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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SÁ – POLO ESPERANÇA

CURSO DE SERVIÇO SOCIAL

Responsabilidade
IRISONEIDE de autoria doDA
BENEDITO CARDOSO TCC
SILVA

Termo de autoria: Eu matrícula , confirmo e


me responsabilizo que este trabalho foi realizado por mim respeitando o Regulamento de
TCC vigente
A ATUAÇÃO DOdo curso de SS eSOCIAL
ASSISTENTE as normasNO BNT e toda legislação
ÂMBITO DO SERVIÇOsobre DE
pesquisa que estão
CONVIVÊNCIA
ativas no país.
E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS-SCFV NO MUNICÍPIO DE REMIGIO- PB.

Assinatura do(a) aluno(a)

Responsabilidade de autoria do TCC

Termo de autoria: Eu IRISONEIDE BENEDITO CARDOSO DA SILVA matrícula


202002607271, confirmo e me responsabilizo que este trabalho foi realizado por
mim respeitando o Regulamento de TCC vigente do curso de SS e as normas
ABNT e toda legislação sobre pesquisa que estão ativas no país.

Assinatura do (a) aluno (a)

ESPERANÇA
2023
IRISONEIDE BENEDITO CARDOSO DA SILVA

A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO ÂMBITO DO SERVIÇO DE


CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS-SCFV NO MUNICÍPIO DE
REMIGIO- PB.

Trabalho Apresentado à Universidade Estácio de


Sá -Polo de Esperança - PB como requisito parcial
para obtenção do grau de Bacharel em Serviço
Social.
IRISONEIDE BENEDITO CARDOSO DA SILVA
Orientador: Prof.ª Viviane Cristina S. Vaz Ribeiro

A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO ÂMBITO DO SERVIÇO DE


CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS- SCFV DO MUNICÍPIO DE
REMIGIO- PB
.

ESPERANÇA
2023
SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO .............................................................................................................6
2.M ARCOS NORMATIVOS ATÉ A CONSTRUÇÃO DO SERVIÇO DE
CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS- SCFV ......................... ...8
2.1 A Política Nacional de Assistência Social e a Proteção Social
Básica................................................................................................................... 11
2.2 A Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais ................................. 14
3.A FAMÍLIA E O DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES ............................................................................. 15
3.1 O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos na Política de
Assistência Social.......................................................................................................16
3.2 A Participação das Famílias no Serviço de Convivência e Fortalecimento de
Vínculos......................................................................................................................17
4. A QUESTÃO SOCIAL E O SERVIÇO SOCIAL NO SERVIÇO DE
FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS- SCFV............................................................18
4.1 O Papel do Assistente Social no Centro de Referência de Assistência Social-
CRAS.........................................................................................................................20
4.2 Os Limites e Possiblidades para atuação do Assistente Social junto ao Serviço
de Convivência e Fortalecimento de Vínculos- SCFV no Município de Remígio –
Paraiba.......................................................................................................................22

5.CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................24

6.REFERÊNCIAS................................................................................................25
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus todo poderoso, por ter me permitido trilhar este caminho até
aqui, por ter mim proporcionado à força necessária para seguir em frente.

A minha família, Raimundo Melo Neto Segundo, meu exemplo de


honestidade, amor e humanidade.

A todos que participaram direta ou indiretamente do desenvolvimento deste


trabalho de conclusão de curso, enriquecendo o meu processo de aprendizado.

As pessoas com quem convivi ao longo desses anos de curs o, que mim
incentivaram e que certamente tiveram impacto na minha formação acadêmica.

A supervisora Acadêmica Lúcia de Fátima N. de Morais, a supervisora de


Campo Maria das Neves André Soares e aos tutores que me ajudaram e ensinaram
nesta caminhada.

Enfim, a todos aqueles que passaram pela minha jornada e sonharam comigo
meu muito obrigado!
SILVA, Irisoneide. A atuação do Assistente Social no âmbito do Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos - SCFV no Município de
Remígio-Pb. 2023. 25 paginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação
em Serviço Social) Universidade Estácio de Sá, Esperança (Paraíba).

RESUM O

Este artigo aborda um assunto importante sobre a atuação do Assistente Social


no âmbito da proteção social básica, visando conhecer as atribuições do
profissional no serviço de convivência e fortalecimento de vínculos (SCFV).
Tendo o intuito de fortalecer a função protetiva das famílias e prevenir a ruptura dos
seus vínculos promovendo acesso e usufruto de direitos e contribuindo na
melhoria da qualidade de vida do usuário. Nesse sentido, o objetivo deste
estudo é analisar a percepção das famílias em relação às ações desenvolvidas
pelo SCFV de Remígio- PB, e s e essas ações têm contribuído no atendimento
às suas demandas e necessidades, em especial no fortalecimento dos vínculos
familiares. O SCFV veio nortear o elo entre jovens, adolescentes e profissionais,
com relação às fragilidades e dificuldades a eles enfrentadas nos dias atuais e
assim tentar amenizar o preconceito e introduzi-los a uma sociedade mais justa.
A metodologia utilizada foi por meio de pesquisa bibliográfica, de bas e
qualitativa. Os resultados da pesquisa conclui-se que ocorreram avanços no
aprimoramento da política de Assistência Social, com a criação do Sistema
Único de Assistência Social (SUAS) resultando a percepção das famílias sobre o
serviço desenvolvido, além das crianças e adolescentes, elas propõem sua
inclusão nas atividades ofertadas pelo SCFV. Contudo, é necessário que o
SCFV amplie suas ações de trabalho com famílias de modo a efetivar o que está
previsto na Tipificação dos Serviços Socioassistenciais, garantindo assim com
maior qualidade o direito à convivência familiar e comunitária previsto pelo ECA.

