Sumário
DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................................................................................. 6
1. Constitucionalismo e teoria da constituição. 2. Constituição e Neoconstitucionalismo. ................... 6
3. Poder Constituinte. 4. Emendas Constitucionais. 9. Mutação Constitucional. 10. Reforma e Revisão
Constitucional. ..............................................................................................................................................7
7. Evolução político-constitucional brasileira. As Constituições Brasileiras............................................ 8
8. Normas Constitucionais: Hermenêutica e Filosofia Constitucional. Métodos de Interpretação.
Aplicabilidade e Eficácia. 11. Normas Constitucionais. ............................................................................. 9
5. Organização do Estado. Estado de Direito Democrático. 6. Federação. Origens. A Federação
Brasileira. Competências legislativas dos entes federados - Autonomia financeira, administrativa e
política dos entes federados...................................................................................................................... 10
1. PARTILHA DE COMPETÊNCIA ............................................................................................................. 10
2. AUTONOMIA DOS ENTES FEDERADOS .............................................................................................. 11
3. PARTICIPAÇÃO DOS ENTES NA FORMAÇÃO DA VONTADE DO ESTADO. ....................................... 11
4. EXISTÊNCIA DE RECURSOS PRÓPRIOS PARA CADA ENTE. ............................................................. 12
12. Controle da constitucionalidade. Controle da constitucionalidade Difuso. Controle da
constitucionalidade Abstrato. Controle da Constitucionalidade em âmbito estadual. A Constituição
do Estado de São Paulo como parâmetro para o Controle de Constitucionalidade. 32. Ação Direta de
Inconstitucionalidade. Ação Declaratória de Constitucionalidade. Arguição de Descumprimento de
Preceito Fundamental. O controle difuso de constitucionalidade. Mandado de Injunção. Ação Direta
de Inconstitucionalidade por Omissão. Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva................ 13
13. Processo legislativo. Processo legislativo e reforma constitucional. ................................................ 17
14. Intervenção Federal e Estadual. ........................................................................................................... 18
15. Poder Legislativo. ................................................................................................................................. 20
16. Poder Executivo. ................................................................................................................................... 22
17. Defesa do Estado e das Instituições Democráticas. 26. Princípios de Defesa na Constituição
Federal. ........................................................................................................................................................ 23
18. A Organização dos Poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. 19. Ministério Público. 30.
Funções essenciais da Justiça. Ministério Público, Advocacia e Defensoria Pública. ........................... 24
20. Direitos Fundamentais. Tratados e convenções internacionais. 23. Direitos Fundamentais.
Direitos Fundamentais Coletivos. 25. Garantias Fundamentais. 22. Ações constitucionais. ................ 26
21. Direitos sociais e coletivos. 37. Ordem Social. Educação e Cultura. Ciência e Tecnologia.
Comunicação Social. Meio Ambiente. Família, Criança, Adolescente e Idoso. Direito à Proteção
Especial. Índios. ......................................................................................................................................... 30
24. Direitos de cidadania. Direito de sufrágio. Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular. .................. 31
27. Princípios constitucionais da Administração Pública. ........................................................................ 32
28. Poder Judiciário. 29. A Emenda Constitucional n° 45. 31. Poder Judiciário. Direitos, garantias e
deveres da Magistratura. O Estatuto da Magistratura. Atividade correcional. 33. Supremo Tribunal
Federal. Conselho Nacional de Justiça. Superior Tribunal de Justiça. Tribunal Superior Eleitoral.
Tribunais Regionais e Juízes Federais. 34. Poder Judiciário. Tribunais e Juízes Estaduais. Tribunal de
2
Justiça do Estado de São Paulo. Disciplina do Poder Judiciário na Constituição Paulista. O controle de
constitucionalidade dos atos estaduais e municipais. ............................................................................. 32
36. Tributação e Orçamento. Sistema tributário nacional e finanças públicas. 35. Ordem Econômica e
Financeira. Disciplina da Ordem Econômica na Constituição Paulista. .................................................. 33
DIREITO CIVIL ..................................................................................................................................................36
1. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. ..............................................................................36
2. Capacidade. Direitos da Personalidade. Pessoas naturais. Início da personalidade e morte........... 38
3. Pessoas jurídicas. Desconsideração da personalidade jurídica. Domicílio. Bens. Bens de família... 40
4. Fatos jurídicos. Negócios Jurídicos. Forma do negócio jurídico. Condição, termo e encargo.
Representação. ........................................................................................................................................... 41
5. Defeitos do negócio jurídico: erro, dolo, coação, fraude contra credores, lesão e estado de perigo.
.................................................................................................................................................................... 42
6. Invalidade do Negócio Jurídico. Nulidade. Simulação. Efeitos da nulidade e da anulabilidade. ..... 43
7. Ato lícito e ato ilícito. Abuso de direito. Teoria da aparência. Prescrição e decadência. Da prova. 45
8. Obrigações. Obrigações de dar, fazer e não fazer. Obrigações alternativas. Obrigações divisíveis e
indivisíveis. Obrigações Solidárias. .......................................................................................................... 46
12. Inadimplemento das obrigações. Mora. Perdas e danos. Juros legais e cláusula penal ................. 49
(1) MORA EX RE x MORA EX PERSONA ................................................................................................ 49
(2) ARRAS CONFIRMATÓRIAS x ARRAS PENITENCIAIS ...................................................................... 50
(3) JUROS MORATÓRIOS x CORREÇÃO MONETÁRIA .......................................................................... 51
(4) CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA x COMPENSATÓRIA ................................................................... 52
14. Contratos. Classificação dos contratos. Contratos de adesão. Contrato aleatório. Contrato com
pessoa a declarar. Contrato preliminar. ................................................................................................... 53
15. Formação dos contratos. Contratos por tempo determinado e indeterminado. Efeitos dos
contratos. Estipulação em favor de terceiros. ......................................................................................... 53
16. Cláusulas gerais. Conceitos legais indeterminados. Conceitos determinados pela função.
Interpretação dos contratos. ..................................................................................................................... 53
17. Vícios redibitórios. Evicção. Extinção dos contratos. ......................................................................... 53
18. Compra e venda. Cláusulas especiais. Promessa de compra e venda. Troca ou permuta. Contrato
estimatório. Doação. ................................................................................................................................. 54
19. Locação de coisas. Locação de imóveis urbanos. Comodato. Mútuo. Prestação de serviço.
Empreitada. Depósito. Mandato. Comissão. Corretagem. Transporte. Fiança..................................... 54
20. Seguro. Disposições gerais. Seguro de dano e seguro de pessoa. Contratos referentes a planos e
seguros privados de assistência à saúde.................................................................................................. 54
21. Transação. Atos unilaterais. Pagamento indevido. Enriquecimento sem causa.............................. 54
1. CONTRATO DE COMPRA E VENDA .................................................................................................... 54
2. CONTRATO DE DOAÇÃO ................................................................................................................... 56
3. CONTRATO DE EMPRÉSTIMO (COMODATO E MÚTUO) ................................................................. 58
4. DEMAIS ESPÉCIES CONTRATUAIS .................................................................................................... 58
22. Responsabilidade civil. Requisitos. Responsabilidade por fato de outrem. Responsabilidade sem
culpa. ........................................................................................................................................................... 61
23.Responsabilidade pela perda de uma chance. Dano moral. Dano estético. Indenização do dano
material e do dano moral. .......................................................................................................................... 61
24. Posse. Aquisição, perda e efeitos. Propriedade. Aquisição da propriedade imóvel e móvel. Perda
da propriedade. Usucapião. Desapropriação judicial por interesse social.............................................63
1. POSSE .................................................................................................................................................. 64
3
2. PROPRIEDADE ................................................................................................................................... 65
25. Condomínio geral. Condomínio edilício. Direitos de vizinhança. Direito de Superfície. ................ 68
26. Direitos reais sobre coisas alheias: servidões, usufruto, uso e habitação. ...................................... 68
27. Direitos reais de garantia. Hipoteca. Penhor e suas espécies........................................................... 68
27. Direitos reais de garantia. Hipoteca. Penhor e suas espécies............................................................70
28. Propriedade resolúvel. Propriedade fiduciária. Alienação fiduciária em garantia no Código Civil e
na legislação extravagante ........................................................................................................................ 71
29. Direito real de aquisição. Loteamento. Incorporação imobiliária. ................................................... 72
30. Família. Conceito e modalidades de família. Casamento. Processo matrimonial. Celebração.
Forma. Modalidades. .................................................................................................................................. 72
31. Casamento: natureza jurídica, existência, validade e eficácia. Impedimentos e causas suspensivas.
Casamento putativo. Uniões estáveis. Concubinato. Deveres conjugais. .............................................. 73
32. Regime de bens. Pacto antenupcial. Dissolução da sociedade conjugal. ......................................... 75
33. Paternidade e filiação. Paternidade post mortem. Filiação por reprodução assistida.
Reconhecimento da paternidade. Paternidade biológica e socioafetiva. Poder familiar. Alimentos.
Alienação parental......................................................................................................................................76
34. Família substituta. Perda do poder familiar. Guarda. Tutela e curatela. ......................................... 82
35. Sucessões. A herança e sua administração. Vocação hereditária. Aceitação e renúncia da herança.
Cessão de herança. Excluídos da herança. Deserdação. Sucessão Legítima. Sucessão do
companheiro. ............................................................................................................................................. 83
36. Sucessão testamentária. Testamento. Formas de testamento. Disposições testamentárias.
Codicilo. Fideicomisso. Legados. Direito de acrescer e substituições. Execução do testamento. ...... 84
37. Sonegados. Redução das disposições testamentárias. Revogação, rompimento e anulação do
testamento. Testamenteiro. Inventário e partilha. ................................................................................ 84
38. Direito de autor. Registros Públicos....................................................................................................87
39. Interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. Defesa dos interesses difusos, coletivos
e individuais homogêneos em juízo: princípios gerais. .......................................................................... 89
40. Súmulas do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal ...................................... 89
DIREITO EMPRESARIAL ..................................................................................................................................93
1. Origens e história do Direito Comercial. Teoria dos atos de comércio. ..............................................93
Teoria da empresa e atividade empresarial e mercado. ..........................................................................93
2. O Direito Civil e o Direito Comercial: autonomia ou unificação. Fontes do Direito Comercial. Os
perfis do mercado. .................................................................................................................................... 94
3. Princípios constitucionais econômicos e sua instrumentalidade para o funcionamento do
mercado. .................................................................................................................................................... 94
4. Direito de Empresa no Código Civil A empresa e o empresário. Noção econômica e jurídica de
empresa. Empresário e sociedade empresária. A atividade empresarial. Capacidade. Empresário
rural. Obrigações gerais dos empresários. ...............................................................................................95
5. Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins. Escrituração e demonstrações
contábeis periódicas...................................................................................................................................97
6. Empresa individual de responsabilidade limitada. Estabelecimento empresarial. Nome
empresarial. Direitos e Obrigações relativas à propriedade industrial: Lei nº 9.279, de 14/5/1996. ......97
1. EIRELI .................................................................................................................................................. 98
2. Estabelecimento ................................................................................................................................ 98
3. Nome empresarial ............................................................................................................................. 99
4. Propriedade industrial ...................................................................................................................... 99
4
7. Disciplina jurídica da concorrência. Concorrência desleal. Repressão civil e penal. Infração da
ordem econômica. Sanções por infração da ordem econômica. .......................................................... 100
8. A atividade empresarial e a publicidade: tutela do consumidor. ...................................................... 103
15. O empresário e a relação de consumo. Da tutela contratual dos consumidores. .......................... 103
9. Teoria Geral do Direito Societário. Ato constitutivo das sociedades. Classificação das sociedades.
Da sociedade não personificada e personificada. Sociedades simples e sociedades empresárias.
Registro Público das sociedades. Sociedade rural. Desconsideração da personalidade jurídica. ...... 104
10.Sociedade limitada. .............................................................................................................................. 106
11. Sociedade anônima (Lei nº 6.404/76).................................................................................................. 107
12. Teoria Geral dos Títulos de Crédito. Títulos de crédito no Código Civil. Letra de câmbio, nota
promissória, cheque, duplicata. Títulos de crédito impróprios. Títulos bancários. Títulos do
agronegócio. Títulos eletrônicos ou virtuais. ......................................................................................... 109
1. CONCEITO E CARACTERÍSTICAS GERAIS ......................................................................................... 109
2. PRINCÍPIOS........................................................................................................................................ 109
3. CLASSIFICAÇÃO ................................................................................................................................. 110
4. TÍTULOS DE CRÉDITO EM ESPÉCIE ................................................................................................... 111
5. ATOS CAMBIÁRIOS ............................................................................................................................ 114
13. Teoria Geral do direito dos contratos. O Comércio eletrônico. Contratos empresariais. Compra e
venda mercantil. Contratos de colaboração. ........................................................................................... 117
14. Contratos bancários. Mútuo, fiança, penhor e seguro. Arrendamento mercantil. Fomento
Mercantil. Franquia. Alienação fiduciária em garantia. Cartões de Crédito. Transporte de carga,
fretamento e armazenagem. Agenciamento de publicidade. ................................................................ 117
16.Teoria Geral da Falência. Falência na Lei nº 11.101/2005. Órgãos da falência. Efeitos da falência.
Processo de falência. Pedidos de restituição. Da ineficácia e da revogação de atos praticados antes
da falência. Realização do ativo. Classificação e pagamento dos credores. Encerramento da falência.
Liquidação extrajudicial de instituições financeiras e entidades equiparadas. ................................... 120
17.Teoria Geral da Recuperação da empresa. Recuperação judicial e recuperação extrajudicial.
Órgãos da recuperação judicial. Processo da recuperação. Verificação dos créditos. ........................ 125
5
DIREITO CONSTITUCIONAL1
• O QUE É CONSTITUCIONALISMO?
o (b) Sentido estrito está relacionado a duas ideias básicas e fundamentais: (i) garantia de direitos
e (ii) limitação do poder.
TIPOS DE CONSTITUIÇÃO
(a) Escrita/dogmática: formalizada em um texto escrito.
1. QUANTO À FORMA
(b) Não escrita/histórica: não há texto único centralizado.
(a) Flexível: é alterada da mesma forma que as leis inferiores.
(b) Semirrígida: uma parte é flexível e outra é rígida.
2. QUANTO À
(c) Rígida: a alteração é mais difícil do que as leis inferiores.
ESTABILIDADE
(d) Super-rígidas: uma parte é rígida e outra é imutável.
(e) Imutáveis: todo o texto é imutável.
(a) Outorgada: imposta pelo detentor do poder.
(b) Promulgada: elaborada com ampla participação popular.
3. QUANTO À ORIGEM (c) Cesarista (Bonapartista): o soberano edita o texto e,
posteriormente, o submete a um referendo popular.
(d) Pactuada (dualista): elaborada através de um pacto feito realizado
6
entre os detentores do poder político.
4. QUANTO À (a) Heterônoma: é aquela que é imposta por outro país.
VOLUNTARIEDADE (b) Autônoma: elaborada pelo próprio país.
(a) Sintética/concisa: apenas definem os princípios gerais da
5. QUANTO À EXTENSÃO organização do Estado.
(b) Analítica/prolixa: trata de muitos temas.
(a) Dirigente: traça metas.
(b) Normativa: sai do papel.
(c) Nominal: não consegue sair do papel.
(d) Semântica: legitima o status quo injusto.
6. OUTRAS
(e) Ortodoxa: comprometida com uma ideologia específica.
CLASSIFICAÇÕES
(f) Compromissária (pluralista): contempla várias ideologias.
(g) Dúctil: não impõe um modelo de vida, mas apenas assegura as
condições para o exercício do projeto de vida de cada pessoa.
(h) Balanço: visa reger o ordenamento por um determinado tempo.
CLASSIFICAÇÃO CF/88 Escrita, promulgada, rígida, analítica, normativa e dirigente.
• TEORIAS DA CONSTITUIÇÃO
- Conceito formal
Positivista (Kelsen)
- CF = norma jurídica que valida as normas que lhe são inferiores
- CF = fatores reais do poder
Sociológica (Lassale)
- O resto é "mera folha de papel"
- CF= não é apenas norma nem apenas fator social. Ela incorpora
Concretista (Hesse) norma e realidade
- Força normativa da CF
- CF = decisão política fundamental
Política (Schmidt)
- O resto, que está escrito na CF, é apenas "lei constitucional"
Instrumento de governo - CF= lei processual que organiza o Estado
(Hennis) - Neutralidade constitucional
- Ilimitado
- Incondicionado
Originário:
- Inicial
PODER - Indivisível
CONSTITUINTE Reformador: produz EC
Decorrente: elabora as Constituições estaduais
Derivado
Revisor: art. 3º do ADCT permitiu uma revisão da CF, com quórum
diferenciado, ocorrida em 1993.
7
EMENDA CONSTITUCIONAL:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: LIMITES FORMAIS
I - de 1/3, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada
uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
§ 1º A Constituição NÃO poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa
ou de estado de sítio. LIMITE CIRCUNSTANCIAL
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em 2 turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos respectivos membros. LIMITE
FORMAL
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: LIMITES MATERIAIS
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada NÃO pode ser
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. Para alguns, LIMITE TEMPORAL (maioria fala
que não há limite temporal).
8
8. Normas Constitucionais: Hermenêutica e Filosofia Constitucional. Métodos de
Interpretação. Aplicabilidade e Eficácia. 11. Normas Constitucionais.
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MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
1. Hermenêutico 2. Tópico- 3. Hermenêutico- 4. Científico- 5. Normativo-
clássico problemático concretizador espiritual estruturante
Não há
Critérios clássicos: A análise da CF identidade entre
Parte-se de um
gramatical, Parte-se da CF para deve levar em texto e norma,
problema
histórico, o problema conta também que compreende
concreto para a
sistemático, a realidade também um
norma
teleológico social pedaço da
realidade social
1. PARTILHA DE COMPETÊNCIA
10
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS
Atribuída a uma entidade federada com exclusão de todas as demais, SEM
EXCLUSIVAS2
possibilidade de delegação.
Da união (artigo 22 e parágrafo único). Pode ser delegada aos Estados para
PRIVATIVAS
legislarem sobre determinada matéria, por meio de Lei complementar.
Atribuída a mais de um ente federado com atuação em níveis distintos.
Os municípios estão excluídos, cabem somente a União, Estados e Distrito Federal,
que poderão legislar concorrentemente sobre os assuntos constantes no artigo 24,
mas, NÃO há superposição. §§ 1º a 4º À união competem às normas gerais; os
CONCORRENTES
Estados têm competência suplementar; se a União não emitir as normas gerais, os
(artigo 24)
Estados poderão exercer a competência plena sobre o assunto; se após o exercício
da competência plena dos Estados, surgir, supervenientemente, regulamentação
sobre normas gerais da União, a norma dos Estados terá a eficácia suspensa (não é
revogação nem invalidez, no que contradizer a União, não existindo repristinação).
Conferida a determinado ente para complementar as normas gerais dispostas por
outro ou para suprir a ausência dessas normas gerais. Artigo 24, § 2º trata da
SUPLEMENTARES
competência LEGISLATIVA SUPLEMENTAR DOS ESTADOS e o art. 30, II fala da
competência LEGISLATIVA SUPLEMENTAR DOS MUNICÍPIOS
2 Segundo Marcelo Novelino, há uma divergência na doutrina brasileira envolvendo as competências exclusivas e
privativas. A doutrina mais tradicional, como, por exemplo, José Afonso da Silva, adota uma distinção cuja diferença
principa reside na possibilidade de delegação das competências privativas, ao contrário do que ocorre com as
competências exclusivas, que são indelegáveis por ausência de previsão expressa. Há autores, contudo, a exemplo
do Ministro Gilmar Mendes, que entendem inexistir qualquer diferença entre ambas, aduzindo a possibilidade de
utilização intercambiável das duas expressões. Para esta corrente, as competências privativas e exclusivas traduzem
a mesma ideia.
11
o Como os Municípios não são representados no Congresso, há autores que defendem
que eles não compõem a Federação brasileira.
Esse entendimento é MINORITÁRIO.
#SELIGANACLASSIFICAÇÃO
(a) Centrípeto/agregação é aquele no qual antes havia um modelo
descentralizado e, com o pacto federal, ocorre a centralização. Ex. EUA.
Quanto à origem:
(b) Centrífugo/segregação antes havia mais centralização, mas o
federalismo impõe a descentralização para os entes autônomos. Ex. Brasil.
a) Bidimensional há apenas dois entes. Ex. Apenas União e Estados.
Quanto ao número de (b) Tridimensional há três entes. Ex. União, Estados e Municípios.
entes: • O Brasil é um dos únicos países que atribui aos Municípios a condição de
ente federal.
(a) Simétrico o regime de todos os entes iguais é idêntico.
• No Brasil é assim. As competências do Estado de MG são as mesmas do
Estado de SP.
Quanto à distribuição dos (b) Assimétrico entidades da federação iguais possuem regimes
poderes: diferentes.
Obs.: No Brasil, Lenza diz que há ERRO DE SIMETRIA, pois a CF
tratou os Estados de modo tão igual que acabou desconsiderando
as dessemelhanças existentes entre eles.
Federalismo DUAL: há extrema e severa divisão entre os entes.
Federalismo COOPERATIVO: mais flexível e permite a interpenetração entre
os entes políticos.
Federalismo ORGÂNICO: os Estados são organismos de um todo maior, que
Demais espécies:
é o poder central fomenta o autoritarismo.
Federalismo de INTEGRAÇÃO: em nome da integração nacional, há a
prevalência do Poder Central é federalismo apenas formal, em tudo se
aproximando ao Estado unitário descentralizado administrativamente.
12
#DEOLHONASSÚMULAS #NÃOESQUEÇA #DESPENCAEMOBJETIVAS
Súmula vinculante 2-STF: É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que
disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
Súmula vinculante 39-STF: Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos
membros das polícias civil e militar do Distrito Federal.
Súmula 419-STF: Os municípios têm competência para regular o horário do comércio local, desde
que não infrinjam leis estaduais ou federais válidas.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Trata-se do procedimento de verificação da compatibilidade, formal e material, de
Conceito
determinado ato normativo em relação à Constituição Federal.
#OLHAOGANCHO
MODULAÇÃO DE EFEITOS
A norma
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
inconstitucional
Natureza da norma normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou
é NULA, com
inconstitucional de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal
eficácia EX
Federal, por maioria de dois terços de seus membros (maioria
TUNC.
qualificada), restringir os efeitos daquela declaração ou decidir
que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou
de outro momento que venha a ser fixado.
13
Parâmetro Todo o bloco de constitucionalidade (CF + princípios implícitos + tratados do art. 5, 3º).
