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CENTRO TERRITORIAL VALE MÉDIO RIO DE CONTAS

ROBÉRIO RIBEIRO
THAYS SANTOS

OBESIDADE INFANTIL: E O IMPACTO DO APELO PUBLICITÁRIO NO


CONSUMO ALIMENTAR

IPIAÚ
2019
ROBÉRIO RIBEIRO
THAYS SANTOS

OBESIDADE INFANTIL: E O IMPACTO DO APELO PUBLICITÁRIO NO


CONSUMO ALIMENTAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Centro Territorial Vale Médio Rio de Contas-
CETEP como um dos requisitos para obtenção do
título de técnicos em Alimentos.

Orientador: Prof.ª Noélia Gabriel dos Santos


Medrado

IPIAÚ
2019
AGRADECIMENTO

A Deus pоr minha vida, família е amigos.


Ao CETEP, o corpo docente, direção е administração qυе oportunizaram а
janela qυе hoje vislumbro um horizonte superior, eivado pеlа acendrada confiança
no mérito е ética aqui presentes.
Aos meus pais Antonio Ribeiro dos Santos e Maria da Paz dos Santos
Almeida, pelo amor, incentivo, paciência е apoio incondicional.
Aos meus primos em especial Idilene Souza Almeida, me ajudou muito
psicologicamente para continuar a seguir com minha vida, te amo.
Aos meus colegas que se tornaram grandes amigos, que levarei para a vida
toda.
Há uma pessoa em especial que me incentivou muito, infelizmente ela não
está mais entre nós, Taíze Figueiredo, você me incentivou a entrar no curso,
escolheu o curso, você me ajudou de muitas formas possíveis, onde quer que você
esteja, saiba que sempre te amarei.
A todos qυе diretamente оυ indiretamente fizeram parte da minha formação, о
mеυ muito obrigado.
ROBÉRIO
AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus por ter me fortalecido ao ponto de superar as dificuldades


e também por toda saúde que me deu e que permitiu alcançar esta etapa tão
importante da minha vida.
A este colégio e a toda sua direção eu deixo uma palavra de agradecimento
por todo ambiente inspirador e pela oportunidade de concluir este curso.
Aos professores eu agradeço a orientação incansável, o empenho e a
confiança que ajudaram a tornar possível este sonho tão especial.
À minha família e amigos que nunca desistiram de mim e sempre me
ofereceram amor eu deixo uma palavra e uma promessa de gratidão eterna.
A todas as pessoas que de alguma forma fizeram parte do meu percurso eu
agradeço com todo meu coração.
THAYS
RESUMO

Com as mudanças nos hábitos alimentares das crianças e o surgimento do novo perfil
consumidor infantil, as indústrias alimentícias aumentaram suas propagandas e seu
marketing, voltadas para produtos infantis. Este estudo busca analisar a influência das
propagandas alimentícias nas crianças e sua relação com a obesidade infantil. Visa
conhecer a legislação vigente no Brasil acerca do assunto, sob a ótica da publicidade.
Todavia, muitos quesitos da legislação já são observados com a finalidade de não serem
oferecidas denúncias ao órgão responsável pela regulamentação da propaganda no Brasil.
A avaliação das informações mostrou que a presente legislação vigente no Brasil sobre a
veiculação de anúncios publicitários com alto teor calórico, ricos em gordura, sódio e açúcar
dirigidos ao público infantil, por vezes, não é cumprida por parte das empresas, contribuindo
assim, de forma direta para a elevação das taxas de sobrepeso e obesidade infantil. Trata-
se de uma pesquisa bibliográfica com delineamento exploratório e natureza qualitativa. Este
trabalho foi realizado apoiando-se nas concepções de MOURA (2010), ALMEIDA (2002),
RIBEIRO (2008), SANTOS (2007) entre outros. Foi verificado influência da mídia, através
das embalagens dos produtos e comerciais passados na televisão, o estado nutricional da
maioria foi diagnosticado com eutrofia, e uma minoria com Obesidade, as crianças
apresentaram um entendimento sobre alimentação saudável, mas mesmo diante das
informações dos malefícios do consumo de alimentos ultra processados a crianças
apresentaram preferência por estes alimentos não saudáveis.

