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Preparação P-Fólio Introdução ao Direito
Vivemos num estado de direito democrático, “baseada na soberania popular, no
pluralismo, de expressão e organização política democráticas, no respeito e na garantia
de efetivação dos direitos e liberdades fundamentais e na separação e interdependência
de poderes” (art.2.º da CRP).
Ora vejamos, dentro do estado de direito democrático, existe um estado de direito – de
direito porque subordinam o seu funcionamento à lei e o direito por si só – e existe uma
democracia – participação dos cidadãos na vida política –.
O estado de direito e a democracia estão ligados entre si, não existindo um sem o outro.
Viver em democracia é viver em regime ditado pelo povo numa sociedade com leis e
direitos iguais. Para que tais leis sejam cumpridas e tais direitos respeitados tem de existir
autoridade, no entanto, ter autoridade não é ser autoritário; autoridade baseia-se no
reconhecimento e no respeito, e não pelo uso da força ou de qualquer tipo de violência.
Democracia, poder e autoridade andam “de mão dada”, ou seja, as três acabam por se
interligar entre si; a democracia é um regime político, onde o poder político é exercido
pelo povo através de sufrágio universal, tendo como uma das principais funções a
proteção dos direitos humanos fundamentais; para essa proteção acontecer é necessário
haver autoridade.
Esta relação entre Democracia e Autoridade, nem sempre é fácil, mas a autoridade na
democracia é necessária, tem é de ser adequada e proporcional a cada situação.
A democracia é uma conquista diária, onde o poder e a autoridade, cada um à sua maneira;
assume um papel essencial e necessário.
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Sendo um produto cultural, ele nasce de e aplica-se a uma sociedade em concreto, com a
sua maneira de ser, de estar e de pensar, aplica-se a uma cidade com uma determinada
mentalidade, com um determinado nível de desenvolvimento econômico, social, cultural,
político.
Mas a sociedade não é estática, ela não permanece sempre igual ao longo dos tempos, ela
está em contante mudança, e em evolução. Nesse sentido, o direito pode ser considerado
como verdadeira prática social que se desenvolve no curso da história de um povo para
realizar valores que fundamentam e legitimam a ordem jurídica. O direito revela-se,
portanto, como um processo de solução de conflitos.
O direito configura-se, portanto como uma realidade que somente se compreende quando
referida a uma cultura e como um produto de determinada história. Conhecer a cultura de
um povo e o seu processo de evolução histórica é, portanto, indispensável á formação do
jurista. Dependendo sempre do espaço e tempo-
“O Direito é sempre o direito do momento e do lugar” – Professor Marcelo Rebelo de
Sousa –
A Realidade Espiritual é no fundo a realidade cultural, ambas têm o mesmo significado.
Depende muito da cultura e dos valores que estão em causa e de que se acredita… aqui
podemos confundir espiritualidade com religião.
Segundo Miguel Realle, o Direito compreende três óticas simultâneas e complementares:
a normativa, “o Direito como ordenamento e a sua respetiva ciência”, a fática, “o Direito
como fato ou em sua efetividade social e histórica”, e a axiológica, “o Direito como valor
da Justiça”. (p.357).
Miguel Realle, afirma ainda, que estas óticas fazem parte integrante do Direito e “não
existem separadamente” umas das outras, “mas coexistem numa unidade concreta”. (apud
Stacciorini, 2007, p.357).
Estamos desta forma perante a Teoria tridimensional do Direito, esta é fundamental ao
Direito. A presente “teoria vem superar o antigo dualismo abstrato entre ser e dever-ser,
as quais eram apenas deduzidas pela lógica, a priori, como puro fato e pura norma”.
(Realle apud Stracciorini, 2007, p. 359).
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O produto final da interdisciplinaridade, que inclui triangulação de perspetivas e métodos,
chamamos transdisciplinaridade; ou seja, a ação da transdisciplinaridade é a resultante da
capacidade que nós temos de ultrapassar as fronteiras das disciplinas pelo investimento
articulado e a contribuição das diferentes disciplinas em jogo, num processo de
investigação que inclui articulação de teorias e conceitos, métodos e técnicas e, não menos
importante, do diálogo entre as pessoas
A função da interdisciplinaridade nas Ciências Jurídicas é ligar várias áreas/disciplinas
do conhecimento na finalidade de construir e possibilitar um ensino de maior abrangência
para a aplicação prática e solução real dos problemas na sociedade.
A transdisciplinaridade exige que o investigador jurídico não se limite ao estudo aturado
de todas as obras jurídicas que existem sobre uma determinada matéria. Ter-se-á de ir
mais longe. Ter-se-á de procurar analisar todas as vertentes de uma determinada matéria.
Esse trabalho poderá implicar deslocação a laboratórios e orientação de cientistas de
outras disciplinas, mas só assim se poderá aprender um pouco mais sobre a nossa maneira
de estar no Mundo.
O Direito recontextualiza-se no novo espectro da ciência, enriquecendo-se
metodologicamente, sem se descaracterizar enquanto estrutura, enquanto disciplina,
estamos perante ao Pós -disciplinaridade.
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sociedade, e vai analisar o porquê de quando uma lei é criada, mas não é cumprida ou
aceita pela sociedade.
A Filosofia do Direito, ou Filosofia Jurídica, põe em causa esse ser e procura pensar o
dever ser do Direito, sendo particularmente tocada pelo problema da Justiça. Ou seja, vai
tentar encontrar respostas a indagações como: qual o sentido das transformações do
direito? O que o direito consiste? Entre outras. Essas indagações são algo fundamental
para que possamos entender e aprofundar sobre os fundamentos do direito e sua reflexão.
De uma forma simplista, a filosofia da Jurídica busca compreender o fundamento do
direito.
O Direito comparado olha a realidade normativo-Jurídica nas diferentes ordens jurídicas
espalhadas sobre o planisfério; ou seja, em por objeto o estudo comparativo de
ordenamentos jurídicos de diferentes Estados, com o propósito de revelar as novas
conquistas alcançadas em determinado ramo jurídico e que podem orientar legisladores.
O efeito prático do Direito Comparado é o aproveitamento, por um Estado, das
experiências jurídicas de outro.
A História do Direito preocupa-se com a evolução deste ao longo dos tempos.
A Etnologia Jurídica (ou Antropologia Jurídica) estuda o Direito como manifestação
cultural do homem, havendo porem, quem pense, tratar-se tão-só de uma variante da
Sociologia Jurídica.
A política Legislativa é uma disciplina dirigida ao aperfeiçoamento do Direito através de
reformas, no entanto o seu caracter científico pode questionar-se.
A estas disciplinas, ou ciências, jurídicas humanísticas também recebem o nome de
ciências jurídicas gerais.
O Direito também possui ciências, ou disciplinas, complementares, entre as quais, a
medicina legas, que auxilia o Direito Penal; a Psicologia Jurídica, que é a parte da
psicologia ao serviço judicial que se serve dos resultados dos estudos sobre processos
psicológicos, visando descobrir falsos testemunhos e os autores dos delitos; a
Criminologia, que estuda o criminoso e o crime e a forma como são estabelecidos.
