Você está na página 1de 83

AULAS DIREITO Ano Letivo 2022-23

DEFINIÇÃO E COMPREENSÃO DE
DIREITO
Definição de Direito
Definir o Direito enquanto ciência é área de estudo e investigação humana
diferenciando-a das outras ciências.

 Analise da origem etimológica da palavra Direito/Exposição do Direito enquanto


ordem social

 Apresentação de diferentes noções sobre o que é o Direito


DEFINIÇÃO E COMPREENSÃO DE
DIREITO
Direito:
íntegro; honrado; justo; reto; conforme a lei; uma regalia, um privilégio,
uma prerrogativa.
Enquanto ciência - conjunto de normas jurídicas vigentes em um país (direito objetivo)

 Analise da origem etimológica da palavra Direito/Exposição do Direito enquanto ordem


social
 A palavra direito provém do latim,
directus, directum,
que significa direto. Tem o intento de transmitir o
entendimento de que, o direito deve seguir uma conduta
indeclinável, um procedimento reto, um comportamento
predeterminado, conforme uma norma, uma regra.
DEFINIÇÃO E COMPREENSÃO DE
DIREITO
enquanto em sua forma original é encontrada como ius, iuris, que
entende o justo. Sobre directus, observa-se referência em rectus, com raiz
no indo-europeu *reg, interpretado explicitamente como reto, e que
funciona como uma ponte para a montagem de certas palavras, tais como:
correto (no latim correctus), retificação (no latim retificatio), regra (no
latim regula) ou ressurreição (no latim tardio como resurrectio).
OS DIVERSOS SENTIDOS DO DIREITO
I. É uma regalia, um privilégio, uma prerrogativa. Exemplo: Os Direitos Humanos. A
faculdade legal de praticar ou não um determinado ato. Por exemplo, o comprador tem
o direito de receber a coisa comprada. Direitos humanos.

II. Conjunto de normas jurídicas vigentes num país - Direito enquanto ordenação
jurídica – Codificação de leis e preceitos legais. Legislação, quadro jurídico, regime
nacional. É o complexo de normas jurídicas que rege o comportamento humano, de
modo obrigatório e prevê punição em caso de haver violação.

III. Direito pode referir à ciência do direito. A ciência do direito é um ramo das
ciências sociais que estuda as normas obrigatórias controladoras das relações dos
indivíduos em uma sociedade. Exemplo: Curso de base dos advogados, notários.
DIREITO NATURAL # DIREITO
POSITIVO
I. DIREITO NATURAL – é a ideia abstrata do Direito; o ordenamento ideal, corresponde a
uma justiça superior e anterior à sociedade – trata-se de um sistema de normas independente das
variações do ordenamento da vida social que originam no Estado. Porque nascem incorporadas
no homem enquanto pertencente à humanidade.

Origem do direito natural


I. O estudo do direito natural teve suas primeiras manifestações entre os filósofos Gregos.
Estes ditavam o direito natural enquanto as normas ideias e não-escritas, contituídas no
mundo das ideias. Para os Romanos, era a ordem natural das coisas, determinadas pelas leis
da natureza.
II. Durante a Idade Média, a relação entre Estado e Igreja influenciou a concepção de direito
natural, sendo reconhecido como as leis de Deus.
III. Para o pensamento iluminista, o direito natural seria a descoberta da razão por trás da
natureza. Que o homem enquanto parte da humanidade tem direitos que lhe não são
alienaveis.
DIREITO NATURAL # DIREITO
POSITIVO
II. DIREITO POSITIVO - consiste no conjunto de todas as regras e leis que regem a vida
social e as instituições de determinado local e durante certo período de tempo. Surgiu em
meados do século XIX na Europa, como uma corrente que defendia o direito como a lei de
único valor e emanada a partir do Estado. Para o positivistas, a lei é um produto do Direito que
age como um mecanismo de organização social, firmada a partir de um "Contrato Social“.

