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DEFINIÇÃO

Avaliação do estado nutricional do paciente hospitalizado e ambulatorial. Necessidades


energéticas e
prescrição dietética.

PROPÓSITO
Aprender a avaliar o estado nutricional do paciente hospitalizado e em atendimento ambulatorial.

PREPARAÇÃO PRÉVIA
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos uma calculadora científica ou use a
calculadora de seu
smartphone/computador.
OBJETIVOS

MÓDULO 1

Elaborar a triagem e avaliação nutricional do paciente

MÓDULO 2

Calcular as necessidades nutricionais do paciente

MÓDULO 3

Identificar as modificações na dieta para atender as necessidades do paciente

INTRODUÇÃO
A avaliação nutricional é um processo sistemático, sendo o ponto de partida da assistência
nutricional. O
objetivo desse processo é obter informações, a fim de identificar alterações ligadas
à nutrição, e é
constituído de coleta, verificação e interpretação de dados para traçar a
intervenção nutricional mais
adequada de forma individual.

Trata-se de um processo complexo e dinâmico, realizado por meio de comparações entre os


dados obtidos e os
padrões de referência. Além da abordagem inicial, as reavaliações periódicas
devem ser consideradas para que
o estado nutricional do paciente seja monitorado e o
diagnóstico nutricional possa ser emitido, refletindo
prontamente a realidade (SBNPE;
ASBRAN, (Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral ; Associação Brasileira de
Nutrição) 2011).

O estado nutricional está diretamente ligado ao tipo de desfecho clínico que o paciente terá, seja
em ambiente
hospitalar, seja no extra-hospitalar (SBNPE, 2011). Portanto, quanto mais precoce
forem detectados os riscos
nutricionais ou a desnutrição, mais chances de um resultado
favorável.

A grande variedade de medidas nutricionais que a literatura científica disponibiliza ainda não foi
capaz de
apontar um método padrão-ouro para a determinação do estado nutricional. Todas as
medidas utilizadas na
avaliação do paciente possuem ao menos uma limitação importante; além
disso, ainda podem ser afetadas pela
patologia de base ou até mesmo por algum trauma
(SBNPE; ASBRAN, 2011). Por isso, a orientação é que seja
coletado o maior número possível de
dados, baseando-se na história dietética e clínica, no exame físico, nas
medições
antropométricas e laboratoriais (DIAS – PD, 2011).

MÓDULO 1

 Elaborar a triagem e avaliação nutricional do paciente

TRIAGEM NUTRICIONAL
A triagem nutricional é o ponto de partida para a identificação precoce de pacientes
hospitalizados com risco
nutricional. O tipo de intervenção que deve ser implementada depende
desse primeiro passo, que é a análise do
risco nutricional.

O paciente que foi classificado em risco nutricional, após ser submetido à triagem, deve ser
encaminhado para
a avaliação do estado nutricional e planejamento. Se a terapia nutricional for
instituída precocemente, a
evolução clínica do indivíduo será favorecida e terá,
consequentemente, um prognóstico mais favorável
(TEIXEIRA, 2016).

A ASBRAN (2011) recomenda que a triagem nutricional seja realizada nas primeiras 24 horas
após a internação do
paciente em nível hospitalar e na primeira consulta quando a abordagem
for ambulatorial e domiciliar. Essa
etapa deve ser rápida, e a equipe multidisciplinar de saúde
deve ser capaz de aplicá-la durante a admissão
hospitalar, desde que seja previamente treinada.
Esse processo pode ser feito pelo próprio paciente
(autoaplicado) ou por algum membro da
família.

Fonte: Shutterstock

Após a triagem, o paciente pode ser classificado em:

SEM RISCO NUTRICIONAL


Sem risco nutricional, mas deve ser reavaliado em intervalos regulares;

COM RISCO NUTRICIONAL


Com risco nutricional e necessita de avaliação do nutricionista.

Diferentes instrumentos têm sido propostos para avaliar o risco nutricional. No Brasil, não há
consenso
sobre o melhor método a ser utilizado.

Conheça, clicando abaixo, os principais instrumentos de triagem:

1- MINIAVALIAÇÃO NUTRICIONAL (MAN®)


A Miniavaliação Nutricional (MAN) é um método simples e rápido e tem como objetivo avaliar o
risco de desnutrição e a desnutrição em idosos. Ela é considerada como uma das principais
ferramentas para
avaliação nutricional de idosos por ser capaz de identificar aqueles que
poderiam se beneficiar de uma
intervenção nutricional precoce (BAUER, 2008; MERHI, 2011). A
MAN é dividida em triagem e, posteriormente,
quatro partes:

Avaliação antropométrica (índice de massa corporal – IMC);



Circunferência do braço, circunferência da panturrilha e perda de peso;


Avaliação global (perguntas relacionadas ao modo de vida, à medicação, mobilidade e aos
problemas psicológicos);


Avaliação dietética (perguntas relativas ao número de refeições, à ingestão de alimentos e aos
líquidos e à
autonomia na alimentação); e autoavaliação (autopercepção da saúde e da condição
nutricional).

A pontuação de cada parte da MAN será somada, e o resultado permitirá identificar os pacientes
idosos com
estado nutricional adequado, com risco de desnutrição ou com desnutrição.

Fonte:Shutterstock

2- AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL (SGA)


A SGA é mais uma ferramenta para diagnosticar e classificar a desnutrição. Considerado um
método simples e de baixo custo, após treinamento adequado, a SGA pode ser aplicada por
qualquer
profissional de saúde da equipe multiprofissional. Os itens do questionário focam em
questões relacionadas
à desnutrição crônica, como: percentual de perda de peso nos últimos
seis meses; modificação na
consistência dos alimentos ingeridos; sintomatologia gastrintestinal
persistente por mais de duas semanas;
presença de perda de gordura subcutânea e de edema.
A SGA também leva em consideração as alterações
funcionais que possam estar acometendo o
paciente. Após a aplicação da SGA, o paciente pode ser
classificado em: bem nutrido;
moderadamente desnutrido; gravemente desnutrido (DETSKY, 1987).

Outras condições clínicas, como cirurgia do trato gastrintestinal, câncer, hepatopatias e


pacientes
renais crônicos em hemodiálise, também têm indicação de utilização da SGA.

3- NUTRITIONAL RISK SCREENING (NRS 2002)


O NRS 2002 é recomendado pela European Society of Parenteral and Enteral Nutrition (ESPEN).
Esse instrumento é capaz de detectar a desnutrição ou o risco do paciente de desenvolvê-la no
período da
internação hospitalar. Classifica os pacientes levando em consideração o estado
nutricional e a gravidade
da doença. Os idosos recebem atenção especial no NRS2002, já que
recebem um ponto a mais caso tenham mais
de 70 anos.

O NRS 2002 inclui quatro perguntas na pré-triagem, o que é recomendada para uso em locais
com
pacientes de baixo risco. O instrumento utiliza pontuação variável entre 0 e 6. Quando o
resultado da
somatória é maior ou igual a três pontos, o paciente é classificado como “em risco
de desnutrição”. Ao
final, sugere a indicação de intervenção de nutrição para os pacientes
desnutridos (SBNPE; ASBRAN, 2011).

Fonte:Shutterstock

 ATENÇÃO

A MAN e a SGA podem ser utilizadas tanto para triagem de risco nutricional como para
avaliação
do estado nutricional; por isso, também serão citadas no item Avaliação do Estado Nutricional e
Metabólico deste Manual.

A determinação do estado nutricional do indivíduo, ou diagnóstico nutricional, é feita após a


análise de
quatro pontos básicos: dimensões corporais aferidas pela antropometria; sinais e
sintomas avaliados pelo
exame físico; perfil bioquímico e consumo alimentar. Todos estes tópicos
são apresentados a seguir
individualmente.

ANTROPOMETRIA
Antropometria é a medida do tamanho corporal e de suas proporções. É um dos indicadores
diretos do estado
nutricional e inclui medidas de peso, altura, pregas cutâneas e circunferências
de membros (LOHMAN; ROCHE;
MARTOREL, 1988). A seguir, são descritas as técnicas de
aferição das medidas e, em seguida, estratégias para
obtenção das medidas para quando não é
possível aferi-las.

Fonte:Shutterstock

FONTE: SHUTTERSTOCK PESO

PESO ATUAL (PA)


É o peso aferido na balança no dia ou em até 24 horas do atendimento.

PESO USUAL (PU)


Referido pelo paciente como sendo o seu peso “normal”. Deve ser utilizado quando não houver,
por parte do
paciente, relato de perda de peso.

PESO IDEAL (PI)


O peso ideal é definido segundo o IMC médio.

Deve ser calculado conforme mostrado a seguir:


Fonte: Shutterstock

PESO AJUSTADO (PAJUST)


Estimado a partir do peso atual (PA) e do ideal (PI)

Peso ajustado para obesidade:

Fonte: Shutterstock

Peso ajustado para desnutrição:

Fonte: Shutterstock

PESO CORRIGIDO (PCOR)


Utilizado para pacientes amputados.

PCOR =[PESO ANTES DA AMPUTAÇÃO/(100% - %AMPUTAÇÃO)] ×100)


Percentuais de peso das partes do corpo para cálculo após amputação

Membro amputado Proporção de peso (%)

Tronco sem membros 50,0

Mão 0,7

Antebraço com mão 2,3

Antebraço sem mão 1,6


Parte superior do braço 2,7

Braço inteiro 5,0

Pé 1,5

Perna abaixo do joelho com pé 5,9

Coxa 10,1

Perna inteira 16,0

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela


utilize a rolagem horizontal

 Fonte: Osterkamp, 1995.

PESO ESTIMADO (PEST)


Utilizado para os casos que são impossíveis de realizar a medida do peso e não há outras
formas
de determiná-lo.

Equações para estimativa de peso corporal.

HOMENS= (0,98 X CP) + (1,16 X AJ) + (1,73 X CB) + (0,37 X PCSE) - 81,9

MULHERES = (1,27 X CP) + (0,87 X AJ) + (0,98 X CB) + (0,4 X PCSE) - 62,35
CP - Circunferência da panturrilha (cm);

CB - Circunferência do braço (cm);

PCSE - prega cutânea subescapular (mm).

Fonte: Chumlea, 1985

PESO SECO (PSEC)


Peso corporal seco é o peso descontado de edemas. O valor a ser descontado dependerá do
local
e grau de edema apresentado pelo indivíduo. Os quadros a seguir mostram a classificação
de edema e
estimativa de correção de peso de edema/ascite.