Palavras-chave: Leis. Obesidade Infantil. Publicidade de alimentos. Propaganda alimentar.


ABSTRACT

With the changes in children's eating habits and the emergence of the new consumer profile,
the food industry has increased its advertising and marketing, aimed at children's products.
This study aims to analyze the influence of food advertising on children and its relation with
childhood obesity. It aims to know the legislation in force in Brazil on the subject, from the
perspective of advertising. However, many aspects of the legislation are already observed in
order not to be offered complaints to the agency responsible for regulating advertising in
Brazil. The evaluation of the information showed that the current legislation in Brazil on the
commercialization of advertisements with high calorie content, high in fat, sodium and sugar
directed at the children's public, is sometimes not fulfilled by the companies, thus
contributing, in direct way to raise rates of overweight and childhood obesity. This is a
bibliographical research with exploratory design and qualitative nature. This work was carried
out based on the conceptions of MOURA (2010), ALMEIDA (2002), RIBEIRO (2008),
SANTOS (2007) and others. It was verified the influence of the media, through the packaging
of products and commercials passed on television, the nutritional status of the majority was
diagnosed with eutrophy, and a minority with Obesity, children presented an understanding
about healthy eating, but even in the face of information of the harms of the consumption of
processed foods to children showed preference for these unhealthy foods.

Keywords: Laws. Child obesity. Food advertising. Food advertising.


SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8

2.0 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 10

2.1 A CRIANÇA E PUBLICIDADE DE ACORDO COM A LEI ................................. 10

3.0 INFLUÊNCIAS DA PROPAGANDA NA ALIMENTAÇÃO INFANTIL ................ 13

3.1 O DESENVOLVIMENTO DOS HÁBITOS ALIMENTARES NA INFÂNCIA ........ 13

3.2 CRIANÇA E TELEVISÃO: A INFLUÊNCIA DAS PROPAGANDAS NAS

ESCOLHAS ALIMENTARES. ................................................................................. 14

3.2.1 EMBALAGENS DIRECIONADAS ÀS CRIANÇAS ........................................... 15

3.2.2 LANCHES ACOMPANHADOS DE BRINDES ................................................. 15

3.3 MAIS TEMPO EM FRENTE À TV: CONSUMO DE ALIMENTOS

ULTRAPROCESSADOS E SEDENTARISMO. ....................................................... 16

4.0 A PUBLICIDADE DE ALIMENTOS E A OBESIDADE INFANTIL ..................... 17

4.1 QUALIDADE DOS ALIMENTOS ANUNCIADOS NA TELEVISÃO .................. 18

4.2 OBESIDADE INFANTIL .................................................................................... 19

5.0 CONCLUSÃO ................................................................................................... 20

6. 0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 21

7.0 CRONOGRAMA ................................................................................................ 22


8

1.0 INTRODUÇÃO

O presente estudo mostra à temática obesidade infantil: e o impacto do apelo


publicitário no consumo alimentar. A obesidade infantil é considerada um dos
desafios para a saúde pública na atualidade. A partir dessa temática, tem-se intuito
de entender a relação que há entre este tipo de propaganda, seu público-alvo e a
obesidade infantil.
Os fabricantes e comerciantes de alimentos direcionados ao público infantil,
através da veiculação excessiva de publicidade nos meios de comunicação,
transformam as crianças em alvos de suas estratégias para vender cada vez mais.
Por conta disso, uma preocupação, que até então só existia em países europeus e
norte-americanos, tomou conta do Brasil nas últimas décadas.
Nesse sentido, justifica-se a realização deste estudo pela necessidade de
entender de que maneira a veiculação de propagandas alimentícias nas diversas
mídias podem influenciar as crianças e contribuir para a obesidade infantil. Este
trabalho se justifica, ainda, pelo fato de pais, educadores e profissionais da área de
desenvolvimento infantil brasileiros estar preocupados com a proporção a que
chegou o consumo de alimentos não saudáveis pelas crianças e buscarem o
entendimento sobre a relação deste fator com a publicidade exposta na mídia. Este
estudo contribui, com o mercado publicitário no sentido de fazer entender o que a
legislação permite e/ou proíbe que seja veiculado às crianças.
O problema de pesquisa fundamenta-se nos fatos descritos acima e faz-se os
seguintes questionamentos: Como a propaganda influencia nas escolhas
alimentares das crianças, e como essas escolhas podem ter impacto direto no
ganho de peso entre o público infantil, visto que, as crianças ainda estão em fase de
crescimento e amadurecimento quanto aos hábitos alimentares? A falta de
informação dos pais é comprovadamente uma das questões que mantém ao
consumo de alimentos não saudáveis? A veiculação midiática de propagandas de
alimentos não saudáveis às crianças tem relação direta ou indireta com a obesidade
infantil?
Existe a hipótese de que, por estarem na condição de indivíduos vulneráveis,
as crianças estão mais suscetíveis ao apelo publicitário que os adultos, pela sua
9

