quantifica os fios
e cabos elétricos utilizados no sistema de climatização. O projetista
das instalações elétricas também quantifica os fios e cabos utilizados
na alimentação do sistema de climatização, gerando duplicidade 123de
serviços.
Responsabilidade pelo levantamento de quantitativos
– Poderia ocorrer a omissão dos serviços, no caso de ambos os
projetistas, o de ar condicionado e o de instalações elétricas,
entenderem que a alimentação do sistema de climatização não
está no escopo dos projetos a serem desenvolvidos.
– Pode ocorrer consideração indevida ou em duplicidade nas perdas
de materiais. Por exemplo, o engenheiro projetista de estrutura
elabora uma tabela de barras de aço CA-50 considerando 10% de
perdas. O engenheiro orçamentista adota o quantitativo de aço
com perdas de 10%. Porém, ao elaborar a composição de preço
unitário do serviço de armação em aço CA-50, adota uma
composição com 10% de perda de aço, fazendo com que a perda
de aço fique em duplicidade.
– O orçamento fica incompleto com base apenas nas estimativas de
quantidades de serviços levantadas pelos engenheiros projetistas.
Em geral, os custos indiretos de mobilização/desmobilização,
implantação e manutenção do canteiro de obras e administração
local da obra terão que ser levantados a parte pelos engenheiros
orçamentistas.
124
Responsabilidade pelo levantamento de quantitativos
– Muitas vezes os quantitativos levantados pelos engenheiros
projetistas não levam em conta as particularidades executivas da
obra e as condições de logística associadas ao empreendimento,
ficando sem a completude necessária.
– Vejamos o caso da quantificação de serviços de um projeto de
fundações (quantificação realizada pelo projetista):
ITEM

DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS UNIDADE QUANTIDADES

ESTACAS
8.1 ESTACA ESCAVADA TIPO HÉLICE CONTÍNUA, COM DIÂMETRO 30 CM, CAPACIDADE NOMINAL 350 M 7.075,98
8.4 ESTACA ESCAVADA TIPO HÉLICE CONTÍNUA, COM DIÂMETRO 60 CM, CAPACIDADE NOMINAL 1415 M 11.686,36
8.6 ESTACA ESCAVADA TIPO HÉLICE CONTÍNUA, COM DIÂMETRO 80 CM, CAPACIDADE NOMINAL 2510 M 15.357,53
8.11 FERRAGEM DE AÇO CA-50 A KG 1.566.978,00
8.12 CONCRETO ESPECIAL ESTACA HÉLICE - FCK 20 MPA AUTO-ADENSÁVEL M³ 16.258,81
BLOCOS E CINTAS
9.1 ESCAVAÇÃO DE CAVAS E VALAS MECANIZADA M³ 12.973,00
9.7 FORMA PLANA COMUM COMPENSADO RESINADO 12 MM COM 3 REAPROVEITAMENTOS M² 10.150,88
9.8 FERRAGEM DE AÇO CA-50 A KG 872.188,76
9.10 CONCRETO FCK=35 MPA M³ 10.031,52

125
Responsabilidade pelo levantamento de quantitativos
– Agora a quantificação completa de todos os serviços necessários
para a execução das fundações:
ITEM

DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS UNIDADE QUANTIDADES

ESTACAS
MOBILIZAÇÃO/DESMOBILIZAÇÃO DE PERFURATRIZ UNID 2,00
LOCAÇÃO E NIVELAMENTO TOPOGRÁFICO DA OBRA M² 24.300,00
8.1 ESTACA ESCAVADA TIPO HÉLICE CONTÍNUA, COM DIÂMETRO 30 CM, CAPACIDADE NOMINAL 350 M 7.075,98
8.4 ESTACA ESCAVADA TIPO HÉLICE CONTÍNUA, COM DIÂMETRO 60 CM, CAPACIDADE NOMINAL 1415 M 11.686,36
8.6 ESTACA ESCAVADA TIPO HÉLICE CONTÍNUA, COM DIÂMETRO 80 CM, CAPACIDADE NOMINAL 2510 M 15.357,53
8.11 FERRAGEM DE AÇO CA-50 A KG 1.566.978,00
8.12 CONCRETO ESPECIAL ESTACA HÉLICE - FCK 20 MPA AUTO-ADENSÁVEL M³ 16.258,81
8.13 ARRASAMENTO E PREPARO DE CABEÇA DE ESTACAS UNID 2.595,00
8.14 ENSAIO DE INTEGRIDADE DO FUSTE DAS ESTACAS (PIT) UNID 2.595,00
8.15 PROVA DE CARGA DINÂMICA DAS ESTACAS UNID 15,00
8.16 PROVA DE CARGA ESTÁTICA DAS ESTACAS (1X DIAMETRO 60 CM + 1X DIAMETRO 80 CM) UNID 2,00
CARGA, TRANSPORTE, DESCARGA E ESPALHAMENTO DO MATERIAL ESCAVADO,EM BOTA-FORA
8.17 M³ 16.848,00
DMT DE 15 KM
CARGA, TRANSPORTE, DESCARGA E ESPALHAMENTO DO MATERIAL DE ENTULHO, EM BOTA-
8.18 M³ 1.019,35
FORA DMT DE 1 KM
CARGA, TRANSPORTE, DESCARGA E ESPALHAMENTO DO MATERIAL DE ENTULHO, EM BOTA-
8.19 M³ 546,08
FORA DMT DE 10 KM
CARGA, TRANSPORTE, DESCARGA E ESPALHAMENTO DO MATERIAL DE ENTULHO, EM BOTA-
8.20 M³ 254,84
FORA DMT DE 15 KM
BLOCOS E CINTAS
9.1 ESCAVAÇÃO DE CAVAS E VALAS MECANIZADA M³ 12.973,00
9.2 ACERTO MANUAL DE CAVAS E VALAS M³ 2.000,00
9.3 APILOAMENTO DE FUNDO DE VALA M² 7.380,00
CARGA, TRANSPORTE, DESCARGA E ESPALHAMENTO DO MATERIAL ESCAVADO,EM BOTA-FORA
9.4 M³ 7.985,00
DMT DE 15 KM
9.5 ESCORAMENTO CONTÍNUO DE CAVAS E VALAS M² 748,00
9.6 ESGOTAMENTO COM BOMBAS HPXH 800,00
9.7 FORMA PLANA COMUM COMPENSADO RESINADO 12 MM COM 3 REAPROVEITAMENTOS M² 10.150,88
9.8 FERRAGEM DE AÇO CA-50 A KG 872.188,76 126
9.9 LASTRO DE CONCRETO FCK 15 MPA PARA REGULARIZAÇÃO DOS BLOCOS M³ 506,88
9.10 CONCRETO FCK=35 MPA M³ 10.031,52
Estudo de Caso: Ponte sobre o Rio Paraguai
Situação: Contratação por emergência de recuperação estrutural de ponte
sem projeto básico e sem levantamentos preliminares (sondagem e
batimetria do Rio), levando a questionamentos sobre os quantitativos
orçados e medidos.
Consequências: Superfaturamento na obra e condenação dos
responsáveis ao ressarcimentos dos danos.
Acórdão 3631/2013-Plenário (voto condutor):
8. Inicialmente, cumpre destacar que, muito embora solicitados pela
unidade técnica, não foram apresentados documentos indispensáveis para
a correta estimativa da contratação realizada, tais como: projeto básico e
executivo da obra; especificações técnicas dos serviços a serem
executados; e memórias de cálculo que demonstrassem que a planilha
orçamentária tivesse sido elaborada com base em quantitativos
propriamente avaliados.
9. A ausência desses elementos, além de afrontar diversos dispositivos da
Lei de Licitações, reforça a tese defendida pela SecobEdif no sentido de a
execução da obra não estar lastreada em um projeto que a defina.
Estudo de Caso: Ponte sobre o Rio Paraguai
Acórdão 3631/2013-Plenário (continuação):
(...)
16. Passo ao quantitativo impugnado. Enquanto a planilha contratada previa, para o
fornecimento de camisas metálicas utilizadas nas fundações dos pilares localizados
na calha do rio, o comprimento médio de dezessete metros, sendo um metro para o
trecho livre, acima do nível da água, oito metros para o trecho em lâmina d’água e
oito metros para o trecho cravado no solo do leito do rio, a unidade técnica chegou a
um valor médio final de 5,6 metros, sendo um metro para o trecho livre, acima do
nível da água, 2,6 metros para o comprimento médio de travessia molhada e dois
metros para o trecho cravado no solo do leito do rio.
17. Os defendentes apresentaram argumentos que pugnavam, especialmente, pela
necessidade de o comprimento de cravação ser de oito metros.
18. Contudo, a documentação apresentada pelos defendentes, baseada nos
boletins de sondagens, apresenta dados incompatíveis com os parâmetros
indicados pelos próprios responsáveis e com o projeto original da ponte. Além disso,
diferem dos quantitativos levantados pela SecobEdif. A detida análise realizada pela
unidade técnica demonstrou que a profundidade de dois metros de comprimento de
cravação seria suficiente.
Estudo de Caso: Ponte sobre o Rio Paraguai
Acórdão 3631/2013-Plenário (continuação):
19. Deve-se ressaltar também que a análise realizada pela unidade técnica apontou
que os resultados apresentados na defesa dos responsáveis foram obtidos por
simulação computacional, desacompanhada de qualquer memória de cálculo e das
hipóteses e equações utilizadas, tornando impossível sua conferência.
20. Assim, concordo com a proposição feita pela unidade técnica no sentido de
rejeitar as alegações de defesa relacionadas ao superfaturamento de quantitativos
verificado no serviço de cravação de estacas, imputando-se um débito de R$
870.716,30 aos responsáveis. Tal montante decorre da multiplicação do preço
contratual do fornecimento e cravação da camisa metálica (R$ 1.096,62) pela
diferença de quantitativo medida a maior (1.190 metros – 396 metros = 794 metros).
Estudo de Caso: Ponte sobre o Rio Paraguai
Acórdão 178/2016-Plenário, que apreciou recurso de reconsideração
do mesmo caso:
Da análise desse material, verifico que a construtora solicitou prova pericial
como meio de aferir o real comprimento da camisa a ser encravado no solo.
Em complemento, apresenta outro parecer cujo conteúdo limita-se a criticar
a última análise apresentada pela unidade técnica especializada, sem
conseguir ao fim demonstrar tecnicamente a real necessidade da dimensão
de oito metros para a cravação da camisa metálica utilizada na fundação.
Deixo de acolher o pedido da empresa, porquanto não compete a este
Tribunal produzir provas para o deslinde da questão. A jurisprudência desta
Casa converge no sentido de que o ônus da produção da prova compete a
quem maneja o recurso público.
Ademais, desde o início da apuração dessas irregularidades, sinaliza-se
que o debate poderia ser dirimido mediante a apresentação de notas
fiscais, projetos detalhados e correspondentes memoriais de cálculo, mas
essa documentação nunca foi apresentada.
Superfaturamento de Quantitativos
O débito decorrente da execução de camadas de pavimento (sub-base,
base, capa asfáltica) em espessura inferior à prevista no projeto deve ser
quantificado em função da redução da vida útil prevista para o pavimento, a
qual reflete o real prejuízo sofrido pela Administração, e não pelo valor do
material ou serviço pagos que não foram aplicados na obra. (Acórdão
3021/2015-Plenário).
Estudo de Caso: Adutora do São Francisco/SE
Situação: Utilização de critério de medição impreciso para a travessia
subaquática sobre o Rio Continguiba.
Na elaboração do projeto básico, previu-se a execução de 199 m de travessia
subaquática. A construtora contratada aumentou a extensão dessa travessia
para 240 m, por ocasião da revisão desse projeto. Porém, em sua execução,
a extensão da travessia foi medida em 252,50m. O aumento de 53,5m da
extensão da travessia subaquática foi formalizado com a realização de
aditamento contratual.
Consequências: Aumentos extremamente questionáveis de quantitativos,
controvérsia com a contratada, realização de aditamentos, aumento de custos
e apontamento de superfaturamento.
Instrução que embasou o Acórdão 1063/2010-Plenário:
11 Destaca-se primeiramente que qualquer procedimento de medição da
referida travessia envolverá certo grau de subjetivismo na consideração dos
seus pontos iniciais e finais. O significado do termo "subaquática" indica que o
referido elemento deve estar situado sob o leito do rio. Porém, a influência das
marés causa sensível mudança na largura do rio (...). Portanto, nos parece
razoável considerar o nível máximo da maré para obter os pontos inicial e final
da travessia subaquática, mas isso representa apenas um critério.
Estudo de Caso: Adutora do São Francisco/SE
Instrução que embasou o Acórdão 1063/2010-Plenário:
..A projetista ... adotou outro critério ao considerar a largura em 199 metros,
correspondente à largura do rio as 9:00 horas do dia 01/08/2002.
12. No desenho a fl. 129, observa-se que a travessia subaquática
extrapolou inclusive a largura do rio na maré máxima. Assim, parte da
travessia não é "subaquática" no seu exato sentido. Porém, esta parte da
travessia sob terra seca ainda guarda similaridade técnica com o restante
da travessia sob o leito do rio. Cita-se como exemplo o fato de ambos os
trechos serem executados em tubos de aço, enquanto o restante da adutora
é executada em tubos de ferro fundido. Outra similaridade: a tubulação de
aço da travessia precisa ser montada e lançada de uma só vez sob o
terreno (ou leito) previamente escavado. Este é dos procedimentos mais
onerosos da travessia e sua execução está ilustrada na foto ... e nos
desenhos esquemáticos ...
13. Portanto, um dos critérios técnicos para medição da citada travessia
poderia ser o comprimento da tubulação de aço efetivamente lançada. Este
parece ter sido o procedimento adotado para obtenção dos 252,5 metros da
travessia.
Estudo de Caso: Adutora do São Francisco/SE
Instrução que embasou o Acórdão 1063/2010-Plenário:
14. Os critérios de medição e pagamento aplicáveis ao contrato
...estabelecem que o serviço "Será pago pela extensão em m (metro) de
travessia executada ". Faltam definições objetivas de quais serão os
pontos inicial e final a serem considerados para medição da extensão da
travessia.
15. De qualquer forma, escolhido algum critério para definir os pontos inicial
e final da travessia subaquática e, apesar da citada travessia se encontrar
sob o leito do Rio Cotinguiba, mediante o uso de equipamentos de
topografia, pode-se efetuar a medição da distância entre os pontos inicial e
final da mesma.
Estudo de Caso: Adutora do São Francisco/SE
Instrução que embasou o Acórdão 1063/2010-Plenário:
19. Se adotado como critério de medição da extensão da travessia
subaquática o comprimento efetivamente lançado da tubulação de aço,
observa-se que existem nos autos alguns elementos de reduzido valor
probatório que mostram que o comprimento efetivamente executado da
travessia subaquática foi maior do que o comprimento da adutora antiga
que já existia no local. O projeto à fl. 129 é um destes documentos e mostra
a adutora antiga, com 199 metros, e a travessia subaquática, com 252,5
metros.
20. As fotos enviadas pelo DESO, ... mostram que a nova travessia foi
executada com comprimento superior aos 199 metros da travessia original.
21. Diante do exposto, propõe-se dar por esclarecida a questão do
comprimento efetivamente executado da travessia subaquática. Mesmo
assim, deve ser imputado aos responsáveis um débito de R$
67.763,81, ..., correspondente à diferença entre o preço contratual e o
preço de mercado, aplicada sobre a majoração de 53,50 metros da
travessia subaquática (252,5 metros após aditivos menos os 199
metros originais do contrato).
Quantificação na Empreitada por Preço Global
A empreitada por preço global deve ser adotada quando for possível definir
previamente no projeto, com boa margem de precisão, as quantidades
dos serviços a serem executados; enquanto a empreitada por preço
unitário deve ser preferida para objetos que, por sua natureza, não
permitam a precisa indicação dos quantitativos orçamentários. (Acórdão
2432/2016-Plenário).

Resumo:

...A irregularidade consistira no “pagamento do serviço estrutura metálica


para cobertura em telha cerâmica na quantidade de 91.301,52 kg, em vez
dos 53.115,00 kg previstos no projeto executivo”. ..., a empresa contratada
argumentou, entre outras alegações, que o objeto do certame fora licitado
sob o regime de empreitada por preço global, não por preço unitário, de
modo que, mesmo se a quantia paga pelo serviço fosse superior à prevista
na proposta vencedora da licitação, por se ter considerado quantitativo
maior que o previsto no projeto, o valor total do contrato estaria de acordo
com os preços praticados no mercado local.
Quantificação na Empreitada por Preço Global
...O relator rejeitou as razões apresentadas, considerando incontroverso
que a empresa contratada fornecera somente 53.115 kg de estrutura
metálica para cobertura em telha cerâmica, mas recebera o valor
equivalente a 91.301,53 kg desse material. Acrescentou não ser possível
tolerar, “mesmo em uma obra executada sob o regime de empreitada por
preço global, como ocorre no caso vertente, o pagamento de quantidade
71% maior que a prevista no contrato celebrado, com a justificativa de que
teria ocorrido um erro na proposta de preço formulada pela licitante
vencedora. Especialmente quando se trata de um dos itens mais
relevantes da obra”. Acrescentou o relator que “a opção pela contratação
sob o regime de empreitada por preço global pressupõe uma acurácia
adequada do projeto executivo, o que não ocorreu no caso vertente”.
Nesse sentido, relembrou o Acórdão 1.978/2013 Plenário, no qual se
salientara que “a empreitada por preço global deve ser adotada quando for
possível definir previamente no projeto, com boa margem de precisão, as
quantidades dos serviços a serem executados; enquanto a empreitada por
preço unitário deve ser preferida para objetos que, por sua natureza, não
permitam a precisa indicação dos quantitativos orçamentários”. Com base
nesse e em outros fundamentos, acolheu o Plenário o voto do relator no
sentido de não conhecer um dos recursos e de negar provimento ao outro.
Responsabilização do Agente Público por Erros de Quantitativos

O analista técnico tem o dever de se opor à continuidade de empreendimentos


que estejam em desacordo com os princípios constitucionais da
economicidade e da eficiência. A atuação posterior do agente, consistente na
glosa de serviços não realizados, mitiga, mas não exclui a reprobabilidade da
emissão de laudo de engenharia favorável a orçamentos que
continham quantitativos superestimados em relação ao projeto básico.
(Acórdão 3271/2013-Plenário).

Os agentes públicos assumem os riscos de suas decisões pela escolha de um


método menos confiável para quantificar determinados serviços de obras,
tendo em vista a repercussão que tal escolha pode ocasionar na correção das
estimativas de quantitativos e custos e, eventualmente, no risco de favorecer
fraudes em medições. (Acórdão 2607/2012-Plenário).

O atesto de serviços em quantitativos acima do previsto, em desconformidade


com o projeto, sem a apresentação de justificativa, ocasiona responsabilização
dos fiscais do contrato que praticaram o ato. (Acórdão 1183/2012-Plenário).
Responsabilização do Agente Público por Erros de Quantitativos

Ao assinar os boletins de medição, ainda que não tenha a expertise


necessária para tanto, assume o subscritor a responsabilidade em relação
aos serviços medidos e por ele liquidados. (Acórdão 5902/2016-1ª
Câmara).

Voto:
19.[Responsável 2] afirma ter sido coagido pelo superintendente
[responsável 1] a exercer a função de fiscal do contrato. Alega ser
tecnicamente despreparado para assumir tal encargo, tendo pleiteado, sem
sucesso, a designação de outro servidor para acompanhar as obras. O
recorrente trouxe aos autos interrogatório prestado por [omissis], ex-chefe
da seção de administração da SRTE/AL, perante comissão de processo
administrativo disciplinar. No documento, [omissis] afirmou ter presenciado
a forma hostil com que [responsável 1] tratava seus subordinados, dentre
os quais [responsável 2]. O interrogando aduziu também que o
superintendente se negava a atender qualquer medida para regularização
da obra.
Responsabilização do Agente Público por Erros de Quantitativos

...
20.O documento juntado não pode servir como prova da coação, pois
[omissis] foi ouvido na condição de acusado e, por isso, não prestou
qualquer compromisso de dizer a verdade. Mesmo que se admitisse esse
documento como meio de prova, a única modalidade de coação moral apta
a excluir a culpabilidade é aquela irresistível, não configurada no caso
concreto.
21.Sendo assim, ao assinar os boletins de medição, ainda que não tenha a
expertise necessária para tanto, [responsável 2] assume o risco em relação
aos serviços medidos e liquidados por ele. Logo, não há razão para excluí-
lo da presente relação processual.
Memórias de Cálculo das Medições

A Administração contratante deve manter documentação comprobatória da


adequada aferição dos quantitativos faturados pela contratada por
meio de medição-verificação dos serviços realizados em cada etapa, bem
como a respectiva memória de cálculo, de maneira a se
resguardar de efetuar pagamentos a partir de boletins de medição
imprecisos e permitir a efetiva atuação dos órgãos de controle. (Acórdão
273/2010-Plenário).
2ª Etapa
Estimativa dos Custos
Unitários dos Serviços

142
Disposições Legais sobre
Orçamento de Obras Publicas
Decreto 7.983/2013
Art. 3º O custo global de referência de obras e serviços de engenharia,
exceto os serviços de obras de infraestrutura de transporte, será obtido a
partir de composições de custos unitários previstas no projeto que integra
o edital de licitação, menores ou iguais à mediana de seus
correspondentes nos custos unitários de referência do Sistema
Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - Sinapi ...”
Decreto 7.983/2013
“Art. 4º O custo global de referência dos serviços e obras de infraestrutura
de transportes será obtido a partir das composições dos custos unitários
previstas no projeto que integra o edital de licitação, menores ou iguais
aos seus correspondentes nos custos unitários de referência do Sistema
de Custos Referenciais de Obras – Sicro, cuja manutenção e divulgação
caberá ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes -
DNIT...
(...)
Art. 6º No caso de inviabilidade da definição dos custos consoante o
disposto nos arts. 3º, 4º e 5º , a estimativa de custo global poderá ser
apurada por meio da utilização de dados contidos em tabela de referência
formalmente aprovada por órgãos ou entidades da administração pública
federal, em publicações técnicas especializadas, em sistema específico
instituído para o setor ou em pesquisa de mercado. “
Decreto 7.983/2013
Art. 8o Na elaboração dos orçamentos de referência, os órgãos e
entidades da administração pública federal poderão adotar
especificidades locais ou de projeto na elaboração das respectivas
composições de custo unitário, desde que demonstrada a pertinência dos
ajustes para a obra ou serviço de engenharia a ser orçado em relatório
técnico elaborado por profissional habilitado.

Parágrafo único. Os custos unitários de referência da administração


pública poderão, somente em condições especiais justificadas em
relatório técnico elaborado por profissional habilitado e aprovado pelo
órgão gestor dos recursos ou seu mandatário, exceder os seus
correspondentes do sistema de referência adotado na forma deste
Decreto, sem prejuízo da avaliação dos órgãos de controle, dispensada a
compensação em qualquer outro serviço do orçamento de referência.
RDC: Parâmetros de Orçamentação de Obras
(Lei 12.462/2011)

Art. 8º (...)
§ 3o O custo global de obras e serviços de engenharia deverá ser obtido a partir de custos
unitários de insumos ou serviços menores ou iguais à mediana de seus correspondentes ao
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), no caso de
construção civil em geral, ou na tabela do Sistema de Custos de Obras Rodoviárias (Sicro),
no caso de obras e serviços rodoviários.
§ 4o No caso de inviabilidade da definição dos custos consoante o disposto no § 3o deste artigo,
a estimativa de custo global poderá ser apurada por meio da utilização de dados contidos
em tabela de referência formalmente aprovada por órgãos ou entidades da administração
pública federal, em publicações técnicas especializadas, em sistema específico instituído
para o setor ou em pesquisa de mercado.
(...)
§ 6o No caso de contratações realizadas pelos governos municipais, estaduais e do Distrito
Federal, desde que não envolvam recursos da União, o custo global de obras e serviços de
engenharia a que se refere o § 3o deste artigo poderá também ser obtido a partir de outros
sistemas de custos já adotados pelos respectivos entes e aceitos pelos respectivos tribunais
de contas.
Lei das Estatais: o Uso do Sinapi e de Outros
Sistemas de Referência
(Lei 13.303/2016, art. 31)

§ 2º O orçamento de referência do custo global de obras e serviços de


engenharia deverá ser obtido a partir de custos unitários de insumos ou
serviços menores ou iguais à mediana de seus correspondentes no
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil
(Sinapi), no caso de construção civil em geral, ou no Sistema de
Custos Referenciais de Obras (Sicro), no caso de obras e serviços
rodoviários, devendo ser observadas as peculiaridades geográficas.
§ 3º No caso de inviabilidade da definição dos custos consoante o
disposto no § 2º, a estimativa de custo global poderá ser apurada por
meio da utilização de dados contidos em tabela de referência
formalmente aprovada por órgãos ou entidades da administração
pública federal, em publicações técnicas especializadas, em banco
de dados e sistema específico instituído para o setor ou em
pesquisa de mercado.
Preço Referencial x Preço de Mercado

• Acórdão 618/2006 – Plenário:


“...os preços medianos constantes do Sistema
Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
Construção Civil - Sinapi são indicativos dos
valores praticados no mercado e, portanto, há
sobrepreço quando o preço global está
injustificadamente acima do total previsto no
Sinapi.”
Obtenção de Preços Referenciais
• Acórdão 3.272/2011-Plenário:
(...)
9.1.1.9. na hipótese de inserção de serviços novos ou mudança de quantitativos
não contemplados até o término desta fiscalização, adotar, nesta ordem, os
seguintes critérios para avaliação dos preços referenciais máximos permitidos:
9.1.1.9.1. mediana dos preços do Sinapi, localidade Rio Grande do Norte;
9.1.1.9.2. subsidiariamente, preços do Sicro2, localidade Rio Grande do Norte;
9.1.1.9.3. subsidiariamente, preços de outros sistemas aprovados pela
Administração Pública, na hipótese de não serem encontradas referências nos
sistemas anteriores, ou em caso de incompatibilidade técnica das composições
desses paradigmas frente às peculiaridades do serviço, desde que demonstrada
documentalmente mediante justificativa técnica;
9.1.1.9.4. subsidiariamente, cotação de mercado contendo o mínimo de três
cotações de empresas/fornecedores distintos, fazendo constar do respectivo
processo a documentação comprobatória pertinente aos levantamentos e
estudos que fundamentaram o preço estimado;
Obtenção de Preços Referenciais
• Acórdão 3.333/2011-Plenário:
Os critérios gerais utilizados para referenciar os preços dos serviços mais
relevantes da obra (curva ABC) foram os seguintes:
(...)
os custos referenciais, preferencialmente, foram os do SINAPI;
subsidiariamente, na ausência de menção explícita no sistema da CAIXA,
recorreu-se a outros paradigmas oficiais de preços (EMOP, SCO-RIO,
AETESP), como também às publicações da Pini Engenharia;
quando não disponíveis em sistemas oficiais ou tradicionais de consulta,
utilizaram-se como critério pesquisas realizadas diretamente no mercado,
com empresas de reconhecido know how na prestação de serviços ou no
fornecimento de insumos objeto da consulta;
em outros casos, utilizaram-se como base as próprias composições
apresentadas no projeto executivo, com adaptações nos coeficientes em
face das condições particulares da obra;
compararam-se custos de serviços semelhantes observados em outros
estádios para a Copa;
Obtenção de Preços Referenciais
• Acórdão 3.333/2011-Plenário (Maracanã):
Obtenção de Preços Referenciais
Fontes Oficiais
• Nas obras executadas com recursos do orçamento da União,
deve-se buscar, preferencialmente, comparativos com
referenciais de mercados constantes dos sistemas
estabelecidos no Decreto 7983/2013. (Sicro e Sinapi).
• Em muitos casos, o Sinapi e o Sicro não contemplam os
serviços em análise, exigindo que se busque informações em
outras fontes de preços para análise do orçamento de obra
pública.
• Nesses casos, pode-se adotar os preços referenciais
provenientes de vários sistemas mantidos por órgãos e
entidades das esferas federal, estadual e municipal. Todavia,
a utilização de diversas fontes na análise em um único
orçamento/contrato deve ser feita com parcimônia, visto que
há entre elas diversidade de critérios de apuração.
Fontes Subsidiárias
• Para não parecer que a obtenção de preços referenciais se
deu de forma arbitrária, adotando-se sempre a menor
referência ou a maior referência, sugere-se priorizar a ordem
de pesquisa.
• Por exemplo, prioritariamente Sinapi, depois Sicro, depois
algum sistema referencial mantido por órgão
estadual/municipal, depois TCPO e, finalmente, pesquisa de
mercado.
• Quando possível, recomenda-se adotar a composição de
outros sistemas referenciais de preços utilizando-se o custo
dos insumos obtidos no Sinapi.
• Assim, apenas a descrição dos insumos e respectivos
coeficientes serão utilizados, mas os preços, salários e
encargos sociais a serem utilizados serão os do Sinapi.
Fontes Subsidiárias
• Acórdão 1981/2009-Plenário:

9.7. determinar à Prefeitura Municipal de Rio Branco/AC, quando da aplicação


de recursos oriundos de futuros convênios celebrados junto a União, que:
[...]
9.7.10. adote para os orçamentos de obras:
[...]
9.7.10.3. nos casos em que o SINAPI/SICRO II (DNIT) não ofereça custos
unitários de insumos ou serviços, adote aqueles disponíveis em tabela de
referência formalmente aprovada por órgão ou entidade da administração
pública federal, incorporando-se às composições de custos dessas
tabelas, sempre que possível, os custos de insumos constantes do
SINAPI;
9.7.10.4. justifique em relatório técnico circunstanciado, elaborado por
profissional habilitado e aprovado pela autoridade competente, os respectivos
custos unitários que excederem o limite fixado no SINAPI/SICRO II;
Fontes Subsidiárias (órgãos federais)
• Tabela de Engenharia Consultoria do DNIT;
• Tabela do DNOCS - Departamento Nacional de Obras Contra as Secas;
• Sistema Atrium da Codevasf - Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São
Francisco e Parnaíba;
• ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Preços de
distribuição de produtos asfálticos. Pesquisa mensal por região e estados do país);
• ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Preços de
combustíveis (gasolina, álcool, diesel, GNV e GLP). Pesquisa por regiões, estados e
municípios, semanal e mensalmente);
• Aneel - Banco de preços para serviços de transmissão de energia - Orçamento de
LT e SE;
• Eletrobrás - Sistema para Elaboração de Orçamentos de Obras Civis de Usinas
Hidrelétricas (Sisorh);
• Banco de Dados Integrado do IBGE - Pesquisa de custo de projeto por tipo e padrão
de acabamento; e
• Acordos e Convenções Coletivas de Trabalho - Busca pelo sistema Mediador do
MTE dos instrumentos coletivos registrados; e
Fontes Subsidiárias (órgãos estaduais e municipais)
• Emop/RJ - Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro;
• SCO/Rio - Sistema de Custos de Obras da Prefeitura do Rio de Janeiro;
• Siurb - Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras da Prefeitura de São Paulo;
• Seinfra/CE - Secretaria da Infraestrutura do Estado do Ceará;
• CPOS – Companhia Paulista de Obras e Serviços;
• IOPES – Instituto de Obras Públicas do Espirito Santo;
• Setop/MG - Secretaria de Transportes e Obras Públicas do Estado de Minas Gerais;
• Seinf/Fortaleza - Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura da
Prefeitura de Fortaleza/CE;
• Seop/PA - Secretaria de Obras Públicas do Estado do Pará;
• Seop/PR - Secretaria de Obras Públicas do Estado do Paraná;
• Seop/AC - Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas do Estado do Acre;
• SMH/RJ - Secretaria de Habitação da Prefeitura do Rio de Janeiro;
• Orse - Orçamento de Obras de Sergipe, do Departamento de Habitação e
Obras Públicas do Estado de Sergipe;
• CDHU/SP - Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano da Secretaria da
Habitação do Estado de São Paulo;
• Cadterc - Cadastro de Serviços Terceirizados - Casa Civil de São Paulo; e
• Salariômetro - Consulta de salários pagos aos trabalhadores de todo o país,
elaborado pelo governo de São Paulo com base nos dados do Caged.
Fontes Subsidiárias (Cias de Saneamento)
• Saneago/GO - Saneamento de Goiás S.A.;
• Compesa/PE - Companhia Pernambucana de Saneamento;
• Sanepar/PR - Companhia de Saneamento do Paraná;
• Caesb/DF - Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal;
• Copasa/MG - Companhia de Saneamento de Minas Gerais;
• Cosanpa/PA - Companhia de Saneamento do Pará;
• Sabesp/SP - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo;
• Casan/SC - Companhia Catarinense de Águas e Saneamento;
• Caema/MA - Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão;
• Saneatins/TO - Companhia de Saneamento do Tocantins;
• Sanesul/MS - Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul S.A.;
• Embasa/BA - Empresa Baiana de Águas e Saneamento;
• Cesan/ES - Companhia Espírito Santense de Saneamento;
• Agespisa/PI - Águas e Esgotos do Piauí S/A;
• Corsan/RS - Companhia Riograndense de Saneamento;
• Cagepa/PB - Companhia de Água e Esgotos da Paraíba; e
• Cagece/CE - Companhia de Água e Esgoto do Ceará.
• CAERN/RN – Companhia de Águas e Esgotos do RN
Fontes Subsidiárias (DER’s)
• DER/SP - Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo;
• DER/RO - Departamento de Estradas de Rodagem e Transportes de Rondônia;
• Dertins/TO - Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Tocantins;
• DER/PB - Departamento de Estradas de Rodagem do Estado da Paraíba;
• Deinfra/SC - Departamento Estadual de Infraestrutura do Estado de Santa Catarina;
• DER/PR - Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná;
• DER/BA - Departamento de Infraestrutura de Transportes do Estado da Bahia;
• DER/PE - Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Pernambuco;
• DER/MG - Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais;
• DER/ES - Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Espírito Santo;
• Daer/RS - Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem do Estado do Rio
Grande do Sul; e
• Agetop/GO - Agência Goiana de Transportes e Obras.
Fontes Privadas
• TCPO - Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos;
• Revista Construção Mercado da Editora PINI;
• Datafolha - Salários de Cargos na Construção Civil;
• CUB - Site com o Custo Unitário Básico por Estado (indicador dos custos do setor
da construção civil) e outras informações relevantes;
• Aetesp - Tabela de Topografia - Associação de Agrimensores de São Paulo;
• Catho Online – serviço na internet de oferta de emprego e mão de obra; e
• Pesquisas em endereços eletrônicos na internet para cotação de preços de
materiais/equipamentos diversos.
• Informativo SBC (http://www.informativosbc.com.br/).
Compatibilidade dos valores orçados e/ou contratados com os
Preços de Mercado

O fato de a administração não ter cumprido seu dever de verificar a


economicidade dos preços ofertados em processo de dispensa ou
inexigibilidade de licitação não isenta de responsabilidade a empresa
contratada por eventual sobrepreço constatado no contrato, uma vez que a
obrigação de seguir os preços praticados no mercado se aplica tanto à
Administração Pública quanto aos colaboradores privados, pois ambos são
destinatários do regime jurídico-administrativo relativo às contratações
públicas.(Acórdão 1392/2016-Plenário).

As empresas que oferecem propostas com valores acima dos praticados


pelo mercado, tirando proveito de orçamentos superestimados elaborados
pelos órgãos públicos contratantes, contribuem para o superfaturamento
dos serviços contratados, sujeitando-se à responsabilização solidária pelo
dano evidenciado. (Acórdão 2262/2015-Plenário).
A Falácia do Ato Jurídico Perfeito
Acórdão 1637/2016-Plenário:

108. Como relação à suposta ofensa ao instituto do ato jurídico perfeito aventada pela
defendente, dispõe a Carta Magna que a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada, o que nos leva e perquirir se realmente uma decisão
condenatória do TCU poderia obrigar o particular a ressarcir o erário em vista de
superfaturamento por preços excessivos observado no contrato.
109. Ocorre que um contrato eivado por sobrepreço não é um ato jurídico perfeito,
assim entendido como aquele já realizado, acabado segundo a lei vigente ao tempo em
que se efetuou, satisfazendo todos os requisitos formais para gerar a plenitude dos
seus efeitos. O mesmo raciocínio é extensivo aos termos de aditamento que
introduziram acréscimos nos serviços de custo superestimado.
110. Dentre outros causas elencadas no art. 166 do Código Civil, considera-se nulo o
negócio jurídico quando for ilícito o seu objeto; o motivo determinante, comum a ambas
as partes, for ilícito; não revestir a forma prescrita em lei; for preterida alguma
solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; tiver por objetivo fraudar
lei imperativa; e a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem
cominar sanção. O objeto do négócio jurídico administrativo é a contratação segundo os
preceitos da Lei 8.666/1993. Por isso, o contrato com sobrepreço afigura-se ilícito, na
medida em que não se adequa à Lei.
A Falácia do Ato Jurídico Perfeito
Acórdão 1637/2016-Plenário:

111. Cabia à licitante cumprir a regra deduzida do art. 43, inciso IV, da
Lei 8.666/1993, qual seja, ofertar preços compatíveis com os praticados
pelo mercado. Nesse sentido, é oportuno colacionar diversos
dispositivos legais que caracterizam como ilícita a contratação pela
Administração Pública por preço superior ao de mercado, a começar
pela própria lei 8.666/1993, no caso de fraude previsto no seu art. 96,
inciso I.
112. A prática do jogo de planilha também pode ser enquadrada no
disposto no art. 92 da Lei de Licitações e Contratos, que tipifica o ato de
admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação contratual, em
favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados
com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da
licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais.
113. Ademais, contratação por preço superior ao de mercado é tipificada
como ato de improbidade administrativa, previsto na Lei 8.429/1992,
também aplicável àquele que, mesmo não sendo agente público, induza
ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie
sob qualquer forma direta ou indireta:
A Falácia do Ato Jurídico Perfeito
Acórdão 1637/2016-Plenário:
“Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele
que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática
do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou
indireta.
(...)
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao
erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens
ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
(...)
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço
por preço superior ao de mercado;”
114. O ressarcimento integral do dano e a perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao patrimônio é cominação prevista pela Lei de
Improbidade Administrativa (art. 12, incisos I, II e III) e, agora, na nova Lei
Anticorrupção (Lei 12.486/2013, arts. 3º, 6º, §3º, 16, §3º, 19, inciso I, 21,
parágrafo único).
A Falácia do Ato Jurídico Perfeito
Acórdão 1637/2016-Plenário:
115. A Lei Anticorrupção trouxe expressamente dentre as condutas ilícitas
especificadas as seguintes (art. 5º, inciso IV), demonstrando que o
aditamento de serviços com sobrepreço é também irregularidade passível
de enquadramento naquela Lei:
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de
modificações ou prorrogações de contratos celebrados com a
administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório da
licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos
celebrados com a administração pública;
116. Continuando com tal abordagem, o art. 4º da Lei 4.717/1965, que
regula a ação popular, considera nulos os atos ou contratos celebrados
por entes públicos, nos quais ocorre a compra de bens por preço
“superior ao corrente no mercado”, ou com “desobediência a normas
legais” ou “regulamentares” (inciso V, alíneas “a” e “b”). Igualmente, a
referida ação pode ser interposta contra o agente privado (art 6º) e a
sentença proferida poderá decretar a invalidade do ato impugnado,
condenando ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua
prática e os beneficiários dele (art. 11).
A Falácia do Ato Jurídico Perfeito
Acórdão 1637/2016-Plenário:
117. Diante disso, observo que as disposições da Lei Orgânica do TCU,
prevendo a condenação do terceiro que contrata com a Administração ao
ressarcimento do prejuízo ao erário, estão devidamente harmonizadas
com os princípios da unidade e coerência do ordenamento jurídico.
118. Concluo também que o contrato administrativo ou seus aditamentos
com preços superiores aos de mercado estão eivados de vício e não
podem ser tidos como um negócio jurídico perfeito, porquanto seu objeto
está em dissonância com os preceitos da Lei 8.666/1993.
Preço Referencial x Preço de Mercado
• Acórdão 3.061/2011-Plenário (voto condutor):
“Nos processos de fiscalização de obras desta Corte,
como presunção, adotam-se os referenciais oficiais da
Administração como balizador de preços; estes seriam
os preços de mercado. Ilações em contrário tem o
ônus probandi de quem as apresenta.
(...)A construtora tem meios de demonstrar in concreto o
que efetivamente foi gasto, por meio de notas e livros
fiscais, com a apresentação da RAIS, GFIP e com a
disponibilização de outros documentos obrigatórios....”
Adaptações nos Sistemas de Referência

Acórdão 2056/2015-Plenário:
16. Ademais, observa-se, conforme apontado pela unidade
técnica, que a jurisprudência deste Tribunal, conforme consta
nos Acórdãos 2062/2007, 2350/2007, 2068/2007, 2631/2007,
2603/2007, 136/2008, 278/2008, 396/2008, 702/2008,
971/2008 e diversos outros, todos do Plenário, aponta pela
necessidade de a administração pública respeitar os
referenciais de mercado, em especial o Sinapi e o Sicro,
justificando-se, quando da adoção de outros valores senão
os constantes destes referenciais, para a formação do preço
de um determinado serviço.
Presunção de Veracidade dos Sistemas de Referência

Acórdão 2654/2015-Plenário:
Nos processos de fiscalização de obras, presume-se que os
referenciais oficiais da Administração refletem os preços de
mercado, razão pela qual podem e devem ser considerados
para a análise de adequação de preços e apuração de
eventual superfaturamento. Alegações em contrário devem
ser comprovadas com base em elementos fáticos que
permitam afastar os preços de referência utilizados pelo TCU.
Presunção de Veracidade dos Sistemas de Referência

Acórdão 1637/2016-Plenário:
69. Conforme jurisprudência do TCU, os sistemas
referenciais oficiais da Administração, como todo documento
público, gozam de presunção de veracidade e de
legitimidade, ou seja, refletem os preços de mercado, razão
pela qual podem e devem ser considerados para a análise de
adequação de preços e apuração de eventual
superfaturamento. Compete aos responsáveis comprovarem
alegações em contrário a partir de elementos fáticos que
demonstrem a inadequação ou a necessidade de adequação
dos preços extraídos de sistemas de referência.
Elementos do custo direto

• Mão de obra e encargos sociais;


• Materiais;
• Equipamentos;

172
Mão de Obra
Mão de obra
• Os custos horários de mão de obra podem ser obtidos à
partir de sistemas referenciais de custos ou de
convenções coletivas de trabalho (ou pesquisas
específicas, em casos excepcionais), acrescidos dos
respectivos encargos sociais e trabalhistas;
• Os coeficientes de produtividade são obtidos por
apropriação de custos, em campo.
• A produtividade do trabalho é frequentemente o maior
fator de risco sobre os custos da obra. Também é a maior
fonte de incertezas sobre o cumprimento de prazos
contratuais.

