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Serviço de Apoio Domiciliário na Saúde em Portugal

Miguel Gomes Soares

Dissertação
Mestrado em Gestão de Serviços

Orientado por
Rui Alberto Ferreira dos Santos Alves

Agosto, 2019
Lista de Acrónimos

ADI Apoio Domiciliário Integrado


CAO Centro de Atividade Ocupacionais
DEPP Departamento de Estudos, Prospetiva e Planeamento
EGA Equipa de Gestão de Altas
EIHSCP Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos
ERPI Estrutura Residencial para Pessoas Idosas
GEP Gabinete de Estratégia e Planeamento
HOSCM Healthcare Operations and Supply Chain Management
IDS Instituto de Desenvolvimento Social
IGFSS Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social
IPSS Instituição Particular de Solidariedade Social
ISS Instituto de Segurança Social
MTSSS Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social
OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
PARES Programa Alargado da Rede de Equipamentos Sociais
PPP Parcerias Público-privadas
PROCOOP Programa de Celebração ou Alargamento de Acordos de Cooperação para o
Desenvolvimento de Respostas Sociais
RNCCI Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados
RSES Rede de Serviços e Equipamentos Sociais
SAD Serviço de Apoio Domiciliário
SCML Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
SNS Serviço Nacional de Saúde
TI Tecnologias de Informação
UAI Unidade de Apoio Integrado
VAB Valor Acrescentado Bruto

i
Resumo

Este trabalho visa estudar o Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) na Saúde, que engloba
um estudo de mercado neste sector dos serviços, com referência aos anos de 2000 até 2015,
relativamente à sua evolução e aumento da capacidade instalada e do número de entidades
lucrativas e instituições sem fins lucrativo que prestam estes serviços de saúde em cada distrito
de Portugal Continental e que constituem a Rede de Serviços e Equipamentos Sociais (RSES).

Através da revisão da literatura sobre este serviço prestado por todo o mundo, evidencio a
sua contribuição social, verifico a sua importância política e comprovo o crescimento deste
serviço na economia do nosso país. O SAD é uma resposta social que ao longo dos anos tem
aumentado a sua dimensão na estrutura da rede de cuidados de saúde, com a possibilidade de
abranger cada vez mais utentes e satisfazer as necessidades dos mesmos. Para a realização deste
estudo foi utilizada uma metodologia de investigação quantitativa, com a análise de tabelas e
gráficos, sobre este tipo de serviço prestado em todos os distritos de Portugal Continental, no
qual documentos são elaborados pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do
Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

A dissertação engloba temas relacionados com a gestão no sector de serviços, com a


inovação e gestão dos serviços de saúde no qual é referido o assunto do big data e data mining
nos serviços de cuidados de saúde. Posteriormente abordo o tema sobre as entidades sem fins
lucrativos e entidades lucrativas neste sector. A temática sobre a dependência, o
envelhecimento populacional e os serviços de cuidados de saúde na Rede de Serviços e
Equipamentos Sociais (RSES). Para finalizar a dissertação, caracterizo o serviço de apoio
domiciliário na saúde, que incorpora um estudo de mercado neste sector dos serviços e a
evolução que resulta do aumento do número e capacidade das entidades lucrativas e
instituições sem fins lucrativos que prestam estes serviços em Portugal.

O estudo permitiu concluir e comprovar que o SAD no decorrer dos quinze anos teve um
importante papel na construção e desenvolvimento da RSES, principalmente na área da
população idosa, que demonstrou ser o tipo de serviço com maior número de respostas sociais
existentes para satisfazer a procura e as necessidades dos utentes. A evolução deste serviço foi
fundamental e notável, em que no ano de 2000 era um serviço quase inexistente e que não era
muito utilizado, nem valorizado pelos governos e pela sociedade, mas que foi até ao ano de
2015 foi capaz de ganhar a confiança dos cidadãos através da qualidade dos serviços prestados.

ii
Abstract

This work intends to study the Home Health Support Service (SAD), which includes a
market study in this service sector, with reference to the years 2000 to 2015, regarding its
evolution and increase of installed capacity and number of profitable entities. and nonprofit
institutions that provide these health services in each district of mainland Portugal and
which constitute the Social Services and Equipment Network (RSES).

By reviewing the literature on this service provided around the world, I highlight its
social contribution, verify its political importance and confirm the growth of this service in
the economy of our country. DSS is a social response that over the years has increased its
size in the structure of the health care network, with the possibility of reaching more and
more users and meeting their needs. For this study a quantitative research methodology
was used, with the analysis of tables and graphs, about this type of service provided in all
districts of mainland Portugal, in which documents are prepared by the Office of Strategy
and Planning of the Ministry of Labor, Solidarity and Social Security.

The dissertation covers topics related to management in the service sector, innovation
and management of health services, in which the subject of big data and data mining in
health care services is mentioned. Subsequently I discuss the topic of non-profit and profit
making in this sector. The theme on addiction, population aging and health care services in
the Social Services and Equipment Network (RSES). To conclude the dissertation, I
characterize the home health support service, which incorporates a market study in this
service sector and the evolution that results from the increase in the number and capacity
of the profitable and nonprofit institutions that provide these services in Portugal.

The study allowed us to conclude and prove that over the course of fifteen years, the
DSS played an important role in the construction and development of SSR, especially in
the area of the elderly population, which proved to be the type of service with the largest
number of social responses to meet demand. and the needs of users. The evolution of this
service was fundamental and noteworthy, since in 2000 it was an almost non-existent
service and was not widely used or valued by governments and society, but until 2015 was
able to win the trust of citizens through the quality of the services provided.

iii
Índice

Lista de Acrónimos .................................................................................................... i

Resumo...................................................................................................................... ii

Abstract .................................................................................................................... iii

Índice........................................................................................................................ iv

Lista de Figuras......................................................................................................... v

Capítulo 1. Introdução .............................................................................................. 1

Capítulo 2. Carta Social ............................................................................................. 4

Capítulo 3. Gestão no Sector de Serviços .................................................................. 6

3.1. Inovação e Gestão dos Serviços De Saúde ..................................................................... 7

3.2. Utilização de Big Data e Data Mining nos Serviços de Cuidados De Saúde ........... 10

Capítulo 4. Entidades sem Fins Lucrativos e Entidades Lucrativas ......................14

Capítulo 5. Dependência, Envelhecimento Populacional e Serviços de Cuidados


de Saúde Na RSES .................................................................................................. 20

Capítulo 6. Serviço de Apoio Domiciliário na Saúde .............................................. 27

Capítulo 7. Conclusão ............................................................................................. 43

Bibliografia .............................................................................................................. 46

Webgrafia ................................................................................................................ 50

Anexos ......................................................................................................................51

iv
Lista de Figuras

Figura 1. Tipo de resposta social, para cada tipo de população-alvo ..................................... 5


Figura 2. Evolução do nº de entidades proprietárias, segundo a natureza jurídica, Portugal
Continental, 2000-20015 ............................................................................................................. 16
Figura 3. Evolução do número de equipamentos sociais e Distribuição percentual dos
equipamentos sociais segundo a natureza jurídica da entidade proprietária, Portugal
Continental, 2000-2015 ............................................................................................................... 17
Figura 4. Evolução da comparticipação da Segurança Social, por resposta social e utente,
com base nos acordos de cooperação, Portugal Continental – 2000-2015 ......................... 18
Figura 5. Distribuição percentual das respostas sociais por população-alvo, Portugal
Continental, referência ao ano de 2005 e ao ano de 2015 ...................................................... 21
Figura 6. Evolução do número de respostas por população-alvo, Portugal Continental -
2000-2015 ...................................................................................................................................... 24
Figura 7. Distribuição percentual das respostas sociais, por população-alvo, Portugal
Continental - 2015 ........................................................................................................................ 25
Figura 8. Evolução do número de respostas sociais para as Pessoas Idosas, Portugal
Continental - 2000-2015 .............................................................................................................. 35
Figura 9. Evolução do número de respostas sociais ERPI e SAD, Portugal Continental -
2000-2015 ...................................................................................................................................... 36
Figura 10. Evolução da capacidade das respostas sociais para Pessoas Idosas, Portugal
Continental - 2000-2015 .............................................................................................................. 37
Figura 11. Evolução da capacidade e do nº de utentes da resposta social SAD, Portugal
Continental - 2000-2015 .............................................................................................................. 38

v
Capítulo 1. Introdução

O aumento da longevidade à escala mundial constitui um dos maiores desafios da atualidade


para as sociedades e governos de todo o mundo, porque cada vez tem mais importância a
evolução dos sistemas de prestação de cuidados sociais de saúde para auxílio de pessoas
necessitadas. Antigamente em Portugal, como em todos os países europeus, os elementos das
famílias eram os principais cuidadores dos familiares doentes e com dificuldades de realizar as
atividades do dia-a-dia.

Mas surgiram mudanças nas sociedades devido a vários fatores como a crescente influência
dos centros urbanos, o abandono das pessoas das áreas rurais para as cidades, o facto de
existirem alterações nas estruturas familiares como a redução da natalidade, a evolução do
papel da mulher no mercado de trabalho e a necessidade económica de manter carreiras
profissionais, este são alguns dos motivos que fizeram com que os familiares não conseguissem
ter possibilidade de auxiliar.

O serviço de apoio domiciliário na saúde é uma das principais soluções nas políticas de
resposta social, que está presente em todas as partes do mundo através da prestação de auxílio
personalizado a pessoas necessitadas nas suas habitações. Proporciona qualidade de vida, com
um incentivo positivo tanto em termos emocionais, em que os clientes permanecem no
ambiente afetivo e familiar. Bem como em termos financeiros, pois é uma das opções de
cuidados de saúde mais económicas e com elevado potencial para se posicionar com sucesso
neste mercado em que os governos de todo o mundo verificam vantagens para a sociedade e
para a economia.

Este serviço é uma das soluções mais relevantes no futuro dos cuidados de saúde, no qual
existe uma importante colaboração com a gestão de serviços, big data e data mining, em que
muitas organizações e governos de todos os continentes estão atualmente a investir neste
sector e a atualizar a tecnologia existente para melhorar a gestão destas valências. O SAD é um
serviço que se engloba no sector terciário, que é constituído por entidades sem fins lucrativos
e por entidades lucrativas, que têm a mesma finalidade, de promover o bem-estar da população
nas habitações, através da qualidade do auxilio prestado por profissionais que garantem o
funcionamento desta rede e trabalham para conquistar a confiança das famílias, para cuidar
dos utentes e retardar a institucionalização.

1
Em 2011, a PriceWaterhouseCoopers, PWC, identificou o desenvolvimento de novos
modelos de cuidados de saúde como um fator para influenciar o futuro dos cuidados de saúde
europeus através de parcerias público-privadas que é a medida em que os governos vêm como
uma maneira de resolver problemas mais amplos na prestação de cuidados. Refere um relatório
que identifica que as parcerias serão cada vez mais e ao longo dos anos com a evolução destas
medidas irão ser substituídas as estruturas de internamento que estão em ruínas, por uma
gestão da prestação de cuidados domiciliários na saúde.

Em análise de dados quantitativos relativamente a Portugal Continental, ao longo dos anos,


desde 2000 até 2015, o número de entidades lucrativas aumentou, em que o valor registado no
ano de 2000 foram com cerca de 900 entidades e no ano de 2015 com cerca de 1900 entidades
para fins lucrativos. No que diz respeito a entidades do sector não lucrativo no ano de 2000
está registado cerca de 3000 entidades no qual aconteceu um crescimento neste sector até 4800
entidades, no ano de 2015.

Contabilizado na totalidade o valor para o ano de 2000 foram de 3910 entidades dos dois
tipos de sectores e no ano de 2015 cerca de 6500 entidades. Desta forma é verificada assim
uma evolução significativa ao longo destes quinze anos neste sector de atividade segundo o
Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do MTSSS - Ministério do Trabalho,
Solidariedade e Segurança Social da República Portuguesa).

O conceito de financiamento surge como um contexto e razão pela qual levou os


profissionais de saúde a aproveitarem horas disponíveis do seu horário de trabalho para
prestarem serviços de cuidados de saúde em casas de repouso. É vantajoso financiarem os
profissionais para trabalhar com casas de repouso e apoiarem o acréscimo de responsabilidades
domiciliares. A presença de financiamento combinado com os recursos das organizações e
instituições que têm a capacidade de organizar e planear através da gestão de serviços, que
coordenam uma rede complexa de profissionais especialistas interconectados para os cuidados
de saúde, desencadeia um compromisso e vontade de trabalhar de forma proativa com o sector
de prestação de serviços de apoio domiciliário na saúde. (Gordon, A.L., Goodman, C., et al.,
2018)

Existe uma falta de preparação dos sistemas de saúde para prestar cuidados adequados a
pessoas de idade e a utentes com doenças crônicas e todos os pacientes que necessitem de
ajuda médica. Existe um grande potencial inexplorado para modificar a relação entre a idade
cronológica e a saúde. Este objetivo é especialmente importante para todo o tipo de doentes,
mas com um foco mais relevante para problemas de dependência como a demência, o acidente

2
vascular cerebral, a doença pulmonar obstrutiva crônica e comprometimento de todo o tipo
de mobilidade e problemas de visão. Para os quais a carga da doença aparece mais da
incapacidade existente para fazer o necessário no dia-a-dia e para os quais os cuidados de longo
prazo assumem custos muito elevados. Para a sociedade estes problemas são significativos,
por isso como resposta social para solucionar esta problemática surgem os serviços de apoio
domiciliário na saúde, que vêm demonstrar vantagens para todas as pessoas necessitadas. Com
a finalidade de melhorar o contexto social e económico que na atualidade vivemos no mundo
inteiro. (Prince, H.J., Wu, F, et al, 2015).

