Tema 1.-O Homem e a Sociedade e as Ordens Normativas.
Sumário: Introdução ao semestre e
as temáticas. O Homem e a Sociedade e as Ordens Normativas. Fornecer ao aluno uma visão crítica e actual do direito, enquanto fenómeno social em constante transformação, decorrente das condições históricas e culturais em que surge e se desenvolve. Interpretar a dinâmica do direito nas empresas angolanas e no mundo actual. A. Santos Justo 13ª Edição,2022; Manuais de Introdução ao Estudo do Direito MRS (Marcelo Rebelo de Sousa), 4ª Edição 1998 Europa América; A.J(António Justo) 3ª Edição, 2006; Castanheira Neves, António, Metodo Jurídico, in Digesta, vol.2º, Coimbra, Coimbra Editora,1995; BM (Baptista Machado) 15ª Edição, 2006; AV/PL (Antunes Varela e Pires de Lima – CC anotado); Latorre, Angel, Introdução ao Direito, Coimbra, Amedina, 1997. Que conhecimento possuem sobre o Direito? Para existir direito precisa-se o que? Direito: Podemos definir o Direito como sendo um conjunto de normas jurídicas necessárias/imprescindíveis à convivência do Homem em sociedade, fundadas na ideia de justiça e que na coercibilidade encontram uma importante condição de eficácia. (António Santos Justo) Para o estudo do direito podem ser consideradas duas perspectivas distintas: perspectiva dinâmica e perspectiva estática. A perspectiva dinâmica vê o direito como um conjunto de consequências ou efeitos jurídicos. A perspectiva estática, por contraste, considera o direito em si mesmo, independentemente dos efeitos jurídicos. 1.1. A natureza social do homem
O ser humano é na sua essência um ser social e neste
contexto Aristóteles define o homem como um animal político porque nasceu para viver em comunidade (polis). A expressão latina unus homo,nullus homo caracteriza bem a sua natureza social porque o homem que viva absolutamente isolado, sem uma comunidade social mais ou menos extensa, não é um homem: é um nada.
Ser gregário por natureza, o homem pertence a dois mundos:
ao Mundo Natural, constituído por seres animais , vegetais e minerais e o Mundo Cultural, construído pela sua inteligência e trabalho. Ideia de que homem é um ser social pois estabelece relações com os outros homens, logo é necessário que o seu comportamento seja disciplinado por regras de organização e de conduta. Deve-se fixar uma ORDEM para a sua actuação.
As ordens normativas tem como finalidades essencial regular
a relação entre os seres humanos e elas abarcam quatro subdivisões essenciais, que são: as Ordem Religiosa, a Ordem Moral, a Ordem de Trato Social e por fim a mais importante de todas a Ordem Jurídica. A ordem religiosa tem como finalidade essencial regular a relação entre o crente e Deus. Quem vai surgir com intermediário dessa relação será a igreja. Neste contexto as suas características são as seguintes: 1.O caracter instrumental: preparam ou tornam possível o que não pertence ao mundo terrestre; 2.O caracter intra-individuais: destina-se directa e fundamentalmente ao íntimo do homem crente, embora não deixem também de impor um certo comportamento externo; 3.As sanções: que estabelecem, pertecem ao foro exclusivo das igrejas e, portanto, são insusceptíveis de imposição pelo Estado. Não se devem confundir com as normas de ordem religiosa, as normas que regulam a organização e funcionamento das comunidades religiosas dos agrupamentos de instituições dos crentes das diferentes religiões, pois estas são impostas pela hierarquia e traduzem-se em regras terrenas e com sanções terrenas.
Relações entre a ordem religiosa e a ordem jurídica
da sociedade civil: o direito da sociedade civil garante liberdade de culto religioso sem no entanto assumir ele próprio o conteúdo das normas religiosas. As Ordens Morais é, nas palavras de Cabral de Moncada, constituída pelo conjunto de preceitos, concepções e regras, altamente obrigatórios para com a consciência, pelos quais se rege, antes e para além do direito. Neste contexto quais serão as suas características: a) Interioridade: está situada no íntimo da consciência de cada pessoa, levando-a a seguir a verdade e a praticar o bem, afastando-se do mal. b) Espontâneas: O ser humano não pratica o acto porque alguém lhe impôs mas efectivamente porque ele de forma espontânea considera aquela pratica imoral. c) Sanções/ consciência: a única sanção a que estará sujeito será, ainda e sempre, o remorso ou, pelos menos, a do desgosto de si mesmo, no caso de não cumprir o dever moral.
3.Ordem de Trato Social- são usos ou
convencionalismos sociais destinados a tornar a convivência mais agradável. Ela tem como finalidade social regular a boa convivência numa determinada sociedade. As características das ordens de Trato Social são: a)Impessoais: têm origem não numa vontade concreta, mas em usos ou práticas sociais regularmente observadas. b)Coactivas: impõem-se através da pressão exercida pelo grupo sociais a que se pertence e a sua inobservância é punida com diversas sanções, como a perda de prestígio e a dignidade, a marginalização e o afastamento do grupos, etc. c)Sancionatórias: O individuam que não cumpri as normas criadas pelo grupo efectivamente será aplicado uma sanção. A ordem Jurídica ela consiste no conjunto de preceitos e princípios que visam essencialmente regular a relação humana. Neste contexto as suas características que são: a)Necessidade: resulta da natureza social o homem. b)Alteridade: o direito não disciplina a conduta do homem isolado, mas enquanto vive em sociedade, comunicando, produzindo e consumindo bens, numa palavra, convivendo. c) Imperatividade: tradicionalmente tem-se entendido que as normas jurídicas, porque constituem normas éticas, são imperativas.
d) Coercibilidade: é a susceptibilidade de aplicação pela
força das sanções prescritas pelo direito.
e) Exterioridade: as normas jurídicas disciplinam
comportamentos que se manifestam exteriormente. Devemos ter em conta que elas se diferenciam-se essencialmente pela sua sanção nos vimos que na Ordem Religiosa quem vai aplicar a sanção é a igreja ou Deus , na Ordem Moral quem aplica a sanção é o próprio individuo através da consciência, na Ordem do Trato Social que aplica a sanção é o grupo de formas diversas e por ultimo a Ordem Jurídica quem aplica a sanções é o Estado. Em conclusão, poder-se-á caracterizar o direito positivo, parte nuclear da ordem jurídica, como um conjunto de normas necessárias á convivência humana que se inspiram e fundamentam na ideia de justiça e têm na coercibilidade uma importante condição de eficácia. Trabalho independente
Dentro da diversidade de ordens normativas cada grupo fala
de uma ordem normativa que são: Ordem de trato social; Ordem religiosa; Ordem moral; Ordem jurídica.