Você está na página 1de 75

TEORIA GERAL DO PROCESSO

TGP

Noções preliminares. Direito Processual: conceito e fontes. Norma processual:


aplicaçãono tempo e no espaço e interpretação. Jurisdição. Organização Judiciária
Federal e Estadual: Juiz, Ministério Público, órgãos auxiliares de justiça.
Competência. Ação: natureza jurídica, requisitos, elementos, concurso.

TEORIA GERAL DO
PROCESSO
TGP BEM; CONFLITO DE ;PRETENSÃO; LIDE;
JURISDIÇÃO.
Sem a Sociedade não há de se falar em Direito. Todo o condicionamento jurídico depende da
existência humana, e esta está configurada e materializada dentro de um condicionamento
chamado de Sociedade.

A sociedade é modificada e transfigurada a cada novo instante pelo Direito, isso porque ambos
estão constantemente a se influenciar mutuamente.

Havendo relações entre pessoas, nasce a perspectiva de materialização do evento jurídico


como uma das expressões sociais mais evidentes.

Nessa sintonia é que aspectos do fenômeno social, tais como a política, a economia, a
cultura, a religião, entre outros, florescem como eventos decorrentes da sociedade como fato
social, inclusive estabelecendo normas de conduta.

Isso porque, tendo em vista que ao Direito granjeia a investigação da norma social qualificada,

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
todavia porque a Ciência Jurídica, por meio de sua dimensão menor (a norma jurídica) cinge
um conjunto de disciplinas ou sistemas de normas que exigem dos homens determinadas
formas de conduta.

Nesse diapasão Émile Durkheim, comunga na defesa de que o direito é um símbolo visível
da solidariedade social (...).

Para Lévy-Bruhl, o Direito é um fenômeno social por excelência (...).

Com essa dimensão é que o próprio Gusmão, assevera que o Direito é o único controle
social que tem mais possibilidade de garantir a ordem, a paz e a segurança social,
viabilizando, assim, a sociedade em todas as etapas de sua evolução (...).

Assim, o Direito é um instrumento institucional para ajustar as relações humanas com o


objetivo de assegurar algumas metas sociais concretas. Um dos propósitos do Direito é a
preservação da paz e da ordem no seio social.

Fato Social
O Direito de cada sujeito traz uma parcela do direito coletivo e

social.É o mais puro fato social dando causa as regras

sociais.

Nessa perspectiva se espreita á sociedade como setor transformado pelo Direito, isso
porque, p.ex., em todos os Estados soberanos, o Direito atua como um instrumento público
crítico de mudança social. Mas, os sociólogos, em sua maioria, acentuam a função estática do
Direito como controle social.

Já que sem o Direito, não existe a sociedade, sem sociedade, não existiria
o próprio Direito, partindo do entendimento de Miguel Reale que “fato, valor e norma estão
sempre presentes e correlacionados em qualquer expressão da vida jurídica”, o que
aponta no sentido de que os filósofos, juristas e sociólogos não devem estudar nem analisar
esses elementos deforma isolada, mas, sim, associados ao mundo da vida.

Quer dizer, as investigações do filósofo, do jurista e do sociólogo passam a ter um sentido


dialético,
v. g., a Sentença Judicial é apreendida segundo uma experiência axiológica concreta
e nãoapenas como um ato lógico formal, resultante unicamente de um silogismo.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Os três aspectos implícitos não descartam a necessidade de analisar os aspectos explícitos,
já que o fato, o valor e a norma, segundo a Teoria de Reale, não têm função em si mesma,
mas no conjunto que representam.

Por isso mesmo é que de acordo com Gusmão, o direito é construído tendo por base
elementosfornecidos pela realidade social.

Relação Social
As Relações Sociais é a condição sine qua non da própria existência social, estabelecidas
inicialmente por forças ônticas, geradoras de forças deônticas, consubstanciadas no desejo de
se viver em harmonia.

Apresenta-se inicialmente em duas formas, quais sejam: Aproximação e Afastamento.

Deve o direito refletir os valores e sentimentos básicos a serem preservados dentro da


contextura social. Aqueles valores e sentimentos que não podem ser afrontados sob pena de
perturbar o equilíbrio das relações sociais, deixando um sentimento de desagradabilidade
entre os fatores sociais.

Tendo em vista isso, essas características de Aproximação e Afastamento se perfazem em


duas ordens, uma nas Relações Sociais, propriamente ditas, aquelas em que o sujeito não
interfere de forma direta na vida do outro, e as Relações Intersubjetivas, as quais o sujeito
interfere diretamentena vida do outro.

No entanto, não quer dizer ainda que haja uma Relação Jurídica, pois nem toda Relação Social
provoca uma Relação Jurídica, mas toda Relação Jurídica advém de uma Relação Social
anterior.

Instituições Sociais

Definimos a instituição como um padrão de controle ou uma programação de conduta


individual imposta pela sociedade

De acordo com Émile Durkheim (1858-1917), é um mecanismo de proteção da sociedade,


ou seja, é um conjunto de regras e procedimentos padronizados socialmente,
reconhecidos, aceitos, e sancionados pela sociedade, cuja importância estratégica é
manter a organização do grupo e satisfazer as necessidades dos indivíduos que dele
participam.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
No sentido usual, o termo designa uma organização que abranja pessoas, como por exemplo,
um hospital ou uma universidade.

Já por outro lado também é ligado às grandes entidades sociais que o povo enxerga quase
como um ente metafísico a pairar sobre a vida do indivíduo, como o Estado, o mercado ou o
sistema educacional, familiar, religioso, entre outros.

Conflito de Interesse
Quando o sujeito tenta satisfazer uma necessidade. Esta é uma relação de dependência do
sujeito para com algum objeto. As necessidades humanas geram interesses humanos sobre
algo.

Bens:

✓ São coisas materiais, concretas, úteis aos sujeitos e de expressão econômica


suscetíveis de apropriação assim como as de existência imaterial economicamente
apreciável;
✓ Utilidade física, material, ou imaterial, apta a servir como objeto numa relação jurídica;
✓ Bem para o Direito, é tudo aquilo que o sujeito precisa para satisfazer as suas
necessidades;

Interesse:

✓ É a razão entre sujeito e bem, ou seja, é a posição favorável à satisfação de uma


necessidade, de maneira que o interesse tem como sujeito o homem e como objeto
o bem.

Pretensão:

✓ Quando, para um mesmo objeto, se voltam às atenções de dois ou mais sujeitos,


havendo da parte de ambos tal intensidade em relação ao mesmo bem, que a exclusão
do interesse contrário é a meta de ambos.

Lide:

✓ Elemento imperioso para que a pretensão revista-se de validade dentro do mundo


jurídico assumindo a condição de litígio, de conflito de interesses antagônicos
apresentados ante aoPoder Judiciário por meio da Ação cabível e pertinente;

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
✓ É um modo de ser do conflito de interesse, qualificado pela pretensão de um sujeito e
resistência de outro, ou seja, é um conflito de interesse, qualificado por uma pretensão
discutida ou insatisfeita, que será dirimida em juízo;

A solução dos conflitos é inerente ao convívio em sociedade, historicamente, a solução de


conflitos, se dava através da autotutela, que podemos conceituar, como quando um sujeito
pretende algo,que outro lhe impede de obter, com a sua própria força e na medida desta,
providenciava paraobter.

Remonta ao código de Hamurabi, que consagrou a Lei de Talião _ “olho por olho, dente por
dente” que impunha o revide na medida em que a injustiça era praticada. Contudo, a solução
de controvérsias, mediante a autotutela implica na preponderância do interesse dos mais fortes
w um regime de tutela particular vingativo e destrutivo, dificilmente alcançando a justiça. Nesse
sentido o líder Mahatma Gandhi, afirmando a injustiça e nocividade da justiça pelas próprias
mãos, proferiu a famosa frase: “olho por olho, e o mundo acabará cego”.

Considerando as consequências nocivas da autotutela, esta foi gradativamente sendo


substituída, por outros métodos de solução. As soluções por meio de árbitros imparciais, e até
mesmo soluções consensuais, denominadas autocompositivas.

Assim o Estado, começou a retirar do indivíduo a possibilidade de buscar a resolução dos seus
conflitos por sua própria força, assumindo o poder-dever de solucioná-los com justiça, uma vez
que a ausência de resolução dos conflitos constituiria fonte de perturbação da paz social.

Neste sentido, um passo muito importante foi à garantia do due process of law, cuja origem
remonta à Magna Carta (1215), impedindo que qualquer pessoa fosse privada de seus bens
ou liberdade, sem que fosse observado o devido processo legal, ficando proibido, portanto a
autotutela.

Hoje temos esta garantia, prevista em nosso ordenamento jurídico no artigo 5°, inciso LIV, da
CRFB, temos a regra do artigo 345 do Código Penal, que caracteriza a autotutela como ilícito
penal,é uma conduta tipificada como crime:

(i) Exercício arbitrário das próprias razões se for por particular e


(ii) Exercício arbitrário ou abuso de poder, se for pelo estado.

Funciona como mecanismo de solução de conflitos em algumas exceções:

✓ Legitima defesa no âmbito penal, art. 25 do CP;


✓ No esforço possessório, conferido ao possuidor turbado, art. 1210, §1°, CC;
✓ No direito de retenção do locatário e do depositário, arts. 578 e 644 do CC;

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
✓ No direito de greve, garantido constitucionalmente, art. 9°, CRFB, no âmbito da
justiça dotrabalho.

Temos como alternativas a autotutela, os métodos autocompositivos e heterocompositivos de


solução de controvérsias. A autocomposição consiste na solução consensual das partes,
eventualmente intermediada por um terceiro imparcial, o qual não possui a prerrogativa de
impor decisão às partes.

Na composição, as partes podem chegar a um acordo mediante:

✓ Renúncia;

✓ Reconhecimento do direito da outra parte;


✓ Transação.

Através dos métodos compositivos:

✓ Negociação;
✓ Conciliação;
✓ Mediação.

A conciliação e a mediação são norteadas por princípios fundamentais de atuação de


conciliadores e mediadores judiciais, conforme art. 166, CPC, sendo eles a independência, a
imparcialidade, autonomia de vontade, confidencialidade, oralidade, informalidade e da
decisão informada.

Como solução de conflitos, também temos os métodos heterocompositivos, ou impositivos,


tem como interventor, um terceiro imparcial, ao qual cabe uma decisão impositiva, sendo este
um juiz ouárbitro, na jurisdição estatal e na jurisdição arbitral, respectivamente.

Jurisdição Ação Processo

É a atuação do Estado, visando à aplicação do direito objetivo ao caso concreto, resolvendo-


se como definitividade, uma situação de crise jurídica e gerando com solução a pacificação
social;

Presta-se a resolver um conflito de interesses entre as partes, substituindo suas vontades, pela
vontade da lei, quando necessário.

Ao lado da função legislativa e da função administrativa, a função jurisdicional compõe o tripé

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
dos poderes estatais.

Ao Estado atribui-se o monopólio da jurisdição, no entanto o exercício da jurisdição por outro


agenteprivado, como no caso da arbitragem, Lei 9307/96.

A submissão do litígio a arbitragem, pode ocorrer previa ou posteriormente ao surgimento da


controvérsia. As partes, em face de um conflito existente, podem optar por submeter à solução
do litígio à arbitragem, consubstanciados em um compromisso arbitral. A previsão contratual
de submeter futuros litígios à jurisdição arbitral é denominada cláusula compromissória.
Solução de conflitos por arbitragem tem como vantagem a confidencialidade, a especialidade
(em regra são expert), a celeridade (comparada ao Poder Judiciário), dentre outras, possuindo
como desvantagem a inexistência de um sistema de precedentes, a impossibilidade de
execução da sentença arbitral sem recorrer ao Judiciário, à irrecorribilidade da sentença
arbitral e os altos custos inerentes à arbitragem.

A sentença arbitral é irrecorrível e impositiva, porém não é dotada de enforcement, ou seja,


não é exequível na jurisdição arbitral, é um título executivo extrajudicial, o qual deve ser
executado em ação própria no Poder Judiciário, o qual não pode rever a sentença arbitral, mas
possui a prerrogativa de decretar sua nulidade.

A jurisdição estatal possui como características:

✓ Impositividade;
✓ Exequibilidade;
✓ Recorribilidade;
✓ Custos inferiores;
✓ Consolidação de jurisprudência.

O magistrado, não precisa ser especialista para atuar na matéria controvertida e não pode ser
eleitopelas partes, em regra os litígios são públicos, podendo ser confidenciais somente nas
hipóteses previstas em lei, tendo a morosidade como desvantagem, que pode ao longo do
tempo, favorecer quem não tem o direito ao seu lado, prolongando a injustiça.

Assim, temos que o Código de Processo Civil atual, trouxe um enfoque para à mediação e
conciliação, onde temos a Lei de arbitragem alterada e sancionada a lei de mediação
13.140/2015.

TGP - DIREITO
PROCESSUAL

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Conceito e Fontes

A doutrina classifica o direito em dois grandes ramos: Público e Privado. Prevalecendo a


conceituação que o direito processual, é ramo do direito público interno que trata dos princípios
e das regras relativas ao exercício da função jurisdicional. Todavia, esta conceituação, não
mais se revela como absoluta, pois a função jurisdicional, predominantemente exercida por
magistrados e Tribunais do Estado, como vimos também pode ser exercida por órgãos e
sujeitos não estatais, através das formas alternativas de solução de conflitos, como arbitragem,
mediação extrajudicial.

No entanto esta dicotomia entre direito publico e privado, utilizamos para sistematizar o estudo,
umavez que nos dias atuais, ambos os ramos tendem a se fundir em prol da função social,
perseguida pelo Direito.

Assim podemos definir o direito processual como ramo que trata do conjunto de regras e
princípios que cuidam do exercício da função jurisdicional.

O direito processual, quanto às normas de incidência, classifica-se como direito internacional


ou direito interno, este se subdivide em espécies de acordo com o direito material veiculado.

Direito processual penal – regras processuais que veicula matérias sobre o direito penal militar
e o direito penal eleitoral;

Direito processual civil – regras processuais que veicula, o direito processual trabalhista,
eleitoral, administrativo e previdenciário, cada qual com regras próprias hábeis a viabilizar
melhor a realização do direito material.

Ciência Processual

A doutrina consagra duas correntes acerca da sistematização do direito processual:

✓ Unitarista – acredita na unidade da teoria geral do processo;


✓ Dualista – sustenta a separação entre ciência processual civil e a penal, por
constituíremramos dissociados.

Tem se que a posição mais adequada seria a de uma Teoria Geral do Processo, tendo em
vista quea ciência processual, penal, civil, trabalhista, obedece a uma estrutura básica, comum
a todos os ramos, a qual é fundada nos institutos jurídicos da ação, da jurisdição e do processo.

Destacamos a Lei Maria da Penha 11.340/06, objetiva reprimir a violência doméstica, adota a

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
sistemática de juízos híbridos, com a finalidade de facilitar o acesso à justiça e conferir
proteção mais efetiva à vítima, sugere a criação de varas especializadas, com competência
civil e criminal.

O estudo da Teoria Geral do Processo é fruto da autonomia cientifica alcançada pelo direito
processual.

TGP - NORMA PROCESSUAL


O estado é responsável pela determinação das normas jurídicas, que estabelecem como deve
ser aconduta das pessoas em sociedade.

As normas processuais definem:

(i) Direitos e obrigações – são as normas jurídicas primarias, ou materiais,


estabelecem os critérios a serem utilizados no julgamento de um conflito de
interesses. Aplicando-as, o juiz determina a prevalência da pretensão do
demandante ou resistência do demandado,compondo a lide que envolve as partes;
(ii) Modo de exercício desses direitos – possuem caráter instrumental, são as normas
jurídicas secundárias ou processuais, provenientes do direito público, determina a
técnica a ser utilizada no exame do conflito de interesses, disciplinando a
participação dos sujeitos do processo, em geral (partes e juiz), na construção do
procedimento necessário à composição jurisdicional da lide.

