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GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DE

OBRAS PÚBLICAS

(instrutor LUIZ FELIPE: abordagem


jurisprudencial e prática
dos assuntos mais relevantes, dentro
de uma vertente técnico-jurídica)
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
- CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
- Formalização
- Vigência
- Prorrogação
- Alteração (unilateral e consensual)
- Subcontratação
- Penalidade
- Rescisão
- Fiscalização e Pagamento
INSTRUMENTOS DE CONTRATAÇÃO
Lei nº 8.666/93:
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos
casos de concorrência e de tomada de preços, bem como
nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam
compreendidos nos limites destas duas modalidades de
licitação, e facultativo nos demais em que a
Administração puder substituí-lo por outros
instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de
empenho de despesa, autorização de compra ou ordem
de execução de serviço.
CLÁUSULAS NECESSÁRIAS
Lei nº 8.666/93:
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que
estabeleçam:
I – o objeto e seus elementos característicos;
II – o regime de execução ou a forma de fornecimento;
III – o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e
periodicidade do reajustamento de preços (...);
IV – os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de
entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;
V – o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da
classificação funcional programática e da categoria econômica;
VI – as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução,
quando exigidas;
CLÁUSULAS NECESSÁRIAS

VII – os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades


cabíveis e os valores das multas;
VIII – os casos de rescisão;
(...)
XI – a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou
ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;
(...)
XIII – a obrigação do contratado de manter, durante toda execução
do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele
assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas
na licitação.
EFICÁCIA CONTRATUAL
Lei nº 8.666/93:
Art. 61. (...)
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de
contrato ou de seus aditamentos na Imprensa Oficial, que é
condição indispensável para sua eficácia, será providenciada
pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de
sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela
data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus,
ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.
EFICÁCIA CONTRATUAL
Lei nº 8.666/93:
Art. 26. As dispensas previstas (...) no inciso III e seguintes do
art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25,
necessariamente justificadas (...), deverão ser comunicadas,
dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação
e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias,
como condição para a eficácia dos atos.
EFICÁCIA CONTRATUAL
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão nº 610/2016 – Plenário)
"(...) a publicação de termos aditivos fora do prazo legal
consiste em defeito passível de convalidação, até mesmo porque o
art. 61, parágrafo único, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,
define a citada publicação como condição de eficácia, e não de
validade, dos contratos e dos respectivos aditamentos.
(...) distinto é o entendimento do TCU para o caso de
aditamento promovido após o término da vigência contratual,
ainda que amparado em um dos motivos do art. 57, § 1º, da Lei
nº 8.666, de 1993, uma vez que, nessas circunstâncias, o contrato
original estaria formalmente extinto, mostrando-se inválido o
correspondente termo de aditamento (v. g.: Acórdão 127/2016, do
Plenário)."
PRAZO DE VIGÊNCIA X PRAZO DE EXECUÇÃO

Jurisprudência do TCU:
(Acórdão nº 523/2010 – Primeira Câmara, Relação)
"(...) Observe a necessidade de que o período de
vigência definido no instrumento contratual abranja o
efetivo período de execução dos serviços contratados,
uma vez, que transposta a data final da vigência, o
contrato é considerado extinto, não sendo juridicamente
cabível a prorrogação ou a continuidade de sua execução."
PRAZO DE VIGÊNCIA X PRAZO DE EXECUÇÃO
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão nº 127/2016 – Plenário)
"(...) a jurisprudência desta Corte de Contas se
consolidou ao longo do tempo no sentido de considerar
irregular o aditamento feito após o término da vigência
contratual, ainda que amparado em um dos motivos do
art. 57, § 1º, da Lei nº 8.666, de 1993, uma vez que o
contrato original estaria formalmente extinto, de sorte
que não seria juridicamente cabível a sua prorrogação ou a
continuidade da sua execução (v.g.: Acórdãos 66/2004,
1.717/2005, 216/2007, 1.335/2009, 1.936/2014 e
2.143/2015, todos do Plenário do TCU).
PRAZO DE VIGÊNCIA X PRAZO DE EXECUÇÃO

(Acórdão nº 127/2016 – Plenário) Continuação...


Como se sabe, a Lei de Licitações e Contratos permite a
prorrogação do contrato nas situações em que a
contratante determina a paralisação da obra, autorizando,
inclusive, a prorrogação do cronograma de execução, por
igual período, contudo, tal previsão não dispensa a
formalização do aditamento, a fim de ajustar os prazos de
conclusão das etapas e de entrega da obra, até porque toda
e qualquer prorrogação de prazo deve ser previamente
justificada e autorizada (§ 2º, do art. 57, da Lei nº 8.666, de
1993).
PRAZO DE VIGÊNCIA X PRAZO DE EXECUÇÃO
(Acórdão nº 127/2016 – Plenário) Continuação...
(...) nos chamados contratos por escopo (em que o objeto
consistiria na obtenção de um bem ou na construção de uma
obra), o prazo de execução só seria extinto quando o objeto
fosse definitivamente entregue à administração e as demais
obrigações fixadas no ajuste fossem plenamente satisfeitas, de
modo que, inexistindo motivos para rescisão ou anulação, a
extinção desse tipo de ajuste somente se operaria com a
conclusão do objeto e com o seu recebimento definitivo pela
administração, diferentemente do que ocorreria nas avenças
por tempo determinado (em que o objeto consistiria na
prestação de serviços contínuos), nos quais o prazo constituiria
elemento essencial e imprescindível para a consecução ou a
eficácia do objeto avençado.
PRAZO DE VIGÊNCIA X PRAZO DE EXECUÇÃO

(Acórdão nº 127/2016 – Plenário) Continuação...


(...) neste caso concreto (...) estão presentes algumas
(...) circunstâncias pontuadas na jurisprudência do Tribunal,
em especial, o fato de os aditamentos considerados ilegais
(posteriores ao término de vigência da avença) terem
decorrido da premissa equivocada do governo estadual no
sentido de que os prazos de vigência dos contratos por
escopo seriam prorrogados automaticamente em
decorrência dos sucessivos períodos de paralisação, com
espeque nos arts. 57, § 1º, inciso III, e 79, § 5º, da Lei nº
8.666, de 1993, sem a necessidade do tempestivo
aditamento.
PRAZO DE VIGÊNCIA X PRAZO DE EXECUÇÃO

(Acórdão nº 127/2016 – Plenário) Continuação...


Assim, mostra-se adequada a solução (...) de autorizar, em
caráter excepcional e em sintonia com os precedentes
mencionados, a continuidade dos aludidos contratos, isso porque,
como se sabe, a regra é a prorrogação do contrato administrativo
mediante a formalização do respectivo termo aditivo, antes do
término do prazo de vigência do ajuste, já que o aditamento não
pode produzir efeitos retroativos, mas a falta dessa providência
tempestiva deve ser analisada sob a ótica do interesse público,
mesmo porque não seria razoável prejudicar a comunidade
destinatária do investimento estatal em razão da inércia do
agente em evitar a execução do objeto de inquestionável
interesse social sem a devida cobertura contratual formal."
VIGÊNCIA POR PRAZO INDETERMINADO
Lei 8.666/93:
Art. 57. (...)
§ 3º É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.

