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Noções

Fundamentais
Direito
::::::::::::::::::::::::::: Conceito de direito ::::::::::::::::::::::::::
Direito é uma palavra que radica do étimo latino ius rectum que significa “aquilo que é
reto”, na aceção de “aquilo que é justo”. O conceito de justiça aparece-nos, assim,
indissociavelmente ligado a um ideal que pode nortear a conduta dos homens e configurar um
valor que deve presidir nas sociedades humanas.

O Direito., entendido como um sistema normativo regulador da vida humana em


sociedade tem, na sua génese, uma orientação programática que mais não é que a de “balizar” as
condutas individuais e a interação, de acordo com critérios de justiça e de segurança jurídica.

:::::::::::::::::: Direito objetivo e Direito subjetivo :::::::::::::::


1. Direito objetivo:

Conjunto de regras/normas estabelecidas e que regulam a convivência em sociedade.


Servem para solucionar conflitos efetivos de uma dada sociedade. Se as regras não forem
respeitadas há uma consequência/sanção.

2. Direito subjetivo:

Poder ou faculdades enquanto individuo. Direito individual e particularizado.


(Exemplos: Direito à vida; direito de propriedade).

::::::::::::::: A origem e a necessidade do direito ::::::::::::::::::


Está sobejamente afirmado que o homem é um ser social: a história e a própria
experiência que cada um tem da vida atestam-no eloquentemente.

Esta tendência do homem para se associar ao seu semelhante na medida em que se trata
duma tendência natural, há-de explicar-se, pelo menos em grande parte, através da própria
natureza humana.

O homem é corpo e alma, matéria e espírito, e, por isso mesmo, as suas necessidades
são materiais e espirituais; o homem tem de alimentar-se, vestir-se, defender-se do próprio meio
onde vive e quer conhecer, cultivar-se, formar-se, aperfeiçoar-se e distrair-se.

Desde sempre, porém, o homem revelou-se incapaz de, por si só, alcançar a satisfação
integral do conjunto das suas necessidades. E na associação com outros homens, através da
chamada "vida social", que ele busca conseguir, e tem conseguido, a adequada satisfação das
suas necessidades.

E essa "vida social" estabelece entre os homens estreitos vínculos de solidariedade:

 solidariedade por semelhança, quando os homens se unem e


cooperam para satisfação de necessidades comuns a todos eles
 solidariedade orgânica, quando em ordem a um melhor
aproveitamento das aptidões individuais

No fundo, a vida do homem em sociedade é, em si mesma, também uma necessidade,


ainda quando seja apenas o único ou melhor instrumento de realizar outras necessidades. As
múltiplas instituições criadas pelo homem para vencer os reptos que se lhe colocam e para
ultrapassar as suas limitações estritamente biológicas traduzem justamente essa sociabilidade e
gregarismo humanos.

Não pode existir, e muito menos subsistir, uma sociedade sem organização, sem regras
que disciplinem a atividade dos seus membros.

Pois bem, o direito existe para solucionar esses conflitos, indicando o interesse que deve
prevalecer e o modo de o tutelar, ou seja, definindo e impondo regras de conduta.

Mas, se o direito objetivo deriva da existência desses mesmos conflitos e, mais


profundamente, dos interesses que deles decorrem, a origem da preocupação humana pelo
direito explica-se por algo mais. De facto, é pela concreta maneira de ser humana do Homem,
como ser dotado de "racionalidade raciocinante" e de liberdade na tomada de decisões, e pela
sua aspiração à justiça que o direito não constitui uma simples ordem de convivência arbitrária,
técnica e, no limite, injusta, mas, como diziam os romanos, representa a constante e perpétua
vontade de atribuir a cada um o que é seu.
Isto é: o direito não é uma ordem qualquer, é uma ordem justa, um sistema de normas
em cuja criação participam os seus destinatários, que são homens.

::::::::::::::::::::::::: Sistemas Jurídicos :::::::::::::::::::::::::::::


O Direito Objetivo no mundo divide-se em dois sistemas jurídicos conhecidos:

 A Civil Law: a sua principal característica é a codificação das leis, onde os


aplicadores do Direito, ao se depararem com um caso concreto, devem
identificar a lei que mais se adequa a ele.

 A Common Law: é uma estrutura mais utilizada por países de origem anglo-
saxônica (12), onde o Direito se baseia mais na Jurisprudência que no texto da
lei. Nesses países também existe a lei, mas o caso é analisado principalmente de
acordo com outros semelhantes.

::::::::::::::::::::: Normas de conduta social ::::::::::::::::::::::::


As normas de conduta social são as regras que delimitam a esfera de ação de cada um,
atribuindo-lhes o lugar que hão de ocupar, em cada momento, relativamente aos demais
membros do grupo, restringindo a liberdade individual em ordem a assegurar a liberdade de
todos.

Contudo não podemos cometer o erro de pensar que normas de conduta social são
apenas as normas jurídicas, são também as normas morais, as normas religiosas e as normas de
cortesia.

