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2015/2016
Direito da Comunicação
O termo “Direito” tem origem no latim “directum” que significa o correto, certo ou mais
adequado. Direito pode referir-se tanto à ciência do direito como ao conjunto de normas
jurídicas em vigência num determinado país. Também nos podemos referir ao direito no
sentido de integro, honrado. O Direito surge dentro das Ciências Sociais e estudas as
normas que regem as relações entre indivíduos que vivem em sociedade.
Características do Direito:
- Alteridade – o direito não se destina a regular a conduta do homem isolado, mas sim
enquanto relacionado com outros no âmbito da sociedade, o direito regula essencialmente
algumas das relações entre os homens, as que assumem uma relevância jurídica e por isso
se tornam relações jurídicas.
- Coercibilidade – o caracter imperativo do direito impõe que este crie meios a fim de levar
os destinatários das suas normas a optar pelo cumprimento, castigando o infractor e
premiando o cumpridor. Traduz-se na possibilidade de imposição coactiva, se necessário
pela força e contra a vontade dos seus destinatários, das normas e sanções jurídicas.
- Exterioridade – é caracterizada em dois aspectos: o estado de espirito dos destinatários
das normas jurídicas, o seu pensamento interior são, em regra, indiferentes para o direito;
as intenções dos sujeitos são tomadas em consideração pelo direito, embora este só
intervenha se esses elementos ou intenções se manifestarem exteriormente de algum modo,
a mera intenção de não cumprir uma qualquer norma não provoca a intervenção do direito,
este só age perante comportamentos
- Estabilidade – embora não seja tomada como característica do direito, assume hoje em
dia uma relevância significativa, significa que o direito regula a conduta do homem
inserido numa determinada sociedade, a sociedade estadual.
Ordem Social:
O Direito só existe porque há conflito, o Direito tem como função evitar ou resolver o
conflito. Para haver conflito é necessário haver pelo menos duas partes.
O Homem é um animal social, não pode viver fora de uma sociedade (nós somos aquilo
que os outros fazem de nós, e os outros são aquilo que fazemos deles), a sociedade é o
reflexo daquilo que nós somos, o homem só se realiza no meio dos outros, a cultura de um
povo é a sociedade que a cria.
Conflitos
As Ordens Normativas
Ordem Religiosa:
Ordem jurídica:
Faz parte da ordem normativa e ordena os aspectos mais importantes da convivência social,
visa a justiça. As suas normas são necessariamente critérios de decisão e a generalidade
desempenha a função orientadora das condutas.
Sanção – as sanções das normas de conduta podem ter uma finalidade diversificada:
compulsória reconstrutiva, compensatória, preventiva, primitiva.
Ordem Moral:
Faz parte da ordem normativa e visa o aperfeiçoamento da pessoa dirigindo-a para o bem.
Direitos Objectivos e Direitos Subjectivos (privados)
Direito Objectivo:
É o direito legislado, ou seja, o conjunto de normas jurídicas que regulam as condutas dos
Homens. É o direito visto na perspectiva da ordem jurídica.
Direito Subjectivo:
Consiste no poder ou faculdade atribuído pelo direito a uma pessoa de livremente exigir de
outrem um comportamento positivo (acção) ou negativo (omissão). É o direito visto na
perspectiva do sujeito.
Exemplo:
Qual é a relação que existe entre direito objectivo e d ireito subjectivo? Podemos dizer que
o direito subjectivo só existe na medida como o direito objectivo o prevê.
- Direito Privado – Consiste no poder ou faculdade atribuído pelo direito a uma pessoa de
livremente exigir de outrem um comportamento positivo (acção) ou negativo (omissão). É
o direito visto na perspectiva do sujeito. Ex: Direito Civil.
Coercibilidade do Direito
O Direito é coercivo e usa as funções de soberania do Estado para garantir essa
coercibilidade, tais como:
Defesa Nacional
Polícia
Segurança
Justiça dos Tribunais
Representação Externa
Capacidade de impressão da moeda
Ou seja, o poder da Força coerciva está repartido, seguindo de acordo com o Princípio da
Equidade, característica do Direito.
A lei, o costume, a jurisprudência e a doutrina – estas são fontes internas de direito. Como
fontes internacionais deveremos acrescer o direito comunitário e o direito internacional
O costume
Dois elementos:
O costume já foi a principal fonte de direito, até meados do séc. XVIII. O Código Civil
exclui o costume como fonte de direito, apenas admitindo que os usos tenham relevância
jurídica quando a lei para eles remeta.