Palavras-Chave: Assistente Social; CRAS; Serviço de Convivência e


Fortalecimento de Vínculos-SCFV.
6

1- INTRODUÇÃO

A atuação do assistente social no âmbito da Proteção Social Básica


desse profissional visa contribuir para o desenvolvimento da área. A sociedade é
marcada pela diversidade, no qual em seu interior existem diversos sujeitos que
trazem consigo diversas problemáticas sociais. O trabalho do assistente social
sempre foi uma das dimensões discutidas pela profissão, tendo em mente a
Política Nacional de Assistência Social na qual permite a sua inserção nos
vários espaços ocupacionais, destacando-se os Centros de Referência de
Assistência Social (CRAS).
Este trabalho analisa a prática profissional do Serviço Social dentro d a
Proteção Social Básica, especialmente no Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos como estratégia para o Serviço Social no
enfrentamento de suas demandas profissionais. Assim, surgiu o interesse para
pesquisar esse tema, como uma necessidade de ampliar os conhecimentos
envolvendo a atuação deste profissional no campo da Proteção Básica. Fazendo
assim uma reflexão sobre a prática profissional, realizando desse modo um olhar
crítico sobre a realidade profissional vivida pelos assistentes sociais inseridos
nesse contexto.
Tal escolha ocorreu diante do estágio no referido CRAS, onde foi possível
observar a atuação do assistente social no Serviço de Convivência e Fortalecimento
de Vínculos – SCFV. Com o objetivo geral de conhecer as contribuições do
profissional de assistência social no âmbito do Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos (SCFV).
Para tanto, temos os seguintes objetivos específicos: Conhecer a relação
que pode ser estabelecida entre o trabalho de assistência social e os usuários
do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). Apresentar o
campo de atuação do assistente social mediante as problemáticas sociais
comuns aos serviços oferecidos pelo Centro de Referência da Assistência
Social- (CRAS) por meio do SCFV, destacando a importância do assistente
social no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para a redução
das vulnerabilidades sociais.
7

Em relação à metodologia é uma pesquisa de cunho qualitativo, uma


compreensão mais aprofundada do objeto estudado, compreendendo a
subjetividade dos sujeitos, o que não se quantifica, mas nos leva ao
entendimento do todo, através da apreensão das particularidades. Desse modo,
são utilizados dois importantes instrumentais de pesquisa para essa análise
qualitativa. Primeiramente o levantamento bibliográfico, com a consulta a obras de
autores que se destacam na tratativa da temática.
Para melhor compreender o tema desenvolvido, a metodologia divide-se em
quatro capítulos:
O primeiro capitulo faz um breve contexto dos aparatos legais que
marcaram a história d a assistência social desde seu reconhecimento como
direito. O segundo sobre A família e o direito à convivência familiar e comunitária
a essas crianças e adolescentes que frequentam o serviço, e o terceiro trata
sobre a questão social e como os Assistentes Sociais passam a intervir
diretamente no Serviço Convivência e Fortalecimento de Vínculo – SCFV, onde
realiza atividades envolvendo as famílias das crianças e dos adolescentes do
serviço.
Deste modo considera-se de extrema relevância compreender como o
Serviço Social atua junto ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de
Vínculos, na compreensão advinda deste estudo poderá subsidiar o
aprimoramento do processo de trabalho ora desenvolvido, considerando o
contexto das contribuições já empregadas na realidade em questão.
8

2. M ARCOS NORM ATIVO ATÉ A CONSTRUÇÃO DO SERVIÇO DE


CONVIVÊNCIA E FORT ALECIM ENT O DE VÍNCULOS – SCFV.

A Assistência Social foi estabelecida através dos artigos 203 e 204 da


Constituição Federal de 1988 e compõe o tripé da Seguridade Social no
qual é formado pela a saúde, previdência e assistência social. Caracterizada
como direito social por meio da LOAS nº 8.742, promulgada em 1993, alguns
dos seus atributos são o perfil de política não contributiva, direito do cidadão e
de responsabilidade do Estado a provisão dos mínimos sociais.
A Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS - define como objetivos a
proteção a grupos prioritários, como: família, mães, infância, adolescência,
idosos, desempregados e deficientes, instituindo o benefício mensal a idosos e
deficientes, promovendo-os e integrando-os ao mercado de trabalho. Esta é
executada em conjunto com as políticas setoriais como estratégia de
enfrentamento da pobreza (BRASIL, 2011).
A LOAS passou por alterações em 2011, através da Lei 12.435, o que
inclui mudanças nas formas de execução da política de assistência social. Entre
elas estão à proteção social, a garantia de vida e a prevenção de riscos como
objetivos aos grupos específicos como crianças, adolescentes, idosos e famílias
em geral, além de incluir a vigilância socioassistencial e a defesa dos direitos
para acesso às provisões socioassistenciais.
A proteção social é dividida em básica e especial, sendo
definidas como:
Proteção social básica: conjunto de serviços, programas, projetos e
benefícios da assistência social que visa a prevenir situações de
vulnerabilidade e risco social por meio do desenvolvimento de
potencialidades e aquisições e do fortalecimento de vínculos
familiares e comunitários; Proteção social especial: conjunto de
serviços, programas e projetos que tem por objetivo contribuir para a
reconstrução de vínculos familiares e comunitários, a defesa de
direito, o fortalecimento das potencialidades e aquisições e a
proteção de famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações
de violação de direitos (BRASIL, 1993, p. 9).