174
Algumas Fontes Referenciais para Salários
• Sinapi e outros sistemas referenciais
• Salariômetro
http://www.salarios.org.br/#/salariometro
• www.cahto.com.br
• Acordos, convenções e dissídios coletivos
Sistema mediador do Ministério do Trabalho
http://www3.mte.gov.br/sistemas/mediador/
• Datafolha (Piso salarial das ocupações do CBO)
http://www.pisosalarial.com.br/salarios/tabela-salarial/

175
Produtividade da Mão de obra
• A produtividade da mão de obra na construção civil é uma
importante preocupação dos construtores e proprietários,
bem como dos engenheiros de custo. Os custos de
construção e cumprimento de cronogramas dependem
extremamente da qualidade do planejamento da execução
do projeto e da área do canteiro de obras. A produtividade
do trabalho é frequentemente o maior fator de risco sobre os
custos da obra. Também é a maior fonte de incertezas sobre
o cumprimento de prazos contratuais.
• Os prazos e orçamentos – que são estimados, são
combinados principalmente com base em dados históricos
de performance. No entanto, este método não demonstra
porque a produtividade diminui ou sai de controle em alguns
casos. Também não oferece suporte para decisões ou ações
corretivas para aumentar a produtividade do processo de
176
trabalho.
Mão de obra
• Para significativas otimizações no prazo e custo do empreendimento, a
medida direta de produtividade deve ser utilizada. No gráfico a seguir é
apresentado um típico resultado obtido a partir deste tipo de análise
(AACE):
Ajustes em Instruções; 7%
equipamentos; 2%

Deslocamentos; 15%

Trabalho Efetivo;
Esperas de
49%
Ferramentas,
materiais e
transportes; 4%

Planejamento; 5%

Esperas; 15%

Necessidades
Pessoais; 3% 177
Mão de obra
A AACE apresenta as principais causas de perda de produtividade:
• Absenteísmo. Quando uma equipe está no seu pico produtivo, a ausência
de qualquer integrante pode influir na taxa de produção da equipe, pois a
equipe pode ser incapaz de produzir a mesma taxa de produção com
menos recursos ou talvez com um mix diferente de níveis de habilidades e
experiências.
• Condições climáticas adversas. Chuvas e condições climáticas adversas
são fatores esperados em quase todos os projetos. Porém, serviços
sensíveis ao tempo podem ter produtividade diminuída até mesmo em
períodos de tempo bom, caso estes sejam intercalados entre períodos de
chuva. As operações de compactação são um exemplo clássico, exigindo
vários dias de tempo bom, após a ocorrência de chuvas fortes, para atingir
condições ideais de execução.
• Falta de mão de obra qualificada. É sabido que a qualidade da mão de
obra está intimamente ligada à produtividade, dentro do princípio de fazer
alguma coisa corretamente e com eficiência. Os índices de produtividade
poderão ser substancialmente aumentados com a utilização de mão de obra
qualificada.
178
Mão de obra
• Mudanças de projeto e retrabalho. É esperado que todos os projetos
sofrem algum tipo de alteração durante a construção. No entanto,
mudanças fora do escopo do trabalho previsto, bem como múltiplas
mudanças também impactam a produtividade da mão de obra. A
necessidade de descartar o trabalho realizado, os atrasos para
atendimento das alterações de projeto, a necessidade de
replanejamento e novo sequenciamento trabalho, por exemplo, também
podem causar a queda da produtividade.
• Aceleração da Execução. A redução, intencional ou não-intencional, do
prazo de implantação do projeto pode resultar no uso de vários turnos de
trabalho e de horas extraordinárias de trabalho. Também pode ocorrer a
contratação de mais mão de obra que possa ser gerida de forma eficaz e
coordenada.
• Rotatividade de mão de obra. Se a equipe de trabalho sobre de
elevada rotatividade, é improvável que alcance elevada produtividade
simplesmente porque um ou vários membros da equipe podem ainda
estar na curva de aprendizado. Assim, a produção de toda a equipe fica
afetada. 179
Mão de obra
• Aglomeração de trabalhadores. Para alcançar boa produtividade, cada
membro da equipe deve ter espaço de trabalho suficiente para
desenvolver seu trabalho sem interferir com outros integrantes da
equipe. Quando mais trabalhadores são colocados para trabalhar em
uma área delimitada é provável eu a interferência possa ocorrer,
reduzindo a produtividade.
• Projetos deficientes ou incompletos. Quando desenhos ou
especificações estão com erros, ambigüidade ou simplesmente não
estão claras o suficiente, é provável haver declínio de produtividade, pois
os integrantes da equipe não estão certos sobre a forma exata de
desenvolver suas atribuições ou simplesmente vão perder mais tempo
interpretando os projetos.
• Diluição da supervisão. Quando as equipes estão divididas para
realizar o trabalho em vários locais ou quando o trabalho é
constantemente alterado ou resequenciado, a supervisão de campo é
muitas vezes incapaz de efetivamente executar a sua tarefa primordial –
observar se as equipes trabalham de forma produtiva.
180
Mão de obra
• Excesso de horas extras. Vários estudos documentaram o fato que a
produtividade declina conforme o trabalho extraordinário se prolonga. As
razões mais comuns para este fato incluem a fadiga dos trabalhadores,
o absenteísmo incremental, a perda de qualidade dos acabamentos,
maior número de acidentes de trabalho e redução da efetividade da
supervisão.
• Falta de coordenação entre os construtores, subcontratados e
fornecedores. Se a equipe de gerência do projeto falha em obter os
materiais, serviços subcontratados e equipamentos no lugar correto e na
hora certa, a produtividade da equipe pode reduzir.
• Fadiga. Os trabalhadores que estão cansados tendem a retardar o
trabalho, cometer mais erros do que o normal, e sofrem mais acidentes.
Assim, a produtividade pode diminuir para a equipe inteira
• Fatores relacionados às relações de trabalho. Exigências legais,
condições inseguras de trabalho, questões de segurança de acesso às
instalações, alarmes de evacuação em instalações existentes, emissão
intempestiva de licenças de acesso. Todos estes fatores podem impactar
adversamente a produtividade do trabalho.
181
Mão de obra
• Curva de aprendizado. Em toda a obra há uma típica curva de
aprendizado, enquanto as equipes se familiarizam com o projeto, sua
locação, padrões de qualidade requeridos e layout do canteiro de obras.
• Escassez de material, ferramentas e equipamentos. Se a equipe não
tem todos os insumos para o trabalho disponíveis na hora e lugar
corretos, sua produtividade provavelmente será reduzida. O mesmo
acontece se o trabalho for executado com ferramentas ou equipamentos
de alguma forma sub ou superdimensionados ou inapropriados para a
execução das tarefas.
• Trabalho realizado fora da sequencia. Quando não é seguida uma
ordem lógica na execução dos trabalhos, a produtividade pode ser
afetada.
• Restrições na área de trabalho ou no canteiro de obras. Se as
equipes tiverem dificuldades para chegar às frentes de serviço ou se
estas forem distantes ou tiverem acesso limitado, haverá perda de
produtividade da mão de obra, pois maior parte do tempo diário de
jornada será gasto com deslocamentos ou esperas.
182
Mão de obra
• Condições das frentes de serviço. Condições físicas (solos saturados,
por exemplo), logísticas (presença de linhas de força, por exemplo),
ambientais (proibições de executar construções em certas áreas durante
algumas épocas do ano) e legais (proibições de produzir ruídos durante
determinados horários do dia) podem afetar a produtividade.

183
Estudo de Caso: Impeditividade da Mão de obra

• Acórdão 2735/2017-Plenário (Terraplanagem da RNEST). A Petrobras


alegada a necessidade de incluir uma impeditividade de 18,64% na
jornada diária de trabalho, conforme tabela a seguir:

184
Estudo de Caso: Impeditividade da Mão de obra
• O TCU rejeitou tal alegação entendendo que a impeditividade da mão de
obra já se encontra prevista tanto no Sicro quanto no Sinapi, utilizados
como parâmetro para avaliação do custo da obra.
• Além disso, o Acórdão 2.735/2017-Plenário teve as seguintes conclusões:
a) os aspectos considerados pela Petrobras a título de impeditividade não
são exclusivos de obras daquela estatal;
b) o maior valor relativo à impeditividade refere-se ao deslocamento (11,36%)
e acatar tal remuneração configuraria estímulo à contratada a instalar o
canteiro o mais distante possível da área de serviços;
c) a Petrobras não considera no cômputo do cálculo da impeditividade as
externalidades positivas advindas do ganho de produtividade da mão de obra
treinada;
d) não se comprovou que a obra de terraplanagem da Refinaria distinguia-se
de obras rodoviárias convencionais;
e) As premissas utilizadas para compor os custos horários dos equipamentos
no Sicro agregam conservadorismos às análises empreendidas.
185
Apropriação do coeficiente de produtividade
da mão de obra

186
Mão de Obra: Produtividades

187
Estimativa de produtividade – Mão de obra (método da TCPO)

188
Estimativa de produtividade – Mão de obra (Sinapi)
“Árvore de Composições”
Exemplo: Alvenaria de Vedação

189
Exemplo do Contrapiso

RUP
adotada

RUP adotada = RUP potencial + Δ


Produtividade da mão de obra

Global
Direta
Oficiais

Apoio Ajudante

Ajudantes
Operários Envolvidos

OFICIAL

+
AJUDANTE
DIRETO

+
APOIO
COMPOSIÇÕES AUXILIARES
Encargos Sociais Básicos
Mão de obra + encargos

194
Mensalistas
• Os custos com a mão de obra mensalista
são apropriados considerando o total de
horas remuneradas. Independe do
período efetivamente trabalhado.
• O percentual de encargos para
mensalistas incide normalmente sobre o
salário de integrantes da equipe técnica e
administrativa.

195
Horistas
• Os custos com a mão de obra horista
são apropriados considerando-se
apenas as horas efetivamente
trabalhadas.
• O percentual de encargos sociais para
horistas incide normalmente sobre o
salário de operários remunerados por
horas efetivamente trabalhadas,
tomadas por apontadores. As
composições de custo direto
comumente consideram encargos
sociais dos horistas (pedreiros,
serventes, carpinteiros, armadores,
etc.). 196
Horistas x Mensalistas
• Topógrafos, niveladores, operadores,
desenhistas, motoristas, feitores,
encarregados são horistas ou
mensalistas?
• Resposta: Podem ser tanto horistas
quanto mensalistas. Depende de como
os seus custos são apropriados!

197
Conversão de Salários de Horistas para
Mensalistas

Cálculo com os dados de mensalista:


Salário mensal sem encargos: 11.184,09/1,4952 = R$ 7.480,00

Cálculo com os dados de Horista:


Salário mensal sem encargos: (62,96 * 220) / 1,8520 = R$ 7.479,05

Os valores são equivalentes. A diferença se deve ao arredondamento do salário


horário do engenheiro.

198
Conversão de Salários de Horistas para
Mensalistas

Cálculo com os dados de mensalista:


Salário horário sem encargos: (11.184,09/1,4952) / 220 = R$ 34,00

Cálculo com os dados de Horista:


Salário horário sem encargos: (62,96 ) / 1,852 = R$ 34,00

Os valores são equivalentes (há uma pequena diferença na terceira casa


decimal), explicada por arredondamentos no salário horário do engenheiro.

199
Conversão de Salários de Horistas para
Mensalistas
Forma equivocada de orçar o engenheiro na administração local:

Item Unidade Quantidade Custo Unit. Custo Total


Engenheiro Horas 220 horas R$ 62,96 R$ 13.851,20

Como se observa, o valor mensal pago pelo engenheiro é superior ao seu salário mensal
acrescido dos encargos de mensalista.

Formas corretas de orçar o engenheiro na administração local:

Item Unidade Quantidade Custo Unit. Custo Total


Engenheiro Mês 1 mês R$ 11.184,09 R$ 11.184,09
Engenheiro Horas 177,64 horas R$ 62,96 R$ 11.184,09
Engenheiro Horas 220 horas R$ 55,84 (R$ R$ 11.184,09
34,00 x
encargo de
mensalista) 200
Indevida Fixação de Encargos Sociais
Acórdão 720/2016-Plenário:
11. Por sua vez, a jurisprudência do TCU é firme no sentido de considerar
indevida a fixação, nos editais de licitação, de percentual para encargos
sociais, ainda que mínimo. Reproduzo a seguir trecho do voto condutor
do Acórdão 5.151/2014-TCU-2ª Câmara, ...
16. Acrescento à análise promovida pela Secex/SE que também a outra
suposta irregularidade mencionada na representação, relacionada à adoção
de percentuais de encargos sociais inferiores ao limite mínimo fixado na
Convenção Coletiva de Trabalho – CCT, não justifica a anulação do contrato.
É que, de acordo com o entendimento predominante no TCU, é indevida a
fixação de percentual para encargos sociais e trabalhistas. A respeito dessa
questão, julgo pertinente colacionar, com os destaques considerados
pertinentes, o seguinte excerto do Voto condutor do Acórdão 1.407/2014-
TCU-Plenário, da relatoria do eminente Ministro-Substituto André Luís de
Carvalho:
“7. Tal entendimento, aliás, vai ao encontro da intelecção dada à matéria por
este Tribunal, que entende indevida a fixação de percentual, ainda que
mínimo, para encargos sociais e trabalhistas, os quais oneram,
sobremodo, o preço de serviços (e.g. Acórdãos 1.699/2007 e 2.646/2007,
201
do Plenário, e Acórdão 372/2011, da 2ª Câmara).
Encargos Sociais acima dos Previstos no Sinapi

Acórdão 2462/2014-Plenário:
Taxa de encargos sociais de mão de obra horista acima da
prevista no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices
da Construção Civil (Sinapi) não é suficiente, isoladamente,
para permitir a desclassificação de licitante, visto que o art. 3°
do Decreto 7.983/2013 estabelece limite para os preços
unitários e não para as parcelas componentes dos preços
unitários.

202
Encargos Sociais do Sinapi

Apresentação da Memória Detalhada de


cálculo dos encargos sociais do Sinapi
(aprovado pelo Acórdão TCU 261/2013 –
Plenário).

203
Dados da Caged
• O CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados é um
banco de dados público; de caráter oficial; com dados divulgados na
internet apresentando admissões, desligamentos, estoque de
trabalhadores, possibilidade de consulta por período
(mês/ano/período atribuído) e setorial.
• Os dados sobre permanência média dos empregados podem ser
obtidos no CAGED realizando-se consulta em:

http://bi.mte.gov.br/cagedestabelecimento/pages/consulta.xhtml#

• É também o banco público que cadastra apenas trabalhadores


contratados sob o regime da CLT, excluindo da amostra os servidores
públicos, estatutários.
Dados da Caged
• Dados para o Estado de São Paulo (2014) obtidos no CAGED
(construção civil):
Dados da Caged
• Com os dados obtidos é possível calcular os indicadores que serão
utilizados na apropriação de diferentes encargos incidentes sobre a
mão de obra.
Horas Remuneradas e Horas não Trabalhadas
Encargos Sociais do Sinapi

208
Tópicos Especiais sobre Encargos Sociais
• Desoneração da Folha de Pagamento
– A Lei 12.844/2013 estabeleceu a desoneração da folha
de pagamento na construção civil, extinguindo a
contribuição patronal do INSS de 20% sobre a folha de
pagamento, mas instituindo uma nova contribuição 2%
sobre a receita bruta.
– Apenas algumas CNAE foram desoneradas.
– Posteriormente, a Lei 13.043/2014 tornou a
desoneração da folha permanente.
– A Lei 13.161/2015 tornou a desoneração da folha
facultativa e elevou a CPRB para 4,5%.

209
Tratamento Diferenciado: edificações x infraestrutura
• Há um tratamento diferenciado entre as empresas de
edificação (412, 432, 433 e 439 da CNAE 2.0) e as empresas
de infraestrutura (421, 422, 429 e 431 da CNAE 2.0).
• Art. 9o ........................................................................
• § 13. A opção pela tributação substitutiva prevista nos arts. 7o e 8o será
manifestada mediante o pagamento da contribuição incidente sobre a
receita bruta relativa a janeiro de cada ano, ou à primeira competência
subsequente para a qual haja receita bruta apurada, e será irretratável
para todo o ano calendário.[empresas de infraestrutura]
• (...)
• § 16. Para as empresas relacionadas no inciso IV do caput do art. 7o, a
opção dar-se-á por obra de construção civil e será manifestada mediante
o pagamento da contribuição incidente sobre a receita bruta relativa à
competência de cadastro no CEI ou à primeira competência subsequente
para a qual haja receita bruta apurada para a obra, e será irretratável até
o seu encerramento. [empresas de edificação]
1 – Qual legislação rege as contribuições
previdenciárias e a desoneração da folha
de pagamento?
• Lei nº 8.212/91, Lei nº 12.546/2011, Lei nº
12.715/2012, com as alterações promovidas
pelas Leis nº 12.844/2013 e 13.161/2015, e
Decreto nº 7.828/2012.
• Instrução Normativa RFB 1.436/2013, com
alterações.

211
2 – No âmbito da construção civil, quais
atividades estão inseridas no regime da
desoneração?

• CNAEs – Grupo 1 (vigência a partir de 01/11/2013)


• 412 Construção de Edifícios
• 432 Instalações elétricas, hidráulicas e outras instalações
em construções
• 433 Obras de acabamento
• 439 Outros serviços especializados

212
2 – No âmbito da construção civil, quais
atividades estão inseridas no regime da
desoneração?
• CNAEs – Grupo 2 (vigência a partir de 01/01/2014)
• 421 construção de rodovias e ferrovias, de urbanização e
de tuneis e pontes, viadutos e etc.;
• 422 obras de infraestrutura para energia elétrica,
telecomunicações, água, esgoto, e transporte por dutos;
• 429 demais obras de infraestrutura; e
• 431 demolição, terraplanagem, perfurações, sondagem e
demais obras de preparação de terrenos.

213
3. Quais contribuições são substituídas
pela contribuição sobre a receita bruta?
• A Contribuição Previdenciária sobre a
Receita Bruta (“CPRB”), de 4,5% sobre o
faturamento bruto, substitui apenas a
contribuição previdenciária patronal de 20%
sobre a folha de salários, não alterando a
forma de recolhimento da contribuição para
o RAT e a contribuição para outras
entidades e Fundos (terceiros).

214
A Escolha do Regime pela Empresa
4. Qual regime deverá adotar a empresa
responsável pela inscrição da obra no CEI?
• Quando a empresa for responsável pela inscrição
da obra no Cadastro Específico do INSS (“CEI”),
esta poderá optar pelo recolhimento da
contribuição sobre a receita bruta apurada para a
obra ou sobre a folha de pagamentos,
independente do regime escolhido para o ano-
calendário.
• No entanto, a legislação traz uma diferenciação
quanto às obras já matriculadas antes da
publicação da Lei nº 13.161/2015. É o que segue:

215
A Escolha do Regime pela Empresa
• Obras matriculadas até outubro de 2015
• Permanecerá a contribuição de 2% até o seu
término para as seguintes obras:
– matriculadas no CEI no período compreendido entre 1º
de abril de 2013 e 31 de maio de 2013;
– matriculadas no CEI no período compreendido entre 1º
de junho de 2013 até 31 de outubro de 2013, nos casos
em que houve opção pelo recolhimento da CPRB; e
– matriculadas no CEI até o dia 30/10/2015

216
A Escolha do Regime pela Empresa
• Obras matriculadas a partir de novembro de 2015
• Para as empresas com atividades enquadradas
nas CNAEs 412, 432, 433 e 439, a opção pela
desoneração dar-se-á por obra de construção
civil, a qual será manifestada mediante o
recolhimento da CPRB relativa à competência de
cadastro no CEI, ou à primeira competência
subsequente em que haja receita bruta apurada
para a obra, sendo a opção irretratável até o seu
encerramento.
• Cabe ressaltar que as empresas de construção de
obras de infraestrutura (Grupos 421, 422, 429 e
431 da CNAE) não poderão fazer a opção por
obra de construção civil. 217
A Escolha do Regime pela Empresa
5. Qual regime deverá adotar a empresa que
presta serviços para obras de terceiros
(subcontratada), não sendo responsável pela
matrícula no CEI?
• A empresa subcontratada, que não faz inscrição
de obra no CEI, poderá optar pelo recolhimento da
contribuição previdenciária sobre a folha de
pagamento ou sobre a receita bruta. Uma vez feita
a opção, a empresa deverá fazer o recolhimento
na forma do regime escolhido para todos os
contratos, independentemente se a obra para a
qual está prestando serviços estiver em outro
regime de tributação.
218
Recolhimento das Contribuições
6. Como deve ser feito o recolhimento das
contribuições para as empresas enquadradas no
regime de desoneração?
• O recolhimento da contribuição patronal sobre a
folha continua a ser feito em Guia da Previdência
Social – GPS, por estabelecimento da empresa,
com aplicação do redutor.
• A contribuição substitutiva incidente sobre a receita
bruta deve ser recolhida em DARF, de forma
centralizada pelo estabelecimento matriz,
utilizando-se do código 2985 para serviços e 2991
para indústria.
• Base legal: Ato Declaratório Executivo CODAC nº
219
86/2011)
Desoneração da Folha de Pagamento
7. Como tratar os empregados da obra e os da
administração central?
• As regras de recolhimento de desoneração por CEI
aplicam-se somente aos empregados vinculados
especificamente às obras matriculadas no CEI de
responsabilidade da empresa construtora.
• A contribuição patronal relativa aos segurados
administrativos das empresas de construção civil
seguirá a mesma sistemática estabelecida para o
recolhimento da contribuição previdenciária
efetuada no CNPJ da empresa.

220
A Escolha do Regime pela Empresa
8. No caso de empresa que apura faturamento
em duas atividades distintas, estando somente
uma delas possibilitada de enquadramento nas
regras da Lei nº 12.844, como se deve apurar a
contribuição previdenciária patronal?
• A empresa que exercer atividades distintas, isto é,
enquadradas em grupos da CNAE abrangidos e
não abrangidos pela desoneração, deve
considerar apenas a CNAE principal para verificar
se a empresa poderá ou não optar pelo regime da
CPRB. Para esse propósito, considera-se CNAE
principal o da atividade que representa maior
receita para a empresa.
• Base legal: art. 9, §9º da Lei 12.546. 221
A Escolha do Regime pela Empresa
9. Empresas do setor de construção civil
optantes pelo SIMPLES estão sujeitas ao novo
regime?
• As micro e pequenas empresas optante pelo
regime do SIMPLES Nacional, em regra, não
estão sujeitas ao recolhimento da contribuição
previdenciária sobre a receita bruta. No entanto,
conforme orientação da Receita Federal, a micro e
pequena empresa do setor de construção civil,
enquadrada no Anexo IV da Lei do Simples (LC
123/06), são exceção à regra e podem se sujeitar
ao regime da desoneração.
• Base legal: Solução de Consulta nº 35/13
222
Lei 13.161/2015
• Torna a desoneração facultativa;
• Permite ao construtor optar pela contribuição de 20%
sobre a folha pagamento ou de 4,5% sobre o faturamento
bruto.
• No caso de obras de edificação, a opção dar-se-á por obra
de construção civil e será manifestada mediante o
pagamento da contribuição incidente sobre a receita bruta
relativa à competência de cadastro no CEI ou à primeira
competência subsequente para a qual haja receita bruta
apurada para a obra, e será irretratável até o seu
encerramento.
• A contribuição das obras que já estavam desoneradas
permanecerá com a alíquota de 2% até o seu
encerramento.
Impacto da Desoneração nos
Orçamentos de Obras
Impacto da Desoneração nos Encargos Sociais

225
Impacto da Desoneração BDI

ITEM RUBRICA TAXA (%) ITEM RUBRICA TAXA (%)


1 AC - ADMINISTRAÇÃO CENTRAL 5,00% 1 AC - ADMINISTRAÇÃO CENTRAL 5,00%
2 SG - SEGUROS e GARANTIA 0,85% 2 SG - SEGUROS e GARANTIA 0,85%
3 R - RISCOS 1,50% 3 R - RISCOS 1,50%
4 DF - DESPESAS FINANCEIRAS 1,21%
4 DF - DESPESAS FINANCEIRAS 1,21%
5 L - LUCRO BRUTO 7,40%
5 L - LUCRO BRUTO 7,40%
6 I - IMPOSTOS 11,15%
6 I - IMPOSTOS 6,65%
6.1 PIS 0,65%
6.1 PIS 0,65% 6.2 COFINS 3,00%
6.2 COFINS 3,00% 6.3 ISS 3,00%
6.3 ISS 3,00% 6.4 CPRB 4,50%
BDI (%) 25,00% BDI (%) 31,33%

226
Orçar com desoneração, sem
desoneração ou o menor
dentre essas possibilidades?
A escolha do regime de recolhimento
previdenciário
• Ainda não há entendimento do TCU sobre o tema.
• Recomenda-se orçar a obra não desonerada (com
inclusão de INSS de 20% nos encargos sociais) e a obra
desonerada (com CPRB de 4,5% no BDI e 0% de INSS),
adotando a alternativa que resultar no menor valor de
orçamento.
• O edital de licitação deve deixar expresso qual foi o critério
utilizado pela administração e estabelecer que caberá a
cada licitante escolher o regime que lhe parecer mais
adequado, esclarecendo que ganhará a licitação a
empresa que ofertar o menor preço no certame,
independentemente do regime adotado, não cabendo
nenhum pleito posterior de aditamento contratual em
virtude da escolha realizada.
A escolha do regime de recolhimento previdenciário
Visão da Administração Pública
• Se “X” e o valor da mão de obra e “P” é o valor total da
obra, pode-se afirmar que o equilíbrio entre os regimes
ocorreria na seguinte situação (admitindo que a redução
efetiva nos encargos sociais é de 29,38%, no regime
desonerado, enquanto a elevação de um BDI de 25% com
CPRB de 4,5% é de 6,33%):

0,2938 . X = 0,0633 . P ou

X/P = 0,0633/0,2938 = 21,54%

Ou seja, se a proporção da mão de obra no contrato for


superior a 21,54%, é melhor adotar o regime desonerado.
Caso contrário, o regime não-desonerado é mais vantajoso.
A escolha do regime de recolhimento previdenciário
Visão do Empreiteiro

• A opção pela CPRB passa a ser benéfica


para a empresa quando o valor da base de
cálculo dos 20% (folha de pagamentos)
corresponder, no mínimo, a 22,5% do
faturamento do mês.
Será necessário repactuar os contratos em andamento
em virtude da elevação da alíquota de CPRB de 2% para
4,5%?
• Obras de Edificação
• Nas obras de edificação em andamento na época da
aprovação da Lei 13.161/2015, a alíquota permanece em
2% até o término da obra.
• Nas licitações processadas antes de 31 de agosto/2015
(antes da aprovação da Lei 13.161/2015), mas cujas
obras foram matriculadas na CEI após a vigência da nova
alíquota de 4,5% pode ser admitido o reequilíbrio do
contrato.
• Nas licitações processadas após 31/8/2015, ainda que
orçadas com a alíquota de 2%, não houve superveniência
de alteração legislativa, o que impede a aplicação do
disposto no art. 65, §5º, ainda que a empresa tenha
registrado a CEI já na vigência da nova alíquota.
Será necessário repactuar os contratos em andamento
em virtude da elevação da alíquota de CPRB de 2% para
4,5%?
• Obras de Infraestrutura
• Nesse caso, não existe nexo direto de causalidade entre a
alteração procedida pela Lei 13.161/2015 e eventual
elevação de encargo procedida do construtor, pois este
pode alterar o regime de recolhimento em cada ano civil.
• Outrossim, cada obra será influenciada de maneira
diversa, sendo possível que em algumas haja redução do
encargo, dependendo o percentual de mão de obra no
contrato.
Tópicos Especiais sobre Encargos Sociais
• Adicional de Periculosidade:
•O adicional de periculosidade é devido ao empregado exposto a atividades
perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e
Emprego. A NR-16 dispõe que são consideradas atividades ou operações
perigosas, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco
acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a:
•Inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
•Roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de
segurança pessoal ou patrimonial.
•O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional
de 30% sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios
ou participações nos lucros da empresa.
•A forma direta de se considerar este percentual é aplicá-lo diretamente ao salário
do profissional, incidindo-se todas as demais rubricas de encargos sociais sobre o
salário do profissional multiplicado pelo fator 1,30.
•Por fim, vale dizer que a legislação prevê que, ao invés de perceber o adicional
de periculosidade, o empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que
porventura lhe seja devido. Todavia, o trabalhador não tem direito ao pagamento
cumulativo dos adicionais de periculosidade e insalubridade.
233
Tópicos Especiais sobre Encargos Sociais
• Adicional de Insalubridade:
•O artigo 189 da CLT estabelece que “serão consideradas atividades ou
operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de
trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites
de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e o tempo
de exposição aos seus efeitos".
•A NR-15 estabelece os agentes nocivos, bem como os critérios qualificados e
quantitativos para caracterização das condições de insalubridade. Dentre outros
fatores, podem caracterizar a insalubridade os níveis de ruído, calor, iluminação,
radiações ionizantes, pressão, vibrações e umidade, bem como a presença de
gases, vapores, poeiras e agentes químicos e biológicos no ambiente de trabalho.
•O trabalho em condições de insalubridade assegura ao trabalhador a percepção
de adicional incidente, sobre o salário mínimo da região, de acordo com o grau da
insalubridade do agente nocivo, conforme dispõe a item 15.2 da NR-15 - Portaria
3214/78:
–Grau Máximo: 40%
–Grau Médio: 20%
–Grau Mínimo: 10%

234
Tópicos Especiais sobre Encargos Sociais
• Adicional de Insalubridade:
• A aplicação desse acréscimo, bem como qual o percentual a ser adotado e as
proteções a serem fornecidas dependem das condições de trabalho, de acordo
com perícia técnica. Assim, a consideração dessa parcela no orçamento deve
ser analisada em cada caso em concreto.
• Pode ocorrer, ainda, de o empregador adotar medidas de controle que
conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância ou que
neutralizem as condições insalubres com a adoção de equipamentos de
proteção individual. Nesses casos, pode ocorrer redução ou eliminação da
obrigação de pagamento do adicional de insalubridade.
• Com a reforma trabalhista, os níveis de adicional permaneceram, entretanto
poderão ter os valores alterados através de acordo entre o sindicato dos
empregados e empregadores. Ou seja, se anteriormente à reforma
determinava-se que o grau de insalubridade máximo seria de 40%, com as
mudanças na lei pode-se fixar em 10%.
• Ademais, patrão e empregados poderão acordar as horas em que os
trabalhadores estarão sujeitos à jornada insalubre. Como exemplo, se antes
era permitido trabalhar apenas 6 horas diárias em determinada atividade,
agora esta jornada poderá diminuir ou até mesmo aumentar.
235
Tópicos Especiais sobre Encargos Sociais
• Horas Extras, Adicional Noturno e Obras em Vários Turnos de Trabalho
•O prazo previsto para execução de algumas obras pode ser muito exíguo. Também
existem situações que alguns serviços ou parcelas do obra têm restrição de horários
para serem executados, por exemplo, alguns municípios restringem o tráfego de
caminhões durante o período diurno. Em tais circunstâncias, pode haver
necessidade de trabalho em dois ou três turnos, podendo ser composto um novo
percentual de encargos sociais englobando a incidência de adicional de trabalho
noturno para determinado percentual do contingente de trabalhadores da obra.
•Na composição deste percentual de encargos sociais deve-se considerar que a hora
noturna equivale a apenas 52 minutos e 30 segundos e é remunerada com 20% de
acréscimo em relação a hora normal, resultando num custo 37,14% superior ao
custo da hora normal trabalhada.
•Também deve ser considerado qual é o percentual de empregados que trabalham
em cada turno de trabalho.

236
Tópicos Especiais sobre Encargos Sociais
• Horas Extras, Adicional Noturno e Obras em Vários Turnos de Trabalho
•Com relação às horas extras, trata-se de uma decisão gerencial da contratada, que
geralmente não pode ser mensurada com precisão pela administração. Portanto, em
regra, a administração não deve prever a remuneração dessas horas no seu
orçamento de referência. Contudo, em algumas situações o prazo estabelecido para
conclusão da obra ou para a prestação dos serviços exige a aceitação de
determinado percentual de horas-extras para os empregados da contratada.
•O valor da hora extra simples é remunerado com 50% de acréscimo em relação à
hora normal. Podem ocorrer casos em que os empregados façam juz ao pagamento
de hora extra com 100% de acréscimo em relação à hora normal, situação que
ocorre quando o serviço é prestado nos domingos e feriados.

237
Tópicos Especiais sobre Encargos Sociais
• Acórdão 479/2015-Plenário:

52. Todavia, solicitei que minha assessoria realizasse exame da referida peça, a qual
chegou às seguintes conclusões:
(...)
52.3. Há previsão injustificada de horas-extras para diversas categorias
profissionais, o que, a princípio, é uma decisão gerencial da empresa, não
devendo a Administração Pública prever no orçamento-base da licitação a
adoção de tal prática pela futura contratada.
52.4. Há previsão de pagamento de adicional de insalubridade para os
profissionais de segurança do trabalho, o que se afigura injustificado, pois
diversas outras categorias profissionais da construção civil trabalham nos
mesmos ambientes e condições, não fazendo jus ao referido benefício
trabalhista.

238
Estudo de Caso – Aceleração de Execução – Obra
Executada em Vários Turnos
Pleito: Considere que foi contratada a execução de um próprio nacional
correspondente a um prédio residencial de 8 pavimentos com unidades autônomas
de 2 quartos, conforme ilustrado a seguir:

Maio/2014
Insumos
Valor (%)
Encargos Complementares 116.423,66 6,51%
Equipamentos 2.704,84 0,15%
Mão de Obra 573.407,56 32,07%
Materiais 1.010.714,67 56,53%
Ferramentas e EPI 84.773,70 4,74%
Total 1.788.024,43 100,00%
Estudo de Caso – Aceleração de Execução – Obra
Executada em Vários Turnos
Pleito: A obra foi contratada para ser executada em turno diurno e ritmo normal de
execução. A curva ABC da planilha orçamentária encontra-se parcialmente
sintetizada a seguir:
DAT A DE PREÇO: 08/2014
DESCRIÇÃO : BLOCO RESIDENCIAL MULT IFAMILIAR DE 8 PAVIMENT OS-T IPO COM 1 ELEVADOR, SENDO 1 PAVIMENT O-T IPO NO T ÉRREO. INCLUI EDÍCULAS:
GUARIT A, DEPÓSIT O, QUART O E BANHEIRO DE SERVIÇO. NÃO POSSUÍ GARAGEM COBERT A. SÃO 4 APART AMENT OS POR PAVIMENT O, T OT ALIZANDO 32
UNIDADESHABIT ACIONAIS, SENDO CADA UNIDADE COMPOST A POR SALA, 2 QUART OS, CIRCULAÇÃO, COZINHA/ÁREA DE SERVIÇO E BANHEIRO. ALÉM
DESSES HÁ UMA T ORRE COM PAVIMENT OS DE CASA DE MÁQUINAS, BARRILET E E RESERVAT ÓRIO DE ÁGUA SUPERIOR.
INSUMO DESCRIÇÃO DO INSUMO UNIDADE Q UANTIDADE CUSTO UNITÁRIO CUSTO TO TAL (%) PESO (%) ACUMULADO
4750 PEDREIRO H 12700,75599 R$ 12,46 R$ 158.372,94 8,83 8,83
6111 SERVENT E H 18376,75788 R$ 8,04 R$ 147.927,46 8,25 17,09
JANELA DE CORRER EM ALUMÍNIO, SÉRIE 25, SEM
BANDEIRA, COM 4 FOLHAS PARA VIDRO, (DUAS FIXAS
E DUAS MÓVEIS) 1,60 X 1,10 M (INCLUSO GUARNIÇÃO
597 E VIDRO LISO INCOLOR) M2 184,04 R$ 479,96 R$ 88.331,83 4,92 22,02
CONCRET O USINADO BOMBEAVEL COM BRIT A 0 E 1,
SLUMP = 100 MM +/- 20 MM, FCK = 20 MPA (INCLUI
1524 SERVICO DE BOMBEAMENT O) M3 343,9044 R$ 240,00 R$ 82.537,05 4,60 26,62
27 ACO CA-50, 16,0 MM, VERGALHAO KG 18014,04 R$ 3,96 R$ 71.335,59 3,98 30,60
ALIMENT ACAO (ENCARGOS COMPLEMENT ARES)
37370 *COLET ADO CAIXA* H 54403,58848 R$ 1,30 R$ 70.724,66 3,94 34,55
1379 CIMENT O PORT LAND COMPOST O CP II-32 KG 154456,2991 R$ 0,41 R$ 64.562,73 3,60 38,15
BLOCO CERAMICO (ALVENARIA DE VEDACAO), DE *9
7266 X 19 X 19* CM MIL 108,105364 R$ 480,00 R$ 51.890,57 2,89 41,05
AREIA MEDIA - POST O JAZIDA / FORNECEDOR (SEM
370 FRET E) M3 641,3838868 R$ 80,00 R$ 51.310,71 2,86 43,91
1213 CARPINT EIRO DE FORMAS H 3670,54559 R$ 12,46 R$ 45.770,11 2,55 46,47
T RANSPORT E (ENCARGOS COMPLEMENT ARES)
37371 *COLET ADO CAIXA* H 54403,58848 R$ 0,71 R$ 38.626,54 2,15 48,62
4783 PINT OR H 2772,42972 R$ 12,46 R$ 34.571,00 1,92 50,55

378 ARMADOR H 2735,21444 R$ 12,46 R$ 34.106,94 1,90 52,46


CAL HIDRAT ADA, DE 1A. QUALIDADE, PARA
1106 ARGAMASSA KG 59223,92048 R$ 0,57 R$ 33.757,63 1,88 54,34
33 ACO CA-50, 8,0 MM, VERGALHAO KG 7205,616 R$ 4,45 R$ 32.130,99 1,79 56,13
REVEST IMENT O CERAMICO PARA PAREDES,
ESMALT ADO, LISO, BRILHANT E, PEI = 0, DE *20 X 20*
536 CM, DE 1A. QUALIDADE M2 1646,7524 R$ 17,21 R$ 28.340,60 1,58 57,71

12893 BOT A COURO SOLADO DE BORRACHA VULCANIZADA PAR 937,4067423 R$ 29,90 R$ 28.034,61 1,56 59,28

2436 ELET RICIST A H 2223,42 R$ 12,46 R$ 27.725,08 1,54 60,83


CERAMICA ESMALT ADA PARA PISO , PEI IV, COR
1287 LISA, DE 1A. QUALIDADE, DE *20 X 20* CM M2 1318,6016 R$ 19,64 R$ 25.897,33 1,44 62,27
T ABUA MADEIRA 2A QUALIDADE 2,5 X 30,0CM (1 X
6189 12") NAO APARELHADA M 1657,525769 R$ 14,12 R$ 23.410,29 1,30 63,58
12894 CAPA P/ CHUVA UN 937,4067423 R$ 24,92 R$ 23.362,12 1,30 64,88
Estudo de Caso – Aceleração de Execução – Obra Executada
em Vários Turnos
Pleito: Foi solicitado do construtor a execução da obra em dois turnos diários, de
segunda a sábado, a saber:
De 8:00 às 17:00, com 1 hora de intervalo (70% do efetivo)
De 17:00 às 02:00, com 1 hora de intervalo (30% do efetivo)
O Jornada normal de trabalho era de 8:00 às 17:00, de segunda a sexta, e de 8:00 às
12:00 no sábado. Assim, haverá necessidade de pagamento de 4:00 horas extras no
sábado.
Como a solicitação da Administração tornou a obra reconhecidamente mais onerosa
para o construtor, trata-se de típico fato da Administração sendo cabível o
reequilíbrio do ajuste.
Estudo de Caso – Aceleração de Execução – Obra Executada
em Vários Turnos
Análise: O pleito é procedente e deve ser deferido, pois se trata de típico fato da
Administração.
Considerando que os encargos sociais utilizados pelo construtor em sua formação
de preços foi de 123,5%, pode-se elaborar o seguinte demonstrativo para o primeiro
turno:
1 - DISCRIMINAÇÃO DAS HORAS TRABALHADAS SEMANAIS

