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Capítulo I
CONCEITO E PROBLEMAS
FUNDAMENTAIS DO DIREITO
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Noções Fundamentais de Direito
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A ordem religiosa é uma ordem cujas normas são criadas por um Ser
transcendente e ordenam as condutas dos crentes nas suas relações com
Deus. Apresentam características próprias que as distinguem das demais
normas sócias. São:
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Não basta, portanto, que existam normas: torna-se necessário que estas
sejam eficazes, e esta eficácia é assegurada por meios de tutela do Direito,
que fazem cumpri-las, exercendo coação sobre os homens.
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A palavra Direito pode ser usada no sentido referido supra (sistema de regras
de conduta impessoais e abstratamente enunciadas) ou no sentido de poder
ou faculdade atribuído a uma pessoa pela ordem jurídica (e ainda outros
como Ciência do Direito ou imposto aduaneiro).
No primeiro sentido, a palavra Direito corresponde ao Direito Objetivo. No
segundo corresponde a direito subjetivo (o direito atribuído a um determinado
sujeito).
Assim, o Direito Objetivo corresponde a uma norma de agir, dirigida a um
número indeterminado de destinatários. Por sua vez, o direito subjetivo
corresponde a um poder de agir, atribuído a um determinado sujeito.
Nesta fase, interessa-nos essencialmente analisar o Direito Objetivo.
De acordo com o critério dos sujeitos, são normas de Direito Público aquelas
que regulam relações ou situações jurídicas em que pelo menos um dos
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Por último, de acordo com o critério da posição dos sujeitos, são normas de
Direito Público aquelas que regulam situações ou relações jurídicas em que
um dos sujeitos surge investido de poderes de autoridade, isto é, numa
posição de supremacia. Pelo contrário, são normas de Direito Privado aquelas
que regulam situações ou relações jurídicas em que os sujeitos intervenientes
surgem numa posição de paridade ou de igualdade.
Por sua vez, o critério dos interesses é, muitas vezes, de difícil aplicação, já
que muitas normas visam proteger ou tutelar, em simultâneo, interesses
privados e interesses públicos.
Por sua vez, o DIREITO PRIVADO pode ser definido como subsistema de
normas jurídicas que, visando regular a vida privada das pessoas, não
conferem a nenhuma delas poderes de autoridade sobre os outros, mesmo
quando pretendam proteger um interesse público considerado relevante.
Cada um dos dois grandes ramos do Direito pode ser subdividido em ramos
menores, de acordo com o conteúdo das regras jurídicas e dos princípios
gerais que as norteiam. Dentro do Direito Público destacam-se os seguintes
ramos:
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a) Direito Constitucional
b) Direito Administrativo
c) Direito Financeiro / Direito Fiscal
d) Direito Penal
e) Outros ramos: o Direito Público da Economia, o Direito Judiciário, o Direito
do Urbanismo ou o Direito da Nacionalidade.
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a) Direito Processual
b) Direito do Trabalho
c) Direito Comunitário
4.1. Imperatividade
4.2. Coercibilidade
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A sanção está ligada à imperatividade. Toda a regra pode ser assistida por
uma sanção que reforça a sua imperatividade. A sanção é sempre uma
consequência desfavorável que atinge aquele que violou uma regra. Mas, as
sanções jurídicas distinguem-se profundamente das outras.
A sanção não é um facto. Como consequência desfavorável, a sanção é um
efeito jurídico, conteúdo de uma regra jurídica que prevê a violação de uma
regra de conduta.
A sanção implica, pois, sempre a entrada em vigor de novas regras,
denominadas regras sancionatórias que são regras subordinadas e
complementares das regras principais que acuam no caso de aquelas não
terem sido observadas.
As várias espécies de sanções não se distinguem entre si por traços
estruturais, ou por representarem específicas figuras jurídicas: distinguem-se
pela função que desempenham. Propõem-se sempre impor uma
consequência desfavorável em reação à violação de uma regra, podendo ter
finalidade: compulsória, reconstitutiva, compensatória, preventiva e punitiva.
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Noção geral de ineficácia: a não produção dos efeitos a que o ato se dirige –
irá concretizar-se em várias modalidades de atuação. É uma reação da ordem
jurídica que impede que os atos jurídicos desconformes com a lei produzam
todos ou alguns efeitos jurídicos que, em condições normais, produziriam.