Classificação de edema.
Edema Depressão leve (2 mm); contorno normal; associado com volume de líquido
+ intersticial >30%

Edema Depressão mais profunda (4 mm); contorno quase normal; prolonga mais que
++ edema +1

Edema Depressão profunda (6 mm); Permanece vários segundos após a pressão


+++ Edema de pele óbvio pela inspeção geral

Edema Depressão profunda (8 mm); permanece por tempo prolongado após a


++++ pressão; Inchaço evidente. Presença de sinal
de cacifo.


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

 Fonte: DNS, 2000 (Adaptado)

Estimativa de peso relativo a edema em pacientes edemaciados.

Edema Localização Excesso de peso hídrico (kg)

+ Tornozelo 1

++ Joelho 3–4

+++ Base da coxa 5–6

++++ Anasarca 10 – 12


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

 Fonte: James, 1989.

Estimativa de peso relativo à ascite em pacientes ascíticos.


Edema Peso da ascite (kg) Edema periférico (kg)

Leve 2,2 1,0

Moderado 6,0 5,0

Grave 14,0 10,0


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

 Fonte: James, 1989.

% DE PERDA PONDERAL (PP%)


Perda ponderal refere-se à porcentagem de perda de peso, tendo como base o peso usual (PU).
Nesse percentual de perda de peso, deve ser considerado o tempo em que o peso foi perdido.

PP% = (PU-PA) X 100 PU

Classificação do grau de perda ponderal segundo tempo de perda.

Tempo Perda significativa (%) Perda severa (%)

1 semana 1–2 >2

1 mês 5 >5

3 meses 7,5 >7,5

6 meses 10 >10


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

FONTE: SHUTTERSTOCK ALTURA

ALTURA AFERIDA (ALT)


É a altura aferida no dia ou em até 24 horas do atendimento.

ALTURA ESTIMADA
Pode ser estimada principalmente de acordo com os três modos apresentados a seguir.

ALTURA ESTIMADA POR EQUAÇÕES


Utiliza idade em anos e altura do joelho em centímetros

Equações de estimativa da altura pela altura do joelho e idade.

População Masculino Feminino

Crianças 64,19 – (0,04 x idd) + (2,02 x 84,88 – (0,24 x Idd) + (1,83 x


AJ) AJ)
Brancos (18 a 60 70,25 + (1,87 x AJ) – (0,06 x
71,85 + (1,88 x AJ)
anos) idd)

Negros (18 a 60 68,10 + (1,86 X AJ) – (0,06 x


73,42 + (1,79 X AJ)
anos) Idd)

64,19 – (0,04 x idd) + (2,04 x 84,88 – (0,24 x idd) + (1,83 x


Idosos
AJ) AJ)


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

 Fonte: Chumlea et al ., 1985.

Fonte:Shutterstock

ESTATURA RECUMBENTE

Para a tomada da estatura recumbente, coloque o paciente em posição supina


(deitado de costas), com o
leito em posição horizontal completa. Em seguida,
faça marcas no lençol na altura do topo da cabeça e da
base do pé (lado direito);
finalize medindo as marcas com uma fita métrica. Esse é um dos métodos
preferidos nas Unidades de Terapias Intensivas (UTI). Embora o resultado possa
ser em torno de 2% maior do
que a medida em pé, essa parece ser uma boa
opção (MARTINS, 2010).

EXTENSÃO DOS BRAÇOS

Ou envergadura do braço. Essa medida pode ser tomada com o indivíduo na


horizontal, aferindo a distância
entre os dáctilos maiores. No caso de utilizar a
semienvergadura do braço (medir da incisura jugular do
esterno ao dáctilo maior
de qualquer um dos braços), multiplicar o valor por dois.

FONTE: SHUTTERSTOCK ÍNDICE DE MASSA


CORPORAL (IMC)

O IMC é determinado pela relação entre peso e altura quadrática do indivíduo.

IMC = PESO (KG)/ALTURA²


Clique nas abas abaixo e conheça a classificação do IMC para:

IDOSOS
Classificação do índice de massa corporal para idosos.

IMC Estado nutricional

< 22 Baixo peso

22 a 27 Eutrófico

> 27 Sobrepeso

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela


utilize a rolagem horizontal

 Fonte: Lipschitz, 1994.

ADULTOS

Classificação do índice de massa corporal para adultos.

IMC Estado nutricional

≥40 Obesidade grau III

35,00 a 39,99 Obesidade grau II

30,0 a 34,99 Obesidade grau I

25,00 a 29,99 Sobrepeso

18,50 a 24,99 Eutrófico (normal)

17,00 a 18,49 Magreza grau I

16,00 a 16,99 Magreza grau II


<16,00 Magreza grau III

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela


utilize a rolagem horizontal

 Fonte: Lipschitz, 1994.

CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA (CC)

A circunferência da cintura é um bom indicador de risco cardiovascular. Porém, deve-se dar


atenção ao seu uso devido às interferências em sua medida, ocasionadas por visceromegalias ou
ascite/edema.

Classificação e risco de complicações metabólicas associadas à circunferência


abdominal.

  Sem risco Risco moderado Alto risco

Homem <94 cm 94 a 102 cm >102 cm

Mulher <80 cm 80 a 88 cm >88 cm

CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO (CB)

A circunferência do braço é um bom indicador de reserva muscular. A classificação da CB é


apresentada no
quadro a seguir:

CLASSIFICAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA BRAQUIAL


(CM)
Classificação da circunferência braquial (cm) por percentis e por idade de indivíduos dos sexos
masculino e feminino.
Masculino

Idade 5 10 25 50 75 90 95

18 - 18,9 245 260 273 297 321 321 379

19 - 24,9 262 272 288 308 331 331 372

25 - 34,9 271 282 300 319 342 342 375

35 - 44,9 278 287 305 326 345 345 374

45 - 54,9 267 281 301 322 342 342 376

55 - 64,9 258 273 296 317 336 336 369

65 - 74,9 248 263 285 307 325 325 355

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela


utilize a rolagem horizontal

Feminino

Idade 5 10 25 50 75 90 95

18 - 18,9 222 227 251 268 281 312 325

19 - 24,9 221 230 247 265 290 319 345

25 - 34,9 233 240 256 277 304 348 368

35 - 44,9 241 251 267 291 317 356 378


45 - 54,9 242 256 274 299 328 362 384

55 - 64,9 243 257 208 303 335 367 385

65 - 74,9 240 252 274 299 326 356 373

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela


utilize a rolagem horizontal

 Fonte: Frisancho, 1981.

ADEQUAÇÃO DA CB (CB%)

Esta medida compara a CB atual à recomendada (percentil 50) para a idade.

CB% = (CB ATUAL (CM)/ CB PERCENTIL 50) X 100


Classificação da adequação da circunferência do braço

Classificação Adequação da CB (%)

Grave < 70

Desnutrição Energético Proteica Moderada 70 – 80

Leve 80 – 90

Eutrófico 90 – 110

Sobrepeso 110 – 120

Obesidade > 120


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Fonte: Blackburn, 1979.

CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO (CMB)

Avalia a reserva de tecido muscular sem correção da massa óssea. É obtida a partir dos valores
da CB e da
prega cutânea tricipital (PCT).

CMB (CM) = CB (CM) -Π X [PCT (MM) ¸ 10]


Onde: π = 3,14

CLASSIFICAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO


BRAÇO (CM)
Classificação da circunferência muscular do braço (cm) por percentis e por idade de indivíduos
dos sexos
masculino e feminino.

Masculino

Idade 5 10 25 50 75 90 95

18 - 18,9 22,6 23,7 25,2 26,4 28,3 29,8 32,4

19 - 24,9 23,8 24,5 25,7 27,3 28,9 30,9 32,1

25 - 34,9 24,3 25,0 26,4 27,9 29,8 31,4 32,6

35 - 44,9 24,7 25,5 26,9 28,6 30,2 31,8 32,7

45 - 54,9 23,9 24,9 26,5 28,1 30,0 31,5 32,6

55 - 64,9 23,6 24,5 26,0 27,8 29,8 31,0 32,0

65 - 74,9 22,3 23,5 25,1 26,8 28,4 29,8 30,6


 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela
utilize a rolagem horizontal

Feminino

Idade 5 10 25 50 75 90 95

18 - 18,9 17,4 17,9 19,5 20,2 21,5 23,7 24,5

19 - 24,9 17,9 18,5 19,5 20,7 22,1 23,6 24,9

25 - 34,9 18,3 18,8 19,9 21,2 22,8 24,6 26,4

35 - 44,9 18,6 19,2 20,5 21,8 23,6 25,7 27,2

45 - 54,9 18,7 19,3 20,6 22,0 23,8 26,0 28,0

55 - 64,9 18,7 19,6 20,9 22,5 24,4 26,6 28,0

65 - 74,9 18,5 19,5 20,8 22,5 24,4 26,4 27,9

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela


utilize a rolagem horizontal

 Fonte: Frisancho, 1981.

ADEQUAÇÃO DA CMB (CMB%)

Esta medida compara a CMB atual à recomendada (percentil 50) para a idade.

CMB% = (CMB ATUAL (CM)/ CMB PERCENTIL 50) X 100


Classificação do estado nutricional segundo adequação da CMB.

  Desnutrição  
Grave Moderada Leve Eutrofia

CMB < 70 % 70 – 80 % 80 – 90 % 90 %


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

 Fonte: Blackburn; Thornton, 1979 (Adaptado).

DOBRA CUTÂNEA TRICIPITAL (DCT)

As dobras cutâneas avaliam a reserva de gordura corporal, sendo a prega cutânea tricipital
(DCT) a mais utilizada rotineiramente.

CLASSIFICAÇÃO DA DOBRA CUTÂNEA TRICIPITAL


(DCT)
Classificação da dobra cutânea tricipital (DCT) (mm) por percentis e por idade de indivíduos dos
sexos masculino e feminino.