Dias H.N. H.N.* H. E. tipo I H. E.* tipo I H. E. tipo II H. E.* tipo II H. E. tipo III H. E.* tipo III
Segunda 8,00
Terça 8,00
Quarta 8,00
Quinta 8,00
Sexta 8,00
Sabádo 4,00 2,00 2,00
Domingo
Total* 44 2 2

Encargos
AD H. E. AD Noturno
Sociais
44,00 H.N. 123,50% 98,34
H.N.*
2,00 H. E. tipo I 123,50% 50,00% 6,71
H. E.* tipo I
2,00 H. E. tipo II 123,50% 50,00% 6,71
H. E.* tipo II
H. E. tipo III
H. E.* tipo III

Taxa de Encargo Social 132,81%


Estudo de Caso – Aceleração de Execução – Obra Executada
em Vários Turnos
Análise: (continuação) O segundo turno é detalhado a seguir:

1 - DISCRIMINAÇÃO DAS HORAS TRABALHADAS SEMANAIS

Dias H.N. H.N.* H. E. tipo I H. E.* tipo I H. E. tipo II H. E.* tipo II H. E. tipo III H. E.* tipo III
Segunda 4,00 4,00
Terça 4,00 4,00
Quarta 4,00 4,00
Quinta 4,00 4,00
Sexta 4,00 4,00
Sabádo 4,00 2,00 2,00
Domingo
Total* 24 20 2 2

Encargos
AD H. E. AD Noturno
Sociais
24,00 H.N. 123,50% 53,64
20,00 H.N.* 123,50% 37,14% 61,30
H. E. tipo I
2,00 H. E.* tipo I 123,50% 50,00% 37,14% 9,20
H. E. tipo II
2,00 H. E.* tipo II 123,50% 50,00% 37,14% 9,20
H. E. tipo III
H. E.* tipo III

Taxa de Encargo Social 177,78%


Estudo de Caso – Aceleração de Execução – Obra Executada
em Vários Turnos
Análise: (continuação) Assim, o percentual de encargos sociais ponderados de
ambos os turnos é detalhado a seguir:
5 - RESUMO DOS ENCARGOS
TOTAL DE HORAS
417,60
TRABALHADAS NO MÊS
1º TURNO - Percentual do efetivo de funcionários que trabalhará
70%
neste período:
Encargo Social do Turno : 132,81%
Horas Trabalhadas Mensais : 292,32
1º TURNO - Percentual do efetivo de funcionários que trabalhará
30%
neste período
Encargo Social do Turno : 177,78%
Horas Trabalhadas Mensais : 125,28
ENCARGO PONDERADO
Encargo Social : 146,30%

O acréscimo de encargos sociais de 22,8% (146,3% - 123,5%) deve ser aplicado sobre
o percentual de 32,07%, que equivale à participação da mão de obra no custo total
de construção.
O resultado procurado corresponde a um aumento de custo de 7,31% do valor
contratual.
É de se analisar também se existirão outros acréscimos em função do trabalho
noturno (engenheiros, vigias, mestres de obras adicionais), iluminação, etc.)
Horas in itinere
• Sob a ótica da legislação trabalhista em vigor durante a execução da
obra, o Tribunal Superior do Trabalho consolidou a sua jurisprudência
por intermédio da Súmula 90, cuja redação é a seguinte:

“HORAS "IN ITINERE". [...]I - O tempo despendido pelo empregado, em


condução fornecida pelo empregador, até o local de trabalho de difícil
acesso, ou não servido por transporte público regular, e para o seu retorno
é computável na jornada de trabalho.
II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do
empregado e os do transporte público regular é circunstância que também
gera o direito às horas "in itinere". ...
III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de
horas "in itinere".
IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em
condução da empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao
trecho não alcançado pelo transporte público.
V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada de
trabalho, o tempo que extrapola a jornada legal é considerado como
extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo.
Horas in itinere
• Ou seja, o tempo que o trabalhador dispendia para realizar o percurso
para ir e voltar do serviço, quando o local de trabalho fosse de difícil
acesso e não servido por transporte, bem como a condução fosse
fornecida pelo empregador, deveria ser remunerado como horas de
efetivo trabalho e somado à jornada laborativa.
• Porém, a redação atualmente em vigor do art. 58, §2º, da Consolidação
das Leis do Trabalho dispõe que o tempo de deslocamento do
empregado ao posto de trabalho e para o retorno, “caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não
será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição
do empregador.”
• Assim, não cabe a consideração dessa parcela de impeditividade nos
orçamentos de obras públicas, por não representar um custo de mão de
obra a ser suportado pelo contratado.
Encargos Complementares
Conceituação
Encargos Sociais
 Custos obrigatórios incidentes sobre a folha de pagamentos
de salários.
 Têm origem na CLT, na Constituição Federal de 1988, em
Leis específicas e nas Convenções Coletivas de Trabalho.
Encargos Complementares (ou Adicionais sobre a Mão de
Obra):
 São custos associados à mão de obra – alimentação,
transporte, EPI, ferramentas, exames médicos, capacitação
e seguros.
 São estabelecidos em Convenções Coletivas de Trabalho e
em Normas que regulamentam a prática profissional na
construção civil, e não variam proporcionalmente aos
salários.
Metodologias para Apropriação dos Custos
Adicionais sobre mão de obra
 Há três formas distintas para a estimativa desses
custos:
1. Como percentual, usualmente aplicado em conjunto
com os Encargos Sociais
2. Compondo a Administração Local da Obra
3. Como custo horário alocado à mão de obra
Metodologia 01 – Percentual sobre os
Salários
 Pontos Positivos:
 Facilidade de apropriação dos custos para fins de orçamento e da
medição do valor a ser pago durante a execução do contrato.
 Pontos Negativos:
 Não permite o entendimento claro dos itens e quantitativos
considerados.
 Pouca precisão, pois a alíquota é calculada com base em um
salário médio e incide sobre todas categorias profissionais.
 Numa obra que apresente média salarial diferente do valor de
referência, o montante pago a título de encargos complementares
será distorcido, para mais ou para menos.
Metodologia 02 – Inclusão na Administração
Local da Obra
 Pontos Positivos:
 Entendimento claro quanto àquilo que está sendo pago e precisão.
 Os elementos são orçados com base na previsão de demanda por
mão de obra do orçamento (Homem Hora).
 Pontos Negativos:
 Demanda maior esforço para orçamentação da obra.
 O orçamentista precisa elaborar e analisar a curva ABC de insumos
da obra para estimar essas parcelas.
Metodologia 03 - Associação direta à mão de
obra
 Pontos Positivos:
 O custo horário proporcional de cada item é calculado com base
em dados de preço, utilização e durabilidade; logo não varia em
função de diferentes salários.
 Representa com clareza cada item a compor o custo horário.
 Facilidade para estimativa de custos e de gestão contratual –
medição e pagamento.
 Facilidade na celebração de aditivo, pois os encargos
complementares são automaticamente ajustados em função dos
acréscimos/supressões de quantitativos.
 Por considerar este método o mais vantajoso para obtenção de
valores referenciais, a CAIXA adotou-o para estimativa de custos
dos Encargos Complementares do Sinapi.
Encargos Complementares do Sinapi

Apresentação da Memória Detalhada de


cálculo dos encargos sociais
complementares do Sinapi.

253
Metodologia Adotada
 Foram calculadas pela incidência proporcional a uma hora de
trabalho (considerando a jornada diária de trabalho = 7,33h –44h semanais/6 dias)
 Custo de transporte:
 Com um custo diário de R$ 5,20 (dois vales-transportes diários), temos:
 Custo Horário de transporte = R$ 5,20 / 7,33h = R$ 0,71 / hora
 Custo de alimentação:
 Se o custo diário for de R$ 9,53, obtemos:
 Custo Horário de alimentação = R$ 9,53 / 7,33h = R$ 1,53 / hora
Encargos Complementares no SINAPI
 A soma de todos os custos representa valor referencial do custo
horário para o caso estudado e, somado ao valor horário pago aos
trabalhadores (remuneração + encargos) passa a integrar as
composições de serviços.
CARPINTEIRO DE ESQUADRIA COM ENCARGOS
88261 H R$17,10
COMPLEMENTARES
1214 CARPINTEIRO DE ESQUADRIAS H 1,0000 R$ 12,58
ALIMENTACAO - HORISTA (ENCARGOS COMPLEMENTARES)
37370 H 1,0000 R$ 1,62
(COLETADO CAIXA)
TRANSPORTE - HORISTA (ENCARGOS COMPLEMENTARES)
37371 H 1,0000 R$ 0,89
(COLETADO CAIXA)
EXAMES - HORISTA (ENCARGOS COMPLEMENTARES)
37372 H 1,0000 R$ 0,34
(COLETADO CAIXA)
SEGURO - HORISTA (ENCARGOS COMPLEMENTARES)
37373 H 1,0000 R$ 0,07
(COLETADO CAIXA)
88236 FERRAMENTAS (ENCARGOS COMPLEMENTARES) - HORISTA H 1,0000 R$ 0,55
88237 EPI (ENCARGOS COMPLEMENTARES) - HORISTA H 1,0000 R$ 0,90
CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA CARPINTEIRO DE
95329 H 1,0000 R$ 0,15
ESQUADRIA (ENCARGOS COMPLEMENTARES) - HORISTA

Exemplo de Composição de Custo Horário de Mão de Obra que


substitui o insumo (no caso, Servente) nas composições de serviços
do Banco de Composições divulgado regularmente.
Memória de Cálculo
Alimentação
Memória de Cálculo
Alimentação
Memória de Cálculo
Transportes
Memória de Cálculo
Seguros

• Preço de Brasília nacionalizado


Memória de Cálculo

Curva ABC – as 4 categorias representam 75,39% do total de


mão de obra

Composição Empregada para formação dos KITs:

•Pedreiro – 22,87%
•Soldador – 0,16%
•Pintor – 5,96%
•Servente – 46,40%
Memória de Cálculo
EPI
Memória de Cálculo
EPI – Servente (SP)
Memória de Cálculo
EPI – Kit Representativo

88237 EPI (ENCARGOS COMPLEMENTARES) - HORISTA H 0,8988


12892 LUVA RASPA DE COURO, CANO CURTO (PUNHO *7* CM) PAR 0,0065 9,3780 0,0606
BOTA DE SEGURANCA COM BIQUEIRA DE ACO E
12893 PAR 0,0065 50,0160 0,3234
COLARINHO ACOLCHOADO
CAPA PARA CHUVA EM PVC COM FORRO DE POLIESTER,
12894 UN 0,0065 13,5400 0,0876
COM CAPUZ (AMARELA OU AZUL)
CAPACETE DE SEGURANCA ABA FRONTAL COM SUSPENSAO
12895 UN 0,0065 10,4200 0,0674
DE POLIETILENO, SEM JUGULAR (CLASSE B)
PROTETOR AUDITIVO TIPO PLUG DE INSERCAO COM
36142 UN 0,0065 1,5593 0,0101
CORDAO, ATENUACAO SUPERIOR A 15 DB
CINTURAO DE SEGURANCA TIPO PARAQUEDISTA, FIVELA
36148 UN 0,0065 50,0100 0,3234
EM ACO, AJUSTE NO SUSPENSARIO, CINTURA E PERNAS
OCULOS DE SEGURANCA CONTRA IMPACTOS COM LENTE
36152 UN 0,0065 4,0600 0,0263
INCOLOR, ARMACAO NYLON, COM PROTECAO UVA E UVB
Memória de Cálculo
Ferramentas

Estudos para:
-Pintor
-Soldador
-Servente
-Pedreiro
Memória de Cálculo
Ferramentas – Kit Representativo

FERRAMENTAS (ENCARGOS COMPLEMENTARES) -


88236 H 0,5514
HORISTA
10 BALDE PLASTICO CAPACIDADE *10* L UN 0,0038 8,0687 0,0303
ESCOVA DE ACO, COM CABO, *4 X 15* FILEIRAS DE
12 UN 0,0038 7,9000 0,0296
CERDAS
CARRINHO DE MAO DE ACO CAPACIDADE 50 A 60 L,
2711 UN 0,0038 104,9500 0,3939
PNEU COM CAMARA
38403 ENXADA ESTREITA *25 X 23* CM COM CABO UN 0,0038 25,9992 0,0976
Memória de Cálculo
Exames Médicos – Servente (SP)
Memória de Cálculo
Capacitação
Memória de Cálculo
Capacitação
Observações Importantes:
•Algumas categorias profissionais são diferenciadas, tendo
um ou mais itens não incidentes no custo de Encargos
Complementares.
•Como exemplos temos as categorias de Motoristas
(caminhão, veículos leves ou pesados) que não consideram
os custos de Ferramentas e de EPIs.
•As categorias de profissionais técnicos e administrativos da
Administração Local da obra, tais como Engenheiro,
Encarregado, Topógrafo, Almoxarife, possuem os
componentes dos Encargos Complementares adaptados
conforme as características predominantes de cada categoria
sendo para todas, incidentes os custos de Seguro, Exames e
no mínimo 5% do custo de EPI (capacete e bota).
Observações Importantes:
SEDI 90781 TOPOGRAFO COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H
COMPOSICAO 88237 EPI (ENCARGOS COMPLEMENTARES) H 0,05
INSUMO 7592 TOPOGRAFO H 1
INSUMO 37370 ALIMENTACAO (ENCARGOS COMPLEMENTARES) *COLETADO CAIXA* H 1
INSUMO 37371 TRANSPORTE (ENCARGOS COMPLEMENTARES) *COLETADO CAIXA* H 1
INSUMO 37372 EXAMES (ENCARGOS COMPLEMENTARES) *COLETADO CAIXA* H 1
INSUMO 37373 SEGURO (ENCARGOS COMPLEMENTARES) *COLETADO CAIXA* H 1
SEDI 91677 ENGENHEIRO ELETRICISTA COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H
COMPOSICAO 88237 EPI (ENCARGOS COMPLEMENTARES) H 0,05
INSUMO 34783 ENGENHEIRO ELETRICISTA H 1
INSUMO 37372 EXAMES (ENCARGOS COMPLEMENTARES) *COLETADO CAIXA* H 1
INSUMO 37373 SEGURO (ENCARGOS COMPLEMENTARES) *COLETADO CAIXA* H 1

Os serviços não encontrados no Sinapi não terão


os encargos complementares considerados no
orçamento.
Encargos complementares – MO indireta
Materiais de Construção
Custos de materiais
• Na apropriação dos coeficientes utilizam-se consumos médios.
O projeto ou a qualidade do material, muitas vezes, oferecem
dados mais pontuais, sendo subsídios para a adaptação das
composições paradigma (ex: traço de concretos e argamassas;
consumo de tinta; número de reaproveitamentos de fôrmas).
• Alguns materiais podem ter os custos apropriados por meio de
informações presentes em catálogos ou embalagens (por
exemplo, tintas).
• Deve-se computar, quando devido, a perda dos insumos se
intrínsecas ao processo produtivo (ex: tijolos, cerâmicas, aço).
• Em outros casos, há reaproveitamento dos materiais (fôrmas,
escoramentos).
• Lembrar-se dos custos com cargas/descarga, bem como dos
fretes e transportes para avaliação do preço final de um
material na composição de custo.
• Os sistemas de referência costumam apresentar uma tabela
com todos os materiais pesquisados. 273
Custos de materiais – Influência da Marca
• A marca do material, em determinados casos, também pode trazer reflexos
sobre os coeficientes de consumo das composições de serviços, uma vez
que determinadas marcas de melhor qualidade apresentam desempenho
superior em relação a outras, ainda que todas se encontrem dentro de um
mesmo nível de especificação técnica.
• O exemplo da tinta acrílica é emblemático, pois determinado fabricante de
tinta pode produzir um produto cujo galão possibilite a pintura de
aproximadamente 50 m² de parede. Outro fabricante de tinta pode produzir
tinta de melhor qualidade, em que um galão possibilite a pintura de cerca de
100 m² de área.
• Assim, a marca do produto também tem influência na produtividade da mão
de obra considerada na composição de custo unitário. Voltando ao exemplo
da tinta, uma marca de boa qualidade possibilita que, com duas ou três
demãos, se obtenha um excelente resultado. Uma marca de pior qualidade
pode exigir um maior número de demãos a serem aplicadas, ocasionando
um aumento da quantidade de horas de pintor e ajudante para a realização
do serviço. Assim, os coeficientes utilizados em composições de custo
unitário estão indissociavelmente relacionados com o tipo de material
utilizado. 274
Custos de materiais

X
+

275
Estimativa Consumo de Materiais – Método da TCPO

Consumo de argamassa para a execução de contrapisos

276
Perdas de Materiais
Natureza das perdas dos materiais

ENTULHO
INCORPORADA

ROUBO

$
Momento de incidência das perdas
Com relação a utilização do ICMS,
como proceder frente diferenças
de ICMS interestadual? Nos
custos unitários dos materiais de
tabelas referenciais deverão ser
inclusos os impostos: fretes,
diferença de ICMS e outros
tributos?
ICMS Interestadual
• Em geral, uma típica empresa de construção civil não é
contribuinte do ICMS. Assim, não cabe a aplicação da
alíquota interestadual de incidência da diferença de ICMS
para compor o custo referencial de materiais, em virtude do
disposto no art. 155, §2º, inciso VII, da Constituição Federal:
VII - em relação às operações e prestações que
destinem bens e serviços a consumidor final localizado
em outro Estado, adotar-se-á:
a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for
contribuinte do imposto;
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for
contribuinte dele;
VIII - na hipótese da alínea "a" do inciso anterior, caberá
ao Estado da localização do destinatário o imposto
correspondente à diferença entre a alíquota interna e a
interestadual;
ICMS Interestadual
• As empresas de construção civil, quando compram bens que serão
usados em suas obras são consideradas não-contribuintes do ICMS, pois
sua atividade está caracterizada pela prestação de serviço, que por sua
vez é o fato gerador do ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer
Natureza). Logo, a empresa de construção civil que comprar insumos
para sua obra em outro Estado, tendo em vista não ser contribuinte do
ICMS, deve se sujeitar à alíquota interna.
• Ocorre que, em razão da alíquota interestadual ser menor que a alíquota
interna, algumas empresas de construção civil identificam-se como
contribuintes do ICMS no momento da aquisição dos insumos em outros
Estados, aproveitando, assim, a alíquota interestadual.
• Porém, o inciso VIII também do art. 155 da CR/88 prevê que quando
incide a alíquota interestadual, caberá ao Estado da localização do
destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna
e a interestadual. E paradoxalmente, neste momento as empresas de
construção civil, argumentam ao Fisco de destino que não são
contribuintes do ICMS, para escaparem do diferencial de alíquota.
ICMS Interestadual
•Súmula 432 do STJ:
•As empresas de construção civil não estão obrigadas a pagar ICMS sobre
mercadorias adquiridas como insumos em operações interestaduais.
•Outro relevante julgado:
•TRIBUTÁRIO. ICMS. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. ART. 545,
DO CPC. VIOLAÇAO AO ART. 535 DO CPC. INOCORRÊNCIA. EMPRESAS DE
CONSTRUÇAO CIVIL. MERCADORIAS ADQUIRIDAS. OPERAÇÕES INTERESTADUAIS. NAO
INCIDÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA CONSAGRADA NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
(...) 2. É assente na Corte que "as empresas de construção civil não são contribuintes do ICMS,
salvo nas situações que produzam bens e com eles pratiquem atos de mercancia diferentes da
sua real atividade, como a pura venda desses bens a terceiros; nunca quando adquirem
mercadorias e as utilizam como insumos em suas obras. Há de se qualificar a construção civil
como atividade de pertinência exclusiva a serviços, pelo que 'as pessoas (naturais ou jurídicas)
que promoverem a sua execução sujeitar-se-ão exclusivamente à incidência de ISS, em razão
de que quaisquer bens necessários a essa atividade (como máquinas, equipamentos, ativo fixo,
materiais, peças, etc.) não devem ser tipificados como mercadorias sujeitas a tributo estadual'
(José Eduardo Soares de Melo, in Construção Civil - ISS ou ICMS in RDT 69, pg. 253,
Malheiros)"(ERESP 149946/MS, Rel. Min. José Delgado, DJ 20/03/2000). 3.
Consequentemente, é inadmissível a retenção, pelos Estados, do diferencial de alíquotas
relativo à operações interestaduais efetuadas por empresa de construção civil para aquisição de
mercadorias sem objetivo de comercialização. 4. Agravo Regimental desprovido." (AgRg no Ag
687.218/MA , Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 04.05.2006, DJ 18.05.2006)
Como orçar e estimar os
custos de internalização de
materiais importados?
Custos com Internalização de Materiais Importados

Os termos ou condições de venda (INCOTERMS) definem, nas transações


internacionais de mercadorias, as condições em que os produtos devem ser
exportados. As regras utilizadas para esse fim estão definidas nos INCOTERMS
– International Commercial Terms, segundo a versão de primeiro de janeiro de
2000, editada pela Câmara de Comércio Internacional – CCI (em inglês). Essas
fórmulas contratuais fixam direitos e obrigações, tanto do exportador como do
importador, estabelecendo com precisão o significado do preço negociado entre
ambas as partes. Uma operação de comércio exterior com base nos
INCOTERMS reduz a possibilidade de interpretações controversas e de
prejuízos a uma das partes envolvidas. A importância dos INCOTERMS reside
na determinação precisa do momento da transferência de obrigações, ou seja,
do momento em que o exportador é considerado isento de responsabilidades
legais sobre o produto exportado. Os INCOTERMS definem regras apenas para
exportadores e importadores, não produzindo efeitos com relação às demais
partes, como transportadoras, seguradoras, despachantes, etc.

285
Custos com Internalização de Materiais Importados
EXW – Ex Works: o produto e a fatura devem estar à disposição do importador
no estabelecimento do exportador. Todas as despesas e quaisquer perdas e
danos a partir da entrega da mercadoria, inclusive o despacho da mercadoria
para o exterior, são da responsabilidade do importador. Quando solicitado, o
exportador deverá prestar ao importador assistência na obtenção de
documentos para o despacho do produto. Esta modalidade pode ser utilizada
com relação a qualquer via de transporte.

286
Custos com Internalização de Materiais Importados

FCA - Free Carrier: o exportador entrega as mercadorias, desembaraçadas


para exportação, à custódia do transportador, no local indicado pelo importador,
cessando aí todas as responsabilidades do exportador. Essa condição pode ser
utilizada em qualquer tipo de transporte, inclusive o multimodal.

287
Custos com Internalização de Materiais Importados

FAS – Free Along Ship: as obrigações do exportador encerram-se ao colocar a


mercadoria, já desembaraçada para exportação, no cais, livre junto ao costado
do navio. A partir desse momento, o importador assume todos os riscos,
devendo pagar inclusive as despesas de colocação da mercadoria dentro do
navio. O termo é utilizado para transporte marítimo ou hidroviário interior.

288
Custos com Internalização de Materiais Importados
FOB – Free on Board: o exportador deve entregar a mercadoria,
desembaraçada, a bordo do navio indicado pelo importador, no porto de
embarque. Esta modalidade é válida para o transporte marítimo ou hidroviário
interior. Todas as despesas, até o momento em que o produto é colocado a
bordo do veículo transportador, são da responsabilidade do exportador. Ao
importador cabem as despesas e os riscos de perda ou dano do produto a partir
do momento que este transpuser a amurada do navio.

289
Custos com Internalização de Materiais Importados
CFR – Cost and Freight: o exportador deve entregar a mercadoria no porto de
destino escolhido pelo importador. As despesas de transporte ficam, portanto, a
cargo do exportador. O importador deve arcar com as despesas de seguro e de
desembarque da mercadoria. A utilização desse termo obriga o exportador a
desembaraçar a mercadoria para exportação e utilizar apenas o transporte
marítimo ou hidroviário interior.

290
Custos com Internalização de Materiais Importados
CIF – Cost, Insurance and Freight: modalidade equivalente ao CFR, com a
diferença de que as despesas de seguro ficam a cargo do exportador. O
exportador deve entregar a mercadoria a bordo do navio, no porto de embarque,
com frete e seguro pagos. A responsabilidade do exportador cessa no momento
em que o produto cruza a amurada do navio no porto de destino. Esta
modalidade só pode ser utilizada para transporte marítimo ou hidroviário interior.

291
Custos com Internalização de Materiais Importados
CPT – Carriage Paid to...: como o CFR, esta condição estipula que o
exportador deverá pagar as despesas de embarque da mercadoria e seu frete
internacional até o local de destino designado. Dessa forma, o risco de perda ou
dano dos bens, assim como quaisquer aumentos de custos são transferidos do
exportador para o importador, quando as mercadorias forem entregues à
custódia do transportador. Este INCOTERM pode ser utilizado com relação a
qualquer meio de transporte.

292
Custos com Internalização de Materiais Importados
CIP – Carriage and Insurance Paid to: adota princípio semelhante ao CPT. O
exportador, além de pagar as despesas de embarque da mercadoria e do frete
até o local de destino, também arca com as despesas do seguro de transporte
da mercadoria até o local de destino indicado. O CIP pode ser utilizado com
qualquer modalidade de transporte, inclusive multimodal.

293
Custos com Internalização de Materiais Importados
DAF – Delivered At Frontier: o exportador deve entregar a mercadoria no
ponto e local designados na fronteira, antes porém da linha limítrofe com o país
de destino. Este termo é utilizado principalmente nos casos de transporte
rodoviário ou ferroviário.

294
Custos com Internalização de Materiais Importados
DES – Delivered Ex Ship: modalidade utilizada somente para transporte
marítimo ou hidroviário interior. O exportador tem a obrigação de colocar a
mercadoria no destino estipulado, a bordo do navio, ainda não desembaraçada
para a importação, assumindo integralmente todos os riscos e despesas até
aquele ponto no exterior.

295
Custos com Internalização de Materiais Importados
DEQ – Delivered Ex Quay: o exportador deve colocar a mercadoria, não
desembaraçada para importação, à disposição do importador no cais do porto
de destino designado. Este termo é utilizado para transporte marítimo ou
hidroviário interior, ou multimodal.

296
Custos com Internalização de Materiais Importados
DDU – Delivered Duty Unpaid: o exportador deve colocar a mercadoria à
disposição do importador no local e ponto designados no exterior. Assume todas
as despesas e riscos para levar a mercadoria até o destino indicado, exceto os
gastos com pagamento de direitos aduaneiros, impostos e demais encargos da
importação. Este termo pode ser utilizado com relação a qualquer modalidade
de transporte.

297
Custos com Internalização de Materiais Importados
DDP – Delivered Duty Paid: o exportador assume o compromisso de entregar a
mercadoria, desembaraçada para importação, no local designado pelo importador,
pagando todas as despesas, inclusive impostos e outros encargos de importação.
Não é de responsabilidade do exportador, porém, o desembarque da mercadoria. O
exportador é responsável também pelo frete interno do local de desembarque até o
local designado pelo importador. Este termo pode ser utilizado com qualquer
modalidade de transporte. Trata-se do INCOTERM que estabelece o maior grau de
compromissos para o exportador.

298
Custos com Internalização de Materiais Importados

299
Custo de Internalização Materiais Importados
Pode-se simular os tributos com internalização no endereço eletrônico da Receita
Federal:

http://www.receita.fazenda.gov.br/Aplicacoes/ATRJO/SimuladorImportacao/default.ht
m

300
Custos com Internalização de Materiais Importados
Na simulação anterior foram aplicadas as fórmulas da IN
SRF 1401/2013:

301
Detalhamento das Despesas Alfandegárias
SDA Valor calculado com base em tabela fornecida pelo Sindicato dos Despachantes
Aduaneiros. O valor a ser recolhido equivale a 2% do valor CIF com mínimo de
US$ 90,00 e máximo de US$ 170,00
Transporte O valor do transporte é definido com base em tabela negociada com qualquer
transportadora. De forma geral, o custo do transporte é composto por três
variáveis: FRETE PESO, o qual é determinado em função do peso da carga; AD
VALOREM, o qual representa o seguro que o transportador contrata para o
transporte. O AD VALOREM equivale, na maioria das vezes, a 0,01% sobre CIF + II
+ IPI. A terceira despesa costuma ser uma taxa de expediente para emissão de
documentos e administração (+- US$ 30,00)
Armazenagem Dependendo do local de armazenamento, haverá uma taxa de armazenagem
específica. Por exemplo:

Mercadorias armazenadas no Porto de Santos


0,65% sobre CIF p/ períodos de 15 dias, com os seguintes valores mínimos:
•Carga Solta (US$ 50,00)
•Container 40 pés(aprox. US$ 300,00 na margem direita e US$ 400,00 na margem
esquerda)

Mercadorias armazenadas em Armazéns Privados


0,35% sobre o valor CIF para períodos de 10 dias (pagamento mínimo de US$
50,00). 302
Detalhamento das Despesas Alfandegárias
Capatazias Valor cobrado pelos armazéns pelo manuseio de cargas. Existem tarifas
diferenciadas para carga solta e containers.
Carga Solta - US$ 15,00/tonelada (Mínimo de US$ 15,00) Container (aprox. US$
150,00 para 20 pés e US$ 200,00 para 40 pés).
AFRMM Valor cobrado como Adicional ao valor do frete para Renovação da Marinha
Mercante Brasileira. Equivale a 25% do valor do frete internacional.
Demurrage Despesa cobrada pela agência marítima pelo aluguel de containers.
Normalmente, as agências permitem que os containers sejam devolvidos em
até alguns dias da chegada da carga no país. Após este prazo, que pode ser 5
dias ou até mais, dependendo da agência, então existe cobrança diária de
demurrage. Esta cobrança também varia de agência para agência. Algumas
cobram US$ 20,00/dia, enquanto outras podem cobrar até US$ 50,00 ou US$
80,00/dia).

Carregamento Despesa cobrada pelo Armazém pela redestinação da carga quando a mesma
chega ao país. Em outras palavras, equivale ao custo de remoção da mercadoria
da zona portuária para o armazém onde a carga será desembaraçada. Carga
Solta (Média de US$ 10,00/ton. com mínimo de US$ 30,00) Container (margem
direita - US$ 50,00 p/ 20 pés e US$ 100,00 p/ 40 pés) Container (margem
esquerda-US$ 100,00 p/ 20 pés e US$ 150,00 p/ 40 pés).
303
Qual a melhor forma de se
calcular o custo do frete dos
materiais? Como utilizar
equações de transporte para
o cálculo de fretes?
Primeira Opção: Cotação direta com transportadoras

• Procedimento relativamente simples de ser realizado pela


internet, digitando CEP de origem e destino, bem como
dimensões e peso da carga.
• Por exemplo: https://cargobr.com/

305
Segunda Opção: Utilização de momento de transporte (m3 x
km ou ton x km)

306
Terceira Opção: Uso de Equações de Transportes
• As operações de transporte podem ser classificadas em função do tipo
de material a ser transportado e das distâncias de deslocamento.
• Transportes locais são aqueles realizados no âmbito da obra para o
deslocamento dos materiais necessários à execução das diversas
etapas de serviço.
• A produção do equipamento de transporte depende do tipo de rodovia e
da distância percorrida – que vão determinar a velocidade média de
trajeto – e também do tempo de carga, descarga e manobras,
denominado tempo fixo.
• O manual do Sicro adota para os transportes a hora de cinquenta
minutos, que relaciona o tempo real em que o equipamento é utilizado
para o trabalho e o tempo total em que estaria disponível (50 min / 60
min = 0,83) e, para os transportes locais, esse fator é, ainda, multiplicado
por 0,90, que supõe a perda de 10% do tempo realmente utilizado no
trabalho em esperas causadas por interferências de outras frentes ou
equipamentos em serviço na obra. A influência do tráfego no percurso
local é considerada na velocidade média adotada, sendo consideradas
velocidades variáveis para os serviços de Construção, Restauração e
Conservação. 307
Uso de Equações de Transportes
• Sendo assim, para os transportes locais, o custo unitário em reais por
tonelada (R$/t) é dado pela expressão:
2  CHO CHO  T
Custo unitário em R$/t  Y  X 
V C  E CE
Onde:
Y = Custo unitário em R$/t
X = distância percorrida em km
CHO = Custo Horário Operativo do Equipamento
V = velocidade média em km/h
C = capacidade útil do caminhão em t
E = fator de eficiência
T = tempo total de carga, descarga e manobras, em h

• A equação acima pode ser escrita na forma:

Y  aX  b 308
Uso de Equações de Transportes
• A parcela a.X representa o custo unitário correspondente ao transporte
propriamente dito e a parcela “b” representa o custo unitário
correspondente aos custos de carga, descarga e manobras.
• Transportes comerciais são os relativos ao deslocamento de materiais
que vêm de fora dos limites da obra. Devido às longas distâncias de
transporte, o valor de “b” (tempo de carga, descarga e manobras) é
desprezado, assim como as interferências de outras frentes ou
equipamentos em serviço na obra. Portanto, o fator de eficiência adotado
é de 0,83 (50min/60min). As velocidades adotadas são de 60 km/h para
rodovias pavimentadas e de 40 km/h para rodovias não pavimentadas.

309
Cotações de Materiais
• Ao se deparar com um insumo cujo preço não seja
contemplado pelos sistemas referenciais de preços
disponíveis para consulta, pode-se realizar cotações de
preços junto a fornecedores. Tal procedimento é previsto no
Decreto 7983/2013.
• Embora não seja aplicável à obras públicas, por analogia,
recomenda-se observar a IN SLTI 5/2014, que dispõe sobre o
procedimento administrativo para a realização de pesquisa
de preços para a aquisição de bens e contratação de
serviços em geral.

310
IN SLTI 5/2014 – Pesquisa de Preços
Art. 2º A pesquisa de preços será realizada mediante a
utilização de um dos seguintes parâmetros:
I - Painel de Preços, disponível no endereço eletrônico
http://paineldeprecos.planejamento.gov.br;
II - contratações similares de outros entes públicos, em
execução ou concluídos nos 180 (cento e oitenta) dias
anteriores à data da pesquisa de preços;
III - pesquisa publicada em mídia especializada, sítios
eletrônicos especializados ou de domínio amplo, desde que
contenha a data e hora de acesso; ou
IV - pesquisa com os fornecedores, desde que as datas das
pesquisas não se diferenciem em mais de 180 (cento e
oitenta) dias.

311
IN SLTI 5/2014 – Pesquisa de Preços
§1º Os parâmetros previstos nos incisos deste artigo poderão ser utilizados
de forma combinada ou não, devendo ser priorizados os previstos nos
incisos I e II e demonstrada no processo administrativo a metodologia
utilizada para obtenção do preço de referência.
§2º Serão utilizadas, como metodologia para obtenção do preço de
referência para a contratação, a média, a mediana ou o menor dos valores
obtidos na pesquisa de preços, desde que o cálculo incida sobre um
conjunto de três ou mais preços, oriundos de um ou mais dos parâmetros
adotados neste artigo, desconsiderados os valores inexequíveis e os
excessivamente elevados.
§3º Poderão ser utilizados outros critérios ou metodologias, desde que
devidamente justificados pela autoridade competente.
§4º Os preços coletados devem ser analisados de forma crítica, em
especial, quando houver grande variação entre os valores apresentados.
§5º Para desconsideração dos preços inexequíveis ou excessivamente
elevados, deverão ser adotados critérios fundamentados e descritos no
processo administrativo.
§6º Excepcionalmente, mediante justificativa da autoridade competente,
312
será admitida a pesquisa com menos de três preços ou fornecedores."
IN SLTI 5/2014 – Pesquisa de Preços
• Art. 3º Quando a pesquisa de preços for realizada com os
fornecedores, estes deverão receber solicitação formal
para apresentação de cotação.
• Parágrafo único. Deverá ser conferido aos fornecedores
prazo de resposta compatível com a complexidade do
objeto a ser licitado, o qual não será inferior a cinco dias
úteis.
• Art. 4º Não serão admitidas estimativas de preços obtidas
em sítios de leilão ou de intermediação de vendas.
• Art. 5º O disposto nesta Instrução Normativa não se aplica
a obras e serviços de engenharia, de que trata o Decreto
nº 7.983, de 8 de abril de 2013.

313
Cotações de Materiais
• São necessárias algumas cautelas na realização das
cotações, recomenda-se a adoção dos seguintes
procedimentos:
a) identificar os fornecedores e as especificações técnicas do insumo ou
serviço cujo preço se deseja obter;
b) consultar, de preferência por telefone ou e-mail privado, o preço do
serviço ou insumo procurado, tomando-se as devidas cautelas para
que a cotação contemple todas as partes do produto desejado, bem
como todas as especificações técnicas e custos a serem incorridos
pelo contratado (fretes, seguros, despesas tributárias, custos com
armazenagem, custos com instalação do equipamento etc.);

314
Cotações de Materiais
c) buscar, sempre que possível, a mesma marca do produto e cotar as
mesmas quantidades a serem aplicadas na obra;
d) conforme a quantidade a ser adquirida, deve-se cotar preços no
mercado varejista, no mercado atacadista ou junto aos seus
fabricantes;
e) obter o preço efetivo de mercado do bem, já que existe uma tendência
de se obter um preço “de tabela” diferente do preço de mercado,
quando se solicita uma proposta endereçada de um órgão público;
f) ter cuidado com o caráter temporal da resposta, pois o preço praticado
no mercado na data-base do orçamento pode ser sensivelmente
diferente do preço na data pesquisada;
g) registrar, sempre que possível, o nome do vendedor, a data e hora da
cotação, o preço coletado e as demais condições de pagamento e
entrega;

315
Cotações de Materiais
h) deflacionar a cotação obtida por índice que melhor reflita a
variação dos preços de mercado do item pesquisado; e
i) estimar ou buscar cotação específica para o custo do transporte,
se o fornecedor não se responsabilizar por esse serviço.
• Conhecido o preço “privado” do produto, deve-se procurar
obter uma proposta por escrito, endereçada ao órgão
contratante. Isso para afastar a presunção de que os
preços obtidos seriam superiores caso fossem cotados por
órgãos e entidades da Administração Pública.
• A pesquisa de mercado deve conter o mínimo de três
cotações de fornecedores distintos. Caso não seja
possível obter esse número de cotações, deve ser
elaborada justificativa circunstanciada. (Acórdãos
1.266/2011-Plenário, 837/2008-Plenário e 3.219/2010-
Plenário). 316
Cotações de Materiais
• A partir das cotações obtidas, deve-se realizar algum
tratamento estatístico sobre os valores coletados para se
obter um custo referencial. Entre outros critérios, pode ser
utilizada a média, mediana, moda, primeiro quartil ou valor
mínimo coletado.
• O gestor público sempre terá mais segurança jurídica
quando utilizar o valor mínimo. Tal critério estatístico
afigura-se razoável em algumas circunstâncias,
principalmente quando os fornecedores apresentaram
preços de tabela para o orçamentista.
• A média pode ser distorcida pelos valores nos limites
inferior e/ou superior do intervalo de variação.

317
Cotações de Materiais
• A mediana é sólida medida de tendência central e tem
como vantagem eliminar erros de coleta de preços. É o
critério utilizado pelo IBGE nas cotações realizadas para
alimentação do Sinapi.
• Por outro lado, o uso da mediana induz ao efeito cotação,
propiciando o descasamento entre o preço de referência e
o preço efetivo de mercado.
• Quando há um maior número de pesquisas de preço, o
primeiro quartil também é uma sólida referência de preços,
geralmente isento de erros de coleta e menos suscetível
ao “efeito cotação”.

318
Cotações junto a fornecedores

• Acórdão 7.290/2013 – Segunda Câmara:


“9.2. notificar a Infraero de que, quando da
pesquisa de preços de mercado para definição
de valores referenciais de licitações, devem ser
adotadas as cotações mínimas encontradas
sempre que se tratar de insumo ou
equipamento fornecido exclusivamente por um
conjunto restrito de empresas; “(grifo nosso)

319
Cotações junto a fornecedores
• Acórdão 7.290/2013 – Segunda Câmara (voto condutor):
“24. ...não me parece razoável a exigência de que a orçamentação nestes
casos deva sempre considerar o menor preço cotado no mercado" indica
que, em muitos casos, devem-se adotar preços abaixo da média. Cabe ao
gestor avaliar o caso e fazer sua opção, justificando-a.
25. No caso de produtos simples, comumente encontrados em lojas
varejistas, o valor mínimo de uma cotação pode representar uma situação
momentânea, de uma "liquidação", por exemplo, e não corresponderá ao
preço praticado quando da efetiva aquisição.
26. Por outro lado, quando são cotados equipamentos fornecidos
exclusivamente por poucas empresas, de certo porte, deve-se sim adotar
o mínimo valor cotado, pois é de se presumir que haja estabilidade nesses
preços. É o caso de elevadores. Certamente, o preço cotado junto a uma
Atlas, Otis ou outra congênere não representa uma "liquidação" ou
promoção temporária.”

320
Cotações junto a fornecedores
• Acórdão 1565/2015 - Plenário:
A justificativa do preço em contratações diretas (art. 26, parágrafo único,
inciso III, da Lei 8.666/93) deve ser realizada, preferencialmente,
mediante: (i) no caso de dispensa, apresentação de, no mínimo, três
cotações válidas de empresas do ramo, ou justificativa circunstanciada se
não for possível obter essa quantidade mínima; (ii) no caso de
inexigibilidade, comparação com os preços praticados pelo fornecedor
junto a outras instituições públicas ou privadas.

321
É válida a utilização de cotações de preços obtidas em
jornais ou folhetos de propaganda, anúncios televisivos
ou mediante pesquisa por telefone?