Direito Natural » jusnaturalismo


Direito Positivo » juspositivismo
O DIREITO E O Problema da Ordem Social

SOCIEDADE
A NECESSIDADE DA
EXISTÊNCIA DO DIREITO
 Só há sociedade se houver regras, logo, não sociedade sem Direito e vice-versa;
A vida em sociedade garante ao Homem a subsistência e a preservação da sua
espécie;
Todas as necessidades básicas para a sua sobrevivência bem como a realização
da sua personalidade e dos fins últimos da sua existência desenvolvem-se em
sociedade;
 Só se pode constatar vida humana em sociedade com relações intersubjectivas
entre indivíduos;
É determinante a existência de um conjunto de regras e padrões que orientem o
comportamento dos indivíduos e que estabelecem ainda as regras da organização
da sociedade bem como as instituições que lhe servem de estrutura.
A NECESSIDADE DA
EXISTÊNCIA DO DIREITO
A NATUREZA SOCIAL DO HOMEM, É INEGÁVEL A TODO O SER HUMANO:
 O Homem desenvolve toda a sua vida em sociedade.
 A tribo (conjunto de famílias que obedecem a um chefe)
 A família
 O clã (tribo onde todos são de uma descendência comum, parentes)
 A cidade (polis)
 A sociedade
 O Estado
DUAS PERSPETIVAS SOBRE A ORIGEM
DO ESTADO/SOCIEDADE
1. A TEORIA NATURALISTA – DEFENDIDA POR ARISTÓTELES, CICEERO,
STO TOMÁS AQUINO; J.J.ROUSSAEU.
 A origem natural da sociedade;
 A origem da sociedade encontra o seu fundamento na natural
sociabilidade do Homem;
Dado que:
O Homem tem uma tendência natural para conviver com os outros de
modo a satisfazer as suas mais elementares necessidades.
A NATUREZA SOCIAL DO
HOMEM
CONCEPÇÃO
CONTRATUALISTA DA
SOCIEDADE
O DIREITO E As Diferentes Ordens Sociais

SOCIEDADE
AS DIVERSAS ORDENS SOCIAIS E A SUA
INTERLIGAÇÃO
A conduta social do Homem tem de respeitar as regras constituídas na
sociedade. A solidariedade entre os seus membros e, a divisão do trabalho,
promovem a convivência em sociedade.
A convivência social suscita conflitos logo, o recurso a regras que permitam
resolver os conflitos de interesses é necessário.
A ordem é essencial para regular a vida em sociedade, prevenir e resolver os
conflitos. A ordem social é constituída por uma teia complexa de regras
provenientes de ordens normativas de diversas índoles. São elas:
A Ordem Moral
A Ordem Religiosa
A Ordem Jurídica
A Ordem de Trato Social
AS DIVERSAS ORDENS SOCIAIS E A SUA
INTERLIGAÇÃO
A Ordem Moral
É um conjunto de normas de conduta que visam o indivíduo e não a
organização social. A conduta de cada indivíduo em sociedade resulta, em
grande parte, das suas convicções morais. A maturidade moral de cada um
efectiva-se através da participação na sociedade. Assim, a ordem moral produz
transformações na ordem social. O desrespeito de uma norma moral implica
para o infrator uma censura social com marginalização e rejeição.

Ordem Religiosa
A ordem religiosa tem como função regular as condutas humanas em
relação a fé e a Deus, sendo pois, uma ordem metafísica de
transcendência ou de fé. No entanto ocorrem comportamentos ditados
pela fé, por exemplo, os sacramentos do batismo e o casamento.
AS DIVERSAS ORDENS SOCIAIS E A SUA
INTERLIGAÇÃO
Ordem de Trato Social
As regras do trato social destinam-se a permitir uma convivência mais
agradável entre as pessoas, mas não são necessárias a subsistência da
vida em sociedade. Existem normas de trato social específicas, seja
quanto ao comportamento em eventos sociais (regras de etiqueta e boa
maneiras, regras de cortesia e normas de urbanidade), quanto a forma
de vestir (moda), quanto às práticas típicas de uma profissão (ética e
deontologia), quanto aos hábitos de determinada região (usos e
costumes entre outros).
AS DIVERSAS ORDENS SOCIAIS E A SUA
INTERLIGAÇÃO
Ordem jurídica
A ordem jurídica é constituída pelo conjunto de normas
jurídicas que regulam os aspetos mais relevantes da vida em
sociedade – é a ordem social regulada pelo direito. A ordem
jurídica é um conjunto de normas que visam regular a vida do
homem em sociedade harmonizando os seus interesses e
resolvendo os seus conflitos pelo recurso a coercibilidade.
AS DIVERSAS ORDENS SOCIAIS E A SUA
INTERLIGAÇÃO
A relação entre a ordem jurídica e a ordem moral. É predominante a coincidência.
AS DIVERSAS ORDENS SOCIAIS E A SUA
INTERLIGAÇÃO
A relação entre a ordem jurídica e a ordem religiosa. É predominante a indiferença.