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justo e nem tudo que é justo é direito. Por que isso acontece?
Isso acontece porque a ideia de Justiça engloba valores inerentes ao ser humano,
transcendentais, tais como a liberdade, igualdade, fraternidade, dignidade, equidade,
honestidade, moralidade, segurança, enfim, tudo aquilo que vem sendo chamado de
direito natural desde a antiguidade. O Direito, por seu turno, é uma invenção humana, um
fenómeno histórico e cultural concebido como técnica para a pacificação social e a
realização da justiça. Em suma, enquanto a Justiça é um sistema aberto de valores, em
constante mutação, o Direito é um conjunto de princípios e regras destinado a realizá-la.
E nem sempre o Direito alcança esse desiderato, quer por não ter acompanhado as
transformações sociais, quer pela incapacidade daqueles que o conceberam, e quer, ainda,
por falta de disposição política para implementá-lo, tornando-se por isso um direito
injusto.
Creio ser possível dizer que a Justiça está para o direito como o horizonte está para cada
um de nós. Quanto mais caminhamos em direção ao horizonte - dez passos, cem passos,
mil passos - mais ele se afasta de nós na mesma proporção. Nem por isso o horizonte
deixa de ser importante porque é ele que nos permite caminhar. Pois também o Direito,
na permanente busca da Justiça, está sempre caminhando, em constante evolução.
Para muitos Juristas a Justiça é o fim e o Princípio do Direito, mas não o único, pois a
Segurança, os Direitos do Homem e o Bem Comum também o são, pelo que não devem
desassociar-se uns dos outros.
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natureza axiológica que desenvolve a crítica às instituições jurídicas, sob a ótica dos
valores de justiça e segurança.
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Ao conceder ao mundo dos factos um sentido, o Jurídico é Valor, mede, valora, com um
diapasão axiológico.
O Direito deve ter em conta os valores da Liberdade, Igualdade, Paz, Segurança, Ordem,
Etc., subordinados ao valor fim, a Justiça. É com vista nesse fim que o Direito trata os
dados, os factos.
Depois da análise dos factos e da sua valorização, surgira, naturalmente a norma, que
normalmente é escrita nos nossos dias.
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Princípio da Imparcialidade – o direito em todas as suas fases, nomeadamente na sua
aplicação coerciva e ao dirimir conflitos não deve pautar-se por critérios de
desfavorecimento individual
Podemos concluir que os Princípios Gerais do Direito são ideias basilares e fundamentais
do Direito, que lhe dão apoio e coerência, que são respaldados pelo ideal de Justiça, de
liberdade, igualdade, democracia, dignidade, etc., seriam ideias fundamentais de caráter
geral dentro de cada área de atuação do Direito.
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Fontes do Direito em Sentido Sociológico (Material)
Todos os aspetos da vida social que estão na origem da criação da norma jurídica. São
fontes materiais todas as autoridades, pessoas, grupos e situações que influenciam a
criação do direito em determinada sociedade.
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elemento material que é a prática social reiterada e o elemento psicológico que é a
consciência de que aquela prática é imperativa e obrigatória.
Fonte Mediata do Direito, são as que não têm força vinculativa própria, mas influenciam
o processo de formação e revelação das normas jurídicas.
Lei em Sentido Formal é todo o ato normativo emanado de um órgão com competência
legislativa, quer contenha ou não uma verdadeira regra jurídica.
Lei em Sentido Material é todo o cato normativo, emanado de um órgão de Estado,
mesmo que não incumbido da função legislativa, desde que contenha uma verdadeira
regra jurídica.
Lei em Sentido Amplo abrange qualquer norma jurídica.
Lei em Sentido Restrito compreende apenas os diplomas emanados pela Assembleia da
República.
Lei em Sentido Latíssimo significa norma jurídica.
Lei em Sentido Intermédio, abrange as leis da AR e os decretos-lei do Governo.
Outras Fontes
Usos, correspondem a uma prática social sem caráter de obrigatoriedade. Comportam o
mesmo elemento material que o costume, mas dispensam o elemento psicológico. Estão
previstos no Art.º 3º do CC onde se indica que somente são fontes de Direito quando a
lei o indicar, o que significa que são fontes de Direito mediatas.
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competente para disciplinar juridicamente cada caso concreto. Soluciona conflitos de
leis. Ex. O senhor A, português, é casado com a senhora B, italiana, tiveram um filho
na Bélgica.
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G) Direito da Família
Regula as relações familiares cujas fontes são o casamento, a afinidade e o parentesco
I) Direito do Trabalho
Regula as relações bilaterais que surgem no âmbito do contrato individual do trabalho
J) Direito Comercial
Engloba o Direito Empresarial e o Direito Societário
K) Direito Constitucional
Ordena e consagra o estatuto jurídico do poder político cujo diploma essencial é a
CRP, padrão de referência para o restante Direito ordinário e todas as Leis
Constitucionais que resultam das diversas revisões constitucionais.
L) Direito Administrativo
• Regula a organização e a atividade administrativas e consagra as garantias dos
particulares. • Regula em grande medida a atividade da Administração Pública
portuguesa e reúne um conjunto amplo de normas jurídicas que regulam e disciplinam
toda a organização do Estado enquanto Administração Públicas e restantes entidades
públicas.
• Contém normas orgânicas, materiais e garantísticas.
• É ramificado:
➢ Direito Administrativo Militar
➢ Direito Administrativo Cultural
➢ Direito Administrativo Social
➢ Direito Administrativo Judiciário
M) Direito Financeiro
É dedicado às Finanças Públicas, com os sub-ramos dos Direitos Orçamental e Fiscal
que incidem sobre o Orçamento do estado e sobre os impostos, contribuições, taxas e
relações tributárias.
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Família Jurídica Ocidental
➢ Especificidade da assimilação de legados da Grécia e da Roma clássicas,
Cristianismo, Revoluções Liberais e dos prodígios da Ciência.
➢ Autonomia, liberdade e dignidade
➢ Laicismo
➢ Humanismo
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sociologia jurídica, que é a disciplina que aplica o método sociológico ao direito,
investigando o seu papel no contexto dos processos sociais, as condições do seu
surgimento e vigência dentro de um determinado grupo, a sua eficácia, o seu poder e
impotência. Tomando como referência a teoria tridimensional do direito, poderíamos
dizer que a sociologia estuda primordialmente o direito enquanto fato. Tal como acontece
com relação à história, as reflexões sociológicas normalmente conduzem a uma crítica
das instituições jurídicas atuais, o que ressalta a sua perspetiva eminentemente zetética.
Ao questionar-se sobre o efetivo modo de organização social, muitas vezes a sociologia
mostra quão longe está da prática o ideal de organização jurídica de uma sociedade.