• Resposta: Sim. No caso de mídia impressa (jornais ou folhetos de


propaganda) recomenda-se juntar aos autos do processo licitatório o
original ou cópia do material para comprovar o preço pesquisado.
• Na hipótese dos demais canais, recomenda-se que o agente responsável
pela consulta lavre e assine certidão informando os dados da pesquisa,
tais como valor obtido, quantidade, marca, condições de pagamento e
entrega, data e hora da pesquisa, nome, endereço e telefone do
estabelecimento comercial e nome do vendedor.
• Ressalta-se que tal pesquisa tem validade jurídica, pois os atos
praticados por agentes públicos (no caso a assinatura da certidão
contendo as cotações de preços) em geral gozam de presunção de
veracidade, conforme posicionamento doutrinário dominante, transferindo
ao particular não apenas o ônus de impugná-lo, mas também o de fazer
prova de sua invalidade ou inveracidade.

322
Pesquisas de Mercado para os Materiais mais
Relevantes
Acórdão 2.984/2013 – Plenário:

9.3.1 ao elaborar orçamentos que servirão de base para procedimentos


licitatórios de obras de maior vulto, assim entendidas aquelas cujo valor é
superior ao limite estabelecido no art. 23, inciso I, alínea ‘c’, da Lei nº
8.666/1993, devem-se realizar pesquisas de mercado, preferencialmente
adotando a respectiva base territorial do Sinapi, dos insumos de maior
relevância econômica na obra, considerando, de forma apropriada, os
descontos possíveis em face da escala da obra, em virtude de o Sinapi
não levar em conta adequadamente os ganhos de escala, ignorando as
possibilidades de significativas reduções nos custos de fornecimento de
materiais e equipamentos adquiridos em grandes quantidades, oriundas
de negociações diretas com fabricantes ou grandes revendedores;
9.3.2 caso o resultado das pesquisas de mercado mencionadas no item
anterior indique a impossibilidade de obtenção de descontos decorrentes
de ganho de escala, que seja adotado o preço de referência do Sinapi;”
Causas para eventuais distorções entre custos
referenciais e preços efetivamente transacionados
• Efeito Cotação;

• Efeito Barganha;

• Efeito Administração Pública;

• Efeito Embalagem;

• Efeito Marca;

• Efeito Correlação;

• Efeito Imputação;

• Efeito Reajuste. 324


Conservadorismo dos Sistemas Referenciais de Preços Oficiais
 O impacto desses efeitos entre os preços referenciais do Sinapi e os custos
reais são apresentados na figura a seguir:

325
Cotações junto a fornecedores

• Acórdão 1.639/2016 – Plenário:


Na elaboração do orçamento estimativo, deve
ser adotada a cotação mínima, não a mediana,
para equipamentos a serem fornecidos em
mercado restrito, oligopolizado, em que
dificilmente os menores valores decorrem de
situações excepcionais, como promoções.

326
Estimativa de Custo da
Administração Local da Obra,
Mobilização/Desmobilização
e Operação e Manutenção do
Canteiro de obras
Mobilização e desmobilização

• São custos de transporte de


equipamentos, ferramentas, utensílios e
pessoal para o canteiro de obras;

328
Mobilização e desmobilização
• A quantidade de equipamentos é definida pelo
HISTOGRAMA DE EQUIPAMENTOS, elaborado a partir de
uma curva ABC de insumos e dos demais documentos que
compõem o planejamento da obra.
• O gestor público, ao elaborar o orçamento, não conhece a
licitante vencedora. Tal fato implica no desconhecimento do
local da sede da licitante vencedora, impossibilitando o
conhecimento das origens e das distâncias de transporte de
equipamentos e de pessoal.
• Nesse caso, adota-se alguma hipótese ou premissa sobre a
origem dos equipamentos e do pessoal a ser mobilizado.
• Em obras de edificação e saneamento de pequeno e médio
porte, executadas em grandes centros urbanos, pode-se
admitir que não existirão custos com mobilização de
pessoal e que os equipamentos serão mobilizados a partir
do próprio município (DMT menor ou igual a 50 Km).
Mobilização e desmobilização
Pode-se também adotar as premissas abaixo:

EQUIPAMENTO ORIGEM EXEMPLOS

Equipamento para Pavimento


Concreto
Equipamentos Especiais Cotação específica Guindastes de alta capacidade
Equipamentos de túneis
Grandes embarcações

Caminhões diversos
Equipamentos para pavimentação
Veículos de Produção Capital mais próxima e terraplanagem
Grupos geradores
Bombas

330
Mobilização e desmobilização
Metodologia de Cálculo para Mão de Obra
Passagens Passagens Ajuda de
Profissional Quantidade Origem Aéreas Rodoviárias Custo Total
Gerente do Contrato 1 São Paulo 650,00 - 4.000,00 R$ 4.650,00
Coordenador Geral 1 São Paulo 650,00 - 4.000,00 R$ 4.650,00
Engenheiro 3 São Paulo 650,00 - 2.500,00 R$ 9.450,00
Chefe de Escritório/Contador 1 São Paulo 650,00 - 2.500,00 R$ 3.150,00
Chefe de Custos 1 São Paulo 650,00 - 2.500,00 R$ 3.150,00
Desenhista 4 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 5.080,00
Técnico de Segurança do Trabalho 1 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 1.270,00
Comprador 2 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 2.540,00
Eletricista 2 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 2.540,00
Mecânico 4 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 5.080,00
Lubrificador 1 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 1.270,00
Borracheiro 2 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 2.540,00
Supervisor de Manutenção 1 São Paulo 650,00 - 2.500,00 R$ 3.150,00
Topógrafo 2 São Paulo 650,00 - 2.500,00 R$ 6.300,00
Ajudande de Topógrafo 2 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 2.540,00
Encarregado de Turma 9 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 11.430,00
Apontador 3 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 3.810,00
Laboratorista 2 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 2.540,00
Motorista de Caminhão 17 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 21.590,00
Operador de Equipamento Pesado 34 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 43.180,00

Total de Mobilização com Pessoal R$ 139.910,00

331
Mobilização e desmobilização
Metodologia de Cálculo para Equipamentos
Origem do Preço Parcial
Equipamento Quantidade Equipamento DMT (Km) PU (R$/Km) (R$)
Trator de Esteiras potência de 181 a 230 kW 2 São Paulo 400 5,5671 R$ 4.453,68
Carregadeira de Pneus potência até 140 kW 3 Recife 1800 2,0229 R$ 10.923,66
Escavadeira Hidráulica potência de 129 a 180 kW 4 Recife 1800 5,5851 R$ 40.212,72
Motoniveladora potência até 200 kW 4 Recife 1800 4,0458 R$ 29.129,76
Rolo Compactador até 11t 2 Recife 1800 1,3351 R$ 4.806,36
Rolo Compactador até 15t 4 São Paulo 400 2,0229 R$ 3.236,64
Rolo Compactador até 25t 4 São Paulo 400 4,0458 R$ 6.473,28
Retroescavadeira potência até 57kW 2 São Paulo 400 2,0229 R$ 1.618,32
Trator Agrícola potência até 80 kW 2 São Paulo 400 1,3351 R$ 1.068,08
Caminhão Basculante capacidade de 10m³ 17 São Paulo 400 2,4002 R$ 16.321,36
Caminhão Tanque capacidade de 10000 l 4 São Paulo 400 1,6792 R$ 2.686,72
Vibro-acabadora de Asfalto sobre Esteiras 80kW 1 São Paulo 400 2,0229 R$ 809,16
Aquecedor de Fluido Térmico 1 Fortaleza 2200 12,1374 R$ 26.702,28
Usina de Asfalto a Quente 1 Fortaleza 2200 24,3831 R$ 53.642,82
Total de Mobilização com Equipamentos R$ 202.084,84

332
Mobilização e desmobilização
Metodologia de Cálculo para Equipamentos

0200641 Mobilização de Usina de Asfalto a Quente:-capacidade 100/140 t/h - KM


Cod Discriminação Un Coef Unitário Preço Unitário Preço
9665 Cavalo Mecânico com Reboque - cap. 29.5 t (265kW) h 0,18 134,86 24,7448
582 Veículo para Escolta h 0,18 39,16 7,0488
Total do Serviço 31,7936

333
Mobilização e Desmobilização

• Acórdão 477/2015–Plenário (enunciado):


A utilização de equipamentos já mobilizados em razão de
contrato anterior constitui vantagem competitiva da contratada,
que tem direito a ser remunerada pelas despesas
de "mobilização e desmobilização" conforme previsto na
planilha orçamentária do contrato, desde que o preço orçado
esteja de acordo com as especificações de projeto e os custos
de referência.

334
Mobilização e Desmobilização
• Acórdão 477/2015–Plenário (Voto):
42. Conforme levantamento efetuado ...a partir dos diários de obras e dos
relatórios de fiscalização realizados pela Seinfra/PI, foi constatado que todos
os equipamentos necessários para a execução do objeto do Contrato
149/2008 já estavam no local da obra, uma vez coincidiam com os utilizados
no Contrato 54/2007, também executado pela [...] em período imediatamente
anterior.
43. Dito de outra forma, há indícios de que os equipamentos usados neste
ajuste foram aproveitados para a execução do contrato posterior, de modo
que não ocorreu 'desmobilização' no Contrato 54/2007 nem "mobilização" no
Contrato 149/2008.
44. Com relação ao assunto, entendo que a suposta utilização dos
equipamentos do primeiro ajuste na execução do segundo constitui vantagem
competitiva da empresa contratada que decorre de condição fática a ela
inerente, não tendo sido originada de fraude, visto que obrigada a cotar o
item, nem de descumprimento do projeto.

335
Mobilização e Desmobilização
• Acórdão 477/2015–Plenário (Voto):
45. Nesse sentido, embora o item "mobilização e desmobilização" constitua
custo direto e deva fazer parte da planilha orçamentária contratual, segundo a
jurisprudência do Tribunal e a prática atual de orçamentação, tais despesas,
em verdade, são acessórias e instrumentais à execução do objeto contratual,
de forma que a empresa contratada pode, dentro da margem de liberdade que
possui para executar o projeto, adotar as estratégias que entender
convenientes para executar a obra, desde que cumpra as especificações de
qualidade e prazo.
46. Dito de outro modo, se o preço orçado para fazer frente às despesas de
mobilização e desmobilização está compatível com o obtido a partir das
especificações de projeto e os custos de referência, se não há qualquer
impropriedade na estimativa de equipamentos e nas premissas adotadas na
orçamentação, enfim, se o preço proposto constitui a remuneração justa para
a consecução de tais dispêndios, que, repito, são acessórios à execução da
obra em si, entendo que a contratada tem direito à remuneração,
independentemente da forma como utiliza os valores a serem repassados
pela administração contratante.
336
Mobilização e Desmobilização

• Acórdão 477/2015–Plenário (Voto):


47. Diante disso, considerando que não foi apontada qualquer inconsistência
nas premissas adotadas pela Seinfra/PI para cotar o item "mobilização e
desmobilização" na licitação que antecedeu ao Contrato 149/2008,
considerando que o contratado respeitou o preço unitário de referência do
item, julgo não haver providências processuais adicionais a serem realizadas
quanto ao assunto.

337
Instalação do canteiro de obras
• São os custos de construção das edificações e de
suas instalações (hidráulicas, elétricas,
esgotamento) destinadas a abrigar o pessoal
(casas, alojamentos, refeitórios, sanitários etc.) e
as dependências necessárias à obra, (escritórios,
barracões, laboratórios, oficinas, almoxarifados,
balança, guarita etc.).
• Também abrange o custo de montagem de alguns
equipamentos (central de britagem, usina de
CBUQ, central dosadora de concreto, gruas etc.).
• Custo de implantação dos arruamentos e caminhos
de serviço, além de distribuição de energia/água
(trat. esgoto/lixo) para toda a obra, equipamentos
de proteção coletiva.

338
Instalação do canteiro de obras
Metodologia do Sinapi
• O Sinapi apresenta referências para a elaboração de
Canteiros de Obra em 9 composições que permitem a
estimativa de custo, por m2, para a construção de escritórios,
refeitórios, almoxarifados, sanitários/vestiários e reservatórios
elevados de água.
• Para a elaboração das referências, a CAIXA observou as
diretrizes estabelecidas pelas normas regulamentadoras NR
18/2013 e NBR 12284/1991, bem como as práticas adotadas
no mercado.
• Os coeficientes dos itens (quantitativos dos insumos e
serviços) foram estimados com base na quantificação de
cada item dividido pela área de construção de plantas de
referência, que são meramente ilustrativas das áreas de
instalações de canteiro.
339
Instalação do canteiro de obras
Metodologia do Sinapi

340
Instalação do canteiro de obras
Metodologia do Sinapi – Exemplo: Escritório da Obra

341
Instalação do canteiro de obras

342
Manutenção do canteiro de obras
• Custos mensais de água, esgoto, energia elétrica,
telefone, internet, aluguel de equipamentos dos
barracões (computadores, impressoras/plotters,
eletrodomésticos), material de limpeza etc.;
• Quanto maior o prazo da obra, maior será esta
rubrica.
• Também considera o custo dos equipamentos e
mão de obra necessários para conservação do
canteiro e dos caminhos de serviço.
 No presente estudo de caso, os custos com
manutenção do canteiro de obras estão
incorporados à composição de custo unitário da
Administração Local da obra.
343
Layout do Canteiro de Obras
Andaimes e Tela de Proteção

Considerou-se a
locação de andaimes
suficientes para
executar uma fachada
inteira do prédio
durante 4 meses.

Numa obra desta


altura, o andaime
fachadeiro é mais
econômico do que o
uso de balancim.

Enquanto estiver com


os andaimes
montados, as fachadas
serão protegidas com
tela de polipropileno.
Elevador de Obra

Considerou-se que a
obra será assistida
com um elevador de
obra, que será locado
por um período de 6
meses.
Serviços do Canteiro de Obras

Apresentação da Planilha
Carga e transporte do Entulho Durante a Obra
• Metodologia adotada:
• Cada insumo foi analisado e classificado, considerando o material mais
significativo em sua composição, em classes e macrogrupos.
CLASSE
MACROGRUPO
conforme Resolução CONAMA 307/02
SOLO/TERRA
ROCHA
CONCRETO
A CIMENTO
ARGAMASSA
MATERIAL ASFÁLTICO
AREIA
GESSO
METAIS
MADEIRAS
PAPEL/PAPELÃO
B
PLÁSTICOS
VIDROS
SACO DE CIMENTO
BORRACHA
C POLIURETANO
SOLVENTES
TINTAS
D ÓLEOS
AMIANTO
CONTAMINADOS
Carga e transporte do Entulho Durante a Obra
• Metodologia adotada:
• Para determinar a quantidade de entulho por metro quadrado de
construção foi necessário converter as unidades dos insumos da tabela
do Sinapi em massa (kg) e volume (m³).
• Através de pesquisas foram determinadas as densidades (kg/m³) dos
insumos e então calculados coeficientes de transformação para a
conversão das unidades.
Carga e transporte do Entulho Durante a Obra
• Metodologia adotada:
• Para cada macrogrupo foi pesquisada a taxa de perda global, isto é,
diferença entre a quantidade prevista no projeto e a efetivamente
consumida, em média. Desse total, considera-se que uma parte do
material é incorporado na obra e outra parte torna-se entulho.
• Essa quantidade de massa em kg foi colocada na planilha e nela
constam os seguintes dados:
Carga e transporte do Entulho Durante a Obra
• Metodologia adotada:
• Através do volume da caçamba já estabelecido, divide-se o volume total
pelo volume da caçamba e obtendo-se a quantidade de caçambas
necessárias para o transporte:

• Seria necessário apropriar em separado o custo de transporte,


reciclagem e destinação final dos resíduos.
• No orçamento a ser elaborado, empresas especializadas cobram R$ 130
para a locação de uma caçamba (5 m3), incluindo o transporte e
tratamento dos resíduos. Será adotado tal parâmetro no orçamento
elaborado.
Carga e transporte do Entulho Durante a Obra
• Metodologia adotada:
• A densidade média adotada de RCC foi de 1025 Kg/m3.
• A taxa média de RCC foi de 93,89 Kg/m2 de área construída ou 0,0916
m3/m2 de área construída (Fonte: Costa, 2012).

• Resultado:

PREÇO VALOR
ITEM CÓDIGO FONTE DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS UNID. QUANTIDADE
UNIT (R$) (R$)
CARGA E TRANSPORTE DE
M3 90,34 32,67 2.950,99
1.20 CP ENTULHO DURANTE A OBRA
Orçamento Serviços Preliminares e Instalação do
Canteiro

Apresentação da Planilha
Administração local
• Corresponde aos custos locais do construtor
no canteiro de obras;
– Mão de obra indireta e apoio à mão de obra indireta
(engenheiros, mestre de obra, encarregados, secretária,
motorista, almoxarife, segurança do trabalho,
apontadores, apropriadores de custo etc.);
– Veículos de apoio e viaturas;
– Equipamentos de proteção individual e uniformes (NR-6);
– Transporte e Alimentação dos trabalhadores;
– Higiene e segurança do trabalho (NR-4);
– Exames médicos (NR-7);
– Caso já não estejam na manutenção do canteiro (atenção
às duplicidades!):Telefone, energia elétrica e materiais de
consumo, computadores, mobiliária e demais
equipamentos administrativos do canteiro (depreciação);
– Controle tecnológico dos materiais (laboratório, topografia
etc.). 354
Fatores de Influência na Administração Local
• Prazo e cronograma da obra;
• Tipo de obra e dos serviços a serem executados;
• Local da obra;
• Contingente de trabalhadores da obra;
• Turnos de trabalho (impacto no contingente de trabalhadores);
• Jornada diária de trabalho (impacto no contingente de trabalhadores);
• Valor da obra;
• Legislação dos sistemas Confea/CAU, para definição de quais
especialidades serão requeridas e o respectivo prazo de permanência para
cada tipo de obra;
• Normas do Ministério do Trabalho (em especial NR-18, NR-6, NR-7, NR-12
e NR-4);
• Disposições existentes nas convenções coletivas de trabalho;
• Exigências ambientais diversas;
• Restrições legais de trabalhos em determinados horários ou restrições
logísticas de acesso ao canteiro de obras. 355
Mão de Obra Indireta
• Depende da estrutura organizacional que o Executor vier a montar para a
condução de cada obra e de sua respectiva lotação de pessoal.
• Não existe modelo rígido para esta estrutura, mas deve-se observar a
legislação profissional dos Sistemas CAU/Confea e as normas relativas à
higiene e segurança do trabalho.
• As peculiaridades inerentes a cada obra determinarão a estrutura
organizacional necessária para bem administrá-la.
• A concepção dessa organização, bem como da lotação em termos de
recursos humanos requeridos, é tarefa de planejamento, específica do
executor da obra.
• Caberá ao Engenheiro de Custos realizar um ensaio sobre a questão, com
vistas a estabelecer bases para estimar os custos envolvidos pela
Administração Local.
• Devem ser levados em consideração as características da obra, a
estratégia adotada para sua execução, o cronograma, bem como a
dispersão geográfica das frentes de trabalho.

356
Mão de Obra Indireta
• O orçamento da Administração Local pode ou não ser vinculante, caso em
que o contratado é obrigado a manter uma estrutura mínima fixa
estabelecida em edital ou contrato,
• No caso da Administração local não ser vinculante, é indispensável exigir
que as licitantes detalhem em suas propostas os itens que integram a
Administração Local, requisitando a apresentação da estrutura
organizacional e da memória de cálculo das despesas administrativas,
inclusive com a composição do orçamento destes serviços com base no
planejamento e dimensionamento adequado para atender o cronograma da
obra.

357
Medicina e Segurança do Trabalho (NR-4)

Faixa SESMET
Profissional
Até 50 51 a 100 101 a 250 251 a 500 501 a 1000 1001 a 2000 2001 a 3500 3501 a 5000 Mais de 5000

Técnico de Seg.
1 2 3 4 5 8 8
Trabalho

Engenheiro de
0,33 1 1 2 2
Seg. Trabalho

Aux de
Enfermagem do 1 2 1 1
Trabalho

Enfermeiro do
1 1
Trabalho

Médico do
0,33 1 1 2 2
Trabalho

358
Parametrização da Administração Local

Acórdão 2.622/2013 – Plenário:

Percentual de Administração Local inserido no Custo Direto 1º Quartil Médio 3º Quartil


CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS 3,49% 6,23% 8,87%
CONSTRUÇÃO DE RODOVIAS E FERROVIAS 1,98% 6,99% 10,68%
CONSTRUÇÃO DE REDES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA,
4,13% 7,64% 10,89%
COLETA DE ESGOTO E CONSTRUÇÕES CORRELATAS
CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DE ESTAÇÕES E REDES DE
1,85% 5,05% 7,45%
DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
OBRAS PORTUÁRIAS, MARÍTIMAS E FLUVIAIS 6,23% 7,48% 9,09%

359
• Acórdão TCU 2.622/2013 – Plenário
Administração Local da Obra

9.3.2. oriente os órgãos e entidades da Administração


Pública Federal a:
9.3.2.1 discriminar os custos de administração local, canteiro
de obras e mobilização e desmobilização na planilha
orçamentária de custos diretos, por serem passíveis de
identificação, mensuração e discriminação, bem como
sujeitos a controle, medição e pagamento individualizado por
parte da Administração Pública, em atendimento ao princípio
constitucional da transparência dos gastos públicos, à
jurisprudência do TCU e com fundamento no art. 30, § 6º, e
no art. 40, inciso XIII, da Lei n. 8.666/1993 e no art. 17 do
Decreto n. 7.983/2013;

360
• Acórdão TCU 2.622/2013 – Plenário
Critério de Medição da Administração Local

9.3.2. oriente os órgãos e entidades da Administração


Pública Federal a:
(...)
9.3.2.2. estabelecer, nos editais de licitação, critério objetivo
de medição para a administração local, estipulando
pagamentos proporcionais à execução financeira da
obra, abstendo-se de utilizar critério de pagamento para esse
item como um valor mensal fixo, evitando-se, assim,
desembolsos indevidos de administração local em virtude de
atrasos ou de prorrogações injustificadas do prazo de
execução contratual, com fundamento no art. 37, inciso XXI,
da Constituição Federal e no arts. 55, inciso III, e 92, da Lei
n. 8.666/1993;

361
Composição da Administração Local
RESUMO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO LOCAL

Descrição Custo Mensal Custo Total

Mão de Obra Suplementar - Administrativo 6.601,50 66.015,00

Descrição Quantidade / Mês R$ / Mês Quantidade Total R$ Total

Almoxarife 1,00 1.629,00 10,00 16.290,00


Vigia 2,00 4.158,00 20,00 41.580,00
Ajudante de Apoio 0,50 814,50 5,00 8.145,00

Mão de Obra Suplementar - Produção 9.145,80 91.458,00

Descrição Quantidade / Mês R$ / Mês Quantidade Total R$ Total

Engenheiro de Produção 0,20 2.161,80 2,00 21.618,00


Mestre de Obras 1,00 3.493,80 10,00 34.938,00
Encarregado de Obras 1,00 3.490,20 10,00 34.902,00

Consumos Gerais Concessionárias 176,94 26.300,29

Descrição Quantidade R$ Unit R$/Mês R$ Total

Energia Életrica (Luz/Força) - KW 1.908,40 0,55 1.049,62 10.496,20


Água/Esgoto - m³ 95,68 6,39 611,41 6.114,09
Telefone Fixo 5,70 70,00 399,00 3.990,00
Telefone Celular / Rádio 5,70 100,00 570,00 5.700,00

Materiais de Consumo 1.140,00 2.280,00

Descrição Quantidade R$ Unit R$/Mês R$ Total Obra

Material de Escritório para Adminstração 0,20 540,00 108,00 1.080,00


Material de Limpeza / Higiene para Adminstração 0,20 360,00 72,00 720,00
Xerox / Cópias / Impressões 0,20 240,00 48,00 480,00
362
Total Geral da Administração Local da Obra 186.053,29
Custo Horário dos
Equipamentos
Equipamentos

• O preço dos equipamentos é expresso em


custos por hora de trabalho;
• Incluem-se nestes custos:
• Custos operativos (custo horário do equipamento
em pleno funcionamento);
• Custos improdutivos (custo do equipamento
parado);
• Alguns autores consideram, também, o custo
operativo em espera (equipamento funcionando,
mas apenas com o motor ligado)

364
Equipamentos

• Leitura Sugerida: Manual do Sicro


• Manual Metodológico do Sinapi – Equipamentos

365
366
Custo operativo x improdutivo

• O custo horário operativo é calculado somando-se os


custos horários de operação (mão de obra do operador,
combustível e lubrificantes), manutenção (mão de obra de
manutenção, pneus, peças e reparos), e propriedade (juros,
depreciação, seguro, IPVA);
• O custo horário improdutivo é igual ao custo horário da
mão de obra do operador e custos de propriedade. Não se
consideram os outros custos, pois se admite que estes
ocorram somente ao longo da vida útil, expressa em horas
operativas.

367
Tempo operativo x improdutivo
• O tempo operativo é aquele em que o equipamento está
dedicado ao serviço, na frente de trabalho, com seus
motores ou acionadores ligados, quando for o caso, ou em
condições de trabalho, quando se tratar de equipamento
não propelido mecanicamente. O equipamento operativo
comporta duas situações: produtivo e em espera.

• Na hora improdutiva, o equipamento está parado, com o


motor desligado, aguardando que o equipamento que
comanda a equipe permita-lhe operar.

• O número de equipamentos e, bem como seus tempos


operativos e improdutivos são calculados em função de sua
produção horária.

368
Custos Horários dos Equipamentos no Sinapi

Apresentação do Caderno Técnico de


Equipamentos Diversos

369
Custos Horários dos Equipamentos no Sinapi
• Condições de trabalho dos equipamentos (nas composições horárias do Sinapi,
foram consideradas para todos os equipamentos a condição de trabalho média):

370
Custos Horários dos Equipamentos no Sinapi
• Vida útil dos equipamentos (mesmos parâmetros do Sicro/Dnit):

371
Custos Horários dos Equipamentos no Sinapi
• Impostos e Seguros:

Em que:
•IS = custo horário relativo a imposto e seguro (somente para veículos);
•Va = valor de aquisição do equipamento;
•HTA = quantidade de horas de trabalho por ano;
•n = vida útil;
•0,0124 = taxa média adotada;
•1,25 = fator utilizado para considerar as horas disponíveis.

A taxa média adotada foi obtida a partir da média ponderada, pela população de
cada UF, das alíquotas do IPVA de todas as unidades da federação. Resultando
em um valor de 1,17% a média das alíquotas, que, somada ao custo fixo do
seguro obrigatório, resultou na taxa média de 1,24%.
372
Custos Horários dos Equipamentos no Sinapi
• HTA e HDA:
A aferição do Sinapi identificou uma parcela de improdutividade inerente ao
processo produtivo, mesmo para o equipamento líder de equipe (equipamento
principal que não tem tempo de espera quando realiza serviços em conjunto com
outros equipamentos).
Assim, o Sinapi diferencia as horas trabalhadas por ano (HTA) dos equipamentos e
as horas disponíveis por ano (HDA). As horas trabalhadas por ano (HTA) do Sinapi
são as mesmas existentes no Manual do Sicro.
Utiliza-se o conceito de HDA para calcular as parcelas de custo decorrentes da
depreciação, juros e impostos e seguros.
As horas disponíveis por ano (HDA) foram determinadas com base no fator de
disponibilidade do equipamento observado em campo (FTT), que relaciona às horas
produtivas (80% do tempo disponível), com as improdutivas (20% do tempo
disponível), o que ocasiona um tempo disponível total aumentado de 25% sobre as
HTA.

373
Custos Horários dos Equipamentos no Sinapi
• Depreciação:

Onde:
D = depreciação horária;
Va = valor de aquisição do equipamento;
R = valor residual do equipamento;
n = vida útil;
HTA = horas trabalhadas por ano;
1,25 = fator utilizado para considerar as horas disponíveis.

374
Custos Horários dos Equipamentos no Sinapi
• Tabelas com valor residual dos equipamentos:

375
Custos Horários dos Equipamentos no Sinapi
• Juros (custo de oportunidade):

Onde:
J = custo horário dos juros pela disponibilidade;
Va = valor de aquisição do equipamento;
i = taxa de juros anuais (adotado pelo Sinapi em 6% a.a.);
HTA = horas trabalhadas por ano;
Vm = valor médio do equipamento;
n = vida útil em anos;
1,25 = fator utilizado para considerar as horas disponíveis.

376
Custos Horários dos Equipamentos no Sinapi
• Custos horários de manutenção:

Onde:
M = Custo horário de manutenção;
Va = Valor de aquisição do equipamento, insumo do SINAPI;
HTA = horas trabalhadas por ano;
n = vida útil em anos;
K = Coeficiente de manutenção, conforme tabela a seguir:

377
Custos Horários dos Equipamentos no Sinapi
• Custos dos materiais de operação (combustíveis, filtros, óleos e graxas):

378
Custos Horários dos Equipamentos no Sinapi
• Custos da mão de obra de operação:

No SINAPI considera-se os gastos com a mão de obra da operação em


duas situações distintas: mão de obra operativa diurna e noturna.
No caso da mão de obra operativa diurna utiliza-se diretamente o custo
publicado nas planilhas de insumos do SINAPI.
Para a mão de obra operativa noturna, os custos deverão ser baseados nas
disposições da CLT determinando que a hora noturna tenha remuneração
superior ao trabalho diurno em pelo menos 20% e que seja computada pelo
tempo de 52 minutos e 30 segundos.
Assim, adota-se um coeficiente de utilização da mão de obra noturno
majorado em 37,15%.

379
Simplificações nos Custos Horários

380
Locação x Equipamentos Próprios
• A maioria das máquinas pode ser locada ou adquirida. A
escolha da locação ou aquisição está sujeita a uma análise
econômica e a possibilidade de se utilizar os equipamentos
adquiridos em futuras obras, de forma que os custos de
aquisição possam ser diluídos em vários contratos.
• Entre as principais vantagens da alternativa de o construtor
adquirir os equipamentos pode-se elencar:
– O equipamento está sempre disponível para uso do construtor.
– O custo horário dos equipamentos próprios é geralmente menor do que o
custo horário dos equipamentos locados, pois não há incidência do BDI do
locador no custo horário.
– O construtor pode escolher a forma de aquisição que melhor lhe convém,
podendo optar pela compra à vista, pela compra financiada ou por
contratos de arrendamento mercantil.
– Os custos horários improdutivos dos equipamentos próprios são muito
menores do que os valores de locação.

381
Locação x Equipamentos Próprios
• O construtor terá as seguintes vantagens no caso da locação:
– É mais vantajoso para utilizações breves ou esporádicas de alguns equipamentos,
evitando que o construtor imobilize representativas parcelas do seu capital social com
equipamentos pouco utilizados.
– A responsabilidade sobre os reparos e manutenção do equipamento é, geralmente, da
empresa locadora, possibilitando que o construtor se exima dos custos inerentes de toda
uma estrutura de engenheiros de manutenção, mecânicos, oficinas e peças de
reposição.
– Uma vez utilizada, a máquina é devolvida ao locador, ficando este encarregado por sua
guarda e armazenagem.
– Permite que o construtor mantenha a produção sem sofrer influência das paradas
programadas para manutenção preventiva dos equipamentos, pois os equipamentos
locados que forem sofrer manutenção podem ser substituídos por outros equipamentos
sem prejuízo da continuidade dos serviços.
– Geralmente, a mão de obra responsável ou associada à operação do equipamento é um
encargo do locador. O construtor fica, assim, isento dos custos com os salários e
encargos sociais dos operadores nos períodos onde não estiver executando obras.
– É a alternativa viável para pequenas e médias construtoras, sem recursos para
aquisição de equipamentos de custo elevado.
– Reduz gastos com mobilização/desmobilização. Pode ocorrer de o deslocamento do
equipamento até o local da obra suplantar os custos adicionais com a locação,
principalmente se o volume dos serviços a serem executados com o equipamento em
questão for pequeno. 382
Locação x Equipamentos Próprios
• O Acórdão 2.735/2011 – Plenário determinou ao ente auditado que
evitasse utilizar, nas estimativas de custos, o valor da locação de
equipamentos ao invés do seu custo horário, em especial para as
situações em que os dispêndios da primeira opção se revelarem
superiores aos da segunda, como ocorre, por exemplo, quando da
utilização de equipamentos por longo período de tempo e para grande
quantidade de serviços :
• “9.1.4. desenvolva metodologia para estimar o custo horário de
máquinas e equipamentos próprios das contratadas, considerados os
custos de operação e manutenção, a vida útil, a produtividade, os
valores residuais e os critérios de depreciação dos equipamentos,
segundo metodologia consagrada pela engenharia de custos;
• (...)
• 9.2.1. se abstenha de utilizar, nas estimativas de custos, o valor da
locação de equipamentos, em detrimento do seu custo horário, nos
casos em que o dispêndio com a locação superar o custo de aquisição
dos equipamentos, incluídas as despesas com operação e manutenção;

383
Locação x Equipamentos Próprios
• Acórdão 479/2015–Plenário (Voto condutor):

52. Todavia, solicitei que minha assessoria realizasse exame da referida


peça, a qual chegou às seguintes conclusões
(...)
52.8. O orçamento contém previsão dos montantes de R$ 1.010.100,00 e
R$ 117.600,00 para a locação de containers, valores elevados,
considerando a possibilidade de a futura contratada adquirir as
referidas instalações em vez de locá-las, opção aparentemente mais
vantajosa do que custear os alugueis por 60 meses.

384
Custo mensal x custo horário x custo diário
• Em muitas circunstâncias se dispõe de uma cotação de um valor mensal do
equipamento. Em outros casos, obtém-se um custo horário do equipamento no
Sinapi ou outra fonte e torna-se necessário estabelecer um custo diário ou
mensal.
• Por exemplo, uma escavadeira hidráulica do Sinapi possui custo horário (CHP) de
R$ 147,04.
• O manual considera que o equipamento trabalha 2000 horas por ano.
• Assim, o custo mensal do equipamento é:
• CHPmes = 2000/12 x 147,04 = R$ 24.506,67
• O CHI do equipamento é R$ 51,49.
• Adotando um FTT de 0,8, ou seja, o total de horas disponíveis no ano é de 2500,
conclui-se que as horas improdutivas são 500 horas.
• Assim, o CHImes = 500/12 x 51,49 = R$ 2.145,42
• O custo total mensal = 26652,09.

385
Chuvas
• Acórdão 1.637/2016–Plenário:
78. Recentemente, no âmbito do Acórdão 2.514/2015-Plenário, de minha
relatoria, o TCU acolheu a tese de que não é aceitável a inclusão do “fator
chuva” nos orçamentos de obras rodoviárias, pois a precipitação de chuvas
ordinárias não repercute de modo significativo sobre os custos dos
empreendimentos, além de ser contrabalanceada por fatores não
considerados pelo Sicro na formação do preço de referência, como fator de
barganha, economia de escala, valor residual subestimado no cálculo das
depreciações dos equipamentos, produtividades ultrapassadas, entre
outros. Na ocasião, assinalei que “desde a prolação do Acórdão
2.061/2006-Plenário, em 8/11/2006, o Tribunal passou a rejeitar a inclusão
do ‘fator chuva’ nos orçamentos de obras rodoviárias”. Esse entendimento
baseou-se no fato de que a mera ocorrência de chuvas ordinárias não
deveria repercutir sobre os custos consignados no Sicro, “porque a
influência das precipitações seria pouca sobre o total contratado e seria
contrabalançada por outros fatores não considerados pelo sistema
orçamentário (fator de barganha e fator de escala para compra dos
insumos, valor residual subestimado no cálculo das depreciações dos
equipamentos, produtividades ultrapassadas, etc.)”. 386
Chuvas
• Acórdão 1.637/2016–Plenário:
(...)
79. Ainda que fosse admitida a incidência de tal fator, seu cálculo não
deveria jamais ocorrer segundo a metodologia propugnada pela
empreiteira, que acabou sendo acolhida pelo Acórdão 1.329/2009-Plenário,
pois as chuvas não podem repercutir no fator de eficiência e,
consequentemente, na produtividade das equipes mecânicas. As
precipitações causam aumento apenas dos custos improdutivos dos
equipamentos em virtude os períodos ociosos.

387
Considerações sobre o custo improdutivo dos equipamentos

• Há grande controvérsia acerca da necessidade de consideração de


depreciação e de juros nos custos improdutivos dos equipamentos.
• Atualmente tanto o novo Sicro quanto o Sinapi estão considerando tais
rubricas no custo improdutivo dos equipamentos.
• A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) colocou em
Consulta Nacional o projeto das quatro partes da NBR 16633 –
Elaboração de Orçamento e Formação de Preço para Obras de
Infraestrutura. A citada NBR também incluiu a depreciação e o juros nos
custos improdutivos dos equipamentos.
• A despeito disso, o antigo Sicro-2, a meu ver, adotava premissas mais
adequadas, considerando que o único custo improdutivo do equipamento
corresponde ao salário do seu operador acrescido dos respectivos
encargos sociais.
• No que tange à depreciação, enfatiza-se que ambos os critérios
produzem resultados análogos. Explica-se melhor:

388
Considerações sobre o custo improdutivo dos equipamentos
• Se por um lado a inclusão da depreciação no custo improdutivo dos
equipamentos elevará o seu valor, por outro lado, haverá igual
redução no correspondente custo operativo.
• Lembro que, ao final da vida útil, o valor acumulado de depreciação deve
corresponder efetivamente ao custo de reposição do maquinário.
• Assim, a depreciação horária terá um determinado valor se for
considerada apenas no custo horário operativo do equipamento, mas, se
for apropriada tanto na hora improdutiva quanto produtiva da máquina,
seu valor será amortizado em uma quantidade maior de horas, resultando
em um menor valor horário de depreciação.
• A tabela a seguir ilustra um exemplo para um típico caminhão basculante:

389
Considerações sobre o custo improdutivo dos equipamentos

390
Considerações sobre o custo improdutivo dos equipamentos
• No que diz respeito à parcela do custo de oportunidade do capital
aplicado em equipamentos, existem duas alternativas de imputação. Na
primeira metodologia, os juros relativos aos equipamentos são
considerados diretamente no cálculo do custo horário da máquina,
conforme atualmente adotado pelo Sicro e pelo Sinapi.
• Outra forma de fazê-lo, segundo o método que era preconizado pelo
Manual de Custos Rodoviários do Sicro-2, seria computar seu valor
agregado ao resultado da operação global, ou seja, remetê-lo ao BDI.
• Tal alternativa me parece mais adequada, pois o custo de oportunidade,
embora seja um custo econômico do construtor, não representa um
dispêndio financeiro deste, pois não implica na realização de qualquer
pagamento ou desembolso de recursos.
• Além disso, trata-se de um custo irrecuperável ou afundado, na medida
em que a aquisição do equipamento já foi realizada.
• Tomada a decisão de adquirir o maquinário, o investimento realizado é
definitivo é só se justificaria se houvesse a expectativa de auferir algum
retorno com a sua utilização no processo produtivo da empresa.

391
Considerações sobre o custo improdutivo dos equipamentos
• Assim, o construtor incorrerá nesse custo econômico independentemente
de realizar a obra ou não.
• Ainda que o equipamento fique estacionado em um depósito, sem
utilização em qualquer obra, subiste o custo de oportunidade de sua
aquisição, o que demonstra que tal rubrica não está associada à
realização de uma obra em particular, mas a uma estratégia empresarial
que nem sempre guarda relação de causa e efeito com a atividade
produtiva da construtora.

392
Custos com equipamentos em função de sua classificação.
– Equipamentos de pequeno porte:
• Não há incidência de impostos sobre sua propriedade;
• Não costumam ser segurados;
• Sua operação não necessita de operador exclusivo, podendo
ser operados por oficiais ou ajudantes;
• Os custos com mobilização/desmobilização e instalação não
são relevantes.
• Embora existam, os custos horários improdutivos, por
simplificação, podem ser desconsiderados pelo orçamentista.
• Os custos horários operativos levam em conta as seguintes
parcelas: depreciação, custo de oportunidade,
combustível/energia elétrica, custos com manutenção. A mão de
obra de operação, representada pelo oficial ou servente, já
consta da composição de custo unitário como um insumo
específico.
• Exemplos: betoneira, vibrador, policorte, máquina de solda,
serra circular. 393
Custos com equipamentos em função de sua classificação.
– Equipamentos ordinários:
• Existe incidência de impostos sobre sua propriedade, quando
emplacados;
• Podem ser segurados, conforme política do construtor;
• São operados por mão de obra especializada;
• São mobilizados por meios próprios (caminhões) ou
transportados em carretas. Os custos com mobilização e
desmobilização devem ser considerados;
• Os custos horários improdutivos costumam ser considerados;
• Os custos horários operativos levam em conta as seguintes
parcelas: depreciação, custo de oportunidade,
combustível/energia elétrica, mão de obra do operador, seguros
e impostos, custos com manutenção.
• Exemplos: equipamentos de terraplanagem, pavimentação e
transporte; caminhões betoneiras, pequenos guindastes,
bombas lança para concretagem, compressores e geradores
estacionários. 394
Custos com equipamentos em função de sua classificação.
– Equipamentos especiais:
• Existe incidência de impostos sobre sua propriedade, quando
emplacados;
• Dado o seu grande valor, costumam ser segurados;
• São operados por mão de obra especializada;
• Geralmente exigem projetos próprios para sua instalação. Os
custos com mobilização e montagem são muito relevantes e
não podem ser desconsiderados.
• Os custos horários improdutivos devem ser considerados;
• Os custos horários operativos levam em conta as seguintes
parcelas: depreciação, custo de oportunidade,
combustível/energia elétrica, mão de obra do operador, seguros
e impostos, custos com manutenção. Também podem
considerar outras particularidades.
• Exemplos: guindastes de grande porte, gruas, dragas hopper,
tuneladora, grandes embarcações.
395
Produção das equipes mecânicas e rendimento dos
equipamentos
• Todos os equipamentos têm um rendimento e um ciclo ótimos que
podem ser utilizados como base para fazer uma estimativa da
produtividade. Além disso, deve-se levar em conta na estimativa da
produtividade a natureza da atividade a realizar, a eficiência da
máquina, a eficiência do operador e, no caso dos equipamentos de
escavação, o tipo de solo a ser escavado.
• Para demonstrar a metodologia de estimativa das produções das
equipes mecânicas e dos coeficientes operativos e improdutivos dos
equipamentos, apresentam-se os parâmetros utilizados pelo Sicro-2 do
DNIT para o serviço de escavação, carga e transporte de material de
primeira categoria – DMT 200 a 400 m – com o uso de pá carregadeira.
seguir:

396
Produção das equipes mecânicas e rendimento dos
equipamentos

397
Produção das
equipes
mecânicas e
rendimento dos
equipamentos

398
Templo de ciclo

 É a soma do tempo fixo, tempo de ida e


tempo de retorno;

399
Fatores de correção de produtividade

 FATOR DE CARGA;
 FATOR DE CONVERSÃO;
 FATOR DE EFICIÊNCIA.

