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NÃO FAÇA A PROVA SEM SABER

CICLOS DE REVISÃO TJ/SP


PARTE II

Sumário
DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................................................................................. 6
1. Constitucionalismo e teoria da constituição. 2. Constituição e Neoconstitucionalismo. ................... 6
3. Poder Constituinte. 4. Emendas Constitucionais. 9. Mutação Constitucional. 10. Reforma e Revisão
Constitucional. ..............................................................................................................................................7
7. Evolução político-constitucional brasileira. As Constituições Brasileiras............................................ 8
8. Normas Constitucionais: Hermenêutica e Filosofia Constitucional. Métodos de Interpretação.
Aplicabilidade e Eficácia. 11. Normas Constitucionais. ............................................................................. 9
5. Organização do Estado. Estado de Direito Democrático. 6. Federação. Origens. A Federação
Brasileira. Competências legislativas dos entes federados - Autonomia financeira, administrativa e
política dos entes federados...................................................................................................................... 10
1. PARTILHA DE COMPETÊNCIA ............................................................................................................. 10
2. AUTONOMIA DOS ENTES FEDERADOS .............................................................................................. 11
3. PARTICIPAÇÃO DOS ENTES NA FORMAÇÃO DA VONTADE DO ESTADO. ....................................... 11
4. EXISTÊNCIA DE RECURSOS PRÓPRIOS PARA CADA ENTE. ............................................................. 12
12. Controle da constitucionalidade. Controle da constitucionalidade Difuso. Controle da
constitucionalidade Abstrato. Controle da Constitucionalidade em âmbito estadual. A Constituição
do Estado de São Paulo como parâmetro para o Controle de Constitucionalidade. 32. Ação Direta de
Inconstitucionalidade. Ação Declaratória de Constitucionalidade. Arguição de Descumprimento de
Preceito Fundamental. O controle difuso de constitucionalidade. Mandado de Injunção. Ação Direta
de Inconstitucionalidade por Omissão. Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva................ 13
13. Processo legislativo. Processo legislativo e reforma constitucional. ................................................ 17
14. Intervenção Federal e Estadual. ........................................................................................................... 18
15. Poder Legislativo. ................................................................................................................................. 20
16. Poder Executivo. ................................................................................................................................... 22
17. Defesa do Estado e das Instituições Democráticas. 26. Princípios de Defesa na Constituição
Federal. ........................................................................................................................................................ 23
18. A Organização dos Poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. 19. Ministério Público. 30.
Funções essenciais da Justiça. Ministério Público, Advocacia e Defensoria Pública. ........................... 24
20. Direitos Fundamentais. Tratados e convenções internacionais. 23. Direitos Fundamentais.
Direitos Fundamentais Coletivos. 25. Garantias Fundamentais. 22. Ações constitucionais. ................ 26
21. Direitos sociais e coletivos. 37. Ordem Social. Educação e Cultura. Ciência e Tecnologia.
Comunicação Social. Meio Ambiente. Família, Criança, Adolescente e Idoso. Direito à Proteção
Especial. Índios. ......................................................................................................................................... 30
24. Direitos de cidadania. Direito de sufrágio. Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular. .................. 31
27. Princípios constitucionais da Administração Pública. ........................................................................ 32
28. Poder Judiciário. 29. A Emenda Constitucional n° 45. 31. Poder Judiciário. Direitos, garantias e
deveres da Magistratura. O Estatuto da Magistratura. Atividade correcional. 33. Supremo Tribunal
Federal. Conselho Nacional de Justiça. Superior Tribunal de Justiça. Tribunal Superior Eleitoral.
Tribunais Regionais e Juízes Federais. 34. Poder Judiciário. Tribunais e Juízes Estaduais. Tribunal de

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Justiça do Estado de São Paulo. Disciplina do Poder Judiciário na Constituição Paulista. O controle de
constitucionalidade dos atos estaduais e municipais. ............................................................................. 32
36. Tributação e Orçamento. Sistema tributário nacional e finanças públicas. 35. Ordem Econômica e
Financeira. Disciplina da Ordem Econômica na Constituição Paulista. .................................................. 33
DIREITO CIVIL ..................................................................................................................................................36
1. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. ..............................................................................36
2. Capacidade. Direitos da Personalidade. Pessoas naturais. Início da personalidade e morte........... 38
3. Pessoas jurídicas. Desconsideração da personalidade jurídica. Domicílio. Bens. Bens de família... 40
4. Fatos jurídicos. Negócios Jurídicos. Forma do negócio jurídico. Condição, termo e encargo.
Representação. ........................................................................................................................................... 41
5. Defeitos do negócio jurídico: erro, dolo, coação, fraude contra credores, lesão e estado de perigo.
.................................................................................................................................................................... 42
6. Invalidade do Negócio Jurídico. Nulidade. Simulação. Efeitos da nulidade e da anulabilidade. ..... 43
7. Ato lícito e ato ilícito. Abuso de direito. Teoria da aparência. Prescrição e decadência. Da prova. 45
8. Obrigações. Obrigações de dar, fazer e não fazer. Obrigações alternativas. Obrigações divisíveis e
indivisíveis. Obrigações Solidárias. .......................................................................................................... 46
12. Inadimplemento das obrigações. Mora. Perdas e danos. Juros legais e cláusula penal ................. 49
(1) MORA EX RE x MORA EX PERSONA ................................................................................................ 49
(2) ARRAS CONFIRMATÓRIAS x ARRAS PENITENCIAIS ...................................................................... 50
(3) JUROS MORATÓRIOS x CORREÇÃO MONETÁRIA .......................................................................... 51
(4) CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA x COMPENSATÓRIA ................................................................... 52
14. Contratos. Classificação dos contratos. Contratos de adesão. Contrato aleatório. Contrato com
pessoa a declarar. Contrato preliminar. ................................................................................................... 53
15. Formação dos contratos. Contratos por tempo determinado e indeterminado. Efeitos dos
contratos. Estipulação em favor de terceiros. ......................................................................................... 53
16. Cláusulas gerais. Conceitos legais indeterminados. Conceitos determinados pela função.
Interpretação dos contratos. ..................................................................................................................... 53
17. Vícios redibitórios. Evicção. Extinção dos contratos. ......................................................................... 53
18. Compra e venda. Cláusulas especiais. Promessa de compra e venda. Troca ou permuta. Contrato
estimatório. Doação. ................................................................................................................................. 54
19. Locação de coisas. Locação de imóveis urbanos. Comodato. Mútuo. Prestação de serviço.
Empreitada. Depósito. Mandato. Comissão. Corretagem. Transporte. Fiança..................................... 54
20. Seguro. Disposições gerais. Seguro de dano e seguro de pessoa. Contratos referentes a planos e
seguros privados de assistência à saúde.................................................................................................. 54
21. Transação. Atos unilaterais. Pagamento indevido. Enriquecimento sem causa.............................. 54
1. CONTRATO DE COMPRA E VENDA .................................................................................................... 54
2. CONTRATO DE DOAÇÃO ................................................................................................................... 56
3. CONTRATO DE EMPRÉSTIMO (COMODATO E MÚTUO) ................................................................. 58
4. DEMAIS ESPÉCIES CONTRATUAIS .................................................................................................... 58
22. Responsabilidade civil. Requisitos. Responsabilidade por fato de outrem. Responsabilidade sem
culpa. ........................................................................................................................................................... 61
23.Responsabilidade pela perda de uma chance. Dano moral. Dano estético. Indenização do dano
material e do dano moral. .......................................................................................................................... 61
24. Posse. Aquisição, perda e efeitos. Propriedade. Aquisição da propriedade imóvel e móvel. Perda
da propriedade. Usucapião. Desapropriação judicial por interesse social.............................................63
1. POSSE .................................................................................................................................................. 64

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2. PROPRIEDADE ................................................................................................................................... 65
25. Condomínio geral. Condomínio edilício. Direitos de vizinhança. Direito de Superfície. ................ 68
26. Direitos reais sobre coisas alheias: servidões, usufruto, uso e habitação. ...................................... 68
27. Direitos reais de garantia. Hipoteca. Penhor e suas espécies........................................................... 68
27. Direitos reais de garantia. Hipoteca. Penhor e suas espécies............................................................70
28. Propriedade resolúvel. Propriedade fiduciária. Alienação fiduciária em garantia no Código Civil e
na legislação extravagante ........................................................................................................................ 71
29. Direito real de aquisição. Loteamento. Incorporação imobiliária. ................................................... 72
30. Família. Conceito e modalidades de família. Casamento. Processo matrimonial. Celebração.
Forma. Modalidades. .................................................................................................................................. 72
31. Casamento: natureza jurídica, existência, validade e eficácia. Impedimentos e causas suspensivas.
Casamento putativo. Uniões estáveis. Concubinato. Deveres conjugais. .............................................. 73
32. Regime de bens. Pacto antenupcial. Dissolução da sociedade conjugal. ......................................... 75
33. Paternidade e filiação. Paternidade post mortem. Filiação por reprodução assistida.
Reconhecimento da paternidade. Paternidade biológica e socioafetiva. Poder familiar. Alimentos.
Alienação parental......................................................................................................................................76
34. Família substituta. Perda do poder familiar. Guarda. Tutela e curatela. ......................................... 82
35. Sucessões. A herança e sua administração. Vocação hereditária. Aceitação e renúncia da herança.
Cessão de herança. Excluídos da herança. Deserdação. Sucessão Legítima. Sucessão do
companheiro. ............................................................................................................................................. 83
36. Sucessão testamentária. Testamento. Formas de testamento. Disposições testamentárias.
Codicilo. Fideicomisso. Legados. Direito de acrescer e substituições. Execução do testamento. ...... 84
37. Sonegados. Redução das disposições testamentárias. Revogação, rompimento e anulação do
testamento. Testamenteiro. Inventário e partilha. ................................................................................ 84
38. Direito de autor. Registros Públicos....................................................................................................87
39. Interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. Defesa dos interesses difusos, coletivos
e individuais homogêneos em juízo: princípios gerais. .......................................................................... 89
40. Súmulas do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal ...................................... 89
DIREITO EMPRESARIAL ..................................................................................................................................93
1. Origens e história do Direito Comercial. Teoria dos atos de comércio. ..............................................93
Teoria da empresa e atividade empresarial e mercado. ..........................................................................93
2. O Direito Civil e o Direito Comercial: autonomia ou unificação. Fontes do Direito Comercial. Os
perfis do mercado. .................................................................................................................................... 94
3. Princípios constitucionais econômicos e sua instrumentalidade para o funcionamento do
mercado. .................................................................................................................................................... 94
4. Direito de Empresa no Código Civil A empresa e o empresário. Noção econômica e jurídica de
empresa. Empresário e sociedade empresária. A atividade empresarial. Capacidade. Empresário
rural. Obrigações gerais dos empresários. ...............................................................................................95
5. Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins. Escrituração e demonstrações
contábeis periódicas...................................................................................................................................97
6. Empresa individual de responsabilidade limitada. Estabelecimento empresarial. Nome
empresarial. Direitos e Obrigações relativas à propriedade industrial: Lei nº 9.279, de 14/5/1996. ......97
1. EIRELI .................................................................................................................................................. 98
2. Estabelecimento ................................................................................................................................ 98
3. Nome empresarial ............................................................................................................................. 99
4. Propriedade industrial ...................................................................................................................... 99

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7. Disciplina jurídica da concorrência. Concorrência desleal. Repressão civil e penal. Infração da
ordem econômica. Sanções por infração da ordem econômica. .......................................................... 100
8. A atividade empresarial e a publicidade: tutela do consumidor. ...................................................... 103
15. O empresário e a relação de consumo. Da tutela contratual dos consumidores. .......................... 103
9. Teoria Geral do Direito Societário. Ato constitutivo das sociedades. Classificação das sociedades.
Da sociedade não personificada e personificada. Sociedades simples e sociedades empresárias.
Registro Público das sociedades. Sociedade rural. Desconsideração da personalidade jurídica. ...... 104
10.Sociedade limitada. .............................................................................................................................. 106
11. Sociedade anônima (Lei nº 6.404/76).................................................................................................. 107
12. Teoria Geral dos Títulos de Crédito. Títulos de crédito no Código Civil. Letra de câmbio, nota
promissória, cheque, duplicata. Títulos de crédito impróprios. Títulos bancários. Títulos do
agronegócio. Títulos eletrônicos ou virtuais. ......................................................................................... 109
1. CONCEITO E CARACTERÍSTICAS GERAIS ......................................................................................... 109
2. PRINCÍPIOS........................................................................................................................................ 109
3. CLASSIFICAÇÃO ................................................................................................................................. 110
4. TÍTULOS DE CRÉDITO EM ESPÉCIE ................................................................................................... 111
5. ATOS CAMBIÁRIOS ............................................................................................................................ 114
13. Teoria Geral do direito dos contratos. O Comércio eletrônico. Contratos empresariais. Compra e
venda mercantil. Contratos de colaboração. ........................................................................................... 117
14. Contratos bancários. Mútuo, fiança, penhor e seguro. Arrendamento mercantil. Fomento
Mercantil. Franquia. Alienação fiduciária em garantia. Cartões de Crédito. Transporte de carga,
fretamento e armazenagem. Agenciamento de publicidade. ................................................................ 117
16.Teoria Geral da Falência. Falência na Lei nº 11.101/2005. Órgãos da falência. Efeitos da falência.
Processo de falência. Pedidos de restituição. Da ineficácia e da revogação de atos praticados antes
da falência. Realização do ativo. Classificação e pagamento dos credores. Encerramento da falência.
Liquidação extrajudicial de instituições financeiras e entidades equiparadas. ................................... 120
17.Teoria Geral da Recuperação da empresa. Recuperação judicial e recuperação extrajudicial.
Órgãos da recuperação judicial. Processo da recuperação. Verificação dos créditos. ........................ 125

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DIREITO CONSTITUCIONAL1

1. Constitucionalismo e teoria da constituição. 2. Constituição e Neoconstitucionalismo.

• O QUE É CONSTITUCIONALISMO?

o (a) Sentido amplo existência de uma Constituição em determinado Estado.

o (b) Sentido estrito está relacionado a duas ideias básicas e fundamentais: (i) garantia de direitos
e (ii) limitação do poder.

CONSTITUCIONALISMO CONSTITUCIONALISMO CONSTITUCIONALISMO


INGLÊS FRANCÊS AMERICANO
- CF é norma, logo, pode ser
- Primeiro a nascer - Revolução francesa (ruptura)
invocada perante o Judiciário
- Valorização da tradição - Primeira CF escrita da Europa
- Primeira CF do mundo
constitucional (1791)
moderno (1776)
- Ha vários textos e - Valorização do Legislativo
- Constitucionalismo liberal
documentos constitucionais -Desconfiança em relação ao
- Modelo expandiu no pós-2ª
- Modelo recessivo judiciário
guerra

Mundo: 2ª guerra mundial


(a) Marco histórico
Brasil: CF/88
NEOCONSTITUCIONALISMO (b) Marco filosófico Pós-positivismo
(i) Força normativa da CF
(c) Marco Teórico (ii) Expansão da jurisdição constitucional
(iii) Nova interpretação constitucional

TIPOS DE CONSTITUIÇÃO
(a) Escrita/dogmática: formalizada em um texto escrito.
1. QUANTO À FORMA
(b) Não escrita/histórica: não há texto único centralizado.
(a) Flexível: é alterada da mesma forma que as leis inferiores.
(b) Semirrígida: uma parte é flexível e outra é rígida.
2. QUANTO À
(c) Rígida: a alteração é mais difícil do que as leis inferiores.
ESTABILIDADE
(d) Super-rígidas: uma parte é rígida e outra é imutável.
(e) Imutáveis: todo o texto é imutável.
(a) Outorgada: imposta pelo detentor do poder.
(b) Promulgada: elaborada com ampla participação popular.
3. QUANTO À ORIGEM (c) Cesarista (Bonapartista): o soberano edita o texto e,
posteriormente, o submete a um referendo popular.
(d) Pactuada (dualista): elaborada através de um pacto feito realizado

1 Por Luiz Fernando.

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entre os detentores do poder político.
4. QUANTO À (a) Heterônoma: é aquela que é imposta por outro país.
VOLUNTARIEDADE (b) Autônoma: elaborada pelo próprio país.
(a) Sintética/concisa: apenas definem os princípios gerais da
5. QUANTO À EXTENSÃO organização do Estado.
(b) Analítica/prolixa: trata de muitos temas.
(a) Dirigente: traça metas.
(b) Normativa: sai do papel.
(c) Nominal: não consegue sair do papel.
(d) Semântica: legitima o status quo injusto.
6. OUTRAS
(e) Ortodoxa: comprometida com uma ideologia específica.
CLASSIFICAÇÕES
(f) Compromissária (pluralista): contempla várias ideologias.
(g) Dúctil: não impõe um modelo de vida, mas apenas assegura as
condições para o exercício do projeto de vida de cada pessoa.
(h) Balanço: visa reger o ordenamento por um determinado tempo.
CLASSIFICAÇÃO CF/88 Escrita, promulgada, rígida, analítica, normativa e dirigente.

• TEORIAS DA CONSTITUIÇÃO
- Conceito formal
Positivista (Kelsen)
- CF = norma jurídica que valida as normas que lhe são inferiores
- CF = fatores reais do poder
Sociológica (Lassale)
- O resto é "mera folha de papel"
- CF= não é apenas norma nem apenas fator social. Ela incorpora
Concretista (Hesse) norma e realidade
- Força normativa da CF
- CF = decisão política fundamental
Política (Schmidt)
- O resto, que está escrito na CF, é apenas "lei constitucional"
Instrumento de governo - CF= lei processual que organiza o Estado
(Hennis) - Neutralidade constitucional

3. Poder Constituinte. 4. Emendas Constitucionais. 9. Mutação Constitucional. 10. Reforma


e Revisão Constitucional.

- Ilimitado
- Incondicionado
Originário:
- Inicial
PODER - Indivisível
CONSTITUINTE Reformador: produz EC
Decorrente: elabora as Constituições estaduais
Derivado
Revisor: art. 3º do ADCT permitiu uma revisão da CF, com quórum
diferenciado, ocorrida em 1993.

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EMENDA CONSTITUCIONAL:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: LIMITES FORMAIS
I - de 1/3, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada
uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
§ 1º A Constituição NÃO poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa
ou de estado de sítio. LIMITE CIRCUNSTANCIAL
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em 2 turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos respectivos membros. LIMITE
FORMAL
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: LIMITES MATERIAIS
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada NÃO pode ser
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. Para alguns, LIMITE TEMPORAL (maioria fala
que não há limite temporal).

O que é MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL?


Trata-se de mecanismo que permite a transformação do sentido e do alcance de normas da
Constituição, sem que se opere, no entanto, qualquer modificação em seu texto (alteração informal da
CF). A mutação está associada à plasticidade de que são dotadas inúmeras normas constitucionais

7. Evolução político-constitucional brasileira. As Constituições Brasileiras.

1824 Outorgada; * PODER MODERADOR; *Voto censitário e indireto; *CF semirrígida


1891 Criam o STF; *CF rígida; *Criam a federação; *Controle difuso.
1934 Caráter social; *Rígida; *Inspirada na Constituição alemã de WEIMAR de 1919;
1937 *Outorgada; *Suspendeu o Legislativo; *Supressão da Justiça Federal; *CF flexível
Reestruturação do federalismo e do pluripartidarismo; *CF rígida; *Parlamentarismo; *Criação
1946
da justiça federal de 1º grau.
1967 Endurecimento do regime militar; *AI5.
Alguns dizem que não foi nova CF, mas sim EC; *DIRETAS JÁ foi derrotado, mas inspirou
1969
mudança
1988 Nossa atual CF, que você conhece o suficiente, não é???

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8. Normas Constitucionais: Hermenêutica e Filosofia Constitucional. Métodos de
Interpretação. Aplicabilidade e Eficácia. 11. Normas Constitucionais.

Barroso: “Enunciado normativo é o texto ainda por interpretar. Já a norma é


NORMA x ENUNCIADO o produto da incidência do enunciado normativo sobre os fatos da causa,
NORMATIVO fruto da interação entre texto e realidade. Da aplicação do enunciado
normativo à situação da vida objeto de apreciação é que surge a norma”.
(a) Bilateralidade: normalmente dirigida a duas partes.
(b) Generalidade: obriga a todos em igual situação jurídica.
CARACTERÍSTICAS DAS
(c) Abstratividade: não foi criada para regular um caso concreto.
NORMAS
(d) Imperatividade: é obrigatória, não dependendo da vontade.
(e) Coercibilidade: é possível o uso da força para cumpri-la.

#ATENÇÃO #DOUTRINATRADICIONAL #DESPENCAEMPROVA


José Afonso da Silva elaborou uma classificação muito tradicional quanto à aplicabilidade das
normas constitucionais. Fique de olho:
Eficácia plena e São normas que desde o advento da CF produzem, ou têm possibilidade de
aplicabilidade produzir, todos os efeitos plenamente e que não podem ser restringidas.
imediata Ex. Princípio da igualdade.
Foram suficientemente previstas e, assim, produzem efeitos desde a CF, mas
Eficácia contida
podem ser restringidas posteriormente pelo legislador. Há autorização expressa
e aplicabilidade
ou implícita na CF para que o legislador futuro restrinja.
imediata
Ex. Art. 5º, XI, que fala que a lei pode estabelecer restrições.
Não são normas desprovidas de efeitos, mas não geram a plenitude de seus
efeitos imediatamente. Apresentam aplicabilidade indireta, mediata e reduzida,
porque somente incidem totalmente sobre esses interesses, após uma
normatividade ulterior que lhes desenvolva a aplicabilidade. Segundo Marcelo
Novelino, estas normas são dotadas de eficácia negativa, ab-rogando a legislação
precedente que lhe for incompatível e impedindo que o legislador edite normas
em sentido oposto ao assegurado pela Constituição.
(i) Normas de princípio programático: (ii) Normas de princípio institutivo:
são normas que estabelecem metas e tratam de instituições ou institutos,
Eficácia
objetivos, mas não dizem como esses mas não contém todos os elementos
limitada
objetivos serão alcançados. para que aquelas instituições ou
Ex. Busca do pleno emprego; redução institutos ganhem vida imediata.
da desigualdade e erradicação de
miséria, etc.
• Pode gerar direitos negativos
(Estado não pode contrariar);
• Vedação do retrocesso (uma vez
concretizado, o legislador não pode
voltar);

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MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
1. Hermenêutico 2. Tópico- 3. Hermenêutico- 4. Científico- 5. Normativo-
clássico problemático concretizador espiritual estruturante
Não há
Critérios clássicos: A análise da CF identidade entre
Parte-se de um
gramatical, Parte-se da CF para deve levar em texto e norma,
problema
histórico, o problema conta também que compreende
concreto para a
sistemático, a realidade também um
norma
teleológico social pedaço da
realidade social

5. Organização do Estado. Estado de Direito Democrático. 6. Federação. Origens. A


Federação Brasileira. Competências legislativas dos entes federados - Autonomia financeira,
administrativa e política dos entes federados.

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


Forma de Estado Federação
Forma de governo República
Sistema de governo Presidencialista
Regime de governo Democrático

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO FEDERALISMO


1. Partilha constitucional de competências.
2. Autonomia dos componentes da federação.
3. Participação dos entes na formação da vontade do Estado.
4. Existência de recursos próprios para cada ente.

1. PARTILHA DE COMPETÊNCIA

MODELOS DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS


MODELO CLÁSSICO: União exerce a competência expressa e os Estados a residual.
MODELO MODERNO: verificado após a 1ª guerra mundial. A CF prevê não apenas a
competência exclusiva da União, mas também a comum e concorrente dos Estados.
MODELO HORIZONTAL: não há relação de subordinação entre os entes que legislam.
Predomina no BRASIL.
MODELO VERTICAL: há divisão na competência. É o que ocorre no Brasil com a competência
CONCORRENTE, na qual as normas gerais são de atribuição da União, cabendo aos Estados
apenas a regulamentação específica.

10
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS
Atribuída a uma entidade federada com exclusão de todas as demais, SEM
EXCLUSIVAS2
possibilidade de delegação.
Da união (artigo 22 e parágrafo único). Pode ser delegada aos Estados para
PRIVATIVAS
legislarem sobre determinada matéria, por meio de Lei complementar.
Atribuída a mais de um ente federado com atuação em níveis distintos.
Os municípios estão excluídos, cabem somente a União, Estados e Distrito Federal,
que poderão legislar concorrentemente sobre os assuntos constantes no artigo 24,
mas, NÃO há superposição. §§ 1º a 4º À união competem às normas gerais; os
CONCORRENTES
Estados têm competência suplementar; se a União não emitir as normas gerais, os
(artigo 24)
Estados poderão exercer a competência plena sobre o assunto; se após o exercício
da competência plena dos Estados, surgir, supervenientemente, regulamentação
sobre normas gerais da União, a norma dos Estados terá a eficácia suspensa (não é
revogação nem invalidez, no que contradizer a União, não existindo repristinação).
Conferida a determinado ente para complementar as normas gerais dispostas por
outro ou para suprir a ausência dessas normas gerais. Artigo 24, § 2º trata da
SUPLEMENTARES
competência LEGISLATIVA SUPLEMENTAR DOS ESTADOS e o art. 30, II fala da
competência LEGISLATIVA SUPLEMENTAR DOS MUNICÍPIOS

União (art. 21)


Poderes enumerados
Exclusiva Municípios (art. 30)
Competência
administrativa Poderes reservados Estados (art. 25, §1º)
Cumulativa ou paralela União/Estados/Distrito
Comum
(art. 23) Federal/Municípios

2. AUTONOMIA DOS ENTES FEDERADOS


AUTONOMIA
Os entes se organizam por suas próprias constituições estaduais ou leis
Auto-organização orgânicas. Deve ser observado o P. da simetria e, assim, o processo de reforma
da CE deve, obrigatoriamente, observar os requisitos estabelecidos na CF.
Exercem, por seus próprios poderes legislativos, as competências legislativas
Autolegislação
que são de sua alçada.
Elegerão seus próprios governantes e deputados, e organizarão suas próprias
Autogoverno justiças (exceto os Municípios), inclusive com sistema de controle de
constitucionalidade das leis estaduais e municipais.
Autoadministração Organizarão suas administrações, seus serviços públicos e seus servidores.

3. PARTICIPAÇÃO DOS ENTES NA FORMAÇÃO DA VONTADE DO ESTADO.


• A participação ocorre através do Senado Federal, que, em tese, representa os Estados.

2 Segundo Marcelo Novelino, há uma divergência na doutrina brasileira envolvendo as competências exclusivas e
privativas. A doutrina mais tradicional, como, por exemplo, José Afonso da Silva, adota uma distinção cuja diferença
principa reside na possibilidade de delegação das competências privativas, ao contrário do que ocorre com as
competências exclusivas, que são indelegáveis por ausência de previsão expressa. Há autores, contudo, a exemplo
do Ministro Gilmar Mendes, que entendem inexistir qualquer diferença entre ambas, aduzindo a possibilidade de
utilização intercambiável das duas expressões. Para esta corrente, as competências privativas e exclusivas traduzem
a mesma ideia.

11
o Como os Municípios não são representados no Congresso, há autores que defendem
que eles não compõem a Federação brasileira.
Esse entendimento é MINORITÁRIO.

4. EXISTÊNCIA DE RECURSOS PRÓPRIOS PARA CADA ENTE.


• A CF estabelece um complexo sistema de repartição de tributos, além do que atribuiu
competência tributária (poder de criar tributos) a todos os três entes da federação.

#SELIGANACLASSIFICAÇÃO
(a) Centrípeto/agregação é aquele no qual antes havia um modelo
descentralizado e, com o pacto federal, ocorre a centralização. Ex. EUA.
Quanto à origem:
(b) Centrífugo/segregação antes havia mais centralização, mas o
federalismo impõe a descentralização para os entes autônomos. Ex. Brasil.
a) Bidimensional há apenas dois entes. Ex. Apenas União e Estados.
Quanto ao número de (b) Tridimensional há três entes. Ex. União, Estados e Municípios.
entes: • O Brasil é um dos únicos países que atribui aos Municípios a condição de
ente federal.
(a) Simétrico o regime de todos os entes iguais é idêntico.
• No Brasil é assim. As competências do Estado de MG são as mesmas do
Estado de SP.
Quanto à distribuição dos (b) Assimétrico entidades da federação iguais possuem regimes
poderes: diferentes.
Obs.: No Brasil, Lenza diz que há ERRO DE SIMETRIA, pois a CF
tratou os Estados de modo tão igual que acabou desconsiderando
as dessemelhanças existentes entre eles.
Federalismo DUAL: há extrema e severa divisão entre os entes.
Federalismo COOPERATIVO: mais flexível e permite a interpenetração entre
os entes políticos.
Federalismo ORGÂNICO: os Estados são organismos de um todo maior, que
Demais espécies:
é o poder central fomenta o autoritarismo.
Federalismo de INTEGRAÇÃO: em nome da integração nacional, há a
prevalência do Poder Central é federalismo apenas formal, em tudo se
aproximando ao Estado unitário descentralizado administrativamente.

12
#DEOLHONASSÚMULAS #NÃOESQUEÇA #DESPENCAEMOBJETIVAS
Súmula vinculante 2-STF: É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que
disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.

Súmula 722-STF: São da competência legislativa da União a definição dos crimes de


responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento.

Súmula vinculante 46-STF: A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das


respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.

Súmula vinculante 39-STF: Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos
membros das polícias civil e militar do Distrito Federal.

Súmula vinculante 38-STF: É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de


estabelecimento comercial.

Súmula 419-STF: Os municípios têm competência para regular o horário do comércio local, desde
que não infrinjam leis estaduais ou federais válidas.

Súmula 19-STJ: A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência da


União.

12. Controle da constitucionalidade. Controle da constitucionalidade Difuso. Controle da


constitucionalidade Abstrato. Controle da Constitucionalidade em âmbito estadual. A
Constituição do Estado de São Paulo como parâmetro para o Controle de
Constitucionalidade. 32. Ação Direta de Inconstitucionalidade. Ação Declaratória de
Constitucionalidade. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. O controle
difuso de constitucionalidade. Mandado de Injunção. Ação Direta de Inconstitucionalidade
por Omissão. Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Trata-se do procedimento de verificação da compatibilidade, formal e material, de
Conceito
determinado ato normativo em relação à Constituição Federal.
#OLHAOGANCHO
MODULAÇÃO DE EFEITOS
A norma
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
inconstitucional
Natureza da norma normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou
é NULA, com
inconstitucional de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal
eficácia EX
Federal, por maioria de dois terços de seus membros (maioria
TUNC.
qualificada), restringir os efeitos daquela declaração ou decidir
que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou
de outro momento que venha a ser fixado.

13
Parâmetro Todo o bloco de constitucionalidade (CF + princípios implícitos + tratados do art. 5, 3º).

Ação Total
1. Quanto à conduta
Omissão Parcial

Orgânica

Formal Propriamente dita


Violação dos
2. Quanto ao defeito Material pressupostos objetivos

Vício de decoro
FORMAS DE Total
INCONSTITU- 3. Quanto à
extensão
CIONALIDADE Parcial

Concreto
4. Quanto à
finalidade
Abstrato

Preventivo
5. Quanto ao
momento
Repressivo

Difuso
6. Quanto à
Concentrado
competência
Misto

Conceito É aquele que pode ser exercido por qualquer juiz ou Tribunal.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
Cláusula de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
reserva do
Controle plenário #ATENÇÃO #EXCEÇÕES:
difuso
(a) Se o Tribunal (plenário ou órgão especial) já tiver decidido o tema;
(b) Se o STF já tiver reconhecido a inconstitucionalidade.
Suspensão da Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
norma pelo X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada
Senado inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
CONTROLE CONCENTRADO
(a) Processo objetivo: não há partes;
Noções (b) Causa de pedir aberta: o STF pode reconhecer a inconstitucionalidade em face de
gerais artigo diverso do apontado pelo autor da ação;
(c) Competência: STF ou TJ (controle estadual)

14
(d) Legitimados: art. 1033, CF.
Cabe contra Lei ou ato normativo geral e abstrato
(i) Atos regulamentares; (ii) Normas constitucionais originárias; (iii)
Não cabe normas anteriores à CF/88 (nesse caso, a análise será da RECEPÇÃO da
ADI
contra norma); (iv) leis revogadas; (v) súmulas; (vi) projeto de lei ainda não
promulgado.
Limite espacial Lei ou ato normativo FEDERAL ou ESTADUAL.
Cautelar Erga omnes, EX NUNC, vinculante.
Efeitos da
Vinculante, EX TUNC, ERGA OMNES, efeito repristinatório tácito.
decisão
Objeto Lei ou ato normativo FEDERAL
ADC Requisito
Controvérsia judicial relevante
adicional
Suspensão dos processos nos quais se discute o tema pelo prazo de 180
Cautelar
dias.
Legitimados Mesmo da ADI.
Objeto Qualquer ato do poder público que viole preceito fundamental.
ADPF Caráter
Só cabe se não for possível ADI nem ADC.
subsidiário
Objeto Qualquer ato do poder público.
Aspecto
Pode ser até mesmo anterior à CF/88.
temporal
Aspecto
Pode ser federal, estadual ou MUNICIPAL.
espacial
O objetivo é conferir efetividade às normas constitucionais de eficácia
Objeto
LIMITADA.
Legitimidade Autoridade ou órgão responsável pela medida para tornar efetiva a
ADO passiva
norma constitucional.
(a) Poder competente será dada ciência ao poder competente.
Efeitos da (b) Órgão administrativo deverá editar a norma em 30 dias, sob pena
decisão de responsabilidade. A lei permite que o STF fixe outro prazo, se
entender mais conveniente.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL
Art. 125. § 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de
inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em
Legitimidade
face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a
um único órgão.
Objeto Leis ou atos normativos estaduais ou municipais.