Jurisprudência
Conceito – conjunto das decisões em que se exprime a orientação seguida pelos tribunais
ao julgar os casos concretos que lhe são submetidos.
Mas só é fonte de direito quando a orientação assumida pelos tribunais na decisão de casos
concretos, fica a vincular o mesmo ou outros tribunais no julgamento de casos futuros do
mesmo tipo. É assim nos países onde funciona a regra do precedente.
No nosso ordenamento, as decisões dos tribunais só vinculam nos limites do caso julgado,
mas os acórdãos, pese embora não sejam vinculativos, serão coadjuvantes na
fundamentação das decisões.
Doutrina
Neste sentido, lei engloba a constituição, as leis ordinárias, os decretos- lei, os decretos
legislativos regionais
Espécies de leis:
1. A constituição
Ocupa o primeiro lugar na hierarquia das leis daí que face a ela todas as outras leis de
denominem por ordinárias.
A Assembleia da República tem competência para fazer leis sobre todas as matérias, salvo
aquelas reservadas pela constituição para o Governo.
3. Decreto-lei do Governo
Relação entre Lei e Decreto- lei – ambos têm o mesmo valor, havendo contudo duas
excepções a esse princípio:
Versam sobre matérias de interesse específico para as respectivas regiões e não reservados
à Assembleia da República ou ao Governo.
Na hierarquia das leis estes actos normativos estão colocados depois das Leis e dos
Decretos-lei.
5. Regulamento
Tipos de Regulamento:
2) Portaria – meio de regulamentar leis relativas aos sectores de actividade dos respectivos
ministérios;
Normas jurídicas são, essencialmente, regras sociais, isso significa que a função das
normas jurídicas é disciplinar o comportamento social dos homens. Existem diversas
outras normas que também disciplinam a vida social. Vejamos exemplos:
Tanto as normas morais como as religiosas se aplicam à vida em sociedade. Então, como
distinguir as normas jurídicas dessas outras normas sociais? A distinção pode ser resumida
nas características que veremos a seguir.
- Imperatividade – Exprime uma ordem, seja para proibir, seja para permitir. A ordem
Jurídica é objectiva e assume um carácter obrigatório para todos os cidadãos.
- Generalidade - Perante a Lei os cidadãos são todos iguais, e por isso as normas jurídicas
se aplicam a todas as pessoas.
Ramos do Direito:
- Direito Nacional – Refere-se ao que existe dentro das fronteiras de um Pa ís. O Direito
Nacional pode ser:
1) Direito Público:
- Direito Constitucional – A lei fundamental do país. Tem dois tipos de normas que
regulam:
- Direito Financeiro – antes estava dentro do Direito Administrativo mas era muito
importante.
- Direito Criminal/Penal – parte da ideia que determinados actos são de tal maneira nocivos
que põem em causa toda a sociedade.
2) Direito Privado:
- Permite saber:
- Direito do Trabalho – regula a relação laboral com a entidade patronal. Procura garantir
os interesses da entidade patronal e os nossos. Cada vez mais importante.
- Procurar o justo equilíbrio na sua interpretação para uma correcta aplicação para o
equilíbrio de interesses.
História do Direito da Comunicação
- Século XV:
Tudo começou com a invenção (D. João III) da tipografia com Gutember g com o primeiro
livro impresso. Isto levou à difusão de ideias, possibilitando mais facilmente a propagação.
Esta revolução originou oposições (“é melhor reinar na ignorância”) por parte dos órgãos
(políticos) e superiores. Passando, desta forma, a existir medidas de controlo (feitas pelas
autoridades), como:
- Século XVIII:
Imprensa surge.
1851 a 1890 – Viveu-se um período calmo. Prevalece lei de 1834 sem censura
prévia ou regimes repressivos.
1933 – Com a subida de Salazar ao poder com a nova Constituição de 1933 que
garante a liberdade de imprensa mas diz: “A liberdade de expressão será regulada
por leis especiais/específicas”. Período do Estado Novo: Lápis azul; Instituição de
censura prévia; Crimes por abuso de liberdade de imprensa eram punidos como
crimes públicos.