Aplicação no Tempo e no Espaço

Espaço entende-se por área ou o volume entre limites determinados.

Juridicamente Espaço compreende o território em que a Norma tem poder de Alcance.

Entende-se por Tempo aquilo que dar para o homem, a noção de presente, passado e futuro,
ou seja, época.

Juridicamente Tempo quer dizer a época em que a norma jurídica válida ou produzindo seus
efeitos

No que pertence ao tema, Maria Helena Diniz, assevera que a Norma Jurídica é um objeto
estabelecido pelo homem em razão de um fim e dirigido à liberdade humana, com existência
real no

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
tempo e no espaço.

Partindo desse pressuposto, deduz-se a Norma Jurídica é um instrumento que regula as


relações das mais variadas entre os homens com o mesmo fim, com duração finita ou infinita,
isso porque depende necessariamente de duas dimensões para se materializar: uma fincada
em um lugar que abrange certo lapso temporal (às vezes longo, às vezes por longo período de
tempo).

A Norma Jurídica nasce para uma finalidade refletida nela própria, vez que nasceu da
necessidade urgente de se estabelecer um objetivo social, aplicando-se num determinado
momento no tempo enquanto vigore ou num determinado espaço que a situação nele
prevista perdure, pois ela mesma irá dizer quando de sua publicação nos repositórios oficiais
jurídicos.

A Norma Jurídica não deve ser comparada como algo aleatório no Tempo e no Espaço, isso
porque ela é objeto concreto que se permeia em todo o seio social controlando tudo e a
todos os que delas necessitam e se submetem.

A Norma Jurídica é foi criada para resolver uma situação, ou num Tempo ou num Espaço de
tempo predefinidos.

Aplica-se o artigo 1.046 do CPC, à eficácia temporal das normas, segundo o qual a lei
processual tem aplicação imediata, alcançando os atos a serem realizados e vendando a
retroatividade. No
que tange ao inicio da vigência, de acordo com o art. 1° da Lei de Introdução ao Código Civil, à
lei processual começa a vigorar quarenta e cinco dias após a sua publicação, salvo disposição
em contrário, respeitando-se o direito adquirido, o ato jurídico perfeito, a coisa julgada, em
conformidade com o art. 5° da CRFB e art. 6º da LINDB.

Método de interpretação da norma jurídica, que podem ser estendidos à norma processual,
pode classifica-los:

✓ Literal ou gramatical – considera o significado literal das palavras que formam a norma;
✓ Sistemático – a norma é interpretada em conformidade com as demais regras do
ordenamento jurídico, que devem compor um sistema lógico e coerente que se
estabelece a partir da Constituição;
✓ Histórico – a norma é interpretada em consonância com os seus antecedentes
históricos, resgatando as causas que a determinaram;
✓ Teleológico – objetiva buscar o fim social da norma, a mens legis, diante de duas
interpretações possíveis, o intérprete deve optar pela que melhor atenda às
necessidades dasociedade;

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
✓ Comparativo – baseia-se na comparação com os ordenamentos estrangeiros,
buscando no direito comparado subsídios para a interpretação da norma.

Formas de classificar a atividade interpretativa da norma, em conformidade com o resultado


alcançado:

✓ Declarativa – atribui à norma o significado de sua expressão literal;


✓ Restritiva – limita a aplicação da lei a um âmbito mais restrito, quando o
legislador dissemais do que pretendia;
✓ Extensiva – confere uma interpretação mais ampla que a obtida pelo seu teor literal,
hipótese em que o legislador expressou menos do que pretendia;
✓ Ab-rogante – quando conclui pela inaplicabilidade da norma, em razão da
incompatibilidadeabsoluta com outra regra ou princípio geral do ordenamento.

Destaca-se que com o advento do Código Francês de Napoleão, em 1804 instituiu-se a regra
que o magistrado não poderia mais se eximir de aplicar o direito, sob fundamento de lacuna
na lei, esta norma foi seguida pela maioria dos códigos modernos, tendo sido positivada em
nosso ordenamento.

Interpretação e integração têm funções comunicantes e complementares, voltadas à revelação


do direito.

Principio da territorialidade, define a eficácia espacial das normas processuais, conforme


dispostono arti. 16 do CPC, determina que a lei processual pátria deve ser aplicada em todo
território brasileiro, ficando vedada a aplicação de normas processuais estrangeiras,
diretamente pelo juiz nacional.

Considerando o sistema federativo adotado no Brasil, é competência privativa da União legislar


sobre matéria processual, conforme preceitua o art. 22, I da CRFB. Diferencia-se dos EUA,
quecada Estado possui uma legislação própria. Todavia as normas procedimentais estaduais
brasileiras podem variar de Estado para Estado, tendo o artigo 24, XI, da CRFB, outorgou
competência concorrente a União, aos Estados – membros e ao Distrito Federal para legislar
sobre “procedimentos em matéria processual”.

Ao lado das normas processuais, art. 22, I da CRFB e das procedimentais, art. 24, XI, da
CRFB, existem as normas de organização judiciária, que também podem ser editadas
concorrentemente pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal, CRFB, arts 92 e
seguintes, destaque para arts.96, I, “a”, e 125, §1°.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
TGP - JURISDIÇÃO
A jurisdição constitui a forma estatal, por excelência, de composição de litígios, embora não
seja a única. A sociedade, desde tempos longínquos, convive com divergências que geram os
conflitos, as lides. Para solucionar esta resistência à negociação, o Estado, que veda a
autotutela, manifesta-se por meio da jurisdição, cuja regência se operará por meio dos ritos
estabelecidos pelo legislador.

Palavra que vem do latim jurisdictio (que etimologicamente significa “dizer o direito”), a
jurisdiçãotem como fim último a pacificação social e consiste em um poder-dever do Estado,
pois, se por um lado corresponde a uma manifestação do poder soberano do Estado, impondo
suas decisões de forma imperativa, por outro corresponde a um dever que o Estado assume
de dirimir qualquer conflito que lhe venha a ser apresentado Assim, à medida que o Estado,
vedando a justiça privada, retira do indivíduo a possibilidade de buscar por suas próprias forças
a resolução dos conflitos, assume, em contrapartida, o poder-dever de solucioná-los com
justiça, uma vez que a perpetuação de pretensões insatisfeitas e controvérsias pendentes de
resolução constituiria fonte de intensa perturbação da paz social.

Ao elaborar sua Teoria Geral do Processo no início do século XX, Chio- venda definiu a
jurisdição como “a função do Estado que tem por escopo a atuação da vontade concreta da lei
por meio da substituição, pela atividade de órgãos públicos, da atividade de particulares ou de
outros órgãos públicos, já no afirmar a existência da vontade da lei, já no torná-la,
praticamente, efetiva.”28 Consoante outro grande processualista peninsular, Francesco
Carnelutti, entende a jurisdição comoa função estatal de justa composição da lide, entendida
esta última como o conflito de interesses qualificado pela pretensão de uma parte e resistência
de outra. Jaime Guasp, por sua vez, entendea jurisdição como uma função de satisfação das
pretensões das partes, desse modo, a lide não seria imprescindível, podendo uma demanda
individual e não resistida ocasionar o exercício da jurisdição.

Face ao declínio do pensamento positivista e a evolução do pós-positivismo, o entendimento


da jurisdição como mera atuação da vontade da lei de- mostra-se incompleto, vez que o Estado
por meio da jurisdição, ao exercer a vontade da lei, deve levar em conta a justiça social como
finalidade. Desse modo, a jurisdição pode ser definida de acordo com a posição adotada pela
doutrina brasileira, que procura relacionar os conceitos supracitados, como sendo a função de
atuara vontade objetiva da lei, com a finalidade de obter a justa composição da lide.

Assim, o processo traduz-se numa técnica de solução imperativa de conflitos, o monopólio


estatal em dirimir controvérsias por meio do exercício da jurisdição, capitaneada pelo Estado-

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Juiz, que é quem decide seguido dos auxiliares da Justiça, em que todos exercem o poder
estatal. Muito embora o Estado detenha o monopólio do exercício da jurisdição, este admite a
resolução de controvérsias por meio da jurisdição arbitral. De modo que a justiça das decisões
arbitrais não pode ser revista pelo Poder Judiciário. Ao Judiciário fica resguardada apenas a
possibilidade de decretação de nulidade da sentença arbitral, prevista nos artigos 32 e 33 da
Lei de Arbitragem (Lei 9307/96).

O direito processual, por sua vez, cuidará de estabelecer as regras destina- das a reger como
se operará o exercício da jurisdição na solução dos conflitos sociais.

Os três elementos estruturais do direito processual são os institutos jurídicos da jurisdição,


ação e ,do processo. A jurisdição ocupa o centro da teoria processual e por intermédio dela se
manifesta uma das formas do poder estatal soberano, configurando uma função estatal. O
direito de ação é assegura- do a todos. Ao exercer esse direito, o cidadão provoca o exercício
da atividade jurisdicional. Com efeito, o exercício ex officio da jurisdição representaria um
motivo de instabilidadesocial e comprometeria a imparcialidade do órgão julgador. O processo,
por sua vez, é o instrumento utilizado pelo Estado para prestar jurisdição e se manifesta por
uma série de atos concatenados para o fim de obtenção da tutela jurisdicional.

Para melhor entender os modos pelos quais os conflitos sociais surgem, e são resolvidos, é
de bom alvitre recorrer à lição de Carnelutti. Segundo esse consagrado autor, existem no
mundo pessoas e bens (capazes de satisfazer às necessidades do homem) e, obviamente, há
constante interesse do ser humano em se apropriar dos bens para satisfazer suas
necessidades.

Segundo o renomado jurista, “interesse” seria uma posição favorável à satisfação de uma
necessidade que se verifica em relação a um bem. No entanto, como os bens são limitados
(diferentemente do que ocorre em relação às ilimitadas necessidades humanas), irão surgir no
convívio social conflitos de interesses. Caso este conflito não se dilua no meio social,
determinado membro da sociedade irá desejar que o interesse do outro fosse subordinado ao
seu (esse fenômeno Carnelutti chamou de pretensão). Havendo resistência à “pretensão” do
titular de um dos interesses por parte de outrem, surgirá a de- nominada “lide” (conflito de
interesses). Para Carnelutti, repita-se, jurisdição é a atividade estatal em que se busca a justa
composição da lide.

Poderia considerar-se, então, o processo (instrumento da jurisdição) como o método mais


eficiente para composição de litígios, sendo este o meio através do qual o Estado moderno
presta a função jurisdicional. Esta conclusão, porém, vem sendo gradativamente questionada,
havia vista a morosidade existente na atual estatal, dada a sobrecarga de demandas. A

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
demora na solução dos conflitos pode acabar importando em prejuízo às partes, de modo que
o objetivo de conceder a ordem a quem é de direito se daria de forma ineficaz, posto que o
decurso do tempo acabaria por deteriorar o objeto ou os benefícios decorrentes de seu direito.

São características da jurisdição:

CARACTERÍSTICAS CONTEÚDO
Para o exercício da jurisdição o Estado dispensa a
Inevitabilidade
anuência do demandado.
Os resultados do processo serão impostos às
Imperatividade partes, independentemente de aceitação.

Imunização dos efeitos das decisões proferidas,


Definitividade isto é, possui aptidão para a produção da coisa julgada
material.
Através da jurisdição se cria a norma jurídica do
Atividade criativa
caso concreto.

Com relação à atividade jurisdicional, Chiovenda a distinguiu da atividade legislativa mediante a


utilização do critério criação-aplicação do direito. Nessa perspectiva, a jurisdição seria uma
atividade declaratória de direitos preexistentes. Segundo os adeptos desse entendimento, o
direito, criado pelo legislador, seria declarado pelo magistrado ao julgar a pretensão que lhe foi
submetida.

Entre os principais juristas opositores dessa tradicional concepção, é pertinente destacar a


doutrina de Mauro Cappelletti, emérito jurista da Universidade de Florença. Na obra
denominada Giudici Legislatori, Cappelletti apresenta uma nova visão da jurisdição, não mais
caracterizada comoatividade meramente declaratória de direitos. Cappelletti desenvolve seu
pensamento partindo da constatação de que interpretação e criação do direito não seriam
conceitos opostos, pois ao menos um mínimo de criatividade se mostra inerente a toda
atividade interpretativa:

Em realidade, interpretação significa penetrar os pensamentos, inspirações e linguagem de


outras pessoas com vistas a compreendê-los e — no caso do juiz, não menos que no do
musicista, por exemplo — reproduzi-los, “aplicá-los” e “realizá-los” em novo e diverso contexto

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
de tempo e lugar. Éóbvio que toda reprodução e execução variam profundamente, entre outras
influências, segundo a capacidade do intelecto e estado de alma do intérprete.

No Direito brasileiro, principalmente nos dias atuais, quando a elaboração de súmulas,


vinculantes ou não, a repercussão geral e a reiteração de entendimentos jurisprudenciais criam
norma para os casos concretos, criando um sistema próximo do sistema de precedentes, visto
que afetam outros casos diversos do paradigma.

A doutrina suporta dificuldades para identificar, em determinadas hipóteses, a diferença de um


ato administrativo de outro jurisdicional. Em regra, o ato jurisdicional é dotado de
imparcialidade, definitividade e substitutividade, bem como é direcionado para o interesse
público. O ato administrativo, por sua vez, é caracterizado pela parcialidade e revogabilidade,
sendo atividade própria e voltada para o interesse particular. Um exemplo de difícil
classificação é a jurisdição voluntária, na qual não há pretensões contrapostas, mas se provê
tutela a uma parte.

São poderes inerentes à jurisdição:

I. Poder de decisão — poder de resolver as questões que lhe sejam submetidas (art.
203 do CPC).
II. Poder de coerção — poder de impor aos sujeitos do processo ou terceiros o respeito
à obediência às suas ordens e decisões. Esse poder faculta inclusive emprego da força
física ou policial, e de sanções e restrições à liberdade individual, pessoal e patrimonial
(art. 139, inciso IV do CPC).
III. Poder de documentação — poder de registrar de modo permanente e inalterável o
conteúdo de determinados fatos e atos (arts. 209 e 367 do CPC).

Poder de conciliação — Cabe ao juiz a qualquer tempo tentar promover a conciliação das
partes (art. 139, inciso V do CPC).
IV. Poder de impulso — cabe ao juiz, uma vez instaurado o processo, impulsioná-lo
de ofíciocom despachos e atos de expediente (art. 2º do CPC).

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Princípios que informam a jurisdição:

Princípios Conteúdo
Jurisdição só pode ser exercida por juízes
Investidura regularmente investidos, providos em cargos de
magistrados e que se encontrem no efetivo exercício
desses cargos.

Cada órgão exerce a função jurisdicional nos limites da


competência que a lei lhe conferiu. É a impossibilidade
Indelegabilidade de qualquer órgão jurisdicional transferir esse poder,
outorgado pela lei, para outro juiz ou para outro órgão
jurisdicional. Exceções: carta precatória, rogatória e
de ordem.

Todos os órgãos jurisdicionais possuem uma base


Aderência ao território
geográfica dentro da qual exercem sua jurisdição.

Jurisdição é um poder inerte, ou seja, os órgãos


jurisdicionais só devem atuar quando provocados por
Inércia algum interessado. Existem exceções. Por exemplo:
juiz pode instaurar, de ofício, procedimento para retirada
do tutor de um menor (art. 1.197 do CPC).

Nenhum juiz pode recusar-se a exercer jurisdição


quando solicitado
Indeclinabilidade

Jurisdição é um poder único do Estado soberano; e,


apesar de distribuída, pelas regras de competência,
Unidade da Jurisdição entre todos os juízes, cada um deles age em nome do
Estado soberano e representa a sua vontade única.