Ação Total
1. Quanto à conduta
Omissão Parcial
Orgânica
Vício de decoro
FORMAS DE Total
INCONSTITU- 3. Quanto à
extensão
CIONALIDADE Parcial
Concreto
4. Quanto à
finalidade
Abstrato
Preventivo
5. Quanto ao
momento
Repressivo
Difuso
6. Quanto à
Concentrado
competência
Misto
Conceito É aquele que pode ser exercido por qualquer juiz ou Tribunal.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
Cláusula de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
reserva do
Controle plenário #ATENÇÃO #EXCEÇÕES:
difuso
(a) Se o Tribunal (plenário ou órgão especial) já tiver decidido o tema;
(b) Se o STF já tiver reconhecido a inconstitucionalidade.
Suspensão da Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
norma pelo X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada
Senado inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
CONTROLE CONCENTRADO
(a) Processo objetivo: não há partes;
Noções (b) Causa de pedir aberta: o STF pode reconhecer a inconstitucionalidade em face de
gerais artigo diverso do apontado pelo autor da ação;
(c) Competência: STF ou TJ (controle estadual)
14
(d) Legitimados: art. 1033, CF.
Cabe contra Lei ou ato normativo geral e abstrato
(i) Atos regulamentares; (ii) Normas constitucionais originárias; (iii)
Não cabe normas anteriores à CF/88 (nesse caso, a análise será da RECEPÇÃO da
ADI
contra norma); (iv) leis revogadas; (v) súmulas; (vi) projeto de lei ainda não
promulgado.
Limite espacial Lei ou ato normativo FEDERAL ou ESTADUAL.
Cautelar Erga omnes, EX NUNC, vinculante.
Efeitos da
Vinculante, EX TUNC, ERGA OMNES, efeito repristinatório tácito.
decisão
Objeto Lei ou ato normativo FEDERAL
ADC Requisito
Controvérsia judicial relevante
adicional
Suspensão dos processos nos quais se discute o tema pelo prazo de 180
Cautelar
dias.
Legitimados Mesmo da ADI.
Objeto Qualquer ato do poder público que viole preceito fundamental.
ADPF Caráter
Só cabe se não for possível ADI nem ADC.
subsidiário
Objeto Qualquer ato do poder público.
Aspecto
Pode ser até mesmo anterior à CF/88.
temporal
Aspecto
Pode ser federal, estadual ou MUNICIPAL.
espacial
O objetivo é conferir efetividade às normas constitucionais de eficácia
Objeto
LIMITADA.
Legitimidade Autoridade ou órgão responsável pela medida para tornar efetiva a
ADO passiva
norma constitucional.
(a) Poder competente será dada ciência ao poder competente.
Efeitos da (b) Órgão administrativo deverá editar a norma em 30 dias, sob pena
decisão de responsabilidade. A lei permite que o STF fixe outro prazo, se
entender mais conveniente.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL
Art. 125. § 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de
inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em
Legitimidade
face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a
um único órgão.
Objeto Leis ou atos normativos estaduais ou municipais.
3 Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
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Competência TJ (plenário ou órgão especial)
Parâmetro Constituição Estadual
Efeitos da decisão EX TUNC, vinculante, ERGA OMNES.
Se a norma da CE for de reprodução obrigatória da CF, caberá RE ao STF.
RE Nesse caso, esse RE produzirá os mesmos efeitos de uma ADI (vinculante,
ERGA OMNES...)
Súmula vinculante 10-STF: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão
fracionário de Tribunal que embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
Súmula 642-STF: Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da
sua competência legislativa municipal.
Súmula 614-STF: Somente o Procurador-Geral da Justiça tem legitimidade para propor ação direta
interventiva por inconstitucionalidade de Lei Municipal.
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13. Processo legislativo. Processo legislativo e reforma constitucional.
#ATENÇÃO
ESPÉCIES NORMATIVAS
EC
Leis ordinárias
Leis complementares
Leis delegadas
MP
Decretos legislativos
Resoluções
#DEOLHONALEGIS #DESPENCAEMPROVA
MEDIDA PROVISÓRIA
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I – relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares,
17
ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo
financeiro;
III – reservada a lei complementar;
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto
do Presidente da República.
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se
não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por
igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas
delas decorrentes.
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se
durante os períodos de recesso do Congresso Nacional.
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação,
entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional,
ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em
que estiver tramitando.
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada
ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda
de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados
durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.
Súmula 651-STF: A medida provisória não apreciada pelo Congresso Nacional podia, até a EC 32/2001, ser
Reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, mantidos os efeitos de lei desde a primeira
edição.
Súmula Vinculante 54-STF: A medida provisória não apreciada pelo congresso nacional podia, até a
Emenda Constitucional 32/2001, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, mantidos os
efeitos de lei desde a primeira edição.
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Independe de provocação
Espontânea
de outros órgãos
INTERVENÇÃO:
ESTADOS > MUNICÍPIOS FORMA
UNIÃO > MUNICÍPIOS (dos Territórios)
1. Deixar de ser paga, sem motivo de força Nestes casos o ESTADO, após a expedição do decreto do
maior, por 2 anos consecutivos, a dívida governador, simplesmente intervém, sem pedir autorização para
fundada; ninguém.
O decreto do governador especificará a amplitude, o prazo e as
condições de execução da intervenção e, se for o caso, nomeará
desde logo o interventor.
2. Não forem prestadas contas devidas, na
O controle é feito a posteriori (em 24 h da expedição do decreto do
forma da lei;
governador e é realizado pela Assembleia ou Câmara Legislativa
que, se estiver de recesso, será convocado extraordinariamente no
mesmo prazo de 24h.
3. Não tiver sido aplicado o mínimo exigido Neste caso NÃO HÁ controle legislativo da intervenção.
da receita municipal na manutenção e O decreto do governador limitar-se-á a suspender a execução do
desenvolvimento do ensino e nas ações e ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da
serviços públicos de saúde. normalidade.
Para assegurar a observância de princípios Neste caso NÃO HÁ controle
indicados na Constituição Estadual O TJ deve dar provimento à legislativo da intervenção.
(PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS representação (embora a CF não O decreto do governador
SENSÍVEIS) (AÇÃO INTERVENTIVA diga expressamente a quem limitar-se-á a suspender a
ESTADUAL), ou caberia realizar a representação, execução do ato impugnado,
entende-se que a atribuição cabe se essa medida bastar ao
4. Para prover a execução de lei, de ordem
ao PGJ) restabelecimento da
ou de decisão judicial
normalidade.
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15. Poder Legislativo.
Legislar
Função TÍPICA
Fiscalizar (auxílio TC)
PODER LEGISLATIVO
Judicante
Função ATÍPICA
Administrativa
#NÃOERRE #TEMADAMODA
ESTATUTO DOS PARLAMENTARES
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,
palavras e votos. IMUNIDADE MATERIAL
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento
perante o STF.
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional NÃO poderão ser presos,
SALVO em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24 horas à
Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
IMUNIDADE FORMAL RELATIVA À PRISÃO OU FREDOM FROM ARREST
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o
STF dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo
voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de 45 dias do
seu recebimento pela Mesa Diretora.
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou
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prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles
receberam informações.
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em
tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser
suspensas mediante o voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados
fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
PERDERÁ O MANDATO...
Art. 55. PERDERÁ o mandato o Deputado ou Senador:
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da
Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o
abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens
indevidas.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou
pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido
político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. (EC nº 76, de 2013)
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de
ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado
no CN, assegurada ampla defesa.
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato,
nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º
e 3º.
Súmula 245-STF: A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa prerrogativa.
Súmula 397-STF: O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime
cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do
acusado e a realização do inquérito.
21
Súmula 653-STF: No Tribunal de Contas estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser
escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este
indicar um dentre auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro à sua livre
escolha.
Súmula vinculante 3-STF: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
Súmula 6-STF: A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou qualquer outro
ato aprovado pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele tribunal,
ressalvada a competência revisora do judiciário.
Lembre-se que o estatuto do Presidente da República foi objeto de dica da última semana! Para
evitarmos repetições desnecessárias (só aumentariam nosso resumo!), dê uma olhadinha na síntese que fiz
para vocês, ok?
PRESIDENCIALISMO PARLAMENTARISMO
Identidade entre chefia de estado e chefia de
governo (são a mesma pessoa). Há uma não identidade entre chefia de estado e
Chefe de estado exerce função simbólica de chefia de governo. O chefe de estado pode ser
representar internacionalmente o país e de um rei (um monarca) ou um presidente, ao
corporificar a sua unidade interna. passo que o chefe de governo é o 1º ministro,
Chefe de governo executa as políticas públicas. que exerce o governo conjuntamente com o seu
Ou seja, é quem efetivamente governa e também gabinete (conselho de Ministros).
exerce a liderança da política nacional.
Estabilidade democrática, construída pelo povo
nos processos democráticos. Pode até existir a
figura do mandato mínimo e do mandato
máximo, todavia ele não é fixo. Nesse sentido,
Estabilidade de governo. Há a figura dos mandatos tem por fundamento a existência dos institutos:
fixos para o cargo de presidente. I) possibilidade de queda do gabinete pelo
parlamento (através da “moção de censura” ou
“voto de desconfiança”) e II) possibilidade
cotidiana de dissolução do parlamento pelo
gabinete.
22
e Tancredo Neves era o Primeiro-Ministro (chefe de governo). Em referendo, o povo voltou ao
presidencialismo.
Polícia Federal;
Federal Polícia Rodoviária
Administrativa - Federal;
Ostensiva
Tem por objeto a Polícia Ferroviária
(preventiva) -
limitação imposta a Federal
preservação da
bens jurídicos ordem pública
individuais Corpo de
Atividades de Bombeiros;
Estadual
polícia
Polícia militar
Judiciária
(repressiva) - Federal Polícia Federal
investigação e
Segurança
apuração de
infrações Estadual Polícia civil
penais
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Em caso de guerra ou resposta a agressão armada
estrangeira pelo tempo que durar
Ambos submeter-se-ão a controle político prévio, concomitante e sucessivo (Congresso) e controle
jurisdicional concomitante e sucessivo.
Durante o estado de exceção, a CF não poderá ser emendada.
Após a medida, o PR prestará contas, respondendo por eventuais abusos.
18. A Organização dos Poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. 19. Ministério Público.
30. Funções essenciais da Justiça. Ministério Público, Advocacia e Defensoria Pública.
24
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de
intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência,
requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei
complementar respectiva;
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei
complementar mencionada no artigo anterior;
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial,
indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com
sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica
de entidades públicas.
25
PÚBLICA jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime
democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos
humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos
individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma
do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e
administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no
art. 99, § 2º.
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade
e a independência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no
art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal.
26
de direitos, que não podem ser descaracterizados.
27
funcionamento;
Direitos fundamentais
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
processuais
competente;
TRATADOS INTERNACIONAIS
Fase internacional
a) Negociações
preliminares REFERENDO Promulgação e
RATIFICAÇÃO
b) Adoção do texto CONGRESSUAL Publicação no DOU
c) Assinatura
Fase interna
HIRARQUIA DOS TRATADOS SOBRE DIREITOS HUMANOS:
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#VAICAIR #MAISUMANACONTA
NOVA LEI DO MANDADO DE INJUNÇÃO
(Pontos importantes)
o Serve para tutelar a falta, total ou parcial, de norma regulamentadora, tornando inviável o exercício
de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e
cidadania.
o Regramento muito similar à Lei de Mandado de Segurança;
o Lei falou expressamente em MP e Defensoria Pública;
o Procedimento: segue a mesma lógica do mandado de segurança;
o Embora o STF estivesse adotando a TEORIA CONCRETISTA DIRETA E GERAL, a lei do mandado de
injunção adotou a TEORIA CONCRETISTA INTERMEDIÁRIA INDIVIDUAL, exceto quando comprova-se
que o impetrado deixou de atender, em MI anterior, ao prazo estabelecido (neste caso, adota-se a
decisão concretista direta). Além disso, poderá ser conferida eficácia ULTRA PARTES ou ERGA OMNES
quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, liberdade ou prerrogativa objeto do
mandado de injunção.
o Na hipótese de superveniência da norma regulamentadora, o MI será prejudicado. Se a
superveniência for posterior ao trânsito em julgado, aplica-se a nova lei, sem modificar os efeitos já
produzidos pela decisão do MI, salvo se a norma superveniente for mais favorável.
#OLHAOGANCHO:
MANDADO DE INJUNÇÃO ADI POR OMISSÃO
Natureza e finalidade Natureza e finalidade.
Trata-se de processo no qual é discutido um A finalidade é declarar que há uma omissão, já que
direito subjetivo. A finalidade é viabilizar o não existe determinada medida necessária para
exercício de um direito. Há, portanto, controle tornar efetiva uma norma constitucional. Estamos
concreto de constitucionalidade. diante, portanto, de processo objetivo, em que há
controle abstrato de constitucionalidade.
Cabimento Cabimento
Cabível quando faltar norma regulamentadora de Cabível quando faltar norma regulamentadora
direitos e liberdades constitucionais e das relacionada com qualquer norma constitucional
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à de eficácia limitada.
soberania e à cidadania.
29
II - estabelecer as condições em que se dará o Se for o Poder Legislativo, não há prazo.
exercício dos direitos, das liberdades ou das
prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as
condições em que poderá o interessado
promover ação própria visando a exercê-los, caso
não seja suprida a mora legislativa no prazo
determinado.
Obs.: será dispensada a determinação a que se
refere o inciso I, quando comprovado que o
impetrado deixou de atender, em mandado de
injunção anterior, ao prazo estabelecido para a
edição da norma.
Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de
imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.
Súmula 444-STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a
pena-base.
Súmula 654-STF: A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5°, XXXVI, da Constituição da
República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado.
Súmula 280-STJ: O art. 35 do Decreto-Lei nº 7.661, de 1945, que estabelece a prisão administrativa, foi
revogado pelos incisos LXI e LXVll do art. 5º da Constituição Federal de 1988.
Súmula vinculante 25-STF: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do
depósito.
Súmula 2-STJ: Não cabe o habeas data (CF, art. 5°, LXXll, letra “a") se não houve recusa de informações
por parte da autoridade administrativa.
21. Direitos sociais e coletivos. 37. Ordem Social. Educação e Cultura. Ciência e Tecnologia.
Comunicação Social. Meio Ambiente. Família, Criança, Adolescente e Idoso. Direito à
Proteção Especial. Índios.
DIREITOS SOCIAIS
Os direitos sociais, direitos de 2ª dimensão/geração, são prestações positivas a
Conceito serem implementadas pelo Estado e tendem a concretizar a perspectiva de uma
isonomia substancial e social.
• Surgem com a crise do constitucionalismo liberal;
Histórico • As primeiras Constituições que tratam do tema são do séc. XX (México - 1917).
• Posteriormente, foram veiculados da Constituição de Weimar (1919).
Os direitos sociais se efetivam especialmente pela implementação de políticas
públicas pelo Estado. O Judiciário não é o local adequado para a implementação
Judicialização
desses direitos, mas sim o Executivo e o Legislativo. No entanto, não se nega
que, diante da inércia desses poderes, a judicialização seja uma medida
30
importante para a implementação dos direitos sociais. A crítica que se faz é que
o juiz, por não ser eleito, não poderia decidir a forma de distribuição dos
escassos bens materiais de que necessita o povo brasileiro.
Os recursos estatais são limitados, logo, não é possível que
Reserva do todas as prestações sejam atendidas 100% para todas as
possível pessoas. Há limitações, (a) orçamentárias e (b) fáticas. A
teoria surgiu na Alemanha.
Mesmo que o Estado não possa oferecer tudo a todos, é
Mínimo certo que ele deve garantir ao menos um mínimo, básico e
Categorias
existencial indispensável, para uma vida digna. Assim, o mínimo
importantes
existencial afasta o argumento da reserva do possível.
Trata-se de um limite material implícito, de forma que os
Proibição do direitos fundamentais sociais já constitucionalmente
retrocesso assegurados não poderão ser suprimidos por EC ou por
(non-cliquet) legislação infraconstitucional, a não ser que se tenha
prestações alternativas.
31
Naturalização extraordinária
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade que estejam residindo no
Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal.
Obs.: se o estrangeiro preencher essas condições, o governo brasileiro
não pode negar a naturalização (é ato vinculado)
#ANOTEAÍ #SELIGANOSCONCEITOS
1. Sufrágio traduz o direito de votar e de ser votado, encontrando-se entrelaçado ao exercício da
soberania popular. Se divide em
(a) Ativa: direito de votar, de eleger seus representantes.
(b) Passiva: direito de ser votado, eleito, escolhido no processo eleitoral.
2. Plebiscito e referendo são mecanismos de democracia participativa. A diferença é que, no
plebiscito, o povo se manifesta antes, ao passo que no referendo a manifestação é posterior à
deliberação dos seus representantes.
3. Iniciativa Popular outro método de democracia participativa. (não se aplica à emenda
constitucional)
Art. 61. § 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de
projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos
por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
28. Poder Judiciário. 29. A Emenda Constitucional n° 45. 31. Poder Judiciário. Direitos,
garantias e deveres da Magistratura. O Estatuto da Magistratura. Atividade correcional. 33.
Supremo Tribunal Federal. Conselho Nacional de Justiça. Superior Tribunal de Justiça.
Tribunal Superior Eleitoral. Tribunais Regionais e Juízes Federais. 34. Poder Judiciário.
Tribunais e Juízes Estaduais. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Disciplina do
Poder Judiciário na Constituição Paulista. O controle de constitucionalidade dos atos
estaduais e municipais.
Meus amigos, na última semana, elaborei uma dica toda especial tratando justamente sobre o
Poder Judiciário na Constituição Federal. Para evitar repetição desnecessária, te peço a gentileza de conferir
o material que já preparei pra você, ok??
32
Súmula 627-STF: No mandado de segurança contra a nomeação de magistrado da competência do
Presidente da República, este é considerado autoridade coatora, ainda que o fundamento da
impetração seja nulidade ocorrida em fase anterior do procedimento.
Artigo 60 - No Tribunal de Justiça haverá um Órgão Especial, com vinte e cinco Desembargadores,
para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais de competência do Tribunal Pleno,
inclusive para uniformizar a jurisprudência divergente entre suas Seções e entre estas e o Plenário.
Artigo 74 - Compete ao Tribunal de Justiça, além das atribuições previstas nesta Constituição,
processar e julgar originariamente:
I - nas infrações penais comuns, o Vice-Governador, os Secretários de Estado, os Deputados
Estaduais, o Procurador-Geral de Justiça, o Procurador-Geral do Estado, o Defensor Público Geral e
os Prefeitos Municipais;
Artigo 90 - São partes legítimas para propor ação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
estaduais ou municipais, contestados em face desta Constituição ou por omissão de medida
necessária para tornar efetiva norma ou princípio desta Constituição, no âmbito de seu interesse:
I - o Governador do Estado e a Mesa da Assembleia Legislativa; II - o Prefeito e a Mesa da Câmara
Municipal; III - o Procurador-Geral de Justiça; IV - o Conselho da Seção Estadual da Ordem dos
Advogados do Brasil; V - as entidades sindicais ou de classe, de atuação estadual ou municipal,
demonstrando seu interesse jurídico no caso; VI - os partidos políticos com representação na
Assembleia Legislativa, ou, em se tratando de lei ou ato normativo municipais, na respectiva
Câmara.
36. Tributação e Orçamento. Sistema tributário nacional e finanças públicas. 35. Ordem
Econômica e Financeira. Disciplina da Ordem Econômica na Constituição Paulista.
33
Artigo 177 - O Estado estimulará a descentralização geográfica das atividades de produção de bens e
serviços, visando o desenvolvimento equilibrado das regiões.
Artigo 178 – O Estado dispensará às microempresas, às empresas de pequeno porte constituídas sob as
leis brasileiras e que tenham sede e administração no país, aos micro e pequenos produtores rurais,
assim definidos em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-los pela simplificação de
suas obrigações administrativas, tributárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas, por meio
de lei.
Parágrafo único - As microempresas e empresas de pequeno porte constituem categorias econômicas
diferenciadas apenas quanto às atividades industriais, comerciais, de prestação de serviços e de
produção rural a que se destinam.
Artigo 179 - A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo.
PRECEDENTES HISTÓRICOS
#MARCINHOMITA
#FECHANDOCOMCHAVEDEOURO
STF (2017 – 822, 859) Brasileiro, já titular de “green card”, que adquire nacionalidade norte-americana,
PERDE a nacionalidade brasileira e pode ser extraditado pelo Brasil.
- O plenário do STF (INFO 842) entendeu ser inconstitucional lei estadual que regulamenta a atividade da
“VAQUEJADA”, porquanto o tratamento cruel contraria o art. 225, § 1º, VII, da CF/88. Isto é, mesmo
sendo esta uma atividade cultural, não possa ser permitida. Recentemente, no entanto, fora editada o
EC 96/2017, que acrescenta o § 7º ao art. 225 da CF/88 “para determinar que práticas desportivas que
utilizem animais não são consideradas cruéis”. Segundo Márcio do site dizer o direito, o verdadeiro
objetivo desta emenda foi o de superar uma decisão do STF proferida em 2016 na qual o Tribunal
declarou que a atividade conhecida como “vaquejada” era inconstitucional em virtude de gerar
tratamento cruel aos bovinos.6
STF (2017 - 857) Só é possível emendar parlamentar em MP se houver relação de pertinência, sob pena
de CONTRABANDO LEGISLATIVO
STF (2015 – 774) As Constituições estaduais NÃO podem prever que os Governadores serão julgados
pela Assembleia Legislativa em caso de crimes de responsabilidade. A competência é de um “Tribunal
6 Para um maior aprofundamento, sugerem-se os comentários do site dizer o direito sobre a EC 96/2017.
http://www.dizerodireito.com.br/2017/06/breves-comentarios-ec-962017-emenda-da_7.html.
34
Especial”, composto especialmente para julgar o fato e que será formado por 5 Deputados Estaduais e
5 Desembargadores, sob a presidência do Presidente do Tribunal de Justiça.
STF (2012 – 657) A emissão de parecer sobre as medidas provisórias, por comissão mista de deputados
e senadores antes do seu exame configura fase de observância obrigatória no processo constitucional
de conversão dessa espécie normativa em lei ordinária.
STF (2015 – 787) Perda do mandato por infidelidade partidária NÃO se aplica a cargos eletivos
majoritários, somente àqueles que adotam o sistema proporcionais.
STF (2017 – 863) Perda do mandato em caso de condenação criminal de deputado federal ou senador:
Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de 120 dias em regime fechado: a perda do cargo será
uma consequência lógica da condenação, cabendo à Mesa da Câmara ou do Senado apenas a
declaração.
Se o Deputado ou Senador for condenado a uma pena em regime aberto ou semiaberto: a condenação
criminal NÃO gera a perda automática do cargo. Caberá ao Plenário da Câmara ou do Senado deliberar,
nos termos do art. 55, § 2º, se o condenado deverá ou não perder o mandato.
#ATENÇÃO: Parece que o tema ainda não foi pacificado, e informativo anterior trazia o entendimento
de que, independentemente da pena, a perda do mandato NÃO seria automática. (STF (2013 – 714)).
