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TÂNIA APARECIDA MARQUES

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO


CURSO DE ENFERMAGEM

AS DIFICULDADES NO ALEITAMENTO MATERNO

Santo Antonio da Platina


2021
AS DIFICULDADES NO ALEITAMENTO MATERNO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, como
requisito parcial para a obtenção da graduação
em Enfermagem.

Tutora Orientadora: Aline Chagas


Professora Supervisora: Aline Maciel Antignani
Coutinho

Santo Antonio da Platina


2021
“Dedico este trabalho a Deus, o maior orientador da minha vida.
Ele nunca me abandonou nos momentos de necessidade.”

AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus primeiramente por me manter firme nessa árdua caminhada, e me
manter firme quando eu pensei em desistir. A minha família que foram cruciais para
eu não perder o meu foco. Ao meu esposo que sempre esteve ao meu lado, me
incentivando e apoiando sempre, acima de tudo é um grande amigo. Aos meus
filhos por compreenderem as várias horas em que me fiz ausente. Agradeço
também aos meus irmãos e meus amigos que com demonstração de carinho
estiveram sempre ao meu lado me apoiando e me dando forças.
O sonho é seu e de mais ninguém, você é o
único que pode construir o seu sonho ou
destruir o seu sonho, ninguém mais poderá
fazer isso.... Você pode, você consegue, se
tão somente você se entregar àquilo que
você acredita...

MARQUES, Tânia Aparecida. As Dificuldades no Aleitamento Materno. 2021. 26


f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação ENFERMAGEM) – Sistema de
Ensino Presencial Conectado. Universidade Norte do Paraná. 2021.
RESUMO

Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de identificar as dificuldades do aleitamento


materno. A história do aleitamento materno já retratava os índices alarmantes de morbidade
e mortalidade infantil entre altos e baixos momentos no decorrer de décadas. Os avanços
nas descobertas dos valores nutricionais do leite humano, dos benefícios para o
crescimento e desenvolvimento infantil e para a saúde materna foram evoluindo
positivamente à amamentação. O interesse por tal tema surgiu a partir do Pré projeto de
estágio por constituir as dificuldades, as principais causas do desmame precoce e da
introdução do leite artificial ainda nas primeiras semanas pós-parto. Trabalhar as
dificuldades desde a gestação tem sido o foco primordial para o sucesso do aleitamento
materno, estando na decisão da mulher a escolha de qual maneira amamentar o seu filho.
Foi possível perceber a necessidade da educação continuada, assim como a supervisão por
parte dos profissionais de saúde diante das práticas trazendo satisfação mútua aos atores
principais e coadjuvantes dessa prática alimentar.  Este estudo destaca a importância da
participação dos profissionais da saúde no processo de empoderamento da mulher em
querer e como amamentar, a necessidade de supervisão dos mesmos junto às mulheres e
comprova a necessidade de realização de educação continuada. 

Palavras-chave: Enfermeiro. Saúde. Amamentação. Dificuldades. Amamentação


Saudável

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................7

2 HISTÓRIA DO ALEITAMENTO MATERNO....................................................... 11


2. 1 A MAMADEIRA................................................................................................14

3 AMAMENTAÇÃO................................................................................................... 16
3.1 A NECESSIDADE DO INCENTIVO AO ALEITAMENTO
MATERNO..................................................................................................................18
3.2 A DESCISÃO DE AMAMENTAR..........................................................................21
3.3 PERÍODO DE AMAMENTAÇÃO........................................................................ 22

4 DIFICULDADES DO ALEITAMENTO MATERNO................................................25


4.1 CONTRIBUIÇÃO DO ENFERMEIRO E DEMAIS PROFISSIONAIS EM
SAÚDE.......................................................................................................................27

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................30

REFERÊNCIAS..........................................................................................................33
7

1 INTRODUÇÃO

O desmame precoce ou a não introdução do aleitamento materno exclusivo


durante o puerpério são condições que impossibilitam uma prática alimentar adequada e
eficiente durante os primeiros meses de vida de uma criança. O Ministério da Saúde
preconiza o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida e a partir de então, a
introdução de outros alimentos com a amamentação até os dois anos ou mais. Os índices
de morbimortalidade infantil reduziram com a atuação da prática do aleitamento materno
exclusivo, porém esses números ainda são muito altos. Tais resultados partem de uma
alimentação deficiente ou indevida que repercute nas diversas classes sociais do Brasil e
do mundo.
Os valores nutricionais, bem como afetivos que a amamentação pode
oferecer ao binômio mãe-filho precisam de abordagens, divulgações constantes por todos
que estão direcionados a assistência à saúde desde o pré-natal. A enfermagem é capaz
de oferecer subsídios antes que o problema se faça presente e\ou durante. A intervenção
se faz necessária, visto que promove melhorias nos resultados sendo possível perceber a
satisfação daqueles que almejavam o sucesso da amamentação.
O aleitamento materno é o melhor e mais completo alimento para a criança
até os seis meses de idade, pois contribui de forma efetiva para o seu crescimento e
desenvolvimento, protege contra as infecções e estabelece os fundamentos básicos para
um desenvolvimento psicológico sadio. Após os seis meses de idade devem-se
complementar com outros alimentos e continuar amamentando até os dois anos de idade
(FIGUEIREDO, 2003). Países desenvolvidos há muito já conhecem o valor deste
importante método de alimentação natural para crianças. Nos últimos anos, muitas
atividades foram dirigidas para a investigação da alimentação infantil, e divulgação do
aleitamento materno (MARQUES, 2007).
Segundo Figueiredo (2003), no período pós-parto a mulher passa por
mudanças fisiológicas e psicológicas, as quais caracterizam o puerpério, que se inicia
após o parto estendendo-se por aproximadamente seis semanas. Também afirma que a
experiência da maternidade, o início da lactação, o manuseio do recém-nascido, a
alteração do ritmo do sono, trazem principalmente para as primíparas, muitas alterações
emocionais.
Ichisato e Shimo (2002), registram que a amamentação, além de
biologicamente determinada é socioculturalmente condicionada, demonstrando que a
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determinação sociocultural tende a sobrepor a biológica e que o ato de amamentar, seja