A jurisdição pode ser classificada conforme:

• a natureza dos interesses tutelados, em civil ou penal;

• o tipo de provimento pleiteado, em cautelar, de conhecimento ou de execução;

• o tipo de atividade desempenhada pelo juiz, em contenciosa ou voluntária.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Ao Estado, no exercício da atividade jurisdicional, cabe promover a prestação jurisdicional e a
tutela jurisdicional. A primeira consiste na atuação estatal efetiva para solucionar a lide,
enquanto a última se refere ao provimento da pretensão de uma das partes. Humberto Theodoro
Junior diferencia a tutela jurisdicional da prestação jurisdicional nos seguintes termos:

Na satisfação do direito à composição do litígio (definição ou atuação da vontade concreta da


lei diante do conflito instalado entre as partes) consiste a prestação jurisdicional. Mas, além
dessa pacificação do litígio, a defesa do direito subjetivo ameaçado ou a reparação da lesão
já consumadasobre o direito da parte também incumbe à função jurisdicional realizar, porque
a justiça privada nãoé mais tolera- da (salvo excepcionalíssimas exceções) pelo sistema de
direito objetivo moderno. Assim, quando o provimento judicial reconhece e resguarda in
concreto o direito subjetivo da parte, vai além da simples prestação jurisdicional e, pois, realiza
a tutela jurisdicional. Todo litigante que ingressa em juízo, observando os pressupostos
processuais e as condições da ação, tem direito à prestação jurisdicional (sentença de mérito
ou prática de certo ato executivo); mas nem todo litigante faz jus à tutela jurisdicional.

A tutela jurisdicional pode ser classificada de acordo com:

I. A natureza da atividade do juiz, em cautelar, cognitiva ou executiva;


II. A perspectiva do dano, em preventiva ou repressiva;
III. O momento de sua prestação, em antecipada ou ulterior;
IV. A necessidade de confirmação, em provisória ou definitiva.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
TGP ÓRGÃOS DE FUNÇÃO JURISDICIONAL –
ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA FEDERAL E
ESTADUAL; O JUIZ; O MINISTÉRIO PÚBLICO;
ÓRGÃOS AUXILIARES DA JUSTIÇA;
COMPETÊNCIA; AÇÃO.

SUPREMO
TRIBUNAL
FEDERAL (STF)
Ministros

TRIBUNAL SUPERIOR TRIBUNAL SUPERIOR


SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR SUPERIOR DO TRIBUNAL DE
ELEITORAL (TSE) (STM) TRABALHO (TST) JUSTIÇA (STJ)
Ministros Ministros Ministros Ministros

TRIBUNAIS TRIBUNAIS TRIBUNAIS


TRIBUNAIS TRIBUNAIS DE
REGIONAIS REGIONAIS DO REGIONAIS
MILITARES JUSTIÇA (TJ)
ELEITORAIS TRABALHO FEDERAIS (TRF)
Desembargadores Desembargadores
Desembargadores Desembargadores Desembargadores

JUÍZES JUÍZES DO
JUÍZES MILITARES JUÍZES ESTADUAIS JUÍZES FEDERAIS
ELEITORAIS

➢ Supremo Tribunal Federal (STF):


✓ É o guardião da Constituição Federal;
✓ Composto por 11 ministros, escolhidos entre cidadãos que preenchem os requisitos
do art.101 CF;

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
✓ - tem sede na Capital Federal e jurisdição em todo o território nacional (art. 92, §
1º e 2º,CF);
✓ - competência: originária (art. 102, I, CF) e recursal (art. 102, incs. II e III, CF).

➢ Superior Tribunal de Justiça (STJ):


✓ Uniformiza a interpretação da legislação federal;
✓ Composto por 33 ministros, escolhidos entre cidadãos que preenchem os requisitos
do art.104 CF;
✓ Tem sede na Capital Federal e jurisdição em todo o território nacional (art. 92, §
1º e 2º,CF);
✓ Competência: originária (art. 105, I, CF) e recursal (art. 105, incs. II e III, CF).

➢ Justiça eleitoral
✓ Integra a justiça especializada;
✓ Disciplinada nos arts. 118 a 126 CF;
✓ Exerce função administrativa, jurisdicional, normativa e consultiva;
✓ Registra e cassa o registro de partidos políticos, diretórios de partidos e
candidatos; crianovas; zonas eleitorais; julga os crimes eleitorais; expede títulos
eleitorais, etc.

➢ Justiça militar
✓ - integra a justiça especializada;
✓ - disciplinada nos arts. 122 a 124 CF;
✓ - tem competência para julgar os crimes militares.

➢ Justiça do trabalho
✓ - integra a justiça especializada;
✓ - disciplinada nos arts. 111 a 116 CF;
✓ - julga controvérsias decorrentes da relação de trabalho, ações que envolvem o
exercício dodireito de greve, ações sobre representação sindical, etc.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
➢ Justiça Federal:
✓ - integra a justiça comum;
✓ - disciplinada nos arts. 106 a 110 CF;
✓ - julga os conflitos que envolvem, como autoras ou rés, a União Federal, suas
autarquias, fundações e empresas públicas federais, além de questões de interesse da
Federação (exemplo: disputa sobre direitos indígenas, crimes cometidos a bordo de
aeronave ou navioe crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro);
✓ - organização: tribunais regionais federais x seção judiciária x subseção judiciária x
varas federais x juizados.

✓ TRF 1ª Região: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás,


Maranhão, MatoGrosso, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins.
✓ TRF 2ª Região: Espírito Santo e Rio de Janeiro.
✓ TRF 3ª Região: Mato Grosso do Sul e São Paulo.
✓ TRF 4ª Região: Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
✓ TRF 5ª Região: Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e
Sergipe.
✓ TRF 6ª Região: Minas Gerais

➢ Justiça Estadual:
✓ - integra a justiça comum,
✓ - disciplinada nos arts. 125 e 126 CF e nas Constituições Estaduais,
✓ - a competência dos TJ´s e dos juízes estaduais é residual,
✓ - organização: tribunal de justiça x comarcas x varas (cíveis, criminais, de família e
sucessões, da fazenda pública, etc.) x juizados.

➢ Conselho Nacional de Justiça (CNJ):


✓ - disciplinado no art. 103-B CF,
✓ - é um órgão administrativo do Poder Judiciário,
✓ - exerce controle interno da magistratura, nos âmbitos administrativo, financeiro e
disciplinar,
✓ - é composto por 15 membros, com mandato de 2 anos, admitida 1 recondução,
✓ - atos praticados pelo CNJ: expede atos normativos e recomendações; define o
planejamento estratégico e a avaliação institucional do Poder Judiciário; recebe
reclamaçõescontra membros ou órgãos do Judiciário; julga processos disciplinares,
etc.

ATENÇÃO: Tribunais de Contas (da União, do Estado ou dos Municípios), Tribunal de


JustiçaDesportiva e Tribunal Marítimo são órgãos administrativos.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
TGP O JUIZ; O MINISTÉRIO PÚBLICO;
ÓRGÃOSAUXILIARES DA JUSTIÇA.

➢ Do Juiz.

Representante do Estado (Estado-Juiz).

✓ Exigências para o ingresso a magistratura:

Edital: O primeiro requisito para ingressar a magistratura é preencher os requisitos

do edital.O edital é a lei que determina as exigências estabelecidas.

Investidura: Somente será juiz quando o indivíduo é investido do poder, essa investidura
acontece quando ele é designado e efetua seu primeiro ato.

Estágio Probatório: O interessado ao ingresso da magistratura deve antes fazer dois anos
de estágio probatório, antes de se torna o juiz titular.

Ao ingressar: é necessário 3 anos de exercício, a lei estabelece o que é exercício jurídico.

Ao sair: É vedado advogar durante 2 anos na mesma comarca.

✓ Garantias constitucionais

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Irredutibilidade de vencimentos: não pode o juiz sofre baixa de seus rendimentos.

Inamovibilidade: o Juiz não pode ser movido, salvo se interesse público.

Vitaliciedade: uma vez constituído juiz, este não poderá deixar de sê-lo (um ex-magistrado
pode ser requisitado pelo estado, para prestações de serviços), exceção se houver decisão
condenatória transitado em julgado.

✓ Direitos (Poderes) e Deveres.

Poderes

Dilatar os prazos processuais, desde que antes de encerrado o prazo regular;

Determinar medidas necessárias (indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias)


paraassegurar o cumprimento da ordem judicial, mesmo nas ações que tenham por objeto
prestação pecuniária.

Alterar a ordem de produção dos meios de prova, de modo a conferir maior efetividade à tutela
do direito.

Determinar o comparecimento pessoal das partes a qualquer tempo sobre os fatos da causa,
não incidindo a pena de confesso (“interrogatório informal”).

Determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios


processuais. (i) Ao perceber a existência de demandas individuais repetitivas, o magistrado
poderáoficiar os legitimados para a ação coletiva respectiva, para que promovam a propositura
da ação coletiva, se for o caso.(ii) Ao reconhecer a simulação ou a tentativa das partes de
alcançar objetivo vedado pela lei, o juiz proferirá sentença que impeça as partes de obter o fim
ilícito, aplicando de ofício as penalidades por litigância de má-fé

Deveres do juiz

Velar pela duração razoável do processo; indeferir postulações protelatórias; promover a


autocomposição a qualquer tempo, preferencialmente com auxílio de conciliadores e
mediadores judiciais.

Responsabilidade civil e regressiva do juiz, por perdas e danos.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
O CPC menciona expressamente à responsabilidade civil (ficando ressalvadas as
responsabilidades penal e administrativa);

Tem-se alusão à responsabilidade regressiva do juiz, desse modo, é possível presumir que a
parte deverá ajuizar ação indenizatória contra o Estado. O Estado, por sua vez, poderá em
ação de regresso, cobrar pela indenização, no caso de dolo ou fraude do magistrado. Cabe
observar que a hipótese do art.143, inciso II, CPC, só incidirá se o pedido da parte não for
apreciado (tendo sido suprimida a expressão “atender ao pedido”) no prazo de 10 (dez) dias.

✓ Garantias dos magistrados – art. 95 CF

Imparcialidade: A Constituição Federal e a legislação processual preveem impedimentos à


atuação do magistrado, visando garantir sua imparcialidade.

Vedações (proibições):

- exercer outro cargo ou função, salvo uma de magistério,

- receber custas ou participação em processo,

- dedicar-se à atividade político-partidária,

- receber auxílios ou contribuições de pessoas naturais ou jurídicas,

- exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos 3 anos do


afastamento do cargo, seja por aposentadoria ou exoneração.

MINISTÉRIO PÚBLICO

É uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a


defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis (art. 127 CF).

É considerada uma instituição sui generis, pois não está subordinada aos Poderes
Judiciário,Executivo ou Legislativo.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
O MP pode atuar como:

- parte: em regra, como autor de demandas (ex.: ação penal, ação civil pública, ação de
improbidade administrativa, etc.),

- fiscal da ordem jurídica (custus legis): quando o processo envolve interesse público ou
social,interesse de incapaz e litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.

O Ministério Público se divide em:

MP da União:

MP Federal (Procuradores da República), MP do Trabalho (Procuradores do Trabalho),


MP Militar (Procurador Militar)
MP do Distrito Federal e Territórios (seus membros em 1º grau são chamados de
Promotores de Justiça e, nos tribunais, de Procuradores de Justiça),

MP dos Estados

Membros em 1º grau: Promotores de Justiça, Membros nos tribunais: Procuradores de


Justiça.

Sua principal característica é proteger a sociedade movendo ações pela mesma.

Ele simplesmente analisa a legalidade da lei, se ela está sendo empregada de forma
correta,algumas ações o MP é obrigatório se fiscal incapazes.

O ministério público também é chamado de parquet.

Alguns princípios que regem o Ministério Público

Princípio da unicidade

Esse princípio denota que o MP é um só não se separando, independente das divisões


internas taiscomo:

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
MP Estadual – compete sobre divórcios

MP Federal – compete sobre verbas alimentícias

MP trabalho – Compete sobre trabalho escravo, menores no trabalho.

Do Procurador (é um advogado): é um órgão ligado ao poder executivo, ou seja, ele defende


a união os estados e seus municípios.

O ingresso à procuradoria

O ingresso à procuradoria é feita através de concurso divido em:

Concurso para procuradoria

Municipal.Concurso para

procuradoria Estadual.

Concurso para procuradoria

Federal.

Tipos Procurador

Procurador geral da União (advogado geral da União)

Procurador geral do Estrado (advogado geral do Estado)

Procurador geral do Município (advogado geral do

município)

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Observações:

Procurador nada mais é do que o advogado da União, Município ou

Estado.Procurador do trabalho é relativo ao ministério público.

ÓRGÃOS AUXILIARES DA JUSTIÇA

Para o juiz prestar sua tutela jurisdicional ele tem toda uma equipe apta para auxiliá-lo tais
como diretores de secretaria, escreventes, oficiais de justiça, analista e técnicos judiciários, os
chamados terceiros auxiliares judiciais.

Ingresso

Em regra os terceiros auxiliares devem prestar concurso público, sendo que no edital de
cada umestarão suas exigências para o ingresso ao cargo.

Em regra analista e técnica judiciária trabalham na vara, ou seja, no órgão.

Cargos

Técnico judiciário / Escrevente

Analista judiciário / Diretores de secretaria /

EscrivãoOficial Justiça

Escrivão:

- é responsável por documentar e executar atos processuais, bem como fazer o


registro dasaudiências e emitir certidões,

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
- incumbe a ele a formação dos autos do processo, bem como sua guarda e
responsabilidade emcartório,

- é auxiliado pelos escreventes.

Oficial de justiça:

- é responsável por realizar atos de comunicação processual (ex.: citação e intimação) e


deconstrição judicial (ex.: penhora e busca e apreensão).

Perito:

- assiste o juiz quando a prova de um fato depende de conhecimento técnico ou científico,

- é profissional de confiança do juiz, devendo, preferencialmente, ter nível universitário, estar


inscrito no órgão de classe e ser especialista na matéria sobre que deverá opinar.

Peritos: grafotécnicos, psicólogos, tradutores, contadores, médicos, economistas, etc.

Cumprem uma função pública, mas não fazem concurso público, em regra, são nomeados
pelo juiz.

Consideram-se auxiliares da justiça as pessoas que auxiliam o juiz na realização dos atos
processuais.

TGP COMPETÊNCIA.

✓ Critério pelo qual se estabelece qual o órgão jurisdicional idôneo para


julgaruma causa;

✓ Todo juiz competente possui jurisdição, mas nem todo juiz que possui
jurisdição possui competência.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
➢ Critérios determinantes da competência:

✓ Em razão da pessoa: determinada pela qualidade da parte.

- ex.: causas contra a União tramitam na Justiça Federal.

✓ Em razão da matéria (material): determinada pela relação jurídica material, ou


seja, pelamatéria objeto do conflito.

- ex.: ação de divórcio é julgada na vara de família; ação penal é julgada na vara criminal.

✓ Em razão da função (funcional ou hierárquica): determinada segundo a


funçãodesempenhada pelo órgão jurisdicional.

- ex.: competência do Tribunal de Justiça para julgar apelação de sentença proferida


pelo juizestadual.

✓ Em razão do valor da causa: determinada pelo valor que se atribui à causa no


momento dapropositura da ação,

- ex.: juizados especiais.

✓ Em razão do lugar (territorial): determinada pelo local onde a demanda deve ser
ajuizada.

- ex.: a ação de reparação de dano sofrido em razão de acidente de veículos pode ser
proposta noforo do domicílio do autor ou do local do fato.