STF (2016 – 824) É possível o afastamento de Deputado Federal do cargo por decisão judicial.
Entendeu-se que a CF somente outorga às Casas Legislativas a competência para decidir acerca da
perda do mandado, não impedindo que o Poder Judiciário suspenda o exercício do mandato
parlamentar.
STF (2013 – 712) Parlamentares NÃO têm imunidade formal quanto à prisão em caso de condenação
definitiva. CF veda apenas a sua prisão penal cautelar.
STF (2015 – 787) BNDES é obrigado a fornecer ao TCU documentos sobre financiamentos concedidos
STF (2015 – 801) O Poder Legislativo, em sua função típica de legislar, NÃO fica vinculado às decisões de
ADI, ADC ou ADPF. Desse modo, o legislador pode, por emenda constitucional ou lei ordinária, superar
a jurisprudência. Trata-se de uma reação legislativa à decisão da Corte Constitucional com o objetivo
de reversão jurisprudencial.
STF (2016 – 815) É possível que o Fisco requisite das instituições financeiras informações bancárias
sobre os contribuintes sem intervenção do Poder Judiciário.
STF (2015 – 799) As doações eleitorais feitas por pessoas jurídicas são INCONSTITUCIONAIS, tanto para
campanhas como para partidos.
STF (798 – 2015) O STF reconheceu que o sistema penitenciário brasileiro vive um "Estado de Coisas
Inconstitucional", com uma violação generalizada de direitos fundamentais dos presos.
STF (2015 – 794) O Judiciário pode determinar a realização de obras emergenciais em estabelecimento
prisional.
35
STF (2015 – 789) Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária autorização prévia do
indivíduo biografado, das demais pessoas retratadas, nem de seus familiares.
STF (2014 – 752) O Judiciário pode obrigar administração pública a manter estoque mínimo de
determinado medicamento utilizado no combate a certa doença grave, de modo a evitar novas
interrupções no tratamento, não havendo que se falar em violação ao princípio da separação dos
poderes.
STF (2016 – 851) Se é proposta ADI contra uma medida provisória e, antes de a ação ser julgada, a MP é
convertida em lei com o mesmo texto que foi atacado, esta ADI não perde o objeto e poderá ser
conhecida e julgada, desde que o autor peticione informando a situação ao STF e pedindo o
aditamento da ação.
STF (2014 – 739) O STF NÃO acolhe a teoria da abstrativização do controle difuso. Não há que se falar
em mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88 e, assim, para a maioria dos Ministros, a decisão em
controle difuso continua produzindo, em regra, efeitos apenas “inter partes” e o papel do Senado é o
de amplificar essa eficácia, transformando em eficácia erga omnes.
STF (2013 – 726) O Judiciário pode obrigar a administração pública a garantir o direito a acessibilidade
em prédios públicos.
DIREITO CIVIL7
Em provas objetivas para a magistratura estadual, é suficiente o conhecimento dos principais artigos
da LINDB. No mais, basta dar uma olhadinha em alguns conceitos básicos. Vamos juntos:
36
todos os locais do país ao mesmo tempo.
Espécies de Lacunas, conforme Maria Helena Diniz:
(i) Lacuna normativa: ausência total de norma para um caso concreto;
(ii) Lacuna ontológica: presença de norma para o caso concreto, mas que não tenha eficácia social;
(iii) Lacuna axiológica: presença de uma norma para o caso concreto, mas cuja aplicação seja
insatisfatória ou injusta;
(iv) Lacuna de conflito ou antinomia: choque de duas ou mais normas válidas, pendente de solução no
caso concreto.
Analogia: é primeiro mecanismo de integração. É o preenchimento da lacuna através da comparação.
Por meio da analogia, compara-se uma determinada hipótese, não prevista em lei, com outra, já
contemplada em lei. O seu fundamento é a igualdade jurídica. A analogia pode ter duas formas:
(a) analogia legis: se concretiza pela comparação de um caso não previsto com outro já previsto em
lei. Assim a lacuna será integrada comparando-se uma situação atípica (não tratada na norma) com
uma outra situação especificadamente prevista em lei (típica).
(b) analogia iuris: o juiz preenche a lacuna com a comparação do caso com o sistema como um todo.
Dessa forma, compara-se a situação não prevista em lei com os valores do sistema e não com um
dispositivo legal.
#SELIGANADIFERENÇA
ANALOGIA INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA
Rompe-se com os limites do que está previsto Apenas amplia-se o sentido da norma,
na norma (legislação) havendo a subsunção (conhecimento)
Direito adquirido: é aquele que se incorporou ao patrimônio do particular. É uma concepção
exclusivamente patrimonialista, de modo que não há direito adquirido personalíssimo. Todo direito
adquirido é patrimonial. A nova lei deverá respeitar o negócio jurídico celebrado sob termo ou
condição suspensiva.
Coisa julgada: é a qualidade que reveste os efeitos decorrentes de uma decisão judicial contra a qual
não cabe mais impugnação dentro dos mesmos autos.
Ato jurídico perfeito: é o ato pronto e acabado, já tendo exaurido seus efeitos. O ato jurídico perfeito
não mais produz efeitos. Ele é a antítese das relações continuativas, pois estas são as que perpassam
no tempo (iniciam sob a égide de uma lei e continuam após o início de uma nova lei).
CRITÉRIOS BÁSICOS DE SOLUÇÃO DOS CHOQUES ENTRE NORMAS
Antinomia de 1º Grau: Conflito entre normas que envolve apenas UM dos critérios acima expostos.
Antinomia de 2º Grau: Choque de normas válidas que envolve DOIS dos critérios analisados, ou,
37
quando não houver a possibilidade de solucionar um conflito pelos critérios acima, haverá uma
antinomia de 2º grau.
Antinomia Aparente: Aquela que pode ser resolvida pelos critérios da especialidade, hierarquia e
cronológico. Quando a própria lei tiver critério para a solução do conflito.
Antinomia Real: Não pode ser resolvida pelos critérios acima. Não houver na lei critério para a solução
do conflito.
ANTINOMIAS DE 2º GRAU:
(a) Norma especial e anterior X norma geral posterior (especialidade x cronológico): Prevalece a
primeira, em razão da especialidade.
(b) Norma superior anterior X norma inferior posterior (hierárquico x cronológico): Prevalece a
primeira, pela hierarquia.
(c) Norma geral superior X norma especial inferior (hierárquico x especialidade): Não há uma
metarregra geral de solução aqui, sendo esta, portanto, uma antinomia real, segundo Maria Helena
Diniz, podendo-se preferir para a solução do conflito qualquer um dos critérios. Todavia, para Bobbio,
deve prevalecer a lei superior.
No ponto 2, não se esqueça que, agora, SOMENTE O MENOR DE 16 ANOS É ABSOLUTAMENTE INCAPAZ.
#OLHAOGANCHO
INCAPACIDADE X IMPEDIMENTO
Impedimento é sinônimo de falta de legitimação, sendo episódico e casuístico, pois o sujeito
é capaz para prática de atos civis, em geral, só sendo impedido de praticar atos expressamente
previstos pela legislação. Já a incapacidade é genérica para os atos da vida civil.
O impedimento resulta da posição especial que determinada pessoa ocupa em relação a
certos interesses.
Ex. art. 497, I, CC. O tutor é capaz, mas não pode comprar bens do tutelado.
(b) Teoria concepcionista a personalidade jurídica se inicia com a concepção. Logo, o nascituro teria
personalidade jurídica. (Prevalece entre os doutrinadores contemporâneos)
38
#OLHANOGANCHO.#AJUDAMARCINHO:
O DPVAT é um seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre, ou
por sua carga, a pessoas, transportadas ou não. Em outras palavras, qualquer pessoa que sofrer danos
pessoais causados por um veículo automotor, ou por sua carga, em vias terrestres, tem direito a receber a
indenização do DPVAT. Isso abrange os motoristas, os passageiros, os pedestres ou, em caso de morte, os seus
respectivos herdeiros. O art. 3º, I, da Lei 6.194/74 afirma que deverá ser paga indenização do DPVAT aos
herdeiros do falecido no caso de morte no trânsito. O STJ decidiu que, se uma gestante envolve-se em acidente
de carro e, em virtude disso, sofre um aborto, ela terá direito de receber a indenização por morte do DPVAT,
nos termos do art. 3º, I, da Lei 6.194/74. O Ministro Relator afirmou expressamente que, em sua opinião, “o
ordenamento jurídico como um todo – e não apenas o código civil de 2002 – alinhou-se mais à teoria
concepcionista para a construção da situação jurídica do nascituro, conclusão enfaticamente sufragada pela
majoritária doutrina contemporânea” (INFO 547 DO STJ).
(c) Teoria da personalidade condicionada (Serpa Lopes) nascituro teria personalidade jurídica sujeita a
condição suspensiva. É superada porque praticamente se equipara à concepcionista.
(d) Teoria híbrida entre natalista e concepcionista (Rosenvald, Stolze, Carlos Gonçalves e Maria Helena)
alguns sustentam que o nascituro tem personalidade jurídica apenas para o exercício dos direitos da
personalidade (ex. pleitear alimentos, exigir paternidade). Essa é a chamada de personalidade jurídica formal.
No entanto, não tem personalidade para o exercício dos direitos patrimoniais (personalidade material). Essa
teoria é mais afinada com a ideia de despatrimonialização, pois divide bem essa distinção entre direitos
existenciais e patrimoniais.
#FOCANALEGIS #ATENÇÃOÉTUDO
Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes,
nos casos em que a lei autoriza a abertura de SUCESSÃO DEFINITIVA.
Quanto aos direitos da personalidade, compensa passar os olhos (muito rapidamente!!!) pelos principais
julgados, já que a redação dos artigos está muito batida, ok?
#SELIGANAJURIS
STJ (2013): PJ de direito público não pode sofrer dano moral.
STF (2015): Biografado não precisa autorizar publicação de sua biografia.
STJ (2015): Sujeito abandonado pelo pai em tenra idade tem justa causa para mudar o nome
STJ (2013): Mesmo sem finalidade lucrativa, o uso da imagem de artista gera dano moral.
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cônjuge e colaterais até o quarto grau.
#OLHAOGANCHO
ENUNCIADO Nº 5 CJF: Arts. 12 e 20: 1) as disposições do art. 12 têm caráter geral e aplicam-se,
inclusive, às situações previstas no art. 20, excepcionados os casos expressos de legitimidade
para requerer as medidas nele estabelecidas; 2) as disposições do art. 20 do novo Código Civil
têm a finalidade específica de regrar a projeção dos bens personalíssimos nas situações nele
enumeradas. Com exceção dos casos expressos de legitimação que se conformem com a
tipificação preconizada nessa norma, a ela podem ser aplicadas subsidiariamente as regras
instituídas no art. 12.
Na minha dica de direito civil, já te orientei a conferir a nova redação do CC em relação às pessoas jurídicas,
lembra? Se ainda não fez isso, não perca tempo e faça agora. Se já fez, vamos em frente.
A desconsideração da PJ foi expressamente disciplinada pelo novo CPC (artigos 133 a 137). Para não
desperdiçar espaço (o nosso edital de civil é gigantesco!!!!), não vou transcrever os artigos aqui. No entanto,
fica a recomendação para uma leitura atenta desses artigos, certo?
#RECORDAREDECORAR
TEORIA
ART. 50, NCC -abuso da personalidade.
MAIOR
-abuso de direito;
-excesso de poder;
-infração da lei;
-fato ou ato ilícito;
TEORIA
ART.28, CAPUT, CDC8 -violação dos estatutos ou contrato social;
MAIOR
-falência;
-estado de insolvência;
-encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados
por má administração.
8Apesar de CDC adotar a teoria maior no “caput” do art. 28, em questões de provas objetivas, se for abordado qual
teoria adotada no CDC, sugere-se que o candidato assinale como correta a resposta que faça menção à teoria
menor, salvo se mencionarem ambas as teorias como correta na mesma assertiva.
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TEORIA -sempre que personalidade for, de alguma forma, obstáculo
ART.28, § 5º, CDC
MENOR ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
ART. 4°, LEI 9.605/98 TEORIA -quando personalidade for obstáculo ao ressarcimento de
(LEI AMBIENTAL) MENOR prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.
-abuso de direito;
-excesso de poder;
-infração da lei;
-fato ou ato ilícito;
ART. 34, LEI 12.529/2011 TEORIA
-violação dos estatutos ou contrato social;
(LEI ANTITRUSTE) MAIOR
-falência;
-estado de insolvência;
-encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados
por má administração.
Quanto aos bens de família, depois de ler, atentamente, a jurisprudência em teses do STJ (não se esqueça que
o link foi disponibilizado no raio-x do edital), fique atento com os informativos recentes sobre o tema. Vamos a
eles:
#SELIGANAJURIS
STJ (549): A desconsideração da PJ não implica, necessariamente, no afastamento da
proteção conferida aos bens de família.
STJ (543): É considerado bem de família o imóvel no qual reside o filho do dono.
STJ (575): Quando a vítima executar o infrator criminal no juízo cível, ela pode penhorar o
bem de família adquirido com o produto do crime, ainda que tenha ocorrido a extinção da
punibilidade do autor do crime pelo cumprimento da suspensão condicional do processo.
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Ordinário
Fato jurídico em sentido
estrito
Extraordinário
Ato-fato jurídico
5. Defeitos do negócio jurídico: erro, dolo, coação, fraude contra credores, lesão e estado de
perigo.
42
Vontade interna x vontade
manifestada
Negócio nulo (sempre,
Simulação -Absoluta
mesmo a inocente)
-Relativa
Sociais -Subjetiva
-Objetiva
Alienações gratuitas com
Fraude contra intuito de prejudicar Anulabilidade por meio
credores credores (não se confunde de ação pauliana
com fraude à execução)
#SELIGANADISTINÇÃO #PARECEMASNÃOÉ
43
Para o ponto 6, basta lembrar as diferenças básicas entre nulidade e anulabilidade:
Art. 166. É NULO o negócio jurídico quando: Art. 171. Além dos casos expressamente
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; declarados na lei, é ANULÁVEL o negócio
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu jurídico:
objeto; I - por incapacidade relativa do agente;
III - o motivo determinante, comum a ambas as II - por vício resultante de erro, dolo, coação,
partes, for ilícito; estado de perigo, lesão ou fraude contra
IV - não revestir a forma prescrita em lei; credores.
V - for preterida alguma solenidade que a lei
considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou
proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
#OLHAOGANHONADOUTRINA
ENUNCIADO 536 DO CJF: Resultando do negócio jurídico nulo consequências patrimoniais capazes de
ensejar pretensões, é possível, quanto a estas, a incidência da prescrição.
ENUNCIADO 537 DO CJF: A previsão contida no art. 169 não impossibilita que, excepcionalmente, negócios
jurídicos nulos produzam efeitos a serem preservados quando justificados por interesses merecedores de
tutela.
9 Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério
Público, quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos
e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes.
10381/STJ: “Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas.” Referida
súmula é criticada, pois nulidade é matéria de ordem pública.
11 Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.
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7. Ato lícito e ato ilícito. Abuso de direito. Teoria da aparência. Prescrição e decadência.
Da prova.
Muita calma no ponto 7. O ato lícito, ilícito e o abuso de direito devem ser analisados em conjunto com a
responsabilidade civil. Portanto, daqui a pouco trato disso. A teoria da aparência é tema mais doutrinário,
logo, de baixíssima incidência em provas objetivas. No raio-x do edital, te indiquei em qual ponto da FUC você
pode estudar um pouco mais sobre o assunto.
Já a prescrição e decadência merecem um estudo cuidadoso nessa revisão de última hora. Vamos juntos!!!!!!
PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
Extingue a pretensão Extingue o direito
Está ligada a direitos subjetivos, atingindo ações Ligada a direitos potestativos, atingindo as ações
condenatórias constitutivas (positivas e negativas)
Prazos podem ser estabelecidos por lei (decadência
Os prazos são estabelecidos apenas pela lei legal) ou por convenção das partes (decadência
convencional)
Decadência legal: i) deve ser reconhecida de ofício
Deve ser reconhecida de ofício pelo juiz pelo juiz; ii) não pode ser renunciada pela parte
A parte pode não alegar a prescrição; pode ser Decadência convencional: i) não pode ser
renunciada pelo devedor após a consumação. reconhecida pelo juiz; ii) pode ser renunciada após
a consumação
A decadência se opera contra todos, exceto em
Não corre contra determinadas pessoas
relação aos absolutamente incapazes
Há casos de impedimento, suspensão ou Em regra, não é impedida, suspensa ou
interrupção da prescrição interrompida (salvo regras específicas)
Majoritariamente entende-se que não há um prazo
geral de decadência, mas sim um prazo geral para
Prazo geral: 10 anos
anulação do negócio jurídico (2 anos, a contar da
celebração)
Prazo de decadência formulado em dias, meses,
Prazos especiais (Art. 206, CC): 1, 2, 3, 4 e 5 anos. ano e dia e anos, previsto em dispositivos diversos
do Código Civil.
OK!!! Ler os artigos tratando dos principais prazos prescricionais é, de fato, uma tarefa enfadonha. Para te
ajudar, vou fazer uma breve seleção dos principais artigos e prazos que você deve saber, certo?
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PRAZO HIPÓTESES
(i) Segurado contra o segurador, ou deste contra
01 ANO
aquele.
02 ANOS (i) Prestações alimentares
(i) Alugueis de prédios; (ii) enriquecimento sem
03 ANOS
causa; (iii) reparação civil.
04 ANOS (i) Pretensão relativa à tutela.
(i) Cobrança de dívidas líquidas constantes de
05 ANOS instrumento público ou particular; (ii) pretensão de
profissionais liberais.
STJ (574): Pequeno mecânico de bairro não tem qualificação profissional suficiente para ser enquadrado
como profissional liberal (prescrição em 05 anos). Sendo assim, ele pode cobrar pelos seus serviços no
prazo geral de 10 anos.
STJ (588): É de 03 anos o prazo da ação da entidade de previdência privada contra terceiro que se
apropriou indevidamente dos valores do benefício.
STJ (557): É de 10 anos o prazo de prescrição de ação de um advogado contra o outro, buscando divisão
de honorários.
STJ (593): É de 03 anos o prazo prescricional para que o evicto (quem perdeu o bem) proponha a ação
de indenização contra o alienante.
Nos pontos 8, vamos, finalmente, inaugurar a ala #MEUSQUADRINHOS,MINHAVIDA !!! Os quadros sinópticos
são extremamente importantes para a revisão de última hora, especialmente em alguns pontos do direito civil
(ex. obrigações e sucessões). Vamos resumir, agora, as PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DAS OBRIGAÇÕES:
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Obrigação de FAZER:
Fungível: A prestação pode ser realizada pelo
É a que vincula o
devedor ou por terceiro, pois não requer para
devedor à prestação
sua execução aptidões pessoais
de um serviço ou ato,
seu ou de terceiros,
em benefício do Infungível: Ocorre quando a prestação só pode
credor ou de terceira ser executada pelo próprio devedor, uma vez
pessoa. que se levam em conta suas qualidades
pessoais.
Obrigação de NÃO FAZER: Ocorre quando o devedor se compromete a
Negativas abster-se de algum ato, que poderia praticar se não houvesse se
comprometido pelo interesse do credor ou de terceiros.
Et.: Obrigação Facultativa: “para bem se entender a diferença entre a obrigação alternativa e a
facultativa deve-se notar que, na alternativa, são devidas duas coisas alternativamente; na
facultativa, apenas uma ciosa é devida, mas o devedor pode preferir pagar com outra. Por
consequência, na obrigação facultativa, perecendo a coisa, o liame obrigacional se desata, desde
que não houve no perecimento culpa do devedor” Gaetano Sciascia
A obrigação facultativa não está expressa no nosso Código Civil. Portanto ela é aquela que tem
por objeto uma só prestação, mas a lei ou o contrato permite que o devedor substitua essa
47
prestação por outra predeterminada, para facilitar-lhe o pagamento.
Para obrigação FACULTATIVA se a prestação estiver eivada de qualquer vício, inválida restará toda
a obrigação; o que não acontecerá com as obrigações ALTERNATIVAS, porque, embora defeituosa
uma de suas opções, a outra, ou outras, permanece eficaz para ser prestada
Prosseguindo com o estudo do direito das obrigações, vamos condensar o que há de mais relevante:
Dação em
Sub-rogação Novação Cessão de crédito Assunção de dívida
pagamento
Regra especial de Forma de Forma de
Forma de transmissão Forma de transmissão
pagamento ou pagamento pagamento
das obrigações das obrigações
forma de indireto indireto
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pagamento
indireto
Mera substituição Entrega de uma Cria nova Transmissão da Transmissão da condição
do credor por um coisa móvel ou obrigação pela condição de credor, do de devedor (cessão de
terceiro que paga imóvel como substituição do sujeito ativo débito), com a qual deve
a dívida. Não cria pagamento. Não objeto (novação obrigacional, de forma concordar o credor.
nova obrigação cria nova objetiva), do gratuita ou onerosa. O
obrigação. credor (novação devedor não precisa Forma gratuita ou
subjetiva ativa) ou concordar, mas deve ser onerosa.
do devedor notificado.
(novação
subjetiva passiva,
por delegação ou
expromissão)
FIQUE DE OLHO!!!!
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor.
Pela redação do artigo, percebe-se que, na cessão de crédito, a responsabilidade é PRO SOLUTO, e não
PRO SOLVENDO. Ou seja, o cedente não responde pela solvência, mas apenas pela existência do
crédito.
#OLHAOGANCHO
No endosso, ocorre justamente o oposto, ou seja, a responsabilidade do endossante é PRO SOLVENDO.
12. Inadimplemento das obrigações. Mora. Perdas e danos. Juros legais e cláusula penal
Vamos, agora, sintetizar tudo o que você precisa saber sobre o ponto 12:
#NÃOCONFUNDA
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Determinadas obrigações possuem mora ex re, ou Outras obrigações possuem mora ex persona, ou
seja, se o devedor não cumprir a obrigação no dia seja, exigem a interpelação judicial ou extrajudicial
certo do vencimento, considera-se que ele está, do devedor para que este possa ser considerado em
automaticamente, em mora. mora.
O credor pode ingressar com ação contra o devedor Apenas depois desta notificação, o credor estará
mesmo sem notificação. autorizado a mover ação judicial de cobrança do
A mora ocorre de pleno direito, independentemente débito.
de notificação.
Aplica-se a máxima dies interpellat pro homine: o dia
interpela o homem (o termo interpela no lugar do
credor)
Em regra, a mora será ex re se a obrigação a ser A mora será ex persona em duas situações:
cumprida pelo devedor for: Quando, no contrato, não tiver sido estipulado um
• Positiva (de dar ou fazer) prazo certo de vencimento.
• Líquida e Quando, mesmo havendo prazo certo, a lei exigir a
• Com dia certo de vencimento. interpelação (ex: leasing).