falta de discernimento sobre algumas mensagens. Sabendo disso, os anunciantes


desdobram-se para ser cada vez mais convincentes e criativos com a finalidade de
atingir seu público-alvo, tornando-o consumidor de seus produtos.
O objetivo geral deste trabalho é analisar a publicidade alimentícia dirigida às
crianças e sua relação com a obesidade infantil. Para alcançar o objetivo geral deste
trabalho, foram traçados os seguintes objetivos específicos: entender a legislação
vigente sobre publicidade infantil; conhecer as relações entre obesidade infantil e
publicidade de alimentos não saudáveis; falar sobre a importância de uma
alimentação saudável, explicando sobre nutrientes, grupos de alimentos e lanches
saudáveis.
A metodologia adotada neste trabalho é uma pesquisa bibliográfica, na qual a
abordagem é do tipo qualitativo com método dedutivo. Foi realizada através de
revisões de literatura, livros, publicações de artigos acadêmicos e científicos que
fizeram referência ao tema proposto. Foram feitas consultas a diferentes fontes
bibliográficas dos principais autores que versam sobre a temática em questão como:
MOURA (2010), ALMEIDA (2002), RIBEIRO (2008), SANTOS (2007) entre outros.
Espera-se entender mais sobre o assunto proposto e contribuir tecnicamente
e socialmente com os interessados nessa temática. A leitura deste estudo com
certeza não esgotará a matéria abordada, mas trará uma luz ao já bem discutido
tema, cuja solução está longe de ser alcançada, mas vem na atualidade sendo foco
de grandes estudos.
10

2.0 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A CRIANÇA E PUBLICIDADE DE ACORDO COM A LEI

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), na legislação brasileira da Lei


nº 8.069 de 1990 que dispõe sobre a proteção integral à criança e adolescente,
define criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescentes aquela entre doze e dezoito anos de idade.
A Convecção sobre os Direitos da Criança, decreto nº 99.710/90, “considera
criança todo ser humano com menos de dezoito anos de idade, a não ser que, em
conformidade com a lei aplicável à criança, a maioridade seja alcançada antes”
(BRASIL, 1990).
Segundo Santos (2007) “o apelo publicitário e a exposição constante de
produtos estão no dia-a-dia da criança que, ainda estar em processo de
desenvolvimento, requer cuidado e orientação com relação ao consumo de tais
produtos”. Sendo garantido por lei segundo o Art. 227 da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988 que diz, “é dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação [...].” (BRASIL, 1988)
A lei do Código de Defesa do Consumidor (CDC) proíbe que o fornecedor
determine condições desfavoráveis na hora da compra, protegendo o direito de livre
escolha do consumidor ao adquirir um produto, sem ser induzido a adquirir outro. As
empresas que anunciam e vendem lanches com brinquedos direcionados às
crianças, violam todos os direitos legais e, assim devem ser fiscalizados e punidos
pelos órgãos responsáveis, protegendo a criança, em seus aspectos moral, psíquico
e físico.
Apesar das proteções segundo as legislações e de princípios éticos pregados
pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) no país,
muitas vezes não são cumpridas algumas normas, com distorções na forma como
são compreendidas e interpretadas, impossibilitando mudanças realmente
necessárias para um resultado satisfatório. Muitas vezes o julgamento da
propaganda só é feito depois que ela foi veiculada, permitindo que os efeitos do
anúncio sejam manifestados (CAVALCANTI, 2010).
11