Masculino

Idade 5 10 15 25 50 75 85 90 95

18,0 -
4,0 5,0 5,5 6,5 10,0 14,5 17,5 20,0 23,5
24,9

25,0 -
4,0 5,0 6,0 7,0 11,0 15,5 19,0 21,5 25,0
29,9

30,0 -
4,5 6,0 6,5 8,0 12,0 16,5 29,0 22,0 25,0
34,9

35,0 -
4,5 6,0 7,0 8,5 12,0 16,0 18,5 29,5 24,5
39,9
40,0 - 5,0 6,0 6,9 8,0 12,0 16,0 19,0 21,5 26,0
44,9

45,0 -
5,0 6,0 7,0 8,0 12,0 16,0 19,0 21,0 25,0
49,9

50,0 -
5,0 6,0 7,0 8,0 11,5 15,0 18,5 20,8 25,0
54,9

55,0 -
5,0 6,0 6,5 8,0 11,5 15,0 18,0 20,5 25,0
59,9

60,0 -
5,0 6,0 7,0 8,0 11,5 15,5 18,5 20,5 24,0
64,9

65,0 -
4,5 5,0 6,5 8,0 11,0 15,0 18,0 20,0 23,5
69,9

70,0 -
4,5 6,0 6,5 8,0 11,0 15,0 17,0 19,0 23,0
74,9

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela


utilize a rolagem horizontal

Feminino

Idade 5 10 15 25 50 75 85 90 95

18,0 -
9,0 11,0 12,0 14,0 18,5 24,5 28,5 31,0 36,0
24,9

25,0 -
10,0 12,0 13,0 15,0 20,0 26,5 31,0 34,0 38,0
29,9
30,0 - 10,5 13,0 15,0 17,0 22,5 29,5 33,0 35,5 41,5
34,9

35,0 -
11,0 13,0 15,5 18,0 23,5 30,0 35,0 37,0 41,0
39,9

40,0 -
12,0 14,0 16,0 19,0 24,5 30,5 35,0 37,0 41,0
44,9

45,0 -
12,0 14,5 16,5 19,5 25,5 32,0 35,5 38,0 42,5
49,9

50,0 -
12,0 15,0 17,5 20,5 25,5 32,0 36,0 38,5 42,0
54,9

55,0 -
12,0 15,0 17,0 20,5 26,0 32,0 36,0 39,0 42,5
59,9

60,0 -
12,5 16,0 17,5 20,5 26,0 32,0 35,5 38,0 42,5
64,9

65,0 -
12,0 14,5 16,5 19,0 25,0 30,0 33,5 36,0 40,0
69,9

70,0 -
11,0 13,5 15,5 18,0 24,0 29,5 32,0 35,0 38,5
74,9

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela


utilize a rolagem horizontal

 Fonte: Frisancho, 1990.

ADEQUAÇÃO DA DCT (DCT%)


Esta medida compara a DCT atual à recomendada (percentil 50) para a idade.

DCT% = (DCT ATUAL (MM)/ DCT PERCENTIL 50) X 100


Classificação do estado nutricional segundo adequação da DCT

Desnutrição

  Eutrofia Sobrepeso Obesidade

Grave Moderada Leve

< 70 80 – 90 – 110 – 120


PCT 70 – 80 > 120 %
% 90% 100 % %


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

 Fonte: Blackburn, 1979 (Adaptado)

CIRCUNFERÊNCIA DA PANTURRILHA (CP)

Uma CP inferior ao ponto de corte indica perda de massa magra, possivelmente associada à
sarcopenia em idosos.
Ponto de corte: 31 cm (GUIGOZ et al., 1999).

Fonte:Shutterstock

EXAME FÍSICO
O exame físico, combinado com outros componentes da avaliação nutricional, pode fornecer
evidências de
deficiências nutricionais ou piora de capacidade funcional.

A semiologia nutricional é realizada de forma sistêmica e progressiva, da cabeça aos pés, com o
objetivo de
determinar as condições nutricionais do paciente (SBNPE; ASBRAN, 2011).

Classificação do estado nutricional a partir da perda de gordura subcutânea.

NORMAL
Nenhuma perda de gordura subcutânea.

DESNUTRIÇÃO LEVE/MODERADA
Sinais de perda em algumas regiões.

DESNUTRIÇÃO GRAVE
Perda grande de gordura em todas ou em uma região.

EXAME ABDOMINAL

É realizada a inspeção, ausculta e palpação.

A seguir, temos a anatomia do abdômen. Com o propósito de facilitar a avaliação, o abdômen


pode ser dividido
em quadrantes. Clique na imagem abaixo e conheça as estruturas abdominais
por quadrante.

Fonte:Shutterstock

QUADRANTE SUPERIOR DIREITO


Fígado e vesícula biliar piloro; duodeno; cabeça de pâncreas; flexura
cólica direita; parte do cólon
ascendente e transverso; parte do rim direito e glândula adrenal.
null

Fonte:Shutterstock

QUADRANTE SUPERIOR ESQUERDO


Estômago; parte do cólon transverso e descendente; lobo esquerdo do
fígado; baço; pâncreas;
flexura cólica esquerda; parte do rim esquerdo e glândula adrenal.

null

Fonte:Shutterstock

QUADRANTE INFERIOR DIREITO


Ceco e apêndice; parte do cólon ascendente; ovário ureter direito; bexiga
e útero; se aumentado,
parte inferior do rim direito.

null

Fonte:Shutterstock

QUADRANTE INFERIOR ESQUERDO


Cólon sigmoide; parte do cólon descendente; ovário; ureter esquerdo;
bexiga e útero; se
aumentado, parte inferior do rim esquerdo.

INSPEÇÃO
PALPAÇÃO
AUSCULTA
Inspeção – realizada para identificar sinais específicos que auxiliem no diagnóstico médico ou
nutricional.

Pele – avaliar presença de icterícia, palidez, coloração, estrias, erupções cutâneas e/ou
escaras.

Contorno abdominal – abdômen côncavo (pouca reserva de gordura); abdômen redondo ou


protuberante (excesso
de gordura ou tônus muscular debilitado, ascite, tumor, gestação,
distensão gasosa ou uma emergência
abdominal).

Aparência geral – o abdômen deve estar simetricamente bilateral, sem massas e com o
umbigo no centro, sem
descoloração ou drenagens.
Palpação – em geral, é feita após a inspeção e envolve exame táctil para avaliar as
estruturas
corporais, incluindo: textura, tamanho, temperatura e mobilidade. Utilizada para detectar áreas
moles, áreas de rigidez muscular, tamanho de órgãos e presença de massas abdominais.

Palpação leve – deve ser realizada com o paciente em posição supina. Utilizar a palma da
mão ou dedos
(não utilizar as pontas dos dedos). Segurar dois dedos juntos, com a mão
levantada, sem deslizar sobre o
abdômen quando apalpar nova área.

Palpação profunda – utilizar a parte plana da mão direita, coberta pela mão esquerda. A
ponta dos dedos
exerce uma pressão suave e constante.

Se ocorrer aumento da dor, suspeita-se de peritonite generalizada, especialmente se, durante a


descompressão
brusca, houver piora da dor.

Ausculta – envolve ouvir os diferentes sons corporais, com o auxílio de um estetoscópio.

Ruídos intestinais: o intestino delgado permanece ativo na maioria dos pacientes durante o
período
pós-operatório imediato, enquanto o estômago e o intestino grosso são mais lentos
para retornar à função
normal. A administração de nutrientes no intestino delgado pode
permitir a alimentação pós-operatória
precoce. Entretanto, o estômago pode necessitar ser
esvaziado por sucção, para evitar a distensão gástrica
e o risco de aspiração.

Ruído normal: de 5-30 vezes por minuto, sendo mais frequente após as refeições.

Ruído diminuído: suaves e espaçados. Podem ocorrer em casos de motilidade diminuída,


inflamação do
intestino ou tecidos subjacentes, desequilíbrio eletrolítico e no pós-
operatório.

Ruídos ausentes: nenhum som intestinal após 2 minutos de ausculta. Pode ocorrer em caso
de íleo paralítico
ou peritonite.

Ruídos aumentados ou hiperativos: indicam motilidade aumentada (ex.: uso de laxantes e


gastroenterite).

Fonte:Shutterstock

CAVIDADE ORAL

Verificar dificuldades de mastigação, dentes (ausentes ou quebrados, presença e adaptação de


prótese), lábios e gengivas (sangramento, cor anormal, lesões, fissuras ou úlceras); língua (cor,
presença de tremores, papilas, edema ou superfície anormal), hipo e hipersalivação.

ESÔFAGO

Verificar disfagia, odinofagia, pirose, dor, regurgitação, eructação, soluço, sialorreia, engasgos,
êmese e/ou hematêmese, algias, paresias.

Fonte:Shutterstock


Fonte:Shutterstock

ESTÔMAGO

Verificar presença de dor aguda ou crônica, dor intermitente ou constante, dificuldade de


digestão, gastroparesia, sensação de plenitude pós-prandial, náuseas, êmese e/ou hematêmese
e/ou vômito biliar.

INTESTINOS DELGADO E GROSSO

Verificar presença de dor aguda ou crônica, dor intermitente ou constante, paresia, diarreia,
consistência e formato das fezes, esteatorreia, melena, obstipação e mudanças de ritmo
intestinal, presença de fecaloma, distensão abdominal, entre outros.

Fonte:Shutterstock

ESCALA DE BRISTOL PARA A CLASSIFICAÇÃO DAS FEZES


SEGUNDO FORMA E CONSISTÊNCIA.

Fonte:Shutterstock

REGIÃO ANAL

Verificar dificuldades de evacuação, dores ao evacuar, sangramentos, melena, fístulas, lesões,


hemorroidas,
prurido anal, formação de massas, fissuras, pólipos, entre outros.

CLASSIFICAÇÃO DA DIARREIA SEGUNDO CONTEÚDO


DAS FEZES

O conteúdo luminal está muito concentrado pela presença de substâncias


Osmótica não absorvíveis. Há retardo na
absorção de água e pode ser ocasionada
por doença da má-absorção.

Há secreção ativa de água e eletrólitos pela mucosa intestinal. O


Secretora conteúdo luminal tem osmolaridade
normal. Pode ser causada por
enterotoxinas.

Há aceleração na motilidade e no trânsito intestinal. O conteúdo luminal


tem osmolaridade normal. A
mucosa tem secreção normal de água e
Motora
eletrólitos. Pode ser ocasionada por uso de medicamentos
procinéticos ou
hipertireoidismo.

Exsudativa Há passagem anormal de líquidos do meio interno para a luz intestinal.


Não há alterações secretórias nem
da osmolaridade luminal. Pode ser
ocasionada por neoplasias, isquemias e doenças inflamatórias do
intestino (doença de Crohn).


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

 Fonte: Dantas, 2004.

SEMIOLOGIA NUTRICIONAL
A semiologia nutricional é realizada de forma sistêmica e progressiva, da cabeça aos pés, com o
objetivo de
determinar as condições nutricionais do paciente (SBNPE, 2011). É a parte da
medicina relacionada ao estudo
dos sinais e sintomas das doenças humanas. A semiologia é
muito importante para o diagnóstico da maioria das
enfermidades.

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM ALGUMAS


DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS.