O SUAS é composto pelas três esferas de governo (federal,


estadual e municipal) e busca fortalecer a gestão compartilhada e o co-
financiamento da política, articulando, de forma integrada, os serviços,
programas e projetos.
9

Cabe a União financiar, monitorar e fiscalizar a execução de programas,


projetos e serviços nos Estados, Municípios e Distrito Federal, porém, a ação é
realizada com algumas condições, sendo uma delas a avaliação dos índices de
qualidade dos serviços prestados como critério para o repasse de verbas e
restrições, tal como a proibição do uso da verba para pagamento de funcionários
ou gratificações( BRASIL,211).
Dentre as múltiplas competências do Estado, este deve ser
responsabilizado pelo pagamento dos benefícios eventuais, conforme proposto
pelo Conselho Estadual de Assistência Social, assim como suprir
financeiramente o aperfeiçoamento da gestão, programas, projetos e serviços
em território regional; oferecer assistência aos municípios em situações de
emergência e realizar avaliação e monitoramento da política de assistência
social.
Os recursos financeiros para execução e manutenção da política serão
financiados pelo Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS) onde será de
responsabilidade das três esferas de governo executar de forma descentralizada
e participativa. Mas, para que os Estados, Municípios e o Distrito Federal
recebam esta verba é necessário que tenham e estejam em execução com o
Conselho de Assistência Social, o Fundo de Assistência Social e o Plano de
Assistência Social.
Os serviços assistenciais são realizados com base nos princípios e
diretrizes desta lei, objetivando atender as necessidades básicas. Seus
programas devem atender, também, as crianças, os adolescentes e os
idosos.Os seguintes programas assistenciais foram incluídos na LOAS: Serviço
de Proteção e Atendimento Especializado às Famílias e Indivíduos (PAEFI),
Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) e Programa de
Erradicação do Trabalho Infantil (PETI).
A PNAS preconiza que a gestão seja democrática e descentralizada (com
atuação da União, Estados, municípios e Distrito Federal), sem desprezar o fato
de que as realidades dos Estados e municípios são diferentes, sendo necessário
considerar suas singularidades. Também considera a participação popular e
participação do gestor municipal como importantes atores na execução das
políticas se ressalta a importância da avaliação e monitoramento, e do uso das
tecnologias para auxiliar a evolução ou execução do SUAS (PNAS, 2004).
10

Esta proteção tem a função de garantir a segurança de sobrevivência;


segurança da acolhida e da vivência familiar. A segurança de sobrevivência, diz
respeito à oferta de um valor monetário que visa à garantia da sobrevivência,
ressaltando que não é uma compensação do salário-mínimo; a segurança da
acolhida, que fornece as necessidades humanas básicas, como, alimentação,
moradia e vestuário, trabalhando esse indivíduo para que ele tenha autonomia
suficiente para suprir suas necessidades.
Em conjunto aos princípios e diretrizes estão os objetivos da política, que
são oferecer programas, projetos e serviços da proteção social básica e especial
para famílias, indivíduos e quem dela necessitar; bem como auxiliar para que os
usuários de substâncias psicoativas; vítimas de violência (sejam físicas,
psicológicas, verbais ou sexuais), excluídas ou relações precárias no mercado
de trabalho (YAZBEK, 2008).
A Proteção Social Básica possui um caráter preventivo. Seu objetivo
principal é prevenir as situações de vulnerabilidades e risco social,
desenvolvendo potencialidades e fortalecimento de vínculos familiares e
comunitários através de programas, projetos e serviços da assistência social
(BRASIL, 2011).
Esta Política Pública explicita as diretrizes que vão efetivar a assistência
social como direito de cidadania e responsabilidade de Estado, possuindo um
modelo de gestão compartilhada, tendo suas atribuições e competências
realizadas nas três esferas do governo.

Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade


social decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário
ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou,
fragilização de vínculos afetivos, relacionais e de pertencimento
social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências,
dentre outras) (MDS, 2005, p. 27).

A Política de Assistência Social, como política de Estado, constitui-se


como estratégia fundamental no combate à pobreza, à discriminação, às
vulnerabilidades e à subalternidade econômica, cultural e política em que vive
grande parte da população brasileira ampliando historicamente seu campo d e
intervenção (YAZBEK, 2008).
11

2.1 A Política Nacional de Assistência Social e a Proteção Social Básica.

A Política Nacional de Assistência Social (PNAS), consolidada em novembro


de 2004, é uma política que considera as desigualdades socioterritoriais visando
seu enfrentamento, à garantia dos mínimos sociais, ao provimento de condições
para atender à sociedade, garantindo proteções aos indivíduos (BRASIL, 2004).
A Constituição Federal diz em seu art. 203 que a “assistência social será
prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade
social [...]” (BRASIL, 2003, p. 120). Ou seja, mesmo sendo de caráter universal e
sem a exigência de contribuição, existem alguns aspectos que delimitam o público
usuário da política, pois ela é voltada àqueles cujas necessidades materiais,
sociais e culturais não podem ser asseguradas pela renda do trabalho ou pela
condição geracional como a infância e a velhice, assim como, pela condição de
incapacidade.
Configuram-se como usuários dessa política os cidadãos que se encontram
em situação de vulnerabilidade social ou risco, tais quais:

[...] famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de


afetividade, pertencimento e sociabilidade; ciclos de vida; identidades
estigmatizadas em termos étnico, cultural e sexual; desvantagem
pessoal resultante de deficiências; exclusão pela pobreza e, ou, no
acesso às demais políticas públicas; uso de substâncias psicoativas;
diferentes formas de violência advinda do núcleo familiar, grupos e
indivíduos; inserção precária ou não inserção no mercado de
trabalho formal e informal; estratégias e alternativas diferenciadas de
sobrevivência que podem representar risco pessoal e social
(BRASIL, 2004, p. 18-19).

