Você está na página 1de 40

DISCIPLINA: TEORIA GERAL DO

DIREITO
TURMA: 1º SEMESTRE – NOTURNO DIREITO
PROFESSORA: Sheila Martins
Contato: sheila.martins@adventista.edu.br
• Orientação quanto crime de plágio – Lei 9.610, de 1998 e art.
184 do Código Penal
 “Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são
conexos: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou
multa. § 1o Se a violação consistir em reprodução total ou
parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer
meio ou processo, de obra intelectual, interpretação,
execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor,
do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o
caso, ou de quem os represente.” [...]
- Em resumo plágio é dizer, academicamente, o que outra
pessoa já disse sem fazer a devida referência.
- Manual de trabalho acadêmico.
 * Apresentação dos alunos.
Objeto e finalidade da Teoria Geral do
Direito (Introdução ao Estudo do Direito).
“Podemos afirmar que o estudo do Direito é fundamental
para que possamos compreender a sociedade em que
vivemos e contribuir para o seu desenvolvimento sadio e
organizado. Entender o Direito como parte da nossa vida
— tendo em vista que está presente em todos os atos
que praticamos diariamente — é o primeiro passo para
uma conduta que nos protege e torna dignos da vida em
sociedade” (trilha 01 – Introdução ao estudo do direito, p.
05) .
O QUE É DIREITO?
“O Direito é o conjunto de normas
jurídicas que regulam a vida das
pessoas. Ele é uno, indivisível e engloba
todas as normas. Mas ele é didático e
cientificamente dividido em partes:
os ramos do Direito” 1. Conceituação livre.

 1https://salariadvogados.com.br/tudo-sobre-direito-tributario/#:~:text=O%20Direito%20Tribut%C3%A1rio%2C%20portanto%2C%20ter%C3%A1,vida%20das%20pessoas%20e%20seus
DIVISÕES DO DIREITO (RAMOS)
 DIREITO PÚBLICO (diz respeito
às situações da vida nas
DIREITO PRIVADO (diz
quais o Estado Participa) respeito às situações da vida
que envolvam as vontades dos
DIREITO CONSTITUCIONAL particulares)
DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO CIVIL
DIREITO PROCESSUAL
DIREITO COMERCIAL
DIREITO FINANCEIRO
DIREITO DO TRABALHO
- DIREITO TRIBUTÁRIO (como
será cobrada o tributo do DIREITO AGRÁRIO
cidadão. O cidadão é o DIREITO DO
contribuinte e o Estado o fisco).
- DIREITO
COSUMIDOR
FISCAL/ORÇAMENTÁRIO (como
o estado vai gastar o dinheiro)
 DIREITO PENAL
TÉCNICA JURÍDICA X JURIDIQUÊS

 Apesar da tecnicidade da linguagem jurídica


precisamos nos fazer entender para a sociedade, tendo
em vista que é a ciência que mais estuda os dilemas
sociais.
 Há uma diferença entre a linguagem técnica jurídica e
o “juridiquês”
Qual a definição de Direito?
Belo, correto, justo.....
Entenda, sempre haverá controvérsia!
É um conjunto de regras... Direito é o justo...
Direito não significa unanimidade e nem certeza, significa dúvida e
controvérsia.
É um fenômeno cultural.
Conceituação de direito de
acordo com teóricos clássicos.
TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO DE
MIGUEL REALE
 Esfera da validade: a normatividade, a dogmática, o texto da
lei, a lei positivada – O MUNDO DO DEVER SER.
 Esfera da realidade: são os fatos, a sociedade, a sociologia, os
acontecimentos – O MUNDO DO SER.
 Esfera da idealidade: é o axiológico /o valor, a filosofia – O
MUNDO DO QUERER SER.
Para Miguel Reale o fenômeno jurídico se apresenta como um
fenômeno cultural, e a integração de fato e valor, sendo a norma
a expressão maior de culturalismo que se distancia do tecnicismo
normativo, mas não reduz o direito a uma sociologia, e nem a uma
filosofia moral.
Fato: é compreendido como a realidade e deve ser valorado.
Valor: o valor que se dar ao fato, quem dar é o interprete à norma
Norma: fato + valor (não vem da cabeça do legislador, a norma
tem que traduzir os fenômenos (fatos) sociais e o valor que a
sociedade dar ao fatos.
 Exemplos:
 Crime de adultério
240 - Cometer adultério: Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses. -
Incorre na mesma pena o co-réu. A ação penal somente pode ser intentada pelo
cônjuge ofendido, e dentro de 1 (um) mês após o conhecimento do fato.
 Reconhecimento do casamento homoafetivo - STF.
Garantindo direitos como: adoção, herança, regime de bens, pensão alimentícia e
previdenciária, inclusão dos dependentes no plano de saúde. Dando eficácia a
princípios como: não descriminação, igualdade, liberdade, felicidade.
 Equiparação da união estável ao casamento - STF
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem
e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em
casamento.
 o
DIREITO E MORAL
que é moral?
É um conjunto de convicções pessoais de uma ou um conjunto de pessoas sobre bem e
mal, essas convicções orientam e avaliam a conduta dos indivíduos, servindo de método
de aprovação ou reprovação de conduta. A moral regula principalmente as condutas
internas dos indivíduos.
 O que é direito?
É um conjunto de regras, coercitivas, que vão organizar o convívio em sociedade,
buscando prevenir e solucionar conflitos. O direito regula somente as condutas externas
dos indivíduos.