Possível
Região Manifestação
Significado/Deficiência

Perda do brilho, seco, quebradiço,


Cabelo fácil de arrancar, despigmentação, Proteína e zinco
sinal de bandeira

Face Seborreia nasolabial, edema de face B2, Fe e Proteína

Ingestão insuficiente,
Têmporas Atrofia bitemporal
imunoincompetência

Brilho reduzido Desidratação

Olhos
Palidez conjuntival, xerose, blefarite
Fe, vit. A, B2 e B6
angular
Boca Baixa produção de saliva, baixa Desidratação
umidade na parte inferior da língua

Lábios Estomatite angular, queilite B2

Glossite, língua magenta, atrofia e


Língua B2, B3, B9, B12
hipertrofia das papilas

Gengivas Esponjosas, sangramento Vitamina C

Bola gordurosa de Bichat depletada.


Perda proteico-calórica
Bochechas Associa-se com a atrofia temporal,
prolongada
formando o sinal de “asa quebrada”.

Xerose, hiperceratose folicular,


Vitaminas A, C e K
petéquias, equimoses excessivas
Pele

Turgor e elasticidade reduzidos Desidratação

Pele e mucosas Amareladas Icterícia

Pele em
regiões
palmoplantares
e mucosas, Palidez Anemia
principalmente
conjuntival e
labial

Pele e mucosas Amareladas Icterícia

Regiões supra Perdas musculares Depleção crônica


e
infraclaviculares
(pescoço)

Fúrcula esternal
Perdas musculares Depleção crônica
(pescoço)

Pescoço Bócio Hipertireoidismo

Perda da reserva
Escavado
calórica

Abdome
Privação calórica, sem
“Umbigo em chapéu” perda ponderal
significativa

Musculatura Atrofia. Redução da força de


Depleção crônica
paravertebral sustentação corporal

Atrofia da musculatura bi e tricipital Depleção crônica

Membros
superiores Atrofia das musculaturas de
Depleção crônica
pinçamento

Atrofia da musculatura das coxas


Perda de força muscular
(fossa de quadríceps)
Membros
inferiores
Atrofia da musculatura das Desnutrição proteico-
panturrilhas calórica

Sistema Atrofia muscular, alargamento


músculo- epifisário, perna em “X”, flacidez das Vitamina D, B1 e Cálcio
esquelético panturrilhas, fraturas
Unhas Coiloníquea, quebradiças Ferro

Paciente cansado, não consegue ficar


Fácies aguda Desnutrição aguda
com olhos abertos por muito tempo

Fácies crônica Aparência de tristeza, depressão Desnutrição crônica

Tecido
Edema, pouca gordura Proteína e calorias
subcutâneo

Dermatose vulvar e escrotal Riboflavina


Sistema
geniturinário
Ardência durante micção Infecção

Alterações psicomotoras e sensitivas,


Sistema
depressão, fraqueza motora,  
nervoso
formigamento (mãos/ pés)

Alterações psicomotoras Confusão


mental, depressão, perda sensitiva,
fraqueza motora, perda de senso de
Sistema Kwashiorkor, B1, B6,
posição, perda da sensibilidade
nervoso B12, ácido nicotínico
vibratória, perda da contração de
punho e tornozelo, formigamento de
mãos e
pés (parestesia)

Sistema
Cardiomegalia B1
cardiovascular

Sistema
Hepato-esplenomegalia Kwashiorkor
Gastrointestinal


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Fonte: Duarte; Borges, 2007; Duarte; Castellani, 2002.

EXAME FÍSICO DO ESTADO NUTRICIONAL PARA A


AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL.

Estado Nutricional

Gordura Desnutrição
Desnutrição
Sub- Dicas Leve/ Bem nutrido
grave
cutânea Moderada

Círculos
escuros,
Depósito de
Abaixo dos depressão,
--- --- gordura
olhos pele solta e
visível
flácida, “olhos
fundos”

Cuidado para Pouco espaço


não prender o de gordura
Região do músculo ao entre os Tecido
tríceps e pinçar o local. dedos ou os --- adiposo
bíceps Movimentar a dedos abundante
pele entre os praticamente
dedos se tocam

Desnutrição
Massa Desnutrição
--- leve/ Bem nutrido
muscular grave
Moderada

Observar de
Depressão Músculo bem
Têmporas frente, olhar Depressão
leve definido
os dois lados

Ombros O paciente Ombro em Acrômio Formato


deve forma levemente arredondado
posicionar os quadrada protuberante na curva da
braços ao (formando junção do
lado do corpo: ângulo reto), ombro com o
procurar por ossos pescoço e do
ossos proeminentes. ombro com o
proeminentes braço.

Procurar por
ossos
Ossos
proeminentes;
proeminentes,
o paciente
visíveis;
deve estar Depressão Ossos não
depressão
com o braço leve ou proeminentes,
entre a
Escápula esticado para ossos sem
escápula, as
a frente e a levemente depressão
costelas, o
mão proeminentes significativa
ombro e a
encostada
coluna
numa
vertebral.
superfície
sólida

Observar o
dorso da Área entre o
mão, o dedo
músculo entre indicador e o
Músculo Depressão Músculo
o polegar e o polegar
interósseo leve proeminente
indicador, achatada ou
quando esses com
dedos estão depressão
unidos

Quadríceps Pinçar e Parte interna Depressão Sem


sentir o da coxa com leve depressão
volume do depressão
músculo

Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

 Fonte: Cuppari, 2006.

Fonte:Shutterstock

AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA
A avaliação dos exames bioquímicos auxilia a detecção de alterações metabólicas, falências
orgânicas e
carências nutricionais (SBNPE; ASBRAN, 2011). A avaliação bioquímica deve ser
feita à luz da história clínica
do paciente e associada aos demais parâmetros de avaliação
nutricional para determinação do diagnóstico
nutricional. A seguir, são apresentados alguns
exames bioquímicos e sua interpretação.

Fonte:Shutterstock

EXAMES BIOQUÍMICOS
EXAMES BIOQUÍMICOS, VALORES DE REFERÊNCIA E POSSÍVEIS CAUSAS
E SIGNIFICADOS DAS ALTERAÇÕES.

Quadro Valores de
Causas/ Significado de Valores Anormais
Resumo Referência

Reflete o estado nutricional através das reservas


proteicas viscerais;

Vida média: 19
Depleção proteica crônica;

Albumina - 20 dias 3,5 –


Manutenção da pressão oncótica

5,0 g/dL
Transportadora de Ca, Zn, Mg, ácidos graxos e
outros.

Amilase 25 - 125U/L Na pancreatite aguda, caxumba, úlcera péptica


perfurada, intoxicação por álcool, insuficiência
renal,
colecistite aguda, obstrução do ducto
pancreático ou biliar. Em hepatite, insuficiência
hepática, cirrose,
insuficiência pancreática,
toxemia de gestação, queimaduras severas.

Avalia função hepática Na doença hepática ou no


coma (cirrose ou hepatite severa), insuficiência
Amônia cardíaca
severa, azotemia, pericardite, enfisema
40 - 80 mcg/dL
(NH3) pulmonar, bronquite aguda, síndrome de Reye.
Com dieta hiperproteica,
exercício extenuante,
terapia com valproato sódico.

Basofilia: em colite ulcerativa, sinusite crônica,


nefrose, anemias hemolíticas crônicas, doença de
0 - 2% 0 -
Basófilos Hodgkin,
pós-esplenectomia.

200/mm3
Basopenia: em hipertireoidismo, gestação,
estresse, infecção aguda, síndrome de Cushing.

Equilíbrio ácido-básico

Situações normais: base:ácido 20:1

• alcalose metabólica (ácidos e HCO3 no líquido


extracelular), acidose respiratória, enfisema,
vômito, aldosteronismo.

Bicarbonato
21 - 29 mmol/L • acidose metabólica, insuficiência renal,
(HCO3)
cetoacidose diabética, acidose lática, diarreia,
alcalose/estímulo respiratório (hiperventilação,
histeria, falta de O2, febre, salicilatos),
hiperparatireoidismo primário, privação alimentar
prolongada.

Bilirrubina Total: 0,2 - 1,0 Principal produto do catabolismo da hemoglobina.

mg/ dL Dano hepatocelular, obstrução biliar, toxidade por


droga, hemólise, jejum prolongado, icterícia
fisiologia neonatal, hipotiroidismo.

Bilirrubina direta: mede a bilirrubina conjugada


ou pós-hepática.

• em obstrução biliar.

Bilirrubina indireta: mede a bilirrubina não


conjugada.

• no dano hepático e na anemia hemolítica."

Cálcio total 8,5 - Função muscular e nervosa. Metabólico


(Ca) 10,8mg/dL intracelular.

Desejável <
200mg/ dL Avaliação do risco de doenças coronarianas.
Colesterol Limite 200 - Funções fisiológicas, incluindo na síntese de
total 239mg/ dL ácidos biliares, hormônios esteroides e
Elevado ≥ membrana celular.
240mg/ dL

M: 0,8 - 1,2
Creatinina mg/dL
F: 0,6 - Útil para a avaliação renal
1,0 mg/dL

Eosinofilia - em asma brônquica, urticária,


infecção parasitária, leucemia mieloide crônica,
policitemia, anemia perniciosa, doença de
0-5%

Eosinófilos Hodgkin, neoplasia maligna, irradiação, artrite


0-500/mm3"
reumatoide, tuberculose.

Eosinopenia - em eclampsia, grandes cirurgias,


choque.

M: 36 -
Ferritina 262ng/mL F:  
10 - 155ng/dL

50 -
Ferro  
150mcg/dL
Fosfatase 75 - 970 U/L  
alcalina

Útil na diferenciação entre desordens hepáticas e


Gama- ósseas. Na doença hepática, tumores hepáticos,
5 - 40 U/L
glutamil hepatotoxicidade, obstrução biliar, pancreatite,
alcoolismo.

Glicose
70 - 110mg/dL  
(jejum)

Aceitável: 1+
durante a
Glicose terapia
No estresse severo (trauma, infecção)
(urina) nutricional
enteral ou
parenteral

Anemia perniciosa, perda sanguínea crônica,


outras anemias megaloblásticas. Deficiência
Glicose-6-
12 ± 2,09 Ul/g hereditária da glicose-6-fosfato desidrogenase =
fosfato
susceptibilidade para anemia
hemolítica/hemólise.

Urina concentrada: no DM, nefrose, febre,


desidratação, vômito, diarreia, ingestão hídrica
baixa.

Globulina 2,3 - 3,5 g/dL


Urina diluída: DM insípidos, pielonefrite ou
glomerulonefrite crônica, dano renal severo,
intoxicação hídrica.