ORIENTAÇÃO NORMATIVA/AGU nº 36:


A Administração pode estabelecer a vigência por prazo indeterminado
nos contratos em que seja usuária de serviços públicos essenciais de
energia elétrica, água e esgotos, serviços postais monopolizados pela
ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) e ajustes firmados
com a Imprensa Nacional, desde que no processo da contratação
estejam explicitados os motivos que justificam a adoção do prazo
indeterminado e comprovadas, a cada exercício financeiro, a
estimativa de consumo e a existência de previsão de recursos
orçamentários.
DESPESA SEM COBERTURA CONTRATUAL

ORIENTAÇÃO NORMATIVA/AGU nº 4:
A despesa sem cobertura contratual deverá ser objeto
de reconhecimento da obrigação de indenizar nos
termos do art. 59, parágrafo único, da Lei nº 8.666, de
1993, sem prejuízo da apuração da responsabilidade de
quem lhe der causa.
VIGÊNCIA E PRORROGAÇÃO

Lei nº 8.666/93:
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei
ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos
orçamentários, exceto quanto aos relativos:
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas
metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais
poderão ser prorrogados se houver interesse da
Administração e desde que isso tenha sido previsto no
ato convocatório;
VIGÊNCIA E PRORROGAÇÃO
Lei nº 8.666/93:
Art. 7º (...)
§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados
quando: (...)
III - houver previsão de recursos orçamentários que
assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de
obras ou serviços a serem executadas no exercício
financeiro em curso, de acordo com o respectivo
cronograma;
IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas
metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art.
165 da Constituição Federal, quando for o caso.
HIPÓTESES DE PRORROGAÇÃO

Lei nº 8.666/93:
Art. 57. (...)
§ 1º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e
de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas
do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio
econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes
motivos, devidamente autuados em processo:
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho
à vontade das partes, que altere fundamentalmente as
condições de execução do contrato;
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do
ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração;
OUTRAS HIPÓTESES DE PRORROGAÇÃO

IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no


contrato, nos limites permitidos por esta Lei;
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de
terceiro reconhecido pela Administração em documento
contemporâneo à sua ocorrência;
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da
Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos
de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento
na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais
aplicáveis aos responsáveis.
OUTRAS HIPÓTESES DE PRORROGAÇÃO

Jurisprudência do TCU:
(Acórdão nº 1393/2016 – Plenário)
"Embora a prorrogação do prazo de vigência
contratual por conta de atrasos de culpa exclusiva do
construtor não esteja expressamente elencada dentre as
hipóteses legais capituladas no art. 57, § 1º, da Lei
8.666/1993, havendo interesse público, a jurisprudência
dessa corte tem entendido possível a dilação do prazo de
vigência contratual, conforme Acórdão 3.443/2012-
Plenário, de lavra do eminente Ministro Valmir Campelo
(destaque acrescido):
OUTRAS HIPÓTESES DE PRORROGAÇÃO

(Acórdão nº 1393/2016 – Plenário) Continuação...


‘Outro caso são os atrasos ocorridos unicamente em decorrência
da incapacidade da contratada em cumprir o prazo ajustado. Mesmo
quando a má avaliação provenha do projeto – e isso é recorrente –, se
não existir modificação do cenário inicialmente pactuado, a empresa
não faz jus à revisão do valor contratado; e nem, imediatamente, à
dilação do prazo. O fato não encontra enquadramento nos ditames
do art. 65 da Lei 8.666/93. Não houve situação imprevista ou
agressão às das condições primeiramente avençadas que motivem a
recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
Ademais, aquele prazo inicialmente previsto era exigência
uniforme a todas as licitantes, que estimaram equipamentos e mão de
obra para formarem seus preços. O relaxamento desta obrigação,
portanto, é altamente anti-isonômica.
OUTRAS HIPÓTESES DE PRORROGAÇÃO
(Acórdão nº 1393/2016 – Plenário) Continuação...
Nessas situações, portanto, a Administração poderia,
sim, recompor o prazo; mas não sem antes aplicar as
multas contratuais pelo adimplemento das obrigações
avençadas. E jamais recomporia o valor do
empreendimento em razão dos custos aumentados com
administração e canteiro’.
Enfatizo que o atraso na execução de obras públicas é
ocorrência de extrema gravidade, que, além das
penalidades contratuais previstas na Lei 8.666/1993, pode,
inclusive, ser enquadrada no tipo penal previsto no art. 92
da Lei de Licitações e Contratos (...)."
CLÁUSULAS EXORBITANTES
Lei 8.666/93:
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído
por esta lei confere à Administração, em relação a eles, a
prerrogativa de:
I – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às
finalidades de interesse público, respeitados os direitos do
contratado;
II – rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I
do art. 79 desta lei;
III – fiscalizar-lhes a execução;
IV – aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do
ajuste;
(...)
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-
financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha
o equilíbrio contratual.
ALTERAÇÃO CONTRATUAL UNILATERAL
Quantitativa/Qualitativa
Lei 8.666/93:
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser
alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das
especificações, para melhor adequação técnica aos seus
objetivos;
b) quando necessária a modificação do valor contratual em
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu
objeto, nos limites permitidos por esta Lei;
(...)
ALTERAÇÃO CONTRATUAL UNILATERAL
Quantitativa/Qualitativa
§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições
contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras,
serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial
atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de
equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus
acréscimos.
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites
estabelecidos no parágrafo anterior, salvo:
I - (VETADO)
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes.
[...]
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: (...)
XIII – a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou
compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do
limite permitido no § 1º do art. 65 desta Lei;
ALTERAÇÃO CONTRATUAL UNILATERAL
Quantitativa/Qualitativa

Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 2302/2013 – Plenário)
"9.2. dar ciência à Petrobras das seguintes
ocorrências, para que adote as medidas corretivas
cabíveis: (...)
9.2.2. o limite de 25% para os acréscimos
contratuais em obras ou serviços de engenharia deve
ser calculado apenas sobre o valor da planilha de preço
global (...);"
ALTERAÇÃO CONTRATUAL UNILATERAL
Quantitativa/Qualitativa
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão nº 335/2015 – Plenário)
"9.6. informar à Sara/PE [Secretaria de Agricultura e
Reforma Agrária do Estado de Pernambuco] que, de acordo
com a jurisprudência desta Corte, para fins de observância
dos limites previstos no art. 65, § 1º, da Lei n. 8.666/1993, o
conjunto de reduções e o conjunto de acréscimos
contratuais devem ser sempre calculados sobre o valor
original da avença, aplicando-se a cada um desses
conjuntos, individualmente e sem nenhum tipo de
compensação entre eles, os limites de alteração fixados no
dispositivo legal em referência;"
ALTERAÇÃO CONTRATUAL UNILATERAL
Quantitativa/Qualitativa