O objetivo desta dissertação é o estudo e a caracterização do serviço de apoio domiciliário


na saúde, em Portugal, com a finalidade de acrescentar informação sobre este assunto à
literatura existente sobre estes serviços prestados por todo o mundo. Relativamente ao
paradigma português, não existem estudos neste sentido, pois este serviço está em
desenvolvimento e crescimento no nosso país e com este estudo pretendo preencher esta
inexistência e demonstrar o desenvolvimento e expansão deste tipo de serviço na rede de
serviços e equipamentos sociais, como uma das mais importantes soluções na área da saúde
no tratamento da população.

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Capítulo 2. Carta Social

A Carta Social, foi criada em 1998, com a finalidade de dar a conhecer aos cidadãos a Rede
de Serviços e Equipamentos Sociais (RSES) com a tutela do Ministério do Trabalho,
Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), que representa uma ferramenta de utilidade pública
com a pluralidade de objetivos que definem as atividades de serviços de cuidados para a
população e que auxilia o planeamento da política de ação social, em Portugal.

A Rede de Serviços e Equipamentos Sociais (RSES), demonstra um conjunto alargado de


respostas de saúde e sociais para a população necessitada em situações de dependência, que
determina um instrumento fundamental no desenvolvimento da proteção social e tem como
objetivo a promoção da inclusão social, o combate a casos de pobreza e a conciliação entre a
vida pessoal e familiar dos utentes com a atividade dos profissionais responsáveis por estes
serviços prestados pelas instituições do sector solidário, público e lucrativo. A caracterização
desta rede constitui o universo das entidades proprietária segundo a natureza jurídica da
mesma, bem como o número de valências por áreas de intervenção e as tendências evolutivas
registadas.

Neste contexto é considerada uma entidade proprietária, qualquer entidade, individual ou


coletiva, detentora ou gestora de equipamentos onde se desenvolvem respostas sociais. Os
equipamentos sociais são todas as estruturas físicas onde se desenvolvem as diferentes
respostas sociais existentes ou onde estão instalados os serviços de enquadramento a certas
respostas que se desenvolvem diretamente junto dos utentes, como o serviço de apoio
domiciliário.

A Carta Social constitui um mecanismo essencial ao estudo da rede de serviços e


equipamentos sociais, porque é uma base de dados de informação de elevada importância, de
análise e caracterização de todos os apoios e cuidados existentes, que auxilia a tomada de
decisão no planeamento do processo das políticas sociais e as conceções associadas. Para além
destas funções, tem como utilidade demonstrar todas as respostas e equipamentos de cada
distrito de Portugal e serve como meio de informação aos cidadãos. Com elevada capacidade
de complementaridade de recolha de dados e com mecanismos de flexibilidade são
constantemente melhoradas as potencialidades desta base de dados para a produção de
informação coerente e fidedigna, em relação ás áreas geográficas da realidade socioeconómica
do continente português, que desta forma contribui para a tomada de decisão das políticas do
Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do MTSSS.

4
A informação existente na Carta Social é anualmente atualizada e efetuada por via
eletrónica, através das entidades e organizações responsáveis pelo desenvolvimento das
respostas sociais englobadas na rede de serviços e equipamentos sociais, em que estes
conhecimentos e dados são complementados através do Instituto de Segurança Social (ISS) e
o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (IGFSS, IP) dos serviços do Ministério
do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Desta forma, é possível reduzir os
procedimentos administrativos, desburocratizar processos e minimizar encargos financeiros
para o Estado, pois as referidas entidades, através da internet, conseguem aceder a uma
plataforma informática que permite atualizar e acrescentar novos elementos associados a estas
atividades deste sector.

Os resultados das análises, caracterização e recolha de informação do primeiro


levantamento da RSES efetuado pelo Departamento de Estudos, Prospetiva e Planeamento
(DEPP) do MTSSS, publicados em julho de 2000, no âmbito da Carta Social, demonstram
uma atualização dos recursos que Portugal Continental dispunha neste sector, com referência
ao ano de 1998, em comparação com 2000. Engloba também os aspetos mais significativos
dos financiamentos e o ritmo a que esses recursos foram criados ao longo do tempo e que
durante todos os anos foram elaborados relatórios, com tabelas e gráficos que constituem
estudos até ao ano de análise em questão (2015) e estabelecer uma análise comparativa da
evolução registada.

No âmbito deste quadro elaborado pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento, publicado


na Carta Social, é possível verificar o tipo de respostas sociais e saúde existentes no RSES para
cada tipo de utente.

Figura 1. Tipo de resposta social, para cada tipo de população-alvo

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

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Capítulo 3. Gestão no Sector de Serviços

Desde os inícios dos anos 90 que os serviços e o terceiro sector cresceram


significativamente, em tamanho e extensão, em muitas áreas da Europa. A investigação sobre
o sector dos serviços é incipiente, mas é intensificada à medida que os governos nacionais e a
União Europeia verificam o seu papel social e económico (Osborne, S., 2009).

O sector dos serviços corresponde a 67,01% do produto interno bruto (PIB) da totalidade
da economia mundial e nas economias mais desenvolvidas representa 55%. No caso
dos países pertencentes à OCDE, o sector dos serviços tornou-se uma força que impulsiona o
crescimento do emprego, que na atualidade reflete mais de 70% do total. Embora na maioria
destes países o crescimento da produtividade no sector dos serviços continue a ser lento,
porque a OCDE demonstrou a importância da implementação de novas políticas, a utilização
de tecnologias de informação e inovação em produtos e processos na Austrália e nos Estados
Unidos da América conseguiram alcançar o sucesso através desse método. (Castaño, J.D.,
Moreira, M.R., Sousa P.S., Meneses R.F.C., 2013)

Na Europa, em 2010, existiam 2,8 milhões de organizações no sector dos serviços, que
representavam 7,5% do emprego remunerado (INE & CASES, 2013). No contexto de
Portugal, neste ano o sector era constituído por 55.383 organizações que representava 2,8 da
produção e do Valor Acrescentado Bruto (VAB).

O sector terciário ao longo dos anos, cada vez mais ocupa um lugar mais relevante para a
área económica, social e política, com a capacidade de promover o bem-estar da população e
representar e defender as causas dos cidadãos. A identidade do sector dos serviços é
determinada pelas organizações que o constituem, como as fundações, associações,
mutualidades e cooperativas. Este é um sector que difere dos outros por ter a característica de
ser privado e não lucrativo, pois dedica-se a causas que não têm como finalidade o lucro, mas
sim a qualidade de vida dos cidadãos.

Teresa Fernandes e Mafalda Teixeira (2015) elaboraram um estudo que caracteriza o


profundo efeito da qualidade do serviço e o efeito mediador da satisfação do cliente. São os
principais aspetos para a tomada de decisões do consumidor que, amplamente reconhecidos,
criaram uma notável transferência de consciência para o marketing de serviços com foco no
cliente e um constante aumento de pesquisas relacionadas ao comportamento do cliente em
serviços. Enquanto este setor está em crescimento e se torna cada vez mais competitivo, os
provedores de serviços estão cada vez mais no desenvolvimento da vantagem competitiva,

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com a gestão estrategicamente direcionada para os relacionamentos com os clientes. Uma das
determinantes mais relevantes dos relacionamentos com clientes é de facto, a lealdade do
serviço. As empresas de serviços sempre dedicaram muita atenção às relações que constroem
com os seus clientes, em oposição a outras empresas. Isto é devido ao fato de que essas
empresas fornecem um serviço que precisa de muito contato do cliente para ser promovido.
Esse tipo de contato possibilita a oportunidade, tanto para a empresa quanto para o cliente,
para desenvolver um relacionamento forte. (Fernandes, T., Teixeira, M., 2015). Todos estes
fatores de ligação com os clientes são de elevada importância para o sector dos serviços de
saúde.

No estudo de Álvaro Rebuge e Diogo Ferreira, é demonstrado que os processos


administrativos e de gestão de serviços no sector da saúde são componentes complexas de
imensa importância que coordenam procedimentos de serviços de tratamento médico. Eles
não são adaptados para uma condição específica, mas visam coordenar o tratamento médico
entre diferentes pessoas e unidades organizacionais nas mais variadas situações. O
agendamento de pacientes é um exemplo de processos organizacionais. O ambiente da saúde
e os processos subjacentes possuem características peculiares quanto ao grau de dinamismo,
complexidade e natureza multidisciplinar. As organizações que prestam serviços de cuidados
de saúde, trabalham constantemente para controlar e otimizar os processos de prestação de
cuidados, como meio de melhorar a qualidade e a eficiência, reduzindo custos. Bem como,
acompanhar as legislações, os atos regulamentares e a extensa quantidade de diretrizes clínicas
emitidas (Rebuge, A., Ferreira, D.R., 2012)

3.1. Inovação e Gestão dos Serviços De Saúde

O interesse dos estados e da política na criação de serviços de saúde está a aumentar


substancialmente. Face ao rápido aumento dos custos médicos e da crescente procura por
serviços de saúde, a direção da política de saúde pública em toda a Europa, foca as suas
intenções para modelos preventivos de saúde e centrados no paciente. (Barlow et al., 2002).

As interações entre provedores e utentes finais, constituem a co-produção em que estão


englobadas as interações entre diferentes organizações na prestação de serviços. A política tem
procurado abrir as especificações em muitos sistemas de saúde pública europeus, e provisão
de serviços para organizações do setor dos serviços e do setor privado. Mais uma vez, há um

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corpo de pesquisa sobre co-produção e inovação no setor privado na saúde. (Windrum, P.,
2014)

Os clientes querem melhor qualidade, escolha, conveniência e serviço, e eles querem gastar
menos dinheiro, esforço, tempo e risco. Além disso, o cliente é geralmente o ponto fulcral de
todas as decisões e ações de organizações de serviços intensivos em conhecimento. A
importância da inovação é amplamente reconhecida na maioria dos campos, especialmente no
setor de saúde. (Hong, KS, Lee, D., 2018)

Nos últimos anos, os desenvolvimentos revolucionários em tecnologia, diagnóstico e


tratamento de serviços, influenciam a qualidade das principais transformações. Tem-se
registado a maior fonte de aplicações e conceitos inovadores em serviços de saúde. Símbolo
de transição para a economia da criatividade na era da informação que desenvolve a inovação,
novas abordagens, tecnologias e processos de desenvolvimento de padrões de trabalho. A
inovação começa através de várias ideias. (Şengün, H., 2016)

Lee (2010) observou que a inovação ocorre nas linhas da frente dos provedores de saúde.
Como os profissionais são o ponto de contato com os clientes, eles são o ativo mais importante
de qualquer organização (Lee, D., 2010). Um dos fatores críticos que pertence ao setor de
serviços é de facto a interação efetiva desenvolvida entre o cliente e o funcionário. (Gnanlet
A, Yayla-Kullu H, 2013)

As indústrias de serviços intensivos em conhecimento estão a ganhar capacidade para ser


o motor do crescimento econômico por meio da inovação (Chesbrough, 2011). Especialmente
o setor de saúde que recentemente verificou uma aceitação em parcerias público-privadas
(PPPs) para abordar os benefícios e limitações das inovações digitais (Hong, K.S. e Lee,
D., 2018).

As redes europeias de inovação em saúde são alianças que reúnem e desenvolvem


complementaridades e sinergias entre os conhecimentos especializados, competências,
serviços e recursos financeiros de cada parceiro. Estas são alianças colaborativas entre
organizações públicas, privadas e do setor dos serviços. Em que cada parceiro tem um papel
específico e faz uma contribuição específica para a co-produção da inovação dos
serviços. (Windrum, P., 2014).

Os processos operacionais coordenados pela gestão de serviços numa organização de


prestação de cuidados de saúde, englobam toda a cadeia de valor, incluindo serviços de
atendimento ao paciente, recursos humanos, operações de instalações, gestão de materiais e

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sistemas, relações internas e externas e sustentabilidade ambiental (Lee, D., 2015). No entanto,
as operações principais envolvem o serviço de atendimento ao paciente como um elemento
essencial para a cocriação de valor nos serviços de saúde através das experiências de interação
entre os profissionais e os utentes para que as organizações alcancem uma a excelência na
qualidade do serviço prestado (Lee, D., 2017).

O acesso dos profissionais aos cuidados domiciliários de saúde, aliados ao uso de recursos
e resultados, melhora as atividades existentes porque cria oportunidades para aprender,
trabalhar e planear em conjunto com a finalidade de todos alcançarem o mesmo
objetivo (Gordon, A.L., Goodman, C., et al., 2018).

A inovação está presente em todo o processo criativo e tem a capacidade de ser


completável, realizável e promissora na área da saúde. A prevenção de doenças e gestão de
atendimento ao paciente são áreas em que a inovação pode ser uma ferramenta inovadora
utilizada para obter melhores resultados. Assim sendo, a inovação, é um processo que, às
vezes, leva a atingir metas remotas e que resulta num grande sucesso. Os desenvolvimentos
revolucionários da tecnologia nos últimos anos causaram transformações cruciais no campo
da saúde, por meio de melhorias em formatos de apresentação e qualidade em serviços de
diagnóstico e tratamento, mas também para coordenar a gestão de serviços no sector da
saúde. A importância das inovações no sistema de saúde através de mudanças conceituais no
setor, são uma das principais vertentes com mais relevância. (Sengün, H., 2016)

Windrum (2014) enfatizou o papel crítico da inovação para melhorar a eficiência da


qualidade do atendimento ao paciente por meio de sistemas de Tecnologia da Informação e
Comunicação (TIC) e produtos médicos. Existem três tipos de inovações críticas no sistema
de saúde: com base no cliente, com base na tecnologia e com base no integrador (Herzlinger
2013). A inovação focada no cliente é para o benefício dos pacientes, como a redução do
tempo de espera do paciente e a minimização de despesas e custos médicos. A inovação
baseada em tecnologia serve para melhorar o sistema de prestação de cuidados de saúde, para
oferecer atendimento de alta qualidade, para novos tipos de tratamento, prevenção de doenças,
redução do tempo de entrega de produtos, melhores produtos e serviços com aplicações de
TIC. A inovação do integrador serve para alcançar uma maior eficiência dos serviços de saúde,
a rede integrada e utilização em grupo. Assim, os aplicativos de TIC podem fornecer suporte
a todos os três tipos de inovação na área da saúde (Hong, K.S., Lee, D., 2018).