Desidratação, policitemia, choque, na anemia


M: 40 - 50% F:
Hematócrito (<30), perda sanguínea, hemólise, leucemia,
35 - 45%
hipertireoidismo, cirrose, hiper-hidratação.
Hemoglobina M: 13,5 - 18g/L Em queimaduras severas, policitemia,
insuficiência cardíaca, talassemia, DPOC,
desidratação, na anemia, hipertireoidismo,
cirrose, várias doenças sistêmicas (leucemia,
lúpus, doença de Hodgkin).

Hemoglobina
26 - 34 Anemia macrocítica, falso em hiperlipidemia.

corpuscular
pg/eritrócitos Anemia microcítica.
média (HCM)

Consiste em: leucócitos, eritrócitos, hemoglobina,


hematócrito, volume globular médio, hemoglobina
Hemograma  
corpuscular média, concentração de hemoglobina
globular média, plaquetas.

Hormônio Aumenta hipotireoidismo primário.

0,5 - 5
tireotrófico Reduz no hipertireoidismo, hipotireoidismo
mcU/mL
(TSH) secundário, terapia com hormônio da tireoide.

Plasma
arterial: 4,5 -
Acidose lática, exercício extenuante, sepse,
Lactato 14,4 mg/dL

estresse, toxinas.
Plasma
venoso: 5 - 12"

Leucocitose: leucemia, infecção bacteriana,


4,5 -11 x hemorragia, trauma ou injúria tissular, câncer.

Leucócitos
103cél mm3 Leucopenia: infecções virais, quimioterapia,
radiação, depressão da medula óssea.

Leucograma   Consiste em: monócitos, linfócitos, basófilos,


(contagem eosinófilos e neutrófilos.
diferencial de
leucócitos)
Linfocitose: hepatite viral, infecção por
citomegalovírus, toxoplasmose, rubéola, infecção
aguda por HIV, leucemia linfocítica crônica e
20 - 50%

aguda.

Linfócitos 1500 -
Linfocitopenia: em infecções e enfermidades
5000/mm3
agudas, doenças de Hodgkin, lúpus, anemia
aplástica, insuficiência renal, AIDS, carcinoma
terminal.

Aumenta em pancreatite aguda, infecção do trato


Lipase <1,5 Ul/mL
biliar, insuficiência renal.

Reduz na insuficiência renal, acidose diabética,


hipotireoidismo, doença de Addison, hidratação,
excesso de uso de suplemento de magnésio ou
antiácido. Reduz na diarreia crônica, perdas
1,3 - 2,1 gastrointestinais, queimaduras, alcoolismo,
Magnésio
mEq/L pancreatite, doença renal, cirrose hepática,
toxemia da gestação, hipertireoidismo, má-
absorção, colite ulcerativa, diuréticos, depletores
de potássio, desnutrição, uso de cisplatina e
cicloporina.

Monocitose: em tuberculose, colite ulcerativa,


0 - 12%
leucemia monocítica aguda, mieloma múltiplo,
Monócitos
90 - 900/mm3 doença de Hodgkin, lúpus, artrite reumatoide,
febre.
Monocitopenia: em anemia aplástica.

Neutrófilos 40 - 80%
Neutrofilia: em infecções, desordens
1800- inflamatórias (ex.: artrite reumatoide, dano

8000/mm3 tissular, infarto do miocárdio, gota, pancreatite,


colite, peritonite, nefrite), diabetes, uremia,
eclampsia, necrose hepática, desordem
mieloproliferativa (incluindo leucemia mieloide
crônica, policitemia), pós-esplenectomia, anemias
hemolíticas, hemorragias, queimaduras,
gestação, choque elétrico.

Neuropenia: em infecções, anemia aplástica,


leucemia agudas, anemia megaloblástica, anemia
ferropriva, hipotireoidismo, cirrose."

Acidose: em hipoventilação secundária à


anestesia geral, DPOC, obstrução das vias
PCO2 35 - 45 mmHg
aéreas.

Alcalose: em desordens do SNC, hipoxemia."

Alcalose respiratória ou metabólica: em


vômitos, de potássio ou cloro, febre alta,
Arterial: 7,35 - hiperventilação, anoxia, hemorragia cerebral.

7,45
Acidose respiratória ou metabólica: na
pH
Venoso: 7,31 - cetoacidose diabética, insuficiência renal,
7,41 diarreia, insuficiência respiratória, obstrução das
vias aéreas, choque, insuficiência cardíaca
congestiva."

Hipercalemia: insuficiência renal, trauma, dano


tissular, acidose, doença de Addison, diabetes
não controlada, hemorragia interna, infecção,
febre, queimaduras, excesso de suplemento de
potássio, hemólise. Hipocalemia: na perda
3,5 - 5,0
Potássio gastrointestinal, líquido endovenoso sem
mEq/L
suplementação de potássio, abuso de álcool, má-
absorção, desnutrição, alcalose, estresse crônico
ou febre, diurético depletor de potássio, uso de
esteroide e estrogênio, doença hepática com
ascite, insuficiência renal."

Proteína Meia-vida: 12 Transportadora de vitamina A no plasma;

carreadora de horas
Reduzida na deficiência da vitamina A, estados
retinol < 0,4 mg/L catabólicos agudos e hipertireoidismo.

Desidratação, deficiência proteica, doença


hepática severa, desnutrição, diarreia,
Proteína total 6,0 - 8,0 g/dL
queimaduras severas ou infecção, edema,
síndrome nefrótica.

% de
Anemias hemolíticas, anemia falciforme, anemia
eritrócitos
ferropriva, aplástica e perniciosa não tratada,
Reticulócitos totais:

infecção crônica, radioterapia, tumor de medula


M: 0,5-1,5%

óssea, síndromes mielodisplásticas


F: 0,5-2,5%

Hipernatremia: desidratação e ingestão hídrica


baixa, uso de diuréticos, insuficiência renal,
diabetes insípido (diurese osmótica), síndrome de
Cushing, coma, hiperaldosteronismo primário.
Sódio 136-143mEq/L
Hiponatremia: edema, queimadura severa,
vômito/diarreia, diuréticos, hipotireoidismo,
intoxicação hídrica, doença de Addison, ICC,
insuficiência hepática.

Deficiência de protrombina, deficiência de


Tempo de
10 - 14s vitamina K, doença hepática, fibrinogênio
protrombina
diminuído, obstrução biliar.

Hipertireoidismo, hepatite, gestação, uso de


Tiroxina total 5,5-12,5
estrogênio. hipotireoidismo, nefrose, cirrose,
(T4) mcg/dL
desnutrição, hipoproteinemia.

Transferrina Vida média de Proteína carreadora de ferro;

8 - 10 dias
em reservas de ferro inadequadas, desidratação,
180-400mg/dL anemia por deficiência de ferro, hepatite aguda,
policitemia,
gestação, hipóxia, perda sanguínea
crônica;
em anemia perniciosa e falciforme,
infecção, retenção hídrica, câncer, doenças
hepáticas, desnutrição,
síndrome nefrótica,
talassemia, sobrecarga de ferro, enteropatias,
queimaduras;

Transferrina = 0,8x TIBC – 43

TIBC = capacidade total de fixação de ferro.

Transaminase
glutâmico-
pirúvica
Hepatite, icterícia, cirrose, câncer hepático, infarto
(TGP) ou
4-36U/L do miocárdio, queimadura severa, trauma,
alanina
choque, mononucleose, pancreatite, obesidade.
amino-
transferase
(ALT)

Transaminase
glutâmico-
Injúria/ morte celular, infarto miocárdio, cirrose
oxaloacética
aguda, hepatite, pancreatite, doença renal,
(TGO) ou
8-33U/L câncer,
alcoolismo, hipotireoidismo, queimadura,
aspartato
trauma, distrofia muscular.
diabetes não
amino-
controlada (acidose), beribéri
transferase
(AST)

Desejável: 10-
Hiperlipidemias, doença hepática, pancreatite,
190mg/dL

diabetes mal controlada, hipotireoidismo, ingestão


Limítrofe
Triglicerídeos alta de
açúcar e ou gordura.
Desnutrição,
>190mg/ dL

síndrome de má-absorção, hipertireoidismo,


Alto >
DPOC.
250mg/dL

Triiodotironina Hipertireoidismo, gestação.

80 - 200 ng/dL
total (T3) Hipotireoidismo.
Insuficiência renal, choque, desidratação, febre,
infecção, diabetes, gota crônica, catabolismo
proteico
excessivo, infarto do miocárdio.
Ureia 13 - 45 mg/dL
Insuficiência hepática, desnutrição, ingestão
proteica baixa, má absorção, hiperhidratação,
gestação, emese,
diarreia, anabolismo proteico.

>110 pg/mL: doença hepática, algumas


leucemias, câncer, gestação.

160 -
Vitamina B12 <100 pg/mL: anemia perniciosa, síndrome de
950pg/mL
má-absorção, hipotireoidismo primário, mucosa
gástrica, dieta vegetariana, acloridria.

Abuso de álcool, anemia perniciosa


Volume macrocítica/megaloblástica, deficiência de
87 - 103
corpuscular vitamina B12 e ou folato.

mcm/eritrócitos
médio (VCM) Anemia hipocrômica e microcítica, anemia por
desordens crônicas, talassemia.

Insuficiência cardíaca congestiva, aterosclerose,


osteosarcoma, desnutrição, diálise, enteropatia
perdedora
de proteína, doença inflamatória
intestinal, síndrome nefrótica, queimadura ou
50 - 150
Zinco trauma, nutrição parenteral
prolongada,
mcg/dL
alcoolismo, cirrose alcoólica ou pancreatite,
anorexia, anemia perniciosa ou falciforme, câncer
com metástase hepática, tuberculose, talassemia,
hipoalbuminemia.


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

 Fonte: DNS, 2000 (Adaptado).

ALBUMINA SÉRICA
A síntese de albumina pode se encontrar diminuída por cirurgia, trauma, infecção, radiação,
hepatopatia e
desnutrição.

Classificação do estado nutricional a partir da albumina sérica

ALBUMINA (g/dL) ESTADO NUTRICIONAL

> 3,5 Normal

3,0 a 3,5 Depleção leve

2,4 a 2,9 Depleção moderada

< 2,4 Depleção grave


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

 Fonte: Calixto-Lima e Nelzir, 2012; Duarte e Castellani, 2002.

ÍNDICE PROGNÓSTICO NUTRICIONAL (IPN)

É um índice que relaciona o risco de complicações pós-operatória ao estado nutricional inicial e


identifica os
pacientes que podem ser beneficiados pela terapia nutricional.

