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EXAME
DIREITO
INCLUI:
• Quadros de ATENÇÃO
APOSTILA
INTEGRADA
COM O APP! • Tabelas Comparativas
• Esquemas Didáticos
OABNAMEDIDA.COM.BR
SUMÁRIO
1. TRIBUTOS
1.1. CONCEITO DE TRIBUTO
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
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9.2.1 DEFINIÇÃO
9.2.2 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AO LANÇAMENTO
9.2.3 MODALIDADES DE LANÇAMENTO
9.3. SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
9.6.1. GARANTIAS
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1. TRIBUTO
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
• Instituído em lei: como regra geral, os elementos essenciais dos tributos (fato
gerador, sujeito passivo, base de cálculo e alíquota) somente podem ser instituídos
mediante lei, enquanto que os elementos secundários (preenchimento de guias,
forma de recolhimento, etc.), podem ser tratados por normas infralegais, desde que
observados os limites da lei. Trata-se da aplicação do princípio da legalidade, que será
estudado posteriormente.
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• Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: a cobrança
tributária não é uma opção, mas sim um dever por parte da Administração Púbica,
sendo vedado qualquer tipo de análise de conveniência e oportunidade pela autoridade
fiscal. Assim, havendo o fato gerador, o fisco deverá realizar o lançamento tributário
(art. 142 do CTN) e, não havendo o pagamento do tributo, o crédito será inscrito
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
Existem basicamente duas teorias a respeito das espécies tributárias: a) teoria tripartite,
baseada sobretudo no art. 5 do CTN, que considera a existência de apenas três espécies tributárias
(impostos, taxas e contribuições de melhoria) e b) teoria quíntupla (ou pentapartida) que, baseada
principalmente na Constituição Federal, considera a existência de 5 espécies de tributos, a saber: I)
impostos, II) taxas, III) contribuições de melhoria, IV) empréstimos compulsórios e V) contribuições
especiais.
TRIBUTO
C. DE
IMPOSTOS TAXAS EMP. COMPUL. C. ESPECIAIS
MELHORIA
1.2.1. IMPOSTOS
Art. 16 do CTN. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
(...)
6
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária,
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os
direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte.
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
(...)
O imposto é a espécie de tributo cujo fato gerador é uma situação totalmente desvinculada de
qualquer atividade estatal específica, por isso, o imposto é considerado um tributo não vinculado.
Assim, o fato gerador de um imposto não pode estar relacionado a qualquer atividade prestada
pelo Estado, como limpeza urbana, segurança, saneamento básico, etc., devendo se relacionar à
própria atividade do contribuinte, como auferir renda (IR), transferir um bem (ITCMD, ITBI), ser
proprietário de alguma coisa (IPTU, IPVA, ITR), etc.
O § 1º do art. 145 da CF/88, por sua vez, determina que os impostos terão caráter pessoal, ou
seja, sempre que possível devem observar as características do contribuinte (o IR, por exemplo,
leva em consideração o número de dependentes do contribuinte, para a fixação do valor devido),
além do que devem ser graduados de acordo com a capacidade econômica do sujeito passivo
(princípio da capacidade contributiva), isto é, devem ter alíquotas progressivas de acordo com o
poder econômico do contribuinte (as alíquotas do IR, por exemplo, aumentam de acordo com o
valor da renda auferida).
Importante destacar que a receita obtida com a arrecadação dos impostos deve ser destinada para
custear as despesas públicas gerais, como educação, segurança pública, limpeza, etc, sendo vedada a
vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, conforme art. 167, IV, da CF/88.
Ressalta-se, ainda, que a própria Constituição Federal prevê a lista dos impostos federais,
estaduais e municipais:
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IMPOSTOS FEDERAIS IMPOSTOS ESTADUAIS IMP. MUNICIPAIS
3 - Imposto sobre
6 – Imposto sobre serviços de qualquer
Propriedade Territorial Rural natureza (ISS)
(ITR)
8 - Impostos Residuais
9 - Imposto Extraordinário de
Guerra (IGR)
Os impostos acima citados, como regra geral, são criados por meio de lei ordinária, ressalvados
os casos do imposto sobre grande fortuna (IGF) e os impostos residuais (art. 154, I, da CF/88), que
são criados por meio de lei complementar.
1.2.2. TAXA
(...)
Art. 77 do CTN. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que
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correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas
Com base nessas premissas, o STF já considerou válida as seguintes taxas: taxa de
alvará, taxa de fiscalização de anúncios, taxa de fiscalização dos mercados de títulos e
valores mobiliários pela CVM, taxa de fiscalização de Cartórios Extrajudiciais, etc.
Além disso, para a cobrança da taxa, a utilização do serviço deve ser efetiva (de fato usufruída)
ou ao menos potencial, ou seja, o serviço é obrigatório e colocado à disposição do contribuinte,
mesmo que ele não venha a utilizá-lo, como no caso da taxa de coleta de lixo, considerada
constitucional pelo STF.
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• O STF considera que as custas judiciais e os emolumentos cartorários têm
natureza jurídica de taxa de serviço TEMA COBRADO NO XVII EXAME DA OAB/
FGV.
• O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa, conforme
Súmula Vinculante n. 41.
Segurança Pública
Outro ponto relevante a ser tratado diz respeito à base de cálculo das taxas, já que o § 2º
do art. 145 da CF/88 e o parágrafo único do art. 77 do CTN vedam que as taxas tenham base de
cálculo própria de impostos.
(...)
Art. 77 do CTN
Parágrafo único: A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.
A vedação ocorre porque impostos e taxas são tributos totalmente diferentes, já que aqueles
não são vinculados à atividade estatal e estas são, de modo que não é razoável estipular a mesma
base de cálculo dos impostos, que leva em consideração as características pessoais do contribuinte,
para as taxas, que estão relacionadas a atividades prestadas pela Administração Pública.
Com base nesse raciocínio, o STF editou a Súmula n. 595: “É inconstitucional a taxa municipal de
conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do imposto territorial rural”.
TAXA TARIFA
Exigida apenas por pessoa jurídica de Pode ser exigida por pessoa jurídica de
Direito Público Direito Público ou Privado.
(...)
Art. 81 do CTN - A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é
instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização
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imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
vinculado indiretamente, já que, além da obra pública, deve haver a valorização do imóvel.
O valor cobrado a título de contribuição de melhoria possui dois limites TEMA COBRADO NO
XXII EXAME DA OAB/FGV:
Limite Global: não pode ser arrecadado um valor global superior ao limite da obra (Exemplo:
Se a obra pública custou R$ 2.000.000,00 (dois milhões), o valor total arrecadado dos imóveis
em razão da valorização não poderá ser superior a esse montante)
Art. 148 da CF/88. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos
compulsórios:
Art. 15 do CTN. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir
empréstimos compulsórios:
(...)
Os incisos I, II, e III do art. 15 do CTN, que traziam outras hipóteses a justificar a criação de
empréstimos compulsórios, foram derrogados pelo art. 148 da CF/88, permanecendo
em vigor apenas o disposto no seu parágrafo único.
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto
no art. 150, I e III.
Nos termos do art. 149 da CF/88, a União possui competência exclusiva para instituir as
contribuições especiais TEMA COBRADO NO XX EXAME DA OAB/FGV, ressalvado o disposto
no § 1º do art. 149 da CF/88, que estabelece que os Estados, os Municípios e o Distrito Federal
devem instituir contribuição para o custeio do regime de previdência próprio de seus servidores,
bem como o estabelecido no art. 149-A, que trata da contribuição para o custeio do serviço de
iluminação pública (CIP ou COSIP), de competência exclusiva dos Municípios e do Distrito Federal
TEMA COBRADO NO XXVIII EXAME DA OAB/FGV.
ATENÇÃO: De acordo com o STF, as contribuições da seguridade social previstas nos incisos I a
IV do art. 195 da CF/88 podem ser instituídas por lei ordinária. No entanto, qualquer contribuição
criada além das fontes acima citadas, estará no âmbito da competência residual, exigindo-se a
edição de lei complementar.