Ora, se o devedor acertou um prazo certo para
cumprir a prestação e se não há dúvida quanto ao Súmula 369-STJ: No contrato de arrendamento
valor dessa prestação, não há motivo para se exigir mercantil (leasing), ainda que haja cláusula
que o credor o relembre sobre sua obrigação. resolutiva expressa, é necessária a notificação
Exceção: em alguns casos, a própria lei, por cautela, prévia do arrendatário para constituí-lo em mora.
exige expressamente a notificação prévia e afasta a
constituição automática da mora, mesmo tendo sido A interpelação, quando necessária, pode ser:
cumpridos os requisitos acima. • Judicial, feita, via de regra, pela citação (art. 240
Obs: não obrigações de não fazer e nas decorrentes do CPC).
de ato ilícito, a mora também é ex re. • Extrajudicial: realizada sem forma solene, ou seja,
por meio de qualquer ato que torne certa a
exigência do pagamento, como. Por exemplo, a
notificação ou o protesto.
50
o contrato: a outra parte (inocente) poderá reter as contrato (exercer seu direito de arrependimento):
arras, ou seja, ficar com elas para si. ela perderá as arras dadas.
• Se a parte que recebeu as arras não executar o • Se a parte que recebeu as arras decidir não
contrato: a outra parte (inocente) poderá exigir a cumprir o contrato (exercer seu direito de
devolução das arras mais o equivalente arrependimento): deverá devolver as arras mais o
equivalente.
• Além das arras, a parte inocente poderá pedir: A arras penitenciais têm função unicamente
• Indenização suplementar, se provar maior indenizatória. Isso significa que a parte inocente
prejuízo, valendo as arras como taxa mínima; ficará apenas como valor e NÃO terá direito a
• A execução do contrato, com as perdas e danos, indenização suplementar. Nesse sentido:
valendo as arras como o mínimo da indenização Súmula 412-STF: No compromisso de compra e venda
com cláusula de arrependimento, a devolução do
sinal, por quem o deu, ou a sua restituição em dobro,
por quem o recebeu, exclui indenização maior, a
título de perdas e danos, salvo os juros moratório e
os encargos do processo.
#OLHAOGANHO
No informativo nº 577, o STJ decidiu que se a proporção entre a quantia paga inicialmente e o preço
total ajustado evidenciar que o pagamento inicial englobava mais do que o sinal, não se pode
declarar a perda integral daquela quantia inicial como se fosse arras confirmatórias, sendo legítima
a redução equitativa do valor a ser retido, sob pena de enriquecimento sem causa. Em regra, o STJ
admite que o valor das arras confirmatórias fique entre 10 a 20% do valor total do negócio.
DANOS MATERIAIS
JUROS MORATÓRIOS CORREÇÃO MONETÁRIA
1. Responsabilidade extracontratual: os juros Incide correção monetária a partir da data do
fluem a partir do EVENTO DANOSO (art. 398 do efetivo PREJUÍZO (súmula 43 do STJ)
CC e Súmula 54 do STJ).
2. Responsabilidade contratual
• Obrigação líquida (mora ex re): contados a
partir do VENCIMENTO
• Obrigação ilíquida (mora ex persona): contados
a partir da CITAÇÃO
DANOS MORAIS
JUROS MORATÓRIOS CORREÇÃO MONETÁRIA
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1. Responsabilidade extracontratual: os juros A correção monetária do valor da indenização
fluem a partir do EVENTO DANOSO (art. 398 do CC do dano moral incide desde a data do
e Súmula 54 do STJ). ARBITRAMENTO (Súmula 362 do STJ).
2. Responsabilidade contratual
• Obrigação líquida (mora ex re): contados a partir
do VENCIMENTO
• Obrigação ilíquida (mora ex persona): contados
a partir da CITAÇÃO
10 % (Lei de Usura)
Moratória Mora Limite 2% (CDC)
2% (condomínio)
Cláusula
penais ou Valor da
multa Compensatória Inadimplemento obrigação
Limite
absoluto principal
(art. 412, CC)
52
14. Contratos. Classificação dos contratos. Contratos de adesão. Contrato aleatório.
Contrato com pessoa a declarar. Contrato preliminar.
• Partes
• Vontade
Plano da existência
• Objeto
• Forma
• Partes capazes
• Vontade livre
Plano da validade
• Objeto lícito, possível, determinável ou determinado
• Forma prescrita ou não defesa em lei
• Condição
• Termo
• Juros
• Multa
• Perdas e danos
Plano da eficácia
• Inadimplemento
• Resolução
• Resilição
• Registro imobiliário
• Tradição (em regra)
#OLHAAPEDAGINHA
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir OU EXCLUIR a responsabilidade
53
pela evicção.
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos
ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
#SELIGANAJURIS #AJUDAMARCINHO
No informativo nº 554 (2015), o STJ decidiu que O prazo decadencial para o exercício da
pretensão redibitória ou de abatimento do preço de bem móvel é de 30 dias (art. 445 do CC). No
caso de vício oculto em coisa móvel, o adquirente tem o prazo máximo de 180 dias para perceber
o vício (§ 1º do art. 445) e, se o notar neste período, tem o prazo de decadência de 30 dias (a
partir da verificação do vício) para ajuizar a ação redibitória.
#TUDOJUNTOEMISTURADO
Meus colegas, futuros juízes de São Paulo, são muitos os contratos em espécie disciplinados pelo nosso
Código Civil. Agora, faltando tão pouco para a nossa sonhada prova (e APROVAÇÃO!!!), temos que fazer
algumas apostas, traçar diferenças importantes entre as espécies nominadas e, também, decorar alguns
conceitos de predileção da banca examinadora. A seguir, apresentarei um resumão das principais
características dos contratos em espécie mais relevantes para concursos públicos.
1. CONTRATO DE COMPRA E VENDA
(a) Elementos essenciais do contrato de compra e venda:
(i) Coisa
14 Único tema que não foi objeto de NENHUMA questão nas últimas provas VUNESP. Portanto, basta ler o CC.
54
#SELIGANOGANHO
A coisa pode ser futura (contrato aleatório). Nesse caso, NÃO CONFUNDA:
(i) EMPTIO SPEI/venda de esperança (art. 458) o comprador assume o risco pela inexistência.
(ii) EMPTIO REI SPARATAE/venda de coisa esperada (art. 459) o comprador não assume o risco pela
inexistência da coisa, mas apenas pela quantidade.
#DEOLHONALEGIS
Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a
respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador
terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do
contrato ou abatimento proporcional ao preço.
§ 1º Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, quando a diferença
encontrada não exceder de um vigésimo da área total enunciada, ressalvado ao comprador o direito de
provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o negócio.
§ 2º Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar a medida
exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor correspondente ao preço
ou devolver o excesso.
§ 3º Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa
certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não
conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus.
(ii) Preço
Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes
a fixação do preço.
(iii) Consenso
#DECORE #VAICAIR
#DOUTRINARECENTE
ENUNCIADO 545 do CJF – O prazo para pleitear a anulação de venda de ascendente a descendente sem
anuência dos demais descendentes e/ou do cônjuge do alienante é de 2 (dois) anos, contados da
ciência do ato, que se presume absolutamente, em se tratando de transferência imobiliária, a partir da
data do registro de imóveis.
#DESPENCAEMPROVA
Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte
a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá,
depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e
oitenta dias, sob pena de decadência.
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Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na
falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os
comproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço.
No informativo 564, de 2015, o STJ decidiu que o condômino que desejar alienar a fração ideal de bem
imóvel divisível, mas em ESTADO DE INDIVISÃO, deverá dar preferência na aquisição ao comunheiro
2. CONTRATO DE DOAÇÃO
(a) Conceito = acompanhe a redação do artigo:
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio
bens ou vantagens para o de outra.
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Art. 552. O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às consequências da evicção ou
do vício redibitório. Nas doações para casamento com certa e determinada pessoa, o doador ficará
sujeito à evicção, salvo convenção em contrário.
Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência
do doador.
Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da
liberalidade, poderia dispor em testamento.
Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus
herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.
Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação
para o cônjuge sobrevivo.
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Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo.
Art. 556. Não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a liberalidade por ingratidão do
donatário.
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações:
I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele;
II - se cometeu contra ele ofensa física;
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava.
COMODATO MÚTUO
É empréstimo de uso. É empréstimo de consumo.
O mutuário vai consumir a coisa, se obrigando a
Por ser empréstimo de uso, o comodatário se
restituir outro bem, da mesma qualidade,
compromete a restituir o mesmo bem.
quantidade e espécie.
Comodato recai sobre bens infungíveis e
inconsumíveis. Lembrando que nada impede a É de sua essência que recai sobre bem fungível e
chamada infungibilidade convencional (gera o consumível.
chamado comodato AD POMPAM).
O mutuário vai consumir a coisa. Ele não vai
Não transfere a propriedade. O que ocorre no
restituir a própria coisa, mas sim outra similar.
comodato é apenas desmembramento
Logo, em relação àquele exato bem entregue ao
possessório. Comodante com a posse indireta e o
mutuário, ocorre a transferência da propriedade.
comodatário com a posse direta. Os riscos correm
Como consequência, pela lógica RES PERIT
pelo comodatário, jamais podendo recobrar do
DOMINO, os riscos correm pro mutuário. No
comodante as despesas com o uso e gozo da coisa
mútuo, portanto, não há desmembramento
empresta (art. 584, CC). O comodante dispõe de
possessório. Por isso o mutuante não dispõe de
ação possessória.
ação possessória (art. 58715).
O contrato é bifronte. Ou seja, pode ser gratuito
É gratuito (art. 579). É sua causa, sua essência. Se
ou oneroso (feneratício). Admite as duas
for prevista remuneração, o contrato deixa de ser
modalidades. Mútuo, mandato e depósito são
considerado comodato.
exemplos de contratos bifrontes.
A maioria da doutrina diz que o mútuo também é
É contrato real. Art. 579, parte final. Só se constitui
contrato real, mas o tema se tornou
a partir da entrega da coisa.
controvertido.
15 Art. 587. Este empréstimo transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário, por cuja conta correm todos os riscos
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Natureza Jurídica: O contrato é bilateral, oneroso, consensual,
comutativo e informal (em regra).
Conceito: A fiança, também denominada caução fidejussória, é o
contrato pelo qual alguém, o fiador, garante satisfazer ao credor uma
obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra (arts. 818 a
838 do CC). O fiador assume pessoalmente uma dívida de terceiro
FIANÇA frente ao credor.
59
de contrato de consumo (Lei 8.078/1990) ou de adesão. Assim, é
possível buscar diálogos entre o CC e o CDC no que se refere ao
contrato em questão, aplicando-se os princípios sociais contratuais.
Conceito: Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o
pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado,
relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados. Trata-se
de um dos contratos mais complexos do Direito Brasileiro.
60
#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES
STJ (590): o segurado que, devido às ameaças de morte feitas pelo criminoso a ele e à sua família,
deixou de comunicar prontamente o roubo do seu veículo à seguradora não perde o direito à
indenização securitária (art. 771 do CC).
STJ (591): Em regra, mesmo que o proprietário do veículo segurado tenha dado termo de quitação ou
renúncia ao causador do sinistro, a seguradora continuará tendo direito de ajuizar ação regressiva
contra o autor do dano e de ser ressarcida pelas despesas que efetuou com o reparo ou substituição do
bem sinistrado.
STJ (593): Não é possível a estipulação de multa no contrato de honorários para as hipóteses de
renúncia ou revogação unilateral do mandato do advogado, independentemente de motivação,
respeitado o direito de recebimento dos honorários proporcionais ao serviço prestado. É direito do
advogado renunciar ou da parte revogar o mandato a qualquer momento.
STJ (594): No seguro de automóvel celebrado por uma empresa com a seguradora, é devida a
indenização securitária se o condutor do veículo (funcionário da empresa segurada) estava embriagado?
(i) Em regra: NÃO.
(ii) Exceção: será devido o pagamento da indenização se a empresa segurada conseguir provar que o
acidente ocorreria mesmo que o condutor não estivesse embriagado.
STJ (598): O seguro de RC D&O (Directors and Officers Insurance) não abrange operações de diretores,
administradores ou conselheiros qualificadas como insider trading.
STJ (599): A cobrança de juros capitalizados nos contratos de mútuo é permitida quando houver
expressa pactuação. Isso significa que a capitalização de juros, seja qual for a sua periodicidade (anual,
semestral, mensal), somente será considerada válida se estiver expressamente pactuada no contrato.
23.Responsabilidade pela perda de uma chance. Dano moral. Dano estético. Indenização do
dano material e do dano moral.
Os pontos 22 e 23 tratam da responsabilidade civil. Para esse tema, é importante passarmos os olhos em alguns
conceitos básicos e, principalmente, nos últimos informativos do STJ, que tem julgado inúmeros recursos
tratando da responsabilidade civil.
(a) Conduta a conduta que dá ensejo pode ser de fato próprio, fato de outrem (art. 932 a934) ou por fato da
coisa (art. 936 a 938).
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(b) Dolo ou culpa em sentido estrito a culpa em sentido estrito pode ser imprudência, negligência ou
imperícia. A diferença conceitual é idêntica ao do direito penal.
#DEOLHONADOUTRINA #RESUMÃODOMARCINHO
O que é a responsabilidade civil pela perda de uma chance? Segundo esta teoria, se alguém,
praticando um ato ilícito, faz com que outra pessoa perca uma oportunidade de obter uma
vantagem ou de evitar um prejuízo, esta conduta enseja indenização pelos danos causados.
Em outras palavras, o autor do ato ilícito, com a sua conduta, faz com que a vítima perca a
oportunidade de obter uma situação futura melhor. Com base nesta teoria, indeniza-se não
o dano causado, mas sim a chance perdida.
A teoria da perda de uma chance é adotada no Brasil? SIM, esta teoria é aplicada pelo STJ,
que exige, no entanto, que o dano seja REAL, ATUAL e CERTO, dentro de um juízo de
probabilidade, e não mera possibilidade.
O dano resultante da aplicação da teoria da perda pode ser classificado como dano
emergente ou como lucros cessantes? Trata-se de uma terceira categoria.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar,
por sua natureza, risco para os direitos de outrem. Esse artigo contempla uma cláusula geral de
responsabilização civil objetiva.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. CUIDADO COM A
PEGADINHA: O INCAPAZ RESPONDE CIVILMENTE.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar
do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: RESPONSABILIDADE OBJETIVA
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho
que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo
para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua
parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por
quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
62
Restrição ao direito de regresso.
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a
existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no
juízo criminal. Independência das instâncias.
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da
vítima ou força maior.
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta
provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele
caírem ou forem lançadas em lugar indevido. Hipótese de causalidade alternativa.
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz
reduzir, equitativamente, a indenização. Hipótese de redução equitativa do dano.
STJ (589): A sociedade empresária proprietária de semirreboque pode figurar no polo passivo de ação
de reparação de danos ajuizada em decorrência de acidente de trânsito envolvendo o caminhão trator
ao qual se encontrava acoplado.
STJ (589): Em ação de cobrança de seguro DPVAT, a intimação da parte para o comparecimento à
perícia médica deve ser pessoal, e não por intermédio de advogado.
STJ (592): Caracteriza abuso de direito ou ação passível de gerar responsabilidade civil objetiva pelos
danos causados a impetração do habeas corpus por terceiro com o fim de impedir a interrupção,
deferida judicialmente, de gestação de feto portador de síndrome incompatível com a vida
extrauterina.
STJ (598): A conduta de um adulto que pratica agressão verbal ou física contra criança ou adolescente
configura elemento caracterizador da espécie do dano moral in re ipsa. Ainda que tenha uma
percepção diferente do mundo e uma maneira peculiar de se expressar, a criança não permanece
alheia à realidade que a cerca, estando igualmente sujeita a sentimentos como o medo, a aflição e a
angústia.
STJ (599): A responsabilidade civil do incapaz pela reparação dos danos é subsidiária, condicional,
mitigada e equitativa Os incapazes (ex: filhos menores), quando praticarem atos que causem prejuízos,
terão responsabilidade subsidiária, condicional, mitigada e equitativa, nos termos do art. 928 do CC.
63
1. POSSE
(a) Conceito domínio fático sobre a coisa. Exercício de um dos atributos da propriedade (art. 1.196 do CC).
POSSE x DETENÇÃO:
A detenção também é chamada de fâmulo da posse, ou servidor da posse. O detentor tem a
posse não em nome próprio, mas em nome daquele o qual ele está subordinado, seguindo
ordens e instruções (art. 1198).
64
(b) Manutenção de posse, no caso de turbação;
(c) Interdito proibitório, no caso de ameaça.
#DEOLHONOARTIGO
Art. 1210. § 2º Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro
direito sobre a coisa.
#NOVOCPC
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real
imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de
bens;
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles;
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou
de ambos os cônjuges.
§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas
hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado.
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos.
Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for negado por um
dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo.
Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido pelo juiz, invalida o
processo.
STJ (590): Particulares podem ajuizar ação possessória para resguardar o livre exercício do uso de via
municipal (bem público de uso comum do povo) instituída como servidão de passagem.
2. PROPRIEDADE
#GRUD
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• Ilhas
• Aluvião
• Avulsão
Acessórias
Originárias • Álveo abandonado
Imóvel • Construções e
plantações
Usucapião
Formas de Registro
Derivadas
aquisição da Sucessão
propriedade Ocupação/Tesouro
Originárias
Usucapião
• Especificação
• Confusão
Móvel
• Comissão
Derivadas
• Adjunção
• Tradição
• Sucessão
#SELIGANOARTIGO
Art. 1228. § 4º O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em
extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de
pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços
considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante.
§ 5º No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o
preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores.
#OLHAOGANCHONADOUTRINA
ENUNCIADO 83 DO CJF – Art. 1.228: Nas ações reivindicatórias propostas pelo Poder Público, não são
aplicáveis as disposições constantes dos §§ 4º e 5º do art. 1.228 do novo Código Civil.
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ENUNCIADO 304 DO CJF – Art.1.228. São aplicáveis as disposições dos §§ 4º e 5º do art. 1.228 do Código
Civil às ações reivindicatórias relativas a bens públicos dominicais, mantido, parcialmente, o Enunciado
83 da I Jornada de Direito Civil, no que concerne às demais classificações dos bens públicos.
#USUCAPIÃO:
16 Art. 1238. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver
estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
17Art.
1242. Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido,
onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os
possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico.
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(i) Área urbana;
(ii) Maior do que 250 metros;
(iii) Utilizada por população de baixa renda;
(iv) Os usucapientes não podem ser proprietários
6. Coletiva de outro imóvel urbano ou rural;
(iv) Para fins de moradia;
(v) Há pelo menos 05 anos;
(vi) Não pode ser possível identificar o terreno
ocupado por cada um.
STJ (593): O indivíduo que tem a propriedade de um veículo que, no entanto, está registrado em nome
de um terceiro no DETRAN, possui interesse de agir para propor ação de usucapião extraordinária (art.
1.261 do CC) já que, com a sentença favorável, poderá regularizar o bem no órgão de trânsito.
26. Direitos reais sobre coisas alheias: servidões, usufruto, uso e habitação.
INSTITUTO CONCEITO
Servidão é a relação jurídica real por meio da qual o
proprietário vincula o seu imóvel, dito serviente, a prestar
certa utilidade a outro prédio, dito dominante, pertencente a
Servidão dono distinto, obrigando-se, em consequência, a não praticar
determinados atos dominiais no prédio serviente ou a não
impedir que neste o proprietário do imóvel dominante
pratique atos de extração da utilidade que lhe foi concedida.
Trata-se de direito real temporário concedido a uma pessoa
para desfrutar um objeto alheio como se fosse próprio,
retirando as suas utilidades e frutos, conteúdo sem alterar-lhe
a substância. Assim, o conteúdo do domínio é fracionado,
pois, enquanto o usufrutuário percebe os frutos naturais,
industriais e civis e retira proveito econômico da coisa,
Usufruto remanesce em poder do nu-proprietário a substância do
direito, vale dizer, a faculdade de disposição da coisa e o seu
próprio valor, podendo alienar, instituir ônus real ou dar
qualquer outra forma de disposição ao objeto, apesar de
despido de importantes atributos. Portanto, como
contrapartida ao aproveitamento do bem e às faculdades que
lhe são concedidas, zelará o usufrutuário pela manutenção da
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integridade da coisa, em sua destinação econômica
O direito real de uso é próximo ao de usufruto, mas com ele
não se confunde. Ambos são temporários por essência, mas o
direito de uso possui abrangência reduzida, pois o seu titular
Uso não tem autorização para gozar a coisa. Ou seja, o usuário
pode usar o bem móvel ou imóvel, desde que não sejam
consumíveis ou fungíveis, sendo-lhe, todavia, impedida a sua
fruição.
Circunscreve-se este direito real à faculdade de seu titular
residir gratuita e temporariamente em um prédio, com sua
Habitação família. O imóvel só se destina à ocupação direta do
beneficiário, sendo insuscetível de locação ou comodato, sob
pena de resolução contratual.
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proprietário do prédio prejudicado. inafastável, essencial.
A utilização de parte da propriedade alheia é As servidões têm por objetivo conceder uma
essencial para que o titular do prédio vizinho maior facilidade (utilidade) ao prédio
possa aproveitar o seu imóvel dominante.
STJ (588): O condomínio, independentemente de previsão em regimento interno, não pode proibir, em
razão de inadimplência, condômino e seus familiares de usar áreas comuns, ainda que destinadas
apenas a lazer.
STJ (591): O proprietário de imóvel tem direito de construir aqueduto no terreno do seu vizinho,
independentemente do consentimento deste, para receber águas provenientes de outro imóvel, desde
que não existam outros meios de passagem de águas para a sua propriedade e haja o pagamento de
prévia indenização ao vizinho prejudicado.
STJ (592): A proibição prevista no art. 1.301, caput, do Código Civil – de não construir janelas a menos de
1,5m do terreno vizinho – possui caráter objetivo e traduz verdadeira presunção de devassamento
("invasão").
STJ (596): Na vigência do Código Civil de 2002, é quinquenal o prazo prescricional para que o condomínio
geral ou edilício (vertical ou horizontal) exercite a pretensão de cobrança de taxa condominial ordinária
ou extraordinária, constante em instrumento público ou particular, a contar do dia seguinte ao
vencimento da prestação.
#ANOTEAÍ
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS REAIS DE GARANTIA
(a) Natureza acessória a garantia real pressupõe a existência de um crédito, que tem natureza
principal. Logo, aplica-se o princípio da gravitação jurídica.
(b) Publicidade isso se dá através do registro. É justamente essa publicidade que garante a
oponibilidade ERGA OMNES, pois surge presunção absoluta de conhecimento.
(c) Sequela ou ambulatoriedade é decorrência da oponibilidade ERGA OMNES. O direito real em
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garantia acompanha o bem, onde quer que ele se encontre.
(d) Preferência (art. 1422) claro que o credor tem preferência sobre aqueles bens.