IPN (%) = 158 – (16,6 X ALB) – (0,78 X PCT) – (0,2 X TRS) – (5,8 X DCH)
ALB = albumina sérica (g/dl); PCT = prega cutânea do tríceps (mm); TRS = transferrina sérica
(mg/ dL); DCH =
hipersensibilidade cutânea retardada (0 = reatividade nula; 1 = diâmetro do
ponto < 5mm; 2=diâmetro do ponto
5mm³).

Classificação do prognóstico nutricional frente a níveis bioquímicos e dimensões corporais

CLASSIFICAÇÃO PROGNÓSTICO NUTRICIONAL

Baixo risco IPN< 40%;


Risco intermediário IPN entre 40% e 50%

Alto risco IPN> 50%


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

 Fonte: Buzby et al ., 1980.

ÍNDICE DE RISCO NUTRICIONAL (IRN)

É um índice que prediz o risco de complicações pós-operatórias em pacientes com estado


nutricional desfavorável.

IRN = (1,489 X ALB) + 41,7 X (P ATUAL/PU)


ALB = albumina sérica (g/dL); PA – Peso atual (kg); PU – Peso usual (kg).

Classificação do risco nutricional frente a níveis bioquímicos e dimensões corporais

CLASSIFICAÇÃO Risco Nutricional

Não desnutrido IRN > 100

Desnutrição leve IRN de 97,5 a 100

Desnutrição moderada IRN de 83,5 a 97,4

Desnutrição grave IRN < 83,5


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

 Fonte: Buzby et al ., 1980.

COMPETÊNCIA IMUNOLÓGICA (CTL)


Classificação do estado nutricional a partir da CTL

Contagem de linfócitos (mm³) Estado nutricional

> 1.500 Normal

1.201 – 1.500 Depleção leve

800 – 1.200 Depleção moderada

< 800 Depleção grave


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

 Fonte: Riella; Martins, 2013.

CONSUMO ALIMENTAR
Vários métodos são utilizados na avaliação do consumo alimentar dos indivíduos. A validade e
reprodutibilidade
de cada método dependem da habilidade do avaliador e da cooperação do
investigado. Os inquéritos dietéticos
fornecem informações qualitativas e quantitativas a respeito
da ingestão alimentar. Estas informações são
úteis na avaliação de aspectos socioculturais e
valores nutricionais da alimentação de indivíduos e
populações em determinado período. A
investigação dietética consiste no cálculo de, pelo menos, calorias e
proteínas ingeridas ou
infundidas no paciente. Quando o paciente internado está recebendo dieta via oral,
este cálculo
deve ser elaborado através da ficha de recordatório alimentar 24 horas que deve ser preenchida
pelo acompanhante, pela nutricionista ou pelo próprio paciente (SBNPE; ASBRAN, 2011).

Fonte:Shutterstock

Os recordatórios não são onerosos, pois são de administração rápida (20 minutos ou menos) e
podem fornecer
dados detalhados sobre alimentos específicos, particularmente quando nomes
comerciais são recordados. O
método requer somente a memória curta e é bem aceito pelos
entrevistados. Os recordatórios são mais objetivos
do que os questionários de história dietética
geral e de frequência alimentar. A aplicação de recordatórios
não influencia a dieta habitual. Os
recordatórios podem fornecer dados razoavelmente precisos sobre a
ingestão do dia precedente
(recordatório de 24h), porém relatos de semanas ou meses anteriores não são
precisos (SBNPE;
ASBRAN, 2011).


SAIBA MAIS

Além do recordatório, também tem a opção dos questionários de frequência alimentar


(QFA). Os
QFA fornecem análise qualitativa, ou mesmo semiquantitativa, da ingestão (padrão) alimentar de
determinado indivíduo ou grupo. Os QFA podem ser desenvolvidos para uma população-alvo
específica
(crianças, gestantes, idosos e adultos). Em geral, os QFA exigem pouco tempo e
trabalho dos entrevistados.
Eles podem ser aplicados com rapidez pelo entrevistador (10 a 30
minutos) ou serem autoadministrados. É
possível que os questionários curtos sejam incompletos.
Por outro lado, os longos podem sobrecarregar os
entrevistados. Essas características do
instrumento, às vezes, limitam seu uso. A validade e a
confiabilidade são mais altas quando o
QFA não avalia o tamanho da porção, mede períodos mais curtos de
tempo (dia ou semana
anterior) e é de extensão média (contém de 20 a 60 itens). Trata-se do método mais
indicado
para correlacionar o hábito alimentar com o desenvolvimento de doenças crônicas não
transmissíveis
(SBNPE; ASBRAN, 2011).

Os três QFA conhecidos são:

Questionário da Escola de Saúde Pública de Harvard;

Questionário de Hábitos Saudáveis e História (HHHQ, de Health Habits and History


Questionnaire);

Questionário de História Alimentar (DHQ, de Diet History Questionnaire).


VÍDEO COM AVALIAÇÃO
Apresentação dos instrumentos que auxiliam na triagem nutricional. Com uso de Avaliação
Subjetiva Global.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. PACIENTE IDOSO, PORTADOR DE DM2 E HAS. FOI INTERNADO EM
VIRTUDE DE DESCOMPENSAÇÃO GLICÊMICA SEVERA. FOI APLICADA
UMA FERRAMENTA DE TRIAGEM NUTRICIONAL E O PACIENTE FOI
CLASSIFICADO COMO SEM RISCO NUTRICIONAL. DE ACORDO COM OS
DADOS ACIMA, ASSINALE A ALTERNATIVA ADEQUADA:

A) A ferramenta de triagem nutricional mais adequada para esse paciente é a MAN.

B) A ferramenta de triagem nutricional mais adequada para esse paciente é a NRS 2002.

C) A ferramenta de triagem nutricional mais adequada para esse paciente é a SGA.

D) A ferramenta de triagem nutricional mais adequada para esse paciente é a altura do joelho.

2. UM NUTRICIONISTA, APÓS AFERIR O PESO (90KG), A ESTATURA


(1,70M) E A CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA (99CM) DE UM PACIENTE DO
SEXO MASCULINO, DE 50 ANOS, CONCLUIU, BASEANDO-SE NA
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (2000), QUE ELE APRESENTA:

A) Obesidade grau I.

B) Obesidade grau II.

C) Sobrepeso.

D) Obesidade grau III.

GABARITO

1. Paciente idoso, portador de DM2 e HAS. Foi internado em virtude de descompensação


glicêmica severa. Foi aplicada uma ferramenta de triagem nutricional e o paciente foi
classificado como sem risco nutricional. De acordo com os dados acima, assinale a
alternativa adequada:

A alternativa "A " está correta.

A MAN é um método de escolha para avaliar o risco de desnutrição e a desnutrição em idosos.


Trata-se de um método simples e rápido. Ela é capaz de identificar aqueles que poderiam se
beneficiar de uma intervenção nutricional precoce.
2. Um nutricionista, após aferir o peso (90Kg), a estatura (1,70m) e a circunferência da
cintura (99cm) de um paciente do sexo masculino, de 50 anos, concluiu, baseando-se na
Organização Mundial da Saúde (2000), que ele apresenta:

A alternativa "A " está correta.

O IMC é um índice que considera o peso dividido pela altura ao quadrado. IMC= Peso

(KG)/Altura2 (m2) = 90/(1,70 x1,70)=31,14Kg/m2

MÓDULO 2

 Calcular as necessidades nutricionais do paciente

O aporte energético e de nutrientes deve ser individualizado e baseado na avaliação atual, mas
também são
necessárias informações retrospectivas do paciente. A composição corporal,
funcional e a condição clínica do
paciente são outras questões que devem ser consideradas
(SBNPE; ASBRAN, 2011).

Representam as menores quantidades de determinado nutriente que deve ser consumido através
dos alimentos.
Essa quantidade é suficiente para promover a saúde e prevenir patologias
provenientes da carência desse
nutriente.

A DRI é o conjunto de valores de referência correspondentes às


estimativas quantitativas da
ingestão de nutrientes, estabelecidas para serem utilizadas no planejamento e
na avaliação das
dietas de indivíduos saudáveis em um grupo, segundo sua faixa etária e seu gênero.

CÁLCULO DAS NECESSIDADES


ENERGÉTICAS

EQUAÇÃO DE HARRIS BENEDICT


Fórmula utilizada para pacientes adultos e não obesos (FRANKENFIELD et al., 2003).

MULHERES
HOMENS

MULHERES:
GEB = 655,1 + (9,5 X PESO (KG)) + (1,7 X ALTURA (CM)) – (4,7 X IDADE
(ANOS))

HOMENS:
GEB = 66,4 + (13,7 X PESO (KG)) + (5 X ALTURA (CM)) – (6,8 X IDADE
(ANOS))

 ATENÇÃO

Em obesos, é necessário realizar ajustes no peso corporal para o cálculo do GEB


(Gasto
Energético Basal). (FRANKENFIELD et al., 2003). Para isso, pode ser utilizado o peso ajustado,
peso
ideal ou desejável.

Para o gasto energético total (GET), deve-se multiplicar os fatores atividade (FA), injúria (FI) e
térmico (FT).

GET = GEB X FA X FTXFI


Fator injúria, fator atividade e fator térmico para cálculo de necessidades energéticas.

Fator injúria (FI)

Cirurgia eletiva / Pacientes clínicos 1,10 - 1,2

Pós-trauma 1,35 - 1,5


Sepse 1,50 - 1,7

Fator atividade (FA)

Acamado no ventilador 1,1

Acamado 1,2

Acamado + móvel 1,25

Deambulando 1,3

Fator Térmico (FT)

38°C 1,1

39°C 1,2

40°C 1,3

41°C 1,4


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

 Fonte: SBNPE; ASBRAN, 2011.

Fator injúria para cálculo de necessidades energéticas.

Fator injúria (FI)

Paciente não complicado/Pós-operatório sem complicação 1,0

Pós-operatório câncer 1,1


Fraturas 1,33

Trauma + infecção 1,79

Peritonite 1,4

Multitrauma reabilitação 1,5

Multitrauma + sepse 1,6

Queimadura 30-50% 1,7

Queimadura 50-70% 1,8

Queimadura 70-90% 2,0


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

 Fonte: Cuppari, 2002.

CÁLCULO DIRETO OU FÓRMULA DE BOLSO

Fórmula de bolso para cálculo de necessidade calórica.

Pacientes Calorias/Kg de Peso/Dia

Adulto (sem enfermidade grave ou


25-35 kcal/kg/dia
risco de síndrome de realimentação)

Nutridos ou quando o objetivo da TN Iniciar o aporte calórico com 25 kcal/kg/dia,


for manter a condição atual com ajustes conforme a evolução clínica

Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

 Fonte: SBNPE; ASBRAN, 2011.