A relação entre a ordem jurídica e a ordem de trato social. É fundamentalmente de indiferença


AS DIVERSAS ORDENS SOCIAIS E A SUA
INTERLIGAÇÃO
A relação entre a ordem jurídica e a ordem de trato social. É fundamentalmente de indiferença
A PESSOA,
FUNDAMENTO E FIM
DA ORDEM JURÍDICA.
O QUE É PESSOA?
“Nem todos os seres humanos são Pessoas.”
“Pelo que, como distinção introdutória temos que “nem
todos os seres humanos são iguais”. E, não o são porque
há uma clivagem entre o plano biológico e o plano
moral, na qual as pessoas aparecem contidas no
conjunto dos seres humanos, e não o contrário. Isto
porque, só se é pessoa quando se é membro de uma
comunidade moral, ou seja, o ser pessoa diz respeito
estrita e exclusivamente ao plano moral.”
In Fundamentos da Bioética, T. Engekhardt
Em Direito Pessoa é aquele que garanta as relações sociais.
“As relações sociais comportam intrinsecamente o exercício de
direitos que concretizam a sociabilidade.” A interação entre pessoas
gera conflitos. Assim, o Direito surge, precisamente para dirimir
conflitos inerentes à vida em sociedade, estabelecendo, para esse fim,
uma ordem normativa com regras para que a vida social decorra em
paz e de harmonia com a justiça.

PERSONALIDADE JURÍDICA é a faculdade de


qualquer pessoa ser titular de direitos e deveres
(obrigações), compete à lei estabelecer quem tem
personalidade jurídica.
A personalidade jurídica começa com o nascimento e termina
com a morte. No momento do nascimento com vida, todos os
seres humanos, “recebem” a titularidade dos direitos de
personalidade: direito à vida e à integridade física, direito ao
bom nome e à reputação, direito à honra, direito à imagem,
direito à reserva sobre a intimidade da vida privada.

Artigo 11º Código Processo Civil (CPCCV)


1. Capacidade Judiciaria consiste na susceptibilidade de estar, por si, em juízo.
2. A capacidade judiciária tem por base e por medida a capacidade de exercício de
direitos.
CAPACIDADE JURÍDICA. As pessoas podem ser sujeitos de
quaisquer relações jurídicas, salvo disposição legal em contrário; nisto
consiste a sua capacidade jurídica.

Assume 2 perspectivas:
Capacidade de Gozo - é atribuída a todos os sujeitos que têm personalidade
jurídica – Titularidade de Direitos.
Capacidade de exercício – é atribuída a todos os sujeitos que têm personalidade
jurídica de dispor dos seus direitos, ou seja de ser seus titulares.

O que mostra que qualquer sujeito jurídico é titular de direitos poderá dispor
deles, desde que não sofra nenhuma incapacidade prevista na Lei:
Menoridade
Anomalia Psíquica
A Personalidade Jurídica também se estende as Pessoas
Coletivas – que são organizações humanas constituídas por
varias pessoas singulares que se destinam à prossecução de
interesses coletivos públicos ou privados:
Sociedades Comerciais
Associações
OS DIREITOS
FUNDAMENTAIS DOS
CIDADÃOS.
PARTE II
DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS
TÍTULO I
PRINCÍPIOS GERAIS
Artigo 15º
(Reconhecimento da inviolabilidade dos direitos,
liberdades e garantias)
1. O Estado reconhece como invioláveis os direitos e liberdades
consignados na Constituição e garante a sua protecção.
2. Todas as autoridades públicas têm o dever de respeitar e de
garantir o livre exercício dos direitos e das liberdades e o
cumprimento dos deveres constitucionais ou legais.
Artigo 16º
(Responsabilidade das entidades públicas)
1. O Estado e as demais entidades públicas são civilmente
responsáveis por acções ou omissões dos seus agentes praticadas
no exercício de funções públicas ou por causa delas, e que, por
qualquer forma, violem os direitos, liberdades e garantias com
prejuízo para o titular destes ou de terceiros.
2. Os agentes do Estado e das demais entidades públicas são, nos
termos da lei, criminal e disciplinarmente responsáveis por acções
ou omissões de que resulte violação dos direitos, liberdades e
garantias.
Artigo 18º
(Força jurídica)
As normas constitucionais relativas aos direitos, liberdades e garantias
vinculam todas as entidades públicas e privadas e são directamente
aplicáveis.