(e) Excussão o credor com garantia, real, no caso de inadimplemento, não pode ficar com o
objeto da garantia, por força da proibição da cláusula comissória (art. 1428). O credor tem direito à
excussão, ou seja, ao produto da alienação do bem.
A hipoteca é um direito real de garantia, em
virtude do qual um bem imóvel (exceto navios
e aeronaves) remanesce na posse do devedor
ou de terceiros, assegurando
Hipoteca preferencialmente ao credor o pagamento de
uma dívida. Um ou mais bens específicos do
patrimônio imobiliário do devedor ou do
terceiro garantidor são afetados como caução
específica de uma obrigação.
Pelo penhor, entrega-se a coisa móvel,
fungível ou infungível, corpóreo ou incorpóreo
Penhor (ex. créditos), a título de garantia, mas sem a
transferência da propriedade, que remanesce
na titularidade do devedor.
Anticrese é o direito real de garantia em que o
devedor transmite ao seu credor a posse
direta de imóvel de sua propriedade, a fim de
Anticrese que este último pague-se com os frutos
oriundos da exploração econômica da coisa,
paulatinamente abatendo os juros e o débito
principal.
CONCEITO: Negócio jurídico pelo qual o devedor fiduciante aliena o bem adquirido a
um terceiro, o credor fiduciário, que paga o preço ao alienante originário. Constata-se
que o credor fiduciário é o proprietário da coisa, tendo, ainda, um direito real sobre a
coisa que lhe é própria. Com o pagamento de todos os valores devidos, o devedor
fiduciante adquire a propriedade, o que traz a conclusão de que a propriedade do
Alienação credor fiduciário é resolúvel.
fiduciária NATUREZA JURÍDICA: Trata-se de um direito real de garantia sobre coisa própria, que
em pode ser um bem móvel ou imóvel. A propriedade fiduciária é modalidade de
garantia propriedade resolúvel.
TRATAMENTO LEGISLATIVO:
• Código Civil de 2022, arts. 1361 e 1368-A (o último introduzido pela Lei 10931/04).
• Decreto-lei 911/69 (Bens móveis), com as devidas alterações pela Lei 10931/04.
Possibilidade de ação de busca e apreensão da coisa alienada por parte do credor
fiduciário contra o devedor fiduciante;
71
• Lei 9512/97. Com as devidas alterações pela Lei 11481/07. Possibilidade de leilão
extrajudicial do bem.
STJ (588): Em ação de busca e apreensão de bem alienado fiduciariamente, o termo inicial para a
contagem do prazo de 15 dias para o oferecimento de resposta pelo devedor fiduciante é a data
de juntada aos autos do mandado de citação devidamente cumprido (e não a data da execução da
medida liminar).
STJ (599): Não se aplica a teoria do adimplemento substancial aos contratos de alienação
fiduciária em garantia regidos pelo Decreto-Lei 911/69.
#DEOLHONALEGIS
Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou
arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no
Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição
do imóvel.
Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente
vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura
definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se
houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel.
#PERMANEÇAATENTO
72
• Vamos, agora, passar os olhos nas principais modalidades de casamento:
Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo
onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas
que saibam ler e escrever. (...)
Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a
presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o
casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não
tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau. (...)
Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público,
com poderes especiais.
§ 1º A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas,
celebrado o casamento sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ciência da
revogação, responderá o mandante por perdas e danos.
§ 2º O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no
casamento nuncupativo.
§ 3º A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias.
§ 4º Só por instrumento público se poderá revogar o mandato.
(b) NATUREZA JURÍDICA: Existem três correntes a respeito da natureza jurídica do casamento:
73
(i) Teoria institucionalista: para essa corrente, o casamento é uma instituição social. Essa concepção é
defendida por Maria Helena Diniz.
(ii) Teoria contratualista: o casamento constitui um contrato de natureza especial, e com regras próprias
de formação. A essa corrente está filiado Silvio Rodrigues.
(iii) Teoria mista ou eclética: segundo essa corrente, o casamento é uma instituição quanto ao conteúdo
e um contrato especial quanto à formação.
(c) IMPEDIMENTOS DO CASAMENTO (art. 1.521 do CC): Impedem a realização do casamento e geram a
sua nulidade absoluta (art. 1.548, inc. II, do CC):
(d) CAUSAS SUSPENSIVAS DO CASAMENTO (art. 1.523 do CC). Não geram a nulidade absoluta ou relativa do
casamento, mas apenas impõem sanções aos cônjuges. A principal sanção é a imposição do regime da
separação absoluta de bens (art. 1.641, I, do CC). Vejamos as suas hipóteses:
(e) CONCEITO DE UNIÃO ESTÁVEL: união entre duas pessoas caracterizada pela convivência pública,
contínua e duradoura, constituída com o objetivo de constituição de família (art. 1.723, caput, do CC).
74
Segundo o Texto Maior, a lei deve facilitar a sua conversão em casamento (art. 226, § 3.º, da CF/1988).
Como novidade, o Código Civil de 2002 reconheceu a possibilidade de uma pessoa separada de fato ou
judicialmente constituir união estável com terceiro (art. 1.723, § 1.º, do CC). Com a aprovação da
Emenda Constitucional 66/2010, conhecida como Emenda do Divórcio, que retirou do sistema a
separação jurídica ou de direito, a norma somente tem relevância pela menção ao separado de fato.
O regime de bens já foi objeto de uma dica específica. Portanto, se você ainda tem alguma dúvida ou se
gostaria apenas de dar aquela revisada, te peço a gentileza de consultar a dica já elaborada, ok?
1. O novo texto tem aplicação imediata e eficácia horizontal, o que quer dizer que a emenda tem plena
incidência nas relações privadas, independentemente de qualquer norma infraconstitucional.
3. Não há mais qualquer prazo para o divórcio. Desaparece a classificação da matéria em divórcio direto
e indireto. Casa-se um dia e divorcia-se no outro, se essa for a vontade das partes. Esse é o segundo
ponto de destaque. A inovação não enfraquece a família, muito ao contrário, pois é facilitada a
constituição de novos vínculos, o que está mais adequado à realidade contemporânea.
4. Está sendo amplamente debatida pela doutrina e pela jurisprudência a possibilidade de discussão de
culpa em sede de divórcio. Três correntes bem definidas sobre o tema já surgem na doutrina. Para a
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primeira corrente, a culpa persiste para todos os fins, inclusive para os alimentos. Para a segunda
corrente, liderada pelos grandes expoentes do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), a
culpa não pode ser discutida para dissolver o casamento em hipótese alguma (nesse sentido: Giselda
Maria Fernandes Novaes Hironaka, Rodrigo da Cunha Pereira, Maria Berenice Dias, Paulo Lôbo, Rolf
Madaleno, Pablo Stolze Gagliano, Rodolfo Pamplona Filho, José Fernando Simão, entre outros). Ainda
há uma corrente intermediária, à qual está filiado Flávio Tartuce, que admite a discussão da culpa em
casos excepcionais, tais como transmissão de doenças sexualmente transmissíveis entre os cônjuges,
atos de violência e engano quanto à prole (modelo dual, com e sem culpa).
5. Debate-se situação das pessoas que se encontram separadas juridicamente na vigência da nova lei.
Na opinião de Tartuce, tais pessoas não podem ser consideradas automaticamente como divorciadas,
havendo necessidade de ingresso do divórcio judicial ou extrajudicial.
STJ (594): Quando um casal se divorcia sem realizar a imediata partilha dos bens do patrimônio comum,
eles continuarão mantendo uma relação jurídica em torno desses bens. A doutrina afirma que, neste
caso, surge um estado de “mancomunhão” (também chamado de “condomínio de mão única ou
fechada”).
Caso concreto: o casal se divorciou em 2013. Em 2017, decidiram fazer a partilha. Dentre os bens a serem
partilhados, há as cotas de um hospital. Ocorre que as quotas se valorizaram absurdamente entre 2013 e
2017. E agora: o valor das cotas deve corresponder ao ano de 2013 ou ao ano de 2017? 2017 (momento da
partilha).
STJ (595): A proteção matrimonial conferida pelo art. 1.641, II, do Código Civil de 2002, não deve ser
aplicada quando o casamento for precedido de união estável que se iniciou quando os cônjuges eram
menores de 70 anos.
STJ (581): Não deve ser reconhecido o direito à meação dos valores do FGTS anteriores à data da
constância do casamento.
33. Paternidade e filiação. Paternidade post mortem. Filiação por reprodução assistida.
Reconhecimento da paternidade. Paternidade biológica e socioafetiva. Poder familiar.
Alimentos. Alienação parental.
Anote os conceitos:
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(a) FILIAÇÃO: A filiação pode ser conceituada como sendo a relação jurídica decorrente do parentesco por
consanguinidade ou outra origem, estabelecida particularmente entre os ascendentes e descendentes de
primeiro grau.
(C) PATERNIDADE SOCIOAFETIVA (posse de estado de filho): o vínculo paterno-filial decorre, não de traços
sanguíneos, mas sim da relação de amor e afeto estabelecida entre os envolvidos. A tese é pacífica na
jurisprudência brasileira.
STJ (588): O filho, em nome próprio, não tem legitimidade para deduzir em juízo pretensão declaratória
de filiação socioafetiva entre sua mãe - que era maior, capaz e, ao tempo do ajuizamento da ação, pré-
morta (já falecida) - e os supostos pais socioafetivos dela.
STJ (592): Ocorrido o falecimento do autor da ação de investigação de paternidade cumulada com
nulidade da partilha antes da prolação da sentença, sem deixar herdeiros necessários, detém o herdeiro
testamentário, que o sucedeu a título universal, legitimidade e interesse para prosseguir com o feito,
notadamente, pela repercussão patrimonial advinda do potencial reconhecimento do vínculo biológico
do testador.
STF (840): A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o
reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com efeitos
jurídicos próprios.
STF (840): A presunção legal de que os filhos nascidos durante o casamento são filhos do marido não
pode servir como obstáculo para impedir o indivíduo de buscar a sua verdadeira paternidade.
(D) PODER FAMILIAR: O poder familiar será exercido pelo pai e pela mãe, não sendo mais o caso de se utilizar,
em hipótese alguma, a expressão “pátrio poder”, totalmente superada pela despatriarcalização do Direito de
Família, ou seja, pela perda do domínio exercido pela figura paterna no passado. O exercício do poder familiar
está tratado no art. 1.634 do CC, que traz as atribuições desse exercício que compete aos pais, verdadeiros
deveres legais, a saber: a) dirigir a criação e a educação dos filhos; b) ter os filhos em sua companhia e guarda;
c) conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; d) nomear-lhes tutor por testamento ou
documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder
familiar; e) representá-los, até os 16 anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que
forem partes, suprindo-lhes o consentimento; f) reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; g) exigir que
lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.
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#LEGISLAÇÃO #DESPENCAEMPROVA
Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou
arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público,
adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até
suspendendo o poder familiar, quando convenha.
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe
condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão.
STJ (595): REGRA: o CC determina que, quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à
guarda do filho, o juiz deverá aplicar a guarda compartilhada (art. 1.584, § 2º). EXCEÇÕES:
Não será aplicada a guarda compartilhada se:
a) um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor;
b) um dos genitores não estiver apto a exercer o poder familiar.
STJ (599): É válida a aplicação de astreintes quando o genitor detentor da guarda da criança
descumpre acordo homologado judicialmente sobre o regime de visitas.
Ação autônoma ou reconhecimento incidental: A parte pode ingressar com uma ação autônoma
pedindo este reconhecimento ou poderá formular pedido incidental em outra ação.
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O juiz pode reconhecer de ofício a prática de atos de alienação parental? SIM, a Lei faculta ao juiz
esta possibilidade, desde que seja de forma incidental em um processo já instaurado.
(F) ALIMENTOS:
RESUMÃO DE ALIMENTOS
Alimentos são as prestações devidas para a satisfação das necessidades
pessoais daquele que não pode provê-las pelo trabalho próprio.
CONCEITO
Os fundamentos são os princípios constitucionais da dignidade da
pessoa humana e da solidariedade familiar.
Necessidade (de quem pede) + possibilidade (de quem paga) +
PRESSUPOSTOS
proporcionalidade (doutrina moderna)
a) Direito personalíssimo
b) Reciprocidade18
c) Irrenunciabilidade19
CARACTERÍSTICAS
d) Obrigação divisível ou solidária20
e) Obrigação imprescritível
f) Obrigação incessível e inalienável21
18Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes,
recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
19Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito
insuscetível de cessão, compensação ou penhora.
20 Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o
encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas
devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser
chamadas a integrar a lide
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g) Obrigação incompensável
h) Obrigação impenhorável
i) Transmissível22
I. Quanto às fontes:
(a) Alimentos legais ou familiares são os alimentos decorrentes de lei,
fundamentados no Direito de Família.
21 Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito
22 Art. 1.700. A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694
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hospedagem, sem prejuízo do dever de prestar o necessário para a
educação dos menores (art. 170123, caput).
V. Quanto à finalidade:
23Art. 1.701. A pessoa obrigada a suprir alimentos poderá pensionar o alimentando, ou dar-lhe hospedagem e sustento,
sem prejuízo do dever de prestar o necessário à sua educação, quando menor.
24 Parágrafo único. Compete ao juiz, se as circunstâncias o exigirem, fixar a forma do cumprimento da prestação.
25 Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os
recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do
encargo.
26 Art. 1.706. Os alimentos provisionais serão fixados pelo juiz, nos termos da lei processual.
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#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES
STJ (590): Genitora que, ao tempo em que exercia a guarda judicial do filho, representou-o em ação de
execução de débitos alimentares possui legitimidade para prosseguir no processo executivo com intuito
de ser ressarcida, ainda que, no curso da cobrança judicial, a guarda tenha sido transferida ao genitor
(executado).
STF (857): A prisão por dívida de natureza alimentícia está ligada ao inadimplemento inescusável de
prestação, não alcançando situação jurídica a revelar cobrança de saldo devedor. A razão de ser da
prisão civil é a de compelir o devedor a pagar quantia voltada à subsistência do alimentando, não
podendo ser utilizada para exigir débitos pretéritos.
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35. Sucessões. A herança e sua administração. Vocação hereditária. Aceitação e renúncia
da herança. Cessão de herança. Excluídos da herança. Deserdação. Sucessão Legítima.
Sucessão do companheiro.
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de 30 dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro. Isso, sob pena de haver a
herança por aceita.
É o ato solene pelo qual uma pessoa, chamada à sucessão de outra,
declara que a não aceita. Duas são as modalidades de renúncia à herança:
Alcança qualquer classe de herdeiro, seja ele Somente atinge os herdeiros necessários
necessário ou facultativo (ascendentes, descendentes e cônjuge).
As hipóteses de indignidade servem para Existem hipóteses de deserdação que não
deserdação alcançam a indignidade (arts. 1962 e 1963)
Há pedido de terceiros interessados ou do MP, Realizada por testamento, com declaração de
com confirmação em sentença transitada em causa e posterior confirmação por sentença
julgado
#SELIGANORESUMO
Define-se o testamento como um negócio jurídico unilateral,
TESTAMENTO personalíssimo e revogável pelo qual o testador faz disposições de
caráter patrimonial ou extrapatrimonial, para depois de sua morte.
Art. 1.862. São testamentos ordinários:
FORMAS DE TESTAMENTO I - o público;
II - o cerrado;
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III - o particular.
Art. 1.886. São testamentos especiais:
I - o marítimo;
II - o aeronáutico;
III - o militar.
#OLHAADOUTRINA
O que é testamento vital? Trata-se documento em que a pessoa
determina, de forma escrita, que tipo de tratamento ou não
tratamento deseja para a ocasião em que se encontrar doente, em
estado incurável ou terminal, e incapaz de manifestar sua vontade.
13 Regras fundamentais:
1.ª Regra: Art. 1.897. A nomeação de herdeiro, ou legatário, pode fazer-se
pura e simplesmente, sob condição, para certo fim ou modo, ou por
certo motivo.
2.ª Regra: Art. 1.899. Quando a cláusula testamentária for suscetível de
interpretações diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a
observância da vontade do testador.
3.ª Regra: Art. 1.900. É NULA a disposição:
I - que institua herdeiro ou legatário sob a condição captatória de que
este disponha, também por testamento, em benefício do testador, ou de
terceiro;
II - que se refira a pessoa incerta, cuja identidade não se possa averiguar;
III - que favoreça a pessoa incerta, cometendo a determinação de sua
identidade a terceiro;
IV - que deixe a arbítrio do herdeiro, ou de outrem, fixar o valor do
legado;
DISPOSIÇÃO
V - que favoreça as pessoas a que se referem os arts. 1.801 e 1.802.
TESTAMENTÁRIA E
4.ª Regra: Art. 1.901. Valerá a disposição:
EXECUÇÃO DO
I - em favor de pessoa incerta que deva ser determinada por terceiro,
TESTAMENTO
dentre duas ou mais pessoas mencionadas pelo testador, ou
pertencentes a uma família, ou a um corpo coletivo, ou a um
estabelecimento por ele designado;
II - em remuneração de serviços prestados ao testador, por ocasião da
moléstia de que faleceu, ainda que fique ao arbítrio do herdeiro ou de
outrem determinar o valor do legado.
5.ª Regra: Art. 1.902. A disposição geral em favor dos pobres, dos
estabelecimentos particulares de caridade, ou dos de assistência pública,
entender-se-á relativa aos pobres do lugar do domicílio do testador ao
tempo de sua morte, ou dos estabelecimentos aí sitos, SALVO se
manifestamente constar que tinha em mente beneficiar os de outra
localidade.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, as instituições particulares
preferirão sempre às públicas.
6.ª Regra: Art. 1.903. O erro na designação da pessoa do herdeiro, do
legatário, ou da coisa legada ANULA a disposição, SALVO se, pelo
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contexto do testamento, por outros documentos, ou por fatos
inequívocos, se puder identificar a pessoa ou coisa a que o testador
queria referir-se.
7.ª Regra: Art. 1.904. Se o testamento nomear dois ou mais herdeiros,
sem discriminar a parte de cada um, partilhar-se-á por igual, entre
todos, a porção disponível do testador.
8.ª Regra: Art. 1.905. Se o testador nomear certos herdeiros
individualmente e outros coletivamente, a herança será dividida em
tantas quotas quantos forem os indivíduos e os grupos designados.
9.ª Regra: Art. 1.906. Se forem determinadas as quotas de cada herdeiro,
e não absorverem toda a herança, o remanescente pertencerá aos
herdeiros legítimos, segundo a ordem da vocação hereditária.
10.ª Regra: Art. 1.907. Se forem determinados os quinhões de uns e não
os de outros herdeiros, distribuir-se-á por igual a estes últimos o que
restar, depois de completas as porções hereditárias dos primeiros.
11.ª Regra: Art. 1.908. Dispondo o testador que não caiba ao herdeiro
instituído certo e determinado objeto, dentre os da herança, tocará ele
aos herdeiros legítimos.
12.ª Regra: Art. 1.909. São ANULÁVEIS as disposições testamentárias
inquinadas de erro, dolo ou coação.
Parágrafo único. Extingue-se em 4 anos o direito de anular a disposição,
contados de quando o interessado tiver conhecimento do vício.
13.ª Regra: Art. 1.910. A ineficácia de uma disposição testamentária
importa a das outras que, sem aquela, não teriam sido determinadas
pelo testador.
O codicilo é um ato particular de última vontade simplificado e de
expressão não considerável, para o qual a lei NÃO exige maiores
CODICILO
solenidades.
O legado constitui uma disposição específica sucessória, realizada a
título singular. Contrapõe-se ao testamento pelo fato de ser este uma
LEGADOS disposição da herança a título universal.
O direito de acrescer é aquele mediante o qual um coerdeiro ou
colegatário recebe proporcionalmente a parte do outro, nomeado
DIREITOS DE ACRESCER
conjuntamente, que não pôde aceitá-la ou a ela renunciou.
Art.1.992. O herdeiro que sonegar bens da herança, não os descrevendo
no inventário quando estejam em seu poder, ou, com o seu
conhecimento, no de outrem, ou que os omitir na colação, a que os deva
levar, ou que deixar de restituí-los, PERDERÁ O DIREITO QUE SOBRE
SONEGADO
ELES LHE CABIA.
Art. 1.993. Além da pena cominada no artigo antecedente, se o
sonegador for o próprio inventariante, remover-se-á, em se provando a
sonegação, ou negando ele a existência dos bens, quando indicados.
A testamentaria é instituição que pode surgir quando a vocação opera
por força de testamento e o autor da sucessão nomeia uma ou mais
TESTAMENTEIRO
pessoas para que fiquem encarregadas de vigiar o cumprimento do
seu testamento ou de o executar, no todo ou em parte.
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Art. 1.969. O testamento pode ser revogado pelo MESMO MODO E
FORMA como pode ser feito.
Art. 1.970. A revogação do testamento pode ser total ou parcial.
Parágrafo único. Se parcial, ou se o testamento posterior não contiver
cláusula revogatória expressa, o anterior subsiste em tudo que não for
contrário ao posterior.
Art. 1.971. A revogação produzirá seus efeitos, ainda quando o
testamento, que a encerra, vier a caducar por exclusão, incapacidade
REVOGAÇÃO E ou renúncia do herdeiro nele nomeado; NÃO valerá, se o testamento
ROMPIMENTO DO revogatório for anulado por omissão ou infração de solenidades
TESTAMENTO essenciais ou por vícios intrínsecos.
Art. 1.973. Sobrevindo descendente sucessível ao testador, que não o
tinha ou não o conhecia quando testou, rompe-se o testamento em
TODAS as suas disposições, se esse descendente sobreviver ao testador.
Art. 1.974. Rompe-se também o testamento feito na ignorância de
existirem outros herdeiros necessários.
Art. 1.975. NÃO se rompe o testamento, se o testador dispuser da sua
metade, não contemplando os herdeiros necessários de cuja existência
saiba, ou quando os exclua dessa parte.
STJ (594): O projeto, o esboço e a obra arquitetônica são considerados como obra de criação intelectual
e, por conta disso, o autor goza de proteção da Lei nº 9.610/98 (Lei dos Direitos Autorais).
STJ (594): Nos contratos sob encomenda de obras intelectuais, a pessoa jurídica que figura como
encomendada na relação contratual pode ser titular dos direitos autorais, conforme interpretação do
art. 11, parágrafo único, da Lei nº 9.610/98. Assim, ocorrendo a utilização indevida da obra encomendada,
sem a devida autorização, caberá à pessoa jurídica contratada pleitear a reparação dos danos sofridos.
STJ (597): A transmissão de músicas por meio da rede mundial de computadores mediante o emprego
da tecnologia streaming (webcasting e simulcasting) demanda autorização prévia e expressa pelo titular
dos direitos de autor e caracteriza fato gerador de cobrança pelo ECAD relativa à exploração econômica
desses direitos.