➢ Qualidade da competência

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA

Determinada pelo interesse público Determinada para atender interesse


particular
Inderrogável pela vontade das partes Derrogável pela vontade das partes

A incompetência absoluta pode ser A incompetência relativa não pode ser


conhecida de ofício conhecida de ofício

A incompetência absoluta pode ser alegada A incompetência relativa só pode ser


por qualquer forma e em qualquer tempo e alegada pelo réu na 1ª oportunidade que lhe
grau de jurisdição couber falar nos autos, sob pena da
prorrogação de competência.

Em regra, as competências em razão da Em regra, as competências em razão do


matéria, da pessoa e da função são lugar e do valor da causa são relativas.
absolutas.

O reconhecimento da incompetência acarreta a remessa dos autos ao juízo competente ou


a extinção sem resolução do mérito. Os atos já praticados pelo juízo incompetente serão
mantidos, até que o juízo competente os reanalise.

➢ Perpetuatio jurisdicionis: regra da perpetuação da competência

Determina-se a competência no momento em que a ação é proposta (registro ou


distribuição dapetição inicial), sendo irrelevantes as modificações de fato ou de direito
ocorridas posteriormente.

Há duas exceções à regra da perpetuação da competência:

- se o órgão judiciário for suprimido,

- se houver alteração por competência absoluta.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
➢ Modificações da competência

Ocorre quando se amplia a esfera da competência de um órgão judiciário para conhecer de


certascausas que, ordinariamente, não estariam enquadradas em sua esfera de atribuição.

Somente a competência relativa pode ser modificada.

A prorrogação pode ser:

Voluntária:

• As partes estabelecem foro de eleição em contrato,


• Ou o réu não alega a incompetência relativa no prazo legal,

Legal ou necessária:

• A lei prevê a reunião de ações que tramitam em juízos diferentes, para


julgamento emconjunto, evitando, com isso, decisões contraditórias. Decorre de
conexão ou continência.

Conexão:

• - duas ou mais ações são conexas quando a causa de pedir ou o pedido delas é
comum,
• - as ações somente são reunidas se ainda não tiver sido proferida sentença,
• - é possível reunir-se ações sem conexão, para se evitar decisões conflitantes.

Continência:

• - há continência entre duas ou mais ações quando há identidade quanto às partes e a


causade pedir, mas o pedido de uma abrange o das demais,
• - se a ação continente (mais ampla) foi proposta anteriormente: a ação contida
(menosampla) é extinta sem resolução do mérito,
• - se a ação contida foi proposta primeiramente, as ações devem ser reunidas.

❖ Prevenção: é o critério pelo qual se fixa a competências de juízes igualmente

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
competentes para decidir as causas conexas ou continentes.

✓ Conflito de competência

Há conflito de competência quando mais de um órgão judicial se considera competente ou


incompetente para julgar a mesma causa. Será:

• - positivo: quando 2 ou mais juízes se declaram competentes para a mesma causa,


• - negativo: quando 2 ou mais juízes de declaram incompetentes para a mesma causa.

O conflito pode ser suscitado pelas partes, pelos juízes conflitantes ou pelo Ministério Público.

O conflito é julgado pelo tribunal hierarquicamente superior aos juízes/ tribunais onde se deu
o conflito. Exemplos:

- juiz estadual de Goiânia x juiz estadual de Anápolis: TJGO,

- juiz federal de Brasília x juiz federal de Goiânia: TRF 1ª Região,

- juiz federal de Goiânia x juiz federal de São Paulo: STJ,

- juiz estadual de Goiânia x juiz federal de Goiânia: STJ,

- TRF x TJ: STJ,

- TJGO e STJ: STF.

TGP AÇÃO
A jurisdição é inerte: Necessidade do cidadão, de provocar atuação do Estado diante de um
casoconcreto.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Ação é o direito de exigir o exercício da atividade jurisdicional.

Teorias sobre a Ação

Primeira corrente: A primeira corrente consagrava a ideia que só haveria ação se houvesse
uma tutela jurisdicional.

Essa corrente ligava a ação ao direito material, só haveria ação se ela fosse procedente ao
bem da vida tutelado. Se a ação fosse improcedente haveria o processo, porém não haveria
a ação umavez que o Estado não deu o bem da vida.

Segunda corrente: existe ação, mesmo se não houver o bem da vida (o direito subjetivo
material).

Essa corrente afirma que para haver ação basta que o Estado Julgue o mérito. (procedência,
improcedência renúncia ou transação), se não houver julgamento de mérito, não há ação.

Terceira corrente (aderida) – Teoria Desvinculada

Essa corrente consagra que a ação é o direito Constitucional autônomo de agir e independente,
a fim da prestação jurisdicional, sendo que a partir do momento que eu provoco o Estado-Juiz
para tutelar o meu bem da vida, ai já há uma Ação.

Ou seja, essa corrente afirma que a ação é um direito processual que não pode ser cerceado,
impedido. (ex. Principio da inafastabilidade do poder judiciário).

➢ Condições da Ação – Código de Processo Civil / 2015

Condições da ação, significa análise de admissibilidade do processo, então o legislador no


CPC/2015, suprimiu o termo condição da ação, para considerar como pressupostos
processuais.

Dentre às condições/pressupostos exigidos tínhamos:

✓ Possibilidade Jurídica do pedido,

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
✓ Legitimidade, e
✓ Interesse de agir

No atual cenário, temos como condições/pressupostos exigidos, além de outros que veremos
em pressupostos processuais:

✓ Legitimidade, e
✓ Interesse de agir

Possibilidade Jurídica do pedido: essa condição foi extirpada do código de processo civil
vigente,ela consagrava que o pedido deve ser possível no nosso ordenamento jurídico, sendo
nulo os pedido que nosso ordenamento jurídico veda ou impossível no nosso ordenamento
jurídico.

(Exemplos: eutanásia, casamento triplo, separação judicial).

Interesse de agir: é soma dos requisitos Necessidade + adequação

Necessidade de provocar o poder judiciário para solucionar a lide + Adequação provocar a


função Jurisdicional na via adequada

(Ex. Casal que entra com uma ação para divorcio, só que eles não têm bens em comuns ou
filhos.O Juiz extingue o processo sem julgamento de mérito uma vez que não há necessidade
de ir ao judiciário, eles podem ir ao cartório).

Legitimidade (ou legitimidade Ordinária): é pleitear direitos próprios em nome próprio, só é


legitimo aquele possuidor do direito subjetivo.

Legitimidade Extraordinária: é pleitear em nome próprio direito alheio (direitos de outras


pessoas), este só é permitido se expresso em Lei.

(Ex. Sindicato que pleiteiam direitos alheios em nome próprio).

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Elementos da Ação

Além das condições da ação ela também possui seus elementos as que constituem, a não
observação desses elementos pode acarretar a inépcia que é uma das espécies de nulidade
relativa, são elas elementos da Ação:

Partes da Ação

Só há ação se houver o estado “Poder Judiciário” cujo seu representante é o estado-juiz.

Mesmo que não haja o réu da ação podemos ter ação como é o caso das ações de Jurisdição
Voluntária, ou seja, só necessitamos do autor para mover a ação eu estado para Dizer
(jurisdição) alei.

Jurisdição Contenciosa: Quando há a presença do polo passivo da ação (o réu)

Jurisdição voluntária/Graciosa: quando não há a presença do polo passivo.

Legitimidade X Capacidade (são coisas diferentes)

Existe aquele que possui legitimidade para propor a ação, mas não tem a capacidade para
estar só no processo, precisa ser assistido (caso do menor), ou não tem capacidade
postulatória, competência exclusiva do advogado.

Capacidade postulatória só quem tem é o advogado, com exceção de ações no juizado


especial cível com causa de até 20 salários mínimos.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
CAPACIDADE PROCESSUAL = é a aptidão que o sujeito tem para praticar atos processuais
(a parte dentro do processo tem de ter obrigatoriamente capacidade processual, isso é mais
um pressuposto processual).

Causas do pedido.

São os fatos e fundamentos jurídicos do pedido. Art. 319, III do CPC

Fatos: são as circunstancias que denotaram o pedido (ex. Data, local, hora, endereço etc.).

Fundamentos Jurídicos: são os requisitos para que haja o pedido, ou seja, os elementos que
demonstram que você possui o Direito (o bem da vida), indo mais além sendo este algo mais
técnico.

Pedido: é o bem da vida o bem jurídico litigado pelas partes, o direito subjetivo desejado.

Atenção: a falta de uma das condições da ação leva a extinção da ação (nulidade absoluta),
poréma falta de elementos da ação leva e inépcia (nulidade relativa).

Inépcia é o vicio a um dos elementos da ação oque leva a nulidade relativa da ação passível
de ser sanada.

Em geral o vicio geralmente está intimamente ligado ao pedido e a causa de pedir.

Acontece que para cada causa de pedir deve haver um pedido, não havendo o mesmo o juiz
não pode julgar o pedido sem a causa de pedir, nem ao contrario pode o juiz julgar a causa
de pedirsem o pedido.

Partes (autor e réu)

Causa de pedir – o porquê de se pedir, a narração dos fatos que geraram aquele fato e o

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
motivo do pedido. É a junção dos fatos (causa de pedir remota) mais os fundamentos jurídicos
(causa de pedirpróxima)

Objeto ou Pedido – Decorre da causa de pedir, é o que se quer com a ação, o que se espera
ou pretende com a petição.

Classificação

Ação de conhecimento: o juiz analisa as alegações das partes para dizer quem tem o direito.
Nessas ações, pode-se fazer pedido:

• condenatório: quando a parte visa o reconhecimento de uma obrigação de pagar,


fazer, nãofazer ou entregar coisa,

• declaratório: a parte busca a declaração de existência, inexistência ou modo de ser


de umarelação jurídica,

• constitutivo: quando se pede a criação, modificação ou extinção de uma relação


jurídica.

Ação de execução:

- o direito está reconhecida num título executivo (documento que representa uma obrigação),
que pode ser judicial ou extrajudicial,

- o juiz adotará as medidas necessárias para a efetivação/ satisfação do direito representado


no título executivo.

Concurso e Cumulação de ações

O denominado concurso de ações (rectius: direitos) pode dar-se, em seu aspecto objetivo, de
duas formas:

✓ Concurso impróprio: há mais de uma pretensão concorrente, nascida a partir de um


mesmo fato gerador;
✓ Concurso próprio: há pluralidade de causas de pedir que autorizem a formulação de
mesmo pedido. Em caso de concurso de ações, somente é possível a satisfação de
um dos direitos concorrentes: ou se pleiteia um dos pedidos possíveis (impróprio), ou
se traz uma das causas de pedir (próprio). Não se podem cumular pretensões
concorrentes, pois é impossível o acolhimento simultâneo de todas elas (art. 330, par.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
§ 1º, IV, CPC).

São exemplos de concurso de pretensões:

✓ Vício redibitório: quanti minoris ou ação redibitória —arts. 441-442, Código Civil/2002;
✓ Invalidade do contrato por simulação ou por fraude;
✓ Pedido de complementação de área na venda ad mensuram, ou, subsidiariamente, a
redução do preço ou extinção do contrato (art. 500, Código Civil/2002);
✓ Pedido de nulidade do contrato ou, subsidiariamente, redução do valor da dívida;
✓ Nulidade de casamento ou, sucessivamente, divorcio;
✓ Passageiro que sofre lesões no transporte ferroviário: tem direito à indenização por
força daculpa aquiliana do preposto ou da responsabilidade objetiva da empresa
ferroviária.

A cumulação eventual (pedidos subsidiários; art. 326 do CPC) é muito útil nas situações em
que exista concurso objetivo de ações. Exatamente por não se tratar, a cumulação eventual,
de uma cumulação própria de pedidos, pode o autor demandar as concorrentes pretensões ao
mesmo tempo, de modo que a segunda possa ser acolhida, acaso a primeira não o seja.

TGP PROCESSO – PROCEDIMENTO –


PRINCÍPIOS – RELAÇÃO JURÍDICA
PROCESSUAL – PRESSUPOSTOS – SUJEITOS –
LITISCONSÓRCIO – INTERVENÇÃO DE
TERCEIROS

Classificação

O processo admite três classificações, segundo


o CPC.São elas:
✓ Processo de conhecimento;
✓ Processo de execução;
✓ Tutela provisória cautelar antecedente.

O processo de conhecimento, de acordo com Cândido Rangel Dinamarco, corresponde a

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
“uma série de atos interligados e coordenados ao objetivo de produzir tutela jurisdicional
mediante o julgamento da pretensão exposta ao juiz”. Trata-se, então, de processo de
caráter declaratório, já que visa à comprovação de determinado fato ou situação jurídicos.
Objetiva a sentença de mérito.

Por conta do surgimento da necessidade de tutela efetiva antecipatória em prol de assegurar


a eficácia do processo de conhecimento, surgiu e foi sendo consolidado o instituto da tutela
provisória cautelar antecedente. Quer dizer que, mediante o preenchimento dos requisitos
de perigo da demora e probabilidade do direito, há a possibilidade de concessão de tutela
provisória cautelar, que visa à proteção do objeto do litígio para que seja possível e eficaz
o correto exercícioda fase de conhecimento.

Por fim, o processo de execução é a realização prática do direito no mundo dos fatos, sendo
utilizado para que seja dado um efeito concreto a determinado título executivo. Cabe, aqui,
mencionar a figura do processo sincrético, que se configura quando as fases de
conhecimento e execução acontecem dentro do mesmo vínculo jurídico-processual,
conferindo à sentença de pro- cedência do pedido caráter de auto exequível.

Dessa forma, a execução dos títulos executivos judiciais torna-se uma fase do processo de
conhecimento, objetivando, majoritariamente, a celeridade processual.

Quanto à sentença proferida, há duas correntes que versam sobre sua

classificação.São elas a corrente:

✓ Ternária (três espécies de sentença):


declaratória (declaração de existência ou inexistência de determinada relação
jurídica oude autenticidade ou falsidade de documento);

constitutiva (pretende a modificação de uma situação ou relação jurídica,


criando umanova) ex. anulação de casamento;

condenatória (visa à condenação do réu a prestação proveniente da violação


anterior dedireito).

✓ Quinaria (cinco espécies de sentença): as três acima e acrescenta

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
mandamental (dirige uma ordem ou comando ao réu que o obriga a cumprir a
sentença) é aquela que tem por objeto a emissão, pelo juiz, de uma ordem de
autoridade que, se não for especificamente cumprida pelo destinatário, implica na
sua responsabilidadepenal (ex.: sentença proferida em mandado de segurança);

executiva lato sensu (dispensa posterior propositura de ação de execução), é


aquela que independe de processo autônomo de execução para a obtenção da
pretendida alteração no mundo dos fatos (a sentença é exequível no mesmo
processo em que foi proferida).

A classificação quinaria perdeu muito de sua relevância em razão das últimas


reformas processuais, que estabeleceram a atividade executiva como fase do
processo, e não mais como processo autônomo.

Relação jurídica processual

É a relação estabelecida entre réu, autor e juiz quando é instaurado o processo, na


qual é discutida uma relação de direito material. Possui deter- minadas características,
como, por exemplo, a autonomia, referente à independência entre a relação processual e a
material. Isso porque, conforme visto acima, essa constitui a matéria em debate e está
naquela contida. Além

disso, observa-se a natureza pública da relação processual, posto que a função pública
jurisdicional seja exercida pelo Estado e as partes a essa se sujeitarão. Há, também, a
complexidade, que se refere aos efeitos que o andamento do processo gera para as partes
envolvidas, e a progressividade, responsável pela caracterização dinâmica do processo.
Apesar da sua autonomia, há a unidade processual: quer dizer que os atos praticados no
decorrer do processo visam a um objetivo comum, que é o provimento jurisdicional. Por fim,
ressalta-se o caráter tríplice, visto que a relação processual é composta por autor, réu e
Estado.