3 Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

15
Competência TJ (plenário ou órgão especial)
Parâmetro Constituição Estadual
Efeitos da decisão EX TUNC, vinculante, ERGA OMNES.
Se a norma da CE for de reprodução obrigatória da CF, caberá RE ao STF.
RE Nesse caso, esse RE produzirá os mesmos efeitos de uma ADI (vinculante,
ERGA OMNES...)

Súmula vinculante 10-STF: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão
fracionário de Tribunal que embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.

Súmula 642-STF: Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da
sua competência legislativa municipal.

Súmula 614-STF: Somente o Procurador-Geral da Justiça tem legitimidade para propor ação direta
interventiva por inconstitucionalidade de Lei Municipal.

PRINCIPAIS JULGADOS SOBRE O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE


É possível ADI em face de leis orçamentárias (Info. 817);
É possível que o STF, em julgamento de RE, revise entendimento fixado em ADI (812);
Para propor ADI, a procuração deve conter poderes especiais (2012);
Só se admite controle preventivo através de MS impetrado por parlamentar alegando que: (a) A
proposta de EC viola cláusula pétrea; (b) Há violação do processo legislativo de produção da norma;
É cabível ADI em face de lei de efeito concreto (basta ser lei) (2013);
Não houve mutação constitucional do art. 52, X, CF (suspensão da norma pelo Senado) (2014);
Não se admite o reconhecimento da inconstitucionalidade, de ofício, em controle abstrato (2014);
Concluído o julgamento, não pode ser reaberta a discussão sobre eventual modulação dos efeitos
(2014);
É possível a cumulação de ADI e ADC na mesma ação (786);
A controvérsia judicial exigida para fins de ADC é qualitativa, e não quantitativa (786);
O reconhecimento da inconstitucionalidade de determinada norma não rescinde, imediatamente,
eventuais decisões embasadas nessa mesma norma (787);
Cabe ADPF contra decisão judicial, desde que não transitada em julgado (810);
O STF não admite a teoria da transcendência dos motivos determinantes (808);
As associações que representam fração de categoria profissional não são legitimadas para instaurar
controle concentrado de constitucionalidade de norma que extrapole o universo de seus representados
(826).
Se, no curso de uma ação abstrata, a lei impugnada for revogada por outra, em regra, a ADI perderá o
objeto. Há, no entanto, três exceções (845): (i) Demonstração de “fraude processual”; (ii) O ato
impugnado foi repetido por outra norma; (iii) O STF julgou o mérito da ação sem ser comunicado da
revogação.
Proposta a ADI contra uma MP, se esta for convertida em lei antes do término da ação, não há perda do
objeto da ADI, pois a conversão não convalida eventuais vícios existentes. Todavia, o autor da ação deve
aditar o pedido inicial, noticiando a conversão (851);
Salvo nos casos de notório abuso, o Judiciário não pode se imiscuir na análise dos requisitos da MP –
relevância e urgência (851);

16
13. Processo legislativo. Processo legislativo e reforma constitucional.

#ATENÇÃO

Não há hierarquia entre LO e LC, mas apenas campos distintos de incidência. O


procedimento de elaboração das duas espécies é idêntico, exceto pelo quórum, que, na
LC, é de maioria absoluta.

ESPÉCIES NORMATIVAS
EC
Leis ordinárias
Leis complementares
Leis delegadas
MP
Decretos legislativos
Resoluções

PROCEDIMENTO DE ELABORAÇÃO DE LEI ORDINÁRIA


1º PASSO: 2º PASSO: Deliberação
3º PASSO: Sanção ou veto
Iniciativa (discussão + votação)
Privativa Em regra, começa na O veto é sempre expresso;
Comum Câmara. O Senado A sanção pode ser tácita (após 15 dias úteis)
Compartilhada pode emendar, caso Veto precisa de motivação, sanção não.
em que o projeto Veto não é terminativo, pois pode ser derrubado.
volta para a Câmara, CF admite o veto parcial.
que decide. Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado
somente poderá constituir objeto de novo projeto, na
mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria
absoluta dos membros de qualquer das Casas do
Congresso Nacional.

#DEOLHONALEGIS #DESPENCAEMPROVA
MEDIDA PROVISÓRIA
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I – relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares,

17
ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo
financeiro;
III – reservada a lei complementar;
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto
do Presidente da República.
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se
não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por
igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas
delas decorrentes.
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se
durante os períodos de recesso do Congresso Nacional.
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação,
entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional,
ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em
que estiver tramitando.
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada
ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda
de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados
durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.

Súmula 651-STF: A medida provisória não apreciada pelo Congresso Nacional podia, até a EC 32/2001, ser
Reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, mantidos os efeitos de lei desde a primeira
edição.

Súmula Vinculante 54-STF: A medida provisória não apreciada pelo congresso nacional podia, até a
Emenda Constitucional 32/2001, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, mantidos os
efeitos de lei desde a primeira edição.

14. Intervenção Federal e Estadual4.

4 O gráfico foi retirado do site: http://sapodavez.blogspot.com.br/2013/07/dica-de-constitucional-intervencao.html. Já o


segundo quadro foi adaptado de um resumo escrito por candidatos à magistratura federal.

18
Independe de provocação
Espontânea
de outros órgãos

Para garantir o livre Solicitação do


exercício dos Poderes respectivo poder
Intervenção
Executivo/Legislativo coacto ou impedido
federal

Para garantir o livre


Requisição do
exercício do Poder
STF
Judiciário
Provocada

Para prover a execução de lei


Representação do
federal ou a observância dos
PGR perante o STF
princípios sensíveis

Para promover a execução de Requisição do


ordem ou decisão judicial STF, STJ e TSE

INTERVENÇÃO:
ESTADOS > MUNICÍPIOS FORMA
UNIÃO > MUNICÍPIOS (dos Territórios)
1. Deixar de ser paga, sem motivo de força Nestes casos o ESTADO, após a expedição do decreto do
maior, por 2 anos consecutivos, a dívida governador, simplesmente intervém, sem pedir autorização para
fundada; ninguém.
O decreto do governador especificará a amplitude, o prazo e as
condições de execução da intervenção e, se for o caso, nomeará
desde logo o interventor.
2. Não forem prestadas contas devidas, na
O controle é feito a posteriori (em 24 h da expedição do decreto do
forma da lei;
governador e é realizado pela Assembleia ou Câmara Legislativa
que, se estiver de recesso, será convocado extraordinariamente no
mesmo prazo de 24h.
3. Não tiver sido aplicado o mínimo exigido Neste caso NÃO HÁ controle legislativo da intervenção.
da receita municipal na manutenção e O decreto do governador limitar-se-á a suspender a execução do
desenvolvimento do ensino e nas ações e ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da
serviços públicos de saúde. normalidade.
Para assegurar a observância de princípios Neste caso NÃO HÁ controle
indicados na Constituição Estadual O TJ deve dar provimento à legislativo da intervenção.
(PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS representação (embora a CF não O decreto do governador
SENSÍVEIS) (AÇÃO INTERVENTIVA diga expressamente a quem limitar-se-á a suspender a
ESTADUAL), ou caberia realizar a representação, execução do ato impugnado,
entende-se que a atribuição cabe se essa medida bastar ao
4. Para prover a execução de lei, de ordem
ao PGJ) restabelecimento da
ou de decisão judicial
normalidade.

19
15. Poder Legislativo.

SENADO FEDERAL CÂMARA DOS DEPUTADOS


Representantes dos ESTADOS e
Composição Representantes do POVO
DF
Princípio proporcional à população de
Princípio majoritário com cada Estado e do DF.
Sistema de eleição
maioria simples OBS: Cada território elegerá 04
Deputados.
LC 78/93 fixou em 513 Deputados
Número de 3 Senadores por Estado e DF,
Federais. (Nenhum Estado terá menos
parlamentares cada qual com 2 suplentes.
que 8, nem mais de 70 Deputados.)
Mandato 8 anos = 2 legislaturas 4 anos = 1 legislatura
Renovação A cada 4 anos, por 1/3 e 2/3. A cada 4 anos.
Idade mínima 35 anos 21 anos

Legislar
Função TÍPICA
Fiscalizar (auxílio TC)
PODER LEGISLATIVO
Judicante
Função ATÍPICA
Administrativa

#NÃOERRE #TEMADAMODA
ESTATUTO DOS PARLAMENTARES
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,
palavras e votos. IMUNIDADE MATERIAL
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento
perante o STF.
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional NÃO poderão ser presos,
SALVO em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24 horas à
Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
IMUNIDADE FORMAL RELATIVA À PRISÃO OU FREDOM FROM ARREST
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o
STF dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo
voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de 45 dias do
seu recebimento pela Mesa Diretora.
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou

20
prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles
receberam informações.
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em
tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser
suspensas mediante o voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados
fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.

PERDERÁ O MANDATO...
Art. 55. PERDERÁ o mandato o Deputado ou Senador:
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da
Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o
abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens
indevidas.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou
pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido
político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. (EC nº 76, de 2013)
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de
ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado
no CN, assegurada ampla defesa.
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato,
nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º
e 3º.

CPI PODE CPI NÃO PODE


Notificar testemunhas, investigados e Impor sanção
convidados
Determinar a condução coercitiva de Cassar mandato
testemunha
Realizar perícia, exames e vistorias Não tem poder geral de cautela
Prender em flagrante Determinar interceptação telefônica
Afastar sigilo bancário, fiscal e de REGISTRO Determinar busca e apreensão domiciliar.
telefônico

Súmula 245-STF: A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa prerrogativa.

Súmula 397-STF: O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime
cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do
acusado e a realização do inquérito.

21
Súmula 653-STF: No Tribunal de Contas estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser
escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este
indicar um dentre auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro à sua livre
escolha.

Súmula vinculante 3-STF: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

Súmula 6-STF: A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou qualquer outro
ato aprovado pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele tribunal,
ressalvada a competência revisora do judiciário.

16. Poder Executivo.

Lembre-se que o estatuto do Presidente da República foi objeto de dica da última semana! Para
evitarmos repetições desnecessárias (só aumentariam nosso resumo!), dê uma olhadinha na síntese que fiz
para vocês, ok?

PRESIDENCIALISMO PARLAMENTARISMO
Identidade entre chefia de estado e chefia de
governo (são a mesma pessoa). Há uma não identidade entre chefia de estado e
Chefe de estado exerce função simbólica de chefia de governo. O chefe de estado pode ser
representar internacionalmente o país e de um rei (um monarca) ou um presidente, ao
corporificar a sua unidade interna. passo que o chefe de governo é o 1º ministro,
Chefe de governo executa as políticas públicas. que exerce o governo conjuntamente com o seu
Ou seja, é quem efetivamente governa e também gabinete (conselho de Ministros).
exerce a liderança da política nacional.
Estabilidade democrática, construída pelo povo
nos processos democráticos. Pode até existir a
figura do mandato mínimo e do mandato
máximo, todavia ele não é fixo. Nesse sentido,
Estabilidade de governo. Há a figura dos mandatos tem por fundamento a existência dos institutos:
fixos para o cargo de presidente. I) possibilidade de queda do gabinete pelo
parlamento (através da “moção de censura” ou
“voto de desconfiança”) e II) possibilidade
cotidiana de dissolução do parlamento pelo
gabinete.

Registre-se que o Brasil já foi parlamentarista em dois momentos:


a) Parlamentarismo à brasileira ou às avessas – Segundo Reinado de D. Pedro II (1847 – 1889).
Tínhamos o Imperador, chefe de Estado, e um gabinete de ministros. O executivo controlava o
legislativo por meio do poder moderador (construção de Benjamin Constant, que só foi aplicada no
Brasil).
b) Parlamentarismo republicano (09/61 até 02/63). João Goulart era o Presidente (chefe de Estado)

22
e Tancredo Neves era o Primeiro-Ministro (chefe de governo). Em referendo, o povo voltou ao
presidencialismo.

PODER REGULAMENTAR DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


Decreto Regulamentar
Decreto Autônomo
(Decreto de Execução)
Natureza Secundário Primário
Inova o ordenamento? Não Sim
Hierarquia Infralegal Legal
Matéria Em tese, qualquer lei Taxativa (art. 84, VI CF)
Previsão Art. 84, IV Art. 84, VI
Criação CF/1988 EC 32/2001

17. Defesa do Estado e das Instituições Democráticas. 26. Princípios de Defesa na


Constituição Federal.

Polícia Federal;
Federal Polícia Rodoviária
Administrativa - Federal;
Ostensiva
Tem por objeto a Polícia Ferroviária
(preventiva) -
limitação imposta a Federal
preservação da
bens jurídicos ordem pública
individuais Corpo de
Atividades de Bombeiros;
Estadual
polícia
Polícia militar
Judiciária
(repressiva) - Federal Polícia Federal
investigação e
Segurança
apuração de
infrações Estadual Polícia civil
penais

Estado de Defesa Estado de Sítio


Caráter preventivo e âmbito regional Âmbito nacional
Grave e iminente instabilidade Comoção de grave repercussão nacional ou ineficácia do
institucional ou calamidades de grandes estado de defesa e declaração de guerra ou resposta a
proporções na natureza agressão armada estrangeira
Decretação pelo PR Decretação pelo PR
Aprovação posterior do Congresso
Aprovação prévia do Congresso Nacional
Nacional
Em caso de comoção grave ou ineficácia do estado de
Prazo de vigência de 30 dias, prorrogável
defesa Até 30 dias, podendo ser prorrogado quantas
uma única vez pelo mesmo período
vezes for necessário pelo mesmo período.

23
Em caso de guerra ou resposta a agressão armada
estrangeira pelo tempo que durar
Ambos submeter-se-ão a controle político prévio, concomitante e sucessivo (Congresso) e controle
jurisdicional concomitante e sucessivo.
Durante o estado de exceção, a CF não poderá ser emendada.
Após a medida, o PR prestará contas, respondendo por eventuais abusos.

18. A Organização dos Poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. 19. Ministério Público.
30. Funções essenciais da Justiça. Ministério Público, Advocacia e Defensoria Pública.

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função


jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade


e a independência funcional.

§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites


estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

Art. 128. O Ministério Público abrange:


I - o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
MINISTÉRIO d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II - os Ministérios Públicos dos Estados.
PÚBLICO

§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios


formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva,
para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder
Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.

§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios


poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo,
na forma da lei complementar respectiva.

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:


I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância
pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas
necessárias a sua garantia;
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio

24
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de
intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência,
requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei
complementar respectiva;
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei
complementar mencionada no artigo anterior;
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial,
indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com
sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica
de entidades públicas.

Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze


membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha
pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos,
admitida uma recondução, sendo:
I o Procurador-Geral da República, que o preside;
II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de
cada uma de suas carreiras;
III três membros do Ministério Público dos Estados;
IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior
Tribunal de Justiça;
V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil;
VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela
Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de


órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe,
nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e
funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder
Executivo.

Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em


ADVOCACIA carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos,
com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases,
PÚBLICA
exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas
unidades federadas.

Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada


estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de
desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das
corregedorias.

DEFENSORIA Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função

25
PÚBLICA jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime
democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos
humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos
individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma
do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e
administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no
art. 99, § 2º.
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade
e a independência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no
art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal.

Súmula 421-STJ: Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública


quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença.

20. Direitos Fundamentais. Tratados e convenções internacionais. 23. Direitos


Fundamentais. Direitos Fundamentais Coletivos. 25. Garantias Fundamentais. 22. Ações
constitucionais.

TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS


São direitos ou posições jurídicas que investem os seres humanos, individual
ou coletivamente considerados, em um conjunto de prerrogativas,
Conceito
faculdades e instituições imprescindíveis para assegurar uma existência
digna, livre, igual e fraterna entre todas as pessoas.
1ª Dimensão/Geração Direitos civis e políticos.
2ª Dimensão/Geração Direitos sociais, econômicos e culturais.
Dimensões
3ª Dimensão/Geração Direitos de solidariedade e fraternidade.
4ª Dimensão/Geração globalização (não é pacífico).
Passivo: o sujeito está subordinado aos poderes estatais.
Status Ativo: sujeito pode participar da formação da vontade do Estado.
(JELLINEK) Negativo: ao sujeito é assegurada uma esfera indevassável ao Estado.
Positivo: sujeito tem direito de pedir certas prestações ao Estado.
Cabe ao aplicador apenas explicitar os limites que já
estão contidos na própria estrutura do direito.
TEORIA INTERNA
Assim, interpretando-se corretamente os direitos,
Restrições não haverá efetiva colisão entre eles.
É possível efetiva colisão entre direitos
TEORIA EXTERNA fundamentais, tornando-se necessária a restrição de
um deles.
LIMITE DOS LIMITES Embora se admita a restrição de direitos
(LIMITES fundamentais, há um conteúdo mínimo que não
IMANENTES) pode ser atacado. Assim, há limite para a limitação

26
de direitos, que não podem ser descaracterizados.

Características (a) Relatividade; (b) Universalidade; (c) Aplicabilidade imediata; (d)


Atipicidade; (e) Indisponibilidade; (f) Imprescritibilidade.

• Vertical incidem na relação entre sujeito e Estado;


Eficácia • Horizontal incidem na relação entre sujeitos privados;
• Diagonal incidem na relação entre privados em posição de
desigualdade.
PRINCIPAIS DIREITOS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE (art. 5º...)
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Igualdade
Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
Legalidade
virtude de lei.
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de


Liberdade de expressão comunicação, independentemente de censura ou licença;

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da


fonte, quando necessário ao exercício profissional.
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
Direito de resposta
indenização por dano material, moral ou à imagem.
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
aos locais de culto e a suas liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas


Liberdade religiosa entidades civis e militares de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de


convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em lei;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
Privacidade pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação.
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas
Liberdade profissional
as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter
paramilitar;
Liberdade de associação
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu

27
funcionamento;

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter


suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso,
o trânsito em julgado;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer


associado;

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm


legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
Direito adquirido, ato
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
jurídico perfeito e coisa
coisa julgada;
julgada
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

Direitos fundamentais
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
processuais
competente;

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em


geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;

TRATADOS INTERNACIONAIS

Fase internacional

a) Negociações
preliminares REFERENDO Promulgação e
RATIFICAÇÃO
b) Adoção do texto CONGRESSUAL Publicação no DOU
c) Assinatura

Fase interna
HIRARQUIA DOS TRATADOS SOBRE DIREITOS HUMANOS:

(i) Aprovados na forma do art. 5º, §3º emenda constitucional


(ii) Aprovados no procedimento comum supralegal.

28
#VAICAIR #MAISUMANACONTA
NOVA LEI DO MANDADO DE INJUNÇÃO
(Pontos importantes)
o Serve para tutelar a falta, total ou parcial, de norma regulamentadora, tornando inviável o exercício
de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e
cidadania.
o Regramento muito similar à Lei de Mandado de Segurança;
o Lei falou expressamente em MP e Defensoria Pública;
o Procedimento: segue a mesma lógica do mandado de segurança;
o Embora o STF estivesse adotando a TEORIA CONCRETISTA DIRETA E GERAL, a lei do mandado de
injunção adotou a TEORIA CONCRETISTA INTERMEDIÁRIA INDIVIDUAL, exceto quando comprova-se
que o impetrado deixou de atender, em MI anterior, ao prazo estabelecido (neste caso, adota-se a
decisão concretista direta). Além disso, poderá ser conferida eficácia ULTRA PARTES ou ERGA OMNES
quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, liberdade ou prerrogativa objeto do
mandado de injunção.
o Na hipótese de superveniência da norma regulamentadora, o MI será prejudicado. Se a
superveniência for posterior ao trânsito em julgado, aplica-se a nova lei, sem modificar os efeitos já
produzidos pela decisão do MI, salvo se a norma superveniente for mais favorável.

#OLHAOGANCHO:
MANDADO DE INJUNÇÃO ADI POR OMISSÃO
Natureza e finalidade Natureza e finalidade.
Trata-se de processo no qual é discutido um A finalidade é declarar que há uma omissão, já que
direito subjetivo. A finalidade é viabilizar o não existe determinada medida necessária para
exercício de um direito. Há, portanto, controle tornar efetiva uma norma constitucional. Estamos
concreto de constitucionalidade. diante, portanto, de processo objetivo, em que há
controle abstrato de constitucionalidade.
Cabimento Cabimento
Cabível quando faltar norma regulamentadora de Cabível quando faltar norma regulamentadora
direitos e liberdades constitucionais e das relacionada com qualquer norma constitucional
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à de eficácia limitada.
soberania e à cidadania.

Legitimados ativos Legitimados ativos


MI individual: pessoas naturais ou jurídicas que se Os legitimados da ADI por omissão estão descritos
afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou no art. 103 da CF/88.
das prerrogativas.
MI coletivo: estão previstos no art. 12 da Lei nº
13.300/2016.
Competência Competência
A competência para julgar a ação dependerá da Se relacionada com norma da CF/88: STF.
autoridade que figura no polo passivo e que Se relacionada com norma da CE: TJ.
possui atribuição para editar a norma.
Efeitos da decisão Efeitos da decisão
Reconhecido o estado de mora legislativa, será Declarada a inconstitucionalidade por omissão, o
deferida a injunção para: Judiciário dará ciência ao Poder competente para
I - determinar prazo razoável para que o que este adote as providências necessárias.
impetrado promova a edição da norma Se for órgão administrativo, este terá um prazo de
regulamentadora; 30 dias para adotar a medida necessária.

29
II - estabelecer as condições em que se dará o Se for o Poder Legislativo, não há prazo.
exercício dos direitos, das liberdades ou das
prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as
condições em que poderá o interessado
promover ação própria visando a exercê-los, caso
não seja suprida a mora legislativa no prazo
determinado.
Obs.: será dispensada a determinação a que se
refere o inciso I, quando comprovado que o
impetrado deixou de atender, em mandado de
injunção anterior, ao prazo estabelecido para a
edição da norma.

Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de
imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.

Súmula 444-STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a
pena-base.

Súmula 654-STF: A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5°, XXXVI, da Constituição da
República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado.

Súmula 280-STJ: O art. 35 do Decreto-Lei nº 7.661, de 1945, que estabelece a prisão administrativa, foi
revogado pelos incisos LXI e LXVll do art. 5º da Constituição Federal de 1988.

Súmula vinculante 25-STF: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do
depósito.

Súmula 2-STJ: Não cabe o habeas data (CF, art. 5°, LXXll, letra “a") se não houve recusa de informações
por parte da autoridade administrativa.

21. Direitos sociais e coletivos. 37. Ordem Social. Educação e Cultura. Ciência e Tecnologia.
Comunicação Social. Meio Ambiente. Família, Criança, Adolescente e Idoso. Direito à
Proteção Especial. Índios.

DIREITOS SOCIAIS
Os direitos sociais, direitos de 2ª dimensão/geração, são prestações positivas a
Conceito serem implementadas pelo Estado e tendem a concretizar a perspectiva de uma
isonomia substancial e social.
• Surgem com a crise do constitucionalismo liberal;
Histórico • As primeiras Constituições que tratam do tema são do séc. XX (México - 1917).
• Posteriormente, foram veiculados da Constituição de Weimar (1919).
Os direitos sociais se efetivam especialmente pela implementação de políticas
públicas pelo Estado. O Judiciário não é o local adequado para a implementação
Judicialização
desses direitos, mas sim o Executivo e o Legislativo. No entanto, não se nega
que, diante da inércia desses poderes, a judicialização seja uma medida

30
importante para a implementação dos direitos sociais. A crítica que se faz é que
o juiz, por não ser eleito, não poderia decidir a forma de distribuição dos
escassos bens materiais de que necessita o povo brasileiro.
Os recursos estatais são limitados, logo, não é possível que
Reserva do todas as prestações sejam atendidas 100% para todas as
possível pessoas. Há limitações, (a) orçamentárias e (b) fáticas. A
teoria surgiu na Alemanha.
Mesmo que o Estado não possa oferecer tudo a todos, é
Mínimo certo que ele deve garantir ao menos um mínimo, básico e
Categorias
existencial indispensável, para uma vida digna. Assim, o mínimo
importantes
existencial afasta o argumento da reserva do possível.
Trata-se de um limite material implícito, de forma que os
Proibição do direitos fundamentais sociais já constitucionalmente
retrocesso assegurados não poderão ser suprimidos por EC ou por
(non-cliquet) legislação infraconstitucional, a não ser que se tenha
prestações alternativas.

24. Direitos de cidadania5. Direito de sufrágio. Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular.

a) os nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes


não estejam a serviço de seu país;
Adotou-se aqui o critério do jus soli (art. 12, I, a);
Assim, no Brasil, a regra é o critério do solo, (jus soli), com mitigações
previstas no art. 12, I, alíneas b e c.
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde
que qualquer deles esteja a serviço do Brasil.
Critério aqui: jus sanguinis + “a serviço do Brasil” (funcional) (art. 12, I, b).
São
Natos c1) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro e de mãe brasileira, desde
brasileiros
(inciso I) que sejam registrados em repartição brasileira competente;
(art. 12)
Critério aqui: jus sanguinis + registro (art. 12, I, c, 1ª parte);
c2) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro e de mãe brasileira, ainda
que não tenham sido registrados na repartição brasileira competentes,
desde que venham a residir no Brasil e optem, a qualquer tempo, depois
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
Critério aqui: jus sanguinis + residência no Brasil + opção confirmativa
Chamada de nacionalidade potestativa (porque depende desta opção
confirmativa, que só pode ser dada após a maioridade).
Naturalização ordinária (comum)
a) os estrangeiros que, segundo os requisitos da lei, adquiram a
Naturalizados nacionalidade brasileira.
(inciso II) Para os originários de países de língua portuguesa a lei só pode exigir a
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.
Obs.: o Brasil pode negar a naturalização (é ato discricionário)

5 O esquema foi retirado do site do DIZERODIREITO.

31
Naturalização extraordinária
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade que estejam residindo no
Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal.
Obs.: se o estrangeiro preencher essas condições, o governo brasileiro
não pode negar a naturalização (é ato vinculado)

#ANOTEAÍ #SELIGANOSCONCEITOS
1. Sufrágio traduz o direito de votar e de ser votado, encontrando-se entrelaçado ao exercício da
soberania popular. Se divide em
(a) Ativa: direito de votar, de eleger seus representantes.
(b) Passiva: direito de ser votado, eleito, escolhido no processo eleitoral.
2. Plebiscito e referendo são mecanismos de democracia participativa. A diferença é que, no
plebiscito, o povo se manifesta antes, ao passo que no referendo a manifestação é posterior à
deliberação dos seus representantes.
3. Iniciativa Popular outro método de democracia participativa. (não se aplica à emenda
constitucional)
Art. 61. § 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de
projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos
por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

27. Princípios constitucionais da Administração Pública.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte.

28. Poder Judiciário. 29. A Emenda Constitucional n° 45. 31. Poder Judiciário. Direitos,
garantias e deveres da Magistratura. O Estatuto da Magistratura. Atividade correcional. 33.
Supremo Tribunal Federal. Conselho Nacional de Justiça. Superior Tribunal de Justiça.
Tribunal Superior Eleitoral. Tribunais Regionais e Juízes Federais. 34. Poder Judiciário.
Tribunais e Juízes Estaduais. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Disciplina do
Poder Judiciário na Constituição Paulista. O controle de constitucionalidade dos atos
estaduais e municipais.

Meus amigos, na última semana, elaborei uma dica toda especial tratando justamente sobre o
Poder Judiciário na Constituição Federal. Para evitar repetição desnecessária, te peço a gentileza de conferir
o material que já preparei pra você, ok??

Súmula 628-STF: Integrante de lista de candidatos a determinada vaga da composição de tribunal é


parte legítima para impugnar a validade da nomeação de concorrente.

32
Súmula 627-STF: No mandado de segurança contra a nomeação de magistrado da competência do
Presidente da República, este é considerado autoridade coatora, ainda que o fundamento da
impetração seja nulidade ocorrida em fase anterior do procedimento.

Súmula 649-STF: É inconstitucional a criação, por Constituição Estadual, de órgão de controle


administrativo do Poder Judiciário do qual participem representantes de outros Poderes ou entidades.

O PODER JUDICIÁRIO NA CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

Artigo 54 - São órgãos do Poder Judiciário do Estado:


I - o Tribunal de Justiça;
II - o Tribunal de Justiça Militar;
III - os Tribunais do Júri;
IV - as Turmas de Recursos;
V - os Juízes de Direito;
VI - as Auditorias Militares;
VII - os Juizados Especiais;

Artigo 60 - No Tribunal de Justiça haverá um Órgão Especial, com vinte e cinco Desembargadores,
para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais de competência do Tribunal Pleno,
inclusive para uniformizar a jurisprudência divergente entre suas Seções e entre estas e o Plenário.

Artigo 74 - Compete ao Tribunal de Justiça, além das atribuições previstas nesta Constituição,
processar e julgar originariamente:
I - nas infrações penais comuns, o Vice-Governador, os Secretários de Estado, os Deputados
Estaduais, o Procurador-Geral de Justiça, o Procurador-Geral do Estado, o Defensor Público Geral e
os Prefeitos Municipais;

Artigo 90 - São partes legítimas para propor ação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
estaduais ou municipais, contestados em face desta Constituição ou por omissão de medida
necessária para tornar efetiva norma ou princípio desta Constituição, no âmbito de seu interesse:
I - o Governador do Estado e a Mesa da Assembleia Legislativa; II - o Prefeito e a Mesa da Câmara
Municipal; III - o Procurador-Geral de Justiça; IV - o Conselho da Seção Estadual da Ordem dos
Advogados do Brasil; V - as entidades sindicais ou de classe, de atuação estadual ou municipal,
demonstrando seu interesse jurídico no caso; VI - os partidos políticos com representação na
Assembleia Legislativa, ou, em se tratando de lei ou ato normativo municipais, na respectiva
Câmara.

§ 1º - O Procurador-Geral de Justiça será sempre ouvido nas ações diretas de inconstitucionalidade.

§ 2º - Quando o Tribunal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo,


citará, previamente, o Procurador-Geral do Estado, a quem caberá defender, no que couber, o ato
ou o texto impugnado.

36. Tributação e Orçamento. Sistema tributário nacional e finanças públicas. 35. Ordem
Econômica e Financeira. Disciplina da Ordem Econômica na Constituição Paulista.

33
Artigo 177 - O Estado estimulará a descentralização geográfica das atividades de produção de bens e
serviços, visando o desenvolvimento equilibrado das regiões.
Artigo 178 – O Estado dispensará às microempresas, às empresas de pequeno porte constituídas sob as
leis brasileiras e que tenham sede e administração no país, aos micro e pequenos produtores rurais,
assim definidos em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-los pela simplificação de
suas obrigações administrativas, tributárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas, por meio
de lei.
Parágrafo único - As microempresas e empresas de pequeno porte constituem categorias econômicas
diferenciadas apenas quanto às atividades industriais, comerciais, de prestação de serviços e de
produção rural a que se destinam.
Artigo 179 - A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo.

PRECEDENTES HISTÓRICOS
#MARCINHOMITA
#FECHANDOCOMCHAVEDEOURO

STF (2017 – 822, 859) Brasileiro, já titular de “green card”, que adquire nacionalidade norte-americana,
PERDE a nacionalidade brasileira e pode ser extraditado pelo Brasil.

- O plenário do STF (INFO 842) entendeu ser inconstitucional lei estadual que regulamenta a atividade da
“VAQUEJADA”, porquanto o tratamento cruel contraria o art. 225, § 1º, VII, da CF/88. Isto é, mesmo
sendo esta uma atividade cultural, não possa ser permitida. Recentemente, no entanto, fora editada o
EC 96/2017, que acrescenta o § 7º ao art. 225 da CF/88 “para determinar que práticas desportivas que
utilizem animais não são consideradas cruéis”. Segundo Márcio do site dizer o direito, o verdadeiro
objetivo desta emenda foi o de superar uma decisão do STF proferida em 2016 na qual o Tribunal
declarou que a atividade conhecida como “vaquejada” era inconstitucional em virtude de gerar
tratamento cruel aos bovinos.6

STF (2017 - 857) Só é possível emendar parlamentar em MP se houver relação de pertinência, sob pena
de CONTRABANDO LEGISLATIVO

STF (2015 – 774) As Constituições estaduais NÃO podem prever que os Governadores serão julgados
pela Assembleia Legislativa em caso de crimes de responsabilidade. A competência é de um “Tribunal

6 Para um maior aprofundamento, sugerem-se os comentários do site dizer o direito sobre a EC 96/2017.

http://www.dizerodireito.com.br/2017/06/breves-comentarios-ec-962017-emenda-da_7.html.

34
Especial”, composto especialmente para julgar o fato e que será formado por 5 Deputados Estaduais e
5 Desembargadores, sob a presidência do Presidente do Tribunal de Justiça.

STF (2012 – 657) A emissão de parecer sobre as medidas provisórias, por comissão mista de deputados
e senadores antes do seu exame configura fase de observância obrigatória no processo constitucional
de conversão dessa espécie normativa em lei ordinária.

STF (2015 – 787) Perda do mandato por infidelidade partidária NÃO se aplica a cargos eletivos
majoritários, somente àqueles que adotam o sistema proporcionais.

STF (2017 – 863) Perda do mandato em caso de condenação criminal de deputado federal ou senador:
Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de 120 dias em regime fechado: a perda do cargo será
uma consequência lógica da condenação, cabendo à Mesa da Câmara ou do Senado apenas a
declaração.
Se o Deputado ou Senador for condenado a uma pena em regime aberto ou semiaberto: a condenação
criminal NÃO gera a perda automática do cargo. Caberá ao Plenário da Câmara ou do Senado deliberar,
nos termos do art. 55, § 2º, se o condenado deverá ou não perder o mandato.
#ATENÇÃO: Parece que o tema ainda não foi pacificado, e informativo anterior trazia o entendimento
de que, independentemente da pena, a perda do mandato NÃO seria automática. (STF (2013 – 714)).