Artigo 19º
(Direito de resistência)
É reconhecido a todos os cidadãos o direito de não obedecer a
qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de
repelir pela força qualquer agressão ilícita, quando não seja possível
recorrer à autoridade pública.
Artigo 20º
(Tutela dos direitos, liberdades e garantias)
1. A todos os indivíduos é reconhecido o direito de requerer ao Tribunal
Constitucional, através de recurso de amparo, a tutela dos seus direitos,
liberdades e garantias fundamentais, constitucionalmente reconhecidos, nos
termos da lei e com observância do disposto nas alíneas seguintes:
O recurso de amparo só pode ser interposto contra actos ou a) omissões dos
poderes públicos lesivos dos direitos, liberdades e garantias fundamentais,
depois de esgotadas todas as vias de recurso ordinário;
O recurso de amparo pode ser requerido em simples petib) ção, tem carácter
urgente e o seu processamento deve ser baseado no princípio da sumariedade.
2. A todos é reconhecido o direito de exigir, nos termos da lei, indemnização
pelos prejuízos causados pela violação dos seus direitos, liberdades e garantias.
Artigo 20º
(Tutela dos direitos, liberdades e garantias)
1. A todos os indivíduos é reconhecido o direito de requerer ao Tribunal
Constitucional, através de recurso de amparo, a tutela dos seus direitos,
liberdades e garantias fundamentais, constitucionalmente reconhecidos, nos
termos da lei e com observância do disposto nas alíneas seguintes:
O recurso de amparo só pode ser interposto contra actos ou a) omissões dos
poderes públicos lesivos dos direitos, liberdades e garantias fundamentais,
depois de esgotadas todas as vias de recurso ordinário;
O recurso de amparo pode ser requerido em simples petib) ção, tem carácter
urgente e o seu processamento deve ser baseado no princípio da sumariedade.
2. A todos é reconhecido o direito de exigir, nos termos da lei, indemnização
pelos prejuízos causados pela violação dos seus direitos, liberdades e garantias.
Provedor de Justiça)
1. Todos podem apresentar queixas, por acções ou omissões dos poderes
públicos, ao Provedor de Justiça que as apreciará sem poder decisório, dirigindo
aos órgãos competentes as recomendações necessárias para prevenir e reparar
ilegalidades ou injustiças.
2. A actividade do Provedor de Justiça é independente dos meios graciosos e
contenciosos previstos na Constituição e nas leis.
3. O Provedor de Justiça é um órgão independente, eleito pela Assembleia
Nacional, pelo tempo que a lei determinar.
4. O Provedor de Justiça tem direito à cooperação de todos os cidadãos e de
todos os órgãos e agentes do Estado e demais pessoas colectivas públicas ou
privadas, bem como o direito de tornar públicas as suas recomendações pela
comunicação social.
5. A lei regula a competência do Provedor de Justiça e a organização do
respectivo serviço.
DIREITO PÚBLICO E
DIREITO PRIVADO.
COMUNIDADE
INTERNACIONAL
Exercício na Sala:
 Indentificar a ONU como organismo que
garante a ordem internacional;
 Referir as diferentes agencias da ONU,
clarificando as suas funções.
DIREITO INTERNACIONAL
DIREITO INTERNACIONAL
PRIVADO - É o conjunto de normas jurídicas criado por uma
autoridade política autônoma – Estado Nacional – com o propósito de resolver os conflitos de leis no espaço.
Em termos simples, o Direito Internacional Privado é um conjunto de regras de direito interno que indica ao
juiz local que lei – se a do foro ou a estrangeira – deverá ser aplicada a um caso (geralmente privado) que
tenha relação com mais de um país.

