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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

SERVIÇO SOCIAL

AILTON ALVES PAES LANDIN

SERVIÇO SOCIAL:
O BENEFICO DA PRESTAÇÃO CONTINUADA

XINGUARA-PA
2016
AILTON ALVES PAES LANDIN

SERVIÇO SOCIAL:
O BENEFICO DA PRESTAÇÃO CONTINUADA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como
requisito parcial para a obtenção do título de O Papel
Das Politicas Publicas na Violência Domestica em
Serviço Social.

Orientador: Prof.

XINGUARA-PA
2016
Dedico este trabalho a Deus
maior fonte de luz sabedoria
graça e esperança onde
recebi incondicionalmente
muito amor, coragem e muita
força de vontade para o
alcance de mais uma meta. E
a minha família, meu porto
seguro e meu alicerce.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado força pra lutar porque não foi fácil
muitas dificuldades encontradas e todas superadas. Agradeço a minha Família meu
alicerce e porto seguro. Agradeço as minhas tutoras.
Tutor eletrônico: Simone Rodrigues Costa
Tutor de sala: Suzana Vieira de Sousa
Se a educação sozinha não transforma a
sociedade, sem ela tampouco a sociedade
muda.
Paulo Freire
LANDIN, Ailton Alves Paes, O serviço social: E os Benefícios de Prestação
Continuada . 2016. 32. Trabalho de Conclusão de Curso Serviço Social – Centro de
Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paraná, Xinguara,
2016.

RESUMO

O BPC- Beneficio de Prestação Continuada é um benefício de 01 (um) salário


mínimo mensal pago às pessoas idosas com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais,
conforme o estabelecido no Art. 34 da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 - o
Estatuto do Idoso, e às pessoas portadoras de deficiência incapacitadas para a vida
independente e para o trabalho. BPC é um benefício da assistência social,
integrante do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, pago pelo Governo
Federal e assegurado por lei, que permite o acesso de idosos e pessoas com
deficiência às condições mínimas de uma vida digna. como um direito social,
previsto na Constituição Federal de 1988(artigo 203, V) e na Lei 8.742/93, Lei
Orgânica da Assistência Social - LOAS. Os resultados evidenciaram que os critérios
para inclusão no BPC, são altamente excludentes. Conclui-se, que o Benefício de
Prestação Continuada - BPC, constitucionalmente garantido e reconhecido, como
direito social, ainda é restrito e insuficiente para reduzir as desigualdades, levando
em conta que os critérios para sua obtenção são muitos rigorosos.

Palavras-chave: Beneficio, Continuada,


LANDIN, Ailton Alves Paes, Social work: And the Benefits of Continuing Care. 2016.
32. Completion Work Course Social Work - Center for Business and Applied Social
Sciences, University of Northern Paraná, Xinguara, 2016

ABSTRACT

The BPC- Continuous Benefit Benefit is a benefit of 01 (one) minimum monthly


salary paid to the elderly 65 (sixty-five) or older, as established in Article 34 of Law
No. 10,741, of October 1, 2003 - the Statute of the Elderly, and persons with
disabilities incapacitated for independent living and for work. BPC is a social
assistance benefit, part of the Unified Social Assistance System - SUAS, paid by the
Federal Government and guaranteed by law, which allows the access of the elderly
and people with disabilities to the minimum conditions of a decent life. As a social
right, provided for in the Federal Constitution of 1988 (article 203, V) and Law 8,742 /
93, Organic Law of Social Assistance - LOAS. The results showed that the criteria for
inclusion in BPC are highly exclusive. It is concluded that the Continuous Benefit
Benefit - BPC, constitutionally guaranteed and recognized as a social right, is still
restricted and insufficient to reduce inequalities, taking into account that the criteria
for obtaining them are very strict.

Keywords: Benefit, Continued


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

BPC Beneficio de Prestação Continuada

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

UNOPAR Universidade Norte do Paraná


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................13
2 DIREITO DE TER DIREITOS..............................................................................18
3 PROTEÇÃO social...............................................................................................25
3.1 Proteção Social................................................................................................27
3.2 Objetivos...........................................................................................................28
3.3 Proteção Social Especial..................................................................................28
4 SUAS....................................................................................................................31
4.1 Desafios............................................................................................................32
5 Benefício Assistencial De Prestação Continuada;..............................................39
5.1 Requisitos.........................................................................................................39
5.2 “deficiente” e “idoso”.........................................................................................40
5.3 miserabilidade..................................................................................................41
5.4 O benefício pode ser cumulado com outros benefícios assistenciais ou
previdenciários?..........................................................................................................42
6 Caracterização do município de Xinguara...........................................................43
6.1 Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM)...................................................43
6.2 Renda...............................................................................................................43
7 Cras – Xinguara...................................................................................................45
7.1 Público atendido:..............................................................................................45
7.2 Ações desenvolvidas:.......................................................................................45
7.3 SERVIÇOS OFERTADOS NA UNIDADE DO CRAS......................................46
7.4 SERVIÇOS DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS.......46
7.5 SERVIÇOS DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS PARA
CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE 6 A 17 ANOS...................................................46
7.6 Como acontece?..............................................................................................47
7.7 SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS PARA
PESSOA IDOSA.........................................................................................................47
7.8 BENEFÍCIOS EVENTUAIS..............................................................................47
7.9 Quais são?.......................................................................................................47
8 BPC (BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA)........................................49
8.1 Onde procurar?................................................................................................49
8.2 O CRAS atende a Zona Rural e os Distritos?..................................................49
8.3 ONDE ENCONTRAR O CRAS?......................................................................50
9 Dados do BPC em Xinguara e seu impacto na econômica local........................51
9.1 A busca de dados municpais - Pesquisa.........................................................51
9.1.1 Pesquisa.......................................................................................................51
9.2 Dados...............................................................................................................53
9.3 Impacto econômico no munícipio de Xinguara................................................53
10 Breve panorama politico Brasileira na decada de 1980..................................55
11 A história da saúde pública no Brasil...............................................................57
12 CONCLUSÃO...................................................................................................63
REFERÊNCIAS...........................................................................................................64
13

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho teve como objetivo geral conhecer as Políticas


Públicas voltadas a concessão do BPC - Beneficio de Prestação Continuada aos
Idosos acima de 65 anos, com comprovada renda 9nferiror a ¼ do salario mínimo
por membro da família, e aos deficientes físicos que comprovem hipossuficiência
também de sua família.
Falar no BPC - Beneficio de Prestação Continuada, é tocar em uma
das lacunas da previdência brasileira, devido a milhões de pessoas que trabalham
na informalidade e não possuem vinculo de contribuição com o INSS.
Impossibilitando os indivíduos de se aposentarem.
No brasil ainda é muito grande o índices de miseráveis e pessoas
que vivem em extrema pobreza, tendo como exemplo gritante o numero alarmante
de pessoas que necessitam do Bolsa Família para sobreviverem.
Neste trabalho iremos analisar de forma acadêmica, utilizando dos
meios de dados disponíveis para analisar o papel do Serviço Social frente à
concessão do BPC aos idosos e deficientes vulneráveis.
Benefício de Prestação Continuada – BPC, tema desta pesquisa, é
um benefício da assistência social, instituído pela Constituição Federal de 1988 e
regulamentado pela Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS (Lei nº 8.742 de
1993).
Os Benefícios Assistenciais fazem parte da política de assistência
social. São direitos do cidadão e dever do Estado, com o objetivo de promover a
inclusão dos beneficiários e de suas famílias nos serviços socioassistenciais, onde a
partir da ampliação da proteção social, seja possível a superação das suas
situações de vulnerabilidade e risco social. A Constituição Federal de 1988 dispõe
em seu artigo 1º que República Federativa do Brasil, constituída como Estado
Democrático de Direito, tem como fundamentos a dignidade da pessoa humana.
Portanto, nossa Constituição Federal é inclusiva, ou seja, a partir de
seus fundamentos, objetivos e princípios fundamentais, pode-se perceber que a
intenção do Legislador Constituinte foi reconhecer e proteger, sempre igualmente, a
vida e a dignidade humana de todo indivíduo.
Dentro desta preocupação chamamos a atenção para a necessidade
14

de implementação de políticas públicas para a inclusão social das pessoas


portadoras de deficiência que tornar-se-ão idosas um dia, graças à evolução da
ciência que permite observarmos já há algum tempo o aumento da longevidade em
nosso País.
Não traremos luz nova ao tema. Mais, buscaremos conhecimento
em um tema que aparentemente parecer ser já muito debatido mais que quando
visto em relação a história do Brasil, vemos que é uma politica publica nova que visa
resgatar o mínimo de dignidade de vida aos cidadãos hipossuficientes. Note-se
também, que a Carta Magna estabelece como alguns de seus objetivos
fundamentais a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, a erradicação
da pobreza e marginalização, além da promoção do bem de todos sem preconceitos
ou qualquer discriminação (artigo 3º, I, III e IV). O Serviço Social no Brasil surge a
partir da eclosão da questão social 1. As bases para sua implantação deu-se a partir
do reconhecimento das tensões sociais, oriundas da questão social nas décadas de
1920 e 1930 com o processo de industrialização. Portanto, sua gênese corresponde
à conjuntura vivenciada no país neste período, momento em que o Estado passa a
utilizar-se de estratégias de intervenção e regulação da questão social via políticas
sociais. Estas estratégias foram influenciadas pelas mudanças ocorridas no país –
principalmente as econômicas –, em função do processo de industrialização, que
teve como consequência imediata, o crescimento desordenado das cidades, devido
o devido o êxodo rural, causado pela crise no setor agrícola – crise do café.
Diante de todo esse contexto vivenciado no país no início do século
XX, percebemos algumas formas de intervenção com intuito de controlar as tensões
sociais e atuar de forma a garantir a disciplina e a reprodução da força do trabalho.
Ressaltamos que o papel do Serviço Social era buscar adequar o
operariado às novas condições de vida, mas, não por uma solicitação da classe a
ser assistida e sim por uma imposição da burguesia em conjunto com a Igreja
Católica, com objetivo de neutralizar a classe trabalhadora que no momento lutava
por melhores condições de trabalho e sobrevivência. Assim entendemos que o
Serviço Social emergiu como um instrumento do capitalismo para a manutenção da
ordem vigente.

Na década de 1960, com o Movimento de Reconceituacão eclodindo em


toda a América Latina (Chile, Argentina, Peru e Uruguai), a profissão buscou
romper com a marca conservadora das práticas, ou seja, buscou destinar
15

seu foco profissional para o interesse dos que participavam da sociedade


através de seu trabalho – classe subalterna. Baseados em Netto 3 (1991), o
Movimento de Reconceituação do Serviço Social latino-americano assume
três distintas direções: 1- a perspectiva modernizadora; 2- a perspectiva de
reatualização do conservadorismo; 3- a perspectiva de ruptura com o
Serviço Social tradicional. O processo de reconceituação gestado pelo
Serviço Social desde a década de 1960 permitiu à profissão enfrentar a
formação tecnocrática conservadora e no período de transição da década
de 1970 para 1980 se processam as bases para o novo projeto profissional
que denominamos de projeto ético-político do Serviço Social, que teve como
principal e primeira condição para sua construção à recusa e a crítica ao
conservadorismo, Alessandra dos Santos; Jussara Ferreira de
Sousa,Projeto “Reconstruindo o fazer profissional”: uma análise acerca de
sua efetivação.

