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DESENVOLVIMENTO DE CARTILHA SOBRE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NA

TERCEIRA IDADE
Camila Britez1, Heloisa Marcon1, Kamila Carvalho1 , Nataly Miranda1, Zahraa Youssef1,
Andreia Klier2 Flora Miranda3.

INTRODUÇÃO

Atualmente, 14,3% da população brasileira é composta por idosos e estima-se que


esta proporção dobre nas próximas duas décadas. O aumento acelerado da população idosa
provoca, de imediato, reforço da carga de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), o
que demonstra um grande desafio ao sistema de saúde, com a exigência de maior ênfase e
investimentos em ações de promoção e prevenção da saúde. (GOMES, et al, 2018).
O comprometimento gradual do olfato e paladar, levam os idosos a perder o interesse
por doces e salgados. A produção da saliva também é afetada e aparecem problemas no
processo de mastigação e deglutição, que causam um significativo impacto na quantidade e
na qualidade da ingestão dos alimentos (SCHULER; 2020).
Nessa circunstância, o estado nutricional revela uma importante função na qualidade
de vida e saúde da população. Por um lado, a obesidade estabeleceu-se como agravo
nutricional associado a alta incidência de DCNT, entre elas doenças cardiovasculares, câncer
e diabetes, influenciando assim, no perfil de morbimortalidade das populações. Por outro lado,
especificamente no grupo etário de idosos, a desnutrição apresenta-se fortemente associada
ao momento da incapacidade funcional, aumento do número de internações, diminuição da
qualidade de vida, maior susceptibilidade às infecções e, aumento da mortalidade. (DA SILVA,
INGRID, et al, 2016).
Sendo assim, esse projeto visa desenvolver uma cartilha sobre a ingestão alimentar
da população idosa, para que haja uma melhoria na qualidade de vida e diminuição das
doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), a fim de promover uma alimentação mais
nutritiva e específica para esta população

MATERIAL E MÉTODOS

Para a realização da cartilha, foi realizada revisão de literatura através de um levantamento


___________
1
Acadêmicos do Curso de Nutrição do Centro Universitário Comunitário União das AméricasDescomplica, Foz
do Iguaçu, Paraná.
2
Mentor. Nutricionista do Hospital Nossa Senhora de Fátima, Missal, Paraná. Formada na Uniamérica.
3
Docente de Nutrição do Centro Universitário Uniamérica Descomplica. Mestre em Tecnologia de Alimentos pela
UTFPR.

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Utilizou-se para a busca as seguintes palavras chaves: envelhecimento, alimentação e saúde.
Foram selecionados 10 artigos. Ao final do levantamento, o critério de elegibilidade dos
artigos, dissertações foram as seguintes: artigos publicados na integra e disponíveis
gratuitamente, nos idiomas inglês e português e que abordavam o tema proposto. Além da
pesquisa nessas bases de dados foram pesquisados documentos oficiais envolvendo
políticas de saúde do idoso e sites abordando a temática.

Figura 1. Capa da cartilha sobre Alimentação responsável na terceira idade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A velhice é uma etapa natural da vida e mais que isso, envelhecer é um direito
personalíssimo do ser humano e a sua proteção, um direito social, ou seja são direitos
adquiridos a partir do nascimento, sendo inalienáveis, como é estabelecido no art. 8” do
estado do idoso (SILVA; 2016).
O envelhecimento necessita de cuidados específicos, principalmente no que diz
respeito à saúde, pois o corpo de um idoso não possui a mesma resistência que o corpo de
um jovem no aspecto biológico, o que o torna propicio a adoecer (GOMES; 2018).
A educação nutricional deve um processo ativo, lúdico, interativo que contribui para
que o indivíduo possa atuar nas mudanças de atitudes e das suas práticas alimentares. Exige
também atenção especial da própria pessoa idosa e dos familiares, que terão de assumir
atitudes que contribuam na promoção da saúde e mais qualidade de vida. Entre essas