Em 2001 foi criado o projeto de Lei nº 5.921, que proíbe a publicidade dirigida
ao público de até 12 anos de idade e regulamenta a publicidade dirigida aos
adolescentes, a fim de determinar forma mais precisas e exatas do que é ou não
permitido na venda de produtos direcionados ao público infantil. Em julho de 2008, o
substitutivo mais específico e detalhado desse projeto foi aprovado pela Comissão
de Defesa do Consumidor, da Câmara de Deputados em Brasília. A lei proposta
proíbe qualquer tipo de publicidade dirigida ao público infantil, vetando promoções
com distribuição de brindes colecionáveis prêmios e o uso de imagens animadas,
desenhos e atuação das crianças ou artistas com apelo ao público infantil.
Conforme KARAGEORGIADIS, (2014)

O sucesso na venda dos chamados “combos infantis” não depende apenas


da oferta dos brinquedos, mas da estratégia de marketing desenvolvida
pelas empresas ao anunciar os produtos seduzindo as crianças, sendo
definida pela lei como abusiva, aproveitando de sua ingenuidade,
oferecendo-lhes produtos e serviços ( KARAGEORGIADIS,2014, p.29).

A publicidade é uma técnica usada pelas empresas para fazer com que as
crianças consumam seus produtos pobres em nutrientes e ricos em açúcar, sal e
gordura. Com a consciência de que doenças como a obesidade podem acontecer
ainda mais facilmente, especialistas têm sugerido que a propaganda desses
alimentos ruins seja menos atrativa, assim tornando as escolhas saudáveis mais
fáceis.
Os hábitos alimentares estão em constantes mudanças e a indústria de
alimentos processados vem ganhando destaque cada vez mais, onde os alimentos
prontos passam a substituir com mais frequência a comida tradicional. Sabe-se que
esses hábitos se desenvolvem na infância, e que a probabilidade de uma criança
obesa se tornar um adulto obeso é muito grande.
A publicidade de alimentos faz parte da realidade da criança, que vive em
uma sociedade onde os hábitos alimentares estão mudando, com produtos
processados de fácil acesso sendo ofertados a todos momento através dos meios
eletrônicos. A criança é um ser humano em formação, portanto, mais vulnerável às
práticas desleais de marketing, tornando-se a principal vítima dos apelos
publicitários. O crescimento demasiado do consumo de alimentos processados,
juntamente com o apelo da publicidade influenciam consideravelmente os
12

consumidores nas suas decisões de compra, interferindo significativamente na rotina


alimentar.

2.2 PUBLICIDADE NUTRICIONAL

No dia a dia corrido, o consumo de alimentos industrializados é cada vez


maior, devido à praticidade e conveniência. Com isso, a indústria alimentícia se
desenvolveu de maneira considerável, apresentando como ferramenta básica,
investimentos de técnicas de processamento e marketing, além de várias pesquisas
para conhecer as novas necessidades do consumidor, sendo fundamental a
satisfação dos mesmos.
De acordo o INSTITUTO ( 2015) “considera-se no marketing nutricional, a
necessidade fisiológica de se alimentar, ou de saciar o prazer em se adquirir
determinado gênero alimentício”. Assim, a aquisição de um produto vai ao encontro
de satisfazer uma necessidade já instalada.
De acordo com o Ministério da Saúde, a televisão é o meio de comunicação
que desperta sensações, emoções e alegrias. O que ocorre é que, com o grande
tempo de exposição a este tipo de mídia as crianças também se encantam por
produtos divulgados nos intervalos ou propagandas. É um dos veículos de
comunicação mais populares na sociedade brasileira, presente hoje em mais de
98% dos domicílios.
Apresenta ao telespectador um amplo leque de possibilidades de sensações
expressas através do mundo de fantasia e de informações sobre diversos povos,
comportamentos e culturas. “A televisão é uma janela para o mundo e também uma
janela sobre o sujeito”( VILLLAGELIN,2018). A publicidade cria uma comunicação
entre os produtos e o consumidor, colocando as indústrias sobre as melhores
estratégias que possam atrair o cliente. Hoje se considera que as crianças são os
maiores consumidores do mercado.
No Brasil, as crianças ficam expostas por longas horas diante da televisão,
assistindo a repetidos filmes de poucos segundos que incentivam a ingestão de
alimentos altamente energéticos, industrializados, refinados, deficientes em fibras e
micronutrientes e com quantidades elevadas de sódio, gorduras saturadas,
colesterol e corantes artificiais. Proibir propagandas em um segmento como o
alimentício é muito complicado, pois nem todos os produtos são prejudiciais.
13