Pode-se entender por vulnerabilidade social e risco as situações que


fragilizam os sujeitos e que podem ser de origem natural como consequências do
envelhecimento ou de uma doença, assim como podem ser socialmente
produzidos, como a fome, o analfabetismo, o desemprego, más condições de
trabalho, preconceitos por raça, sexo, orientação sexual entre outros.
Com vistas no enfrentamento a estas situações e à diminuição da
desigualdade social, a Assistência Social é regida pelos seguintes princípios
conforme disposto na LOAS (BRASIL,1993):
12

I – Supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as


exigências de rentabilidade econômica;
II - Universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o
destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas
públicas;
III - Respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu
direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à
convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer
comprovação vexatória de necessidade;
IV - Igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem
discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às
populações urbanas e rurais;
V – Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e
projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo
Poder Público e dos critérios para sua concessão.

Ela deve garantir segurança de sobrevivência, de acolhida e de convívio ou


vivência social e familiar, assegurar a universalização do acesso ao atendimento às
necessidades básicas dos usuários e oferecer proteções contra riscos e
vulnerabilidades.
Visando cumprir com seus objetivos, esta política é organizada pelo Sistema
Único de Assistência Social (SUAS), este sistema regula e operacionaliza a rede
socioassistencial com ações em todo o território nacional.

O SUAS é um modelo de gestão para todo território nacional, que


articula a ação de três entes governamentais através do
estabelecimento de novos pactos federativos para a política de
assistência social e para a sua articulação com as demais políticas
sociais no âmbito da proteção social brasileira. (BRASIL, 2008. p.
42).

Essa forma de gestão materializa o disposto na LOAS, pois atua de forma


descentralizada para os Estados, Distrito Federal e os Municípios, é participativo
sendo composto pelo poder público e pela sociedade civil e concretiza a
responsabilidade do Estado na condução da política de Assistência Social. Para os
cidadãos que necessitam, a assistência social oferece determinadas seguranças
como forma de prevenção, proteção e fortalecimento.
Proteção é o ato ou efeito de amparar, auxiliar ao próximo naquilo que ele
necessita. Na assistência social proteção aparece com um conceito amplo onde
constitui todo um sistema de proteção contra riscos, perdas e danos pessoais e
sociais que podem influenciar negativamente na vida das pessoas.
13

O SUAS organiza as proteções afiançadas pela assistência social em níveis


de riscos e vulnerabilidades, onde para cada um destes são criados serviços
socioassistenciais voltados para cada tipo de situação, buscando a melhoria de vida
da população, com base nos princípios e diretrizes da LOAS. A oferta de serviços
está organizada de acordo com o nível de complexidade do SUAS, hierarquizada
em dois eixos: Proteção Social Especial e Proteção Social Básica.

A Proteção Social Especial oferta serviços especializados e de caráter


continuado, voltados para contribuição da reconstrução de vínculos familiares e
comunitários. Neste caso, os vínculos familiares já foram rompidos e/ou o usuário já
teve seus direitos violados, sendo assim, esta proteção visa a superação e a
prevenção de agravos de risco pessoal e social. Tem como referência o Centro de
Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), unidade que pode ser de
abrangência municipal ou regional que oferta e referencia serviços especializados,
esta proteção se divide em Alta Complexidade e Média Complexidade.

Segundo a PNAS (2004), a Proteção Social Básica é voltada para o


desenvolvimento de potencialidades e aquisições do indivíduo e o fortalecimento
dos vínculos sociais e familiares, visando prevenir situações de risco. Ela é
destinada à população que vive em situação de vulnerabilidade decorrente da
pobreza, ausência de renda, dificuldade de acesso aos serviços públicos ou
fragilização de vínculos afetivos. Neste nível de proteção devem ser oferecidos
locais de acolhimento, convivência e socialização de famílias e de indivíduos, e o
desenvolvimento de projetos e serviços com a finalidade de atender as
necessidades apresentadas pelos cidadãos. Esta proteção é atribuição do Centro
de Referência de Assistência Social (CRAS), unidade que é referência para todos
os serviços socioassistenciais de proteção básica.

O Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) materializando a PNAS


também é responsável pela “gestão da rede socioassistencial de proteção social
básica do seu território” (BRASIL, 2009, p. 11), devendo estar localizado em áreas
de fácil acesso às famílias e cidadãos dos municípios de atuação. Suas ações
devem ser realizadas a partir de dois eixos: a territorialização e a matriciliadade
sóciofamiliar, onde o primeiro se refere:
14

[...] à centralidade do território como fator determinante para a


compreensão das situações de vulnerabilidade e risco sociais, bem
como para seu enfrentamento. A adoção da perspectiva da
territorialização se materializa a partir da descentralização da política
de assistência social e consequente oferta dos serviços
socioassistenciais em locais próximos aos seus usuários. Isso
aumenta sua eficácia e efetividade, criando condições favoráveis à
ação de prevenção ou enfrentamento das situações de
vulnerabilidade e risco social, bem como de identificação e estímulo
das potencialidades presentes no território. (BRASIL, 2009, p. 15)

A territorialização diz respeito ao reconhecimento da dinâmica das relações


sociais do local e das expressões da questão social ali presentes, isso significa
conhecer a realidade local da comunidade a qual se está intervindo para que seja
possível uma atuação mais efetiva.
A matricialidade sociofamiliar “se refere à centralidade da família como
núcleo social fundamental para a efetividade de todas as ações e serviços da
política de assistência social” (BRASIL, 2004, p. 12). Considera-se a família como o
espaço de socialização primária, de formação do sujeito e de cuidado com seus
membros, devendo, portanto, ser protegida.
Segundo a Norma Operacional Básica do SUAS (NOB/SUAS) existem três
níveis de gestão da Assistência Social no município, podendo ser inicial, básica ou
plena.
A cidade de Remígio se encontra no nível de gestão básica, é um
município de pequeno porte e de acordo com a NOB/SUAS, a orientação é da
implantação de um CRAS de Pequeno Porte I para até 2.500 famílias
referenciadas.
O CRAS deve, de acordo com a Tipificação Nacional de Serviços
Socioassistenciais (2009), executar os seguintes serviços da Proteção social
Básica: Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF); Convivência e
Fortalecimento de Vínculos e Proteção Social Básica no domicílio para pessoas
com deficiência e idosa, crianças e adolescentes.