FONTES DO DIREITO
INTERNACIONAL PÚBLICO
 Tratados
 Costume internacional
 Princípios gerais de direito
 Atos unilaterais
 Decisões das organizações internacionais
O ESTADO
O Estado é uma das formas de organização da sociedade. Existem outras formas
– tribo, impérios antigos, a pólis grega, clã, etc – ao longo da História.

É necessário que exista uma estrutura que proporcione as melhores condições


possíveis para o desenvolvimento da personalidade de cada cidadão. O Estado é pois, uma
realidade necessária.

O Estado é uma realidade necessária na medida em que garante a vida em sociedade.


Defende os indivíduos uns dos outros. Permite a cada um a segurança pessoal e o gozo dos
rendimentos que aufere e dos bens de que é proprietário. Isto só pode acontecer mediante a
força coerciva deste poder.

O Estado é a afirmação de um poder soberano exercido uniformemente sobre o povo,


num determinado território.
Platão – “A ideia de que os homens se tinham sujeitado a uma vida em comum disciplinada por
leis, a fim de se protegerem uns contra os outros, apareceu já desde o princípio da história das
teorias do Estado.”

Aristóteles – “Aristóteles entende o Estado como um organismo moral superior ao indivíduo. É


aonde efetua-se unicamente a satisfação do indivíduo em todas suas necessidades, pois o homem,
sendo naturalmente animal social, político, não pode realizar a sua perfeição sem a sociedade do
Estado.”

Thomas Hobbes – “Afirma que, ante a tremenda e sangrenta anarquia do estado de natureza, os
homens tiveram que abdicar em proveito de um homem ou de uma assembleia os seus direitos
ilimitados, fundando assim o Estado, o Leviatã, o deus mortal, que os submete a onipotência da
tirania que eles próprios criaram”.

Max Webber – “O Estado é uma relação de homens dominando homens, relação mantida por
meio da violência legítima (isto é, considerada como legítima). Ele é uma comunidade humana
que pretende, com êxito, o monopólio do uso legítimo da força física dentro de um determinado
território”.
Os 3 elementos do Estado
 Povo
O povo é o conjunto dos nacionais, isto é, das pessoas ligadas ao Estado pelo vínculo da
nacionalidade. É um conceito político.
Pertencem à mesma nação todos quantos nascem num certo ambiente cultural feito de
tradições e costumes, geralmente expresso numa língua comum. Por isso que se inclui neste
conceito os que vivem na diáspora, mas, continuem ligados ao Estado de origem pela prática
da cultura.
A população é constituída pelos estrangeiros, pelos apátridas e pelos nacionais residentes no
território nacional, excluindo, portanto, os nacionais que estejam emigrados. Este conceito é
demográfico e estatístico.
Os 3 elementos do Estado
 Território
O território é o espaço geográfico onde se exerce o poder do Estado, e que compreende: O solo
e o subsolo terrestre; O subsolo terrestre corresponde a toda a área subjacente ao solo até onde
a ação humana seja possível. O espaço aéreo - é toda a extensão aérea existente sobre o solo
terrestre e mar territorial. E nos Estados banhados pelo mar, o mar territorial, a plataforma
continental e a zona económica exclusiva. O mar territorial corresponde a faixa de águas
marítimas adjacentes à costa dos Estados pelo mar. O Estado exerce ainda poderes sobre os
navios, aeronaves e veículos sob a bandeira nacional, mesmo que se encontrem em território
de um Estado estrangeiro. As embaixadas e os consulados;
 Soberania
A soberania de um Estado consiste no poder político do Estado – supremo e independente, de se dotar
de uma Constituição na qual definirá os princípios da sua organização e os fins que pretende alcançar e,
indica as regras básicas de distribuição de competências entre os seus órgãos. E, manifesta-se em duas
vertentes: no plano interno, pelo poder supremo do Estado sobre o povo e o território; e no plano
externo, pelo poder independente e autónomo face aos demais Estados da comunidade internacional.
DIFERENCIAÇÃO ENTRE:
Estado Nação - é uma estrutura que une a instituição política (Estado) com a unidade
cultural (Nação). Ele possui autonomia e soberania legítima, ou seja, é reconhecido por outros
países e governa pelos próprios meios, sem interferência externa. Seu surgimento foi no auge
da Idade Moderna e é o modelo mais comum até hoje. Em que o estado surge como uma
consequencia da Nação, ou seja, o sentimento de pertença se encontra associado a culturta e ao
espação fisico.
 Exemplo: Segundo Onésimo da Silveira, Cabo Verde representa um estado-nação dado que pode considerar que fomos uma
nação antes de sermos um estado, sociedade politicamente organizada .