Quanto a essa última, cabe ressaltar que não é consenso doutrinário a configuração
triangular da relação processual. Há quem defenda a relação angular, considerando não
haver relação direta entre autor e réu e pressupondo intermediação necessária por parte do
ente estatal, assim como há quem defenda que a figura do Estado-juiz é dispensável na
relação processual. No entanto, figura, predominantemente, a relação triangular processual.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Pressupostos processuais

Os pressupostos processuais são requisitos essenciais para a configuração de uma relação


jurídica processual existente e válida. Trata-se do conjunto de elementos de existência,
requisitos de validade e condições de eficácia do procedimento. Isso porque a ausência
desses ocasiona a extinção do processo sem resolução do mérito, com previsão no art. 485,
IV, NCPC.

Os pressupostos diferenciam-se das condições da ação por serem essas referentes à


possibilidade de atingir os fins pretendidos pelo processo e aqueles, ao processo como um
todo.

Além disso, as condições da ação dizem respeito ao exercício do direito de ação,


enquanto os
pressupostos validam a relação processual.

A doutrina divide, atualmente, os pressupostos processuais em duas categorias:

pressupostos de existência e de validade (com a ressalva feita por Fredie Didier Jr. a
respeito da incorreção técnica do termo “pressuposto” de validade, apontando que o ideal
seria “requisito” no lugar desse — pressupostos devem preceder o ato e são indispensáveis
para a existência jurídica desse, enquanto requisitos integram a estrutura do ato e se
referem à validade).

✓ Os pressupostos de existência podem ser objetivos ou subjetivos, sendo que esses


abarcam o órgão investido de jurisdição e a capacidade de ser parte, ou seja, a
aptidão de figurar no polo ativo ou passivo de uma relação processual, e aquele
abrangendo a demanda, sendo essa o ato de pedir a tutela jurisdicional (não se
confunde com a petição inicial, posto ser essa a instrumentalização da demanda).
✓ Os requisitos de validade admitem a existência do processo, mas inviabilizam
sentença com julgamento de mérito. São eles a competência e imparcialidade do
magistrado, a capacidade processual e postulatória, definida como a aptidão para a
prática de atos processuais, e a demanda regularmente ajuizada (respeito ao
formalismo processual). Didier admite, ainda, a existência de requisitos de validade
extrínsecos, ou seja, o pressuposto é a não existência de: perempção,
litispendência, coisa julgada e convenção de arbitragem.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Curador Especial

O curador especial é o representante de um incapaz processual. É especial por ser


designado pelo juiz somente para aquele processo, ou seja, o instituto da curatela é
encerrado quando finda a relação processual. Possui natureza jurídica de representante
processual. A posição de parte narelação processual não será ocupada pelo curatelado,
mas sim pelo seu representante.

A curatela especial é promovida pelo defensor público, segundo o parágrafo único do art.
72, CPC.Anteriormente, tal previsão era encontrada na Lei Orgânica Nacional da Defensoria
Pública.

A curatela especial é um dever; caso o curador não pratique os atos de defesa do


curatelado, o juiz poderá destituí-lo e designar outro, posto ser essa função pública. O
curador especial poderá praticar todos os atos em defesa do curatelado, tais como
contestar, recorrer, opor embargos à execução, mas não pode reconvir, posto não ser essa
defesa, e sim um novo ataque. Há quatro hipóteses previstas no art. 72 do NCPC a respeito
da possibilidade da nomeação de um curador especial:

✓ Quando o incapaz não tiver representante legal;


✓ Quando o incapaz estiver em conflito com o seu representante legal;
✓ Ao réu revel citado por edital ou por hora certa;
✓ Ao réu preso revel.

TGP - SUJEITOS DO PROCESSO

O Código de Processo Civil, ao tratar da forma dos atos processuais, refere-se aos praticados
pelas.

✓ Partes, arts. 200 a 202 CPC;


✓ Juiz, arts. 203 a 205 CPC;
✓ Escrivão ou chefe de secretaria arts. 206 a 211 CPC.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Demais disso, o Código trata como sujeitos do processo.

✓ As partes;
✓ Os advogados;
✓ Os terceiros que intervêm no processo;
✓ O juiz e os auxiliares da justiça;
✓ O Ministério Público;
✓ A Advocacia;
✓ Defensoria Pública arts. 70 a 187 CPC.

O magistrado, como representante do Estado-Juiz no equacionamento da lide, é quem dirige


o processo. Espera-se, no exercício dessa condução, que ele venha a “assegurar às partes
igualdade de tratamento” art. 139 I CPC, devendo, para tanto, ser imparcial. Essa
imparcialidade traz, implicitamente, a ideia de que o magistrado possui atributos que lhe
permitam “cumprir e fazer cumprir, com independência, serenidade e exatidão, as
disposições legais e os atos de ofício” art. 35 I Lei Complementar 35/79. A quebra da
imparcialidade pode gerar suspeição ou impedimento do Juiz arts. 144 a 148 CPC, arguições
que, uma vez apresentadas, pretendem afastar o magistrado parcial da condução do
processo.

O Promotor de Justiça, como integrante do Ministério Público, sabe que deve estar atento “à
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis” art. 1ºda Lei Complementar 8625/93. Se o norte de sua atuação não é proteger
interesses particulares disponíveis, deve, mesmo quando autor de ação, ser imparcial na sua
conduta. Irá, em certas situações, requerer como parte, mas sem interesse próprio ou em
defesa de direitos de terceiros disponíveis. Também aí a imparcialidade, se quebrada,
ensejará a arguição de suspeição ou impedimento, na forma do art. 148 I CPC.

O Advogado representa a parte em juízo art. 103 CPC, devendo, para tanto, estar inscrito
regularmente na Ordem dos Advogados do Brasil. Por representar aquele que está em
conflito, o Advogado, no processo judicial, “contribui, na postulação de decisão favorável ao
seu constituinte, ao convencimento do julgador” art. 2º § 2º Lei 8906/94. Então, ele é parcial!
Essa parcialidade faz com que o Advogado leve suas argumentações fáticas e jurídicas ao
processo, sendo que encontrarão resistência em outras apresentadas pelo colega
adversário, tudo isso para que o Juiz,a partir do choque de proposições, possa fazer escolhas

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
e equacionar a lide. Não é por serem parciais que os Advogados estão isentos de formular
pretensões com fundamentação lógica e de cumprir as decisões e não embaraçá-las art. 77
e incisos CPC. Eles respondem pelos abusos, não perante os Juízes que conduzem os
processos em que atuam § 6º art. 77 CPC, mas sim no âmbito da OAB e/ou corregedorias,
estas últimas para infrações praticadas por Advogados Públicos.

As partes é que vão a juízo, representadas pelos Advogados, defender seus interesses. São,
obviamente, parciais. Mas se sujeitam aos deveres de lealdade e cooperação, sob pena, nos
casos de manifestação desses abusos, de responderem com multas e mesmo sanções
penais, ex vi dos arts. 77 e 80 NCPC.

Ao que se vê, os sujeitos de um processo judicial têm características próprias, estando cada
um deles atento às finalidades de sua atuação no litígio submetido ao Poder Judiciário.

Dessa forma, o Advogado será ético, mas parcial, assim levando ao processo versões fáticas
e proposições jurídicas que interessarem ao cliente; o Promotor de Justiça vigiará os
interesses que justificaram sua intervenção no processo, como é o caso de conflitos que
envolvam menores ou incapazes; o Juiz observará a imparcialidade, devendo analisar de
forma equidistante todas as versões para proferir a decisão; as partes – aquelas que
manifestam seus pleitos à Justiça – depositam todas as suas esperanças no processo, até
porque foram incapazes de resolver amigavelmente o conflito.

Porém, não é surpresa para ninguém a existência de Advogados que estimulam os conflitos.
Da mesma forma, há casos em que os Promotores de Justiça ignoram suas
responsabilidades e deixam de defender o interesse público, apegando-se a objetivos menos
nobres. Existem Juízes que, por simpatia com a parte ou com o Advogado, proferem decisões
ou conduzem o processo de maneira parcial. E há partes que, além de incapazes de resolver
extrajudicialmente a querela, vão ajuízo apenas por espírito de vingança ou provocação. Tais
situações são exceções, mas existem.

O Código de Processo Civil (lei 13.105/15), com o fito de contribuir para o aperfeiçoamento
ético dos sujeitos no processo judicial. A começar pela adoção expressa de princípios como
o da boa-fé processual, do que impõe isonomia entre as partes e o de cooperação entre os
sujeitos doprocesso, dentre outros tantos.

Perpassando os limites principiológicos, o novo Código tratou de exigir que o juiz se aproxime
das partes e dos advogados para que apure e esclareçam, sem armadilhas, quais fatos serão
trazidos ao campo probatório e, da mesma forma, quais fundamentos jurídicos serão
reputados como relevantes para a decisão. Tudo claro e sem surpresas, até mesmo porque

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
o Código exige que as decisões sejam efetivamente fundamentadas, sem a aplicação de
manifestações padronizadas e que sirvam para qualquer caso. Com efeito, ao tratar do
saneamento do processo, diz o novo Código, em seu artigo 357 § 3º, que, “se a causa
apresentar complexidade em matéria de fato oude direito, deverá o juiz designar audiência
para que o saneamento seja feito em cooperação comas partes, oportunidade em que o juiz,
se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações”.

As relações entre os sujeitos do processo – ou seja, seres humanos comunicativos – criam


amizades, simpatias e antipatias. Porém, o código traçou limites objetivos e subjetivos quando
encarou tais relações em face do processo judicial. Nessa linha de raciocínio, o juiz será
literalmente impedido de julgar o processo em que figure como parte o cliente do escritório
de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente de até terceiro grau, mesmo que
naquele caso específico esteja representado por outro advogado do escritório. Em tempos
de maior cobrança ética, é providencial a nova regra. Sim, estará impedido o juiz de funcionar
no processo, em que “figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge,
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro
grau, inclusive, mesmo quepatrocinado por advogado de outro escritório” Art. 144 inc.VIII
CPC.

Por sua vez, o Perito a ser nomeado – será observado o critério da equitatividade pelo Juiz –
não precisará ter em seu currículo uma filiação ilustre, devendo apenas estar legalmente
habilitado e constar no cadastro público arts. 156 e §s e 157 §2º CPC – conferir Resolução
CNJ 233/2016.

Já os Advogados terão que trabalhar não pela protelação do processo, mas pela conciliação
– agora, com o auxílio da chamada mediação. Ou seja, as alentadas preliminares trabalhadas
pelos Advogados não terão o condão mais de provocar o efeito de atrasar o processo ou
a solução dalide. O profissional da Advocacia deve preferir, até por visão prática, intensificar
sua atuação técnicacom foco nas alegações de mérito.

Com efeito, o legislador repugna o louvor às formalidades e às nulidades desnecessárias. Eis


o porquê da adoção do chamado “princípio da primazia do mérito”, segundo o qual se deve
aproveitarao máximo os atos já praticados. Aliás, isso faz todo sentido, pois a paz social não
se obtém apenas com a conciliação, mas com a definição do juízo sobre o mérito em
discussão.

A eternização dos conflitos judiciais – sobretudo com os desnecessários debates sobre


solenidades e formas – traz insegurança aos litigantes e àqueles que estão ao seu redor,
além de acarretar perda de credibilidade do Estado-Juiz.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
De outro lado, deve-se insistir com a assertiva de que o diálogo entre os sujeitos do processo
é ponto forte no novo Código.

A propósito, o Advogado terá que se comunicar mais com os clientes. Por exemplo, mesmo
as intimações para o cumprimento de obrigações pessoais de fazer ou não fazer – sob pena
de multa ocorrerão na pessoa do profissional da Advocacia. Com efeito, o art. 513 § 2º NCPC
trata, de forma genérica, acerca do cumprimento de sentença, tendo consignado que, a priori,
a comunicação ao devedor será por intimação, pelo Diário da Justiça, na pessoa do seu
advogado constituído nos autos (inc. I). A partir daí, se não cumprida à obrigação, já
incidirá a multa
eventualmente fixada pelo Juiz art. 537 § 4º CPC. Aquela disposição legal genérica (intimação
destinada ao Advogado) aplica-se ao cumprimento de obrigação de fazer e não fazer, eis
que nãofoi erigida qualquer exceção nos artigos específicos arts. 536 e 537 CPC. O resultado
prático disso, além de celeridade e efetividade processuais, é a superação da súmula 410
STJ e a exigência de efetiva e documentada comunicação entre Advogado e cliente.

Aliás, o advogado será responsável por comunicar às testemunhas de seu cliente sobre a
necessidade de comparecimento à audiência. Sim, a regra geral, doravante, é a de que
“cabeao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da
hora e do localda audiência designada, dispensando-se a intimação do juízo” art. 455 NCPC.

Tudo está a revelar que o legislador quer um processo mais dinâmico e que se mova pelo
paradigma da confiança, mesmo que haja um latente conflito entre os litigantes. Os sujeitos
do processo deverão mostrar-se confiáveis, a fim de que os atos processuais transmitam
segurança.

Não por outra razão, que o art. 6º do novo Código Processual, quase poeticamente,
estabeleceu que “todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha,
em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”. Mais adiante, de forma mais
pragmática, o legislador adverte que o Juiz, o Advogado Público, o Promotor de Justiça e o
Defensor Público responderão civilmente quando, no exercício de suas funções, agirem com
dolo ou fraude arts. 143, 181, 184 e 187 CPC.

Demais disso, o art. 235 estabelece a imposição de sanções administrativas ao juiz que
extrapolar os prazos, sendo que, se a inércia for mantida, os autos do processo serão
remetidos ao seu substituto legal para que, em última análise, os jurisdicionados não fiquem
com os prejuízos. Em outras palavras, o magistrado deve estar com o seu serviço em dia,
até para que não sobrecarregue, injustamente, o seu colega (“o substituto legal”).

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Enfim, os sujeitos do processo serão cobrados, para que suas atuações tenham em mira o
rápido atingimento do mérito pelo Judiciário.

TGP - LITISCONSÓRCIO

1. Definição

O litisconsórcio possui diversas classificações, a saber:

2.1) Ativo, passivo ou misto:

Refere-se ao polo da relação processual. Quando há mais de um autor, é ativo. Mais


de umréu é passivo. E é misto quando temos a pluralidade de autor e de réu.

2.2) Inicial ou ulterior:

O litisconsórcio será formado no início do processo ou do incidente. Excepcionalmente


forma- se após o início do procedimento, chamando-se ulterior. São os casos de
intervenção de terceiro, de sucessão processual e de conexão ou continência.

2.3) Simples ou unitário:

Litisconsórcio simples há autonomia entre as partes que estão no mesmo polo. Tal fato
se deve à existência de mais de uma relação jurídica material, possibilitando ao juiz que
as decidadiferentemente. É exemplo uma obrigação solidária divisível. Já o unitário,
como define o art. 116, CPC, é “quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de
decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes”. Há, pois, uma única
relação jurídica material indivisível sendo discutida.

2.4) Necessário ou facultativo:

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
A classificação em questão merece um pouco mais de atenção. O art. 114, CPC, traz o
seguinte:

“Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da
relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam
ser litisconsortes.”

A regra geral introduzida pelo art. 114 dispõe que o litisconsórcio será necessário em
dois casos.

O primeiro é quando a lei assim o dispuser.

Já o segundo refere-se à “natureza da relação jurídica controvertida”, em outras


palavras, quando for passivo e unitário. Isto se deve ao fato de que, quando há apenas
uma relação jurídica em litígio e esta relação produz efeitos a uma pluralidade de
litisconsortes, os princípios do contraditório e da ampla defesa imperam pela citação de
todos os réus no caso concreto, para que tenham a possibilidade de se manifestar.
Contrariamente, a definição de litisconsórcio facultativo recai nas situações em que é
facultado à parte litigar com litisconsorte ou não. Vide regra, o litisconsórcio ativo será
sempre facultativo, uma vez que o direito de litigar é prerrogativa constitucional, não
podendo ser indevidamente cerceado ou vinculado a um terceiro.