400
Fator de conversão

 É a relação entre o volume do material para o qual está sendo


calculado o custo unitário e o volume do mesmo material que está
sendo manuseado. Na terraplenagem, representa a relação entre o
volume do corte e o volume do material solto.
Fator de eficiência

 É a relação entre o tempo de produção efetiva e o tempo de


produção nominal. Para calcular o fator de eficiência, devem
ser observados os seguintes critérios: para cada hora do seu
tempo total de trabalho, será estimada a produção efetiva de
50 minutos, para que sejam levados em consideração os
tempos gastos em alterações de serviço ou deslocamentos,
preparação da máquina para o trabalho e sua manutenção.

402
Produção das equipes mecânicas e rendimento dos
equipamentos
• Fator de Carga (g) - o fator de carga é a relação entre a capacidade
efetiva do equipamento e a capacidade nominal. Os valores adotados
encontram-se nas faixas recomendadas pelos fabricantes e são os
seguintes:
- Material de 1a Categoria: 0,90
- Material de 2a Categoria: 0,80
- Material de 3a Categoria: 0,70

403
Exercício:
• Na construção de uma rodovia, um dos serviços a ter o preço avaliado
é a escavação, carga e transporte de material de primeira categoria –
DMT 200 a 400 metros – com a utilização de pá-carregadeira. A
composição apresentada pelo Sicro-2 para o aludido serviço, bem
como o demonstrativo de cálculo da produção horária da equipe
constam dos slides anteriores.
• No caso avaliado, verificou-se que o tráfego de caminhões é bastante
prejudicado por se tratar de um serviço executado em terreno muito
acidentado. Assim, as velocidades médias de ida e de volta
efetivamente aferidas são de 100 metros por minuto e 200 metros por
minuto, respectivamente. Ensaios laboratoriais também verificaram que
o fator de conversão do solo é de 0,70. Diante do exposto, responda
aos seguintes questionamentos:
• 1) Qual é a produção da equipe trabalhando com as condições
apresentadas?
• 2) Quais os coeficientes operativos e improdutivos de utilização dos
equipamentos?
404
Resolução:

405
3ª Etapa – BDI
Classificação dos Custos

Passíveis de serem
Só podem ser alocados a cada
identificados, quantificados e
entidade objeto de custeio por
mensurados de forma direta e
meio algum critério de rateio ou
objetiva a cada entidade
estimativa
objeto de custeio

Custos Diretos Custos Indiretos

Fundamentação:
• Conceitos da contabilidade de custos e Pronunciamento Técnico CPC 17
(Contratos de Construção)
• Jurisprudência do TCU (Acórdãos 325/2007-P, 2.369/2011-P e 2.622/2013
- Plenário)
• Princípio das transparência dos gastos públicos
• Lei 8.666/1993 (art. 30, §6º, e art. 40, XIII) e Decreto 7.983/2013 (art. 17)
Classificação dos Custos
• No caso da construção civil, a definição do objeto de custeio ainda suscita
divergências no meio técnico, visto que, a depender do critério adotado, o
objeto de custeio pode ser tanto a própria obra em seu conjunto como
também as suas unidades de serviços.
• Na visão do TCU, o principal objeto de custeio é o contrato de construção,
o que permite separar os custos que devem ser alocados direta ou
indiretamente a cada contrato objeto de custeio, conforme recentes
normas técnicas do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC),
emitidas em convergência com os padrões internacionais de contabilidade
a partir da publicação da Lei 11.638/2007 e da Lei 11.941/2009, que
introduziram relevantes alterações na forma de contabilização e
evidenciação dos fatos contábeis previstos na Lei das Sociedades
Anônimas (Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976).
Histórico da Atuação do TCU
 Acórdão 325/2007-Plenário
◦ Estabeleceu marco conceitual sobre BDI
◦ Faixa de BDI para de Linhas de transmissão e subestações

 Acórdão 2.369/2011-Plenário
◦ Faixas de BDI por tipo de obra
◦ Diferenciação do BDI em função do valor da obra
◦ Questionamentos quanto ao suporte estatístico
◦ Determinação de criação de novo Grupo de Trabalho

 Acórdão 2.622/2013-Plenário
◦ Aprimoramento e consolidação dos conceitos sobre BDI
◦ Adoção da CNAE como critério de classificação de obras
◦ Abordagem contábil do BDI
◦ Rigorosa metodologia estatística
Conceituação de BDI

•Método de formação de preço de obra é semelhante ao


conceito de mark-up citado pela literatura de contabilidade
de custos.
•Para Lima Júnior (1993, p. 79/83), semelhante a outros
setores econômicos, na construção civil, “o setor se
comporta exatamente da mesma forma, trabalhando com
custos orçados e um ‘mark-up’ paramétrico, chamado BDI,
para cobrir todas as contas que devem ter margem de
contribuição no preço, inclusive lucro”.
•No mesmo sentido, Freires e Plamplona (2005, p. 5)
consideram que o BDI “é a taxa de mark-up utilizada para a
formação do preço de venda de serviços de engenharia,
sendo aplicado no ramo da construção civil brasileira desde
meados da década de 1970” .
Conceituação de BDI
•O Instituto de Engenharia conceitua BDI como ‘o
resultado de uma operação matemática para indicar
a margem que é cobrada do cliente incluindo todos
os custos indiretos, tributos, etc. e logicamente sua
remuneração pela realização de um
empreendimento’.
•André Luiz Mendes e Patrícia Reis Leitão Bastos
definem BDI como a ‘taxa correspondente às
despesas indiretas e ao lucro que, aplicada ao custo
direto de um empreendimento (materiais, mão de
obra, equipamentos), eleva-o ao seu valor final’.
•O TCU, na Decisão 255/1999-Plenário, definiu o
BDI ‘como um percentual aplicado sobre o custo
para chegar ao preço de venda a ser apresentado
ao cliente’.
LDI ou BDI

PV = CD x (1 + BDI)

• PREÇO DE VENDA (PV)


• CUSTOS DIRETOS
• BDI (despesas indiretas, impostos e lucro)
BDI x Caracterização do Sobrepreço
• A análise de preços deve se dar sempre mediante a comparação de preço
contratado/orçado com o preço paradigma de mercado, da seguinte forma:

Preço contratado/orçado <= Preço de mercado ou

Custo contratado + BDI contratual <= Custo paradigma + BDI paradigma.

• A análise isolada de apenas um dos componentes do preço (custo direto ou


BDI) não é suficiente para a caracterização de sobrepreço.
• Um BDI elevado pode ser compensado por um custo direto contratual abaixo do
paradigma.
• Contudo, deve-se tomar cuidado com os casos de aditivos incluindo novos
serviços, cujos preços devem ser negociados entre as partes. A incidência de um
BDI elevado pode tornar o preço dos novos serviços superiores aos de mercado,
ocasionando um tipo peculiar de “jogo de planilha”.
Um BDI elevado configura sobrepreço?
•Nesse sentido, o Acórdão 2.622/2013-Plenário orientou os
jurisdicionados a estabelecerem, nos editais de licitação,
que, na hipótese de celebração de aditivos contratuais para a
inclusão de novos serviços, o preço desses serviços será
calculado considerando o custo de referência e a taxa de BDI
de referência especificada no orçamento-base da licitação,
subtraindo desse preço referencial a diferença percentual entre
o valor do orçamento-base e o valor global do contrato obtido
na licitação, com vistas a garantir o equilíbrio econômico-
financeiro do contrato e a manutenção do percentual de
desconto ofertado pelo contratado, em atendimento ao art. 37,
inciso XXI, da Constituição Federal e aos artigos 14 e 15 do
Decreto 7.983/2013.
Composição do BDI

DESPESAS
CONTINGÊNCIAS
FINANCEIRAS

SEGUROS E
REMUNERAÇÃO
GARANTIAS

ADMINISTRAÇÃO
CENTRAL BDI TRIBUTOS SOBRE
FATURAMENTO
Administração Central
• As despesas da Administração central são aquelas incorridas
durante um determinado período com salários de todo o
pessoal administrativo e técnico lotado na sede central da
empresa, pró-labore de diretores, viagens de funcionários a
serviço, veículos, aluguéis, consumos de energia, água, gás,
telefone fixo ou móvel, combustível, refeições, transporte,
materiais de escritório e de limpeza, seguros e demais
despesas administrativas.

• Diversos fatores podem influenciar as taxas de administração


central praticadas pelas empresas, dentre elas podem ser
citadas: estrutura da empresa, número de obras que a
empresa esteja executando no período, complexidade e
prazo das obras.

• Daí, se depreende que, por exemplo, uma empresa com


maior número de obras poderá praticar uma taxa de
administração central inferior à empresa do mesmo porte com
apenas um canteiro.
Métodos de Rateio da Administração Central

As equações apresentadas servem para a construtora calcular sua taxa de


administração central, mas são inúteis para o gestor público, pois este não
conhece a priori qual o faturamento e a estrutura de custos da empresa que irá
ganhar a licitação e executar a obra. Assim, o órgão ou entidade que for compor o
BDI para fins de licitação deve avaliar com critério técnico qual a estrutura mínima
que deve ser exigida da empresa, abaixo do qual pode comprometer uma boa
gestão do contrato, mas convenhamos que essa avaliação é extremamente
subjetiva.
Despesas Financeiras
•Despesas financeiras são gastos relacionados ao custo de oportunidade
do capital decorrente da necessidade de financiamento exigida pelo fluxo
de caixa da obra e ocorrem sempre que os desembolsos acumulados
forem superiores às receitas acumuladas.
•Nas obras públicas, as empresas construtoras normalmente necessitam
investir capital, pois as entidades contratantes só podem legalmente pagar
pelos serviços efetivamente realizados (Lei n.º 4.320/1964, arts. 62 e 63) e
dispõem de 30 (trinta) dias para realizar o pagamento. No entanto, a
empresa pode equilibrar seu fluxo de caixa com os prazos obtidos junto
aos seus fornecedores.
•O capital investido pelas empresas pode ser próprio, quando utilizarem
recursos que já possuam em seus caixas, ou de terceiros. No caso do
capital próprio, a taxa de juros referencial para o mercado financeiro mais
adequada é a taxa SELIC, taxa oficial definida pelo comitê de política
monetária do Banco Central.
Despesas Financeiras

DF = taxa de despesa financeira;


DU = média de dias úteis entre os desembolsos para aquisição dos
insumos necessários para execução da obra e o pagamento dos serviços
executados.
Contingências

• Existem ocorrências não previstas que podem repercutir no


custo da obra e deverão ser arcadas pelo contratado. Dentre
elas podemos citar: perdas excessivas de material (devido a
quebra ou retrabalho), perdas de eficiência de mão de obra,
greves, condições climáticas atípicas, furtos, acidentes de
trabalho, defeitos nos equipamentos, inadimplência dos
fornecedores, dentre outros.
• A taxa de contingência é determinada como um percentual
sobre o custo direto da obra e depende de uma análise
global do risco do empreendimento.
• Questões que possam ser previamente convencionadas no
contrato, que possam ser seguradas, ou ensejem reequilíbrio
econômico-financeiro, não devem ser enquadradas como
contingências.

420
Mensuração das Contingências

• A etapa de mensuração dos riscos envolve a análise da


probabilidade de ocorrência e do cálculo dos possíveis
impactos dos eventos identificados que são capazes de
influenciar os custos totais de implantação de uma obra, com
vistas a determinar a dimensão de cada risco e a definir a
melhor forma de gerenciar tais riscos.
• Essa etapa da análise de riscos requer, essencialmente, o
conhecimento, experiência e habilidade do estimador, bem
como a existência de bancos dados e a disponibilidade de
outras informações sobre projetos anteriores semelhantes.
• Os métodos geralmente empregados para a mensuração dos
riscos podem contemplar tanto análises qualitativas como
também análises quantitativas.

421
Análise Quantitativa dos Riscos
• A análise quantitativa de riscos tem a função de analisar
numericamente a probabilidade de ocorrência de cada risco,
identificando o seu impacto no custo da obra.

Evento Relacionado Probabilidade de Impacto do Evento Valor Monetário do


ao Risco Ocorrência (%) - Ganho ou Perda Evento de Risco
(R$)
Evento 1 P1 I1 R1 = P1 x I1
Evento 2 P2 I2 R2 = P2 x I2
Evento 3 P3 I3 R3 = P3 x I3
... ... ... ...
Evento n Pn In Rn = Pn x In
Total ∑Ri = ∑Pi x Ii
Limitações da abordagem ilustrada acima:
•Subjetividade e falta de dados para estimar a probabilidade e impacto
de cada risco.
•Considera apenas um cenário entre os diversos possíveis.
Mensuração das Contingências

• Atualmente, considera-se que um dos melhores métodos


para o tratamento e quantificação dos riscos, a partir de uma
abordagem probabilística, seja feito a partir de simulações de
Monte Carlo (SMC).
• Trata-se de um método estatístico que tem sido utilizado para
obter aproximações numéricas de funções complexas, que
envolve a geração de observações de alguma distribuição de
probabilidades e o uso da amostra obtida para aproximar a
função de interesse, com o objetivo de descrever a
distribuição e as características dos possíveis valores de uma
variável dependente.

423
Simulações de Monte Carlo
• O método de Monte Carlo (MC) é ilustrado abaixo, sendo que a
previamente temos de ter as distribuições de entradas (inputs) e as
equações que as ligam ao resultado (output):
Definições da AACEi (Acórdão TCU Nº
571/2013-Plenário)
Contingências:
• Uma das formas de se calcular a contingência é
atribuir a ela um valor tal que, se adicionado à
estimativa de custos original, eleva para 50% a
probabilidade de que o valor estimado com essa
contingência seja superior ao custo real do
empreendimento.

425 425
Conceito de Contingência

426 426
Estudo de Caso

Estimativa da Taxa de
Contingência

427
Seguros e Garantia
•A fim de se resguardar de incidentes do empreendimento, o licitante pode firmar
contrato de seguro, a fim de ser indenizado pela ocorrência de eventuais
sinistros. Dessa forma, o seguro deve corresponder a objetos definidos da obra,
pelos quais o empreendedor deseja ser ressarcido no caso de perdas e pode
abranger casos de roubo, furto, incêndio, perda de máquinas ou equipamentos,
dentre outros aspectos das obras civis
•A garantia contratual está prevista no art. 56 da Lei n.º 8.666/1993, que estatui
poder a Administração Pública para exigi-la:

‘Art. 56 A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que


prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de
garantia nas contratações de obras, serviços e compras’.

•Esta exigência faz parte das cautelas que a Administração Pública pode tomar
para assegurar o sucesso da contratação. Trata-se, contudo, de exigência
discricionária, que poderá ser requerida nas hipóteses em que existirem riscos de
lesão ao interesse público, caso contrário, a Administração pública não
necessitará impô-la. A exigência de garantia deve constar do instrumento
convocatório.
•As garantias e os seguros das obrigações contratuais são gastos que resultam
de exigências contidas nos editais de licitação e só podem ser estimadas caso a
caso, mediante avaliação do ônus econômico-financeiro que poderá recair sobre
o licitante.
Impostos
ISS (Imposto Sobre Serviço) – O art. 88 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, com a redação dada pela Emenda
Constitucional n.º 37/2002, fixou a alíquota mínima do ISS em 2% (dois por
cento), ao passo que a alíquota máxima foi fixada em 5% (cinco por cento)
pelo art. 8º, II, da LC n.º 116/2003. Os municípios gozam de autonomia para
fixar as alíquotas do ISS, desde que respeitados esses limites.
Ainda existe muita controvérsia na questão da base de cálculo para
aplicação da alíquota do ISS. A aplicação da alíquota de ISS não deveria
incidir sobre o custo dos materiais, pois resulta na bitributação dos materiais
pelo ICMS e, depois, pelo ISS. Porém, alguns municípios adotam o critério
de calcular o ISS sobre o valor total da fatura. Aguarda-se pronunciamento
do Poder Judiciário quanto a essa questão.
Outro aspecto do ISS a ser observado é que o ISS é devido no local da
execução da obra. Observa-se também que algumas obras são executadas
simultaneamente em vários municípios, por exemplo, estradas, gasodutos,
adutoras, linhas de transmissão e ferrovias. Nesses casos, a base de cálculo
do tributo será proporcional, conforme o caso, à extensão da ferrovia,
rodovia, dutos e condutos de qualquer natureza, cabos de qualquer
natureza, ou ao número de postes, existentes em cada Município.
ISS – O Problema da Base de Cálculo
ISS – Deliberações do Acórdão 2.622/2013 - Plenário

9.3.2.3. adotar, na composição do BDI, percentual de ISS compatível com a


legislação tributária do(s) município(s) onde serão prestados os serviços previstos
da obra, observando a forma de definição da base de cálculo do tributo prevista na
legislação municipal e, sobre esta, a respectiva alíquota do ISS, que será um
percentual proporcional entre o limite máximo de 5% estabelecido no art. 8º, inciso
II, da LC n. 116/2003 e o limite mínimo de 2% fixado pelo art. 88 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias;
ISS – Exemplo
Considere a curva ABC de insumos a seguir, e com base em uma legislação
municipal que prevê uma alíquota de ISS de 3%, a incidir sobre o valor total da
fatura, descontados os materiais aplicados na obra, vamos calcular a alíquota
efetiva do citado imposto.
ISS – Exemplo

A curva ABC de insumos está resumida a seguir, em que os insumos foram


agrupados por tipo:

Tipo de Insumo Preços Parciais (%)


Equipamento 30.792.671,09 56,9
Mão de Obra 3.838.553,24 7,1
Material 19.529.831,37 36,1
Total geral 54.161.055,70 100,0

Com base em uma legislação municipal que prevê uma alíquota de ISS de 3%, a
incidir sobre o valor total da fatura, descontados os materiais aplicados na obra, a
alíquota efetiva do citado imposto seria de:

3% x (1 – 36,1%) = 1,92%

Assim, a alíquota de ISS a ser utilizada na composição do BDI seria de 1,92%.


Impostos – PIS e COFINS
• O Programa de Integração Social (PIS) foi instituído pela
Lei Complementar n.º 7, de 7 de setembro de 1970.
• A Contribuição Social para Financiamento da Seguridade
Social (COFINS) foi instituída pela Lei Complementar n.º
70, de 30 de dezembro de 1991, com a finalidade de
financiar as despesas das áreas de Saúde, Previdência e
Assistência Social.
• Com a Lei n.º 10.637, de 30 de dezembro de 2002, foi
estabelecido o sistema não cumulativo para o cálculo
desta contribuição para o PIS, passando a mesma a incidir
sobre o valor agregado em cada etapa do processo
produtivo. A alíquota do tributo foi majorada de 0,65%,
para 1,65%.
• Com o advento da Lei n° 10.833, de 29 de dezembro de
2003, a apuração não-cumulativa foi estendida também
para a COFINS, com alteração da alíquota de 3% para
7,6%.
Impostos – PIS e COFINS
• A aplicação da não cumulatividade de PIS/COFINS para as de obras
de construção civil tem sido sistematicamente prorrogada. Até o
momento estão em vigor as alíquotas de 3% e 0,65%. Essa não
cumulatividade significa a possibilidade de se efetuar descontos de
créditos obtidos pela empresa, de acordo com o art. 3º da referida
norma, sobre os valores resultantes da aplicação das novas alíquotas.
Cabe ressaltar que as pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de
renda com base no lucro presumido ou arbitrado e as optantes pelo
simples não se enquadram no novo sistema de não cumulatividade, ou
seja, permanecem sujeitas às normas da legislação do PIS e da
COFINS vigentes anteriormente às Leis 10.637/2002 e 10.833/2003,
respectivamente, consoante o art. 8º, incisos II e III, e art. 10, incisos II
e III, das referidas leis.
• A última prorrogação se deu pela Lei 12.375/10, fruto da conversão
da MP 499, que prorrogou a autorização legal para que as empresas
de construção civil continuassem no sistema cumulativo do
PIS/COFINS até 31 de dezembro de 2015. O artigo 8º da Lei
12.375/10 alterou a redação do inciso XX do artigo 10 da Lei
10.833/03, que passou a vigorar com a seguinte redação:
• “Artigo 10… XX As receitas decorrentes da execução por
administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção
civil, até 31 de dezembro de 2015.”
• A Lei 13043/2014 tornou essa previsão permanente.
PIS/Cofins – Acórdão 2.622/2013 – Plenário

• 9.3.2.4. estabelecer, nos editais de licitação, que as empresas sujeitas ao


regime de tributação de incidência não cumulativa de PIS e COFINS
apresentem demonstrativo de apuração de contribuições sociais
comprovando que os percentuais dos referidos tributos adotados na taxa
de BDI correspondem à média dos percentuais efetivos recolhidos em
virtude do direito de compensação dos créditos previstos no art. 3º das
Leis ns. 10.637/2002 e 10.833/2003, de forma a garantir que os preços
contratados pela Administração Pública reflitam os benefícios tributários
concedidos pela legislação tributária;
• 9.3.2.5. prever, nos editais de licitação, a exigência para que as empresas
licitantes optantes pelo Simples Nacional apresentem os percentuais de
ISS, PIS e COFINS discriminados na composição do BDI que sejam
compatíveis com as alíquotas a que a empresa está obrigada a recolher,
previstas no Anexo IV da Lei Complementar n. 123/2006, bem como que a
composição de encargos sociais não inclua os gastos relativos às
contribuições que essas empresas estão dispensadas de recolhimento
(Sesi, Senai, Sebrae etc.), conforme dispões o art. 13, § 3º, da referida Lei
Complementar;
PIS e Cofins

Acórdão 332/2015-Plenário (ementa)


A Administração deve observar, em suas contratações, a prática de preços de
mercado, de acordo com o princípio da economicidade, não cabendo questionar
os custos tributários efetivamente incorridos pelas contratadas, tampouco
remunerá-las ou apontar sobrepreço de acordo com esses custos. A efetiva
carga tributária de cada empresa é matéria intrínseca de sua estrutura
administrativa e componente de sua estrutura de custos, a qual não deve servir
de base para remunerações contratuais.
PIS e Cofins
Acórdão 332/2015-Plenário (Resumo)
...os responsáveis foram condenados ao pagamento de multa em razão, ..., da
falta de averiguação da efetiva carga tributária suportada pela contratada,
relativa aos tributos PIS e Cofins. Ao apreciar o recurso, o relator evidenciou
as dificuldades de se apurar a carga tributária das contratadas, destacando
que, a partir das Leis 10.637/02 (PIS) e 10.833/03 (Cofins), esses tributos, em
determinadas situações, passaram a ser cobrados sob o sistema da não
cumulatividade, no qual “a empresa poderá se beneficiar de créditos
referentes à incidência desses tributos sobre as diversas etapas de sua
cadeia produtiva e de comercialização”. Dessa forma, explicou o relator, a
efetiva carga tributária de cada empresa dependerá do seu perfil de dispêndio
e de diversas outras variáveis, sendo permitido ainda que a empresa, na
execução de determinado contrato, utilize créditos tributários de outras
operações comerciais, ou transfira para outras operações créditos obtidos na
execução contratual. Nesse sentido, citou o Acórdão 2.531/2013-Plenário, que
retratou a dificuldade de apuração dos créditos tributários, uma vez que “ter-
se-ia que analisar toda a cadeia de produção ou comercialização da empresa,
aferindo-se caso a caso o enquadramento de cada situação na legislação
tributária e os seus eventuais efeitos financeiros”. Sobre o caso concreto,
observou que não se trata de modalidade de execução denominada
“administração contratada”, na qual a remuneração contratual depende dos
PIS e Cofins
Acórdão 332/2015-Plenário (Resumo)
... “Ou seja, depois de fixado o preço de mercado pela administração,
considerando-se, no caso, a carga tributária usual de mercado, e, de acordo
com esse critério, fixado o valor do item contratado, não cabe à administração
perquirir os custos efetivamente incorridos pelas contratadas de forma a
remunerá-la de acordo com esses custos”. Ressaltou ainda que, em um
ambiente de competitividade empresarial, é razoável que a empresa
considere eventuais vantagens de seu planejamento tributário quando da
elaboração de suas propostas, de forma que “a existência de eventuais
créditos tributários não considerados expressamente na proposta da
contratada não indica, por si só, a existência de sobrepreço” (Acórdão
2.531/2013-Plenário). Por fim, registrou que “a carga tributária de cada
empresa é matéria intrínseca de sua estrutura administrativa e componente de
sua estrutura de custos, a qual não deve servir de base para remunerações
contratuais. Caso se entenda de forma diversa, estar-se-ia admitindo que
empresas com menor carga tributária (v.g. microempresas e empresas de
pequeno porte) deveriam ser remuneradas, pela execução de idêntico objeto
contratual, por valores menores do que os auferidos pelas demais empresas.
Haveria, de forma indireta, uma interferência nas margens de lucro a serem
auferidas nas contratações, o que iria de encontro ao princípio da livre
iniciativa”. Considerando que a falta de averiguação da efetiva carga tributária
CPRB
Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB)
A Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB) refere-se à
nova sistemática de recolhimento da contribuição previdência criada
pela União para desonerar a folha de salários de diversas atividades
econômicas em substituição à atual contribuição previdenciária sobre a
folha de pagamentos, com vistas a fomentar investimentos produtivos e
dinamizar o nível de atividade em setores relevantes da economia
nacional.
Frise-se que essa nova sistemática somente se aplica às obras
desoneradas.
Com essas medidas, nos seus respectivos períodos de vigência, a base
de cálculo da contribuição previdenciária patronal, que atualmente é de
20% sobre a folha de pagamento, será substituída pelo percentual de
4,5% aplicado sobre o valor da receita bruta, que compreende a receita
decorrente da venda de bens nas operações de conta própria, a receita
decorrente da prestação de serviços e o resultado auferido nas
operações de conta alheia, excluídas as vendas canceladas e os
descontos incondicionais concedidos.
IRPJ e CSLL

Súmula TCU nº 254/2010

O IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica – e a


CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido –
não se consubstanciam em despesa indireta
passível de inclusão na taxa de Bonificações e
Despesas Indiretas – BDI do orçamento-base da
licitação, haja vista a natureza direta e
personalística desses tributos, que oneram
pessoalmente o contratado.
IRPJ e CSLL

Acórdão 648/2016-Plenário
A inclusão, na composição do BDI constante das propostas das licitantes,
do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido (CSLL) não é vedada nem acarreta, por si só, prejuízos ao erário,
pois é legítimo que empresas considerem esses tributos quando do cálculo da
equação econômico-financeira de suas propostas, desde que os preços
praticados estejam de acordo com os paradigmas de mercado. O que é vedado
é a inclusão do IRPJ e da CSLL no orçamento estimativo da licitação.
Legislação sobre BDI
Decreto 7.983/2013, art. 9º
Art. 9º O preço global de referência será o resultante do custo global de
referência acrescido do valor correspondente ao BDI, que deverá
evidenciar em sua composição, no mínimo:
I - taxa de rateio da administração central;
II - percentuais de tributos incidentes sobre o preço do serviço, excluídos
aqueles de natureza direta e personalística que oneram o contratado;
III - taxa de risco, seguro e garantia do empreendimento; e
IV - taxa de lucro.

443
Remuneração
•Diversas terminologias são empregadas pela literatura
especializada para descrever o significado da letra “B” da
sigla BDI: “Bônus”, “Bonificação” ou “Benefício”, “Margem de
Contribuição”, “Lucro Líquido ou Operacional”.
•A despeito disso, entende-se que todas as terminologias têm
o mesmo significado conceitual: que é a remuneração do
empresário pelo desenvolvimento de uma atividade
econômica.
•Há um equívoco na tentativa de tomar o lucro contábil como
elemento definidor da natureza de remuneração dos
orçamentos de obras públicas, já que os dois conceitos têm
conteúdos distintos, que não se confundem.

444
Lucro ou Remuneração?
•A remuneração é estabelecida previamente, independente de outros
confrontos, enquanto que o lucro é um conceito posterior, relacionado ao
resultado econômico de uma empresa, incluindo suas atividades
operacionais e não operacionais.
•Por ser uma medida ex post de todas as atividades (principal e
acessória) de uma empresa, o lucro contábil pode ser influenciado por
diversos eventos não relacionados às atividades de construção civil,
como: resultado de equivalência patrimonial, receitas e despesas
financeiras não vinculadas ao financiamento da obra, alienação de
ativos permanentes da empresa, pagamento de dívidas, parcelas e
ações judiciais etc.
•Pode ocorrer que, ao final de um exercício financeiro, uma empresa
tenha prejuízo operacional, apesar de ter executado diversas obras com
remuneração positiva.

445
Fórmula de Cálculo do BDI
Não existe uma única fórmula de cálculo do BDI. A Bibliografia
apresenta diversas metodologias. Diante do exposto, apresenta-se a
seguinte equação para o cálculo do BDI, acolhida pelo recente Acórdão
2.369/2011 - Plenário:

 ( 1+ (AC + S + R + G))( 1+ DF)( 1+ L) 


BDI =   1 x100
 ( 1  I) 

Em que:
AC é a taxa de rateio da administração central;
S é uma taxa representativa de Seguros;
R corresponde aos riscos e imprevistos;
G é a taxa que representa o ônus das garantias exigidas em edital;
DF é a taxa representativa das despesas financeiras;
L corresponde ao resultado bruto e;
I é a taxa representativa dos impostos (PIS, COFINS e ISS).
Efeitos da alteração de tributos
(remuneração no denominador da fórmula do BDI)

Custo Direto da Obra


(CD): 1.000.000,00
Situação com ISS Original Situação após Amento do ISS
Rubrica (%) (R$) (%) (R$)
Administração Central (AC) 6% sobre CD 60.000,00 6% sobre CD 60.000,00
Riscos e Imprevistos (R) 1,5% sobre CD 15.000,00 1,5% sobre CD 15.000,00

Despesas Financeiras (DF) 1% sobre CD+AC+R 10.750,00 1% sobre CD+AC+R 10.750,00


Remuneração
(% no denominador) 7% sobre PV 88.016,79 7% sobre PV 90.103,73
PIS 0,65% sobre PV 8.172,99 0,65% sobre PV 8.366,78
COFINS 3% sobre PV 37.721,48 3% sobre PV 38.615,89
ISS 3% sobre PV 37.721,48 5% sobre PV 64.359,81
Total do BDI 25,74% sobre CD 257.382,74 28,72% sobre CD 287.196,21
Preço de venda (PV) 1.257.382,74 1.287.196,21
Efeitos da alteração de tributos
(remuneração no denominador da fórmula do BDI)

O exemplo ilustra os efeitos da remuneração do particular


no caso de uma possível elevação da alíquota de ISS de
3% para 5% na composição de BDI, acarretando um
aumento do valor absoluto da remuneração de R$
88.016,79 para R$ 90.103,73, somente em função do
aumento desse imposto, situação que careceria de
qualquer fundamentação jurídica e econômica, porquanto
não houve qualquer novo encargo que justificasse a
expansão da remuneração estabelecida pela empresa.

448
BDI Diferenciado
Súmula TCU nº 253/2010

Comprovada a inviabilidade técnico-econômica de


parcelamento do objeto da licitação, nos termos da
legislação em vigor, os itens de fornecimento de
materiais e equipamentos de natureza específica
que possam ser fornecidos por empresas com
especialidades próprias e diversas e que
representem percentual significativo do preço
global da obra devem apresentar incidência de taxa
de Bonificação e Despesas Indiretas - BDI reduzida
em relação à taxa aplicável aos demais itens.
BDI Diferenciado
Decreto 7.983/2013, art. 9º:
§ 1º Comprovada a inviabilidade técnico-econômica de parcelamento do
objeto da licitação, nos termos da legislação em vigor, os itens de
fornecimento de materiais e equipamentos de natureza específica que
possam ser fornecidos por empresas com especialidades próprias e
diversas e que representem percentual significativo do preço global da
obra devem apresentar incidência de taxa de BDI reduzida em relação à
taxa aplicável aos demais itens.
§ 2º No caso do fornecimento de equipamentos, sistemas e materiais em
que o contratado não atue como intermediário entre o fabricante e a
administração pública ou que tenham projetos, fabricação e logísticas não
padronizados e não enquadrados como itens de fabricação regular e
contínua nos mercados nacional ou internacional, o BDI poderá ser
calculado e justificado com base na complexidade da aquisição, com
exceção à regra prevista no § 1º.

450
BDI Referencial (Acórdão 2.622/2013 – Plenário)

9.1. determinar às unidades técnicas deste Tribunal que, nas


análises do orçamento de obras públicas, utilizem os
parâmetros para taxas de BDI a seguir especificados, em
substituição aos referenciais contidos nos Acórdãos ns.
325/2007 e 2.369/2011:

VALORES DO BDI POR TIPO DE OBRA - 1º QUARTIL, MÉDIO E 3º QUARTIL


TIPOS DE OBRA 1º Quartil Médio 3º Quartil
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS 20,34% 22,12% 25,00%
CONSTRUÇÃO DE RODOVIAS E FERROVIAS 19,60% 20,97% 24,23%
CONSTRUÇÃO DE REDES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA,
20,76% 24,18% 26,44%
COLETA DE ESGOTO E CONSTRUÇÕES CORRELATAS
CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DE ESTAÇÕES E REDES
24,00% 25,84% 27,86%
DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
OBRAS PORTUÁRIAS, MARÍTIMAS E FLUVIAIS 22,80% 27,48% 30,95%
BDI DIFERENCIADO PARA MATERIAIS E EQUIPAMENTOS 11,10% 14,02% 16,80%
Parâmetros do BDI (Ac. 2622/2013 – Plenário)
9.2. orientar as unidades técnicas deste Tribunal que:
9.2.1. nas análises do orçamento de obras públicas, quando a taxa de BDI estiver
fora dos patamares estipulados no subitem 9.1 deste Acórdão, procedam ao exame
pormenorizado dos itens que compõem essa taxa, utilizando como diretriz para esse
exame os seguintes percentuais obtidos no estudo de que tratam estes autos,
levando-se sempre em consideração as peculiaridades de cada caso concreto:

ADMINISTRAÇÃO CENTRAL SEGURO + GARANTIA RISCO


TIPOS DE OBRA
1º Quartil Médio 3º Quartil 1º Quartil Médio 3º Quartil 1º Quartil Médio 3º Quartil
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS 3,00% 4,00% 5,50% 0,80% 0,80% 1,00% 0,97% 1,27% 1,27%
CONSTRUÇÃO DE RODOVIAS E FERROVIAS 3,80% 4,01% 4,67% 0,32% 0,40% 0,74% 0,50% 0,56% 0,97%
CONSTRUÇÃO DE REDES DE ABASTECIMENTO
DE ÁGUA, COLETA DE ESGOTO E 3,43% 4,93% 6,71% 0,28% 0,49% 0,75% 1,00% 1,39% 1,74%
CONSTRUÇÕES CORRELATAS
CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DE ESTAÇÕES
E REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 5,29% 5,92% 7,93% 0,25% 0,51% 0,56% 1,00% 1,48% 1,97%
ELÉTRICA
OBRAS PORTUÁRIAS, MARÍTIMAS E FLUVIAIS 4,00% 5,52% 7,85% 0,81% 1,22% 1,99% 1,46% 2,32% 3,16%
DESPESA FINANCEIRA LUCRO
TIPOS DE OBRA
1º Quartil Médio 3º Quartil 1º Quartil Médio 3º Quartil
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS 0,59% 1,23% 1,39% 6,16% 7,40% 8,96%
CONSTRUÇÃO DE RODOVIAS E FERROVIAS 1,02% 1,11% 1,21% 6,64% 7,30% 8,69%
CONSTRUÇÃO DE REDES DE ABASTECIMENTO
DE ÁGUA, COLETA DE ESGOTO E 0,94% 0,99% 1,17% 6,74% 8,04% 9,40%
CONSTRUÇÕES CORRELATAS
CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DE ESTAÇÕES
E REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 1,01% 1,07% 1,11% 8,00% 8,31% 9,51%
ELÉTRICA
OBRAS PORTUÁRIAS, MARÍTIMAS E FLUVIAIS 0,94% 1,02% 1,33% 7,14% 8,40% 10,43%
Parâmetros das Rubricas do BDI Diferenciado (Acórdão
2622/2013 – Plenário)

VALORES MÉDIOS E DOS


BDI DIFERENCIADO
QUARTIS
PARCELA DO BDI 1º Quartil Médio 3º Quartil
ADMINISTRAÇÃO CENTRAL 1,50% 3,45% 4,49%
SEGURO + GARANTIA 0,30% 0,48% 0,82%
RISCO 0,56% 0,85% 0,89%
DESPESA FINANCEIRA 0,85% 0,85% 1,11%
LUCRO 3,50% 5,11% 6,22%
Método Contábil de Avaliação do BDI
• Receita Bruta (RB) = ∑PV;
• Custo dos Produtos Vendidos (CPV)= ∑CD

Então: 1+BDI = RB/CPV


Fatores que Afetam o BDI
TIPOS DE OBRAS
• Partiu-se da premissa de que o fator mais relevante que permite uma diferenciação do
BDI é o tipo de obra, em atendimento ao Acórdão 2.369/2011-Plenário.
PORTE DA OBRA
• Os dados coletados não permitiram identificar um padrão de comportamento bem
definido de acordo a dimensão das obras.

BDI x Valor do Contrato


45

40

35

30
BDI (%)

25

20

15

10
- 200.000.000,00 400.000.000,00 600.000.000,00 800.000.000,00
Valor do Contrato (R$)
Fatores que Afetam o BDI
ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE UM
ORÇAMENTO

457
Primeira Etapa – Análise dos Projetos

A montagem do orçamento começa com uma análise minuciosa dos


projetos (básico ou executivo) e com uma visita ao local da obra. Só é
possível elaborar um orçamento detalhado a partir de um projeto com
nível de detalhamento suficiente.

Segunda Etapa – Listagem de Todos os Serviços Previstos

Terminada a fase de estudo dos projetos do empreendimento, o


engenheiro orçamentista deve elencar todos os serviços necessários
para a execução da obra. Estes serviços devem ser agrupados e
ordenados segundo algum critério lógico. Em geral adota-se a ordem
de execução dos serviços para ordenar os itens de serviço no
orçamento. Se o empreendimento for composto por várias etapas,
parcelas ou edificações, costuma-se montar um orçamento sintético
para cada etapa, parcela ou edificação.
458
Terceira Etapa – Especificar Unidades de Medição e Calcular
Quantidades de Cada Serviço
Esta é sem dúvida uma das etapas mais trabalhosas do
processo de elaboração do orçamento. De posse da relação
de serviços levantados, o engenheiro de custos deve
especificar as unidades de medição ou e calcular os
quantitativos de cada um dos serviços que compõem a
planilha orçamentária.
A definição do quantitativo de cada serviço deve observar o
critério de medição e pagamento especificado em projeto ou
no edital, sob pena de se cometer erros grosseiros na
elaboração do orçamento.

459
Quarta Etapa – Calcular os Custos Unitários de Cada Serviço
Trata-se outra etapa muito trabalhosa na confecção do orçamento. A partir
das especificações técnicas dos serviços e insumos, bem como dos
critérios de medição e pagamento a serem observados na execução da
obra, o engenheiro orçamentista deve elaborar as composições de custo
unitário de cada serviço.
Sugere-se executar este procedimento em duas etapas. Na primeira
etapa, são levantados os coeficientes de consumo dos materiais,
equipamentos e mão de obra necessários para execução de cada
serviço. Aqui também deve haver especial cuidado para não se esquecer
ou omitir qualquer insumo necessário para a execução dos serviços.
Numa segunda etapa, com o término da montagem da estrutura de todas
as composições de custo unitário, o orçamentista deve listar todos os
insumos (mão de obra, materiais e equipamentos) para a execução da
obra. A partir daí, deve executar extenso serviço de pesquisa de preços
destes insumos.