A CIDE não possui como finalidade principal a arrecadação de tributos, mas sim permitir a
atuação do governo federal no mercado, regulando a oferta de bens ou serviços. Trata-se, portanto,
de tributo extrafiscal.
A competência para instituir CIDE é da União, por meio de lei ordinária ou medida provisória, mas
não se permite sua instituição sobre as receitas decorrentes de exportação (art. 149, § 2º, I, da CF/88).
Importante destacar, ainda, que a única CIDE prevista na Constituição Federal é a denominada
CIDE-Combustíveis, conforme disposto no § 4º do art. 177:
(...)
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto
no art. 150, III, b;
15
II - os recursos arrecadados serão destinados:
Era muito comum a prática dos Municípios de cobrarem taxas relativas ao serviço de
iluminação pública. No entanto, conforme estudado anteriormente, por não se tratar de serviço
específico e divisível, a jurisprudência era contrária à cobrança de taxa nessas situações.
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Considera-se competência tributária o poder conferido pela Constituição Federal aos entes
federativos para criarem tributos.
A Constituição Federal define a competência tributária de cada ente político, mas a cobrança
dos tributos dependerá de lei específica elaborada por cada um desses entes.
Importante destacar ainda que a Constituição Federal estabelece que cabe à Lei Complementar
estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, como definição de tributos e de
suas espécies, fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes (art. 146, III, da CF/88). No entanto,
a lei complementar possui caráter geral e até que ela seja editada, os entes políticos poderão
instituir e cobrar os impostos normalmente, conforme § 3º do art. 24 da CF/88 TEMA COBRADO
NO XV EXAME DA OAB/FGV.
Importante destacar que a competência tributária é exercida, via de regra, mediante lei
ordinária. No entanto, a própria Constituição Federal estabelece que a competência tributária da
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
União será exercida mediante lei complementar federal nas seguintes situações específicas: a)
empréstimos compulsórios (art. 148 da CF/88), b) imposto sobre grandes fortunas (art. 153, VII,
da CF/88), c) impostos residuais da União (art. 154, I, da CF/88) e d) outras contribuições sociais
não previstas nos incisos I a IV do art. 195 da CF/88.
(IPI)
(IOF)
(ITR)
(IGF)
Como o Distrito Federal não pode ser dividido em Municípios (art. 32, caput, da CF/88), ele
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terá competência cumulativa para instituir os impostos estaduais e os municipais (IPTU, ISS, ITBI,
ICMS, IPVA, ITCMD).
Além disso, caso haja a criação de territórios federais, a União, além dos impostos federais,
terá competência para instituir os impostos estaduais e, se o território não for dividido em
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
c) imposto criado não pode ter base de cálculo ou fato gerador de outro imposto.
Conforme já estudado, o empréstimo compulsório é instituído pela União, por lei complementar,
nos casos de: a) calamidade pública, b) guerra externa ou sua iminência e c) para investimento
público de caráter urgente e relevante interesse social.
A instituição de impostos extraordinários não depende de lei complementar, isto é, pode ser feita
por lei ordinária ou medida provisória.
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(..)
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir
um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, observado que:
A Constituição Federal autoriza, portanto, que lei complementar da União institua regime
único de arrecadação de impostos, prevendo tratamento diferenciado e favorecido para as
microempresas e para as empresas de pequeno porte (art. 146, III, “d” e parágrafo único, da CF/88).
Com base nessa autorização constitucional, a Lei Complementar nº 123/2006 criou o Simples
Nacional, que é um regime tributário diferenciado, simplificado e compartilhado de cobrança, arrecadação
e fiscalização de tributos, sendo aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.
O Simples tem a participação de todos os Entes Federados (União, Estados, Distrito Federal e
Conforme estudado anteriormente, existem muito mais impostos federais do que impostos
estaduais ou municipais.
(IPI)
(IOF)
(ITR)
(IGF)
Na repartição de receitas, a divisão ocorre “de cima pra baixo”, ou seja, da União para
os Estados, Distrito Federal ou Municípios, e dos Estados aos Municípios. Se ocorrer
“de baixo pra cima baixo”, haverá delegação, e não repartição de receitas.
• Imposto de renda retido na fonte dos servidores estaduais e municipais: nos casos
dos Estados, Distrito Federal ou Municípios reterem Imposto de Renda na fonte
de seus servidores, a receita ficará integralmente (100%) para o ente político que
procedeu à retenção (art. 157, I, da CF/88). Assim, o produto do Imposto de Renda
retido na fonte (IR-Fonte) dos servidores municipais ficará para o Município e o IR-
fonte retido dos servidores estaduais ficará para o Estado TEMA COBRADO NO XI
EXAME DA OAB/FGV. Nesse caso, havendo retenção indevida, o Estado ou Município
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serão partes legítimas na ação de restituição de imposto de renda retido na fonte
proposta por seus servidores (Súmula nº 447 do STJ).
• Impostos residuais da União: se a União criar novos impostos (competência residual
– art. 154, I, da CF/88), 20% do produto arrecadado será repassado aos Estados e ao
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
Distrito Federal, conforme estipulado na própria lei que criar o imposto (art. 157, II,
e 158, I, da CF/88).
• Imposto Territorial Rural (ITR): metade (50%) do valor arrecadado pela União a
título de ITR deve ser repassado ao Município onde estiver localizado o imóvel rural
(art. 158, II, da CF/88). Se o Município for responsável pela fiscalização e arrecadação
do ITR, caberá a ele a totalidade (100%) do valor arrecadado (art. 153, § 4º, III, da
CF/88). TEMA COBRADO NO XXV EXAME DA OAB/FGV.
• IPVA: cabe ao Município metade (50%) do produto da arrecadação do imposto do
Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios
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OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
A Constituição Federal, em seus artigos 150, 151 e 152, prevê limites ao poder de tributar
do Estado, estabelecendo princípios e imunidades que restringem a atuação estatal, conforme
doravante estudado.
Por se tratar de prestação compulsória, o tributo somente pode ser instituído mediante lei, o
que significa, como regra geral, lei ordinária.
Os tributos são instituídos, como regra geral, mediante lei ordinária de cada ente
político. No entanto, cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria
de legislação tributária, como definição de tributos e de suas espécies, fatos geradores,
bases de cálculo e contribuintes (art. 146, III, da CF/88). Até que a lei complementar
não seja edita, os entes políticos podem instituir e cobrar os tributos normalmente.
TEMA COBRADO NO XXXI EXAME DA OAB/FGV
Há, entretanto, algumas situações específicas que a própria Constituição Federal exige lei
complementar para a instituição de tributo, são elas:
• Outras contribuições sociais não previstas nos incisos I a IV do art. 195 da CF/88.
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REGRA GERAL EXCEÇÕES
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
Assim, de forma resumida, pode-se afirmar que os elementos essenciais do tributo (sujeitos,
base de cálculo, alíquotas, fato gerador, isenção, remissão, etc.) somente podem ser fixados
mediante lei, mas os elementos não essenciais (vencimento, preenchimento de guias, atualização
monetária das alíquotas, etc.) podem ser determinados por ato infralegal.
O Princípio da legalidade, no entanto, é excepcionado pela própria Constituição nos seguintes casos:
(...)
O princípio da isonomia tributária decorre do princípio da igualdade geral prevista no art. 5º,
caput, da CF/88, e estabelece que os contribuintes em estado de equivalência devem ser tratados
de forma igualitária (igualdade formal), permitindo-se apenas o tratamento diferenciado para
atender a uma finalidade lícita, razoável, a fim de amenizar situações de notória desigualdade
(igualdade material).
• Art. 145, § 1º, da CF/88: sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal
e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos,
identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
• Art. 146, III, “d”, da CF/88: cabe à lei complementar:(…) III - estabelecer normas
gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:(…) d) definição de
tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas
de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto
previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da
contribuição a que se refere o art. 239.
(...)
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De acordo com o princípio da irretroatividade, veda-se a cobrança de tributos em relação a
fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.
se uma lei posterior diminuir uma alíquota ou excluir a tributação, aqueles sujeitos que
praticaram o fato gerador antes da vigência da lei nova deverão pagar normalmente o
tributo com base na lei antiga, ou seja, a lei benéfica também não retroagirá.