O projeto ideopolítico, marcado pela ruptura ao conservadorismo,


materializa-se em três colunas, que individualmente tem seu papel nesta construção:
o Código de Ética Profissional (1993) – constitui-se em direitos e deveres dos
assistentes sociais, segundo princípios e valores humanistas, guias para exercício
profissional –, a Lei que regulamenta a profissão (Lei n° 8.662/93) – representa a
institucionalidade legal da profissão – e o Projeto Político Pedagógico através das
Diretrizes Curriculares de Formação para o Curso de Serviço Social da Associação
Brasileira de ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS/1996).
Portanto, estes três documentos somados definem a atuação dos
profissionais, traçando-lhes diretrizes gerais e orientação teórico-metodológica,
ético-política e técnico-operativa, traduzindo-se no compromisso do profissional com
o usuário.
“Trajetória do Serviço Social no Brasil” (RAICHELIS, Raquel. São
Paulo. Cortez. 1988), é uma publicação do capitulo II de sua obra, que traduz um
desdobramento histórico do surgimento do serviço social no Brasil, bem como sua s
relações com as classes sociais.
A autora RICHELIS reconstrói historicamente a trajetória do
serviço social no Brasil, bem como suas relações com as classes sociais numa
temática original que nos faz refletir década após década a evolução da profissão.
O marcos do surgimento do Serviço Social no país também
coincide com o início do processo de industrialização e do crescimento das
populações das áreas urbanas. Nesse contexto, constatou-se que era preciso
controlar a massa operária e essa foi a primeira missão do Serviço Social no Brasil.
A situação econômica e social do país, vigente na época, levou o
estado brasileiro a absorver algumas reivindicações populares, principalmente,
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aquelas que demandavam condições de alimentação, moradia e saúde. Com isso,


através de uma legislação social e salarial, o governo federal ampliou as bases do
reconhecimento da cidadania social.
Nesse período de sua história, enquanto profissão, o Serviço
Social passou a situar-se no processo de reprodução das relações sociais, sendo
visto como atividade auxiliar e subsidiária no exercício do controle social, bem como
na difusão da ideologia da classe dominante entre a classe operária.
De acordo com MACIEL (2001), durante o período da ditadura
do Estado Novo foram criadas várias instituições de assistência social no Brasil, das
quais destacam-se as seguintes: a) Conselho Nacional de Serviço Social (1938):
com o objetivo de centralizar e organizar as obras assistenciais públicas e privadas;
Nessa época, o Brasil passava por um momento conturbado de
sua história, caracterizado pelas contradições, pelos conflitos e pelas tensões,
produzidas, principalmente, pelas relações capital-trabalho resultantes do processo
de consolidação de um capitalismo, que lançava suas primeiras bases.
Segundo RODRIGUES (1994), a formação dos assistentes
sociais nesse período pioneiro tinha por eixo os fundamentos que embasariam suas
reflexões e práticas, os quais garantiriam também sua sólida formação doutrinária e
ética.
Para SILVA (2008), O aprofundamento dessa ordem
societária (necessariamente contraditória), marcada pela modernização
conservadora do país ao longo das décadas do século XX, impôs à profissão uma
revisão do ‘Serviço Social tradicional’, manifestada no chamado ‘processo de
reconceituação’, que, com todos os seus limites, teve o mérito de recolocar questões
centrais para o Serviço Social: a formação profissional (nos seus aspectos teórico,
metodológico, técnico-instrumental e interventivo), a interlocução com outras áreas
do conhecimento, a importância da pesquisa e da produção de conhecimentos no
âmbito da profissão, entre outros aspectos. Esse rico contexto permitiu um debate
mais intenso sobre as diferentes orientações teóricas na profissão (para além da
Doutrina Social da Igreja), desencadeando uma interlocução com matrizes do
conhecimento presentes nas Ciências Sociais.
Neste contexto, observamos que novas idéias foram se somando
aos princípios bases do Serviço Social, auxiliando, desta forma, a profissionalização
desse ramo profissional.
17

Fator importante que merece registro, é o surgimento das


instituições como SESI, SESC, SENAI e LBA que significaram a perspectiva de
institucionalização e legitimação, por parte das classes dominantes, do exercício
profissional. Assim, os assistentes passam a ser requisitados pelas instituições
diretamente nas escolas de serviço social, que também se expandem para atender a
demanda existente e imprimir um novo impulso à profissão.
Com a abertura de um novo campo profissional incorporado ao
“novo espirito social” que se implantou na época, a ação profissional efetivamente
vai ao encontro da aspiração do meio profissional, de expansão e elevação do seu
status e de estímulo ao crescimento de ensino especializado.
Importante marco ocorre na década de 60, quando o serviço
social brasileiro ao esboçar transformações expressiva em sua prática, culmina num
revestimento incorporado ao novo modelo teórico-metodológico relacionada a
prática do Movimento de Educação de Base.
Tal roupagem adentrada ao serviço social, faz com que haja uma
maior comprometimento com os profissionais, que se vê sobre uma exigência
natural, que obriga a profissão a atualizar-se frente as novas demandas, que
excluem um modelo antigo e tradicional ao novo método de padrão de racionalidade.
Com isto o serviço social mergulha numa revisão interna dos seus métodos, teorias
e estratégias de ação a uma posição politica-ideológica.
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2 DIREITO DE TER DIREITOS

Benefício de Prestação Continuada é o benefício assistencial


previsto constitucionalmente para a proteção de idosos e deficientes que
comprovem não possuir meios de prover sua própria manutenção ou tê-la provida
pela família. É um benefício que compõe a política de assistência social brasileira e
é um direito assegurado. Os Benefícios sociais são meios utilizados pelos
empregadores, como forma de auxiliar e premiar o trabalhador direta ou
indiretamente, visando desta forma atender suas necessidades gerais em vários
âmbitos do dia, aumentando assim seu grau de satisfação para com o empregador,
o que acaba por gerar melhoras significativas de produtividade e desempenho. Não
traremos luz nova ao tema. Mais, buscaremos conhecimento em um tema que
aparentemente parecer ser já muito debatido mais que quando visto em relação à
história do Brasil, vemos que é uma politica publica nova que visa resgatar o mínimo
de dignidade de vida aos cidadãos pobres.
De acordo com a Carta Política Pátria, a assistência social é
prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição e tem como
objetivos a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
o amparo às crianças e adolescentes carentes; a promoção da integração ao
mercado de trabalho; a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de
deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; a garantia de um
salário mínimo mensal ao portador de deficiência e ao idoso que comprovem não
possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família na
forma da lei. (Art.203 da CRFB/88).
O BPC é o Benefício da Prestação Continuada da Lei Orgânica da
Assistência Social (BPC/LOAS) é a garantia de um salário mínimo mensal ao idoso
acima de 65 anos ou ao cidadão com deficiência física, mental, intelectual ou
sensorial de longo prazo, que o impossibilite de participar de forma plena e efetiva
na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas. um benefício
socioassistencial previsto no artigo 203 da Constituição Federal – 1988 na Lei 8.742
(LOAS – Art. 20 e 21) – 07/12/1993, na Lei 10.741 (Estatuto do Idoso) – 01/10/2003
e no Decreto 6.214 de 26/09/2007. Os serviços e benefícios socioassistenciais
integram o conjunto das prestações do Sistema de Seguridade Social brasileiro que,
na CF de 1988 incorpora o campo da proteção social não contributiva, alarga as
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situações sociais que devem ser objeto dessa proteção e amplia a responsabilidade
pública diante de questões cujo enfrentamento ocorreu historicamente no espaço
privado.
O impacto da proteção social como política pública no patamar da
conquista de direitos sociais e da cidadania social, “como parte do processo de
consolidação do Estado e de sua democratização”

Este benefício é um direito garantido pela Constituição Federal de


1988 e consiste no pagamento 01 (um) salário mínimo mensal a pessoas com 65
anos de idade ou mais e a pessoa com deficiência incapacitante para a vida
independente e para o trabalho. Em ambos os casos a renda per capita familiar deve
ser inferior a ¼ do salário mínimo. O BPC também encontra amparo legal na Lei
70.741, de 1º de outubro de 2003, que institui o Estatuto do Idoso. O benefício é
gerido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS), a quem
compete sua gestão, acompanhamento e avaliação. Ao Instituo Nacional de Seguro
Social (INSS), compete a sua operacionalização. Os recursos para custeio do BPC
provêm do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).
Como podemos notar na história da evolução das politicas sociais
esse beneficio é uma construção de varias politicas que foram sendo aperfeiçoada,
e junto com a abertura politica de 1988 sendo criada a nova politica de assistência
social, foi criada a politica o BPC. Pois, mesmo sem contribuição os beneficiários
que se enquadrem nos requisitos podem ter acesso a esse direito. Principais
requisitos:
Para o idoso: idade superior a 65 anos, para homem ou mulher;
Para a pessoa com deficiência: ser pessoa com deficiência física,
mental, intelectual ou sensorial que impossibilite o titular de participar de forma plena
e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas que não
possuam tal impedimento;
Possuir renda familiar de até 1/4 do salário mínimo em vigor, por
pessoa do grupo familiar (incluindo o próprio requerente). Esta renda é avaliada
considerando o salário do beneficiário, do esposo(a) ou companheiro(a), dos pais,
da madrasta ou do padrasto, dos irmãos solteiros, dos filhos e enteados solteiros e
os menores tutelados, desde que residam na mesma casa.;
Possuir nacionalidade brasileira;
20

Possuir residência fixa no país;


Não estar recebendo benefícios da Previdência Social.

Para requerer o BPC, a pessoa idosa ou com deficiência deve


procurar uma Agência do INSS, preencher o formulário de solicitação do benefício,
apresentar declaração de renda dos membros da família, comprovar residência e
apresentar os documentos de identificação próprios e da família. Para tanto, é
necessário fazer o agendamento do atendimento, com data e hora marcada.
O agendamento pode ser feito pelo telefone 135 da Central de
Atendimento da Previdência Social (ligação gratuita) ou pela internet no site
www.previdenciasocial.gov.br.
O requerente que seja pessoa com deficiência deve passar por
avaliação da incapacidade para a vida independente e para o trabalho, realizada
pela perícia médica e por assistente social do INSS.
Essa avaliação será agendada pelo INSS.
Quando comprovada a impossibilidade de deslocamento da pessoa
com deficiência até o local de realização da avaliação da incapacidade, ela é
realizada em seu domicílio ou instituição em que estiver internado.
De acordo com Lei 10.741/03 – doravante Estatuto do Idoso – em
seu artigo 1º20, disponha que idoso é aquele com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos, prevalece, para fins de benefício assistencial, a idade mínima de 65
(sessenta e cinco) anos para a concessão do benefício em exame ao idoso,
conforme disposto no caput, do artigo 20, da Lei 8.742/93.
O processo de envelhecimento e sua conseqüência natural, a
velhice é uma das preocupações da humanidade desde os primórdios da civilização.
O envelhecimento da população é um fenômeno de amplitude
mundial; a OMS (Organização Mundial de Saúde) prevê que, em 2025, existirão 1,2
bilhões de pessoas com mais de 60 anos, sendo que os muitos idosos (com 80 ou
mais anos) constituem o grupo etário de maior crescimento. No Brasil, estima-se que
haverá cerca de 34 milhões de idosos em 2025, o que levará o Brasil à 6ª posição
entre os países mais envelhecidos do mundo.
No contexto do envelhecimento populacional, inúmeros fatores se
interrelacionam. Entre eles, os de maior relevância são aqueles ligados à
previdência social e à saúde os quais constituem desafios para o Estado, setores
21

produtivos e famílias. O envelhecimento constitui um grande problema por causa da


bomba-relógio da aposentadoria. Cabe ressaltar que a aposentadoria, apesar de ter
como proposição a garantia de direitos e de inclusão social do idoso na sociedade
democrática brasileira, seus valores, do ponto de vista econômico, não permite o
atendimento satisfatório das suas necessidades de sobrevivência, especialmente
dos mais pobres que evidenciam um envelhecimento, no geral, patológico e com
incapacidades associadas, requerendo, portanto, maior demanda de recursos tanto
do seu sistema de apoio formal (Estado, sociedade civil) como do informal (família).
Portanto, o idoso, seja homem ou mulher, seja portador de
deficiência ou não, deve gozar dos direitos fundamentais garantidos a todas as
pessoas, porém, deve haver um despertar do Estado para uma questão de extrema
importância, qual seja, as políticas públicas para proteção das pessoas idosas
portadoras de deficiência, sejam as deficiências congênita ou adquirida, adquiridas
até mesmo em decorrência da idade, a fim de que tenham uma vida digna. Esta
preocupação se deve, também, ao aumento das estatísticas de longevidade
verificadas no Brasil, conforme se verificará a seguir.
No Brasil, temos o Decreto 914/93, que considera no seu artigo 3º a
pessoa portadora de deficiência como aquela que apresenta, em caráter
permanente, perdas ou anormalidades de sua estrutura ou função psicológica,
fisiológica ou anatômica, que gerem incapacidade para o desempenho de atividade,
dentro do padrão considerado normal para o ser humano.
De acordo com o Dicionário: s.f. Circunstância ou estado daquilo que
é miserável; situação de miséria; excessivamente pobre; miserabilismo. (Etm.
miserável - vel + bil(i) + dade) (http://www.dicio.com.br/miserabilidade/ pesquisado
em 21/08/2015 às 12:04).
No entanto, além dos dois requisitos já mencionados, o §3º do artigo
20 da LOAS assim dispõe:
§ 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa
portadora de deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja
inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo.
Parte da doutrina considera essa previsão como um terceiro
requisito para a concessão do benefício assistencial de prestação continuada.
No entanto, o melhor entendimento é aquele segundo o qual este
dispositivo legal traduz uma presunção absoluta de miserabilidade.
22