I - A Constituição:
Artºs 2º e 9º da Constituição.
b) Principio Democrático:
Atente-se ao princípio de Lincoln sobre a democracia: "Governo do povo, pelo povo e para
o povo".
Esta ideia da democracia, através da qual o poder político tem de ser legitimado
formalmente aparece no texto da Constituição nos artºs 1º, 2º, 3º, 10º, nº1 e 108º.
Os direitos fundamentais
2. Estas restrições apenas podem ocorrer por via da lei (entenda-se lei ou decreto-lei);
"as leis restritivas de direitos, liberdades e garantias têm de revestir carácter geral e
abstracto e não podem ter efeitos retroactivos."
Efeitos retroactivos - não se podem aplicar a situações anteriores à data da sua entrada em
vigor (poria em causa o principio da segurança e da protecção dos cidadãos).
Há que harmonizar os direitos em colisão e só se tal for possível é que se deverá optar pela
prevalência de um sobre o outro. Em última análise, cabe aos Tribunais decidirem.
II - No Direito Interno:
Para além da Constituição, lei fundamental do país que institui princípios, devemos atender,
no que respeita a fontes de direito da comunicação às leis ordinárias, a saber em concreto:
Estatuto do Jornalista; Regulamento da carteira profissional; Lei de imprensa; Lei da rádio;
e Lei da televisão.
No direito de mera ordenação social respondem tanto pessoas singulares como pessoas
colectivas, a autoridade administrativa designada tem o poder de fiscalização, de instrução
do processo e de aplicação da coima, podendo haver recurso para os tribunais judiciais.
2º elemento: - Prevalência das leis perante a discricionariedade (fazer aquilo que quero ser
dar cavaco) do poder real.
3. França:
4. Alemanha:
Questão de soberania popular – princípio segundo o qual todo o poder vem do povo e é ele
que, através de mecanismos legislados, exerce o seu poder. Segundo Lei Constitucional,
esta está imperativamente informada, ou seja, o Estado de Direito como Constituição
(principal) e esta que tenha: Divisão de poderes; Autonomia individual; Poder constituinte
do povo ; Quatro elementos do Reino Unido.
Constituição – instrumento onde estão inseridos todos os elementos que conferem o Estado
de Direito.
Remete para os princípios que estão na Declaração Universal dos Direitos do Homem, logo,
é à luz dessa declaração que os direitos fundamentais vigoram.
Artigo 19 (DUDH) (página 6): “Todo o indivíduo tem direito á liberdade de opinião e de
expressão. Direito de não ser inquietado pelas suas ideias. E o direito de procurar,
receber e difundir informações e ideias por qualquer forma de expressão.”
Artigo 10º:
Nº1: “Toda a pessoa (todos) tem o direito à liberdade de expressão. Este direito
compreende a liberdade de opnião e a liberdade de receber ou dar opinião sem que haja
ingerência de autoridades públicas ou inposição de fronteiras. O presente artigo não
impede que os Estados Membros submetam as empresas de Rádio e Televisão a um regime
de autorização prévia.”
- Atribuição de um Alvará = licença com determinado período de tempo que pode ser
renovada ou não
Nº2: “Sem prejuízo desses direitos e deveres pode haver situações em que esses possam
ser comprimidos, nos casos em que existam conflitos com estes direitos e deveres e outros.”
Nº1: “Todos têm direito de exprimir e divulgar o seu pensamento pela palavra, imagem ou
qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados,
sem impedimentos nem discriminações”
Nº2: “O exercício desses direitos não pode ser condicionado por quaisquer meios de
censura”
Nº3: “As infracções no exercício destes direitos (os abusos) ficam submetidos aos direitos
penais…”
Exemplo: Criação de Rádio sem licença é punida com prisão de 1 a 3 anos.
Além da comunicação através da palavra e da imagem, este direito abrange qualquer outro
meio, incluindo a escrita, bem como outra linguagem ou meio de comunicação.
Artigo 38º
Nº7: “As estações emissoras de rádio televisão só podem funcionar mediante licença, a
conferir por concurso público, nos termos da lei”
- Direitos dos Operadores (rádio, televisão, etc) perante os poderes públicos deixam de ser
como eram - meras liberdades de iniciativa e expressão – e transformam-se em direitos de
informação livre porque está em causa/o fim de interesse público. Ou seja, está em causa
servir o interesse público.