Importante destacar que, para fins de tributação, considera-se a vigência da lei tributária, e não
a publicação.
• Tratando- se de ato não definitivamente julgado, quando a lei for mais benéfica
quanto à infração: a título de exemplo, se uma lei de 2016 institui um tributo com
alíquota de 10% e multa de 20%, caso o contribuinte não pague tempestivamente o
tributo e, posteriormente, uma lei de 2017 diminua a multa para 15%, o contribuinte
que deixou de pagar o tributo poderá ser beneficiado com a redução da multa pela lei
de 2017, desde que ainda não a tenha recolhido. TEMA COBRADO NOS EXAMES II,
VI, XVIII E XXI DA OAB/FGV.
A lei tributária poderá retroagir apenas em relação à multa não recolhida. Não haverá
efeitos retroativos em relação à obrigação de pagar o tributo.
Art. 150 da CF/88 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
(...)
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou, observado o disposto na alínea b;
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O princípio da anterioridade objetiva estabelecer um período mínimo e razoável entre a
publicação da lei que aumenta ou institui um tributo e a sua exigência, a fim de que o contribuinte
não seja pego de surpresa e consiga se preparar economicamente para pagar a exação. TEMA
COBRADO NO XII EXAME DA OAB/FGV.
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
Desse modo, é possível afirmar que o princípio da anterioridade estabelece duas regras:
Tributo “X”, instituído por meio de uma lei publicada em junho de 2017, somente poderá
ser cobrado em janeiro de 2018.
Tributo “X”, instituído por meio de uma lei publicada em 15 de dezembro de 2017,
somente poderá ser cobrado em meados de março de 2018.
Além disso, norma legal que apenas altera o prazo para recolhimento do tributo também
não se sujeita ao princípio da anterioridade, tendo aplicação imediata, conforme Súmula
Vinculante n. 50 do STF TEMA COBRADO NO XXIX EXAME DA OAB.
Há, entretanto, exceções a anterioridade anual e nonagesimal TEMA COBRADO NOS EXAME
S III E VII DA OAB/FGV:
• Exceções à anterioridade anual (podem ser cobrados no mesmo ano): II, IE, IOF,
IPI, empréstimo compulsório para atender despesas extraordinárias decorrentes de
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calamidade pública, guerra externa ou sua iminência, imposto extraordinário de guerra
(IEG), restabelecimento da alíquota do CIDE- Combustível e do ICMS – combustível,
contribuições sociais.
• Exceções à anterioridade nonagesimal (não precisam esperar 90 dias): II, IE, IOF,
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
II IE IOF IR IPI
EXCEÇÃO
ANTERIORIDADE X X X X
ANUAL
EFICÁCIA
1º de 90 dias após
IMEDIATA IMEDIATA IMEDIATA janeiro a publicação
do ano da lei
seguinte
EXCEÇÃO
ANTERIORIDADE X X X X
ANUAL
EXCEÇÃO
ANTERIORIDADE X X
NONAGESIMAL
EFICÁCIA 1º de 90 dias
IMEDIATA IMEDIATA 90 dias após a janeiro após a
publicação da do ano publicação
lei seguinte da lei
(...)
Uma alíquota de 50% para o IPTU, sem dúvida alguma, possui caráter confiscatório,
mas, se a mesma alíquota for adotada para o IPI incidente sobre cigarro, não
haverá efeito confiscatório, já que a mercadoria possui baixo valor e o objetivo é
desestimular o seu consumo.
(...)
O STF entende que pedágio não é tributo, ou seja, não tem natureza de taxa, mas sim
de preço público ou de tarifa. Sendo assim, não se aplicam à cobrança de pedágio
os princípios tributários (não precisa ser instituído por lei, nem mesmo obedecer a
anterioridade anual ou nonagesimal).
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique
distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em
detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover
o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
1 Veja-se: “(...) para que a multa moratória cumpra sua função de desencorajar a elisão fiscal, de um
lado não pode ser pífia, mas, de outro, não pode ter um importe que lhe confira característica confiscatória,
inviabilizando inclusive o recolhimento de futuros tributos” (STF, RE 582.461)
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Trata-se de princípio que deriva da isonomia tributária, determinando que a União mantenha
tratamento uniforme em relação aos demais entes federativos na tributação federal, admitindo-se
apenas tratamento diferenciado para a promoção do equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico
entre as diferentes regiões do país, por meio de incentivos fiscais, como no caso da Zona Franca de
Manaus, conforme art. 92-A do ADCT TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/FGV.
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
O princípio da vedação ao bis in idem estabelece que o mesmo fato jurídico não pode ser
tributado mais de uma vez pela mesma pessoa política, salvo quando expressamente autorizado
pela Constituição, como no caso de Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição
Social sobre o Lucro – CSSL, que possuem como fato gerador o fato da empresa auferir lucro (195,
I, “c” e art. 153, III) TEMA COBRADO NO XIV EXAME DA OAB/FGV.
Bis in idem não se confunde com bitributação. Enquanto o bis in idem se refere à
proibição do mesmo ente político cobrar mais de um tributo sobre o mesmo fato
gerador, a bitributação ocorre quando entes tributantes diferentes exigem do mesmo
sujeito passivo tributos decorrentes do mesmo fato gerador. A bitributação também
é proibida, salvo quando se tratar de imposto extraordinário de guerra, em que a
União poderá cobrar tributos compreendidos ou não em sua competência tributária
(CF/1988, art. 154, II).
(...)
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153,
I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos
arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
Assim, imunidade é regra constitucional que proíbe os entes federativos de cobrarem tributos
em determinadas situações (regra negativa de competência).
IMUNIDADE ISENÇÃO
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5.2.1. IMUNIDADE RECÍPROCA:
A imunidade recíproca tem como base o princípio federativo e estabelece, conforme art. 150, VI,
“a”, da CF/88, que é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituírem
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
Não é possível que um Município cobre IPTU de um Prédio da união, ou que um Estado
cobre IPVA dos carros de determinada prefeitura.
O § 2º do art. 150, por sua vez, estende a imunidade às autarquias e às fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a
suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
É importante destacar, portanto, que a imunidade das autarquias e fundações instituídas pelo
Poder Público ocorre apenas em relação as atividades vinculadas a suas finalidades essenciais
ou às delas decorrentes TEMA COBRADO NO X EXAME DA OAB/FGV.
Estado não poderá cobrar IPVA dos carros pertencentes e utilizados pela autarquia
para o desempenho de suas atividades essenciais. Entretanto, conforme já decidiu o
STF, é possível a cobrança de IPTU de terreno baldio de determinada autarquia, já que
não utilizado para nenhuma atividade.
Digno de nota, ainda, que, embora a imunidade recíproca seja aplicada essencialmente a pessoas
jurídicas de direito público, o Supremo Tribunal Federal vem estendendo a imunidade a algumas
empresas públicas (pessoas jurídicas de direito privado) prestadoras de serviços públicos (como,
por exemplo, ECT, INFRAERO e CAERD) e também à OAB. Para as demais empresas públicas, não
há imunidade TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/FGV.
Por fim, deve-se salientar que o § 3º do art. 150 prevê algumas situações em que imunidade
recíproca não será aplicada:
• Não haverá imunidade para pessoas jurídicas públicas que explorarem atividades
econômicas, regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em
que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário.
• Não há imunidade ao promitente comprador da obrigação de pagar imposto
relativamente ao bem imóvel. Assim, se um particular fizer contrato de compromisso
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de compra e venda referente a um imóvel de uma autarquia, ficando na sua posse
antes da quitação total do valor, não haverá imunidade aos impostos incidentes sobre
o imóvel TEMA COBRADO NO XX EXAME DA OAB/FGV.
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
• Súmula 75 do STF - Sendo vendedora uma autarquia, a sua imunidade fiscal não
compreende o imposto de transmissão inter vivos, que é encargo do comprador.
De acordo com o Supremo Tribunal Federal, o conceito de templo deve ser lido da forma ampla,
englobando a os locais e anexos onde ocorrem as reuniões religiosas, casa do líder religioso de
propriedade da Igreja, estacionamentos, cemitérios das entidades, serviços religiosos, etc., desde
que relacionados com as finalidades essenciais da entidade (art. 150, § 4º, da CF/88).