Conforme mencionado anteriormente, os requisitos para a


concessão do benefício são: ser a pessoa idosa ou portadora de deficiência e
miserabilidade.( http://jus.com.br/artigos/14963/a-prova-da-miserabilidade-para-a-
concessao-do-beneficio-de-prestacao-continuada#ixzz3jSj7csFl).
O BPC não pode ser acumulado com outro benefício no âmbito da
Seguridade Social (como, por exemplo, aposentadoria e pensão), exceto com
benefícios da assistência à saúde e pensões especiais de natureza indenizatória.
É um benefício individual, não vitalício e intransferível.
É um benéfico que que visa a sustentabilidade do idoso ou do
deficiente hipossuficiente, para que o mesmo não passe por um estado de miséria
como muitos brasileiros nessas situações viviam. Como vemos nessa jurisprudência:

STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 841060 SP 2006/0080371-8 (STJ)


Data de publicação: 25/06/2007
Ementa: PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA.
ASSISTÊNCIA SOCIAL. PREVISÃO CONSTITUCIONAL. BENEFÍCIO
RECEBIDO POR PARENTE DO AUTOR. CÔMPUTO DO VALOR PARA
VERIFICAÇÃO DE MISERABILIDADE. IMPOSSIBILIDADE. ART. 34 DA
LEI Nº 10.741 /2003. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA AO BPC. ART. 20 , §
3º , DA LEI Nº 8.742 /93. POSSIBILIDADE DE AFERIÇÃO DA
MISERABILIDADE POR OUTROS MEIOS. PRECEDENTES. RECURSO
ESPECIAL PROVIDO. 1. O benefício de prestação continuada é uma
garantia constitucional, de caráter assistencial, previsto no art. 203 , inciso V
, da Constituição Federal , e regulamentado pelo art. 20 da Lei nº 8.742 /93,
que consiste no pagamento de um salário mínimo mensal aos portadores de
deficiência ou idosos que comprovem não possuir meios de prover a própria
manutenção e nem de tê-la provida pelo núcleo familiar. 2. O art. 34 da Lei
nº 10.741 /2003 veda o cômputo do valor do benefício de prestação
continuada percebido por qualquer membro da família no cálculo da renda
per capita mensal. 3. A Terceira Seção deste Superior Tribunal consolidou o
entendimento de que o critério de aferição da renda mensal previsto no § 3º
do art. 20 da Lei nº 8.742 /93 deve ser tido como um limite mínimo, um
quantum considerado insatisfatório à subsistência da pessoa portadora de
deficiência ou idosa, não impedindo, contudo, que o julgador faça uso de
outros elementos probatórios, desde que aptos a comprovar a condição de
miserabilidade da parte e de sua família. 4. Recurso especial a que se dá
provimento

De acordo com a legislação em vigor, diversos benefícios são


inacumuláveis. Entretanto alguns poderão se acumular, desde que atendidos os
requisitos legais.
Confira a listagem abaixo que detalha os diversos benefícios que
NÃO se acumulam:
a) aposentadoria com auxílio-doença;
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b) aposentadoria com auxílio-acidente, exceto nos casos em que a


data de início de ambos os benefícios seja anterior a 10/11/1997;
c) aposentadoria com auxílio-suplementar;
d) aposentadoria com outra aposentadoria, exceto se a primeira tiver
a data de início do benefício anterior a 01/01/1967 conforme disposto no Decreto-Lei
nº 72, de 21 de novembro de 1966;
e) aposentadoria com abono de permanência em serviço (extinto em
15/04/1994, Lei nº 8.870);
f) auxílio-doença com outro auxílio-doença, mesmo se um deles for
por motivo acidentário;
g) auxílio-doença com auxílio-acidente, quando ambos se referirem
à mesma doença ou acidente que lhes deram origem;
h) auxílio-doença com auxílio suplementar, observado que caso o
requerimento de auxílio-doença for referente a outro acidente ou doença, ambos
serão mantidos;
g) auxílio-acidente com outro auxílio-acidente;
h) salário-maternidade com auxílio-doença;
i) salário-maternidade com aposentadoria por invalidez;
j) renda mensal vitalícia com qualquer outra espécie de benefício da
Previdência Social;
k) pensão mensal vitalícia de seringueiro (soldado da borracha), com
qualquer outro Benefício de Prestação Continuada mantido pela Previdência Social;
l) pensão por morte com outra pensão por morte, quando o falecido
era cônjuge ou companheiro (a). Neste caso, o requerente poderá optar pelo
benefício que tiver o valor mais vantajoso, desde que o óbito tenha ocorrido a partir
de 29/04/1995, data da publicação da Lei nº 9.032/1995. Até 28/04/1995, a
acumulação de pensões no caso de cônjuge era permitida;
m) pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro (a) com
auxílio-reclusão de outro cônjuge ou companheiro (a), para evento ocorrido a partir
de 29/04/1995, data da publicação da Lei nº 9.032/1995. Neste caso, o requerente
poderá optar pelo benefício que tiver o valor mais vantajoso, ressaltando a
impossibilidade de reativação da pensão, após a assinatura do termo de opção;
n) auxílio-reclusão com outro auxílio-reclusão, quando ambos os
instituidores que foram presos estiverem na condição de cônjuge ou companheiro
24

(a) para evento ocorrido a partir de 29/04/1995, data da publicação da Lei nº


9.032/1995. Neste caso, o requerente poderá optar pelo benefício que tiver o valor
mais vantajoso;
o) auxílio-reclusão, pago aos dependentes, com auxílio-doença,
aposentadoria, abono de permanência em serviço ou salário-maternidade do mesmo
instituidor que se encontra preso;
p) seguro-desemprego com qualquer outro Benefício de Prestação
Continuada da Previdência Social, exceto pensão por morte, auxílio-reclusão,
auxílio-acidente, auxílio-suplementar e abono de permanência em serviço;
q) benefícios assistencial (Benefício de Prestação Continuada –
BPC-LOAS) com benefício da Previdência Social ou de qualquer outro regime
previdenciário.
25

3 PROTEÇÃO SOCIAL

Os serviços de Proteção Social Especial destinam-se a famílias e


indivíduos cujos direitos tenham sido violados e/ou ameaçados. São serviços que
requerem o acompanhamento familiar e individual e maior flexibilidade nas soluções
protetivas. Da mesma forma, comportam encaminhamentos efetivos e monitorados,
apoios e processos que assegurem qualidade na atenção protetiva.
Os serviços de Proteção Social especial têm estreita interface com o
sistema de Garantia de Direito exigindo, muitas vezes, uma gestão mais complexa e
compartilhada com o Poder Judiciário, Ministério Público e outros órgãos e ações do
Executivo. Podem ser organizados com base local em municípios com maior
incidência da violação dos direitos ou por meio de serviços de referência regional,
coordenados e executados pelos estados ou por intermédio de consórcios públicos
entre os municípios.
Na Proteção Social Especial estão previstos níveis de complexidade
diferenciados: média e alta complexidade. Os serviços de Proteção Social Especial
de Média Complexidade são aqueles que oferecem atendimento especializado às
famílias e aos indivíduos com seus direitos violados nas situações em que os
vínculos familiares e comunitários não foram rompidos. Os serviços de Proteção
Social Especial de alta complexidade oferecem atendimento e acolhimento em
serviços especializados nas situações de violação de direitos quando os vínculos
familiares e/ou comunitários foram rompidos.

A seguridade social é um sistema de ampla proteção social que, visa


amparar as essenciais (naturais) necessidades da sociedade como um todo.
Assegurando um mínimo essencial para a preservação da vida.O sistema da
seguridade social está previsto nos art. 194 a 204 da Carta Cidadã de 1988, e
compreende o conjunto integrado de ações dos poderes públicos e sociedade
(particulares). A diferença principal entre previdência (art. 201), saúde (art. 196) e
assistência (art. 203) está na contribuição, sendo que a primeira exige e as outras
não.
Na seguridade social os sujeitos ativos são os beneficiários
(segurado, dependentes e necessitados – art. 203) e os passivos aqueles de quem
pode ser cobrado: Poder Público (União, Estados Membros,Municípios e Distrito
26

Federal).
A origem da Seguridade Social no mundo está atrelada à própria
essência da origem humana. O homem durante sua existência conta basicamente
com duas formas de expressar sua inteligência: a previsão e a técnica. Portanto,
quando o primeiro homem guardou o resto de seus alimentos para poder saciar sua
fome no dia seguinte, a idéia de previdência se exteriorizou.
No Brasil na década de 1970 e 1980 foi um período de muitas
mudanças para a nação, podendo destacar os seguintes eventos:
 Fundação do Partido dos Trabalhadores (1980).
 Atentado do Riocentro (1981).
 Rondônia, em 1981, Amapá e Roraima (em 1988) deixam de ser territórios e
passam a ser estados da federação brasileira.
 Movimento Diretas Já, que reivindicava a volta das eleições diretas para
presidente do Brasil (1984).
 Tancredo Neves é eleito, de forma indireta, presidente do Brasil. Porém, morre
antes de assumir o cargo. Assume o vice-presidente José Sarney (1985).
 Fim da ditadura militar no Brasil (1985).
 Promulgação da Constituição brasileira de 1988, em vigor até os dias atuais.
 Criação do estado de Tocantins (1988)
Revolução Educacional Brasileira.
Com a promulgação da Constituição de 88 que inaugura um novo
sistema de proteção social pautado na concepção de Seguridade Social que
universaliza os direitos sociais concebendo a Saúde, Assistência Social e
Previdência como questão pública, de responsabilidade do Estado.
Os Direitos Sociais refletem a preocupação do Constituinte com a
integridade física do homem, e estão relacionados aos princípios de dignidade da
pessoa humana, solidariedade e igualdade, que visam atingir a justiça social.
Os direitos sociais, segundo José Afonso da Silva, são prestações
positivas proporcionadas pelo Estado direta ou indiretamente, enunciadas em
normas constitucionais, que possibilitam melhores condições de vida aos mais
fracos, direitos que tendem a realizar a igualização de situações desiguais.
Os direitos sociais estão dispostos na Constituição de 1988, no
Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais), e no Título VIII (Da Ordem social).
27

Estabelece em seu Art.6º, como direitos sociais: a educação, a saúde, a


alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. Do artigo 7º
ao 11, o constituinte privilegiou os direitos sociais do trabalhador, em suas relações
individuais e coletivas. Vale destacar, que o direito à alimentação foi introduzido pela
Emenda Constitucional nº. 64 de 04 de fevereiro de 2010.
O art. 7º relaciona os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
entretanto, a doutrina atual não faz nenhuma distinção entre eles.
O Estado brasileiro aceita legalmente o uso de políticas públicas
como forma de compensar as desigualdades existentes e, de garantir o mínimo de
dignidade às pessoas.
De fato no Brasil a política social brasileira antes da Constituição
Federal de 1988, possuía apenas ações fragmentadas e inconclusas de previdência,
assistência e de saúde, com a sua promulgação a assistência social passou a ser
reconhecida como política social, facilitando o acesso dos cidadãos aos serviços
básicos e buscando reduzir as desigualdades sociais.
Nos anos 80, a sociedade brasileira ao mesmo tempo em que
vivenciou um processo de democratização política superando o regime ditatorial
instaurado em 64, experimentou uma profunda e prolongada crise econômica que
persiste até os dias atuais.