Jurisprudência do TCU:
(Acórdão nº 1536/2016 – Plenário)
"9.1. (...) responder ao consulente que:
9.1.1. a jurisprudência deste Tribunal é pacífica no
sentido de entender, como regra geral, para atendimento dos
limites definidos no art. 65, §§ 1º e 2º, da Lei 8.666/1993,
que os acréscimos ou supressões nos montantes dos ajustes
firmados pelos órgãos e pelas entidades da Administração
Pública devem ser considerados de forma isolada, sendo
calculados sobre o valor original do contrato, vedada a
compensação entre seus valores;"
ALTERAÇÃO CONTRATUAL UNILATERAL
Quantitativa/Qualitativa
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão nº 1428/2003 – Plenário)
"Para que tenhamos uma ideia da magnitude da alteração
promovida pelo primeiro termo aditivo, dos R$ 40.468.707,70
inicialmente contratados, foram excluídos R$ 25.298.307,82
e incluídos R$ 35.361.836,36, isto é do total inicialmente
licitado restaram apenas R$ 15.170.399,88. Por certo, o art.
65 não autoriza modificações no projeto dessa monta.
Marçal Justen Filho (Comentários à Lei de Licitações e
Contratos Administrativos, 9ª edição, p. 495), ao discorrer
sobre o tema, orienta de forma apropriada que "como
princípio geral, não se admite que a modificação do contrato,
ainda que por mútuo acordo entre as partes, importe
alteração radical ou acarrete frustração aos princípios da
obrigatoriedade da licitação e isonomia".
ALTERAÇÃO CONTRATUAL UNILATERAL
Quantitativa/Qualitativa
(Acórdão nº 1428/2003 – Plenário) Continuação...
Argumentando, questiono se seria razoável admitir que seja
adjudicado a um certo licitante a compra de dez carros populares a um
preço global de R$ 230.000,00 e, posteriormente, se assine termo aditivo
substituindo aqueles por seis automóveis de luxo, no valor total de R$
280.000,00, sob a alegação de que ambos são carros e que, dessa forma,
não houve alteração do objeto e não foi ultrapassado o limite fixado no
art. 65 multicitado. Tal procedimento além de ferir o princípio da isonomia
entre os licitantes, não assegura à administração o melhor preço, como
exigido pelo art. 3º da Lei nº 8.666/93. Aliás, nem mesmo se pode falar em
licitação, já que foi licitado um objeto e adquirido outro completamente
diferente, ainda que ambos tenham a mesma designação genérica.
Diante do exposto, não posso concordar com o raciocínio simplista de
que a alteração realizada no projeto inicialmente licitado não ultrapassou
o limite de 25% e, por isso mesmo, não existiu nenhuma ilegalidade."
ALTERAÇÃO CONTRATUAL UNILATERAL
Quantitativa/Qualitativa
Jurisprudência do TCU:
(Decisão nº 215/1999 – Plenário)
"(...) responder à consulta formulada pelo ex-Ministro de
Estado do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da
Amazônia Legal (...) nos seguintes termos:
a) tanto as alterações contratuais quantitativas - que
modificam a dimensão do objeto - quanto as unilaterais
qualitativas - que mantêm intangível o objeto, em natureza
e em dimensão, estão sujeitas aos limites preestabelecidos
nos §§ 1º e 2º do art. 65 da Lei nº 8.666/93, em face do
respeito aos direitos do contratado (...), do princípio da
proporcionalidade e da necessidade de esses limites serem
obrigatoriamente fixados em lei;
ALTERAÇÃO CONTRATUAL UNILATERAL
Quantitativa/Qualitativa
(Decisão nº 215/1999 – Plenário) Continuação...
b) nas hipóteses de alterações contratuais consensuais,
qualitativas e excepcionalíssimas de contratos de obras e serviços, é
facultado à Administração ultrapassar os limites aludidos no item
anterior, observados os princípios da finalidade, da razoabilidade e da
proporcionalidade, além dos direitos patrimoniais do contratante
privado, desde que satisfeitos cumulativamente os seguintes
pressupostos:
I - não acarretar para a Administração encargos contratuais
superiores aos oriundos de uma eventual rescisão contratual por
razões de interesse público, acrescidos aos custos da elaboração de
um novo procedimento licitatório;
(...)
III - decorrer de fatos supervenientes que impliquem em
dificuldades não previstas ou imprevisíveis por ocasião da contratação
inicial;
ALTERAÇÃO CONTRATUAL UNILATERAL
Quantitativa/Qualitativa
(Decisão nº 215/1999 – Plenário) Continuação...
IV - não ocasionar a transfiguração do objeto originalmente
contratado em outro de natureza e propósito diversos;
(...)
VI - demonstrar-se - na motivação do ato que autorizar o
aditamento contratual que extrapole os limites legais
mencionados na alínea ‘a’ supra - que as conseqüências da
outra alternativa (a rescisão contratual, seguida de nova
licitação e contratação) importam sacrifício insuportável ao
interesse público primário (interesse coletivo) a ser atendido
pela obra ou serviço, ou seja, gravíssimas a esse interesse,
inclusive quanto à sua urgência e emergência;"
ALTERAÇÃO CONTRATUAL UNILATERAL
Quantitativa/Qualitativa
Súmula/TCU nº 261:
Em licitações de obras e serviços de engenharia, é
necessária a elaboração de projeto básico adequado e
atualizado, assim considerado aquele aprovado com
todos os elementos descritos no art. 6º, inciso IX, da Lei
nº 8.666, de 21 de junho de 1993, constituindo prática
ilegal a revisão de projeto básico ou a elaboração de
projeto executivo que transfigurem o objeto
originalmente contratado em outro de natureza e
propósito diversos.
ALTERAÇÃO CONTRATUAL UNILATERAL
Quantitativa/Qualitativa
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão nº 2202/2009 – Plenário)
"(...) as obras do Ginásio Poliesportivo da Zona Norte em
Natal foram satisfatoriamente concluídas. Além disso, o preço
final da sua execução foi compatível com os preços praticados
no mercado, segundo avaliação da Caixa Econômica Federal
(...).
Em primeiro lugar, anoto que o aumento do valor desse
contrato resultou, em grande medida, da correção de vícios na
concepção das fundações, que passaram a ser executadas em
concreto armado, em vez de concreto ciclópico. Essa
modificação decorreu de verificação efetuada por meio de
levantamento geológico de que a resistência do terreno era
inferior à inicialmente concebida. Consta dos autos
pronunciamento do engenheiro fiscal da Secretaria Municipal
de Obras de Natal em que endossou a necessidade de alteração
do projeto defendida pela empresa executora da obra.
ALTERAÇÃO CONTRATUAL UNILATERAL
Quantitativa/Qualitativa
(Acórdão nº 2202/2009 – Plenário) Continuação...
Além disso, o orçamento original partiu do pressuposto de que o
escoramento metálico poderia ser reaproveitado nos 48 pórticos da
superestrutura em concreto armado. Isso, porém, não foi possível
‘em função do tempo de cura do concreto e pela concordância dos
mesmos na parte superior onde se encontra o anel de compressão’.
Acrescento que a extrapolação do limite de 25% previsto no art. 65,
§§ 1º e 2º, da Lei nº 8.666/93 resultou do aditivo que visou fazer
frente essas despesas com escoramento metálico.
Anoto, a esse respeito, que o responsável celebrou esse último
aditivo amparado em pareceres uniformes da Procuradoria Geral do
Município de Natal que o considerou lícito (...). A alteração
contratual, portanto, foi de 39,9% em relação ao valor originalmente
acordado. Em face de todos esses elementos de convicção, considero
que a medida implementada justificou a extrapolação dos limites
legais para aditamento contratual, por preencher os requisitos
definidos pelo TCU por meio da Decisão nº 215/1999.
ALTERAÇÃO CONTRATUAL UNILATERAL
Quantitativa/Qualitativa
(Acórdão nº 2202/2009 – Plenário) Continuação...
Ressalto, a propósito, que os citados aditivos
decorreram da necessidade de fazer frente a despesas
causadas pela ocorrência de fatos supervenientes que
resultaram de fatores imprevisíveis por ocasião da
contratação (erro de projeto). A realização desses aditivos
também não comprometeu a satisfatória execução
contratual, nem importou em transfiguração do objeto
originalmente contratado. Além disso, os elementos
contidos nos autos apontam no sentido de que a rescisão
contratual poderia ser desvantajosa para a
Administração."
ALTERAÇÃO CONTRATUAL UNILATERAL
Quantitativa/Qualitativa
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão nº 291/2016 – Plenário)
"(...) o Acórdão 1.977/2013 – Plenário admitiu que,
excepcionalmente, de maneira a evitar o enriquecimento
sem causa de qualquer das partes, como também para
garantir o valor fundamental da melhor proposta e a
isonomia, nos casos em que, por erro ou omissão no
orçamento, houver ‘subestimativas ou superestimativas
relevantes nos quantitativos da planilha orçamentária’,