Embora o Estado pretenda ter o monopólio da criação de normas jurídicas, há certos
espaços sociais em que ele não tem penetração e outros em que as suas regras são
aplicadas juntamente a normas definidas por outros atores sociais. Embora o direito
estatal pretenda que todas as suas normas sejam aplicadas, há uma série de regras que têm
muito pouca (ou nenhuma) eficácia. Embora o direito atual pretenda ser um instrumento
democrático, ele é muitas vezes utilizado como uma mera forma de opressão e
dominação. Embora as leis sejam normalmente criadas para atingir finalidades
socialmente valiosas, muitas vezes a sua aplicação gera resultados contrários aos
pretendidos pela sociedade. Todas essas contradições são evidenciadas e analisadas pelos
estudos sociológicos, o que caracteriza a sociologia como uma das disciplinas zetéticas
mais importantes para fundamentar os estudos críticos sobre o direito e a ciência do
direito atuais
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➢ Conhecer as principais classificações de normas jurídicas.
As Normas Jurídicas destinam-se a produzir os seus efeitos num determinado território e
que são reveladas de forma geral e abstrata, pelo que não se destinam a um indivíduo em
concreto, mas a todos os que se coloquem numa determinada situação ou pratiquem
determinado ato.
Imperatividade
Generalidade
Coercibilidade
Caracteristicas da
Violabilidade
Norma Juridica
Proibição do Abuso
do Direiro
Imposição do
Respeito pelos
direitos dos Outros
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✓ Abstração – característica das normas jurídicas de se aplicarem sempre a um
número abstrato de casos, ou de situações e não a casos ou situações concretas,
individualizadas.
✓ Coercibilidade – é a característica das normas jurídicas que indica que a ordem
jurídica pode recorrer à força para impor o cumprimento da norma (a
coercibilidade não é uma característica de cada norma jurídica per si, mas sim da
ordem jurídica).
✓ Violabilidade – sendo as normas jurídicas uma criação do homem, de em última
analise, e usando a sua liberdade, pode vir a viola-las, tendo, no entanto, de se
sujeitar a sofrer sanções, maneira como o direito reage contra quem viola as
normas.
Plano Interno (os júris praecepta)– O mais fundante (embora não podendo prescindir
do primeiro, o externo), na medida em que se trata do elemento efetivamente
caracterizador do Direito enquanto tal, a sua autêntica diferentia specifica.
✓ Proibição do abuso do direito – honeste vívere – não abusar dos seus poderes.
✓ Limitação do Uso do Direito – alterum non laedere – não prejudicar ninguém.
✓ Imposição do respeito pelos direitos dos outros – suum cuique tribuere – atribuir
a cada um o que é seu.
Locais São aquelas que se aplicam no território de uma autarquia local (posturas e regulamentos locais).
Interesse Regulam os altos interesses sociais, como é o caso da norma que impedem os pais de casarem com
NORMAS
Público as filhas, sob pena de nulidade, não podendo a sua aplicação ser afastada pelos particulares.
Interesse Regulam interesses dos particulares, podendo ser afastadas pelos interessados – por exemplo a lei
Privado diz onde se deve cumprir certo contrato, mas as partes podem fixar um lugar diferente do indicado
na lei para o efeito.
Especiais Aplicam-se apenas a alguns tipos de relações jurídicas de um determinado universo,
particularizando um determinado regime jurídico
Excecionais São normas que constituem uma oposição ao regime regra.
Imperativa São obrigatórias
s POSITIVAS OU PERCETIVAS – impõem uma conduta. NEGATIVAS OU PROIBITIVAS –
proíbem uma conduta.
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Facultativa As normas facultativas são aquelas que regulamentando embora certas situações, não se impõem
s obrigatoriamente, limitando-se a conceder certas faculdades ou contendo um comando que os
particulares podem livremente afastar.
Éticas Existem normas lato sensu que não são normas éticas, nem normas técnicas como é o caso das
Estatuição Normas lato sensu cujo conteúdo se esgota no plano jurídico – normas de estatuição jurídica -, e que
Jurídica reflexamente se vão traduzir em normas de estatuição ou conteúdo material.
Inovadoras Alteram o quadro jurídico existente.
Interpretat Destinam-se a interpretar um ato normativo anterior, fixando um sentido autêntico de uma norma
ivas jurídica.
Principais São as normas mães, e são a partir destes que logicamente se inferem novas regras.
Completas São aquelas que podem produzir efeitos jurídicos só por si e contêm em si uma valoração jurídica
imperativa ou permissiva.
Incompleta São aquelas que não produzem efeitos só por si, tendo que ligar-se a outras normas.
s
Diretas São as normas cujos destinatários têm intervenção na vida social, aplicando-se à resolução de
problemas da vida.
Indiretas Também designadas por normas instrumentais, são as normas que se destinam aos que têm como
função aplicar as normas jurídicas e resolver questões de direito, aplicando-se em concreto à
resolução de problemas jurídicos, com carácter específico.
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A hermenêutica jurídica é baseada na argumentação e pode ser considerada um sistema
humanístico de pesquisa.
O advogado, utilizando o círculo hermenêutico, compara elementos que estão contidos
no texto e elementos extratextuais para chegar a um entendimento completo da questão.
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• Interpretação jurisprudencial: é aquela que é resultado do conjunto de acórdãos,
súmulas, sentenças e enunciados pronunciados e que são baseados no argumento
legal ou litígio que se reflete na regra a ser compreendida.
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agudeza se apercebe o leigo, também imperativo e coerção. E sendo-o no bom sentido,
tem uma repercussão social e mesmo ética muito importantes. Há mesmo uma mensagem
moral nas imposições justas do Direito. E se não forem justas, a mensagem será imoral…
há que saber separar as aguas do direito, da Moral, da Religião, da política, etc. Há em
geral um pressuposto da justeza e etnicidade do Direito. Como ciência de rigor que é, o
Direito usa métodos que se aproximam tantas vezes da lógica, da própria matemática.
Como arte, vemo-lo ornado da retórica, do estilo literário, burilado, até belo, na doutrina
mais requintada, e, em especial, no discurso forense de maior brilho. Mas, antes disso,
que faz o jurista? Antes de compor belas frases ou de engrenar na mecânica do silogismos,
que pretende? Conhecer o Justo, e aplica-lo. Aplicá-lo através da interpretação – de leis,
sentenças, de costumes, etc. Ora o trabalho hermenêutico, essencial e próprio ao jurista,
aproxima a arte jurídica das disciplinas que fazem exegese, análise textual, hermenêutica,
no limite das filologias, das linguísticas e das semióticas, que procuram desvendar textos,
sinais. A hermenêutica jurídica, não é inócua, é interessada. E procura ler Justiça em cada
linha. Mesmo quando a norma não é clara ou não pareça tão justa assim.
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horizonte mais benévolo, solidário e fraterno – embora tal implique ainda muitas e
significativas mudanças.
Em geral, esquece -se que o jurídico é um campo onde muitas disciplinas e matérias se
entrelaçam entre si.
Muitos, começaram pelo Direito, sem chegarem a concluir os seus estudos, mas dele
colhendo boa parte da sua formação, tais como: Voltaire e Rousseau.
Outros, mesmo não tendo formação especificamente jurídica, sentiram se atraídos por
estes problemas, e vieram a produzir obras basilares para o pensamento jurídico, como
por exemplo os filósofos Platão e Aristóteles.
