Você está na página 1de 21

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO

PROFESSORA:
MSC. Amélia Rosa Kongolo de Azevedo
Tema 2.-Sociedade e Direito

Sumário:
2.1.Sociedade e os fins sociais;
2.2. Valores sociais da justiça;
2.3. As instituições jurídicas.
O direito tem a função de organizar a
sociedade, de manter a sua
funcionalidade, evitar que ela se torne
instintiva. O ser humano vive em
sociedade e é subordinado ao direito
que foi criado pelo próprio homem.
1-Qual é o papel do Direito na
Sociedade?

2-Qual é a relação entre Direito e


a Sociedade?

3-Onde há a sociedade há Direito?


Fins sociais são resultantes das linhas mestras
traçadas pelo ordenamento político e visando ao
bem-estar e à prosperidade do indivíduo e da
sociedade.
Segundo uns autores o direito tende alcançar dois
fins essenciais são eles:
Fins do direito
1) Justiça
2) Segurança jurídica
 Justiça segundo postulados da igreja católica,
fala-se da vontade de Deus no coração dos
homens, fala-se também de dar a cada um o
que é seu.

Segundo autores da Grécia antiga a Justiça era


equiparada a igualdade.
A justiça é para o direito o fim mais importante na
medida que agrega valores supremos quer para
própria ordem jurídica quer para o próprio jurista.
Nesta perspectiva a justiça vai designar
proporção, ponderação, adequação que constitui
efectivamente este fim.
Já a doutrina judaico-cristã, será justo o individuo
que conseguir conciliar as suas vontades com a
vontade divina.
1- Justiça comutativa: visa corrigir as desigualdades que possam existir
nas relações entre pessoas privadas e assegurar a equivalência de
prestações ou a equivalência entre dano e indemnização. Tem por base
uma ideia de paridade de posições entre as pessoas nas relações de
coordenação (direito privado). Assenta no princípio da igualdade e
reciprocidade.
2- Justiça distributiva: visa assegurar que os bens económicos sociais e
culturais (vantagens que se devem receber da sociedade) não sejam
distribuídos pelos cidadãos e classes de modo assimétrico ou
desproporcionado, de modo a não violentar a natureza idêntica do ser
humano. Atende à finalidade de distribuição e à situação dos sujeitos
(méritos e necessidades), conduz a desigualdade de resultados. É a
justiça própria das relações de subordinação e pertence ao direito
público.
1)Principio da igualdade significa que:
a)Se deve tratar igual o que é igual na sua essência:
verificando-se uma paridade de circunstâncias ou
situações, o comportamento de todos os membros
da sociedade deve ser julgado segundo as mesmas
regras, aplicando-se os mesmos critérios.
Ex: os seres humanos não podem ser discriminados
por razões de sexo, idade, raça, religião, estado,
situação económica, ideologia ou actividade política.
2)Princípio da proporcionalidade: entre as soluções
fornecidas pelo direito e as situações a que aquelas
se destinam. Assenta em duas ideias:
a)Proibição do excesso ou a necessidade: a justiça
passa por o direito não poder impor sacrifícios ou
lesões para além do estritamente necessário e
também pela imprescindibilidade do meio a adoptar
em concreto.
b)Adequação das soluções às situações reais:
impondo ao decisor a aptidão do meio a usar, tendo
em vista alcançar com ele o resultado pretendido.
3) Principio da imparcialidade: impede que os
titulares dos órgãos do poder politico/ Estado se
beneficiem a eles próprios, parentes, sócios,
colegas quando definem as regras de Direito,
fixando se impedimentos e incompatibilidades dos
titulares dos Órgãos da Administração, de titulares
de cargos políticos, juízes (escusas e suspeições).
A Justiça também tem sido confundida com
Equidade e na verdade ela acabam por ser a mesma
coisa na medida que a Equidade visa essencialmente
aplicar a justiça no caso concreto e uma vez que a
justiça é na maior parte do tempo, rígida, cega e
efectivamente quer aplicar a lei conforme é a
Equidade ( fundamentos da equidade art.4º do CC)
