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2015
Jaú
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Trabalho
Orientador:de Prof.ª
Conclusão
Claricededa Curso
Luz
apresentado
Kernkamp. à Universidade Norte do
Paraná - UNOPAR, como requisito
parcial para a obtenção do título de
Bacharel em Serviço Social.
Cornélio Procópio
2013
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por estar muito presente na minha vida nos
momentos de alegrias e dificuldades, sempre iluminando o meu caminho e as
minhas ideias. Agradeço meus filhos, nora e genro que me apoiaram e incentivaram
me ajudando sempre nas dificuldades de informática para desenvolver minhas
tarefas. Agradeço às tutoras que dividiram suas experiências e ajudaram neste
processo de formação durante a trajetória acadêmica, dividindo saberes, trocando
informações e incentivando. Agradeço em especial a minha tutora e orientadora de
sala Mirian Arradi Sichieri que muito contribuiu com suas reflexões e
esclarecimentos. Agradeço muito em especial a grande amiga, companheira de
estágio Simone Baldo. A Assistente Social Eliana Lopes de Marchi que contribuiu
com conhecimentos de prática e competência no campo de estágio, obrigada pela
força e pelos ensinamentos. Enfim, agradeço a todos os que colaboraram na
construção não só deste trabalho, mas de minha formação profissional até este
momento.
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RESUMO
ANTONIO, Masetto Ivanete. The Benefit of Continuous Cash: The role of social
assistance and the importance of integration of services. 2015. 46 pages. Work
Completion Graduation Course in Social Work - Unopar, North University of Paraná,
Jau, 2015.
ABSTRACT
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................21
2. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................23
10. REFERÊNCIAS...............................................................................................67
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1. INTRODUÇÃO
2. REFERENCIAL TEÓRICO
noção dos direitos sociais. Longe, portanto, de assumir o formato de política social, a
assistência social desenrolou-se ao longo de décadas, como doação de auxílios,
revestida pela forma da tutela, de benesse, de favor, que, no fim, mais reproduz a
pobreza e a desigualdade social na sociedade brasileira. (MESTRINER, 2008, p.16)
A trajetória das políticas sociais no Brasil, a partir da Constituição de
1988, na qual as conquistas mais importantes foram a reafirmação da Assistência
Social através da LOAS, a instituição da PNAS, bem como a criação do SUAS, é de
fato, um avanço para nosso país. Figuti (2006) observa que a Assistência Social se
configura como um avanço nas políticas sociais brasileiras, voltadas para a garantia
de direitos e de condições dignas de vida.
Não se pode pensar em política social sem nos remeter as
transformações societárias e do mundo do trabalho decorrentes do período pós-
segunda guerra mundial, crise do capitalismo nos anos de 1970, bem como todo o
reflexo dos princípios neoliberais que rebateram no âmbito do Estado. Na década de
1990, conforme Behring e Boschetti (2009, p. 143), se abre um novo período e
inovação, delineadas na tensão entre as conquistas constitucionais asseguradas
pelo forte movimento social da redemocratização e a contrarreforma neoliberal. As
condições econômicas e políticas desta década em diante, dificultaram os direitos
correspondentes à implementação real dos princípios democráticos.
Através dos diversos acontecimentos históricos no processo de
industrialização por volta do final do século XIX, conhecida como a Revolução
industrial, trouxe um cenário de gigantes questões sociais, e acredita-se que desta
se originam as bases do serviço social, durante bastante tempo ficando a serviço da
burguesia, e tendo como influência a doutrina social da igreja católica na intenção de
conter as explosões sociais vivenciadas na época. Conforme podemos compreender
pelo pensamento de Serra (2000, p.90).
Por volta da década de 1930 o governo do País reconheceu a
existência da questão social, que passou a ser considerada política, o que quer dizer
destinada a ser enfrentada e, se possível resolvida pelo Estado percebemos isto nas
palavras de Iamamoto; Carvalho, 1990, p. 135.