Nas belas artes, é inegável que algumas das maiores criações tem como motivo o Direito.
Também na escultura, música, teatro, cinema e poesia o direito esta presente nas mais
diversificadas formas.
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dois sentidos: uma é radical liberdade individual, que um ser livre pode ter mesmo no
mais negro de cárceres; outra liberdade social e política, geral, à qual o Direito não pode
deixar de estar ligado – não por exigência política, mas por decorrência do seu próprio
modo de ser. Dar cada um o que é seu, é também permitir o livre desenvolvimento de
cada personalidade, e bem assim da artística – a suprema individualidade, a subjetividade
feita universalidade. Direito é liberdade do Homem comum. A Arte a Liberdade do
Homem excecional.
O estudo do direito permite-nos um estudo sobre várias outras ciências como: filosofia
do direito, sociologia do direito e entre outras (Direito Comparado (ou Comparação do
Direito, ou Geografia Jurídica) e a História do Direito), e assim apresenta as ligações do
direito com outras formas de conhecimento. Essas outras formas de conhecimento são as
ciências afins ou disciplinas jurídicas. Para compreendermos o direito e as disciplinas
jurídicas, temos que estudar o homem e a sociedade de antigamente, para termos um
parâmetro de como surge à sociedade e com ela o direito. A Sociologia Jurídica ou
Sociologia do Direito, olha o Direito como um facto social, na sua realidade fenoménica,
no que ele é e faz realmente, ou seja, estuda o fenómeno direito. Esta estuda situações
particulares para chegar a uma lei generalizada, e analisa casos universais para solucionar
um caso particular. A sociologia tem por objeto a sociedade nas suas finalidades e
estruturas e não em elaborar normas para a sociedade, mas sim analisar como a vida social
vai reagir às regras e como as regras vão interferir na sociedade, e vai analisar o porquê
de quando uma lei é criada, mas não é cumprida ou aceita pela sociedade. A Filosofia do
Direito, ou Filosofia Jurídica, põe em causa esse ser e procura pensar o dever ser do
Direito, sendo particularmente tocada pelo problema da Justiça. Ou seja, vai tentar
encontrar respostas a indagações como: qual o sentido das transformações do direito? O
que o direito consiste? Entre outras. Essas indagações são algo fundamental para que
possamos entender e aprofundar sobre os fundamentos do direito e sua reflexão. De uma
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forma simplista, a filosofia da Jurídica busca compreender o fundamento do direito. O
Direito comparado olha a realidade normativo-Jurídica nas diferentes ordens jurídicas
espalhadas sobre o planisfério; ou seja, em por objeto o estudo comparativo de
ordenamentos jurídicos de diferentes Estados, com o propósito de revelar as novas
conquistas alcançadas em determinado ramo jurídico e que podem orientar legisladores.
O efeito prático do Direito Comparado é o aproveitamento, por um Estado, das
experiências jurídicas de outro. A História do Direito preocupa-se com a evolução deste
ao longo dos tempos. A Etnologia Jurídica (ou Antropologia Jurídica) estuda o Direito
como manifestação cultural do homem, havendo porem, quem pense, tratar-se tão-só de
uma variante da Sociologia Jurídica. A política Legislativa é uma disciplina dirigida ao
aperfeiçoamento do Direito através de reformas, no entanto o seu caracter científico pode
questionar-se. A estas disciplinas, ou ciências, jurídicas humanísticas também recebem o
nome de ciências jurídicas gerais.
3. Disciplinas complementares
O Direito também possui ciências, ou disciplinas, complementares, entre as quais, a
medicina legas, que auxilia o Direito Penal; a Psicologia Jurídica, que é a parte da
psicologia ao serviço judicial que se serve dos resultados dos estudos sobre processos
psicológicos, visando descobrir falsos testemunhos e os autores dos delitos; a
Criminologia, que estuda o criminoso e o crime e a forma como são estabelecidos.
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limite ao estudo aturado de todas as obras jurídicas que existem sobre uma determinada
matéria. Ter-se-á de ir mais longe. Ter-se-á de procurar analisar todas as vertentes de uma
determinada matéria. Esse trabalho poderá implicar deslocação a laboratórios e
orientação de cientistas de outras disciplinas, mas só assim se poderá aprender um pouco
mais sobre a nossa maneira de estar no Mundo. O Direito recontextualiza-se no novo
espectro da ciência, enriquecendo-se metodologicamente, sem se descaracterizar
enquanto estrutura, enquanto disciplina, estamos perante ao Pós -disciplinaridade.
➢ O Direito e as Normas
1. O Direito para alem da Norma
O Direito, não se trata de uma realidade exclusivamente composta por normas jurídicas,
porque nem todas as normas são jurídicas, mas também porque o Direito vive não apenas
de regulamentações, mas também de decisões, atos e teorias, de muito diverso tipo de
agentes, a que hoje se gosta chamar “operadores jurídicos”.
Os Atos Administrativos são Direito e, contudo, não são normas, tal como as sentenças
pronunciadas pelos Tribunais e a doutrina elaborada pelos jurisconsultos. A teoria
tridimensional do Direito igualmente nos fala de outras realidades além da norma: os
factos e os valores. Falamos já, também, na importância do texto como realidade de
suporte do Direito. Tudo isto nos dá a ideia de um Direito em ação, plural, partícipe de
múltiplas formas e usando diversas vias de manifestação e concretização.
Importa, assim, compreender que o Direito está para além da Norma. Mas perante tantas
ameaças à legalidade, tantas violações mesmo, que têm aparentemente crescido nos
nossos dias, cabe legitimamente sublinhar que ao mesmo tempo há que fazer uma defesa
da legalidade. Não de um legalismo estrito, estreito, tacanho. Mas tem de se compreender
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que o respeito pelas leis é ainda o grau zero do Estado de Direito. Se não se respeitam as
normas, se as próprias entidades públicas e jurídicas não derem esse exemplo, caímos na
barbárie.
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✓ Abstração – característica das normas jurídicas de se aplicarem sempre a um
número abstrato de casos, ou de situações e não a casos ou situações concretas,
individualizadas.
✓ Coercibilidade – é a característica das normas jurídicas que indica que a ordem
jurídica pode recorrer à força para impor o cumprimento da norma (a
coercibilidade não é uma característica de cada norma jurídica per si, mas sim da
ordem jurídica).
✓ Violabilidade – sendo as normas jurídicas uma criação do homem, de em última
analise, e usando a sua liberdade, pode vir a viola-las, tendo, no entanto, de se
sujeitar a sofrer sanções, maneira como o direito reage contra quem viola as
normas.
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seu texto. Depois, num trabalho ulterior de catalogação, de aproximação de normas por
semelhanças e diferenças, só depois é que vêm as classificações.