Comporta as seguintes modalidades:
II. Invalidades: dá-se quando a lei considera o próprio ato, que deveria
ser fonte de direitos, sem valor. OU seja, verifica-se quando um ato
sofre dum vício que justifica a não produção de efeitos jurídicos; por
isso, deverá ser restituído tudo o que tiver sido prestado ou, se não for
possível a restituição em espécie, o valor correspondente. Os atos
existem, mas o Direito não lhes atribui valor (286.º a 289.º CCivil)
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4.3. Estatalidade
4.4. Exterioridade
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5. A TUTELA
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recorrer aos tribunais em tempo útil – por ex.: em determinados casos admite-
se uma atuação em legítima defesa (antes de se dar a lesão, o sujeito
ameaçado atua para afastar o mal iminente) – 1.º e 2.º do Código de
Processo Civil.
a) Ação Direta
Cfr. artigo 336.º do CC: pode consistir na apropriação, destruição ou
deterioração duma coisa, na eliminação da resistência irregularmente oposta
ao exercício do direito, ou noutro ato análogo, não sendo lícita quando
sacrifique interesses superiores aos que o agente visa realizar ou assegurar.
A ação direta torna lícito o recurso à força com o fim de realizar ou assegurar
o próprio direito, quando esse meio for indispensável, pela impossibilidade de
recorrer em tempo útil aos meios coercivos normais, para evitar a inutilização
prática desse direito.
b) Legítima Defesa
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Cfr. artigos 337.º do CC e 32.º do Código Penal (os conteúdos destes artigos
têm diferenças): destina-se a afastar uma agressão ilícita, mas o recurso à
ação privada só é lícito se essa ação for necessária para afastar aquela
agressão, pois, de contrário, será excessiva.
Assim, para haver legítima defesa, a agressão terá de ser atual e ilícita e a
necessidade do meio empregado para afastar a agressão.
A legítima defesa é a tutela privada e autotutela (defesa de interesses
próprios do defendente) ou heterotutela (defesa de interesses de terceiro).
c) Estado de Necessidade
Cfr. artigos 339.º do CC.
É, em termos gerais, um meio de tutela de direitos, mas diferentemente da
ação direta e da legítima defesa não se dirige contra atos de terceiros.
Ela visa a proteção de direitos colocados em perigo por forças da natureza ou
por terceiros que não aqueles contra quem a ação necessitada se dirige;
agora estamos perante uma situação de perigo e para afastar esse perigo
torna-se necessário sacrificar interesses de terceiro inocente.
d) Direito de Resistência
Faculdade de resistir a qualquer ordem que ofenda os nossos DLG e de
repelir pela força qualquer agressão se não for possível recorrer à autoridade
pública;
e) Direito de Retenção
Faculdade que, em determinadas situações, o credor goza de reter uma coisa
do devedor para o coagir a cumprir a sua obrigação (art.º 754.º e 755.º CC).
I. Tutela preventiva
Tutela preventiva: a lei procura impedir a violação da ordem jurídica, a
prevenir a inobservância das normas: é o que se denomina “tutela
preventiva”
Medidas de segurança: são as que têm por objetivo essencial colocar
certa(s) categoria(s) de pessoas consideradas perigosas,
especialmente aptas a praticar crimes, em situação de não os praticar
ou dissuadi-las de os praticar.
Procedimentos cautelares: medidas que podem ser tomadas pelo titular
de um direito com o objetivo de evitar a sua violação, a título
subsidiário (têm, geralmente, de ser acompanhadas por uma ação
judicial principal) – artigos 381.º e seguintes CPC.
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Hipóteses:
- Coloca-se o lesado exatamente na mesma situação em que estaria se
não tivesse havido lesão. Ex: A emprestou a B um relógio e este não
lho devolve. O tribunal força coativamente, por um ato de autoridade
pública, a entrega daquele relógio. É a chamada reconstituição natural
(in natura ou em espécie) – artigo 562.º CC.
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Assim, tutela pública é aquela que é assegurada pelo Estado com o objetivo
de garantir a boa aplicação e cumprimento das normas jurídicas, podendo
assumir a forma:
- Judiciária: isto é, pode ser realizada por via judicial (tribunais);
- Administrativa: ou seja, pode ser conseguida pela administração pública
(forças policiais,
etc.).
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