Com o apoio da inovação, tanto a melhoria da sociedade nos níveis de saúde, como o setor
de saúde contribuem para a economia. O setor de saúde mobiliza os determinantes da

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inovação que elevam o nível de saúde, que são uma prioridade para todos os governos como
um dos principais objetivos, embora a inovação não seja um processo espontâneo. Devido às
funções complexas necessárias, os governos, apoiam os processos inovadores do setor da
saúde em que a formulação de políticas e o planeamento em nível estratégico, exigem uma
abordagem abrangente e integrada para alcançar excelentes resultados, com benefícios para
todas as componentes deste sector (Sengün, H., 2016).

3.2. Utilização de Big Data e Data Mining nos Serviços de Cuidados De


Saúde

Com o aumento dos gastos com saúde e a redução das alocações orçamentais, existe um
interesse considerável em usar o big data para reduzir os custos associados aos serviços de
saúde. Com o uso generalizado de sistemas de informação de saúde, conhecidos como
registros eletrônicos de saúde, há um propósito significativo para melhorar a maneira como os
cuidados de saúde são oferecidos, recorrendo ao poder do Big Data. Isso tornou a Data Mining,
mineração de dados, uma ferramenta importante de análise preditiva para a tomada de decisões
na área da saúde. Ao longo dos anos as organizações demonstraram interesse em conseguirem
ser mais competitivas e fornecer um atendimento melhor e mais personalizado ao paciente.
Desta forma, há uma intenção significativa para melhorar a forma como a assistência médica
é fornecida, recorrendo ao poder do Big Data. (Malik, M., Abdallah, S., Ala'raj, M., 2018).

Existem seis casos de algumas das oportunidades mais claras que existem para reduzir
custos neste sector através do uso de big data nos serviços de saúde, que são nos casos de
pacientes de alto custo, readmissões, triagem, descompensação (quando a condição de um
paciente piora), otimização de tratamento para doenças que afetam múltiplos sistemas de
órgãos. Bem como nos casos relativos ao tipo de insights que provavelmente surgirão da
análise clínica, em que implicam conhecimento dos tipos de dados necessários para obter tais
insights e a infraestrutura através de análises, algoritmos, registros, escores de avaliação,
dispositivos de monitoramento que as organizações necessitem de realizar as análises
necessárias e implementar mudanças que melhorarão o atendimento e, ao mesmo tempo,
reduzirão os custos. As descobertas têm implicações políticas para a supervisão regulatória,
formas de abordar preocupações com a privacidade e o apoio da pesquisa em análise (Bates et
al., 2014).

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Dada a aplicação bem-sucedida da utilização de data mining, por entidades e organizações
relacionadas à saúde, com o objetivo de reduzir custos de assistência médica, foi possível
alcançar objetivos significantes como descobrir casos de pacientes com diagnóstico
insuficiente, identificar e classificar pessoas em situação de risco em termos de saúde e também
ajudou seguradoras com a prevenção de fraudes de seguro de saúde. A data mining e as
tecnologias, em cada área de classificação, agrupamento e associação têm sido usadas para uma
infinidade de propósitos, incluindo pesquisas nos campos biomédico e da saúde. (Yoo, I, et al.
2012)

A data mining, é uma ferramenta de utilização intensiva e extensivamente por muitas


organizações. Na área da saúde, está a ser cada vez mais popular e de facto cada vez mais
essencial. Aplicações de data mining podem transmitir benefícios para todas as partes envolvidas
no setor de saúde. Por exemplo, pode auxiliar as organizações de saúde na tomada de decisões
de gestão de relacionamento com o cliente, em que os médicos identificam tratamentos
eficazes e práticas recomendadas e os pacientes recebem serviços de saúde melhores e mais
acessíveis. As enormes quantidades de dados gerados pelas transações de saúde são muito
complexas e volumosas para serem processadas e analisadas pelos métodos tradicionais. (Koh,
H.C., Tan, G., 2011)

Bates et al. (2014), no estudo analisa pacientes de alto custo, readmissões, triagem,
compensações, eventos adversos e planos de otimização de tratamento com a utilização de big
data para possíveis melhorias. O sistema de saúde dos Estados Unidos da América está a adotar
rapidamente a utilização de registos eletrónicos na saúde, o que aumentará drasticamente a
quantidade de dados clínicos que estão disponíveis eletronicamente. Simultaneamente, um
progresso rápido foi feito em análises clínicas, com técnicas para analisar grandes quantidades
de dados e obter novos insights a partir dessa análise, que é parte do que é conhecido como
Big Data of Medicine. Como resultado, há oportunidades sem precedentes de usar o big data para
reduzir os custos dos serviços de saúde nos EUA. (Bates et al., 2014).

Langabeer e Helton (2015) observaram o uso extensivo de métodos quantitativos, como o


uso de ferramentas analíticas e de otimização, bem como técnicas de processo e qualidade para
impulsionar as melhorias (Langabeer, J. R, I, Helton, J. 2015). A perspetiva de operações de
saúde e cadeia de suprimentos ou cuidados, Healthcare Operations and Supply Chain Management
(HOSCM) é particularmente importante, dada a importância da qualidade e segurança no setor
de saúde (Kroos, J.F., Brown, E.C., 2013).

11
Refletido pelo crescente interesse em tecnologia da informação, surgiram novas tecnologias
em saúde para estratégia, objetivos em operações, design do sistema de prestação de cuidados
domiciliários, problemas de qualidade, planeamento com coordenação da capacidade
disponível, programação e controlo que são alguns dos temas mais pesquisados no
HOSCM (Dobrzykowski et al. 2014).

Data mining na gestão de operações de saúde é de facto uma área emergente de pesquisa que
registou um aumento de 60% nos últimos cinco anos, de 2013 até 2018, em que este tema
contabiliza cerca de 75% de todas as publicações realizadas nos últimos 10 anos
(Malik, M., Abdallah, S., Ala'raj, M., 2018).

As operações de saúde e gestão da cadeia de suprimentos (HOSCM) são conceitos muito


amplos que incluem todas as atividades necessárias para fornecer cuidados aos pacientes. No
entanto, a análise de dados mostra que a maioria dos aplicativos de data mining focou um
subconjunto restrito de funções do HOSCM, como qualidade do atendimento, identificação
de vias de cuidado e pacientes e agendamento da força de trabalho (Kroos, J.F., Brown, E.C.,
2013).

Todas essas áreas de aplicação são importantes para a segurança do paciente e também para
combinar a escassa capacidade de saúde com uma procura crescente e utilizar o poder do big
data para outras atividades do HOSCM, como o design do layout físico e as análises do
processo, também teria contribuído para melhorar a produtividade dos serviços de
saúde. (Malik, M., Abdallah, S., Ala'raj, M., 2018)

A data mining pode ajudar os pesquisadores a obter novos e profundos insights e pode facilitar
o entendimento sem precedentes de grandes conjuntos de dados biomédicos. Data mining pode
revelar novos conhecimentos biomédicos e de saúde para a tomada de decisões clínicas e
administrativas, bem como gerar hipóteses científicas a partir de grandes dados experimentais,
bancos de dados clínicos e literatura biomédica. A utilização de vários algoritmos de data mining
têm a capacidade de classificação, agrupamento, associação e respetivas vantagens e
desvantagens (Yoo, I, et al. 2012).

Rebuge e Ferreira (2012), desenvolveram uma ferramenta baseada na análise de processos


de negócios para o ambiente da saúde. A ferramenta coletou dados do sistema de informações
hospitalares e forneceu um conjunto de técnicas de data mining para a análise de procedimentos
de saúde selecionados. O método foi aplicado empiricamente no Centro Hospitalar do Entre

12
Douro e Vouga (CHEDV), com sede no Hospital de São Sebastião, em Santa Maria da Feira,
em Portugal. (Malik, M., Abdallah, S., Ala'raj, M., 2018)

No estudo de Rebuge e Ferreira (2012), foi apresentada a metodologia baseada em


processos de mineração para a análise de cuidados de saúde. Os sistemas de informação de
saúde que registram as atividades clínicas à medida que ocorriam uma fonte valiosa de dados
para analisar esses processos e estudá-los de acordo com várias perspetivas. Demonstram que
a data mining oferece meios ágeis para conceber, analisar, coordenar e entender diferentes visões
de processos reais, extraindo conhecimento de todos os registos dos sistemas. Em ambientes
com características de processos de serviços, como a saúde, as técnicas de data mining que se
tornam mais úteis são aquelas que conseguem lidar com grandes quantidades de dados e de
ocorrências e que podem classificar ações, para que se possa estudá-las separadamente
(Rebuge, Á., Ferreira, D. R., 2012)

As tecnologias forneceram capacidades disponíveis para permitir a previsão de custos de


saúde, incluindo tempo de internação, diagnóstico e prognóstico de doenças e a descoberta de
padrões biomédicos e de saúde ocultos a partir de bancos de dados relacionados que são
oferecidos juntamente com uma discussão sobre o uso de data mining para descobrir relações,
como por exemplo entre as condições de saúde que o utente manifesta e uma doença
possível. Os grandes dados de saúde são particularmente úteis para gerar hipóteses científicas
para pesquisa médica. No entanto, a data mining de saúde parece ter sido amplamente usada
para diagnóstico, planeamento de tratamento e prognóstico. Artigos seletivos de uma
infinidade de literatura incluem o tratamento da doença para oncologia, patologia hepática,
neuropsicologia ou ginecologia. (Yoo, I, et al. 2012).

13
Capítulo 4. Entidades sem Fins Lucrativos e Entidades Lucrativas

Economia Social e Solidária é um conceito que agrega duas lógicas: a primeira de Economia
Social, que se refere a um conjunto de bens e serviços através do associativismo,
cooperativismo e mutualismo, como solução às carências sociais da população através de
atividades económicas e entidades sem fins lucrativos como misericórdias, instituições de
solidariedade social. A segunda lógica corresponde a Economia Solidária, que tem origem na
primeira revolução industrial e que tinha a capacidade de resolver problemas da comunidade
através do cooperativismo com parcerias locais, com recurso aos ideais da economia social,
mas que emprega novos métodos de atuação na realidade da sociedade.

Desta forma, a Economia Social e Solidária promove uma relação inversa ao capitalismo,
pois o caráter humano e a união prevalecem perante outras virtudes, porém, não se exclui o
objetivo financeiro inicial estipulado pelo capital investido. Corresponde a uma variedade de
práticas econômicas e sociais organizadas como associações e empresas com ou sem fins
lucrativos e redes de cooperação através de atividades de produção de bens, prestação de
serviços, finanças solidárias e consumo solidário através de um tipo de organização de
produção, consumo e distribuição de riqueza através da igualdade, centrada na valorização do
ser humano e não do capital. Assim sendo, a Rede de Serviços e Equipamentos Sociais e todas
as entidades e organizaçãos que prestam serviços de cuidados de saúde em todos os sectores
que constitutem esta rede, pertencem a este tipo de economia social e solidária e contribuem
para o crescimento deste tipo de economia.

Muitas organizações do setor dos serviços podem ser encontradas em saúde pública, como
associações voluntárias, instituições de caridade e fundações de empresas comerciais sem fins
lucrativos para empreendimentos sociais. Existe assim uma reunião de conhecimentos
especializados sobre os pacientes, bem como distintas competências médicas e não médicas. A
forte presença de instituições médicas de caridade e outras organizações do terceiro setor deve-
se ao facto de haver um acesso restrito de empresas do setor privado nos sistemas de saúde
pública europeus. (Windrum, P., 2014).

As entidades proprietárias ou gestoras, estão classificadas segundo a natureza jurídica em


entidades lucrativas e entidades não lucrativas, sendo que é considerado qualquer entidade,
individual ou coletiva, detentora ou gestora de equipamentos onde se desenvolvem respostas
sociais e de saúde e que prestam cuidados à população. Nas entidades não lucrativas estão
englobadas as Instituições Particulares de Solidariedade Social, designadas por IPSS, bem

14
como, outras entidades sem fins lucrativos, as Entidades Públicas, Entidades Oficiais que
prosseguem fins de ação social e os Serviços Sociais das Empresas e a Santa Casa da
Misericórdia de Lisboa (SCML).

Com base numa política consistente e coerente, com melhorias ao nível do financiamento
para o investimento público e no sector privado, foi possível aumentar e contribuir para o
crescimento da rede de serviços e equipamentos sociais. Como se pode verificar na tabela do
anexo 1, da Carta Social elaborada pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento do MTSSS, com
referência a 1998, em que o número de entidades sem fins lucrativos registava 2775 entidades
e as entidades lucrativas eram 702, que constituía um total de 3477 entidades. Neste contexto,
as entidades sem fins lucrativos cresceram cerca de 10%, com especial foco para entidades
públicas, cujo crescimento foi de 30%, enquanto que as entidades lucrativas registaram um
aumento de 24%, que demonstra na totalidade e em valores absolutos, no surgimento de 433
novas entidades proprietárias, nas quais e 170 são entidades lucrativas, 19 são públicas e 244
são organizações não governamentais (inclui entidades com estatuto de IPSS, entidades
equiparadas a IPSS e outras entidades sem fins lucrativos).

Desta forma, no ano de 2000, com base no anexo 2, verifica-se que existiam 3038 entidades
sem fins lucrativos e 872 entidades lucrativas que contabilizava o total de entidades dos dois
sectores de 3910. Com base no gráfico do anexo 3, que representa a distribuição das entidades
segundo a natureza jurídica as organizações particulares sem fins lucrativos correspondiam a
75,6% (das quais 91% eram IPSS), as entidades públicas 2,1% e os restantes 22,3% pertenciam
a entidades lucrativas. De notar que nestes valores, o total destas entidades proprietárias, 34%
localizavam-se nos distritos de Lisboa e do Porto. Em relação ao número de equipamentos
existentes, no âmbito do anexo 4, o sector não lucrativo dispunha de 5075 e o sector lucrativo
com 931 que perfazia uma totalidade de 6006 equipamentos.