2.2 A Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais.

Aprovada com base na resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009, a


Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais foi a consolidação d a
padronização dos serviços e equipamentos oferecidos pelo SUAS, na qual
organiza a oferta e execução dos serviços socioassistenciais.
15

A tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais de 2014, inclui o


SCFV como um serviço socioassistencial. De acordo com o foco deste trabalho
daremos ênfase ao SCFV, pois, traz em sua estrutura uma característica
singular que é o atendimento as necessidades imateriais dos usuários. O SCFV
constitui-se como diferencial na proteção social básica, sobretudo como campo
de atuação profissional (BRASIL, 2014).

O documento especifica as principais características desses serviços,


constando o nome, descrição, usuários, objetivos, provisões, aquisições dos
usuários, formas de acesso, período de funcionamento do equipamento que
presta o serviço, abrangência, articulação em rede, impacto social esperado e
regulamentações.

3. A FAMÍLIA E O DIREITO Á CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA DE


CRIANÇAS E ADOLESCENTES.

A família, considerada como a primeira e mais importante instituição da


sociedade, constitui o primeiro espaço de influência no desenvolvimento
humano,seu conceito passou por diferentes mudanças: histórica, cultural ou
econômica, dando assim, historicamente, um significado à realidade vivida em
diferentes épocas, o termo família origina-se do latim “famulus”, que significa:
conjunto de servos e dependentes de um chefe ou senhor que vivem sob um
mesmo teto. Entre os chamados dependentes, incluem-se a esposa e os filhos.
Assim, a família greco-romana compunha-se de um patriarca e seus “fâmulos”:
esposa, filhos, servos livres e escravos (PRADO, 1981, p. 51).
No entanto, com as transformações das relações sociais, do contexto
cultural, social, político e cultural, juntamente com o aparato de leis que
definiram e definem a família, é possível constatar que esse significado oriundo
do latim já não cabe mais, o que não significa que tanto o conceito quanto sua
compreensão tenham se tornado mais fáceis e/ou que, para ela, exista
apenas um único modelo.
Historicamente, a família tem sido definida a partir de suas funções e
papéis, fato perceptível também na contemporaneidade. Podemos utilizar a
reflexão de Singly (2002 apud ITABORAÍ, 2005), o qual realça que, ao longo da
16

história, a família desempenhou funções de reprodução biológica, reprodução


social e construção de identidade. Itaboraí (2005) destaca que:

Dentre essas dimensões as Políticas Públicas sempre contemplaram


a reprodução biológica. No passado, incentivando a natalidade
através de sua omissão (não disponibilizando o planejamento
familiar), ou incentivando com benefícios indiretos (habitação,
promoção em serviços públicos, etc.) as famílias numerosas. No
presente, promovendo o planejamento familiar, mesmo que
deficiente. A reprodução social inclui a dimensão material e simbólica
ou cultural. Ou seja, de um lado, aspectos: como comida e habitação, e
do outro, valores e costumes (ITABORAÍ, 2005, p. 2).

Já numa outra perspectiva, Sierra (2011) visualiza a família de tal forma que
“os papéis do bom pai, da boa mãe, do bom filho entram poderosamente na
determinação da concepção que cada membro tem de seu lugar no mundo da vida
familiar” (SIERRA, 2011, p. 48).
Outro aspecto a se considerar é o equívoco de se compararem as diversas
famílias à experiência particular, como se todas elas funcionassem de uma só
maneira, não possuindo suas próprias dinâmicas e padrões interacionais e de
funcionamento.
A estrutura familiar é representada pelos lugares reservados para o pai, mãe
e os filhos, cada qual ocupando seu espaço e devendo cumprir certas atribuições. A
grande função da família atual é a de servir aos seus integrantes, de maneira
harmônica e coordenada, sem que o exercício dos direitos de um integrante viole ou
afaste os direitos e os interesses dos demais.
O princípio do melhor interesse da criança e do adolescente representa
importante mudança de eixo nas relações paterno-materno-filiais, em que o filho
deixa de ser considerado objeto para ser alçado a sujeito de direito, ou seja, a
pessoa humana merecedora de tutela do ordenamento jurídico, mas com absoluta
prioridade comparativamente aos demais integrantes da família de que ele participa.

3.1 O Serviço de Convivência e o Fortalecimento de Vínculos na Política de


Assistência Social.

A Política de Assistência Social, como política de Estado, constitui-se


“como estratégia fundamental no combate à pobreza, à discriminação, às
17

vulnerabilidades e à subalternidade econômica, cultural e política em que vive


grande parte da população brasileira” (YAZBEK, 2008, p. 20–21), ampliando
historicamente seu campo de intervenção.
Foi somente com a promulgação da Constituição Federal de 1988
(BRASIL, 1988) que a Assistência Social passou a ser reconhecida como
política pública social, fazendo parte da Seguridade Social (Assistência, Saúde e
Previdência Social), com a finalidade de garantir direito de cidadania e igualdade
de condições de vida a todos os brasileiros.
A Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), o Sistema Único de
Assistência Social (SUAS) e a Norma Operacional Básica (NOB), aprovado pelo

CNAS por meio da Resolução n º 130, de 15 de julho de 2005, são importante


marcos para a consolidação da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e
expressam grandes mudanças no que diz respeito à Assistência Social, sendo,
além disso, responsáveis pelos direitos até hoje garantidos. O Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) integra o conjunto de serviços
que compõem a estrutura e organização político-administrativa da PNAS.