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Quanto aos registros públicos, acho que compensa relembrar um pouquinho o procedimento de dúvida. Para
tanto, nada melhor do que aquela explicação do nosso querido e genial Márcio.
Procedimento: Encontra-se previsto no art. 198 da Lei nº 6.015/73. Se o Oficial entender que existe
exigência a ser satisfeita, ele deverá indicá-la por escrito para que o apresentante atenda.
Caso o apresentante não se conforme com a exigência feita, ou se não puder atendê-la, ele poderá
requerer que o título e a declaração de dúvida sejam remetidos ao juízo competente para dirimi-la,
obedecendo-se ao seguinte:
I - o Oficial anotará no Protocolo, à margem da prenotação, a ocorrência da dúvida;
Il - após certificar, no título, a prenotação e a suscitação da dúvida, o Oficial deverá rubricar todas as
suas folhas;
III - em seguida, o Oficial:
• dará ciência dos termos da dúvida ao apresentante, ou seja, fornecerá a ele, por escrito, as razões
pelas quais não aceitou fazer o registro; e
• notificará o apresentante para, no prazo de 15 dias, impugnar essas razões, ou seja, para apresentar os
argumentos pelos quais não concorda com a exigência feita.
IV - certificado o cumprimento do disposto no item III, as razões da dúvida e o título deverão ser
remetidos ao juízo competente, mediante carga.
Oitiva do MP (prazo: 10 dias): Art. 200. Impugnada a dúvida com os documentos que o interessado
apresentar, será ouvido o Ministério Público, no prazo de dez dias.
Diligências: Art. 201. Se não forem requeridas diligências, o juiz proferirá decisão no prazo de quinze
dias, com base nos elementos constantes dos autos.
Produção de provas: Não é possível a dilação probatória, pois se trata de procedimento especial e
sumário (posição da maioria da doutrina). Assim, o exame de questões mais complexas, que envolvam
produção de provas deverá ser resolvida pela jurisdicional adequada.
É possível a intervenção de terceiros no procedimento de dúvida? NÃO.
Sentença: A dúvida é decidida por sentença, que deverá ser prolatada no prazo de 15 dias.
Apesar de o art. 202 da LRP utilizar o nome "sentença", a doutrina e a jurisprudência entendem que não
se trata de uma sentença igual àquela prevista no art. 203, § 1º, do CPC/2015. A sentença do
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procedimento de dúvida (art. 202 da LRP) é um ato decisório administrativo, que não se reveste das
mesmas características da sentença judicial, não resultando de quaisquer das hipóteses previstas nos
arts. 485 e 487 do CPC/2015.
Juízo competente: O juízo competente é previsto na Lei de Organização Judiciária. Em geral, é o Juiz da
Vara de Registros Públicos.
Resultado da sentença (art. 203): Transitada em julgado a decisão da dúvida, proceder-se-á do seguinte
modo:
I - se for julgada PROCEDENTE (o Oficial tinha razão): não é efetuado o registro. Os documentos são
devolvidos à parte, independentemente de translado, dando-se ciência da decisão ao Oficial, para que a
consigne no Protocolo e cancele a prenotação.
II - se for julgada IMPROCEDENTE (o Oficial não tinha razão): é efetuado o registro. O interessado
apresentará, de novo, os seus documentos, com o respectivo mandado, ou certidão da sentença, que
ficarão arquivados, para que, desde logo, se proceda ao registro, declarando o oficial o fato na coluna
de anotações do Protocolo.
Recurso cabível contra a sentença: APELAÇÃO. Aqui também é importante esclarecer que esta
"apelação" prevista no procedimento de dúvida não é igual à apelação do art. 1.009 do CPC/2015. A
apelação do procedimento de dúvida (art. 202 da LRP) tem natureza administrativa e a apelação do CPC
é recurso judicial.
Quem julga apelação no procedimento de dúvida: Depende da Lei de Organização Judiciária. Em regra é
a Corregedoria Geral de Justiça.
Inexistência de coisa julgada: Qualquer que seja a decisão proferida no procedimento de dúvida, sobre
ela não pesarão os efeitos da coisa julgada judicial. Isso significa dizer que a discussão pode ser reaberta
no campo jurisdicional, por meio de um processo judicial.
Súmula 549-STJ: É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação.
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Súmula 364-STJ: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel
pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.
Súmula 486-STJ: É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros,
desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família.
Súmula 547-STJ: Nas ações em que se pleiteia o ressarcimento dos valores pagos a título de
participação financeira do consumidor no custeio de construção de rede elétrica, o prazo prescricional
é de vinte anos na vigência do Código Civil de 1916. Na vigência do Código Civil de 2002, o prazo é de
cinco anos se houver previsão contratual de ressarcimento e de três anos na ausência de cláusula nesse
sentido, observada a regra de transição disciplinada em seu art. 2.028.
Súmula 380-STJ: A simples propositura da ação de revisão de contrato não inibe a caracterização da
mora do autor. De juros efetivamente contratada - por ausência de pactuação ou pela falta de juntada
do instrumento aos autos -, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada nas
operações da mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor.
Súmula 538-STJ As administradoras de consórcio têm liberdade para estabelecer a respectiva taxa de
administração, ainda que fixada em percentual superior a dez por cento.
Súmula 539-STJ: É permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior à anual em contratos
celebrados com instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional a partir de 31/3/2000 (MP n.
1.963-17/2000, reeditada como MP n. 2.170- 36/2001), desde que expressamente pactuada.
Súmula 541-STJ: A previsão no contrato bancário de taxa de juros anual superior ao duodécuplo da
mensal é suficiente para permitir a cobrança da taxa efetiva anual contratada.
Súmula 529-STJ: No seguro de responsabilidade civil facultativo, não cabe o ajuizamento de ação pelo
terceiro prejudicado direta e exclusivamente em face da seguradora do apontado causador do dano.
Súmula 491-STF: É indenizável o acidente que cause a morte de filho menor, ainda que não exerça
trabalho remunerado.
Súmula 54-STJ: Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade
extracontratual.
Súmula 385-STJ: Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por
dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento.
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Súmula 37-STJ: São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo
fato.
Súmula 387-STJ: É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.
Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da
imagem de pessoa com fins econômicos ou empresariais.
Súmula 540-STJ: Na ação de cobrança do seguro DPVAT, constitui faculdade do autor escolher entre os
foros do seu domicílio, do local do acidente ou ainda do domicílio do réu.
Súmula 544-STJ: É válida a utilização de tabela do Conselho Nacional de Seguros Privados para
estabelecer a proporcionalidade da indenização do seguro DPVAT ao grau de invalidez também na
hipótese de sinistro anterior a 16/12/2008, data da entrada em vigor da Medida Provisória nº 451/2008.
Súmula 474-STJ: A indenização do seguro DPVAT, em caso de invalidez parcial do beneficiário, será
paga de forma proporcional ao grau da invalidez.
Súmula 257-STJ: A falta de pagamento do prêmio do seguro obrigatório de Danos Pessoais Causados
por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT) não é motivo para a recusa do pagamento da
indenização.
Súmula 246-STJ: O valor do seguro obrigatório deve ser deduzido da indenização judicialmente fixada.
Súmula 426-STJ: Os juros de mora na indenização do seguro DPVAT fluem a partir da citação.
Súmula 405-STJ: A ação de cobrança do seguro obrigatório DPVAT prescreve em três anos.
Súmula 187-STF: A responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com o passageiro, não
é elidida, por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva.
Súmula 402-STJ: O contrato de seguro por danos pessoais compreende danos morais, salvo cláusula
expressa de exclusão.
Súmula 465-STJ: Ressalvada a hipótese de efetivo agravamento do risco, a seguradora não se exime do
dever de indenizar em razão da transferência do veículo sem a sua prévia comunicação.
91
Súmula 101-STJ: A ação de indenização do segurado em grupo contra a seguradora prescreve em um
ano.
Súmula.92-STJ: A terceiro de boa-fé não é oponível a alienação fiduciária não anotada no certificado de
registro do veículo automotor.
Súmula 549-STJ: É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação.
Súmula 214-STJ: O fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual
não anuiu.
Súmula 335-STJ: Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das
benfeitorias e ao direito de retenção.
Súmula 63-STJ: São devidos direitos autorais pela retransmissão radiofônica de música em
estabelecimentos comerciais.
Súmula 478-STJ: Na execução de crédito relativo a cotas condominiais, este tem preferência sobre o
hipotecário.
Súmula 415-STF: Servidão de trânsito não titulada, mas tomada permanente, sobretudo pela natureza
das obras realizadas, considera-se aparente, conferindo direito a proteção possessória.
Súmula 197-STJ: O divórcio direto pode ser concedido sem que haja prévia partilha dos bens.
Súmula 301-STJ: Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz
presunção "juris tantum" de paternidade.
Súmula 277-STJ: Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir
da citação.
92
Súmula 1-STJ: O foro do domicílio ou da residência do alimentando é o competente para a ação de
investigação de paternidade, quando cumulada com a de alimentos.
Súmula 358-STJ: O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à
decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos.
Súmula 309-STJ: O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as
três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.
Súmula 278-STJ: O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o
segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral.
DIREITO EMPRESARIAL27
Empresário é quem pratica os chamados atos de Empresário é quem exerce “empresa”, ou seja,
comércio, previstos expressamente na legislação. quem executa atividade econômica organizada
Foi o modelo do CC/1850. O problema é que destinada à produção e circulação de bens e
muitas atividades ficavam de fora, o que gerava serviços. Foi a teoria adotada pelo CC/02.
dificuldades práticas, já que, por não serem
consideradas atividades empresariais, elas não #DEOLHONOARTIGO
podiam utilizar certos instrumentos tipicamente Art. 966. Considera-se empresário quem exerce
comerciais (ex. falência). profissionalmente atividade econômica organizada
para a produção ou a circulação de bens ou de
serviços.
Obs. O material foi produzido com base na FUC, no resumo do João Paulo Lordelo, nas anotações pessoais de minha
autoria e, principalmente, a partir do livro do André Luiz Santa Cruz Ramos, do qual eu extraí quase todos os quadros
sinópticos que ilustram o material.
93
Adoção de critério formal para enquadramento dos agentes econômicos
Exceção
Regra Não abrangia aqueles que exerciam atividades
Abrangia todos aqueles que praticassem algum previstas no rol enumerativo, tais como
dos atos de comércio (rol enumerativo) prestadores de serviço e negociadores de
imóveis
Sujeição ao regime jurídico comercial Não sujeição ao regime jurídico comercial
Usos e costumes
• Código Comercial de mercantis
1850 (só comércio Exemplo: fatores
Normas civis,
marítimo) • Usos de direito econômicos
especialmente no
• Código Civil de 2002 (ou usos
campo das obrigações
(normas empresariais propriamente
e dos contratos
gerais) ditos)
• Legislação esparsa* • Usos de fato (ou
usos
convencionais)
*Exemplos (microssistemas): Lei nº 8934/94 (registro de empresas); Lei 6404/76 (direitos societário); LC
123/06 (microempresas e empresas de pequeno porte)
#BASTAALEI
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
94
observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
Como vimos acima, o CC/02 adotou a TEORIA DA EMPRESA, de modo que todo aquele que exerce
empresa (atividade) será considerado empresário. Veja a síntese do art. 966, e de seu importante
parágrafo único28:
Teoria da Regra
empresa Exceção: quando o exercício
Profissionais intelectuais
Exceção:
da profissão constitui
Adoção de outros
elemento de empresa
critérios para
determinados agentes Regra
Exercente de atividade
econômicos específicos Exceção: quando optar por
rural
registro na Junta Comercial
(natureza constitutiva)
28Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou
artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de
empresa.
95
Cooperativas
Sociedade por ações
Sociedades de advogados
#ATENÇÃONODETALHE:
Empresário é gênero. Empresário é todo aquele que exerce a atividade empresa. Se o exercente for uma
pessoa física, chamamos essa pessoa de EMPRESÁRIO INDIVIDUAL. Por outro lado, se o exercente for
uma pessoa jurídica, então a chamamos de SOCIEDADE EMPRESÁRIA ou de EIRELI, que é uma pessoa
jurídica distinta da sociedade (veremos depois).
#CUIDADO
Como funciona a responsabilidade do empresário individual? Sua responsabilidade é ilimitada,
justamente em virtude do fato de que não há a constituição de outra pessoa (outro centro de
imputação). Sendo assim, os bens individuais do empresário individual respondem pelas dívidas
contraídas no exercício da empresa.
O Código Civil cria algumas restrições para que uma pessoa física exerça a atividade empresarial (para
que se transforme em empresária individual).
Os legalmente impedidos
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, CONTINUAR a
empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
96
§ 1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da
empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz,
ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos
adquiridos por terceiros.
§ 2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão
ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que
conceder a autorização.
#DESPENCAEMPROVA #VAICAIR
Se o empresário for casado,
Art. 978. O empresário casado pode, SEM NECESSIDADE DE OUTORGA CONJUGAL, qualquer que seja o
regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
Enunciado 198 do CJF: “A inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para a sua
caracterização, admitindo-se o exercício da empresa sem tal providência. O empresário irregular reúne
os requisitos do art. 966, sujeitando-se às normas do Código Civil e da legislação comercial, salvo
naquilo em que forem incompatíveis com a sua condição ou diante de expressa disposição em
contrário”.
Ou seja, o registro NÃO TEM NATUREZA CONSTITUTIVA, exceto para o empresário rural.
Todavia, se não for registrado, o empresário se torna irregular, sofrendo, com isso, algumas restrições
impostas pela lei.
Ex. O empresário irregular não pode, por exemplo, pedir a falência de terceiros, embora possa pedir a
sua própria falência (autofalência).
97
Vamos por partes.
1. EIRELI
• (a) Conceito: É uma nova pessoa jurídica de direito privado (associações, sociedade, EIRELI)
constituída por um único titular, que responde limitadamente pelo resultado da empresa.
o Conforme vimos acima, a responsabilidade do empresário individual é ilimitada. A ideia
do legislador, ao criar a EIRELI, foi permitir justamente que uma única pessoa pudesse
exercer a empresa com responsabilidade limitada.
• (b) Capital mínimo: a lei exige capital mínimo (igual ou superior a 100 vezes o valor do maior
salário mínimo vigente no país) para a sua constituição.
• (c) Nome empresarial: A EIRELI pode usar tanto firma quanto denominação.
• (d) Limitação de constituição: o § 2.º do art. 980-A do CC diz que “a pessoa natural que
constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma
única empresa dessa modalidade”.
2. Estabelecimento
• (a) Conceito: Trata-se de todo o conjunto de bens, materiais ou imateriais, que o empresário
utiliza no exercício da sua atividade.
Mercadorias
Instalações
Bens corpóreos
Equipamentos
Estabelecimento Veículos e etc
empresarial Marcas
Patentes
Bens incorpóreos
Direitos
Ponto
• (b) Natureza jurídica: a doutrina considerada o estabelecimento empresarial uma
universalidade de fato, uma vez que os elementos que o compõem formam uma coisa unitária
exclusivamente em razão da destinação que o empresário lhes dá, e não em virtude de
disposição legal.
98
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista
neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.
#DEOLHONAJURIS: É válida a cláusula contratual de não concorrência, desde que limitada espacial e
temporalmente. Isso porque esse tipo de cláusula protege a concorrência e os efeitos danosos
decorrentes de potencial desvio de clientela, sendo esses valores jurídicos reconhecidos
constitucionalmente. Assim, quando a relação estabelecida entre as partes for eminentemente
comercial, a cláusula que estabeleça dever de abstenção de contratação com sociedade empresária
concorrente pode sim irradiar efeitos após a extinção do contrato, desde que por um prazo certo e
em determinado lugar específico (limitada temporária e espacialmente). Ex: João resolveu montar
um quiosque no shopping para vender celulares, cartões pré-pagos etc. Para isso, ele fez um contrato
com a operadora de celular “XXX” por meio da qual ele somente iria vender os produtos e serviços
dessa operadora e, em troca, ela ofereceria a ele preços diferenciados, consultoria e treinamento
para abrir a loja. No contrato assinado com a operadora, havia uma cláusula dizendo que João estava
proibido, por 6 meses após a extinção do contrato de contratar com qualquer empresa concorrente
naquela cidade. Essa cláusula de não concorrência é válida. STJ. 3ª Turma. REsp 1.203.109-MG, Rel.
Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 6/5/2015 (Info 561).
3. Nome empresarial
Deve conter o nome civil do Serve de Contrata
empresário ou dos sócios da assinatura assinando o
Firma
sociedade empresária e pode do nome
Nome conter ramos de atividade empresário empresarial
empresarial Não serve Contrata
Deve designar o objeto da
de assinando
empresa e pode adotar nome
Denominação assinatura com o nome
civil ou qualquer outra
do civil do
expressão
empresário representante
Empresário individual
Firma Sociedade em nome coletivo
Nome Sociedade em comandita simples
empresarial
Denominação Sociedade anônima
Sociedade limitada
Firma ou denominação
Sociedade em comandita por ações
4. Propriedade industrial
• Tema de baixa incidência em provas da magistratura estadual (EM QUE PESE O TJSC!!!!). Para
eventual questão objetiva, entenda apenas as ideias gerais:
PATENTE REGISTRO
Modelo de
Invenção Desenho industrial Marca
utilidade
20 anos 15 anos
Duração 10 anos 10 anos
(Mín. 10 anos) (Mín. 7 anos)
99
Prorrogável sem
Prorrogável por até
limite
Prorrogação Não admite 3 períodos de 5
(Requer 1 ano
anos cada
antes do término)
Cabe licença compulsória (não é pacífica a possibilidade de
Licença Não admite
licença compulsória do desenho industrial)
Novidade; Novidade;
Novidade relativa;
Atividade inventiva; Originalidade;
Requisitos Não colidência;
Aplicação industrial; Licitude
Licitude
Licitude
Meus colegas, tenho certeza que esse ponto nº 7, de baixa incidência em provas da magistratura
estadual, foi negligenciado, compreensivelmente, pela imensa maioria de vocês. Pensando nisso, resolvi
explicar o tema com mais vagar, só para que não sejamos surpreendidos no dia 25. Vamos lá.
A Lei Antitruste tem como fundamentos constitucionais o art. 170, que prevê a livre concorrência como
princípio da ordem econômica, e o art. 173, §4º, que estabelece que “a lei reprimirá o abuso do poder
econômico que vise a dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário
dos lucros”.
Vale lembrar que, assim como compete à União, aos Estados e ao DF legislar concorrentemente sobre
direito econômico, compete a eles a legislação do direito da concorrência.
Esquematicamente, pode-se dizer que o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, que tem missão
preventiva e repressiva, possui 3 vertentes principais de atuação (finalidades), quais sejam:
1. Controle de estruturas: que visa a prevenção de atos de concentração que possam implicar
em abuso do poder econômico;
Art. 88. Serão submetidos ao CADE pelas partes envolvidas na operação os ATOS DE CONCENTRAÇÃO
ECONÔMICA29 em que, cumulativamente:
I - pelo menos um dos grupos envolvidos na operação tenha registrado, no último balanço, faturamento
bruto anual ou volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$
400.000.000,00; e
II - pelo menos um outro grupo envolvido na operação tenha registrado, no último balanço, faturamento
bruto anual ou volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$
30.000.000,00.
29Esses atos que visam a qualquer forma de concentração econômica (horizontal, vertical ou conglomeração), podem se dar
através de fusão ou de incorporação de empresas, de constituição de sociedade para exercer o controle de empresas ou
qualquer forma de agrupamento societário.
100
(...)
§ 2º O controle dos atos de concentração de que trata o caput deste artigo será PRÉVIO e realizado em, no
máximo, 240 dias, a contar do protocolo de petição ou de sua emenda.
(...)
§ 5º Serão PROIBIDOS os atos de concentração que impliquem eliminação da concorrência em parte
substancial de mercado relevante, que possam criar ou reforçar uma posição dominante ou que possam
resultar na dominação de mercado relevante de bens ou serviços, ressalvado o disposto no § 6º deste
artigo.
§ 6º Os atos a que se refere o § 5º deste artigo poderão ser autorizados, desde que sejam observados os
limites estritamente necessários para atingir os seguintes objetivos:
I - cumulada ou alternativamente:
a) aumentar a produtividade ou a competitividade;
b) melhorar a qualidade de bens ou serviços; ou
c) propiciar a eficiência e o desenvolvimento tecnológico ou econômico; e
II - sejam repassados aos consumidores parte relevante dos benefícios decorrentes.
Art. 31. Esta Lei aplica-se às pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado, bem como a
quaisquer associações de entidades ou pessoas, constituídas de fato ou de direito, ainda que
temporariamente, com ou sem personalidade jurídica, mesmo que exerçam atividade sob regime de
monopólio legal.
Art. 32. As diversas formas de infração da ordem econômica implicam a responsabilidade da empresa e
a responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores, solidariamente.
Art. 33. Serão solidariamente responsáveis as empresas ou entidades integrantes de grupo econômico,
de fato ou de direito, quando pelo menos uma delas praticar infração à ordem econômica.
Art. 34. A personalidade jurídica do responsável por infração da ordem econômica poderá ser
desconsiderada quando houver da parte deste abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato
ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social.
Parágrafo único. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de
insolvência, encerramento ou inatividade da PJ provocados por má administração.
Art. 35. A repressão das infrações da ordem econômica não exclui a punição de outros ilícitos previstos
em lei.
Art. 36. Constituem infração da ordem econômica, INDEPENDENTEMENTE DE CULPA, os atos sob
qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda
que não sejam alcançados:
I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa;
II - dominar mercado relevante de bens ou serviços;
III - aumentar arbitrariamente os lucros; e
IV - exercer de forma abusiva posição dominante.
(...)
§ 2º Presume-se posição dominante sempre que uma empresa ou grupo de empresas for capaz de
alterar unilateral ou coordenadamente as condições de mercado ou quando controlar 20% ou mais do
mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo Cade para setores específicos da
economia.
101
(...)
§ 3º As seguintes condutas, além de outras, na medida em que configurem hipótese prevista
no caput deste artigo e seus incisos, caracterizam infração da ordem econômica: (...) ROL
EXEMPLIFICATIVO.
Art. 45. Na aplicação das penas estabelecidas nesta Lei, levar-se-á em consideração:
I - a gravidade da infração;
II - a boa-fé do infrator;
III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
IV - a consumação ou não da infração;
V - o grau de lesão, ou perigo de lesão, à livre concorrência, à economia nacional, aos consumidores, ou
a terceiros;
VI - os efeitos econômicos negativos produzidos no mercado;
VII - a situação econômica do infrator; e
VIII - a reincidência.
3ª inovação = A nova Lei trouxe a permissão ao CADE para aprovar atos de concentração
econômica que causam danos graves e substanciais à concorrência, desde que tragam eficiências
econômicas (ganhos de produtividade e inovações tecnológicas) garantindo aos consumidores o
repasse de parte relevante de tais benefícios.