STF (2016 – 824) É possível o afastamento de Deputado Federal do cargo por decisão judicial.
Entendeu-se que a CF somente outorga às Casas Legislativas a competência para decidir acerca da
perda do mandado, não impedindo que o Poder Judiciário suspenda o exercício do mandato
parlamentar.

STF (2013 – 712) Parlamentares NÃO têm imunidade formal quanto à prisão em caso de condenação
definitiva. CF veda apenas a sua prisão penal cautelar.

STF (2015 – 787) BNDES é obrigado a fornecer ao TCU documentos sobre financiamentos concedidos

STF (2015 – 801) O Poder Legislativo, em sua função típica de legislar, NÃO fica vinculado às decisões de
ADI, ADC ou ADPF. Desse modo, o legislador pode, por emenda constitucional ou lei ordinária, superar
a jurisprudência. Trata-se de uma reação legislativa à decisão da Corte Constitucional com o objetivo
de reversão jurisprudencial.

STF (2016 – 815) É possível que o Fisco requisite das instituições financeiras informações bancárias
sobre os contribuintes sem intervenção do Poder Judiciário.

STF (2015 – 799) As doações eleitorais feitas por pessoas jurídicas são INCONSTITUCIONAIS, tanto para
campanhas como para partidos.

STF (798 – 2015) O STF reconheceu que o sistema penitenciário brasileiro vive um "Estado de Coisas
Inconstitucional", com uma violação generalizada de direitos fundamentais dos presos.

STF (2015 – 794) O Judiciário pode determinar a realização de obras emergenciais em estabelecimento
prisional.

35
STF (2015 – 789) Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária autorização prévia do
indivíduo biografado, das demais pessoas retratadas, nem de seus familiares.

STF (2014 – 752) O Judiciário pode obrigar administração pública a manter estoque mínimo de
determinado medicamento utilizado no combate a certa doença grave, de modo a evitar novas
interrupções no tratamento, não havendo que se falar em violação ao princípio da separação dos
poderes.

STF (2016 – 851) Se é proposta ADI contra uma medida provisória e, antes de a ação ser julgada, a MP é
convertida em lei com o mesmo texto que foi atacado, esta ADI não perde o objeto e poderá ser
conhecida e julgada, desde que o autor peticione informando a situação ao STF e pedindo o
aditamento da ação.

STF (2014 – 739) O STF NÃO acolhe a teoria da abstrativização do controle difuso. Não há que se falar
em mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88 e, assim, para a maioria dos Ministros, a decisão em
controle difuso continua produzindo, em regra, efeitos apenas “inter partes” e o papel do Senado é o
de amplificar essa eficácia, transformando em eficácia erga omnes.

STF (2013 – 726) O Judiciário pode obrigar a administração pública a garantir o direito a acessibilidade
em prédios públicos.

DIREITO CIVIL7

1. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.

Em provas objetivas para a magistratura estadual, é suficiente o conhecimento dos principais artigos
da LINDB. No mais, basta dar uma olhadinha em alguns conceitos básicos. Vamos juntos:

CONCEITOS IMPORTANTES DA LINDB


A revogação é gênero da qual ab-rogação e derrogação são espécies.
(a) ab-rogação: é a revogação total da lei.
(b) derrogação: é a revogação parcial da lei.
Repristinação: é o restabelecimento dos efeitos de uma lei que foi revogada pela revogação da lei
revogadora. Só é admitida de forma expressa.
Princípio da Obrigatoriedade Relativa/Mitigada: a presunção de conhecimento da lei não é absoluta,
uma vez que se existem situações excepcionais expressamente previstas em lei em que se admite a
alegação de erro de direito.
Obrigatoriedade “simultânea”: antigamente, a lei se tornava obrigatória por etapas: primeiro na
capital federal, depois nas zonas litorâneas e depois ia se interiorizando. Agora, ela entra em vigor em

7Por Luiz Fernando.


Obs. O material foi produzido com base na FUC, em anotações pessoais, comentários do DIZERODIREITO (sempre
brilhante!) e, principalmente, a partir dos excelentes livros da coleção do professor Flávio Tartuce, que, por
honestidade intelectual, pode ser considerado coautor deste material.

36
todos os locais do país ao mesmo tempo.
Espécies de Lacunas, conforme Maria Helena Diniz:
(i) Lacuna normativa: ausência total de norma para um caso concreto;
(ii) Lacuna ontológica: presença de norma para o caso concreto, mas que não tenha eficácia social;
(iii) Lacuna axiológica: presença de uma norma para o caso concreto, mas cuja aplicação seja
insatisfatória ou injusta;
(iv) Lacuna de conflito ou antinomia: choque de duas ou mais normas válidas, pendente de solução no
caso concreto.
Analogia: é primeiro mecanismo de integração. É o preenchimento da lacuna através da comparação.
Por meio da analogia, compara-se uma determinada hipótese, não prevista em lei, com outra, já
contemplada em lei. O seu fundamento é a igualdade jurídica. A analogia pode ter duas formas:

(a) analogia legis: se concretiza pela comparação de um caso não previsto com outro já previsto em
lei. Assim a lacuna será integrada comparando-se uma situação atípica (não tratada na norma) com
uma outra situação especificadamente prevista em lei (típica).

(b) analogia iuris: o juiz preenche a lacuna com a comparação do caso com o sistema como um todo.
Dessa forma, compara-se a situação não prevista em lei com os valores do sistema e não com um
dispositivo legal.

#SELIGANADIFERENÇA
ANALOGIA INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA
Rompe-se com os limites do que está previsto Apenas amplia-se o sentido da norma,
na norma (legislação) havendo a subsunção (conhecimento)
Direito adquirido: é aquele que se incorporou ao patrimônio do particular. É uma concepção
exclusivamente patrimonialista, de modo que não há direito adquirido personalíssimo. Todo direito
adquirido é patrimonial. A nova lei deverá respeitar o negócio jurídico celebrado sob termo ou
condição suspensiva.
Coisa julgada: é a qualidade que reveste os efeitos decorrentes de uma decisão judicial contra a qual
não cabe mais impugnação dentro dos mesmos autos.
Ato jurídico perfeito: é o ato pronto e acabado, já tendo exaurido seus efeitos. O ato jurídico perfeito
não mais produz efeitos. Ele é a antítese das relações continuativas, pois estas são as que perpassam
no tempo (iniciam sob a égide de uma lei e continuam após o início de uma nova lei).
CRITÉRIOS BÁSICOS DE SOLUÇÃO DOS CHOQUES ENTRE NORMAS

Critério Cronológico: Norma posterior prevalece sobre a anterior.

Critério da Especialidade: Norma especial prevalece sobre a geral.

Critério Hierárquico: Norma superior prevalece sobre a inferior

Antinomia de 1º Grau: Conflito entre normas que envolve apenas UM dos critérios acima expostos.

Antinomia de 2º Grau: Choque de normas válidas que envolve DOIS dos critérios analisados, ou,

37
quando não houver a possibilidade de solucionar um conflito pelos critérios acima, haverá uma
antinomia de 2º grau.

Antinomia Aparente: Aquela que pode ser resolvida pelos critérios da especialidade, hierarquia e
cronológico. Quando a própria lei tiver critério para a solução do conflito.

Antinomia Real: Não pode ser resolvida pelos critérios acima. Não houver na lei critério para a solução
do conflito.

ANTINOMIAS DE 2º GRAU:

(a) Norma especial e anterior X norma geral posterior (especialidade x cronológico): Prevalece a
primeira, em razão da especialidade.

(b) Norma superior anterior X norma inferior posterior (hierárquico x cronológico): Prevalece a
primeira, pela hierarquia.

(c) Norma geral superior X norma especial inferior (hierárquico x especialidade): Não há uma
metarregra geral de solução aqui, sendo esta, portanto, uma antinomia real, segundo Maria Helena
Diniz, podendo-se preferir para a solução do conflito qualquer um dos critérios. Todavia, para Bobbio,
deve prevalecer a lei superior.

2. Capacidade. Direitos da Personalidade. Pessoas naturais. Início da personalidade e


morte.

No ponto 2, não se esqueça que, agora, SOMENTE O MENOR DE 16 ANOS É ABSOLUTAMENTE INCAPAZ.

#OLHAOGANCHO
INCAPACIDADE X IMPEDIMENTO
Impedimento é sinônimo de falta de legitimação, sendo episódico e casuístico, pois o sujeito
é capaz para prática de atos civis, em geral, só sendo impedido de praticar atos expressamente
previstos pela legislação. Já a incapacidade é genérica para os atos da vida civil.
O impedimento resulta da posição especial que determinada pessoa ocupa em relação a
certos interesses.
Ex. art. 497, I, CC. O tutor é capaz, mas não pode comprar bens do tutelado.

Quanto ao início da personalidade, lembre-se das principais correntes sobre o tema:


(a) Teoria natalista (Cário Mario, Venosa, Tepedino) a personalidade jurídica se inicia com o nascimento com
vida (momento da primeira respiração). O nascituro não teria direitos, mas apenas expectativa de direitos.

(b) Teoria concepcionista a personalidade jurídica se inicia com a concepção. Logo, o nascituro teria
personalidade jurídica. (Prevalece entre os doutrinadores contemporâneos)

38
#OLHANOGANCHO.#AJUDAMARCINHO:

O DPVAT é um seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre, ou
por sua carga, a pessoas, transportadas ou não. Em outras palavras, qualquer pessoa que sofrer danos
pessoais causados por um veículo automotor, ou por sua carga, em vias terrestres, tem direito a receber a
indenização do DPVAT. Isso abrange os motoristas, os passageiros, os pedestres ou, em caso de morte, os seus
respectivos herdeiros. O art. 3º, I, da Lei 6.194/74 afirma que deverá ser paga indenização do DPVAT aos
herdeiros do falecido no caso de morte no trânsito. O STJ decidiu que, se uma gestante envolve-se em acidente
de carro e, em virtude disso, sofre um aborto, ela terá direito de receber a indenização por morte do DPVAT,
nos termos do art. 3º, I, da Lei 6.194/74. O Ministro Relator afirmou expressamente que, em sua opinião, “o
ordenamento jurídico como um todo – e não apenas o código civil de 2002 – alinhou-se mais à teoria
concepcionista para a construção da situação jurídica do nascituro, conclusão enfaticamente sufragada pela
majoritária doutrina contemporânea” (INFO 547 DO STJ).

(c) Teoria da personalidade condicionada (Serpa Lopes) nascituro teria personalidade jurídica sujeita a
condição suspensiva. É superada porque praticamente se equipara à concepcionista.

(d) Teoria híbrida entre natalista e concepcionista (Rosenvald, Stolze, Carlos Gonçalves e Maria Helena)
alguns sustentam que o nascituro tem personalidade jurídica apenas para o exercício dos direitos da
personalidade (ex. pleitear alimentos, exigir paternidade). Essa é a chamada de personalidade jurídica formal.
No entanto, não tem personalidade para o exercício dos direitos patrimoniais (personalidade material). Essa
teoria é mais afinada com a ideia de despatrimonialização, pois divide bem essa distinção entre direitos
existenciais e patrimoniais.

#FOCANALEGIS #ATENÇÃOÉTUDO
Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes,
nos casos em que a lei autoriza a abertura de SUCESSÃO DEFINITIVA.

Quanto aos direitos da personalidade, compensa passar os olhos (muito rapidamente!!!) pelos principais
julgados, já que a redação dos artigos está muito batida, ok?

#SELIGANAJURIS
STJ (2013): PJ de direito público não pode sofrer dano moral.
STF (2015): Biografado não precisa autorizar publicação de sua biografia.
STJ (2015): Sujeito abandonado pelo pai em tenra idade tem justa causa para mudar o nome
STJ (2013): Mesmo sem finalidade lucrativa, o uso da imagem de artista gera dano moral.

Para finalizarmos, cuidado para NÃO CONFUNDIR:

Art. 12, parágrafo único Art. 20, parágrafo único


Regra geral. Trata de direito da Regra especial, pois só trata de determinados
personalidade de modo geral. direitos da personalidade (imagem e direitos morais
do autor).
Legitimados: ascendentes, descendentes, Legitimados: ascendentes, descendentes e cônjuge.

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cônjuge e colaterais até o quarto grau.

#OLHAOGANCHO
ENUNCIADO Nº 5 CJF: Arts. 12 e 20: 1) as disposições do art. 12 têm caráter geral e aplicam-se,
inclusive, às situações previstas no art. 20, excepcionados os casos expressos de legitimidade
para requerer as medidas nele estabelecidas; 2) as disposições do art. 20 do novo Código Civil
têm a finalidade específica de regrar a projeção dos bens personalíssimos nas situações nele
enumeradas. Com exceção dos casos expressos de legitimação que se conformem com a
tipificação preconizada nessa norma, a ela podem ser aplicadas subsidiariamente as regras
instituídas no art. 12.

3. Pessoas jurídicas. Desconsideração da personalidade jurídica. Domicílio. Bens. Bens


de família.

Devagar e sempre, vamos ao ponto 3.

Na minha dica de direito civil, já te orientei a conferir a nova redação do CC em relação às pessoas jurídicas,
lembra? Se ainda não fez isso, não perca tempo e faça agora. Se já fez, vamos em frente.

A desconsideração da PJ foi expressamente disciplinada pelo novo CPC (artigos 133 a 137). Para não
desperdiçar espaço (o nosso edital de civil é gigantesco!!!!), não vou transcrever os artigos aqui. No entanto,
fica a recomendação para uma leitura atenta desses artigos, certo?
#RECORDAREDECORAR

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NO ORDENAMENTO BRASILEIRO


TEORIA
HIPÓTESE DE CABIMENTO
ADOTADA

TEORIA
ART. 50, NCC -abuso da personalidade.
MAIOR

-abuso de direito;
-excesso de poder;
-infração da lei;
-fato ou ato ilícito;
TEORIA
ART.28, CAPUT, CDC8 -violação dos estatutos ou contrato social;
MAIOR
-falência;
-estado de insolvência;
-encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados
por má administração.

8Apesar de CDC adotar a teoria maior no “caput” do art. 28, em questões de provas objetivas, se for abordado qual
teoria adotada no CDC, sugere-se que o candidato assinale como correta a resposta que faça menção à teoria
menor, salvo se mencionarem ambas as teorias como correta na mesma assertiva.

40
TEORIA -sempre que personalidade for, de alguma forma, obstáculo
ART.28, § 5º, CDC
MENOR ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.

ART. 4°, LEI 9.605/98 TEORIA -quando personalidade for obstáculo ao ressarcimento de
(LEI AMBIENTAL) MENOR prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.

-abuso de direito;
-excesso de poder;
-infração da lei;
-fato ou ato ilícito;
ART. 34, LEI 12.529/2011 TEORIA
-violação dos estatutos ou contrato social;
(LEI ANTITRUSTE) MAIOR
-falência;
-estado de insolvência;
-encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados
por má administração.

TEORIA -excesso de poderes;


ART. 135, CTN
MAIOR -infração de lei, contrato social ou estatutos.

Quanto aos bens de família, depois de ler, atentamente, a jurisprudência em teses do STJ (não se esqueça que
o link foi disponibilizado no raio-x do edital), fique atento com os informativos recentes sobre o tema. Vamos a
eles:

#SELIGANAJURIS
STJ (549): A desconsideração da PJ não implica, necessariamente, no afastamento da
proteção conferida aos bens de família.
STJ (543): É considerado bem de família o imóvel no qual reside o filho do dono.
STJ (575): Quando a vítima executar o infrator criminal no juízo cível, ela pode penhorar o
bem de família adquirido com o produto do crime, ainda que tenha ocorrido a extinção da
punibilidade do autor do crime pelo cumprimento da suspensão condicional do processo.

4. Fatos jurídicos. Negócios Jurídicos. Forma do negócio jurídico. Condição, termo e


encargo. Representação.

No ponto 4, convém esquematizar, na cabeça, a divisão dos fatos jurídicos.


Atenção para um detalhe: essa classificação não é uniforme em toda a doutrina. Sendo assim, não se
preocupe se sua classificação não for exatamente igual!!

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Ordinário
Fato jurídico em sentido
estrito
Extraordinário

Fato jurídico em sentido Ato ilícito em sentido


amplo estrito
Ato ilícito em sentido
amplo
Ato antijurídico

Fato humano Ato jurídico em sentido


estrito

Ato lícito (ato jurídico em


Negócio jurídico
sentido amplo)

Ato-fato jurídico

5. Defeitos do negócio jurídico: erro, dolo, coação, fraude contra credores, lesão e estado de
perigo.

Erro/ignorância -Coisa ou objeto


Se essencial, gera
(falsa noção ou -Pessoas
anulabilidade
desconhecimento) -Direito
Dolus Bonus Não anula
Dolo Dolus malus Anula
(artifício ardiloso) -Positivo (ação) Gera anulabilidade se
-Negativo (omissão) essencial
Negócio nulo ou
Defeitos ou -Coação física
inexistente, havendo
vícios do Coação (vis absoluta)
Vontade divergência doutrinária
negócio (pressão)
-Coação moral
jurídico Negócio anulável
(vis compulsiva)
Perigo que acomete o
negociante/pessoa de sua
Estado de perigo Negócio anulável
família/amigo (conhecido da
outra parte)
Premente necessidade ou
inexperiência +
Lesão subjetiva Negócio anulável
desproporção (lesão
objetiva)

42
Vontade interna x vontade
manifestada
Negócio nulo (sempre,
Simulação -Absoluta
mesmo a inocente)
-Relativa
Sociais -Subjetiva
-Objetiva
Alienações gratuitas com
Fraude contra intuito de prejudicar Anulabilidade por meio
credores credores (não se confunde de ação pauliana
com fraude à execução)

#SELIGANADISTINÇÃO #PARECEMASNÃOÉ

LESÃO ESTADO DE PERIGO


Perigo que acomete o próprio negociante, pessoa
Premente necessidade ou inexperiência de sua família ou amigo íntimo, sendo esse perigo de
conhecimento do outro negociante;
Prestação manifestamente
Obrigação excessivamente onerosa;
desproporcional;
Independe do dolo de aproveitamento; Pressupõe o dolo de aproveitamento;
Há entendimento de aplicação analógica do art. 157,
Aplica-se a revisão negocial (art. 157, § 2º );
§ 2º, visando a conservação negocial.
Aplica-se exclusivamente aos contratos Aplica-se aos NJ em geral (também aos unilaterais,
sinalagmáticos. ex.: promessa de recompensa).

Fraude contra credores Fraude à execução


Instituto do direito material; Instituto do direito processual;
O devedor tem várias obrigações assumidas A alienação se dá na pendência da prestação
perante credores e aliena de forma gratuita jurisdicional, após citação;
ou onerosa os seus bens, visando prejudicar Há entendimento de que bastaria a propositura
credores; da ação.
Atinge os interesses patrimoniais dos Afeta prestação jurisdicional, portanto, matéria de
credores quirografários; ordem pública;
Pressupõe o manejo de ação
Pode ser suscitada por simples petição;
pauliana/revocatória;
A sentença da ação anulatória tem natureza O reconhecimento da fraude tem natureza
constitutiva negativa, gerando a anulabilidade declaratória, gerando a ineficácia relativa do ato
do NJ celebrado. celebrado.

6. Invalidade do Negócio Jurídico. Nulidade. Simulação. Efeitos da nulidade e da


anulabilidade.

43
Para o ponto 6, basta lembrar as diferenças básicas entre nulidade e anulabilidade:

NULIDADE ABSOLUTA (NULIDADE) NULIDADE RELATIVA (ANULABILIDADE)


Atinge interesse público Atinge interesse particular
Pode ser suscitada por qualquer interessado, Só pode ser suscitada pelos interessados (art.
pelo MP e deve ser reconhecia de ofício pelo juiz 177).
(art. 168)9.10
É irratificável (art. 169, 1ª parte)11, ou seja, é É ratificável (art. 172). Pode ser suprida, sanada,
insuscetível de confirmação. inclusive pelas partes.
Sentença produz efeitos EX TUNC, pois, regra
O tema se tornou controvertido.
geral, o ato nulo não produz efeitos.
Não convalesce pelo decurso do tempo (art. 169,
Ação anulatória possui prazos decadenciais (4
parte final). Isso significa que a nulidade é
ou 2 anos);
imprescritível12.
HIPÓTESES: HIPÓTESES:

Art. 166. É NULO o negócio jurídico quando: Art. 171. Além dos casos expressamente
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; declarados na lei, é ANULÁVEL o negócio
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu jurídico:
objeto; I - por incapacidade relativa do agente;
III - o motivo determinante, comum a ambas as II - por vício resultante de erro, dolo, coação,
partes, for ilícito; estado de perigo, lesão ou fraude contra
IV - não revestir a forma prescrita em lei; credores.
V - for preterida alguma solenidade que a lei
considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou
proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.

#OLHAOGANHONADOUTRINA

ENUNCIADO 536 DO CJF: Resultando do negócio jurídico nulo consequências patrimoniais capazes de
ensejar pretensões, é possível, quanto a estas, a incidência da prescrição.
ENUNCIADO 537 DO CJF: A previsão contida no art. 169 não impossibilita que, excepcionalmente, negócios
jurídicos nulos produzam efeitos a serem preservados quando justificados por interesses merecedores de
tutela.

9 Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério
Público, quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos
e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes.

10381/STJ: “Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas.” Referida
súmula é criticada, pois nulidade é matéria de ordem pública.

11 Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.

44
7. Ato lícito e ato ilícito. Abuso de direito. Teoria da aparência. Prescrição e decadência.
Da prova.

Muita calma no ponto 7. O ato lícito, ilícito e o abuso de direito devem ser analisados em conjunto com a
responsabilidade civil. Portanto, daqui a pouco trato disso. A teoria da aparência é tema mais doutrinário,
logo, de baixíssima incidência em provas objetivas. No raio-x do edital, te indiquei em qual ponto da FUC você
pode estudar um pouco mais sobre o assunto.

Já a prescrição e decadência merecem um estudo cuidadoso nessa revisão de última hora. Vamos juntos!!!!!!

PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
Extingue a pretensão Extingue o direito
Está ligada a direitos subjetivos, atingindo ações Ligada a direitos potestativos, atingindo as ações
condenatórias constitutivas (positivas e negativas)
Prazos podem ser estabelecidos por lei (decadência
Os prazos são estabelecidos apenas pela lei legal) ou por convenção das partes (decadência
convencional)
Decadência legal: i) deve ser reconhecida de ofício
Deve ser reconhecida de ofício pelo juiz pelo juiz; ii) não pode ser renunciada pela parte

A parte pode não alegar a prescrição; pode ser Decadência convencional: i) não pode ser
renunciada pelo devedor após a consumação. reconhecida pelo juiz; ii) pode ser renunciada após
a consumação
A decadência se opera contra todos, exceto em
Não corre contra determinadas pessoas
relação aos absolutamente incapazes
Há casos de impedimento, suspensão ou Em regra, não é impedida, suspensa ou
interrupção da prescrição interrompida (salvo regras específicas)
Majoritariamente entende-se que não há um prazo
geral de decadência, mas sim um prazo geral para
Prazo geral: 10 anos
anulação do negócio jurídico (2 anos, a contar da
celebração)
Prazo de decadência formulado em dias, meses,
Prazos especiais (Art. 206, CC): 1, 2, 3, 4 e 5 anos. ano e dia e anos, previsto em dispositivos diversos
do Código Civil.

RESUME AÊ, COACH!!!

OK!!! Ler os artigos tratando dos principais prazos prescricionais é, de fato, uma tarefa enfadonha. Para te
ajudar, vou fazer uma breve seleção dos principais artigos e prazos que você deve saber, certo?

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PRAZO HIPÓTESES
(i) Segurado contra o segurador, ou deste contra
01 ANO
aquele.
02 ANOS (i) Prestações alimentares
(i) Alugueis de prédios; (ii) enriquecimento sem
03 ANOS
causa; (iii) reparação civil.
04 ANOS (i) Pretensão relativa à tutela.
(i) Cobrança de dívidas líquidas constantes de
05 ANOS instrumento público ou particular; (ii) pretensão de
profissionais liberais.

#VAMOSDEJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES

STJ (574): Pequeno mecânico de bairro não tem qualificação profissional suficiente para ser enquadrado
como profissional liberal (prescrição em 05 anos). Sendo assim, ele pode cobrar pelos seus serviços no
prazo geral de 10 anos.

STJ (588): É de 03 anos o prazo da ação da entidade de previdência privada contra terceiro que se
apropriou indevidamente dos valores do benefício.

STJ (557): É de 10 anos o prazo de prescrição de ação de um advogado contra o outro, buscando divisão
de honorários.

STJ (593): É de 03 anos o prazo prescricional para que o evicto (quem perdeu o bem) proponha a ação
de indenização contra o alienante.

8. Obrigações. Obrigações de dar, fazer e não fazer. Obrigações alternativas. Obrigações


divisíveis e indivisíveis. Obrigações Solidárias.

Nos pontos 8, vamos, finalmente, inaugurar a ala #MEUSQUADRINHOS,MINHAVIDA !!! Os quadros sinópticos
são extremamente importantes para a revisão de última hora, especialmente em alguns pontos do direito civil
(ex. obrigações e sucessões). Vamos resumir, agora, as PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DAS OBRIGAÇÕES:

Dar coisa certa: É


aquela que tem por RESTITUIR: Devolução
objeto algo certo e da coisa certa ao seu
individualizado, e que dono.
1º Quanto ao
obrigará o devedor a
conteúdo Positivas Obrigação de DAR
entrega da mesma.
obrigacional
Dar coisa incerta: O objeto é determinado de
maneira genérica (gênero e quantidade) e será
determinado quando do adimplemento da
obrigação

46
Obrigação de FAZER:
Fungível: A prestação pode ser realizada pelo
É a que vincula o
devedor ou por terceiro, pois não requer para
devedor à prestação
sua execução aptidões pessoais
de um serviço ou ato,
seu ou de terceiros,
em benefício do Infungível: Ocorre quando a prestação só pode
credor ou de terceira ser executada pelo próprio devedor, uma vez
pessoa. que se levam em conta suas qualidades
pessoais.
Obrigação de NÃO FAZER: Ocorre quando o devedor se compromete a
Negativas abster-se de algum ato, que poderia praticar se não houvesse se
comprometido pelo interesse do credor ou de terceiros.

Obrigação SIMPLES: 1 Credor, 1 Devedor e 1 Prestação.


CUMULATIVA (CONJUNTIVA):
Todos os objetos (prestações) devem ser
prestados. Tem-se o conectivo “e”.
OBJETIVA:
Ex.: Entregar-lhe-ei uma saca de trigo “e”
Multiplicidade de
uma de café
objetos
(prestação) ALTERNATIVA (DISJUNTIVA):
Arts. 252-256 Um ou outro objeto deve ser
Obrigação prestado.
2º Quanto à COMPOSTA:
SOLIDÁRIA ATIVA:
presença de Ocorre quando
Vários credores – arts.
elementos temos
267/274
obrigacionais multiplicidade de
SOLIDÁRIA PASSIVA:
sujeitos e/ou
Solidária Vários devedores – arts
objetos
SUBJETIVA: 264/266 275/285
Multiplicidade de SOLIDÁRIA
sujeitos MISTA/RECÍPROCA:
Vários credores e vários
devedores
Não solidária: pluralidade simples de
sujeitos, que sofrerá influência das regras de
divisibilidade e indivisibilidade da prestação

Et.: Obrigação Facultativa: “para bem se entender a diferença entre a obrigação alternativa e a
facultativa deve-se notar que, na alternativa, são devidas duas coisas alternativamente; na
facultativa, apenas uma ciosa é devida, mas o devedor pode preferir pagar com outra. Por
consequência, na obrigação facultativa, perecendo a coisa, o liame obrigacional se desata, desde
que não houve no perecimento culpa do devedor” Gaetano Sciascia
A obrigação facultativa não está expressa no nosso Código Civil. Portanto ela é aquela que tem
por objeto uma só prestação, mas a lei ou o contrato permite que o devedor substitua essa

47
prestação por outra predeterminada, para facilitar-lhe o pagamento.
Para obrigação FACULTATIVA se a prestação estiver eivada de qualquer vício, inválida restará toda
a obrigação; o que não acontecerá com as obrigações ALTERNATIVAS, porque, embora defeituosa
uma de suas opções, a outra, ou outras, permanece eficaz para ser prestada

Obrigação DIVISÍVEL: Ocorre quando é possível o cumprimento parcial da


prestação, sem prejuízo de sua substância e de seu valor, de modo que,
havendo pluralidade subjetiva, tal obrigação se presumirá dividida em
3ª Quanto à tantas obrigações iguais e distintas, quantos forem os credores ou
divisibilidade ou devedores. Art. 257, CC.
indivisibilidade do Obrigação INDIVISÍVEL: É aquela cuja prestação só pode ser cumprida por
objeto obrigacional inteiro, não comportando sua cisão em várias obrigações parceladas
distintas, pois, uma vez cumprida parcialmente a prestação, o credor não
obtém nenhuma utilidade ou obtém a que não representa a parte exata
de que resultaria do adimplemento integral; logo, havendo pluralidade de
devores, cada um será obrigado pela dívida toda. Art. 258, CC

Algumas diferenças entre


SOLIDARIEDADE e INDIVISIBILIDADE
Solidariedade Indivisibilidade
Relaciona-se com a unidade do objeto, que
Resulta tecnicamente da lei da vontade ou das
integra a prestação, objeto esse que, regra geral,
partes, trazendo maior garantia ao credor, que
não pode fracionar-se, seja por sua própria
tem mais facilidade para cobrar seu crédito;
natureza, seja por perda do seu valor.
Se o bem que era indivisível foi convertido em
Mesmo que a obrigação se converta e perdas e DINHEIRO, além das perdas e danos, a
danos, subsiste a solidariedade, continuando obrigação, nesse momento, perderá sua
indivisível o objeto (art. 271 e 279, CC) qualidade de indivisível. Desta forma, far-se-á
rateio entre as partes, vide art. 263, CC
Embora o devedor seja obrigado ao TODO, ele
somente deve a sua parte. O pagamento da
O devedor deve pagar por inteiro porque deve o
totalidade do objeto devido só se verifica ante a
TODO
impossibilidade do fracionamento desse mesmo
objeto.
Não se extingue com a morte, pois o objeto não
Extingue-se com a morte do credor, ou seja, o
poderá ser repartido já que ele é indivisível. Art.
crédito reparte-se entre os herdeiros
270, CC

Prosseguindo com o estudo do direito das obrigações, vamos condensar o que há de mais relevante:

Dação em
Sub-rogação Novação Cessão de crédito Assunção de dívida
pagamento
Regra especial de Forma de Forma de
Forma de transmissão Forma de transmissão
pagamento ou pagamento pagamento
das obrigações das obrigações
forma de indireto indireto

48
pagamento
indireto
Mera substituição Entrega de uma Cria nova Transmissão da Transmissão da condição
do credor por um coisa móvel ou obrigação pela condição de credor, do de devedor (cessão de
terceiro que paga imóvel como substituição do sujeito ativo débito), com a qual deve
a dívida. Não cria pagamento. Não objeto (novação obrigacional, de forma concordar o credor.
nova obrigação cria nova objetiva), do gratuita ou onerosa. O
obrigação. credor (novação devedor não precisa Forma gratuita ou
subjetiva ativa) ou concordar, mas deve ser onerosa.
do devedor notificado.
(novação
subjetiva passiva,
por delegação ou
expromissão)

FIQUE DE OLHO!!!!

Veja o que diz o artigo 296 do CC:

Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor.
Pela redação do artigo, percebe-se que, na cessão de crédito, a responsabilidade é PRO SOLUTO, e não
PRO SOLVENDO. Ou seja, o cedente não responde pela solvência, mas apenas pela existência do
crédito.

#OLHAOGANCHO
No endosso, ocorre justamente o oposto, ou seja, a responsabilidade do endossante é PRO SOLVENDO.

12. Inadimplemento das obrigações. Mora. Perdas e danos. Juros legais e cláusula penal

Vamos, agora, sintetizar tudo o que você precisa saber sobre o ponto 12:

#NÃOCONFUNDA

(1) MORA EX RE x MORA EX PERSONA

Mora ex re (mora automática) Mora ex persona (mora pendente)

49
Determinadas obrigações possuem mora ex re, ou Outras obrigações possuem mora ex persona, ou
seja, se o devedor não cumprir a obrigação no dia seja, exigem a interpelação judicial ou extrajudicial
certo do vencimento, considera-se que ele está, do devedor para que este possa ser considerado em
automaticamente, em mora. mora.
O credor pode ingressar com ação contra o devedor Apenas depois desta notificação, o credor estará
mesmo sem notificação. autorizado a mover ação judicial de cobrança do
A mora ocorre de pleno direito, independentemente débito.
de notificação.
Aplica-se a máxima dies interpellat pro homine: o dia
interpela o homem (o termo interpela no lugar do
credor)
Em regra, a mora será ex re se a obrigação a ser A mora será ex persona em duas situações:
cumprida pelo devedor for: Quando, no contrato, não tiver sido estipulado um
• Positiva (de dar ou fazer) prazo certo de vencimento.
• Líquida e Quando, mesmo havendo prazo certo, a lei exigir a
• Com dia certo de vencimento. interpelação (ex: leasing).
Ora, se o devedor acertou um prazo certo para
cumprir a prestação e se não há dúvida quanto ao Súmula 369-STJ: No contrato de arrendamento
valor dessa prestação, não há motivo para se exigir mercantil (leasing), ainda que haja cláusula
que o credor o relembre sobre sua obrigação. resolutiva expressa, é necessária a notificação
Exceção: em alguns casos, a própria lei, por cautela, prévia do arrendatário para constituí-lo em mora.
exige expressamente a notificação prévia e afasta a
constituição automática da mora, mesmo tendo sido A interpelação, quando necessária, pode ser:
cumpridos os requisitos acima. • Judicial, feita, via de regra, pela citação (art. 240
Obs: não obrigações de não fazer e nas decorrentes do CPC).
de ato ilícito, a mora também é ex re. • Extrajudicial: realizada sem forma solene, ou seja,
por meio de qualquer ato que torne certa a
exigência do pagamento, como. Por exemplo, a
notificação ou o protesto.