3.0 INFLUÊNCIAS DA PROPAGANDA NA ALIMENTAÇÃO INFANTIL

3.1 O DESENVOLVIMENTO DOS HÁBITOS ALIMENTARES NA INFÂNCIA

Na literatura são encontradas diversas definições para padrão alimentar,


podendo ser definido como grupos ou conjuntos de alimentos consumidos por certa
população. O padrão alimentar é definido como o conjunto de hábitos relativos ao
consumo de bebidas e alimentos que são influenciados pelo ambiente, religião ou
cultura. Segundo Castro (2012) “define o padrão alimentar como a descrição da
quantidade e os tipos de bebidas e alimentos consumidos, em média, ao longo do
tempo”. Enquanto os hábitos alimentares são as formas com as quais os indivíduos
consomem, utilizam e selecionam os alimentos disponíveis (LEMOS; DALLA
COSTA, 2005).
O alimento é necessário em todas as etapas da vida de uma pessoa,
tornando-se essencial para o seu desenvolvimento, mas, é importante destacar que
a infância é considerada uma fase marcante por apresentar diversas mudanças, é
um período importante, pois, nessa fase ocorre maior influência nos hábitos e
comportamentos alimentares. De acordo com Kamil (2013) “é nessa etapa na vida
da criança que os hábitos alimentares devem ser tratados com atenção, já que estão
sendo construídos e consolidados”. É durante a infância que o hábito alimentar se
forma, tornando o entendimento de seus fatores determinantes cruciais para o
processo educativo no que diz respeito ao estabelecimento de um padrão alimentar
saudável.
Os padrões alimentares, principalmente das crianças, vêm se modificando ao
longo do tempo, podendo estar associado aos meios de comunicação, em especial o
hábito de assistir à televisão. As crianças são expostas a mais de 40mil
propagandas anuais, sendo que 30mil são sobre alimentos, provando o
comportamento alimentar infantil e o hábito de assistir televisão ligada às compras e
consumo dos produtos anunciados.
14

3.2 CRIANÇA E TELEVISÃO: A INFLUÊNCIA DAS PROPAGANDAS NAS


ESCOLHAS ALIMENTARES.

A propaganda e a publicidade são formas que as empresas utilizam para


chamar atenção do público e encorajar o consumo dos seus produtos. A propaganda
de alimentos tem grande poder de influenciar os hábitos alimentares do público
infantil. Além de numerosas, a indústria investe pesado na divulgação de alimentos
pouco saudáveis, com altas taxas de açúcares e gorduras, grandes quantidades de
sal, bem como pobre em nutrientes, o que podem estar associados ao ganho de
peso ainda na infância.
Para as crianças, os critérios a respeito do que seria um bom alimento podem
ser afetados pelas estratégias de marketing utilizadas nos comerciais da televisão.
Elas criam conceitos a partir do que é oferecido pelo produto exposto, como:
diversão, textura, figura de seus heróis favoritos, aparência, doçura, ofertas de
brindes e magias. Tornando menos importante os valores nutricionais ligados ao
alimento e a saúde (MOURA 2010).
Os alimentos mais direcionados às crianças, com comerciais de chocolates e
biscoitos recheados, salgadinhos, fast food, iogurtes, refrescos, achocolatados,
doces, gomas e balas, cereais matinais e sobremesas. Os produtos mais
propagados são biscoitos recheados e chocolates. Normalmente “esses comerciais
utilizam elementos apelativos, voltadas para as necessidades sensoriais, sociais e
psicológicas da criança como as embalagens e brindes veiculados ao alimento
anunciado” (ALMEIDA; NASCIMENTO; QUAIOTI, 2002).
As embalagens, assim como os brindes podem exercer forte influência sobre
o comportamento das crianças na hora da compra. Assim, ao longo do tempo e de
sua evolução, elas acompanharam e contribuíram para a cultura de consumo
tornando-se um importante instrumento da publicidade.
A influência midiática está presente tanto em propagandas de televisão, como
na internet, nos supermercados e outdoors, através de estratégias como o uso de
personagens de desenhos para sensibilizar as crianças e que contribuem
significativamente para o consumo de alimentos considerados não saudáveis. Assim
sendo, essas influências está associada ao crescente aumento da taxa de
obesidade infantil, que atualmente é considerada uma epidemia mundial.
15