Os serviços sociais previstos em políticas sociais específicas são a
expressão de conquista da classe trabalhadora em sua luta por melhores condições
de trabalho e de vida, que são substanciadas e ratificadas através de legislação
social e trabalhista (...). O Estado e as classes patronais incorporam como suas uma
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4.3 Concessão
ATÉ A LOAS
Constituição Federal – 1988 na Lei 8.742 (LOAS – Art. 20 e 21) – 07/12/1993, na Lei
10.741 (Estatuto do Idoso) – 01/10/2003 e nos Decretos: 1.744 de 08/12/1995
(Revogado), 4.712 de 29/05/2003 (Revogado), 6.214 de 26/09/2007 (em vigor).
Este benefício é um direito garantido pela Constituição Federal de
1988 e consiste no pagamento de 01 (um) salário mínimo mensal a pessoas com 65
anos de idade ou mais e a pessoas com deficiência incapacitante para a vida
independente e para o trabalho. Em ambos os casos a renda per capita familiar deve
ser inferior a ¼ do salário mínimo. O BPC também encontra amparo legal na Lei
10.741, de 1º de outubro de 2003, que institui o Estatuto do Idoso. O benefício é
gerido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), a quem
compete sua gestão, acompanhamento e avaliação. Ao Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS), compete a sua operacionalização. Os recursos para custeio do BPC
provêm do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).
Os Benefícios Eventuais estão previstos na Lei 8.742 (LOAS – Art.
22), na Resolução CNAS 212 de 19/10/2006 e no Decreto Presidencial 6.307 de
14/12/2007. Todavia eles já haviam sido criados pelo sistema de proteção da
Previdência Social desde 1954, com a denominação de auxílio maternidade e
funeral através do decreto nº. 35.448, em 1º de maio. Eram pagos de forma única,
no valor de um salário mínimo vigente, aos beneficiários previdenciários, que
contribuíssem para a Previdência Social. O auxílio maternidade era pago tanto a
mãe, que fosse segurada, quanto ao pai, desde que tivessem contribuído no mínimo
12 meses. O auxílio por morte era pago ao responsável pelas despesas do funeral
do beneficiário da Previdência Social.
que significa em números hoje, a renda mensal per capita inferior a R$ 103, 75.
Este é um beneficio de assistência social, integrante do Sistema
Único de Assistência Social (SUAS), pago pelo governo Federal através do INSS, e
assegurado por lei. Segundo o material informativo do Ministério de
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, os beneficiários do BPC ganham
autonomia, independência e passam a participar muito mais da vida comunitária. No
entanto, para ser incluído no beneficio, as pessoas precisam se enquadrar aos
critérios do programa, entre eles, como está disposto no art. 20, inciso 4º, o que
determina que o beneficio não pode ser acumulado pelo beneficiário e por pessoas
de sua família (que vivam sob o mesmo teto) com qualquer outro no âmbito da
seguridade social ou de outro regime, salvo o de assistência médica.
A família é o eixo-central na sustentação das pessoas portadoras de
deficiência. Além de sustentá-las materialmente, é a base afetiva, educativa e
subjetiva. No entanto, são muitas as famílias que enfrentam dificuldades na
organização econômica e social, principalmente quando são relevantes as
condições de baixa renda e vulnerabilidade social.
Sendo assim, além de todas as implicações de ordem subjetiva que
a família enfrenta pelo fato de possuir um portador de deficiência na família, que
envolve a delicada questão de aceitação e rejeição desta realidade, esta passa por
situações de fragilidade quanto à capacidade de manter as necessidades básicas de
todas as famílias, e mais ainda quanto a necessidades extras que surgem pela
presença de um portador de deficiência na família, que implica em atendimento
especial.
Deste modo, os idosos e PPDs encontram no BPC uma garantia de
uma fonte, ainda que mínima, de sobrevivência. O BPC muitas vezes é a única
renda do grupo familiar do idoso ou da pessoa com deficiência. Com este recurso é
possível manter, no caso dos idosos, certa autonomia e independência, na medida
em que estes conseguem suprir as suas despesas cotidianas. No caso das pessoas
com deficiência, através deste recurso é possível, ainda que precariamente, manter
a compra de medicamentos, alimentos, gastos com luz, água, etc. assim, é inegável
que o BPC é um direito importante e uma estratégia para garantir a sobrevivência
das famílias beneficiadas.
indignação das famílias, que mesmo depois de inúmeras tentativas, não obtém êxito
no acesso ao BPC. A busca pelo direito que muitas vezes, demora a ser efetivado,
passa invariavelmente pelo atendimento do Serviço Social, no processo de
encaminhamento da ação judicial.