O art. 150, VI, “c”, da CF/88, estabelece que, sem prejuízo de outras garantias asseguradas
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituírem
impostos sobre: patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações,
das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social,
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei.
35
Destaca-se, também, que a imunidade sob análise, assim como as demais imunidades
previstas no art. 150 da CF/88, se refere apenas a impostos, não abrangendo taxas,
contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios ou contribuições especiais.
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Conforme disposto no art. 150, VI, “d”, da CF/88, sem prejuízo de outras garantias asseguradas
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir
impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
O dono de uma editora deve pagar os impostos referentes ao imóvel (IPTU), aos
carros (IPVA) e ao lucro da empresa (IR), mas terá imunidade em relação aos impostos
incidentes sobre os livros, revistas e jornais fabricados (ICMS, II, IPI).
A imunidade sob análise, assim como as demais imunidades previstas no art. 150 da
CF/88, se refere apenas a impostos, não abrangendo taxas, contribuições de melhoria,
empréstimos compulsórios ou contribuições especiais.
A Emenda Constitucional n. 75/2003, acrescentou a alínea “e” ao inciso VI do art. 150, prevendo
que é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos
sobre fonogramas (som gravado pelo músico) e videofonogramas musicais (som gravados com
imagens) produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros
e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de
leitura a laser, ou seja, na produção industrial de CDs e DVDs.
36
É importante destacar que a imunidade sob análise, assim como as demais imunidades
previstas no art. 150 da CF/88, se refere apenas a impostos, não abrangendo taxas,
contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios ou contribuições especiais.
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Além das imunidades previstas no art. 150 da CF/88, estudadas acima, há outras imunidades
específicas espalhadas pela texto constitucional, conforme abaixo destacado:
37
6
Lei ordinária elaborada pelos entes políticos, conforme a competência tributária prevista na
Constituição Federal, é o principal veículo para criar, majorar ou reduzir, e extinguir tributos.
Com efeito, conforme previsto no art. 97 do CTN, cabe à lei ordinária dispor sobre os principais
elementos do tributo, como sujeitos passivo e ativo, definição do fato gerador e da obrigação
tributária principal, fixação de alíquota e base de cálculo, cominação de penalidades para as ações
ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas, hipóteses
de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou ainda de dispensa ou redução de
penalidades TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/FGV.
ATUALIZAÇÃO DO VALOR
NÃO DEPENDE DE LEI ORDINÁRIA
MONETÁRIO DA BASE DE CÁLCULO
38
6.1.2. LEI COMPLEMENTAR
Como regra geral, cabe à lei ordinária instituir tributos. No entanto, existem quatro exceções,
todas referentes a tributos federais, cuja criação depende de lei complementar:
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• Impostos Residuais (art. 154, I, da CF/88): a União poderá instituir, mediante lei
complementar, impostos não previstos na Constituição Federal, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados
na Carta Magna;
Assim, para os tributos acima citados, o exercício da competência tributária da União depende
da elaboração de lei complementar (lei federal). Note-se que, para os demais entes políticos, não
se exige lei complementar para a elaboração de qualquer tributo.
A lei complementar, além de ser exigida para a elaboração de alguns tributos federais, também
será essencial para tratar dos seguintes assuntos:
• Caso não exista lei complementar prevendo definições gerais aos tributos, isso
não retira a competência plena dos entendes políticos de instituir e cobrar os seus
tributos até que seja edita a lei complementar.
Nos casos em que a Constituição Federal não exige a edição de lei complementar, caso
esta venha a instituir o tributo, será considerada materialmente como lei ordinária,
podendo ser alterada posteriormente por outra lei ordinária TEMA COBRADO NO
XX EXAME DA OAB/FGV.
Com a inclusão do § 2º ao art. 62 da Constituição Federal pela Emenda nº 32/01, não há mais
dúvidas de que medida provisória pode tratar de matéria tributária, salvo nos temas reservados
à lei complementar.
A instituição ou majoração de impostos, com exceção do II, IE, IPI e IOF, só produzirá efeitos no exercício
financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
De acordo com o art. 98 do CTN, os tratados internacionais sobre matéria tributária devem
prevalecer sobre a legislação interna, de modo que não podem ser revogados por legislação
ordinária posterior.
40
Digno de nota que o Supremo Tribunal Federal, na ADI 1600, entendeu que é possível um
tratado Internacional firmado pela República Federativa do Brasil conceder isenção de tributos
estaduais ou municipais.
Com efeito, a Constituição Federal, nos parágrafos 1 º, 2º e 6º do art. 155, determina que resolução
do Senado Federal deverá estabelecer limites para as alíquotas dos impostos estaduais, na seguinte
forma: ITCMD alíquotas máximas, IPVA alíquotas mínimas e ICMS alíquotas máximas e mínimas.
Os decretos, portanto, possuem campo de aplicação nos limites da lei que será regulamentada,
podendo, a título de exemplo, tratar sobre preenchimento de guias, prazo, data e local de pagamento,
atualização do valor monetário da base de cálculo, etc.
Além disso, por expressa previsão na Constituição Federal, decreto poderá alterar alíquotas
dos seguintes tributos: II, IE, IPI, IOF e CIDE-combustíveis (art. 153, § 1º c/c art. 117, § 4º, da
CF/88) TEMA COBRADO NO XI EXAME DA OAB/FGV.
De acordo com o art. 100 do CTN, são normas complementares das leis, dos tratados e das
convenções internacionais e dos decretos:
O parágrafo único do referido artigo, por sua vez, estabelece que a observância das normas
complementares exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização
do valor monetário da base de cálculo do tributo.
41
6.2. VIGÊNCIA
Em relação ao tempo, além das diretrizes traçadas pela LINDB, já estudamos que a lei
tributária deve respeitar o princípio da anterioridade, ressalvadas as exceções previstas na própria
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
6.3. APLICAÇÃO
Art. 105 do CTN. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores
futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início
mas não esteja completa nos termos do artigo 116.
Como decorrência do princípio da irretroatividade (art. 150, III, “a”, da CF/88), a legislação
tributária é aplicada, como regra geral, apenas aos fatos geradores futuros e pendentes, não
podendo retroagir para prejudicar nem beneficiar o contribuinte.
Leis que concedem remissão e anistia são aplicadas a fatos passados em razão de
expressa disposição legal.
Fatos geradores futuros são aqueles que ainda irão ocorrer, enquanto que os pendentes são
aqueles cuja ocorrência já teve início, mas não estava completa no momento da vigência da lei.
Ressalta-se, ainda, que, excepcionando a regra geral, o art. 106 do CTN estabelece 2 hipóteses
em que a lei tributária poderá retroagir:
• Tratando- de ato não definitivamente julgado, quando a lei for mais benéfica
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
quanto à infração:
A título de exemplo, se uma lei de 2016 institui um tributo com alíquota de 10% e multa de
20%, caso o contribuinte não pague tempestivamente o tributo e, posteriormente, uma lei de 2017
diminua a multa para 15%, o contribuinte que deixou de pagar o tributo poderá ser beneficiado com
a redução da multa pela lei de 2017, desde que ainda não tenha recolhido a multa.
A lei tributária poderá retroagir apenas em relação à multa não recolhida. Não haverá
Outro ponto importante referente à aplicação da legislação tributária diz respeito ao art. 114
do CTN, que estabelece que o lançamento tributário será regido pela lei vigente à época do fato
gerador e não do lançamento, salvo se a lei instituir novos critérios de apuração ou processos
de fiscalização, ampliando os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou
outorgando ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito
de atribuir responsabilidade tributária a terceiros TEMA COBRADO NO XXVI EXAME DA OAB/
FGV.
Art. 144 do CTN. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação
e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos
de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador
se considera ocorrido.
6.4. INTERPRETAÇÃO
Art. 110 do CTN - A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de
institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente,
pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do
Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.
43
Desse modo, conceitos já consagrados em outros ramos do direito não podem ser alterados
pela legislação tributária, sob pena de caracterizar ofensa expressa ao art. 110 do CTN.