Assim, é uma norma de conduta social aquela que manda dar esmola aos pobres ou
aquela que estabelece para os católicos a obrigação de ir à missa ou aquele que manda os mais
novos respeitarem de maneira especial os mais velhos.

::::::::::::::::::::::::::: Normas jurídicas :::::::::::::::::::::::::::::


1. Caracteres das normas jurídicas:
 Imperatividade: a norma jurídica exprime um comando seja para ordenar seja para
permitir.
A norma jurídica existindo para disciplinar condutas humanas impõe aos seus
destinatários determinados comportamentos.
As leis científicas não são suscetíveis de serem violadas, já as normas jurídicas são, pois
o comportamento que prescrevem pode não ser adotado. (Exemplo: na norma contida
na alínea a) do artigo 1038º do CC, segundo a qual é obrigação “pagar renda ou
aluguer”, mas nós sabemos que existem inquilinos que não pagam as respetivas rendas).
 Generalidade e abstração: A norma jurídica destina-se sempre a uma generalidade,
mais ou menos ampla, de destinatários e não apenas a uma pessoa determinada. O que
interessa para a norma ser geral é que ela se dirija a uma categoria de entidades ou
pessoas como seus destinatários ou que estes sejam determinados por referência a uma
função. Neste termos, uma norma jurídica pode ter uma pluralidade de destinatários e
não ser geral, inversamente, pode ter, em concreto e num dado momento, um só
destinatário e, no entanto, ser geral. (Exemplo: as normas constitucionais que se referem
ao Presidente da República, num determinado momento, apenas visam uma
determinada pessoa, aquela que à altura exerça essa função, sem por isso deixar de ser
uma norma geral)
Por outro lado, na sua disciplina, a norma jurídica abstrai-se das particularidades do
caso concreto a que vai aplicar-se, reportando-se sempre a um tipo, mais ou menos
amplo, de situações sendo, por consequência, abstrata.
 Coercibilidade: É o que confere especificidade à norma jurídica em relação a outras
normas. A norma jurídica é suscetível de serem impostas pela força através de órgãos
institucionalizados pelo Estado. A coercibilidade é um meio de o direito se afirmar. Mas
é óbvio que a coercibilidade sem a justiça não é direito.
 Valor das normas jurídicas: Segurança jurídica (prescrição). A ideia de que a regras
têm um prazo, mesmo que ultrapasse a ideia de justiça.

2. Estrutura das normas jurídicas:


 Previsão (ANTECEDENTE/HIPOTESE): situações típicas da vida social a que se
vai aplicar a norma. (Ex. art.º 483 do CC)
 Estatuição (CONSEQUENTE): Consequência da aplicação da norma.
Uma norma jurídica ou obriga ou faculta ou confere um direito.

3. Classificação das normas jurídicas:


 Normas injuntivas ou imperativas e normas facultativas:
o Normas injuntivas ou imperativas: São aquelas que impõem uma determinada
conduta aos seus destinatários, àqueles que se encontram nas situações nelas
previstas. Pode ser positiva ou negativa, pode consistir numa ação ou numa
omissão. Podem ser preceptivas (aquelas cujo comando consiste em ordenar
(Ex. circular pela direita; ter de pagar impostos)) ou proibitivas (aquelas em
que o comando consiste em proibir (ex. proibido circulas a mais de50Km/h)).
o Normas facultativas: Estas são aquelas que, regulamentando certas situações,
não se impõem obrigatoriamente, limitando-se a conceder certas faculdades ou
contendo um comando que os particulares podem livremente afastar. (Ex.
casamento).
As normas facultativas subdividem-se em:
Dispositivas: limitam-se a conceder certos poderes ou faculdades,
deixando ao arbítrio do individuo praticar ou não certos atos (Ex. art.º 1698 do
CC)
Interpretativas: as que se destinam a fixar o sentido de certas expressões
pouco claras usadas pelo legislador ou pelos particulares nos seus atos
jurídicos. (Ex. art.º 2227 do CC)
Supletivas: As que têm por função suprir a falta ou insuficiência de
manifestação da vontade dos indivíduos relativamente a certos assuntos que
necessitam de disciplina jurídica. Só se aplica se os particulares não adotarem
soluções diversas (Ex. sequem casa não escolher o regime de casamento
aplica-se o definido por lei–comunhão de bens.)
 Normas gerais, excecionais e especiais:
o Normas Gerais: São aquelas que constituem o regime regra (a regra geral)
aplicável à generalidade de situações ou relações jurídicas de um determinado
tipo.
o Normas Excecionais: Quando as normas de caracter geral não se adequam em
determinadas situações que resultam de circunstâncias especiais e necessitam
de outro tratamento ao estabelecido pelo regime geral.
São normas que disciplinam um setor restrito de relações e consagram uma
regulamentação oposta à contida nas normas gerais.
Tem aplicação Analógica, ou seja, quando num caso não previsto pela lei a
decisão de um Juiz é por analogia a um caso idêntico já julgado.
o Normas Especiais: são aquelas que regulam um setor mais ou menos restrito de
casos, consagram uma disciplina que representa um simples desvio ou
complemento das normas gerais sem, no entanto, as contrariar.
 Normas universais, gerais e locais:
o Normas universais ou de direito universal: são aquelas que se aplicam a todo o
território dum pais.
o Normas locais ou de direito local: são as que se aplicam apenas a certa fração
do território do Estado.
o A distinção entre umas e outras assume certa relevância prática pois, em caso
de conflito entre normas de idêntico grau hierárquico, a norma local prevalece
sobre a norma universal. No caso português, em que há normas provindas dos
órgãos próprios das regiões autónomas (Açores e Madeira), cabe mencionar
que há normas gerais que se aplicam em todo o continente, não têm vigência
naquelas regiões autónomas. Estas reger-se-ão, em tais matérias, por normas
locais-regionais.