Como se pode comprovar através do anexo 5, o número total de entidades proprietárias


aumentou cerca de 53,1%, uma evolução de forma contínua e significativa ao longo dos sete
anos de referência, em que foram identificadas em 2005 a 31 de Dezembro, 5323 entidades
proprietárias de equipamentos sociais, com um crescimento de 6,1% em relação ao ano
anterior. No anexo 6, no final de 2005, demonstra que as entidades lucrativas eram 25% e o
sector não lucrativo representava cerca de 75% do universo, em que as IPSS correspondiam a
66% desse valor.

15
O desenvolvimento deste sector no total dos dois tipos de entidades segundo a natureza
jurídica, foi progressivo ao longo dos cinco anos sucessivos, no qual se pode confirmar através
do anexo 7, embora a tendência de crescimento gradual se verifique mais nas entidades
lucrativas, enquanto que nas entidades não lucrativas mantêm uma evolução mais estabilizada.
Aconteceu assim um aumento global no período 1998-2010, de cerca de 69,2%. Em Portugal
Continental, por referência a 31 de Dezembro de 2010, registou-se mais de 5800 entidades
proprietárias de equipamentos sociais, como se demonstra no anexo 8. Da totalidade de
entidades, surgiu um aumento de 6,9% em relação a 2000, relativamente às entidades lucrativas
pois caracterizam cerca de 31,9% e relativamente ao sector não lucrativo, 68,1%, dos quais foi
constituído por 61,4% de IPSS.

Figura 2. Evolução do nº de entidades proprietárias, segundo a natureza jurídica,


Portugal Continental, 2000-20015

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

No âmbito da figura 2, é possível verificar neste gráfico, que no período de 2000-2015, o


número de entidades proprietárias de equipamentos sociais registou uma evolução crescente e
contínua, que totaliza no ano de 2000, cerca de 3900 entidade e em 2015, cerca de 6500
entidades. As entidades que constituem o principal suporte da RSES, são as do sector não
lucrativo, com cerca de 4700 entidades, no entanto as entidades lucrativas construíram um
desenvolvimento muito positivo e evolutivo, durante estes quinze anos, pois foram capazes
de alargar a oferta de respostas e cuidados de saúde existentes para cerca de 1800 entidades.

No ano de 2015, por referência ao final do ano, de acordo com o anexo 9, no universo dos
dois sectores, as entidades não lucrativas voltam a crescer para 72,8%, em que 57,94%
corresponde a IPSS e as entidades do sector lucrativo passam para 27,2%, ou seja, menos 4,7%
do que no ano de 2010.

16
Em 2006, em Portugal foi criado o Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos
Sociais (PARES), que corresponde ao alargamento da rede de apoio através de equipamentos
sociais, traduzindo-se no apoio ao investimento na criação de respostas sociais nas regiões
onde foram diagnosticadas necessidades mais prementes, com soluções essenciais para a
promoção do bem-estar e para a melhoria das condições de vida das pessoas e famílias. Assim
sendo, o PARES aposta e assenta numa estratégia de parceria com as instituições particulares
de solidariedade social (IPSS) e de incentivo ao investimento privado que contribui para o
reforço da proteção social no combate à pobreza.

Um dos objetivos deste programa PARES é a permanência dos idosos em suas casas, com
maior autonomia e mais qualidade de vida, que cada vez mais torna-se a resposta ideal para os
seniores e pessoas necessitadas, pois justifica a importância e dimensão desta área de
investimento, que aumenta o número de lugares para utentes em Centros de Dia e reforça
significativamente os Serviços de Apoio Domiciliário na saúde.

Figura 3. Evolução do número de equipamentos sociais e Distribuição percentual


dos equipamentos sociais segundo a natureza jurídica da entidade proprietária,
Portugal Continental, 2000-2015

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

Como se pode verificar através da figura 3, durante o período de 2000 até 2015,
demonstrado através deste gráfico, a maioria dos equipamentos sociais em funcionamento
fazem parte do sector das entidades não lucrativas que no decorrer dos anos desenvolveram
uma evolução muito notória com elevada importância para a RSES, porque em 2000 contavam
com cerca de 5000 equipamentos e no final de 2015, registaram mais de 9000.

Desta forma, segundo a Carta Social, 84% do número total de equipamentos sociais era
propriedade do sector não lucrativo, sendo que em média, por cada cinco equipamentos de
organizações não lucrativas existia um de entidades lucrativas. As entidades do sector lucrativo

17
contabilizavam os restantes 16%. No que diz respeito à totalidade do número de equipamentos
sociais em funcionamento, no conjunto dos dois sectores, contabilizou-se em 2015, mais de
11300 equipamentos.

Em relação ao assunto da comparticipação da Segurança Social, por resposta social e utente,


com base em acordos de cooperação às instituições, no Continete de Portugal, no âmbito do
anexo 10, que retrata o ano de 2010. A situação em que o país atravessava com uma conjuntura
económica e social, através de acordos foi decidido manter os valores praticados no ano
anterior da comparticipação financeira da Segurança Social para acordos de cooperação, no
que se refere às respostas sociais que fazem parte dos protocolos de cooperação.

Figura 4. Evolução da comparticipação da Segurança Social, por resposta social e


utente, com base nos acordos de cooperação, Portugal Continental – 2000-2015

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

A evolução do ano de 2000 até 2015, relativamente a este assunto das comparticipações da
Segurança social, em euros por resposta social e por utente, encontra-se demonstrada no
gráfico da figura 4, sobre a situação da Rede de Serviços e Equipamentos Sociais durante estes
quinze anos de análise. Ao verificar este gráfico é possivel entender e ordenar as respostas que
no decorrer destes anos foram mais benificiadas. As que receberam maior comparticipação
por utente, foram as respostas sociais do Lar Residencial, com mais de 950€ por utente, e
depois em segundo o Lar de Apoio, com cerca de 700€, em 2015. Durante os quinze anos, ou

18
seja, em cada cinco anos de análise foram sempre estas as duas respostas mais comparticipadas
pela Segurança Social.

Seguidamente o Lar de Infância e Juventude que em 2010 e 2015 foi a terceira resposta
mais comparticipada, embora que em 2000 e 2005 seja a quarta, porque o Centro de Atividades
Ocupacionais (CAO) era a terceira. Em 2015, o CAO acabou por ser a quarta resposta social
nesta escala, em quinto a Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) e em sexto a
Creche. De salientar que o Serviço de Apoio Domiciliário (SAD), em 2000 recebia cerca de
150€ por utente e desde 2000 até 2015, sempre foi o sétimo tipo de resposta nesta escala.

Em 2015, foi o ano que o SAD recebeu mais comparticipação ao longo destes quinze anos,
cerca de 250€, que mesmo assim é menos que o ERPI recebia em 2000 e que em comparação
aos 950€ que o Lar Residencial recebe por utente, correponde a menos 700€ de
comparticipações em acordos da Segurança Social, para o SAD. Desta forma é de concluir que
o serviço de apoio ao domicilio, recebeu ajudas minimas e comparticipações insuficientes em
comparação a outro tipo de valências que durante estes anos de análise foram sempre mais
benificiadas.

Os princípios da transparência, da igualdade e da concorrência, são as características


adotadas pelo Governo de Portugal para a criação do Programa de Celebração ou Alargamento
de Acordos de Cooperação para o Desenvolvimento de Respostas Sociais (PROCOOP),
através da Portaria n.º 100/2017, no dia 7 de março de 2017, no qual foram ouvidos os
representantes das instituições sociais.

No âmbito da celebração de novos acordos de cooperação e adaptação de algumas normas


já existentes, o PROCOOP, traduz-se na abertura de procedimentos através de concursos com
vista à seleção de respostas sociais promovidas pelas entidades do setor solidário e social, com
a introdução de critérios e regras de hierarquização e de seleção das candidaturas. Conforme
o disposto nos números 1 e 2 do artigo 5.º da Portaria n.º 100/2017, de 7 de março: "A dotação
orçamental definida para o presente aviso de candidaturas, correspondente ao montante de
financiamento público de 13000 000 euros, com a seguinte desagregação por prioridades em
função da origem do financiamento das infraestruturas da resposta social elegível, da tipologia
da candidatura e da resposta social elegível”.

19
Capítulo 5. Dependência, Envelhecimento Populacional e Serviços de
Cuidados de Saúde Na RSES

Em referência ao decreto de lei nº246/2015, de 20 de outubro, que procede à primeira


alteração à lei nº90/2009, de 31 de agosto, que institui o regime especial de proteção de
invalidez e que constitui a terceira alteração ao decreto-lei nº265/99, de 14 de julho, que cria
o complemento por dependência para benefícios relativamente a prestações sociais. São
consideradas situações de dependência, quando os utentes não possuem autonomia para
realizar as necessidades básicas primárias da vida quotidiana, como cuidados de higiene e falta
de mobilidade para realizar as tarefas domésticas, bem como a incapacidade de participar na
sociedade como cidadão. Desta forma, necessitam de assistência para concluir as atividades da
vida diária e satisfazer as suas necessidades para alcançar melhores condições de vida.

Este decreto-lei engloba pensionistas de invalidez, velhice e sobrevivência do regime geral


de Segurança Social, do regime não contributivo e regimes equiparados, que satisfaçam as
condições de dependência fixadas na lei. O regime especial de proteção na invalidez utiliza
serviços de avaliação, com peritagem médica segundo a tabela nacional de funcionalidades e
no âmbito do sistema de verificação de incapacidade, para verificar as condições objetivas
especiais de incapacidade permanente para o trabalho, independentemente da doença
causadora.

Existem diferentes graus de dependência, consoante as necessidades dos utentes e o grau


de ajuda de outrem que precisem. Na legislação, relativamente ao complemento por
dependência estabelecem-se dois graus de dependência: 1ºgrau – indivíduos que não possam
praticar, com autonomia, os atos indispensáveis à satisfação de necessidades básicas da vida
quotidiana, designadamente atos relativos à alimentação ou locomoção ou cuidados de higiene
pessoal. 2ºgrau: indivíduos que acumulem as situações de dependência que caracterizam o
1ºgrau e se encontrem acamados ou apresentem quadros de demência grave (Decreto-lei
nº265/99, de 14 de Julho – complemento por dependência).

Neste contexto, José e Karin, classificam três níveis de dependência: baixa, média e elevada.
Para estes autores, os utentes com baixa dependência precisam de ajuda no âmbito da
supervisão pois são capazes de desempenhar algumas tarefas da vida diária com autonomia,
pois possuem alguma mobilidade. Os utentes com média dependência, necessitam supervisão
e também de apoio de terceiros para realizar as atividades do dia-a-dia. Em relação aos utentes
com elevada dependência, exigem cuidados intensivos e extensivos, de tempo inteiro, pois não

20
possuem capacidades para fazer um conjunto de atividades básicas, em que normalmente são
pessoas de mobilidade reduzida, ou acamadas e sem aptidões cognitivas e falta de controlo
esfincteriano. (São José, José e Wall, Karin, 2006).

Considera-se os seguintes conceitos que são utilizados e apresentados no âmbito da Carta


Social, sem descurar ou negligencias as tipologias, níveis, ou graus de dependência elaborados
por outros autores e que referi nesta dissertação. Autónomo – capaz de realizar sem apoios
de terceiros os cuidados de necessidade básica. Parcialmente dependente – necessita de apoio
de terceiros para cuidados de higiene pessoal e/ou deslocação. Dependente - não pode
praticar, com autonomia, os atos indispensáveis à satisfação de necessidades básicas da vida
quotidiana: atos relativos à alimentação, locomoção e/ou cuidados de higiene pessoal. Grande
dependente - acumulam as situações de dependência que caracterizam os dependentes e
encontram-se acamados ou apresentam quadros de demência graves.

As situações de dependência acontecem em todos os grupos etários, em que existem


pessoas dependentes de todas as idades. Nas restantes faixas etárias, mais jovens, os casos de
dependência estão normalmente associados a deficiências congénitas. Mas a maior prevalência
destas situações surge na população idosa como consequência de um gradual processo de
envelhecimento humano. Este paradigma do envelhecimento populacional, associado à
diminuição da natalidade, existe na realidade de praticamente todos os países desenvolvidos e
representa um importante desafio a nível social e económico para a União Europeia sobre os
fins e meios da proteção social face à população envelhecida e com dependência.

Figura 5. Distribuição percentual das respostas sociais por população-alvo,


Portugal Continental, referência ao ano de 2005 e ao ano de 2015
Ano 2005

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

21
Ano 2015

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

Como se pode verificar nestes gráficos da figura 5, representativos das respostas sociais por
áreas de intervenção, no âmbito da RSES, com referência ao ano de 2005 e ao ano de 2015,
com diferenciação entre os vários tipos de utentes e as suas condições de dependência.
Relativamente ao ano de 2005, o contexto que permanecia era que, mais de metade das
respostas sociais tinham como população-alvo a população idosa, ou seja, 50,4% da totalidade
e em seguida o grupo com maior número de utentes era o da infância e juventude, que significa
o mesmo que crianças e jovens, no qual representavam 37,5% da população-alvo. Surgiram
algumas mudanças em que a carta social de 2015 integrou pela primeira vez nos dados e nas
contabilizações a resposta social Educação Pré-Escolar.

Resultou num acréscimo no que diz respeito à percentagem das respostas socais destinadas
à área das crianças e jovens, comparativamente ao ano de 2005, pois demonstraram mais
utentes nesta área a necessitarem destes serviços, que representavam 49,1% da população-alvo
do universo da RSES em 2015. Em seguida, as respostas que visam o apoio às pessoas idosas
constituíam 41,4%.

Com o decorrer dos anos é possível verificar processos acelerados de mudança, como o da
concentração urbana das populações, o modo de organização familiar, o envelhecimento, a
entradas das mulheres no mercado de trabalho, entre outros. Assim, surgem novas
necessidades em locais onde não estavam localizados equipamentos de cuidados, pois
aparecem novos casos de dependência, nomeadamente em idosos.