(2) ARRAS CONFIRMATÓRIAS x ARRAS PENITENCIAIS

Confirmatórias (art. 418 e 419) Penitenciais (art. 420)


São previstas no contrato com o objetivo de São previstas no contrato com objetivo de permitir
reforçar, incentivar que as partes cumpram a que as partes possam desistir da obrigação
obrigação combinada. combinada caso queiram e, se isso ocorrer, o valor
das arras penitenciais já funcionará como sendo as
pardas e danos.
A regra são as arras confirmatórias. Assim no Ocorre quando o contrato estipula arras, mas
silêncio do contrato, as arras são confirmatórias. também prevê o direito de arrependimento.
Se as partes cumprirem as obrigações contratuais, Se as partes cumprirem as obrigações contratuais, as
as arras serão devolvidas para a parte que as havia arras serão devolvidas para a parte que as havia
dado. Poderá também ser utilizadas como parte do dado. Poderá também ser utilizadas como parte do
pagamento. pagamento.
• Se a parte que deu as arras não executar (cumprir) • Se a parte que deu as arras decidir não cumprir o

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o contrato: a outra parte (inocente) poderá reter as contrato (exercer seu direito de arrependimento):
arras, ou seja, ficar com elas para si. ela perderá as arras dadas.
• Se a parte que recebeu as arras não executar o • Se a parte que recebeu as arras decidir não
contrato: a outra parte (inocente) poderá exigir a cumprir o contrato (exercer seu direito de
devolução das arras mais o equivalente arrependimento): deverá devolver as arras mais o
equivalente.
• Além das arras, a parte inocente poderá pedir: A arras penitenciais têm função unicamente
• Indenização suplementar, se provar maior indenizatória. Isso significa que a parte inocente
prejuízo, valendo as arras como taxa mínima; ficará apenas como valor e NÃO terá direito a
• A execução do contrato, com as perdas e danos, indenização suplementar. Nesse sentido:
valendo as arras como o mínimo da indenização Súmula 412-STF: No compromisso de compra e venda
com cláusula de arrependimento, a devolução do
sinal, por quem o deu, ou a sua restituição em dobro,
por quem o recebeu, exclui indenização maior, a
título de perdas e danos, salvo os juros moratório e
os encargos do processo.

#OLHAOGANHO

No informativo nº 577, o STJ decidiu que se a proporção entre a quantia paga inicialmente e o preço
total ajustado evidenciar que o pagamento inicial englobava mais do que o sinal, não se pode
declarar a perda integral daquela quantia inicial como se fosse arras confirmatórias, sendo legítima
a redução equitativa do valor a ser retido, sob pena de enriquecimento sem causa. Em regra, o STJ
admite que o valor das arras confirmatórias fique entre 10 a 20% do valor total do negócio.

(3) JUROS MORATÓRIOS x CORREÇÃO MONETÁRIA

DANOS MATERIAIS
JUROS MORATÓRIOS CORREÇÃO MONETÁRIA
1. Responsabilidade extracontratual: os juros Incide correção monetária a partir da data do
fluem a partir do EVENTO DANOSO (art. 398 do efetivo PREJUÍZO (súmula 43 do STJ)
CC e Súmula 54 do STJ).
2. Responsabilidade contratual
• Obrigação líquida (mora ex re): contados a
partir do VENCIMENTO
• Obrigação ilíquida (mora ex persona): contados
a partir da CITAÇÃO

DANOS MORAIS
JUROS MORATÓRIOS CORREÇÃO MONETÁRIA

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1. Responsabilidade extracontratual: os juros A correção monetária do valor da indenização
fluem a partir do EVENTO DANOSO (art. 398 do CC do dano moral incide desde a data do
e Súmula 54 do STJ). ARBITRAMENTO (Súmula 362 do STJ).
2. Responsabilidade contratual
• Obrigação líquida (mora ex re): contados a partir
do VENCIMENTO
• Obrigação ilíquida (mora ex persona): contados
a partir da CITAÇÃO

(4) CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA x COMPENSATÓRIA

10 % (Lei de Usura)
Moratória Mora Limite 2% (CDC)
2% (condomínio)

Cláusula
penais ou Valor da
multa Compensatória Inadimplemento obrigação
Limite
absoluto principal
(art. 412, CC)

Redução proporcional tanto para a


Art. 413, CC multa compensatória quando para a
compensatória (princípio da função
social dos contratos)
ATENÇÃO: se as partes estipularem cláusula penal em determinado contrato, é possível indenização
suplementar na hipótese de inadimplemento? De acordo com o STJ (info. 540/2014):
(i) Cláusula penal moratória = SIM.
(ii) Cláusula penal compensatória = NÃO.

52
14. Contratos. Classificação dos contratos. Contratos de adesão. Contrato aleatório.
Contrato com pessoa a declarar. Contrato preliminar.

15. Formação dos contratos. Contratos por tempo determinado e indeterminado.


Efeitos dos contratos. Estipulação em favor de terceiros.

16. Cláusulas gerais. Conceitos legais indeterminados. Conceitos determinados pela


função13. Interpretação dos contratos.

17. Vícios redibitórios. Evicção. Extinção dos contratos.

• Partes
• Vontade
Plano da existência
• Objeto
• Forma
• Partes capazes
• Vontade livre
Plano da validade
• Objeto lícito, possível, determinável ou determinado
• Forma prescrita ou não defesa em lei
• Condição
• Termo
• Juros
• Multa
• Perdas e danos
Plano da eficácia
• Inadimplemento
• Resolução
• Resilição
• Registro imobiliário
• Tradição (em regra)

Anote aí alguns conceitos básicos:


(i) Evicção: é a perda do bem ou a privação de alguma utilidade em virtude de circunstância anterior à aquisição
do domínio

#OLHAAPEDAGINHA

É possível excluir a responsabilidade pela evicção????


SIM!! Acompanhe a redação do art. 448:

Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir OU EXCLUIR a responsabilidade

13 Para breve explicação, confira o link: https://jus.com.br/artigos/19511/lacunas-meios-de-integracao-e-antinomias

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pela evicção.

(ii) Vícios rebiditórios: o melhor conceito está no próprio código civil.

Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos
ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.

#SELIGANAJURIS #AJUDAMARCINHO

No informativo nº 554 (2015), o STJ decidiu que O prazo decadencial para o exercício da
pretensão redibitória ou de abatimento do preço de bem móvel é de 30 dias (art. 445 do CC). No
caso de vício oculto em coisa móvel, o adquirente tem o prazo máximo de 180 dias para perceber
o vício (§ 1º do art. 445) e, se o notar neste período, tem o prazo de decadência de 30 dias (a
partir da verificação do vício) para ajuizar a ação redibitória.

18. Compra e venda. Cláusulas especiais. Promessa de compra e venda. Troca ou


permuta. Contrato estimatório. Doação.
19. Locação de coisas. Locação de imóveis urbanos. Comodato. Mútuo. Prestação de
serviço. Empreitada. Depósito. Mandato. Comissão. Corretagem. Transporte. Fiança.
20. Seguro. Disposições gerais. Seguro de dano e seguro de pessoa. Contratos
referentes a planos e seguros privados de assistência à saúde.
21. Transação. Atos unilaterais14. Pagamento indevido. Enriquecimento sem causa.

#TUDOJUNTOEMISTURADO

Meus colegas, futuros juízes de São Paulo, são muitos os contratos em espécie disciplinados pelo nosso
Código Civil. Agora, faltando tão pouco para a nossa sonhada prova (e APROVAÇÃO!!!), temos que fazer
algumas apostas, traçar diferenças importantes entre as espécies nominadas e, também, decorar alguns
conceitos de predileção da banca examinadora. A seguir, apresentarei um resumão das principais
características dos contratos em espécie mais relevantes para concursos públicos.
1. CONTRATO DE COMPRA E VENDA
(a) Elementos essenciais do contrato de compra e venda:
(i) Coisa

14 Único tema que não foi objeto de NENHUMA questão nas últimas provas VUNESP. Portanto, basta ler o CC.

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#SELIGANOGANHO
A coisa pode ser futura (contrato aleatório). Nesse caso, NÃO CONFUNDA:
(i) EMPTIO SPEI/venda de esperança (art. 458) o comprador assume o risco pela inexistência.
(ii) EMPTIO REI SPARATAE/venda de coisa esperada (art. 459) o comprador não assume o risco pela
inexistência da coisa, mas apenas pela quantidade.

#DEOLHONALEGIS
Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a
respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador
terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do
contrato ou abatimento proporcional ao preço.
§ 1º Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, quando a diferença
encontrada não exceder de um vigésimo da área total enunciada, ressalvado ao comprador o direito de
provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o negócio.
§ 2º Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar a medida
exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor correspondente ao preço
ou devolver o excesso.
§ 3º Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa
certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não
conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus.

(ii) Preço

Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes
a fixação do preço.

(iii) Consenso

#DECORE #VAICAIR

Art. 496. É ANULÁVEL a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o


cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o
da separação obrigatória.

#DOUTRINARECENTE
ENUNCIADO 545 do CJF – O prazo para pleitear a anulação de venda de ascendente a descendente sem
anuência dos demais descendentes e/ou do cônjuge do alienante é de 2 (dois) anos, contados da
ciência do ato, que se presume absolutamente, em se tratando de transferência imobiliária, a partir da
data do registro de imóveis.

#DESPENCAEMPROVA
Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte
a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá,
depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e
oitenta dias, sob pena de decadência.

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Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na
falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os
comproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço.

No informativo 564, de 2015, o STJ decidiu que o condômino que desejar alienar a fração ideal de bem
imóvel divisível, mas em ESTADO DE INDIVISÃO, deverá dar preferência na aquisição ao comunheiro

(b) Pactos adjetos ao contrato de compra e venda:

Retrovenda (art. 505)

Venda a contento e venda sujeita à prova (art. 509)


Pactos adjetos ao
contrato de compra e
venda
Preempção ou preferência (art. 513)

Reserva de domínio (art. 521)

Ainda sobre a venda com reserva de domínio, NÃO CONFUNDIR:


RESERVA DE DOMÍNIO ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
Cláusula no contrato de compra e venda a prazo Garantia real do contrato de mútuo
Contrato de compra e venda à vista
Contrato de compra e venda a prazo Contrato de mútuo com garantia real
(art. 1361 a 1368, do CC)
Propriedade resolúvel em favor do vendedor Propriedade resolúvel em favor do banco
Relação trilateral: comprador, vendedor e instituição
Relação bilateral: comprador e vendedor.
financeira
Ação de busca e apreensão Ação de busca e apreensão
(art. 1.071 e seguintes, do CC) (Decreto-lei 911/69)

2. CONTRATO DE DOAÇÃO
(a) Conceito = acompanhe a redação do artigo:
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio
bens ou vantagens para o de outra.

(b) Espécies de doação:

(i) Doação remuneratória:

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Art. 552. O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às consequências da evicção ou
do vício redibitório. Nas doações para casamento com certa e determinada pessoa, o doador ficará
sujeito à evicção, salvo convenção em contrário.

(ii) Doação como adiantamento de legítima:

Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do


que lhes cabe por herança.

(iii) Doação com cláusula de reversão:


Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao
donatário.
Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro.

(iv) Doação universal:

Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência
do doador.

(v) Doação inoficiosa:

Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da
liberalidade, poderia dispor em testamento.

(vi) Doação do cônjuge adúltero:

Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus
herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.

(vii) Doação conjuntiva:


Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se
distribuída entre elas por igual.

Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação
para o cônjuge sobrevivo.

(viii) Doação onerosa (modal):


Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde
que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a
doação não for sujeita a encargo.

(c) Revogação da doação:

#DESPENCAEMPROVA #NÃOSEENGANEVAICAIR #LEGISPURA

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Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo.
Art. 556. Não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a liberalidade por ingratidão do
donatário.
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações:
I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele;
II - se cometeu contra ele ofensa física;
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava.

3. CONTRATO DE EMPRÉSTIMO (COMODATO E MÚTUO)

COMODATO MÚTUO
É empréstimo de uso. É empréstimo de consumo.
O mutuário vai consumir a coisa, se obrigando a
Por ser empréstimo de uso, o comodatário se
restituir outro bem, da mesma qualidade,
compromete a restituir o mesmo bem.
quantidade e espécie.
Comodato recai sobre bens infungíveis e
inconsumíveis. Lembrando que nada impede a É de sua essência que recai sobre bem fungível e
chamada infungibilidade convencional (gera o consumível.
chamado comodato AD POMPAM).
O mutuário vai consumir a coisa. Ele não vai
Não transfere a propriedade. O que ocorre no
restituir a própria coisa, mas sim outra similar.
comodato é apenas desmembramento
Logo, em relação àquele exato bem entregue ao
possessório. Comodante com a posse indireta e o
mutuário, ocorre a transferência da propriedade.
comodatário com a posse direta. Os riscos correm
Como consequência, pela lógica RES PERIT
pelo comodatário, jamais podendo recobrar do
DOMINO, os riscos correm pro mutuário. No
comodante as despesas com o uso e gozo da coisa
mútuo, portanto, não há desmembramento
empresta (art. 584, CC). O comodante dispõe de
possessório. Por isso o mutuante não dispõe de
ação possessória.
ação possessória (art. 58715).
O contrato é bifronte. Ou seja, pode ser gratuito
É gratuito (art. 579). É sua causa, sua essência. Se
ou oneroso (feneratício). Admite as duas
for prevista remuneração, o contrato deixa de ser
modalidades. Mútuo, mandato e depósito são
considerado comodato.
exemplos de contratos bifrontes.
A maioria da doutrina diz que o mútuo também é
É contrato real. Art. 579, parte final. Só se constitui
contrato real, mas o tema se tornou
a partir da entrega da coisa.
controvertido.

4. DEMAIS ESPÉCIES CONTRATUAIS


CONTRATO RESUMO GERAL
Locação de Coisas. Conceito: Contrato pelo qual o locador se obriga a
LOCAÇÃO DE COISAS ceder ao locatário, por tempo determinado ou não, o uso e o gozo de
coisa não fungível, mediante certa remuneração (aluguel).

15 Art. 587. Este empréstimo transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário, por cuja conta correm todos os riscos

dela desde a tradição.

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Natureza Jurídica: O contrato é bilateral, oneroso, consensual,
comutativo e informal (em regra).
Conceito: A fiança, também denominada caução fidejussória, é o
contrato pelo qual alguém, o fiador, garante satisfazer ao credor uma
obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra (arts. 818 a
838 do CC). O fiador assume pessoalmente uma dívida de terceiro
FIANÇA frente ao credor.

Natureza Jurídica: Contrato unilateral, gratuito, consensual,


comutativo, exigindo forma escrita. Trata-se de um contrato acessório
“sui generis”.
Conceito: O contrato de prestação de serviços (locatio operarum)
pode ser conceituado como sendo o negócio jurídico pelo qual
alguém (o prestador) compromete-se a realizar uma determinada
atividade com conteúdo lícito, no interesse de outrem (o tomador),
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
mediante certa e determinada remuneração.

Natureza jurídica: Contrato bilateral, oneroso, consensual, comutativo


e informal.
Conceito: O contrato de empreitada (locatio operis) é aquele pelo qual
uma das partes (empreiteiro ou prestador) obriga-se a fazer ou a
mandar fazer determinada obra, mediante uma determinada
remuneração, a favor de outrem (dono de obra ou tomador). Mesmo
EMPREITADA sendo espécie de prestação de serviço, com este contrato a
empreitada não se confunde, principalmente quanto aos efeitos.

Natureza jurídica: Contrato bilateral, oneroso, comutativo,


consensual e informal.
Conceito: É o contrato pelo qual alguém (o mandante) transfere
poderes a outrem (o mandatário) para que este, em seu nome,
pratique atos ou administre interesses. Como se vê, o mandatário age
sempre em nome do mandante, havendo um negócio jurídico de
representação.
MANDATO
Natureza jurídica. O contrato é, em regra, unilateral, podendo assumir
também a forma bilateral (por isso é conceituado como sendo um
contrato bilateral imperfeito). Assim sendo, o contrato pode ser
gratuito ou oneroso. É também contrato consensual, comutativo e
informal.
Conceito: Trata-se do contrato pelo qual alguém se obriga, mediante
uma determinada remuneração, a transportar de um local para outro,
pessoas ou coisas, por meio terrestre (rodoviário e ferroviário),
TRANSPORTE aquático (marítimo, fluvial e lacustre) ou aéreo.

Natureza jurídica: Contrato bilateral, oneroso, consensual, comutativo


e informal. Na grande maioria das vezes, o transporte assume a forma

59
de contrato de consumo (Lei 8.078/1990) ou de adesão. Assim, é
possível buscar diálogos entre o CC e o CDC no que se refere ao
contrato em questão, aplicando-se os princípios sociais contratuais.
Conceito: Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o
pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado,
relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados. Trata-se
de um dos contratos mais complexos do Direito Brasileiro.

SEGURO Natureza jurídica: Contrato bilateral, oneroso, consensual e aleatório,


dependendo do fator risco. Na maioria das vezes, constitui contrato
de adesão, pois o seu conteúdo é imposto por uma das partes,
geralmente a seguradora. Também, muitas vezes, o contrato é de
consumo, o que justifica a busca de diálogos de complementaridade
entre o CC e o CDC (diálogo das fontes).

COMISSÃO AGÊNCIA e DISTRIBUIÇÃO CORRETAGEM


(arts. 693 a 709 do CC) (arts. 710 a 721 do CC) (arts. 772 a 728 do CC)
O contrato tem por objeto a Pelo contrato de agência uma Pelo contrato de corretagem, uma
aquisição ou a venda de bens pelo pessoa assume, em caráter não pessoa, não ligada a outra em virtude
comissário em um território eventual e sem vínculos de de mandato, de prestação de
determinado, em seu próprio dependência, a obrigação de serviços, ou por qualquer relação de
nome, mas à conta do comitente. promover, à conta de outrem, dependência, obriga-se a obter para a
O contrato é bilateral, oneroso, mediante retribuição, a realização segunda um ou mais negócios,
consensual, comutativo e informal. de certos negócios em zona conforma as instruções recebidas.
Constitui também contrato determinada. Há uma atuação livre Quanto à sua natureza jurídica, o
personalíssimo. do agente. contrato de comissão é bilateral,
O comissário fica pessoalmente Nos termos do CC em vigor, a oneroso e consensual. O contrato
obrigado com as pessoas com distribuição ocorre da mesma também é acessório, pois depende
quem contratar. No Código Civil, no forma, tendo o agente à sua de um outro negócio para existir,
que se refere a comissão del disposição a coisa a ser negociada. qual seja, um contrato principal
credere, o comissário passa a O distribuidor também age em celebrado no interesse do comitente.
responder solidariamente com as conta própria. O contrato é aleatório pois envolve
pessoas com que houver tratado Ambos os contratos são bilaterais, riscos, particularmente à celebração
perante o comitente. Em casos tais, onerosos, comutativos e informais. desse negócio principal.
o comissário tem direito a uma Ambos os contratos também são de O contrato é informal.
remuneração mais elevada. trato sucessivo. Obtido o resultado previsto no
#FICADICA. NÃO CONFUNDIR: A contrato, o corretor tem direito à
comissão del credere é vedada nos remuneração, denominada comissão.
contratos de representação
comercial, nos termos do art. 43 da
lei 4.886/65.

60
#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES

STJ (590): o segurado que, devido às ameaças de morte feitas pelo criminoso a ele e à sua família,
deixou de comunicar prontamente o roubo do seu veículo à seguradora não perde o direito à
indenização securitária (art. 771 do CC).

STJ (591): Em regra, mesmo que o proprietário do veículo segurado tenha dado termo de quitação ou
renúncia ao causador do sinistro, a seguradora continuará tendo direito de ajuizar ação regressiva
contra o autor do dano e de ser ressarcida pelas despesas que efetuou com o reparo ou substituição do
bem sinistrado.

STJ (593): Não é possível a estipulação de multa no contrato de honorários para as hipóteses de
renúncia ou revogação unilateral do mandato do advogado, independentemente de motivação,
respeitado o direito de recebimento dos honorários proporcionais ao serviço prestado. É direito do
advogado renunciar ou da parte revogar o mandato a qualquer momento.

STJ (594): No seguro de automóvel celebrado por uma empresa com a seguradora, é devida a
indenização securitária se o condutor do veículo (funcionário da empresa segurada) estava embriagado?
(i) Em regra: NÃO.
(ii) Exceção: será devido o pagamento da indenização se a empresa segurada conseguir provar que o
acidente ocorreria mesmo que o condutor não estivesse embriagado.

STJ (598): O seguro de RC D&O (Directors and Officers Insurance) não abrange operações de diretores,
administradores ou conselheiros qualificadas como insider trading.

STJ (599): A cobrança de juros capitalizados nos contratos de mútuo é permitida quando houver
expressa pactuação. Isso significa que a capitalização de juros, seja qual for a sua periodicidade (anual,
semestral, mensal), somente será considerada válida se estiver expressamente pactuada no contrato.

22. Responsabilidade civil. Requisitos. Responsabilidade por fato de outrem. Responsabilidade


sem culpa.

23.Responsabilidade pela perda de uma chance. Dano moral. Dano estético. Indenização do
dano material e do dano moral.

Os pontos 22 e 23 tratam da responsabilidade civil. Para esse tema, é importante passarmos os olhos em alguns
conceitos básicos e, principalmente, nos últimos informativos do STJ, que tem julgado inúmeros recursos
tratando da responsabilidade civil.

Pressupostos para a responsabilização civil:

(a) Conduta a conduta que dá ensejo pode ser de fato próprio, fato de outrem (art. 932 a934) ou por fato da
coisa (art. 936 a 938).

61
(b) Dolo ou culpa em sentido estrito a culpa em sentido estrito pode ser imprudência, negligência ou
imperícia. A diferença conceitual é idêntica ao do direito penal.

(c) Dano o dano pode ser patrimonial, moral ou estético.

#DEOLHONADOUTRINA #RESUMÃODOMARCINHO

O que é a responsabilidade civil pela perda de uma chance? Segundo esta teoria, se alguém,
praticando um ato ilícito, faz com que outra pessoa perca uma oportunidade de obter uma
vantagem ou de evitar um prejuízo, esta conduta enseja indenização pelos danos causados.
Em outras palavras, o autor do ato ilícito, com a sua conduta, faz com que a vítima perca a
oportunidade de obter uma situação futura melhor. Com base nesta teoria, indeniza-se não
o dano causado, mas sim a chance perdida.
A teoria da perda de uma chance é adotada no Brasil? SIM, esta teoria é aplicada pelo STJ,
que exige, no entanto, que o dano seja REAL, ATUAL e CERTO, dentro de um juízo de
probabilidade, e não mera possibilidade.

O dano resultante da aplicação da teoria da perda pode ser classificado como dano
emergente ou como lucros cessantes? Trata-se de uma terceira categoria.

(d) Nexo de causalidade

Síntese dos artigos mais importantes do CC:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar,
por sua natureza, risco para os direitos de outrem. Esse artigo contempla uma cláusula geral de
responsabilização civil objetiva.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. CUIDADO COM A
PEGADINHA: O INCAPAZ RESPONDE CIVILMENTE.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar
do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: RESPONSABILIDADE OBJETIVA
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho
que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo
para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua
parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por
quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.

62
Restrição ao direito de regresso.
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a
existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no
juízo criminal. Independência das instâncias.
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da
vítima ou força maior.
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta
provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele
caírem ou forem lançadas em lugar indevido. Hipótese de causalidade alternativa.
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz
reduzir, equitativamente, a indenização. Hipótese de redução equitativa do dano.

#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES

STJ (589): A sociedade empresária proprietária de semirreboque pode figurar no polo passivo de ação
de reparação de danos ajuizada em decorrência de acidente de trânsito envolvendo o caminhão trator
ao qual se encontrava acoplado.

STJ (589): Em ação de cobrança de seguro DPVAT, a intimação da parte para o comparecimento à
perícia médica deve ser pessoal, e não por intermédio de advogado.

STJ (592): Caracteriza abuso de direito ou ação passível de gerar responsabilidade civil objetiva pelos
danos causados a impetração do habeas corpus por terceiro com o fim de impedir a interrupção,
deferida judicialmente, de gestação de feto portador de síndrome incompatível com a vida
extrauterina.

STJ (598): A conduta de um adulto que pratica agressão verbal ou física contra criança ou adolescente
configura elemento caracterizador da espécie do dano moral in re ipsa. Ainda que tenha uma
percepção diferente do mundo e uma maneira peculiar de se expressar, a criança não permanece
alheia à realidade que a cerca, estando igualmente sujeita a sentimentos como o medo, a aflição e a
angústia.

STJ (599): A responsabilidade civil do incapaz pela reparação dos danos é subsidiária, condicional,
mitigada e equitativa Os incapazes (ex: filhos menores), quando praticarem atos que causem prejuízos,
terão responsabilidade subsidiária, condicional, mitigada e equitativa, nos termos do art. 928 do CC.

24. Posse. Aquisição, perda e efeitos. Propriedade. Aquisição da propriedade imóvel e


móvel. Perda da propriedade. Usucapião. Desapropriação judicial por interesse social.

O ponto 24 é extremamente importante. Vamos estudá-lo em partes:

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1. POSSE

(a) Conceito domínio fático sobre a coisa. Exercício de um dos atributos da propriedade (art. 1.196 do CC).

POSSE x DETENÇÃO:
A detenção também é chamada de fâmulo da posse, ou servidor da posse. O detentor tem a
posse não em nome próprio, mas em nome daquele o qual ele está subordinado, seguindo
ordens e instruções (art. 1198).

(b) Teorias justificadoras são várias:


(A) Teoria Subjetivista ou Subjetiva (Savigny). Posse = Corpus + Animus Domini. Não foi a adotada.
(B) Teoria Objetivista ou Objetiva (Ihering). Posse = Corpus. Teoria adotada na visão clássica.
(C) Teoria da Função Social da Posse (Saleilles, Perozzi e Gil). Posse é função social (posse-trabalho).
Tendência contemporânea.

(c) Classificação da posse:


Principais classificações da posse
Quanto à relação pessoa-coisa • Posse direta
(desdobramento) • Posse indireta
• Posse justa
Quanto à presença de vícios
• Posse injusta (violenta, clandestina ou precária)
• Posse de boa-fé
Quanto à boa-fé subjetiva
• Posse de má-fé
• Posse com título (ius possiendi)
Quanto à presença de título
• Posse sem título (ius possessionis)
• Posse nova (menos de 1 ano e 1 dia)
Quanto ao tempo
• Posse velha (pelo menos 1 ano e 1 dia)
• Posse ad interdicta (interditos possessórios)
Quanto aos efeitos
• Posse ad usucapionem (usucapião)

Frutos Benfeitorias Responsabilidade (perda)


Tem direito às benfeitorias
necessárias e úteis
(
indenização e retenção)
Tem direito, com exceção Responde por culpa (perda
Boa-fé Pode levantar as
dos frutos pendentes. que der causa)
voluptuárias se não houver
prejuízo para o bem
principal
Não tem direito e responde
Tem direito às benfeitorias Responde ainda que a perda
Má-fé pelos frutos colhidos e pelos
necessárias (indenização) seja acidental, em regra.
que deixou de colher

(d) Ações possessórias são três:


(a) Reintegração, no caso de esbulho;

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(b) Manutenção de posse, no caso de turbação;
(c) Interdito proibitório, no caso de ameaça.

#DEOLHONOARTIGO
Art. 1210. § 2º Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro
direito sobre a coisa.

#NOVOCPC
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real
imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de
bens;
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles;
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou
de ambos os cônjuges.
§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas
hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado.
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos.
Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for negado por um
dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo.
Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido pelo juiz, invalida o
processo.

#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES

STJ (590): Particulares podem ajuizar ação possessória para resguardar o livre exercício do uso de via
municipal (bem público de uso comum do povo) instituída como servidão de passagem.

STJ (594 - ATENÇÃO): Veja a distinção:


(1) particular invade imóvel público e deseja proteção possessória em face do PODER PÚBLICO: não é
possível. Não terá direito à proteção possessória. Não poderá exercer interditos possessórios porque,
perante o Poder Público, ele exerce mera detenção.
(2) particular invade imóvel público e deseja proteção possessória em face de outro PARTICULAR: terá
direito, em tese, à proteção possessória. É possível o manejo de interditos possessórios em litígio entre
particulares sobre bem público dominical, pois entre ambos a disputa será relativa à posse.

2. PROPRIEDADE
#GRUD

ATENÇÃO PARA OS ATRIBUTOS DO DIREITO DE PROPRIEDADE:

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• Ilhas
• Aluvião
• Avulsão
Acessórias
Originárias • Álveo abandonado
Imóvel • Construções e
plantações
Usucapião
Formas de Registro
Derivadas
aquisição da Sucessão
propriedade Ocupação/Tesouro
Originárias
Usucapião
• Especificação
• Confusão
Móvel
• Comissão
Derivadas
• Adjunção
• Tradição
• Sucessão

Desapropriação judicial por interesse social:

#SELIGANOARTIGO
Art. 1228. § 4º O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em
extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de
pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços
considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante.
§ 5º No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o
preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores.

#OLHAOGANCHONADOUTRINA
ENUNCIADO 83 DO CJF – Art. 1.228: Nas ações reivindicatórias propostas pelo Poder Público, não são
aplicáveis as disposições constantes dos §§ 4º e 5º do art. 1.228 do novo Código Civil.

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ENUNCIADO 304 DO CJF – Art.1.228. São aplicáveis as disposições dos §§ 4º e 5º do art. 1.228 do Código
Civil às ações reivindicatórias relativas a bens públicos dominicais, mantido, parcialmente, o Enunciado
83 da I Jornada de Direito Civil, no que concerne às demais classificações dos bens públicos.

#USUCAPIÃO:

Espécies de usucapião Requisitos


(i) Posse ininterrupta;
(ii) Posse mansa e pacífica;
1. Extraordinária
(iii) ANIMUS DOMINI;
(iv) Prazo de 15 anos (pode ser 10 anos16);
(i) Posse ininterrupta;
(ii) Posse mansa e pacífica;
(iii) ANIMUS DOMINI;
2. Ordinária
(iv) Prazo de 10 anos (pode ser 5 anos17);
(v) Justo título
(vi) Boa-fé
(i) Prazo de 05 anos;
(ii) Usucapiente não pode ser proprietário de
3. Especial rural/PRO LABORE qualquer outro imóvel urbano ou rural;
(iii) A área de terra, que deve ser produtiva, não
pode ser superior a 50 hectares.
(i) Prazo de 05 anos;
(ii) Usucapiente não pode ser proprietário de
4. Especial urbana qualquer outro imóvel urbano ou rural;
(iii) A área, que deve servir de moraria, não pode
ser superior a 250 metros.
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois)
anos ininterruptamente e sem oposição, posse
direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano
de até 250m² (duzentos e cinquenta metros
quadrados) cuja propriedade divida com ex-
cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o
5. Pró-família lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde
que não seja proprietário de outro imóvel urbano
ou rural.
§ 1º O direito previsto no caput não será
reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma
vez.

16 Art. 1238. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver

estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.

17Art.
1242. Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido,
onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os
possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico.

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(i) Área urbana;
(ii) Maior do que 250 metros;
(iii) Utilizada por população de baixa renda;
(iv) Os usucapientes não podem ser proprietários
6. Coletiva de outro imóvel urbano ou rural;
(iv) Para fins de moradia;
(v) Há pelo menos 05 anos;
(vi) Não pode ser possível identificar o terreno
ocupado por cada um.

#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES

STJ (593): O indivíduo que tem a propriedade de um veículo que, no entanto, está registrado em nome
de um terceiro no DETRAN, possui interesse de agir para propor ação de usucapião extraordinária (art.
1.261 do CC) já que, com a sentença favorável, poderá regularizar o bem no órgão de trânsito.

25. Condomínio geral. Condomínio edilício. Direitos de vizinhança. Direito de Superfície.

26. Direitos reais sobre coisas alheias: servidões, usufruto, uso e habitação.

27. Direitos reais de garantia. Hipoteca. Penhor e suas espécies.

INSTITUTO CONCEITO
Servidão é a relação jurídica real por meio da qual o
proprietário vincula o seu imóvel, dito serviente, a prestar
certa utilidade a outro prédio, dito dominante, pertencente a
Servidão dono distinto, obrigando-se, em consequência, a não praticar
determinados atos dominiais no prédio serviente ou a não
impedir que neste o proprietário do imóvel dominante
pratique atos de extração da utilidade que lhe foi concedida.
Trata-se de direito real temporário concedido a uma pessoa
para desfrutar um objeto alheio como se fosse próprio,
retirando as suas utilidades e frutos, conteúdo sem alterar-lhe
a substância. Assim, o conteúdo do domínio é fracionado,
pois, enquanto o usufrutuário percebe os frutos naturais,
industriais e civis e retira proveito econômico da coisa,
Usufruto remanesce em poder do nu-proprietário a substância do
direito, vale dizer, a faculdade de disposição da coisa e o seu
próprio valor, podendo alienar, instituir ônus real ou dar
qualquer outra forma de disposição ao objeto, apesar de
despido de importantes atributos. Portanto, como
contrapartida ao aproveitamento do bem e às faculdades que
lhe são concedidas, zelará o usufrutuário pela manutenção da

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integridade da coisa, em sua destinação econômica
O direito real de uso é próximo ao de usufruto, mas com ele
não se confunde. Ambos são temporários por essência, mas o
direito de uso possui abrangência reduzida, pois o seu titular
Uso não tem autorização para gozar a coisa. Ou seja, o usuário
pode usar o bem móvel ou imóvel, desde que não sejam
consumíveis ou fungíveis, sendo-lhe, todavia, impedida a sua
fruição.
Circunscreve-se este direito real à faculdade de seu titular
residir gratuita e temporariamente em um prédio, com sua
Habitação família. O imóvel só se destina à ocupação direta do
beneficiário, sendo insuscetível de locação ou comodato, sob
pena de resolução contratual.