Nos casos em que houver litisconsórcio passivo necessário e o juiz perceber a falta de
citação pelo autor dos demais réus do processo (litisconsortes passivos necessários), o
magistrado deverá promover a intervenção iussu iudicis, isto é, de ofício determinará
que o autor convoque os possíveis litisconsortes passivos, sob pena de extinção do
processo (art. 115, parágrafo único, CPC). Quando o litisconsórcio for multitudinário, ou
seja, facultativo e com um número excessivo de partes envolvidas que acaba por
prejudicar a defesa, a rápida solução dolitígio ou o cumprimento da sentença, o § 1º do
art. 113, facultou ao juiz a possibilidade de limitar o número de litisconsortes.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
2. Litisconsórcio unitário e coisa julgada.

Relativamente ao litisconsórcio unitário no polo ativo, por definição facultativo, os demais


autores podem atuar como terceiros interventores (ex: denunciação à lide) ou optar por
não ingressar no processo, seguindo normalmente. Nesses casos, em que os
litisconsortes facultativos não agem, havia a discussão no CPC de 1973 se a eles
gerava-se coisa julgada. A regra anterior definia que a coisa julgada restringia-se às
partes que litigaram, mas parte da doutrina defendia que se formasse coisa julgada ultra
partes, a saber, para além das partes do processo, enquanto que outra parcela
doutrinária pretendia a formação de coisa julgada a terceiros secundum eventus litis, ou
seja, apenas se essa decisão beneficiasse os terceiros. Aparentemente o atual CPC
adotou esse último entendimento, como se extrai do artigo 506:

“Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando
terceiros.”

Na previsão anterior, manifestada no art. 472 do CPC/73, o legislador manifestava


expressamente que “a sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não
beneficiando, nem prejudicando terceiros”. O silêncio indica que os efeitos benéficos
passarão a atingir os terceiros, caso do litisconsorte ativo facultativo que não litigou.

TGP - INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

Ocorre o fenômeno processual chamado intervenção de terceiro quando alguém ingressa


como “coadjuvante” em relação processual já existente. À condição de terceiro se chega por
exclusão: terceiro em relação à determinada demanda é todo aquele que não for parte
daquela demanda.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Casos de intervenção de terceiros previstos no Código de Processo Civil:

(i) Oposição (arts. 682 a 686);


(ii) Nomeação à autoria (arts. 338 e 339);
(iii) Denunciação da lide (arts. 125 a 129);
(iv) Chamamento ao processo (arts. 130 a 132);
(v) Assistência (arts. 119 a 123).
(vi) Amicus Curiae (art. 138 do CPC).

A intervenção de terceiros pode ser divididas em dois grupos:

Voluntária e Provocada.

Voluntária:

Assistência, Recurso de terceiro prejudicado, Amicus Curiae e Oposição.

Provocada ou Obrigatória

Nomeação à autoria, chamamento ao processo, Amicus Curiae e denunciação da lide.

No processo penal, a única modalidade de intervenção de terceiros existente é a do


assistente, prevista nos art. 269 do CPP. Na ação penal pública, a vítima, seu representante
legal ou qualquer das pessoas mencionadas no art. 31 do CPP podem se habilitar como
assistente na ação penal pública.

Terceiro no processo é aquele que não é parte, ou seja, não é titular do direito discutido, mas
por alguma razão jurídica intervém na lide. Cumpre lembrar, que apenas o interesse jurídico
possibilita o ingresso de alguém em processo alheio, não bastando, portanto, o interesse
econômico ou moral; a lei disciplina o ingresso de terceiro a fim de que este tenha a
oportunidade de afastar eventual situação desfavorável oriunda de decisão entre duas partes,
que reflexamente lhe atingiria. Outro aspecto que merece ser mencionado é o fato de que o
ingresso do terceiro pressupõe sua relação jurídica com apenas umas das partes.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Desse modo, os terceiros que intervêm não são partes na relação processual originária. São
pessoas estranhas à relação processual de direito material deduzida em juízo e estranhas à
relaçãoprocessual já constituída. São sujeitos de outra relação de direito material que se liga
intimamente àquela já constituída, ou seja, são os que não são partes no processo pendente.

Por conseguinte, somente é possível a intervenção de terceiros até o saneamento do


feito, vistoque seja o momento máximo de estabilização processual. Todavia, pode dar-se
em segundo grau,a assistência, o recurso de terceiro e as intervenções especiais dos entes
públicos.

I. Oposição

Oposição é forma de intervenção de terceiro no processo, que, sem ser integrante da lide se
apresenta como o legítimo titular do direito discutido entre o autor e o réu. O seu objetivo,
portanto,é negar o pretenso direito de ambos. Tem legitimidade para este tipo de intervenção,
segundo o art.682 do CPC, o terceiro, denominado “opoente”, que pretender, no todo ou em
parte, a coisa ou o direito sobre o que controvertem as partes no processo principal,
denominados “opostos”, Por exemplo: numa ação de divisão o autor pede a citação dos
demais condôminos, os quais ingressamna ação e oferecem contestação. Um terceiro que
se tem como legítimo proprietário de parte do imóvel a ser divido, ingressa, também, no feito
como opoente, para ilidir a pretensão dos litigantes e ver, a final, reconhecida a sua
propriedade exclusiva e expurgada da divisão a parte que lhe pertence.

A oposição pode ser intentada até que seja proferida a sentença no feito principal. Distribuída
por dependência, a petição de oposição deve observar os mesmos requisitos da petição
inicial, sendo que os opostos serão citados na pessoa dos seus advogados. Autuada em
apenso aos autos principais, a oposição correrá simultaneamente com ação principal, sendo
ambas julgadas pela mesma sentença - art. 685, CPC -, embora deva o juiz primeiro conhecer
da oposição - art. 686, CPC.

Existem dois tipos de oposição: a interventiva que é exercida antes da audiência de instrução
e julgamento - art. 685, CPC; e a autônoma se ajuizada após o início da audiência de
instrução e julgamento, e antes da sentença – PU do art. 685, CPC.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
II. Denunciação a lide

Denunciação da lide é o ato pelo qual a parte, a fim de garantir seu direito de regresso, no
caso de que acabe vencida na ação, chama à lide terceiro garantidor, a fim de este integre o
processo. Desta forma, se por acaso o juiz vier a condenar ou julgar improcedente o pedido
do denunciante, deverá, na mesma sentença, declarar se o denunciado, por sua vez, deve
ou não indenizá-lo. Na verdade, com a denunciação se estabelecem duas lides num só
processo.

A denunciação da lide é obrigatória nos casos expressamente previstos no art. 125 do CPC:

(i) ao alienante, a fim de que possa exercer o direito que da evicção lhe resulta -
art. 456,CC/02;
(ii) ao proprietário ou ao possuidor indireto, em casos como o do usufrutuário,
do credorpignoratício;

(iii) ao obrigado, pela lei ou contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do


denunciante, e tanto pode ser de iniciativa do autor como do réu.

Se a denunciação for feita pelo autor (art. 127), deverá constar da petição inicial, procedendo-
se emseguida a citação do réu. Se competir ao réu a iniciativa, a denunciação deverá ser
feita no prazoda contestação, quando será pedida a citação do denunciando. Ao deferir o
pedido, o juiz suspenderá o processo, determinando ao denunciante que proceda com a
citação do denunciado no prazo de 10 (dez) dias, quando este residir na mesma comarca e
30 (trinta) dias, quando residir em outra comarca. Citado, o litisdenunciado pode aceitar a
denunciação, recusá-la, ou permanecer revel. Em qualquer caso, ficará vinculado ao
processo, de modo que a sentença que julgar procedente a ação declarará, conforme o caso,
a sua responsabilidade, em face do denunciante, valendo como título executivo judicial - art.
129, CPC.

III. Chamamento ao processo

O chamamento ao processo, de que trata o Código de Processo Civil, do artigo 130 ao 132,
é o ato pelo qual o réu chama outros coobrigados para integrar a lide. Assim como acontece
na denunciação da lide, o chamado fica vinculado ao feito, subordinando-o aos efeitos da

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
sentença. É admissível, segundo o art. 130 do CPC, em face: I – do devedor, na ação em
que o fiador for réu; II
– dos outros fiadores, quando para a ação for citado apenas um deles; III – de todos os
devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns deles parcial ou totalmente,
a divida comum.

Ao deferir o pedido, o juiz suspenderá o processo, determinando ao réu que proceda com a
citação do chamado no prazo de 30 (trinta) dias, quando este residir na mesma comarca, e
dois meses, quando residir em outra comarca – PU do art. 131, CPC. Citado, o chamado
pode negar aqualidade que lhe é imputada ou permanecer revel. Em qualquer caso, ficará,
como já disse, vinculado ao processo, de modo que a sentença que julgar procedente a ação
valerá como título executivo em favor do devedor que satisfizer a dívida - art. 132, CPC.

É possível ocorrer “chamados sucessivos”, ou seja, o chamado poderá, por sua vez, chamar
terceiro, e assim sucessivamente.

IV. Nomeação à autoria.

Permite ao réu declinar sua condição e indicar ao autor a pessoa verdadeiramente legitimada
a figurar no processo como demandado.

Nomeação à autoria é ato obrigatório atribuído ao réu, que visa corrigir o polo passivo da
ação. Com efeito, citado em ação em que é demandado por uma coisa, móvel ou imóvel, da
qual seja mero “detentor”, o réu deverá, no prazo para responder, indicar, nomear quem seja
o proprietário oupossuidor indireto. Neste sentido, a norma do art. 338 e 339 do CPC declara
que “aquele que alegar ilegitimidade passiva, deverá indicar o sujeito passivo da relação
jurídica discutida”.

Recebida a nomeação, o juiz suspenderá o curso da ação e ordenará a intimação do autor


para se pronunciar em quinze dias - art. 338, CPC. Intimado da nomeação, o autor poderá
aceitá-la ou recusá-la; afinal, ninguém pode ser obrigado a litigar em face de quem não queira.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
V. Assistência

A assistência é inerente o escopo de ajudar uma das partes, e daí dizer-se sempre uma
intervenção coadjuvante. É uma situação que tangencia a coisa julgada e seus limites
subjetivos, mas que com ela não se confunde.

Modalidade de intervenção de terceiros na qual o assistente ingressa, voluntariamente, na


relação jurídica processual como coadjuvante (ad coadjuvandum) em auxílio de uma das
partes, pois a sentença a ser proferida no processo pode interferir em sua esfera econômica.

Não é qualquer interesse que autoriza a assistência. Não basta mera relação de amizade, ou
a convicção pessoal do terceiro de que o direito à tutela cabe a uma e não a outra parte: exige
a lei o interesse qualificado como jurídico, que haja uma relação entre o terceiro e uma das
partes do processo que pode ser atingida pela sentença.

A assistência tem cabimento em qualquer tipo de procedimento e em qualquer grau de


jurisdição, sendo que o assistente recebe o processo no estado em que ele se encontra, não
se lhe deferindo rediscutir provas e matérias preclusas - CPC, art. 119, parágrafo único. O
interessado em intervir como assistente num feito pendente deverá fazer pedido escrito neste
sentido, oferecendo as razões e as provas que justificam seu interesse no feito, bem como a
quem deseja assistir. É licito aqualquer das partes impugnar o pedido no prazo de quinze
dias. Havendo impugnação, o juiz determinará, sem suspensão do processo, decidirá o
incidente - art. 120, CPC.

A assistência pode ser simples ou adesiva quando, pendendo um processo entre duas ou
mais pessoas, terceiro, que tenha interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma
das partes, intervém no processo para assisti-la - art. 119, CPC. Na qualidade de auxiliar, o
assistente exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que
o assistido - art. 121, CPC -,embora não possa praticar atos contrários à vontade do assistido,
que pode reconhecer a procedência do pedido, desistir da ação ou transigir com a parte
contraria - art. 122, CPC. O “interesse jurídico do assistente” se fundamenta na perspectiva
de sofrer efeitos reflexos da decisãodesfavorável ao assistido, por exemplo: sublocatário, em
ação de despejo movida em face do sublocador; funcionário público, em ação de indenização
proposta em face da administração públicapor dano causado por ele; de asseguradora, em
ação de indenização promovida contra o segurado etc.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Já a assistência litisconsorcial ocorre sempre que a sentença houver de influir na ralação
jurídica entre o assistente e o adversário do assistido. Em outras palavras, embora o
assistente não seja parte daquele processo, a sentença ali proferida irá afetar diretamente a
relação jurídica de direito material entre ele e o adversário do assistido. É uma espécie de
“litisconsórcio facultativo ulterior unitário”. Trata-se de intervenção espontânea pela qual o
terceiro transforma-se em litisconsorte do assistido, daí porque o tratamento é igual àquele
deferido ao assistido. Por exemplo: em ação reivindicatória movida por consorte, art. 1.314,
CC/02; adquirente de direito material litigioso quando não lhe for possível à sucessão
processual, art., § º, CPC; lide envolvendo obrigações solidárias, arts. 267 e 274, CC/2002,
razão pela qual neste tipo de intervenção o assistente atua como parte distinta, tendo o direito
de promover individualmente o andamento do feito, devendo, para tanto, ser intimado dos
respectivos atos.

Na sentença transitada em julgado, em princípio, fica impedido de, em ação futura, discutir o
fundamento da decisão, o assistente que não é atingido pelos efeitos da coisa julgada, que
na dicção do art. 123 do Código, consiste na justiça da decisão, não poderá ser discutida o
dispositivo da sentença nem pelo assistente simples como pelo assistente qualificado, pois a
justiça da decisãorefere-se aos fatos que se tiverem por comprovados.

Todavia, o assistente poderá discutir o fundamento da decisão se ficar caracterizada má


gestãopelo assistido de seus próprios interesses, seja porque deixou de produzir provas, seja
porque renunciou a direito, reconheceu a procedência do pedido do autor ou transigiu. As
hipóteses em queo assistente não pode ser prejudicado por tais atos são resumidas nos
seguintes termos - CPC, art. 123: I - pelo estado em que recebera o processo, ou pelas
declarações e atos do assistido, fora impedido de produzir provas suscetíveis de influir na
sentença; II - desconhecida a existência de alegações ou provas, de que o assistido, por dolo
ou culpa, não se valeu.

VI. AMICUS CURIAE

Amicus curiae é um auxiliar do juízo que pode atuar no processo, quer seja pessoa física ou
jurídica, desde que tenha representatividade e possa contribuir para a solução da causa.
Trata-se de uma intervenção provocada pelo magistrado ou requerida pelo próprio amicus
curiae, cujo objetivo é o de aprimorar ainda mais as decisões proferidas pelo Poder

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Judiciário. Entretanto, não
se pode equiparar a intervenção do amicus curae - que tem participação consubstanciada em
apoio técnico-jurídico -, com a intervenção de terceiro, que tem interesse na conclusão do
processo.

A primeira intervenção de amicus curiae no direito brasileiro deu-se por ocasião da Lei
Federal n. 6 385/76, que no art. 31 impôs a intervenção da Comissão de Valores Imobiliários
nos processos que discutam matéria objeto da competência desta autarquia. A Lei Federal
n. 8.888/94 (Lei Antitruste),o art. 89, também impõe a intimação do Conselho Administrativo
de Defesa Econômica, nosprocessos em que se discutam questões relacionadas ao direito
da concorrência. Com a edição das leis que regulamentam os processos de controle
concentrado de constitucionalidade, a intervenção do amicus curiae aprimorou-se: não mais
se identifica previamente quem deva ser o auxiliar e se permite a intervenção espontânea do
amicus curiae – até então a intervenção era sempre provocada. Admite-se também a
intervenção do amicus curiae no incidente de declaração de inconstitucionalidade em tribunal
- art. 482 do CPC.