::::::::::::::::::::::::::: Tipos de sanções :::::::::::::::::::::::::::::


As sanções são consequências desfavoráveis, um “mal” que atinge aquele que violou a
regra jurídica. Existem sanções punitivas, sanções preventivas, sanções compulsórias e sanções
reconstitutivas e de um tipo especial, a ineficácia dos atos jurídicos praticados. Várias sanções
podem cumular-se em reação a uma mesma violação

 Sanções Compulsórias: Destinam-se a levar um infrator de uma norma jurídica por


forma a constrangê-lo a adotar comportamento devido que ele até aí omitiu. (Art.º 829-
A do CC)

 Sanções Reconstitutivas: São as que visam a restituição de uma situação a que se teria
chega com a observância da norma violada – art.º 562 do CC. Se a restituição natural
não for possível, não for bastante ou não for o meio adequado deve-se preceder, no todo
ou em parte, à reintegração por equivalente (Art.º 496 do CC).
 Sanções Punitivas: Para sancionar as violações mais graves da ordem jurídica,
recorrendo a penas que impliquem o sofrimento que consiste na privação de um bem
(vida, liberdade ou valores patrimoniais) e uma reprovação da conduta do infrator. Já
não interessa a reconstituição da situação que existiria se o facto não tivesse ocorrido.
Interessa aplicar um castigo ao infrator. A aplicação de uma sanção punitiva não
implica, no entanto que sejam aplicadas paralelamente outro tipo de sanções.
 Sanções Preventivas: São sanções que para além de constituírem a reação à violação
da norma jurídica, têm também como finalidade prevenir violações futuras. Aqui
englobam-se a medidas de segurança aplicada à imputabilidade (menores de 16 anos)
ou a anomalias psíquicas, não podendo o sujeito ser submetido a um juízo de censura
jurídico-penal, pela prática do ato ilícito praticado e pela sua perigosidade manifestada,
são submetidos a medidas de prevenção por parte da sociedade (internamento ou
instituições de recondução juvenil). Aplica-se aqui também o Art.º 781 do CC estando
implicado a perda de benefícios de prazos em dividas liquidáveis em prestações.
 Ineficácia e invalidade dos atos praticados: pune aqueles que, com o objetivo de
obter certos resultados jurídicos, omitem pressupostos que a lei exige ou não satisfaz os
requisitos por esta impostos. De entra a invalidades sobressaem a nulidade e a
anulabilidade.

:::::::: Direito positivo, Direito vigente e Direito natural ::::::::

1. Direito natural

O Direito Natural (Jusnaturalismo), deriva da essência de algo imaterial, divino, onde as


suas fontes advêm da natureza, de Deus ou do pensamento racional do ser humano, sendo
manifestado através das correntes filosóficas e das escolas de divergência, é o conjunto de
princípios ideais preexistentes e dominantes.

É no Direito Natural que ocorrem as discussões e surgem as correntes jurídicas e suas


teorias sobre o que é correto, o que é justo, e parte do princípio de que existe um direito comum
a todos os homens.

2. Direito positivo

O Direito positivo é o direito posto ou imposto por quem exerce o poder numa
determinada sociedade e, por isso, válido no âmbito da mesma. Há quem considere o Direito
positivo como o único Direito existente, conferindo a sua validade na adequada produção
formal das normas de acordo com o procedimento estabelecido pelo próprio ordenamento
positivo.

3. Direito vigente

O Direito vigente é o Direito positivo que se encontra em vigor, entendendo-se como tal
as normas respeitadoras do seu processo de formação e publicação, suscetíveis de ser cumpridas
ou de ser suscetível a exigência do seu cumprimento àqueles a quem se destinam, podendo ou
devendo ser aplicadas no tribunal.