3.2 A participação das Famílias no Serviço de Convivência e Fortalecimento


de Vínculos- SCFV.
Como tem sido destacado neste estudo, o fortalecimento de vínculos
familiares e comunitários e o empoderamento das famílias devem ser apoiados
e potencializados por políticas de apoio sociofamiliar, especialmente no que se
refere aos direitos de crianças, adolescentes e jovens e no que diz respeito à
convivência familiar e comunitária.
O Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa dos Direitos das
Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária (BRASIL, 2006),
diz:
É essencial mostrar que a capacidade da família para desempenhar
plenamente suas responsabilidades e funções é fortemente
interligada ao seu acesso aos direitos universais de saúde, educação
e demais direitos sociais. Assim, uma família que conta com
orientação e assistência para o acompanhamento do
desenvolvimento de seus filhos, bem como acesso a serviços de
qualidade nas áreas da saúde, da educação e da assistência social,
também encontrará condições propícias para bem desempenhar as
suas funções afetivas e socializadoras, bem como para compreender
e superar suas possíveis vulnerabilidades (BRASIL, 2006, p. 29).
18

Esse é um dos objetivos do Sistema de Garantia de Direitos (SGD),


previsto a partir do ECA (artigo 86), quando as ações articuladas por meio de
organizações governamentais e não governamentais devem assegurar com
absoluta prioridade a efetivação dos direitos das crianças e adolescentes.
É fundamental que a família e as políticas públicas estejam conectadas e
em constante diálogo, tendo em vista que são responsáveis pelo
desenvolvimento da criança e do adolescente, conforme coloca o Plano
Nacional de Promoção, Proteção e Defesa dos Direitos das Crianças e
Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária (BRASIL, 2006):

O desenvolvimento da autonomia se dá de modo crescente, mas o


adolescente, em diversos momentos, precisará recorrer tanto a
fontes sociais que lhe sirvam de referência (educadores, colegas e
outros) quanto à referência e à segurança do ambiente familiar.
Assim a segurança sentida na convivência familiar e comunitária
oferecerá as bases necessárias para o amadurecimento e para a
constituição de uma vida adulta saudável (BRASIL, 2006, p. 33).

Entendemos que uma participação efetiva dos pais/responsáveis nas


atividades contribuiria para que a afetividade que acaba por ficar em segundo plano,
posto que as chefes de família precisam suprir as necessidades básicas das
famílias se concretizasse no âmbito familiar, já que os dados sugerem a
consciência das famílias frente à importância que tem a sua presença na vida
dos filhos/netos, mas que, por conta das dificuldades encontradas no cotidiano,
passam despercebidas.
O SCFV tem como objetivo o fortalecimento dos vínculos familiares e
comunitários e, muito embora ele atenda crianças e adolescentes em
situação de vulnerabilidade, possui nas suas definições um público prioritário
para o atendimento. Sendo assim, é fundamental a realização de um trabalho
complementar com as famílias articulado com o PAIF, tendo em vista que, em
muitos casos, a situação de vulnerabilidade pressupõe fragilização d e vínculos.

4 . A QUESTÃO SOCIAL E O SERVIÇO SOCIAL.

O Serviço Social é considerado como uma profissão histórica, que n o


começo era vinculada a Igreja católica, tendo uma visão de caridade, assim com
19

muitas lutas e conquistas, aprimorando suas práticas profissionais. Nesse


contexto é importante afirmar que o Serviço Social é uma profissão
regulamentada pela Lei n° 8662/93, de 07 de junho de 1993, com alterações
determinantes pelas resoluções CFESS n° 290/94 e n° 293/94, e balizada pelo
Código de Ética, aprovado através da resolução CFESS n° 273/93, de 13 de
março de 1993.
Pautado no código de ética profissional e da Lei 8.662/93 que regulamenta
a profissão, é marcado pelas profundas mudanças no modo de produzir, distribuir
e acumular riquezas, onde segundo avalia Mota (2010, p.22), “mais do que
nunca, o contraste entre o crescimento vertiginoso das riquezas e a persistência
ou ampliação do pauperismo é assustador”.
A atuação do profissional de Serviço social é de extrema importância no
enfrentamento das expressões da questão social, podendo desvelar a realidade
concreta diante das complexidades existentes. Assim, construindo estratégias
que envolvem as particularidades do usuário que estão em situação de
vulnerabilidade ou exclusão social.
O trabalho do assistente social pode produzir resultados concretos nas
condições materiais, sociais e culturais da vida de seus usuários, em seu acesso
e usufruto de políticas sociais, programas, serviços, recursos e bens, em seus
comportamentos, valores, seu modo de viver e de pensar, suas formas de luta e
organização, suas práticas de resistência (YASBEK, 2002).
Também são atribuição do profissional garantir o direito ao acesso as
políticas públicas dos idosos institucionalizados, levando em consideração a
articulação com outros profissionais e com a instituição.
Assim, com as inúmeras conquistas que a profissão alcançou durante sua
trajetória profissional, a luta continua constante em vários setores,
principalmente em relação ao papel e atribuições do assistente social no âmbito
profissional.
As sequelas da questão social passam a ser objeto de ações eventuais,
fragmentárias, transferidas a organismos e entidades privadas e cidadãos solidários,
ou objeto de pontuais iniciativas governamentais movidas por interesses clientelistas
e eleitorais, impulsionando o desmonte dos direitos sociais universais. Apoia-se na
autonomização das múltiplas expressões da questão social em detrimento da
perspectiva de unidade. “A questão social é expressão do processo de produção e
20

reprodução da vida social na sociedade burguesa, da totalidade histórica concreta”.