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
O conceito de empresa e empresário estão previstos no código civil e não podem ser
alterados pela legislação tributária para fins de tributação.
• Interpretação literal
Art. 111 do CTN - Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
Se determinada lei conceder isenção para os veículos a álcool, ela deve ser interpretada
restritivamente, não isentando, por exemplo, os veículos bicombustíveis.
Art. 112 do CTN - A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades,
interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
Tratando-se de norma tributária que define infrações ou comine penalidades, ela deve ser
interpretada, no caso de dúvida, de forma mais favorável ao contribuinte.
Desse modo, configurado o fato gerador, o tributo poderá ser exigido, independentemente dos
atos praticados pelo contribuinte, ainda que ilícitos, já que, para o Direito Tributário, o dinheiro não
tem cheiro TEMA COBRADO NO XII EXAME DA OAB/FGV.
Integrar significa preencher lacuna, ou seja, significa dizer o direito aos casos em que não há
norma legal específica a ser aplicada.
No Direito Tributário, entretanto, a integração vem expressamente regrada no art. 108 do CTN,
devendo a autoridade competente se valer, nesta ordem, da analogia, dos princípios gerais de
direito tributário, dos princípios gerais de direito público e da equidade.
ANALOGIA
PRINCÍPIOS
DO DIREITO
INTEGRAÇÃO
TRIBUTÁRIO
PRINCÍPIOS DO
DIREITO PÚBLICO
EQUIDADE
O art. 118 do CTN estabelece ainda duas regras muito importantes sobre a integração:
• O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido (§ 2º)
45
7
7.1. DEFINIÇÃO
• Obrigação principal (art. 113, § 1º, do CTN) - surge com a ocorrência do fato
gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-
se juntamente com o crédito dela decorrente. A obrigação tributária principal se refere,
De acordo com a doutrina, a expressão “fato gerador” é utilizada em dois sentidos pelo legislador:
• Sujeito ativo: é a pessoa jurídica de direito púbico que possui a capacidade tributária
ativa (fiscalizar e arrecadar o tributo). Como regra geral, a própria pessoa política
competente para criar o tributo é responsável pela sua fiscalização e arrecadação,
mas, conforme estudado anteriormente, é possível que o ente tributante delegue essa
capacidade ativa para outra pessoa jurídica de direito público (parafiscalidade), como,
por exemplo, uma autarquia.
• Sujeito passivo: sujeito passivo é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária, podendo ser contribuinte (sujeito passivo direto), quando tem
relação pessoal e direta com a situação que constitui o respectivo fato gerador; ou
responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra
de disposição expressa de lei (sujeito passivo indireto).
Contribuinte: tem relação pessoal e direta Responsável: também tem relação com o
com o fato gerador. No caso de impostos é fato gerador, mas indiretamente. Sua condição
justamente quem pratica o fato. decorre de lei (Ex: retenção do Imposto de
Renda na Fonte)
7.3.2. SOLIDARIEDADE
A solidariedade ocorre quando há duas ou mais pessoas ao mesmo tempo no mesmo lado da
relação jurídica.
No que diz respeito à obrigação tributária, não é possível a solidariedade ativa, mas há duas
hipóteses de solidariedade passiva, conforme art. 124 do CTN:
47
É possível que uma lei estadual estabeleça a responsabilidade solidária do transportador
de mercadoria pelo pagamento do ICMS que deixou de ser pago pelo comerciante.
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
Como decorrência lógica da solidariedade, qualquer devedor pode ser obrigado a pagar a
obrigação, não sendo possível alegar benefício de ordem (art. 124, parágrafo único, do CTN).
O inciso III do art. 125 se refere apenas à prescrição, já que não é possível a interrupção
do prazo decadencial TEMA COBRADO NO XIV EXAME DA OAB/FGV.
Já a capacidade tributária passiva diz respeito à aptidão para realizar o fato gerador, sendo,
em matéria tributária, irrelevantes as regras sobre capacidade do direito civil, conforme disposto
no art. 126 do CTN:
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma
unidade econômica ou profissional.
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
No Direito Tributário, o contribuinte pode, como regra geral, eleger o domicílio tributário, ou
seja, o local onde o contribuinte receberá as notificações e poderá ser demandado judicialmente.
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou
desconhecida, o centro habitual de sua atividade;
Além disso, quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos acima
transcritos, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da
situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação (§ 1º do art.
127 do CTN). TEMA COBRADO NO XXIV EXAME DA OAB/FGV.
49
8
Como regra geral, o tributo é cobrado da pessoa que praticou o fato gerador (sujeito passivo
direto). No entanto, há algumas situações, por expressa disposição legal, em que o ônus da
contribuição tributária recai sobre terceiro que não praticou o fato gerador (sujeito passivo
indireto), fenômeno que caracteriza a responsabilidade tributária, conforme art. 128 do CTN.
Art. 128 do CTN - Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo
expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao
fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou
Observe-se que não é qualquer pessoa que poderá ser indicada como responsável, já que o
próprio art. 128 do CTN dispõe que o responsável tributário deve estar, de alguma forma, vinculado
ao fato gerador. Além disso, a responsabilidade pode ser total (exclui a obrigação do contribuinte)
ou parcial (o responsável responde supletivamente ao contribuinte).
A responsabilidade tributária pode ser classificada em duas espécies: 1) por substituição e 2) por
transferência. A responsabilidade por transferência, por sua vez, é subdivida em três categorias: a)
responsabilidade dos sucessores, b) responsabilidade de terceiros e c) responsabilidade por infrações.
RESPONSABILIDADE
A responsabilidade por substituição ocorre quando a lei determina que terceira pessoa ocupe
50
o polo passivo da relação tributária antes mesmo da ocorrência do fato gerador, sendo muito
comum no imposto de renda e no ICMS.
No caso do ICMS, a substituição tributária é geralmente classificada em “para frente” e “para trás”.
É importante destacar que, se o fato gerador não ocorrer, é possível que o substituído solicite
a quantia paga. Assim, no exemplo dado acima, se a concessionária não conseguir vender o carro
para o consumidor final, a montadora poderá pedir o ressarcimento do ICMS pago em razão da
substituição.
Trata-se de típica responsabilidade por transferência, já que o fato gerador ocorre nascendo
a obrigação de pagar do contribuinte, mas posteriormente um evento sucessório transfere esse
51
dever para uma outra pessoa.
• Aquisição de bem imóvel (art. 130 do CTN): os impostos sobre propriedade, posse,
e domínio útil (IPTU, ITR), as taxas (taxas de lixo, esgoto, etc) e as contribuições
de melhorias relativas ao imóvel sub-rogam-se na pessoa do adquirente, salvo se
constar do título a prova da quitação dos tributos. Desse modo, quem compra um bem
imóvel de outra pessoa será responsável pelo tributo não pago anteriormente, salvo
se houver prova da quitação do tributo, ou seja, deve constar na escritura de compra
e venda a existência de certidão negativa de débito tributário emitida pela Fazenda.
É importante destacar que apenas os tributos referentes à propriedade, domínio ou
posse do imóvel que são transferidos para o adquirente. Tributos que se referem à
atividade empresarial (ISS, taxa de inspeção sanitária, etc) não são transferidos
• Aquisição de bem móvel (art. 131, I, do CTN): da mesma forma que acontece em
relação aos bens imóveis, o adquirente de bens móveis também será responsável
pelos débitos tributários não pagos antes da aquisição.
• Sucessão causa mortis (art. 131, II e III, do CTN): são pessoalmente responsáveis: I)
o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus, até a data da abertura da sucessão; II)
o cônjuge meeiro e os sucessores a qualquer título, pelos tributos devidos até a data
da partilha ou adjudicação, limitada a responsabilidade ao valor da meação, quinhão
ou legado. Desse modo, os tributos devidos pelo falecido e lançados até a abertura
da sucessão devem ser pagos pelo espólio, enquanto que os tributos lançados após a
sucessão devem ser pagos pelos sucessores.
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; TEMA COBRADO NO
XXVIII EXAME DA OAB/FGV.