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➢ Classificações segundo as características
1. Sentido da enfatização teórica desta relação
Algumas classificações irão debruçar-se em particular sobre a generalidade e a abstração,
outras sobre a coercibilidade ou a violabilidade, outras sobre a imperatividade, etc. Com
estas ou aquelas roupagens designatórias, o que sempre acaba por se visar é o grau e o
tipo de fidelidade de cada norma aos paradigmas estabelecidos pelas suas características
definidoras. Tendo-se detetado esta preocupação, torna-se secundária a polémica sobre as
designações classificatórias, as quais passam a ser tidas como simples aproximações,
tentativas de captação dessas situações de diversificada adequação da norma aos seus
arquétipos definitórios.
2. Características de imperatividade
d) - critérios da força vinculativa (autónoma ou heterónoma) no conjunto da ordem
jurídica
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j) - critérios quanto à autonomia, completude ou transferência normativas.
➢ Categorias
1. Normas universais, gerais e locais
✓ Universais - São aquelas que se aplicam em todo o território nacional.
✓ Gerais - Aplicam-se a todo o género de relações jurídicas.
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✓ Locais - São aquelas que se aplicam no território de uma autarquia local (posturas
e regulamentos locais).
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✓ "Perfeitas" (perfectae) são as normas que, impondo a nulidade do ato violador,
contudo prescindem da imposição de uma pena. Aqui se encontra a maioria das
nulidades de Direito Civil.
✓ As normas "menos que perfeitas" (minus quam perfectae) são normas que, ao
contrário das últimas, se impõem uma pena, deixam ainda válido (não nulo ou
anulável) o ato violador.
✓ As normas "imperfeitas" (imperfectae), que alguns creem dever questionar se
serão verdadeiras normas jurídicas, estão desprovidas de todo o elemento
sancionatório, não estatuindo nem pena nem invalidade do ato. Mas podem
realmente ser consideradas jurídicas, porque o Direito não implica
necessariamente sanções. Pode ser apenas uma direção, um comando, ou até
mesmo uma recomendação ou indicação persuasiva pelo peso pedagógico da
ordem jurídica (o Direito tem essa função ainda, não pode é ser um anti-Direito).
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✓ Estatuição Material - Normas projetam o seu comando sobre a vida social: a sua
estatuição reporta-se a atos dessa vida, como por exemplo não matar, entregar o
achado.
✓ Estatuição Jurídica - Normas lato sensu cujo conteúdo se esgota no plano jurídico
– normas de estatuição jurídica -, e que reflexamente se vão traduzir em normas
de estatuição ou conteúdo material.
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2) não ter complicado, pela via da banalização, tornando o tema árido e apenas apto à
memorização;
3) ter sugerido a relacionação da matéria com diversas outras, do maior interesse;
4) dar uma panorâmica geral das questões e da sua razão de ser;
5) fornecer os instrumentos teóricos imprescindíveis a uma consciente e raciocinada
aplicação prática, que saiba as fraquezas e forças do seu instrumentarium conceitual.
Desvendar do Direito
Capítulo I
Escolhos Autognóticos da Juridicidade
Perante as múltiplas artimanhas que se tecem em torno do seu estatuto e praxis ético-
epistémica, a condição do Direito é complexa e vulnerável. A fachada de importante
ciência, consagrada de ética e armada de poder, tem obviamente pés de barro, e oculta
uma “retaguarda” ou um “miolo” de crise e crítica.
Bastaria recordar o que sucede no terreno jurídico com o que para algumas epistemai seria
o principium sapientiae: a própria questão de uma definição, descrição, conceito ou noção
de direito. Como é sabido, as mais canónicas das definições ou processos enunciativos
delimitadores similares estão em profunda crise, até pelo facto de que todos os traços
pretensamente caracterizadores do Direito comportarem significativas exceções – pelo
menos.
E a alternativa aproximação à essência da juridicidade por via da Justiça, considerando
que o Direito é o seu objeto e, como dizia uma glosa medieval, dela deriva como um filho
de sua mãe, insistindo no constans et perpetua voluntas suum cuique tribuere – que é uma
proposição cheia de potencialidades – não deixa de comportar também os seus escolhos,
sobretudo pela banda do titularismo jurídico, quando reduz o suum de cada um a uma
lista apenas um pouco mais vasta de fontes de direito que a lei.
Esta dificuldade de base em delimitar-se e compreender-se por parte do Direito em geral
ganha significado também numa outra questão autognótica qualificativa muito simples,
mas muito significativa: que tipo de episteme é o Direito? Os mais tradicionalistas,
conservadores, tanto os rigidamente agelastas quanto os menos reflexivos, inclinam-se
para que o Direito seja uma ciência. Mas há os que o consideram uma arte. Certamente
poderá haver elementos de uma e de outra, e também de técnica. Mas a questão é saber o
que o Direito será mais... para o que ele preferencialmente tenderá. Temos sérias dúvidas
que se possa considerar ciência um saber não só tão radicalmente atravessado pela
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ideologia, como sobretudo tão dependente do virtuosismo teórico-prático dos seus
intérpretes. A hermenêutica jurídica, hoje cada vez mais e justamente vista como
interpretação-criação-aplicação do Direito, parece-nos ter na interpretação musical o seu
modelo, e por vezes interpretação mais livre, como a de Jazz. Em vez de uma definição
rigorosa e rígida de Direito, teremos certamente duas tópicas jurídicas: uma tópica
ontológica para o sollen, e uma tópica sociológica para o sein, sendo que esta última será
certamente a mais usada. Em lugar de um Direito brilhando ao sol com a sua couraça
científica, um Direito mais noturno e lunar, com as vestes mais modestas da arte, e arte
muitas vezes de artífice, que tem de comportar o rasgo do virtuosismo, mas também o
ostinato rigore de que falava Leonardo Da Vinci. Digamos que múltiplas focalizações ou
perspetivações do Direito nos levam para um seu entendimento como pensamento débil
fazendo-se forte, uma razão institucional que no fundo em muitos casos é razão crítica, e
convoca mesmo, quiçá, até o ácido cínico.
Capítulo II
Interdisciplinaridade(s)
Desde logo, recordaremos, sem desenvolver, que interdisciplinaridade não é
multidisciplinaridade, nem transdisciplinaridades, que funcionam como pontes de certas
disciplinas para certas outras, sem que verdadeiramente nenhuma saia do seu casulo,
funcionando o “outro” epistemológico em grande medida como um pretexto de menor
rigor na própria casa do saber, ou, quiçá mais frequentemente ainda, como uma flor na
botoeira sem reais consequências. A instrumentalização ou manipulação da
interdisciplinaridade, funciona como álibi para alguns dos mais perversos processos de
amputação universitária: em nome dela se fundem cadeiras, se hibridizam centros de
pesquisa, se criam cursos de banda não se sabe mais se larga se afinal estreita. Mas se há
interdisciplinaridades falsas e superficiais e interdisciplinaridades perversas, de mero
pretexto institucional, umas e outras fenómenos recuperadores de um paradigma
revolucionário e essencial para os saberes, que não mais podem funcionar de costas
voltadas uns para os outros, como membra disjecta, também há interdisciplinaridades
fecundas, que potenciam as capacidades heurísticas e alargam os limites das epistemai:
que somam, que multiplicam, que problematizam, e assim fazem o mundo “pular e
avançar” como na Pedra Filosofal de Manuel Freire.