(IAMAMOTO, 2009, p.114). A origem da questão social imanente à organização
social capitalista, o que não elimina a necessidade de apreender as múltiplas
expressões e formas concretas que assume.

O Assistente Social surgiu para ser o solucionador das necessidades


humanas. A Questão Social comporta o conceito de necessidades
Humanas, podendo ser encontrada nas diversas camadas da
sociedade e nos diversos sistemas de governo e econômicos. A
Questão Social não é apenas vivenciada pelos pobres e não se
identifica única e exclusivamente com o sistema capitalista.

A Questão Social apreendida como o conjunto das expressões das


desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem uma raiz comum à
produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente
social, enquanto a apropriação dos seus resultados mantém-se privada,
monopolizada por uma parte da sociedade. (IAMAMOTO, 2009).
O esforço profissional em tentar solucionar a Questão Social não deve ser
tomado como uma tentativa de destruir a profissão e que muito menos ele deve
deixar de lutar contra os problemas que surgirem sob o argumento de manter a
profissão. A permanência da Questão Social não necessariamente implica que ela
permaneça com as mesmas manifestações, o homem é uma conquista histórica do
gênero humano, o que inclui o enriquecimento de seus sentidos; logo, também
depende de sua apropriação de manifestações e exigências que possam motivar e
ampliar suas capacidades de modo a se apropriar da riqueza humana. (BARROCO,
2010).

4.1 O Papel do Assistente Social no Centro de Referência da Assistência


Social- CRAS no Município de Remígio- PB.

Com o tempo foi possível visualizar a ampliação do trabalho dos assistentes


sociais no âmbito da Política de Assistência Social, devido a implementação do
Sistema Único de Assistência Social – SUAS, passando a ocupar diversos espaços
sócio-ocupacionais onde um deles esta inserido o Centro de Referência da
Assistência Social – CRAS.
21

O trabalho dos Assistentes Sociais independente de seu local de atuação


deve ser norteado por direitos e deveres, constantes no Código de Ética
Profissional e na Lei de Regulamentação da Profissão, que devem ser observados
e respeitados, tanto pelos (as) profissionais, quanto pelas instituições
empregadoras (CEFSS, 2009).O artigo 2º do Código de ética assegura sobre os
direitos dos Assistentes Sociais:

a) Garantia e defesa de suas atribuições e prerrogativas, estabelecidas


na Lei de Regulamentação da Profissão e dos princípios firmados neste
Código;
b) Livre exercício das atividades inerentes à profissão;
c) Participação na elaboração e gerenciamento das políticas sociais, e
na formulação e implementação de programas sociais;
d) Inviolabilidade do local de trabalho e respectivos arquivos e
documentação, garantindo o sigilo profissional;
e) Desagravo público por ofensa que atinja a sua honra profissional;
f) Aprimoramento profissional de forma contínua, colocando-o a serviço
dos princípios deste Código;
g) Pronunciamento em matéria de sua especialidade, sobretudo quando
se tratar de assuntos de interesse da população;
h) Ampla autonomia no exercício da profissão, não sendo obrigado a
prestar serviços profissionais incompatíveis com as suas atribuições,
cargos ou funções;
i) Liberdade na realização de seus estudos e pesquisas, resguardados
os direitos de participação de indivíduos ou grupos envolvidos em seus
trabalhos.

Vale ressaltar que para os profissionais que estão inseridos nos CRAS,
estão trabalhando diretamente com a política de assistência, há uma maior
necessidade de que estes profissionais afastem-se das abordagens tradicionais,
conservadoras que tratam as situações sociais como problemas individuais e não
problemas do meio onde os mesmo esta inserido, a partir da “correlação” do
indivíduo e do ambiente onde ele está inserido (PNAS,2004).
Na Política de Assistência Social as competências e atribuições dos
assistentes sócias, baseada na Lei que Regulamenta a Profissão algumas
competências gerais e fundamentais para a compreensão sócio – histórica em que
esta situada a intervenção do Assistente Social (CEFSS, 2009).
Em relação a prática profissional dos Assistentes Sociais no Centro de
Referência de Assistência Social – CRAS, onde o profissional vai atuar com ações
que tenham o caráter protetivo, preventivo e proativo como esta disposta na Política
Nacional de Assistência Social – PNAS, que busca atender as demandas que lhes
são apresentadas, com a ofensiva neoliberal onde as políticas públicas estão cada
vez mais sucateadas.
22

Os profissionais do Serviço Social devem estar sempre atentos as


mudanças ocorridas na realidade social, pois trata-se de um profissional que atua
no cenário de antagonismo entre as classes e sua atuação deve esta respaldada
pelo código de ética da profissão, repudiando e rompendo quaisquer tipo de
práticas assistencialistas e filantrópicas, pois tais práticas não condizem com a
profissão ate mesmo por que para a prática de ações nessa perspectiva
assistencialistas e caritativas não se faz necessário a ação de um profissional
como o(a) assistente social (GONDIM, 2013).

4.2 Os limites e Possibilidades para a atuação do Assistente Social junto ao


Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos- SCFV no Município
de Remígio-PB.