22
Na fase da vida em que as pessoas idosas se encontram, é indispensável a existência de
cuidados e de serviços direcionados para estas pessoas para auxiliarem as famílias nos
tratamentos, pois cada vez mais necessitam de serviços prestados aos parentes não ativos,
dependentes, de modo a que seja uma ajuda para que a família esteja disponível para a
participação social e laboral.

De certa forma, o envelhecimento da população é responsabilidade da qualidade dos


sistemas de saúde através dos sectores públicos e privados com respostas sociais para cuidados
de saúde que reflete a elaborada distribuição e prestação destes serviços para as pessoas
dependentes necessitadas que lhes garante uma melhor qualidade de vida e longevidade. Em
Portugal, ao longo dos anos foi acontecendo essa mudança e melhoria, isto verifica-se na
diferença que acontecia antigamente, em que os idosos ficavam entregues à família e não
alcançavam os níveis de envelhecimento e a longevidade que acontecem atualmente. Portanto,
em Portugal como em todas as sociedades europeias, à medida que o Estado e todos os
serviços neste sector se organizam para prestar cuidados sociais e de saúde dignos, a esperança
de vida aumentou exponencialmente (Capucha, L, 2005).

Ao longo dos anos, aconteceram alterações na estrutura familiar, em que aconteceu a


mudança do modelo de família alargada para a atual família nuclear, que cria problemáticas ao
nível da população idosa. As famílias estão cada vez mais separadas, isto aumentou o risco de
situações de isolamento e solidão e dificulta as redes familiares de apoio. Assim no nosso país
continua a existir dois tipos de redes de ajuda e suporte às pessoas dependentes. As redes
informais e as redes formais. As informais, estão incluídas todas as pessoas que fazem parte
da área de conforto dos utentes, como a família, os amigos e os vizinhos. As redes formais
englobam todas as entidades e medidas que garantem as prestações de serviços de cuidados de
saúde da rede de serviços e equipamentos sociais, como o serviço de apoio domiciliário na
saúde. (Gil, Ana Paula Martins, 1999)

Existem utentes que beneficiam dos dois tipos de apoio através destas redes, pois existem
casos em que a família tem uma presença e relação forte e a parte formal apenas é um
suplemento para algumas situações e outros casos em que a rede informal é mais frágil e o
apoio é exercido por elementos exteriores à família, como os vizinhos e amigos e
consequentemente o recurso à rede formal é dominante e a tempo inteiro. (Gil, Ana Paula
Martins, 1999)

23
Em 2002, o Instituto de Desenvolvimento Social (IDS), de Lisboa, elaborou uma
publicação no âmbito da Prevenção da Violência Institucional, Perante as Pessoas Idosas e
Pessoas em Situação de Dependência, que descreve duas diferentes modalidades de prestação
de cuidados sociais e de saúde. Por um lado, a modalidade informal, no qual a ajuda e os
cuidados prestados são através de solidariedade das pessoas que acompanham os utentes sem
quererem algo em troca, como um voluntário, que podem ser os familiares e amigos.

Por outro lado, existe a modalidade formal, que diz respeito a profissionais que prestam os
serviços de cuidados de saúde numa base contratual, na qual a relação com o utente é
profissional e qualificada, com uma recompensa pecuniária e/ou material por exercer as suas
funções sobre obrigações especificas do trabalho que lhe compete. (IDS, 2002).

Figura 6. Evolução do número de respostas por população-alvo, Portugal


Continental - 2000-2015

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

Com base neste gráfico da figura 6, que demonstra a evolução do número de respostas
sociais por população-alvo, em Portugal Continental, desde 2000 até 2015, verifica-se um
crescimento progressivo registado e contabilizado de 87% do universo de repostas sociais que
integram a RSES. O grupo das respostas dirigidas às crianças e jovens, em 2000 tinha cerca de
4000 respostas, mas aumentou substancialmente nos últimos anos e em 2015 foi o ano no qual
registou a evolução mais marcante, com o maior valor absoluto do número de respostas sociais
de todas as áreas de intervenção, mais de 9000 respostas. Seguidamente, a evolução que
também demonstrou notoriedade foi a que concerne as respostas de apoio ao grupo de pessoas

24
idosas, que ao longo dos anos desde 2000, desenvolveu cada vez mais cuidados e cresceu neste
sector com uma evolução consistente, permanente e equilibrada, com um acréscimo de 1000
respostas a cada cinco anos e na totalidade dos anos em 2015 contabiliza cerca de 8000
respostas de apoio à população idosa.

Na tabela que se segue, a figura 7, é possível verificar a distribuição percentual das respostas
sociais, por população-alvo e por área geográfica, relativamente ao ano de 2015. Em relação à
população idosa a zona norte e centro são as que representam mais importância na RSES.

Figura 7. Distribuição percentual das respostas sociais, por população-alvo,


Portugal Continental - 2015

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

As famílias nem sempre conseguem ter a capacidade e disponibilidade para prestar auxílio
na totalidade dos cuidados e apoios que a pessoa dependente precisa para satisfazer as
necessidades diárias. Como solução apresentada pelas repostas sociais da rede de serviços e
equipamentos sociais (RSES), emerge o Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) com a vertente
do apoio domiciliário integrado (ADI). Estas valências têm uma dupla função de
complementar o apoio familiar, ou mesmo preencher o papel familiar nestas tarefas, embora
que existam respostas sociais, como os Lares de Idosos ou Lares Residenciais, que visam a
institucionalização e representam uma vertente mais substitutiva da família.

Em relação ao assunto das despesas de funcionamento com acordos de cooperação por


população-alvo, no continente, em 2015, o anexo 11 demonstra a distribuição percentual por
tipo de área de intervenção, em que 42,8% das despesas são para as pessoas idosas, com maior
percentagem de gastos. Posteriormente o grupo das crianças e jovens, corresponde a 40,1%
das despesas e as pessoas com deficiência diz respeito a 12,8%.

O concelho de Ministros, a 16 de março de 2006, no âmbito jurídico do Decreto-lei


nº101/2006, de 06 de junho, aprovou o diploma que instituí a Rede Nacional de Cuidados
Continuados integrados de saúde a idosos e dependentes (RNCCI). Esta foi criada porque
existiam carências ao nível dos cuidados de longa duração e paliativos, que são a consequência
do aumento da prevalência de pessoas com doenças crónicas incapacitantes, de pessoas idosas

25
com dependência funcional, de pessoas com doenças incuráveis em estado avançado e em fase
final de vida e de doentes com patologia crónica múltipla.

Esta rede é uma iniciativa inovadora que levou à celebração de número significativo de
acordos entre instituições do sector da saúde e social, no contexto das Unidades de Média
Duração e Reabilitação, Unidades de Convalescença, Unidades de cuidados Paliativos e as
Unidades de Longa duração e Manutenção. Desta forma, de acordo com os dados
apresentados pelo Ministério da Saúde, durante o 1ºsemestre de 2008, foi possível registar 81%
dos doentes com alta da RNCCI, que tiveram como destino a sua residência e que receberam
apoios através dos serviços de apoio domiciliário, para conseguirem satisfazer as suas
necessidades e melhorarem os seus estados de saúde.

Os cuidados continuados integrados são um conjuntos de intervenções sequenciais


integradas de saúde e apoio social, que tem como objetivo promover a autonomia dos utentes
e melhorar a funcionalidade do individuo em caso de dependência, com a recuperação global
da pessoa, com auxilio de um processo, ativo e contínuo, terapêutico e de cura, através da
readaptação, reabilitação e reinserção familiar, bem como na área de apoio social. São cuidados
direcionados para a recuperação e reintegração de doentes crónico e pessoas em situação de
dependência. Esta rede tem como finalidade a prestação de apoio integrado nas áreas da saúde
e da segurança social, em estreita colaboração entre os hospitais, centros de saúde e equipas
qualificadas e multidisciplinares que atuam no terreno.

A Rede Nacional de Cuidados Continuados integrados, com a tutela e parceria do


Ministério da Saúde e do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, engloba o conjunto
das instituições, privadas ou públicas, que prestam cuidados continuados, no local de
residência do utente ou em instalações próprias. Assim sendo, o mérito desta parceria é
valorizado, pois foi possível conceber um conjunto de apoios que visam cuidar do utente com
dependência desde o internamento até ao regresso a casa. Através da RNCCI, é possível
promover as parcerias regionais e locais entre entidades do sector privado não lucrativo,
privado lucrativo e sector público, para que se complementem e se auxiliem para articular o
Sistema de Proteção Social com o Sistema Nacional de Saúde.

Ao analisar a dependência por população-alvo, verifica-se que as valências especificas


destinadas a pessoas com dependência, que agregam mais utentes são o Serviço de Apoio
Domiciliário, Apoio Domiciliário integrado e Unidade de Apoio Integrado. Estes serviços de
cuidados de saúde são constituídos por cerca de 70% de utentes pertencem ao grau de
dependentes ou grandes dependentes, segundo a Carta Social.

26
Capítulo 6. Serviço de Apoio Domiciliário na Saúde

O serviço de apoio domiciliário na saúde surge como uma das possíveis soluções nas
políticas de resposta social relacionadas com a população necessitada e para fazer fase à
problemática da falta de orçamento familiar e as reduzidas condições econômicas das pessoas
para pagar o alojamento permanente em instituições de repouso ou de acolhimento.

Este serviço caracteriza-se pelos cuidados de saúde prestados por pessoas especializadas
em saúde para proporcionar o bem-estar e o desenvolvimento pessoal, adequando-se ao modo
de vida das pessoas nas suas habitações, capaz de prestar um serviço com muitas opções de
modalidades e de possibilidades no tipo de serviço a cada utente, através de um atendimento
individualizado e personalizado em todo o processo de acompanhamento, para satisfazer as
necessidades básicas e específicas, para motivar os utentes através de atividades sócio
recreativas num ambiente caseiro de segurança afetiva, física e psíquica.

Esta é uma opção que é cada vez mais uma estratégia utilizada pelas famílias, porque é a
solução alternativa à institucionalização de pessoas dependentes e torna-se a escolha mais
econômica que também contribui positivamente para o estado emocional dos doentes, com a
permanência nas suas casas, com permanência no seu meio habitual de vida, rodeadas dos seus
afetos e pertences, para aproveitar a proximidade com os familiares, vizinhos e amigos, com a
qualidade de vida que merecem. Permite também ao utente, um maior exercicio da sua
cidadania, pois cria a possibilidade deste se tornar um sujeito das suas próprias escolhas.

Durante o ano de 1976, começou a ser elaborada a politica que ainda hoje permanece e que
tem por base a manutenção do utente no domicílio, o maior tempo possivel. A finalidade com
que esta solução foi criada, era a ligação com a residência, pois possibilita estar em contacto
com as representações da vida, os lugares de conforto, as suas memórias, os seus objetos e
pertences. Assim, nos anos 80, surgiu com grande intensidade a resposta social do Serviço de
Apoio Domiciliário (SAD). Na década de 90, entre 1998 e 2000, esta valência foi alargada para
subgrupos em que o público-alvo estava dirigido para pessoas com dependência, que originou
a dinamização do Apoio Domiciliário Integrado (ADI). Com a instalação dos Fóruns Socio-
Ocupacionais e das Unidades de vida apoiada, protegida e autónoma, conjuntamente com o
Apoio Domiciliario Integrado, foi elaborada a resposta social da Unidade de Apoio Integrado
(UAI), para utentes em situação de dependência que não podem ser apoiadas no seu domicilio
mas que careçam de cuidados clinicos em internamento hospitalar.

27
O serviço de Apoio Domiciliário, no contexto do despacho normativo nº62/99, é
caracterizado como um serviço, uma resposta social, que consiste na prestação de cuidados
individualizados e personalizados no domicilio a individuos e familias quando, por motivo de
doença, deficiência ou outro impedimento, não possam assegurar temporária ou
permanentemente, a satisfação das suas necessidades básicas e /ou atividade da vida diária e
de cidadão pleno de direitos. (Despacho Normativo nº62/99, de 12 Novembro)

O apoio domiciliário integrado (ADI), segundo o despacho conjunto nº407/98, é um


serviço que se concretiza através de um conjunto de ações e cuidados pluridisciplinares,
flexíveis, abrangentes, acessíveis e articulados, de apoio social e de saúde, a prestar no domicílio
dos utentes em casos mais graves. Esta é uma resposta de cuidados de saúde prioritária cujo
planeamento e avaliação cabe a equipas de cuidados integrados. (Despacho Normativo
nº407/98, de 15 de maio)

A Unidade de Apoio Integrado (UAI), representa uma unidade que presta cuidados clínicos
temporários, globais e integrados em internamento hospital, no máximo 30 utentes, que por
motivo de dependência, não podem estar a ser apoiados no seu domicílio, de acordo com a
avaliação elaborada pela equipa de cuidados integrados. (Despacho conjunto nº407/98, de 15
de maio)

A ideia de que os serviços de saúde podem ser considerados como sistemas complexos não
é nova e permanece na atualidade, mas raramente foi testada, particularmente de maneiras que
usam dados em grande escala. Os cuidados de saúde de apoio domiciliário evidentemente
possuem muitas das características de um sistema complexo em que existem muitas partes
com um elevado número de componentes, os pacientes, os profissionais clínicos, e a prestação
do serviço com muitas interações que ocorrem no contexto de atitudes e normas sociais
predominantes. (Burton, C., et al 2018)

A revisão realista presente num estudo sobre a prestação de cuidados de saúde domiciliares
no Reino Unido, propôs que os serviços locais de saúde estão em melhor posição para atender
às necessidades dos residentes se eles tiverem em si atividades que garantam a intervenção:
alinha-se com os objetivos e prioridades das entidades de assistência de cuidados domiciliários
de saúde. A maioria dos residentes de casas de repouso tem mais de 85 anos, vive com
comprometimento cognitivo, com mobilidade limitada e utiliza vários medicamentos. Este
serviço é personalizado para cada pessoa necessitada e não é adaptado de outras configurações
de cuidados para grupos de pacientes, pois fomenta o desenvolvimento de relações entre os

28
utentes deste serviço e a equipa prestadora do cuidado domiciliário e os profissionais de
saúde. (Gordon, A.L., Goodman, C., et al., 2018)

Em Portugal a situação que foi verificada em 2015, segundo a Carta Social e o Gabinete de
Estratégia e Planeamento do MTSSS, que elaborou o gráfico do anexo 12, com a caracterização
das idades dos utentes do serviço de apoio domiciliário em Portugal Continental, em que a
disposição por faixa etária do universo de utentes idosos foi mais heterogenia em comparação
aos outros dois tipos de respostas, o centro de dia e o ERPI. No que diz respeito ao SAD,
63% dos utilizadores corresponde aos grupos dos 75 aos 89 anos. O esforço para conseguir
manter o idoso no espaço habitacional durante mais anos e atrasar a institucionalização é o
motivo que explica essas diferenças e que o SAD garante estes dois parâmetros aos utentes.