podem ser ajustados termos aditivos para restabelecer a
equação econômico-financeira da avença.
ALTERAÇÃO CONTRATUAL UNILATERAL
Quantitativa/Qualitativa
(Acórdão nº 291/2016 – Plenário) Continuação...
Para acatar os aditivos firmados nessas condições, cabe
levar em conta os demais condicionantes expostos na
deliberação de que não haja:
a) superação dos limites de acréscimos e supressões
contratuais (art. 65, §§ 1º e 2º, da Lei 8.666/1993 e art. 13,
inciso II, do Decreto 7.983/2013);
b) ‘jogo de planilhas’, com redução injustificada do
desconto inicialmente ofertado em relação ao preço base do
certame no ato da assinatura do contrato;
c) compensação da correção de quantitativos e da inclusão
de serviços por distorções em outros itens contratuais que
tornem o valor global da avença compatível com o de mercado;
e
d) pagamentos do objeto acima do preço de mercado.
ALTERAÇÃO CONTRATUAL UNILATERAL
Quantitativa/Qualitativa
(Acórdão nº 291/2016 – Plenário) Continuação...
Para aplicação dessa sistemática, ficou assente igualmente
a necessidade de:
‘verificar, nas subestimativas relevantes, em cada caso
concreto, a justeza na prolação do termo aditivo firmado,
considerando a envergadura do erro em relação ao valor
global da avença, em comparação do que seria exigível
incluir como risco/contingência no BDI para o regime de
empreitada global, como também da exigibilidade de
identificação prévia da falha pelas licitantes – atenuada pelo
erro cometido pela própria Administração –, à luz, ainda, dos
princípios da vedação ao enriquecimento sem causa, da
isonomia, da vinculação ao instrumento convocatório, do
dever de licitar, da autotutela, da proporcionalidade, da
economicidade, da moralidade, do equilíbrio econômico-
financeiro do contrato e do interesse público primário’."
ALTERAÇÃO CONTRATUAL UNILATERAL
Quantitativa/Qualitativa
Decreto Federal nº 7.983/2013:
Art. 13. Em caso de adoção dos regimes de empreitada por preço
global e de empreitada integral, deverão ser observadas as
seguintes disposições para formação e aceitabilidade dos preços: (...)
II - deverá constar do edital e do contrato cláusula expressa de
concordância do contratado com a adequação do projeto que
integrar o edital de licitação e as alterações contratuais sob
alegação de falhas ou omissões em qualquer das peças,
orçamentos, plantas, especificações, memoriais e estudos técnicos
preliminares do projeto não poderão ultrapassar, no seu conjunto,
dez por cento do valor total do contrato, computando-se esse
percentual para verificação do limite previsto no § 1º do art. 65 da
Lei nº 8.666, de 1993.
ALTERAÇÃO CONTRATUAL X
LIMITE DA MODALIDADE LICITATÓRIA
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 657/2016 – Plenário)
"9.6. dar ciência ao Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia do Espírito Santo sobre as
seguintes impropriedades, para que sejam adotadas
medidas internas com vista à prevenção da ocorrência de
outras semelhantes:
9.6.1. realização de alteração contratual de valor
extrapolando os limites legais da modalidade de licitação
originária da contratação, estabelecidos no art. 23 e no §
2º do art. 65 da Lei 8.666/1993, observada nos Contratos
1/2006, 5/2009 e 23/2009;"
ALTERAÇÃO CONTRATUAL CONSENSUAL
Lei 8.666/93:
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com
as devidas justificativas, nos seguintes casos: (...)
II - por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra
ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de
verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais
originários;
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por
imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial
atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao
cronograma financeiro fixado, sem a correspondente
contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou
serviço;
PAGAMENTO ANTECIPADO
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 4143/2016 – Primeira Câmara)
"Consoante o Acórdão 1.341/2010-Plenário (...), são
três os requisitos exigidos para a realização dos
pagamentos antecipados: i) previsão no ato convocatório;
ii) existência, no processo licitatório, de estudo
fundamentado comprovando a real necessidade e
economicidade da medida; e iii) estabelecimento de
garantias específicas e suficientes, que resguardem a
Administração dos riscos inerentes à operação (...)."
ALTERAÇÃO CONTRATUAL CONSENSUAL
Revisão Contratual/Teoria da Imprevisão
Lei 8.666/93:
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas
justificativas, nos seguintes casos: (...)
II - por acordo das partes: (...)
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os
encargos do contratado e a retribuição da Administração para a justa
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do
equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem
fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis,
retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso de
força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica
extraordinária e extracontratual.
(...)
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem
como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da
apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados,
implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.
ALTERAÇÃO CONTRATUAL CONSENSUAL
Revisão Contratual/Teoria da Imprevisão
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 1383/2014 – Plenário) Revisão. Pressupostos autorizadores.
Demonstração no processo administrativo.
“(...) para que seja deferida revisão de preços fundada no art. 65,
II, ‘d’, da Lei nº 8.666/93, faz-se necessária, além da presença do fato
gerador imprevisível ou previsível de consequências incalculáveis, a
demonstração do impacto dessa superveniência nos custos da
contratada de tal monta que, caso não deferido o seu pleito junto ao
ente público contratante, estará ela impossibilitada de honrar os
compromissos assumidos. Não se pode, pois, concluir previamente,
como fez a agravante, que a revisão seria inevitável, isso porque caberia
à contratada, quando da formulação do seu pedido à Eletronuclear,
abrir a sua planilha de custos e demonstrar, de forma contundente, a
sobredita onerosidade excessiva (...).”
Observação: a demonstração analítica da variação ocorrida e do
impacto na formação do preço é ônus do contratado.
ALTERAÇÃO CONTRATUAL CONSENSUAL
Revisão Contratual/Teoria da Imprevisão
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 1085/2015 – Plenário) Variação Cambial. Necessidade de
demonstração da onerosidade excessiva.
“(...) a desvalorização da moeda nacional ocorrida no início de 1999 já
foi reconhecida pela Justiça e por este Tribunal como evento extracontratual
impactante nos contratos administrativos em vigor na época. Contudo, não
pode ser tida como uma condição suficiente e autônoma para justificar a
revisão contratual.
Explico melhor, a aplicação da cláusula rebus sic stantibus aos
contratos administrativos também requer demonstração objetiva de que
ocorrências supervenientes tornaram a sua execução excessivamente
onerosa para uma das partes. A simples variação cambial, por si só, não
justifica a revisão contratual por um motivo simples: o particular contratado
pode ter adquirido os insumos ou incorrido nas despesas impactadas pelo
câmbio antes da ocorrência do evento. Em tal situação (...), a posterior
desvalorização da moeda favoreceria ao contratado, pois os índices de
reajuste contratual supervenientes captariam em maior ou menor grau o fato
ocorrido.
ALTERAÇÃO CONTRATUAL CONSENSUAL
Revisão Contratual/Teoria da Imprevisão
(Acórdão 1085/2015 – Plenário) Continuação...
Assim, o construtor seria beneficiado, pois teria sua
remuneração majorada por índices que foram afetados ao menos
parcialmente pelo câmbio, mas não incorreria em custos adicionais,
haja vista que adquiriu os bens importados antes da depreciação do
Real. Em outra circunstância, na qual o contratado ainda não tivesse
incorrido nos gastos atrelados ao câmbio, certamente uma variação
anômala da moeda poderia justificar o reequilíbrio.
Portanto, pleitos do gênero não podem se basear
exclusivamente nos preços contratuais ou na variação de valores
extraídos de sistemas referenciais de custos, sendo indispensável
que se apresentem outros elementos adicionais do impacto cambial,
tais como a comprovação dos custos efetivamente incorridos no
contrato, demonstrados mediante notas fiscais.”
ALTERAÇÃO CONTRATUAL CONSENSUAL
Revisão Contratual/Teoria da Imprevisão