- Surgem novos direitos dos destinatários (público em geral) seja para defender va lores que
são limites naturais na liberdade de comunicação:
- Direito à imagem
- Direito à reserva de vida privada
- Direito à privacidade
Estes direitos também garantem a protecção efectiva dos seus interesses perante actuação
das entidades/órgãos de comunicação social (com cada vez mais poderes).
Por isto, justifica-se a intervenção pública do Estado (Ex: Concurso Público) → Para
garantir meios e mecanismos estabelecendo os direitos dos jornalistas e destinatários, ou
seja, o equilíbrio.
Limites à liberdade de Comunicação Social
Existem ainda outros direitos para além dos pessoais (dire ito à segurança do Estado,
realização da justiça) relativamente aos quais poderá haver colisão de direitos mas não são
de fulcral interesse para o Direito da Comunicação. Isto significa, por um lado que pode
haver colisão de direitos e por outro, há que decidir qual deles se sobrepõe.
1. Responsabilidade Penal
2. Responsabilidade Civil
3. Responsabilidade Contra-Ordenacional
- Os limites são:
1. Infracções que têm a ver com a tutela civil da propriedade industrial.
2. Infracções cometidas através da Comunicação Social são de cariz criminal e deter minam
responsabilidade criminal.
Difamação ≠ Injúria
Difamação = efeito indirecto, Ex: Digo a Z que X fez mal
Injúria = efeito directo, Ex: Digo a X que este fez mal
a) Se tiver a ver com um facto que alguém fez (tem que ser palpável, tem de ser um
facto); Tem de ter interesse legítimo:
- Interesse público;
- Interesse privado (por exemplo: divulgação de uma carta de um pai que resulta de
desonra dele - acção (caso) de paternidade onde há interesse de “dar pai ao menino”).
b) Quando é verdade.
Tem objectivo lucrativo para o anunciante; tem conteúdo normalmente subjectivo; parcial
e incompleto.
- Para o consumidor:
Segundo a lei vigente, a publicidade é uma forma de comunicação feita no âmbito de uma
actividade comercial, industrial, artesanal ou liberal com o objectivo de promover a
comercialização de bens - artº3º do Código da Publicidade.
Publicidade é por natureza um acto de comunicação. Pode ser praticado quer por pessoas
singulares quer por pessoas colectivas - alínea b) artº5º do Código da Publicidade.
Por outro lado, a publicidade tem de ser atractiva através de: arte, humor, surpresa. Os
interesses do anunciante não podem sobrepor os interesses dos destinatários – estes têm o
direito de não receber publicidade.
História do Direito da Publicidade
Com a escrita, cedo terá sido utilizado para anunciar a actividade dos comerciantes e os
seus produtos.
A primeira agência de publicitária parece ter sido a agência primitiva de anúncios criada
em 1868.
Durante muitos anos, a actividade publicitária não foi tipificada no seu conjunto por lei,
tendo as associações de agências de publicidade adoptado normas de auto-regulação ou
auto disciplina que ainda hoje são importantes.
Três anos depois, o Código foi revogado pelo Código da Publicidade de 1983.
Foi novamente substituído pelo Código de 1990, aprovado pelo D.L. nº330/90, de 23.10,
actualmente em vigor com alterações.
Com o Código foi dado cumprimento à Directiva do Conselho de 10.09.1984,
nº84/450/CEE, relativa à publicidade enganosa e à Directiva do Conselho de 3.10.1989, nº
89/552/CEE relativa ao exercício de actividades de radiodifusão televisiva. Pretende-se
também harmonizar o Direito português com as disposições da Convenção Europeia sobre
Televisão sem fronteiras de 5.05.1989.
1. Constituição
2. Código da Publicidade
3. Códigos Deontológicos
4. A jurisprudência e a Doutrina
- Direito Constitucional:
Numerosas directivas.
- Direito Fiscal:
- Direito Penal:
- Sujeitos da Publicidade
Destinatário pode também ser qualquer pessoa singular ou colectiva - art.º5º alínea d) do
Código da Publicidade.
Por outro lado, o Estatuto dos Jornalistas impõe a regra da incompatibilidade ante o
exercício da profissão e a de publicitário para assegurar a sua interdependência, o rigor e a
imparcialidade da informação.
A actividade publicitária pode ser exercida pelos anunciantes junto dos seus destinatários.
