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Pode o homem viver isolado? Apenas na base da sobrevivência, dado que o homem é
um ser eminentemente social.
Tipos de sociedade:
➔ MICRO SOCIEDADE – ex: vizinhança, junta de moradores, etc
➔ MACRO SOCIEDADE – ex: União Europeia, um país, as diversas organizações
internacionais de que o Estado é Parte integrante: ONU; OTAN
HOMEM-SOCIEDADE-DIREITO = interligados
➔ A ordem ética normativa situa-se no campo do “dever ser” ou de “aquilo que deve
ser”, ao contrário da ordem de mero facto, que “é”;
➔ Utiliza a norma para regular a vida do homem em sociedade, quer dirigindo
comportamentos, quer impedindo a verificação de situações socialmente indesejáveis.
Características:
➔ Heterónoma (é imposta exteriormente e por uma autoridade
competente, mesmo contra a vontade dos seus destinatários);
➔ Bilateral (opera entre indivíduos ou partes que se encontram em
relação);
➔ Coercível (é suscetível de aplicação pela força, se necessário).
A norma jurídica, a norma do direito, compara-se com as normas das outras ordens
éticas normativas: começa por se dirigir à intenção interna, ao processo psicológico de
formação de vontade. A diferença é que abrange também a conduta externa do
indivíduo. Faz relevar a concretização da vontade.
Esta ordem é:
➔ Autónoma (é imposta pela própria consciência do Homem);
➔ Unilateral (apenas diz respeito ao indivíduo);
➔ Incoercível (não é exigível, nem fiscalizável; reduz-se a um mero
dever de consciência)
Existem algumas teorias que podem explicar o campo de aplicação entre o direito e a
moral:
Teoria do
Teoria dos Teoria dos Círculos Mínimo Ético
Círculos Secantes Concêntricos
-> Teoria dos Círculos Concêntricos (Jeramy Bentham): O direito está totalmente
incluído no campo da moral. O campo da moral é mais amplo que o campo do direito e
este subordina-se à moral – “toda a norma jurídica tem um conteúdo moral, mas nem
todo o conteúdo moral tem caráter jurídico” - O campo da moral é mais amplo do que o
campo do Direito e este subordina-se à moral.
-> Teoria do Mínimo Ético (Georg Jellinek): O direito representa apenas o mínimo de
moral obrigatório para que a sociedade possa sobreviver – “o direito é um conjunto
mínimo de regras morais obrigatórias para a sobrevivência da moral e, por
consequência, da sociedade” – esta teoria reconhece que muitas normas escapam ao
domínio da moral (ex: a norma do Código da Estrada que impõe a condução à direita).
Sendo o direito e a moral realidades autónomas, a verdade é que o direito deve conter
um mínimo ético que o justifique e legitime.
A moral está antes do direito; aquilo que é permitido pelo direito nem sempre está de
acordo com a moral.
A moral tem por objetivo o comportamento humano regido por regras e valores morais,
que se encontram gravados nas nossas consciências.
Daí que nenhum código de leis torna o Homem responsável pela sua culpa quando age
contra as regras morais.
- Não difere da religião e da moral, no que diz respeito à interiorização das condutas
humanas.
- Embora o direito e a moral sejam realidades autónomas e separadas, não deixam de ter
pontos de contacto e até alguma interdependência, nalguns casos. O direito há-de
possuir, assim, um mínimo ético que o justifique, que o legitime e que permita
compreender a razão de ser da sua criação.
A ordem moral é:
➔ Autónoma (é imposta pela própria consciência do Homem);
➔ Unilateral (apenas diz respeito ao indivíduo);
➔ Incoercível (não é exigível, nem fiscalizável; reduz-se a um mero dever de
consciência).
- Integra a ordem social e também reveste natureza ética e normativa, por se destinar a
regular comportamentos da vida em sociedade, embora não seja tida como necessária
para a sua subsistência e conservação;
- Não difere da religião e da moral, no que diz respeito à interiorização das condutas
humanas;
- As suas regras são espontâneas, variam consoante o meio em que se encontram e
dependem da educação, da condição social e do nível cultural de cada um;
- As suas sanções são flutuantes, voláteis e indeterminadas, não passando normalmente
de reparos e de simples censuras;
- Este tipo de regras de comportamentais não foram criadas por um órgão legislativo;
- Variam consoante o meio em que se aplicam;
- Em caso de violação cria-se uma ideia errada de determinada pessoa, mas isso não
traduz qualquer comportamento verdadeiramente castigador ou sancionatório.