ORIENTAÇÃO NORMATIVA/AGU nº 22:


O reequilíbrio econômico-financeiro pode ser
concedido a qualquer tempo, independentemente de
previsão contratual, desde que verificadas as
circunstâncias elencadas na letra "d" do inc. II do art.
65, da Lei nº 8.666, de 1993.
ALTERAÇÃO CONTRATUAL CONSENSUAL
Revisão X Reajuste
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 1563/2004 – Plenário) Revisão e reajuste.
Mecanismos de recomposição da equação econômico-
financeira do contrato.
“A Lei de Licitações e Contratos Administrativos
prevê a possibilidade de readequar a equação
econômico-financeira nas hipóteses de álea ordinária e
extraordinária. A primeira é efetuada por meio de
reajuste [...]. A segunda é realizada via reequilíbrio
econômico-financeiro insculpido na alínea ‘d’ do inciso
II do art. 65.”
ALTERAÇÃO CONTRATUAL CONSENSUAL
Reajuste

Lei 8.666/93:
Art. 40. O edital (...) indicará, obrigatoriamente, o
seguinte:
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação
efetiva do custo de produção, admitida a adoção de
índices específicos ou setoriais, desde a data prevista
para apresentação da proposta, ou do orçamento a que
essa proposta se referir, até a data do adimplemento
de cada parcela;
ALTERAÇÃO CONTRATUAL CONSENSUAL
Reajuste

CONSTITUIÇÃO FEDERAL:
Art. 37. (...)
XXI – ressalvados os casos especificados na legislação,
as obras, serviços, compras e alienações serão
contratados mediante processo de licitação pública que
assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei (...);
ALTERAÇÃO CONTRATUAL CONSENSUAL
Reajuste

Lei 9.069/95:
Art. 28. Nos contratos celebrados ou convertidos em
REAL com cláusula de correção monetária por índices
de preço ou por índice que reflita a variação ponderada
dos custos dos insumos utilizados, a periodicidade de
aplicação dessas cláusulas será anual.
ALTERAÇÃO CONTRATUAL CONSENSUAL
Reajuste
Lei 10.192/2001:
Art. 2º É admitida estipulação de correção monetária ou de
reajuste por índices de preços gerais, setoriais ou que reflitam a
variação dos custos de produção ou dos insumos utilizados nos
contratos de prazo de duração igual ou superior a um ano.
§ 1º É nula de pleno direito qualquer estipulação de reajuste ou
correção monetária de periodicidade inferior a um ano.
[...]
Art. 3º Os contratos em que seja parte órgão ou entidade da
Administração Pública direta ou indireta da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, serão reajustados ou
corrigidos monetariamente de acordo com as disposições desta
Lei, e, no que com ela não conflitarem, da Lei nº 8.666, de 21 de
junho de 1993.
§ 1º A periodicidade anual nos contratos de que trata o caput
deste artigo será contada a partir da data limite para
apresentação da proposta ou do orçamento a que essa se
referir.
ALTERAÇÃO CONTRATUAL CONSENSUAL
Reajuste
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 3205/2014 – Primeira Câmara)
“(...) a despeito de o contrato firmado entre a
Prefeitura e a AGL estabelecer que o reajustamento de
preços só poderia ocorrer após o transcurso de um ano
de sua assinatura, bem assim de inexistir termo aditivo
corrigindo os valores contratados, considero adequado
acolher os argumentos do ex-Prefeito, para abater do
valor do débito parcela correspondente à correção dos
valores pagos, com base na proposta vencedora da
licitação.”
ALTERAÇÃO CONTRATUAL CONSENSUAL
Reajuste
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 1685/2008 – Plenário) Inclusão de cláusula de
reajuste no contrato.
Nessa assentada, o TCU determinou o aditamento ao
contrato, para nele incluir cláusula de reajuste, pois se trata de
direito do particular.
Ver também o item 27 do voto que fundamentou o
Acórdão 963/2010 – Plenário:
“27. Quanto à vedação ao reajuste prevista no contrato
[prestação de serviços de preparo, conferência e digitação de
dados], cabe ressaltar que a jurisprudência desta Corte de Contas
é no sentido de que deverá assegurar-se ao interessado o direito
a esse instrumento de reequilíbrio econômico-financeiro do
contrato, ainda que não esteja previsto contratualmente, uma
vez que a Lei 8.666/93 (arts. 5º, § 1º, e 40, XI) garante aos
contratados a correção dos preços a fim de que lhes preservem o
valor (Acórdãos 376/1997 - 1ª Câmara e 479/2007 - Plenário).”
ALTERAÇÃO CONTRATUAL CONSENSUAL
Repactuação