Diferenças entre passagem forçada e servidão de passagem


Passagem forçada Servidão de passagem
• Instituto de direito de vizinhança • Direito real de gozo ou fruição
• Obrigatório • Não é obrigatória
• Há pagamento obrigatório de indenização ao • Não há pagamento obrigatório de
imóvel serviente indenização ao imóvel serviente
• Cabe ação de passagem forçada • Cabe ação confessória
OBS: a passagem de cabos e tubulações segue o regime da passagem forçada (arts. 1286 e 1287 do
CC).

Ofendículas Defesas preventivas do imóvel. Ex: cerca elétrica


Aqueduto Canais de recebimento ou transporte de água
Outros
Despejo de água (ex: de chuva) na propriedade vizinha, o
conceitos Estilicídio
que é proibido
importantes
Travejamento Madeiramento da parede divisória
Alteamento Direito de aumentar a altura da parede-meia

Direitos de vizinhança Servidões


Surgem da lei (são impostos pela lei) Constituem-se por meio de: a) declaração
expressa do proprietário; b) testamento; ou c)
usucapião
Possuem natureza de limitações legais ao Possuem natureza de direito real sobre coisa
exercício do direito de propriedade. alheia.
Não necessitam de um título constitutivo nem Só se formam se o título constitutivo (acordo)
precisam ser registrados em cartório for registrado no Registro de Imóveis.
As limitações são impostas reciprocamente, ou Existe um prédio dominante e um serviente.
seja, tanto um vizinho como o outro deverão Apenas o dono do prédio dominante tira
respeitar os direitos de vizinhança. utilidade do prédio serviente.
Têm por objetivo evitar um dano ao Não há uma necessidade imperativa,

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proprietário do prédio prejudicado. inafastável, essencial.
A utilização de parte da propriedade alheia é As servidões têm por objetivo conceder uma
essencial para que o titular do prédio vizinho maior facilidade (utilidade) ao prédio
possa aproveitar o seu imóvel dominante.

Direito de superfície do CC/2002 Direito de Superfície do Estatuto de Cidade


Imóvel urbano ou rural Imóvel urbano
Exploração mais restrita: construções e Exploração mais ampla: qualquer utilização de
plantações acordo com a política urbana
Em regra, não há autorização para utilização do Em regra, é possível utilizar o subsolo ou o
subsolo e do espaço aéreo espaço aéreo
Cessão somente por prazo determinado Cessão por prazo determinado ou
indeterminado

#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES

STJ (588): O condomínio, independentemente de previsão em regimento interno, não pode proibir, em
razão de inadimplência, condômino e seus familiares de usar áreas comuns, ainda que destinadas
apenas a lazer.

STJ (591): O proprietário de imóvel tem direito de construir aqueduto no terreno do seu vizinho,
independentemente do consentimento deste, para receber águas provenientes de outro imóvel, desde
que não existam outros meios de passagem de águas para a sua propriedade e haja o pagamento de
prévia indenização ao vizinho prejudicado.

STJ (592): A proibição prevista no art. 1.301, caput, do Código Civil – de não construir janelas a menos de
1,5m do terreno vizinho – possui caráter objetivo e traduz verdadeira presunção de devassamento
("invasão").

STJ (596): Na vigência do Código Civil de 2002, é quinquenal o prazo prescricional para que o condomínio
geral ou edilício (vertical ou horizontal) exercite a pretensão de cobrança de taxa condominial ordinária
ou extraordinária, constante em instrumento público ou particular, a contar do dia seguinte ao
vencimento da prestação.

27. Direitos reais de garantia. Hipoteca. Penhor e suas espécies.

#ANOTEAÍ
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS REAIS DE GARANTIA

(a) Natureza acessória a garantia real pressupõe a existência de um crédito, que tem natureza
principal. Logo, aplica-se o princípio da gravitação jurídica.
(b) Publicidade isso se dá através do registro. É justamente essa publicidade que garante a
oponibilidade ERGA OMNES, pois surge presunção absoluta de conhecimento.
(c) Sequela ou ambulatoriedade é decorrência da oponibilidade ERGA OMNES. O direito real em

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garantia acompanha o bem, onde quer que ele se encontre.
(d) Preferência (art. 1422) claro que o credor tem preferência sobre aqueles bens.
(e) Excussão o credor com garantia, real, no caso de inadimplemento, não pode ficar com o
objeto da garantia, por força da proibição da cláusula comissória (art. 1428). O credor tem direito à
excussão, ou seja, ao produto da alienação do bem.
A hipoteca é um direito real de garantia, em
virtude do qual um bem imóvel (exceto navios
e aeronaves) remanesce na posse do devedor
ou de terceiros, assegurando
Hipoteca preferencialmente ao credor o pagamento de
uma dívida. Um ou mais bens específicos do
patrimônio imobiliário do devedor ou do
terceiro garantidor são afetados como caução
específica de uma obrigação.
Pelo penhor, entrega-se a coisa móvel,
fungível ou infungível, corpóreo ou incorpóreo
Penhor (ex. créditos), a título de garantia, mas sem a
transferência da propriedade, que remanesce
na titularidade do devedor.
Anticrese é o direito real de garantia em que o
devedor transmite ao seu credor a posse
direta de imóvel de sua propriedade, a fim de
Anticrese que este último pague-se com os frutos
oriundos da exploração econômica da coisa,
paulatinamente abatendo os juros e o débito
principal.

28. Propriedade resolúvel. Propriedade fiduciária. Alienação fiduciária em garantia no


Código Civil e na legislação extravagante

CONCEITO: Negócio jurídico pelo qual o devedor fiduciante aliena o bem adquirido a
um terceiro, o credor fiduciário, que paga o preço ao alienante originário. Constata-se
que o credor fiduciário é o proprietário da coisa, tendo, ainda, um direito real sobre a
coisa que lhe é própria. Com o pagamento de todos os valores devidos, o devedor
fiduciante adquire a propriedade, o que traz a conclusão de que a propriedade do
Alienação credor fiduciário é resolúvel.
fiduciária NATUREZA JURÍDICA: Trata-se de um direito real de garantia sobre coisa própria, que
em pode ser um bem móvel ou imóvel. A propriedade fiduciária é modalidade de
garantia propriedade resolúvel.
TRATAMENTO LEGISLATIVO:
• Código Civil de 2022, arts. 1361 e 1368-A (o último introduzido pela Lei 10931/04).
• Decreto-lei 911/69 (Bens móveis), com as devidas alterações pela Lei 10931/04.
Possibilidade de ação de busca e apreensão da coisa alienada por parte do credor
fiduciário contra o devedor fiduciante;

71
• Lei 9512/97. Com as devidas alterações pela Lei 11481/07. Possibilidade de leilão
extrajudicial do bem.

#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES

STJ (588): Em ação de busca e apreensão de bem alienado fiduciariamente, o termo inicial para a
contagem do prazo de 15 dias para o oferecimento de resposta pelo devedor fiduciante é a data
de juntada aos autos do mandado de citação devidamente cumprido (e não a data da execução da
medida liminar).
STJ (599): Não se aplica a teoria do adimplemento substancial aos contratos de alienação
fiduciária em garantia regidos pelo Decreto-Lei 911/69.

29. Direito real de aquisição. Loteamento. Incorporação imobiliária.

#DEOLHONALEGIS
Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou
arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no
Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição
do imóvel.
Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente
vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura
definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se
houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel.

30. Família. Conceito e modalidades de família. Casamento. Processo matrimonial.


Celebração. Forma. Modalidades.

#ATENÇÃO MODALIDADES DE FAMÍLIA

(a) Família matrimonial: decorrente do casamento.


(b) Família informal: decorrente da união estável.
(c) Família homoafetiva: decorrente da união de pessoas do mesmo sexo, já reconhecida por nossos
Tribunais Superiores, inclusive no tocante ao casamento homoafetivo.
(d) Família monoparental: constituída pelo vínculo existente entre um dos genitores com seus filhos, no
âmbito de especial proteção do Estado.
e) Família anaparental: decorrente “da convivência entre parentes ou entre pessoas, ainda que não
parentes, dentro de uma estruturação com identidade e propósito”.
f) Família eudemonista: conceito que é utilizado para identificar a família pelo seu vínculo afetivo, pois,
nas palavras de Maria Berenice Dias, citando Belmiro Pedro Welter, a família eudemonista “busca a
felicidade individual vivendo um processo de emancipação dos seus membros”. A título de exemplo,
pode ser citado um casal que convive sem levar em conta a rigidez dos deveres do casamento, previstos
no art. 1.566 do CC.

#PERMANEÇAATENTO

72
• Vamos, agora, passar os olhos nas principais modalidades de casamento:

o (i) Casamento nos casos de moléstia grave;

Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo
onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas
que saibam ler e escrever. (...)

o (ii) Casamento nuncupativo (em viva voz) ou in extremis vitae momentis;

Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a
presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o
casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não
tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau. (...)

o (iii) Casamento por procuração:

Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público,
com poderes especiais.
§ 1º A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas,
celebrado o casamento sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ciência da
revogação, responderá o mandante por perdas e danos.
§ 2º O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no
casamento nuncupativo.
§ 3º A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias.
§ 4º Só por instrumento público se poderá revogar o mandato.

o (iv) Casamento perante autoridade consular

Art. 1.544. O casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as respectivas


autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, a
contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo
domicílio, ou, em sua falta, no 1º Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir.

31. Casamento: natureza jurídica, existência, validade e eficácia. Impedimentos e causas


suspensivas. Casamento putativo. Uniões estáveis. Concubinato. Deveres conjugais.

(a) CONCEITO DE CASAMENTO: O casamento é a união de duas pessoas reconhecida e regulamentada


pelo Estado, formada com o objetivo de constituição de uma família e baseada em um vínculo de afeto.
Pela conceituação clássica, o casamento exigiria diversidade de sexos. Todavia, hoje, reconhece-se a
possibilidade de casamento entre pessoas do mesmo sexo.

(b) NATUREZA JURÍDICA: Existem três correntes a respeito da natureza jurídica do casamento:

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(i) Teoria institucionalista: para essa corrente, o casamento é uma instituição social. Essa concepção é
defendida por Maria Helena Diniz.

(ii) Teoria contratualista: o casamento constitui um contrato de natureza especial, e com regras próprias
de formação. A essa corrente está filiado Silvio Rodrigues.

(iii) Teoria mista ou eclética: segundo essa corrente, o casamento é uma instituição quanto ao conteúdo
e um contrato especial quanto à formação.

(c) IMPEDIMENTOS DO CASAMENTO (art. 1.521 do CC): Impedem a realização do casamento e geram a
sua nulidade absoluta (art. 1.548, inc. II, do CC):

Art. 1.521. Não podem casar:


I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II – os afins em linha reta;
III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do
adotante;
IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau
inclusive;
V – o adotado com o filho do adotante;
VI – as pessoas casadas;
VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de
homicídio contra o seu consorte.

(d) CAUSAS SUSPENSIVAS DO CASAMENTO (art. 1.523 do CC). Não geram a nulidade absoluta ou relativa do
casamento, mas apenas impõem sanções aos cônjuges. A principal sanção é a imposição do regime da
separação absoluta de bens (art. 1.641, I, do CC). Vejamos as suas hipóteses:

Art. 1.523. Não devem casar:


I – o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer
inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
II – a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado,
até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III – o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos
bens do casal;
IV – o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou
sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou
curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.

Deveres dos cônjuges (art. 1566 do CC)


Vida em comum, no Mútua assistência Respeito e
Fidelidade Sustento, guarda e
domicílio conjugal (patrimonial, moral e consideração
recíproca educação dos filhos
(coabitação) espiritual) mútuos

(e) CONCEITO DE UNIÃO ESTÁVEL: união entre duas pessoas caracterizada pela convivência pública,
contínua e duradoura, constituída com o objetivo de constituição de família (art. 1.723, caput, do CC).

74
Segundo o Texto Maior, a lei deve facilitar a sua conversão em casamento (art. 226, § 3.º, da CF/1988).
Como novidade, o Código Civil de 2002 reconheceu a possibilidade de uma pessoa separada de fato ou
judicialmente constituir união estável com terceiro (art. 1.723, § 1.º, do CC). Com a aprovação da
Emenda Constitucional 66/2010, conhecida como Emenda do Divórcio, que retirou do sistema a
separação jurídica ou de direito, a norma somente tem relevância pela menção ao separado de fato.

União estável (art. 1723 do CC) Concubinato (art. 1727 do CC)


• Constitui entidade familiar. Há direito a • Não constitui entidade familiar, mas mera
alimentos, direito à meação, direitos sociedade de fato (Súmula 380 do STF).
sucessórios, entre outros. • Pessoas casadas não separadas ou havendo
• Pessoas solteiras, viúvas, divorciadas, impedimento matrimonial decorrente de
separadas de fato e separadas extrajudicial ou parentesco ou crime.
judicialmente antes da Emenda do Divórcio. • Cabe eventual ação de reconhecimento de
Não pode existir impedimento matrimonial. sociedade de fato.
• Cabe eventual ação de reconhecimento e • Competência da Vara Cível
dissolução da união estável
• Competência da Vara de Família

32. Regime de bens. Pacto antenupcial. Dissolução da sociedade conjugal.

O regime de bens já foi objeto de uma dica específica. Portanto, se você ainda tem alguma dúvida ou se
gostaria apenas de dar aquela revisada, te peço a gentileza de consultar a dica já elaborada, ok?

#DEOLHONADOUTRINA – FLÁVIO TARTUCE

A aprovação da Emenda Constitucional 66/2010 representa uma revolução no Direito de Família


Brasileiro, que conta com o apoio dos autores desta obra. Vejamos os pontos principais da inovação:

1. O novo texto tem aplicação imediata e eficácia horizontal, o que quer dizer que a emenda tem plena
incidência nas relações privadas, independentemente de qualquer norma infraconstitucional.

2. A separação de direito ou jurídica – que engloba a separação judicial e a extrajudicial – desaparece


definitivamente do sistema, o que vem em boa hora. Não há mais a tripla classificação da separação
judicial em separação-sanção, separação-ruptura e separação-remédio, retirada do art. 1.572 do CC/2002,
dispositivo deve ser tido como revogado ou não recepcionado pelo Texto Constitucional. Essa é a
grande revolução do novo texto.

3. Não há mais qualquer prazo para o divórcio. Desaparece a classificação da matéria em divórcio direto
e indireto. Casa-se um dia e divorcia-se no outro, se essa for a vontade das partes. Esse é o segundo
ponto de destaque. A inovação não enfraquece a família, muito ao contrário, pois é facilitada a
constituição de novos vínculos, o que está mais adequado à realidade contemporânea.

4. Está sendo amplamente debatida pela doutrina e pela jurisprudência a possibilidade de discussão de
culpa em sede de divórcio. Três correntes bem definidas sobre o tema já surgem na doutrina. Para a

75
primeira corrente, a culpa persiste para todos os fins, inclusive para os alimentos. Para a segunda
corrente, liderada pelos grandes expoentes do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), a
culpa não pode ser discutida para dissolver o casamento em hipótese alguma (nesse sentido: Giselda
Maria Fernandes Novaes Hironaka, Rodrigo da Cunha Pereira, Maria Berenice Dias, Paulo Lôbo, Rolf
Madaleno, Pablo Stolze Gagliano, Rodolfo Pamplona Filho, José Fernando Simão, entre outros). Ainda
há uma corrente intermediária, à qual está filiado Flávio Tartuce, que admite a discussão da culpa em
casos excepcionais, tais como transmissão de doenças sexualmente transmissíveis entre os cônjuges,
atos de violência e engano quanto à prole (modelo dual, com e sem culpa).

5. Debate-se situação das pessoas que se encontram separadas juridicamente na vigência da nova lei.
Na opinião de Tartuce, tais pessoas não podem ser consideradas automaticamente como divorciadas,
havendo necessidade de ingresso do divórcio judicial ou extrajudicial.

#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES

STJ (594): Quando um casal se divorcia sem realizar a imediata partilha dos bens do patrimônio comum,
eles continuarão mantendo uma relação jurídica em torno desses bens. A doutrina afirma que, neste
caso, surge um estado de “mancomunhão” (também chamado de “condomínio de mão única ou
fechada”).
Caso concreto: o casal se divorciou em 2013. Em 2017, decidiram fazer a partilha. Dentre os bens a serem
partilhados, há as cotas de um hospital. Ocorre que as quotas se valorizaram absurdamente entre 2013 e
2017. E agora: o valor das cotas deve corresponder ao ano de 2013 ou ao ano de 2017? 2017 (momento da
partilha).

STJ (595): A proteção matrimonial conferida pelo art. 1.641, II, do Código Civil de 2002, não deve ser
aplicada quando o casamento for precedido de união estável que se iniciou quando os cônjuges eram
menores de 70 anos.

STJ (581): Não deve ser reconhecido o direito à meação dos valores do FGTS anteriores à data da
constância do casamento.

33. Paternidade e filiação. Paternidade post mortem. Filiação por reprodução assistida.
Reconhecimento da paternidade. Paternidade biológica e socioafetiva. Poder familiar.
Alimentos. Alienação parental.

Aguente firme, já estamos no ponto 33.

Anote os conceitos:

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(a) FILIAÇÃO: A filiação pode ser conceituada como sendo a relação jurídica decorrente do parentesco por
consanguinidade ou outra origem, estabelecida particularmente entre os ascendentes e descendentes de
primeiro grau.

(b) RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE: duas são as formas básicas de reconhecimento de filhos:


(i) Reconhecimento voluntário ou perfilhação – nas situações descritas no art. 1.609 do CC.
(ii) Reconhecimento judicial ou forçado – nas hipóteses em que não há o reconhecimento voluntário, o
mesmo devendo ocorrer de forma coativa, por meio da ação investigatória.

(C) PATERNIDADE SOCIOAFETIVA (posse de estado de filho): o vínculo paterno-filial decorre, não de traços
sanguíneos, mas sim da relação de amor e afeto estabelecida entre os envolvidos. A tese é pacífica na
jurisprudência brasileira.

#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES

STJ (588): O filho, em nome próprio, não tem legitimidade para deduzir em juízo pretensão declaratória
de filiação socioafetiva entre sua mãe - que era maior, capaz e, ao tempo do ajuizamento da ação, pré-
morta (já falecida) - e os supostos pais socioafetivos dela.

STJ (592): Ocorrido o falecimento do autor da ação de investigação de paternidade cumulada com
nulidade da partilha antes da prolação da sentença, sem deixar herdeiros necessários, detém o herdeiro
testamentário, que o sucedeu a título universal, legitimidade e interesse para prosseguir com o feito,
notadamente, pela repercussão patrimonial advinda do potencial reconhecimento do vínculo biológico
do testador.

STF (840): A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o
reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com efeitos
jurídicos próprios.

STF (840): A presunção legal de que os filhos nascidos durante o casamento são filhos do marido não
pode servir como obstáculo para impedir o indivíduo de buscar a sua verdadeira paternidade.

STJ (581): É possível o reconhecimento da paternidade sociafetiva POST MORTEM.

(D) PODER FAMILIAR: O poder familiar será exercido pelo pai e pela mãe, não sendo mais o caso de se utilizar,
em hipótese alguma, a expressão “pátrio poder”, totalmente superada pela despatriarcalização do Direito de
Família, ou seja, pela perda do domínio exercido pela figura paterna no passado. O exercício do poder familiar
está tratado no art. 1.634 do CC, que traz as atribuições desse exercício que compete aos pais, verdadeiros
deveres legais, a saber: a) dirigir a criação e a educação dos filhos; b) ter os filhos em sua companhia e guarda;
c) conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; d) nomear-lhes tutor por testamento ou
documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder
familiar; e) representá-los, até os 16 anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que
forem partes, suprindo-lhes o consentimento; f) reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; g) exigir que
lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.

77
#LEGISLAÇÃO #DESPENCAEMPROVA

Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou
arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público,
adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até
suspendendo o poder familiar, quando convenha.
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe
condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão.

Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar:


I - pela morte dos pais ou do filho;
Casos de
II - pela emancipação, nos termos do art. 5º, parágrafo único;
EXTINÇÃO
III - pela maioridade;
IV - pela adoção;
V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638. Caso de PERDA
(imposição judicial)

#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES

STJ (595): REGRA: o CC determina que, quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à
guarda do filho, o juiz deverá aplicar a guarda compartilhada (art. 1.584, § 2º). EXCEÇÕES:
Não será aplicada a guarda compartilhada se:
a) um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor;
b) um dos genitores não estiver apto a exercer o poder familiar.

STJ (599): É válida a aplicação de astreintes quando o genitor detentor da guarda da criança
descumpre acordo homologado judicialmente sobre o regime de visitas.

(E) ALIENAÇÃO PARENTAL:

#RESUMÃO #AJUDAMARCINHO #DODFOREVER


Alienação parental é...
a) a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente.
b) promovida ou induzida
c) - por um dos genitores,
- pelos avós ou
- pelos que tenham o menor sob a sua autoridade, guarda ou vigilância
d) para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos
com este.

Reconhecimento da prática de alienação parental em juízo: O reconhecimento da prática de


alienação parental deve ser feito necessariamente em juízo.

Ação autônoma ou reconhecimento incidental: A parte pode ingressar com uma ação autônoma
pedindo este reconhecimento ou poderá formular pedido incidental em outra ação.

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O juiz pode reconhecer de ofício a prática de atos de alienação parental? SIM, a Lei faculta ao juiz
esta possibilidade, desde que seja de forma incidental em um processo já instaurado.

Reconhecimento em qualquer momento processual: A Lei afirma que o reconhecimento de ato de


alienação parental pode ocorrer em qualquer momento.

Providências no caso de indício de alienação parental: Se o juiz verificar e declarar a existência de


indício de ato de alienação parental, o processo terá tramitação prioritária, e, ouvido o Ministério
Público, serão determinadas, com urgência, as medidas provisórias necessárias para preservação da
integridade psicológica da criança ou do adolescente, inclusive para assegurar sua convivência com
genitor ou viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos, se for o caso. Assegurar-se-á à criança ou
adolescente e ao genitor garantia mínima de visitação assistida, ressalvados os casos em que há
iminente risco de prejuízo à integridade física ou psicológica da criança ou do adolescente, atestado
por profissional eventualmente designado pelo juiz para acompanhamento das visitas.

Perícia: O juiz, se entender necessário, poderá determinar a realização de perícia psicológica ou


biopsicossocial.

A prática de alienação parental é crime? NÃO.

(F) ALIMENTOS:

RESUMÃO DE ALIMENTOS
Alimentos são as prestações devidas para a satisfação das necessidades
pessoais daquele que não pode provê-las pelo trabalho próprio.
CONCEITO
Os fundamentos são os princípios constitucionais da dignidade da
pessoa humana e da solidariedade familiar.
Necessidade (de quem pede) + possibilidade (de quem paga) +
PRESSUPOSTOS
proporcionalidade (doutrina moderna)
a) Direito personalíssimo
b) Reciprocidade18
c) Irrenunciabilidade19
CARACTERÍSTICAS
d) Obrigação divisível ou solidária20
e) Obrigação imprescritível
f) Obrigação incessível e inalienável21

18Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes,
recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.

19Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito
insuscetível de cessão, compensação ou penhora.

20 Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o

encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas
devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser
chamadas a integrar a lide

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g) Obrigação incompensável
h) Obrigação impenhorável
i) Transmissível22
I. Quanto às fontes:
(a) Alimentos legais ou familiares são os alimentos decorrentes de lei,
fundamentados no Direito de Família.

(b) Alimentos convencionais são aqueles fixados por força de


contrato, testamento ou legado, ou seja, que decorrem da autonomia
privada do instituidor.

(c) Alimentos indenizatórios, ressarcitórios ou indenitários são


aqueles fundamentados na responsabilidade civil (art. 948, II).

II. Quanto à extensão:

(a) Alimentos civis ou côngruos visam à manutenção do status quo


antes.

(b) Alimentos indispensáveis, naturais ou necessários visam somente


ao indispensável à sobrevivência da pessoa.
PRINCIPAIS
CLASSIFICAÇÕES III. Quanto ao tempo:

(a) Alimentos pretéritos são aqueles que ficaram no passado e que


não podem mais ser cobrados, via de regra, eis que o princípio que rege
os alimentos é o da atualidade (ex. prescritos).

(b) Alimentos presentes são aqueles que estão sendo exigidos no


momento, e que pela atualidade da obrigação alimentar podem ser
cobrados mediante ação específica.

(c) Alimentos futuros são os alimentos pendentes, como aqueles que


vão vencendo no curso da ação e que podem ser cobrados quando
chegar o momento próprio, mais uma vez diante da atualidade da
obrigação alimentar.

IV. Quanto à forma de pagamento:

(a) Alimentos próprios ou in natura são aqueles pagos em espécie, ou


seja, por meio do fornecimento de alimentação, sustento e

21 Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito

insuscetível de cessão, compensação ou penhora.

22 Art. 1.700. A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694

80
hospedagem, sem prejuízo do dever de prestar o necessário para a
educação dos menores (art. 170123, caput).

(b) Alimentos impróprios são aqueles pagos mediante pensão. Cabe


ao juiz da causa, de acordo com as circunstâncias do caso concreto, fixar
qual a melhor forma de cumprimento da prestação (art. 1.701, parágrafo
único24, do CC).

V. Quanto à finalidade:

(a) Alimentos definitivos ou regulares são aqueles fixados


definitivamente, por meio de acordo de vontades ou de sentença
judicial já transitada em julgado. Embora sejam chamados de definitivos,
o CC permite a revisão25.

(b) Alimentos provisórios são aqueles fixados de imediato na ação de


alimentos que segue o rito especial previsto na Lei 5.478/1968 (Lei de
Alimentos). Em outras palavras, estão fundados na obrigação alimentar
e, por isso, exigem prova pré-constituída do parentesco (certidão de
nascimento) ou do casamento (certidão de casamento). São frutos da
cognição sumária do juiz antes mesmo de ouvir o réu da demanda.

(c) Alimentos provisionais são aqueles fixados em outras ações que


não seguem o rito especial mencionado, visando manter a parte que os
pleiteia no curso da lide, por isso a sua denominação ad litem. São
fixados por meio de antecipação de tutela ou em liminar concedida em
medida cautelar de separação de corpos em ações em que não há a
mencionada prova pré-constituída, caso da ação de investigação de
paternidade ou da ação de reconhecimento e dissolução da união
estável (art. 170626).

(d) Alimentos transitórios como visto, reconhecidos pela mais


recente jurisprudência do STJ, são aqueles fixados por determinado
período de tempo, a favor de ex-cônjuge ou ex-companheiro, fixando-se
previamente o seu termo final.

23Art. 1.701. A pessoa obrigada a suprir alimentos poderá pensionar o alimentando, ou dar-lhe hospedagem e sustento,
sem prejuízo do dever de prestar o necessário à sua educação, quando menor.

24 Parágrafo único. Compete ao juiz, se as circunstâncias o exigirem, fixar a forma do cumprimento da prestação.

25 Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os

recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do
encargo.

26 Art. 1.706. Os alimentos provisionais serão fixados pelo juiz, nos termos da lei processual.

81
#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES

STJ (590): Genitora que, ao tempo em que exercia a guarda judicial do filho, representou-o em ação de
execução de débitos alimentares possui legitimidade para prosseguir no processo executivo com intuito
de ser ressarcida, ainda que, no curso da cobrança judicial, a guarda tenha sido transferida ao genitor
(executado).

STF (857): A prisão por dívida de natureza alimentícia está ligada ao inadimplemento inescusável de
prestação, não alcançando situação jurídica a revelar cobrança de saldo devedor. A razão de ser da
prisão civil é a de compelir o devedor a pagar quantia voltada à subsistência do alimentando, não
podendo ser utilizada para exigir débitos pretéritos.

34. Família substituta. Perda do poder familiar. Guarda. Tutela e curatela.

GUARDA TUTELA ADOÇÃO


Engloba o dever de guarda e
Obriga a prestar assistência
de administração dos bens do Forma vínculo familiar.
material, moral e educacional.
tutelado.
Não implica perda ou É necessária a perda do poder
Demanda necessariamente a
suspensão do poder familiar, familiar dos pais biológicos; o
perda ou suspensão do poder
mas o guardião pode se opor pedido deve ser expresso na ação
familiar.
aos pais. de adoção;
Destinada ao amparo e à
administração dos bens da
Destinada a regularizar a Objetiva a criação do vínculo de
criança ou adolescente em
posse de fato da criança ou paternidade/maternidade entre
caso de falecimento dos pais,
do adolescente. pais-adotantes e filhos-adotados.
ausência ou perda do poder
familiar.
Em regra, é deferida no curso
dos processos de tutela e É possível a concessão de guarda
adoção, exceto na adoção É possível a concessão de no curso do processo de adoção.
estrangeira. Cabível também guarda no curso do processo Em processo de adoção
como pedido autônomo em de tutela. estrangeira, não é possível a
caso de falta eventual de pais concessão da guarda.
ou responsável.
STJ: não inclui direitos
Inclui direitos previdenciários, Goza de plenos direitos
previdenciários, pois a lei n.
pois há previsão no art. 16, §3º, previdenciários, pois é filho tal
8213, que é regra especial,
da lei 8213. qual o biológico.
não prevê.
Revogável. Revogável. Irrevogável.
O adotado recebe o nome do
Não há mudança de nome da Não há mudança de nome da
adotante e pode mudar o pré-
criança ou adolescente. criança ou adolescente.
nome.

82
35. Sucessões. A herança e sua administração. Vocação hereditária. Aceitação e renúncia
da herança. Cessão de herança. Excluídos da herança. Deserdação. Sucessão Legítima.
Sucessão do companheiro.

RESUME AÊ, COACH!!!!

Art. 1.784 do CC. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo,


aos herdeiros legítimos e testamentários (droit de saisine). Herdeiro
legítimo é aquele apontado pela lei; herdeiro testamentário é aquele
nomeado por testamento, legado ou codicilo (art. 1.796 do CC)
Art. 1.787 do CC. A sucessão e a legitimação para suceder serão reguladas
pela lei do tempo da abertura da sucessão.
REGRAS BÁSICAS DA Art. 1.788 do CC. Se a pessoa falecer sem testamento, a sua herança será
SUCESSÃO transmitida aos herdeiros legítimos. O mesmo vale para os casos de
ausência de testamento, de caducidade ou nulidade absoluta do ato de
disposição.
Art. 1.789 do CC. Havendo herdeiros necessários (descendentes,
ascendentes e cônjuge), o testador somente poderá dispor de metade da
herança. Trata-se da famosa proteção da legítima, que é a quota dos
herdeiros necessários.
A herança defere-se de forma unitária, ainda que haja pluralidade de
herdeiros. A herança, antes da partilha, constitui um bem imóvel por
ADMINISTRAÇÃO DA
determinação legal, indivisível e universal (universalidade jurídica), nos
HERANÇA
termos do art. 1.791 do CC. A herança é administrada pelo inventariante,
que exerce um mandato legal e, na sua falta, pelo administrador provisório
(art. 1.797 do CC).
A aceitação ou adição da herança é o ato pelo qual o herdeiro manifesta a
sua vontade de receber os bens do falecido, confirmando a transmissão
sucessória. Trata-se de um ato jurídico unilateral, que produz efeitos
independentemente da concordância de terceiros, tendo, portanto,
natureza não receptícia.

Três são as formas de aceitação da herança, a saber:


ACEITAÇÃO DA (a) Aceitação expressa – feita por declaração escrita do herdeiro, por meio
HERANÇA de instrumento público ou particular.
(b) Aceitação tácita – resultante tão somente de atos próprios da
qualidade de herdeiro. Como exemplo, cite-se a hipótese em que o
herdeiro toma posse de um bem e começa a administrá-lo e a geri-lo como
se fosse seu.
(c) Aceitação presumida – tratada pelo art. 1.807 do CC, segundo o qual o
interessado em que o herdeiro declare se aceita ou não a herança, poderá,
20 dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior

83
de 30 dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro. Isso, sob pena de haver a
herança por aceita.
É o ato solene pelo qual uma pessoa, chamada à sucessão de outra,
declara que a não aceita. Duas são as modalidades de renúncia à herança:

(a) Renúncia abdicativa – o herdeiro diz simplesmente que não quer a


herança, havendo cessão pura e simples a todos os coerdeiros, o que
RENÚNCIA equivale à renúncia pura. Em casos tais, não há incidência de Imposto de
Transmissão Inter Vivos contra o renunciante.
(b) Renúncia translativa – quando o herdeiro cede os seus direitos a favor
de determinada pessoa (in favorem). Como há um negócio jurídico de
transmissão, verdadeira doação, incide o Imposto de Transmissão Inter
Vivos contra o renunciante.
De acordo com o art. 1.824 que o herdeiro pode, em ação de petição de
herança, demandar o reconhecimento de seu direito sucessório, para
PETIÇÃO DE HERANÇA
obter a restituição da herança, ou de parte dela, contra quem, na
qualidade de herdeiro, ou mesmo sem título, a possua.