3.1 PROTEÇÃO SOCIAL

É um serviço para pessoas com deficiência ou idosas com algum


grau de dependência e suas famílias, que tiveram suas limitações agravadas por
violações de direitos, como isolamento, confinamento, atitudes discriminatórias e
preconceituosas, falta de cuidados adequados por parte do cuidador, entre outras
situações que aumentam a dependência e comprometem o desenvolvimento da
autonomia.
Esse serviço promove atividades que garantem a autonomia, a
inclusão social e a melhoria da qualidade de vida das pessoas que usam o serviço.
Nesse sentido, visa à diminuição da exclusão social tanto do dependente quanto do
cuidador, da sobrecarga decorrente da situação de dependência/prestação de
28

cuidados prolongados, bem como a superação das violações de direitos que


fragilizam o indivíduo e intensificam o grau de dependência da pessoa com
deficiência ou idosa.
É a garantia de inclusão a todos os cidadãos que encontram-se em
situação de vulnerabilidade e/ou em situação de risco, inserindo-os na rede de
Proteção Social local. A Proteção Social é hierarquizada em Básica e Especial.

3.2 OBJETIVOS

Promover a autonomia e a melhoria da qualidade de vida de


pessoas com deficiência e idosas com dependência, seus cuidadores e suas
famílias.
Desenvolver ações especializadas para a superação das situações
violadoras de direitos que contribuem para a intensificação da dependência.
Promover acesso a benefícios, programas de transferência de renda
e outros serviços da assistência social, das demais políticas públicas setoriais e do
Sistema de Garantia de Direitos.
Acompanhar o deslocamento, viabilizar o desenvolvimento do
usuário e o acesso a serviços básicos, como bancos, mercados, farmácias, entre
outros.

3.3 PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL

É a modalidade de atendimento assistencial destinada a famílias e


indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social por ocorrência de
abandono, maus tratos físicos e/ou psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias
psicoativas, cumprimento de medidas sócio-educativas, situação de rua, situação
trabalho infantil, entre outras.
Proteção Social Especial de Média Complexidade:
 Serviço de orientação e apoio sociofamiliar;
 Plantão social;
 Abordagem de rua;
 Cuidado domiciliar;
29

 Serviço de habilitação e reabilitação na comunidade das


pessoas com deficiência;
 Medidas socioeducativas em meio-aberto (PSC e LA).
Proteção Social Especial de Alta Complexidade
 Atendimento Integral Institucional;
 Casa Lar;
 República;
 Casa de Passagem;
 Albergue;
 Família Substituta;
 Família Acolhedora;
 Medidas socioeducativas restritivas e privativas de liberdade
(semi-liberdade, internação provisória e sentenciada);
 Trabalho protegido.
A Proteção Social Especial é desenvolvida nos Centros de
Referência especializado de Assistência Social - CREAS. O Centro de Referência
Especializado de Assistência Social (CREAS), integrante do Sistema Único de
Assistência Social (SUAS), constitui-se numa unidade pública estatal, responsável
pela oferta de atenções especializadas de apoio, orientação e acompanhamento a
indivíduos e famílias com um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou
violação de direitos.
O público-alvo crianças, adolescentes, jovens, mulheres, pessoas
idosas, pessoas com deficiência, e suas famílias, que vivenciam situações de
ameaça e violações de direitos por ocorrência de abandono, violência física,
psicológica ou sexual, exploração sexual comercial, situação de rua, vivência de
trabalho infantil e outras formas de submissão a situações que provocam danos e
agravos a sua condição de vida e os impedem de usufruir de autonomia e bem-
estar.
O funcionamento é da seguinte forma o CREAS oferta
acompanhamento técnico especializado desenvolvido por uma equipe
multiprofissional, de modo a potencializar a capacidade de proteção da família e
favorecer a reparação da situação de violência vivida.
O atendimento é prestado no CREAS, ou pelo deslocamento de
30

equipes em territórios e domicílios, e os serviços devem funcionar em estreita


articulação com o Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública,
Conselhos Tutelares e outras Organizações de Defesa de Direitos, com os demais
serviços socioassistenciais e de outras políticas públicas, no intuito de estruturar
uma rede efetiva de proteção social.
31

4 SUAS

A conquista da política de Assistência Social na Seguridade Social,


como direito do cidadão e dever do estado, sem dúvidas foi um avanço legal. O
Suas é um programa do Governo Federal que tem como objetivo organizar,
estruturar e posicionar, num único sistema, todos os serviços de assistência social
ofertados nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), nos Centros de
Referência Especializados de Assistência Social (Creas) e nas entidades não-
governamentais conveniadas com o poder público.
De acordo com o site do Ministério do Desenvolvimento Social O
Suas organiza as ações da assistência social em dois tipos de proteção social. A
primeira é a Proteção Social Básica, destinada à prevenção de riscos sociais e
pessoais, por meio da oferta de programas, projetos, serviços e benefícios a
indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade social. A segunda é a Proteção
Social Especial, destinada a famílias e indivíduos que já se encontram em situação
de risco e que tiveram seus direitos violados por ocorrência de abandono, maus-
tratos, abuso sexual, uso de drogas, entre outros.
Coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome (MDS), o Sistema é composto pelo poder público e sociedade civil, que
participam diretamente do processo de gestão compartilhada. Nesse modelo de
gestão,as ações e a aplicação de recursos do Suas são negociadas e pactuadas
nas Comissões Intergestores Bipartite (CIBs) e na Comissão Intergestores Tripartite
(CIT). Esses procedimentos são acompanhados e aprovados pelo Conselho
Nacional de Assistência Social (CNAS) e pelos Conselhos Estadual e Municipal de
Assistência Social, que desempenham um importante trabalho de controle social. 
Sendo os serviços e programas:

Proteção e Atenção Integral à Família - PAIF


Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos - PAEFI
População em Situação de Rua
Convivência e Fortalecimento de Vínculos
Equipes Volantes
Abordagem Social
Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosos e suas Famílias
32

Serviços de Acolhimento
Medidas Socioeducativas
Situação de Calamidade Pública
BPC na Escola
BPC Trabalho
Acessuas Trabalho
Ações Estratégicas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil

4.1 DESAFIOS

Porém, no Brasil ainda não existe uma sociedade plenamente


consciente do quanto se faz necessária uma política de assistência social voltada
para o direito social, para a família visando sua proteção integral.
O Brasil representa, hoje mais do que nunca, um desafio à análise
que busca integrar as dimensões político-institucionais, econômicas e sociais no
quadro internacional determinado pelas decorrências do "ajuste econômico",
inspirado no "Consenso de Washington" (Williamson, Bresser Pereira) e das
pressões internas por democratização política.
Os objetivos da Assistência Social guardam uma intrínseca relação
com os objetivos fundamentais da República. Pode-se dizer que aqueles seriam
pressupostos ou caminhos para o alcance destes.

Benefício de Prestação Continuada é o benefício assistencial


previsto constitucionalmente para a proteção de idosos e deficientes que
comprovem não possuir meios de prover sua própria manutenção ou tê-la provida
pela família. É um benefício que compõe a política de assistência social brasileira e
é um direito assegurado. Os Benefícios sociais são meios utilizados pelos
empregadores, como forma de auxiliar e premiar o trabalhador direta ou
indiretamente, visando desta forma atender suas necessidades gerais em vários
âmbitos do dia, aumentando assim seu grau de satisfação para com o empregador,
o que acaba por gerar melhoras significativas de produtividade e desempenho. Não
traremos luz nova ao tema. Mais, buscaremos conhecimento em um tema que
33

aparentemente parecer ser já muito debatido mais que quando visto em relação à
história do Brasil, vemos que é uma politica publica nova que visa resgatar o mínimo
de dignidade de vida aos cidadãos pobres.
De acordo com a Carta Política Pátria, a assistência social é
prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição e tem como
objetivos a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
o amparo às crianças e adolescentes carentes; a promoção da integração ao
mercado de trabalho; a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de
deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; a garantia de um
salário mínimo mensal ao portador de deficiência e ao idoso que comprovem não
possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família na
forma da lei. (Art.203 da CRFB/88).
O BPC é o Benefício da Prestação Continuada da Lei Orgânica da
Assistência Social (BPC/LOAS) é a garantia de um salário mínimo mensal ao idoso
acima de 65 anos ou ao cidadão com deficiência física, mental, intelectual ou
sensorial de longo prazo, que o impossibilite de participar de forma plena e efetiva
na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas. um benefício
socioassistencial previsto no artigo 203 da Constituição Federal – 1988 na Lei 8.742
(LOAS – Art. 20 e 21) – 07/12/1993, na Lei 10.741 (Estatuto do Idoso) – 01/10/2003
e no Decreto 6.214 de 26/09/2007. Os serviços e benefícios socioassistenciais
integram o conjunto das prestações do Sistema de Seguridade Social brasileiro que,
na CF de 1988 incorpora o campo da proteção social não contributiva, alarga as
situações sociais que devem ser objeto dessa proteção e amplia a responsabilidade
pública diante de questões cujo enfrentamento ocorreu historicamente no espaço
privado.
O impacto da proteção social como política pública no patamar da
conquista de direitos sociais e da cidadania social, “como parte do processo de
consolidação do Estado e de sua democratização”

Este benefício é um direito garantido pela Constituição Federal de


1988 e consiste no pagamento 01 (um) salário mínimo mensal a pessoas com 65
anos de idade ou mais e a pessoa com deficiência incapacitante para a vida
independente e para o trabalho. Em ambos os casos a renda per capita familiar deve
ser inferior a ¼ do salário mínimo. O BPC também encontra amparo legal na Lei
34

70.741, de 1º de outubro de 2003, que institui o Estatuto do Idoso. O benefício é


gerido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS), a quem
compete sua gestão, acompanhamento e avaliação. Ao Instituo Nacional de Seguro
Social (INSS), compete a sua operacionalização. Os recursos para custeio do BPC
provêm do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).
Como podemos notar na história da evolução das politicas sociais
esse beneficio é uma construção de varias politicas que foram sendo aperfeiçoada,
e junto com a abertura politica de 1988 sendo criada a nova politica de assistência
social, foi criada a politica o BPC. Pois, mesmo sem contribuição os beneficiários
que se enquadrem nos requisitos podem ter acesso a esse direito. Principais
requisitos:
Para o idoso: idade superior a 65 anos, para homem ou mulher;
Para a pessoa com deficiência: ser pessoa com deficiência física,
mental, intelectual ou sensorial que impossibilite o titular de participar de forma plena
e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas que não
possuam tal impedimento;
Possuir renda familiar de até 1/4 do salário mínimo em vigor, por
pessoa do grupo familiar (incluindo o próprio requerente). Esta renda é avaliada
considerando o salário do beneficiário, do esposo(a) ou companheiro(a), dos pais,
da madrasta ou do padrasto, dos irmãos solteiros, dos filhos e enteados solteiros e
os menores tutelados, desde que residam na mesma casa.;
Possuir nacionalidade brasileira;
Possuir residência fixa no país;
Não estar recebendo benefícios da Previdência Social.