::::::::::::::::::::::::: Direito e coercibilidade :::::::::::::::::::::::


O carácter imperativo do Direito implica a existência de instrumentos de coercibilidade.
A coercibilidade é a suscetibilidade de imposição pela força das prescrições de Direito; é a força
em potência que resulta da existência de tribunais, autoridades reguladoras, serviços de
inspeção, polícias, serviços e forças de segurança, aos quais é possível recorrer de forma
organizada para impor o respeito pelo Direito e desta forma assegurar o funcionamento efetivo
da ordem jurídica.
Com efeito, sendo o homem dotado de inteligência e de vontade, ele pode decidir atuar
de acordo com o Direito ou escolher não respeitar determinada norma em concreto.

Em qualquer caso, quando actua em violação de uma norma jurídica, o indivíduo


sujeita-se às sanções que a ordem jurídica, através das normas sancionatórias prescreve para a
situação. Quando tal acontece, entra em funcionamento o tribunal, e o juiz ao aplicar o Direito
ao caso concreto, ditará uma sentença aplicando uma sanção (pena de prisão, multa, coima,
medida de segurança) para que o infrator sofra as consequências do mal feito e, de alguma
forma, repare o prejuízo causado à sociedade com a sua conduta contrária ao Direito.

A coação é exercida diretamente através da força, com a aplicação das penas e das
medidas de segurança no direito penal e com a execução forçada no direito privado, ou
indiretamente, mediante o ressarcimento do dano ou a reparação. A execução específica do
contrato-promessa em caso de recusa de cumprimento da obrigação assumida por um dos
promitentes contratantes, prevista no art. 830.o, n.o 1, do Código Civil constitui um bom
exemplo de execução forçada.

Em todos os casos de execução forçada e de ressarcimento do dano causado o que se


pretende alcançar é a restituição do património12 do credor às condições em que se encontraria
se a obrigação tivesse sido cumprida e, por isso, se traduz no pagamento de uma quantia em
dinheiro correspondente ao valor dos bens que o credor não pôde obter do devedor inadimplente
(art. 1223.o do Código Civil).

Um outro exemplo de coação pode ser dado pela obrigação de indemnizar a cargo do
autor da lesão ou do dano. O art. 129.o do Código Penal estabelece que a indemnização de
perdas e danos emergentes de crime é regulada pela lei civil.

Esta obrigação de indemnizar resultante de responsabilidade por factos ilícitos está


prevista no art. 483.o do Código Civil que no seu n.o 1 estabelece que «Aquele que, com dolo
ou mera culpa, violar ilicitamente o direito de outrem ou qualquer disposição legal destinada a
proteger interesses alheios fica obrigado a indemnizar o lesado pelos danos resultantes da
violação»13.

Nos termos dos artigos 495.o e 496.o do Código Civil, o pedido de indemnização civil
abrange:

a) Os danos patrimoniais, que englobam o dano emergente, isto é, o prejuízo causado


nos bens ou nos direitos existentes à data da lesão, de que são exemplos, entre outras, as
despesas com os tratamentos hospitalares, as despesas com medicamentos, deslocações a
consultas médicas, a que deve acrescer o lucro cessante que corresponde à soma dos benefícios
que o lesado deixou de obter em consequência da lesão resultante da prática do crime. Devem
somar-se, todos os ganhos frustrados, como por exemplo, os salários que a vítima deixou de
auferir enquanto esteve incapacitada para o trabalho;

b) Os danos morais (ou não patrimoniais) que correspondem aos prejuízos que, dado
estar em causa a saúde, o bem-estar, a honra e o bom nome da vítima, são insuscetíveis de
avaliação pecuniária. Tais danos apenas podem ser compensados com uma obrigação imposta
ao autor do crime, com base na fixação pelo tribunal do grau de “quantum doloris”, medida que
servirá de base ao valor a atribuir à vítima para, dentro do possível, compensar a dor física e a
dor psíquica (resultante de deformações físicas sofridas), a par de outros eventuais danos morais
resultantes da perda de prestígio ou de reputação social.

::::::::::::::::::::::::::: Fontes do direito :::::::::::::::::::::::::::::

As fontes do direito são a origem, os processo de formação e revelação das normas


(ou regras) jurídicas que compõem determinada ordem jurídica. Assim sendo, para a
chamada doutrina tradicional, as fontes do direito consubstanciam os modos de
formação ou de relevação do direito. Do elenco tradicional das fontes de direito é
comum referir:

 A Lei: consiste numa declaração solene e direta, atualmente escrita, de uma


norma jurídica provinda de um órgão do estado com competência para o efeito
– fonte de direito imediata.

 O costume: Foi a primeira principal fonte do direito em termos históricos,


anterior à Lei. Fonte do direito com pouca importância e não escrita. Não é
considerado pelo Código Civil como fonte de direito.
O costume pode provir de um elemento objetivo (corpus) através de uma prática
reiterada que se acaba por se assumir como certa, como pode provir de um
elemento subjetivo (Psicológico / Animus) em que se tem a convicção de que se
está a cumprir a lei sem ter a verdadeira noção da mesma.