consciente ou inconsciente, é herdado culturalmente e influenciado pela família e meio
social em que as pessoas vivem. Nesse contexto a disseminação do conhecimento sobre
a importância do aleitamento materno e sua prática ainda é um desafio para os serviços
de saúde, governo e sociedade. Os autores ainda acrescentam que o fato de desmamar
as crianças precocemente aumenta o risco para diarreias, intolerância ao leite de vaca,
aumento do número de infecções respiratórias, e também alergia a outros alimentos.
Desta forma, neste período, é muito importante a orientação e o
acompanhamento de um profissional capacitado para facilitar no processo de
amamentação, minimizando as dificuldades encontradas. A falta de informações
corretas pode tornar o ato de amamentar um processo doloroso e ineficaz ao
desenvolvimento do bebê (SAES et al, 2006).
A amamentação é uma fase fundamental para o crescimento e
desenvolvimento saudáveis na vida de todo ser humano. Este processo não
depende apenas do instinto para se manter, sendo então indispensável a
participação de outras pessoas como fonte de obtenção de aprendizado relacionado
à amamentação, como mulheres mais experientes da família ou mesmo membros
da vizinhança, além dos profissionais de saúde que atenderam essa paciente no
decorrer do processo de gestação. Contudo, com a mudança do padrão familiar
extensivo para o nuclear, e a consequente diminuição da participação direta da
família no apoio às mães que iniciam a amamentação, a vulnerabilidade às
dificuldades neste processo é consequência dessa menor habilidade em realiza-lo.
(GIUGLIANE, 2004).
O aleitamento materno vai além de um simples mecanismo de
aquisição de nutrientes que satisfazem as necessidades metabólicas de um ser em
crescimento e desenvolvimento, envolve aspectos emocionais de ambos (mãe e
bebê), fisiológicos, cognitivos, econômicos e sociais. Neste sentido o aleitamento
materno se constitui como um tema de interesse público, tanto no que tange aos
seus benefícios, já amplamente difundidos, quanto nos aspectos que podem
comprometer seu sucesso. Embora seja um processo natural ele pode não ser
encarado com facilidade por algumas mulheres, tendo em vista que não depende
apenas de condições clínicas e anatômicas, mas emocionais, educacionais,
culturais, históricas e subjetivas de cada indivíduo (SILVA e GUEDES, 2013).
9

O leite materno é um alimento completo que apresenta as


características ideais para satisfazer as necessidades nutricionais da criança nos
primeiros meses de vida, sua oferta deve ser estimulada visando diminuir as
intercorrências na saúde da criança oriundas de uma alimentação inadequada. Além
do benefício de ser um alimento de alto valor nutritivo o leite materno também
constitui um importante aliado na prevenção de doenças carenciais como a anemia
ferropriva, melhora da imunidade através do compartilhamento de anticorpos da mãe
com o filho e promoção da saúde psíquica e física de ambas as partes. As taxas de
mortalidade infantil podem diminuir com um aleitamento materno eficaz, sendo o
aleitamento materno “a estratégia isolada que mais previne mortes infantis”
(BRASIL, 2009, p. 17).
Contudo, mesmo com todos os benefícios associados ao
aleitamento materno, alcançar as taxas recomendadas pela Organização Mundial da
Saúde ainda é um grande desafio. Segundo pesquisa realizada pelo Ministério da
Saúde para avaliar a prevalência de aleitamento materno nas capitais brasileiras e
Distrito Federal, a prevalência de Aleitamento Materno Exclusivo (AME) foi de 41,0%
no conjunto das mesmas, sendo Belém/PA a capital com maior prevalência – 56,1%
(Brasil, 2009). Estes números são ainda menos animadores quando se considera o
número médio de dias de AME no Brasil que era de 54,1 em 2008 (data da última
pesquisa), o que está aquém do preconizado pela OMS que é de 180 dias (WHO,
2001).
Durante o processo de amamentação surgem dificuldades que
prejudicam uma boa prática do AME por parte da mãe, o que pode estimular o
desmame precoce ou levar a introdução de alimentos menos indicados aos
neonatos e lactentes. Algumas dificuldades são por parte da mãe como retorno
precoce ao trabalho, infecções por vírus HIV, depressão pós-parto, mastite, fissuras,
uso de drogas, entre outras coisas. Além disso, outras dificuldades são por parte do
bebê como dificuldade na pega, por exemplo. Neste sentido, ao se verem frente a
tais intemperes algumas mães simplesmente substituem o leite materno por outras
fontes de leite como o leite de vaca, expondo o bebê ao risco de desenvolver
alergias, alterações do trânsito intestinal e menor biodisponibilidade de ferro, sendo
o leite de vaca considerado um fator de risco independente para o desenvolvimento
de anemia carencial ferropriva (MOY RJ, 2006; CAETANO, 2010).
10

A duração do aleitamento materno também pode sofre influência das


dificuldades vividas neste processo. Segundo estudo realizado em um hospital
municipal de São Paulo que atende usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), as
mães que apresentaram alguma dificuldade na amamentação tiveram, em média,
menor tempo de aleitamento exclusivo (ROCCI, FERNANDES, 2014).
Com o objetivo de reduzir a mortalidade infantil e incentivar o
aleitamento materno algumas estratégias se mostram bem promissoras e são as
principais iniciativas do Ministério da Saúde, como os Bancos de Leite Humano,
presentes em várias cidades do Brasil. No Pará existe, desde 1987, o Banco de
Leite Humano da Santa Casa, que é um dos maiores do país. Em 2013 este banco
de leite, segundo relatório da instituição, atendeu cerca de 900 bebês internados na
Santa Casa do Pará, sendo os recém-nascidos prematuros os principais
beneficiados. A instituição trabalha desde a coleta até a distribuição do leite,
passando pela preparação deste através do processo de pasteurização e
armazenamento adequado feito em potes de vidro
11

2 HISTÓRIA DO ALEITAMENTO MATERNO

O Aleitamento Materno é uma prática existente há milênios. O


conhecimento científico de seus benefícios à mãe e ao bebê e o conhecimento dos
valores nutricionais de tal alimento não eram o foco dessa prática.
Na década de 60 foi possível perceber o desmame precoce nas
classes sociais o que promoveu sérias consequências para a vida de muitas
crianças. O número de mortalidade e morbidade infantil cresceu principalmente na
classe mais pobre. Doenças como diarreia, infecções respiratórias e desnutrição
foram frequentes devido a não prática da amamentação ou o desmame precoce.
Muitos fatores (PALMER, 1988) podem ser apontados como
responsáveis pelo desmame precoce que assolou o mundo nos séculos XIX, XX e
continuam presentes neste século: o movimento higienista introduziu rotinas
hospitalares de separação impeditivas do início do aleitamento natural ao
nascimento, o uso de berços, a limpeza dos mamilos, os horários fixos e a abolição
das mamadas noturnas; o empoderamento dos médicos nos cuidados com as
crianças, com suas crenças que o hábito de amamentar debilitava a saúde das
mães; a desvalorização do saber das mulheres que levou à perda dos
conhecimentos sobre a posição e a pega no seio; a revolução industrial com a
entrada em massa das mulheres no mercado de trabalho; e o avanço das
estratégias de marketing das empresas de alimentos infantis que incentivavam o uso
da alimentação artificial.
A amamentação passou a ter crescente substituição pelo leite artificial.
O marketing é até os tempos atuais, forte incentivador.
O apoio de profissionais de saúde com benefícios próprios diante do
incentivo ao alimento artificial foi por anos presente em muitos países. Outros
profissionais, além de pediatras, têm sido envolvidos com brindes, presentes e
patrocínios, como por exemplo, os fonoaudiólogos e os nutricionistas, e novas
formas de marketing estão surgindo, como os anúncios pela internet, CDs e DVDs,
jornais eletrônicos, boletins, etc. (Ministério da Saúde, 2009).
A partir da década de 70 os estudos em relação aos benefícios do leite
materno tomaram rumos, principalmente no que se referia aos valores nutricionais e
imunológicos. As descobertas científicas como consequência das investigações,
12