Recomendações diárias de macronutrientes.

Recomendações gerais de macronutrientes

Carboidrato (CHO) 50 a 60% do VET Máximo de 7g/kg/dia

Proteína (PTN)    

Sem estresse 10 a 15% do VET 0,8 a 1,0g/kg/dia

Com estresse metabólico - 1,0 a 2,0g/kg/dia

Lipídeo (LIP)    

Paciente estável (VO - EV) 20 - 35% VET 0,5 a 2,5g/kg/dia

Paciente grave (EV) - 1,0g/kg/dia

Ácido linoleico n-6 2 - 4% VET 10 a 17g/dia

Ácido linolênico n-3 0,25-0,5%VET 0,9 a 1,6g/dia


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

 Fonte: SBNPE; ASBRAN, 2011. VET – valor energético total; VO- via oral; EV- nutrição via
venosa.

 EXEMPLO
Paciente do sexo feminino, 47 anos, foi diagnosticada com SIDA (Síndrome da
Imunodeficiência
Adquirida), quando foi internada com queixa de diarreia aquosa. Relata não conseguir
deambular
devido à fraqueza e apresenta febre de 38º C no momento da anamnese. Qual o gasto
energético
total dessa paciente?

Exame antropométrico:

Peso atual- 54,5Kg

Estatura- 1,65m

FA- 1,2 (acamado)

FT- 1,1 (febre de 38º C)

FI- 1,2 (paciente clínico)

Mulheres: GEB = 655,1 + (9,5 x peso (kg)) + (1,7 x altura (cm)) – (4,7 x idade (anos))

GEB= 655,1 + (9,5 x 54,5) + (1,7 x 165) – (4,7 x 47) → 655,1 + 517,75 + 280,5 – 220,9

GEB = 1223,45 Kcal

GET = GEB X FA X FTXFI


GET= 1223,45 x 1,2 x 1,1 x 1,2

GET= 1952,20 Kcal

Logo, o gasto energético total da paciente é de 1952,20Kcal.

MICRONUTRIENTES
São nutrientes essenciais à manutenção de algum organismo, requeridos em quantidades
pequenas, de miligramas a
microgramas. Fazem parte deste grupo as vitaminas e os minerais,
os quais são essenciais e devem estar
diariamente presentes na alimentação. O défice de
micronutrientes pode provocar doenças ou disfunções, ao
passo que o excesso pode acarretar
intoxicações.

Fonte:Shutterstock

Recomendações diárias de micronutrientes

Nutriente Adulto Gestante Lactante


Proteína (1) / g 50 71 71

Vitamina A (2) (a)/g RE 600 800 850

Vitamina D (2) (b) /ug 5 5 5

Vitamina C (2) / mg 45 55 70

Vitamina E (2) (c) / mg 10 10 10

Tiamina E (2) / mg 1,2 1,4 1,5

Riboflavina (2) / mg 1,3 1,4 1,6

Niacina (2) / mg 16 18 17

Vitamina B6 (2) / mg 1,3 1,9 2,0

Ácido fólico (2) / mg 240 355 295

Vitamina B12 (2) / ug 2,4 2,6 2,8

Biotina (2) / ug 30 30 35

Ác. pantotênico (2)/mg 5 6 7

Vitamina K (2) / mg 65 55 55

Colina (1) / mg 550 450 550


Cálcio (2) / mg 1000 1200 1000

Ferro (2) (d) / mg 14 27 15

Magnésio (2) / mg 260 220 270

Zinco (2) (e) / mg 7 11 9,5

Iodo (2) / ug 130 200 200

Fósforo (1) / mg 700 1250 1250

Flúor (1) 4 3 3

Cobre (1) 900 1000 1300

Selênio (2) 34 30 35

Molibdênio (1) 45 50 50

Cromo (1) 35 30 45

Manganês (1) 2,3 2,0 2,6

Lactente Crianças

Nutriente

0-6m 7-11m 1-3a 4-6a 7-10a


Proteína (1) / g 9,1 11 13 19 34

Vitamina A (2) (a)/g RE 375 400 400 450 450

Vitamina D (2) (b) /ug 5 5 5 5 5

Vitamina C (2) / mg 25 30 30 30 35

Vitamina E (2) (c) / mg 2,7 2,7 5 5 7

Tiamina E (2) / mg 0,2 0,3 0,5 0,6 0,9

Riboflavina (2) / mg 0,3 0,4 0,5 0,6 0,9

Niacina (2) / mg 2 4 6 8 12

Vitamina B6 (2) / mg 0,1 0,1 0,5 0,5 1,0

Ácido fólico (2) / mg 48 48 95 118 177

Vitamina B12 (2) / ug 0,4 0,5 0,9 1,2 1,8

Biotina (2) / ug 5 6 8 12 20

Ác. pantotênico (2)/mg 1,7 1,8 2 3 4

Vitamina K (2) / mg 5 10 15 20 25

Colina (1) / mg 125 150 200 250 250


Cálcio (2) / mg 300 400 500 600 700

Ferro (2) (d) / mg 0,27 9 6 6 9

Magnésio (2) / mg 36 53 60 73 100

Zinco (2) (e) / mg 2,8 4,1 4,1 5,1 5,6

Iodo (2) / ug 90 135 75 110 100

Fósforo (1) / mg 100 275 460 500 1250


Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

VÍDEO COM AVALIAÇÃO


O vídeo traz o manejo nutricional e as diferenças entre as aplicações
ambulatoriais e
hospitalares.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. DE ACORDO COM HARRIS-BENEDICT, QUAL O VALOR DO GASTO


ENERGÉTICO BASAL DE UM PACIENTE DE 35 ANOS, CUJA ALTURA É
176CM E SEU PESO É 98KG?

A) 2.051,0.

B) 2.160,9.

C) 2.260,9.

D) 2.360,9.

2. NO QUE SE REFEREM ÀS RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS DE


MACRONUTRIENTES, AS GORDURAS TOTAIS, O ÁCIDO LINOLEICO E O
ÁCIDO ALFA LINOLÊNICO DEVEM TER OS SEGUINTES PERCENTUAIS DO
VALOR ENERGÉTICO TOTAL:

A) 25 a 35% / 5 a 10% / 0,6 a 1,2%.

B) 20 a 35% / 5 a 10% / 0,6 a 1,2%.

C) 20 a 35% / 2 a 4% / 5 a 10%.
D) 25 a 35% / 0,6 a 1,2% / 0,25 a 0,5%.

GABARITO

1. De acordo com Harris-Benedict, qual o valor do gasto energético basal de um paciente


de 35 anos, cuja altura é 176cm e seu peso é 98kg?

A alternativa "A " está correta.

A fórmula é adaptada de acordo com o sexo do paciente, e, para homens: GEB = 66,4 + (13,7 x
peso (kg)) + (5 x altura (cm)) – (6,8 x idade) -> GEB= 66,4 + (13,7 x 98) + (5 x 176) – (6,8 x 35) ->
GEB= 66,4+1342,6+ 880-238= 2051 kcal.

2. No que se referem às recomendações nutricionais de macronutrientes, as gorduras


totais, o ácido linoleico e o ácido alfa linolênico devem ter os seguintes percentuais do
valor energético total:

A alternativa "D " está correta.

A recomendação de lipídios vai de 25 a 35%, sendo 0,6 a 1,2% de ômega 6 e 0,25 a 0,5% de
ômega 3.

MÓDULO 3

 Identificar as modificações na dieta para atender as necessidades do paciente

DIETAS
As dietas são elaboradas considerando-se o estado nutricional e fisiológico das pessoas, e, em
situações
hospitalares, devem estar adequadas ao estado clínico do paciente, além de
proporcionar melhoria na sua
qualidade de vida. Portanto, a dieta hospitalar garante o aporte de
nutrientes ao paciente internado e
preserva seu estado nutricional, por ter um papel
coterapêutico em doenças crônicas e agudas. As dietas
hospitalares podem ser padronizadas
segundo as modificações qualitativas e quantitativas da alimentação
normal, assim como da
consistência, temperatura, do volume, valor calórico total, das alterações de
macronutrientes e
restrições de nutrientes. Com isso, podem ser classificadas a partir de suas principais
características, indicações e seus alimentos ou preparações que serão servidos (ISOSAKI et al.,
2009)

Fonte:Shutterstock

A ALIMENTAÇÃO INTRA-HOSPITALAR PODE SER DIVIDIDA EM:

DESJEJUM


COLAÇÃO


ALMOÇO


MERENDA

JANTAR


CEIA

O sabor das dietas pode ser doce, salgado, misto, suave ou moderado, intenso ou excitante.
Deve-se evitar altas concentrações de açúcar, sal ou ácidos. A dieta pode ser oferecida a
temperatura ambiente, quente, fria ou até mesmo gelada.

A dieta pode ter consistência em ordem progressiva da mais consistente e mais completa à
menos consistente e mais restrita.

DIETA NORMAL OU GERAL

Fonte:Shutterstock

Dieta harmônica, completa e nutricionalmente adequada, que fornece os nutrientes e a energia


de que o corpo necessita para os processos vitais, a manutenção, reparação, o crescimento e
desenvolvimento normais para pacientes cuja condição clínica não exija modificações em
nutrientes e
consistência da dieta. Não há restrições de consistência e preparações dos
alimentos.

Não interferirá no sistema digestório e na tolerância normal do paciente aos alimentos nem
causarão
alterações metabólicas que exijam mudanças da dieta.

Suprir as necessidades nutricionais do indivíduo. Conservar ou


Metas
restaurar o estado nutricional do paciente.

Contraindicações Pacientes cuja condição clínica exija modificações em nutrientes


e/ou consistência da dieta.

DIETA BRANDA

Fonte:Shutterstock

Trata-se de uma dieta de fácil digestão e mastigação. É utilizada na transição da dieta


pastosa
para a geral. Prescrita em pós-operatório (anestesia reduz a motilidade gástrica), problemas no
TGI com alterações na motilidade gástrica e dificuldade de mastigação.

Alimentos permitidos Todos, desde que abrandados pela cocção

Alimentos a serem evitados Alimentos crus e frituras

Frequência 5 a 6 refeições/dia

Adequação Atende em calorias e nutrientes

DIETA PASTOSA

Fonte:Shutterstock

Indicadas para pacientes com dificuldade de mastigação e/ou deglutição com comprometimento
das
fases mecânicas do processo digestivo, ausência total ou parcial dos dentes, doenças do
TGI, ou doenças
que levam a uma frequência respiratória ou cardíaca aumentada.