IN SLTI/MPOG 02/2008 – Anexo I:


XVIII – REPACTUAÇÃO: forma de manutenção do
equilíbrio econômico-financeiro do contrato que deve
ser utilizada para serviços continuados com dedicação
exclusiva da mão de obra, por meio da análise da
variação dos custos contratuais, devendo estar prevista
no instrumento convocatório com data vinculada à
apresentação das propostas, para os custos decorrentes
do mercado, e com data vinculada ao acordo ou à
convenção coletiva ao qual o orçamento esteja
vinculado, para os custos decorrentes da mão de obra.
Preclusão do direito de pleitear a repactuação (renúncia
tácita a direito):
 A prorrogação dos contratos de serviços contínuos, prevista
no art. 57, II, da Lei 8.666/93, pode ocorrer anualmente (como
ordinariamente se dá), respeitados os limites estabelecidos no
citado artigo.

 O direito de repactuar surge com o aumento dos custos do


contratado. A repactuação deve, contudo, ser pedida até a
data da renovação (ou prorrogação) contratual subsequente,
sob pena de perda do direito.

 A extinção do contrato acarreta, também, a preclusão do


direito de requerer a repactuação.
 Se o contratado não pleitear a repactuação e prorrogar
o contrato sem realizá-la, tampouco ressalvando o direito
expressamente no termo aditivo, ocorrerá a preclusão do
seu direito de repactuar.

 A preclusão lógica (ou renúncia tácita à repactuação)


decorre do fato de o contratado praticar ato incompatível
com a pretensão de repactuar, qual seja, renovar o
contrato mantendo-se o preço anteriormente pactuado.
REAJUSTE E PRECLUSÃO LÓGICA
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 4365/2014 – Primeira Câmara)
"Sobre a demora superior a um ano para expedição da ordem
de início dos serviços, constato que a recorrente apresentou a
proposta de preços em 26/6/2006, assinou contrato com vigência de
120 dias em 30/6/2006 (peça 3, p. 203) e começou a execução da
obra quase um ano e cinco meses depois (6/11/2007).
Dado o exíguo prazo de vigência do negócio jurídico, o edital não
estabeleceu critério para reajustamento de preços. Ainda que
houvesse um índice fixado, tenho que a construtora, ao aceitar dar
início aos serviços sem condicioná-los a uma revisão de preços,
implicitamente reconheceu a adequação e a exequibilidade dos
valores propostos na licitação. Dito de outro modo, o ato voluntário
da recorrente trouxe consigo a renúncia ao reequilíbrio econômico-
financeiro do contrato, dando azo à ocorrência de preclusão lógica."
SUBCONTRATAÇÃO
Lei 8.666/93:
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem
prejuízo das responsabilidades contratuais e legais,
poderá subcontratar partes da obra, serviço ou
fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela
Administração.
(...)
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: (...)
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a
associação do contratado com outrem, a cessão ou
transferência, total ou parcial (...), não admitidas no
edital e no contrato;
SUBCONTRATAÇÃO
Jurisprudência do TCU:
"(...) na subcontratação não há comprometimento
da personalidade do contratado original, que continua
responsável pelo cumprimento do objeto, mesmo
deixando de fazê-lo a pessoa subcontratada. Na sub-
rogação, há verdadeira substituição contratual, já não
respondendo o sub-rogante perante a Administração
(...)."
(Acórdão nº 1400/2007 - Plenário)
SUBCONTRATAÇÃO
Jurisprudência do TCU:
"(...) na subcontratação a execução de parte do
objeto do contrato pode ser atribuída a terceiros, sem
que isso, entretanto, afaste as responsabilidades
contratuais e legais do contratado em relação à parte
subcontratada. Já na sub-rogação, há transferência não
apenas da execução de parte do contrato, mas também
das responsabilidades contratuais para o sub-rogado.
Essa, aliás, é a principal razão por que o instituto da
sub-rogação é considerado ilegal e inconstitucional."
(Acórdão nº 2031/2013 – Primeira Câmara)
SUBCONTRATAÇÃO

Jurisprudência do TCU:
"(...) é farta a jurisprudência do TCU no sentido de
que, embora a Lei 8.666, de 21/6/1993, permita a
subcontratação parcial da obra, serviço ou
fornecimento, é imprescindível que essa possibilidade
esteja previamente prevista no edital e constante do
contrato. É o que se depreende dos arts. 72 e 78, inciso
VI, do referido diploma legal."
(Acórdão nº 717/2011 – Segunda Câmara)
SUBCONTRATAÇÃO
Jurisprudência do TCU:
"(...) houve subcontratação sem autorização prévia e
expressa da Administração e ausência de previsão em
edital e em contrato para a subcontratação dos três
serviços das obras, descumprindo o art. 78, inciso VI c/c
o art. 72 da Lei 8.666/1993. [9.2. dar ciência ao
Ministério da Integração Nacional sobre as seguintes
impropriedades (...): 9.2.1. subcontratação sem
autorização prévia e expressa da Administração, em
desconformidade ao art. 78, inciso VI c/c o art. 72 da Lei
8.666/1993;]"
(Acórdão nº 42/2015 – Plenário)
SUBCONTRATAÇÃO