Estado Federal – Refere-se a uma unidade politica composta por vários estados,
em que o elo da união tem a ver com razões políticas, na medida que, os
diferentes estados que compõem a união podem ter legislações diferentes e até
constituições diferentes entre si com base nos costumes e valores que cada região
partilha, mas unidos por uma constituição feral.
 Exemplo: EUA (compostos por 50 estados); Brasil (composto por 26 estados)
DIFERENCIAÇÃO ENTRE

Estado Unitário - Conhecido por estado simples ou governo unitário,


consiste em um sistema de governo no qual um único governo central tem poder
total sobre todas as suas outras subdivisões políticas, como por exemplo as
regiões autonomas, os municipios, as freguesias.... Obecendo uma só
constituição, dado que as leis ou poder locais/municipais tem que estar
consonância dependem desta.
 Expemplo: Portugal, Angola, França, Cabo Verde.
FUNÇÕES OU PODERES DO ESTADO

Por séculos teóricos foram demonstrando a importância da separação do


poder político. Argumentavam que o poder deve estar distribuído por vários
órgãos com meio de limitar o poder, evitar o arbítrio e o abuso de poder.
Atualmente, considera-se a existência de 4 funções ou poderes do Estado:
A legislativa (elaboração de leis)
A executiva ou administrativa (execução das leis)
A judicial (resolução de conflitos, isto é, a decisão de questões litigiosas)
A política (atividade diretiva do Estado – definir o interesse público, os
fins do Estado e a escolha dos meios adequados para os alcançar)
OS PODERES OU FUNÇÕES ESTÃO DISTRIBUÍDOS PELOS ÓRGÃOS
DE SOBERANIA, CRCV ARTIGO 119º
Artigo 119º
(Órgãos de soberania)
1. São órgãos de soberania o Presidente da República, a Assembleia
Nacional, o Governo e os Tribunais.
2. Os órgãos de soberania, nas suas relações recíprocas e no exercício
de funções, respeitam a separação e a interdependência de poderes,
nos termos da Constituição.
3. Os partidos políticos participam, de acordo com a sua
representatividade eleitoral, na Assembleia Nacional.
4. A formação, a composição, a competência e o funcionamento dos
órgãos de soberania são definidos nos termos da Constituição.
ESTADO DIREITO
DEMOCRÁTICO
TIPOS DE ESTADOS
1. Estado Absoluto - Estado absolutista é um regime político surgido no fim da Idade Média.
Também chamado de Absolutismo se caracteriza por:
concentrar o poder e autoridade no rei e de poucos colaboradores. Nesse tipo de
governo, o rei está totalmente identificado com o Estado ou seja, não há diferença entre a
pessoa real e o Estado que governa.
Não há nenhuma Constituição ou lei escrita que limite o poder real e tampouco
existe um parlamento regular que contrabalance o poder do monarca.

2. Estado Liberal - Estado liberal (ou Estado liberal de direito) é um modelo de governo
baseado no liberalismo desenvolvido durante o Iluminismo, entre os séculos XVII e
XVIII. chamado de Estado liberal de direito, é voltado para a valorização da autonomia e
para proteção dos direitos dos indivíduos, garantindo-lhes a liberdade de fazer o que
desejarem desde que isso não viole o direito de outros.
Economicamente, o Estado liberal é fruto direto dos interesses da burguesia. Seu
principal estudioso foi Adam Smith, que acreditava que o mercado é livre quando regula
a si próprio sem qualquer interferência estatal. É o modelo oposto ao Estado
intervencionista, marcado por uma regulação exaustiva de todas as áreas da economia,
incluindo o setor privado.
ESTADO DIREITO DEMOCRÁTICO

É o Estado que fundamenta-se na Lei como garante da sua existência, em que o


objetivo é a satistação do bem comum, através de politicas publicas em cada uma
das areas de atuação da governação, como diz o Marcelo R. Sousa prevalece a
segurança jurídica dos seus cidadãos, bem como a justiça social é um fim
primordial do estado.
CARATERÍSTICAS
AS FONTES DO
DIREITO
FONTES DO éDIREITO
uma expressão utilizada no meio
jurídico para se referir aos componentes utilizados no
processo de composição do direito, enquanto conjunto
sistematizado de normas disciplinadoras da realidade
social de um estado.