tem então a finalidade de colocar ali alguns
elementos humanos e efectivamente sentimentais
que são eles: a Bondade e a Compaixão.
1.Dulcificação – porque vai suavizar a norma
2.Decisória – porque na medida em que se aplica a sanção, o juiz não
olha simplesmente na lei, mas sim também na sua consciência
3.Flexibilidade- na medida que vai suavizar a norma jurídica
4.Interpretadora e aplicadora- porque antes mesmo da aplicação da
norma o juiz tem de interpreta-la
5.Integradora- porque quando efectivamente a norma em questão a ser
aplicada e tiver alguma lacuna, o Juiz vai efectivamente integrar estas
lacunas.
6.Rectificadora- porque efectivamente rectifica, modifica ou restringi a
norma para que não possamos efectivamente ferir interesses de
terceiro ou de uma das partes no caso submetido.
O conceito de segurança tem sido um conceito confuso,
podemos entendê-lo de três modos:
1- Como traduzindo o estado de ordem e paz que a ordem
jurídica tutela, prevendo e reprimindo os actos de
agressão contra pessoas e bens.
2- Como traduzindo uma certeza do direito: o que permite
prever os efeitos jurídicos dos nossos actos e em
consequência planear a vida em bases firmes e
Estáveis. Comporta a previsibilidade de condutas.
3- Como traduzindo a protecção dos particulares em
relação ao Estado (poder). Ideia de que num Estado de
Direito os órgãos devem respeitar os direitos que
integram a esfera dos indivíduos.
Nesta perspectiva a segurança jurídica dá
também lugar a Certeza jurídica. E a Certeza
Jurídica significa que vamos dar ao cidadão a
possibilidade de conhecer de forma clara as
normas vigoram num determinado território
ou seja no seu determinado território, dai que
na maior parte das vezes sempre que as Leis
são aprovadas devem ser publicadas em
Diário da Republica.
Devemos entender que existe uma
complementaridade entre estes valores:
- Pois a Justiça exige sempre segurança, não se
podendo imaginar uma sociedade justa sem um
mínimo de segurança já instaurada. A justiça
assenta sempre no pressuposto da segurança, dai
que potenciais conflitos entre a segurança e a
justiça acabam por se reconduzir a conflitos da
justiça consigo mesma, isto é, conflitos de
diferentes perspectivas da tutela jurídica.
- Por outro lado, também a segurança jurídica só se mantém
se as normas não negarem em absoluto a justiça, uma vez
que a ordem que garante a paz dada pelas normas que
tutelam a segurança, quando estas sejam injustas, só a
mantém e por isso, tal ordem corre continuamente o risco de
ser derrubada pela força (insurreição/ rebelião). A
manifestação vazia do poder sendo apenas resultado da
força tem um êxito precário.A segurança não pode resultar
da estabilização de um poder arbitrário alheio ou negador de
qualquer intenção ética ou imposto apenas pelo terror.
Institutos Jurídicos- é o termo utilizado pelo Direito
para denotar que determinada situação, medida,
condição ou facto é algo tão especial para a vida
em sociedade, que deve ser tratado como um
“instituto jurídico” que merece um tratamento
diferenciado.
Podem-se tomar como exemplos de instituições
jurídicas os contratos, o direito à propriedade, bem
como o Assembleia Nacional, a Presidência da
República, dentre tantas outras instituições.
Instituições Jurídicas é um conjunto de práticas
juridicamente determinadas pelas normas jurídicas
indicadas como válidas segundo os critérios
aceitos pelas autoridades.

Portanto, tem-se que as instituições jurídicas são,


sobretudo, um conjunto de atitudes práticas
comprometidas com as determinações de normas
jurídicas, identificadas como tais mediante a
aceitação, por parte ao menos dos oficiais, dos
critérios de validade jurídica do sistema.
Em síntese os fins do direito são
essencialmente a justiça e a
segurança jurídica e eles deveram
ser efectivados dentro de uma
Nação ou Estado.
Trabalho independente

1. Fale sobre modalidades de justiça enquanto fim.

Você também pode gostar