Embora o acesso a medicamentos seja garantido universalmente
pelo SUS – Sistema Único de Saúde, a família em geral precisa arcar com
medicamentos para a pessoa portadora de deficiência e também para o idoso,
especialmente aqueles de uso contínuo. Assim, pode-se constatar que o Sistema de
Seguridade Social não funciona como deveria, pois o BPC deveria ser uma garantia
ao exercício da cidadania para os idosos e pessoas com deficiência, sendo uma
forma de incluir estas pessoas socialmente, mas acaba tendo de ser usado para
garantir o suprimento de outra necessidade que não é sanada pelo serviço de
saúde. Nessa perspectiva, um direito é usado para substituir outro que não funciona,
e diante disso, cabe questionar até que ponto os direitos sociais saem do papel e
passam a ser direitos usufruídos realmente pelas pessoas.
De acordo com Nogueira (2005), há uma grande distância entre
os direitos sociais formulados e sancionados pela lei, até a sua verdadeira
implementação. Este autor aponta possíveis causas para esta defasagem, entre
elas, a falta de vontade política de governantes, a interferência do capital no intuito
de enfraquecer e desmerecer o Estado perante a sociedade e a ínfima parcela do
orçamento público que é aplicada em táticas de fortalecimento dos direitos legais.
As famílias têm muita dificuldade de acesso ao BPC devido aos
critérios de seletividade, expressos na delimitação rigorosa da renda: ela deve ser
inferior a ¼ do salário mínimo, não podendo nem mesmo ser igual a este valor.
Sendo assim, é necessário que a família se encontre quase em condição de
miserabilidade para que possa ter acesso ao beneficio, e por causa disso, são
muitas as pessoas que ficam excluídas mesmo precisando enormemente do auxílio.
O exame médico pericial também se constitui como um entrave, pois
além da dificuldade em passar pelo exame e conseguir enquadrar-se no benefício,
as pessoas precisam passar periodicamente pela mesma perícia. Isso engloba os
aspectos psicológicos desta medida, pois os idosos precisam estar constantemente
comprovando que ainda estão vivos, e a família da pessoa com deficiência, precisa
comprovar periodicamente que esta continua com a deficiência, ainda que esta seja
permanente. Esta medida se constitui, portanto num mecanismo humilhante e
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final.
LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social teve forte resistência sendo que no início
do governo Collor seu primeiro projeto de lei já havia sido vetado. Foi somente com
Itamar Franco (então presidente), que ocorreu a aprovação da LOAS. Neste sentido,
cabe mencionar, como nos indica Couto (2004), que as fragilidades conceituais
contidas no texto da LOAS, são resultantes do percurso de modificações enquanto
tramitava no Congresso Nacional e que “a aprovação dessa lei foi resultado de
movimento de parcela da sociedade civil, de organismos de classe e da ação do
Ministério Público que ameaçava processar a União pelo descuido com a área”
(p.147).
Nesta perspectiva, reafirmando o conceito de Seguridade
Social, a LOAS dispõe em seu 1º artigo:
A Assistência Social, direito do cidadão e dever do Estado, é política de
Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada
através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade,
necessidades sociais. Quanto aos benefícios, segundo Simões (2008, p. 103) pode-
se mencionar:
Os benefícios são pagamentos pecuniários, decorrentes de programas
como BPC, auxílios, pensões e aposentadorias, ou em valores in natura,
como cestas básicas e remédios, por exemplo. Caracterizam-se em resumo,
por pagamentos de valores, nessas formas.
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CASTEL, Robert (Org). Desigualdade e Questão Social. São Paulo, Editora Educ.
2004.