3.2.1 EMBALAGENS DIRECIONADAS ÀS CRIANÇAS

Para o consumidor, a embalagem é a parte visível do alimento, traduzindo a


identidade do produto e fabricante. A embalagem é o meio utilizado pelo marketing
para atingir seus objetivos e criar ligações emocionais entre a marca, o produto e o
consumidor no momento da compra. Estabelecendo a ligação entre o produto
exposto e o consumidor, ao influenciar com elementos que atraem o cliente, de
forma consciente ou inconsciente. Com o ritmo acelerado da vida moderna criou-se
um novo consumidor caracterizado principalmente pela falta de tempo. Pensando
nisso, as empresas de alimentos incorporam estratégias facilitando seu transporte e
consumo. Exemplo disso são as bebidas lácteas, refrigerantes e sucos
industrializados que são facilmente transportados nas mochilas escolares e estão
sempre prontas para o consumo pelas crianças e jovens.

3.2.2 LANCHES ACOMPANHADOS DE BRINDES

Assim como as embalagens, os brindes com o uso de personagens infantis


atraem as crianças para o consumo de alimentos normalmente inadequados para a
saúde. Normalmente, a criança acredita que o personagem de seu filme preferido ou
desenho é uma pessoa real, fazendo parte de seu cotidiano. Assim, os
personagens, principalmente de filmes e desenhos, possuem papel importante entre
as estratégias utilizadas nas propagandas que são dirigidas às crianças. Esses
personagens em forma de brinde são oferecidos às crianças de uma maneira
atrativa como brinquedos que normalmente estão acompanhados de determinado
alimento.
Além das figuras famosas dos filmes da moda e desenhos animados, as
mascotes criadas pela própria marca estabelece um vínculo com o consumidor,
sendo diretamente voltados ao público infantil. Exemplos disso é o dinossauro da
Danone, o ursinho da Nestlé, o bonequinho do Toddynho ou o tigre do Sucrilhos que
são usados como estratégias promocionais das empresas.
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3.3 MAIS TEMPO EM FRENTE À TV: CONSUMO DE ALIMENTOS


ULTRAPROCESSADOS E SEDENTARISMO.

Os produtos considerados alimentos ultra processados, são aqueles que


apresentam grandes taxas de açúcares, sal e gordura, com baixo valor nutricional,
com corantes, flavorizantes, conservantes e estabilizantes. Pela grande quantidade
de aditivos artificiais, o uso em excesso pode gerar grandes complicações à saúde,
já que a grande maioria desses alimentos industrializados não apresentam
qualidades nutricionais. Os lanches prontos para consumo, sobremesa ou petiscos,
biscoitos, pães, doces e bolos, sorvetes, bebidas açucaradas, cereais matinais,
barras de cereais, batatas fritas e os produtos prontos, são feitos para aquecer e
substituir uma refeição preparadas em casa como: pizza, macarrão instantâneo,
massa, nuggets e uma infinidade de outros produtos que surgem todos os anos nos
mercados.
A fabricação desses alimentos envolve diversas técnicas e etapas de
processamento com características predominantemente ou unicamente de
ingredientes industriais, diretamente derivados do óleo, açúcar, sal e gordura. Além
de possuir “altos níveis de aditivos em sua composição como corantes, solventes,
conservantes, adoçantes, estabilizantes, realçadores de aroma e sabor,
emulsificantes e flavorizantes”.(ZUCCHI, 2015)
Os alimentos ultra processados são facilmente acessíveis, práticos, atraentes,
podendo ser consumidos durantes os intervalos entre uma refeição e outra. O
consumo excessivo deste tipo de alimento apesar de ser prejudicial à saúde, cada
vez mais cresce no mundo todo dominando o mercado, influenciando os hábitos
alimentares. Além do consumo de alimentos ultra processados, que vem crescendo
ao longo dos anos, a presença da televisão, tablets e computadores nas residências
é aprontada como causa nas mudanças dos hábitos alimentares, principalmente
entre as crianças.
No que diz respeito ao público infantil, a criança sedentária passa muito
tempo hoje em dia na frente à TV ou computador, em comparação às crianças de
anos atrás, deixando de lado a prática de atividade física. Na intenção de evitar a
violência e insegurança das ruas, muitos pais acabam optando também por entreter
suas crianças em casa, em frente aos aparelhos eletrônicos. Essas atitudes cada
17