*Pornografia: a pornografia é considerada por muitos moralmente reprovável. Mas o direito


o direito só proíbe e pune a pornografia quando considerada que sua prática cause
problemas ao convívio social, por exemplo: quando se usa para humilhar
mulheres/homens ou ser prejudicial aos adolescentes.
“Se as regras de comportamento moral dependem da consciência de cada um, havendo
uma pluralidade de sistemas morais é impossível que o direito esteja em conformidade
com todos. Por essa razão, o direito moderno limita-se a regulamentar o convívio social,
possibilitando a coexistência de pessoas com mentalidades, valores e projetos de vida
diferentes” (DIMOULIS, 2017).
Exemplos da influência moral sobre o direito
positivado/escrito

CP - Art. 121. Matar alguém:


Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Caso de diminuição de pena § 1º Se o agente comete o crime
impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da
vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Perdão judicial § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá


deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o
próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne
desnecessária.
Crime de adultério:
Art. 240 - Cometer adultério: Pena - detenção, de 15
(quinze) dias a 6 (seis) meses. - Incorre na mesma pena o
co-réu. A ação penal somente pode ser intentada pelo
cônjuge ofendido, e dentro de 1 (um) mês após o
conhecimento do fato. (revogado desde 2005)
Dever de cuidado dos pais e dos filhos:
CF - Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e
educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever
de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou
enfermidade.

Lei da ficha limpa


Direito X Moral
- Heterônomo: O outro que - Autônoma: o próprio
elabora a norma; indivíduo escolhe o que é
certo ou errado.
- Coercibilidade: o direito pode
exigir e coagir a prática do ato; - Incoercidibilidade: sem
possibilidade de coação.
- Bilateralidade: Relação entre
duas ou mais pessoas. - Unilateralidade: o ato se
processa internamente no
- Atributividade: aferição de individuo.
valor objetivo para o ato - Não atributiva: não é
praticado. possível valoração objetiva do
juízo moral.
DIREITO E POLÍTICA
 O que é política?
É muito difícil conceituar política, mas genericamente podemos dizer que
política é o ato de governar, tomar decisões visando o bem comum de
todos, o governo da cidade para o bem comum de todos. É o
relacionamento entre as pessoas buscando um objetivo em comum.
Há registros que a política surgiu na Grécia antiga, depois a formação das
cidades Estados, a necessidade de organizar funcionamento das cidades
nasce com o surgimentos de classes sociais populares que desejavam
participar de decisões relativas à cidade, e assim nasce o primeiro registro
da democracia, a chamada democracia ateniense, sendo o primeiro
registro histórico da política e democracia (o primeiro a organizar esses
termos foi Clístenes).
- Na prática Cidadãos homens atenienses, depois dos 18 anos poderiam
participar das assembleias de decisões das cidades Estados.
 DIREITO X POLÍTICA
Quem cria o direito?
A criação do direito é um assunto exclusivamente político. As decisões
sobre criar ou modificar uma norma jurídica depende de avaliações
políticas.
 O direito é um produto da política;
O direito limita a política;
O direito é um finalidade na política;
Direitos fundamentais com natureza política (direito de reunião, de
criar associações, de manifestar pensamentos, de votar e ser
votado);
Existe norma de cunho puramente jurídico/técnico, sem processo
político?
O direito privado não tem influência da política? O direito civil
(regula as relações entre os indivíduos) e o direito do trabalho
(regula as relações trabalhistas) fazem parte do direito privado,
então eles não tem influência da política?
Direito e justiça
A justiça é um ideal que o Direito busca atingir,
podendo ser conceituada como o elemento que
supre desigualdades e ampara os que estão em
situação vulnerável, protegendo os seus
interesses. Para que se faça justiça, é fundamental
analisar o caso concreto, ou seja, a situação que
está sob julgamento, pois, o que para um contexto
é considerado justiça, para outro pode não ser.
JUSTIÇA: é um sentimento de expectativa de que
uma ação seja tomada em relação a um determinado
evento.
JUSTIÇA COMO VALOR ABSOLUTO: o sentimento
inato humano sobre expectativa de que determinada
ação seja realizada.
JUSTIÇA COMO VALOR VARIÁVEL: o conceito é
variável conforme o espaço, podendo ser discutido
historicamente, socialmente e culturalmente.
Qual o conceito/concepção de justiça?
Conceito/concepção de justiça:

 JUSTIÇA COMO RETRIBUIÇÃO: justiça como vingança, olho por olho


dente por dente (lei de talião, lei das 12 tábuas).
 JUSTIÇA COMO IGUALDADE: sociedade baseada em diferentes castas
deixa de existir e passa-se vigorar o tratamento igualitário, considerando
que várias pessoas tem valor igual em sua vida e em suas decisões -
Art. 5º da CRFB/88.
 JUSTIÇA COMO LIBERDADE: fim da escravidão no final do séc. 19, e
ainda hoje existe - movimento do constitucionalismo.
 REGRA DE OURO DA JUSTIÇA – Upiano: faça com os outros aquilo
que você gostaria que fizessem com você – as pessoas deveriam ser
tratadas em si e não como instrumento de algo – objetiva o melhor para
elas e para todos da sociedade – o ser humano é insubstituível.
 JUSTIÇA DISTRIBUTIVA: na justiça distributiva, o Estado exerce a
função de agente, a quem se atribui a prerrogativa de repartir bens e
encargos entre os membros da sociedade. Essa espécie de justiça é
orientada pela igualdade proporcional, ou seja, aplica-se aos diferentes
níveis de necessidades.
Aqui podemos estudar a Equidade: a equidade pode ser entendida como
o instrumento por meio do qual a justiça pode ser aplicada, considerando que
trata aqueles que estão em situação de desigualdade de maneira desigual, a
fim de equilibrar as suas condições. Entender a equidade como meio como
se atinge a justiça é compreender o quanto esses institutos se
complementam – Rui Barbosa – “Oração aos moços”
- Exemplos: Art. 5º, L, da CF - garantia do direito da presidiária amamentar; Art. 7º, XVIII e
XIX da CF – licença maternidade a paternidade.
- Na concepção de justiça distributiva também se fala em justiça social, a sua finalidade
consiste em proteger os mais desfavorecidos, adotando critérios que permitam a
distribuição de riquezas de forma mais equilibrada. A justiça social observa os princípios
da igualdade proporcional e considera as necessidades de alguns em contrapartida da
capacidade de contribuição de outros. A justiça social é uma espécie de justiça que
transversaliza as outras espécies, pois busca implementar ações afirmativas que
atendam aos menos favorecidos que, por razões históricas, enfrentam dificuldades no
mundo contemporâneo.
 JUSTIÇA COMUTATIVA: Já a justiça comutativa se refere às relações entre os
particulares, abrange os negócios jurídicos no âmbito do direito privado. Caracteriza-se
por troca de obrigações, pelo cumprimento de encargos equilibrados, estipulados em uma
relação entre indivíduos, como um contrato de compra e venda ou uma negociação de
prestação de serviços. É a virtude na qual um particular dá a outro particular o que lhe é
devido, de acordo com o combinado entre eles. – ex.: contrato de compra e venda.
 JUSTIÇA GERAL: A justiça geral, também conhecida como justiça legal, fundamenta-se
na observância da lei, no respeito aos ditames legais e possui como objetivo o bem
comum. Refere-se, principalmente, ao ordenamento jurídico positivo, nas normas
originadas nos costumes de uma sociedade, que acabam por se tornar leis escritas. ex.:
princípio da legalidade (direito penal e direito tributário).
 A justiça é um ideal que faz parte da essência do Direito e, para que a ordem
jurídica seja legítima, é fundamental que seja o reflexo da justiça. As leis
escritas, conhecidas como Direito Positivo, devem ser compreendidas como o
instrumento adequado para que as relações sociais se desenvolvam com
equilíbrio. A justiça deve ser incorporada às leis, dando sentido a elas, para que
então seja efetivamente aplicada na vida em sociedade e praticada pelo sistema
judiciário.
 Dessa forma, destaca-se que Direito e justiça não são sinônimos, mas devem
estar vinculados. Esse vínculo se reflete não só no conjunto de normas jurídicas,
que devem ser elaboradas sob o ideal de justiça, mas principalmente na
aplicação das leis pelos juízes. O Direito, considerado como distinto da justiça, é
o Direito Positivo. É o conceito de Direito positivo que está em questão aqui; e
uma ciência do Direito positivo deve ser claramente distinguida de uma filosofia
da justiça. A justiça ganha significado, portanto, quando se refere ao fato social,
por intermédio de normas jurídicas. A justiça é importante não apenas no campo
do Direito, mas em todos os fatos sociais por ela alcançados, pois a vida em
sociedade, sem ela, seria insustentável.
DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO
Direito natural (jusnaturalismo): ele é eterno,
imutável e atemporal, ele é desde sempre e não se
modifica, dessa forma ele é próprio da natureza humana.
- Origem: religiosa ou na racionalidade dos seres humanos
– não escrito e considera a moral e os costumes como
fundamentos.
- Ordem natural das coisas sem interferência do Estado.