O Min. Celso de Mello, revendo anterior posicionamento – na mesma ADIN 2.130-SC – amplia
consideravelmente os poderes processuais do amicus curiae, de mera apresentação de
petição escrita ou à prestação eventual de informações que lhe venham a ser solicitadas,
permitindo-lhe, o direito de proceder à sustentação oral das razões que justificam a sua
admissão formal na causa.

Destarte, o § 2º do art. 7º da Lei federal 9.868/99, fonte normativa para a intervenção do


“amigo”, não estabelece forma para a sua manifestação. Assim sendo, não havendo previsão
legal arespeito, o ato processual pode ser efetivado tanto pela forma oral como escrita, desde
que atinja a finalidade - que, no caso, é a de ajudar o tribunal no julgamento.

Se levarmos em consideração que a sustentação oral serve ao esclarecimento dos juízes, o


julgamento colegiado caracteriza-se pelos debates orais, e a participação do amicus curiae
no processo é um fator de aprimoramento da tutela jurisdicional, não justifica a proibição
desse auxilio se dê pela via da palavra falada.

O Supremo Tribunal Federal, inicialmente não admitia a sustentação oral do amicus curiae,
o que jáfoi revisto (ADI 2675/PE, rel. Min. Carlos Velloso e ADI 2777/SP, rel. Min. Cezar
Peluso, j. 26 e 27.11.2003).

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
TGP FATOS E ATOS PROCESSUAIS
Os atos ocorridos no decorrer do andamento do processo, os quais contribuem para a
resolução da relação jurídica processual, são os denominados atos processuais.

Atos jurídicos praticados no processo com a finalidade de contribuir para o exercício da


jurisdição. São interdependentes, ou seja, nenhum ato do processo é um ato isolado, pois
todo ato praticado influencia o ato subsequente e é influenciado por aqueles que o
antecederam.

Do mencionado, podem-se extrair as duas principais características desses atos: a


interdependência e a unidade de finalidade.

✓ Unidade de finalidade: Os atos praticados por todos os sujeitos do processo


contribuem paraum único fim, que é o exercício da jurisdição.
✓ Interdependência: Nenhum ato no processo é ato isolado, por isso deve ser
interpretadoatravés da análise dos demais atos.

Os atos processuais têm interferência na aplicação da lei processual no tempo. Servem como
divisória entre as normas antigas e as mais recentes.

A um ato processual já em andamento ou terminado no momento de criação de leis


processuais novas, aplica-se ainda as antigas. No entanto, aos atos ainda não iniciados,
aplicam-se os dispositivos novos. Assim, é possível a existência de um mesmo processo
ao qual se aplicam leis processuais diferentes.

Classificação dos atos processuais

Há diferentes tipos de atos processuais, que são moldados aos papeis das pessoas
envolvidas noprocesso: (i) as partes, (ii) o juiz e (iii) os auxiliares de justiça.

Atos dos juízes, cinco são os atos que podem ser chamados a realizar:

I. Atos decisórios: interlocutórios e finais à Artigo 203 do CPC.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
II. Atos de impulso à Artigo 2º do CPC.

III. Atos instrutórios à Artigo 370 do CPC.

IV. Atos de documentação

V. Atos de coerção

Atos dos juízes

✓ Atos Decisórios: Há duas espécies: decisões interlocutórias e sentenças. Decisão


interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente
(art. 203, § 2º CPC). Sentença, nos termos do art. 203, § 1º CPC,“é o pronunciamento
por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva
do procedimento comum, bem como extingue a execução”.

✓ Atos de Impulso (movimentação): Atos praticados pelo juiz conduzindo o processo em


direção ao seu fim, por força do princípio do impulso oficial (art. 2º do CPC/15). São
chamados de despachos de mero expediente (art. 203, § 3º CPC).

✓ Atos Instrutórios: O juiz é quem tem que examinar se determina- da prova precisa ou
não ser produzida, porque é a ele que a prova se destina. O juiz também pode
determinar de ofício aprodução de provas, de acordo com o art. 370, CPC.

✓ Atos de Documentação: Os atos praticados por todos os sujeitos devem ter seu
conteúdo registrado no processo. O juiz é o responsável pela documentação de
alguns desses atos. Ex: O juiz deve documentar a audiência, ditando seus termos
para o escrivão.

Atos das partes, quatro são os atos que podem ser chamados a realizar:

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
I. Atos postulatórios

II. Atos dispositivos

III. Atos instrutórios

IV. Atos reais

Os atos dispositivos são realizados pelas partes quando dispõem de algum direito processual
ou material. Podem se concretizar de três formas distintas: disposição

(i) contratual ou bilateral, (ii) por renúncia ou (iii) por aceitação. Na primeira mencionada,
ambas aspartes chegam a um acordo para disporem, cada uma, de algum direito.

É importante também ressaltar a diferença entre os atos instrutórios realizados pelas partes
dos realizados pelos magistrados. Os juízes realizam atos instrutórios quando deferem
provas das partes ou determina de ofício a produção de provas, enquanto que as partes os
realizam quando produzem alguma prova ou fazem o seu requerimento. Quanto a essa
diferenciação, vale apontar o art. 190 do Código de Processo Civil. Quanto a direitos que
admitam a resolução por autocomposição, é lícito que as partes convencionem a respeito de
alterações no procedimento que o ajustem às peculiaridades do caso concreto, além de
estipular ônus, poderes, faculdades, entre outros. Tais convenções podem vincular apenas
as partes ou também o juiz, sendo, no entanto, vedadas à prática por parte do autor e do réu.

Atos das Partes

✓ Atos postulatórios: São todas as petições e requerimentos que as partes dirigem ao


juiz parasubmeter à apreciação deste o exame de quaisquer questões.

✓ Atos dispositivos: Também têm caráter postulatório, mas se caracterizam por serem
atos emque as partes abrem mão de algum direito, de alguma faculdade.

✓ Atos instrutórios: Consistem na proposição e na produção de provas.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
✓ Atos reais: São ações ou atividades humanas que se destinam a produzir efeitos no
processo, como, por exemplo, a exibição de um documento pela parte, o
comparecimentoda parte em juízo para prestar depoimento pessoal, etc.

Atos dos auxiliares de justiça podem ser separados em quatro classes:

I. Atos de impulso à Artigo 203, § 4ºdo CPC.

II. Atos de documentação à Artigo 206 e ss do CPC.

III. Atos de execução à Artigo 839 do CPC.

IV. Atos de comunicação

Atos dos auxiliares de justiça

✓ Atos de Comunicação: Os auxiliares deverão promover a citação e a intimação das


partes.

✓ Atos de Execução: Atos praticados em cumprimento das ordens do juiz.

✓ Atos de Documentação: A maioria dos atos de documentação compete ao escrivão,


nos termos do art. 206 e ss do CPC. O escrivão é o guardião dos autos, além de ser
obrigado, por lei, a registrar em livros do cartório certos atos mais importantes do
processo. Responsável por lavrar termos, atas, assim como atos cujo teor é ditado
pelo juiz.

✓ Atos de comunicação processual: Temos a divisão em dois principais grupos: as


citações e as intimações/Notificações.

❖ Citação: A citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a


fim de se defender — vide artigo 238 do CPC. A citação ocorre, nos termos do
artigo 334 doCPC, logo após a verificação da procedência da petição inicial.
Não incidindo em qualquer dos casos de indeferimento da petição liminar ou
improcedência liminar do pedido, cita-se o réu para que ele com- pareça à
audiência de conciliação ou de mediação.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Na hipótese de ambas as partes não desejarem e se manifestarem contra a
audiência, o réu prossegue direto da citação ao seu período de resposta. O ato
de citação deve deixar claro que caso o réu não formule resposta, ocorrerá sua
revelia, presumindo-se verdadeiros todos os fatos alegados pelo autor.

Conforme exposto no artigo 240 do CPC, a citação válida, como consequência,


induzlitispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor. Além
disso, ela estabiliza a demanda — vide artigo 329, I do CPC/15 — e interrompe
a prescrição.

As citações podem ser reais ou fictas.

São reais quando o réu toma, de fato, ciência da demanda.As citações reais são compostas:

✓ por correio — artigo 247 do CPC;


✓ por mandado (ou pelo oficial de justiça), artigos 249 e 250 do CPC.

São fictas quando se presume que o réu tomou ciência.As citações fictas são compostas:

✓ por hora certa, artigo 252 do CPC;


✓ por edital — artigo 256 do CPC;
✓ por meio eletrônico — Lei 11.419/06.

Em regra, a citação é realizada pelos correios. As demais formas são empregadas somente
perante a impossibilidade dessa modalidade. Já a citação por mandado é empregada
justamente após uma tentativa frustrada de citação pelo correio ou nos casos dos incisos do
artigo 247 do CPC/15 (por exemplo, quando o citando for incapaz). Nesses casos, munido de
seu mandado, o oficial de justiça se dirige à residência do réu para intimá-lo. Em alguns
casos, esse auxiliar de justiça precisa de uma carta precatória (por exemplo, para citar réu
de outra comarca. Nessa situação, a carta precatória só não será imprescindível quando as
comarcas forem contíguas, de fácil comunicação, ou se situem na mesma região
metropolitana).

Entrando, agora, no rol das citações fictas, a por hora certa também é realizada pelo oficial
de justiça. Após duas tentativas malsucedidas de citar o réu em seu domicílio, havendo
suspeita de ocultação, pode comunicar qualquer parente ou vizinho que se encontre no
local de que voltaráuma última vez em hora certa no dia útil subsequente e que, caso o
citando não apareça, presumir- se-á a sua ciência.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Em se tratando da citação por edital, é aplicada sempre quando não se sabe a localização
do réu, ou seja, quando se encontrar em lugar incerto e não sabido; quando for inacessível;
ou quando sua identidade é incerta. Os requisitos para a citação por edital encontram-se no
artigo 257 do CPC/15. Segundo o artigo 239, a citação do réu é essencial para a validade do
processo. No entanto, o comparecimento espontâneo do réu, seja para se defender ou para
reclamar de alguma nulidade nacitação, produz o mesmo efeito desse ato de comunicação,
considerando-lhe ciente.

❖ Intimação: As intimações compreendem todos os outros atos de comunicação


processual que não constituem a citação inicial.
Assim como as citações, as intimações também podem ser pelo correio, pela
via eletrônica, por hora certa ou por edital. Além dessas, há a intimação pela
publicação em diário oficial, vide artigo 272 do CPC, modalidade criada
especialmente para os advogados, e a intimação pessoal. Esta é feita
geralmente com a participação do oficial de justiça, e é uma prerrogativa da
Fazenda Pública, do Ministério Público e daDefensoria Pública. A intimação
por hora certa e a por edital não estão previstas em lei, mas são admitidas
pela doutrina.

Lugar do ato processual

Em regra, os atos processuais são praticados na sede do juízo, mas podem realizar-se, em
razãode sua natureza ou disposição legal, em outro lugar. Essa regra está estipulada no
artigo 217 do CPC.

Tempo do ato processual

Em regra, conforme o artigo 212 do CPC, os atos processuais serão realizados nos dias
úteis, das6 horas da manhã até às 20 horas. É importante destacar, contudo, que o horário
forense de funcionamento se estende somente até às 18 horas. A organização do tempo
durante as férias é prevista nos artigos 214 e 215 do CPC/15. Já o plantão judiciário está
estipulado no artigo 93, X da CF.

Quando um ato qualquer tiver que ser realizado por meio de petição não eletrônica, deverá
respeitar o horário de funcionamento do fórum ou tribunal — vide artigo 212, § 3º do CPC/15.
No entanto, as petições eletrônicas estão dispostas na Lei 11.419/06.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Prazos dos atos processuais

Os prazos para a realização dos atos processuais costumam estar previstos em lei. No
entanto, caso não seja o caso, compete ao juiz decidir. Sua omissão implica na fixação de
um prazo de 5 dia. Por fim, ainda é possível que as partes se juntem para convencionar um
prazo.

A partir do mencionado, podemos dividir os prazos em três categorias:

✓ Prazos legais à Artigo 218, caput do CPC.


✓ Prazos por determinação judicial à Artigo 218, § 1º do CPC.
✓ Prazos convencionais são encontrados pela regra geral do art. 190 CPC.

Além das categorias indicadas, os prazos podem ser dilatórios (impróprios) ou peremptórios
(próprios ou fatais). Enquanto estes correspondem a prazos dentro dos quais os atos
processuais devem obrigatoriamente ser realizados, sob a pena de não poderem ser feitos
posteriormente —por exemplo, o prazo para recurso —, aqueles correspondem a um período
de tempo que serve somente como parâmetro para a realização dos atos processuais. Após
o fim dos prazos dilatórios, ainda assim é possível que os atos sejam feitos — o clássico
exemplo são os prazos pararealização dos atos judiciais.

Outros pontos e artigos importantes aos prazos dos atos processuais são os seguintes:

✓ Contagem do prazo à Artigo 224 do CPC.


✓ Suspensão do prazo à Artigos 220 e 221 do CPC.
✓ Interrupção do prazo em embargos de declaração à Artigo 1.026 do CPC.
✓ razos em litisconsórcio à Artigo 229 do CPC.
✓ Prazos para a Fazenda Pública e para o Ministério possuem prazo em dobro,
artigo 180 do CPC, bem como a União, os Estados, o Distrito Federal, os
Municípios e suasrespectivas autarquias e fundações de Direito Público, artigo
183 do CPC.
✓ Prazos para a Defensoria Pública à Artigo 186 do CPC.

✓ Prazos para os entes políticos, suas autarquias e fundações públicas à Artigo


183 do CPC/15. Ademais, prevê o novo Código de Processo Civil, em seu art.
218, que os atos serão realizados nos prazos previstos em lei.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Os prazos diferenciados para litisconsortes com advogados diferentes e para entes, órgãos
e Pessoas Jurídicas de direito público têm o condão de promover a paridade de armas. Os
beneficiados pelo prazo dilatado teriam mais dificuldade para se organizar de modo a realizar
o ato processual necessário, gozando, por conseguinte, de maior espaço de tempo

Prazo Processual: lapso de tempo destinado à prática de um ato processual. Ex: prazo para
o recurso ordinário é de oito dias, prazo para recurso de apelação é de quinze dias, prazo
para embargos de declaração é de cinco dias.

Classificação: Muitos autores classificam os prazos processuais conforme feito por Marcelo
Abelha Rodrigues. Ele classifica os prazos processuais da seguinte forma:

Quanto à origem da fixação (legais, judiciais e convencionais):

Prazo legal é aquele fixado pela lei.

O prazo judicial é aquele que nasce pelo juiz, é o juiz que fixa. Ex: prazo para a juntada de
substabelecimento: 48 horas.

O prazo convencional é aquele fixado e sugerido pelas as partes e homologado pelo juiz.
Artigo 313 do CPC.

O prazo pode ser judicial e legal ao mesmo tempo. Ex: Art. 970 do CPC: O relator ordenará
a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze) dias nem superior a
30 (trinta)dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual com ou sem contestação,
observar-se-á no que couber, o procedimento comum.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Quanto à natureza:

✓ Prazo dilatório: podem ser dilatados, estendidos, ampliados.


✓ Prazo peremptório: jamais pode ser dilatado, é um prazo fatal, todo prazo legal é
peremptório, mas tem todo prazo peremptório é legal.

Quanto aos destinatários:

✓ Próprios: são os prazos destinados às partes (reclamante e reclamado, autor e réu).

✓ Impróprios: são os prazos destinados aos outros que participam do processo, que não
seja oautor e réu. Exemplo: prazo destinado ao perito para apresentar prazo pericial,
prazo para o juiz oferecer a sentença.

Suspensão e Interrupção dos Prazos

Suspensão: é a paralisação da contagem dos prazos que será retomada a contagem do


momento que parou. O recesso do Judiciário SUSPENDE a contagem do prazo. Após o fim
do recesso, retoma-se o prazo, de onde parou.