Jurisprudência do TCU:
"9.2. determinar: (...)
9.2.2. ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
que: (...)
9.2.2.4. estabeleça nos instrumentos
convocatórios, em cada caso, os limites para
subcontratação de obra, serviço ou fornecimento, de
modo a evitar riscos para a Administração Pública,
conforme disciplina o art. 72 da Lei nº 8.666/1993;"
(Acórdão nº 1045/2006 – Plenário)
SUBCONTRATAÇÃO
Jurisprudência do TCU:
"1.7.1. dar ciência ao Serviço Social do Comércio -
Administração Regional no Espírito Santo, que:
1.7.1.1. caso seja possível à Administração saber
antecipadamente que determinado serviço, do conjunto
da obra, poderá ser subcontratado, não se mostra
coerente exigir qualificação técnica do licitante para o dito
serviço (...), salvo nos casos em que o edital admita a
possibilidade de subcontratação condicionada à exigência
de que o eventual subcontratado apresente comprovação
de qualificação técnica equivalente;"
(Acórdão nº 7462/2012 – Segunda Câmara)
SUBCONTRATAÇÃO
Jurisprudência do TCU:
"A subcontratação parcial de serviços, ao contrário da
subcontratação total, é legalmente admitida (art. 72 da Lei
8.666/93), razão pela qual não requer expressa previsão no edital ou
no contrato, bastando que estes instrumentos não a vedem.
Em Prestação de Contas do Serviço Nacional de Aprendizagem
Rural no Estado de Mato Grosso – Senar/MT, referente ao exercício
de 2005, fora apurada, a partir de operação concertada entre a Polícia
Federal e a Controladoria-Geral da União, dentre outros aspectos, a
existência de ‘um esquema articulado entre empregados/dirigentes
do Senar/MT, entidades sem fins lucrativos e empresários em que
eram contratadas instituições mediante dispensa de certame, e essas
instituições subcontratavam integralmente o objeto que lhes fora
adjudicado para uma determinada empresa’.
SUBCONTRATAÇÃO
Realizado o contraditório, os responsáveis argumentaram
que, no que respeita à prática da subcontratação, ‘não havia
qualquer impedimento à subcontratação e não há necessidade
de previsão no edital e no contrato para que o objeto seja
subcontratado’, citando como fundamento de suas alegações o
Acórdão 5.532/2010 - 1ª Câmara. Analisando o ponto, resgatou
o relator a ementa assentada no acórdão trazido pelos
responsáveis: ‘a subcontratação parcial de serviços contratados
não necessita ter expressa previsão no edital ou no contrato,
bastando apenas que não haja expressa vedação nesses
instrumentos, entendimento que se deriva do art. 72 da Lei
8.666/1993 e do fato de que, na maioria dos casos, a
possibilidade de subcontratação deve atender a uma
conveniência da administração’.
SUBCONTRATAÇÃO

Ressalvou, contudo, que ‘o precedente retro refere-se à


subcontratação parcial, e não à subcontratação total
como a que foi constatada nestes autos’. Ademais,
prosseguiu, ‘a subcontratação verificada nos autos está
inserida em um contexto de fuga ao dever geral de licitar,
de fraude e de ocorrência de débito, pois as avenças
decorrentes de procedimentos de dispensa de licitação
(...), culminaram na subcontratação da empresa [...], que,
sem participar de qualquer certame, efetivamente
executou os serviços pretendidos pela entidade’.
SUBCONTRATAÇÃO

Nesses termos, (...) o Plenário, dentre outras medidas,


julgou irregulares as contas do ex-Presidente do Conselho
Administrativo e do ex-Superintendente do Senar/MT,
com imputação de débito e multa, declarando, ainda, a
inidoneidade das empresas/entidades envolvidas para
participar de licitação na Administração Pública Federal.
Acórdão 2198/2015-Plenário."
(Informativo de Licitações e Contratos/TCU nº 258)
SUBCONTRATAÇÃO
Jurisprudência do TCU:
"(...) a orientação emanada do Acórdão nº 5532/2010 - 1ª
Câmara (...), no sentido de que a subcontratação parcial de serviços
contratados ‘não necessita ter expressa previsão no edital ou no
contrato, bastando apenas que não haja expressa vedação nesses
instrumentos’ deve ser vista não como regra, mas sim como
hipótese absolutamente excepcional, extraordinária, resultante de
fato superveniente, de forma a atender, aí sim, na expressão usada
pela unidade técnica, ‘a uma conveniência da administração’.
Nessa situação excepcional, a necessidade da subcontratação
surgirá no curso da execução contratual, à evidência, pois, de um
fato superveniente à celebração da avença, de sorte a garantir a
viabilidade da execução do contrato administrativo mesmo ante a
eventuais circunstâncias que impeçam a execução integral do
avençado nos moldes originais em que fora pactuado.
SUBCONTRATAÇÃO
É, portanto, providência de exceção, haja vista que o
interesse da Administração é pelo cumprimento do
contrato na forma originalmente avençada. A faculdade
conferida à contratada pelo art. 72 da Lei nº 8.666/93
para subcontratar partes do objeto evita que a
Administração venha a ter de promover outras tantas
licitações a fim de complementar a execução do
contrato que não pôde ser realizado, na sua
integralidade, pela contratada. Não se pode perder de
perspectiva que realizar licitação demanda tempo e
acarreta custos para o poder público."
(Acórdão nº 3378/2012 – Plenário)
APLICAÇÃO DE SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
SANÇÕES NA LEI 8.666/93
Lei 8.666/93:
Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o
contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento
convocatório ou no contrato.
§ 1º A multa a que alude este artigo não impede que a
Administração rescinda unilateralmente o contrato e aplique as
outras sanções previstas nesta Lei.
(...)
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração
poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as
seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no
contrato;
APLICAÇÃO DE SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
SANÇÕES NA LEI 8.666/93
Lei 8.666/93:
III - suspensão temporária de participação em licitação e
impedimento de contratar com a Administração, por prazo
não superior a 2 (dois) anos;
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar
com a Administração Pública enquanto perdurarem os
motivos determinantes da punição ou até que seja
promovida a reabilitação perante a própria autoridade que
aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o
contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos
resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada
com base no inciso anterior.
DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE X
SUSPENSÃO TEMPORÁRIA
Obs.: Apesar de a Lei nº 8.666/93 apresentar diferença quanto
ao alcance dessas duas penalidades, houve evolução na
jurisprudência do STJ (REsp 151567/RJ e REsp 174274/SP) sobre o
tema.

Jurisprudência do STJ:
“É irrelevante a distinção entre os termos Administração
Pública e Administração (...). A Administração Pública é una, sendo
descentralizada as suas funções para melhor atender ao bem
comum. A limitação dos efeitos da ‘suspensão de participação de
licitação’ não pode ficar restrita a um órgão do poder público, pois
os efeitos do desvio de conduta que inabilita o sujeito para
contratar com a Administração se estendem a qualquer órgão da
Administração Pública.” (Resp 151567, DJ de 14/04/2003)
DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE X
SUSPENSÃO TEMPORÁRIA
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão nº 3243/2012 – Plenário)
"9.2. determinar à Prefeitura Municipal de
Cambé/PR que nas contratações efetuadas com
recursos federais observe que a sanção prevista no art.
87, III, da Lei nº 8.666/93 produz efeitos apenas em
relação ao órgão ou entidade contratante;"
RESCISÃO DE OUTROS CONTRATOS
A Declaração de Inidoneidade produz efeitos ex nunc,
sem interferir automaticamente nos demais contratos já
existentes e em andamento (STJ, MS 14.002/DF, MS
13.001/DF).
A despeito de a contratada perder requisito inerente à
habilitação, que deveria ser mantido durante toda a
execução contratual, a imediata rescisão de todos os
contratos mantidos entre a Administração e a empresa
punida pode:
trazer maior prejuízo ao erário e ao interesse público;
atentar contra princípios da proporcionalidade e
eficiência.
RESCISÃO DE OUTROS CONTRATOS
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão nº 432/2014 – Plenário)
"A jurisprudência do TCU é clara, com base em
julgados do Supremo Tribunal Federal, de que a sanção
de declaração de inidoneidade produz efeitos ex-nunc,
não afetando, automaticamente, contratos em
andamento celebrados antes da aplicação da sanção
(Acórdãos 3.002/2010, 1.340/2011 e 1.782/2012, todos
do Plenário)."
RESCISÃO DE OUTROS CONTRATOS