Indignidade sucessória Deserdação


Matéria de sucessão legítima e testamentária Matéria de sucessão testamentária

Alcança qualquer classe de herdeiro, seja ele Somente atinge os herdeiros necessários
necessário ou facultativo (ascendentes, descendentes e cônjuge).
As hipóteses de indignidade servem para Existem hipóteses de deserdação que não
deserdação alcançam a indignidade (arts. 1962 e 1963)
Há pedido de terceiros interessados ou do MP, Realizada por testamento, com declaração de
com confirmação em sentença transitada em causa e posterior confirmação por sentença
julgado

36. Sucessão testamentária. Testamento. Formas de testamento. Disposições


testamentárias. Codicilo. Fideicomisso. Legados. Direito de acrescer e substituições.
Execução do testamento.

37. Sonegados. Redução das disposições testamentárias. Revogação, rompimento e


anulação do testamento. Testamenteiro. Inventário e partilha.

#SELIGANORESUMO
Define-se o testamento como um negócio jurídico unilateral,
TESTAMENTO personalíssimo e revogável pelo qual o testador faz disposições de
caráter patrimonial ou extrapatrimonial, para depois de sua morte.
Art. 1.862. São testamentos ordinários:
FORMAS DE TESTAMENTO I - o público;
II - o cerrado;

84
III - o particular.
Art. 1.886. São testamentos especiais:
I - o marítimo;
II - o aeronáutico;
III - o militar.

#OLHAADOUTRINA
O que é testamento vital? Trata-se documento em que a pessoa
determina, de forma escrita, que tipo de tratamento ou não
tratamento deseja para a ocasião em que se encontrar doente, em
estado incurável ou terminal, e incapaz de manifestar sua vontade.
13 Regras fundamentais:
1.ª Regra: Art. 1.897. A nomeação de herdeiro, ou legatário, pode fazer-se
pura e simplesmente, sob condição, para certo fim ou modo, ou por
certo motivo.
2.ª Regra: Art. 1.899. Quando a cláusula testamentária for suscetível de
interpretações diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a
observância da vontade do testador.
3.ª Regra: Art. 1.900. É NULA a disposição:
I - que institua herdeiro ou legatário sob a condição captatória de que
este disponha, também por testamento, em benefício do testador, ou de
terceiro;
II - que se refira a pessoa incerta, cuja identidade não se possa averiguar;
III - que favoreça a pessoa incerta, cometendo a determinação de sua
identidade a terceiro;
IV - que deixe a arbítrio do herdeiro, ou de outrem, fixar o valor do
legado;
DISPOSIÇÃO
V - que favoreça as pessoas a que se referem os arts. 1.801 e 1.802.
TESTAMENTÁRIA E
4.ª Regra: Art. 1.901. Valerá a disposição:
EXECUÇÃO DO
I - em favor de pessoa incerta que deva ser determinada por terceiro,
TESTAMENTO
dentre duas ou mais pessoas mencionadas pelo testador, ou
pertencentes a uma família, ou a um corpo coletivo, ou a um
estabelecimento por ele designado;
II - em remuneração de serviços prestados ao testador, por ocasião da
moléstia de que faleceu, ainda que fique ao arbítrio do herdeiro ou de
outrem determinar o valor do legado.
5.ª Regra: Art. 1.902. A disposição geral em favor dos pobres, dos
estabelecimentos particulares de caridade, ou dos de assistência pública,
entender-se-á relativa aos pobres do lugar do domicílio do testador ao
tempo de sua morte, ou dos estabelecimentos aí sitos, SALVO se
manifestamente constar que tinha em mente beneficiar os de outra
localidade.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, as instituições particulares
preferirão sempre às públicas.
6.ª Regra: Art. 1.903. O erro na designação da pessoa do herdeiro, do
legatário, ou da coisa legada ANULA a disposição, SALVO se, pelo

85
contexto do testamento, por outros documentos, ou por fatos
inequívocos, se puder identificar a pessoa ou coisa a que o testador
queria referir-se.
7.ª Regra: Art. 1.904. Se o testamento nomear dois ou mais herdeiros,
sem discriminar a parte de cada um, partilhar-se-á por igual, entre
todos, a porção disponível do testador.
8.ª Regra: Art. 1.905. Se o testador nomear certos herdeiros
individualmente e outros coletivamente, a herança será dividida em
tantas quotas quantos forem os indivíduos e os grupos designados.
9.ª Regra: Art. 1.906. Se forem determinadas as quotas de cada herdeiro,
e não absorverem toda a herança, o remanescente pertencerá aos
herdeiros legítimos, segundo a ordem da vocação hereditária.
10.ª Regra: Art. 1.907. Se forem determinados os quinhões de uns e não
os de outros herdeiros, distribuir-se-á por igual a estes últimos o que
restar, depois de completas as porções hereditárias dos primeiros.
11.ª Regra: Art. 1.908. Dispondo o testador que não caiba ao herdeiro
instituído certo e determinado objeto, dentre os da herança, tocará ele
aos herdeiros legítimos.
12.ª Regra: Art. 1.909. São ANULÁVEIS as disposições testamentárias
inquinadas de erro, dolo ou coação.
Parágrafo único. Extingue-se em 4 anos o direito de anular a disposição,
contados de quando o interessado tiver conhecimento do vício.
13.ª Regra: Art. 1.910. A ineficácia de uma disposição testamentária
importa a das outras que, sem aquela, não teriam sido determinadas
pelo testador.
O codicilo é um ato particular de última vontade simplificado e de
expressão não considerável, para o qual a lei NÃO exige maiores
CODICILO
solenidades.
O legado constitui uma disposição específica sucessória, realizada a
título singular. Contrapõe-se ao testamento pelo fato de ser este uma
LEGADOS disposição da herança a título universal.
O direito de acrescer é aquele mediante o qual um coerdeiro ou
colegatário recebe proporcionalmente a parte do outro, nomeado
DIREITOS DE ACRESCER
conjuntamente, que não pôde aceitá-la ou a ela renunciou.
Art.1.992. O herdeiro que sonegar bens da herança, não os descrevendo
no inventário quando estejam em seu poder, ou, com o seu
conhecimento, no de outrem, ou que os omitir na colação, a que os deva
levar, ou que deixar de restituí-los, PERDERÁ O DIREITO QUE SOBRE
SONEGADO
ELES LHE CABIA.
Art. 1.993. Além da pena cominada no artigo antecedente, se o
sonegador for o próprio inventariante, remover-se-á, em se provando a
sonegação, ou negando ele a existência dos bens, quando indicados.
A testamentaria é instituição que pode surgir quando a vocação opera
por força de testamento e o autor da sucessão nomeia uma ou mais
TESTAMENTEIRO
pessoas para que fiquem encarregadas de vigiar o cumprimento do
seu testamento ou de o executar, no todo ou em parte.

86
Art. 1.969. O testamento pode ser revogado pelo MESMO MODO E
FORMA como pode ser feito.
Art. 1.970. A revogação do testamento pode ser total ou parcial.
Parágrafo único. Se parcial, ou se o testamento posterior não contiver
cláusula revogatória expressa, o anterior subsiste em tudo que não for
contrário ao posterior.
Art. 1.971. A revogação produzirá seus efeitos, ainda quando o
testamento, que a encerra, vier a caducar por exclusão, incapacidade
REVOGAÇÃO E ou renúncia do herdeiro nele nomeado; NÃO valerá, se o testamento
ROMPIMENTO DO revogatório for anulado por omissão ou infração de solenidades
TESTAMENTO essenciais ou por vícios intrínsecos.
Art. 1.973. Sobrevindo descendente sucessível ao testador, que não o
tinha ou não o conhecia quando testou, rompe-se o testamento em
TODAS as suas disposições, se esse descendente sobreviver ao testador.
Art. 1.974. Rompe-se também o testamento feito na ignorância de
existirem outros herdeiros necessários.
Art. 1.975. NÃO se rompe o testamento, se o testador dispuser da sua
metade, não contemplando os herdeiros necessários de cuja existência
saiba, ou quando os exclua dessa parte.

38. Direito de autor. Registros Públicos.

#DIREITODO AUTOR #SURRADEJURIS


STJ (588): Se o Município contratou, mediante licitação, uma empresa para a realização do evento, será
dela a responsabilidade pelo pagamento dos direitos autorais. Exceções: esta responsabilidade poderá
ser transferida para o Município em duas hipóteses:
(1) se ficar demonstrado que o Poder Público colaborou direta ou indiretamente para a execução do
espetáculo; ou
(2) se ficar comprovado que o Município teve culpa em seu dever de fiscalizar o cumprimento do
contrato público (culpa in eligendo ou in vigilando).

STJ (594): O projeto, o esboço e a obra arquitetônica são considerados como obra de criação intelectual
e, por conta disso, o autor goza de proteção da Lei nº 9.610/98 (Lei dos Direitos Autorais).

STJ (594): Nos contratos sob encomenda de obras intelectuais, a pessoa jurídica que figura como
encomendada na relação contratual pode ser titular dos direitos autorais, conforme interpretação do
art. 11, parágrafo único, da Lei nº 9.610/98. Assim, ocorrendo a utilização indevida da obra encomendada,
sem a devida autorização, caberá à pessoa jurídica contratada pleitear a reparação dos danos sofridos.

STJ (597): A transmissão de músicas por meio da rede mundial de computadores mediante o emprego
da tecnologia streaming (webcasting e simulcasting) demanda autorização prévia e expressa pelo titular
dos direitos de autor e caracteriza fato gerador de cobrança pelo ECAD relativa à exploração econômica
desses direitos.

87
Quanto aos registros públicos, acho que compensa relembrar um pouquinho o procedimento de dúvida. Para
tanto, nada melhor do que aquela explicação do nosso querido e genial Márcio.

#AGUENTAFIRME #ÉSÓMAISESSA #DAQUIPRAPOSSE #AJUDAMARCINHO

O que é o procedimento de dúvida? A dúvida é um procedimento administrativo iniciado pelo titular da


serventia extrajudicial, a requerimento do apresentante, nas situações em que houver divergência sobre
alguma exigência que seja feita pelo Oficial e com a qual o apresentante não concorde.
Quem suscita a dúvida? O Oficial (Registrador). É ele quem suscita a dúvida (a requerimento do
interessado).

Procedimento: Encontra-se previsto no art. 198 da Lei nº 6.015/73. Se o Oficial entender que existe
exigência a ser satisfeita, ele deverá indicá-la por escrito para que o apresentante atenda.

Caso o apresentante não se conforme com a exigência feita, ou se não puder atendê-la, ele poderá
requerer que o título e a declaração de dúvida sejam remetidos ao juízo competente para dirimi-la,
obedecendo-se ao seguinte:
I - o Oficial anotará no Protocolo, à margem da prenotação, a ocorrência da dúvida;
Il - após certificar, no título, a prenotação e a suscitação da dúvida, o Oficial deverá rubricar todas as
suas folhas;
III - em seguida, o Oficial:
• dará ciência dos termos da dúvida ao apresentante, ou seja, fornecerá a ele, por escrito, as razões
pelas quais não aceitou fazer o registro; e
• notificará o apresentante para, no prazo de 15 dias, impugnar essas razões, ou seja, para apresentar os
argumentos pelos quais não concorda com a exigência feita.

IV - certificado o cumprimento do disposto no item III, as razões da dúvida e o título deverão ser
remetidos ao juízo competente, mediante carga.

Caso o interessado não impugne a dúvida no prazo de 15 dias: não há problema

Oitiva do MP (prazo: 10 dias): Art. 200. Impugnada a dúvida com os documentos que o interessado
apresentar, será ouvido o Ministério Público, no prazo de dez dias.

Diligências: Art. 201. Se não forem requeridas diligências, o juiz proferirá decisão no prazo de quinze
dias, com base nos elementos constantes dos autos.

Produção de provas: Não é possível a dilação probatória, pois se trata de procedimento especial e
sumário (posição da maioria da doutrina). Assim, o exame de questões mais complexas, que envolvam
produção de provas deverá ser resolvida pela jurisdicional adequada.
É possível a intervenção de terceiros no procedimento de dúvida? NÃO.

Sentença: A dúvida é decidida por sentença, que deverá ser prolatada no prazo de 15 dias.
Apesar de o art. 202 da LRP utilizar o nome "sentença", a doutrina e a jurisprudência entendem que não
se trata de uma sentença igual àquela prevista no art. 203, § 1º, do CPC/2015. A sentença do

88
procedimento de dúvida (art. 202 da LRP) é um ato decisório administrativo, que não se reveste das
mesmas características da sentença judicial, não resultando de quaisquer das hipóteses previstas nos
arts. 485 e 487 do CPC/2015.

Juízo competente: O juízo competente é previsto na Lei de Organização Judiciária. Em geral, é o Juiz da
Vara de Registros Públicos.

Resultado da sentença (art. 203): Transitada em julgado a decisão da dúvida, proceder-se-á do seguinte
modo:
I - se for julgada PROCEDENTE (o Oficial tinha razão): não é efetuado o registro. Os documentos são
devolvidos à parte, independentemente de translado, dando-se ciência da decisão ao Oficial, para que a
consigne no Protocolo e cancele a prenotação.

II - se for julgada IMPROCEDENTE (o Oficial não tinha razão): é efetuado o registro. O interessado
apresentará, de novo, os seus documentos, com o respectivo mandado, ou certidão da sentença, que
ficarão arquivados, para que, desde logo, se proceda ao registro, declarando o oficial o fato na coluna
de anotações do Protocolo.

Recurso cabível contra a sentença: APELAÇÃO. Aqui também é importante esclarecer que esta
"apelação" prevista no procedimento de dúvida não é igual à apelação do art. 1.009 do CPC/2015. A
apelação do procedimento de dúvida (art. 202 da LRP) tem natureza administrativa e a apelação do CPC
é recurso judicial.

Quem julga apelação no procedimento de dúvida: Depende da Lei de Organização Judiciária. Em regra é
a Corregedoria Geral de Justiça.

Inexistência de coisa julgada: Qualquer que seja a decisão proferida no procedimento de dúvida, sobre
ela não pesarão os efeitos da coisa julgada judicial. Isso significa dizer que a discussão pode ser reaberta
no campo jurisdicional, por meio de um processo judicial.

39. Interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. Defesa dos interesses


difusos, coletivos e individuais homogêneos em juízo: princípios gerais.
O tema será estudado com calma em outras disciplinas.

40. Súmulas do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal


Finalmente, o último tópico. Como você tem fácil acesso às súmulas, vou anotar aqui apenas aquelas que
considero mais importantes, ok? De todo modo, já fica a recomendação para que você leia todas elas!!!

#DESPENCAEMPROVAOBJETIVA #SÚMULAS #JURISÉTUDO

Súmula 549-STJ: É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação.

89
Súmula 364-STJ: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel
pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.

Súmula 486-STJ: É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros,
desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família.

Súmula 547-STJ: Nas ações em que se pleiteia o ressarcimento dos valores pagos a título de
participação financeira do consumidor no custeio de construção de rede elétrica, o prazo prescricional
é de vinte anos na vigência do Código Civil de 1916. Na vigência do Código Civil de 2002, o prazo é de
cinco anos se houver previsão contratual de ressarcimento e de três anos na ausência de cláusula nesse
sentido, observada a regra de transição disciplinada em seu art. 2.028.

Súmula 380-STJ: A simples propositura da ação de revisão de contrato não inibe a caracterização da
mora do autor. De juros efetivamente contratada - por ausência de pactuação ou pela falta de juntada
do instrumento aos autos -, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada nas
operações da mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor.

Súmula 538-STJ As administradoras de consórcio têm liberdade para estabelecer a respectiva taxa de
administração, ainda que fixada em percentual superior a dez por cento.

Súmula 539-STJ: É permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior à anual em contratos
celebrados com instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional a partir de 31/3/2000 (MP n.
1.963-17/2000, reeditada como MP n. 2.170- 36/2001), desde que expressamente pactuada.

Súmula 541-STJ: A previsão no contrato bancário de taxa de juros anual superior ao duodécuplo da
mensal é suficiente para permitir a cobrança da taxa efetiva anual contratada.

Súmula 529-STJ: No seguro de responsabilidade civil facultativo, não cabe o ajuizamento de ação pelo
terceiro prejudicado direta e exclusivamente em face da seguradora do apontado causador do dano.

Súmula 132-STJ: A ausência de registro da transferência não implica a responsabilidade do antigo


proprietário por dano resultante de acidente que envolva o veículo alienado.

Súmula 491-STF: É indenizável o acidente que cause a morte de filho menor, ainda que não exerça
trabalho remunerado.

Súmula 54-STJ: Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade
extracontratual.

Súmula 227-STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

Súmula 370-STJ: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.

Súmula 385-STJ: Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por
dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento.

90
Súmula 37-STJ: São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo
fato.

Súmula 387-STJ: É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.

Súmula 388-STJ: A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.

Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da
imagem de pessoa com fins econômicos ou empresariais.

Súmula 540-STJ: Na ação de cobrança do seguro DPVAT, constitui faculdade do autor escolher entre os
foros do seu domicílio, do local do acidente ou ainda do domicílio do réu.

Súmula 544-STJ: É válida a utilização de tabela do Conselho Nacional de Seguros Privados para
estabelecer a proporcionalidade da indenização do seguro DPVAT ao grau de invalidez também na
hipótese de sinistro anterior a 16/12/2008, data da entrada em vigor da Medida Provisória nº 451/2008.

Súmula 474-STJ: A indenização do seguro DPVAT, em caso de invalidez parcial do beneficiário, será
paga de forma proporcional ao grau da invalidez.

Súmula 257-STJ: A falta de pagamento do prêmio do seguro obrigatório de Danos Pessoais Causados
por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT) não é motivo para a recusa do pagamento da
indenização.

Súmula 246-STJ: O valor do seguro obrigatório deve ser deduzido da indenização judicialmente fixada.

Súmula 426-STJ: Os juros de mora na indenização do seguro DPVAT fluem a partir da citação.

Súmula 405-STJ: A ação de cobrança do seguro obrigatório DPVAT prescreve em três anos.

Súmula 187-STF: A responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com o passageiro, não
é elidida, por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva.

Súmula 145-STJ: No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será civilmente


responsável por danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave.

Súmula 402-STJ: O contrato de seguro por danos pessoais compreende danos morais, salvo cláusula
expressa de exclusão.

Súmula 465-STJ: Ressalvada a hipótese de efetivo agravamento do risco, a seguradora não se exime do
dever de indenizar em razão da transferência do veículo sem a sua prévia comunicação.

Súmula 229-STJ: O pedido do pagamento de indenização à seguradora suspende o prazo de prescrição


até que o segurado tenha ciência da decisão.

91
Súmula 101-STJ: A ação de indenização do segurado em grupo contra a seguradora prescreve em um
ano.

Súmula 72-STJ: A comprovação da mora é imprescindível à busca e apreensão do bem alienado


fiduciariamente.

Súmula.92-STJ: A terceiro de boa-fé não é oponível a alienação fiduciária não anotada no certificado de
registro do veículo automotor.

Súmula 549-STJ: É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação.

Súmula 214-STJ: O fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual
não anuiu.

Súmula 335-STJ: Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das
benfeitorias e ao direito de retenção.

Súmula 543-STJ: Na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e venda de imóvel


submetido ao Código de Defesa do Consumidor, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas
pelo promitente comprador – integralmente, em caso de culpa exclusiva do promitente
vendedor/construtor, ou parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu causa ao desfazimento.

Súmula 63-STJ: São devidos direitos autorais pela retransmissão radiofônica de música em
estabelecimentos comerciais.

Súmula 228-STJ: É inadmissível o interdito proibitório para a proteção do direito autoral.

Súmula 478-STJ: Na execução de crédito relativo a cotas condominiais, este tem preferência sobre o
hipotecário.

Súmula 237-STF: O usucapião pode ser arguido em defesa.

Súmula 415-STF: Servidão de trânsito não titulada, mas tomada permanente, sobretudo pela natureza
das obras realizadas, considera-se aparente, conferindo direito a proteção possessória.

Súmula 197-STJ: O divórcio direto pode ser concedido sem que haja prévia partilha dos bens.

Súmula 149-STF: É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a de petição de


herança.

Súmula 301-STJ: Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz
presunção "juris tantum" de paternidade.

Súmula 277-STJ: Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir
da citação.

92
Súmula 1-STJ: O foro do domicílio ou da residência do alimentando é o competente para a ação de
investigação de paternidade, quando cumulada com a de alimentos.

Súmula 358-STJ: O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à
decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos.

Súmula 309-STJ: O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as
três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.

Súmula 49-STF: A cláusula de inalienabilidade inclui a incomunicabilidade dos bens.

Súmula 278-STJ: O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o
segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral.

DIREITO EMPRESARIAL27

1. Origens e história do Direito Comercial. Teoria dos atos de comércio.


Teoria da empresa e atividade empresarial e mercado.

TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO TEORIA DA EMPRESA

Empresário é quem pratica os chamados atos de Empresário é quem exerce “empresa”, ou seja,
comércio, previstos expressamente na legislação. quem executa atividade econômica organizada
Foi o modelo do CC/1850. O problema é que destinada à produção e circulação de bens e
muitas atividades ficavam de fora, o que gerava serviços. Foi a teoria adotada pelo CC/02.
dificuldades práticas, já que, por não serem
consideradas atividades empresariais, elas não #DEOLHONOARTIGO
podiam utilizar certos instrumentos tipicamente Art. 966. Considera-se empresário quem exerce
comerciais (ex. falência). profissionalmente atividade econômica organizada
para a produção ou a circulação de bens ou de
serviços.

Teoria dos atos de comércio

27 Por Luiz Fernando.

Obs. O material foi produzido com base na FUC, no resumo do João Paulo Lordelo, nas anotações pessoais de minha
autoria e, principalmente, a partir do livro do André Luiz Santa Cruz Ramos, do qual eu extraí quase todos os quadros
sinópticos que ilustram o material.

93
Adoção de critério formal para enquadramento dos agentes econômicos

Exceção
Regra Não abrangia aqueles que exerciam atividades
Abrangia todos aqueles que praticassem algum previstas no rol enumerativo, tais como
dos atos de comércio (rol enumerativo) prestadores de serviço e negociadores de
imóveis
Sujeição ao regime jurídico comercial Não sujeição ao regime jurídico comercial

2. O Direito Civil e o Direito Comercial: autonomia ou unificação. Fontes do Direito


Comercial. Os perfis do mercado.

Fontes do Direito Empresarial

Fontes formais Fontes materiais

Primárias ou diretas Subsidiárias ou indiretas

Usos e costumes
• Código Comercial de mercantis
1850 (só comércio Exemplo: fatores
Normas civis,
marítimo) • Usos de direito econômicos
especialmente no
• Código Civil de 2002 (ou usos
campo das obrigações
(normas empresariais propriamente
e dos contratos
gerais) ditos)
• Legislação esparsa* • Usos de fato (ou
usos
convencionais)

*Exemplos (microssistemas): Lei nº 8934/94 (registro de empresas); Lei 6404/76 (direitos societário); LC
123/06 (microempresas e empresas de pequeno porte)

3. Princípios constitucionais econômicos e sua instrumentalidade para o funcionamento do


mercado.

#BASTAALEI

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,

94
observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;

VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto


ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,
independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

4. Direito de Empresa no Código Civil A empresa e o empresário. Noção econômica e


jurídica de empresa. Empresário e sociedade empresária. A atividade empresarial.
Capacidade. Empresário rural. Obrigações gerais dos empresários.

Como vimos acima, o CC/02 adotou a TEORIA DA EMPRESA, de modo que todo aquele que exerce
empresa (atividade) será considerado empresário. Veja a síntese do art. 966, e de seu importante
parágrafo único28:

Regra: Art. 966 do CC


Adoção de critério • Profissionalmente
material par • Atividade econômica
enquadramento dos • Organizada
agentes econômicos • Produção ou circulação de bens ou serviços

Teoria da Regra
empresa Exceção: quando o exercício
Profissionais intelectuais
Exceção:
da profissão constitui
Adoção de outros
elemento de empresa
critérios para
determinados agentes Regra
Exercente de atividade
econômicos específicos Exceção: quando optar por
rural
registro na Junta Comercial
(natureza constitutiva)

28Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou
artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de
empresa.

95
Cooperativas
Sociedade por ações

Sociedades de advogados

Sujeição ao regime jurídico empresarial


Não sujeição ao regime jurídico empresarial

#ATENÇÃONODETALHE:
Empresário é gênero. Empresário é todo aquele que exerce a atividade empresa. Se o exercente for uma
pessoa física, chamamos essa pessoa de EMPRESÁRIO INDIVIDUAL. Por outro lado, se o exercente for
uma pessoa jurídica, então a chamamos de SOCIEDADE EMPRESÁRIA ou de EIRELI, que é uma pessoa
jurídica distinta da sociedade (veremos depois).

#CUIDADO
Como funciona a responsabilidade do empresário individual? Sua responsabilidade é ilimitada,
justamente em virtude do fato de que não há a constituição de outra pessoa (outro centro de
imputação). Sendo assim, os bens individuais do empresário individual respondem pelas dívidas
contraídas no exercício da empresa.
O Código Civil cria algumas restrições para que uma pessoa física exerça a atividade empresarial (para
que se transforme em empresária individual).

Vedações ao exercício de empresa

Os legalmente impedidos

• Art. 1011, §1º do CC: condenados a certos


Os que não estão no pleno gozo da crimes relacionados na norma;
capacidade civil (exceção: exercício de • Art. 117, X da Lei 8112/90: servidores públicos
atividade empresarial por incapaz, mediante federais;
autorização judicial – art. 974 do CPC) • Art. 36, I da LC 35/79 – LOMAN: magistrados;
• Art. 44, III da Lei 8625/93: membros do
Ministério Público;
• Art. 29 da Lei 6880/80: militares

Quanto ao incapaz, ATENÇÃO PARA AS EXCEÇÕES:

Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, CONTINUAR a
empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.

96
§ 1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da
empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz,
ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos
adquiridos por terceiros.
§ 2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão
ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que
conceder a autorização.

#DESPENCAEMPROVA #VAICAIR
Se o empresário for casado,
Art. 978. O empresário casado pode, SEM NECESSIDADE DE OUTORGA CONJUGAL, qualquer que seja o
regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.

5. Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins. Escrituração e


demonstrações contábeis periódicas.

Enunciado 198 do CJF: “A inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para a sua
caracterização, admitindo-se o exercício da empresa sem tal providência. O empresário irregular reúne
os requisitos do art. 966, sujeitando-se às normas do Código Civil e da legislação comercial, salvo
naquilo em que forem incompatíveis com a sua condição ou diante de expressa disposição em
contrário”.

Ou seja, o registro NÃO TEM NATUREZA CONSTITUTIVA, exceto para o empresário rural.
Todavia, se não for registrado, o empresário se torna irregular, sofrendo, com isso, algumas restrições
impostas pela lei.
Ex. O empresário irregular não pode, por exemplo, pedir a falência de terceiros, embora possa pedir a
sua própria falência (autofalência).

Pode ser determinada de ofício


Parcial ou a requerimento da parte Cabível em qualquer ação judicial
interessada

Cabível somente em algumas


ações relativas a, por exemplo:
Exibição dos
• Comunhão ou sociedade
livros • Liquidação de sociedade
Só pode ser determinada pelo
• Sucessão por morte de sócio
Integral juiz a requerimento da parte
• Administração ou gestão à
interessada
conta de outrem
• Falência
• Quando e como determinar a
lei

6. Empresa individual de responsabilidade limitada. Estabelecimento empresarial. Nome


empresarial. Direitos e Obrigações relativas à propriedade industrial: Lei nº 9.279, de
14/5/1996.

97
Vamos por partes.
1. EIRELI
• (a) Conceito: É uma nova pessoa jurídica de direito privado (associações, sociedade, EIRELI)
constituída por um único titular, que responde limitadamente pelo resultado da empresa.
o Conforme vimos acima, a responsabilidade do empresário individual é ilimitada. A ideia
do legislador, ao criar a EIRELI, foi permitir justamente que uma única pessoa pudesse
exercer a empresa com responsabilidade limitada.

• (b) Capital mínimo: a lei exige capital mínimo (igual ou superior a 100 vezes o valor do maior
salário mínimo vigente no país) para a sua constituição.

• (c) Nome empresarial: A EIRELI pode usar tanto firma quanto denominação.

• (d) Limitação de constituição: o § 2.º do art. 980-A do CC diz que “a pessoa natural que
constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma
única empresa dessa modalidade”.

2. Estabelecimento
• (a) Conceito: Trata-se de todo o conjunto de bens, materiais ou imateriais, que o empresário
utiliza no exercício da sua atividade.
Mercadorias
Instalações
Bens corpóreos
Equipamentos
Estabelecimento Veículos e etc
empresarial Marcas
Patentes
Bens incorpóreos
Direitos
Ponto
• (b) Natureza jurídica: a doutrina considerada o estabelecimento empresarial uma
universalidade de fato, uma vez que os elementos que o compõem formam uma coisa unitária
exclusivamente em razão da destinação que o empresário lhes dá, e não em virtude de
disposição legal.

• (c) Contrato de trespasse: é um contrato oneroso de transferência do estabelecimento


empresarial.

#OLHAOGANCHO – ATENÇÃO PARA A SUCESSÃO EMPRESARIAL


Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à
transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo
solidariamente obrigado pelo prazo de UM ANO, a partir, quanto aos créditos vencidos, da
publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.

#GANCHO2 #VAICAIR – CLÁUSULA DE NÃO CONCORRÊNCIA


Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer
concorrência ao adquirente, nos CINCO ANOS subsequentes à transferência.

98
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista
neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.

#DEOLHONAJURIS: É válida a cláusula contratual de não concorrência, desde que limitada espacial e
temporalmente. Isso porque esse tipo de cláusula protege a concorrência e os efeitos danosos
decorrentes de potencial desvio de clientela, sendo esses valores jurídicos reconhecidos
constitucionalmente. Assim, quando a relação estabelecida entre as partes for eminentemente
comercial, a cláusula que estabeleça dever de abstenção de contratação com sociedade empresária
concorrente pode sim irradiar efeitos após a extinção do contrato, desde que por um prazo certo e
em determinado lugar específico (limitada temporária e espacialmente). Ex: João resolveu montar
um quiosque no shopping para vender celulares, cartões pré-pagos etc. Para isso, ele fez um contrato
com a operadora de celular “XXX” por meio da qual ele somente iria vender os produtos e serviços
dessa operadora e, em troca, ela ofereceria a ele preços diferenciados, consultoria e treinamento
para abrir a loja. No contrato assinado com a operadora, havia uma cláusula dizendo que João estava
proibido, por 6 meses após a extinção do contrato de contratar com qualquer empresa concorrente
naquela cidade. Essa cláusula de não concorrência é válida. STJ. 3ª Turma. REsp 1.203.109-MG, Rel.
Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 6/5/2015 (Info 561).
3. Nome empresarial
Deve conter o nome civil do Serve de Contrata
empresário ou dos sócios da assinatura assinando o
Firma
sociedade empresária e pode do nome
Nome conter ramos de atividade empresário empresarial
empresarial Não serve Contrata
Deve designar o objeto da
de assinando
empresa e pode adotar nome
Denominação assinatura com o nome
civil ou qualquer outra
do civil do
expressão
empresário representante

Empresário individual
Firma Sociedade em nome coletivo
Nome Sociedade em comandita simples
empresarial
Denominação Sociedade anônima
Sociedade limitada
Firma ou denominação
Sociedade em comandita por ações

4. Propriedade industrial
• Tema de baixa incidência em provas da magistratura estadual (EM QUE PESE O TJSC!!!!). Para
eventual questão objetiva, entenda apenas as ideias gerais:

PATENTE REGISTRO
Modelo de
Invenção Desenho industrial Marca
utilidade
20 anos 15 anos
Duração 10 anos 10 anos
(Mín. 10 anos) (Mín. 7 anos)

99
Prorrogável sem
Prorrogável por até
limite
Prorrogação Não admite 3 períodos de 5
(Requer 1 ano
anos cada
antes do término)
Cabe licença compulsória (não é pacífica a possibilidade de
Licença Não admite
licença compulsória do desenho industrial)
Novidade; Novidade;
Novidade relativa;
Atividade inventiva; Originalidade;
Requisitos Não colidência;
Aplicação industrial; Licitude
Licitude
Licitude

7. Disciplina jurídica da concorrência. Concorrência desleal. Repressão civil e penal.


Infração da ordem econômica. Sanções por infração da ordem econômica.

Meus colegas, tenho certeza que esse ponto nº 7, de baixa incidência em provas da magistratura
estadual, foi negligenciado, compreensivelmente, pela imensa maioria de vocês. Pensando nisso, resolvi
explicar o tema com mais vagar, só para que não sejamos surpreendidos no dia 25. Vamos lá.

A Lei Antitruste tem como fundamentos constitucionais o art. 170, que prevê a livre concorrência como
princípio da ordem econômica, e o art. 173, §4º, que estabelece que “a lei reprimirá o abuso do poder
econômico que vise a dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário
dos lucros”.

Vale lembrar que, assim como compete à União, aos Estados e ao DF legislar concorrentemente sobre
direito econômico, compete a eles a legislação do direito da concorrência.