Nota: A ordem religiosa, a ordem moral, a ordem de trato social e a ordem jurídica são
meras ordens sociais, mas a ordem jurídica, o Direito, é a única que pressupõe de
exterioridade, exige a existência de uma ação humana, para que seja juridicamente
relevante, ao passo que as restantes ordens pertencem ao mundo da interioridade.
1) Mitologia Egípcia
➔ Na mitologia egípcia, Maat ou Maet é a Deusa da Justiça e do
Equilíbrio, a norma eterna que rege o universo. É a precisão, a verdade, a ordem e a
retidão. A principal obrigação dos faraós egípcios era fazer com que Maat se cumprisse
para que não reinasse a desordem e a iniquidade.
➔ Maat, filha de Rá, o deus Sol, era representada por uma mulher
jovem, que exibia na cabeça uma pluma, que identificava a pluma
ou a pena de avestruz, também conhecida como a pena de Maat ou
ainda “a pena da verdade”.
➔ De acordo com “O Livro dos Mortos”, era Maat quem pesava todos os que
chegassem ao salão subterrâneo do “Julgamento das Almas”.
➔ Punha-se uma pluma de avestruz num dos pratos da “Balança de Osíris” durante o
“julgamento da alma”. No prato oposto colocava-
se o coração do morto, que devia ser tão leve como a pena de Maat, para ter direito à
imortalidade. Com os pratos em equilíbrio, o morto podia festejar com as divindades e
os espíritos dos mortos.
➔ Se o coração fosse mais pesado, a alma do morto seria devorada por Ammit (parte
hipopótamo, parte leão, para crocodilo).
2) Mitologia Grega
➔ De acordo com a mitologia grega, o direito era associado à deusa “Dikê”, filha de
Zeus (o “Deus do Olimpo”) e de Thémis.
➔ Dikê era a deusa dos julgamentos e da justiça, vingadora das violações da lei.
➔ A deusa Dikê era representada por uma mulher, de pé, descalça, com os olhos bem
abertos (metaforizando a sua busca pela verdade). Com a mão direita sustentava uma
espada desembainhada e apontada para cima (simbolizando a força, elemento tido por
inseparável ao direito) e na mão esquerda sustentava uma balança de dois pratos (a
igualdade procurada pelo
direito), sem que o fiel da balança estivesse ao meio. O fiel só iria para o meio após a
realização da justiça, do ato tido por justo.
➔ O direito era declarado (ora por inspiração da deusa, ora por ordem
de Zeus) quando os dois pratos da balança estivessem nivelados (“ison”), com o fiel ao
meio.
➔ Nesta aceção, para os gregos, o justo (direito) era identificado com
o igual (igualdade).
3) Mitologia Romana
➔ A deusa Iustitia, filha de Jupiter (em latim Deus Pater, também
chamado de Jove ou Jovis), era o deus romano do dia, do céu e do
trovão e o rei dos deuses na mitologia romana.
➔ A deusa Iustitia era representada por uma mulher, de pé, descalça,
com os olhos vendados (metaforizando a imparcialidade). Com a
mão direita sustentava uma espada desembainhada apontada para
baixo (acentuando a presença discreta da força, a utilizar quando
necessário) e na mão esquerda sustentava uma balança de dois pratos (a igualdade
procurada pelo direito), sem que o fiel da balança estivesse ao meio. O fiel só iria para o
meio após a realização da justiça, do ato tido por justo.
➔ A deusa iustitia deveria estar de pé durante a exposição do direito (no momento da
realização do jus).
➔ Quando o fiel da balança (‘examen’) estivesse ao meio na vertical (‘rectum’),
perfeitamente a prumo (examen ‘de rectum’), e com os dois pratos da balança iguais
(‘bilances aequales’).
➔ Pela representação simbólica, a declaração do direito (no sentido de realização da
justiça), ocorre por via da expressão “de rectum”.
➔ Que deu origem a “derectum”, que domina a palavra ‘ius’.
➔ Daí as expressões nas línguas românicas: derectum, directum, dereito, diritto, droit,
direito, etc.
➔ Aceções do Direito: O direito é uma palavra que se reveste de várias aceções, que
vão da antiguidade clássica aos tempos modernos, e pode ser referido com 4 sentidos
diferentes:
1)Sentido normativo: Corresponde à norma, conjunto de
normas jurídicas, conjunto de princípios jurídicos ou ao ordenamento jurídico em geral.
É neste sentido que se fala no Direito Português, no Direito Internacional ou no Direito
da Saúde, por exemplo. É nesta expressão que se insere o termo “ordem
jurídica” ou ordenamento jurídico, tendo em vista a realização da ordem social segundo
a justiça, de forma a atribuir a cada um aquilo que é seu, e também o sistema jurídico ou
ordenação jurídica, enquanto unidade ou conjunto sistemático de normas.