Em outras palavras, fontes são as origens do direito, a


matéria prima da qual nasce o direito (Regras).
SENTIDOS DAS FONTES DO DIREITO
SENTIDO SOCIOLÓGICO OU CAUSAL – fonte de Direito é toda a
situação histórica que esteve na origem ou na formação de determinada
norma.

SENTIDO MATERIAL OU INSTRUMENTAL - fonte de Direito é todo


o documento que contem a norma jurídica (Ex.: um tratado internacional).

SENTIDO POLÍTICO OU ORGÂNICO - fonte de Direito é o órgão com


competência legislativa (Ex.: a Assembleia Nacional ou o Governo).

SENTIDO TÉCNICO-JURÍDICO OU FORMAL - fonte de Direito é o


modo de formação e revelação da norma jurídica.
TIPOS DE FONTES DO DIREITO
1º FONTES IMEDIATAS OU DIRECTAS
Que são aquelas que tem força vinculativa própria, que impõem
direito e obrigações.
 Consideram-se aqui as LEIS e NORMAS CORPORATIVAS.

2º FONTES MEDIATAS OU INDIRECTAS


São aquelas que não têm força vinculativa própria mas que
influenciam o processo, a formação e a revelação das normas
jurídicas.

Obs: de referir que o costume se apresenta como uma fonte


Directa, mas existe correntes discordantes.
FONTES DO DIREITO

IMEDIATAS OU DIRECTAS MEDIATAS OU INDIRECTAS

JURISPRODÊNCIA 2
NORMAS
LEIS 1
CORPORACTIVAS
DOUTRINA 3

COSTUME 4
FONTES IMEDIATAS
Consideram-se leis que são todas as disposições genéricas advindas dos órgãos estaduais
competentes; ou normas corporativas as regras ditadas pelos organismos
representativos das diferentes categoriais morais, culturais, económicos ou profissionais,
no domínio das suas atribuições.

FONTES MEDIATAS
Costume – toda a prática reiterada e habitual, acompanhada da consciência ou
convicção do seu carácter de obrigatoriedade (práticas).
Jurisprudência corresponde ao conjunto das decisões dos tribunais. Quando um
tribunal profere uma sentença, em primeiro lugar deve conhecer o conteúdo da lei, e com
base nesse conhecimento construir a decisão. Assim, o tribunal não está a criar, mas sim
a interpretar e a aplicar a norma jurídica.
Doutrina – constitui o conjunto de opiniões, estudos e pareceres jurídicos elaborados
por técnicos de Direito de conhecida competência.
LEI
ESTUDO DA LEI
“Chama-se lei à norma jurídica decidida e imposta por uma
autoridade com poder para o fazer na sociedade politica. A lei é
assim uma norma jurídica de criação deliberada – é criada para
servir como tal.”
 João de Castro Mendes, Lições de introdução ao Estudo do Direito

Os Diferentes sentidos da LEI:


Enquanto Norma Jurídica
 Ex. artigo 24º da CRCV - Artigo 24º
(Princípio da igualdade)
Todos os cidadãos têm igual dignidade social e são iguais perante a lei, ninguém
podendo ser privilegiado, beneficiado ou prejudicado, privado de qualquer direito ou
isento de qualquer dever em razão de raça, sexo, ascendência, língua, origem, religião,
condições sociais e económicas ou convicções políticas ou ideológicas.
Enquanto Acto Legislativo
 Ex. artigo 2º CRCV - Artigo 2º
Artigo 93º
(Sistema fiscal)
1. O sistema fiscal é estruturado com vista a satisfazer as necessidades financeiras do Estado e
demais entidades públicas, realizar os objectivos da política económica e social do Estado e garantir
uma justa repartição dos rendimentos e da riqueza.
2. Os impostos são criados por lei, que determinará a incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as
garantias dos contribuintes.
3. Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não tenham sido criados nos termos da
Constituição ou cuja liquidação e cobrança se não façam nos termos da lei.
4. Aprovado o Orçamento do Estado para o ano económico-fiscal, não pode, nesse mesmo ano, ser
alargada a base de incidência nem agravada a taxa de qualquer imposto.