vez mais contribuem para o sedentarismo, que é considerado fator para a


obesidade.
A publicidade alimentícia não é, e nem deve ser considerada o único fator que
pode influenciar e guiar a rotina alimentar da criança. É quase impossível que as
crianças não entrem em contato com propagandas em algum momento de suas
vidas, já que a exposição dos pequenos à publicidade é tamanha, tornando quase
impossível evitar. Além disso, o acompanhamento dos pais e educadores,
juntamente com leis mais rigorosas pode ser crucial para que o público infantil não
se deixe influenciar pelos discursos e apelos publicitários que enaltece alimentos
calóricos.

4.0 A PUBLICIDADE DE ALIMENTOS E A OBESIDADE INFANTIL

Os hábitos, as preferências e as repulsões alimentares são determinados na


infância e permanecem até a fase adulta através de influências por agentes externos
e de acordo com o ambiente em que a criança participa e incluem os hábitos da
família, tendências sociais, âmbito escolar, mídia e doença.
Em consequência disso, a publicidade vem cada vez mais sendo focada nas
crianças, incentivando o consumo em excesso, isso é um dos fatores onde se pode
explicar o porquê das crianças estão cada vez mais desenvolvendo obesidade e
várias outras enfermidades, decorrente de uma alimentação nada saudável.
A indústria entendeu no potencial que as crianças têm como consumidora a
publicidade. O processo de comercialização voltado à infância não estão somente
focados por empresas que fabricam e/ou comercializam brinquedos, filmes e
vestuários, mas fortemente pelo segmento de produtos alimentícios.
Diante de todos estes fatos, podemos então rematar que a indústria
alimentícia tem um papel muito importante sobre a obesidade infantil. Fomentando
comerciais e publicidade, incentivando consumo de alimentos gordurosos, com alto
teor de gorduras maléficas, alimentos sem nenhum valor nutricional resultando em
maus hábitos alimentares e como consequência disso, a obesidade e o
sedentarismo. Acarretando em várias outras doenças como exemplo, Hipertensão,
Hipertrofia ventricular, Apnéia, Depressão, Diabetes do tipo 2, Infertilidade,
Catarata, Varizes. Entre outras.
18

A infância sempre foi conhecida como uma fase de grande energia, em que
as crianças brincam, corre, saltam, caem, no entanto, em pleno século XXI assiste-
se a um novo grupo de crianças: “crianças sedentárias, crianças menos saudáveis,
crianças mais propensas ao desenvolvimento de doenças, nomeadamente ao
desenvolvimento da obesidade” (Toews e Parton, 2004; Ribeiro, 2008). As crianças
em geral, são consideradas um público alvo muito influenciável aos apelos da mídia,
pois só conseguem entender o caráter convincente da mesma a partir dos 12 anos
de idade.
A publicidade interfere nos hábitos e preferências alimentares do público
infantil, principalmente por promover campanhas de propagandas por meio de
personagens de desenhos, embalagens divertidas e brindes, apelando para o
consumo de alimentos considerados não saudáveis, como os industrializados, que
são podres em nutrientes, ricos em açúcares, sódio, gorduras ruins, e que são
direcionados na maioria das vezes à primeira infância.
O excesso de publicidade de alimentos voltada para o público infantil é um
dos fatores que contribuem para o aumento da obesidade infantil. Especialistas
acreditam que uma das saídas para este problema é a regulamentação deste setor.