O Centro de Referência da Assistência Social- CRAS atualmente tem


voltado suas ações para o Serviço o Serviço de Convivência e Fortalecimento de
Vínculos - SCFV, que teve sua aprovação no ano de 2009 através da Tipificação
Nacional de Serviços Socioassistenciais onde passa a ser organizado por níveis
de complexidade, que apresenta uma padronização dos serviços, é um serviço
que vem complementar os trabalhos sociais desenvolvidos pelos Programas
(PETI e PAIF),onde o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI que
tinha como objetivo articula um conjunto de ações para retirar crianças e
adolescentes com idade inferior a 16 anos da prática do trabalho precoce, exceto
quando na condição de aprendiz, a partir de 14 anos (MSD).
O objetivo do Serviço de proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF
é um trabalho de caráter continuado que visa a fortalecer a função de proteção
das famílias, prevenindo a ruptura de laços, promovendo o acesso e usufruto de
direitos e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.
No Serviço Convivência e Fortalecimento de Vínculo de 06 a 14 anos, é
composto por crianças e adolescentes encaminhados pelos serviços de proteção
social especial, como Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a
Famílias e indivíduos, que cumprem ou já cumpriram medidas sócio educativas,
crianças e adolescentes com deficiência têm prioridade, cujas famílias são
beneficiarias do programa bolsa família, que tem o seu acesso aos serviços de
forma prioritária, que a partir de então passam a frequentar Centro de Referência
da Assistência Social – CRAS e os SCFV de 06 a 14 têm por finalidade:
23

No Serviço Convivência e Fortalecimento de Vínculo com adolescentes de


15 a 17 anos o antigo “Pro Jovem Adolescente” nesse serviço os jovens que são
beneficiários do programa de transferência de renda Bolsa Família, tem
prioridade na participação dos serviços, os jovens também tem sua inserção
através de encaminhamentos pelo Serviço de Proteção Especial, tendo como
foco:
Tem por foco o fortalecimento da convivência familiar e
comunitária e contribui para o retorno ou permanência dos
adolescentes e jovens na escola, por meio do desenvolvimento
de atividades que estimulem a convivência social, a participação
cidadã e uma formação geral para o mundo do trabalho. As
atividades devem abordar as questões relevantes sobre a
juventude, contribuindo para a construção de novos
conhecimentos e formação de atividades e valores que reflitam no
desenvolvimento integral do jovem (TNSS, 2009, p. 10).

Esses serviços com jovens de 15 a 17 anos também buscam a


capacitação dos mesmos, a inclusão digital e social, para que esses jovens
possam se inserir no mercado de trabalho, como também fortalecer seus vínculos
com a família e a sociedade. Essa capacitação nem sempre acontece, pois faltam
profissionais capacitados para realizar a inclusão dos jovens no ambiente digital,
como também o desinteresse por parte dos gestores em fazer investimentos que
venham a ajudar aos jovens a ingressar no mercado de trabalho.

Os Assistentes Sociais também passam a intervir diretamente no Serviço


Convivência e Fortalecimento de Vínculo – SCFV, onde realiza atividades
envolvendo as famílias dos usuários, organizar reuniões com a rede
socioassistencial garantindo a articulação do SCFV com os demais programas e
projetos do Governo Federal.

Portanto, o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV


possui inúmeras formas para a intervenção do Assistente Social, mas também
trazem questões que sempre foram impasses para dar continuidade à
intervenção profissional, que é a articulação com a rede socioassistencial. O
programa é uma nova forma de enfrentamento da questão social, onde busca
atender os beneficiários do Programa Bolsa Família, como também os que estão
em risco ou vulnerabilidade social.
24

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nas reflexões realizadas neste trabalho de conclusão de


curso foi de grande importância, estudar sobre o trabalho do Assistente Social
dentro da Proteção Básica, contribuir como profissional na elaboração de
futuras produções cientificas as quais possam abordar com maior profundida
essa realidade, além de também poder aprofundar conhecimentos acerca do
CRAS e SCFV, local que foi de grande importância e aprendizado n o período
de estágio.

Os serviços socioassistenciais do SUAS são espaços privilegiados


para esses objetivos, especificamente Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos, que traz no seu núcleo a prevenção das
situações de vulnerabilidades e risco social, rompimento dos vínculos
familiares e comunitários. E nos CRAS que são ofertados o Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV onde a unificação dos
programas PAIF, trouxe uma nova dimensão para a proteção básica, como
também para a intervenção dos Assistentes Social com as famílias que se
encontram em situação de risco e vulnerabilidade social.
25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais. Brasília:


MDS,2009.

BRASIL. Presidência da Republica. Política Nacional de Assistência Social –


PNAS. Resolução Nº 145 de 15 de outubro de 2004, publicada no DOU de 28 de
outubro de 2004.

Conselho Nacional de Assistência Social. MDS, Tipificação Nacional de Serviços


Socioassistenciais. Resolução CNAS nº 109 de 11 denovembro de 2009.

CFESS. Conselho Federal de Serviço Social. Parâmetros para atuação de


assistentes sociais e psicólogos (as) na Política de Assistência Social.

IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil.


São Paulo: Cortez, 2009.

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Conselho Nacional de


Assistência Social. Resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009. Aprova a
Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais.

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de


Assistência Social. Caderno de Orientações.
Articulação necessária na Proteção Social Básica. Brasília, 2023.

Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Concepção de Convivência e


Fortalecimento de Vínculos- SCFV. Brasília. 2023.

YAZBEK, Maria Carmelita. “As ambigüidades da assistência social brasileira


após dez anos de LOAS”. In: Revista Serviço Social & Sociedaden° 77 – ano
XXV – março de 2004. São Paulo: Cortez, 2004.

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