Enquanto Poder Judicial


 Ex. artigo 175º CRCV - Artigo 97º
(Julgamento do processo eleitoral)
Cabe exclusivamente aos Tribunais o julgamento da regularidade e da validade do
processo eleitoral.
ABRANGÊNCIA DA LEI
Sentido Amplo – refere a todos os diplomas de carácter geral e
imperativo, provenientes de orgãos estatais competentes: Ass.
Nacional, Governo, Ass. Municipais.
Sentido Restrito – refere a lei enquanto resultado do poder legislativo
que é exercido pela Ass. Nacional.

Ainda temos:
Sentido Material e o Formal, sendo o primeiro todo acto normativo
proveniente de um órgão estatal competente que contenha uma regra jurídica, e
a segunda é reservada a todas as formas por excelência da função legislativa do
Estado, como leis constitucionais, leis ordinárias e decretos-lei.
TIPOS E HIERARQUIA DA LEIS

1- Lei Constitucional
2- Lei comunitária
3- Lei internacional
4 Lei Ordinária/Base
5- Decreto-Lei
6- Atos
Administrativos
PRINCÍPIOS DA HIERARQUIA
DAS LEIS
ELABORAÇÃO DAS LEIS.
Em primeiro temos que clarificar a ideia de Lei constitucional ou
ordinária, visto ser nela que se encontra descrita todo o processo
legislativo.

Entende-se por Constituição da Republica ou lei Magna de um


país, aquele diploma legislativo onde estão consagradas e protegidos
os direitos, garantias e deveres fundamentais dos órgãos estatais que
exercem o poder legislativo. E é a constituição que estabelece as
regras para a criação dos demais actos do Estado, designadamente
das leis, que por sua vez, não podem ir contra a constituição nem
contra os princípios aí consagrados, sob pena de serem consideradas
inconstitucionais.
QUEM PODE ELABORAR AS LEIS.
Artigo 157º
(Iniciativa de Lei e de Referendo)

1. As leis podem ser:


a) Da iniciativa dos Deputados ou dos Grupos Parlamentares, sob a forma de projectos
de lei;
b) Da iniciativa do Governo, sob a forma de propostas de lei;
c) Da iniciativa directa de, pelo menos, dez mil cidadãos eleitores, sob a forma e nos
termos regulados por lei aprovada por maioria de dois terços dos Deputados presentes,
desde que superior à maioria absoluta dos Deputados em efectividade de funções.
2. Em sede parlamentar, as propostas de referendo podem ser de iniciativa dos
Deputados ou dos Grupos Parlamentares.
3. Não são admissíveis projectos ou propostas de lei e propostas de referendo
manifestamente inconstitucionais ou ilegais.
4. Os Deputados, os Grupos Parlamentares e os cidadãos eleitores, referidos na alínea c)
do número 1, não podem apresentar iniciativa legislativa que envolva, directa ou
indirectamente, o aumento de despesas ou a diminuição de receitas previstas no
Orçamento do Estado ou que o modifiquem, por qualquer forma, no ano económico em
curso.
5. Os projectos ou propostas de lei de conteúdo substancialmente idêntico ou que
tenham em vista regular matérias sujeitas ao mesmo circunstancialismo de facto e
hajam sido rejeitados, não podem ser renovadas na mesma sessão legislativa.
PROJECTOS DE LEIS – é quando a iniciativa é dos deputados ou de grupos de
deputados.

PROPOSTAS DE LEIS – é quando a iniciativa é do governo.

Artigo 157º
(Aprovação e caducidade das propostas de lei e de referendo)
1. Os projectos de lei podem ser aprovados até ao termo da legislatura.
2. As propostas de lei caducam com a demissão do Governo.
3. Os projectos e as propostas de lei e as propostas de referendo caducam com a
dissolução da Assembleia Nacional ou com o termo da legislatura.

Você também pode gostar