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– Não se pode dizer com certeza que o Direito cause ou gere uma organização social, nem tampouco que
o contrário ocorra; sabe-se, contudo, que os dois se desdobram juntos, apoiando-se mutuamente e
atravessando-se enquanto experiências possíveis
– Na base de ambas as experiências, a relação comum é aquela que promove a transição de um espaço
caótico para uma dimensão social de ordem. Esse salto é explicado de muitas formas, e suas diversas
perspectivas são indissociáveis. É representado pela superação do abismo que separa estados naturais
de interpretações culturais (antropologia cultural), desejo de repressão (psicanálise), individualidade
de coletividade (sociologia), sobrevivência solitária de cadeias produtivas (economia).
– Essas relações caracterizam o processo de civilização das comunidades humanas. O Direito é,
portanto, ferramenta essencial para a construção das civilizações.
Civilização e Direito
– A característica mais marcante da civilização é a harmonização das relações intersubjetivas. Essa tendência
deriva do estabelecimento de mecanismos de controle coletivos sobre os interesses individuais.
– Os interesses individuais podem derivar da vontade racional e das capacidades estratégicas de um indivíduo.
Com maior frequência são resultantes das expressões dos desejos individuais. A economia das forças libidinais
tem papel considerável no que diz respeito às demandas de organização social. Em larga escala, os mecanismos
regulatórios estabelecem os limites aceitáveis de satisfação dos desejos na esfera das relações intersubjetivas.
– Entre os mecanismos mencionados, tem-se a religião, o discurso moral, os hábitos, as regras sociais de conduta e
as normas jurídicas. Todos estabelecem limites para a ação individual, escorando-se em regras (dimensão
deontológica) para a promoção de comportamentos adequados. Mesmo assim, a fronteira entre realidades
distintas termina por criar demanda para regimes jurídicos específicos, que com frequência se servem de
dispositivos penais para a regulação de comportamentos.
Teorias do Direito
– O Direito Natural é considerado como aquele que resulta das condições naturais do ser
humano e das relações que trava. Antecede, nesse sentido, sociedades e civilizações.
– Deve-se notar, contudo, que cada sociedade ou cultura tem uma visão diferente sobre o que
é natural à espécie, e portanto sobre o que deve ser considerado Direito Natural. Essa falta
de objetividade, aliada à dificuldade de traduzir juízos de valor em juízos de fato, cria uma
barreira à aplicação direta do Direito Natural em ordenamentos jurídicos contemporâneos.
– O Direito Natural encontraria limitações também ao se pesquisar quem confere a ele
cogência. Estado ou cidadãos, isso pouco importa já que, se uma norma deve ser obedecida
por condizer com valores naturais, sua validade se torna inútil, e se uma norma deve ser
obedecida de qualquer modo, pouco importará sua justiça ou condição natural.
Positivismo Jurídico