Esquematicamente, pode-se dizer que o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, que tem missão
preventiva e repressiva, possui 3 vertentes principais de atuação (finalidades), quais sejam:

1. Controle de estruturas: que visa a prevenção de atos de concentração que possam implicar
em abuso do poder econômico;

Art. 88. Serão submetidos ao CADE pelas partes envolvidas na operação os ATOS DE CONCENTRAÇÃO
ECONÔMICA29 em que, cumulativamente:
I - pelo menos um dos grupos envolvidos na operação tenha registrado, no último balanço, faturamento
bruto anual ou volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$
400.000.000,00; e
II - pelo menos um outro grupo envolvido na operação tenha registrado, no último balanço, faturamento
bruto anual ou volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$
30.000.000,00.

29Esses atos que visam a qualquer forma de concentração econômica (horizontal, vertical ou conglomeração), podem se dar
através de fusão ou de incorporação de empresas, de constituição de sociedade para exercer o controle de empresas ou
qualquer forma de agrupamento societário.

100
(...)
§ 2º O controle dos atos de concentração de que trata o caput deste artigo será PRÉVIO e realizado em, no
máximo, 240 dias, a contar do protocolo de petição ou de sua emenda.
(...)
§ 5º Serão PROIBIDOS os atos de concentração que impliquem eliminação da concorrência em parte
substancial de mercado relevante, que possam criar ou reforçar uma posição dominante ou que possam
resultar na dominação de mercado relevante de bens ou serviços, ressalvado o disposto no § 6º deste
artigo.
§ 6º Os atos a que se refere o § 5º deste artigo poderão ser autorizados, desde que sejam observados os
limites estritamente necessários para atingir os seguintes objetivos:
I - cumulada ou alternativamente:
a) aumentar a produtividade ou a competitividade;
b) melhorar a qualidade de bens ou serviços; ou
c) propiciar a eficiência e o desenvolvimento tecnológico ou econômico; e
II - sejam repassados aos consumidores parte relevante dos benefícios decorrentes.

2. Controle de condutas: em face da qual se busca reprimir condutas anticoncorrenciais;

Art. 31. Esta Lei aplica-se às pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado, bem como a
quaisquer associações de entidades ou pessoas, constituídas de fato ou de direito, ainda que
temporariamente, com ou sem personalidade jurídica, mesmo que exerçam atividade sob regime de
monopólio legal.
Art. 32. As diversas formas de infração da ordem econômica implicam a responsabilidade da empresa e
a responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores, solidariamente.
Art. 33. Serão solidariamente responsáveis as empresas ou entidades integrantes de grupo econômico,
de fato ou de direito, quando pelo menos uma delas praticar infração à ordem econômica.
Art. 34. A personalidade jurídica do responsável por infração da ordem econômica poderá ser
desconsiderada quando houver da parte deste abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato
ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social.
Parágrafo único. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de
insolvência, encerramento ou inatividade da PJ provocados por má administração.
Art. 35. A repressão das infrações da ordem econômica não exclui a punição de outros ilícitos previstos
em lei.
Art. 36. Constituem infração da ordem econômica, INDEPENDENTEMENTE DE CULPA, os atos sob
qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda
que não sejam alcançados:
I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa;
II - dominar mercado relevante de bens ou serviços;
III - aumentar arbitrariamente os lucros; e
IV - exercer de forma abusiva posição dominante.
(...)
§ 2º Presume-se posição dominante sempre que uma empresa ou grupo de empresas for capaz de
alterar unilateral ou coordenadamente as condições de mercado ou quando controlar 20% ou mais do
mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo Cade para setores específicos da
economia.

101
(...)
§ 3º As seguintes condutas, além de outras, na medida em que configurem hipótese prevista
no caput deste artigo e seus incisos, caracterizam infração da ordem econômica: (...) ROL
EXEMPLIFICATIVO.
Art. 45. Na aplicação das penas estabelecidas nesta Lei, levar-se-á em consideração:
I - a gravidade da infração;
II - a boa-fé do infrator;
III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
IV - a consumação ou não da infração;
V - o grau de lesão, ou perigo de lesão, à livre concorrência, à economia nacional, aos consumidores, ou
a terceiros;
VI - os efeitos econômicos negativos produzidos no mercado;
VII - a situação econômica do infrator; e
VIII - a reincidência.

3. Advocacia da concorrência: assim como o controle de estruturas, apresenta um viés


preventivo, e consiste em promover a cultura da competição, verificando-se, aqui, forte cunho
educacional.
Analisemos, agora, as principais inovações introduzidas pela Lei 12.529/11:
1ª inovação = Houve alteração do critério de apresentação de uniões empresariais: suprime-se o
critério de detenção de 20% ou mais do mercado relevante, bem como passa a se exigir que dentre as
empresas envolvidas uma tenha, ao menos, faturamento de 400 milhões, e outra 30 milhões,
inaugurando-se o sistema de dupla trava cumulativa.
A introdução de uma “segunda trava” constitui inovação importante, uma vez que evita que
todas as aquisições de empresas muito pequenas por empresas maiores tenham que ser
notificadas, o que tende a reduzir o número de operações a serem notificadas.
2ª inovação = O controle dos atos de concentração passa a ser PRÉVIO, isto é, as empresas que
intencionem promover união empresarial deverão aguardar a decisão favorável do CADE antes de
realizarem a concentração econômica.

3ª inovação = A nova Lei trouxe a permissão ao CADE para aprovar atos de concentração
econômica que causam danos graves e substanciais à concorrência, desde que tragam eficiências
econômicas (ganhos de produtividade e inovações tecnológicas) garantindo aos consumidores o
repasse de parte relevante de tais benefícios.
Anteriormente (Lei nº 8.884/94), o CADE não podia autorizar uniões empresariais que
causassem danos exagerados à concorrência, ainda que ganhos de eficiência econômica
fossem produzidos.
#TEMADAMODA #LAVAJATONAPROVA
Acordo de leniência
Assemelha-se à delação premiada e consiste na concessão de benefício ao coautor de conduta
infracional da ordem econômica que passe a colaborar com as investigações, indicando os demais
envolvidos e fornecendo provas da ocorrência da infração, que muitas vezes é de difícil obtenção.
Art. 86. O Cade, por intermédio da Superintendência-Geral, poderá celebrar acordo de leniência, com a
extinção da ação punitiva da administração pública ou a redução de 1 a 2/3 da penalidade aplicável, nos
termos deste artigo, com PF ou PJ que forem autoras de infração à ordem econômica, desde que colaborem
efetivamente com as investigações e o processo administrativo e que dessa colaboração resulte:

102
I - a identificação dos demais envolvidos na infração; e
II - a obtenção de informações e documentos que comprovem a infração noticiada ou sob investigação.
§ 1º O acordo de que trata o caput deste artigo somente poderá ser celebrado se preenchidos,
cumulativamente, os seguintes requisitos:
I - a empresa seja a primeira a se qualificar com respeito à infração noticiada ou sob investigação;
II - a empresa cesse completamente seu envolvimento na infração noticiada ou sob investigação a partir da
data de propositura do acordo;
III - a Superintendência-Geral não disponha de provas suficientes para assegurar a condenação da empresa
ou pessoa física por ocasião da propositura do acordo; e
IV - a empresa confesse sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as
investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada, a
todos os atos processuais, até seu encerramento.
§ 2º Com relação às PF, elas poderão celebrar acordos de leniência desde que cumpridos os requisitos II, III e
IV do §1º deste art.
§ 3º O acordo de leniência firmado com o Cade, por intermédio da Superintendência-Geral, estipulará as
condições necessárias para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do processo. (...)
§ 7º A empresa ou PF que não obtiver, no curso de inquérito ou processo administrativo, habilitação para a
celebração do acordo de que trata este artigo, poderá celebrar com a Superintendência-Geral, até a
remessa do processo para julgamento, acordo de leniência relacionado a uma outra infração, da qual o
Cade não tenha qualquer conhecimento prévio.
§ 9º Considera-se SIGILOSA a proposta de acordo de que trata este artigo, salvo no interesse das
investigações e do processo administrativo.
§ 10. Não importará em confissão quanto à matéria de fato, nem reconhecimento de ilicitude da conduta
analisada, a proposta de acordo de leniência rejeitada, da qual não se fará qualquer divulgação.
§ 12. Em caso de descumprimento do acordo de leniência, o beneficiário ficará impedido de celebrar novo
acordo de leniência pelo prazo de 3 anos, contado da data de seu julgamento.

O acordo de leniência era, antes, realizado pela Secretaria de Direito Econômico (SDE). Agora, com o
advento da nova lei, é celebrado pelo CADE, por intermédio da Superintendência-Geral.

#OLHAOGANCHO
O acordo de leniência gera, também, efeitos penais:
Art. 87. Nos crimes contra a ordem econômica, tipificados na Lei no 8.137, e nos demais crimes
diretamente relacionados à prática de cartel, tais como os tipificados na Lei no 8.666,e os tipificados
no art. 288 do Decreto-Lei nº 2.848 - Código Penal, a celebração de acordo de leniência, nos termos desta
Lei, determina a SUSPENSÃO do curso do prazo prescricional e impede o oferecimento da denúncia com
relação ao agente beneficiário da leniência.
Parágrafo único. Cumprido o acordo de leniência pelo agente, EXTINGUE-SE AUTOMATICAMENTE A
PUNIBILIDADE dos crimes a que se refere o caput deste artigo.

8. A atividade empresarial e a publicidade: tutela do consumidor.


15. O empresário e a relação de consumo. Da tutela contratual dos consumidores.

Esses dois tópicos devem ser estudados em direito do consumidor, pois não há nada de diferente que
mereça um estudo específico aqui no nosso edital de direito empresarial.

103
9. Teoria Geral do Direito Societário. Ato constitutivo das sociedades. Classificação das
sociedades. Da sociedade não personificada e personificada. Sociedades simples e
sociedades empresárias. Registro Público das sociedades. Sociedade rural.
Desconsideração da personalidade jurídica30.

O direito societário compreende o estudo das sociedades. E as sociedades, por sua vez, são pessoas
jurídicas de direito privado, decorrentes da união de pessoas, que possuem fins econômicos, ou seja, são
constituídas com a finalidade de exploração de uma atividade econômica e repartição dos lucros entre
seus membros.
• Sociedades empresárias exercem empresa, nos termos do art. 966, CC.
• Sociedades simples não exercem empresa (ex. art. 966, PU, CC).

#ATENÇÃO
(I) Sociedade entre cônjuges
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham
casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.
(II) Sociedade unipessoal?
O Brasil admite a constituição de sociedade unipessoal? A resposta é NEGATIVA. Em nosso ordenamento
jurídico, a pluralidade de sócios é pressuposto de existência de uma sociedade (art. 981 do Código Civil).
Há apenas um caso excepcional de sociedade unipessoal admitido em nosso ordenamento jurídico.
Trata-se da chamada sociedade subsidiária integral, espécie de sociedade anônima que tem como único
sócio uma sociedade brasileira (art. 251, § 2.º, da LSA).
(III) Sociedade nacional
Art. 1.126. É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a
sede de sua administração.

Ilimitada Sociedade em nome coletivo


Quanto à Sociedade anônima
Limitada
responsabilidade dos Sociedade limitada
sócios Sociedade em comandita simples
Mista
Sociedade em comandita por ações
Sociedade em nome coletivo
Contratuais Sociedade em comandita simples
Quanto ao regime de
Classificação das Sociedade limitada
constituição e dissolução
sociedades Sociedade anônima
Institucionais
Sociedade em comandita por ações
Sociedade em nome coletivo
Sociedade em comandita simples
(quanto ao sócio comanditado)
Quanto à composição De pessoas
Sociedade limitada (salvo previsão
em sentido contrário no contrato
social)

30 Para relembrar as hipóteses, dê uma conferida na parte de direito civil do NFPSS.

104
Sociedade em comandita simples
(quanto ao sócio comanditário)
De capital
Sociedade anônima
Sociedade em comandita por ações

Sociedade em comum
Não Personificadas
Sociedade em conta de participação

Sociedade limitada
Sociedades no Sociedade anônima
CC
Personificadas Sociedade em nome coletivo

Sociedade em comandita simples

Sociedade em comandita por ações

#RESUMEOSTIPOS, COACH!!!!!!

OK!!! As sociedades personificadas serão objeto de tópicos específicos. Vou então, apresentar as
principais características das sociedades não personificadas, certo? São geralmente as que nos causam
confusão.

TIPO SOCIETÁRIO CARACTERÍSTICAS GERAIS


(NÃO PERSONIFICADO)
É a que conhecemos tradicionalmente com os nomes de
sociedade irregular ou sociedade de fato. Trata-se da
sociedade que ainda não inscreveu seus atos constitutivos no
1. SOCIEDADE EM COMUM órgão de registro competente. Por não possuírem registro,
também não possuem personalidade jurídica, logo, a
responsabilidade dos sócios é ilimitada.
A sociedade em conta de participação é o que a doutrina
chama de sociedade secreta. Ela apresenta duas categorias
distintas de sócios: o sócio ostensivo e os sócios participantes
(também chamados de sócios ocultos). A conta de
2. SOCIEDADE EM CONTA DE
participação é uma “sociedade” que só existe internamente,
PARTICIPAÇÃO
ou seja, entre os sócios. Externamente, isto é, perante
terceiros, só aparece o sócio ostensivo, o qual exerce, em seu
nome individual, a atividade empresarial, e responde sozinho
pelas obrigações contraídas.

#ANOTEAÍ #CONCEITOSIMPORTANTES #DESPENCAEMOBJETIVAS


(i) Subscrição ato pelo qual o sócio se compromete a transferir determinado montante para compor
o capital social da sociedade.

105
(ii) Integralização é o efetivo ato de transferência patrimonial do sócio para a sociedade.

#OLHAOGANCHO – SÓCIO REMISSO


Sócio remisso é aquele que está em mora com a sociedade. Ou seja, é o sócio que ainda não integralizou
sua parte no capital social. MUITA ATENÇÃO para o art. 1004, que cai demais:
Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no
contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela
sociedade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora.
Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir, à indenização, a
exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante já realizado, aplicando-se, em ambos os
casos, o disposto no §1º do art. 1.031.
#SEGUEOGANCHO
É possível a integralização por meio da prestação de serviços? Em regra, não. Apenas a sociedade
simples pura é que admite esse tipo de operação.

10.Sociedade limitada.
#SELIGANORESUMO
Trata-se do tipo societário mais utilizado no Brasil. Isso se deve,
basicamente, a dois fenômenos: (i) a responsabilidade dos sócios é
IDEIAS GERAIS
LIMITADA e (ii) a sociedade é CONTRATUAL, o que permite maior
flexibilidade aos sócios.
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular
ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se
pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos
sócios, se jurídicas;
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo
compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação
pecuniária;
CONTRATO SOCIAL IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em
serviços;
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e
seus poderes e atribuições;
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações
sociais.
Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto
separado, contrário ao disposto no instrumento do contrato.
Corresponde ao montante de contribuições dos sócios para a sociedade,
a fim de que ela possa cumprir seu objeto social. O capital social deve ser
CAPITAL SOCIAL sempre expresso em moeda corrente nacional.
Opções para o Purgar a mora e
sócio remisso indenizar a

106
sociedade pelos
danos
emergentes da
mora
Sujeitar-se à
cobrança judicial
Com diminuição do capital
social
Exclusão da OU
sociedade Com a aquisição das ações
pelos sócios, terceiros ou
pela própria sociedade
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é
RESPONSABILIDADE
restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente
DOS SÓCIOS
pela integralização do capital social.
Art. 1.066. Sem prejuízo dos poderes da assembleia dos sócios, pode o
contrato instituir conselho fiscal composto de três ou mais membros e
respectivos suplentes, sócios ou não, residentes no País, eleitos na
assembleia anual prevista no art. 1.078.
§ 1º Não podem fazer parte do conselho fiscal, além dos inelegíveis
enumerados no § 1º do art. 1.011, os membros dos demais órgãos da
CONSELHO FISCAL
sociedade ou de outra por ela controlada, os empregados de quaisquer
delas ou dos respectivos administradores, o cônjuge ou parente destes
até o terceiro grau.
§ 2º É assegurado aos sócios minoritários, que representarem pelo menos
um quinto do capital social, o direito de eleger, separadamente, um dos
membros do conselho fiscal e o respectivo suplente.
Simples alteração contratual desde que
o contrato social permita e que haja
EXCLUSÃO Exclusão deliberação em assembleia
Minoritário
EXTRAJUDICIAL DE de sócio OU
SÓCIO MINORITÁRIO na LTDA. Decisão judicial caso o contrato social
não permita a exclusão do sócio
Majoritário Apenas judicialmente

11. Sociedade anônima (Lei nº 6.404/76).

A lei da S.A é muito grande e complexa. Justamente por isso, acaba sendo negligenciada pelos
candidatos. Vou tentar pinçar alguns temas importantes. No entanto, desde já te aviso que, embora de
expressa relevância prática, felizmente, a lei de S.A não é frequentemente abordada em provas
objetivas dos concursos públicos. Portanto, nada de desespero.

As sociedades anônimas são espécies de sociedades estatutárias,


também chamadas de “institucionais”. Constituem-se, assim, por meio
CONCEITO
de um estatuto social e seu capital está dividido em frações
denominadas ações. Cada sócio é titular de determinado número de

107
ações, sendo chamado de acionista.
Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação designativa do
objeto social, integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou
"companhia", por extenso ou abreviadamente.
NOME EMPRESARIAL Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do fundador,
acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação
da empresa.
ABERTA – aquela que negocia seus valores mobiliários no mercado de
capitais (formado pela bolsa de valores e pelo Mercado de balcão). Para
tanto, é necessária uma prévia autorização e registro perante a
TIPOS DE S.A Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
FECHADA – aquelas que não negociam seus valores mobiliários no
mercado de capitais.

VALORES MOBILIÁRIOS EMITIDOS PELA S.A


Ações
Debêntures
Com valor nominal
Valores mobiliários Bônus de subscrição

Notas promissórias
Partes beneficiárias Sem valor nominal

(i) AÇÕES – são bens móveis que representam frações em que está dividido o capital social,
concedendo ao seu titular um complexo de direitos e deveres. São indivisíveis em relação à
companhia.

(ii) DEBÊNTURES – são valores mobiliários que conferem a seus titulares direito de crédito contra a
companhia, nas condições constantes da escritura de emissão e, se houver, do certificado.

(iii) PARTES BENEFICIÁRIAS - são títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital social.
São emitidos para captar recursos ou remunerar serviço prestado.

(iv) BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO – são valores mobiliários que conferem ao titular, nas condições
constantes do certificado, o direito de preferência para subscrever novas ações por ocasião do
aumento do capital social autorizado no estatuto, antes de qualquer outro.

(v) COMMERCIAL PAPER – são espécies de notas promissórias e servem para a captação de recursos
no mercado de capital, sendo restituídos aos investidores em curto prazo.
ÓRGÃOS DA S.A
Caráter exclusivamente deliberativo que reúne todos os
Assembleia-geral
acionistas (com ou sem direito a voto).
Órgãos Conselho de Caráter deliberativo e com vistas a agilizar as decisões da
sociais Administração Cia. (mínimo 3 membros, acionistas ou não).
Órgão de representação legal da S/A e execução das
Diretoria
deliberações da assembleia-geral ou do Conselho de

108
Administração (mínimo 2 membros, acionistas ou não).
Órgão colegiado de fiscalização dos órgãos de
administração (existência obrigatória e funcionamento
Conselho Fiscal
facultativo; mínimo de 3 e máximo de 5 membros,
acionistas ou não).
(A) TRANSFORMAÇÃO: ocorre quando há mudança de tipo societário, ou
seja, de uma S/A para LTDA ou vice-versa, independentemente, de dissolução
e liquidação de um tipo para outro.
(B) FUSÃO: ocorre quando duas ou mais sociedades se unem, as quais se
extinguem, para formar uma NOVA sociedade, que lhes sucederá em todos
os direitos e obrigações.

(C) INCORPORAÇÃO: uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que
OPERAÇÕES
lhe sucede em todos os direitos e obrigações. As sociedades absorvidas
SOCIETÁRIAS
extinguem-se.

(D) CISÃO: é a operação pela qual a companhia transfere parcela do seu


patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já
existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver a transferência de
todo o seu patrimônio (total), ou dividindo-se o seu capital (parcial).

12. Teoria Geral dos Títulos de Crédito. Títulos de crédito no Código Civil. Letra de câmbio,
nota promissória, cheque, duplicata. Títulos de crédito impróprios. Títulos bancários.
Títulos do agronegócio. Títulos eletrônicos ou virtuais.

Meus queridos alunos ciclos, algumas pessoas pediram uma explicação mais detalhada sobre os títulos
de crédito. Por coincidência, foi justamente no momento em que eu estava preparando este material.
Portanto, para te ajudar, vou me estender um pouquinho nessa parte do resumo, ok?
o Atenção para um pequeno detalhe: a explicação mais profunda e densa pode ser
encontrada na nossa FUC de títulos de crédito. Está tudo lá. Minha preocupação neste
momento, até mesmo pela proposta do NFPSS, é te lembrar alguns conceitos importantes.

1. CONCEITO E CARACTERÍSTICAS GERAIS


• Acompanhe a definição legal:
Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e
autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
• Características gerais: os títulos de crédito (i) são DOCUMENTOS FORMAIS, por precisarem
observar os requisitos essenciais previstos na legislação cambiária, (ii) são considerados BENS
MÓVEIS (nesse sentido, aliás, dispõem os arts. 82 a 84 do Código Civil), sujeitando-se aos
princípios que norteiam a circulação desses bens, como o que prescreve que a posse de boa-fé
vale como propriedade, e (iii) são TÍTULOS DE APRESENTAÇÃO, por serem documentos
necessários ao exercício dos direitos neles contidos. Outra característica dos títulos de crédito é
que eles (iv) constituem TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS.

2. PRINCÍPIOS

109
Cartularidade

Literalidade
Princípios
Abstração
informadores
Inoponibilidade das
Autonomia
exceções pessoais aos
terceiros de boa-fé
Títulos de crédito • Natureza essencialmente comercial;
• Documentos formais;
• Natureza de bens móveis;
Principais • São títulos de apresentação;
características • Constituem títulos executivos extrajudiciais;
• Representam obrigações quesíveis;
• É título de resgate;
• É título de circulação

#SELINANOCONCEITO

o (a) Cartularidade o exercício de qualquer direito representado no título pressupõe a sua


posse legítima.
#DOUTRINANELES

O princípio da cartularidade ou incorporação, atualmente, vem sendo posto em xeque, em virtude


do crescente desenvolvimento tecnológico e da consequente criação de títulos de crédito
magnéticos, ou seja, que não se materializam numa cártula. É o que se chama de
DESMATERIALIZAÇÃO (OU LIQUEFAÇÃO) DOS TÍTULOS DE CRÉDITO.

o (b) Literalidade o título de crédito vale pelo que nele está escrito. Nem mais, nem menos. Em
outros termos, nas relações cambiais somente os atos que são devidamente lançados no
próprio título produzem efeitos jurídicos perante o seu legítimo portador.

o (c) Autonomia o título de crédito configura documento constitutivo de direito novo,


autônomo, originário e completamente desvinculado da relação que lhe deu origem. Melhor
dizendo: o legítimo portador do título pode exercer seu direito de crédito sem depender das
demais relações que o antecederam, estando completamente imune aos vícios ou defeitos que
eventualmente as acometeram.

#FIQUEDEOLHO
Há dois subprincípios que decorrem do princípio da autonomia. São eles:
(i) Abstração: Segundo o subprincípio da abstração, entende-se que quando o título circula, ele se
desvincula da relação que lhe deu origem.
(ii) Inoponibilidade das exceções pessoas aos terceiros de boa-fé: os vícios relativos à relação que
originou o título não são oponíveis contra terceiro de boa-fé, que recebeu o título legitimamente.

3. CLASSIFICAÇÃO

110
#SELIGANATABELA

CLASSIFICAÇÃO EXPLICAÇÃO
(a) Título ao portador: é aquele que circula pela mera tradição (art. 904 do
Código Civil), uma vez que neles a identificação do credor não é feita de
forma expressa.

(b) Título nominal: é aquele que identifica expressamente o seu titular, ou


1. Quanto à forma de seja, o credor. A transferência da titularidade do crédito, pois, não depende
transferência apenas da mera entrega do documento (cártula) a outra pessoa: é preciso,
além disso, praticar um ato formal que opere a transferência da titularidade
do crédito.
(c) Títulos nominativos: segundo o art. 921 do Código Civil, são aqueles
emitidos em favor de pessoa determinada, cujo nome consta de registro
específico mantido pelo emitente do título.
(a) Título de modelo livre: é aquele para o qual a lei não estabelece uma
padronização obrigatória, ou seja, a sua emissão não se sujeita a uma forma
específica preestabelecida.
2. Quanto ao modelo
(b) Título de modelo vinculado: ao contrário, se submete a uma rígida
padronização fixada pela legislação cambiária específica, só produzindo
feitos legais quando preenchidas as formalidades legais exigidas.
(a) Ordem de pagamento (ex. letra de câmbio, cheque e duplicata) = se
caracterizam por estabelecerem três situações jurídicas distintas, a partir da
sua emissão: em primeiro lugar, tem-se a figura do sacador, que emite o
título, ou seja, ordena o pagamento; em segundo lugar, tem-se a situação
do sacado, contra quem o título é emitido, ou seja, trata-se da pessoa que
recebe a ordem de pagamento; por fim, tem-se a figura do tomador (ou
beneficiário), em favor de quem o título é emitido, isto é, pessoa a quem o
3. Quanto à estrutura
sacado deve pagar, em obediência à ordem que lhe foi endereçada pelo
sacador.
(b) Promessa de pagamento (ex. Nota promissória) = existem apenas duas
situações jurídicas distintas de um lado tem-se a figura do sacador ou
promitente, que promete pagar determinada quantia; de outro, tem-se a
situação do tomador, beneficiário da promessa que receberá o valor
prometido.
(a) Título causal: é aquele que somente pode ser emitido nas restritas
hipóteses em que a lei autoriza a sua emissão. É o caso, por exemplo, da
duplicata.
4. Quanto às hipóteses
(b) Título abstrato: é aquele cuja emissão não está condicionada a nenhuma
de emissão
causa preestabelecida em lei. Em síntese: podem ser emitidos em qualquer
hipótese. É o caso, por exemplo, do cheque, que pode ser emitido para
documentar qualquer relação negocial.

4. TÍTULOS DE CRÉDITO EM ESPÉCIE

111
I. LETRA DE CÂMBIO
É um título de crédito que se estrutura como ORDEM DE PAGAMENTO, razão pela
ESTRUTURA DO qual, ao ser emitida, dá origem a três situações jurídicas distintas: a) a do sacador,
TÍTULO que emite a ordem; b) a do sacado, a quem a ordem é destinada; c) a do tomador,
que é o beneficiário da ordem.
Aceite é o ato pelo qual o sacado assume obrigação cambial e se torna o devedor
ACEITE principal da letra (aceitante). O aceite, na letra de câmbio, é FACULTATIVO, porém
irretratável.
(a) Dia certo: é a que vence em data preestabelecida pelo sacador, logicamente
posterior à data do saque.

(b) À vista: é aquela que tem seu vencimento no dia da apresentação do título ao
sacado. Não há a prefixação de uma data específica, portanto.

VENCIMENTO (c) A certo termo da vista: é a que vence após um determinado prazo, estipulado
pelo sacador quando de sua emissão, que começa a correr a partir da vista (aceite)
do título.

(d) A certo termo da data: também vence após um determinado prazo estipulado
pelo sacador, mas que começa a correr não a partir do aceite, mas a partir da
própria emissão (saque) do título.
Deve ser apresentada
no dia do vencimento ou
Pagável no exterior
nos dois dias úteis
seguintes
Pagamento de uma letra
DATA PARA O Deve ser apresentada
de câmbio
PAGAMENTO no dia do vencimento
Pagável no Brasil ou, recaindo em dia não
útil, no primeiro dia útil
seguinte
II. NOTA PROMISSÓRIA
Trata-se de uma promessa de pagamento, razão pela qual sua emissão
dá origem a duas situações jurídicas distintas: a do sacador ou
promitente (chamado na Lei Uniforme de subscritor), que emite a nota e
ESTRUTURA DO TÍTULO
promete pagar determinada quantia a alguém; e a do tomador, em favor
de quem a nota é emitida e que receberá a importância prometida.
ACEITE A nota promissória NÃO ADMITE ACEITE
Aplicam-se às notas promissórias as normas previstas para a letra de
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
câmbio em relação ao endosso, aval e vencimento.

III. CHEQUE
O cheque é ordem de pagamento à vista emitida contra um banco em
razão de fundos que a pessoa (emitente) tem naquela instituição
ESTRUTURA DO TÍTULO financeira. É, como visto, um título de modelo vinculado, uma vez que só
é cheque aquele documento emitido pelo banco, em talonário
específico, com uma numeração própria

112
(a) Lei do Cheque prevê, em seu art. 39, que o banco tem a obrigação
legal de verificar a regularidade da cadeia de endossos.
(b) Quando possuírem valor não superior a R$ 100,00 (cem reais),
podem ser emitidos ao portador. Cheques acima desse valor, todavia,
deverão ser emitidos nominalmente.
CURIOSIDADES (c) Embora seja uma ordem de pagamento à vista, popularizou-se
bastante no Brasil a emissão de cheque para ser pago em data futura
(cheque pré ou pós-datado). Por ser o cheque uma ordem de
pagamento à vista, se apresentado o título, o banco é obrigado a pagar.
No entanto, aquele que apresentou o cheque, nessas condições, será
civilmente responsabilizado (veremos algumas súmulas logo abaixo).
(a) Cheque cruzado: ao ser feito o cruzamento o cheque só pode ser
pago a um banco ou a um cliente do banco, mediante crédito em conta,
o que evita, consequentemente, o seu desconto na boca do caixa.
(b) Cheque visado: aquele em que o banco confirma, mediante
assinatura no verso do título, a existência de fundos suficientes para
MODALIDADES DE pagamento do valor mencionado. Ao visar o cheque, o banco garante
CHEQUES que ele tem fundos e assegura o seu pagamento durante o prazo de
apresentação. Com o visto, o banco se obriga a reservar a quantia
constante do cheque durante o período de apresentação.
(c) Cheque administrativo: é aquele emitido por um banco contra ele
mesmo, para ser liquidado em uma de suas agências. O banco, portanto,
é ao mesmo tempo emitente e sacado.
Art. 35 O emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo, mercê
de contraordem dada por aviso epistolar, ou por via judicial ou
extrajudicial, com as razões motivadoras do ato.
Parágrafo único - A revogação ou contraordem só produz efeito depois
de expirado o prazo de apresentação e, não sendo promovida, pode o
sacado pagar o cheque até que decorra o prazo de prescrição, nos
termos do art. 59 desta Lei.
SUSTAÇÃO DO CHEQUE
Art. 36 Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o
portador legitimado podem fazer sustar o pagamento, manifestando ao
sacado, por escrito, oposição fundada em relevante razão de direito.
§ 1º A oposição do emitente e a revogação ou contraordem se excluem
reciprocamente.
§ 2º Não cabe ao sacado julgar da relevância da razão invocada pelo
oponente.
Trata-se do prazo dentro do qual o emitente deverá levar o cheque para
pagamento junto à instituição financeira sacada.

PRAZO DE APRESENTAÇÃO Se o cheque for “da mesma praça”, o prazo de apresentação é de 30


dias. Se, todavia, for “de praças diferentes”, o prazo de apresentação
será de 60 dias. Em ambos os casos, o prazo é contado da data de
emissão.
Art. 59 Prescrevem em 6 (SEIS) MESES, contados da expiração do prazo
PRESCRIÇÃO
de apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador.

113
Parágrafo único - A ação de regresso de um obrigado ao pagamento do
cheque contra outro prescreve em 6 (seis) meses, contados do dia em
que o obrigado pagou o cheque ou do dia em que foi demandado.
É uma forma de cobrança do cheque prescrito.
Art. 61 A ação de enriquecimento contra o emitente ou outros
AÇÃO DE
obrigados, que se locupletaram injustamente com o não-pagamento do
LOCUPLETAMENTO
cheque, PRESCREVE EM 2 (DOIS) ANOS, contados do dia em que se
consumar a prescrição prevista no art. 59 e seu parágrafo desta Lei.

IV. DUPLICATA
A duplicata é título causal, ou seja, só pode ser emitida para documentar
determinadas relações jurídicas preestabelecidas pela sua lei de
ESTRUTURA DO TÍTULO
regência, quais sejam: (i) uma compra e venda mercantil, ou (ii) um
contrato de prestação de serviço.
(a) A duplicata só pode ser emitida com dia certo ou à vista.
(b) É título estruturado como ordem de pagamento
CARACTERÍSTICAS (c) O ACEITE É OBRIGATÓRIO.
(d) a duplicata é título de crédito emitido pelo próprio credor
(vendedor).
Emitida a duplicata, ela deverá então ser enviada para o devedor
(comprador), para que este efetue o aceite e a devolva. Caso ele recuse
o aceite, terá que justificar tal ato. O devedor (comprador) se obriga ao
pagamento desse título independentemente de aceitá-lo
expressamente. Daí porque se diz que o aceite, na duplicata, pode ser
expresso (ordinário) ou presumido (por presunção). A grande diferença
entre o aceite expresso e o aceite presumido se manifesta na execução
PROCEDIMENTO da duplicata. Com efeito, a duplicata aceita expressamente, como é
título de crédito perfeito e acabado, pode ser executada sem a
exigência de maiores formalidades. Basta a apresentação do título. No
entanto, a execução da duplicata aceita por presunção segue regra
diferente. Além da apresentação do título, são necessários o protesto
(mesmo que a execução se dirija contra o devedor principal) e o
comprovante de entrega das mercadorias. Há algumas súmulas
interessantes sobre o caso, que serão apresentadas logo ali abaixo.