Para requerer o BPC, a pessoa idosa ou com deficiência deve


procurar uma Agência do INSS, preencher o formulário de solicitação do benefício,
apresentar declaração de renda dos membros da família, comprovar residência e
apresentar os documentos de identificação próprios e da família. Para tanto, é
necessário fazer o agendamento do atendimento, com data e hora marcada.
O agendamento pode ser feito pelo telefone 135 da Central de
Atendimento da Previdência Social (ligação gratuita) ou pela internet no site
www.previdenciasocial.gov.br.
O requerente que seja pessoa com deficiência deve passar por
35

avaliação da incapacidade para a vida independente e para o trabalho, realizada


pela perícia médica e por assistente social do INSS.
Essa avaliação será agendada pelo INSS.
Quando comprovada a impossibilidade de deslocamento da pessoa
com deficiência até o local de realização da avaliação da incapacidade, ela é
realizada em seu domicílio ou instituição em que estiver internado.
De acordo com Lei 10.741/03 – doravante Estatuto do Idoso – em
seu artigo 1º20, disponha que idoso é aquele com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos, prevalece, para fins de benefício assistencial, a idade mínima de 65
(sessenta e cinco) anos para a concessão do benefício em exame ao idoso,
conforme disposto no caput, do artigo 20, da Lei 8.742/93.
O processo de envelhecimento e sua conseqüência natural, a
velhice é uma das preocupações da humanidade desde os primórdios da civilização.
O envelhecimento da população é um fenômeno de amplitude
mundial; a OMS (Organização Mundial de Saúde) prevê que, em 2025, existirão 1,2
bilhões de pessoas com mais de 60 anos, sendo que os muitos idosos (com 80 ou
mais anos) constituem o grupo etário de maior crescimento. No Brasil, estima-se que
haverá cerca de 34 milhões de idosos em 2025, o que levará o Brasil à 6ª posição
entre os países mais envelhecidos do mundo.
No contexto do envelhecimento populacional, inúmeros fatores se
interrelacionam. Entre eles, os de maior relevância são aqueles ligados à
previdência social e à saúde os quais constituem desafios para o Estado, setores
produtivos e famílias. O envelhecimento constitui um grande problema por causa da
bomba-relógio da aposentadoria. Cabe ressaltar que a aposentadoria, apesar de ter
como proposição a garantia de direitos e de inclusão social do idoso na sociedade
democrática brasileira, seus valores, do ponto de vista econômico, não permite o
atendimento satisfatório das suas necessidades de sobrevivência, especialmente
dos mais pobres que evidenciam um envelhecimento, no geral, patológico e com
incapacidades associadas, requerendo, portanto, maior demanda de recursos tanto
do seu sistema de apoio formal (Estado, sociedade civil) como do informal (família).
Portanto, o idoso, seja homem ou mulher, seja portador de
deficiência ou não, deve gozar dos direitos fundamentais garantidos a todas as
pessoas, porém, deve haver um despertar do Estado para uma questão de extrema
importância, qual seja, as políticas públicas para proteção das pessoas idosas
36

portadoras de deficiência, sejam as deficiências congênita ou adquirida, adquiridas


até mesmo em decorrência da idade, a fim de que tenham uma vida digna. Esta
preocupação se deve, também, ao aumento das estatísticas de longevidade
verificadas no Brasil, conforme se verificará a seguir.
Proteção Social Especial
A Proteção Social Especial (PSE) destina-se a famílias e indivíduos
em situação de risco pessoal ou social, cujos direitos tenham sido violados ou
ameaçados. Para integrar as ações da Proteção Especial, é necessário que o
cidadão esteja enfrentando situações de violações de direitos por ocorrência de
violência física ou psicológica, abuso ou exploração sexual; abandono, rompimento
ou fragilização de vínculos ou afastamento do convívio familiar devido à aplicação de
medidas.
Diferentemente da Proteção Social Básica que tem um caráter
preventivo, a PSE atua com natureza protetiva. São ações que requerem o
acompanhamento familiar e individual e maior flexibilidade nas soluções.
Comportam encaminhamentos efetivos e monitorados, apoios e processos que
assegurem qualidade na atenção.
As atividades da Proteção Especial são diferenciadas de acordo com
níveis de complexidade (média ou alta) e conforme a situação vivenciada pelo
indivíduo ou família. Os serviços de PSE atuam diretamente ligados com o sistema
de garantia de direito, exigindo uma gestão mais complexa e compartilhada com o
Poder Judiciário, o Ministério Público e com outros órgãos e ações do Executivo.
Cabe ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), em
parceria com governos estaduais e municipais, a promoção do atendimento às
famílias ou indivíduos que enfrentam adversidades.
O Centro de Referência Especializada em Assistência Social (Creas)
é a unidade pública estatal que oferta serviços da proteção especial, especializados
e continuados, gratuitamente a famílias e indivíduos em situação de ameaça ou
violação de direitos. Além da oferta de atenção especializada, o Creas tem o papel
de coordenar e fortalecer a articulação dos serviços com a rede de assistência social
e as demais políticas públicas.
Serviços de Média Complexidade
A Proteção Social Especial (PSE) de Média Complexidade oferta
atendimento especializado a famílias e indivíduos que vivenciam situações de
37

vulnerabilidade, com direitos violados, geralmente inseridos no núcleo familiar. A


convivência familiar está mantida, embora os vínculos possam estar fragilizados ou
até mesmo ameaçados.
Estes serviços demandam maior especialização no
acompanhamento familiar e maior flexibilidade nas soluções protetivas. Requerem,
ainda, intensa articulação em rede para assegurar efetividade no atendimento às
demandas da família e sua inserção em uma rede de proteção necessária para a
potencialização das possibilidades de superação da situação vivida.
Nessa direção, exigem uma gestão mais complexa e articulada com
a rede de assistência social, das outras políticas públicas, com o Poder Judiciário,
Ministério Público, Conselhos Tutelares e outros órgãos de defesa de direitos e do
Sistema de Garantia de Direitos.

Há cinco serviços de média complexidade, divididos por público. Um deles é


direcionado a adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa e
desenvolve atividades que possibilitem uma nova perspectiva de vida futura. Já no
caso de indivíduos que enfrentaram afastamento do convívio familiar devido à
aplicação de alguma medida judicial, é oferecido o serviço de Proteção e
Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi).
Pessoas com deficiência, idosas e suas famílias também encontram
acompanhamento específico. Nessa situação, os indivíduos são acompanhados
para prevenir o preconceito e a exclusão. Para pessoas em situação de rua, as
atividades desenvolvem as relações sociais para a construção de novos projetos de
vida.
Os profissionais do Creas ainda trabalham com um quinto e último
serviço, o de abordagem social. Nesse caso, o objetivo é fornecer amparo e
acompanhamento assistencial a pessoas que utilizam as ruas como forma de
moradia e/ou sobrevivência ou que são vítimas de exploração sexual ou trabalho
infantil. Enquanto alguns serviços devem ser ofertados obrigatoriamente no Creas,
outros podem ser apenas a ele referenciados.
Serviços de Alta Complexidade
São considerados serviços de Proteção Social Especial (PSE) de
Alta Complexidade aqueles que oferecem atendimento às famílias e indivíduos que
se encontram em situação de abandono, ameaça ou violação de direitos,
38

necessitando de acolhimento provisório, fora de seu núcleo familiar de origem.


Esses serviços visam a garantir proteção integral a indivíduos ou
famílias em situação de risco pessoal e social, com vínculos familiares rompidos ou
extremamente fragilizados, por meio de serviços que garantam o acolhimento em
ambiente com estrutura física adequada, oferecendo condições de moradia, higiene,
salubridade, segurança, acessibilidade e privacidade. Os serviços também devem
assegurar o fortalecimento dos vínculos familiares e/ou comunitários e o
desenvolvimento da autonomia dos usuários.
De acordo com a Resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009,
que dispõe sobre a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, quatro
serviços compõem a PSE de Alta Complexidade: Serviço de Acolhimento
Institucional (que poderá ser desenvolvido nas modalidades de abrigo institucional,
casa-lar, casa de passagem ou residência inclusiva); Serviço de Acolhimento em
República; Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora; e Serviço de Proteção
em situações de Calamidade Pública e de Emergência.
39

5 BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃO CONTINUADA;

Como podemos notar na história da evolução das politicas sociais


esse beneficio é uma construção de varias politicas que foram sendo aperfeiçoada,
e junto com a abertura politica de 1988 sendo criada a nova politica de assistência
social, foi criada a politica o BPC. Pois, mesmo sem contribuição os beneficiários
que se enquadrem nos requisitos podem ter acesso a esse direito.
O BPC é um benefício socioassistencial previsto no artigo 203 da
Constituição Federal – 1988 na Lei 8.742 (LOAS – Art. 20 e 21) – 07/12/1993, na Lei
10.741 (Estatuto do Idoso) – 01/10/2003 e no Decreto 6.214 de 26/09/2007.
Este benefício é um direito garantido pela Constituição Federal de
1988 e consiste no pagamento 01 (um) salário mínimo mensal a pessoas com 65
anos de idade ou mais e a pessoa com deficiência incapacitante para a vida
independente e para o trabalho. Em ambos os casos a renda per capita familiar deve
ser inferior a ¼ do salário mínimo. O BPC também encontra amparo legal na Lei
70.741, de 1º de outubro de 2003, que institui o Estatuto do Idoso. O benefício é
gerido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS), a quem
compete sua gestão, acompanhamento e avaliação. Ao Instituo Nacional de Seguro
Social (INSS), compete a sua operacionalização. Os recursos para custeio do BPC
provêm do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).

5.1 REQUISITOS.

Para requerer o BPC, a pessoa idosa ou com deficiência deve


procurar uma Agência do INSS, preencher o formulário de solicitação do benefício,
apresentar declaração de renda dos membros da família, comprovar residência e
apresentar os documentos de identificação próprios e da família. Para tanto, é
necessário fazer o agendamento do atendimento, com data e hora marcada.
O agendamento pode ser feito pelo telefone 135 da Central de
Atendimento da Previdência Social (ligação gratuita) ou pela internet no site
www.previdenciasocial.gov.br.
O requerente que seja pessoa com deficiência deve passar por
avaliação da incapacidade para a vida independente e para o trabalho, realizada
40

pela perícia médica e por assistente social do INSS.


Essa avaliação será agendada pelo INSS.
Quando comprovada a impossibilidade de deslocamento da pessoa
com deficiência até o local de realização da avaliação da incapacidade, ela é
realizada em seu domicílio ou instituição em que estiver internado.

5.2 “DEFICIENTE” E “IDOSO”.