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Capítulo III
Interdisciplinaridade e Direito
1. Justaposição de saberes
O Direito é, em si mesmo, filosofia prática, e tradução universal. Não sendo em si muito
interdisciplinar, na sua versão positivista ainda muito difundida e dominante no ensino, o
que constitui um contrassenso clamoroso, é, contudo, suscetível de com alguma facilidade
poder convocar saberes-outros. Os que relevam do conhecimento da sociedade ou de
ciências imediatamente “auxiliares” ou, melhor dito, complementares, dos diversos ramos
jurídicos são os mais bem aceites, ainda que não tenham frequentemente expressão
significativa nos curricula escolares. Todas as disciplinas ganham com o estudo
sociológico, geral e particular, do setor ou setores da sociedade que com elas mais
convivem (ou vice-versa).
2. Hibridização de Saberes
O triunfo da interdisciplinaridade no Direito passa por outros caminhos ainda, sem
prejuízo deste, que vimos referir, dever ser cultivado e aprofundado. Não há, pois, guerra
entre dimensões interdisciplinares, mas complementaridade, e graus de aprofundamento.
Uma importante modalidade interdisciplinar, no Direito, é que decorre criação de
disciplinas jurídicas (na maior parte dos casos jurisfilósoficas, ou associadas
normalmente à Filosofia do Direito). Transportam consigo boa parte da racionalidade e
da ideologia dominante nas áreas do Direito pode ser acusada algum economicismo, tal
como os estudos de Direito & Literatura normalmente serão críticos, e não há como deixar
de encontrar feminismo na Jurisprudência (ou Filosofia do Direito) Feminista.
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Estamos perante a opção pela inserção do Direito na vastíssima República do Saber (não
apenas República das Letras).
A perspetivação interdisciplinar holística em Direito implica que ele considere todas as
fontes possíveis (e credíveis) para a sua própria construção problemática e crítica,
pluralista.
Parte III
Teorias sobre Mudança de Paradigma em Direito
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Capítulo II
Novos Paradigmas, Novos Nomes
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movimentos virão a ter um papel sobretudo alternativo, mas marginal e apenas
contestatário, com as influências marcadas por tal contexto, ou se um dia poderão, ainda
que metamorfoseadas, passar a falar pelo próprio Direito “oficial”. Tudo parece ainda em
aberto.
Alguns dos interlocutores são ativistas, estão nas ruas, nos presídios, na política. E,
portanto, o Direito oficial, canónico, tem pela vez primeira, a concorrência de vozes que
se querem fazer ouvir alternativamente…
Capítulo III
O Caso da Pós-Modernidade. Um Paradigma paradigmático
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Capítulo IV
Novo Paradigma, Novo Caminho para a Justiça
Dizíamos que a interdisciplinaridade Endógena seria essencial para a mudança de
Paradigma Jurídico. É que nesta mudança tem de estar muito bem pensada a mudança de
rumo no caminho da Justiça.
O que ocorre é que para se persistir nesse caminho para a Justiça não bastam boas
intenções, nem preconceitos ideológicos ultrapassados. É precisa a prudentia, virtude
tradicionalmente feita de muitas virtudes. E a qual, como se sabe, implica o conhecimento
dos pertinentes dados de facto para formar o juízo. Sem eles, a própria justiça não teria
como esclarecidamente decidir. Seria uma justiça certamente preconceituosa, certamente
tanto mais inflexível quanto mais cega às realidades, dessas pseudo-justiças que fariam
parecer o mundo…
Ora a Interdisciplinaridade Engódega parece ser a garantia de que esse conhecimento
estará presente na decisão do Direito.
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Capítulo V
Algumas teses para um novo paradigma
3. Paladinos da Justiça
O Direito pode ser um dos catalisadores dessa mudança, e os juristas cavaleiros andantes
para efetivação da Justiça.
Numa sociedade tão agónica e tão egoísta como a que esta a crescer à nossa volta (a
trituradora crise e as politicas dela fomentadoras geram a luta de todos contra todos, talvez
mais que a necessária e inteligente solidariedade), parece que de novo, como nos tempos
do Quixote, a esperança da Justiça pode residir em quem tenha circunstancialmente as
armas para a defender (como v.g., os Tribunais Constitucionais, e os Tribunais em geral,
que não dependem – pelo menos ainda- a do poder politico e do poder económico: se
virem a depender será a ditadura, o despotismo, sem separação dos poderes).
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surpreendentemente a ser postos de novo em risco, se revelam não como adquiridos, mas
como, de novo, altos ideais por que lutar. Valem a pena.
A liberdade ainda vai apesar de tudo sendo teoricamente aceite por muitos (embora, na
verdade, seja, no limite, apenas a Liberdade para alguns, mais afoitos, já dizem
abertamente não querer (mesmo que não saibam realmente o que ela é). Recusam-no
mesmo, cuidando assim em muitos casos afirmar a sua virilidade de pessoas
independentes e futuras ou atuais gentes “de sucesso” (ou seja: trucidadores impiedosos
de quem lhes passe pelo caminho até uma qualquer vã gloria).
Há várias Fraternidades, apesar de ser o valor menos falado e prezado, e aquele que mais
exige da cultura e da sensibilidade das Pessoas e dos Povos. A Fraternidade Humanista é
Fraternidade com Liberdade e com Igualdade.
6. Fazer Justiça
Um novo paradigma para a juridicidade tem que implicar que sempre se possa tomar
efetiva administração da Justiça não só em nome do Povo como no seu pleno interesse e
com a sua ativa e ponderada participação.
A primeira, é da luta contra a burocracia. Ela não é apenas um objetivo jurídico, mas para
toda a sociedade.
Uma outra dimensão a encarar é a dos estrangulamentos, disfunções, contradições no seio
do ordenamento jurídico. Há tanta normatividade, tanta legislação, que o honesto
funcionário público, mesmo ao mais alto nível, muitas vezes não sabe para que lado se
virar. Não se sabe, em grande medida, em que a lei se vive. É urgente uma simplificação
e codificações sintetizadoras dos vários ramos do Direito.
Mas não chega. Tal como com a instituição dos tribunos da plebe em Roma, tal como os
visitadores dos carceres na Espanha medieval, parece que são precisos ainda novos
magistrados com poderes excecionais. Que consigam cortar o nó górdio de situações de
círculo vicioso, de flagrante injustiça, etc. Há situações, pelo mundo fora, normalmente
em casos limite, em que não há como ser-se justo senão cometendo ilegalidades. Ora seria
preciso uma magistratura que pudesse apreciar estes casos limite. Não para criar situações
de exceção, não para introduzir privilégios, mas com o reconhecimento de que é preciso
reduzir a complexidade, e a complexidade hodierna criou puzzles jurídicos, becos sem
saída…
E para situações de defesa da Justiça, sobretudo para os pobres e sem proteção, seria
preciso que nos países que a não têm, como Portugal, fosse instituída uma Defensoria
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Pública (ou afim). Já Eça de Queiroz não entendia que não houvesse escritórios públicos
para a Justiça…
7. Fazer Direito
Um novo paradigma para a juridicidade tem que implicar que sempre se possa tomar
efetiva administração da Justiça não só em nome do Povo como no seu pleno interesse e
com a sua ativa e ponderada participação.