5. ATOS CAMBIÁRIOS
ENDOSSO
O endosso é o ato cambiário mediante o qual o credor do título de crédito
(endossante) transmite seus direitos a outrem (endossatário). É ato cambiário,
pois, que põe o título em circulação.
CONCEITO
#SAIBAADIFERENÇA
(a) Títulos à ordem são aqueles transferidos por endosso (a cláusula “à
ordem” é implícita)

114
(b) Títulos não à ordem só podem ser transferidos por cessão civil
(a) transfere a titularidade do crédito;
EFEITOS (b) responsabiliza o endossante, passando este a ser codevedor do título (se o
devedor principal não pagar, o endossatário poderá cobrar do endossante).
(i) Endosso branco: O endosso em branco é aquele que não identifica o seu
beneficiário, chamado de endossatário. Nesse caso, simplesmente o
endossante assina no verso do título, sem identificar a quem está endossando,
o que acaba, na prática, permitindo que o título circule ao portador, ou seja,
ENDOSSO
pela mera tradição da cártula.
BRANCO
x
(ii) Endosso preto: é aquele que identifica expressamente a quem está sendo
ENDOSSO
transferida a titularidade do crédito, ou seja, o endossatário. Assim, só poderá
PRETO
circular novamente por meio de um novo endosso, que poderá ser em branco
ou em preto. Nesse caso, pois, o endossatário, ao recolocar o título em
circulação, assumirá a responsabilidade pelo adimplemento da dívida, uma vez
que deverá praticar novo endosso.
O endosso impróprio compreende duas modalidades distintas:
(a) endosso-caução (endosso-pignoratício) caracteriza-se quando o
endossante transmite o título como forma de garantia de uma dívida contraída
perante o endossatário.
ENDOSSO
IMPRÓPRIO (b) endosso-mandato (endosso-procuração) Por meio dele, o endossante
confere poderes ao endossatário – por exemplo, uma instituição financeira –
para agir como seu legítimo representante, exercendo em nome daquele os
direitos constantes do título, podendo cobrá-lo, protestá-lo, executá-lo etc.

Esse endosso feito após o protesto ou após o prazo para a realização do


protesto é chamado pela doutrina de endosso póstumo ou endosso tardio,
ENDOSSO expressões que denotam, claramente, que tal endosso foi levado a efeito tarde
PÓSTUMO demais. Nesse caso, portanto, como a norma acima transcrita deixa claro, o
endosso não produz os efeitos normais de um endosso, valendo tão somente
como uma mera cessão civil de crédito.

Endosso Cessão civil


O endossante responde pela existência O cedente responde somente
do crédito e pela solvência do devedor pela existência do crédito
Para se defender, o devedor não
poderá arguir matérias atinentes à sua Para se defender, o devedor
ENDOSSO
relação jurídica com o endossatário poderá arguir matérias
X
(subprincípios da autonomia e atinentes à sua relação jurídica
CESSÃO CIVIL
inoponibilidade das exceções pessoais com o cessionário
aos terceiros de boa-fé.

115
#MUITAATENÇÃO #CÓDIGOCIVIL

Art. 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso,


NÃO RESPONDE O ENDOSSANTE PELO CUMPRIMENTO DA PRESTAÇÃO
constante do título. O CC inverte a regra da LUG (lei uniforme de Genebra),
de modo que o endossante não responde pelo pagamento.

AVAL
Ato cambiário pelo qual um terceiro (o avalista) se responsabiliza pelo pagamento
da obrigação constante do título.

CONCEITO #OLHAAPEGADINHA

A LUG admite o AVAL PARCIAL.


O CC (art. 897) NÃO ADMITE O AVAL PARCIAL.
O local apropriado para a realização do aval é o anverso do título, caso em que
basta a simples assinatura do avalista. Nada impede, todavia, que o aval seja feito
LOCAL
no verso da cártula, bastando para tanto, além da assinatura, a expressa menção de
que se trata de aval.
O aval também pode ser feito em branco, hipótese em que não identifica o
PRETO avalizado, ou em preto, caso em que o avalizado é expressamente indicado.
x Quando o aval é em branco, presume-se que foi dado em favor de alguém: no caso
BRANCO da letra de câmbio, presume-se em favor do sacador; nos demais títulos, em favor
do emitente ou subscritor.
Há três diferenças básicas:

(a) A primeira delas é decorrente da submissão do aval ao PRINCÍPIO DA


AUTONOMIA, inerente aos títulos de crédito. O aval, por ser um instituto do regime
jurídico cambial, constitui uma obrigação autônoma em relação à dívida assumida
pelo avalizado. Assim, se a obrigação do avalizado, eventualmente, for atingida por
algum vício, este não se transmite para a obrigação do avalista. Na fiança o mesmo
não ocorre: ela, como obrigação acessória, leva a mesma sorte da obrigação
AVAL principal a que está relacionada.
x
FIANÇA (b) Outra distinção relevante entre o aval e a fiança diz respeito ao BENEFÍCIO DE
ORDEM, presente nesta e ausente naquele. De fato, o aval não admite o chamado
benefício de ordem, razão pela qual o avalista pode ser acionado juntamente com o
avalizado. Na fiança, todavia, o benefício de ordem assegura ao fiador a
prerrogativa de somente ser acionado após o afiançado. A responsabilidade do
fiador é, portanto, subsidiária.

(c) O aval deve ser prestado no próprio título, em obediência ao PRINCÍPIO DA


LITERALIDADE; já a fiança pode ser prestada em instrumento separado.

116
PROTESTO
Ato formal pelo qual se atesta um fato relevante para a relação cambial. Esse
CONCEITO fato relevante pode ser (i) a falta de aceite do título, (ii) a falta de devolução do
título ou (iii) a falta de pagamento do título.
NECESSÁRIO Necessário Contra os coobrigados e endossantes
x Protesto Contra o devedor principal e seu
Facultativo
FACULTATIVO avalista
Medida processual muito comum é a cautelar de sustação de protesto. É
preciso destacar, porém, que ela só é cabível enquanto o protesto ainda não foi
lavrado. Após a sua lavratura, o máximo que se pode determinar é a sustação
SUSTAÇÃO
dos seus efeitos, mas, nesse caso, o protesto permanece incólume e continuará
registrado nos assentamentos do cartório em que foi lavrado, até que seja feito
o seu cancelamento.

13. Teoria Geral do direito dos contratos. O Comércio eletrônico. Contratos empresariais.
Compra e venda mercantil. Contratos de colaboração.
14. Contratos bancários. Mútuo, fiança, penhor e seguro. Arrendamento mercantil. Fomento
Mercantil. Franquia. Alienação fiduciária em garantia. Cartões de Crédito. Transporte de
carga, fretamento e armazenagem. Agenciamento de publicidade.

#VAMOSDETABELA #MEUSQUADRINHOS,MINHAVIDA

CONTRATOS EMPRESARIAIS
Seguem os requisitos normais previstos no contrato de compra e
1. COMPRA E VENDA MERCANTIL venda disciplinado pelo CC/02. Não há nenhuma especificidade
digna de nota.
2. CONTRATOS DE COLABORAÇÃO

o É modalidade especial de contrato de colaboração em que o colaborador,


chamado de representante, assume a incumbência de obter pedidos de compra
e venda para os produtos comercializados pelo colaborado, chamado de
representado.
o A representação comercial não se confunde com o mandato, uma vez que o
representante não tem poderes para concluir os negócios em nome do
representado.
2.1 Representação
o O contrato de representação comercial é um contrato empresarial (entre
comercial
empresários), razão pela qual é inaplicável o CDC.
o No que se refere à indenização devida em caso de rescisão contratual,
determina o § 1.° do art. 27 (lei 4.886/65) que “na hipótese de contrato a prazo
certo, a indenização corresponderá à importância equivalente à média mensal
da retribuição auferida até a data da rescisão, multiplicada pela metade dos
meses resultantes do prazo contratual”.
o A cláusula de exclusividade de zona, nos contratos de representação, é

117
implícita (ATENÇÃO: a cláusula de EXCLUSIVIDADE não é implícita).
o Os créditos relativos às comissões do representante comercial autônomo
são equiparados ao crédito trabalhista no processo de falência
o No caso de resolução imotivada do contrato, aplica-se o art. 34:

Art. 34. A denúncia, por qualquer das partes, sem causa justificada, do contrato
de representação, ajustado por tempo indeterminado e que haja vigorado por
mais de seis meses, obriga o denunciante, salvo outra garantia prevista no
contrato, à concessão de pré-aviso, com antecedência mínima de trinta dias, ou
ao pagamento de importância igual a um terço (1/3) das comissões auferidas
pelo representante, nos três meses anteriores.
o De acordo com o art. 2º da lei nº 8.955/1994, “franquia empresarial é o
sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de
marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou
semiexclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de
uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema
operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração
direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo
empregatício”.

o Há na franquia uma clara subordinação empresarial do franqueado em


relação ao franqueador, sem que exista, todavia, vínculo empregatício. Essa
subordinação, pois, diz respeito apenas à organização da atividade do
franqueado, que deve seguir as orientações traçadas pelo franqueador.
2.2 Franquia

o O franqueador interessado em “abrir” franquias deve fornecer aos potenciais


franqueados uma CIRCULAR DE OFERTA DE FRANQUIA (COF), que conterá os
dados fundamentais do negócio a ser realizado entre as partes. Assim, sempre
que o franqueador tiver interesse na implantação de sistema de franquia
empresarial, deverá fornecer ao interessado em tornar-se franqueado uma
circular de oferta de franquia, por escrito e em linguagem clara e acessível.

o A circular oferta de franquia deverá ser entregue ao candidato a franqueado


no mínimo 10 (dez) dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de
franquia ou ainda do pagamento de qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao
franqueador ou a empresa ou pessoa ligada a este

3. CONTRATOS BANCÁRIOS
3.1 Mútuo Mesmas considerações já feitas no NFPSS de direito civil.
Trata-se de contrato por meio do qual uma instituição financeira, a operadora do
cartão, permite aos seus clientes a compra de bens e serviços em
estabelecimentos comerciais cadastrados, que receberão os valores das
3.2 Cartão de crédito compras diretamente da operadora. Esta, por sua vez, cobra dos clientes,
mensalmente, o valor de todas as suas compras realizadas num determinado
período. Chama-se cartão de crédito, então, o documento por meio do qual o
cliente realiza a compra, apresentando-o ao estabelecimento comercial

118
cadastrado.
Trata-se de um contrato por meio do qual o empresário transfere a uma
instituição financeira (que não precisa ser, necessariamente, um banco) as
atribuições atinentes à administração do seu crédito. Algumas vezes, esse
3.3 Fomento
contrato também envolve a antecipação desse crédito ao empresário. Em
(FACTORING)
síntese: a instituição financeira orienta o empresário acerca da concessão do
crédito a seus clientes, antecipa o valor dos créditos que o empresário possui e
assume o risco da inadimplência desses créditos.
3.4 Alienação Mesmas considerações já feitas no NFPSS de direito civil.
fiduciária
em garantia
O leasing ou arrendamento mercantil é um contrato de locação em que se
3.5 Arrendamento asseguram ao arrendatário três opções ao final do aluguel: (i) renovar a locação;
mercantil (LEASING) (ii) encerrar o contrato, não mais renovando a locação; (iii) comprar o bem
alugado, pagando-se o valor residual. Para mais detalhes, confira a tabelinha
abaixo:

Leasing Leasing Leasing


FINANCEIRO OPERACIONAL DE RETORNO (Lease back)
Previsto no art. 5º da Resolução Previsto no art. 6º da Sem previsão na Resolução 2.309/96 –
2.309/96 – BACEN Resolução 2.309/96 – BACEN BACEN
É a forma típica e clássica do leasing Ocorre quando a arrendadora Ocorre quando determinada pessoa,
Ocorre quando uma pessoa jurídica já é proprietária do bem e o precisando se capitalizar, aliena seu
(arrendadora) compra o bem aluga ao arrendatário, bem à empresa de leasing, que arrenda
solicitado por uma pessoa física ou comprometendo-se também a de volta o bem ao antigo proprietário a
jurídica (arrendatária) para, então, prestar assistência técnica em fim de que ele continue utilizando a
aluga-lo à arrendatária relação ao maquinário coisa. Em outras palavras, a pessoa
vende seu bem e celebra um contrato
de arrendamento com o comprador,
continuando na posse direta.
Ex: determinada empresa Ex: a Boeing Capital Ex: em 2011, a Varig, a fim de se
(arrendatária) quer utilizar uma nova Corporation (arrendadora) recapitalizar, vendeu algumas
máquina em sua linha de produção, celebra contrato de aeronaves à Boeing e os alugou de
mas não tem recursos suficientes arrendamento para alugar volta por meio de um contrato de lease
para realizar a aquisição. Por este cinco aeronaves à GOL back
motivo, celebra contrato de leasing (arrendatária) a fim de que O nome completo desse negócio
financeiro com um Banco esta utilize os aviões em seus jurídico, em inglês, é sale and lease back
(arrendador) que compra o bem e o voos. A arrendadora também (venda e arrendamento de volta)
arrenda para que a empresa utilize o ficará responsável pela
maquinário manutenção dos aviões.
Normalmente, a intenção da Normalmente, a intenção da Em geral é utilizado com uma forma de
arrendatária é, ao final do contrato, arrendatária é, ao final do obtenção de capital de giro.
exercer seu direito de compra do bem contrato, NÃO exercer seu
direito de compra do bem

119
16.Teoria Geral da Falência. Falência na Lei nº 11.101/2005. Órgãos da falência. Efeitos da
falência. Processo de falência. Pedidos de restituição. Da ineficácia e da revogação de atos
praticados antes da falência. Realização do ativo. Classificação e pagamento dos credores.
Encerramento da falência. Liquidação extrajudicial de instituições financeiras e entidades
equiparadas.

FALÊNCIA
Trata-se de execução especial, na qual todos os credores deverão ser reunidos
em um único processo, para a execução conjunta do devedor. Em vez de se
CONCEITO submeter a uma execução individual, pois, o devedor insolvente deverá se
submeter a uma execução concursal, em obediência ao princípio da par conditio
creditorum, segundo o qual deve ser dado aos credores tratamento isonômico.
(i) Princípio da preservação da empresa Essa atividade (empresa) pode
continuar sob a responsabilidade de outro empresário (empresário individual
ou sociedade empresária).

PRINCÍPIOS
(ii) Princípio da maximização dos ativos evitando-se a desvalorização e a
deterioração, consegue-se fazer com que no momento da venda esta seja feita
por um preço justo, o que em última análise interessa aos credores da massa,
visto que o dinheiro arrecadado será usado para o pagamento de seus créditos.
Pressuposto material
Devedor empresário
subjetivo
Pressuposto material Insolvência (jurídica ou
Pressupostos
PRESSUPOSTOS objetivo presumida) do devedor
da falência
Sentença declaratória de
Pressuposto formal falência (natureza
constitutiva)
Art. 2º Esta Lei não se aplica a:

I – empresa pública e sociedade de economia mista; A lei não distingue


entre prestadora de serviço público ou exploradora de atividade econômica.
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio,
SUJEITO entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de
PASSIVO assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras
entidades legalmente equiparadas às anteriores. Tais agentes possuem, na
verdade, leis específicas que disciplinam o tratamento jurídico de sua
insolvência, submetendo-os a um processo especial de liquidação extrajudicial.
Citem-se, por exemplo, a Lei 6.024/1974, aplicável às instituições financeiras, e
o Decreto-lei 73/1966, aplicável às seguradoras.
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:
I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
SUJEITO
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;
ATIVO
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo
da sociedade;

120
IV – qualquer credor.
§ 1º O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas
que comprove a regularidade de suas atividades.
§ 2º O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa às
custas e ao pagamento da indenização de que trata o art. 101 desta Lei.
Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial,
deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal
estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do
COMPETÊNCIA Brasil.
Art. 6º. § 8º A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial
previne a jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de
falência, relativo ao mesmo devedor.
Insuficiência do
Estado ativo do
patrimonial empresário para
deficitário saldar o seu
passivo
Cessação de Presunção de
Sistemas pagamentos insolvabilidade
SISTEMAS determinantes da Não pagamento
insolvência injustificado de
Adotados
determinada
Impontualidade pelo Decreto-
obrigação líquida
lei 7661/45 e
no seu
mantidos pela
vencimento
Lei 11.10/05
Prática de atos de
Enumeração legal
falência
Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no PRAZO DE 10
(DEZ) DIAS.
Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94
RESPOSTA
desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor
DO
correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e
DEVEDOR
honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso
julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do
valor pelo autor. DEPÓSITO ELISIVO.
Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga
RECURSO
a improcedência do pedido cabe apelação.
• Falência dos sócios de responsabilidade limitada.
• Apuração de eventual responsabilidade pessoal
dos sócios de responsabilidade limitada (ação
Efeitos Em relação à prescreve em 2 anos);
EFEITOS DA FALÊNCIA da pessoa do • Inabilitação empresarial;
falência devedor • Perda do direito de administração dos seus bens
e disponibilidade sobre eles (formação da massa
falida objetiva;
• Não pode ausentar-se do lugar da falência sem

121
autorização do juiz;
• Comparecimento a todos os atos da falência;
• Suspensão do direito ao sigilo à correspondência
e ao livre exercício da profissão;
• Dever de colaboração com a administração da
falência;
• Formação da massa falida objetiva (arrecadação
de todos os bens do devedor, exceto os
absolutamente impenhoráveis)
• Suspensão do exercício do direito de retenção
(sobre os bens sujeitos à arrecadação), de retirada
ou recebimento do valor de quotas ou ações por
parte dos sócios da sociedade falida;
• Vencimento antecipado das dívidas do devedor
e dos sócios ilimitada e solidariamente
Em relação
responsáveis (com abatimento proporcional dos
aos bens do
juros e conversão de todos os créditos em moeda
devedor
estrangeira para a moeda do País);
• Limitação à compensação de dívidas do devedor
até o dia da decretação da falência;
• Inexigibilidade de juros vencidos, previsto em lei
ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para
o pagamento dos credores subordinados;
• Continuidade dos contratos que puderem ser
cumpridos e que possam reduzir ou evitar o
aumento do passivo.
Em relação
• Formação da massa falida subjetiva
às
(procedimento de verificação e habilitação dos
obrigações
créditos).
do devedor
Em relação
• Fixação do termo legal da falência (ineficácia dos
aos credores
atos).
do falido
Em relação
• Fixação do termo legal da falência (ineficácia dos
aos atos do
atos).
falido
A lei de falência contempla uma série de regras específicas que estabelecem a
ineficácia de certos atos praticados pelo devedor falido antes da decretação da
PERÍODO “SUSPEITO”
falência, e o reconhecimento da ineficácia desses atos perante a massa,
consequentemente, permitirá que mais bens sejam incorporados a ela.
O art. 129 traz os atos objetivamente ineficazes, uma vez que o reconhecimento
ATOS OBJETIVAMENTE
de sua ineficácia independe da demonstração de fraude do devedor ou de
INEFICAZES
conluio com o terceiro que com ele contratou.
Os atos com ineficácia subjetiva só terão reconhecida a sua ineficácia se forem
ATOS SUBJETIVAMENTE provados (i) a intenção de prejudicar os credores, (ii) o conluio fraudulento
INEFICAZES entre o devedor e o terceiro que contratou com ele e (iii) o real prejuízo da
massa.
Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa ou
SUCESSÃO EMPRESARIAL de suas filiais, promovida sob qualquer das modalidades de que trata este
artigo:

122
I – todos os credores, observada a ordem de preferência definida no art. 83
desta Lei, sub-rogam-se no produto da realização do ativo;
II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e NÃO HAVERÁ
SUCESSÃO do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza
tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes
de trabalho. O CTN já foi modificado para se adaptar a essa nova realidade.
§ 1º O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica quando o
arrematante for:
I – sócio da sociedade falida, ou sociedade controlada pelo falido;
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4º (quarto) grau, consangüíneo ou
afim, do falido ou de sócio da sociedade falida; ou
III – identificado como agente do falido com o objetivo de fraudar a sucessão.
CRÉDITOS Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com
EXTRACONCURSAIS precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os
relativos a:
I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos
derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho
relativos a serviços prestados após a decretação da falência;
II – quantias fornecidas à massa pelos credores;
III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e
distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência;
IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha
sido vencida;
V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a
recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da
falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da
falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.
CLASSIFICAÇÃO DOS Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
CRÉDITOS I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e
CONCURSAIS cinquenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de
trabalho;
II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de
constituição, excetuadas as multas tributárias;
IV – créditos com privilégio especial, a saber:
a) os previstos no art. 964 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição
contrária desta Lei;
c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada
em garantia;
d) aqueles em favor dos microempreendedores individuais e das
microempresas e empresas de pequeno porte de que trata a Lei Complementar
no 123, de 14 de dezembro de 2006
V – créditos com privilégio geral, a saber:
a) os previstos no art. 965 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei;

123
c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária
desta Lei;
VI – créditos quirografários, a saber:
a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens
vinculados ao seu pagamento;
c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o
limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo;
VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou
administrativas, inclusive as multas tributárias;
VIII – créditos subordinados, a saber:
a) os assim previstos em lei ou em contrato;
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício.
§ 1º Para os fins do inciso II do caput deste artigo, será considerado como valor
do bem objeto de garantia real a importância efetivamente arrecadada com sua
venda, ou, no caso de alienação em bloco, o valor de avaliação do bem
individualmente considerado.
§ 2º Não são oponíveis à massa os valores decorrentes de direito de sócio ao
recebimento de sua parcela do capital social na liquidação da sociedade.
§ 3º As cláusulas penais dos contratos unilaterais não serão atendidas se as
obrigações neles estipuladas se vencerem em virtude da falência.
§ 4º Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão considerados
quirografários.
EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES Art. 158. Extingue as obrigações do falido:
DO FALIDO I – o pagamento de todos os créditos;
II – o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cinquenta
por cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da
quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a
integral liquidação do ativo;
III – o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da
falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto
nesta Lei;
IV – o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência,
se o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei.
Art. 159. Configurada qualquer das hipóteses do art. 158 desta Lei, o falido
poderá requerer ao juízo da falência que suas obrigações sejam declaradas
extintas por sentença.
§ 1º O requerimento será autuado em apartado com os respectivos documentos
e publicado por edital no órgão oficial e em jornal de grande circulação.
§ 2º No prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação do edital, qualquer
credor pode opor-se ao pedido do falido.
§ 3º Findo o prazo, o juiz, em 5 (cinco) dias, proferirá sentença e, se o
requerimento for anterior ao encerramento da falência, declarará extintas as
obrigações na sentença de encerramento.
§ 4º A sentença que declarar extintas as obrigações será comunicada a todas as
pessoas e entidades informadas da decretação da falência.

124
§ 5º Da sentença cabe apelação.
§ 6º Após o trânsito em julgado, os autos serão apensados aos da falência.
Art. 160. Verificada a prescrição ou extintas as obrigações nos termos desta Lei,
o sócio de responsabilidade ilimitada também poderá requerer que seja
declarada por sentença a extinção de suas obrigações na falência.

17.Teoria Geral da Recuperação da empresa. Recuperação judicial e recuperação


extrajudicial. Órgãos da recuperação judicial. Processo da recuperação. Verificação dos
créditos.

RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da
situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a
CONCEITO manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos
interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua
função social e o estímulo à atividade econômica.
Somente EMPRESÁRIOS podem pedir a recuperação judicial, com exceção
AUTOR DO PEDIDO
daqueles listados no art. 2º.
REQUISITOS Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do
MATERIAIS PARA O pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que
PEDIDO atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: Fica claro que o
empresário individual irregular e a sociedade empresária irregular não têm
direito à recuperação judicial.
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença
transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; Quando o
dispositivo em enfoque utiliza a expressão “falido”, está se referindo ao
empresário individual: se ele já teve sua falência decretada, não pode
requerer recuperação judicial, salvo se suas obrigações já foram declaradas
extintas por sentença transitada em julgado. Tratando-se de sociedade
empresária, será óbice ao deferimento de seu pedido a existência de sócios
de responsabilidade ilimitada que já tenham tido a sua falência decretada
anteriormente ou que tenham participado de outra sociedade que teve sua
falência decretada.
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação
judicial;
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação
judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste
Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio
controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
Perceba-se que, se um sócio minoritário, sem poder de controle ou de
administração, já tenha eventualmente sido condenado por crimes

125
tipificados na LRE, isso por si só não impede o juiz de deferir o
processamento do pedido de recuperação da sociedade devedora.
A recuperação judicial possui 3 fases:
(a) Postulação: inicia-se com o pedido de recuperação e vai até o despacho de
processamento;
FASES (b) Processamento: vai do despacho de processamento até a decisão
concessiva;
(c) Execução: da decisão concessiva até o encerramento da recuperação
judicial.
DEFERIMENTO DO Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz
PROCESSAMENTO deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato (...)
Publicada a decisão que defere o processamento do pedido de recuperação, o
devedor terá prazo de 60 dias para apresentar ao juízo o seu plano de
recuperação.
APRESENTAÇÃO DO
Art. 55. Qualquer credor poderá manifestar ao juiz sua objeção ao plano de
PLANO
recuperação judicial no prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação da
relação de credores de que trata o § 2º do art. 7º desta Lei.
Se os credores consentirem com o plano do devedor, sem a apresentação de
CONCESSÃO DA
qualquer objeção, ou se eles aprovarem o plano, com ou sem alterações, na
RECUPERAÇÃO COM O
assembleia geral, caberá apenas ao devedor providenciar a apresentação de
CONSENTIMENTO DO
certidões negativas de débitos tributários, nos termos previstos pela
CREDORES
legislação tributária.
Art. 58. § 1º O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano
CONCESSÃO DA que não obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na
RECUPERAÇÃO SEM O mesma assembleia, tenha obtido, de forma cumulativa:
CONSENTIMENTO DO I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de
CREDORES todos os créditos presentes à assembleia, independentemente de classes;
II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45
desta Lei ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a
aprovação de pelo menos 1 (uma) delas;
III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um
terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1º e 2º do art. 45 desta Lei.
§2º A recuperação judicial somente poderá ser concedida com base no §
1º deste artigo se o plano não implicar tratamento diferenciado entre os
credores da classe que o houver rejeitado.
Art. 59. O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos
anteriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos,
sem prejuízo das garantias, observado o disposto no § 1º do art. 50 desta Lei.
§ 1º A decisão judicial que conceder a recuperação judicial constituirá título
NOVAÇÃO
executivo judicial, nos termos do art. 584, inciso III, do caput da Lei no 5.869,
de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
§ 2º Contra a decisão que conceder a recuperação judicial caberá agravo, que
poderá ser interposto por qualquer credor e pelo Ministério Público.
O objetivo do processo de recuperação judicial é propiciar ao devedor as
condições necessárias à superação de sua crise econômico-financeira. As
ENCERRAMENTO
medidas propostas no plano, pois, devem ser levadas a cabo para que surtam

126
os efeitos esperados e permitam que a empresa continue em atividade.
Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor
permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as
obrigações previstas no plano que se vencerem ATÉ 2 (DOIS) ANOS depois da
concessão da recuperação judicial.
§ 1º Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o descumprimento
de qualquer obrigação prevista no plano acarretará a convolação da
recuperação em falência, nos termos do art. 73 desta Lei.
Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial:
CONVOLAÇÃO EM I – por deliberação da assembleia-geral de credores, na forma do art. 42 desta
FALÊNCIA Lei;
II – pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo
do art. 53 desta Lei;
III – quando houver sido rejeitado o plano de recuperação, nos termos do §
4º do art. 56 desta Lei;
IV – por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de
recuperação, na forma do § 1º do art. 61 desta Lei.

ADENDO CICLOS #SEGUEOJOGO


SÚMULAS MAIS IMPORTANTES:

1. LIVROS COMERCIAIS
Súmula 260-STF: O exame de livros comerciais, em ação judicial, fica limitado às transações entre os
litigantes.
Súmula 439-STF: Estão sujeitos a fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais,
limitado o exame aos pontos objeto da investigação.

2. MARCA
Súmula 143-STJ: Prescreve em cinco anos a ação de perdas e danos pelo uso de marca comercial.

3. CONTRATOS BANCÁRIOS

Súmula 28-STJ: O contrato de alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto bem que já
integrava o patrimônio do devedor.

Súmula 72-STJ: A comprovação da mora é imprescindível à busca e apreensão do bem alienado


fiduciariamente.

Súmula 92-STJ: A terceiro de boa-fé não é oponível a alienação fiduciária não anotada no certificado de
registro do veículo automotor.

Súmula 247-STJ: O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do


demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da ação monitória.

127
Súmula 258-STJ: A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de
autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.

Súmula 233-STJ: O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta-
corrente, não é título executivo.

Súmula 300-STJ: O instrumento de confissão de dívida, ainda que originário de contrato de abertura de
crédito, constitui título executivo.

Súmula 283-STJ: As empresas administradoras de cartão de crédito são instituições financeiras e, por
isso, os juros remuneratórios por elas cobrados não sofrem as limitações da Lei de Usura.

Súmula 285-STJ: Nos contratos bancários posteriores ao Código de Defesa do Consumidor incide a
multa moratória nele prevista.

Súmula 286-STJ: A renegociação de contrato bancário ou a confissão da dívida não impede a


possibilidade de discussão sobre eventuais ilegalidades dos contratos anteriores.

Súmula 379-STJ: Nos contratos bancários não regidos por legislação específica, os juros moratórios
poderão ser fixados em até 1% ao mês.

Súmula 381-STJ: Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das
cláusulas.

Súmula 477-STJ: A decadência do art. 26 do CDC não é aplicável à prestação de contas para obter
esclarecimentos sobre cobrança de taxas, tarifas e encargos bancários.

Súmula 479-STJ: As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por
fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.

4. SOCIEDADES
Súmula 554-STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não
apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a
fatos geradores ocorridos até a data da sucessão.

5. TÍTULOS DE CRÉDITO
Súmula 531-STJ: Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é
dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.

Súmula 189-STF: Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos.

Súmula 387-STF: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo
credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.

128
Súmula 60-STJ: É nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário vinculado ao
mutuante, no exclusivo interesse deste.

Súmula 600-STF: Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o
cheque ao sacado no prazo Iegal, desde que não prescrita a ação cambiária.

Súmula 475-STJ: Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe
por endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando
ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas.

Súmula 476-STJ: O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos
decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário.

Súmula 26-STJ: O avalista do título de crédito vinculado a contrato de mútuo também responde pelas
obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário.

Súmula 370-STJ: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.

Súmula 299-STJ: É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.

6. FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL


Súmula 248-STJ: Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas protestada, é título
hábil para instruir pedido de falência.

Súmula 361-STJ: A notificação do protesto, para requerimento de falência da empresa devedora, exige
a identificação da pessoa que a recebeu.

Súmula 29-STJ: No pagamento em juízo para elidir falência, são devidos correção monetária, juros e
honorários de advogado.

Súmula 581-STJ: A recuperação judicial do devedor principal não impede o prosseguimento das ações e
execuções ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por garantia
cambial, real ou fidejussória.

#UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMÁXIMOTRÊS

INFORMATIVOS:

1. SOCIETÁRIO
STJ (595): Na hipótese em que o sócio de sociedade limitada, de prazo limitado, exerce o direito de
retirada por meio de inequívoca e incontroversa notificação aos demais sócios, a data-base para a
apuração de haveres é o termo final do prazo de 60 dias, previsto no art. 1.029 do CC/02.

129
STJ (595): Excepcionalmente, admite-se a dissolução de S.A (sociedade de capital) na hipótese em que
houver quebra da confiança entre os sócios. Ex. Sociedade composta por membros da mesma família.

STJ (595): Admite-se a dissolução parcial de S.A.

2. PROPRIEDADE INDUSTRIAL
STJ (593): Se o titular da marca autoriza o seu uso até o dia X, então o interesse de agir da ação inibitória
do uso dessa marca só nasce a partir do dia X.

STJ (585): Em ação de nulidade de registro de marca, a que o INPI não deu causa nem ofereceu
resistência, não cabe condenação do instituto em honorários advocatícios sucumbenciais.

3. TÍTULO DE CRÉDITO
STJ (580): O prazo para a ação de locupletamento para a cobrança de nota promissória prescrita é de 03
ANOS.

STJ (580): O aceite lançado em separado da duplicata não possui eficácia cambiária, por força do
princípio da literalidade.

STJ (584): A pós-datação regular (efetivada no campo referente à data de emissão) amplia o prazo de
apresentação do cheque, mas a irregular não.

STJ (584): Será sempre possível, no prazo para a execução cambial, o protesto cambiário de cheque com
a indicação do emitente como devedor.

STJ (587): Em ação de cobrança de cheque, a correção monetária incide a partir da data da emissão da
cártula, ao passo que os juros de mora são contados da primeira apresentação do título à instituição
financeira sacada.

4. CONTRATOS EMPRESARIAIS
STJ (582): Não é abusiva a previsão contratual que estabelece a duplicação do valor do aluguel, em
shopping Center, no mês de dezembro.
STJ (585): Não é abusiva a previsão da cláusula de raio em contrato de shopping Center.

5. FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL


STJ (589): A natureza trabalhista do crédito não impede que o credor requeira a falência do devedor.

STJ (589): É possível que a maioria dos integrantes da Assembleia-Geral autorize a supressão das
garantias reais e fidejussórias existentes.

STJ (592): Em liquidação extrajudicial, a decretação da indisponibilidade de bens não retira o interesse,
pelo MP, de requerer, também, o arrolamento de bens do administrador, pois as duas medidas não se
confundem.

STJ (580): A nomeação de liquidante só é necessária na hipótese de dissolução total da sociedade, e não
no caso de simples dissolução parcial.

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