Mais frequentemente porém é exercida por intermédio de agências de publicidade e de
empresas de comunicação social.
Outros autores defendem que o contracto publicitário tem a natureza de uma empreitada
que consiste, nomeadamente, em ceder o uso de certo espaço num jornal, usar equipamento
e material para o produzir, etc.
Pode haver contractos publicitários que tenham por objecto apenas a autorização de
utilização de obra publicitária por terceiro ou a transmissão do conteúdo
patrimonial do direito de autor sobre ela – neste caso aplica-se- lhes as disposições
do Código dos Direitos de Autor, estando tipificadas nos artºs 40º e s.s.
O que é certo é que não nos podemos esquecer que se consideram contractos publicitários
tanto aqueles celebrados entre os anunciantes e a agência de publicidade, como aqueles
celebrados entre agências de publicidade e empresas de comunicação social.
Direito da Publicidade
- 5 Liberdades do Marketing:
1. Liberdade de acesso ao mercado (construir empresas que fabricam produtos) – Direito
do Mercado
2. Liberdade de fabricar produtos – Direito dos Produtos
Publicidade tem como objectivo expresso o único: Publicita-se para que os consumidores
comprem, logo, e por isso a mensagem publicitária é diferente de qualquer mensagem
transmitida.
Artigo 3º
Nº1: “Considera-se Publicidade…”
a) Promover bens ou serviços Propaganda Política (Nº3)
1. Mensagem
O EUROSTAT e OBRACOM adoptaram critério mais lato, bipartido que faz distinção
entre: Imprensa Escrita e Tudo o Resto.
Imprensa Escrita:
Tudo o que é jornais estatuto que não muda se eu o ler no papel ou na internet.
Tudo o Resto:
- Cinema (produção, distribuição e difusão)
- Televisão
- Rádio
- Indústria de Áudio
- Edição e distribuição de Vídeo
- Distribuição de Jogos
- Comunicações móveis
- Acessos à internet
Artigo 1º
1. “Programas”
É da responsabilidade do operador televisivo. Tem a ver com a programação:
Ou seja,
- “Permanente e remunerada”;
- “Fins informativos”;
- Não é necessário ter contrato de trabalho com a empresa para a qual o jornalista trabalha
(O freelancer é jornalista);
- Jornalista não pode fazer spots publicitários com excepção do Nº3 do Artigo 3º.
Direito de Autor
Normalmente o autor é titular de direitos mas pode haver casos em que isso não acontece:
Ex: Peças Publicitárias (no nosso caso)
Uma coisa é autorizar a utilização, outra coisa é transmitir conteúdo patrimonial do direito
de autor
Esta transmissão só pode ser acompanhada de escritura pública – no notário – este é
obrigado a alertar o titular de direitos para as consequências desse acto.
Obras de Colaboração – (paradigma) Exe mplo: Obra Audiovis ual (Artigos 16º a
19º) – em que os direitos de autores considerados são do Realizador, Argumentista
e Banda musical específica, porque estes são considerados os autores.
Obra Colectiva – (paradigma) Exe mplo: Jornais – feito por conjunto de
jornalistas, de criação plural. O direito de autor cabe à empresa jornalística,
empresa cuja responsabilidade das obras recai.
Distinguir:
1. Obras publicitárias destinadas à publicidade – criadas unicamente para esse fim
Ex: Spots publicitários
Obras publicitárias – são obras de colaboração mas é qualificada para esse fim. Em
termos de titular de direitos é obra colectiva.
VIMÚSICA:
Entidade que se dedica à música de livraria.
Representa autores e músicas que são mais usadas nessas utilizações (spots publicitários).
Artigo 14º - O direito de autor fica a pertencer ao “autor” – Ex: ao músico, artista plástico.