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atitudes, está a alimentação saudável e a prática regular de atividades físicas, por exemplo,
são medidas importantes que auxiliam um envelhecimento ativo, mantendo o corpo e a mente
em equilíbrio (SCHULER; 2020).
Para envelhecer com disposição física e mental, como também em todas as fases da
vida, a alimentação ser variada e equilibrada, referenciada pela cultura alimentar, harmônica
em quantidade e qualidade, naturalmente colorida e segura do ponto de vista da higiene. Com
o envelhecimento, a nutrição torna-se especialmente importante, em função das modificações
sensoriais, gastrintestinais, metabólicas, neurológicas, desenvolvimento de doenças crônico-
degenerativas, que interferem diretamente no consumo de alimentos (MARTINS et al; 2016).
Logo a dieta para as pessoas idosas deve ser balanceada, para isso é fundamental
seguir alguns preceitos: ingerir substâncias de forma balanceada, obtendo energia proteína,
vitaminas , minerais e fibras necessárias: procurar manter um peso saudável, para evitar
riscos de desenvolver pressão alta, doenças cardíacas, infarto, alguns tipos de canceres e
diabetes: ter uma dieta pobre em gordura saturada e colesterol: consumir grande quantidade
de vegetais, frutas e grãos: limitar a ingestão de gordura: reduzir o consumo de açúcar e
doces, pois são ricos em calorias e pobre em nutrientes: restringir o uso de sal e sódio,
amenizando os riscos de desenvolver hipertensão e evitar o consumo de bebidas alcoólicas,
que podem causar efeitos indesejáveis ao organismo (SCHULER; VIEIRA; 2016).
Assim, visando melhores condições de saúde voltadas para o idoso, foi promulgada
em 1999, anterior à promulgação do estatuto do idoso, a portaria que estabelece a política
nacional de saúde da pessoa idosa. Essa foi mais uma grande conquista para a população
idosa no que diz respeito a saúde, pois fundamenta as ações de saúde na atenção integral à
população idosa e aquela em processo de envelhecimento, de acordo com o que é
estabelecido na lei orgânica da saúde, assegurando os direitos desta parcela da população
(KUWAE et al; 2015).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A orientação nutricional assume um papel primordial na promoção de saúde do idoso,


uma vez que a alimentação auxilia na manutenção do corpo/saúde e na prevenção de
anomalias, ou seja, a atenção especial nos indicadores nutricionais reduz complicações de
vitalidade e promove um envelhecimento exitoso. É esperado que a partir da cartilha essas
informações possam ser úteis para os profissionais da saúde que atendem esse grupo etário,
aos próprios idosos e que possam contribuir para a melhoria de qualidade de alimentação das
pessoas idosas.

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AGRADECIMENTOS

O desenvolvimento deste trabalho, contou com a ajuda da professora orientadora flora


Miranda, que durante alguns meses, nos acompanha, dando todo o auxílio necessário para a
elaboração do projeto. A nossa mentora, nutricionista Andreia Klier, que sempre esteve à
disposição nos dando suporte e encorajamento. A todos que participaram das pesquisas, pela
colaboração e disposição no processo de obtenção de dados.

REFERÊNCIAS

BERNARDI, A. P; et al. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e


Emagrecimento. São Paulo. V.11. n.64. p,224-231. Jul. / ago. 2017.

FILIPE, E; et al. Qualidade de vida e nutrição em idosos participantes de centros de


conveniência. Revista Baiana Saúde Pública, São Paulo, v.40, n. 1,p. 156-168 .jan-
mar.2016.

GOMES, Ana. Padrões Alimentares De Idosos E Seus Determinantes: Estudo De


Base Populacional No Sul Do Brasil. Creative Commons. Pelotas. 1999 – 2007.
Outubro, 2018.

KUWAE; C; A; et al. Concepção de alimentação saudável entre idosos na


Universidade Aberta da Terceira Idade da UERJ: normas nutricionais, normas do
corpo e normas do cotidiano. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia; 18:
(3); July-Sep 2015.

MARTINS M. V; et al. Consumo alimentar de idosos e sua associação com o estado


nutricional; Hospital Universitário Revista, Juiz de Fora, v. 42, n. 2, p. 125-131,
jul./ago. 2016.

OLIVEIRA H. C. C., et al. Alimentação e Nutrição dos Idosos: uma Revisão


Bibliográfica. Congresso Internacional De Enfermagem, 1(1); 2017.

PASSA; D; et al. Alimentação e doenças crônicas não transmissíveis em idosos


participantes de um grupo da terceira idade; Revista Uniabeu; 2016.

SCHULER, A. C; VIEIRA; P. Alimentação saudável e Educação Nutricional Na


Terceira Idade. Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição e Emagrecimento; São
Paulo, v. 14, n. 84, p. 105 – 110. Jan./Fev. 2020.

SILVA, I; et al. Estado nutricional de idosos no Brasil: uma abordagem multinível.


Cadernos de saúde pública; 32(5); 2016.

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