 A Jurisprudência: Conjunto de decisões proferidas pelos tribunais sobre as


causas submetidas à sua apreciação. Em face do nosso regime jurídico a
jurisprudência não é considerada um modo de criação e revelação do direito.
Mesmo em questões em que as leis são ambíguas ou não existe norma jurídica
especifica para decidir o litígio, o juiz não pode criar a leis, é obrigado a
cumpri-la. Por outro lado, as decisões dos tribunais são individuais, aplicadas
apenas entre partes, cada decisão tomada não vincula os outros tribunais.

 A Doutrina: Não é fonte imediata de direito, todavia deve reconhecer-se a


relevância prática da doutrina e a influência que exerce no espírito dos juízes,
visto que muitas vezes consagra excelentes soluções para vários problemas
jurídicos. É constituída pelos estudos dos jurisconsultos que através da análise
dos problemas jurídicos vão formando e emitindo opiniões sobre a melhor
resolução das diversas relações sociais.
 A Equidade: A função da equidade traduz-se em um juiz tomas na devida
consideração as circunstâncias especiais de cada caso concreto e não aplica a
norma geral na sua rigidez e inflexibilidade. As normas jurídicas são gerais e
abstratas, são criadas com vista a regular situações tipo do cotidiano, acontece
que muitas das vezes a norma que na generalidade foi concebida para ser justa,
em determinados casos pode-se tornar injusta. A equidade não é uma fonte
imediata do direito.

:::::::::::::::::::::::::: As Fontes Europeias :::::::::::::::::::::::::

Nota: História da criação da União Europeia e os tratados existentes

:::::::::::::::::::::::: As Fontes Internacionais ::::::::::::::::::::::


Os Tratados ou Convenções Internacionais são também reconhecidos pela Constituição
como fonte do direito. De facto, no n.° 2 do art. 8° prescreve-se que «As normas constantes de
convenções internacionais regularmente ratificadas ou aprovadas vigoram na ordem interna
após a sua publicação oficial e enquanto vincularem internacionalmente o Estado Português».
Daqui decorre, inexoravelmente, que as normas que fazem parte desses instrumentos
internacionais são fonte do direito português; apenas se exige, ao contrário do que acontece com
as normas e os princípios do direito internacional geral ou comum, que os tratados ou
convenções onde se integram tenham sido regularmente ratificadas ou aprovadas, bem como
tenham sido objeto de publicação no Diário da República e continuem a vincular
internacionalmente o Estado Português, ou seja, não tenham sido denunciadas.

Um tratado (ou convenção internacional) é um meio pelo qual os sujeitos de direito


internacional - principalmente os Estados e as Organizações Internacionais - estipulam, entre si,
direitos e obrigações.

Os tratados assentam, desde longa data, sobre princípios internacionais bem


consolidados. Dentre estes princípios, podem destacar-se:

 O princípio pacta sunt servanda (que, em latim, quer dizer "os acordos devem
ser cumpridos");
 O princípio da boa fé, segundo o qual os tratados devem ser negociados e
cumpridos agindo as partes segundo os ditames da boa fé, ou seja, os Estados,
ou melhor, quem os representa, devem agir de modo honesto, correto e leal.

Ambos os princípios estão presentes no costume internacional e no art. 26° da


Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados.

:::::::::::::::::::::::: A ordenação das Fontes :::::::::::::::::::::::


Uma norma que contrarie a Constituição torna-se inconstitucional pelo que não deve ser
aplicada pelos tribunais.

1 – Constituição

2 – Normas de direito internacional público / Direito comunitário

3 – Leis (A.R.) / Decretos-Lei (Governo)

4 – Decretos legislativos regionais

5– Regulamentos do Governo (Decretos regulamentares;Portarias;Despachos Normativos)

6 – Regulamentos das Autarquias locais

:::::::::::::::::::: A aplicação das Leis no tempo :::::::::::::::::::

1. Início de vigência da lei

Elaborada a lei, uma condição prévia se impõe para que comece a vigorar: a sua
respetiva publicação. Este princípio é consagrado no n.º1 do artigo 5° do CC ao estabelecer que
"a lei só se torna obrigatória depois de publicada no jornal oficial (Diário da República)".
Todavia a publicação da lei não significa que entre imediatamente em vigor,
verificando-se quase sempre o decurso de um certo período de tempo entre a data em que é
publicada e início da sua vigência. Este intervalo, que se destina a permitir a divulgação da lei
tornando possível o seu conhecimento aos respetivos destinatários, denomina-se período de
vacatio legis.

O n.° 2 do artigo 5° do CC estabelece que "entre a publicação e a vigência da lei


decorrerá o tempo que a própria lei fixar ou, na falta de fixação, o que for determinado em
legislação especial". Nestes termos, quando uma lei é publicada torna-se necessário, em
primeiro lugar, verificar se ela indica a data em que deverá entrar em vigor ou se, pelo contrário,
nada diz a esse respeito.