De acordo com Lei 10.741/03 – doravante Estatuto do Idoso – em


seu artigo 1º20, disponha que idoso é aquele com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos, prevalece, para fins de benefício assistencial, a idade mínima de 65
(sessenta e cinco) anos para a concessão do benefício em exame ao idoso,
conforme disposto no caput, do artigo 20, da Lei 8.742/93.
O processo de envelhecimento e sua conseqüência natural, a
velhice é uma das preocupações da humanidade desde os primórdios da civilização.
O envelhecimento da população é um fenômeno de amplitude
mundial; a OMS (Organização Mundial de Saúde) prevê que, em 2025, existirão 1,2
bilhões de pessoas com mais de 60 anos, sendo que os muitos idosos (com 80 ou
mais anos) constituem o grupo etário de maior crescimento. No Brasil, estima-se que
haverá cerca de 34 milhões de idosos em 2025, o que levará o Brasil à 6ª posição
entre os países mais envelhecidos do mundo.
No contexto do envelhecimento populacional, inúmeros fatores se
interrelacionam. Entre eles, os de maior relevância são aqueles ligados à
previdência social e à saúde os quais constituem desafios para o Estado, setores
produtivos e famílias. O envelhecimento constitui um grande problema por causa da
bomba-relógio da aposentadoria. Cabe ressaltar que a aposentadoria, apesar de ter
como proposição a garantia de direitos e de inclusão social do idoso na sociedade
democrática brasileira, seus valores, do ponto de vista econômico, não permite o
atendimento satisfatório das suas necessidades de sobrevivência, especialmente
dos mais pobres que evidenciam um envelhecimento, no geral, patológico e com
incapacidades associadas, requerendo, portanto, maior demanda de recursos tanto
41

do seu sistema de apoio formal (Estado, sociedade civil) como do informal (família).
Portanto, o idoso, seja homem ou mulher, seja portador de
deficiência ou não, deve gozar dos direitos fundamentais garantidos a todas as
pessoas, porém, deve haver um despertar do Estado para uma questão de extrema
importância, qual seja, as políticas públicas para proteção das pessoas idosas
portadoras de deficiência, sejam as deficiências congênita ou adquirida, adquiridas
até mesmo em decorrência da idade, a fim de que tenham uma vida digna. Esta
preocupação se deve, também, ao aumento das estatísticas de longevidade
verificadas no Brasil, conforme se verificará a seguir.
No Brasil, temos o Decreto 914/93, que considera no seu artigo 3º a
pessoa portadora de deficiência como aquela que apresenta, em caráter
permanente, perdas ou anormalidades de sua estrutura ou função psicológica,
fisiológica ou anatômica, que gerem incapacidade para o desempenho de atividade,
dentro do padrão considerado normal para o ser humano.

5.3 MISERABILIDADE.

De acordo com o Dicionário: s.f. Circunstância ou estado daquilo que


é miserável; situação de miséria; excessivamente pobre; miserabilismo. (Etm.
miserável - vel + bil(i) + dade) (http://www.dicio.com.br/miserabilidade/ pesquisado
em 21/08/2015 às 12:04).
No entanto, além dos dois requisitos já mencionados, o §3º do artigo
20 da LOAS assim dispõe:
§ 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa
portadora de deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja
inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo.
Parte da doutrina considera essa previsão como um terceiro
requisito para a concessão do benefício assistencial de prestação continuada.
No entanto, o melhor entendimento é aquele segundo o qual este
dispositivo legal traduz uma presunção absoluta de miserabilidade.
Conforme mencionado anteriormente, os requisitos para a
concessão do benefício são: ser a pessoa idosa ou portadora de deficiência e
miserabilidade.( http://jus.com.br/artigos/14963/a-prova-da-miserabilidade-para-a-
42

concessao-do-beneficio-de-prestacao-continuada#ixzz3jSj7csFl)

5.4 O BENEFÍCIO PODE SER CUMULADO COM OUTROS BENEFÍCIOS


ASSISTENCIAIS OU PREVIDENCIÁRIOS?

O BPC não pode ser acumulado com outro benefício no âmbito da


Seguridade Social (como, por exemplo, aposentadoria e pensão), exceto com
benefícios da assistência à saúde e pensões especiais de natureza indenizatória.
É um benefício individual, não vitalício e intransferível.
É um benéfico que que visa a sustentabilidade do idoso ou do
deficiente hipossuficiente, para que o mesmo não passe por um estado de miséria
como muitos brasileiros nessas situações viviam.
43

6 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE XINGUARA

6.1 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDHM)

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) - Xinguara é 0,646,


em 2010, o que situa esse município na faixa de Desenvolvimento Humano Médio
(IDHM entre 0,600 e 0,699). A dimensão que mais contribui para o IDHM do
município é Longevidade, com índice de 0,800, seguida de Renda, com índice de
0,671, e de Educação, com índice de 0,503.
Tabela 1 – IDHM
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e seus componentes - Xinguara - PA
IDHM e componentes 1991 2000 2010
IDHM Educação 0,123 0,293 0,503
% de 18 anos ou mais com ensino fundamental completo 12,03 22,81 40,35
% de 5 a 6 anos frequentando a escola 26,79 62,81 84,87
% de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do ensino fundamental 12,70 42,23 76,19
% de 15 a 17 anos com ensino fundamental completo 6,90 19,43 40,35
% de 18 a 20 anos com ensino médio completo 3,25 8,90 23,15
IDHM Longevidade 0,696 0,738 0,800
Esperança de vida ao nascer (em anos) 66,78 69,28 73,02
IDHM Renda 0,610 0,645 0,671
Renda per capita (em R$) 355,50 443,22 520,57
Fonte: PNUD, Ipea e FJP

6.2 RENDA

A renda per capita média de Xinguara cresceu 46,43% nas últimas


duas décadas, passando de R$ 355,50, em 1991, para R$ 443,22, em 2000, e para
R$ 520,57, em 2010. Isso equivale a uma taxa média anual de crescimento nesse
44

período de 2,03%. A taxa média anual de crescimento foi de 2,48%, entre 1991 e
2000, e 1,62%, entre 2000 e 2010. A proporção de pessoas pobres, ou seja, com
renda domiciliar per capita inferior a R$ 140,00 (a preços de agosto de 2010),
passou de 44,50%, em 1991, para 30,11%, em 2000, e para 18,58%, em 2010. A
evolução da desigualdade de renda nesses dois períodos pode ser descrita através
do Índice de Gini, que passou de 0,64, em 1991, para 0,60, em 2000, e para 0,55,
em 2010.

O que é Índice de Gini? É um instrumento usado para medir o grau de


concentração de renda. Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos
mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de 0 a 1, sendo que 0
representa a situação de total igualdade, ou seja,todos têm a mesma renda,
e o valor 1 significa completa desigualdade de renda, ou seja, se uma só
pessoa detém toda a renda do lugar.

Tabela 2 – Renda, Pobreza e Desigualdade


Renda, Pobreza e Desigualdade - Xinguara - PA
1991 2000 2010
Renda per capita (em R$) 355,50 443,22 520,57
% de extremamente pobres 16,18 9,11 4,97
% de pobres 44,50 30,11 18,58
Índice de Gini 0,64 0,60 0,55
Fonte: PNUD, Ipea e FJP

Figura 1 – Renda, Pobreza e Desigualdade


45

7 CRAS – XINGUARA

A Proteção Social Básica tem como porta de entrada do Sistema


Único da Assistência Social os Centros de Referência de Assistência Social –
CRAS.
O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é a porta de
entrada da assistência social. Trata-se de uma unidade pública Estatal, integrante do
SUAS, localizado em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social,
destinado à prestação de serviços socioassistenciais de proteção social básica às
famílias e indivíduos, e à articulação destes serviços no seu território de
abrangência, e uma atuação intersetorial na perspectiva de potencializar a proteção
social.

7.1 PÚBLICO ATENDIDO:

Famílias em situação de vulnerabilidade social;


Famílias em situação de pobreza;
Famílias e Indivíduos com pouco acesso ao serviço público (zona
urbana e rural);
Famílias com fragilidade de vínculos familiares;
Famílias pertencentes a grupos beneficiários de programas de
transferência de renda e de benefícios assistenciais do bolsa família e BPC;
Pessoas com deficiências e/ou pessoas idosas;

7.2 AÇÕES DESENVOLVIDAS:

Acolhida;
Busca ativa;
Escuta qualificada;
Acompanhamento familiar particularizado e grupal;
Implantação de grupos de convívios para crianças, adolescente,
adultos e idosos;
Encaminhamento de famílias com idosos acima de 65 anos e/ou
deficientes para inclusão no BPC;
46

Agendamento para o INSS;


Inscrição e emissão da carteira de passe livre do idoso e deficiente;
Requerimento da 2ª via de certidão de nascimento e RG gratuito
para famílias de baixa renda;
Ações socioeducativas para famílias e indivíduos;
Encaminhamentos a Rede de garantia de direitos;
Plantão social.

7.3 SERVIÇOS OFERTADOS NA UNIDADE DO CRAS

o  Serviço de Proteção E Atendimento Integral À Família – Paif.


É um trabalho de caráter continuado que visa a fortalecer a função
de proteção das famílias, prevenindo a ruptura de laços, promovendo o acesso e
usufruto de direitos e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.
Promover o fortalecimento da função protetiva da família; a
prevenção da ruptura dos vínculos familiares e comunitários; a promoção de ganhos
sociais e materiais às famílias; a promoção do acesso a benefícios, programas de
transferência de renda e serviços socioassistenciais; e o apoio a famílias que
possuem, dentre seus membros, indivíduos que necessitam de cuidados, por meio
da promoção de espaços coletivos de escuta e troca de vivências familiares.

7.4 SERVIÇOS DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS

De caráter preventivo e proativo, realizado em grupos, de modo a


garantir aquisições progressivas aos seus usuários, de acordo com seu ciclo de
vida.

7.5 SERVIÇOS DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS PARA


CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE 6 A 17 ANOS

É um serviço que propicia um espaço de convivência, de


participação e cidadania, desenvolvimento do protagonismo e da autonomia das
crianças e adolescentes, a partir dos interesses, demandas e potencialidades dessa
47

faixa etária. Incluem atividades lúdicas, culturais e esportivas como forma de


expressão, interação, aprendizagem, sociabilidade e proteção social.

7.6 COMO ACONTECE?

Ocorrem por meio do trabalho em grupos e organizam-se de modo a


ampliar trocas culturais e de vivências, desenvolver o sentimento de pertença e de
identidade, fortalecer vínculos familiares e incentivar a socialização e a convivência
comunitária.

7.7 SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS PARA


PESSOA IDOSA

É um serviço que contribui no processo de envelhecimento


saudável, no desenvolvimento da autonomia e de sociabilidades, no fortalecimento
dos vínculos familiares e do convívio comunitário e na prevenção de situação de
risco social. As intervenções são pautadas nos interesses e demandas dessa faixa
etária e devem incluir vivências que valorizam suas experiências e que estimulem e
potencialize a condição de escolher e decidir. Incluem ainda atividades que
valorizam as vivências grupais, experimentações artísticas, culturais, esportivas e de
lazer.

7.8 BENEFÍCIOS EVENTUAIS

São benefícios da Política Nacional de Assistência Social (PNAS),


de caráter suplementar e provisório, prestados aos cidadãos e às famílias em virtude
de morte, nascimento, calamidade pública e situações de vulnerabilidade
temporária.

7.9 QUAIS SÃO?

Na LOAS estão previstas quatro modalidades de Benefícios


48

Eventuais:

Necessidades do bebê que vai nascer;

Apoio à mãe nos casos em que o bebê nasce morto ou morre


Natalidade
logo após o nascimento;

Apoio à família no caso de morte da mãe.

Despesas de urna funerária, velório e sepultamento;


Funeral
Necessidades urgentes da família advindas da morte de um
de seus provedores ou membros

Falta de acesso a condições e meios para suprir a reprodução


social cotidiana do solicitante e de sua família, principalmente
a de alimentação;

Falta de documentação;

Falta de domicílio;

Vulnerabilidade Situação de abandono ou impossibilidade de garantir abrigo


Temporária aos filhos;

Perda circunstancial decorrente da ruptura de vínculos


familiares, da presença de violência física ou psicológica na
família ou por situações de ameaça à vida;

Desastres e de calamidade pública; e

Outras situações sociais que comprometam a sobrevivência.