ampliaram os conhecimentos podendo mostrar melhorias no crescimento e


desenvolvimento infantil.
O leite humano é muito mais do que um simples conjunto de nutrientes
pela sua complexidade biológica é uma substância viva ativamente protetora e
imunomoduladora. O resultado mais evidente é a menor morbimortalidade em
crianças amamentadas ao seio em comparação com os alimentos artificialmente,
com impacto particularmente dramático com comunidades pobres. (LEÃO, 1998).
No Brasil, os incentivos ao aleitamento materno passaram a ter
participação da Sociedade Brasileira de Pediatria por meio de muitas divulgações.
Os profissionais de saúde passaram a conhecer os efeitos benéficos do leite
humano. As mães iniciaram práticas com auxílio, apoio, incentivos desses
profissionais que passaram a defender a prática do aleitamento.
Aos poucos, com a constante divulgação de palestras, conferências e
com a realização de encontros, a princípio com a participação de pediatras,
inúmeros outros profissionais começam a se reunir aos médicos para lutar em
defesa da lactação natural. Começam a aparecer muitos trabalhos escritos por
enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais, colaborando e dando
importante contribuição ao desenvolvimento destas atividades. No final da década
de 70, aos poucos, o governo começa a participar, principalmente depois de uma
primeira reunião ocorrida em Brasília, por volta de 1979, patrocinada pela OPAS e
com a participação da Unicef, em que profissionais de toda América Latina vieram
discutir as questões do aleitamento materno (REGO, 2009).
Os problemas relacionados à amamentação no contexto da
alimentação infantil são muito antigos. Talvez o aleitamento artificial seja tão antigo
quanto a história da civilização humana. Isso se evidencia pela grande quantidade
de crianças abandonadas em instituições de caridade, ao longo de vários séculos e
durante tempos economicamente difíceis, como já se verifica na Antiguidade.
No Brasil, existem relatos dos séculos XVI e XVII, imprecisos e
contraditórios, ao tratar dos antigos Tupinambás. Os filhos das indígenas eram
amamentados durante um ano e meio e, neste período, eram transportados em
pedaços de pano conhecidos por typoia ou typyia. Mesmo se as mulheres tivessem
que trabalhar nas roças, não largavam seus filhos: carregavam as crianças nas
costas ou encaixavam-nas nos quadris. Do mesmo modo que os animais, as índias
nutriam e defendiam seus filhos de todos os perigos. Se soubessem que o bebê
13

tinha mamado em outra mulher, não sossegavam enquanto a criança não colocasse
para fora todo o leite estranho.
Acredita-se que todas as mães da Antiguidade amamentaram. Desde
as histórias de deusas mitológicas até as camponesas foram retratadas
amamentando seus filhos. Até mesmo Maria, mãe de Cristo, o alimentou com leite
materno. Naqueles tempos, a amamentação simbolizava a dedicação da mãe para
com seu filho, uma graça considerada “divina”. Era uma atividade vivida de forma
coletiva, com uma rede de mulheres se apoiando no ato de alimentar os bebês.
E como ainda era considerada uma relação íntima, a amamentação era
restrita a apenas mães e filhos. Mesmo as grandes damas gregas, que reservavam
todos os demais cuidados para uma servente ou escrava, amamentavam em sua
maioria. Mas pouco tempo depois isso mudou, especialmente quando a história
chega às romanas.
Seus filhos eram amamentados por uma nutriz, quase sempre escrava.
E a razão é puramente paternalista: as mulheres precisavam estar prontas logo para
uma nova gravidez e a amamentação tomavam muito do seu tempo. E para manter
essa tradição, até médicos apoiavam esse modelo.
Há registros de um médico que viveu no século II depois de Cristo,
chamado Soranos, onde afirma que o leite materno é o melhor alimento para a
criança, desde que seja amamentada por outra mulher e não a mãe que a carregou
na barriga. O médico chega a definir um modelo “ideal” de nutriz, cuja descrição
pode ser encontrada em outros documentos da história da amamentação até o
século XIX.
Mais tarde, com o crescimento das cidades e a posição de prestígio
das ricas famílias burguesas, a amamentação continuava sendo vista como uma
tarefa para uma empregada e não um hábito à altura das senhoras nobres. A elas,
seus filhos deviam apenas respeito e uma relação distante.
Enquanto bebês, as crianças eram amamentadas por camponesas
pobres e, na maioria das vezes, tinham que morar com elas no campo, enquanto
seus pais viviam a rotina luxuosa na cidade. E após o desmame, eram enviados
para instituições de ensino longe de casa ou criados por governantas.
No final do século XVIII, até as famílias mais modestas entregam seus
filhos a nutrizes. Mas a razão é a Revolução Industrial, que levava as mulheres para
o trabalho nas fábricas e ocupa o tempo que elas teriam para amamentar. A
14

amamentação vira uma profissão para muitas mulheres, que têm pouco para
sobreviver. É a partir daí que a indústria da nutriz começa a se firmar como um
importante elo da sociedade e, logo, passa a sofrer desconfianças.
Com a pobreza acentuada, como essas mulheres poderiam cuidar bem
dos filhos da nobreza? Por isso, no século XIX, a nutriz passa a ser contratada para
ficar na casa da família. A mudança também serve para garantir a qualidade do leite,
de uma mulher bem tratada, porém domesticada.

2. 1 A mamadeira

No início do século XX, quando o leite pasteurizado se torna


adequado para o ser humano, especialistas começam a testar essa nova fonte de
alimento em bebês, com inclusão de farinhas e outros engrossantes. Com isso, a
mamadeira abala a “indústria da nutriz”, com a necessidade apenas do “produto” e
não mais do corpo da mulher. Não é preciso mais que a criança mame no peito de
uma estranha, mas apenas que o seu leite seja oferecido na mamadeira.
É graças à mamadeira que os médicos veem a chance de estudar a
quantidade e a qualidade do leite que a criança precisa, em diferentes idades. E
toda essa “ciência” inicia os mitos que nos cercam até hoje:  não pode dar mais de
seis mamadas por dia, limitadas há quinze minutos cada, com intervalos regulares e
à noite, seis a oito horas de repouso total, entre outras recomendações. Não demora
muito para os produtos para a alimentação artificial de bebês se firmarem com um
dos principais elos da indústria farmacêutica no século XX. 
Apesar de listarem os “benefícios” do leite em mamadeiras, os médicos
continuavam a lembrar que o leite materno é o melhor alimento para o recém-
nascido. Chegam a afirmar que a mulher tem poder de escolha, mas investem alto
no marketing dos seus produtos, cada vez mais modernos. As fórmulas lácteas
começam a ser reconhecidas como um substituto seguro (e controlável) ao leite
materno.
Nas casas de parto, as mulheres se vêem influenciadas pelos
costumes de cada parteira. Algumas incentivam a amamentação, outras já
recomendam a mamadeira. Mas de qualquer forma, ao voltar para casa, se veem
sozinhas, sem informações de como amamentar. Apelar para as práticas
15