- O direito natural é superior e anterior ao direito positivo,
pois o direito positivo á criado pelos seres humanos, já o
direito natural é inerente ao ser humano.
- Naturalmente cada ser humano sabe o que é melhor para
si, logo também respeitará o outro.
Direito positivo (juspositivismo): surge no sec. IX,
considera que somente as decisões emanadas pelo Estado
pode ser considerado direito – sendo o direito positivo a
garantia do Estado, através das leis criadas.
- Origem: o Estado - Deve existir um Estado que assegurará a
paz (só assim teríamos uma vida segura e agradável) – porém
não deixa de ser influenciado pelos costumes e pelas regra
morais.
- O direito positivo tem validade temporal e territorial.
- Objetivo do direito positivo: ordem e estabilidade social – Ex.:
CF
- O descumprimento das normas do direito positivo geram
punições – atos ilícitos.
- O Estado precisa ser forte para proteger direitos como vida,
liberdade, segurança, propriedade, igualdade.
Ciência do direito: dogmática ou zetética
 Zetética: é um pensamento aberto – é a arte de procurar, indagar, perquirir.
 Dogmática: é um pensamento fechado – doutrinar, ensinar.
 Sendo a zetética um pensamento aberto, ela é investigativa, especulativa, está
preocupada em lançar perguntas (ex.: filosofia, sociologia, psicologia). A zetética não
tem premissas, é a partir das investigações que ela chegará nas premissas.
 Sendo o pensamento dogmático fechado, ele tem premissas pré-estabelecidas, as
premissas não podem ser questionadas, têm pontos de partida bem definidos (ex.:
dogmas religiosos). O pensamento dogmático é dedutivo, haja vista que parte de
premissas, partindo delas para o caso concreto.
- No direito quando trabalhamos com um regra, usa-se a dogmática. Através do
raciocínio lógico chamado de silogismo: premissa maior (a regra geral) > premissa
menor (verificação do fato)> conclusão (aplicação do geral sobre o particular). O
positivismo jurídico é essencialmente dogmático.
- Enquanto as regras conferem um caráter dogmático ao direito, os princípios, ao
permitirem uma maior abertura ao direito, conferem um caráter zetético ao direito, ou
aproximam o direito da zetética.
- Pós-positivismo: preceitua que o direito é um misto de regras e princípios
(dogmática e zetética)
Interpretação do direito
- Alguns conceitos corolários
 Interpretação: fixar o sentido (finalidade) e alcance da norma jurídica, ou seja, até vai o
alcance na norma jurídica, onde ela se aplica. No sistema positivista a interpretação nos
conduzirá em como aplicar a norma ao fato.
 Aplicação: enquadrar um caso concreto a norma adequada (vigência e validade, tem e
espaço)
 Integração: Suprimento das lacunas da lei – ex.: LINDB, art. 4º - Art. 4o Quando a lei for
omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de
direito.
 Tipos de interpretação – quanto a origem: Judiciária (jurisprudência); Legal (“segundo o
próprio legislador a interpretação da lei é a própria lei, haja vista que a lei não precisa de
interpretação”); Administrativa (feita por órgãos administrativos, ex.: conselhos fiscais, INSS);
doutrinária (feita pelos pensadores do direito, os autores dos livros... ex.: predominância do
interesse público sobre o privado; dano moral.
 Tipos de interpretação – quanto aos efeitos: Declarativa (quando ele declara qual o seu
alcance, pra que ele serve); extensiva (quando se aumenta o efeito da norma, vai além do texto
da norma); Restritiva (quando se fixa efeito menores do que a própria norma está dizendo)
FONTES DO DIREITO
 Tipos de fontes do direito: Materiais e Formais
 Fontes materiais: é a produção do direito, de onde ele vem – Poder Legislativo.
- A fonte material é formada pelas relações sociais somadas aos valores morais
(Religião, meio ambiente, fatos políticos, ordem, segurança, liberdade, paz social,
justiça, moralidade) – são desses aspectos que os legisladores irão buscar os temas
para legislar (comissões especiais parlamentar).
 Fontes formais: é o conhecimento do direito, é como o direito se manifesta em
sociedade, normas jurídicas válidas e aceitas pelo ordenamento jurídico – o texto da lei
ou norma propriamente dita – as fontes formais são divididas em dois: Imediata/primária
ou mediata/secundária.
- Fonte formal Imediata/primária: é a lei, o produto do trabalho do legislador (os
direitos, o deveres, as sanções, os altos ilícitos, os lícitos). Ex.: CRFB/88, o CC, CP,
CPC, e etc..
- Fonte formal mediata/secundária: Jurisprudência (conjunto de decisões do
judiciário); doutrinas, analogia, costumes, princípios explícitos ou implícitos (o princípio
da bagatela é um exemplo de principio norteador do direito, porém ele é implícito).
Direito objetivo e direito subjetivo