É o reconhecimento pelo poder público de situação anormal,


Calamidade advinda de baixas ou altas temperaturas, tempestades,
Pública enchentes, inversão térmica, desabamentos, incêndios,
epidemias, causando sérios danos à comunidade afetada.
 
49

8 BPC (BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA)

É um benefício da Política de Assistência Social, que integra a


Proteção Social Básica no âmbito do Sistema Único de Assistência Social – SUAS e
para acessá-lo não é necessário ter contribuído com a Previdência Social.
Não É uma aposentadoria. É um benefício individual, não
vitalício e intransferível, que assegura a transferência mensal de 1 (um) salário
mínimo ao idoso, com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais, e à pessoa com
deficiência, de qualquer idade, com impedimentos de longo prazo, de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em
igualdade de condições com as demais pessoas. Em ambos os casos, devem
comprovar não possuir meios de garantir o próprio sustento, nem tê-lo provido por
sua família. A renda mensal familiar per capita deve ser inferior a ¼ (um quarto) do
salário mínimo vigente.

8.1 ONDE PROCURAR?

O usuário e/ou um responsável deverá dirigir-se a unidade do INSS


mais próxima ou ao CRAS.
O procedimento para concessão do BPC não necessita de
intermediário (assessoria jurídica, advogado etc.). Pode ser feito de forma
GRATUITA. Basta dirigir-se diretamente ao CRAS ou ao INSS.

8.2 O CRAS ATENDE A ZONA RURAL E OS DISTRITOS?

O CRAS de Xinguara possui uma equipe adicional chamada Equipe


Volante, composta de uma Assistente Social, um psicólogo e uma auxiliar
administrativa. Essa equipe tem como objetivo executar os serviços de Proteção
Social Básica no território de abrangência do CRAS, atendendo as famílias que
apresentam dificuldades de acesso aos serviços socioassistenciais. Neste sentido, a
equipe volante busca atender as famílias que moram em locais de difícil acesso e/ou
dispersas em territórios de grande extensão territorial, isolamento ou áreas rurais.
50

Portanto, a função dessa equipe consiste em atender às famílias residentes em


territórios de baixa densidade demográfica, com espalhamento ou dispersão
populacional.
A equipe volante está integrada ao CRAS. Essa equipe é
coordenada pelo mesmo coordenador do CRAS, atendendo as famílias em seu
território de abrangência, bem como, ampliando a capacidade de oferta dos
serviços. Sendo assim, a execução dos serviços e ações por meio de equipe volante
terá como uma de suas principais funções, a busca ativa, com prioridade para as
famílias em extrema pobreza; o que deverá contribuir para o alcance das
seguranças afiançadas pela Política Nacional de Assistência Social (renda, acolhida,
desenvolvimento da autonomia, convívio familiar e comunitário) e acesso às demais
políticas públicas.Portanto, a equipe volante de Xinguara busca garantir o acesso
das famílias que vivem em locais de difícil acesso ao Serviço de Proteção Integral à
Família (PAIF).

8.3 ONDE ENCONTRAR O CRAS?

Endereço: Rua Duque de Caxias, 1047 – Setor Marajoara I


Contato: (94) 9111-8876

Funcionamento:Segunda a sexta-feira – 8:00hs às 12:00hs e


14:00hs às 17:00hs.
E-mail: crasxinguara@gmail.com
Plantão Social: (94) 9111-8876.

 
51

9 DADOS DO BPC EM XINGUARA E SEU IMPACTO NA ECONÔMICA LOCAL.

9.1 A BUSCA DE DADOS MUNICPAIS - PESQUISA

Nestes últimos dias nossa equipe andou a cidade em buscas de


dados para complementar nosso trabalho, fomos buscar informações na Secretária
Municipal de Assistência Social, que nos encaminhou para o Centros de Referência
de Assistência Social – CRAS, chegando ao lá falamos com as Assistentes Sociais
presentes Joelma, Ariadna e Nilda elas prontamente nos atenderam, e nos
informaram que não existe no cras de Xinguara uma Assitente social responsável
pelo BPC, que a unidade apenas orientava e encaminha o usuário a unidade do
INSS em Xinguara. E nos orientou que fossemos procurar na agencia do INSS.
Assim Procedemos e na agencia conversamos com o Sr. ADELSON
GOMES, que nos explicou que as únicas informações que ele poderia nos dar
estavam todas no site do MDS – Ministério do Desenvolvimento Social. Onde nos
iriamos recontratar todos os dados relacionados a:
Quantidades de benéficos concedidos no munícipio?
Quantidade de Idosos que recebem os benéficos?
Quantidades de deficientes?
Valor total dos benéficos?
Assim procedemos retornamos para casa e então passamos a
vasculhar o site do MDS- Ministério do Desenvolvimento Social, tivemos muita
dificuldades para encontrar os dados porque o site do MDS não é de fácil acesso.
Coletamos os dados necessários e passamos a refletir sobre o
impacto econômico desses benéficos em nosso município e a ver o quanto esse
benéficos fazem girar também a economia local.

9.1.1 Pesquisa

Ficamos então sem ter a quem recorrer como profissional de Serviço


social que fosse responsável direto pelo BPC no município, pois os responsáveis
pelo CRAS apenas informaram que não existe uma profissional que cuide disto, e
52

que todos os casos o CRAS apenas orienta e encaminha ao INSS para dar entrada
ao pedido do benéfico. Mais desde que estejam dentro dos critérios.
Figura 2 – panfleto Cras/Xinguara
53

9.2 DADOS

Os dados encontrados no site do MDS estavam tabulados em Excel


com relacionamento de todos os município dos Brasil. Então selecionamos apenas o
Munícipio de Xinguara e obtemos os seguintes dados:
Tabela 3 - Benefício de Prestação Continuada (BPC) e Renda Mensal Vitalícia
(RMV) Acumulado até agosto/2015

BPC / 2015 Quantidade Valor


Deficientes 706 4.307.776,00
Idosos 435 2.683.140,00
Total 1.141 6.990.916,00
Renda Mensal Vitalícia Quantidade Valor
Deficientes 4 36.248,00
Idosos 2 12.608,00
Total 6 48.856,00
BPC / 2015 Quantidade Valor
Deficientes 710 4.199.823,00
Idosos 437 2.695.748,00
Total 1.147 7.039.772,00

9.3 IMPACTO ECONÔMICO NO MUNÍCIPIO DE XINGUARA

Hoje o município de Xinguara tem uma população residente de


40.573 pessoas. Tendo um PIB per capita a preços de correntes (2012) de R$
15.125,11 reais.
Podemos então fazer um calculo do impacto econômico dos
rendimentos do BPC e da Renda Mensal Vitalícia no município de Xinguara:

Calculo:
40.573 (pessoas) X 15.125,11 (PIB) = R$ 613.671.088,03
Até agosto e 2015 BPC

Portanto, o Município de Xinguara em 2012, gerou R$


613.671.088,03, o BPC esta tendo um repasse semestral de R$ 6.990.916,00, ou
um repasse anual de R$ 13.981.832,00, ou 2,27 % do valor da renda per capita do
município. Sendo cerca de 2,87 % da população de Xinguara que recebe o BPC.
Contudo, estes 13 milhões de reais que são injetados na economia
54

de Xinguara anualmente tem um impacto positivo, pois os beneficiados são morados


do município e gastam seus rendimentos na própria cidade, movimentando e
aquecendo o mercado local, comprando seus alimentos, remédios, roupas e outros
utensílios.
São 1.147 pessoas beneficiárias do BPC no município que ajudam
no rendimento de suas famílias e na melhoria de suas qualidades de vida.
Figura 3 – idoso beneficiário do BPC
55

10 BREVE PANORAMA POLITICO BRASILEIRA NA DECADA DE 1980

No Brasil na década de 1980 foi um período de muitas mundaças


para a nação, podendo destacar os seguintes eventos:
 Fundação do Partido dos Trabalhadores (1980).
 Atentado do Riocentro (1981).
 Rondônia, em 1981, Amapá e Roraima (em 1988) deixam de ser territórios e
passam a ser estados da federação brasileira.
 Movimento Diretas Já, que reivindicava a volta das eleições diretas para
presidente do Brasil (1984).
 Tancredo Neves é eleito, de forma indireta, presidente do Brasil. Porém, morre
antes de assumir o cargo. Assume o vice-presidente José Sarney (1985).
 Fim da ditadura militar no Brasil (1985).
 Promulgação da Constituição brasileira de 1988, em vigor até os dias atuais.
 Criação do estado de Tocantins (1988)
 Revolução Educacional Brasileira.

Com a promulgação da Constituição de 88 que inaugura um novo


sistema de proteção social pautado na concepção de Seguridade Social que
universaliza os direitos sociais concebendo a Saúde, Assistência Social e
Previdência como questão pública, de responsabilidade do Estado.
Os Direitos Sociais refletem a preocupação do Constituinte com a
integridade física do homem, e estão relacionados aos princípios de dignidade da
pessoa humana, solidariedade e igualdade, que visam atingir a justiça social.
Os direitos sociais, segundo José Afonso da Silva, são prestações
positivas proporcionadas pelo Estado direta ou indiretamente, enunciadas em
normas constitucionais, que possibilitam melhores condições de vida aos mais
fracos, direitos que tendem a realizar a igualização de situações desiguais.
Os direitos sociais estão dispostos na Constituição de 1988, no
Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais), e no Título VIII (Da Ordem social).
Estabelece em seu Art.6º, como direitos sociais: a educação, a saúde, a
alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. Do artigo 7º
56

ao 11, o constituinte privilegiou os direitos sociais do trabalhador, em suas relações


individuais e coletivas. Vale destacar, que o direito à alimentação foi introduzido pela
Emenda Constitucional nº. 64 de 04 de fevereiro de 2010.
O art. 7º relaciona os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
entretanto, a doutrina atual não faz nenhuma distinção entre eles.
O Estado brasileiro aceita legalmente o uso de políticas públicas
como forma de compensar as desigualdades existentes e, de garantir o mínimo de
dignidade às pessoas.
O direito à saúde está intimamente relacionado ao direito à vida.
O art. 196 da Constituição de 1988: “A saúde é direito de todos e
dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário
às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
No art. 197, dispõe sobre a relevância pública das ações e serviços
de saúde. No art. 198, institui o Sistema Único de Saúde (SUS) e dispõe em seus
incisos sobre as diretrizes desse sistema, visando a realização de ações e serviços
públicos de saúde.
De fato no Brasil a política social brasileira antes da Constituição
Federal de 1988, possuía apenas ações fragmentadas e inconclusas de previdência,
assistência e de saúde, com a sua promulgação a assistência social passou a ser
reconhecida como política social, facilitando o acesso dos cidadãos aos serviços
básicos e buscando reduzir as desigualdades sociais.
Nos anos 80, a sociedade brasileira ao mesmo tempo em que
vivenciou um processo de democratização política superando o regime ditatorial
instaurado em 64, experimentou uma profunda e prolongada crise econômica que
persiste até os dias atuais.
A Constituição Federal de 1934, primeira constituição do país a
possuir um capítulo referente à ordem econômica e social, foi também pioneira na
definição de responsabilidades sociais do Estado, tais como a assistência médica e
sanitária ao trabalhador e à gestante registrando, assim, novas iniciativas
governamentais no campo das políticas sociais.
57

11 A HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL

A História da Saúde Pública no Brasil tem sido marcada por


sucessivas reorganizações administrativas e edições de muitas normas. Desde a
década de 1960, ocorreu intensa publicação de normas para acompanhar o
aumento da produção e consumo de bens e serviços, surgindo conceitos e
concepções de controle. Regulamentou-se a iodação do sal, águas de consumo
humano e serviços. Reformou-se o laboratório de análises, surgindo o Instituto
Nacional de Controle da Qualidade em Saúde (INCQS), que recebeu um grande
estímulo pela implantação do Programa Nacional de Imunização, cuja execução
requeria o controle sanitário de vacinas.