460
Com o preço unitário de todos os insumos cotados, o orçamentista
conclui a elaboração das composições de custo unitário incluindo os
preços dos insumos no interior das composições, obtendo os custos
unitários finais para cada serviço.
Este extenso processo pode ser simplificado com o uso de
composições de custos unitários extraídas de sistemas referenciais de
custos, a exemplo do Sicro e do Sinapi. Tais sistemas já apresentam
composições de custo prontas e fazem a coleta do preço dos insumos
junto a fornecedores.
Ressalta-se que o uso de sistemas referenciais de custo exige atenção
do engenheiro orçamentista para evitar-se a utilização de composições
referenciais de custos que não sejam compatíveis com as
especificações técnicas ou critérios de medição e pagamento do serviço
a ser orçado.
Algumas parcelas do custo direto devem ser objeto de atenção especial
do orçamentista: administração local da obra, implantação e
manutenção do canteiro de obras, mobilização e desmobilização.

461
Quinta Etapa – Calcular o BDI e Definir o Preço Final

Terminada a etapa de definição dos custos diretos da obra,


o engenheiro orçamentista deve estabelecer um BDI realista
para a execução da obra.

462
Utilização de softwares de orçamentação

• VOLARE (Pini)
• SIPOM 9.8 (Primasi Informática)
• ENGWHERE (Engwhere Orçamentos)
• COMPOR 90 (Noventa TI)
• OrçaFascio
• Arquimedes
• PLEO (Planilha Eletrônica de Orçamentos)

https://www.orcafascio.com/
http://www.multiplus.com/software/arquimedes/
https://noventa.com.br/
http://www.franarin.com.br/Default.aspx
http://www.primasi.com.br/sipom9.htm 463
Orçamento de Aditivos
Contratuais
Disposições do Decreto 7.983/2013
Art. 14. A diferença percentual entre o valor global do contrato
e o preço global de referência não poderá ser reduzida em
favor do contratado em decorrência de aditamentos que
modifiquem a planilha orçamentária.
Parágrafo único. Em caso de adoção dos regimes de
empreitada por preço unitário e tarefa, a diferença a que se
refere o caput poderá ser reduzida para a preservação do
equilíbrio econômico-financeiro do contrato em casos
excepcionais e justificados, desde que os custos unitários
dos aditivos contratuais não excedam os custos unitários do
sistema de referência utilizado na forma deste Decreto,
assegurada a manutenção da vantagem da proposta
vencedora ante a da segunda colocada na licitação.
Disposições do Decreto 7.983/2013
Art. 17...§1º Em caso de celebração de termo aditivo, o
serviço adicionado ao contrato ou que sofra alteração em
seu quantitativo ou preço deverá apresentar preço unitário
inferior ao preço de referência da administração pública,
mantida a proporcionalidade entre o preço global contratado
e o preço de referência, ressalvada a exceção prevista no
parágrafo único do art. 14 e respeitados os limites previstos
no §1º do art. 65 da Lei 8.666/93.
Art. 17...§2º O preço de referência a que se refere o §1º
deverá ser obtido na forma do Capítulo II, considerando a
data-base de elaboração do orçamento de referência da
Administração, observadas as cláusulas contratuais.
Método do Desconto
SITUAÇÃO ORIGINAL SITUAÇÃO DO CONTRATO APÓS ADITIVOS
ORÇAMENTO PLANILHA ORÇAMENTO
PLANILHA CONTRATUAL PARADIGMA CONTRATUAL PARADIGMA
QUANT. PREÇO PREÇO PREÇO PREÇO QUANT.
ITEM INICIAL UNIT. TOTAL UNIT. TOTAL FINAL PREÇO TOTAL PREÇO TOTAL
1 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00 R$ 20,00 R$ 2.400,00 240 R$ 12.000,00 R$ 4.800,00
2 130 R$ 90,00 R$ 11.700,00 R$ 80,00 R$ 10.400,00 150 R$ 13.500,00 R$ 12.000,00
3 200 R$ 25,00 R$ 5.000,00 R$ 30,00 R$ 6.000,00 240 R$ 6.000,00 R$ 7.200,00
4 320 R$ 15,00 R$ 4.800,00 R$ 10,00 R$ 3.200,00 320 R$ 4.800,00 R$ 3.200,00
5 280 R$ 10,00 R$ 2.800,00 R$ 40,00 R$ 11.200,00 80 R$ 800,00 R$ 3.200,00
6 100 R$ 20,00 R$ 2.000,00 R$ 25,00 R$ 2.500,00 100 R$ 2.000,00 R$ 2.500,00
Total R$ 32.300,00 R$ 35.700,00 R$ 39.100,00 R$ 32.900,00
Desconto Original 9,52% Sobrepreço após aditivos 18,84%
Metodo do Desconto
Orçamento paradigma final: R$ 32.900,00
Desconto de 9,52% (R$ 3.133,33)
Valor final paradigma do contrato com desconto R$ 29.766,67

Valor do contrato após aditivos R$ 39.100,00


Valor final paradigma do contrato com desconto R$ 29.766,67
Superfaturamento apurado pelo método do desconto R$ 9.333,33
Método da Comparação com a Segunda Licitante Melhor Classificada
PLANIHA SEGUNDA PLANIHA TERCEIRA
ITEM QUANTIDADE PLANILHA CONTRATUAL COLOCADA COLOCADA
PREÇO PREÇO PREÇO
UNIT. PREÇO TOTAL UNIT. PREÇO TOTAL UNIT. PREÇO TOTAL
1 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00 R$ 20,00 R$ 2.400,00 R$ 15,00 R$ 1.800,00
2 130 R$ 90,00 R$ 11.700,00 R$ 80,00 R$ 10.400,00 R$ 70,00 R$ 9.100,00
3 240 R$ 25,00 R$ 6.000,00 R$ 30,00 R$ 7.200,00 R$ 20,00 R$ 4.800,00
4 320 R$ 15,00 R$ 4.800,00 R$ 10,00 R$ 3.200,00 R$ 20,00 R$ 6.400,00
5 280 R$ 10,00 R$ 2.800,00 R$ 40,00 R$ 11.200,00 R$ 50,00 R$ 14.000,00
6 100 R$ 20,00 R$ 2.000,00 R$ 25,00 R$ 2.500,00 R$ 30,00 R$ 3.000,00
Total R$ 33.300,00 R$ 36.900,00 R$ 39.100,00

PLANIHA SEGUNDA PLANIHA TERCEIRA


PLANILHA CONTRATUAL COLOCADA COLOCADA
ITEM QUANTIDADE
PREÇO PREÇO PREÇO
UNIT. PREÇO TOTAL UNIT. PREÇO TOTAL UNIT. PREÇO TOTAL
1 240 R$ 50,00 R$ 12.000,00 R$ 20,00 R$ 4.800,00 R$ 15,00 R$ 3.600,00
2 150 R$ 90,00 R$ 13.500,00 R$ 80,00 R$ 12.000,00 R$ 70,00 R$ 10.500,00
3 240 R$ 25,00 R$ 6.000,00 R$ 30,00 R$ 7.200,00 R$ 20,00 R$ 4.800,00
4 320 R$ 15,00 R$ 4.800,00 R$ 10,00 R$ 3.200,00 R$ 20,00 R$ 6.400,00
5 80 R$ 10,00 R$ 800,00 R$ 40,00 R$ 3.200,00 R$ 50,00 R$ 4.000,00
6 100 R$ 20,00 R$ 2.000,00 R$ 25,00 R$ 2.500,00 R$ 30,00 R$ 3.000,00
Total R$ 39.100,00 R$ 32.900,00 R$ 32.300,00
Sobrepreço R$ 6.800,00
Estudo de Caso: Refinaria Premium/MA
Situação: Jogo de Planilha causado por deficiência no projeto básico da
terraplanagem do empreendimento.
Consequências: Aumento do custo do empreendimento. Desequilíbrio
econômico-financeiro do contrato em desfavor da Administração Pública.
Apontamento de superfaturamento pelo TCU.
Estudo de Caso: Refinaria Premium/MA
Acórdão 791/2012 - Plenário
• ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União
[...] em:
• 9.1 considerar saneadas as irregularidades que acresciam
indevidamente ao Contrato 0859.0059374.10.2 o valor de
R$ 63.956.229,30, relacionadas à desnecessidade do
insumo cal hidratada (R$ 31.920.840,00), à vantagem
indevida auferida pelo consórcio, em comparação com
a segunda licitante melhor classificada, após a
supressão da cal hidratada (R$ 24.535.728,30) e à
imprecisão do quantitativo do item de Escavação, Carga e
Transporte - ECT de material de 1ª categoria, Distância
Média de Transporte - DMT de 2 a 5km, com presença de
água (R$ 7.499.661,00);
Estudo de Caso: Refinaria Premium/MA
Método da Comparação com a Segunda Licitante Melhor Classificada

REVISÃO DE QUANTIDADES DE CAL E SERVIÇOS CORRELATOS


Nome do consórcio X Y Z

Colocação na licitação 1 2 3
Proposta na licitação 711.070.084,88 735.382.558,23 886.747.476,06
Dif.
Serviços Modificados Unid. P. Unit. P. Parcial P. Unit. P. Parcial P. Unit. P. Parcial
Quantitativos
2.2.6.2 - Aterro com mistura de
6.693.611 m³ 3,57 23.896.191,27 5,58 37.350.349,38 6,17 41.299.579,87
areia, sem adição de cal
2.2.6.3 - Aterro com mistura de
(6.693.611) m³ 3,57 (23.896.191,27) 5,73 (38.354.391,03) 6,39 (42.772.174,29)
areia e adição de cal

(371.000) ton 86,04 (31.920.840,00) 215,00 (79.765.000,00) 300,00 (111.300.000,00)


2.2.6.4 - Cal hidratada
Proposta corrigida 679.149.244,88 654.613.516,58 773.974.881,64
Colocação corrigida 2 1 3
O que fazer para manter o desconto?
Fazendo uso de uma parcela compensatória negativa a ser descontada de cada
medição para manter o desconto. Tal entendimento foi adotado no Acórdão TCU n°
1200/2010 – Plenário :
“9.1. determinar à [...], que, nas próximas licitações realizadas com recursos
públicos federais, em cumprimento à sólida jurisprudência do Tribunal:
(...)
9.1.3. em caso de aditivos contratuais em que se incluam ou se suprimam
quantitativos de serviços:
(...)
9.1.3.2. calcule os descontos globais antes e depois do aditivo, para, em caso
de diminuição desse percentual, ser inserida no contrato parcela
compensatória negativa como forma de se dar cumprimento ao art. 65, § 6º,
da Lei n. 8.666/1993 (por interpretação extensiva) e aos arts. 112, § 6º, da Lei
n. 12.017/2009 – LDO 2010 e 109, § 6º, da Lei n. 11.768/2008 – LDO 2009;”
Inclusão de Serviços Novos – Lei 8666/93

Art. 65 (...)

§ 3º Se no contrato não houverem sido


contemplados preços unitários para obras
ou serviços, esses serão fixados mediante
acordo entre as partes, respeitados os
limites estabelecidos no § 1º deste artigo.
Inclusão de Serviços Novos
Acórdão 855/2016-Plenário (enunciado):

Os aditivos para inclusão de serviços novos (art. 65, § 3º, da


Lei 8.666/1993) devem observar, no mínimo, o mesmo
desconto inicial do ajuste, ou seja, a mesma diferença
percentual entre o valor global contratado e aquele obtido a
partir dos custos unitários do sistema de referência aplicável.
Inclusão de Serviços Novos
•O Acórdão 2.622/2013-Plenário orientou os jurisdicionados a
estabelecerem, nos editais de licitação, que, na hipótese de
celebração de aditivos contratuais para a inclusão de novos
serviços, o preço desses serviços será calculado considerando
o custo de referência e a taxa de BDI de referência
especificada no orçamento-base da licitação, subtraindo desse
preço referencial a diferença percentual entre o valor do
orçamento-base e o valor global do contrato obtido na licitação,
com vistas a garantir o equilíbrio econômico-financeiro do
contrato e a manutenção do percentual de desconto ofertado
pelo contratado, em atendimento ao art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal e aos artigos 14 e 15 do Decreto
7.983/2013.
Inclusão de Novos Serviços
•Por exemplo, considere a seguinte licitação:

Rubrica Orçamento Base Proposta da Proposta da


da Administração Licitante 1 Licitante 2

Custo Direto 100 80 100


BDI 25% 50% 23%
Preço de Venda 125 120 123
Inclusão de Serviços Novos – Item existente no Sinapi
• A título de exemplo, durante a execução da obra, planejada inicialmente
para apresentar estrutura em concreto aparente, entendeu-se, de forma
justificada, em aplicar duas demãos de pintura epoxi sobre o concreto.
• Considerando que a data-base do contrato era de julho/2014, em
atendimento ao disposto no art. 17, §2º, do Decreto 7983/1993,
pesquisou-se o Sinapi e obteve-se o seguinte custo unitário para o
serviço:
Inclusão de Serviços Novos – Item existente no Sinapi
•O desconto da licitante 1 em relação ao orçamento de referência foi
de 4% (R$ 5/R$ 125).
•Se o custo do serviço no Sinapi, na data-base do contrato, equivale a
R$ 29,57, o valor do serviço a ser incluído no contrato é de:

• P = 29,57 x 1,25 x 0,96 = R$ 35,48

•Reparem que foi aplicado o BDI do orçamento de referência e não o


BDI da proposta da licitante.
•Recomenda-se que esta regra esteja prevista no contrato.
Inclusão de Serviços Novos – Item cotado no mercado
• Considere que em um contrato reajustado pelo INCC, com data base em
maio/2015, foi necessário incluir um switch de 24 portas de 10/100 Mbits.
• A pesquisa de mercado foi realizada em fevereiro de 2016, quando o
INCC sofreu uma variação acumulada de 5,03%
Inclusão de Serviços Novos – Item cotado no mercado
• A pesquisa de preço realizada pela Administração com os menores valores
para várias marcas/modelos encontra-se sintetizada a seguir:
Inclusão de Serviços Novos – Item cotado no mercado
• Considerando que todos os modelos atenderiam aos requisitos de
desempenho especificados, foi incluído o switch de R$ 190,90 na
planilha orçamentária da obra seguindo os seguintes procedimentos:

• Deflação até a data base do contrato: R$ 190,90/1,0503


• = R$ 181,76

• Aplicação do BDI do orçamento-base: R$ 181,76 x 1,25


• = R$ 227,20

• (admitindo que não seja o caso de aplicar um BDI reduzido, pois o


fornecimento não era materialmente relevante)

• Aplicação do desconto obtido na licitação: R$ 227,20 x 0,96


• = R$ 218,11
Inclusão de Serviços Novos – Regra prevista no edital
•Para evitar discussões com a empresa sobre os critérios a serem
adotados, é relevante que o instrumento convocatório preveja a aplicação
do Decreto 7983/2013 bem como das seguintes regras:

a) Itens existentes no Sinapi:


1) Será pesquisado o valor do serviço mais apropriado, obtido a partir
da mediana do Sinapi, extraído do relatório de serviços da data-base
do contrato.
2) Se necessário, serão realizados ajustes nas composições do Sinapi
para adequar o serviço às particularidades executivas da obra.
3) Será aplicado o BDI de referência do orçamento-base da
Administração sobre o custo do Sinapi.
4) Será aplicado o fator de desconto apresentado pela licitante em
relação ao orçamento-base.
Inclusão de Serviços Novos – Regra prevista no edital
b) Itens não existentes no Sinapi, pesquisados no mercado:
1) A administração realizará pesquisa de mercado do serviço/insumo
em pelos menos três prestadores de serviço/fornecedores, adotando o
menor preço pesquisado como parâmetro.
2) O valor obtido será deflacionado pelo índice de reajuste contratual
até a data-base da contratação.
3) Será aplicado o BDI de referência do orçamento-base da
Administração sobre o custo deflacionado.
4) Será aplicado o fator de desconto apresentado pela licitante em
relação ao orçamento-base.
Inclusão de Serviços Novos – Regra prevista no edital
c) Itens não existentes no Sinapi, pesquisado em outros sistemas
referenciais ou orçados com composição própria.
1) A administração utilizará a composição do sistema de referência,
realizando os ajustes pertinentes e substituindo os preços dos insumos
por aqueles do Sinapi.
2) Para os insumos novos, não existentes na proposta da contratada e
no Sinapi, será realizada cotação, adotando o menor preço cotado como
referência.
3) Para os insumos não existentes no Sinapi, será adotado o valor dos
insumos da proposta da contratada.
4) Conforme o caso, a composição deverá ser elaborada na mesma
data-base do contrato. Caso inviável, em vista da adoção de insumos
cotados no mercado, será deflacionada até a data-base do contrato pelo
índice de reajuste contratual.
5) Será aplicado o BDI de referência do orçamento-base da
Administração sobre o valor obtido na etapa anterior.
6) Será aplicado o fator de desconto apresentado pela licitante em
relação ao orçamento-base.
Alterações contratuais
Reequilíbrio de contrato com preços inexequíveis
Questão:
Determinado ajuste foi formalizado com base em planilha orçamentária
contendo preços unitários inexequíveis. Após o início da obra, a construtora
apresenta pleito de reequilíbrio econômico-financeiro solicitando a adequação
dos preços unitários inexequíveis aos valores de mercado.
Existe amparo legal em tal solicitação?
Alterações contratuais
Reequilíbrio de contrato com preços inexequíveis

- Também Marçal Justen Filho, em seu Comentários à lei de Licitações e Contratos


Administrativos, 11ª edição, sustenta que :
A equação econômico-financeira delineia-se a partir da elaboração do ato
convocatório. Porém, a equação se firma no instante em que a proposta é apresentada.
Aceita a proposta pela Administração, está consagrada a equação econômico-financeira
dela constante. A partir de então essa equação está protegida e assegurada pelo
Direito.
(...) O restabelecimento da equação econômico-financeira depende da
concretização de um evento posterior à formulação da proposta, identificável como
causa do agravamento da posição do particular. Não basta a simples insuficiência da
remuneração. Não se caracteriza rompimento do equilíbrio econômico-financeiro
quando a proposta do particular era inexequível. A tutela à equação econômico-
financeira não visa a que o particular formule proposta exageradamente baixa e, após
vitorioso, pleiteie elevação da remuneração.
Exige-se, ademais, que a elevação dos encargos não derive de conduta
culposa imputável ao particular. Se os encargos tornaram-se mais elevados porque o
particular atuou mal, não fará jus à alteração de sua remuneração. (grifos acrescidos)
Alterações contratuais em EPG
Questão:
Considere que uma empreitada por preço global previa em projeto a execução
de 1000 m² de piso de granito. Durante a execução da obra, sem que houvesse
qualquer alteração de projeto, verificou-se que o quantitativo efetivamente
executado foi de 1004 m² de piso. Tal diferença deveu-se a esperadas
imprecisões no processo de locação da obra e a pequenas discrepâncias no
esquadro das paredes.
A construtora apresentou pleito solicitando o pagamento adicional de 4 m²,
além dos 1000 m² originalmente contratados.
Como deve proceder o fiscal? Deve pagar 1000 m², negando o pleito da
construtora? Ou deve pagar 1004 m²?
E se a área de piso efetivamente executada fosse de 996 m². Paga-se 1000 m² ou
996 m²?
Alterações contratuais em EPG

- A Lei não diferencia as empreitadas por preço unitário das globais quando
define as situações que ensejarão termo aditivo.
- Alterações ou correções do projeto devem ensejar a formalização de aditivo
contratual, pois alteram o encargo do contratado.
- Por exemplo, em uma edificação licitada a partir de um projeto básico
prevendo sua implantação em dez pavimentos, se em virtude de necessidade
superveniente da administração contratante houver a alteração do projeto,
incluindo-se, por exemplo, a execução de uma nova guarita, obviamente será
exigido ajuste no valor contratual adequando-o ao novo projeto,
independentemente do regime de execução contratual utilizado.
- Caso se trate de fato respectivo à álea extraordinária ou extracontratual,
definida no art. 65 da Lei 8.666/93, haverá de se providenciar a revisão do
contrato, pois o equilíbrio entre os encargos e a justa remuneração definida
no ato da contratação tem suporte constitucional.
Alterações contratuais em EPG

- Erro não é sinônimo de imprecisão (esta sim tida como álea ordinária nas
empreitadas globais).
- “Pequenos lapsos na quantificação dos serviços (até certo ponto comum, visto que
cada orçamentista não apresentaria, nas vírgulas, quantidades idênticas), levando em
conta a característica das empreitadas globais – em estabelecer imprecisões
quantitativas como álea ordinária da contratada –, não conduzem à mácula no
procedimento licitatório, tanto por não afetar essa "livre manifestação de vontade",
como, principalmente, por não inviabilizarem a obtenção da "melhor proposta".” (voto
condutor do Ac. 1977/2013-Plenário).
- pequenos erros/omissões/imprecisões de quantitativos não ensejam a celebração
de termos aditivos em empreitadas globais
- Caso contrário, o regime de empreitada global seria letra morta, pois toda obra seria
executada como empreitada por preço unitário.
Alterações contratuais em EPG
Questão:
Considere novamente que uma empreitada por preço global previa em projeto a
execução de 1000 m² de piso de granito. Durante a execução da obra, sem que
houvesse qualquer alteração de projeto, verificou-se que o quantitativo
efetivamente necessário era de 1600 m² de piso. Tal diferença deveu-se a um
erro de quantificação do orçamentista.
A construtora apresentou pleito solicitando o pagamento adicional de 600 m²,
além dos 1000 m² originalmente contratados
Como deve proceder o fiscal? Deve pagar 1000 m², negando o pleito da
construtora? Ou deve pagar 1600 m², formalizando aditivo com acréscimo de
600 m²?
E se a área de piso efetivamente executada fosse de 400 m². Paga-se 1000 m² ou
400 m²?
Alterações contratuais em EPG

• 9.1.8. excepcionalmente, de maneira a evitar o enriquecimento sem causa de


qualquer das partes, como também para garantia do valor fundamental da
melhor proposta e da isonomia, caso, por erro ou omissão no orçamento, se
encontrarem subestimativas ou superestimativas relevantes nos
quantitativos da planilha orçamentária, poderão ser ajustados termos
aditivos para restabelecer a equação econômico-financeira da avença,
situação em que se tomarão os seguintes cuidados:
9.1.8.1. observar se a alteração contratual decorrente não supera ao
estabelecido no art. 13, inciso II, do Decreto 7.983/2013, cumulativamente
com o respeito aos limites previstos nos §§ 1º e 2º do art. 65 da Lei 8.666/93,
estes últimos, relativos a todos acréscimos e supressões contratuais;
9.1.8.2. examinar se a modificação do ajuste não ensejará a ocorrência
do "jogo de planilhas", com redução injustificada do desconto inicialmente
ofertado em relação ao preço base do certame no ato da assinatura do
contrato, em prol do que estabelece o art. 14 do Decreto 7.983/2013, como
também do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal;

Acórdão 1977/2013-Plenário
Alterações contratuais em EPG
• (cont.)
9.1.8.3. avaliar se a correção de quantitativos, bem como a inclusão de serviço
omitido, não está compensada por distorções em outros itens contratuais que tornem
o valor global da avença compatível com o de mercado;
9.1.8.4. verificar, nas superestimativas relevantes, a redundarem no eventual
pagamento do objeto acima do preço de mercado e, consequentemente, em um
superfaturamento, se houve a retificação do acordo mediante termo aditivo, em prol
do princípio guardado nos arts. 3º, caput c/c art. 6º, inciso IX, alínea "f"; art. 15, § 6º;
e art. 43, inciso IV, todos da Lei 8.666/93;
9.1.8.5. verificar, nas subestimativas relevantes, em cada caso concreto, a
justeza na prolação do termo aditivo firmado, considerando a envergadura do erro em
relação ao valor global da avença, em comparação do que seria exigível incluir como
risco/contingência no BDI para o regime de empreitada global, como também da
exigibilidade de identificação prévia da falha pelas licitantes – atenuada pelo erro
cometido pela própria Administração –, à luz, ainda, dos princípios da vedação ao
enriquecimento sem causa, da isonomia, da vinculação ao instrumento convocatório,
do dever de licitar, da autotutela, da proporcionalidade, da economicidade, da
moralidade, do equilíbrio econômico-financeiro do contrato e do interesse público
primário;

Acórdão 1977/2013-Plenário
Alterações contratuais em EPG

Celebra-se o
termo aditivo
ajustando a
quantidade
Os serviços estão
Tais erros são estimados a maior
compensados por ou a menor? Celebra-se o
discrepâncias de termo aditivo
quantidades em ajustando a
outros serviços? quantidade, caso
o valor do erro
Há erros seja superior ao
relevantes de valor declarado
quantitativos? como riscos no
BDI.
Não se adita o Celebra-se aditivo
contrato. Paga-se apenas da parte Observar a
exatamente o que não foi manutenção do
quantitativo compensada. desconto após o
acordado, nem
aditivo e a
mais, nem menos.
observância aos
limites de
aditamento
contratual
Curva ABC de Serviços
• A técnica frequentemente empregada é a elaboração de uma curva ou
classificação ABC de serviços, que é a tabela obtida a partir da planilha
orçamentária da obra, na qual os itens idênticos do orçamento são
agrupados e, posteriormente, ordenados por sua importância relativa de
preço total, em ordem decrescente, determinando-se o peso percentual
do valor de cada um em relação ao valor total do orçamento, calculando-
se em seguida os valores percentuais acumulados desses pesos.
• A classificação ABC é resultante do princípio de Pareto, renomado
economista italiano, também conhecido como princípio dos “poucos
significativos e muitos insignificantes”.
Curva ABC de Serviços
Preço Preço %
Item Descrição do Serviço Unid. Quantidade Unitário Parcial % Acum
Transporte Local em Rodovias
001 Pavimentadas T.KM 39.144.695,53 0,49 19.180.900,81 34,19 34,19
Aquisição de Cimento Asfáltico
002 CAP-20 T 4.320,00 1.611,74 6.962.716,80 12,41 46,60
Transporte de Cimento Asfáltico
003 CAP-20 T 4.320,00 1.423,14 6.147.964,80 10,96 57,56
Execução de Concreto
Betuminoso Usinado a Quente -
004 CBUQ T 72.000,00 81,00 5.832.000,00 10,40 67,96
Reciclagem Simples
c/incorporação revestimento
005 Asfáltico M3 69.753,60 44,34 3.092.874,62 5,51 73,47
Reforço de sol estabilizado
006 granulometricamente M3 175.882,25 9,83 1.728.922,52 3,08 76,55
Cerca com arame farpado com
007 mourão de concreto M 99.264,00 16,77 1.664.657,28 2,97 79,52

008 Administração Local da Obra VB 1,00 1.380.911,51 1.380.911,51 2,46 81,98


Aquisição de Asfalto Diluído
009 CM-30 T 598,38 2.207,62 1.320.995,66 2,35 84,34
Fornecimento, preparo e
010 colocação de Aço CA-50 KG 121.000,00 10,52 1.272.920,00 2,27 86,61
Fornecimento e cravação de
estacas metálicas perfil I duplo
011 10" M 1.300,00 684,31 889.603,00 1,59 88,19

012 Enrocamento de pedra jogada. M3 9.140,83 97,18 888.305,86 1,58 89,78


Escavação, carga e transporte
mat. 1ª cat. DMT de 1400 a 2000
013 m. M3 93.874,33 7,12 668.385,23 1,19 90,97
Meio-fio de concreto tipo MFC-
014 01 M 11.887,00 49,39 587.098,93 1,05 92,01

015 Mobilização e Desmobilização VB 1,00 500.000,00 500.000,00 0,89 92,90

016 Canteiro de Obras VB 1,00 406.321,29 406.321,29 0,72 93,63


Curva ABC de Serviços
• A análise da totalidade do orçamento exigiria a avaliação de dezenas
de serviços distintos, porém, a curva ABC permite a avaliação global do
custo da obra com o exame de apenas uma amostra dos serviços.
• O procedimento corriqueiro de avaliação de orçamentos envolve, em
regra, a análise da economicidade de cerca de 80% dos valores
contratados.
• Há situações, contudo, em que há a inviabilidade de se ampliar a
amostragem de forma a se alcançar a representatividade desejada. Em
tais situações, o prejuízo a ser ressarcido poderia ser caracterizado de
acordo com os elementos disponíveis, pois, entendimento contrário,
acabaria por beneficiar os responsáveis pela própria torpeza.
• Um exemplo é quando a amostra analisada resta reduzida em razão de
falhas do projeto básico que não detalhou diversos itens contratados ou
quando há dificuldades em se obter referências de preços de mercado
para uma parcela significativa do objeto contratado.
Curva ABC de Serviços

• Em situações da espécie, deve ser considerado que os itens cujos


preços não puderam ser avaliados assumem o caráter de neutralidade
sobre os demais. Ou seja, há a presunção de que representam os
valores de mercado.
• A adoção de tal entendimento não prejudica os contratantes, pois é
facultado a eles demonstrar que esses itens sem avaliação de preço
repercutem sobre os demais preços verificados, de modo a justificar os
valores globais praticados. Esse tem sido o procedimento seguido pelo
TCU em casos do gênero. Por exemplo, cita-se o Acórdão 2.419/2015-
Plenário.
• O passo seguinte na avaliação de um orçamento reside na comparação
dos serviços mais relevantes, situados na parte “A” da curva ABC, com
parâmetros referenciais de mercado, assunto do subtópico a seguir.
Validade da Curva ABC
Acórdão 394/2007-TCU - Plenário - Trecho do Voto:
28. A Curva ABC, como se sabe, é metodologia internacionalmente
aceita que permite identificar quais itens de uma planilha orçamentária,
por exemplo, merecem atenção e tratamento especiais tendo em vista
sua importância relativa num determinado projeto. É uma ferramenta
de grande utilidade nas áreas industrial e comercial e importante meio
de se estabelecer a prioridade relativamente aos itens mais ou menos
importantes em uma atividade produtiva.
29. A confecção da Curva ABC trouxe segurança, critério e testou a
razoabilidade dos preços contratados, tendo havido agrupamento
prévio de itens referentes a serviços semelhantes, a fim de se
identificar o efetivo peso de cada serviço no total do contrato(...)

500
Curva ABC de Serviços

• Deve-se elaborar uma curva ABC para o orçamento-base da licitação ou


para a planilha contratual, conforme o caso, com o intuito de otimizar a
verificação acerca da existência de sobrepreço no orçamento e a
definição do ponto de equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato,
por exemplo.
• Em obras em andamento, nas quais tenha ocorrido mudança da planilha
contratual original, também se deve fazer uma curva ABC para o
orçamento atualizado do contrato, após eventuais aditivos, ou com as
quantidades efetivamente executadas, no caso de obras acabadas sem
formalização de aditivos. Tal curva, quando comparada à curva ABC do
orçamento inicial, permite identificar a ocorrência de jogo de planilha
mediante a quebra do equilíbrio econômico-financeiro do contrato em
desfavor da Administração Pública. Também permite identificar o
montante atualizado do sobrepreço ou superfaturamento de um contrato.
Estudos de Caso de Curva ABC
Curva ABC de Insumos

• Necessita-se da composição de custos unitários de todos os serviços da


obra para elaborar a curva ABC de insumos.
• Caso se constate uma variação significativa (para mais) de um
quantitativo, deve-se analisar o correspondente preço unitário, pois,
mesmo sendo contratual, pode estar muito acima do praticado pelo
mercado, havendo, nesse caso, indício de alguma irregularidade –
quantitativo intencionalmente subestimado na fase de licitação.
Curva ABC de Insumos

Tipo Descrição do Insumo Unid. Quantidade Preço Parcial % % Acumulado


Caminhão Basculante : Mercedes Benz : H
Equipamento 2423 K : 10 m3 - 15 t 177.486,08 23.758.464,36 43,87 43,87
Ton.
Material Cimento Asfáltico de Petróleo 4.320,00 5.616.000,00 10,37 54,24
H
Mão de Obra Servente 219.575,72 2.458.977,67 4,54 58,78
M3
Material Brita 3 12.247,08 1.751.332,42 3,23 62,01
M3
Material Brita 2 12.243,41 1.750.807,12 3,23 65,24
M3
Material Brita 1 12.243,41 1.750.807,12 3,23 68,47
Unid.
Material Dente de corte (W6/22) p/ recicladora 22.321,15 1.427.660,88 2,64 71,11
Ton.
Material Asfalto diluído - CM-30 598,38 1.244.630,40 2,30 73,41
Caminhão Basculante : Volvo BM : FM H
Equipamento 12 6X4 : 20 t 4.308,13 976.370,03 1,80 75,21
Recicladora de Pavimento : Wirtgen : WR H
Equipamento 2000 : a frio 1.701,31 918.966,90 1,70 76,91
Litro
Material Óleo combustível 1A 576.000,00 913.536,00 1,69 78,60
Rolo Compactador : Dynapac : CA-25-P : H
pé de carneiro autopropelido 11,25t
Equipamento vibratório 4.563,27 752.607,91 1,39 79,99
Kg
Material Cimento portland CP II-32 1.088.599,32 649.284,18 1,20 81,19
H
Mão de Obra Encarregado de turma 28.696,72 620.834,05 1,15 82,34
Curva ABC de Insumos
A curva ABC de insumos é uma ferramenta muito poderosa para o orçamentista e
para o gestor da obra. Vejamos algumas facilidades criadas com a curva ABC de
insumos:
•Propicia a programação das aquisições de insumos e as negociações com os
fornecedores, priorizando os insumos mais representativos.
•O orçamentista pode buscar cotações dos insumos mais significativos.
•É uma ferramenta importante de auxílio no planejamento e programação de
obras. Ela fornece ao setor de planejamento o efetivo de mão de obra e o
quantitativo dos diversos tipos de equipamentos necessários para a execução da
obra.
•Permite a análise de custo da obra de forma simplificada, bastando a simples
comparação de preços de insumos. Obviamente, tal procedimento só é admissível
se as composições de custo unitário do orçamento estiverem com coeficientes de
produtividade fidedignos e se os quantitativos de serviços estiverem corretamente
calculados.
•Permite análises de sensibilidade no custo global da obra. Por exemplo, qual seria
o impacto de determinado índice de reajuste estabelecido na próxima convenção
coletiva de trabalho.

505
QUESTÃO:

Qual a diferença entre sobrepreço e


superfaturamento?

507
Sobrepreço e superfaturamento
• O sobrepreço ocorre quando o preço de determinado bem
ou serviço encontra-se injustificadamente acima de um
preço referencial de mercado, tomado como paradigma
para fins de análise.
• É possível diferenciar o conceito de sobrepreço unitário
de sobrepreço global. O primeiro tipo se verifica em um
item em particular da planilha orçamentária, e pode ser
mitigado por outros serviços do mesmo orçamento que se
encontram com desconto em relação ao preço de mercado.
Por sua vez, o sobrepreço global é observado quando o
preço global de toda a contratação é superior ao valor de
referência.
• Também é necessário estabelecer a devida diferenciação
entre sobrepreço inicial e final.
• O primeiro é decorrente, em geral, de um certame restritivo
em que o próprio orçamento estimativo do órgão
contratante já apresentava sobrepreço ou quando o edital
não estabeleceu adequadamente critérios de aceitabilidade
de preços (unitário e global) ou tais critérios não foram
508
observados pela comissão de licitação.
Sobrepreço e superfaturamento
• Assim, diz-se que há sobrepreço inicial em um contrato
caso seu valor original, ainda antes da celebração de
eventual termo de aditamento, se apresenta incompatível
com os parâmetros de mercado. Por outro lado, o
sobrepreço final de um ajuste é aquele apurado a partir
da planilha orçamentária após a realização de eventuais
aditivos, refletindo a posição final de todos os quantitativos
de serviços realizados na obra.
• O contrato celebrado com preços excessivos representa
apenas um perigo de dano em potencial, no qual o
sobrepreço verificado poderá se materializar ou não. Já o
superfaturamento é um dano consumado, em que o
serviço com sobrepreço foi medido e pago ao contratado.
• Diz-se, portanto, que aquele serviço com sobrepreço, após
ser liquidado e pago, foi superfaturado. No caso, houve um
superfaturamento em decorrência de pagamentos de
serviço com preços excessivos.

509
Sobrepreço e superfaturamento
• Contudo, o conceito de superfaturamento é bem mais
amplo que o de sobrepreço, abarcando diversas outras
ocorrências lesivas ao erário que não se relacionam
diretamente ao pagamento de bens e serviços com
sobrepreço.

510
Causas de Superfaturamento
a) pagamento de obras, bens e serviços por preços manifestamente superiores aos tomados
como paradigma de mercado (superfaturamento de preços);
b) quebra do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato em desfavor do contratante
por meio da alteração de quantitativos e/ou preços durante a execução da obra
(superfaturamento por jogo de planilha);
c) medição de quantidades superiores às efetivamente executadas/fornecidas; pelo
pagamento de serviços ou bens não executados/fornecidos ou, ainda, pelo pagamento em
duplicidade de bens e/ou serviços (superfaturamento de quantidade);
d) substituição de insumos por outros de qualidade inferior ou pela deficiência na execução
de obras e serviços de engenharia que resulte em diminuição da qualidade, vida útil ou
segurança (superfaturamento de qualidade);
e) pela especificação de metodologia executiva da obra ou serviço claramente
antieconômica, ineficiente ou contrária às normas técnicas, legais, ambientais ou boas
práticas de engenharia, com posterior alteração da metodologia executiva da obra ou
serviço;
f) pelo pagamento de reajustamentos irregulares de preços ou pela recomposição do
reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos fora das hipóteses previstas em lei
(superfaturamento decorrente de reajustes irregulares de preços);
g) pela distorção do cronograma físico-financeiro, também denominado “jogo de
cronograma”;
h) pela antecipação ilegal de pagamentos; e
i) pela prorrogação injustificada do prazo contratual com custos adicionais para o
contratante. 511
Cálculo do Sobrepreço

• Sobrepreço (R$) = Preço Contratado (ou orçado) – Preço paradigma

 Preçocontratual 
Sobrepreço =   1.100
 Preço 
 paradigma 

Sobrepreço(R$)
Sobrepreço = .100
Preço paradigma

512
Sobrepreço e Superfaturamento
• Trecho do Voto:
Também não procede o argumento da recorrente, no sentido de que, por
representar percentual insignificante em relação ao valor global da contratação (R$
125.902.307,88), o sobrepreço apontado pelo TCU encontra-se dentro da faixa de
aceitação e reflete oscilações normais de mercado. Na
verdade, não existe percentual de sobrepreço aceitável. A Lei define os preços
máximos das obras e serviços contratados pela Administração. Valores excedentes
são ilegais e devem ser rejeitados por esta Corte, cuja atuação se pauta, entre
outros, pelos princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse público.
A Lei 11.768/2008 estabelece que, somente em condições
especiais, devidamente justificadas, podem os custos unitários de serviços ou
insumos exceder o valor obtido a partir do Sinapi. Tais condições não estão
evidenciadas nestes autos.
Nesse ponto, aliás, coloco-me inteiramente de acordo com o Ministro
Raimundo Carreiro, Relator da decisão recorrida, quando afirma que “este Tribunal
pode, eventualmente, admitir preços de determinados itens acima dos referenciais
de preços oficiais em situações comprovadamente justificadas; jamais estabeleceu
um limite ‘tolerável’ de sobrepreço global em um determinado empreendimento”.

Acórdão 1155/2012-Plenário
Sobrepreço e Superfaturamento
• Baixos índices de sobrepreço não podem, indistintamente, ser considerados
variações normais de mercado, até porque os preços estabelecidos nos sistemas
referenciais constituem patamares máximos e a Administração Pública deve
sempre buscar contratações por valores inferiores àqueles, os quais jamais devem
se distanciar da realidade do mercado.