Direito de Resposta e Direito de Rectificação
O poder que assiste a todo aquele que seja pessoalmente afectado por notícia, comentário
ou referência saída num órgão de comunicação social, de fazer publicar ou transmitir
nesse mesmo órgão, gratuitamente, um texto seu contendo um desmentido, rectificação ou
defesa – Vital Moreira.
b) Há quem entenda o direito de resposta como um direito individual de acesso aos meios
de informação e de participação na formação da opinião pública;
e) Quem entenda o direito de resposta como uma sanção ou uma indemnização em espécie.
http://www.oa.pt/Conteudos/Artigos/detalhe_artigo.aspx?idc=31559&idsc=47773&ida=4
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1. Introdução
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armas, que procura conciliar o direito de informação e a liberdade de imprensa com o
direito à honra e reputação. O reconhecimento do direito de resposta e de rectificação
afigura-se essencialmente como um instrumento extrajudicial de tutela de certos direitos de
personalidade, com a vantagem de ser um processo expedito e célere, simples e pouco
oneroso. Em contrapartida, será, muitas vezes, insuficiente para a tutela plena do direito de
personalidade atingido. Com efeito, «para o leitor comum, a resposta é sempre defesa em
causa própria. Assim, a possibilidade de anular ou apagar integralmente os efeitos da
notícia originária está pois excluída à partida (127).» Contudo, mesmo nos casos em que se
recorre ao direito de resposta ou de rectificação, podem os seus titulares ver
infundadamente recusada a divulgação ou transmissão da sua resposta ou verem- na
satisfeita de forma deficiente (128). Assim, sempre que este direito não é efectivado ou o é
mas de forma deficiente por aqueles que a tal estão obrigados, a lei concede aos
interessados a possibilidade de judicialmente impor tal comportamento. Em particular, são
dois os recursos admissíveis, um judicial para o tribunal e outro de índole quase
administrativa para a ERCS, criada pela Lei n.º 53/2005, de 8 de Novembro (LERCS)
(129). Segundo VITAL MOREIRA (130), estes dois recursos podem ser utilizados quer
em alternativa, quer cumulativamente. Todavia, não podemos deixar de apresentar algumas
reservas quanto à admissibilidade da utilização cumulativa do recurso para a ERCS e para
os tribunais, porque nos parece que, nesse caso, haverá a excepção de litispendência (131).
Na verdade, sempre que o interessado interpuser, cumulativamente, recurso judicial e para
a ERCS, não subsistem dúvidas de que haverá identidade dos sujeitos, do pedido e da
causa de pedir. Todavia, ainda que estes três elementos estejam preenchidos, isso não será
suficiente para haver litispendência. Com efeito, apesar de não estar expressamente
consagrado, a litispendência supõe um quarto elemento: que estejam em curso duas acções
judiciais, o que não sucede no caso de recurso cumulativo para a ERCS, entidade
administrativa não judicial (132), e para o tribunal, ente judicial. Porém, a deliberação da
ERCS sobre esta matéria tem uma função análoga à função jurisdicional. Trata-se de uma
deliberação proferida por um órgão independente (art. 1.º, n.º 1 dos Estatutos da ERCS) e o
próprio legislador tipifica o não acatamento das suas deliberações como crime de
desobediência qualificada (art. 66.º, n.º 1, al. a) dos Estatutos da ERCS). Assim, a solução
para este problema deverá passar, por um lado, pela análise dos fins da excepção de
litispendência e, por outro, das consequências da admissão do recurso cumulativo. A
excepção de litispendência destina-se a evitar que o tribunal seja colocado na alternativa de
contradizer ou de reproduzir uma decisão anterior (arts. 497.º e 498.º do CPC) o que
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aconteceria neste caso, ainda que a decisão contraditada ou reproduzida fosse proveniente
de um órgão não judicial. Por outro lado, se se admitir o concurso cumulativo levanta-se o
problema de saber qual a decisão a acatar, sempre que as decisões finais sejam
contraditórias. Quando no caso da deliberação da ERCS ser a divulgação da resposta e a do
tribunal a não divulgação? Qualquer decisão que seja tomada pelos destinatários de tais
decisões — directores das publicações periódicas ou pelos responsáveis pela programação
dos operadores de rádio ou de televisão — implicará o não acatamento da outra, sendo
certo que quando a decisão não acatada seja a que obriga à publicação de resposta, terá
sido cometido o crime de desobediência. Assim, no limite, poderemos ter quase um
“conflito de deveres” em que o destinatário de tais decisões estaria alegadamente a cometer