A primeira, é da luta contra a burocracia. Ela não é apenas um objetivo jurídico, mas para
toda a sociedade.
Uma outra dimensão a encarar é a dos estrangulamentos, disfunções, contradições no seio
do ordenamento jurídico. Há tanta normatividade, tanta legislação, que o honesto
funcionário público, mesmo ao mais alto nível, muitas vezes não sabe para que lado se
virar. Não se sabe, em grande medida, em que a lei se vive. É urgente uma simplificação
e codificações sintetizadoras dos vários ramos do Direito.
Mas não chega. Tal como com a instituição dos tribunos da plebe em Roma, tal como os
visitadores dos carceres na Espanha medieval, parece que são precisos ainda novos
magistrados com poderes excecionais. Que consigam cortar o nó górdio de situações de
círculo vicioso, de flagrante injustiça, etc. Há situações, pelo mundo fora, normalmente
em casos limite, em que não há como ser-se justo senão cometendo ilegalidades. Ora seria
preciso uma magistratura que pudesse apreciar estes casos limite. Não para criar situações
de exceção, não para introduzir privilégios, mas com o reconhecimento de que é preciso
reduzir a complexidade, e a complexidade hodierna criou puzzles jurídicos, becos sem
saída…
E para situações de defesa da Justiça, sobretudo para os pobres e sem proteção, seria
preciso que nos países que a não têm, como Portugal, fosse instituída uma Defensoria
Pública (ou afim). Já Eça de Queiroz não entendia que não houvesse escritórios públicos
para a Justiça…
8. Ensinar Direito
O Ensino do Direito, na vigência de um novo paradigma, não pode ser uma transladação
de artigos e arestos mortos ou moribundos, e o treino de técnicos especializados em
obedecer e fazer obedecer, mas uma sensibilização para pensar e repensar o Direito e ser
capaz de o adaptar às necessidades das Pessoas e aos desafios do Futuro.
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9. Entender a Justiça
A Justiça, no novo contexto (mais ideal que real ainda), e retirando todas as vendas, a
permanente sede de respeito pela Dignidade da Pessoa, pelos seus Direitos Humanos e
Fundamentais, naturais e inalienáveis.
É também justiça a reta atribuição do seu a seu dono, não numa perspetiva simplesmente
proprietarista e coisificadora, mas harmónica e progressiva.
É ainda Justiça a justa partilha por todos dos frutos da Civilização e o direito individual
de cada um a poder livremente desenvolver a sua Personalidade, o que implica sermos
todos credores, face à sociedade, desde logo de um mínimo de subsistência material,
cultural e espiritual. O direito à educação básica e à educação para os Direitos, desde logo
os constitucionais e humanos.
É imprescindível o respeito do Estado pelos descontos dos trabalhadores, que devem
assegurar pensões e auxílios na velhice, invalidez, no desemprego. Tudo direitos postos
em causa recentemente pela ganância e tentáculos.
E também todos somos devedores de justos tributos à sociedade, desde logo de trabalho
e participação cívica e política.
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valores dão origem a princípios, tao diversos, mas confluentes, como os da separação de
poderes, do pluralismo político, da unidade da Constituição e da sai interpretação
holísticas, da sua máxima efetividade, da proibição do retrocesso e da reserva do possível,
do nullum crimen sine legge, pacta sunt servanda, etc. todos estes princípios valem mais
que as leis e menos que os valores. Mas atualizam e consubstanciam valores.
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a ordem jurídica subordina os cidadãos que lhe devem obediência. Tal autoridade (poder
organizado e institucionalizado) manifesta-se no facto de os órgãos por ela instituídos
(por exemplo, tribunais, entidades administrativas, polícias) serem titulares de um poder
autoritário - o poder de impor, de mandar, de executar - exercido no contexto do Estado.
A obrigatoriedade não equivale a arbitrariedade. As normas são elaboradas por quem tem
legitimidade para tanto e de um modo, também ele, legitimado. Ou seja, as instituições
funcionam no respeito por regras que são legitimadas democraticamente. Considerem-se,
por exemplo, as normas elaboradas no âmbito do poder legislativo da Assembleia da
República (arts. 164.° e 165.° da CRP), seguindo o processo legislativo consagrado
constitucionalmente. Sendo tais normas obrigatórias para cidadãos e empresas, elas são
legitimadas democraticamente. A composição da Assembleia da República resulta de
uma eleição democrática e, por isso, as normas elaboradas por este órgão de soberania
(art. 110.° da CRP) são fundadas em legitimidade democrática. Frequentemente, no
âmbito do processo legislativo, há também consultas obrigatórias aos cidadãos afetados
pelas leis, através de organizações representativas (por exemplo, associações de
consumidores, ordens profissionais, associações sindicais).
Direito Constitucional
Ordena e consagra o estatuto jurídico do poder político cujo diploma essencial é a CRP,
padrão de referência para o restante Direito ordinário e todas as Leis Constitucionais que
resultam das diversas revisões constitucionais.
Direito Administrativo
• Regula a organização e a atividade administrativas e consagra as garantias dos
particulares. • Regula em grande medida a atividade da Administração Pública
portuguesa e reúne um conjunto amplo de normas jurídicas que regulam e disciplinam
toda a organização do Estado enquanto Administração Públicas e restantes entidades
públicas.
• Contém normas orgânicas, materiais e garantísticas.
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• É ramificado:
➢ Direito Administrativo Militar
➢ Direito Administrativo Cultural
➢ Direito Administrativo Social
➢ Direito Administrativo Judiciário
Direito Financeiro
É dedicado às Finanças Públicas, com os sub-ramos dos Direitos Orçamental e Fiscal que
incidem sobre o Orçamento do estado e sobre os impostos, contribuições, taxas e relações
tributárias.
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• Critério da qualidade do sujeito – tutelam relações jurídicas em que intervém o Estado
ou qualquer outro ente público ou apenas relações jurídicas particulares.
• Critério da Posição dos Sujeitos – critério mais fiável para distinguir os dois ramos do
Direito. O Estado é dotado de ius imperii, ou de um poder de superioridade e a paridade
não existe. No Direito Privado, nenhuma relação jurídica é dotada de supremacia. Os
poderes do sujeito público são, em regra, mais fortes do que os do ente privado.
Locais São aquelas que se aplicam no território de uma autarquia local (posturas e regulamentos locais).
Interesse Regulam os altos interesses sociais, como é o caso da norma que impedem os pais de casarem com
Público as filhas, sob pena de nulidade, não podendo a sua aplicação ser afastada pelos particulares.
Interesse Regulam interesses dos particulares, podendo ser afastadas pelos interessados – por exemplo a lei
Privado diz onde se deve cumprir certo contrato, mas as partes podem fixar um lugar diferente do indicado
na lei para o efeito.