Burton-Jones e Straub (2006) definiram três elementos no uso de sistemas de Tecnologia


de Informação: um utilizador de TI, um sistema de TI e uma tarefa a ser executada. o uso do
sistema como o emprego de um utilizador individual de um ou mais recursos para executar
uma tarefa. Os sistemas de TI em cuidados de saúde domiciliários, operam em várias
dimensões: com a equipa médica: os médicos, os enfermeiros e técnicos em medicina. Com a
equipa de gestão de serviços: os administradores, fornecedores, contabilidade, recursos
humanos e website. Com os pacientes: por exemplo, registro eletrônico do paciente, extrato
de facturamento, transmissão, check-in ou alteração de datas de consultas. Operam com
modelos de negócio através de Telecuidados, U-care, Monitorização de serviço domiciliar do
paciente e mHealth por dispositivo móvel) (Burton-Jones, A., Straub, D., 2006).

Giorgio (2011), propôs novos dispositivos médicos, como o IBM Watson, transmissão
sem fio, GPS (Global Position System), ou GSI (Giga Scale of Integration) de dispositivos. (Giorgio
A., 2011). Mecanismos e ferramentas para comunicação com pacientes e monitoramento de
pacientes em tempo real que devem ser incorporados nos sistemas de TI da saúde, para ser
possível alcançar melhores resultados nestes serviços de saúde. (Hong, K.S., Lee, D., 2018)

O Regime de incentivo às Microempresas (RIME), tem como finalidade o apoio ao


desenvolvimento local através de subsídios para investimentos na criação de instituições e
empresas. Entre os objetivos do RIME, com incidência no apoio à população idosa, refere-se
a serviços de cuidados de saúde de base local e de proximidade, como a fundação de lares de
idosos e o financiamento para se originarem cada vez mais empresas de serviços de saúde ao
domicilio e centros de dia, visando o melhoramento das condições de vida social, ambiental,
cultural e recreativa.

29
Com base na Carta Social, é estruturada uma análise da evolução e crescimento do Serviço
de Apoio Domiciliário na Saúde (SAD), para demonstrar através de um estudo de mercado do
aumento do número de entidades e organizações prestadoras no sector terciário. Esta análise,
evidencia a elevada importância que este tipo de serviço significou para a elaboração
consistente da estrutura da Rede de Serviços e Equipamentos Sociais, ao longo dos anos de
2000 até 2015.

Esta invetigação é concebida através do estudo de relatórios, tabelas e gráficos, disponíveis


no site da carta social, elaborados pela empresa ETNAGA, de consultores e sistemas de
investigação, por tutela do Gabinete de Estratégia e Planeamento, do Ministério do Trabalho,
Solidariedade e Segurança Social. As tabelas disponibilizadas na carta social, na opção de
elementos quantitativos, referentes à capacidade das respostas sociais e ao número de respostas
sociais existentes, no qual se insere o serviço de apoio domiciliário, foram elaboradas com
referência ao ano de 2000, de 2005, de 2010 e de 2015. Estes são os anos que fundamentam o
meu estudo e nos quais me vou fundamentar para fazer a descrição, comparação e
demonstração da evolução ao longo destes anos, em que o ano inicial de analise é 1998, como
referência de comparação com o ano de 2000.

Estas tabelas e gráficos, são constituidos com valores relativos a quantas organizações
existem em cada um dos distritos de Portugal Continental, em que a população-alvo são as
pessoas idosas, pois sempre foi a área de intrevenção em que existem mais utentes no decorrer
dos anos. A pesquisa no âmbito do ano de 2000 demonstra, através de valores existentes nas
tabelas de referência a 1998 e 2000, a razão pela qual o Gabinete de Estratégia e Planeamento
decidiu desenvolver os diagnósticos e investigações só relacionadas com a população idosa
para o Serviço de Apoio Domiciliário, porque esta faixa etária representa a maioria do tipo de
clientes a que estes serviços são prestados. Desta forma, o estudo de investigação, vai ser
direcionado para a vertente da prestação do serviço de apoio domiciliário na saúde dos idosos.

Ano 2000:

A tabela do anexo 13, cujo a fonte é a Carta Social, demonstra que no início de 1998, em
relação à área de pessoas com deficiência, o número de valências existentes no Serviço de
Apoio Domiciliário, era de 22 organizações, com capacidade para 683 utentes em que o
número de pessoas necessitadas eram 660. No início de 2000, no anexo 14, verifica-se o
aumento de 3 valências, embora o número de utentes tenha descido para 570. Na tabela
referente à população idosa, no anexo 15 demonstra-se que no início de 1998, no SAD existiam

30
1288 valências com capacidade para 38022 utentes em que estes serviços eram prestados a
33214 idosos.

O início do ano de 2000, representado na tabela do anexo 16, comprova o crescimento e


a evolução da estrutura do serviço de apoio domiciliário, pois foram criadas 293 novas
respostas através de entidades prestadoras deste serviço, que contabilizou 1581 valências.
Corresponde a um crescimento de 23% neste período, em que a capacidade para atendimento
dos utentes aumentou em 28%, pois o número de utentes representou um acréscimo de 12721
utentes a nível continental, verificado nestes dois anos, em que 45.935 pessoas idosas
usufruíam destes serviços. Os distritos de Vila Real, Braga e Guarda foram os que mais
valências desenvolveram.

Ao analisar estes dados e valores referentes aos dois tipos de utentes que o serviço de apoio
domiciliário presta cuidados, as pessoas dependentes e a população idosa, comprova-se que a
faixa etária dos idosos é o grupo populacional em que existe um maior número de valências, e
em que abrange um maior número de utentes que utilizam estes serviços de apoio ao domicilio
na saúde. Assim sendo, o Gabinete de Estratégia e Planeamento desenvolveu a tabela
referente ao final do ano de 2000 com os elementos quantativos do número de respostas
sociais existentes, como demonstrado no anexo 17, que na totalidade existiam 1667 entidades
a prestarem cuidados de saúde a idosos. Esta era a resposta social que tinha maior número de
entidades na rede de serviços e equipamentos sociais e a seguir estava o Centro de Dia com
1624 entidades.

Os distritos nos quais foram desenvolvidas mais valências do serviço de apoio domiciliário
(idosos), foi o distrito de Lisboa, seguidamente o distrito de Coimbra, depois Braga, em seguida
o distrito de Guarda, com o mesmo número de valências do que o Porto e Castelo Branco.
Relativamente ao anexo 18, sobre a capacidade das respostas sociais, neste ano o SAD tinha
capacidade para 49473 idosos e assim ocupava o quarto lugar nas respostas com mais
capacidade, em que a creche era a que tinha mais capacidade, para 57399 utentes.

Ano 2005:

Com base no relatório da Carta Social, elaborado pelo GEP, com o ano 1998 como
referência, como se verifica no anexo 19, é possivel aferir que existem mais valências para a
população idosa, no ano de 2005, com mais de 2000 valências, o que representa uma taxa de
crescimento de cerca de 40%. Comparativamente às com as outras respostas sociais, o Serviço
de Apoio Domiciliário, foi a valência com maior taxa de crescimento registado, cerca de 68%

31
de 1998-2005. Ou seja, relativamente ao ano de 2000, que existiam cerca de 1580 valências,
passados cinco anos, existiam cerca de 2100 entidades prestadoras deste serviço. Estes são
valores que demonstram o crescimento progressivo que este serviço desenvolveu durante estes
anos e que constitui um suporte relevante para a rede de cuidados de saúde do SAD, em que
várias organizações do sector lucrativo e não lucrativo têm interesse em investir na criação de
entidades que prestem este serviço.

No que diz respeito à evolução da capacidade e do número de utentes nas respostas sociais
para a população idosa, o Serviço de Apoio Domiciliário foi a valência com crescimento mais
acentuado e com maior capacidade e número de utentes que utilizam este serviço, como se
pode perceber através do anexo 20. Estes resultados sustentam o paradigma da acção social
que privilegia o retardar da institucionalização dos idosos, pois permite que estes estejam nas
suas residências junto dos familiares e com os seus pertences.

Assim sendo, em relação a 1998, aumentou até 2005, cerca de 3550 a capacidade, ou seja
um aumento de 94%. Em relação ao número de utentes que necessitam destes serviços foram
mais 32600 idosos, que representa um crescimento de 99%. Cada vez mais o SAD tem sido
um tipo de cuidado que as familias preferem que seja prestado à população idosa e que lhes
transmite confiança e responsabilidade para o apoio que necessitam.

No contexto das respostas sociais para a área das pessoas em situação de dependência, cujo
serviço existente para casos mais extremos, são o apoio domiciliário integrado ou a unidade
de apoio integrado, as respostas sociais apresentaram um aumento no número de respostas
existentes desde 2000 até 2004, que chega a ser mais de 180 entidades prestadoras de cuidados.
Embora no ano de análise, 2005 se observe no anexo 21, um ligeiro descréscimo de 1,6% em
relação ao ano anterior. Em relação ao apoio domiciliário integrado em 2005, em comparação
a 2000 surgiu um crescimento de 158% da capacidade e quanto ao número de utentes
aumentou 131% pois abrange cerca de 1900 utentes como demonstra-se no anexo 22.

Relativamente ao assunto sobre o número de respostas sociais exitentes, no final do ano de


2005, como se verifica na tabela do anexo 23, o serviço de apoio domiciliário para idosos,
contabilizou neste ano 2160 organizações que prestam este apoio. De notar a evolução que
este serviço alcançou, com uma posição indespensável para a funcionalidade da rede de
serviços e equipamentos sociais, pois durante estes cinco anos de análise de 2000-2005, foram
criadas 493 novas entidades de apoios sociais e continuou como sendo o tipo de resposta com
maior número, e em seguida a creche, em que o publicp-alvo é diferente pois é direcionada
para as crianças e jovens. Os distritos que registaram mais repostas deste serviços existentes,

32
foram o distrito de Lisboa, depois o distrito da Guarda, a seguir o distrito do Porto,
seguidamente Braga e Coimbra.

Quanto à capacidade que as respostas sociais dispõem, como descrito no anexo 24, o SAD,
através das repostas sociais criadas de forma consistente e bem estruturada consegiu até 2005,
aumentar de forma acentuada a capacidade para 73575 utentes. Como se pode observar surgiu
uma mudança no paradigma da RSES, porque com o crescimento da capacidade deste serviço
para atendimento de mais 24102 utentes em comparação com 2000, que era o apoio com
menor capacidade e no decorrer dos cinco anos fez com que esta fosse o tipo de resposta
social com mais capacidade e assim passou do quarto lugar para o primeiro lugar da tabela
referente à capacidade por resposta social.

Nos dados da Carta Social, o relatório apurou em 2008, que aconteceram alterações no
período de funcionamento da grande maioria dos serviços de apoio ao domicilio, desde 2000,
que configuraram uma adaptação deste serviço de acordo com as necessidades dos utentes,
em que a prestação destes cuidados de saúde passou a funcionar maioritariamente todos os
dias, sem pausas ao longo da semana e sem encerrar para férias. Ou seja, como demonstra o
anexo 25, a percentagem referente a entidades que estavam a funcionar nos dias uteis era de
cerca de 35% do sector, a funcionar dias uteis e sábados era cerca 20% e as entidades que
estavam em funcionamento todos os dias da semana representava mais de 45%.

Com o decorrer destes oito anos a mudança foi crucial para que em 2008, as entidades que
trabalham só nos dias uteis diminuisse para 25%, as entidades que funcionam aos sábados e
dias uteis correspondia a 15%. As organizações prestadoras do SAD, em 2008, cujo periodo
de funcionamento era para todos os dias, representava cerca de 60%. Esta evolução e
adaptação foi muito importante para que esta valência fosse capaz de expandir e abranger cada
vez mais tipos de utentes e garantir a satisfação das atividades diárias e permanentes durante
todos os dias da semana através de todos os profissionais necessários envolvidos e
responsáveis pela qualidade de vida dos doentes.

A capacidade instalada através das RSES, aumentou de forma significativa como afere no
gráfico do anexo 26, que faz comparação de 1998-2009, em que o serviço de apoio domiciliário
para idosos desenvolveu o crescimento mais acentuado, de cerca de 130%, ao longo destes
onze anos, pois em 1998, como descrito anteriormente, tinham capacidade para 38022 e
sobretudo, em virtude das políticas públicas de investimento, relativamente ao programa
PARES o progresso foi desenvolvido e a capacidade instalada por este serviço era para cerca
de 85000 utentes.

33
Ano 2010:

O relatório anual da Carta Social, relativamente ao ano 2010, constatado no anexo 27,
comprova o resultado do forte investimento público que tem sido realizado na área das pessoas
idosas, que determina uma prosperidade do Serviço de Apoio Domiciliário ao longo dos anos,
como estão representados no gráfico. O maior progresso nas RSES verifica-se na resposta
social SAD, de cerca de 92,9% desde 1998, em que a ascensão é consistente e bem
desenvolvida ao longo dos anos e que consequentemente resultou na conquista do primeiro
lugar do tipo de respostas com maior número de entidades existentes em comparação com os
outros apoios.