mamadeiras se torna comum. E logo chegamos ao feminismo. Os movimentos que


tomaram força nos anos 1970, com a pílula anticoncepcional e a liberdade sexual,
desqualificam a amamentação, como um cuidado materno vergonhoso.
Com a indústria farmacêutica oferecendo versões cada vez mais
“completas” de leite artificial e o colocando como um sinal de prestígio entre as
mulheres dos grandes centros urbanos, a amamentação continua a se restringir às
mulheres mais pobres. Essa desvalorização foi direcionada pelo estilo de vida e não
pela saúde.
Mas logo estudos começam a descobrir o poder do leite materno na
redução da mortalidade infantil, entre muitos outros benefícios, que o qualificam
como um alimento único. Porém, mesmo em tendo em vista os benefícios do
aleitamento, o número de mulheres que trabalham fora não pára de crescer. Como
amamentar um bebê, com pouco tempo de licença-maternidade e ainda correndo o
risco de ser demitida?
É a realidade que vivemos hoje. Mesmo as mulheres que têm seis
meses de licença ainda enfrentam dificuldades com falta de apoio em continuar com
o aleitamento até os dois anos ou mais da criança, uma recomendação clara da
Organização Mundial da Saúde (OMS).
16

3 AMAMENTAÇÃO

Muito se tem discutido sobre a importância e as vantagens do


aleitamento materno para o bebê e também para a mãe, mas pouco tem acontecido
na prática. O ato de amamentar é natural e se constitui na melhor forma de
alimentar, proteger e amar o recém-nascido. É um processo fisiológico, natural, logo,
precisa ser mais divulgado para que as mães aprendam, dando assim, uma melhor
proteção ao mesmo.
O que o Ministério da Saúde preconiza é que a amamentação seja
exclusiva até seis meses, e, somente depois deste período seja complementado
com suplementos, menciona ainda se possível, a manutenção do aleitamento até o
segundo ano de vida da criança (BRASIL, 2007).
O leite materno é fundamental para a saúde da criança, devido sua
composição, disponibilidade de nutrientes e por seu teor em substâncias
imunoativas. Além de o fator alimentar, favorece a relação afetiva mãe-filho e o
desenvolvimento da criança, do ponto de vista cognitivo e psicomotor (BRASIL,
2001).
Apesar do consenso de que o aleitamento materno ser a forma ideal de
alimentar a criança pequena, esta prática no Brasil está muito aquém do
recomendado pela Organização Mundial de Saúde (BRASIL, 2001).
De acordo com Rea (2003), nos anos 80 vários estudos demonstraram
que se as atividades de aleitamento fossem multisetoriadas e bem gerenciadas,
levariam a um aumento na prática de amamentação.
A literatura revela a suscetibilidade do comportamento materno de
aleitamento em relação a eventos externos. Como mencionado que nas décadas de
50 a 70, houve um grande incentivo ao uso de leite em pó, a duração do aleitamento
caiu marcadamente em vários países Mais recentemente, campanhas de incentivo à
amamentação e de valorização do leite materno resultaram em uma reversão nas
tendências de queda Apesar destas mudanças, o aleitamento materno em nosso
meio permanece marcadamente inferior às recomendações internacionais, o que
reforça a necessidade de se continuar estimulando a amamentação nos primeiros
meses de vida. (OLINTO; VICTORA; BARROS; GUIMARÃES, 2002)
O Brasil tem legislação específica para proteger o aleitamento materno,
o objetivo desta Norma é contribuir para a adequada nutrição dos lactentes e das
17

crianças de primeira infância por intermédio da regulamentação da promoção


comercial e orientações do uso apropriado dos alimentos para lactantes e crianças
de primeira infância, bem como do uso de mamadeiras, bicos, chupetas e protetores
de mamilo; proteção e incentivo ao aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis
meses de vida; e proteção e incentivo à continuidade do aleitamento materno até os
dois anos de idade, após a introdução de novos alimentos na dieta dos lactentes
(BRASIL, 2000, p. 103).
Pretende contribuir para a adequada nutrição dos lactentes e das
crianças de primeira infância por meio dos seguintes meios: regulamentação da
promoção comercial e do uso apropriado dos alimentos para lactentes e crianças de
primeira infância, bem como do uso de mamadeiras, bicos e chupetas; proteção e
incentivo ao aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 (seis) meses de idade; e
proteção e incentivo à continuidade do aleitamento materno até os 2 (dois) anos de
idade após a introdução de novos alimentos na dieta dos lactentes e das crianças de
primeira infância (BRASIL, 2002).
A Lei 11.770, sancionada em setembro de 2008, estabelece a licença
maternidade de seis meses, sem prejuízo do emprego e do salário, para as
funcionárias públicas federais, ficando a critério dos estados, municípios e empresas
privadas a adoção desta Lei (BRASIL, 2008).
A amamentação é o alimento da criança que desde os seus primeiros
anos influencia em toda sua vida. O aleitamento é um importante componente de
uma boa alimentação infantil (BRASIL, 2002).
As crianças que são amamentadas têm um melhor estado imunológico
e nutricional, favorecendo a uma menor frequência de adoecimento, assim, elas
necessitam de menores hospitalizações, atendimentos médicos, uso de
medicamentos, fazendo com que os pais faltem menos ao trabalho, resultando em
benefício ao bebê, à sua família e a toda sociedade (GIUGLIANI, 2000).
Segundo Chaves et al., (2007) a introdução de outros líquidos além do
leite materno nesta faixa etária não só é desnecessária (pois crianças amamentadas
exclusivamente não necessitam receber água adicional), como às vezes prejudicial.
Esse processo pode levar à diminuição da frequência e intensidade de sucção,
reduzindo a produção de leite materno.
Há também o risco de infecções pela contaminação de mamadeiras ou
dos próprios alimentos. Além disso, alimentação precoce utilizando certos tipos de
18

alimentos, como cereais ou vegetais, podem interferir na absorção de ferro,


causando deficiência. Riscos a longo prazo, como obesidade, hipertensão,
arteriosclerose e alergia alimentar, também podem estar associados com a
introdução de alimentos ao desmame.
O leite materno oferece inúmeros benefícios para saúde da criança,
pois é um alimento completo, que contém todos os subsídios apropriados para o
organismo do bebê, contendo muitas substâncias nutritivas e de defesa que não se
encontraria em outro tipo de leite artificial ou de vaca. É por esses motivos e muitos
outros que o aleitamento materno é tão recomendado para crescimento e
desenvolvimento das crianças. O aleitamento materno é importante para que a
saúde e desenvolvimento da criança e também fortalece os laços afetivos (BRASIL,
2007).
A amamentação constitui um dos pilares fundamentais para a
promoção da saúde das crianças em todo o mundo, e oferece vantagens para a mãe
e para o bebê. É um aliado importante na redução dos índices de mortalidade
infantil, proporciona melhoras nos indicadores de desenvolvimento cognitivo e
psicomotor, diminui a probabilidade de processos alérgicos e gastrintestinais nos
primeiros meses de vida do bebê, favorece o adequado desenvolvimento das
estruturas faciais, entre outros benefícios (NASCIMENTO & ISSLER, 2003). Para a
mãe, reduz a probabilidade de câncer de mama e ovário, involução uterina mais
rápida, diminuição do sangramento uterino pós-parto, perda de peso ganho durante
a gravidez, proteção contra anemia (GIUGLIANE & VICTÓRIA, 2000).
O aleitamento materno, ainda que seja um ato absolutamente biológico
e natural para a mulher, não é de todo instintivo, havendo a necessidade de ser
aprendido e estimulado. Muitas são as dificuldades e adversidades que interferem
na hora da mãe amamentar (OLIVEIRA, PATEL & FONSECA, 2004).