Abaixo vamos transcrever em ipsis litteris parte da cronologia da


saúde pública brasileira, tendo como fonte o site da Funasa:

1980
Extinção da obrigatoriedade da vacinação contra a varíola (Portaria
GM/MS nº 55, de 29/1/1980).
Lançado o Plano de Ação Contra a Poliomielite, estabelecendo os
dias nacionais de vacinação.
Demonstração do impacto epidemiológico dos dias nacionais de
vacinação contra a poliomielite realizados em 14 de junho e 16 de agosto, pela
drástica redução da incidência da doença, em todas as regiões do país.
Constituição do Grupo Interministerial de Coordenação incumbido de
elaborar o Plano de Ação de Controle da Poliomielite, promover e coordenar o seu
desenvolvimento em âmbito nacional (Portaria GM/MS nº 106, de 3/3/1980).
Institucionalização da rede de apoio laboratorial ao diagnóstico da
poliomielite, coordenada pela Fiocruz.
1981
Executado o Plano de Ação Contra o Sarampo, por intermédio de
campanhas estaduais de vacinação (adoção da estratégia de campanha para a
vacina contra o sarampo, mantida por alguns estados em 1982 e 1983).
Constituido o Grupo de Trabalho para o Controle da Qualidade de
Imunobiológicos (GT/CQI) (Portaria GM/MS nº 163, de 15/7/1981).
58

Transferência formal à Secretaria Nacional de Ações Básicas de


Saúde (Snabs), do Ministério da Saúde, da coordenação dos Programas Nacionais
de Imunizações e de Vigilância Epidemiológica, que havia sido delegada à Fsesp,
em 1974.
Inauguração do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em
Saúde (INCQS), da Fiocruz.
Reconhecidos como Laboratórios Nacionais de Saúde Pública, em
apoio ao Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, aqueles com competência
para tanto, atuando sob a supervisão da Divisão Nacional de Laboratórios de Saúde
Pública, da Secretaria Nacional de Ações Básicas de Saúde, bem como definição de
suas competências, as unidades credenciadas para as atividades e respectivas
áreas de abrangência (Portaria GM/MS nº 217, de 17/9/1981).
1982
Dinamizado o sistema de informações sobre a mortalidade, com a
publicação do primeiro anuário de dados.
Estabelecidas Normas Técnicas para o Sistema de Vigilância
Epidemiológica.
Mudança do esquema de vacinação contra o sarampo,
recomendando dose única, a partir dos nove meses de idade.
Publicação e distribuição do documento “Bases Técnicas para
Programas de Controle da Poliomielite”, consolidação de toda a orientação
normativa sobre o assunto.
Realização do Encontro Nacional de Controle de Doenças e do 1º
Curso Nacional sobre Rede de Frio.
1983
A estratégia de dias nacionais de vacinação passa a ser
recomendada pela Opas e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef),
sendo adotada por outros países latino-americanos.
Início da realização, pelo INCQS, do controle de qualidade dos
imunobiológicos distribuídos pelo PNI.
Criação do Comitê Interorgânico de Controle de Doenças
Transmissíveis, coordenado pela Snabs e integrado por representantes da Fsesp,
da Fiocruz, da Sucam, do Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (Inan), entre
outros.
59

Realização do Treinamento Básico em Vigilância Epidemiológica


(Tbve), nas cinco macrorregiões do país.
1984
Realizados dois dias nacionais de multivacinação, com a aplicação
seletiva das vacinas DPT e contra o sarampo, em 24 unidades federadas.
Introdução, em alguns estados, da estratégia de multivacinação
utilizando a mobilização para os dias nacionais de vacinação contra a poliomielite.
Definição da Snabs como unidade orçamentária responsável pelo
suprimento de imunobiológicos para o PNI. A aquisição dos produtos passou da
Ceme para a Fiocruz, mediante convênio com a Snabs.
Implantação do Sistema de Aquisição, Distribuição, Controle de
Qualidade e Desenvolvimento Tecnológico de Imunobiológicos para o PNI.
Publicação e distribuição da primeira edição do Manual de
Vacinação do PNI.
Publicação e distribuição de cartilhas sobre Vigilância das Doenças
Imunopreveníveis (nº 1 e 2), destinadas ao pessoal auxiliar de saúde.
1985
Instituído o Programa de Controle de Acidentes Ofídicos.
A vacinação com a BCG passou a ser responsabilidade do PNI.
Início do Programa Pólio Plus, do Rotary Internacional, para
promover a imunização infantil.
Criação da Central Nacional de Armazenagem e Distribuição de
Imunobiológicos (Cenadi), na Fiocruz.
Elaboração da proposta de Política Nacional de Imunobiológicos e
do Programa de Auto-Suficiência Nacional em Imunobiológicos (Pasni).
Aprovação, pela Conferência Sanitária Pan-Americana, de proposta
para erradicar a transmissão de poliovírus selvagem no continente.
Criação do Subsistema Nacional de Controle de Doenças
Transmissíveis.
Realização, em âmbito nacional, do Curso Básico de Vigilância
Epidemiológica (Cbve), do Curso Intensivo de Vigilância Epidemiológica (Cive) e do
Curso de Aperfeiçoamento para Epidemiologistas.
Avaliação da capacitação de recursos humanos com o Cbve e o
Cive, pela Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz).
60

Publicação e distribuição da primeira edição do Guia de Vigilância


Epidemiológica.
1986
Aprovou o Plano de Ação para a Erradicação da Poliomielite no
Brasil (Resolução Ciplan nº 4, de 6/2/1986).
Introdução do Dia Nordestino de Vacinação Contra a Poliomielite.
Criação do personagem símbolo da erradicação da poliomielite, o Zé
Gotinha, e publicação do documento “A marca de um compromisso.”
Publicação e distribuição da primeira edição do Manual de
Procedimentos para Vacinação.
O Brasil, como membro do Conselho Diretivo da Opas, aprovou a
Resolução nº 31, que propôs a erradicação da transmissão do poliovírus selvagem
nas Américas.
Criação do grupo técnico incumbido de coordenar as atividades
pertinentes à erradicação da poliomielite no país, o GT/Pólio.
Realização, no Rio de Janeiro, do 1º Curso Internacional de
Vigilância Epidemiológica para Erradicação da Poliomielite nas Américas, promovido
pela Opas/OMS.
Elaboração do Plano de Ação para o Programa de Erradicação da
Poliomielite e sua aprovação em âmbito interministerial.
Início da edição do Informe Semanal do Programa de Erradicação
da Poliomielite.
VIII Conferência Nacional de Saúde, marco para as bases da criação
do Sistema Único de Saúde.
1987
Dispôs sobre a criação do Programa de Desenvolvimento de
Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde (Suds) nos estados (Decreto nº
94.657, de 20/7/1987).
Realização de inquérito de cobertura em municípios com alta
incidência de poliomielite.
Ampliação da marca-símbolo da erradicação da poliomielite, o Zé
Gotinha, para todo o PNI e publicação do documento “A marca: desenvolvimento e
uso.”
1988
61

Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988


Arts. 196 a 200 – Seção II – Da Saúde.
Título VIII, Capítulo II, Seção II, Da Saúde
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e
de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação.Art. 197. São de relevância pública as ações e
serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita
diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de
direito privado.Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo
com as seguintes diretrizes:
Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas,
sem prejuízo dos serviços assistenciais;
Participação da comunidade
Parágrafo único. O Sistema Único de Saúde será financiado, nos
termos do art. 195, com recurso do orçamento da Seguridade Social da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.§1º – As
instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de
saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio,
tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.§2º – É vedada
a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições
privadas com fins lucrativos.§3º – É vedada a participação direta ou indireta de
empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos
previstos em lei.§4º – A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a
remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante,
pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue
e seus derivados, sendo vedado todo o tipo de comercializaçãoArt. 200. Ao Sistema
Único de Saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de
interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos,
62

imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;


Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem
como as de saúde do trabalhador;
Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
Participar da formulação da política e da execução das ações de
saneamento básico;
Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e
tecnológico;
Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu
teor nutricional, bem como bebidas e águas para o consumo humano;
Participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda
e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do
trabalho.
1989
Ocorrência do ultimo caso de poliomielite no Brasil.
Elaboração do documento: “PNI 15 anos, uma análise crítica.”
Início do controle da hepatite B, com a realização de vacinação na
Amazônia Ocidental.
63

12 CONCLUSÃO

Neste trabalho podemos observar e entender que as politicas


públicas é um processo em construção, que o serviço social é um dos grandes
responsáveis pela mudança de vida de milhões de brasileiros que viviam na linha da
miséria.
E que graça a evolução dessas politicas o povo teve o direito de ter
mais dignidade na vida. E as ações voltadas para os segmentos estudados são
desenvolvidas pelas entidades não governamentais, em parceria com órgãos
estatais, nas três esferas da vida pública: política, social e econômica. Entretanto, a
eficiência, nessa parceria, tem-se mostrado insatisfatória, devido à falta de uma
ação articulada entre os diversos ministérios que desenvolvem políticas voltadas
para esse fim, como também pelo não reconhecimento verdadeiro destas pessoas
como titulares de direitos.
Vimos também à importância que tem cada benéfico na vida do
cidadão seja ele idoso ou deficiente, que cada centavo conta na hora de compra um
alimento, comprar um remédio, pagar uma energia elétrica ou comprar um botijão de
gás.
Vimos também que o a politica de atendimento aos usuários do BPC
necessita em Xinguara de uma assistente social especifica, para que está possa
fazer um atendimento mais personalizado e ter dados e informações mais precisas.
Como acadêmicas do curso de Serviço Social, aprendemos que tudo
deve ser registrado, tabulado e quantificado, para que se posso depois fazer uma
feedback, avaliação e controle, pois a gestão da informação é muito importante,
porque cada número e dados daqueles corresponde a uma vida que necessita de
seu benéfico para sobreviver.
64

REFERÊNCIAS

BRASIL, Constituição Federal do Brasil, 1988

CARVALHO, Maria Cecília Maringoni de (Org.). Construindo o saber: metodologia


cientifica, fundamentos e técnicas. 5. ed. São Paulo: Papirus, 1995. 175 p.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Biblioteca Central. Normas para


apresentação de trabalhos. 2. ed. Curitiba: UFPR, 1992. v. 2.

BRASIL, Presidência da República. Decreto Presidencial nº. 6.307, de 14 de


dezembro de 2007.

BRASIL. Constituição da Republica Federativa do Brasil. Brasília: Centro Gráfico


do Senado Federal, 1988.

BRASIL. Lei Orgânica da Assistência Social. Lei Federal 8.742 de 7 de Dezembro


de 1993.

BRASIL. Política Nacional de Assistência Social. Ministério do Desenvolvimento


Social e Combate a Fome, DF, 2004.

BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Resolução CNAS nº. 212 de 19


de outubro de 2006.

ASSIS, Olney Queiroz; PUSSOLI, Lafaieti. Pessoa Deficiente: direitos e garantias.


São Paulo: Edipro, 1992.
 
Comissão de Direitos Humanos. Relatório das atividades de 1997. Câmara dos
Deputados.

PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 3.


ed. São Paulo: Max Limonad, 1997.

Sites pesquisados em 30-10-2015


http://mds.gov.br/area-de-imprensa/dados
(http://www.dicio.com.br/miserabilidade/

BRAVO, Maria Inês. Políticas de saúde no Brasil. Disponível em:


<http://www.servicosocialesaude.xpg.com.br/texto1-5.pdf>.

RIZOTTI, Maria Luiza. A construção do sistema de proteção social no Brasil:


avanços e retrocessos na legislação social. Disponível em:
<http://sisnet.aduaneiras.com.br/lex/doutrinas/arquivos/construcao.pdf>.

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