Se a própria lei determina o momento do começo da sua vigência nenhuma dúvida se


levanta, entrando em vigor na data por ela fixada. Se nada prescreve a esse respeito há que
recorrer ao disposto na Lei n.° 74/98, de 11 de Novembro, a qual estabelece que na falta de
fixação do dia, a lei entra em vigor em todo o território nacional e no estrangeiro no quinto dia
após a publicação no Diário da República, entendendo-se a data da publicação como aquela em
que o Diário da República se torna disponível no sítio da Internet gerido pela Imprensa
Nacional-Casa da Moeda.

2. Termo da vigência da lei

A vigência da lei pode cessar pela caducidade ou pela revogação (artigo 7° do CC).
 Caducidade - A lei caduca quando deixa de vigorar por causas intrínsecas, isto é, por
força de quaisquer circunstâncias inerentes à própria lei que determinam o termo da sua
vigência, independentemente de nova manifestação de vontade do legislador.
A caducidade pode resultar de várias causas, designadamente:
 do facto de a lei estabelecer expressamente no seu texto o prazo durante o
qual se manterá em vigor, caducando logo que esse período de tempo
decorra (leis temporárias);
 do facto de a lei expressamente se destinar à realização de certa finalidade,
caducando logo que essa finalidade é atingida ou se revela inviável (leis
afetas à realização de certo fim);
 de a lei se destinar a vigorar somente enquanto durar uma situação
determinada, caducando logo que essa situação se modifique (leis
transitórias).
 Revogação - A revogação constitui o processo normal de cessação da vigência da lei
e resulta de uma nova manifestação de vontade do legislador (por meio de uma nova
lei) expressa ou Implicitamente oposta à contida numa lei anterior
:::::::::::::::::: A interpretação e Integração da Lei ::::::::::::::
1. Fontes de interpretação:

Quanto à fonte:

 Interpretação autêntica – diz-se autêntica a interpretação feita pelo legislador, através de


uma nova lei (lei interpretativa) cuja função consiste em fixar/esclarecer decisivamente
o sentido de outra anterior, na qual se integra (lei interpretada); é vinculativa.
 Interpretação doutrinal – é a interpretação efetuada pelos juristas ou pelos tribunais, na
sua tarefa de aplicação das leis; encontramos nos livros as suas opiniões sobre
determinada matéria que nos ajudam a perceber melhor a lei; não é vinculativa visto
que é apenas uma opinião.

Quanto à finalidade:

 Interpretação subjetivista – a lei deve valer com o sentido que foi querido pelo
legislador, isto é, por aquele que a criou. Ao intérprete (nós) cabe procurar, de entre os
vários sentidos que a lei comporta, o que corresponde à vontade real da entidade que a
elaborou.
 Interpretação objetivista – prescindindo da vontade real do legislador, a lei deve valer
com o sentido mais razoável que o seu texto sugira no espírito do intérprete, não
estando este vinculado ao pensamento do legislador que criou a lei; permite que a lei se
ajuste à mudança dos tempos. Artigo 9º

A interpretação da lei não deve cingir-se apenas à letra da lei mas reconstituir o pensamento
legislativo, atendendo às circunstâncias em que a lei foi elaborada.

2. Elementos de interpretação
 Elemento gramatical – é a letra da lei; a forma como o legislador exprimiu o seu
pensamento.
 O elemento gramatical não é só por si suficiente para desvendar o sentido e alcance da
lei havendo necessidade de recorrer ao elemento logico que se desdobra no elemento
racional, sistemático e histórico.
 Elemento lógico – é o espírito da lei, o pensamento que a determinou; meios que o
intérprete quando procura reconstituir o “pensamento legislativo”.
 Elemento racional – procura descobrir a razão de ser da lei, qual a sua finalidade ou
objetivo e ainda as circunstâncias históricas em que foi elaborada e que determinaram o
seu aparecimento: o “para quê” e porquê” da lei.
 Elemento sistemático – parte da constatação que compreendido o objetivo da lei é
necessário não perder de vista que esta se integra numa ordem jurídica, da qual é mero
elemento, fazendo parte de um sistema dominado por certos princípios fundamentais.
Torna-se indispensável enquadrar a lei a interpretar no sistema de que faz parte. Esta
atividade consiste em o recurso ao elemento sistemático, que é constituído pelo
conjunto de disposições imediatamente próximas da norma a interpretar e que regulam
a mesma matéria e ainda pelas disposições que, embora distanciadas do preceito a
interpretar, com ele se relacionam, regulando matérias afins.
 Elemento histórico – compreende as disposições anteriores à norma a interpretar, às
fontes da lei e aos trabalhos preparatórios que acompanharam a elaboração da lei e
antecederam a sua posição.
 História do direito – compreende o recurso à lei que no passado disciplinam a mesma
matéria que agora estamos a interpretar.
 Fontes da lei – compreende o recurso aos textos (legais ou doutrinários, nacionais ou
estrangeiros) em que o legislador se inspirou para elaborar a lei que se pretende
interpretar.
 Trabalhos preparatórios – compreendem todos os estudos que acompanharam o
processo de feitura de uma lei – bom para os subjetivistas.