Anteriormente (Lei nº 8.884/94), o CADE não podia autorizar uniões empresariais que
causassem danos exagerados à concorrência, ainda que ganhos de eficiência econômica
fossem produzidos.
#TEMADAMODA #LAVAJATONAPROVA
Acordo de leniência
Assemelha-se à delação premiada e consiste na concessão de benefício ao coautor de conduta
infracional da ordem econômica que passe a colaborar com as investigações, indicando os demais
envolvidos e fornecendo provas da ocorrência da infração, que muitas vezes é de difícil obtenção.
Art. 86. O Cade, por intermédio da Superintendência-Geral, poderá celebrar acordo de leniência, com a
extinção da ação punitiva da administração pública ou a redução de 1 a 2/3 da penalidade aplicável, nos
termos deste artigo, com PF ou PJ que forem autoras de infração à ordem econômica, desde que colaborem
efetivamente com as investigações e o processo administrativo e que dessa colaboração resulte:
102
I - a identificação dos demais envolvidos na infração; e
II - a obtenção de informações e documentos que comprovem a infração noticiada ou sob investigação.
§ 1º O acordo de que trata o caput deste artigo somente poderá ser celebrado se preenchidos,
cumulativamente, os seguintes requisitos:
I - a empresa seja a primeira a se qualificar com respeito à infração noticiada ou sob investigação;
II - a empresa cesse completamente seu envolvimento na infração noticiada ou sob investigação a partir da
data de propositura do acordo;
III - a Superintendência-Geral não disponha de provas suficientes para assegurar a condenação da empresa
ou pessoa física por ocasião da propositura do acordo; e
IV - a empresa confesse sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as
investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada, a
todos os atos processuais, até seu encerramento.
§ 2º Com relação às PF, elas poderão celebrar acordos de leniência desde que cumpridos os requisitos II, III e
IV do §1º deste art.
§ 3º O acordo de leniência firmado com o Cade, por intermédio da Superintendência-Geral, estipulará as
condições necessárias para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do processo. (...)
§ 7º A empresa ou PF que não obtiver, no curso de inquérito ou processo administrativo, habilitação para a
celebração do acordo de que trata este artigo, poderá celebrar com a Superintendência-Geral, até a
remessa do processo para julgamento, acordo de leniência relacionado a uma outra infração, da qual o
Cade não tenha qualquer conhecimento prévio.
§ 9º Considera-se SIGILOSA a proposta de acordo de que trata este artigo, salvo no interesse das
investigações e do processo administrativo.
§ 10. Não importará em confissão quanto à matéria de fato, nem reconhecimento de ilicitude da conduta
analisada, a proposta de acordo de leniência rejeitada, da qual não se fará qualquer divulgação.
§ 12. Em caso de descumprimento do acordo de leniência, o beneficiário ficará impedido de celebrar novo
acordo de leniência pelo prazo de 3 anos, contado da data de seu julgamento.
O acordo de leniência era, antes, realizado pela Secretaria de Direito Econômico (SDE). Agora, com o
advento da nova lei, é celebrado pelo CADE, por intermédio da Superintendência-Geral.
#OLHAOGANCHO
O acordo de leniência gera, também, efeitos penais:
Art. 87. Nos crimes contra a ordem econômica, tipificados na Lei no 8.137, e nos demais crimes
diretamente relacionados à prática de cartel, tais como os tipificados na Lei no 8.666,e os tipificados
no art. 288 do Decreto-Lei nº 2.848 - Código Penal, a celebração de acordo de leniência, nos termos desta
Lei, determina a SUSPENSÃO do curso do prazo prescricional e impede o oferecimento da denúncia com
relação ao agente beneficiário da leniência.
Parágrafo único. Cumprido o acordo de leniência pelo agente, EXTINGUE-SE AUTOMATICAMENTE A
PUNIBILIDADE dos crimes a que se refere o caput deste artigo.
Esses dois tópicos devem ser estudados em direito do consumidor, pois não há nada de diferente que
mereça um estudo específico aqui no nosso edital de direito empresarial.
103
9. Teoria Geral do Direito Societário. Ato constitutivo das sociedades. Classificação das
sociedades. Da sociedade não personificada e personificada. Sociedades simples e
sociedades empresárias. Registro Público das sociedades. Sociedade rural.
Desconsideração da personalidade jurídica30.
O direito societário compreende o estudo das sociedades. E as sociedades, por sua vez, são pessoas
jurídicas de direito privado, decorrentes da união de pessoas, que possuem fins econômicos, ou seja, são
constituídas com a finalidade de exploração de uma atividade econômica e repartição dos lucros entre
seus membros.
• Sociedades empresárias exercem empresa, nos termos do art. 966, CC.
• Sociedades simples não exercem empresa (ex. art. 966, PU, CC).
#ATENÇÃO
(I) Sociedade entre cônjuges
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham
casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.
(II) Sociedade unipessoal?
O Brasil admite a constituição de sociedade unipessoal? A resposta é NEGATIVA. Em nosso ordenamento
jurídico, a pluralidade de sócios é pressuposto de existência de uma sociedade (art. 981 do Código Civil).
Há apenas um caso excepcional de sociedade unipessoal admitido em nosso ordenamento jurídico.
Trata-se da chamada sociedade subsidiária integral, espécie de sociedade anônima que tem como único
sócio uma sociedade brasileira (art. 251, § 2.º, da LSA).
(III) Sociedade nacional
Art. 1.126. É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a
sede de sua administração.
104
Sociedade em comandita simples
(quanto ao sócio comanditário)
De capital
Sociedade anônima
Sociedade em comandita por ações
Sociedade em comum
Não Personificadas
Sociedade em conta de participação
Sociedade limitada
Sociedades no Sociedade anônima
CC
Personificadas Sociedade em nome coletivo
#RESUMEOSTIPOS, COACH!!!!!!
OK!!! As sociedades personificadas serão objeto de tópicos específicos. Vou então, apresentar as
principais características das sociedades não personificadas, certo? São geralmente as que nos causam
confusão.
105
(ii) Integralização é o efetivo ato de transferência patrimonial do sócio para a sociedade.
10.Sociedade limitada.
#SELIGANORESUMO
Trata-se do tipo societário mais utilizado no Brasil. Isso se deve,
basicamente, a dois fenômenos: (i) a responsabilidade dos sócios é
IDEIAS GERAIS
LIMITADA e (ii) a sociedade é CONTRATUAL, o que permite maior
flexibilidade aos sócios.
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular
ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se
pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos
sócios, se jurídicas;
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo
compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação
pecuniária;
CONTRATO SOCIAL IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em
serviços;
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e
seus poderes e atribuições;
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações
sociais.
Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto
separado, contrário ao disposto no instrumento do contrato.
Corresponde ao montante de contribuições dos sócios para a sociedade,
a fim de que ela possa cumprir seu objeto social. O capital social deve ser
CAPITAL SOCIAL sempre expresso em moeda corrente nacional.
Opções para o Purgar a mora e
sócio remisso indenizar a
106
sociedade pelos
danos
emergentes da
mora
Sujeitar-se à
cobrança judicial
Com diminuição do capital
social
Exclusão da OU
sociedade Com a aquisição das ações
pelos sócios, terceiros ou
pela própria sociedade
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é
RESPONSABILIDADE
restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente
DOS SÓCIOS
pela integralização do capital social.
Art. 1.066. Sem prejuízo dos poderes da assembleia dos sócios, pode o
contrato instituir conselho fiscal composto de três ou mais membros e
respectivos suplentes, sócios ou não, residentes no País, eleitos na
assembleia anual prevista no art. 1.078.
§ 1º Não podem fazer parte do conselho fiscal, além dos inelegíveis
enumerados no § 1º do art. 1.011, os membros dos demais órgãos da
CONSELHO FISCAL
sociedade ou de outra por ela controlada, os empregados de quaisquer
delas ou dos respectivos administradores, o cônjuge ou parente destes
até o terceiro grau.
§ 2º É assegurado aos sócios minoritários, que representarem pelo menos
um quinto do capital social, o direito de eleger, separadamente, um dos
membros do conselho fiscal e o respectivo suplente.
Simples alteração contratual desde que
o contrato social permita e que haja
EXCLUSÃO Exclusão deliberação em assembleia
Minoritário
EXTRAJUDICIAL DE de sócio OU
SÓCIO MINORITÁRIO na LTDA. Decisão judicial caso o contrato social
não permita a exclusão do sócio
Majoritário Apenas judicialmente
A lei da S.A é muito grande e complexa. Justamente por isso, acaba sendo negligenciada pelos
candidatos. Vou tentar pinçar alguns temas importantes. No entanto, desde já te aviso que, embora de
expressa relevância prática, felizmente, a lei de S.A não é frequentemente abordada em provas
objetivas dos concursos públicos. Portanto, nada de desespero.
107
ações, sendo chamado de acionista.
Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação designativa do
objeto social, integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou
"companhia", por extenso ou abreviadamente.
NOME EMPRESARIAL Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do fundador,
acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação
da empresa.
ABERTA – aquela que negocia seus valores mobiliários no mercado de
capitais (formado pela bolsa de valores e pelo Mercado de balcão). Para
tanto, é necessária uma prévia autorização e registro perante a
TIPOS DE S.A Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
FECHADA – aquelas que não negociam seus valores mobiliários no
mercado de capitais.
Notas promissórias
Partes beneficiárias Sem valor nominal
(i) AÇÕES – são bens móveis que representam frações em que está dividido o capital social,
concedendo ao seu titular um complexo de direitos e deveres. São indivisíveis em relação à
companhia.
(ii) DEBÊNTURES – são valores mobiliários que conferem a seus titulares direito de crédito contra a
companhia, nas condições constantes da escritura de emissão e, se houver, do certificado.
(iii) PARTES BENEFICIÁRIAS - são títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital social.
São emitidos para captar recursos ou remunerar serviço prestado.
(iv) BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO – são valores mobiliários que conferem ao titular, nas condições
constantes do certificado, o direito de preferência para subscrever novas ações por ocasião do
aumento do capital social autorizado no estatuto, antes de qualquer outro.
(v) COMMERCIAL PAPER – são espécies de notas promissórias e servem para a captação de recursos
no mercado de capital, sendo restituídos aos investidores em curto prazo.
ÓRGÃOS DA S.A
Caráter exclusivamente deliberativo que reúne todos os
Assembleia-geral
acionistas (com ou sem direito a voto).
Órgãos Conselho de Caráter deliberativo e com vistas a agilizar as decisões da
sociais Administração Cia. (mínimo 3 membros, acionistas ou não).
Órgão de representação legal da S/A e execução das
Diretoria
deliberações da assembleia-geral ou do Conselho de
108
Administração (mínimo 2 membros, acionistas ou não).
Órgão colegiado de fiscalização dos órgãos de
administração (existência obrigatória e funcionamento
Conselho Fiscal
facultativo; mínimo de 3 e máximo de 5 membros,
acionistas ou não).
(A) TRANSFORMAÇÃO: ocorre quando há mudança de tipo societário, ou
seja, de uma S/A para LTDA ou vice-versa, independentemente, de dissolução
e liquidação de um tipo para outro.
(B) FUSÃO: ocorre quando duas ou mais sociedades se unem, as quais se
extinguem, para formar uma NOVA sociedade, que lhes sucederá em todos
os direitos e obrigações.
(C) INCORPORAÇÃO: uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que
OPERAÇÕES
lhe sucede em todos os direitos e obrigações. As sociedades absorvidas
SOCIETÁRIAS
extinguem-se.
12. Teoria Geral dos Títulos de Crédito. Títulos de crédito no Código Civil. Letra de câmbio,
nota promissória, cheque, duplicata. Títulos de crédito impróprios. Títulos bancários.
Títulos do agronegócio. Títulos eletrônicos ou virtuais.
Meus queridos alunos ciclos, algumas pessoas pediram uma explicação mais detalhada sobre os títulos
de crédito. Por coincidência, foi justamente no momento em que eu estava preparando este material.
Portanto, para te ajudar, vou me estender um pouquinho nessa parte do resumo, ok?
o Atenção para um pequeno detalhe: a explicação mais profunda e densa pode ser
encontrada na nossa FUC de títulos de crédito. Está tudo lá. Minha preocupação neste
momento, até mesmo pela proposta do NFPSS, é te lembrar alguns conceitos importantes.
2. PRINCÍPIOS
109
Cartularidade
Literalidade
Princípios
Abstração
informadores
Inoponibilidade das
Autonomia
exceções pessoais aos
terceiros de boa-fé
Títulos de crédito • Natureza essencialmente comercial;
• Documentos formais;
• Natureza de bens móveis;
Principais • São títulos de apresentação;
características • Constituem títulos executivos extrajudiciais;
• Representam obrigações quesíveis;
• É título de resgate;
• É título de circulação
#SELINANOCONCEITO
o (b) Literalidade o título de crédito vale pelo que nele está escrito. Nem mais, nem menos. Em
outros termos, nas relações cambiais somente os atos que são devidamente lançados no
próprio título produzem efeitos jurídicos perante o seu legítimo portador.
#FIQUEDEOLHO
Há dois subprincípios que decorrem do princípio da autonomia. São eles:
(i) Abstração: Segundo o subprincípio da abstração, entende-se que quando o título circula, ele se
desvincula da relação que lhe deu origem.
(ii) Inoponibilidade das exceções pessoas aos terceiros de boa-fé: os vícios relativos à relação que
originou o título não são oponíveis contra terceiro de boa-fé, que recebeu o título legitimamente.
3. CLASSIFICAÇÃO
110
#SELIGANATABELA
CLASSIFICAÇÃO EXPLICAÇÃO
(a) Título ao portador: é aquele que circula pela mera tradição (art. 904 do
Código Civil), uma vez que neles a identificação do credor não é feita de
forma expressa.
111
I. LETRA DE CÂMBIO
É um título de crédito que se estrutura como ORDEM DE PAGAMENTO, razão pela
ESTRUTURA DO qual, ao ser emitida, dá origem a três situações jurídicas distintas: a) a do sacador,
TÍTULO que emite a ordem; b) a do sacado, a quem a ordem é destinada; c) a do tomador,
que é o beneficiário da ordem.
Aceite é o ato pelo qual o sacado assume obrigação cambial e se torna o devedor
ACEITE principal da letra (aceitante). O aceite, na letra de câmbio, é FACULTATIVO, porém
irretratável.
(a) Dia certo: é a que vence em data preestabelecida pelo sacador, logicamente
posterior à data do saque.
(b) À vista: é aquela que tem seu vencimento no dia da apresentação do título ao
sacado. Não há a prefixação de uma data específica, portanto.
VENCIMENTO (c) A certo termo da vista: é a que vence após um determinado prazo, estipulado
pelo sacador quando de sua emissão, que começa a correr a partir da vista (aceite)
do título.
(d) A certo termo da data: também vence após um determinado prazo estipulado
pelo sacador, mas que começa a correr não a partir do aceite, mas a partir da
própria emissão (saque) do título.
Deve ser apresentada
no dia do vencimento ou
Pagável no exterior
nos dois dias úteis
seguintes
Pagamento de uma letra
DATA PARA O Deve ser apresentada
de câmbio
PAGAMENTO no dia do vencimento
Pagável no Brasil ou, recaindo em dia não
útil, no primeiro dia útil
seguinte
II. NOTA PROMISSÓRIA
Trata-se de uma promessa de pagamento, razão pela qual sua emissão
dá origem a duas situações jurídicas distintas: a do sacador ou
promitente (chamado na Lei Uniforme de subscritor), que emite a nota e
ESTRUTURA DO TÍTULO
promete pagar determinada quantia a alguém; e a do tomador, em favor
de quem a nota é emitida e que receberá a importância prometida.
ACEITE A nota promissória NÃO ADMITE ACEITE
Aplicam-se às notas promissórias as normas previstas para a letra de
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
câmbio em relação ao endosso, aval e vencimento.
III. CHEQUE
O cheque é ordem de pagamento à vista emitida contra um banco em
razão de fundos que a pessoa (emitente) tem naquela instituição
ESTRUTURA DO TÍTULO financeira. É, como visto, um título de modelo vinculado, uma vez que só
é cheque aquele documento emitido pelo banco, em talonário
específico, com uma numeração própria
112
(a) Lei do Cheque prevê, em seu art. 39, que o banco tem a obrigação
legal de verificar a regularidade da cadeia de endossos.
(b) Quando possuírem valor não superior a R$ 100,00 (cem reais),
podem ser emitidos ao portador. Cheques acima desse valor, todavia,
deverão ser emitidos nominalmente.
CURIOSIDADES (c) Embora seja uma ordem de pagamento à vista, popularizou-se
bastante no Brasil a emissão de cheque para ser pago em data futura
(cheque pré ou pós-datado). Por ser o cheque uma ordem de
pagamento à vista, se apresentado o título, o banco é obrigado a pagar.
No entanto, aquele que apresentou o cheque, nessas condições, será
civilmente responsabilizado (veremos algumas súmulas logo abaixo).
(a) Cheque cruzado: ao ser feito o cruzamento o cheque só pode ser
pago a um banco ou a um cliente do banco, mediante crédito em conta,
o que evita, consequentemente, o seu desconto na boca do caixa.
(b) Cheque visado: aquele em que o banco confirma, mediante
assinatura no verso do título, a existência de fundos suficientes para
MODALIDADES DE pagamento do valor mencionado. Ao visar o cheque, o banco garante
CHEQUES que ele tem fundos e assegura o seu pagamento durante o prazo de
apresentação. Com o visto, o banco se obriga a reservar a quantia
constante do cheque durante o período de apresentação.
(c) Cheque administrativo: é aquele emitido por um banco contra ele
mesmo, para ser liquidado em uma de suas agências. O banco, portanto,
é ao mesmo tempo emitente e sacado.
Art. 35 O emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo, mercê
de contraordem dada por aviso epistolar, ou por via judicial ou
extrajudicial, com as razões motivadoras do ato.
Parágrafo único - A revogação ou contraordem só produz efeito depois
de expirado o prazo de apresentação e, não sendo promovida, pode o
sacado pagar o cheque até que decorra o prazo de prescrição, nos
termos do art. 59 desta Lei.
SUSTAÇÃO DO CHEQUE
Art. 36 Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o
portador legitimado podem fazer sustar o pagamento, manifestando ao
sacado, por escrito, oposição fundada em relevante razão de direito.
§ 1º A oposição do emitente e a revogação ou contraordem se excluem
reciprocamente.
§ 2º Não cabe ao sacado julgar da relevância da razão invocada pelo
oponente.
Trata-se do prazo dentro do qual o emitente deverá levar o cheque para
pagamento junto à instituição financeira sacada.
113
Parágrafo único - A ação de regresso de um obrigado ao pagamento do
cheque contra outro prescreve em 6 (seis) meses, contados do dia em
que o obrigado pagou o cheque ou do dia em que foi demandado.
É uma forma de cobrança do cheque prescrito.
Art. 61 A ação de enriquecimento contra o emitente ou outros
AÇÃO DE
obrigados, que se locupletaram injustamente com o não-pagamento do
LOCUPLETAMENTO
cheque, PRESCREVE EM 2 (DOIS) ANOS, contados do dia em que se
consumar a prescrição prevista no art. 59 e seu parágrafo desta Lei.
IV. DUPLICATA
A duplicata é título causal, ou seja, só pode ser emitida para documentar
determinadas relações jurídicas preestabelecidas pela sua lei de
ESTRUTURA DO TÍTULO
regência, quais sejam: (i) uma compra e venda mercantil, ou (ii) um
contrato de prestação de serviço.
(a) A duplicata só pode ser emitida com dia certo ou à vista.
(b) É título estruturado como ordem de pagamento
CARACTERÍSTICAS (c) O ACEITE É OBRIGATÓRIO.
(d) a duplicata é título de crédito emitido pelo próprio credor
(vendedor).
Emitida a duplicata, ela deverá então ser enviada para o devedor
(comprador), para que este efetue o aceite e a devolva. Caso ele recuse
o aceite, terá que justificar tal ato. O devedor (comprador) se obriga ao
pagamento desse título independentemente de aceitá-lo
expressamente. Daí porque se diz que o aceite, na duplicata, pode ser
expresso (ordinário) ou presumido (por presunção). A grande diferença
entre o aceite expresso e o aceite presumido se manifesta na execução
PROCEDIMENTO da duplicata. Com efeito, a duplicata aceita expressamente, como é
título de crédito perfeito e acabado, pode ser executada sem a
exigência de maiores formalidades. Basta a apresentação do título. No
entanto, a execução da duplicata aceita por presunção segue regra
diferente. Além da apresentação do título, são necessários o protesto
(mesmo que a execução se dirija contra o devedor principal) e o
comprovante de entrega das mercadorias. Há algumas súmulas
interessantes sobre o caso, que serão apresentadas logo ali abaixo.
5. ATOS CAMBIÁRIOS
ENDOSSO
O endosso é o ato cambiário mediante o qual o credor do título de crédito
(endossante) transmite seus direitos a outrem (endossatário). É ato cambiário,
pois, que põe o título em circulação.
CONCEITO
#SAIBAADIFERENÇA
(a) Títulos à ordem são aqueles transferidos por endosso (a cláusula “à
ordem” é implícita)
114
(b) Títulos não à ordem só podem ser transferidos por cessão civil
(a) transfere a titularidade do crédito;
EFEITOS (b) responsabiliza o endossante, passando este a ser codevedor do título (se o
devedor principal não pagar, o endossatário poderá cobrar do endossante).
(i) Endosso branco: O endosso em branco é aquele que não identifica o seu
beneficiário, chamado de endossatário. Nesse caso, simplesmente o
endossante assina no verso do título, sem identificar a quem está endossando,
o que acaba, na prática, permitindo que o título circule ao portador, ou seja,
ENDOSSO
pela mera tradição da cártula.
BRANCO
x
(ii) Endosso preto: é aquele que identifica expressamente a quem está sendo
ENDOSSO
transferida a titularidade do crédito, ou seja, o endossatário. Assim, só poderá
PRETO
circular novamente por meio de um novo endosso, que poderá ser em branco
ou em preto. Nesse caso, pois, o endossatário, ao recolocar o título em
circulação, assumirá a responsabilidade pelo adimplemento da dívida, uma vez
que deverá praticar novo endosso.
O endosso impróprio compreende duas modalidades distintas:
(a) endosso-caução (endosso-pignoratício) caracteriza-se quando o
endossante transmite o título como forma de garantia de uma dívida contraída
perante o endossatário.
ENDOSSO
IMPRÓPRIO (b) endosso-mandato (endosso-procuração) Por meio dele, o endossante
confere poderes ao endossatário – por exemplo, uma instituição financeira –
para agir como seu legítimo representante, exercendo em nome daquele os
direitos constantes do título, podendo cobrá-lo, protestá-lo, executá-lo etc.
115
#MUITAATENÇÃO #CÓDIGOCIVIL
AVAL
Ato cambiário pelo qual um terceiro (o avalista) se responsabiliza pelo pagamento
da obrigação constante do título.