3.1 A Necessidade do Incentivo ao Aleitamento Materno

A promoção ao aleitamento materno deve ser iniciada na rede básica,


tão logo a gestação seja detectada. Segundo Oliveira et al. (2001) a gestação é uma
etapa chave para a promoção do aleitamento materno, pois é nesse período que a
19

maioria das mulheres define os padrões de alimentação que espera praticar com
seu filho.
O procedimento e a prática do aleitamento, embora de simplicidade
fisiológica, requerem um conjunto de condições interacionais entre a mãe e o bebê
(SILVA, 2004a).
É de relevância haver promoção do aleitamento materno, pois é uma
atuação com o compromisso de informar as mulheres dos benefícios da
amamentação, das desvantagens do uso de leites não humanos e devem ser
aconselhadas tudo quanto se refere aos procedimentos da amamentação, para
aumentar a sua capacidade e confiança (HORTA, 2007).
Existem vários métodos admissíveis de impactuar o aleitamento
materno na sociedade. Da mesma maneira uma política de saúde alentando o
aleitamento materno, com o auxílio dos profissionais de saúde, tem mostrado uma
influência positiva nos padrões de aleitamento materno (ARAÚJO et al., 2003a).
Uma outra maneira efetiva de promover o aleitamento materno é
através das visitas domiciliares pós-parto. Neste momento as mães encontram
dificuldades para amamentar e não podem contar com a ajuda dos profissionais do
hospital, o que leva muitas vezes ao desmame precoce devido à falta de informação
e orientação adequada. Certamente as visitas domiciliares pós-parto não
representam uma ideia nova como promoção ao aleitamento e materno (OPAS,
2001)
De acordo com França et.al, (2007, p.14 ), as campanhas que se
caracterizam em atos, incentivos e promoções para informar as mães sobre os
benefícios da amamentação são admiráveis e devem ser excitadas. Contudo,
algumas ações podem colaborar expressivamente para acrescentar maior prazo ao
tempo em que a lactante for amamentar seu bebê.
É manifestada a obrigação de habilitação do profissional de saúde para
agir na proteção e no auxílio da promoção e incentivo do aleitamento numa forma
que supere as questões biológicas, envolvendo a mãe em todas as suas extensões
de se sentir realizada como mãe e mulher. Visando com isso potencializar a atuação
a orientação da arte de amamentar (ARAUJO, et al, 2007).
Como o leite materno é um produto natural com qualidade indiscutível
e nutricionalmente inigualável, os profissionais de saúde devem dar uma ênfase
maior ao ato de amamentar (VENÂNCIO, 2003).
20

Venâncio (2003) destacou que fatores que entusiasmam as mães a


optarem não escolherem a amamentação. Entre estes fatores estão as práticas
hospitalares inadequadas, marketing de indústrias de alimentos substitutos do leite
materno, mudança da estrutura social acarretando o trabalho materno fora do lar e
falta de informação e orientação.
A adesão da mãe ao aleitamento materno para o seu nenê é um
trabalho essencial de promoção à saúde, que deve ser trabalhada por todos os
profissionais das equipes de saúde dada a relevância dos benefícios que esta
medida pode levar à família e não apenas a criança.
O Ministério da Saúde (BRASIL, 2009, p. 11) destaca que amamentar
é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve interação profunda
entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua
habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento
cognitivo e emocional, além de ter implicações na saúde física e psíquica da mãe.
A preocupação com a ocorrência do desmame precoce em nossa área
de abrangência parece não se diferir muito da realidade encontrada no Brasil, já que
esse número vem aumentando em larga escala chegando a alcançar índices
bastante preocupantes. No Brasil, menos da metade das crianças são amamentadas
até os 12 meses de idade e apenas ¼ é amamentada na faixa etária entre 18 e 23
meses (MARTINS; GIGLIANI, 2012).
Martin e Gigliani (2012, p. 70), em estudo realizado sobre desmame
precoce evidenciaram pontos de partida para a não ocorrência do desmame e
mencionam que de todas as variáveis explicativas e testadas apenas cinco se
mostraram associadas com esse desfecho: coabitação dos pais, permanência da
mãe com a criança em casa nos primeiras 6 meses, uso de chupetas e idades de
introdução de outro leite e de chás e/ou água na alimentação da criança.
O aleitamento materno, além de aumentar o vínculo mãe/filho, contribui
para diminuir os riscos e agravos à saúde do recém nascido e existem confirmações
em trabalhos desenvolvidos pelas equipes de saúde, que o aleitamento materno
exclusivo até os seis meses e complementado até os dois anos, protege contra
doenças, entre elas estão a diarréia, infecções gastrointestinais e outros sintomas de
morbidade infantil.
O trabalho de conscientização das gestantes e puérperas quanto à
importância do aleitamento materno cabe a todos os profissionais das equipes de
21

saúde da família, mas o enfermeiro tem uma missão ainda mais detalhada, já que
além de elaborar planos de ações, o mesmo deve executá-los, supervisioná-los e
ainda adequá-los no decorrer do seu desenvolvimento. Cabe ao enfermeiro
acompanhar dedicadamente as gestantes desde o início da gravidez e se estender
até o período de puerpério, realizando inclusive, a visita domiciliar no puerpério
imediato, prestando uma assistência mais eficaz e incentivando de perto o
aleitamento materno. Isto porque muitas mães desistem de amamentar desde os
primeiros dias de vida do RN (BERNARDI; GAMA; VITOLO, 2011).
Os profissionais de saúde devem estar conscientes de que suas
práticas poderão ser grandes auxiliadoras no processo de incentivo ao aleitamento
materno, mas o que deve atentar é a forma com que irá desempenhar seu papel,
visto que é importante suas visitas domiciliares no puerpério imediato, além de
observar o estado físico da puérpera e do RN. É importante dar espaço para a
criação do vínculo onde a mãe sinta-se à vontade para expor seus anseios e
dificuldades, estabelecendo assim um elo entre ambos e uma promoção à saúde
mais efetiva (BATISTA; FARIAS; MELO, 2013).