um ilícito criminal pela não publicação ou transmissão da resposta mas estaria, ao mesmo
tempo, judicialmente legitimado para o não fazer. Pelo exposto, considerando as
finalidades da litispendência, que estão preenchidos todos os seus requisitos, à excepção de
serem duas as acções judiciais, e tendo presente as possíveis consequências decorrentes da
admissibilidade, em conjunto, de recurso judicial e administrativo, parecer-nos que o
recurso para a ERCS impede cumulativamente o recurso judicial e vice-versa (133). Com
efeito, aquilo que o legislador pretendeu foi conferir ao interessado meios alternativos e
não cumulativos de recurso. Contudo, o facto de se recorrer para a ERCS não significa que
esta questão fique, de todo, afastada da apreciação judicial. Tratando-se de um acto
administrativo, a decisão da ERCS poderá ser sempre impugnada judicialmente, nos
tribunais administrativos. Deste modo, parece-nos admissível (134) recorrer-se
judicialmente depois de se ter recorrido para a ERCS e não se ter obtido vencimento junto
desta entidade. Caso contrário, estar-se-ia a vedar o acesso à tutela jurisdicional, principio
constitucionalmente tutelado no art. 20.º, n.º 1 da CRP. Com e feito, apesar da deliberação
da ERCS ser susceptível de recurso, este, a ter lugar, não teria por finalidade apreciar a
recusa de divulgação do direito de resposta, mas apenas o acto administrativo, que se
pronunciou sobre essa questão. Sempre que os interessados optarem por recorrer à
efectivação judicial do direito de reposta, tal recurso deve ser interposto no prazo de 10
dias contados, consoante o caso, da data da recusa, da data em que a divulgação deveria ter
ocorrido, nos casos em que não ocorreu, ou da data da divulgação deficiente da resposta. O
tribunal judicial competente será o do domicílio do interessado, evitando-se incómodos
sempre que não resida no local da sede da entidade que não tenha dado satisfação ao
direito de resposta ou de rectificação. Consagra-se, assim, uma derrogação à regra da
competência territorial para o cumprimento de uma obrigação, fixada no art. 74.º, n.º 1 do
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CPC, segundo a qual a acção deveria ser proposta, à escolha do credor, no tribunal do lugar
em que a obrigação devia ser cumprida ou no tribunal do domicílio do réu. Por outro lado,
considerando o disposto no art. 305.º, n.º 1 do CPC em que o direito de resposta e
rectificação consubstancia um interesse imaterial, esta acção deve considerar-se sempre de
valor equivalente à alçada da Relação e mais € 0,01 (art. 312.º do CPC) admitindo,
portanto, recurso até ao STJ, mas sempre com efeito devolutivo. O processo judicial de
efectivação do direito de resposta e rectificação é muito simples e expedito, mais até do
que o próprio processo sumaríssimo, de forma a evitar a privação dos efeitos úteis ao
respondente. Na verdade, requerida a notificação judicial da entidade que não tenha dado
satisfação ao direito de resposta ou de rectificação, é a mesma imediatamente notificada,
por via postal, para contestar no prazo de dois dias úteis, após o que será proferida, em
igual prazo, a decisão final. Apesar de não estar expressamente consagrado na lei,
concordamos com VITAL MOREIRA (135), quando defende que neste processo não
existe audiência de discussão e julgamento. Uma vez que apenas é admitida prova
documental (136), livremente apreciada pelo tribunal, e que a decisão deve ser tomada no
prazo de dois dias após a apresentação da contestação, esta fase processual não poderá ter
lugar. Ao juiz caberá apenas verificar se são ou não pertinentes os motivos da recusa e se a
divulgação feita foi ou não irregular (137). Da decisão final cabe recurso, mas com efeito
meramente devolutivo (138). No caso de procedência do pedido, a entidade que não tenha
dado satisfação ao direito de resposta ou de rectificação, deverá fazê- lo no prazo fixado na
lei para a respectiva divulgação, acompanhado da menção de que aquela é efectuada por
decisão judicial. O não acatamento da decisão do tribunal que ordena a publicação da
resposta, constitui crime de desobediência, previsto e punido nos termos do art. 348.º do
Código Penal. Uma nota final, apenas para relevar que, quanto a esta matéria, acabamos
por encontrar regras de natureza processual inseridas em normas substanciais. A tutela
judicial do direito de resposta e de rectificação, apesar dos custos inerentes, tem a
vantagem, comparativamente à tutela feita através da ERCS (139), de ser um processo
extremamente expedito e cujo recurso tem mero efeito devolutivo, o que permite não
inviabilizar os efeitos úteis da decisão tomada.
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