Acórdão 1010/2014-Plenário
Sobrepreço e Superfaturamento
Consideração do BDI

A análise de preços deve se dar sempre mediante a comparação de preço


contratado/orçado com o preço paradigma de mercado, da seguinte forma:
Preço contratado/orçado <= Preço de mercado ou
Custo contratado/orçado + BDI contratual/orçado <= Custo paradigma + BDI
paradigma.
A análise isolada de apenas um dos componentes do preço (custo direto ou
BDI) não é suficiente para a caracterização de sobrepreço. Assim, um BDI
contratual elevado pode ser compensado por um custo direto contratual
abaixo do paradigma e não ensejar a imputação de sobrepreço. Contudo,
deve-se tomar cuidado com os casos de aditivos incluindo novos serviços,
cujos preços devem ser negociados entre as partes. A incidência de um BDI
elevado pode tornar o preço dos novos serviços superiores aos de mercado,
ocasionando um tipo peculiar de “jogo de planilha”.
Sobrepreço e Superfaturamento
Método da Limitação dos Preços Unitários

Contrato Paradigma
item Quant. Final $ Uniário $ Total $ Uniário $ Total Sobrepreço
1 400 30,00 12.000,00 25,00 10.000,00 2.000,00
2 300 30,00 9.000,00 20,00 6.000,00 3.000,00
3 300 20,00 6.000,00 10,00 3.000,00 3.000,00
4 200 10,00 2.000,00 25,00 5.000,00 -
Totais 29.000,00 24.000,00 8.000,00

- O preço unitário de nenhum serviço pode ser injustificadamente


superior ao paradigma
- O preço para acréscimo de serviço deve ser o menor entre o preço
paradigma e o contratado
Sobrepreço e Superfaturamento
Método da Limitação do Preço Global
• 3. Na avaliação econômica do contrato, o eventual sobrepreço existente deve ser
apurado de forma global, isto é, fazendo-se as compensações do preços excessivo de
alguns itens com os descontos verificados em outros, principalmente se os preços são
os mesmos oferecidos na licitação da obra e se pode constatar que a proponente
sopesou de forma diferenciada o custo dos diversos serviços, tirando proveito das
possíveis vantagens comparativas, desde que de forma legítima. Situação diversa ocorre
com itens eivados de ilegalidade, tais os que apresentaram modificação sensível dos
parâmetros eleitos na licitação, justificando a impugnação individual do item anômalo

Acórdão 1551/2008-Plenário
Contrato Paradigma
Item Quant. final $ Unitário $ Total $ Unitário $ Total Sobrepreço
1 400 30,00 12.000,00 25,00 10.000,00 2.000,00
2 300 30,00 9.000,00 20,00 6.000,00 3.000,00
3 300 20,00 6.000,00 10,00 3.000,00 3.000,00
4 200 10,00 2.000,00 25,00 5.000,00 (3.000,00)
Totais 29.000,00 24.000,00 5.000,00
Forma de Cálculo do Sobrepreço
O cálculo do percentual de superfaturamento apurado a partir de amostra
de itens de contrato deve ter como referência o preço total da amostra,
considerados os preços unitários de mercado (valor apurado de
superfaturamento/valor total de referência da amostra), e não o preço
global do contrato (valor apurado de superfaturamento/valor total do
contrato). (Acórdão nº 1721/2016-Plenário).
Voto:
17. Com relação ao Contrato 58/2009, a manifestação apresentada pelos
responsáveis não logrou afastar os indícios de sobrepreço. Como os
serviços já foram integralmente medidos, a ocorrência de sobrepreço já se
encontra materializada em superfaturamento. Assim, a unidade instrutiva
elaborou uma nova curva ABC para o contrato 58/2009 (peça 99)
empregando os quantitativos acumulados expressos na medição final do
contrato (peça 100). Com base em uma amostra de 88% do contrato, em
que foi efetivamente analisado o percentual de 80% do valor do contrato,
apurou-se a existência de superfaturamento no montante R$
28.586.237,27 (data base de nov/2004), que alcança o percentual de
33,51% na amostra de serviços avaliados.
Forma de Cálculo do Sobrepreço
(...)
19. No que tange ao Contrato 60/2009, a documentação apresentada pelos
responsáveis também não elidiu a irregularidade. O superfaturamento decorrente de
preços excessivos calculado até a medição final do aludido ajuste atingiu o montante
de R$ 58.601.098,01 (valor referenciado em novembro de 2004), representando
47,60% de uma amostra analisada de 82% do contrato (peça 101).
20. Não obstante o habitual zelo da unidade instrutiva, divirjo do modo como foram
calculados os percentuais de sobrepreço ... In casu, a SeinfraHid comparou os valores
do sobrepreço com o preço global dos Contratos 58/2009 e 60/2009, tendo encontrado
os percentuais de 20,09% e 26,40% (valor do sobrepreço / valor do contrato). Todavia,
julgo adequado, em linha com a jurisprudência predominante desta Corte, que tais
percentuais sejam calculados sobre o valor total de referência da amostra, isto é, sobre
o preço total da amostra segundo os preços unitários de mercado (valor do sobrepreço
/ valor de referência da amostra). A fim de tornar claro o que se propõe, supondo um
sobrepreço de $ 14, em um contrato de $ 100, amostra analisada de $ 84 e valor da
amostra segundo os preços de mercado de $ 70, o percentual de sobrepreço, nesse
exemplo hipotético, deve ser 20% ($14/$70), não 14% ($14/$100), como calculado
segundo a metodologia da unidade técnica.
21. Não se trata de mera forma de apresentação, pois um percentual de sobrepreço
apurado de forma diversa da usual nesta Corte pode distorcer conclusões e influenciar
as decisões de mérito do Tribunal. ...
Método de Cálculo do Sobrepreço
Para apuração de sobrepreço em obras públicas, aplica-se
preferencialmente o método da limitação dos preços
unitários ajustado (MLPUA) na análise de editais e o
método da limitação do preço global (MLPG) no caso de
obra já contratada. (Acórdão 2.510/2016-Plenário).
Cálculo do Sobrepreço: Parcela não Analisada do
Contrato
Admite-se imputação de débito com base em superfaturamento apurado em
amostra dos itens do orçamento da obra. Para os itens não avaliados,
compete ao responsável comprovar que eventuais subpreços compensam
os sobrepreços detectados na amostra.(Acórdão 2.510/2016-Plenário).

Diante da ausência de projeto básico com detalhamento de custos unitários


ou da indisponibilidade de preços de referência para diversos itens do
contrato, eventual superfaturamento poderá ser caracterizado com base nos
elementos disponíveis para análise, sem necessidade de se observar a
representatividade amostral usualmente adotada pelo TCU. Nessas
situações, há presunção relativa de que os itens não avaliados representam
os valores de mercado, facultado aos responsáveis demonstrar
diferentemente, de modo a justificar o preço global contratado. (Acórdão
2.419/2015-Plenário).
Cálculo do Sobrepreço: Métodos Estatísticos

Quando caracterizada a atuação de cartel em processos de


contratação pública, o prejuízo causado à Administração
poderá ser avaliado pela diferença entre o preço praticado no
ambiente cartelizado e o preço que seria praticado em
ambiente competitivo, estimada mediante utilização de técnicas
de econometria e de análise de regressão consagradas
internacionalmente. O parâmetro assim obtido pode servir de
base para avaliação da legalidade e da legitimidade de acordos
de leniência que venham a ser pactuados com base na Lei
12.846/2013 (Lei Anticorrupção). (Acórdão 3.089/2015-
Plenário).
Sobrepreço e Superfaturamento
Método do Desconto
SITUAÇÃO ORIGINAL APÓS ADITIVOS

PARADIGMA
ORÇAMENT
QUANT. FINAL

CONTRATO
QUANT.
INICIAL
ORÇAMENTO
ITEM

O
CONTRATO
PARADIGMA

$ unit $ total $ unit $ total $ total $ total


1 100 30,00 3.000,00 25,00 2.500,00 400 12.000,00 10.000,00
2 200 30,00 6.000,00 20,00 4.000,00 300 9.000,00 6.000,00
3 300 20,00 6.000,00 10,00 3.000,00 300 6.000,00 3.000,00
4 400 10,00 4.000,00 25,00 10.000,00 200 2.000,00 5.000,00
TOTAIS 19.000,00 19.500,00 29.000,00 24.000,00
Desconto original 2,56%

MÉTODO DO DESCONTO
Orçamento paradigma final 24.000,00
-Desconto de 2,56% (615,38)
Valor final do contrato 23.384,62

Valor contratado com aditivos 29.000,00


Valor final do contrato (23.384,62)
Desequilíbrio do contrato em prejuízo à Administração: 5.615,38
Sobrepreço e Superfaturamento
Método do Balanço
CONDIÇÕES ORIGINAIS PÓS ADITIVOS MÉTODO DO BALANÇO

ORÇAMENTO

preços unitários
QUANT. INICIAL

PARADIGMA
CONTRATO

Débito/crédito
Diferença dos

Diferença nos
quantitativos
ORÇAMENTO
ITEM

CONTRATO QUANT.
PARADIGMA
FINAL

$ unit $ total $ unit $ total $ total $ total


1 100 30,00 3.000,00 25,00 2.500,00 400 12.000,00 10.000,00 5,00 300,00 1.500,00
2 200 30,00 6.000,00 20,00 4.000,00 300 9.000,00 6.000,00 10,00 100,00 1.000,00
3 300 20,00 6.000,00 10,00 3.000,00 300 6.000,00 3.000,00 10,00 0,00 0,00
4 400 10,00 4.000,00 25,00 10.000,00 200 2.000,00 5.000,00 -15,00 -200,00 3.000,00
TOTAIS 19.000,00 19.500,00 29.000,00 24.000,00 5.500,00
Valor final do
Desc. original: 500,00 contrato 29.000,00
2,56% - Débito (5.500,00)
Valor do contrato
após MB 23.500,00
Desconto final 500,00
2,08%
Sobrepreço e Superfaturamento
Aplicabilidade dos métodos
MÉTODO DE MÉTODO DA
LIMITAÇÃO DOS MÉTODO DE MANUTENÇÃO
MÉTODO DO
PREÇOS LIMITAÇÃO DO DO EQUILÍBRIO
BALANÇO
UNITÁRIOS PREÇO GLOBAL ECONÔMICO-
AJUSTADO FINANCEIRO
a) empreitadas por a) empreitadas por a) contratos a) contratos
preço unitário; e preço global; ou com aditivos com aditivos
b) certames b) situações que alterem a que alterem a
licitatórios ainda jurídicas planilha planilha
não concluídos constituídas orçamentária; orçamentária;
(não adjudicados e (contrato e e
contratados). celebrado), b) quando há b) quando não
compensando os sobrepreço há sobrepreço
serviços com inicial. inicial.
subpreços com os
sobrepreços
apurados.
Sobrepreço e Superfaturamento
Aplicabilidade dos métodos
Qual a situação
da Obra

Qual o Regime Houve


de Execução Aditamento
Contratual? Contratual?

Sim
O contrato
Apresentou
Sobrepreço
Original?

Método da Método da
Limitação do Limitação do
Preço Unitário Preço Global
Método do Método do
Desconto Balanço
Sobrepreço e Superfaturamento
Lei 8.666/93

• Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou


vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário,
durante a execução dos contratos celebrados com o Poder Público,
sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação ou nos
respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com C
preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade, observado o r
disposto no art. 121 desta Lei: i
Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa.
m
e
• Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada
para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela
decorrente:
I - elevando arbitrariamente os preços; (...)
IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da
mercadoria fornecida; (...)
V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a
proposta ou a execução do contrato:
Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Sobrepreço e Superfaturamento

Lei 8429/92

• Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando


enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial
indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego
ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e
notadamente:
(...)
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar
a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a
contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço
superior ao valor de mercado;
(...)
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou
indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras
públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida,
qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer
das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;”
Sobrepreço e Superfaturamento
Superfaturamento por antecipação de pagamentos

- Os artigos 62 e 63 da LF nº 4320/64 definem que os pagamentos somente


poderão ser efetuados após a sua regular liquidação de despesa.
- Portanto, é vedada a antecipação de pagamentos no contratado sem que haja a
efetiva comprovação da sua prévia contrapartida, salvo em casos excepcionais,
conforme Acórdão nº 606/2006 do TCU, “mediante as indispensáveis cautelas ou
garantias, efetuando-se, posteriormente, os respectivos descontos nos créditos da
empresa contratada em valores atualizados na forma do contrato”.
- Ainda, conforme Acórdão nº 1442/03:
“Quanto ao pagamento antecipado, forçoso reconhecer que ele não é vedado pelo
ordenamento jurídico. Em determinadas situações ele pode ser aceito. Mas esta
não é a regra. Ordinariamente o pagamento feito pela Administração é devido
somente após o cumprimento da obrigação pelo particular... Julgo mais adequado
condicionar a possibilidade de pagamento antecipado à existência de interesse
público devidamente demonstrado, previsão no edital e exigência de garantias.”
Sobrepreço e Superfaturamento
Superfaturamento por antecipação de pagamentos
- Realmente a possibilidade de pagamentos antecipados encontra-se prevista no
art. 40, inc. XIV, alínea "d" da Lei 8.666/93. Entretanto, não tão raramente
percebem-se pagamentos antecipados não previstos em edital sem a prévia
contrapartida do contratado, os quais representam diminuição da parcela de
custos financeiros da empresa inicialmente previstos para a realização do objeto
contratual, estes normalmente alocados na composição do BDI. Tal prática, mesmo
que o serviço seja prestado em período posterior ao seu pagamento, fere a própria
legislação e resulta em aumento da margem de lucro da empresa por ganhos
financeiros em detrimento da Administração, provocando irregularmente um
desequilíbrio econômico-financeiro no contrato em favor da empresa.
- Para se calcular essa parcela de superfaturamento, primeiro devemos estabelecer
o período de tempo entre a antecipação do pagamento e a data da sua devida
cobrança. Definido esse período, sugere-se utilizar a taxa Selic para descontar os
pagamentos desde a data da efetiva prestação dos serviços até a data em que os
pagamentos foram realizados. Poderão ser calculadas várias sub-componentes,
uma vez que pode ocorrer mais de uma antecipação no mesmo contrato.
Sobrepreço e Superfaturamento
Superfaturamento por antecipação de pagamentos

SERVIÇOS “A”

VALOR DESCONTADO
PAGAMENTOS ANTECIPADOS EFEIVA REALIZAÇÃO DOS PELA TAXA SELIC
(VALOR NOMINAL) SERVIÇOS PRESTADOS (1% a.m)

PREÇO PREÇO PREÇO PREÇO


DATA QUANT. UNIT. TOTAL (A) QUANT. UNIT. TOTAL PREÇO TOTAL (B)
30/12/2010 1.000 15.000,00 15.000.000,00
31/5/2011 300 15.000,00 4.500.000,00 4.281.595,59
31/7/2011 400 15.000,00 6.000.000,00 5.596.308,33
30/9/2011 300 15.000,00 4.500.000,00 4.114.529,21
Total 15.000.000,00 13.992.433,13
Superfaturamento por pagamentos antecipados (A – B) 1.007.566,87
Notas explicativas:

1) adotou-se a fórmula do desconto racional composto (por dentro) para calcular o valor total descontado;
2) adotou-se a taxa mensal Selic equivalente a 1% para fins de simplificação do exemplo; e
3) adotou-se a data-base do adiantamento dos pagamentos como origem do débito (30/12/2010).
Sobrepreço e Superfaturamento
Superfaturamento por reajustes irregulares

- A legislação proíbe expressamente a previsão ou da concessão de reajustes em prazo


inferior a 12 (doze) meses, contados a partir da data prevista para apresentação da
proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir. Portanto, pode ocorrer a prática
de pagamentos indevidos por reajustamento em prazo inferior a um (um) ano. Nesse caso,
todo o reajuste pago antes do prazo legal é caracterizado como dano.
- Esse tipo de dano também pode ocorrer em virtude de erros de cálculo de reajustamento,
intencionais ou não, ou pela a adoção de critérios de reajustamento com índices que não
reflitam da melhor forma a variação dos custos do objeto contratado, situação em que o
montante de superfaturamento pode ser calculado por meio de novos cálculos de reajuste,
baseados em índices adequados e isentos de erros.
- Mesmo que o índice de reajustamento usado seja correto é necessário verificar, nos
contratos de longa duração, se o índice realmente tem conseguido refletir a variação de
preços do mercado, pois quando há um lapso muito grande entre a licitação e o pagamento
dos serviços, os preços devem, durante toda a execução do contrato, estar em consonância
com os preços praticados no mercado, de forma a manter o equilíbrio econômico-financeiro
inicialmente pactuado. O cálculo necessitará de análises anuais nas datas-bases do contrato
e sua comparação com preços de mercado e os índices devidos.
Superfaturamento de Qualidade
Visita ao canteiro de obras
UTILIZAÇÃO DE TUBOS DE PEAD
(projeto previa tubos de concreto poroso)
Superfaturamento de Quantidade

Essa medição é ficta. Não foi realizada com base nos


levantamentos topográficos de cada seção.

1,25
1,25
1,25

1,25
É impossível, estatisticamente, que todos os fatores de
homogeneização alcancem exatamente 1,25. Trata-se de
liquidação irregular de despesa.
Sobrepreço e Superfaturamento
Superfaturamento decorrente de alteração da metodologia executiva

- Essa modalidade de superfaturamento é semelhante ao superfaturamento de


qualidade e ocorre quando o projeto especifica um equipamento ou uma
metodologia claramente antieconômica ou ultrapassada para a execução de
um determinado serviço. Por exemplo, pensem em um orçamento prevendo
confeccionar todo o concreto necessário para a construção de um estádio de
futebol em betoneiras de 320 litros.
- Apresentando outro exemplo, em obras rodoviárias, as vezes pode-se
constatar que o projeto prevê operações de escavação, carga e transporte com
motoscrapers para distâncias muito longas, representando antieconomicidade
na elaboração do orçamento, enquanto deveria haver previsão da utilização de
pá carregadeiras e caminhões basculantes para as distâncias mais longas. Foi o
caso enfrentado no Acórdão 2065/2007-P
Superfaturamento por utilização metodologia executiva
antieconômica
Acórdão 2986/2016-Plenário (Enunciado):
Não se configura superfaturamento
por metodologia executiva quando o projeto básico prevê a
solução mais eficiente e usual de mercado e o executor
realiza o trabalho com técnicas ou equipamentos inovadores
que aumentam a produtividade na execução do serviço.
Contudo, se o contratado executa o trabalho por meio de
sistema mais produtivo, não por este ser uma inovação, mas
porque o projeto básico previu metodologia antieconômica, o
erro de projeto deve ser considerado para a apuração do
efetivo custo referencial da obra e de eventual
superfaturamento.
Superfaturamento por utilização metodologia executiva
antieconômica
Acórdão 2986/2016-Plenário (Resumo):
Em Pedidos de Reexame interpostos contra o Acórdão 2.872/2012
Plenário, os recorrentes questionaram, entre outros pontos, irregularidade
relativa a superfaturamento por metodologia executiva, caracterizada pelo
fato de que o orçamento base teria previsto o uso de trator de esteira e
carregadeira, em vez de apenas escavadeira, solução mais econômica
para o serviço de “escavação, carga e transporte de material de jazida”.
Ao analisar a peça recursal, o relator esclareceu não pretender coibir
inovações metodológicas ou de equipamento que podem advir na
execução da obra em relação ao projeto básico, pois, caso se trate de
inovações que aumentem a produtividade na execução do serviço, é lícito
que o contratado se beneficie dos ganhos auferidos. Contudo, ressaltou,
“não se podem confundir metodologias inovadoras com falhas técnicas do
projeto ou do orçamento base. Portanto, se o contratado executou o
trabalho por sistema mais produtivo não por este ser uma inovação, mas
porque o projeto básico previu metodologia antieconômica, trata-se de
erro de projeto que deve ser corrigido para a apuração do efetivo custo
referencial da obra”.
Superfaturamento por utilização metodologia executiva
antieconômica
Acórdão 2986/2016-Plenário (Resumo):
Sobre a questão, lembrou o relator das orientações do Roteiro de
Auditoria de Obras Públicas do TCU, segundo o qual não ocorre
superfaturamento “quando o orçamento do serviço considerou
metodologia executiva eficiente e compatível com a boa técnica da
engenharia, porém, o construtor, valendo-se de equipamentos mais
modernos e produtivos ou de técnicas inovadoras, consegue executar o
serviço com maior produtividade e, consequentemente, a um menor
custo. Trata-se de ganho de eficiência legítimo, cujos benefícios devem
ser apropriados exclusivamente pelo contratado”. Por fim, concluiu que
“quando o projeto básico prevê a solução mais eficiente e usual de
mercado e o executor realiza o trabalho com técnicas ou equipamentos
inovadores, não se configura o superfaturamento por metodologia
executiva. Evidentemente, também não haverá prejuízo ao contratante se
este especificar solução antieconômica, mas o contratado, em sua
proposta, se adotar preço unitário compatível com o método eficiente e
usual que irá utilizar na obra”.
Superfaturamento por utilização metodologia executiva
antieconômica
Sobrepreço e Superfaturamento
Superfaturamento decorrente da prorrogação injustificada do prazo contratual

- O superfaturamento devido à prorrogação injustificada do prazo contratual


corresponde aos valores pagos indevidamente pela administração local da obra e
pela manutenção e operação do canteiro de obras, bem como da(s) fatura(s) de
reajustamento paga(s) em decorrência da prorrogação injustificada do prazo
contratual. Nesse valor não estão incluídas a devida multa contratual e demais
penalidades legais decorrentes do descumprimento do prazo de execução da
obra pela construtora.
Jogo de Cronograma
• Origina-se em orçamentos que apresentam preços unitários
superiores aos de mercado nos serviços a serem
executados inicialmente, compensados por reduções
significativas nos preços dos serviços a executar no final do
contrato, de forma a manter o valor global do contrato
dentro dos valores de mercado.
• Essa distorção no cronograma físico-financeiro da obra
propicia ao contratado auferir ganhos financeiros às custas
da Administração, ou até mesmo paralisar a obra após ter
executado os serviços que lhe beneficiam, sob a alegação
de que os serviços restantes encontram-se em desequilíbrio
econômico-financeiro.
Exemplo Jogo de Cronograma
ORÇAMENTO-BASE PLANILHA CONTRATUAL DIFERENÇA (B-A)
ITEM DESCRIÇÃO UNID. QUANT.
UNITÁRIO TOTAL (A) UNITÁRIO TOTAL (B) (R$) Desconto (%)
1 INSTALAÇÃO DA OBRA 40.704,63 48.845,56 8.140,93 -17%
1.1 Tapume de chapa de madeira compensada (6mm) m2 1.163,80 22,85 26.592,83 27,42 31.911,40 5.318,57 -17%
1.2 Instalações Provisórias cj 1 12.856,00 12.856,00 15.427,20 15.427,20 2.571,20 -17%
1.3 Mobilização de obra cj 1 1.255,80 1.255,80 1.506,96 1.506,96 251,16 -17%
2 ADMINISTRAÇÃO DA OBRA 479.592,00 527.551,20 47.959,20 -9%
2.1 Administração local mês 12 39.966,00 479.592,00 43.962,60 527.551,20 47.959,20 -9%
3 SERVIÇOS PRELIMINARES 21.520,99 25.825,18 4.304,19 -17%
3.1 Demolição de alvenaria de tijolo comum, sem reaproveitamento m3 476,15 14,39 6.851,80 17,27 8.222,16 1.370,36 -17%
3.2 Demolição mecânica de concreto armado c/retirada m3 167,85 67,83 11.385,27 81,40 13.662,32 2.277,05 -17%
3.3 Locação da Obra m2 4.829,29 0,68 3.283,92 0,82 3.940,70 656,78 -17%
4 FUNDAÇÕES E ESTRUTURA 150.282,42 161.557,29 11.274,87 -7%
4.1 FUNDAÇÃO -
4.1.1 Concreto usinado bombeado fck=30mpa m3 49,51 306,79 15.189,17 429,51 21.264,84 6.075,67 -29%
4.1.2 Forma pinho 3a p/concreto em fundação m2 35,50 32,00 1.136,00 44,80 1.590,40 454,40 -29%
4.1.3 Armadura CA-50 kg 1.660,00 5,70 9.462,00 7,98 13.246,80 3.784,80 -29%
4.1.4 Estaca broca tipo hélice contínua Ø60cm m 40,00 60,00 2.400,00 84,00 3.360,00 960,00 -29%
4.2 SUPERESTRUTURA -
4.2.1 Concreto usinado bombeado fck=25mpa m3 162,72 282,50 45.968,40 282,50 45.968,40 - 0%
4.2.2 Forma com chapa compensada plastificada 12mm m2 869,50 18,51 16.094,45 18,51 16.094,45 - 0%
4.2.3 Armadura CA-50 kg 10.532,00 5,70 60.032,40 5,70 60.032,40 - 0%
5 ESTRUTURA METÁLICA 585.215,48 585.215,48 - 0%

5.1 Estrutura de aço para cobertura : fabricação, transporte e montagem Kg 68.848,88 8,50 585.215,48 8,50 585.215,48 - 0%

6 PAREDES E FECHAMENTOS 111.111,40 133.333,67 22.222,27 -17%


6.1 Alvenaria em bloco cerâmico e=14 cm m2 1.417,43 36,81 52.175,60 44,17 62.610,72 10.435,12 -17%
6.2 Vidro temperado incolor 10mm m2 43,81 160,06 7.012,23 192,07 8.414,67 1.402,44 -17%
Divisória sanitária de granito cinza andorinha, com 2 cm de
6.3 m2 14,64 189,54 2.774,87 227,45 3.329,84 554,97 -17%
espessura
6.4 Parede de gesso acartonado com emassamento e pintura m2 954,90 51,47 49.148,70 61,76 58.978,44 9.829,74 -17%
7 PORTAS E ESQUADRIAS 28.665,83 28.665,83 - 0%
7.1 Porta de Abrir 01 folha - madeira - com ferragens (80x210) und 35,00 158,00 5.530,00 158,00 5.530,00 - 0%
7.2 Janela de Alumínio - Vidro liso 4mm - 4 folhas m2 42,00 517,82 21.748,44 517,82 21.748,44 - 0%
7.3 Janela Basculante de Alumínio - Vidro liso 4mm m2 2,40 578,08 1.387,39 578,08 1.387,39 - 0%
8 COBERTURA 78.432,47 56.023,19 (22.409,28) 40%
8.1 Telha metálica m2 1.705,44 45,27 77.205,27 32,34 55.146,62 (22.058,65) 40%
8.2 Calha em chapa galvanizada nº 24 m 52,00 23,60 1.227,20 16,86 876,57 (350,63) 40%
9 REVESTIMENTOS 695.435,79 514.380,74 (181.055,05) 35%
Exemplo Jogo de Cronograma

VALOR DOS Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6


ORÇAMENTO-BASE
SERVIÇOS % R$ % R$ % R$ % R$ % R$ % R$
INSTALAÇÃO DA OBRA R$ 40.704,63 100,00% R$ 40.704,63 0,00 0,00 0,00 0,00 R$ -
ADMINISTRAÇÃO DA OBRA R$ 479.592,00 16,67% R$ 79.932,00 16,67% R$ 79.932,00 16,67% R$ 79.932,00 16,67% R$ 79.932,00 16,67% R$ 79.932,00 16,67% R$ 79.932,00
SERVIÇOS PRELIMINARES R$ 21.520,99 35,00% R$ 7.532,35 65,00% R$ 13.988,64 R$ - R$ - R$ - R$ -
FUNDAÇÕES E ESTRUTURA R$ 150.282,42 R$ - 55,00% R$ 82.655,33 35,00% R$ 52.598,85 10,00% R$ 15.028,24 R$ - R$ -
ESTRUTURA METÁLICA R$ 585.215,48 R$ - 55,00% R$ 321.868,51 35,00% R$ 204.825,42 10,00% R$ 58.521,55 R$ -
PAREDES E FECHAMENTOS R$ 111.111,40 R$ - 10,00% R$ 11.111,14 30,00% R$ 33.333,42 30,00% R$ 33.333,42 30,00% R$ 33.333,42 R$ -
PORTAS E ESQUADRIAS R$ 28.665,83 R$ - 50,00% R$ 14.332,92 50,00% R$ 14.332,92 R$ - R$ - R$ -
COBERTURA R$ 78.432,47 R$ - R$ - 30,00% R$ 23.529,74 40,00% R$ 31.372,99 25,00% R$ 19.608,12 5,00% R$ 3.921,62
REVESTIMENTOS R$ 695.435,79 R$ - R$ - 10,00% R$ 69.543,58 20,00% R$ 139.087,16 70,00% R$ 486.805,05 R$ -
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS E SANITÁRIAS R$ 17.058,38 R$ - R$ - 10,00% R$ 1.705,84 20,00% R$ 3.411,68 35,00% R$ 5.970,43 35,00% R$ 5.970,43
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E DE TELEFONIA R$ 127.805,29 30,00% R$ 38.341,59 40,00% R$ 51.122,12 30,00% R$ 38.341,59 R$ -
SISTEMA DE AR CONDICIONADO R$ 27.275,20 R$ - R$ - R$ - R$ - 30,00% R$ 8.182,56 70,00% R$ 19.092,64
LIMPEZA R$ 2.248,48 100,00% R$ 2.248,48
TOTAIS R$ 2.365.348,36 5,42% 128.168,98 8,54% 202.020,03 26,85% 635.186,44 23,60% 558.113,02 30,89% 730.694,72 4,70% 111.165,18

VALOR DOS Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6


PLANILHA CONTRATUAL
SERVIÇOS % R$ % R$ % R$ % R$ % R$ % R$
INSTALAÇÃO DA OBRA R$ 48.845,56 100,00% R$ 48.845,56 0,00 0,00 0,00 0,00 R$ -
ADMINISTRAÇÃO DA OBRA R$ 527.551,20 16,67% R$ 87.925,20 16,67% R$ 87.925,20 16,67% R$ 87.925,20 16,67% R$ 87.925,20 16,67% R$ 87.925,20 16,67% R$ 87.925,20
SERVIÇOS PRELIMINARES R$ 25.825,18 35,00% R$ 9.038,81 65,00% R$ 16.786,37 R$ - R$ - R$ - R$ -
FUNDAÇÕES E ESTRUTURA R$ 161.557,29 R$ - 55,00% R$ 88.856,51 35,00% R$ 56.545,05 10,00% R$ 16.155,73 R$ - R$ -
ESTRUTURA METÁLICA R$ 585.215,48 R$ - 55,00% R$ 321.868,51 35,00% R$ 204.825,42 10,00% R$ 58.521,55 R$ -
PAREDES E FECHAMENTOS R$ 133.333,67 R$ - 10,00% R$ 13.333,37 30,00% R$ 40.000,10 30,00% R$ 40.000,10 30,00% R$ 40.000,10 R$ -
PORTAS E ESQUADRIAS R$ 28.665,83 R$ - 50,00% R$ 14.332,92 50,00% R$ 14.332,92 R$ - R$ - R$ -
COBERTURA R$ 56.023,19 R$ - R$ - 30,00% R$ 16.806,96 40,00% R$ 22.409,28 25,00% R$ 14.005,80 5,00% R$ 2.801,16
REVESTIMENTOS R$ 514.380,74 R$ - R$ - 10,00% R$ 51.438,07 20,00% R$ 102.876,15 70,00% R$ 360.066,52 R$ -
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS E SANITÁRIAS R$ 12.184,54 R$ - R$ - 10,00% R$ 1.218,45 20,00% R$ 2.436,91 35,00% R$ 4.264,59 35,00% R$ 4.264,59
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E DE TELEFONIA R$ 91.289,48 30,00% R$ 27.386,84 40,00% R$ 36.515,79 30,00% R$ 27.386,84 R$ -
SISTEMA DE AR CONDICIONADO R$ 19.482,28 R$ - R$ - R$ - R$ - 30,00% R$ 5.844,68 70,00% R$ 13.637,60
LIMPEZA R$ 1.606,06 100,00% R$ 1.606,06
TOTAIS R$ 2.205.960,50 6,61% 145.809,57 10,03% 221.234,36 27,99% 617.522,11 23,26% 513.144,57 27,11% 598.015,28 5,00% 110.234,60

VALOR DOS Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6


DIFERENÇA
SERVIÇOS 1,19% 17.640,60 1,49% 19.214,33 1,14% -17.664,33 -0,33% -44.968,45 -3,78% -132.679,44 0,30% -930,57
Jogo de Cronograma
• O jogo de cronograma é uma prática bastante difícil de ser evitada pela
Administração Pública. Ainda que o edital tenha estabelecido critérios de
aceitabilidade de preço unitário, as licitantes dispõem de artifícios para
inflar o preço dos serviços iniciais da obra.
• Por exemplo, determinada licitante pode apresentar 20% de desconto em
relação ao orçamento da Administração, e com todos os preços unitários
inferiores aos previstos pela Administração. No entanto, a proposta da
licitante pode adotar os preços dos serviços da primeira metade da obra
sem nenhum desconto em relação ao orçamento-base, enquanto os
preços da segunda metade da obra foram cotados com 40% de
desconto.
• Apesar de não haver dano ao erário decorrente de superfaturamento, há
o risco de a construtora abandonar a obra, depois de executar a parte
que lhe é interessante. Além disso, o abandono do contrato leva à
ocorrência de jogo de planilha, pois os valores pagos pelos serviços que
foram executados estão com desconto inferior ao desconto médio
contratado.
Jogo de Cronograma
• O Decreto 7983/2013 traz regra aplicável ao caso de
regime de empreitada por preço global (art. 13), no sentido
de que, na formação do preço que constará das propostas
dos licitantes, poderão ser utilizados custos unitários
diferentes daqueles obtidos a partir dos sistemas de custos
de referência, desde que o preço global orçado e o de cada
uma das etapas previstas no cronograma físico-financeiro
do contrato fiquem iguais ou abaixo dos preços de
referência da administração pública.
Causas de Superfaturamento
a) pagamento de obras, bens e serviços por preços manifestamente superiores aos tomados
como paradigma de mercado (superfaturamento de preços);
b) quebra do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato em desfavor do contratante
por meio da alteração de quantitativos e/ou preços durante a execução da obra
(superfaturamento por jogo de planilha);
c) medição de quantidades superiores às efetivamente executadas/fornecidas; pelo
pagamento de serviços ou bens não executados/fornecidos ou, ainda, pelo pagamento em
duplicidade de bens e/ou serviços (superfaturamento de quantidade);
d) substituição de insumos por outros de qualidade inferior ou pela deficiência na execução
de obras e serviços de engenharia que resulte em diminuição da qualidade, vida útil ou
segurança (superfaturamento de qualidade);
e) pela especificação de metodologia executiva da obra ou serviço claramente
antieconômica, ineficiente ou contrária às normas técnicas, legais, ambientais ou boas
práticas de engenharia, com posterior alteração da metodologia executiva da obra ou
serviço;
f) pelo pagamento de reajustamentos irregulares de preços ou pela recomposição do
reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos fora das hipóteses previstas em lei
(superfaturamento decorrente de reajustes irregulares de preços);
g) pela distorção do cronograma físico-financeiro, também denominado “jogo de
cronograma”;
h) pela antecipação ilegal de pagamentos; e
i) pela prorrogação injustificada do prazo contratual com custos adicionais para o contratante.
546
Orçamento de Serviços de
Engenharia Consultiva

547
Métodos de Orçamentação:
• Orçar trabalhos especializados de engenharia e arquitetura é
tarefa com razoável grau de incerteza, pois são atividades que
envolvem um grande esforço intelectual e criativo, que depende
das características pessoais do profissional que realiza o
trabalho.
• Em função das informações e dados disponíveis, do
conhecimento e dos registros de experiências anteriores, da
possibilidade de previsão – com razoável grau de precisão – dos
serviços a executar e da estimativa dos diversos componentes
de custos e preços envolvidos, poderão ser adotadas diferentes
metodologias para a formação do preço:
– formação do preço com base nos quantitativos e custos unitários dos
insumos utilizados;
– formação do preço com base nos produtos entregues;
– formação do preço com base no custo previsto do empreendimento.
• A utilização simultânea de mais de uma metodologia possibilita
o cotejo e a aferição dos resultados obtidos, e a seleção
criteriosa do orçamento mais apropriado.
Formação de preço com base nos
quantitativos e custos unitários dos
insumos utilizados
PV = CDsal x K + CDoutros x TRDE

K = (1+k1+k2)(1+k3)(1+k4)
TRDE = (1+k3)(1+k4)

Sendo:

• PV: preço de venda total praticado pela empresa de engenharia consultiva


• CDsal: custo direto de salários
• K: fator “K”
• CDoutros: demais custos diretos
• TRDE: taxa de ressarcimento de despesas e encargos
• K1: encargos sociais incidentes sobre a mão de obra
• K2: administração central da empresa de consultoria (ou overhead)
• K3: remuneração bruta da empresa de consultoria
• K4: fator relativo aos tributos incidentes sobre o preço de venda, dado pela
equação K4 = 1/(1-I), em que “I” são os referidos tributos.
ÓRGÃO CONTRATANTE: DATA-BASE:

OBRA: OBJETO: EDITAL:


Supervisão e Apoio a Fiscalização das Obras
A - MOBILIZAÇÃO/DESMOBILIZAÇÃO 30.312,00
A1 - MOBILIZAÇÃO 15.156,00
A2 - DESMOBILIZAÇÃO 15.156,00

B - MÃO DE OBRA E ENCARGOS SOCIAIS 5.749.231,80


B1 - TOTAL DE SALÁRIO DA EQUIPE TÉCNICA E ADMINISTRATIVA 3.332.694,80
B2 - ENCARGOS SOCIAIS (72,51% DO B1) 2.416.537,00

C - CUSTOS OPERACIONAIS E ADMINISTRATIVOS LOCAIS 945.815,18

Formação de preço C1 - VEÍCULOS DE APOIO


C2 - EQUIPAMENTOS DE TOPOGRAFIA
99.822,00
54.039,99

com base nos


C3 - GASTOS COM ÁGUA, ENERGIA, TELEFONIA E INTERNET 73.812,75
C4 - MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO 39.767,87

quantitativos e
C5 - CUSTOS COM IMPRESSÃO E SERVIÇOS GRÁFICOS 3.155,00
C6 - EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA 6.448,90
C7 - MATERIAL DE EXPEDIENTE 14.033,49
custos unitários dos C8 - MATERIAL DE LIMPEZA 3.922,11
C9 - ANOTAÇÕES DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA 486,00
insumos utilizados C10 - ENCARGOS COMPLEMENTARES (EPI, VALE TRANSPORTE, ALIMENTAÇÃO, PLANO DE SAÚDE) 621.059,99
C11 - PASSAGENS E HOSPEDAGEM 19.239,09

C12 - MEDICINA E SEGURANÇA DO TRABALHO (ELABORAÇÃO DE PPRA, PCMSO, ATESTADOS DE


SAÚDE OCUPACIONAL E OUTROS) 10.027,99
TOTAL DOS CUSTOS DIRETOS 6.725.358,98

D - ADMINISTRAÇÃO CENTRAL (OVERHEAD) = (20% DO B1) 666.538,96


E - REMUNERAÇÃO BRUTA DA EMPRESA = (10% DE A + B + C + D) 739.189,79
G - DESPESAS FISCAIS = (10,4% DE A + B + C + D + E + F + G)
G1 - PIS (1,32% DE A + B + C + D + E + F + G) 119.788,35
G2 - COFINS (6,08% DE A + B + C + D + E + F + G) 551.752,38
G3 - ISS (3% DE A + B + C + D + E + F + G) 272.246,24
TOTAL DAS DESPESAS INDIRETAS 2.349.515,72
TOTAL DO ORÇAMENTO 9.074.874,70
Custo Direto com Salários
ÓRGÃO CONTRATANTE: DATA-BASE:
SERVIÇO: EDITAL:

Quantidade
Função Salário Mensal Custo Parcial
(Homem x Mês)

NÍVEL SUPERIOR

Coordenador Geral 20 30.542,23 610.844,60


Engenheiro de Medição e Planejamento 40 18.933,85 757.354,00
Engenheiro Civil Sênior 20 23.486,70 469.734,00
Engenheiro Mecânico Sênior 10 23.486,70 234.867,00
Engenheiro Eletricista Sênior 10 23.486,70 234.867,00
NÍVEL TÉCNICO

Topógrafo 30 4.310,56 129.316,80


Auxiliar de topografia 90 1.524,90 137.241,00
Laboratorista 20 4.498,40 89.968,00
Auxiliar de Laboratório 40 1.524,90 60.996,00
Desenhista 40 6.729,90 269.196,00
Técnico de Edificações 80 2.168,32 173.465,60
Técnico de Segurança no Trabalho 20 2.168,32 43.366,40
EQUIPE ADMINISTRATIVA/APOIO

Secretária 20 2.479,84 49.596,80


Motorista 20 1.422,08 28.441,60
Auxiliar de escritório 20 724,00 14.480,00
Faxineira 40 724,00 28.960,00
TOTAIS DOS SALÁRIOS DA EQUIPE 3.332.694,80
Como Quantificar as Horas Técnicas?