 Direito objetivo: Determinado pela norma jurídica.


- Poder; dever; fazer – o que está na norma, permissão, proibição ou obrigação.
Ex.: pagamento de tributos.
- Norma agendi
 Direito subjetivo: Faculdade do efetivo exercício pela indivíduo – o indivíduo
age se ele quiser.
Ex.: a compra e venda.
- Facultas agendi
- Vontade; interesse, Eclética.
LINDB – LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO

Decreto-Lei nº 4.657/1942

Histórico: até 2010 essa lei era chamada de Lei


de introdução às normas do direito civil - LIC,
ocorre que ela sempre versou sobre todos os
ramos do direito brasileiro.
 A LINDB é a lei das leis, pois versa sobre regras
da criação, aplicação, interpretação e integração
das leis.
Art. 1º da LINDB – Vigência da lei: é o período no qual a lei
está “vivendo”.
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de
oficialmente publicada.
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses
depois de oficialmente publicada.
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo
deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

Nascimento da lei (proc. Legislativo)> Viver da lei (vigência) morte da


lei (revogação)
Proc. Legislativo: Iniciativa parlamentar > deliberação executiva
(sanção ou veto) > se sanção, a lei será promulgada (existência da
norma) > publicada (para produção dos efeitos) > ...45 dias ... (vacatio
legis) > início da vigência.
Contagem do prazo: inclui-se a data da publicação e a data
final, conta-se em dias corridos (inclui-se sábado, domingos e
feriados), passando a viger no primeiro dia subsequente aos 45
dias (não precisa ser dia útil).
OBS: via de regra o prazo da vacatio legis é de 45 dias, porém
tem algumas situações que o prazo pode ser maior (lei de
produção de efeitos no estrangeiro, ex.: lei sobre questões
consulares; ou a depender da complexidade, ex.; CPC 2015,
teve vacatio de 1 ano), menor ou não existir (ex.: lei que
determinou a perda do poder familiar em decorrência de violência
doméstica, não teve prazo de vacatio, a própria lei disse que
passaria a viger desde de sua publicação).
Art. 1º - § 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia
três meses depois de oficialmente publicada.
A vigência é regida por dois princípios, quais sejam:
obrigatoriedade e continuidade.
- Princ. da obrigatoriedade: sua aplicabilidade é obrigatória, a
pessoa não pode alegar que comeu uma ato ilícito por não ter
conhecimento da norma.
Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