-> Imperatividade: Esta é essencial ao Direito já que se trata de uma ordem ética
normativa dotada de regras jurídicas. Ordena e regula determinados comportamentos
sociais e exige que os mesmos sejam voluntariamente cumpridos, caso contrário é
possível a sua imposição recorrendo à força. Ainda que esta possa ser violável, também
possuiu punição a quem “viola” e não perde a sua natureza;
➔ O sentido ético do Direito, que é responsável pela legitimação material intrínseca das
normas jurídicas, não deixa de contemplar alguns valores de suma importância para o
sistema jurídico. É, antes de tudo, o caso da justiça, e depois, o caso da segurança
jurídica, e ainda o caso da proteção da confiança legítima.
3.4.1. A Justiça
➔ A justiça é um valor umbilicalmente inseparável do Direito, havendo uma relação
essencial;
➔ A ordem jurídica é uma ordem de convivência humana, segundo a justiça;
➔ O Direito é a própria coisa justa;
➔ A lei, enquanto norma jurídica e, portanto, a mais importante fonte do Direito, não
nada mais do que uma regra que serve de medida
da justiça e que prescreve a sua realização e que, além disso, indica a retidão da
conduta;
➔ O Direito procede da Justiça;
➔ A Justiça é sinonimo de virtude em geral, de soma de todas as virtudes, consistindo
em cada um fazer o que lhe compete, daí que o Homem justo seja um Homem bom e
virtuoso (sentido muito amplo);
➔ A Justiça corresponde ao conjunto de virtudes sociais, que regem as relações entre os
homens em sociedade e que os impelem a combater o bom combate (sentido comum);
➔ A justiça restringe-se à divisão de bens entre homens na comunidade social,
atribuindo a cada o que lhe é devido e que lhe pertence (sentido restrito);
➔ Tribunais = onde se aplica e realiza o Direito, uma “casa justa”
➔ Um dos valores imanentes ao Direito e indispensável para que cada um saiba com o
que conta na realização das suas finalidades humanas, assentes na fidúcia das relações
sociais e na aparência da boa fé como apoio firme do mundo jurídico;
➔ A vida em sociedade pressupõe uma base de sólida confiança na convivência
humana;
➔ É imperioso que as pessoas confiem umas nas outras e que o sistema a garanta;
➔ O princípio da confiança postula uma ideia de proteção da confiança dos cidadãos e
da comunidade na ordem jurídica e na atuação do Estado, o que implica um mínimo de
certeza e de segurança no direito das pessoas e nas expetativas que lhes são
juridicamente criadas;
➔ Baseia-se na expetativa de que os outros hajam de modo esperado, normal;
➔ É a necessidade de convivência social que pressupõe que o homem medio confie nas
situações da vida criadas por outras pessoas nas mais variadas situações;
➔ Verdade real sujeita a registo público para fornecer conhecimento genérico à
população;
➔ Confiança;
➔ Confiança legítima;
➔ Proteção da confiança legítima.
Parte 1, Capítulo 2- Sistemas e Ramos do Direito
1.Os Sistemas de Direito
Os Antigos
Sistemas de Os Modernos
Direito Sistemas de
Direito
➔ No que diz respeito ao advento da codificação do direito antigo, o mais antigo texto
legal é o Código de Ur-Nammu, redigido por volta de 2100 a.C. Ur-Nammu foi o rei
que reunificou a região da Mesopotâmia e que promoveu a primeira compilação de leis
do direito sumério. Descreve costumes antigos transformados em leis e enfatiza as
penas pecuniárias para diversos delitos, ao invés de penas castigadoras
➔ 1500 anos depois surge o Código de Manu, que é parte de uma coleção de 12 livros
bramânicos, que se constitui na legislação do mundo indiano e vem estabelecer o
sistema de castas na sociedade Hindu. Foi redigido em forma poética, através de versos,
sob forte
motivação religiosa e política, e transmite a ideia de valores, como a Verdade, a Justiça
e o Respeito.