3.2 A descisão de Amamentar

O pré-natal é o período de importância para sensibilizar e preparar a


futura mamãe para o ato de amamentar. O incentivo, a promoção e o apoio a
lactação são fundamentais para a concretização de tal prática. Essas ações não
devem partir apenas dos profissionais de saúde. É importante a participação da
família e dos amigos. Porém, por mais que todos esses auxílios se façam presentes
e em todas as fases de uma gestação e lactação, a decisão de amamentar é
manifestada pela mulher.
Todos os cuidados e atenção prestados a nutriz devem existir e o
quanto antes, mas a amamentação é uma ação única, que compete à mamãe.
De acordo com (LEÃO, 1998) a decisão de amamentar é construída a
partir das vivências da mãe e da relação com os conceitos e experiências de sua
cultura e tradição, traduzidas em atitudes e opiniões com relação à amamentação.
Na história recente, a amamentação tem sido vivida predominantemente com um
fardo e atualmente passa a ser mais desejada. Uma das questões que se coloca é
se as mulheres na realidade estão sendo socialmente condicionadas ao querer.
22

Nos tempos de hoje a mulher tem uma série de tarefas, ocupações que
a divide e a obrigada a priorizar algumas ações ou atitudes. Há leis que protegem a
mulher e beneficiam a lactação. A licença maternidade permite, a depender da
instituição, quatro ou seis meses para o aleitamento materno.
Nós profissionais de saúde somos responsáveis pela transmissão das
informações e conhecimentos de modo a sensibilizar a futura mamãe ainda gestante
e de forma bastante ética, sabendo ouvir e entender sempre que preciso. Durante o
período do pré-natal temos muitas oportunidades para abordarmos o tema
aleitamento materno. É importante que se inicie desde então. É possível envolver
outros profissionais e os familiares.
De acordo com (Manual de Aleitamento Materno, 2008)
acontecimentos ligados às práticas hospitalares durante o parto, no período do pós-
parto imediato e durante a estada da mãe e do bebé no hospital podem influenciar
positiva ou negativamente o estabelecimento da lactação e a duração do
aleitamento materno. Aqueles fatores por si só, ou em interação uns com os outros,
podem contribuir para o sucesso ou, pelo contrário, pôr em perigo a amamentação.
Chegar ao puerpério consciente, sensibilizada e determinada à prática
da amamentação só trará benefícios a ambos. Lembrando que a presença da
enfermagem deve acontecer sempre que necessário ou solicitado, visto que as
dúvidas podem surgir mesmo com todo o preparo prévio e decisão mantida para a
amamentação. E o fato de insucessos com gestações anteriores não indicam
insucessos sempre.

3.3 Período de Amamentação

Segundo Corrêa; Monteiro; Soeiro (2003), iniciar o aleitamento


materno na primeira meia hora após o nascimento é importante porque: mantém o
bebê aquecido, estabiliza a respiração e a frequência cardíaca; propicia que mãe e
filho se conheçam e estabeleça vínculo; o bebê aprende a mamar de maneira mais
eficiente; beneficia, em especial, o bebê de baixo peso, que corre mais risco de
morrer e necessita de mais apoio para realizar uma sucção efetiva; ajuda na
prevenção da hemorragia pós-parto; aumenta a duração do aleitamento materno; o
colostro é a primeira imunização do recém-nascido.
23

O tempo médio de amamentação exclusiva foi entre 12 e 30 dias.


Comparando esses dados com o que o Ministério da Saúde preconiza que a
amamentação seja exclusiva até os seis meses, e, somente depois deste período
complementado com outro tipo de alimento e, se possível, mantido até o segundo
ano de vida (BRASIL, 2007).
O Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde (OMS)
recomendam o aleitamento materno exclusivo até 6 meses e a continuidade até os
dois anos de idade, pois é a estratégia que isoladamente mais previne mortes em
crianças menores de cinco anos (BRASIL, 2007).
Entre outras Organizações Mundiais da Saúde e o UNICEF também
preconizam que o aleitamento parcial se prolongue até os dois anos de idade, ao
passo que, no presente estudo, apenas 23% das crianças eram amamentadas aos
12 meses (OLINTO; VICTORA; BARROS; GUIMARÃES, 2002).
De acordo com Giugliani (2000), a amamentação deve ser iniciada de
preferência na primeira hora após o nascimento, sendo que pode acontecer de o
bebê não ter uma sucção espontânea antes de 45 minutos a 2 horas após seu
nascimento, porém o contato imediato entre mãe e bebê é muito importante e está
associado com maior duração da amamentação, melhor controle de temperatura e
menos choro do recém-nascido, níveis mais altos de glicose e maior vínculo entre
estes.
Absorvidos com o desmame precoce e suas graves implicações para a
saúde e o estado nutricional das crianças, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) organizaram uma reunião
internacional, em 1979, para tratar da alimentação de lactente e crianças de primeira
infância (VENÂNCIO, 2003).
Os recém-nascidos de baixo peso possuem uma amamentação
característica por um período de tempo menor que os nascidos a termo, pelo fato
de proporcionarem problemas de amamentar e também pelo fato dos profissionais
da área da saúde achar melhor a iniciação de alimentos completares precocemente
(CHAVES et al., 2007).
Embora o leite materno não supra mais as necessidades nutricionais
da criança a partir do sexto mês, ele ainda atua como importante fonte de nutrientes,
protetor imunológico, e contra a morbimortalidade (SPYRIDES et al., 2005).
24

Com bases em evidências científicas e enfatizado pela Organização


Mundial da Saúde (OMS) recomenda-se a prática da amamentação exclusiva por
seis meses e a manutenção do Aleitamento Materno (AM) acrescido de alimentos
complementares até os dois anos de vida ou mais (MICHAELSEN, 2008).
No entanto, existem inúmeros fatores envolvidos na dificuldade em
amamentar ou na interrupção precoce da amamentação, entre eles o
desconhecimento das mães sobre o aleitamento materno, além dos aspectos
sociais, políticos e culturais que condicionam a amamentação. Assim sendo “... a
mulher precisa ser assistida e amparada para que possa desempenhar a bom termo
o seu novo papel social, o de mulher-mãe-nutriz” (ALMEIDA 2004, p. 121).
25