• Responsabilidade pessoal:
A responsabilidade pessoal, além das pessoas enumeradas no art. 134 do CTN, se estende ao
54
mandatários, prepostos e empregados, bem como aos diretores, gerentes ou representantes de
pessoas jurídicas de direito privado que tenham agido com excesso de poder ou infração de lei,
contrato social ou estatuto.
de modo que a responsabilidade será direta e pessoal daquele que praticar o ato ilegal.
Art. 136 do CTN. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações
da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da
efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
Sendo assim, o sujeito passivo deverá arcar com o pagamento da sanção tributária mesmo
que não tenha tido intenção de praticar o ato que a ensejou e independentemente da extensão dos
danos ao Fisco.
Excepcionando a regra geral, o próprio CTN traz algumas situações em que a responsabilidade
depende do dolo infrator, conforme art. 137:
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem;
Outro tema de extrema importância para a prova da OAB/FGV diz respeito à denominada
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
Na denúncia espontânea, apenas a multa decorrente da infração é que será afastada, devendo
incidir normalmente correção monetária e juros TEMA COBRADO NO III EXAME DA OAB/FGV.
56
9
9.1. DEFINIÇÃO
Assim, pode-se afirmar que o crédito tributário decorre do lançamento, sendo este considerado
o ato que garante exigibilidade à obrigação tributária. Em outras palavras, para que a obrigação
tributária seja exigível, é necessário que seja constituído o crédito tributário, por meio do lançamento.
9.2. LANÇAMENTO
9.2.1. DEFINIÇÃO
Embora o art. 142 do CTN estabeleça que o lançamento é atividade privativa da autoridade
tributária, admite-se que o próprio contribuinte em algumas situações proceda ao lançamento, o
que é denominado de lançamento por homologação.
Além disso, é importante relembrar que o art. 114, VIII, da CF/88 permite à Justiça do Trabalho
executar de ofício as contribuições sociais previstas no art. 195, I, “a”, e II, e seus acréscimos
legais, decorrentes das sentenças que proferir.
57
9.2.2. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AO LANÇAMENTO
Conforme previsto no art. 144 do CTN, o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador
da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
Desse modo, o lançamento é regido pela lei vigente à época do fato gerador, mesmo que
posteriormente alterada ou modificada TEMA COBRADO NO V EXAME DA OAB/FGV.
A lei que criou a taxa de coleta de lixo foi revogada. Ainda assim, o fisco municipal pode
lançar e cobrar a taxa em relação aos anos em que a lei estava vigente.
O art. 145 do CTN, por sua vez, estabelece que o lançamento regularmente notificado ao
sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de: I - impugnação do sujeito passivo; II - recurso
de ofício; III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149.
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da
legislação tributária;
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos
termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária,
a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a
prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu
com dolo, fraude ou simulação;
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do
lançamento anterior;
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o
direito da Fazenda Pública.
É o realizado pela autoridade fiscal sem a participação de terceiros e ocorre nas seguintes
Art. 147 do CTN - O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou
de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade
administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.
Importante ressaltar que, havendo erro na declaração, esta poderá ser reificada de ofício pela
autoridade fiscal ou por iniciativa do próprio declarante, desde que, neste último caso, a retificação
seja feita antes do sujeito passivo ser notificado do lançamento.
Se o sujeito passivo tiver sido notificado do lançamento não poderá retificar a declaração,
cabendo a discussão do erro em eventual recurso administrativo ou ação judicial.
59
c) LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO (ou autolançamento):
Art. 150 do CTN. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja
legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame
da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito,
sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência
do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado,
considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se
comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
Atualmente é o tipo de lançamento mais comum no Brasil e ocorre quando o sujeito passivo
realiza a constituição do crédito sem prévio exame da autoridade fiscal, ou seja, o sujeito passivo,
por conta própria, apura, informa e paga o montante devido para, posteriormente, ter a homologação
da Fazenda Pública.
Desse modo, em relação ao pagamento realizado pelo sujeito passivo, o Fisco poderá: a)
homologar expressamente o pagamento no prazo de 5 anos, b) realizar o lançamento de ofício em
relação a eventuais diferenças, c) deixar transcorrer o prazo de 5 anos, hipótese em que ocorrerá
a denominada homologação tácita.
No entanto, o crédito tributário (devidamente constituído) pode ter sua exigibilidade suspensa,
impedindo o início de sua cobrança, nas hipóteses expressamente previstas no art. 151 do CTN:
I - Moratória;
60
III - Reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo
tributário administrativo;
VI – Parcelamento.
6 SABBAG, Eduardo de Moraes. Direito Tributário. 9.ed. São Paulo: Premier Máxima, 2008, p. 291.
61
Conforme disposto na Súmula n. 112 do STJ, o depósito somente suspende a
exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro.
Se o sujeito passivo obtiver decisão favorável no processo administrativo, o crédito será extinto.
Por outro lado, se o sujeito passivo não lograr êxito no processo administrativo, cessa a suspensão
do crédito e, se não houver o pagamento, haverá incidência de juros e de multa, bem como será
possível o ajuizamento de ação fiscal.
62
De acordo com o art. 206 do CTN, uma vez suspensa a exigibilidade do crédito tributário,
é possível a emissão da Certidão Positiva de Débito com Efeito de Negativa (CPD-EN).
TEMA COBRADO NO XXI EXAME DA OAB/FGV.
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
A extinção do crédito tributário significa o seu desaparecimento e ocorre nas hipóteses previstas
no art. 156 do CTN:
I - o pagamento;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito
sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto
nos artigos 144 e 149.
• Pagamento: como regra geral, se não houver prazo específico, o pagamento deve ocorrer no
prazo de 30 dias após o lançamento, sob pena de incidir juros e multa. Importante destacar
que o pagamento de uma prestação não pressupõe a quitação das prestações anteriores
(art. 158), além do que a imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito
tributário (art. 157), ou seja, mesmo que o sujeito passivo pagar a multa, deverá ainda pagar
integralmente o crédito tributário.
De acordo com o art. 162 do CTN, o pagamento pode ser efetuado: em moeda corrente,
cheque ou vale postal e, nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado,
ou por processo mecânico. O crédito pago por cheque somente se considera extinto
com o resgate deste pelo sacado.
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Imputação ao pagamento: diz respeito às regras de imputação ao pagamento, previstas no
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
art. 163 do CTN, segundo o qual, havendo várias dívidas do sujeito passivo em relação ao
mesmo sujeito ativo, a imputação do pagamento deve ser feita na seguinte ordem: I - em
primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes
de responsabilidade tributária; II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois
às taxas e por fim aos impostos TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV; III - na
ordem crescente dos prazos de prescrição; IV - na ordem decrescente dos montantes.
Pagamento indevido (arts. 165 a 169 do CTN): se o sujeito passivo realizar pagamento
indevido ao Fisco, poderá pleitear a sua restituição no prazo de 5 anos contados da extinção
do crédito (pagamento) ou da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa
Em caso de tributos indiretos, como o IPI, a restituição é possível desde que o autor
da ação comprove ter assumido o referido encargo, sem tê-lo transferido a terceiro.
Nesse sentido o art. 166 do CTN dispõe: “A restituição de tributos que comportem,
por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita
a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a
terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la” TEMA COBRADO NO
VIII EXAME DA OAB/FGV.
Além disso, caso o pedido de restituição seja negado, o sujeito passivo poderá ajuizar ação
anulatória no prazo de 2 anos, contados da decisão administrativa denegatória TEMA COBRADO
NOS EXAMES XIII E XX DA OAB/FGV.
PAGAMENTO PROCESSO
INDEVIDO JUDICIAL
DECISÃO ADMINISTRATIVA
DESFAVORÁVEL
64
• Transação: ocorre por meio de concessões mútuas entre o sujeito passivo e ativo da
obrigação tributária, conforme os limites estipulados em lei, acarretando o término do litígio
(art. 171 do CTN).
• Remissão: somente pode ser concedida por lei específica e representa o perdão do crédito
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tributário TEMA COBRADO NO III EXAME DA OAB/FGV. A remissão pode ser total o parcial
e pode ser concedida por meio de despacho da autoridade administrativa, desde que haja
autorização legal (art. 172 do CTN) TEMA COBRADO NO XXV EXAME DA OAB/FGV. Não se
confunde com anistia, uma vez que nesta o perdão ocorre em relação às infrações praticadas
(exclusão do crédito).