- Princ. Da continuidade: a lei tem obrigatoriedade contínua, até que


venha uma nova lei a modifique ou revogue.
Exceção: lei temporárias (possuem prazos de vigência determinado
desde do nascimento).
No Brasil somente uma lei revoga outra lei, uma lei não pode ser
revogada por um costume.
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou
revogue.
Tipos de revogação: expressa; tácita; ab-rogação; derrogação;
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela
incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga
nem modifica a lei anterior.
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a
vigência.
- Expressa: a lei nova expressamente declara a revogação da lei anterior.
- Tácita: a lei nova não diz expressamente que irá revogar a lei anterior,
mas de alguma forma regula de forma contrária a mesma matéria que a lei
anterior.
- Ab-rogação: revogação total da lei anterior.
- Derrogação: revogação parcial da lei anterior.
Ultratividade da lei: a lei perde a vigência, mas continua tendo
aplicabilidade. Ex.: enfiteuse (instituto perpetuo) prevista no CC de 1916,
porém no CC de 2002 não traz essa previsão, então sempre que há uma
transação envolvendo as enfiteuses, as regras que são aplicadas é do CC de
1916.
 Aplicabilidade da lei nova: tem aplicação geral e imediata.
- Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa
julgada.
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles
cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.
- E como fica a aplicabilidade intertemporal? a saída da lei antiga e entrada da lei nova?
Ex.: aplicação CPC 2015 em processos que já estavam em andamento, ou seja tem
aplicabilidade aos casos pendentes e futuros, aplicabilidade imediata e geral.
OBS: Via de regra a norma não retroage, porém existe questões específicas em cada ramo
do direito.
- A lei nova não pode violar três situações consolidadas:
• Ato jurídico perfeito - perfeitamente válido e formado.
• O direito adquirido – direito já incorporado à esfera patrimonial do indivíduo.
• Coisa julgada / caso julgado – decisões judiciais transitadas em julgado - não cabe
mais recurso.
• OBS: isso não é tão rígido, ex.: relativização da coisa julgada – investigação de
paternidade com o surgimento do exame de DNA.
 Métodos de integração da normas:
Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de
direito. OBS: Segue essa ordem.

- princ. da inafastabilidade do controle jurisdicional: o juiz não pode


deixar de julgar determinada demanda alegando existência de lei.
- Quando há a lei ocorre a subsunção.
- Quando não há lei, usa-se os métodos de integração da norma.
 Aplicação de lei e decisão judicial estrangeira no Brasil:
- O Brasil adota o princípio da territorialidade, somente as leis e
decisões judiciais brasileiras, têm efeitos no Brasil, porém
excepcionalmente é admitido que uma lei ou decisão judicial estrangeira
possa ter efeitos no Brasil, seria o caso da territorialidade mitigada.
- Ex.: proc. de inventário que tramita no Brasil, com de cujos (morto)
estrangeiro e com bens no Brasil, as regras de partilha do bens pode
ser a lei do país do de cujos.
- Ex.: execução de sentença estrangeira, após sua homologação pelo
STJ.
Execução de sentença estrangeira - Art. 15. Será
executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que
reúna os seguintes requisitos: a) haver sido proferida por juiz
competente; b) terem sido os partes citadas ou haver-se
legalmente verificado à revelia; c) ter passado em julgado e
estar revestida das formalidades necessárias para a execução
no lugar em que foi proferida; d) estar traduzida por intérprete
autorizado; e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal
Federal Superior Tribunal de justiça. art. 105, I, i, da CF.
Aplicação da lei estrangeira: art. 10 - § 1º A sucessão de
bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou
de quem os represente, sempre que não lhes seja mais
favorável a lei pessoal do de cujus.
Teoria da Norma Jurídica
Norma jurídica: é um comando ao indivíduo, indicando o que
pode e não pode ser feito.
A norma jurídica é institucionalizada: ela age através de
instituições estatais como a polícia e o poder judiciário.
A norma jurídica é imperativa: ela impõe comportamento –
dever ser.
Desobediência da norma jurídica: tal fato gera conduta e
sanção, sendo a conduta o fatos que estão previstos na norma
(suporte fático), a conduta pode ser comissiva ou omissivas.
Já a sanção é a punição pelo descumprimento da norma
(multa, penas restritivas de liberdade ou de direito). Ademais a
coação, é a obrigação forçada da sanção, no caso de
descumprimento da sanção.
- Teoria da Norma Jurídica
 Conceito de norma jurídica: é uma estrutura de visa a ordenação da
conduta humana.
 TIPOS DE NORMAS: PRINCÍPIOS E REGRAS

Você também pode gostar