4 DIFICULDADES DO ALEITAMENTO MATERNO

O insucesso para a amamentação nos primeiros dias de vida do


recém-nascido está diretamente relacionada as dificuldades comumente presentes
nas primeiras semanas do puerpério. A fase de adaptação para o bebê e a família,
em especial a mamãe é uma situação da qual todos irão vivenciar. E ter consciência
deste processo natural é importante para o desempenho dos sucessos desejados.
De acordo com SCHMITZ (2000), especialmente nos primeiros dias
após o parto (do primeiro ao 15° dia aproximadamente) quando o processo de
amamentação e o ritmo das mamadas se apresentam ainda instáveis, surgem
alguns problemas que podem ser solucionados com medidas simples. Este período
requer paciência, firmeza e, acima de tudo, conhecimento da fisiologia da lactação,
tanto por parte do profissional de saúde como da nutriz. Este conhecimento é uma
condição essencial para que a nutriz encare o fenômeno como passageiro e persista
amamentando.
Entre as dificuldades que impossibilitam a amamentação está o
ingurgitamento mamário. As mamas apresentam-se cheias de leite. É um processo
natural.
Segundo o Ministério da Saúde, (2003) a apojadura (descida do
leite) normalmente ocorre entre o 2o e o 5o dias após o nascimento do bebê e toda
mãe deve ser orientada sobre a necessidade de se ordenhar o leite para auxiliar no
esvaziamento da mama. Esse procedimento visa a diminuir o desconforto do
ingurgitamento mamário e o risco de aparecimento de mastite.
O ato de esvaziar as mamas sempre que estiverem muito cheias
antes das mamadas previne complicações e proporciona uma melhor condição da
pega para a criança. Quando excessivamente cheias causam dor, desconforto,
edemas, às vezes essas mamas ficam avermelhadas, além de aumento da
temperatura corporal. Tais sinais e sintomas se persistirem após 24 horas podem
levar a mastite.
A mastite é a inflamação das mamas causada pelo excesso de leite
que não é extraído, não é retirado das mamas causando os sintomas já citados no
ingurgitamento. Seu tratamento requer mais atenção.
As rachaduras ou fissuras também são muito frequentes,
manifestam-se através do rompimento da pele. A pega incorreta é a causa mais
26

comum nos primeiros dias do puerpério. Cuidados como manter as mamas secas,
não usar cremes ou pomadas também ajudam a prevenir as rachaduras.
A assistência prestada pela enfermagem desde o pré-natal e
principalmente, durante o puerpério, leva a identificação precoce dos riscos do
insucesso da lactação.
De acordo com Figueiredo (2003), vários fatores podem atrapalhar a
nutriz no aleitamento materno, como ausência de um modelo para seguir, receber
informações incorretas, conviver com pessoas que não acreditam na amamentação,
desconhecer as causas do choro do bebê, preocupação com a estética,
amamentação como um ato doloroso, baixa autoconfiança pelo desempenho
materno, confiar mais em leites artificiais do que no próprio leite, entre muitas outras
coisas.
Estudos realizados por Tamez (2002), aponta a idade da mãe, a
aceitação da gravidez, a prática em amamentação, os problemas com a mama e o
mamilo, o acesso ao leite artificial, a exposição a substitutos do leite materno, a
orientação dos profissionais de saúde, os tabus alimentares, e a falta de
conhecimento dos valores nutricionais do leite materno como fatores críticos
relacionados à dificuldade inicial no estabelecimento da amamentação.
Segundo Oliveira, Patel e Fonseca (2004), a dificuldade que mais
atrapalha no processo de amamentação são as cólicas, dor nos mamilos, seguida
pelo ingurgitamento mamário, posicionamento do recém-nascido ao seio materno,
além da crença de possuir leite fraco.
Entre as ações criadas para promover o Aleitamento Materno pode-
se incluir a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), foi idealizada em 1990 pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), e pelo Fundo das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF), para promover, proteger e apoiar o aleitamento materno,
destacando-se entre os dez passos para o sucesso do aleitamento materno. O
objetivo é mobilizar os funcionários dos estabelecimentos de saúde para que mudem
condutas e rotinas responsáveis pelos elevados índices de desmame precoce. Em
1992, o Ministério da Saúde e o Grupo de Defesa da Saúde da Criança, com o apoio
do UNICEF e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), deram os
primeiros passos.
No Brasil há 335 Hospitais Amigo da Criança, sendo que na região
norte são 21 hospitais e no estado do Tocantins são dois hospitais. Sendo eles:
27

Hospital e Maternidade Dona Regina, Hospital Regional de Augustinópolis. O


Hospital Materno Infantil Tia Dedé está em processo de validação desde o ano de
2012.
Outra ação criada para promover o Aleitamento Materno é o Dia
Mundial da Amamentação, que foi criado em 1 de Agosto de 1992, pela Aliança
Mundial de Ação próamamentação (World Alliance for Breastfeeding Action –
WABA), com o objetivo de combater a desnutrição infantil promovendo a
amamentação natural e possibilitar a criação de bancos de leite para crianças que
não têm condições de serem amamentadas por sua mãe.
A amamentação é um conjunto complexo de ações resultante de um
processo estimativo e avaliativo, vivenciado pela mulher que amamenta, no decorrer
de sua experiência concreta de amamentar. Um processo cognitivo/emocional que
envolve os conhecimentos e habilidades maternas sobre ações de amamentação,
mas, também envolve as suas percepções acerca de sentimentos provocados pela
experiência de amamentar, confrontado com suas expectativas, convivências
familiares, ou seja, toda sorte de interações que envolvem a mulher e seu filho
(SILVA, 1997).

4.1 Contribuição do enfermeiro e demais profissionais em saúde

O processo da amamentação, embora de aparente simplicidade,


requer um complexo conjunto de condições interacionais no contexto social da
mulher e seu filho (SILVA, 2004a).
Assim, só a informação ou educação, não basta de per si, para que
as mulheres tenham sucesso em sua experiência de amamentar, ou fiquem
motivadas em fazê-lo. É preciso dar condições concretas para que mães e bebês
vivenciem este processo de forma prazerosa (SILVA, 2004a).
Segundo Santos e Pezzi (2006) a informação não valida a ação, pois
a informação não constitui essencialmente noção ou saber; tomar conhecimento não
significa praticar, a decisão em tomar decisões significa necessariamente realizar a
ação.
Compete ao agente profissional na área de saúde, que está
habilitado a informar a mãe sobre o aleitamento exercer com propriedade a
28

orientação, incentivando, sem desrespeitar as questões culturais e preceitos


relacionados à alimentação (BASSICHETTO, et. al, 2008).
Alguns estudos realizados mostram que apesar de campanhas
sociais e os profissionais que atuam na área de saúde incentivarem o aleitamento,
há mães que ainda não o praticam. Há também alguns profissionais que acabam
recomendando o uso de fórmulas artificiais, favorecendo assim ao aumento do
índice de desmame precoce (FALEIROS et al., 2006)
Estudos enfatizam que o desincentivo pelo aleitamento é principiado
durante a gestação, quando a mulher se encontra em situações diferentes da
habitual, isso a torna mais sensível e suscetível frente às pressões da família, dos
profissionais de saúde e amigos quanto a sua capacidade de amamentar, como
também a mãe pode estar em conflito consigo mesma em relação à questão em
amamentar ou não, passando com isso facilmente perder a confiança e a
autoestima, estando muito propensa a oferecer a mamadeira ao seu filho (TAKUSHI,
2008).
O incentivo para que as mães amamentem devem ser empregados
com intuito de incentivar o aleitamento materno para que se diminua a taxa de
desmame precoce e também para que haja uma melhora na qualidade de alimentos
complementares destinados às crianças, pois nesta idade é imprescindível a
presença de nutrientes essenciais para uma boa saúde física e mental (SILVEIRA e
LAMOUNIER, 2004).
Induzir o aleitamento é uma grande provocação para o profissional
de enfermagem uma vez que se encontra com um processo no qual não foi
qualificado, e que exige desenvoltura para agir (ARAUJO, 2007).
O profissional enfermeiro é considerado apto a dar informações no
acompanhamento de gestantes com baixo risco obstétrico, sendo atribuídas a ele
inúmeras ações como: solicitações de exames; abertura do Sistema de Informação
de Saúde (SIS); realização de exame obstétrico; encaminhamentos necessários;
preparo para o parto; orientações sobre os cuidados com o recémnascido e sobre o
AM; vacinação; e também a promoção de vínculo entre mãe e bebê (MENDES,
2008)
No período da gestação, os conhecimentos fornecidos à futura
mamãe são importantes para uma gestação mais benéfica. Segundo Ramos (2003),
assim como para a alimentação, principalmente nos dias imediatos ao nascimento,
29