➔ Tal como no direito do antigo Egito, poucas fontes sobreviveram e muito se perdeu
com o passar do tempo. A influência dos exemplos jurídicos mais antigos foi, portanto,
pequena. No entanto, o advento da nova escrita desenvolvida a partir dos fenícios, que
foi
necessário para o comercio, permitiu uma expansão homogénea do Direito num mundo
cada vez mais interligado. A nova escrita permite ultrapassar as dificuldades do sistema
cuneiforme sumério e do sistema hieroglífico egípcio, influencia os alfabetos aramaico,
hebraico e arábico e, mais tarde, grego e romano, o que ajuda à expansão do direito;
➔ Com o advento da nova fonética, regista-se como o mais antigo conjunto de leis
relevante para os modernos sistemas do direito, muito provavelmente, a Torá do Velho
Testamento (As Escrituras Hebraicas (o Antigo Testamento) constituem a primeira parte
da bíblia cristã e a totalidade da bíblia hebraica e foram compostas em hebraico e
aramaico. Inclui os Livros da Lei, os livros dos profetas, e os escritos) Na forma de
imperativos morais, como os Dez Mandamentos (imperativos morais que contêm
recomendações para uma boa sociedade);
➔ O documento de maior relevo do Direito Antigo é a Lei das XII Tábuas, que surge
em Roma, nos anos 451 a.C. a 449 a.C., na senda de uma obra codificadora de grande
envergadura, para impor o direito a todo o império. Foi escrita em 12 partes (em 12
tábuas de madeira), divididas em fragmentos ou leis;
➔ O Corpus Juris Civilis Romani foi a A maior compilação jurídica jamais feita do
direito, entre 530 d.C. e 565 d.C., que acompanha o período áureo do Imperador
Justiniano I, que a ordenou, com o desejo de “estabelecer a unidade na diversidade”,
tomando por base o direito romano clássico;
➔ O Código Napoleónico (um dos primeiros e mais influentes códigos civis da história)
e o Código Civil Alemão tornaram-se as leis civis mais conhecidas e influentes;
➔ O que antecede serve para observar a evolução que o Direito sofreu, desde a
antiguidade clássica, ao longo das civilizações, desaguando na pluralidade de
ordenamentos jurídicos estatuais modernos;
➔ A base desta família é jurisprudencial (case law) e assenta na regra do stare decisis, a
regra do precedente (“the rule of precedent”);
➔ A lei (statute law) não é desconhecida como fonte do direito, mas a sua essência é de
natureza jurisprudencial e casuística.
2. Os Ramos do Direito
➔ O direito divide-se em vários ramos de acordo com as relações sociais que regula;
➔ a) Natureza dos interesses públicos é o que tutela as relações em que esta presente o
interesse publico, são normas do direito público as que tem como objetivo a satisfação
de interesses públicos;
➔ c) Posição dos sujeitos na relação jurídica (são normas do direito publico as que
regulam relações em que o Estado ou qualquer ente publico intervém, dotado do seu
poder de “ius imperium”; critério mais adequado)
➔ Parlamento Europeu;
➔ Conselho Europeu;
➔ Comissão;
➔ Tribunal de Contas.
1.Enquadramento e noção
➔A temática das fontes – em que sobressai a lei – adquire enorme
relevância com a codificação do direito privado, a partir do séc. XIX já que
o direito legislado ou positivado passa a ter um valor significativo;
➔ A lei: Para a lei está estabelecida uma definição própria (artigo 1o, no2
– CC), de acordo com a qual todas as disposições genéricas provindas dos
órgãos estaduais competentes. Com esta amplitude, as leis bastam-se com
um conteúdo genérico no que diz respeito à sua aplicação, que pode
abranger todo o tipo de matérias, sem exceção.
2.2.2. A Jurisprudência:
➔ Ciência ou arte do justo;
2.2.3. O Costume:
➔ Uma prática social reiterada, acompanhada da convicção da sua
obrigatoriedade;
Quanto ao conteúdo:
Quanto à natureza: a) Costume prater legem (vai além da lei)
a) Costume popular b) Costume secundum legem(secunda a lei)
b) Costume erudito c) Costume contra legem (contrário à lei –
exige a alteração da lei)
2.2.4. A doutrina:
➔ É o resultado do estudo de professores, investigadores, pensadores,
juristas e filósofos aplicado ao campo jurídico;
2.2.5. Os Usos
(Artigo 3 – CC):
➔ 1. Os usos que não forem contrários aos princípios da boa fé são
juridicamente atendíveis quando a lei o determine.
2.2.6 A Equidade
➔ É a adaptação da regra existente à situação concreta, em
observância a critérios de justiça e de igualdade
Arrumação de ideias:
➔ Critério do tempo: lei posterior ou lei nova revoga lei anterior (lex
posterior derogat legi priori).
2.2 O decreto-lei
➔ O decreto-lei é o ato normativo do Governo, contrapõe-se à lei, que é o
órgão normativo da Assembleia da República. É, portanto, outro dos atos
legislativos do Estado;