• Decadência: representa a perda do direito do Fisco constituir o crédito tributário por meio
do lançamento TEMA COBRADO NO VII EXAME DA OAB/FGV. O prazo decadencial é de 5
anos e sua contagem varia de acordo com o tipo de lançamento.
Lançamento de ofício ou de declaração (art. 153 do CTN): o prazo de 5 anos terá
Lançamento por homologação (art. 150, § 4º, do CTN): o prazo decadencial começa a
correr a partir da data do fato gerador. Se a administração pública não homologar o
lançamento no prazo de 5 anos, haverá a homologação tácita, ocorrendo a decadência,
com a extinção do crédito tributário, salvo no caso de dolo, fraude ou simulação.
• Prescrição: significa a perda do direito do fisco de cobrar o crédito tributário por meio
da ação fiscal. Com efeito, após o lançamento do crédito tributário, o sujeito passivo será
notificado a pagar o tributo ou apresentar impugnação. Se o sujeito passivo não pagar nem
impugnar, inicia-se o prazo prescricional para o Fisco ajuizar ação fiscal. Por outro lado, se
apresentar impugnação, o prazo somente terá início após a notificação da decisão final sobre
a impugnação. Em ambos os casos, o prazo prescricional será de 5 anos e terá como termo
final a decisão do juiz que determinar a citação em execução fiscal. TEMA COBRADO NOS
EXAMES XXV E XXIX DA OAB/FGV.
De acordo com a Súmula n. 409 do STJ: “Em execução fiscal, a prescrição ocorrida
antes da propositura da ação pode ser decretada de ofício” TEMA COBRADO NO
XVI EXAME DA OAB/FGV.
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O art. 174 do CTN, entretanto, prevê algumas hipóteses de interrupção (inicia-se novamente
a contagem) do prazo prescricional, a saber: I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em
execução fiscal; II - pelo protesto judicial; III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o
devedor; IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento
do débito pelo devedor.
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Embora o CTN não se refira à suspensão da prescrição, entende-se que ela ocorrerá nos casos
de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, conforme estudado anteriormente.
DECADÊNCIA
PRESCRIÇÃO
O CTN prevê duas hipóteses de exclusão do crédito tributários (isenção e anistia), consignado
expressamente que a exclusão do crédito não dispensa o sujeito passivo das obrigações acessórias
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9.5.1. ISENÇÃO
Isenção representa a dispensa legal do pagamento do tributo devido. Como regra geral, o ente
político que possui o poder de tributar é que poderá conceder a isenção, desde que por meio de
lei específica, ou seja, a isenção não pode ser concedida por decreto TEMA COBRADO NO XVIII
EXAME DA OAB/FGV.
Conforme disposto no art. 178 do CTN, a isenção, salvo se concedida por prazo certo e em
função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo,
observado o disposto no inciso III do art. 104. Conclui-se, portanto, que existem duas hipóteses
para a revogação da isenção:
• Isenção não onerosa: pode ser revogada ou modificada a qualquer tempo, observado
o disposto no inciso III do art. 104 do CTN, ou seja a revogação somente produzirá
efeitos no exercício financeiro seguinte.
• Isenção onerosa: a isenção onerosa é concedida por prazo certo e sob determinadas
condições. Durante o prazo concedido, se respeitada as condições impostas, a isenção
não pode ser suprimida, conforme Súmula nº 544 do STF. TEMA COBRADO NO XVII
EXAME DA OAB/FGV.
Digno de nota ainda que a isenção, assim como qualquer hipótese de exclusão do crédito
tributário, não dispensa o contribuinte do cumprimento das obrigações acessórias, conforme
disposto no art. 175, parágrafo único, do CTN TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV.
9.5.2. ANISTIA
A anistia, que somente pode ser concedida por lei específica, representa o perdão de infrações
já cometidas pelo sujeito passivo, ou seja, abrange exclusivamente as infrações cometidas
anteriormente à vigência da lei que a concede (art. 180 do CTN).
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Importante destacar ainda que a anistia não abrange:
• Crimes e contravenções;
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A anistia pode ser concedida em caráter geral ou, limitadamente, desde que, nesse último
caso, nas seguintes situações: a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo; b) às
infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não
com penalidades de outra natureza; c) a determinada região do território da entidade tributante,
em função de condições a ela peculiares e d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado
A anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da
autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado faça prova do preenchimento
das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão. O despacho
não gera direito adquirido, podendo ser revogado, conforme art. 182 do CTN. TEMA COBRADO
NO XXIII EXAME DA OAB/FGV.
9.6.1. GARANTIAS
De acordo com o art. 183, do CTN, a enumeração das garantias do crédito tributário previstas
no Código não exclui outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou
das características do tributo a que se refiram.
• Totalidade de bens (art. 184 do CTN): o devedor responde pelo crédito tributário
com todos os seus bens, de qualquer origem ou natureza, inclusive os gravados por
ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data
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da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que
a lei declare absolutamente impenhoráveis.
A impenhorabilidade do bem de família não é oponível, ou seja, não pode ser invocada,
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O marco que define se haverá fraude ou não é data da inscrição em dívida ativa. Em
outras palavras, para caracterizar a fraude é suficiente a inscrição, não sendo necessário
o ajuizamento da execução fiscal! TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV.
9.6.2. PRIVILÉGIOS
De acordo com o estabelecido no art. 186 do CTN, o crédito tributário prefere a qualquer outro,
seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da
legislação do trabalho ou do acidente de trabalho.
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Ordem de preferência na Falência:
1) Créditos Extraconcursais
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10
10.1. FISCALIZAÇÃO
Além disso, o poder de fiscalização da Administração Pública é amplo, não se aplicando, para
efeitos da legislação tributária, as leis limitadoras referentes aos outros ramos do direito em
relação à análise e apresentação de papeis, documentos, livros, mercadorias, etc. (art. 196 do CTN).
Além disso, todas as pessoas enumeradas no art. 197 do CTN (tabeliães, escrivães, demais
serventuários, corretores, leiloeiros, etc.), quando intimadas por escrito, são obrigadas a prestar à
autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou
atividades de terceiros, salvo quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado
a observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.
O art. 198 do CTN, por sua vez, impõe o dever de sigilo à fazenda Pública, estabelecendo
que é vedado a divulgação de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica
ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios
ou atividades, salvo nas seguintes situações: I) requisição de autoridade judiciária no interesse
da justiça; II) solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública,
desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na
entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação,
por prática de infração administrativa.
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Ainda referente à fiscalização, o art. 199 do CTN dispõe que a Fazenda Pública da União e
as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios devem prestar assistência mútua para a
fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter
geral ou específico, por lei ou convênio.
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Se houver inscrição do crédito tributário e mesmo assim o sujeito passivo não efetuar o
pagamento, a autoridade administrativa deverá cobrá-lo judicialmente, já que não possui a
prerrogativa de tomar diretamente o patrimônio do particular (autoexecutoriedade).
Essa presunção, no entanto, é relativa, já que pode ser ilidida por prova inequívoca a cargo do devedor.
Conforme disposto no art. 202 do CTN, o termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela
autoridade competente, indicará obrigatoriamente:
• O nome do devedor e, sendo caso, o dos corresponsáveis, bem como, sempre que
possível, o domicílio ou a residência de um e de outros;
• Quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;
• A origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em
que seja fundado;
• A data em que foi inscrita;
• Sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito
• Indicação do livro e da folha da inscrição.
A omissão de quaisquer dos requisitos acima elencados, ou o erro a eles relativo, são causas
de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser
sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao
sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a
parte modificada.
Conforme disposto no art. 205 do CTN, a lei poderá exigir que a prova da quitação de
determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de
requerimento do interessado, que contenha todas as informações necessárias à identificação de
sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o
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pedido (Ex: apresentação de certidão negativa para a participação em procedimento de licitação).
A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e
será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na repartição.