que sempre são difíceis por causa da novidade a que a mulher se descobre, com o
fato de passar a ser mãe, considerando também a situação de desconforto ou ainda
o surgimento de fissuras no seio; esses fatores juntamente à falta de incentivo à
prática do aleitamento podem se tornar um agravante para o desmame precoce e
prejudicar no estado nutricional da criança.
Os profissionais de enfermagem devem encontrar, conjuntamente
com as mães, formas de superação das dificuldades vivenciadas, evitando o uso de
linguagem e comunicação rígidas, que as façam se sentir culpadas quando muitas
vezes não dispõem de suporte para amamentar (ICHISATO, 2002).
30

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mediante o estudo realizado podemos concluir que, a amamentação


efetiva nos primeiros dias do recém-nascido é uma ação que vai atuar positivamente
para o bebê e a mamãe. Prevenindo muitas doenças que levam a morbidade e
mortalidade de nossas crianças.
A intervenção da enfermagem diante das dúvidas e dificuldades
deve existir, desde a maternidade com uma atuação ainda mais efetiva e continuada
através das visitas domiciliares. Identificar precocemente e promover soluções são o
grande dever e desafio de nós enfermeiros.
Acredita-se que uma maior sensibilização e comprometimento por
parte de todas as categorias que está direta e indiretamente assistindo a gestante e
a puérpera possa trazer melhorias nos índices ainda elevados de mortes infantis.
Assim como maior humanização em todas as assistências prestadas. Lembrando
sempre que a vontade e decisão da mulher devem ser respeitadas.
É de extrema necessidade que haja incentivo para o aleitamento
materno, haja vista a relevância dos benefícios que o leite materno propicia à
criança e o ato de amamentar também a mãe
Ressalto a importância de uma melhor promoção e incentivo por
parte dos órgãos responsáveis. As campanhas governamentais e também os
incentivos dados dentro das unidades de saúde pelos profissionais enfermeiros são
de grande importância pois passam informações que a mãe, em especial aquela que
vivencia a sua primeira gestação, por vezes, não recebe informações condizentes
para esclarecer sobre suas dúvidas quanto a questão amamentação.
A decisão em amamentar, é baseada nas prioridades identificadas e
estabelecidas pela mulher, tendendo ao atendimento das necessidades da criança,
quando a mulher atribui a elas maior importância que as necessidades maternas.
O enfermeiro, no cumprimento de sua missão de acompanhar e
informar pode contribuir para o incentivo do aleitamento materno, pois o mesmo
tendo a oportunidade de estar cuidando da paciente, acompanhando-a durante os
momentos em que se encontra na companhia da gestante, poderá e incentivar as
mães para o aleitamento materno e auxiliar nos esclarecimentos, incentivando e
ajudando-a entender a importância do ato de amamentar. Passando a ser visto
31

como um importante viabilizador das recomendações relacionadas à amamentação,


sendo parte integrante de equipes multiprofissionais.
A junção dos esforços dos profissionais de enfermagem em conjunto
com as promoções de incentivos governamentais para promover o aleitamento
materno, em conscientizar gestantes e lactantes que o aleitamento materno é
essencial até os seis meses de idade e de preferência até os 2 anos de vida, de
acordo com a recomendação da OMS, será beneficiado a cada vez mais se tais
promoções e incentivos se intensificarem e adquirirem um caráter de
responsabilidade social e humanitário, sendo reconhecido e efetivamente praticado
pelas mulheres e mães do Brasil.
O aleitamento materno é um fenômeno natural, mas que precisa ser
acompanhado afim de que seu sucesso seja garantido. O conhecimento dos
detalhes que envolvem o processo de amamentação permite aos profissionais a ele
ligados (médicos, enfermeiros, assistentes sociais, etc) uma melhor compreensão do
binômio mãe-filho, de suas necessidades e seus medos, bem como da melhor forma
de intervir em caso de alterações neste processo (VOLPINI e MOURA, 2005).
Segundo Carvalho et al. (2013, p. 249) é importante que a equipe de
saúde compartilhe os conhecimentos sobre o Aleitamento Materno, visando à
continuidade deste processo e assim garantir um desenvolvimento satisfatório para
o neonato e sua progenitora. Neste sentido, conhecer os detalhes deste binômio
ultrapassa os limites do local de atuação da equipe de saúde, sendo fundamental
saber as características sociais, econômicas e culturais da população ali assistida.
Conhecimentos corretos sobre aspectos relevantes ao aleitamento
materno contribuem significativamente para o sucesso desse processo, porém esse
fato isoladamente não determinará que a prática de amamentação seja realizada
com plena eficácia. Muitas vezes, os serviços e os profissionais de saúde enfatizam
o aspecto biológico da amamentação, em detrimento de questões singulares da
mulher, que podem incluir tanto emoções positivas quanto negativas em relação ao
ato de amamentar.
Portanto, é de fundamental importância que não se generalize a
capacidade de amamentar, sem que antes se considerem as variáveis do contexto a
que está inserida. Para que a mulher possa assumir com mais segurança o papel de
mãe e de provedora do alimento de seu filho, ela precisa se sentir adequadamente
assistida nas suas dúvidas e dificuldades.
32

Uma maneira de otimizar o aleitamento na Unidade Conjunto


Intermediária Neonatal, seria a de dar competência a profissionais de saúde,
especificamente aos enfermeiros para que ajam como motivadores dessa prática e
permaneçam capazes a apresentar apoio às mães que estão em período de
amamentar.
No entanto, é necessária a presença de profissionais e que estes
sejam treinados para auxiliar as mães a prevenir ou superar dificuldades, fazendo
com que não ocorra a introdução precoce de alimentos complementares que sejam
deletérios à saúde do bebê, exceto quando tal introdução se faça necessária e seja
feita a partir de uma indicação médica.
Por fim, sugere-se aos profissionais da área da saúde: oferecer
ajuda às gestantes quanto às suas dificuldades; informar que se deve iniciar o
aleitamento o mais rápido possível, incentivando o aleitamento materno exclusivo,
alertando-as sobre os riscos de fórmulas industrializadas, chupetas, mamadeiras;
falar sobre a relação entre a amamentação e a contracepção e sobre a correta
técnica de posição no ato da amamentação, melhor forma de posicionar mama e
bebê, entre outras.
33

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