552
Impostos
• Por exemplo, para as empresas que já estão operando sob o efeito dessa nova
forma de cálculo, observa-se que na indústria e no comércio, devido a créditos
recebidos, as alíquotas efetivamente pagas têm ficado abaixo dos 0,65% e 3%,
para as alíquotas de PIS e COFINS, respectivamente. No entanto, para
empresas prestadoras de serviços, que têm na mão de obra seu principal
insumo, as alíquotas geralmente são superiores aos referidos percentuais, pois
não possuem muitos créditos para compensar. Esta última situação é o caso
frequentemente observado nas empresas que prestam serviços de engenharia
consultiva.
• A complexidade advém de se estabelecer parâmetros para esses valores que
são variáveis. No caso concreto, as empresas proponentes poderão fixar os
percentuais de PIS e COFINS para o cálculo do seu LDI, pois já conhecem,
pela sua estrutura organizacional e pelo tipo de contrato a ser executado, os
possíveis créditos e valores aproximados das alíquotas sob as quais deverão
trabalhar. Para efeito de orçamentação do contratante, esses percentuais
deverão ser estimados

553
Impostos
• A cartilha do Sinaenco adota uma alíquota efetiva de COFINS de 6,08%,
admitindo que a empresa tenha um percentual de compensações de 20%
(6,08% = 7,60% x 0,8). Da mesma forma, a alíquota de PIS adotada na cartilha
é de 1,32% (1,65% x 0,8). No exemplo apresentado, adotou-se um percentual
de despesas fiscais de 10,40% sobre o preço de venda ou 11,61% sobre o
custo direto, conforme detalhado na tabela a seguir:

DETALHAMENTO DAS DESPESAS FISCAIS


VALORES
DISCRIMINAÇÃO

1 - ISS 3,00 3,35 124.073,88


1,32 1,47 54.592,51
6,08 6,79 251.456,40

TOTAIS DE DESPESAS FISCAIS 10,40 11,61 430.122,80

554
Parâmetros Referenciais para o Fator “K”

Órgão/Entidade Fator K1 Fator K2 Fator K3 Fator K4 Fator K


Dnit 84,04% 30% 12% 16,62% 2,80
Codevasf 77,25% 25% 10% 16,62% 2,59
Formação do Preço com Base nos
Produtos Entregues
• Por esse método, deve-se estimar a quantidade de documentos a serem
produzidos, tais como plantas, especificações, relatórios, estudos, laudos etc. O
orçamento será igual ao produto da quantidade de documentos pelos
respectivos preços unitários.
• Em seguida, atribui-se um preço unitário para cada tipo de documento,
mediante a elaboração de uma composição de custo unitário que deverá levar
em conta as quantidades de horas técnicas de todos os profissionais que
participarão da elaboração do documento (custo direto). O preço de venda de
um determinado produto pode ser calculado pela seguinte equação:
P = CDsal (1 + ES) (1 + DI) (1 + L) (1 + I)
Onde:
• CDsal é o custo direto com a mão de obra utilizada para produzir o desenho ou
outro tipo de documento;
• ES é o percentual de encargos sociais;
• L é a remuneração da empresa;
• DI são as despesas indiretas;
• I são os tributos incidentes sobre o faturamento.
Formação do Preço com Base nos
Produtos Entregues
• Para calcular o preço total de venda também devem ser considerados os
demais custos diretos (viagens, diárias, veículos, alimentação, transporte,
sondagens, topografia etc.) da empresa de consultoria. O preço total de venda
(PV) da empresa será dado por:

TRDE = (1+k3) (1+k4)


• Sendo:
• PV: preço de venda total praticado pela empresa de engenharia consultiva
• Pi: preço do documento do tipo “i”
• Qi: quantidade de documentos do tipo “i”
• CD: demais custos diretos
• TRDE: taxa de ressarcimento de despesas e encargos
• K3: margem bruta da empresa de consultoria
• K4: fator relativo aos tributos (I) incidentes sobre o preço de venda, dado pela
equação K4 = 1/(1-I)
Formação do Preço com Base no Custo do
Empreendimento
• Este método baseia-se na correlação
entre os preços de serviços técnicos de
engenharia e arquitetura e o custo
estimado do empreendimento a ser
construído. O preço do serviço é
determinado mediante a aplicação de
percentual único ou de percentuais
diferenciados, sobre o valor do
empreendimento, para cada
especialidade ou atividade.
Formação do Preço com Base no Custo do Empreendimento
Senge-BA
Formação do Preço com Base no Custo do Empreendimento
Senge-BA
Formação do Preço com Base no Custo do Empreendimento
Senge-BA
Formação do Preço com Base no Custo do Empreendimento
Senge-BA
Formação do Preço com Base no Custo do Empreendimento
Senge-BA
Formação do Preço com Base no Custo do Empreendimento
Senge-BA
Formação do Preço com Base no Custo do Empreendimento
Senge-BA
Formação do Preço com Base no Custo do Empreendimento
Senge-BA
Formação do Preço com Base no Custo do Empreendimento
CEHOP-SE
Formação do Preço com Base no Custo do Empreendimento
CEHOP-SE
Formação do Preço com Base no Custo do Empreendimento
CEHOP-SE
Formação do Preço com Base no Custo do Empreendimento
Tabela CAU-BR – Modalidade de Remuneração 01 – Percentual sobre o custo da obra
Formação do Preço com Base no Custo do Empreendimento
Tabela CAU-BR – Modalidade de Remuneração 01 – Percentual sobre o custo da obra
Formação do Preço com Base no Custo do Empreendimento
Tabela CAU-BR – Modalidade de Remuneração 01
Métodos de Orçamentação:
• Acórdão 288/2015 – Plenário:
14. ..., observei, ..., que a entidade promotora do certame
havia elaborado o orçamento-base do certame a partir de
percentuais incidentes sobre o montante estimado da
construção da obra, no caso do projeto arquitetônico...
(...)
19. ...em resposta à segunda oitiva, aduziram que o custo
dos projetos complementares seguiu, em verdade, as
premissas das "Tabelas de Honorários de serviços de
arquitetura e urbanismo no Brasil", aprovadas pela
Resolução 64/2013, de 11/08/2013 e Resolução 76/2014,
de 10/04/2014 do Conselho de Arquitetura e Urbanismo
do Brasil (CAU/BR), assim como os percentuais
recomendados pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil.
Métodos de Orçamentação:
• Acórdão 288/2015 – Plenário (continuação):
21. Quanto aos últimos projetos, ressalto que eles deveriam ter sido orçados
pela "Modalidade de Remuneração 02", ou seja, pelo "custo do serviço". Tal
método encontra-se disciplinado no item 6.2 do Módulo I das "Tabelas de
Honorários de serviços de arquitetura e urbanismo no Brasil" e consiste na
avaliação do preço pelo preço de custo dos componentes do orçamento - tipos
de profissionais, quantidade de horas de profissionais, valor da remuneração
horária, outras despesas diretas - acrescidos de Encargos Sociais e BDI.
(...)
24. Nesse ponto, é oportuno destacar que ainda que o preço estimado pela
UFABC tivesse seguido rigorosamente as premissas do CAU/BR ou do IAB, a
utilização das tabelas de honorários estabelecidas pelo conselho profissional ou
associações de classe como referência de mercado, no âmbito de licitações
públicas, deve ser admitida com reservas.
25. Isso porque os preços especificados por tais entidades, especialmente pela
CAU/BR, são apenas indicativos para o exercício profissional, não constituindo
referência oficial obrigatória, ainda mais no âmbito de contratações públicas.
Ademais, não é possível afirmar que tais preços são representativos dos valores
praticados no mercado, uma vez que são fixados unilateralmente por tais
entidades, não sendo obtidos a partir de pesquisas com os profissionais do
setor. Aliás, as tabelas do CAU/BR se prestam, antes, para induzir os preços a
serem praticados, não para extrair, do mercado, o valor usualmente adotado.
Métodos de Orçamentação:
• Acórdão 288/2015 – Plenário (continuação):

26. Dessa forma, embora a definição do custo de projeto como


percentual do custo estimado da obra seja prática utilizada por alguns
orçamentistas, entendo que tal critério de ser evitado para a definição
do valor de referência em licitações públicas, haja vista a sua grande
imprecisão intrínseca.
27. Aliás, é preciso ressaltar que o método de especificar a quantidade
de horas e o custo dos profissionais encontra-se de acordo com o art.
6º da Lei 12.462/2011, que estabelece, com relação ao orçamento
previamente estimado para a contratação de serviços, que a
Administração deverá divulgar "o detalhamento dos quantitativos e das
demais informações necessárias para a elaboração das propostas.".
Referencias de Preços para Engenharia
Consultiva:
• Tabela de Consultoria do Dnit;
• Tabela da Codevasf;
• Tabela da Sabesp;
• Aetesp (topografia);
• Crea/PR;
• CAU;
• Salariômetro (Fipe);
• Datafolha.
• Senge-BA
• CEHOP-SE
• IBAPE (Avaliação de Imóveis)
• ACEST (Engenharia e Segurança do Trabalho)
Utilização de Sistemas
Referenciais de Preços e do
Sinapi
Introdução
• SINAPI = Sistema Nacional de Pesquisa de
Custos e Índices da Construção Civil
– custos e índices da construção civil
– atualização mensal
– divulgação de relatórios sobre preços de
insumos, serviços e projetos mensalmente nas
27 capitais das unidades da federação
Entidades Responsáveis pelo Sinapi
• CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
– Gerencial o sistema (Hardware e Software);
– Cadastra composições de serviços (aspectos de engenharia);
– Cadastra projetos padronizados;
– Definição e atualização a partir de critérios de engenharia das
especificações técnicas dos insumos;
– Definição de conjuntos de famílias com as especificações dos
insumos que as compões.
• IBGE
– Coleta e tratamento estatístico mensal de preços de insumos
(materiais, salários, equipamentos e serviços);
– Pesquisa dos locais de compras;
– Cálculo e divulgação dos índices de preços da construção civil;
– Coleta extensiva, para subsidiar a revisão das famílias
homogêneas, revisão de coeficientes e formação de novas
famílias de insumos.
Dados disponíveis
• Custos de...
– Insumos  material, mão de obra,
equipamentos
– Serviços  composição sintética / analítica
– Projetos padronizados  habitacionais, comerciais,
equipamentos comunitários, saneamento básico

• Tipos de obra abrangidos:


– Habitação
– Saneamento básico
– Infraestrutura urbana e rural (vias)
– Drenagem
– Equipamentos comunitários e centros de lazer
Histórico do SINAPI
2017: 3300
composições
aferidas

 1969  BNH implanta SINAPI


 1986  CAIXA torna-se gestora do sistema
 Objetivo: subsidiar análise de projetos a serem financiados com recursos do FGTS.
 2003  LDO oficializa SINAPI como base de custos referenciais para obras com
recursos federais.
 2007  O Acórdão TCU 1736/2007-Plenário determina a aferição das composições do
Sinapi e a criação do Sinapi Referencial.
 2013  O uso do Sinapi deixa de constar das LDO’s. O Decreto 7983/2013 mantém o
SINAPI para a elaboração do orçamento de referência de obras com recursos da União.
Início do processo de aferição das composições do Sinapi.
Material Disponibilizado na Internet
www.caixa.gov.br > Governo > SINAPI
• Relatórios de Insumos (em PDF e XLS), preços medianos com e sem
desoneração, para as 27 capitais dos Estados e Distrito Federal;
• Relatórios de Composições Sintéticas (em PDF e XLS), custos com e sem
desoneração, para as 27 capitais dos Estados e Distrito Federal;
• Relatórios de Composições Analíticas (somente em XLS), custos com e sem
desoneração, para as 27 capitais dos Estados e Distrito Federal;
• Catálogos de Composições Analíticas (em XLS);
• Cadernos Técnicos de Composições Aferidas em processo de Consulta Pública;
• Cadernos Técnicos das Composições Aferidas vigentes;
• Sumário de Composições Aferidas do Banco Referencial;
• Relatório de Manutenção de Insumos do Banco Nacional;
• Relatório de Manutenção de Composições do Banco Referencial;
• Planilhas de Cálculo dos Encargos Sociais, com e sem desoneração, para as 27
capitais dos Estados e Distrito Federal;
• Informações para Instituições Públicas visando a realização de convênio com a
CAIXA para acesso ao SIPCI;
• Livro de Metodologias e Conceitos do SINAPI;
• Orçamentos de Projetos Padronizados (relatórios por característica física);
Sinapi SIPCI – Acesso Mediante Convênio
– Acesso via internet desde o início de 2007
– www.caixa.gov.br > Governo > SINAPI > SIPCI
– ou: https://www.sipci.caixa.gov.br
– Disponível aos entes que firmaram convênio com a CAIXA especificamente
para uso do sistema
– Acesso irrestrito a todas as funcionalidades do Sinapi
– Há níveis de acesso a dados, de acordo com o conveniado
– Possibilidade de geração de relatórios de bancos regionais
– Possibilidade de geração de relatórios tanto com a mediana como com o
primeiro e terceiro quartis dos preços coletados
Apresentação do Manual de
Metodologias e Conceitos do Sinapi
Apresentação dos Cadernos
Técnicos do Sinapi
Exemplo: Estacas
Apresentação dos Projetos Padronizados
Cadastrados no Sinapi
Apresentação dos Projetos Padronizados
Cadastrados no Sinapi
Apresentação dos Projetos Padronizados
Cadastrados no Sinapi
Apresentação dos Projetos Padronizados
Cadastrados no Sinapi
Observações sobre os Insumos do Sinapi
Tipos de Insumos no SINAPI
Os relatórios do SINAPI informam a origem do preço coletado
pelo IBGE, classificando os insumos em três categorias:
C – para preço coletado pelo IBGE;
CR – para preço obtido por meio do coeficiente de
representatividade do insumo;
AS – para preço atribuído com base no preço do insumo
para a localidade de São Paulo.

A adoção do preço de São Paulo para outra localidade ocorre


quando a amostra de preços coletados não é suficiente para
representar o preço praticado do insumo. Esta metodologia
permite que o SINAPI disponibilize preços de referência para
todas as composições em todas as localidades.
Tipos de Insumos no SINAPI
Tipos de Insumos no SINAPI
• O banco de Insumos montado pela Caixa é composto por
aproximadamente 5.200 insumos. Assim, a coleta mensal da totalidade
dos itens é considerada inviável.
• Como forma de abastecer o banco de dados, os insumos foram divididos
em famílias homogêneas, que são agrupamentos de insumos com
similaridade quanto ao processo de produção, composição de matéria
prima e forma de comercialização, que apresentam evolução de preços
semelhante.
• Diante disso, o IBGE promove a pesquisa mensal com cerca de 470
insumos (representativos), aplicando coeficientes de representatividade
aos demais insumos (representados).
• Para gerar os coeficientes de representatividade, são coletados os preços
de todos os insumos do banco e, após tratamento estatístico dos dados
coletados, divide-se o preço do representativo da família pelo preço de
cada um dos representados de uma mesma família. Dessa forma, geram-
se os coeficientes de correlação, que são utilizados para calcular os
preços dos itens representados nas coletas mensais.
• Esporadicamente, os coeficientes de correlação são aferidos em coletas
extensivas.
Outras Observações sobre os Insumos no SINAPI
•Os preços são coletados nas 27 capitais do país, em estabelecimentos
regulares, para aquisição de uma unidade de comercialização de cada
produto, para pagamento à vista, e não incluem frete.
•Não contemplam, portanto, diferenças entre preços praticados em
capitais e outras regiões, e efeitos obtidos durante o processo de
negociação e compra.
•Os salários são pesquisados junto às construtoras e as categorias
profissionais também são divididas em famílias (insumos representativos e
representados).
•Os custos de mão de obra do Sistema refletem mão de obra própria, e
não captam regimes de empreitada ou terceirização.
•Sobre os insumos de mão de obra incidem Encargos Sociais, de forma
percentual, com cálculo específico para cada Estado do Brasil.
•Desde abril de 2013, a CAIXA divulga relatórios de preços considerando
os efeitos da desoneração da folha de pagamentos da construção civil
(Leis 12.844/2013 e 13.161/2015) e relatórios com encargos sociais que
contemplam os 20% de INSS (não desonerados).
Outras Observações sobre os Insumos no SINAPI

•A CAIXA realiza cotação de preços de alguns insumos


considerados muito relevantes, em especial para o
cadastramento e publicação de novas composições.
•Esses insumos são cadastrados em banco distinto,
denominado Banco Nacional Coletados CAIXA, e seus preços
são obtidos de forma semelhante à coleta do IBGE, por meio
de coeficientes de representatividade.
•Todos os insumos desse banco são, portanto, representados,
e vinculados a insumos representativos da coleta regular do
IBGE.
•Estes são identificados pelo texto “Coletados CAIXA”
incluídos ao final de sua descrição.
Outras Observações sobre os Insumos no SINAPI
•O orçamentista, de posse de informações sobre a origem
dos preços e metodologia de coleta empregada, deve fazer o
ajuste necessário da referência para o caso específico que
quer orçar.
•Os custos dos materiais asfálticos são obtidos a partir dos
valores divulgados no site da ANP, acrescidos dos
percentuais de ICMS:

•Há necessidade de se considerar o custo com transporte


de material betuminoso. Para isso, deve-se utilizar o
caderno técnico de transporte de CAP.
Fichas de Especificação Técnica dos Insumos
•A CAIXA fornece a relação de insumos e as respectivas Fichas de
Especificações Técnicas de Insumos do SINAPI.
•As Fichas objetivam caracterizar os insumos cujos preços são publicados
no Relatório de Referência de Preços de Insumos do SINAPI.
•Cada insumo possui uma Ficha individual, elaborada no momento da sua
criação e revisada sempre que necessário.
•A divulgação das Fichas do SINAPI oferece características adicionais que
não constam na descrição do insumo indicada nos relatórios de referência
de preços, devendo ser utilizadas pelos orçamentistas, exclusivamente, para
melhor analisar alternativas de adoção de insumos em composições de
referência do SINAPI.
•Nas Fichas, a indicação das normas técnicas e a indicação de produtor ou
fabricante e de marcas de referências têm como objetivo melhor caracterizar
o insumo, sem com isto direcionar ou limitar opções de coleta de preços
pelo IBGE, que atua segundo metodologia própria e de forma independente,
ou tampouco induzir os orçamentistas à adoção desses dados em seus
orçamentos.
Fichas de Especificação Técnica dos Insumos
Observações sobre as Composições do Sinapi
Tipos de Composições do Sinapi
• Composições Principais: Representam a execução dos serviços
principais, incluindo os esforços de mão de obras, equipamentos,
materiais e outras composições auxiliares envolvidas nos serviços.
Exemplo: alvenaria.
• Composições Auxiliares: Representam etapas de processamento
intermediário ou subatividades das composições principais. Exemplo:
argamassa.
• Composições de Custo Horário de Equipamentos: Definem os custos
dos equipamentos presentes no SINAPI. Para cada equipamento existem
composições para os custos horários produtivos (CHP) e improdutivos
(CHI), com base nas seguintes variáveis:
– a) Custo de aquisição do equipamento;
– b) Vida útil em anos (tempo de amortização);
– c) Seguros e impostos;
– d) Horas trabalhadas por ano;
– e) Depreciação;
– f) Juros;
– g) Custos de manutenção;
– h) Custos de materiais na operação;
– i) Custo de mão de obra na operação.
Tipos de Composições do Sinapi
• Composições de Custo Horário de Mão de Obra: O SINAPI incorpora
aos custos de mão de obra horista os Encargos Sociais Complementares,
por meio de composições de custo horário de mão de obra. Essas
composições, além do salário e dos encargos sociais do profissional
representado em cada composição, incluem os custos de alimentação,
transporte urbano, equipamentos de proteção individual, ferramentas,
exames médicos e seguros obrigatórios.
• Composições Representativas: São referências de simples utilização,
oriundas do agrupamento ponderado de composições aferidas, e
representam as tipologias de projetos mais recorrentes.
• Composições de Transporte: Composições criadas para representar o
esforço da mão de obra necessária, em alguns casos equipamentos, para
o transporte de materiais dentro do canteiro de obras.
• Kits de Composições: Com o intuito de facilitar a utilização das
referências do sistema, o Sinapi possui kits de composições contendo
seleções pré-definidas de composições de serviços usualmente
encontrados em conjunto nas obras, mesmo que executados em tempos
diferentes.
Árvores de Composições
Árvores de Composições
Árvores de Composições
Árvores de Composições
Composições Representativas
Composições Representativas
Composições Representativas

• Instalações de água fria, águas pluviais e esgoto (por


metro de tubo, incluindo conexões, furos, cortes,
chumbamentos e fixações).
• Contrapiso;
• Cerâmica de piso;
• Alvenaria de vedação;
• Emboço/massa única;
• Cerâmica de parede;
• Revestimento de gesso;
• Alvenaria estrutural de blocos de concreto;
• Estruturas de Concreto Armado.
Composições Auxiliares - Argamassas
Argamassas para alvenaria de Vedação

Argamassas para Emboço /


Massa única / Alvenaria

Argamassa sem plastificante


Argamassa com plastificante
Traços: 1:1:6; 1:1,5:7,5; 1:2:8; 1:2:9 Argamassa industrializada
Traços: 1:7 e 1:6
e 1:3:12

Preparo manual Preparo mecânico

Aplicação manual Projeção mecânica


Argamassas
• Exemplo de Composição (emboço/massa única/alvenaria):
Composição Produção Transporte e Carga/
Principal Intermediária Descarga
Alvenaria de Vedação Argamassas Dezenas de diferentes composições
(bloco cerâmico com 36 composições para Transporte de
furos na horizontal) Agregados
alvenaria de vedação
- Descarga/ Carga
32 composições aferidas Argamassa para - Horizontal
Alvenaria

- Traço (1:2:8)
- Preparo mecânico Transporte de
- Betoneira 400 l Sacos (20, 30, 50kg)
Contrapiso
- Descarga/ Carga
- Horizontal
- Tamanho do Bloco
- <6m²
- com ou sem vãos
- tipo de preparo da
argamassa (manual ou
mecanizada) Transporte de
Argamassa

- Horizontal
-- vertical

Oficiais e Ajudantes Diretos Ajudantes Indiretos

Dessa forma, existem milhares de combinações possíveis entre os diferentes


tipos de alvenaria e as composições auxiliares de argamassa e transporte.
Custos Horários dos Equipamentos no Sinapi
• Os custos horários produtivos (CHP) e improdutivos (CHI) são
apropriados como composições de serviço auxiliares. Vide o caso da
Betoneira de 400 litros utilizada na produção de argamassa:

613
Custos Horários dos Equipamentos no Sinapi
• A composição de CHP da betoneira é reproduzida a seguir, sendo
decomposta em outras quatro composições auxiliares, contendo o
detalhamento dos custos horários de depreciação, juros, manutenção e
material de operação do equipamento:

614
Custos Horários dos Equipamentos no Sinapi
• A composição de CHI da betoneira é decomposta em outras duas
composições auxiliares (depreciação e juros):

615
Custos Horários dos Equipamentos no Sinapi
• A composição auxiliares de depreciação, manutenção, juros e material
de operação.

616
Composição de Mão de Obra com
Encargos Complementares
EX: AJUDANTE DE CARPINTEIRO – CUSTO HORÁRIO COMPOSTO – ENCARGOS
COMPLEMENTARES:

AJUDANTE DE CARPINTEIRO COM ENCARGOS


88239 H 14,0760
COMPLEMENTARES

6117 AUXILIAR DE CARPINTEIRO H 1,0000 9,5960

ALIMENTACAO - HORISTA (ENCARGOS


37370 H 1,0000 1,6200
COMPLEMENTARES) (COLETADO CAIXA)
TRANSPORTE - HORISTA (ENCARGOS
37371 H 1,0000 0,8900
COMPLEMENTARES) (COLETADO CAIXA)
EXAMES - HORISTA (ENCARGOS COMPLEMENTARES)
37372 H 1,0000 0,3400
(COLETADO CAIXA)
SEGURO - HORISTA (ENCARGOS COMPLEMENTARES)
37373 H 1,0000 0,0700
(COLETADO CAIXA)
FERRAMENTAS (ENCARGOS COMPLEMENTARES) -
88236 H 1,0000 0,5500
HORISTA

88237 EPI (ENCARGOS COMPLEMENTARES) - HORISTA H 1,0000 0,9000

CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA AJUDANTE DE


95309 CARPINTEIRO (ENCARGOS COMPLEMENTARES) - H 1,0000 0,1100
HORISTA
Mão de obra considerada
Transporte
Transporte dedemateriais
material

O Caderno Técnico de Transportes apresenta composições de


transporte para:

• sacos
• massa/granel
• blocos
• caixas com revestimento cerâmico
• latas/ baldes
• tubos de PVC, CPVC, PPR, cobre, aço carbono
• vergalhões
• madeira
Transporte
Transporte dedemateriais
material

Coeficientes consideram:
• Esforços dos ciclos de transporte – carregamento, ida,
descarregamento e volta
• Improdutividades decorrentes de:

• falta de demanda pelo transporte


• espera pela movimentação vertical
• paradas na inicialização, finalização e almoço.
Transporte de materiais

1 - distância entre o fornecimento e o estoque


2 - distância entre o estoque e o processamento intermediário
3 - distância entre o processamento intermediário e o equipamento de
transporte vertical
4 - distância entre o estoque e o equipamento de transporte vertical
5 - distância entre o fornecimento e o transporte vertical
Transporte
Transporte deHorizontal
materiais
Premissas:
• Composições apresentadas na unidade de medida em que o insumo
é utilizado nas composições de serviço
• ex: transporte de caixas de placas cerâmicas será apresentado
em m² de cerâmica.

• Composições envolvendo páletes consideram a unidade paletizada


no carregamento e descarregamento. A unidade da composição
permanece a mesma em que o insumo é utilizado nas composições
de serviço.
• Ex: no caso de blocos, considera-se que em uma viagem
transporta-se a quantidade de blocos existentes em um pálete.
Formas de Transporte
1. Manual
• composições apenas para a distância de 30 m
2. Carrinho plataforma
• adotado como referência para o transporte não mecanizado de sacos, blocos,
caixas de revestimentos cerâmicos e latas não paletizados.
• possibilidade de adaptação para o uso de carrinho de mão, menos eficiente, com
indicação do coeficiente de produtividade nos cadernos técnicos das
composições.

Carrinho Plataforma – Capacidade de carga 800 kg; Carrinho Plataforma – Capacidade de carga 800 kg;
Dimensões 150 x 80 x 47 cm (C x L x A) Dimensões 150 x 80 x 46,2 cm (C x L x A)

Carrinho manual racional – Capacidade de carga de Carrinho manual racional – Capacidade de carga de
150 kg; 200 kg;
Transporte de latas e caixas de cerâmicas Transporte de latas e caixas de cerâmicas

Carrinho de mão 60 litros Carrinho de mão 60 litros – Caçamba quadrada


Transporte de sacos Transporte de Blocos
Formas de Transporte
3. Jerica
• utilizada para o transporte de massa/granel
• capacidade de 90l, com possibilidade de ajuste de coeficiente para a jerica
de 60l

Jerica 90 litros - Capacidade de carga estimada de 120


Jerica 90 litros
kg; Pneus e câmara de ar 3,50” x 8”
Formas de Transporte
4. Carrinho para mini palets
• para o transporte de blocos e de caixas de cerâmicas

Carrinho para mini páletes – Capacidade de carga de Carrinho para mini páletes – Capacidade de carga de
200 kg; 350 kg;
Formas de Transporte
5. Carregadeira 400 litros
• para o transporte de massa/granel

Minicarregadeira – Capacidade nominal de carga 2692 kg; Capacidade da caçamba coroada 400 L;
Potência do motor 49 HP
Formas de Transporte
6. Manipulador Telescópico
• para o transporte de palets de
tamanho regular

Manipulador Telescópico –Capacidade de carga de 3500 kg; Altura máxima de elevação 12000 mm;
Potência do motor 101 HP

Manipulador Telescópico – Capacidade de carga de 3500 kg; Altura máxima de elevação 12300 mm;
Potência do motor 85 HP.
Composições de Transporte de Sacos
Composições de Transporte de Material a Granel
Composições de Transporte de Blocos
Composições de Transporte de Placas Cerâmicas
Composições de Transporte de Latas
Composições de Transporte Vertical
Kits de Composições

Os kits de composições são criados como seleções pré-definidas de composições


de serviços usualmente encontrados em conjunto nas obras, mesmo que
executados em tempos diferentes nas obras.
634
Ajustes nas Composições do Sinapi
Adequações nas Composições Referenciais

• A utilização de composições de qualquer tabela de


custos necessita de conhecimentos de engenharia e
experiência de construção para sua adequação às
premissas técnicas da obra.
• Cada orçamento é único, em função das particularidades
das obras, diversidades de canteiros, métodos
executivos, localização da obra, características das
construtoras e disposições contratuais.
• Os atributos de um orçamento (especificidade,
temporalidade, aproximação e vinculação ao contrato)
exigem a adaptações de composições referenciais
padrão para ajustá-las à realidade da obra que se está
orçando.
Como realizar ajustes nas composições referenciais do
Sinapi? Que tipos de ajustes são possíveis?
Resposta: Os ajustes podem ser realizados mediante a inclusão, exclusão ou alteração de
insumos nas composições, bem como na alteração dos respectivos coeficientes de
produtividade e custos unitários.
Para ilustrar alguns ajustes nas composições de custo do Sinapi, considere a composição
referencial nº 87266 (revestimento cerâmico de paredes internas) reproduzida a seguir:
Como realizar ajustes nas composições referenciais do
Sinapi? Que tipos de ajustes são possíveis?
Considerando a situação em que o revestimento cerâmico especificado em projeto tem
um custo mais elevado do que o utilizado na composição referencial do Sinapi, pode-se
elaborar a seguinte composição referencial ajustada, admitindo-se que o orçamentista
realizou três cotações e obteve um preço para a cerâmica de R$ 30/m2:
Como realizar ajustes nas composições referenciais do
Sinapi? Que tipos de ajustes são possíveis?
Considerando que, no caso exemplificado, as caixas de cerâmica serão transportadas do
estoque até o local de aplicação em carrinhos plataforma por uma distância de 50 metros,
é adotada a seguinte composição auxiliar de transporte:
Dificuldades de Utilização do Sinapi
Dificuldades de Utilização do Sinapi

•1) Dificilmente o Sinapi contemplará todos os serviços da obra,


exigindo o uso de outros sistemas referenciais ou de pesquisa
de mercado.
•2) Necessidade de incluir outros componentes da planilha
orçamentária, tais como:
• BDI do construtor;
• Mobilização e desmobilização;
• Administração Local da Obra;
• Custos com horas extras ou adicional noturno em obras executadas em mais de
um turno de trabalho;
• Fretes e transportes de insumos em obras executadas em locais afastados dos
centros urbanos;
• Custos com manutenção do canteiro de obras (água, luz, telefone, material de
consumo, equipamentos necessários para operação das instalações industriais);
Tais custos deverão ser apropriados em separado pelo
orçamentista.
Dificuldades de Utilização do Sinapi

•3) Aumento exponencial da quantidade de serviços a ser


orçada em virtude da utilização das “árvores de composições”.
 O problema é atenuado com o uso de composições
representativas.

•4) Necessidade de considerar ou prever um layout do canteiro


de obras para o cômputo dos transportes horizontais e verticais
dos materiais.

•5) Em alguns casos, quando o projeto básico da licitação não o


fizer, o orçamentista deve avaliar questões inerentes à
especificação dos serviços, tais como definir traços de
argamassas, espessuras de revestimento, metodologias
executivas etc.
Como escolher a composição de um
contrapiso? Qual a espessura do revestimento?
Qual será a metodologia de execução do
chapisco?
• Chapisco:
– Área de aplicação (estrutura e
alvenaria de fachada/ paredes
internas/ teto)
– Dificuldade de aplicação (com
vãos/ sem vãos)
– Método de aplicação (rolo/
colher/ equip. projeção/
desempenadeira)
Qual deve ser o traço da argamassa do
chapisco?
Como obter economias com o
Sinapi?
Economias com o Sinapi: Árvores de Composições
Possibilidade de escolher, dentre serviços similares, aqueles que
têm o menor custo, realizando alteração contratual. Por exemplo,
o tipo de escoramento de uma vala:
Economias com o Sinapi: Árvores de Composições
Economias com o Sinapi: Árvores de Composições
Possibilidade de escolher a metodologia executiva do serviço que
seja mais barata. Por exemplo, chapisco:
• Observem que o
chapisco no teto pode ser
feito com rolo para
textura acrílica ou com
desempenadeira
dentada.
• Ainda é possível utilizar
dois tipos de argamassa
(industrializada e traço
1:4 com emulsão
polimérica).
• E ainda utilizar preparo
manual ou preparo em
misturador ou betoneira.
Economias com o Sinapi: Árvores de Composições

Qual dessas especificações de chapisco no teto


devemos adotar no orçamento-base da licitação?
Se houver sido especificado chapisco aplicado com
desempenadeira dentada e argamassa
industrializada (R$ 16,41), é possível aditar o
contrato para a aplicação de chapisco no teto com
rolo para textura acrílica (R$ 3,49)?
Economias com o Sinapi: Soluções Alternativas

Possibilidade de estudar diferentes soluções técnicas em


busca de economias. Por exemplo, na execução de guias e
sarjetas. Usar a guia pré-moldada ou a guia extrusada?
Economias com o Sinapi: Soluções Alternativas

Monocapa x Chapisco/Reboco/Pintura?
Economias com o Sinapi: Soluções Alternativas
Monocapa:

Reboco:
Economias com o Sinapi: Soluções Alternativas
Chapisco:

Pintura:
Economias com o Sinapi: Soluções Alternativas
Conclusão: A alternativa convencional
(chapisco/reboco/pintura) ainda parece ser a mais
econômica.
Observa-se que a análise completa deveria levar em
consideração a economia no prazo de execução
proporcionada pela execução da Monocapa.

Serviço Custo Comparado Custo Comparado


Monocapa R$ 106,44
Chapisco R$ 3,90
Reboco R$ 23,89
Pintura R$ 11,17
Total R$ 106,44 R$ 38,96
Economias com o Sinapi: Soluções Alternativas
Contrapiso convencional ou autonivelante?
Economias com o Sinapi: Soluções Alternativas
Contrapiso Convencional:

Contrapiso Autonivelante:
Estudo de Caso – Ajustes nas Composições do
Sinapi
Fundações
Fundações - Estacas
• Premissas de projeto e especificações:
• Todas as estacas serão do tipo hélice-contínua d = 30 cm, com 12 metros
de profundidade.
• O solo onde será realizada a escavação é do tipo arenoso, com
empolamento estimado em 10%.
• O terreno é regular, mas não tem boa capacidade superficial de suporte,
exigindo algum tipo de preparação para a entrada do equipamento.
• O solo escavado terá que ser transportado para um bota fora situado a 1
km de distância da obra
• A armação da estaca será realizada em todo o comprimento da estaca
conforme abaixo, com barras longitudinais de 16 mm e estribos de 6,3
mm, espaçados em 20 cm.
Fundações - Estacas
• Premissas de projeto e especificações:
• O concreto especificado tem fck = 30 Mpa, com traço 1:2,1:2,5
(cimento/areia/brita), estando previsto preparo mecânico com betoneira
elétrica de 600 litros.
• As estacas terão que ser arrasadas e serem ensaiadas com o teste PIT.
Caderno Técnico - Estacas hélice contínua
• Critérios para quantificação dos serviços:
Utilizar o metro de estaca escavada.
• Critérios de aferição:
Para o levantamento dos índices de produtividade foi considerado o operador do
equipamento, encarregado e ajudantes práticos que auxiliam na locação e
posicionamento das estacas;
O esforço de retirada da terra escavada realizada por escavadeira é contemplado
nesta composição, sendo tratado como composição auxiliar;
Foi considerada uma distância média de transporte do material escavado de
300 metros;
CHP: considera os tempos de escavação e retirada durante a concretagem;
CHI: considera os demais tempos da jornada de trabalho.
O esforço de colocação da armadura na estaca está incluído na composição. Já
a produção (mão de obra e material) da armadura não está contemplada na
composição;
O caderno técnico do serviço apresenta parâmetros de consumo de aço por
comprimento de estaca.
O volume de terra escavada considera um fator de empolamento de 25%;
Não incluído mobilização e desmobilização;
Não incluídos serviços de topografia;
Caderno Técnico - Estacas hélice contínua
• Informações Complementares:

• Quanto à forma de execução, a terceirização de serviços especializados é


comumente utilizada na área de construção civil, principalmente na
execução daqueles que possuem características especiais e/ou que
demandam equipamentos com operador especializado, de modo a
minimizar riscos e danos. A empresa contratada (terceirizada) tem plena
responsabilidade pela execução e garantia dos serviços executados em
regime de subcontratação e a maioria dos encargos indiretos – locações,
controle de qualidade e tecnológico, segurança em relação ao tráfego,
sinalização – permanecem sob sua responsabilidade.
• Neste grupo de serviços, enquadram-se as estacas pré-moldadas, escavadas e
em hélice contínua, que tipicamente são contratados como serviço terceirizado.
• Pelo exposto, é esperado que esses serviços terceirizados sejam remunerados
com valores superiores ao dimensionado por composição de serviço que
pressupõe a execução direta, com equipe e equipamento próprio. Cabe ao
orçamentista fazer essa análise e adaptar a referência, se for o caso.
• Não foi considerado o esforço de preparação do solo para que o terreno
suporte o peso do equipamento, devido à especificidade de cada caso.
• Na ausência da quantidade de aço por metro de estaca, o caderno técnico do
Sinapi apresenta referências para todos os diâmetros.
Estacas hélice contínua
• Árvore de Composições:
Estacas hélice contínua

Exemplo de
Composição:
Fundações - Estacas
• COMPOSIÇÃO ORIGINAL:

ESTACA HÉLICE CONTÍNUA, DIÂMETRO DE 30 CM,


COMPRIMENTO TOTAL ATÉ 15 M, PERFURATRIZ COM TORQUE
FUES 90808 M 59,10
DE 170 KN.M (EXCLUSIVE MOBILIZAÇÃO E
DESMOBILIZAÇÃO). AF_02/2015
CONCRETO USINADO BOMBEAVEL, CLASSE DE RESISTENCIA C20, COM
INSUMO 38464 BRITA 0, SLUMP = 220 +/- 20 MM, INCLUI SERVICO DE M3 0,1046 325,1200 34,0076
BOMBEAMENTO (NBR 8953)
CARGA E DESCARGA MECANICA DE SOLO UTILIZANDO CAMINHAO
BASCULANTE 6,0M3/16T E PA CARREGADEIRA SOBRE PNEUS 128 HP,
COMPOSICAO 74010/1 M3 0,0883 1,5500 0,1369
CAPACIDADE DA CAÇAMBA 1,7 A 2,8 M3, PESO OPERACIONAL 11632
KG
COMPOSICAO 88316 SERVENTE COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 0,1401 12,8100 1,7947
PERFURATRIZ COM TORRE METÁLICA PARA EXECUÇÃO DE ESTACA
HÉLICE CONTÍNUA, PROFUNDIDADE MÁXIMA DE 30 M, DIÂMETRO
COMPOSICAO 90674 MÁXIMO DE 800 MM, POTÊNCIA INSTALADA DE 268 HP, MESA CHP 0,0241 540,9900 13,0379
ROTATIVA COM TORQUE MÁXIMO DE 170 KNM - CHP DIURNO.
AF_06/2015
PERFURATRIZ COM TORRE METÁLICA PARA EXECUÇÃO DE ESTACA
HÉLICE CONTÍNUA, PROFUNDIDADE MÁXIMA DE 30 M, DIÂMETRO
COMPOSICAO 90675 MÁXIMO DE 800 MM, POTÊNCIA INSTALADA DE 268 HP, MESA CHI 0,0226 227,7200 5,1465
ROTATIVA COM TORQUE MÁXIMO DE 170 KNM - CHI DIURNO.
AF_06/2015
TRANSPORTE COM CAMINHÃO BASCULANTE 6 M3 EM RODOVIA COM
COMPOSICAO 95292 M3 0,0883 2,8000 0,2472
REVESTIMENTO PRIMÁRIO, DMT 200 A 400 M
SERVIÇOS TÉCNICOS ESPECIALIZADOS PARA ACOMPANHAMENTO DE
COMPOSICAO 95967 H 0,0467 101,2600 4,7288
EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS E ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO
Fundações - Estacas
• COMPOSIÇÃO AJUSTADA:

CUSTO
CLASSE/TIPO CÓDIGOS DESCRIÇÃO UNIDADE COEFICIENTE VALOR
UNITÁRIO
ESTACA HÉLICE CONTÍNUA, DIÂMETRO DE 30 CM,
COMPRIMENTO TOTAL ATÉ 15 M, PERFURATRIZ COM TORQUE
FUES 90808 M 63,72
DE 170 KN.M (EXCLUSIVE MOBILIZAÇÃO E
DESMOBILIZAÇÃO). AF_02/2015
CONCRETO FCK = 30MPA, TRAÇO 1:2,1:2,5 (CIMENTO/ AREIA
COMPOSICAO 94972 MÉDIA/ BRITA 1) - PREPARO MECÂNICO COM BETONEIRA 600 L. M3 0,1046 320,26 33,50
AF_07/2016
LANÇMENTO COM USO DE BOMBA, ADENSAMENTO E ACABAMENTO DE
COMPOSICAO 92874 M3 0,1046 22,45 2,35
CONCRETO EM ESTRUTURAS. AF_12/2015
SERVICO DE BOMBEAMENTO DE CONCRETO COM CONSUMO MINIMO DE
INSUMO 25950 M3 0,1046 26,84 2,81
40 M3
CARGA E DESCARGA MECANICA DE SOLO UTILIZANDO CAMINHAO
BASCULANTE 6,0M3/16T E PA CARREGADEIRA SOBRE PNEUS 128 HP,
COMPOSICAO 74010/1 M3 0,0778 1,55 0,12
CAPACIDADE DA CAÇAMBA 1,7 A 2,8 M3, PESO OPERACIONAL 11632
KG
COMPOSICAO 88316 SERVENTE COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 0,1401 12,81 1,79
PERFURATRIZ COM TORRE METÁLICA PARA EXECUÇÃO DE ESTACA
HÉLICE CONTÍNUA, PROFUNDIDADE MÁXIMA DE 30 M, DIÂMETRO
COMPOSICAO 90674 MÁXIMO DE 800 MM, POTÊNCIA INSTALADA DE 268 HP, MESA CHP 0,0241 540,99 13,04
ROTATIVA COM TORQUE MÁXIMO DE 170 KNM - CHP DIURNO.
AF_06/2015
PERFURATRIZ COM TORRE METÁLICA PARA EXECUÇÃO DE ESTACA
HÉLICE CONTÍNUA, PROFUNDIDADE MÁXIMA DE 30 M, DIÂMETRO
COMPOSICAO 90675 MÁXIMO DE 800 MM, POTÊNCIA INSTALADA DE 268 HP, MESA CHI 0,0226 227,72 5,15
ROTATIVA COM TORQUE MÁXIMO DE 170 KNM - CHI DIURNO.
AF_06/2015
TRANSPORTE COM CAMINHÃO BASCULANTE 6 M3 EM RODOVIA COM
COMPOSICAO 95294 M3 0,0778 3,04 0,24
REVESTIMENTO PRIMÁ•
RIO, DMT 800 A 1.000 M

SERVIÇOS TÉCNICOS ESPECIALIZADOS PARA ACOMPANHAMENTO DE


COMPOSICAO 95967 H 0,0467 101,26 4,73
EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS E ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO
Arrasamento de Estacas
• Árvore de Composições:
Arrasamento de Estaca
Exemplo de Composição:
Armadura de Estacas
• Árvores de Composições:
Armadura da Estaca
Exemplo de Composição:
Corte e Dobra
do Aço
Orçamento das Estacas

Apresentação da Planilha
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