Com auxílio dos elementos quantitativos elaborados na tabela de 2010, pelo GEP, no
âmbito do número de respostas sociais em Portugal Continental, no anexo 28, é possível
entender que foram fundadas 325 novas entidades desde 2005, prestadoras do SAD para
idosos, que perfazem a totalidade registada para o ano em análise de 2485 respostas sociais.

Os distritos com mais entidades existentes neste sector de serviços, foram em primeiro o
distrito de Lisboa, em seguida o distrito do Porto, que foi o ano em que foi possível notar
maior desenvolvimento em comparação com os outros anos, pois nunca se posicionou neste
lugar, ou seja desde 2000, nunca tinha sido o segundo distrito com maior número de
organizações. Depois o distrito de Guarda, Braga e Coimbra.

Em relação à capacidade das respostas sociais na qual a população-alvo são as pessoas


idosas, o gráfico do anexo 29 valida o avanço constituído pelo Serviço de Apoio Domiciliário,
de 138% por referência a 1998. Comparativamente ao ano de 2005, a capacidade instalada
apresentou um desenvolvimento notável e mais expressivo, que até 2010 aumentou a
capacidade para mais 16995 utentes e que assim constitui o tipo de apoio para idosos com
maior capacidade, com um papel fundamental para a rede de serviços e equipamentos sociais.

Desta forma, a tabela do anexo 30, contabiliza a capacidade instalada por distrito, que no
serviço de apoio domiciliário a idosos, constitui o total de capacidade para atender a 90570
utentes em que no universo de todas as respostas sociais para todo o tipo de população-alvo,
passou a ser a segunda resposta com maior capacidade em que a creche aumentou desde 2005
e ocupou o primeiro lugar, embora seja referente a outro tipo de grupo de utentes que o SAD
não presta tantos serviços.

O apoio domiciliário integrado, como resposta dirigida a pessoas em situação de


dependência aumentou o número de valências ao longo dos anos, como demonstra o anexo

34
31, embora tenha existido uma reformulação em unidades da Rede Nacional de Cuidados
Continuados, em que nos últimos cinco anos, o crescimento foi menos acentuado do que de
2000 para 2005. Em consequência do aumento da população idosa e o número de idosos em
situação de dependência, o ADI, neste contexto, contabilizou um crescimento de cerca de
1900 lugares, no período de análise no anexo 32, que completa a capacidade para cerca de 2700
pessoas dependentes. Este tipo de serviço de apoio domiciliário também constitui uma forte
importância para abranger o maior número de pessoas necessitadas nas suas residências.

Ano 2015:

Em relação à evolução do número das principais respostas que têm como finalidade a
prestação de cuidados a idosos, entre 2000 e 2015, o serviço de apoio domiciliário foi o tipo
de apoio que constituiu um desenvolvimento mais significativo de todas as respostas. Estes
resultados estão demonstrados no gráfico da figura 8 que caracteriza o crescimento do SAD
neste sector, em comparação ao centro de dia ao Estrutura residencial para pessoas idosas
(ERPI) e ao centro de convívio, que comprova ser a valência de maior importância neste
mercado para satisfazer todos os utentes existentes nas suas residências.

Figura 8. Evolução do número de respostas sociais para as Pessoas Idosas,


Portugal Continental - 2000-2015

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

35
Desta forma, em 2015 este serviço registou mais de 2707 unidades de cuidados de saúde
SAD, que demonstrou ser o tipo de apoio da RSES com maior abrangência de entidades
prestadoras de serviços a pessoas idosas. A comparação de evolução entre os dois tipos de
respostas com mais relevância, a ERPI e o Serviço de Apoio Domiciliário, caracteriza-se no
gráfico da figura 9, em que ao longo destes anos de análise o crescimento do SAD foi mais
notável e distinto que demonstra a relevante dimensão que este serviço preenche na RSES em
Portugal Continental, com mais 289 respostas que o ERPI.

Figura 9. Evolução do número de respostas sociais ERPI e SAD, Portugal


Continental - 2000-2015

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

Relativamente à temática do número de respostas sociais, é possível comprovar através da


tabela do anexo 33, que o serviço de apoio domiciliário para idosos, no ano de 2015 conseguiu
estabelecer-se no universo geral da rede de serviços e equipamentos sociais, como o serviço
com maior valor numérico de unidades prestadoras de cuidados de saúde existentes. De
salientar a consistente estrutura implementada pelo SAD, que ao longo dos anos foi capaz de
estabelecer, com aumento exponencial e gratificante para este tipo de serviço.

O distrito com mais unidades de SAD existentes foi o de Lisboa, com 334 e em seguida o
distrito do Porto com 297 entidades, em terceiro o distrito de Braga com 213 prestadoras deste
serviço. Posteriormente com 204 entidades em serviço, o distrito da Guarda e a seguir com
185 unidades de SAD o distrito de Coimbra.

36
Figura 10. Evolução da capacidade das respostas sociais para Pessoas Idosas,
Portugal Continental - 2000-2015

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

Com referência à capacidade existente proveniente destas respostas sociais para as pessoas
idosas, o gráfico da figura 10 constata que a evolução do número de lugares para atendimento
destes utentes tem acompanhado o crescimento do número de respostas, que traduz o
desenvolvimento considerável do serviço de apoio ao domicílio no sector dos cuidados de
saúde à população idosa.

No ano de 2000, a seguir ao centro de dia e ao ERPI, era a terceira respostas com maior
capacidade para pessoas idosas e que ao longo dos quinze anos de análise foi contruído um
aumento da oferta estabelecida pelo serviço de apoio ao domicílio, que revela o alargamento
exponencial da rede destes serviços de apoio nas residências das pessoas idosas.

Esta solução que o SAD apresenta, consolidou os serviços de cuidados de saúde prestados
e garantiu a qualidade procurada pelos utentes, conquistou a confiança dos mesmos e
consequentemente conseguiu estabelecer a melhor posição neste sector que em 2015, mais de
1/3 do total de lugares de unidades de resposta para idosos são da responsabilidade e da gestão
dos serviços de apoio domiciliário.

37
Como evidenciado no seguinte gráfico da figura 11, é possível entender que o SAD de
2000-2015, garantiu a capacidade instalada nas respostas sociais de forma a satisfazer a procura
de utentes que existiu ao longo destes anos de análise. De valorizar que em 2000 este tipo de
serviços tinha capacidade instalada para apenas mais 2799 utentes do que aqueles que
solicitavam estes cuidados em Portugal Continental. Durante estes quinze anos cada vez
estabeleceu mais unidades para conseguir responder a todas as pessoas necessitadas e no ano
de 2015 a margem aumentou significativamente em que há capacidade para atender a mais
29980 utentes do que os que existem.

Figura 11. Evolução da capacidade e do nº de utentes da resposta social SAD,


Portugal Continental - 2000-2015

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

Assim sendo, a rede estruturada do serviço de apoio domiciliário em Portugal Continental,


no ano de 2015, contabiliza a capacidade instalada para 108315 utentes em todas as respostas
sociais deste tipo de valência de cuidados de saúde à população idosa que corresponde ao
grupo de resposta social com maior número de oferta para esta população-alvo. Na globalidade
de todas as respostas existentes para todas os tipos de utentes e de todas as faixas etárias, como
demonstrado no anexo 34, o SAD foi o tipo de resposta que se encontrou em segundo lugar
neste universo da rede de serviços e equipamentos sociais, a seguir à creche que tem como
população-alvo outro tipo de utentes.

No âmbito dos dados recolhidos e analisados, no ano de análise, sobre a distribuição


percentual das respostas socias novas, por tipologia, no continente, com incidência na área da

38
população idosa, foi desenvolvido pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento, um gráfico que
demonstra que o serviço de apoio domiciliário registou o segundo maior número de fundações
de entidades novas que representa 21,7% da totalidade deste tipo de respostas sociais em 2015,
como se verifica no anexo 35.

De acordo com o anexo 36, sobre a distribuição percentual da resposta SAD por modelo
de funcionamento, no ano de 2015, verifica-se que estes serviços têm demonstrado uma
adaptação ao atendimento necessário durante os dias disponíveis, em que segundo os dados
do GEP, as respostas SAD existentes que estavam a funcionar todos os 7 dias por semana
correspondiam a 56,9% e as unidades que abertas só os 5 dias úteis eram 29,8% e as que era
so dias uteis e sábado, 6 dias por semana pertencia a 12,7% e os restantes eram só aos fins de
semana, dois dias semanais.

Relativamente ao anexo 37, este corresponde à distribuição percentual dos utentes em


Serviço de Apoio Domiciliário, SAD, por serviços prestados, por tipologia de funções deste
trabalho, em 2015. Este gráfico demonstra que na vertente da saúde: na utilização de
medicamente e mudança de fraldas são 5,9% e a parte de higiene pessoal corresponde a 13,0%,
que é o que representa maior percentagem tal como a alimentação que são 13,1%. Nesta
vertente também se encontra o tratamento de roupas, que são 12,7% e a higiene habitacional
onde se encontra o utente diz respeito a 12,9%. Os serviços que são a restante percentagem
são serviços de reparações de domicílio (9,8%), serviços de animação (10,4%) e outras
componentes deste serviço.

Além de cuidados curativos e de resolução de problemas centrados em aspetos biológicos,


os cuidados domiciliários proporcionam, também, uma abordagem física, psicológica e social.
A prestação de cuidados de saúde domiciliários constituiu um conjunto de processos sociais
complexos que envolvem múltiplos contribuintes durante longos períodos de tempo. Em que
a absorção e o uso de recursos podem variar muito dependendo das necessidades dos
pacientes, das estruturas organizacionais e dos recursos locais (Gordon, A.L., Goodman, C., et
al., 2018).

A importância dos cuidados domiciliários nomeadamente em Portugal, é elevada pois


existe uma taxa de doenças crónicas e incapacidade da população de pagar tratamentos
hospitalares. Por outro lado, o aumento da esperança de vida, com o consequente aumento da
população de idosos e cada vez mais falta de camas hospitalares, é necessária uma abordagem
diferente da prestação de cuidados. Esta solução dos serviços domiciliários na saúde é benéfica
para toda a população que necessita e assegura a qualidade dos tratamentos e ajuda a reduzir a

39
despesa dos mesmos. Com a capacidade de proporcionar melhorias na vida de quem necessita,
com o melhor tratamento nas habitações, em que os doentes sentem mais conforto, mais
acompanhamento da família e resulta num percurso de sucesso.

Em Portugal, como exemplo de sucesso de organizações prestadoras deste serviço, os


hospitais e clínicas CUF sob a gestão do grupo José de Mello Saúde, S.A., dispõem de unidades
hospitalares privadas e unidades de ambulatório privadas localizadas em várias partes do país,
Lisboa, Oeiras, Cascais, Sintra, Mafra, Torres Vedras, Santarém, Matosinhos, Porto e Viseu.
Esta organização com 70 anos de experiência e inovação num modelo de cuidados de saúde
que tem por base a qualidade do corpo clínico, o acesso à mais moderna tecnologia médica e
a humanização dos cuidados prestados. Através do serviço de apoio domiciliário na saúde em
que estão disponíveis 24 horas por dia, 365 dias por ano, nos dois maiores distritos do nosso
país, os distritos de Lisboa e Porto. Funciona com uma componente humana e técnica, para a
promoção do conforto e da qualidade de vida dos utentes, que são as preocupações
fundamentais da CUF.

Os Serviços de Apoio Domiciliário CUF dispõem de alvará de funcionamento: Lisboa:


Licença de funcionamento nº 11/2009, emitida em 18/06/2009 pelo Instituto da Segurança
Social – Centro Distrital de Lisboa. No Porto: Licença de funcionamento nº 09/2011, emitida
em 03/05/2011 pelo Instituto da Segurança Social – Centro Distrital do Porto. A entidade
certificadora das unidades CUF é a SGS (Société Générale de Surveillance) ICS – International
Certification Services. As unidades CUF são certificadas pela norma NP EN ISO 9001, na
total abrangência dos seus serviços de prestação de cuidados de saúde. A certificação na
totalidade de uma unidade de saúde foi obtida, pela primeira vez em Portugal, pelas unidades
CUF.

A Comfort Keepers foi fundada em 1997 nos Estados Unidos da América. Uma das
fundadoras foi a enfermeira na área de cuidados continuados, Kris Klum. A criação deste
serviço aconteceu quando esta verificou as necessidades específicas que existiam em cada um
dos clientes. O negócio criado por Jerry e Kris, proporciona soluções de apoio domiciliário na
saúde para ajudar as pessoas necessitadas a permanecerem no conforto das próprias casas.
Nos EUA, Austrália, Canadá, Irlanda, Reino Unido, Portugal e Singapura, a Confort Keepers
presta cuidados de saúde a milhares de pessoas por todo o mundo. Em Portugal, iniciou a
atividade em 2007 e atualmente o apoio domiciliário está presente a nível nacional com dez
escritórios como franchising por todo o país, nos Açores, Algarve, Coimbra, Lisboa, Cascais,
Oeiras, Loures, Porto, Maia, Matosinhos, Sintra, Trás-os-Montes e Madeira. Os cuidados de

40
apoio domiciliário na saúde da Comfort Keepers, foram definidos para aumentar a qualidade
de vida dos utentes, nas habitações que residem junto dos familiares, para manterem níveis
adequados de independência e bem-estar. Desta forma, esta organização foi considerada PME
líder 2015 em Portugal. Os serviços prestados têm um certificado de qualidade ISSO 9001.

O Hospital Garcia da Horta foi fundado em 1991, em Pragal, que faz parte de Almada.
Este é um dos maiores hospitais em Portugal, que constitui o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O HGO atribui muita importância à inovação, em 2004, criou a Unidade Funcional de
Cuidados Continuados (UFCC) que prestava cuidados diferenciados de enfermagem ao
doente no domicílio, para antecipar a alta hospitalar, para melhorar o dia-a-dia dos doentes
com segurança e com a continuidade de cuidados de saúde que necessitavam.

A Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD) do Hospital Garcia de Orta, iniciou


funcionamento no dia 16 de novembro de 2015. Os princípios essenciais deste projeto UHD
são: Igualdade de direitos e deveres do doente. Equivalência de serviços de qualidade através
da prestação de cuidados de saúde domiciliários. Humanização de serviços e valorização do
papel da família e do conforto de permanecer em casa. Rigor na admissão de doentes e no seu
seguimento clínico.

Esta unidade da organização que presta serviços de apoio domiciliário na saúde foi criada
com a finalidade de melhorar o desempenho dos cuidados hospitalares e simultaneamente a
gestão da disponibilidade para atendimento existente nas infraestruturas e consequentemente
conseguir uma maximização da eficiência na utilização dos escassos meios disponíveis. Assim,
a hospitalização domiciliária, é a solução que pretende conjugar estes objetivos com o aumento
do bem-estar dos doentes e das famílias. Esta é uma forma de organização da prestação de
cuidados hospitalares, da Rede Nacional de Cuidados Continuados (RNCCI) que engloba a
Equipa de Gestão de Altas (EGA) e a Equipa de Cuidados Paliativos (EIHSCP), a
Telemedicina e a Cirurgia do Ambulatório.

Uma vertente que surge em Portugal, como por exemplo no Hospital de São Sebastião em
Santa Maria da Feira, funciona como um serviço de apoio para internamento domiciliário, uma
solução que surge da evolução através dos avanços da medicina, aliados a uma necessidade de
melhorar a vida dos doentes e também uma maior sensibilidade do Governo para as vantagens
clínicas e financeiras do serviço de apoio domiciliário, que atualmente já é custeado pela tutela
em 75% do valor, que o mesmo utente justificaria em contexto de acompanhamento
hospitalar. Entre as vantagens da hospitalização domiciliária, atualmente é verificada a redução
do risco de complicações pós-cirúrgicas, a menor probabilidade de traumatismo emocional, a

41
diminuição do número de casos de reinternamento hospitalar e o decréscimo da taxa de
infeção hospitalar. O tratamento através de serviços de apoio domiciliário facilita uma melhor
gestão clínica das camas disponíveis para internamento no hospital, o que, consequentemente,
facilita a resposta aos casos necessários.

42
Capítulo 7. Conclusão

O ambiente da saúde e os processos subjacentes a este sector, para a gestão dos serviços,
possuem características peculiares quanto ao grau de dinamismo, complexidade e natureza
multidisciplinar. As entidades prestadoras de serviços de cuidados de saúde em cooperação
com os gestores, trabalham constantemente para controlar os processos e as logísticas que
englobam a prestação destes serviços com a finalidade de melhorar a eficácia, com qualidade
e eficiência. Com o auxílio da inovação através das tecnologias na área da saúde, as
organizações ao longo dos anos utilizam cada vez mais estas ferramentas para aperfeiçoar os
métodos de planeamento ao nível estratégico e para alcançar excelentes resultados com
benefícios para todas as partes que constituem este sector.

Relativamente ao sector da saúde, a Rede de Serviços e Equipamentos Sociais desenvolveu


ao longo dos quinze anos de análise um papel fundamental para a prestação de cuidados na
saúde em todos os distritos de Portugal Continental. Como referido ao longo deste estudo, no
período de 2000 até 2015, o número de entidades proprietárias de equipamentos sociais
registou uma evolução crescente e contínua, que na totalidade da soma sector lucrativo e sector
não lucrativo, no ano de 2000 foram cerca de 3900 entidade e no ano de 2015, cerca de 6500
entidades. As entidades que constituem o principal suporte da RSES, foram as do sector não
lucrativo, com cerca de 4700 entidades, no entanto as entidades lucrativas construíram um
desenvolvimento muito positivo e evolutivo, durante estes quinze anos, pois foram capazes
de alargar a oferta de respostas e cuidados de saúde existentes para cerca de 1800 entidades.

No ano de 2015, por referência ao final do ano, no universo dos dois sectores, as entidades
não lucrativas voltam a crescer para 72,8%, em que 57,94% corresponde a IPSS e as entidades
do sector lucrativo passam para 27,2%, ou seja, menos 4,7% do que no ano de 2010. No
período de 2000 até 2015, a maioria dos equipamentos sociais em funcionamento fazem parte
do sector das entidades não lucrativas que no decorrer dos anos desenvolveram uma evolução
muito notória com elevada importância para a RSES, porque em 2000 contavam com cerca
de 4700 equipamentos e no final de 2015, registaram mais de 9000. Desta forma, segundo a
Carta Social, em 2015, 84% do número total de equipamentos sociais era propriedade do sector
não lucrativo.

No contexto da comparticipação da Segurança Social, por resposta social e utente, com


base nos acordos de cooperação, durante os anos de análise é possivel concluir que o serviço
de apoio ao domicilio, recebeu ajudas minimas e comparticipações insuficientes, que complica

43
o desenvolvimento e estruturação da rede deste tipo serviço. Em comparação a outro tipo de
valências que durante estes anos de análise foram sempre mais benificiadas, ano de 2015, foi
ano que o Serviço de Apoio Domiciliário recebeu mais comparticipação ao longo destes quinze
anos, cerca de 250€ por utente, que mesmo assim é menos que o ERPI recebia em 2000 e que
em comparação aos 950€ que o Lar Residencial recebe por utente, correponde a menos 700€
de comparticipações em acordos da Segurança Social, para o SAD.

A evolução do número de respostas sociais por população-alvo, em Portugal Continental,


desde 2000 até 2015, verifica-se um crescimento progressivo registado e contabilizado de 87%
do universo de repostas sociais que integram a RSES. A resposta de apoio ao grupo de pessoas
idosas, no decorrer destes anos, desenvolveu cada vez mais cuidados e cresceu neste sector
com uma evolução consistente, permanente e equilibrada, com um acréscimo de 1000
respostas a cada cinco anos e na totalidade dos anos em 2015 contabiliza cerca de 8000
respostas do somatório de todos os tipos de apoios dirigidos à população idosa.

O serviço de Apoio Domiciliário caracteriza-se pelos cuidados de saúde prestados por


pessoas especializadas em saúde para proporcionar o bem-estar e o desenvolvimento pessoal
nas habitações dos utentes, através de um atendimento individualizado e personalizado em
todo o processo de acompanhamento, com a finalidade de satisfazer as necessidades básicas e
específicas e ajudar na realização das atividades diárias, com a capacidade de motivar através
de atividades sócio recreativas num ambiente caseiro de segurança afetiva, física e psíquica.
Este tipo de serviço tem como propósito retardar a institucionalização dos dependentes e dos
idosos e surge como possibilidade mais económica com custos mais reduzidos, para fazer fase
à falta de orçamento familiar.

Em suma, no estudo de análise de mercado do Serviço de Apoio Domiciliário, em todos


os distritos de Portugal Continental durante os anos de 2000 até 2015, este serviço destacou-
se como uma solução fundamental e de extrema importância para a constituição da estrutura
da Rede de Serviço e Equipamentos Sociais, pois desenvolveu ao longo destes anos uma
evolução na presença no sector dos serviços de saúde, com um crescimento exponencial no
número de respostas sociais e capacidade instalada para os utentes existentes em todo o país.

No ano de 2000 registaram-se 1667 entidades prestadoras deste serviço, com capacidade
para 49473 idosos, que demonstrou ser o serviço com maior número de respostas existentes
e o quarto tipo de serviço com maior capacidade. No ano de 2005 contabilizou 2160 entidades
que constituem a rede de serviço de apoio domiciliário com capacidade para 73575 idosos.
Este foi o registo que neste ano resultou que o SAD fosse o tipo de apoio com maior número

44
de respostas sociais existentes e o primeiro tipo de serviço com mais capacidade da RSES. Em
relação ao ano de 2010 existiam 2485 entidades com capacidade para 9570 idosos que foi o
tipo de serviço com maior número de respostas instaladas e em segundo no tipo de serviço
com maior capacidade.

Para finalizar, no último ano de investigação, em 2015, o Serviço de Apoio Domiciliário


dispunha de 2707 entidades, com capacidade para 108315 idosos. Este foi o valor mais elevado
em comparação a todos os outros tipos de serviços, ou seja, o SAD sempre foi o serviço que
no decorrer destes quinze anos registou maiores valores do número de respostas instaladas,
com uma relevante dimensão que determina o melhor posicionamento neste sector, que
comprova o progresso concebido para alcançar a expansão da rede de organizações
prestadoras do Serviço de Apoio Domiciliário na saúde em Portugal.

45
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CASES – Cooperativa António Sérgio para a Economia Social – Promoção da Economia


social

http://www.cases.pt/

GEP – Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho e Solidariedade


Social – dados estatísticos do MTSSS

http://www.gep.msess.gov.pt/

INE – Instituto Nacional de Estatística – dados estatísticos

http://www.ine.pt/

Segurança Social

http://www4seg-social.pt/

50
Anexos

Anexo 1

Evolução do número de Entidades Proprietárias, segundo a Natureza Jurídica, por


distrito, Portugal Continental - 1998-2000

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

51
Anexo 2

Número de Entidades Proprietárias, segundo a Natureza Jurídica, por distrito,


Portugal Continental – 2000

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

52
Anexo 3

Distribuição percentual das Entidades Proprietárias, segundo a Natureza Jurídica,


Portugal Continental – 2000

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

53
Anexo 4

Número de equipamentos, segundo a Natureza jurídica das Entidades Proprietárias,


por distrito, Portugal Continental – 2000

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

54
Anexo 5

Evolução do número de Entidades Proprietárias, segundo a Natureza Jurídica,


Portugal Continental - 1998-2005

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

55
Anexo 6

Distribuição percentual das Entidades Proprietárias, segundo a Natureza Jurídica,


Portugal Continental - 2005

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

56
Anexo 7

Evolução do número de Entidades Proprietárias, segundo a Natureza Jurídica,


Portugal Continental - 1998-2010

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

57
Anexo 8

Distribuição percentual das Entidades Proprietárias, segundo a Natureza Jurídica,


Portugal Continental – 2010

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

58
Anexo 9

Distribuição percentual das Entidades Proprietárias, segundo a Natureza Jurídica,


Portugal Continental – 2015

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

59
Anexo 10

Evolução da comparticipação da Segurança Social, através de acordos de cooperação


às instituições, por resposta social e utente – 1998-2010

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

60
Anexo 11

Distribuição percentual da despesa de funcionamento com acordos de cooperação


por população-alvo, Portugal Continental – 2015

Fonte: MTSSS-IGFSS, Conta da Segurança Social, Carta Social

61
Anexo 12

Distribuição percentual dos utentes em respostas sociais para Pessoas Idosas por
escalão etário, Portugal Continental – 2015

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

62
Anexo 13

Número de Valência, capacidade instalada e número de Utentes para a área de


reabilitação de pessoas com deficiência por distrito, Portugal Continental – 1998

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

63
Anexo 14

Número de Valência, capacidade instalada e número de Utentes para a área de


reabilitação de pessoas com deficiência, por distrito, Portugal Continental – 2000

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social


64
Anexo 15

Número de Valência, capacidade instalada e número de Utentes para a área da


População idosa, por distrito, Portugal Continental – 1998

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

65
Anexo 16

Número de Valência, capacidade instalada e número de Utentes para a área da


População idosa, por distrito, Portugal Continental - 2000

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

66
Anexo 17

Número de respostas sociais, por distrito, Portugal Continental – 2000

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

67
Anexo 18

Capacidade instalada de respostas sociais, por distrito, Portugal Continental – 2000

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

68
Anexo 19

Evolução das respostas sociais para a População Idosa, Portugal Continental –


1998-2005

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

69
Anexo 20

Evolução da capacidade e do nº de utentes das respostas sociais para a População


Idosa, Portugal Continental – 1998-2005

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

70
Anexo 21

Evolução das respostas sociais para a área das Pessoas em situação de


Dependência, Portugal Continental – 2000-2005

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

71
Anexo 22

Evolução da capacidade e do nº de utentes nas respostas socias para a área das


Pessoas em situação de dependência, Portugal Continental – 2000-2005

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

72
Anexo 23

Número de respostas sociais, por distrito, Portugal Continental – 2005

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

73
Anexo 24

Capacidade instalada de respostas sociais, por distrito, Portugal Continental – 2005

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

74
Anexo 25

Evolução em 2000, 2005, 2008 do período de funcionamento do SAD, Portugal


Continental

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

75
Anexo 26

Evolução da capacidade de algumas das principais respostas da RSES, Portugal


Continental – 1998-2009

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

76
Anexo 27

Evolução das respostas sociais para a População Idosa, Portugal Continental –


1998-2010

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

77
Anexo 28

Número de respostas sociais, por distrito, Portugal Continental – 2010

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

78
Anexo 29

Evolução da capacidade das respostas sociais para a População Idosa, Portugal


Continental – 1998-2010

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

79
Anexo 30

Capacidade instalada de respostas sociais, por distrito, Portugal Continental – 2010

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

80
Anexo 31

Evolução das respostas sociais para a área das Pessoas em situação de Dependência,
Portugal Continental – 2000-2010

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

81
Anexo 32

Evolução da capacidade nas respostas socias para a área das Pessoas em situação de
dependência, Portugal Continental – 2000-2010

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

82
Anexo 33

Número de respostas sociais, por distrito, Portugal Continental – 2015

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

83
Anexo 34

Capacidade instalada de respostas sociais, por distrito, Portugal Continental – 2015

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

84
Anexo 35

Distribuição percentual das respostas sociais novas, por tipologia, Portugal


Continental – 2015

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

85
Anexo 36

Distribuição percentual da resposta SAD por modelo de funcionamento, Portugal


Continental – 2015

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

86
Anexo 37

Distribuição percentual dos utentes em SAD por serviços prestados, Portugal


Continental – 2015

Fonte: GEP-MTSSS, Carta Social

87

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