4.1 QUALIDADE DOS ALIMENTOS ANUNCIADOS NA TELEVISÃO

Os alimentos mais veiculados nos comerciais são os que deveriam ter os


seus consumos reduzidos, sugerindo que os tipos de alimentos exibidos nos
comerciais de televisão, bem como a sua frequência, serão ditados pelo mercado e
não por suas características nutricionais.
Os principais produtos anunciados são refrigerantes, chocolates,
hambúrgueres e bebidas para esportistas. São encontrados também, anúncios de
bala, bata-frita, biscoito, cereal, salgadinho de milho, macarrão, maionese, pão,
pipoca, pizza e sorvete. A obesidade é uma condição na qual os depósitos de
gordura são excessivos para a altura. A crescente prevalência de sobrepeso em
crianças tornou-se um problema de saúde pública alarmante.
19

4.2 OBESIDADE INFANTIL

A obesidade infantil tem se tornado um grave problema de saúde pública,


devido ao seu nível acentuado de crescimento mundial, tornando cada vez mais um
pesadelo para as crianças. A obesidade infantil trata de uma doença crônica
resultante de vários fatores, tais como inatividade física, o consumo de alimentos
industrializados e ricos em gorduras e também resulta em fatores de riscos
genéticos, endócrino , metabólico, ambientais e nutricionais.
Atualmente um dos maiores fatores contribuintes para obesidade infantil, é a
mídia, pois ela tem total poder para influenciar o público infantil, através das
promoções de diversos alimentos industrializados que trazem risco a saúde, ou por
meio de propagandas e publicidades. Aonde as crianças acabam sendo levadas a
consumir devidas as estratégias do marketing.
20

5.0 CONCLUSÃO

Conclui-se quê, após o desenvolvimento desse trabalho ficou evidente


aumento significativo da obesidade infantil no mundo nos últimos anos. Sabe-se que
a obesidade é uma grande causadora de problemas, caso de saúde publica.
Tornando-se uma das patologias nutricionais que mais tem apresentado prevalencia.
A mídia é uma grande colaboradora para diversos fatores, inclusive para o
aumento do índice de obesidade na sociedade, onde as crianças são o maior alvo
dos comerciantes através do marketing. Isso acontece muito pelas embalagens, que
trazem em seus rótulos imagens de filmes e desenhos famosos, com brindes e
propagandas, levando o consumidor a uma ilusão fora do comum, quase uma
hipnose, que o induz a comprar certos produtos altamente industrializados, sem
permitir que percebam o quanto isso fará mal a saúde de cada membro da sua
família.
Fica claro, a obrigação do estado em interver nas publicidade, quê por
muitas vezes se utilizam de práticas sujas, e infringindo leis, para anunciar alimentos
com baixo teor nutricional, se aproveitando de crianças inocentes que ainda não
possui um caráter formado.
Diante dos aspectos estudados e das evidências apresentadas, conclui-se
que a legislação existente para proibir a publicidade ilícita, inúmeras vezes, não é
respeitada, fazendo surgir a necessidade de uma fiscalização mais rígida por meio
do Estado, o qual deve adotar uma nova postura, promovendo, inclusive, ações que
estimulem hábitos mais saudáveis.
Assim, o problema da obesidade infantil vem crescendo a cada dia, tendo
como única solução a adoção de uma dieta saudável, que evitará a manifestação da
diabetes e de doenças cardíacas em crianças, e formará adultos saudáveis e felizes
com si próprios.
21

6. 0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e
dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa

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crescimento feliz e saudável. Lisboa: Livros Horizonte
22

7.0 CRONOGRAMA

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Fev. Mar. Abr. Mai. Julh.


Apresentação da disciplina TCC
Escolha do assunto e delimitação do tema
Objetivo geral e específico
Problema
Justificativa
Metodologia
Busca de Referencial Teórico, estudo e início de
elaboração da pesquisa
Leitura e pesquisa
Início da produção com o elenco de subtítulos
Construção textual e permanência da pesquisa
Produção e revisão textual
Elaboração textual da Fundamentação Teórica
Revisão de texto e conclusão da pesquisa
bibliográfica
Inicio de montagem do TCC e revisão textual
Revisão e finalização para entrega do TCC
Inicio de montagem do slide
Revisão e finalização para entrega do slide
Ensaio da oralidade para apresentação do TCC
Organização da banca examinadora
Apresentação do TCC

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