ORIENTAÇÃO NORMATIVA/AGU nº 49:


A aplicação das sanções de impedimento de licitar e
contratar no âmbito da União (art. 7º da Lei nº 10.520,
de 2002) e de declaração de inidoneidade (art. 87, inc.
IV, da Lei nº 8.666, de 1993) possuem efeito ex nunc,
competindo à Administração, diante de contratos
existentes, avaliar a imediata rescisão no caso concreto.
COMPETÊNCIA PARA APLICAR SANÇÃO
ORIENTAÇÃO NORMATIVA/AGU nº 48:
É competente para a aplicação das penalidades previstas
nas Leis nos 10.520, de 2002, e 8.666, de 1993,
excepcionada a sanção de declaração de inidoneidade, a
autoridade responsável pela celebração do contrato ou
outra prevista em regimento.

Lei 8.666/93:
Art. 87. (...)
§ 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de
competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário
Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa
do interessado no respectivo processo, no prazo de 10
(dez) dias da abertura de vista (...).
SANÇÃO FORA DA VIGÊNCIA CONTRATUAL

ORIENTAÇÃO NORMATIVA/AGU nº 51:


A garantia legal ou contratual do objeto tem prazo de
vigência próprio e desvinculado daquele fixado no
contrato, permitindo eventual aplicação de penalidades
em caso de descumprimento de alguma de suas
condições, mesmo depois de expirada a vigência
contratual.
HIPÓTESES DE RESCISÃO CONTRATUAL
Lei 8.666/93:
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos
ou prazos;
II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações,
projetos e prazos;
III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar
a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento,
nos prazos estipulados;
IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;
V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa
e prévia comunicação à Administração;
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do
contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial (...),
não admitidas no edital e no contrato;
HIPÓTESES DE RESCISÃO CONTRATUAL
VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade
designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as
de seus superiores;
(...)
XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da
empresa, que prejudique a execução do contrato;
XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo
conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da
esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas
no processo administrativo a que se refere o contrato;
XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou
compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do
limite permitido no § 1o do art. 65 desta Lei;
TIPOS DE RESCISÃO

Lei 8.666/93:
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
I - determinada por ato unilateral e escrito da
Administração, nos casos enumerados nos incisos I a XII e
XVII do artigo anterior;
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo
no processo da licitação, desde que haja conveniência
para a Administração;
III - judicial, nos termos da legislação;
MOTIVAÇÃO E FORMALIZAÇÃO

Lei 8.666/93:
Art. 78 (...)
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão
formalmente motivados nos autos do processo,
assegurado o contraditório e a ampla defesa.
Art. 79. (...)
§ 1º A rescisão administrativa ou amigável deverá ser
precedida de autorização escrita e fundamentada da
autoridade competente.
IRREGULARIDADE FISCAL, RETENÇÃO DO
PAGAMENTO E RESCISÃO CONTRATUAL
Lei 8.666/1993:
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que
estabeleçam: (...)
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a
execução do contrato, compatibilidade com as obrigações
por ele assumidas, todas as condições de habilitação e
qualificação exigidas na licitação.
(...)
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
I – o não cumprimento de cláusulas contratuais,
especificações, projetos ou prazos.
IRREGULARIDADE FISCAL, RETENÇÃO DO
PAGAMENTO E RESCISÃO CONTRATUAL
Jurisprudência do TCU:
"9.1. conhecer da consulta [formulada pela Ministra de
Estado da Saúde sobre pagamento a fornecedores que
constem, no sistema de cadastramento unificado de
fornecedores, em débito com o sistema de seguridade social];
9.2. (...) responder à consulente que:
9.2.1. os órgãos e entidades da Administração Pública
Federal devem exigir, nos contratos de execução continuada
ou parcelada, a comprovação, por parte da contratada, da
regularidade fiscal, incluindo a seguridade social, sob pena de
violação do disposto no § 3º do art. 195 da Constituição
Federal;
IRREGULARIDADE FISCAL, RETENÇÃO DO
PAGAMENTO E RESCISÃO CONTRATUAL
9.2.2. os órgãos e entidades da Administração Pública Federal
devem incluir, nos editais e contratos de execução continuada ou
parcelada, cláusula que estabeleça a obrigação do contratado de
manter, durante toda a execução do contrato, todas as condições de
habilitação e qualificação exigidas na licitação, prevendo, como
sanções para o inadimplemento a essa cláusula, a rescisão do contrato
e a execução da garantia para ressarcimento dos valores e
indenizações devidos à Administração, além das penalidades já
previstas em lei (arts. 55, inciso XIII, 78, inciso I, 80, inciso III, e 87, da Lei
nº 8.666/93);
9.2.3. verificada a irregular situação fiscal da contratada,
incluindo a seguridade social, é vedada a retenção de pagamento por
serviço já executado, ou fornecimento já entregue, sob pena de
enriquecimento sem causa da Administração;"
(Acórdão nº 964/2012 – Plenário)
IRREGULARIDADE TRABALHISTA E
RETENÇÃO DO PAGAMENTO
Súmula 331 do TST:
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do
empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador de
serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da
relação processual e conste também do título executivo judicial.
V - Os entes integrantes da administração pública direta e indireta
respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV,
caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das
obrigações da Lei nº 8.666/93, especialmente na fiscalização do
cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de
serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre
de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas
pela empresa regularmente contratada.
IRREGULARIDADE TRABALHISTA E
RETENÇÃO DO PAGAMENTO
Jurisprudência do TCU:
"(...) o item 9.2.3 do Acórdão nº 964/2012-Plenário não
deve ser automaticamente aplicado a contratos em que se
evidencia a responsabilidade subsidiária do ente público
contratante por encargos trabalhistas não adimplidos pela
contratada, quais sejam, contratos de prestação de serviços
terceirizados (serviços contínuos prestados mediante cessão –
ou dedicação – exclusiva da mão de obra). No âmbito de tais
contratos, a não retenção de pagamento ante o
descumprimento de obrigações trabalhistas por parte da
contratada pode caracterizar culpa por omissão da
Administração contratante."
(Acórdão nº 567/2015 – Plenário)
Muito Obrigado!
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