Alimentos Todos, desde que abrandados pela cocção e mecanicamente (pedaços


permitidos pequenos)

Leite e derivados (queijos cremosos, naturais ou coagulados); carnes


(magra bovina, ave e peixe), moídas,
desfiadas, suflês; ovo (quente,
pochê, cozido); Frutas (cozidas, em purê, em suco); sopas (massas,
legumes liquidificados, farinha e canja); arroz papa; óleos vegetais,
margarinas, creme de leite; pão e
similares (torradas, biscoitos,
bolachas); sobremesas (sorvete simples, geleia, doce em pasta, pudins,
cremes, arroz doce, fruta cozida, bolo simples)
Alimentos
a serem Frituras, cereais integrais e alimentos flatulentos
evitados

Frequência 5 a 6 refeições/dia

Adequação Atende em calorias e nutrientes

DIETA SEMILÍQUIDA

Fonte:Shutterstock

Tem como objetivo proporcionar moderado repouso no TGI. Indicado também para pacientes
com
dificuldade de mastigação e deglutição, com frequência respiratória e/ou cardíaca
aumentada.

Devido ao baixo valor de celulose desta dieta, seu uso por período prolongado poderá resultar
em obstipação. Para aumentar o valor calórico desta dieta, faz-se o uso de produtos
industrializados ricos
em calorias, proteínas, vitaminas e minerais.

Incluem alimentos semilíquidos, sopas, líquidos, semissólidos em


suspensão, adicionado à base líquida.
Ex.: água, infusos (café, chá), suco
Alimentos de frutas, leite, iogurte, coalhada, queijos frescos, mingau, sopas
permitidos compostas de cereais, carnes e legumes, bolachas, torradas, frutas
macias e de fácil digestão, vitamina,
biscoito, torradas, gelatina,
sobremesa em creme (pudim, manjar, flan), sorvete, iogurte

Saladas cruas, frituras, alimentos flatulentos (pimentão, brócolis, couve-


Alimentos
flor, repolho, cebola,
melancia), leguminosas, embutidos, doces
a serem
concentrados, condimentos e especiarias, pães e cereais
integrais,
evitados
oleaginosas (nozes, castanhas, avelãs)

Frequência 6 ou mais refeições/dia


Adequação Teor calórico e nutricional reduzido

DIETA LÍQUIDA

Fonte:Shutterstock

Recomendada em casos em que seja necessário o mínimo de trabalho digestivo e se busca


relativo
repouso do TGI. Por apresentar baixo teor nutritivo, a evolução para a dieta leve deve ser
feita o mais
breve possível. Em casos que isto não seja possível, faz-se suplementação
vitamínica e/ou mineral ou até
mesmo proteico-calórica, quando são utilizados produtos
industrializados fornecedores desses nutrientes.

Preparações líquidas: leite, iogurte, mingau, sorvete, gelatina, chá, suco


Alimentos
de frutas, vitamina de frutas,
sopa liquidificada coada ou não, ovo quente,
permitidos
papa de cereais, leite com frutas

Alimentos
a serem Todos os demais
evitados

Frequência 6 ou mais refeições/dia

Adequação Teor calórico e nutricional reduzido

LÍQUIDA RESTRITA

Fonte:Shutterstock
Consiste, basicamente, em água, líquidos límpidos e carboidratos. O seu valor nutritivo e
calórico
é muito baixo. Geralmente, é empregada no pós-operatório (24 horas a 36 horas), a fim de
hidratar
e proporcionar o máximo de repouso gastrintestinal (por conta de sua quantidade mínima
de resíduos).

Água e infusos adocicados (chá, café, mate) com açúcar e dextrosol


Alimentos (glicose de milho) e bebidas
carbonatadas; sucos de frutas coados; caldo
permitidos de carne e de legumes coados; sobremesas: geleia de mocotó,
gelatina,
sorvetes ou picolés à base de suco de frutas coado, sem leite.

Alimentos
Não pode conter leite e outras preparações que contenha esse
a serem
ingrediente.
evitados

6 a 8x/dia, com pequeno volume e administrada de duas em duas horas


Frequência (ou menos), para hidratar os tecidos. Deve haver monitorização do
volume para evitar a distensão abdominal.

Possui em torno de 500 kcal e, por isso, deve evoluir rapidamente para a
Adequação
dieta líquida completa.

Fonte:Shutterstock

MODIFICAÇÕES QUÍMICAS
A dieta pode ser modificada quanto à oferta de nutrientes, fornecendo quantidades abaixo ou
acima das
recomendações. Clique nas dietas apresentadas abaixo e conheça suas
características.

HIPOLIPÍDICA
Indicação: pós-operatório de colecistectomia, desconforto abdominal, doença pancreática
(redução da concentração da lípase), doença hepática (reduz conversão da gordura), cardiopatia
associada à
dislipidemia (colesterol e triglicérides elevados).

Características: normocalórica, hipolipídica, normoproteica e hiperglicídica.

HIPOSSÓDICA
Indicação: doença hipertensiva, paciente com edema, cardiopatias, doença renal, doença
hepática.

Características: Todas as preparações não devem ter adição de sal. Evitar alimentos ricos em
sódio. Normocalórica, normoproteica, normolipídica, normoglicídica São oferecidos 2g de sal/dia
(1g no almoço e 1g no jantar), ou de acordo com a prescrição dietética.

Alimentos a serem utilizados: pão sem sal, bolacha doce, sachê de sal (1g), margarina sem
sal.

Alimentos a serem evitados: pão francês, bolacha salgada, biscoito de polvilho, embutidos,
enlatados, alimentos conservados em sal (carne seca, sardinha seca, bacalhau), bebidas ricas
em sódio (refrigerantes diet), queijos salgados.

HIPOPROTEICA
Indicação: insuficiência renal

Características: normocalórica, hipoproteica, normolipídica, normoglicídica

Consiste em: diminuir ou retirar a porção de carnes e derivados, leguminosas, leite e derivados.

Nota: seguir orientações médicas segundo a restrição hídrica.

HIPERPROTÉICAS
Indicação: períodos de recuperação, doenças infecciosas, doenças neoplásicas, queimaduras,
gestação, pós-cirúrgicos. Todas as situações que requerem um balanço nitrogenado negativo.

Características: alimentação deve ser rica em proteína (15 a 20% do VCT). normocalórica,
hiperproteica, normolipídica, normoglicídica.
A suplementação é feita com proteína de origem
animal (alto valor biológico) e, em alguns casos,
necessita-se de proteínas industrializadas
(caseína, albumina).

Consiste em: Enriquecer sucos e sopas (ovo, caseína, albumina) – tomar cuidado com cálcio x
ferro. Aumentar a porção de carne no preparo das refeições. Acrescentar leite ou bebidas
enriquecidas à base
de leite na colação. Acrescentar leite ou ovo no desjejum.
LAXATIVA
Indicação: pacientes que apresentam constipação intestinal.

Características: rica em fibras insolúveis, farelos, coquetel laxativo (combinação de


óleo, frutas
laxativas e farelos).

CONSTIPANTE
Indicação: pacientes que apresentam quadros de diarreias.
Exclusão de alimentos considerados
laxativos (mamão, laranja, ameixa, verduras), leite de vaca e derivados.
Inclusão de alimentos
constipantes, pobre em resíduo (fibra insolúvel): limonada, goiaba,
maçã, banana, batata,
cenoura cozida. Restrita em lactose (leite e derivados com lactose)"

HIPOCALÊMICA
Indicação: pacientes com alterações nos níveis plasmáticos de potássio (hipercalemia); renais
crônicos, por
exemplo. Restringir alimentos que sejam fontes de potássio.

VÍDEO COM AVALIAÇÃO


A especialista Sonja Sales apresenta os desafios de ressignificar a dieta
hospitalar, tornando-a
mais atrativa porém com o mesmo propósito nutricional.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. DIETAS-PADRÃO DISPONÍVEIS EM TODOS OS HOSPITAIS SÃO


DIFERENCIADAS PELA SUA COMPLEXIDADE. A DIETA INDICADA PARA
PACIENTE QUE NÃO REQUER NENHUMA MODIFICAÇÃO DIETÉTICA
ESPECÍFICA É DENOMINADA DE:

A) Branda.

B) Líquida.

C) Pastosa.

D) Normal.

2. A DIETA PODE SER MODIFICADA QUANTO À OFERTA DE NUTRIENTES,


FORNECENDO QUANTIDADES ABAIXO OU ACIMA DAS
RECOMENDAÇÕES. MARQUE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA UMA
CARACTERÍSTICA DA DIETA HIPOCALÊMICA.

A) Baixo teor de sódio.

B) Baixo teor de potássio.


C) Baixo teor de cálcio.

D) Alto teor de cálcio.

GABARITO

1. Dietas-padrão disponíveis em todos os hospitais são diferenciadas pela sua


complexidade. A dieta indicada para paciente que não requer nenhuma modificação
dietética específica é denominada de:

A alternativa "D " está correta.

Dietas hospitalares podem ser padronizadas segundo as modificações qualitativas e quantitativas


da alimentação normal, assim como da consistência. Não há restrições de consistência e
preparações dos alimentos. Trata-se de uma dieta harmônica, completa e nutricionalmente
adequada.

2. A dieta pode ser modificada quanto à oferta de nutrientes, fornecendo quantidades


abaixo ou acima das recomendações. Marque a alternativa que apresenta uma
característica da dieta hipocalêmica.

A alternativa "B " está correta.

A dieta pode ser modificada quanto à oferta de nutrientes, e hipocalêmica quer dizer baixo teor
de potássio.

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A triagem nutricional, assim como a avaliação nutricional, é uma importante ferramenta para
determinar a
presença de fatores, condições ou diagnósticos que possam afetar o estado
nutricional do indivíduo. Na
prática clínica, isso é extremamente importante, seja em hospitais,
seja em ambulatórios.

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
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Assessment – its history, today’s practice, and future perspectives. Nutr Clin Pract. 2008;
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MARTINS, C. Avaliação do Estado Nutricional e Diagnóstico de Pacientes Enfermos


Graves, 2010

EXPLORE+
Para ampliar o conhecimento, recomendo a leitura desses dois manuais, que orientam
profissionais
nutricionistas no manejo de pacientes hospitalizados e ambulatoriais com o
compilado de técnicas de avaliação
nutricional.

Protocolo de atendimento nutricional do paciente hospitalizado

Sistematização do cuidado de nutrição - ASBRAN

CONTEUDISTA
Etiene de Aguiar Picanço

 CURRÍCULO LATTES

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