CONCEITO #OLHAAPEGADINHA
116
PROTESTO
Ato formal pelo qual se atesta um fato relevante para a relação cambial. Esse
CONCEITO fato relevante pode ser (i) a falta de aceite do título, (ii) a falta de devolução do
título ou (iii) a falta de pagamento do título.
NECESSÁRIO Necessário Contra os coobrigados e endossantes
x Protesto Contra o devedor principal e seu
Facultativo
FACULTATIVO avalista
Medida processual muito comum é a cautelar de sustação de protesto. É
preciso destacar, porém, que ela só é cabível enquanto o protesto ainda não foi
lavrado. Após a sua lavratura, o máximo que se pode determinar é a sustação
SUSTAÇÃO
dos seus efeitos, mas, nesse caso, o protesto permanece incólume e continuará
registrado nos assentamentos do cartório em que foi lavrado, até que seja feito
o seu cancelamento.
13. Teoria Geral do direito dos contratos. O Comércio eletrônico. Contratos empresariais.
Compra e venda mercantil. Contratos de colaboração.
14. Contratos bancários. Mútuo, fiança, penhor e seguro. Arrendamento mercantil. Fomento
Mercantil. Franquia. Alienação fiduciária em garantia. Cartões de Crédito. Transporte de
carga, fretamento e armazenagem. Agenciamento de publicidade.
#VAMOSDETABELA #MEUSQUADRINHOS,MINHAVIDA
CONTRATOS EMPRESARIAIS
Seguem os requisitos normais previstos no contrato de compra e
1. COMPRA E VENDA MERCANTIL venda disciplinado pelo CC/02. Não há nenhuma especificidade
digna de nota.
2. CONTRATOS DE COLABORAÇÃO
117
implícita (ATENÇÃO: a cláusula de EXCLUSIVIDADE não é implícita).
o Os créditos relativos às comissões do representante comercial autônomo
são equiparados ao crédito trabalhista no processo de falência
o No caso de resolução imotivada do contrato, aplica-se o art. 34:
Art. 34. A denúncia, por qualquer das partes, sem causa justificada, do contrato
de representação, ajustado por tempo indeterminado e que haja vigorado por
mais de seis meses, obriga o denunciante, salvo outra garantia prevista no
contrato, à concessão de pré-aviso, com antecedência mínima de trinta dias, ou
ao pagamento de importância igual a um terço (1/3) das comissões auferidas
pelo representante, nos três meses anteriores.
o De acordo com o art. 2º da lei nº 8.955/1994, “franquia empresarial é o
sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de
marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou
semiexclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de
uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema
operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração
direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo
empregatício”.
3. CONTRATOS BANCÁRIOS
3.1 Mútuo Mesmas considerações já feitas no NFPSS de direito civil.
Trata-se de contrato por meio do qual uma instituição financeira, a operadora do
cartão, permite aos seus clientes a compra de bens e serviços em
estabelecimentos comerciais cadastrados, que receberão os valores das
3.2 Cartão de crédito compras diretamente da operadora. Esta, por sua vez, cobra dos clientes,
mensalmente, o valor de todas as suas compras realizadas num determinado
período. Chama-se cartão de crédito, então, o documento por meio do qual o
cliente realiza a compra, apresentando-o ao estabelecimento comercial
118
cadastrado.
Trata-se de um contrato por meio do qual o empresário transfere a uma
instituição financeira (que não precisa ser, necessariamente, um banco) as
atribuições atinentes à administração do seu crédito. Algumas vezes, esse
3.3 Fomento
contrato também envolve a antecipação desse crédito ao empresário. Em
(FACTORING)
síntese: a instituição financeira orienta o empresário acerca da concessão do
crédito a seus clientes, antecipa o valor dos créditos que o empresário possui e
assume o risco da inadimplência desses créditos.
3.4 Alienação Mesmas considerações já feitas no NFPSS de direito civil.
fiduciária
em garantia
O leasing ou arrendamento mercantil é um contrato de locação em que se
3.5 Arrendamento asseguram ao arrendatário três opções ao final do aluguel: (i) renovar a locação;
mercantil (LEASING) (ii) encerrar o contrato, não mais renovando a locação; (iii) comprar o bem
alugado, pagando-se o valor residual. Para mais detalhes, confira a tabelinha
abaixo:
119
16.Teoria Geral da Falência. Falência na Lei nº 11.101/2005. Órgãos da falência. Efeitos da
falência. Processo de falência. Pedidos de restituição. Da ineficácia e da revogação de atos
praticados antes da falência. Realização do ativo. Classificação e pagamento dos credores.
Encerramento da falência. Liquidação extrajudicial de instituições financeiras e entidades
equiparadas.
FALÊNCIA
Trata-se de execução especial, na qual todos os credores deverão ser reunidos
em um único processo, para a execução conjunta do devedor. Em vez de se
CONCEITO submeter a uma execução individual, pois, o devedor insolvente deverá se
submeter a uma execução concursal, em obediência ao princípio da par conditio
creditorum, segundo o qual deve ser dado aos credores tratamento isonômico.
(i) Princípio da preservação da empresa Essa atividade (empresa) pode
continuar sob a responsabilidade de outro empresário (empresário individual
ou sociedade empresária).
PRINCÍPIOS
(ii) Princípio da maximização dos ativos evitando-se a desvalorização e a
deterioração, consegue-se fazer com que no momento da venda esta seja feita
por um preço justo, o que em última análise interessa aos credores da massa,
visto que o dinheiro arrecadado será usado para o pagamento de seus créditos.
Pressuposto material
Devedor empresário
subjetivo
Pressuposto material Insolvência (jurídica ou
Pressupostos
PRESSUPOSTOS objetivo presumida) do devedor
da falência
Sentença declaratória de
Pressuposto formal falência (natureza
constitutiva)
Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
120
IV – qualquer credor.
§ 1º O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas
que comprove a regularidade de suas atividades.
§ 2º O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa às
custas e ao pagamento da indenização de que trata o art. 101 desta Lei.
Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial,
deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal
estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do
COMPETÊNCIA Brasil.
Art. 6º. § 8º A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial
previne a jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de
falência, relativo ao mesmo devedor.
Insuficiência do
Estado ativo do
patrimonial empresário para
deficitário saldar o seu
passivo
Cessação de Presunção de
Sistemas pagamentos insolvabilidade
SISTEMAS determinantes da Não pagamento
insolvência injustificado de
Adotados
determinada
Impontualidade pelo Decreto-
obrigação líquida
lei 7661/45 e
no seu
mantidos pela
vencimento
Lei 11.10/05
Prática de atos de
Enumeração legal
falência
Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no PRAZO DE 10
(DEZ) DIAS.
Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94
RESPOSTA
desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor
DO
correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e
DEVEDOR
honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso
julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do
valor pelo autor. DEPÓSITO ELISIVO.
Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga
RECURSO
a improcedência do pedido cabe apelação.
• Falência dos sócios de responsabilidade limitada.
• Apuração de eventual responsabilidade pessoal
dos sócios de responsabilidade limitada (ação
Efeitos Em relação à prescreve em 2 anos);
EFEITOS DA FALÊNCIA da pessoa do • Inabilitação empresarial;
falência devedor • Perda do direito de administração dos seus bens
e disponibilidade sobre eles (formação da massa
falida objetiva;
• Não pode ausentar-se do lugar da falência sem
121
autorização do juiz;
• Comparecimento a todos os atos da falência;
• Suspensão do direito ao sigilo à correspondência
e ao livre exercício da profissão;
• Dever de colaboração com a administração da
falência;
• Formação da massa falida objetiva (arrecadação
de todos os bens do devedor, exceto os
absolutamente impenhoráveis)
• Suspensão do exercício do direito de retenção
(sobre os bens sujeitos à arrecadação), de retirada
ou recebimento do valor de quotas ou ações por
parte dos sócios da sociedade falida;
• Vencimento antecipado das dívidas do devedor
e dos sócios ilimitada e solidariamente
Em relação
responsáveis (com abatimento proporcional dos
aos bens do
juros e conversão de todos os créditos em moeda
devedor
estrangeira para a moeda do País);
• Limitação à compensação de dívidas do devedor
até o dia da decretação da falência;
• Inexigibilidade de juros vencidos, previsto em lei
ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para
o pagamento dos credores subordinados;
• Continuidade dos contratos que puderem ser
cumpridos e que possam reduzir ou evitar o
aumento do passivo.
Em relação
• Formação da massa falida subjetiva
às
(procedimento de verificação e habilitação dos
obrigações
créditos).
do devedor
Em relação
• Fixação do termo legal da falência (ineficácia dos
aos credores
atos).
do falido
Em relação
• Fixação do termo legal da falência (ineficácia dos
aos atos do
atos).
falido
A lei de falência contempla uma série de regras específicas que estabelecem a
ineficácia de certos atos praticados pelo devedor falido antes da decretação da
PERÍODO “SUSPEITO”
falência, e o reconhecimento da ineficácia desses atos perante a massa,
consequentemente, permitirá que mais bens sejam incorporados a ela.
O art. 129 traz os atos objetivamente ineficazes, uma vez que o reconhecimento
ATOS OBJETIVAMENTE
de sua ineficácia independe da demonstração de fraude do devedor ou de
INEFICAZES
conluio com o terceiro que com ele contratou.
Os atos com ineficácia subjetiva só terão reconhecida a sua ineficácia se forem
ATOS SUBJETIVAMENTE provados (i) a intenção de prejudicar os credores, (ii) o conluio fraudulento
INEFICAZES entre o devedor e o terceiro que contratou com ele e (iii) o real prejuízo da
massa.
Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa ou
SUCESSÃO EMPRESARIAL de suas filiais, promovida sob qualquer das modalidades de que trata este
artigo:
122
I – todos os credores, observada a ordem de preferência definida no art. 83
desta Lei, sub-rogam-se no produto da realização do ativo;
II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e NÃO HAVERÁ
SUCESSÃO do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza
tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes
de trabalho. O CTN já foi modificado para se adaptar a essa nova realidade.
§ 1º O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica quando o
arrematante for:
I – sócio da sociedade falida, ou sociedade controlada pelo falido;
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4º (quarto) grau, consangüíneo ou
afim, do falido ou de sócio da sociedade falida; ou
III – identificado como agente do falido com o objetivo de fraudar a sucessão.
CRÉDITOS Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com
EXTRACONCURSAIS precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os
relativos a:
I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos
derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho
relativos a serviços prestados após a decretação da falência;
II – quantias fornecidas à massa pelos credores;
III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e
distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência;
IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha
sido vencida;
V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a
recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da
falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da
falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.
CLASSIFICAÇÃO DOS Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
CRÉDITOS I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e
CONCURSAIS cinquenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de
trabalho;
II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de
constituição, excetuadas as multas tributárias;
IV – créditos com privilégio especial, a saber:
a) os previstos no art. 964 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição
contrária desta Lei;
c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada
em garantia;
d) aqueles em favor dos microempreendedores individuais e das
microempresas e empresas de pequeno porte de que trata a Lei Complementar
no 123, de 14 de dezembro de 2006
V – créditos com privilégio geral, a saber:
a) os previstos no art. 965 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei;
123
c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária
desta Lei;
VI – créditos quirografários, a saber:
a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens
vinculados ao seu pagamento;
c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o
limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo;
VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou
administrativas, inclusive as multas tributárias;
VIII – créditos subordinados, a saber:
a) os assim previstos em lei ou em contrato;
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício.
§ 1º Para os fins do inciso II do caput deste artigo, será considerado como valor
do bem objeto de garantia real a importância efetivamente arrecadada com sua
venda, ou, no caso de alienação em bloco, o valor de avaliação do bem
individualmente considerado.
§ 2º Não são oponíveis à massa os valores decorrentes de direito de sócio ao
recebimento de sua parcela do capital social na liquidação da sociedade.
§ 3º As cláusulas penais dos contratos unilaterais não serão atendidas se as
obrigações neles estipuladas se vencerem em virtude da falência.
§ 4º Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão considerados
quirografários.
EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES Art. 158. Extingue as obrigações do falido:
DO FALIDO I – o pagamento de todos os créditos;
II – o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cinquenta
por cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da
quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a
integral liquidação do ativo;
III – o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da
falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto
nesta Lei;
IV – o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência,
se o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei.
Art. 159. Configurada qualquer das hipóteses do art. 158 desta Lei, o falido
poderá requerer ao juízo da falência que suas obrigações sejam declaradas
extintas por sentença.
§ 1º O requerimento será autuado em apartado com os respectivos documentos
e publicado por edital no órgão oficial e em jornal de grande circulação.
§ 2º No prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação do edital, qualquer
credor pode opor-se ao pedido do falido.
§ 3º Findo o prazo, o juiz, em 5 (cinco) dias, proferirá sentença e, se o
requerimento for anterior ao encerramento da falência, declarará extintas as
obrigações na sentença de encerramento.
§ 4º A sentença que declarar extintas as obrigações será comunicada a todas as
pessoas e entidades informadas da decretação da falência.
124
§ 5º Da sentença cabe apelação.
§ 6º Após o trânsito em julgado, os autos serão apensados aos da falência.
Art. 160. Verificada a prescrição ou extintas as obrigações nos termos desta Lei,
o sócio de responsabilidade ilimitada também poderá requerer que seja
declarada por sentença a extinção de suas obrigações na falência.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da
situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a
CONCEITO manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos
interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua
função social e o estímulo à atividade econômica.
Somente EMPRESÁRIOS podem pedir a recuperação judicial, com exceção
AUTOR DO PEDIDO
daqueles listados no art. 2º.
REQUISITOS Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do
MATERIAIS PARA O pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que
PEDIDO atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: Fica claro que o
empresário individual irregular e a sociedade empresária irregular não têm
direito à recuperação judicial.
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença
transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; Quando o
dispositivo em enfoque utiliza a expressão “falido”, está se referindo ao
empresário individual: se ele já teve sua falência decretada, não pode
requerer recuperação judicial, salvo se suas obrigações já foram declaradas
extintas por sentença transitada em julgado. Tratando-se de sociedade
empresária, será óbice ao deferimento de seu pedido a existência de sócios
de responsabilidade ilimitada que já tenham tido a sua falência decretada
anteriormente ou que tenham participado de outra sociedade que teve sua
falência decretada.
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação
judicial;
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação
judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste
Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio
controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
Perceba-se que, se um sócio minoritário, sem poder de controle ou de
administração, já tenha eventualmente sido condenado por crimes
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tipificados na LRE, isso por si só não impede o juiz de deferir o
processamento do pedido de recuperação da sociedade devedora.
A recuperação judicial possui 3 fases:
(a) Postulação: inicia-se com o pedido de recuperação e vai até o despacho de
processamento;
FASES (b) Processamento: vai do despacho de processamento até a decisão
concessiva;
(c) Execução: da decisão concessiva até o encerramento da recuperação
judicial.
DEFERIMENTO DO Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz
PROCESSAMENTO deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato (...)
Publicada a decisão que defere o processamento do pedido de recuperação, o
devedor terá prazo de 60 dias para apresentar ao juízo o seu plano de
recuperação.
APRESENTAÇÃO DO
Art. 55. Qualquer credor poderá manifestar ao juiz sua objeção ao plano de
PLANO
recuperação judicial no prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação da
relação de credores de que trata o § 2º do art. 7º desta Lei.
Se os credores consentirem com o plano do devedor, sem a apresentação de
CONCESSÃO DA
qualquer objeção, ou se eles aprovarem o plano, com ou sem alterações, na
RECUPERAÇÃO COM O
assembleia geral, caberá apenas ao devedor providenciar a apresentação de
CONSENTIMENTO DO
certidões negativas de débitos tributários, nos termos previstos pela
CREDORES
legislação tributária.
Art. 58. § 1º O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano
CONCESSÃO DA que não obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na
RECUPERAÇÃO SEM O mesma assembleia, tenha obtido, de forma cumulativa:
CONSENTIMENTO DO I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de
CREDORES todos os créditos presentes à assembleia, independentemente de classes;
II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45
desta Lei ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a
aprovação de pelo menos 1 (uma) delas;
III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um
terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1º e 2º do art. 45 desta Lei.
§2º A recuperação judicial somente poderá ser concedida com base no §
1º deste artigo se o plano não implicar tratamento diferenciado entre os
credores da classe que o houver rejeitado.
Art. 59. O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos
anteriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos,
sem prejuízo das garantias, observado o disposto no § 1º do art. 50 desta Lei.
§ 1º A decisão judicial que conceder a recuperação judicial constituirá título
NOVAÇÃO
executivo judicial, nos termos do art. 584, inciso III, do caput da Lei no 5.869,
de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
§ 2º Contra a decisão que conceder a recuperação judicial caberá agravo, que
poderá ser interposto por qualquer credor e pelo Ministério Público.
O objetivo do processo de recuperação judicial é propiciar ao devedor as
condições necessárias à superação de sua crise econômico-financeira. As
ENCERRAMENTO
medidas propostas no plano, pois, devem ser levadas a cabo para que surtam
126
os efeitos esperados e permitam que a empresa continue em atividade.
Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor
permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as
obrigações previstas no plano que se vencerem ATÉ 2 (DOIS) ANOS depois da
concessão da recuperação judicial.
§ 1º Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o descumprimento
de qualquer obrigação prevista no plano acarretará a convolação da
recuperação em falência, nos termos do art. 73 desta Lei.
Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial:
CONVOLAÇÃO EM I – por deliberação da assembleia-geral de credores, na forma do art. 42 desta
FALÊNCIA Lei;
II – pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo
do art. 53 desta Lei;
III – quando houver sido rejeitado o plano de recuperação, nos termos do §
4º do art. 56 desta Lei;
IV – por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de
recuperação, na forma do § 1º do art. 61 desta Lei.
1. LIVROS COMERCIAIS
Súmula 260-STF: O exame de livros comerciais, em ação judicial, fica limitado às transações entre os
litigantes.
Súmula 439-STF: Estão sujeitos a fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais,
limitado o exame aos pontos objeto da investigação.
2. MARCA
Súmula 143-STJ: Prescreve em cinco anos a ação de perdas e danos pelo uso de marca comercial.
3. CONTRATOS BANCÁRIOS
Súmula 28-STJ: O contrato de alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto bem que já
integrava o patrimônio do devedor.
Súmula 92-STJ: A terceiro de boa-fé não é oponível a alienação fiduciária não anotada no certificado de
registro do veículo automotor.
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Súmula 258-STJ: A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de
autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.
Súmula 233-STJ: O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta-
corrente, não é título executivo.
Súmula 300-STJ: O instrumento de confissão de dívida, ainda que originário de contrato de abertura de
crédito, constitui título executivo.
Súmula 283-STJ: As empresas administradoras de cartão de crédito são instituições financeiras e, por
isso, os juros remuneratórios por elas cobrados não sofrem as limitações da Lei de Usura.
Súmula 285-STJ: Nos contratos bancários posteriores ao Código de Defesa do Consumidor incide a
multa moratória nele prevista.
Súmula 379-STJ: Nos contratos bancários não regidos por legislação específica, os juros moratórios
poderão ser fixados em até 1% ao mês.
Súmula 381-STJ: Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das
cláusulas.
Súmula 477-STJ: A decadência do art. 26 do CDC não é aplicável à prestação de contas para obter
esclarecimentos sobre cobrança de taxas, tarifas e encargos bancários.
Súmula 479-STJ: As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por
fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.
4. SOCIEDADES
Súmula 554-STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não
apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a
fatos geradores ocorridos até a data da sucessão.
5. TÍTULOS DE CRÉDITO
Súmula 531-STJ: Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é
dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.
Súmula 387-STF: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo
credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.
128
Súmula 60-STJ: É nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário vinculado ao
mutuante, no exclusivo interesse deste.
Súmula 600-STF: Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o
cheque ao sacado no prazo Iegal, desde que não prescrita a ação cambiária.
Súmula 475-STJ: Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe
por endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando
ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas.
Súmula 476-STJ: O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos
decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário.
Súmula 26-STJ: O avalista do título de crédito vinculado a contrato de mútuo também responde pelas
obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário.
Súmula 361-STJ: A notificação do protesto, para requerimento de falência da empresa devedora, exige
a identificação da pessoa que a recebeu.
Súmula 29-STJ: No pagamento em juízo para elidir falência, são devidos correção monetária, juros e
honorários de advogado.
Súmula 581-STJ: A recuperação judicial do devedor principal não impede o prosseguimento das ações e
execuções ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por garantia
cambial, real ou fidejussória.
INFORMATIVOS:
1. SOCIETÁRIO
STJ (595): Na hipótese em que o sócio de sociedade limitada, de prazo limitado, exerce o direito de
retirada por meio de inequívoca e incontroversa notificação aos demais sócios, a data-base para a
apuração de haveres é o termo final do prazo de 60 dias, previsto no art. 1.029 do CC/02.
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STJ (595): Excepcionalmente, admite-se a dissolução de S.A (sociedade de capital) na hipótese em que
houver quebra da confiança entre os sócios. Ex. Sociedade composta por membros da mesma família.
2. PROPRIEDADE INDUSTRIAL
STJ (593): Se o titular da marca autoriza o seu uso até o dia X, então o interesse de agir da ação inibitória
do uso dessa marca só nasce a partir do dia X.
STJ (585): Em ação de nulidade de registro de marca, a que o INPI não deu causa nem ofereceu
resistência, não cabe condenação do instituto em honorários advocatícios sucumbenciais.
3. TÍTULO DE CRÉDITO
STJ (580): O prazo para a ação de locupletamento para a cobrança de nota promissória prescrita é de 03
ANOS.
STJ (580): O aceite lançado em separado da duplicata não possui eficácia cambiária, por força do
princípio da literalidade.
STJ (584): A pós-datação regular (efetivada no campo referente à data de emissão) amplia o prazo de
apresentação do cheque, mas a irregular não.
STJ (584): Será sempre possível, no prazo para a execução cambial, o protesto cambiário de cheque com
a indicação do emitente como devedor.
STJ (587): Em ação de cobrança de cheque, a correção monetária incide a partir da data da emissão da
cártula, ao passo que os juros de mora são contados da primeira apresentação do título à instituição
financeira sacada.
4. CONTRATOS EMPRESARIAIS
STJ (582): Não é abusiva a previsão contratual que estabelece a duplicação do valor do aluguel, em
shopping Center, no mês de dezembro.
STJ (585): Não é abusiva a previsão da cláusula de raio em contrato de shopping Center.
STJ (589): É possível que a maioria dos integrantes da Assembleia-Geral autorize a supressão das
garantias reais e fidejussórias existentes.
STJ (592): Em liquidação extrajudicial, a decretação da indisponibilidade de bens não retira o interesse,
pelo MP, de requerer, também, o arrolamento de bens do administrador, pois as duas medidas não se
confundem.
STJ (580): A nomeação de liquidante só é necessária na hipótese de dissolução total da sociedade, e não
no caso de simples dissolução parcial.
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