Especiais Aplicam-se apenas a alguns tipos de relações jurídicas de um determinado universo,
particularizando um determinado regime jurídico
Excecionais São normas que constituem uma oposição ao regime regra.
NORMAS
Estatuição Normas lato sensu cujo conteúdo se esgota no plano jurídico – normas de estatuição jurídica -, e que
Jurídica reflexamente se vão traduzir em normas de estatuição ou conteúdo material.
Inovadoras Alteram o quadro jurídico existente.
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Interpretat Destinam-se a interpretar um ato normativo anterior, fixando um sentido autêntico de uma norma
ivas jurídica.
Principais São as normas mães, e são a partir destes que logicamente se inferem novas regras.
Completas São aquelas que podem produzir efeitos jurídicos só por si e contêm em si uma valoração jurídica
imperativa ou permissiva.
Incompleta São aquelas que não produzem efeitos só por si, tendo que ligar-se a outras normas.
s
Diretas São as normas cujos destinatários têm intervenção na vida social, aplicando-se à resolução de
problemas da vida.
Indiretas Também designadas por normas instrumentais, são as normas que se destinam aos que têm como
função aplicar as normas jurídicas e resolver questões de direito, aplicando-se em concreto à
resolução de problemas jurídicos, com carácter específico.
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Lei em Sentido Formal é todo o ato normativo emanado de um órgão com competência
legislativa, quer contenha ou não uma verdadeira regra jurídica.
Lei em Sentido Material é todo o cato normativo, emanado de um órgão de Estado,
mesmo que não incumbido da função legislativa, desde que contenha uma verdadeira
regra jurídica.
Lei em Sentido Amplo abrange qualquer norma jurídica.
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Lei em Sentido Restrito compreende apenas os diplomas emanados pela Assembleia da
República.
Lei em Sentido Latíssimo significa norma jurídica.
Lei em Sentido Intermédio, abrange as leis da AR e os decretos-lei do Governo.
Outras Fontes
Usos, correspondem a uma prática social sem caráter de obrigatoriedade. Comportam o
mesmo elemento material que o costume, mas dispensam o elemento psicológico. Estão
previstos no Art.º 3º do CC onde se indica que somente são fontes de Direito quando a
lei o indicar, o que significa que são fontes de Direito mediatas.
7) O que é o Direito?
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O homem é um ser social gregário pelo que é indispensável a existência de um conjunto
de regras que regule ou paute as condutas sociais. Existe assim, uma ordem jurídica que
reúne, organizadamente, um conjunto de normas que regulam a sociedade humana, que é
dotada da característica da coercibilidade.
O Direito é uma ordem social normativa, porque comporta um conjunto de normas que
incidem sobre relações sociais, ou seja, consubstancia-se num conjunto de regras cuja
incidência é o comportamento humano e a vida sociável em sociedade. Sua principal
finalidade é alcançar a justiça. A par do Direito, existem outras ordens normativas como:
a Moral, a Religião, a Natureza. Todas as ordens normativas são imperativas, no entanto,
o que distingue o Direito é o fato de ser a única com caráter de coercibilidade.
O modo normal de revelação do Direito é através da lei – a regra jurídica escrita (começou
por ser através do costume, mas com a complexificação das sociedades, tornou-se
necessário ficar por escrito).
As vantagens do Direito escrito, em relação ao consuetudinário fizeram que este o
substituísse quase inteiramente, por isso é a lei como fonte geradora do Direito que, em
geral, regula toda a organização jurídica das coletividades modernas.
Aos modos de formação e revelação de Direito costumamos chamar fontes de Direito. A
lei obedece a determinadas formas estabelecidas e emana dos órgãos estaduais
competentes.
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empresas, onde subordina os cidadãos que lhe devem obediência, manifestado pelos
órgãos por ela instituídos.
9) O “Costume Jurídico” é uma Fonte do Direito Português? Explique.
Apesar de não constar nas listas de fonte de direito no CC e proibir o costume contrário
a lei, quando determina que a lei só deixa de vigorar por caducidade ou revogação,
existem outras normas da ordem jurídica portuguesa que reconhecem o costume como
fonte de direito. O costume “consiste na observância constante e uniforme de
determinadas regras de conduta por membros de uma determinada comunidade social
com a convicção de obrigatoriedade”, e é uma fonte de direito quando desse costume se
torne passível a extração de uma norma que seja considerada válida pelo ordenamento
jurídico.
Ainda que se levantem dúvidas em relação ao tempo que vivemos, tendo em conta a
rápida sucessão de acontecimentos, o costume deve ser considerado fonte de direito.
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b) resolver conflitos entre normas. Quando estas se encontram em pé de igualdade podem
mutuamente interpretar-se, revogar-se, não se devendo entre si qualquer precedência.
Existindo fontes de direito diferentes na posição hierárquica, apenas a fonte superior pode
interpretar, substituir ou revogar a inferior. Quando há contradição entre as fontes, são as
normas da fonte de posição superior hierarquicamente que prevalecem.
Podemos e devemos dividir a ordem jurídica portuguesa em fontes de direito interno e
fontes de direito internacional. Em relação às fontes de direito interno dividem-se
hierarquicamente em quatro níveis. A Constituição da República Portuguesa ocupa o topo
da hierarquia, seguindo-se as leis e decretos-leis, os decretos legislativos regionais
ocupam o terceiro patamar, relegando para o último os regulamentos.
Como já vimos, também as fontes de direito internacional são partes integrantes das
normas jurídicas portuguesas. Resta-nos agora tentar perceber qual a sua posição
hierárquica.
Existe quem defenda que as fontes de direito internacional estão no topo da hierarquia,
mas também há quem sustente que estas são superiores às leis, mas inferiores à nossa
Constituição.
Esta questão é bastante complexa e é resolvida de maneira diferente pelas diferentes
jurisdições constitucionais. Assim, existem tribunais constitucionais que dão primazia ao
direito constitucional europeu sobre o direito constitucional português, e há tribunais
constitucionais que ao contrário dos anteriores, colocam o direito constitucional
português no topo da hierarquia.
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elas estabelecidas com outros sujeitos de direito no exercício da atividade de gestão
pública.
3) Direito Penal que é o sistema de normas jurídicas que definem crimes e estabelece as
correspondentes penas e medidas de segurança. O direito penal lida com comportamentos
particularmente graves (por exemplo, homicídio, furto, burla, insolvência fraudulenta) e
envolve a aplicação de penas limitadoras dos direitos dos cidadãos (prisão, pena de multa
etc.).
4) O Direito Fiscal que é o ramo de direito público constituído pelo sistema de normas
jurídicas que definem os impostos e o respetivo montante a pagar pelos cidadãos e pelas
empresas ao Estado e aos entes públicos menores, e que asseguram a proteção dos direitos
dos contribuintes perante a administração tributária, e desta perante eles.
5) O Direito Processual que é constituído pelo sistema de normas jurídicas que regulam
os procedimentos jurídicos a seguir em tribunal, nos processos que visam obter do poder
judicial a administração da justiça.
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