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Importante destacar, ainda, que o art. 208 do CTN estabelece que a certidão negativa expedida
com dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o
funcionário que a expedir, pelo pagamento do crédito tributário e dos juros de mora, sem prejuízo
de eventual responsabilidade criminal e funcional que no caso couber. TEMA COBRADO NO
XXXIEXAME OAB/FGV.
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11
O Imposto sobre importação possui previsão no art. 153, I, da CF/88 e nos arts. 19 a 22 do CTN,
tendo como fato gerador a entrada de produto estrangeiro no território nacional. Suas principais
O Imposto sobre a exportação possui previsão no art. 153, II, da CF/88 e nos arts. 23 a 28 do
CTN, tendo como fato gerador a saída do produto nacional ou nacionalizado do território brasileiro.
Suas principais características são as mesmas do imposto de importação:
O Imposto de renda possui previsão no art. 153, III, da CF/88 e nos arts. 43 a 45 do CTN,
tendo como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica da renda ou dos
proventos. Suas principais características são:
• Natureza Fiscal
• É dividido em Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF), Imposto de Renda das
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Pessoas Jurídicas (IRPJ) e Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF).
• Súmula 447 do STJ: “Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação
de restituição de imposto de renda retido na fonte proposta por seus servidores”
TEMA COBRADO NO XXVII EXAME DA OAB/FGV.
O Imposto sobre Produtos Industrializados possui previsão no art. 153, VI, da CF/88 e nos arts.
46 a 51 do CTN, tendo como fato gerador a industrialização dos produtos, ainda que incompleta ou
parcial. Suas principais características são:
• Função Extrafiscal.
• Submete-se à seletividade (alíquotas diferentes em razão da essencialidade do
produto) e não cumulatividade (o valor incidente em uma etapa da cadeia produtiva
deve ser descontado nas etapas seguintes) TEMA COBRADO NOS EXAMES IX E
XVIII DA OAB/FGV.
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• Alíquotas podem ser alteradas por ato do Executivo (art. 150, § 1º, da CF/88),
geralmente Decreto do Presidente da República.
• Lançamento do crédito feito por homologação.
• Não incide IPI, ou seja, há imunidade, nas seguintes situações: a) livros, jornais,
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periódicos e o papel destinado a sua impressão (art. 150, VI, “d”), b) ouro, quando
definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial (art. 153, § 5º, da CF/88),
c) produtos industrializados destinados ao exterior (art. 153, § 3º, III, da CF/88).
A base de cálculo varia de acordo com a situação do produto, conforme art. 47 do CTN:
O Imposto sobre Operação Financeira possui previsão no art. 153, § 5º, da CF/88 e nos arts. 63
a 66 do CTN, tendo como fato gerador operações decorrentes de crédito, câmbio, seguros, títulos
ou valores mobiliários. Suas principais características são:
• Natureza extrafiscal.
• Alíquotas podem ser alteradas por ato do Executivo (art. 150, § 1º, da CF/88),
geralmente Decreto do Presidente da República.
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• Súmula n. 185 do STJ: Nos depósitos judiciais, não incide o Imposto sobre
Operações Financeiras.
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O Imposto Territorial Rural possui previsão no art. 153, § 4º, da CF/88 e nos arts. 29 a 31 do
CTN, tendo como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel localizado fora da
zona urbana do município. Suas principais características são:
• Natureza Extrafiscal
• Alíquotas progressivas.
O Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação possui previsão no art. 153, § 1º, da
CF/88 e nos arts. 35 a 42 do CTN, tendo como fato gerador a transmissão de propriedade de
quaisquer bens e direitos em decorrência de falecimento e da cessão gratuita de bens móveis ou
imóveis. Suas principais características são:
• Base de cálculo é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos e da doação (art.
35 do CTN).
O ICMS possui previsão no art. 153, § 2º ao § 5º, da CF/88, e na Lei Complementar n. 87/96,
tendo como fato gerador a circulação de mercadorias e a prestação de serviços de transporte
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• Natureza Fiscal.
• Imposto não cumulativo, mas, diferentemente do IPI, a seletividade é facultativa
(art. 155, § 2º, I, da CF/88).
• Senado Federal deve fixar obrigatoriamente as alíquotas para as operações
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11.2.3. IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES (IPVA)
O IPVA possui previsão no art. 153, § 6º, da CF/88 e tem como fato gerador a propriedade de
veículo automotor de qualquer espécie. Suas principais características são:
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• Principais regras definidas nas leis estaduais, uma vez que não há Lei Complementar
tratando de normas gerais.
• Base de cálculo é o valor venal do veículo.
• Poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização do veículo (art. 155,
§6°, II, da CF/88). Alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal
O IPTU possui previsão no art. 156, § 1º, da CF/88 e nos arts. 32 a 34 do CTN, tendo como fato
gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou acessão física,
localizado em área urbana ou área de expansão urbana.
Nos termos do art. 32, § 1º, do CTN, para efeito de incidência do IPTU, entende-se como zona
urbana a definida em lei municipal (podendo ser consideradas para esse fim as áreas urbanizáveis
ou de expansão urbana), observado o requisito mínimo da existência de pelo menos dois dos
melhoramentos a seguir, construídos ou mantidos pelo Poder Público: I - meio-fio ou calçamento,
com canalização de águas pluviais; II - abastecimento de água; III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V - escola
primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado
TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/FGV).
1 Art. 150, VI, “c”: patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de
assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
O ITBI possui previsão no art. 156, § 2º, da CF/88 e nos arts. 35 a 42 do CTN, tendo como fato
• A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos (art.
38 do CTN)
• Lançamento normalmente é feito por declaração, conforme lei municipal.
O ISS possui previsão no art. 156, § 3º, da CF/88 e na Lei Complementar n. 116/2003, tendo
como fato a prestação de serviços constantes da lista anexa à Lei Complementar 116/2003,
ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. Suas principais
características são:
• As alíquotas máximas e mínimas do ISS deverão ser fixadas por lei complementar
nacional, conforme art. 156, §3º, I, da CF/88. Cumprindo a determinação constitucional,
a Lei Complementar n. 116/2003 fixou a alíquota máxima do ISS em 5% e a mínima em
2% TEMA COBRADO NO VIII EXAME DA OAB/FGV.
• Lançamento do crédito é feito por homologação.
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• Como regra geral, a competência para a imposição do ISS caberá ao Município onde
estiver localizado a empresa prestadora de serviço. No entanto, uma das exceções a
essa regra se refere à atividade de construção civil, já que o imposto será devido no
local da realização da obra, conforme art. 3º, III, da Lei Complementar nº 116/2003.
TEMA COBRADO NO III EXAME DA OAB/FGV
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Súmula 274 do STJ: O ISS incide sobre o valor dos serviços de assistência médica,
incluindo-se neles as refeições, os medicamentos e as diárias hospitalares.
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A cobrança judicial dos créditos inscritos na dívida ativa é regulada pela Lei n. 6.830/80 e,
subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil de 2015.
Importante destacar que a dívida ativa para fins de execução fiscal compreende não apenas a
dívida tributária, mas qualquer valor cuja cobrança seja atribuída por lei às entidades públicas, ou
seja, a dívida ativa compreende créditos tributários e não tributários.
Elaboramos abaixo um quadro resumo abordando os principais pontos do processo de execução fiscal:
a) o devedor;
b) o fiador;
c) o espólio;
d) a massa;
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PETIÇÃO A petição inicial deve ser instruída com a Certidão da Dívida Ativa
INICIAL (CDA) e deve indicar apenas:
II - o pedido;
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PENHORA Não havendo garantia da execução, será realizada a penhora ou, se
o executado não tiver domicílio ou dele se ocultar, o arresto que irão
(ART. 11 DA LEI observar a seguinte ordem
N. 6.830/80)
OAB NA MEDIDA | DIREITO TRIBUTÁRIO
• MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 32ª ed. rev. atual. e amp. São
Paulo: Malheiros, 2011.
• MAZZA, Alexandre Manual de direito tributário. 4ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
• SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 11ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
• SABBAG, Eduardo de Moraes. Direito Tributário. 9ª. ed. São Paulo: Premier Máxima, 2008
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