Interrupção: o prazo inicia novamente. Interrompe-se o prazo, recomeça a contagem (zera a


contagem). A oposição de Embargos Declaratórios interrompe o prazo para interposição do
Recurso Ordinário. Publicou a sentença. Temos oito dias para recorrer (Recurso Ordinário).
Se no quinto dia opusemos Embargos Declaratórios, quando foi publicada a decisão dos
embargos, não vamos continuar contando, seis, sete e oito. Vamos reiniciar o prazo, do início:
um, dois, três etc.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Da Preclusão

Ato pelo qual a parte tem o direito de se manifestar precluso.

Preclusão lógica ocorre pela prática de ato, incompatível com aquele que se poderia
praticar. Ex. Levantamento de alvarás de condenações judiciais sem qualquer ressalva ou
impugnação quanto ao valor levantado, se presumindo que há preclusão quanto à discussão
dos valores depositados em juízo, sem a prática simultânea do ato impugnatório.

Preclusão consumativa, quando um ato é praticado, todavia não abarca a totalidade da


pretensão da parte, na definição clássica dos motivos da preclusão processual, não se pode
repetir atos processuais. Ex. Parte peticiona em provas, depois quer peticionar requerendo
mais provas.

Também, algumas possibilidades legais no novo código atenuam esta forma de preclusão,
como a possibilidade de emendar à petição inicial, que deve ser oportunizada pelo magistrado
em quinze dias (art. 321 do CPC), dando maior importância a princípios como do acesso à
justiça.

Preclusão a temporal, ocorre pelo transcurso do prazo sem a prática do ato, e está ligada a
necessidade do andamento do processo. Ex. prazo para opor embargos de declaração, cinco
dias, não o fez precluiu).

TGP NULIDADES

O Ato viciado é um ato imperfeito, praticado com defeito, porque em desrespeito a forma legal
prevista para a sua prática.

A parte que descumpre a forma legal na pratica do ato, tem a NULIDADE como sanção
processual.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Natureza Jurídica – a principal característica da nulidade é ser uma Sanção, que pode
extinguir o processo ou retardar seu andamento.

Se não houver prejuízo não haverá nulidade

Espécies:

Nulidade Absoluta(nulidade) & Nulidade relativa(anulabilidade)

Nulidade Absoluta Nulidade Relativa


Ato Nulo Ato Anulável
Vicio Insanável Vício sanável

Artigo 485, I CPC Artigo 321 CPC


De ofício ou pelas partes Deve ser requerida pela parte interessada, no
primeiro momento que falar nos autos.
A qualquer momento Na primeira vez que fala nos autos
Ex Tunc – retroage até o local do vício Ex Nunc – não retroage
Não é atingido pela Preclusão É atingido pela preclusão

Nulidades: Existem duas correntes que tentam explicar as exceções desse tipo de nulidade
são elas Majoritária e Minoritária

Majoritária

Após o julgamento da coisa julgada da fase de execução e a efetivação do direito material


cabe apenas ação rescisória no prazo de 2 anos depois da coisa julgada.

Minoritária

Teoria dos Atos inexistentes: Esta teoria baseia-se na ideia de que os atos praticados após o
vício são nulos portanto não há esses repercussões no mundo jurídico sendo este nulos o
simples atos posteriores a ele não existirão, uma vez que não há os atos, não ocorre-se o
fato.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
TGP ENTREGA DA PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL

A entrega da prestação jurisdicional consiste na prolação da decisão final, com o transito em


julgado, e a efetivação da coisa julgada.

Sentença:

Conceituada pelo legislador em 1973, como o ato que põe fim ao processo. A sentença é um
ato jurídico-processual, à vista do § 1º do art. 203 do CPC que pode extinguir o processo
sem resolvero mérito (art. 485) como podem extingui-lo com resolução de mérito (art. 487).

A sentença estrutura-se, a partir de três elementos essenciais:

✓ Relatório;
✓ Fundamentação; e
✓ Dispositivo.

Eles encontram previsão no art. 489 do CPC/15:

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:

I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do
pedido eda contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento
do processo;

II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;

III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe
submeterem.

Classificação clássica da sentença em dois tipos:

✓ Terminativas e
✓ Definitivas.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Sentenças terminativas: são os pronunciamentos do juiz que põem fim ao processo, porém
sem resolver o mérito.

Sentenças definitivas: são os pronunciamentos do juiz que decidem, total ou parcialmente,


o mérito da causa, assegurando à parte a tutela jurisdicional (objeto da demanda) pretendida
mediante o exercício do direito de ação.

Apesar disso, seja a sentença terminativa, seja a sentença definitiva, os seus elementos
componentes permanecem incólumes. Haverá sempre a necessidade de relatório,
fundamentaçãoe dispositivo.

Dispositivo é a conclusão a que chega o julgador após a exposição de ideias na


fundamentação, que embasa e informa as suas razões de decidir de tal ou qual maneira em
meio a tantas opções igualmente viáveis. Mas o dispositivo não é uma conclusão qualquer.
É uma conclusão de conteúdo
decisório, que contém um comando, uma ordem judicial que incidirá sobre o mundo dos fatos
(realidade fática), podendo transformá-lo ou não.

Sentença homogênea: quando somente contém capítulos que resolvem o mérito.

Sentença heterogênea: quando tem capítulos mistos, que analisa questões processuais e
resolvem o mérito.

Sendo assim, num mesmo dispositivo, pode haver capítulos puramente processuais como
pode haver capítulos de mérito. Se uma sentença contém apenas capítulos de um tipo, ela
será considerada uma sentença homogênea (p. ex.: sentença contém apenas capítulos que
resolvem o mérito, pois o réu não alegou em sua resposta nenhuma das preliminares
processuais constantesdo art. 337 do CPC). Já na hipótese de a sentença conter capítulos
mistos, que ora decidem questões puramente processuais, ora conferem resolução a

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
questões de mérito, ter-se-á uma sentença heterogênea.

Abaixo, exemplificações da sentença em capítulos:

Processos com cumulação de pedidos, o juiz deverá proferir um pronunciamento para cada
deles.

O dispositivo da sentença conterá a resolução de vários pedidos cumulados, a decisão sobre


cada um deles constituirá um capítulo.

Ex.: ação de indenização na qual o autor pede indenização por danos morais e materiais.
Nessa hipótese, o juiz decidirá de tal forma a que, na parte dispositiva da sentença, haja um
capítulo parao dano material e outro para o dano moral.

Ex.: ação de cobrança na qual o autor pede R$ 100.000,00 do réu, o juiz decidirá, no mérito,
se acolhe ou não a integralidade do pedido formulado na petição inicial. Caso o juiz se
convença de que a dívida do réu não é de R$ 100.000,00, mas tão só da metade, a sentença
conterá dispositivo com pelo menos dois capítulos: o primeiro deles julga procedente o
pedido quando ao pagamento do valor de R$ 50.000,00; o segundo julga improcedente o
pedido de pagamento na mesma extensão. Portanto, sempre que um pedido for julgado
parcialmente procedente, estar-se-á diante de, no mínimo, dois capítulos da sentença.

Recursos:

Recurso cabível da sentença, terminativa ou definitiva é APELAÇÃO, a qual é interposta no


juízo de1º Instância, sendo o juízo de admissibilidade a cargo da 2ª Instância, bem como a
atribuição dos efeitos.

✓ Recurso total é aquele que impugna todos os capítulos da sentença.


✓ Recurso parcial é aquele que impugna apenas alguns capítulos.

É assim igualmente que se desenvolve a estratégia processual da parte, que pode devolver

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
ao tribunal o conhecimento de toda a matéria impugnada ou limitar o efeito devolutivo do
recurso, conferindo à devolução um caráter mais restrito. Aplica-se aqui a tradição construída
desde os idos do Direito Romano, segundo a qual tantum devolutum quantum appellatum,
brocardo incorporado pelo caput do art. 1.013 do CPC:

Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.

§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e
discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo
impugnado.

§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles,
a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.

§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo
o méritoquando:

Note-se que a redação do §1º do art. 1.013 do CPC alude explicitamente aos capítulos
impugnados,o que é clara decorrência da teoria dos capítulos da sentença, utilizados na
sistemática recursal do código como parâmetro limitador da extensão do efeito devolutivo do
recurso de apelação.

O § 1º do art. 509 do CPC autoriza a execução da parte líquida da sentença


concomitantemente à liquidação, em autos apartados, da parte ilíquida. Essas “partes” a que
se reporta o texto legal devem, em verdade, ser lidas como as “partes dispositivas” do
provimento jurisdicional. Portanto, a norma do art. 509, § 1º, só é inteligível se se admitir que
o CPC trabalha em sua sistemática de liquidação a partir da teoria que permite capitular o
dispositivo de uma decisão judicial.

Dessa maneira, à luz de todos esses exemplos conjugados, seja na teoria da decisão judicial
– sobretudo no que concerne aos elementos da sentença -, seja na liquidação de sentença,
seja na extensão do efeito devolutivo dos recursos (tantum devolutum quantum appellatum),
conclui-se que a teoria dos capítulos da sentença encontra-se amplamente incorporada à
sistemática geral do Código de Processo Civil (Lei 13.105/15).

O recurso de apelação em regra, é recebido no duplo efeito, ou seja no efeito suspensivo e


devolutivo, artigo 1.012.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Transito em julgado, ocorre do decurso do prazo recursal, que ocorre através da:

Ausência de cabimento de

recurso.Não interposição

de recurso.

A parte dispositiva da sentença é que transita em julgado.

Coisa Julgada

A coisa julgada consiste nos efeitos que a sentença transitada em julgado atinge.

A origem da coisa julgada é atribuída ao direito romano, à chamada "res judicata". A


justificativa de tal instituto à época é muito semelhante à justificativa atual: pacificação social
e segurança jurídica.

A coisa julgada está relacionada com a sentença judicial, sendo a mesma irrecorrível, ou seja,
não admite mais a interposição de qualquer recurso, tornado esta, assim, imutável.

A coisa julgada é uma garantia constitucional e encontra amparo no artigo 5º inciso XXXVI
da Constituição da República Federativa do Brasil, conhecida também como Carta Magna, a
saber: “A Lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.” E
ainda nos artigos 502, e seguintes do Código de Processo Civil.

Características:

✓ Sentença transitada em julgado: irrecorrível, não admitindo recursos capazes de


altera-la.
✓ Imutabilidade da sentença: possibilidade do juízo competente, a pedido da parte

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
interessada, dar novo provimento judicial.

A Ação Rescisória, por exemplo, é um mecanismo que torna a discutir questões


anteriormente consideradas imutáveis, onde o trânsito em julgado não é um óbice, mas sim
pressuposto de cabimento.

Objetivo:

Trazer a segurança jurídica às decisões judiciais e evitar que os conflitos se perpetuem no


tempo.

Imprimir segurança aos julgados, evitando que litígios idênticos sejam novamente ajuizados,
o que geraria desordem e discussões infindáveis.

Tipos da Coisa Julgada

✓ Material
✓ Formal

Coisa Julgada Material – tem a sua definição estabelecida pelo artigo 502 do Código de
Processo Civil, o qual estabelece que: “Denomina-se coisa julgada material a autoridade, que
torna imutável eindiscutível a decisão de mérito, não mais sujeita a recurso.”.

A coisa julgada material é aquela que advém de uma sentença de mérito, como nas hipóteses
estabelecidas pelo diploma processual civil nos casos em que juiz decide com resolução do
mérito, quando acolhe ou rejeita o pedido do autor, o réu reconhece a procedência do pedido;
quando as partes transigirem, quando o juiz pronuncia a decadência ou a prescrição, e
quando o autorrenuncia ao direito sobre que se funda a ação.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
O principal efeito de uma decisão de mérito é a “impossibilidade” da reforma do provimento
judicial, seja no mesmo processo ou em outro. Verifica-se assim que não se pode submeter
à mesma demanda ao judiciário, diferentemente da coisa julgada formal.

Ex.: Ação de reparação de danos, ou outra de qualquer natureza, em face do réu, e o juiz
julga improcedente o pedido do autor, que não recorre, tal decisão é um exemplo de
ocorrência da coisa julgada material.

Coisa Julgada Formal - é a impossibilidade de modificação da sentença no mesmo


processo, como consequência da preclusão dos recursos.

Depois de formada a coisa julgada, o juiz não pode mais modificar sua decisão, ainda que se
convença de posição contrária a que tinha anteriormente adotado.

Só tem eficácia dentro do processo em que surgiu e, por isso, não impede que o tema volte
a ser agitado em nova relação processual. É o que se denomina Princípio da inalterabilidade
do julgamento.

Todas as sentenças fazem coisa julgada formal, mesmo que não tenham decidido à disputa
existente entre as partes.

Ex.: A coisa julgada formal é aquela que advém de uma sentença terminativa, como nas
hipóteses em que o processo será extinto pelo juiz, quando indeferir a petição inicial, quando
o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes, quando, por
não promover os atos ediligências que lhe competir, o autor abandonar a causa por mais de
30 (trinta) dias, quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de
desenvolvimento válido e regular do processo, quando o juiz acolher a alegação de
perempção, litispendência ou de coisa julgada, quando não concorrer qualquer das condições

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual,
pela convenção de arbitragem, quando o autor desistir da ação, quando a ação for
considerada intransmissível por disposição legal, quandoocorrer confusão entre autor e réu.

Definições:

Petição Inicial - é a peça processual que instaura o processo jurídico, levando ao Juiz-Estado
os fatos constitutivos do direito, também chamados de causa de pedir, os fundamentos
jurídicos e o pedido.

Perempção – é a perda do direito de ação. Ou seja, de demandar acerca do mesmo objeto


da ação,quando o autor abandona o processo por três vezes.

Litispendência - ocorre a litispendência quando duas causas são idênticas quanto às partes,
pedido e causa de pedir, ou seja, quando se ajuíza uma nova ação que repita outra que já
fora ajuizada, sendo idênticas as partes, o conteúdo e pedido formulado.

O principal efeito de uma decisão terminativa é a impossibilidade da reforma do provimento


judicial no mesmo processo, porém, é proibido ao autor propor demanda semelhante ao
judiciário.

Limites da Coisa Julgada

A coisa julgada pode ter limites objetivos e subjetivos.

Limites objetivos: restrita ao julgamento o pedido, a imutabilidade da coisa julgada pode ser
estendida, se uma das partes o requerer, por meio da chamada ação declaratória incidental,
a uma questão de direito material que constitua pressuposto necessário do julgamento do
pedido, aquestão prejudicial.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135
Limites subjetivos: relacionado às pessoas que, em razão da coisa julgada, não podem
mais discutir a certeza do direito apreciada na sentença. A regra geral, decorrente das
garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa, é a de que a coisa julgada
somente vincula as partes, porque ninguém pode perder um direito em decorrência de um
processo judicial em que nãoteve ampla oportunidade de se defender.

Coisa julgada em relação às partes e a terceiros

A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem
prejudicando terceiros.

Nas causas relativas ao estado de pessoa, se houverem sido citados no processo, em


litisconsórcionecessário, todos os interessados, a sentença produz coisa julgada em relação
a terceiros.

Eficácia de Preclusão na Coisa Julgada

O instituto da preclusão é, no direito processual, a perda do direito de agir nos autos em face
da perda da oportunidade, conferida por certo prazo.

É proibido à parte discutir, no curso do processo, as questões já decididas, a cujo respeito


se operou a preclusão.

A eficácia preclusiva da coisa julgada impede que certas questões não apreciadas pelo juiz
possam vir a ensejar em outro processo um novo julgamento do mesmo pedido, como por
exemplo,argumentos de defesa de que o réu não fez uso ou certos fatos secundários de que
o próprio autor não se utilizou.

Prof. Manon Weber Rodrigues


Teoria Geral do Processo
E-Mail: coord.manon.rodrigues@unincor.edu.br
Tel.: (35) 9. 8477-8135

Você também pode gostar