3. Resultados da interpretação:
 A interpretação diz-se declarativa – quando se verifica que existe uma coincidência
entre a letra e o espírito da lei. O texto legal comporta claramente o sentido
determinado pelo intérprete, sendo as palavras inteiramente adequadas para
exprimir o pensamento legislativo; o legislador disse aquilo que efetivamente quis
dizer.
 A interpretação diz-se extensiva – quando o intérprete, através dos elementos
utilizados, chega à conclusão de que o legislador disse menos do que queria dizer. A
letra fica aquém do espírito a lei, tendo atraiçoado o pensamento legislativo. Em tal
caso, deverá o intérprete ampliar o texto legal, dando-lhe um alcance mais extenso
do que o diretamente contido nas suas palavras, de modo a fazê-lo abranger todos
aqueles casos que o legislador pretendeu contemplar, sem contudo claramente o
conseguir. Exemplo artigo 877.1 – também se inclui por extensão os bisavós.
 A interpretação diz-se restritiva – quando o intérprete chega à conclusão que a letra
vai além do seu espírito, que o legislador disse mais do que queria. Deve neste caso
reduzir-se a disposição legal à sua verdadeira dimensão, limitando o alcance da
norma àquilo que através dela se pretendeu regular de acordo com o pensamento
legislativo que o intérprete reconstituiu – reduzimos a letra da lei para que esta
corresponda à vontade.
 A interpretação diz-se enunciativa – quando o intérprete extrai de uma determinada
norma uma regra ou princípio que ela diretamente não revela, mas que implícita ou
virtualmente contém. Ex. 875 – Norma especial, extrai-se que todos os contratos de
compra e venda de bens não imóveis não necessitam de escritura pública.

4. Integração das lacunas da lei

Colocando o intérprete, designadamente o julgador, perante uma situação real não


regulada por qualquer norma jurídica, isto é, em face de uma lacuna da lei, deve integrar a
lacuna da lei atendendo ao artigo 10º do CC, que estabelece: “ 1. Os casos que a lei não preveja
são regulados segundo a norma aplicável aos casos análogos (semelhantes). 2. Há analogia
sempre que no caso omisso procedam as razões justificativas da regulamentação do caso
previsto na lei. 3. Na falta de caso análogo, a situação é resolvida, segundo a norma que o
próprio intérprete criaria, se houvesse de legislar dentro do espírito do sistema.”
“As normas excecionais não comportam aplicação analógica, mas admitem
interpretação extensiva” (artigo 11º), o que significa que não podem ser aplicadas a outros casos
além dos diretamente nela previstos.

No caso de o intérprete não encontrar caso análogo ao omisso regulado por lei, deve
criar a norma que, sem violar os princípios fundamentais do ordenamento jurídico estabelecido,
julgue melhor e mais razoável para o tipo de casos em que a situação omissa se integra,
aplicando-a seguidamente ao caso concreto. Isto não significa que seja legítimo ao julgador o
recurso à equidade, à justiça do caso concreto, tendo em vista as particularidades da situação
omissa e disciplinando-a atendendo predominantemente a essas mesmas particularidades. Deve
antes elaborar (idealmente) a norma mais adequada para o caso omisso em si mesmo, mas para
o género de casos em que ele se integra, completando assim o sistema legal onde se mostra que
o legislador o deixou por acabar.

::::::::::::::::::: Direito público e Direito privado :::::::::::::::::


1. Direito público

São de Direito público aquelas normas e atuações, em que o Estado ou entidades


públicas se acham presentes como tais, ou seja, exercendo seu poder. As normas de Direito
público podem regular ações dentro de um mesmo Estado, ou as relações do Estado com os
particulares. O que caracteriza essas normas é a especial presença do poder estatal.

Direito civil

 Direito das obrigações – regula em particular a circulação de bens e serviços, as


prestações e a reparação dos danos; conjunto de normas que definem um vínculo em
que uma pessoa fique obrigada a praticar um comportamento para com a outra.
 Direitos reais ou das coisas – conjunto de normas que disciplinam as relações sociais
em que uma pessoa é titular de um poder direto e imediato sobre uma coisa concreta e
determinada ficando todos os demais obrigados À obrigação passiva universal, dever
geral de abstenção, de não perturbação do exercício de tal poder.
 Direito da família – regula as relações jurídicas familiares, isto é, as decorrentes do
casamento, parentesco, afinidade e adoção.
 Direito das sucessões – regula o ingresso dos bens do falecido no património de outrem
através de diversos títulos de vocação sucessória: testamentária, legítima, legitimária.
Os títulos de vocação sucessória são a lei, o testamento e o contrato.

Sucessão legal legítima – pode ser afastada pela vontade do autor por via testamento, ocorre
sucessão legal legítima quando o autor não dispôs, total ou parcialmente, por forma regular dos
seus bens, ou seja, as normas são supletivas, porque, em conflito com a vontade, prevalece à
vontade. Artigo 2135º – dentro de cada classe os parentes de grau mais próximo preferem aos
de grau mais afastado e Artigo 2136º – Os parentes de cada classe sucedem por cabeça ou em
partes iguais, salvo as exceções previstas no código.

Hipóteses de herdeiros da sucessão legítima

 Cônjuge e filhos – sucedem por cabeça e em partes iguais com um min de ¼ da herança
para o cônjuge (art 2139.1).
 Só filhos – sucedem por cabeça em partes iguais (art 2139.2), havendo lugar ao direito
de representação sucessória (art 2042º).
 Cônjuge e ascendentes (sem filhos) – 2/3 Para o cônjuge e 1/3 da herança para os
ascendentes (art 2142.1).
 Só ascendentes – sucede na totalidade da herança em partes iguais preferindo os
parentes de grau mais próximo (art 2142.2).
 Só cônjuges (sem filhos nem pais) – sucede na totalidade da herança (art 2144).

Sucessão legal legitimária – mesmo tendo o falecido disposto validamente dos seus bens, este
tem uma quota dos seus bens sempre reservada aos herdeiros legitimários (cônjuge,
descendentes e ascendentes), quota indisponível (legítima), ou seja, são normas imperativas,
porque, mesmo que a vontade não seja a mesma, prevalecem as normas sobre a vontade do
autor.

Hipóteses de herdeiros da sucessão legitimária

 Legítima do cônjuge (sem filhos nem ascendentes) – a quota legítima é de ½ da herança


(art 2158º).
 Cônjuge e filhos – a quota legítima é de 2/3 da herança (art 2159.1) com um mínimo de
¼ da quota legítima para o cônjuge (art 2139.1) por remissão do art 2157º.
 Só filhos – existindo mais do que um a quota legítima é de 2/3; existindo apenas um, é
½ da herança (art 2159.2).
 Descendentes do 2ºgrau e seguinte – têm direito à quota legítima que caberia ao seu
ascendente (art 2060º).
 Cônjuge e ascendentes – a quota legítima é de 2/3 da herança com mínimo de 2/3 da
legítima para o cônjuge (art 2161.1 e 2142.1).
 Só ascendentes (sem filhos) – a quota legítima é de ½ da herança se forem pais e 1/3 se
forem parentes de 2º grau e seguintes (art 1161.2) (herdeiro – sucede na totalidade ou
numa quota; legatário – sucedem bens já absolutamente identificados art 2030º).

2. Direito privado

O Direito privado é constituído pelas normas que regulam as relações entre


pessoas. Da mesma forma, fazem parte do direito privado todas as relações em que o
Estado entra como qualquer particular, destituído da qualidade de titular de um poder de
autoridade.

 Direito constitucional – define as grandes linhas de orientação económica, politica,


social do Estado; indica os chamados direitos intocáveis e de liberdade e garantias
fundamentais dos cidadãos; indica os principais órgãos de soberania do Estado
(presidente e assembleia da república, governo e tribunais).
 Direito administrativo – é constituído por um conjunto de normas que visam regular a
estrutura e a atividade da administração pública quer do governo no desempenho da sua
atividade administrativa quer das autarquias locais e outras entidades públicas
administrativas no desempenho das suas funções.
 Direito fiscal – conjunto de normas que regulam a atividade fiscal do Estado e as
relações jurídicas provenientes dessa atividade; estuda as várias fases do imposto
(incidência, lançamento, liquidação, cobrança).
 Direito criminal – constituído por um conjunto de normas que definem que
comportamentos são considerados crime e atribui as sanções correspondentes.
 Direito processual – conjunto de normas que disciplinam a propositura e o
desenvolvimento de uma ação em tribunal.
 Direito internacional público – conjunto de normas que disciplinam as relações entre os
vários estados.
 Direito comunitário – conjunto de normas que provêm da UE e fixa metas para que os
países criem a sua própria legislação.

O imposto é uma prestação coativa, pecuniária, unilateral, definitiva, estabelecida por lei a favor
do Estado ou de outro ente público, sem carácter de sanção.

 Prestação coativa – o Estado exige a respetiva prestação de todos os cidadãos.


 Prestação pecuniária – o imposto é uma prestação concretizada em dinheiro.
 Prestação unilateral – à prestação feita pelo cidadão não corresponde uma contrapartida
individualizada por parte do Estado. É esta característica que distingue os impostos das
Taxas que são igualmente prestações coativas e pecuniárias, mas bilaterais - destinam-
se a retribuir um serviço prestado por determinados serviços públicos.
 Prestação definitiva – o prestador do imposto não tem direito à restituição ou reembolso
do imposto devido.
 Prestação sem carácter de sanção – o imposto não representa uma reação da ordem
jurídica à prática de um ato ilícito. É esta característica que distingue os impostos das
multas e coimas.
 Prestação estabelecida pela lei – a obrigação tributária decorre da verificação de um
facto a que a lei).

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