Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
GRAVIDADE E TRATAR UM
QUADRO DE PANCREATITE
AGUDA?
PANCREATITE
AGUDA
VINHETA DE ABERTURA
VINHETA DE ABERTURA
EPIDEMIOLOGIA
Graus de
Leve Moderada Grave
gravidade
2 FASES DISTINTAS:
੦ 1ª fase (1ª e 2ª semanas):
• relacionada ao processo inflamatório;
dinâmica e variável; dura +/- 1 semana
• mortalidade relacionada à disfunção de
órgãos e à SRIS
› a grande maioria das mortes
(1/3) ocorrem nas primeiras 24h da
admissão
HISTÓRIA EVOLUTIVA
HIPERTRIGLICERIDEMIA
੦ 1 a 14% dos casos
੦ TG>1000 mg/dL podem
precipitar PA
੦ as duas formas, genética ou
secundária, estão
relacionadas
੦ causas secundárias:
obesidade, DM,
hipotireoidismo, gravidez,
medicações (estrogênio,
tamoxifeno, beta
bloqueadores)
PÓS-COLANGIOPANCREATOGRAFIA
RETRÓGRADA ENDOSCÓPICA
੦ vírus
• sarampo, coxsackie vírus, hepatite B, CMV,
varicela-zóster, herpes-simples, HIV
੦ bactéria
• micoplasma, legionella , leptospira, salmonela
੦ fungo
• aspergillus
੦ parasitas
• toxoplasma, cryptosporidium, áscaris
QUADRO CLÍNICO
੦ 3%
Sinais
• sinal de Cullen
famosos,
› equimose periumbilical mas raros
• sinal de Grey Turner
› equimose no flanco
LABORATÓRIO
AMILASE
Problemas:
੦ 20% de PA OH não elevam (não produzem a
enzimas)
੦ 50% de PA TG não elevam porque o TG interfere
na medida da amilase
੦ MV curta - pode perder o diagnóstico se >24h de
evolução
੦ amilase NÃO é específica para o pâncreas
੦ excretada pelo rim – alterações de acordo com
função renal
LIPASE
੦ S=82% E=200%
੦ eleva-se em 8 horas e pico em 24 horas
੦ retorna ao normal entre 8 e 14 dias
੦ eleva-se antes e normaliza-se depois da amilase
੦ importante para quadros com mais de 24h de
duração
੦ mais sensível para PA OH
OUTROS TESTES
POUCO DISPONÍVEIS
NA PRÁTICA
OUTROS TESTES
੦ leucocitose
੦ hematócrito alto – hemoconcentração
੦ aumento de produtos nitrogenados
੦ hipocalcemia
੦ hiperglicemia
੦ hiperglicemia ou hipoglicemia
IMAGEM
RADIOGRAFIA DE ABDÔMEN
੦ sem alterações na PA leve
੦ alça sentinela
੦ sinal do cólon interrompido – espasmo na flexura
esplênica pela inflamação pancreática
ULTRASSONOGRAFIA
CLASSIFICAÇÃO DE GRAVIDADE
Atlanta revisado (2012)
Ausência de disfunção de órgãos, ausência
LEVE
de complicações locais
Complicação local (coleção peripancreática,
necrose pancreática, pseudocisto e necrose
MODERADA
à distância) e/ou disfunção de órgão
transitória (<48h)
GRAVE Disfunção de órgãos persistentes (>48h)
Respiratório
>400 301-400 201-300 101-200 <100
(PaO2/FiO2)*
Renal (mg/dl) † <1,5 >1,5 e <1,9 >1,9 e <3,5 >3,5 e <5 >5
<90, <90,
Cardiovascular <90, pH <90, pH
>90 fluidorrespon- fluidoirrespon-
(mmHg) ‡ 7,2-7,3 <7,2
siva siva
Escore de Marshall modificado para pesquisa de disfunção orgânica
DISFUNÇÃO DE ÓRGÃOS!!!!
੦ >2 de sistema respiratório, cardiovascular ou renal.
੦ Transitório se <48h ou persistente se >48h
PREDITORES CLÍNICOS
੦ idade avançada
• vários pontos de corte de idade, de 55 a 75 anos
੦ pancreatite alcoólica
• maior risco de necrose pancreática e intubação
੦ tempo curto entre o início dos sintomas e a
admissão hospitalar <24h, recidiva de dor
abdominal
੦ obesidade
• IMC>30 é risco para PA grave (OR 2,9),
complicações sistêmicas (OR 2,3), complicações
locais (OR 3,8), mortalidade (OR 2,1)
PREDITORES LABORATORIAIS
੦ hemoconcentração
• perda líquida importante para o terceiro
espaço
• valores normais ou baixos nas primeiras 24h
sugerem melhor prognóstico
੦ PCR
• >150 em 48h possui S 80%, e 76% para PA
grave
੦ BUN
• para cada incremento de 5 mg/dL nas
primeiras 24h, OR 2,2 para mortalidade. BUN
>20 mg/dL (OR 4,6)
੦ creatinina
• creatinina elevada em 48h pode predizer o
desenvolvimento de necrose
#PEGADINHA
PREDITORES DE IMAGEM
੦ tomografia
• quando fazer? NÃO É SEMPRE!
› pacientes em piora ou com PA grave
clinicamente
› não é necessária no primeiro dia, a menos
que o diagnóstico seja incerto
› não supera escores clínicos para avaliar a
gravidade
› ajuda na avaliação de evolução de áreas
isquêmicas – recuperação ou necrose
PREDITORES DE IMAGEM
੦ RNM e colangio RM
• aumentam a capacidade diagnóstica e
avaliação de gravidade
• melhor que a TC
• problemas: custo, o exame demora mais
tempo (difícil se for paciente grave)
“Então depois de saber todos esses
Amanda exames relacionados aos prognósticos,
qual a melhor forma para definir a
gravidade de um paciente com
pancreatite aguda?”
ESCORES PROGNÓSTICOS
੦ escore tomográfico
੦ baseado no grau de necrose, inflamação e
presença de coleções líquidas
੦ mortalidade de 23% com qualquer grau de
necrose e 0% se sem necrose
੦ problemas:
• achados ocorrem tardiamente, geralmente
após 96 horas, e não indicariam
necessariamente gravidade
• nem todos os pacientes necessitam ser
investigados por imagem
ABORDAGEM INICIAL
Solicitar exames:
• Cai
Caracterizar a • hemograma
gravidade • TG TC para
(escores e avaliar • lactato casos
disfunções • amilase e lipase duvidosos
orgânicas) • Cr/Ur
• íons
• PCR
ABORDAGEM INICIAL
MONITORIZAÇÃO
੦ avaliar sinais vitais PRINCIPAL
Atentar para risco
੦ SpO2 >95% (risco de SDRA) de disfunção de
੦ diurese >0,5-1 mL/kg/h) órgãos
੦ eletrólitos:
• hipoCa – com sinais de irritação
neuromuscular – sinal de Chvostek e
Trousseau)
• hipoMg é comum
੦ glicose 180-200
੦ atenção para risco de síndrome de
compartimento abdominal – passagem de PIA
MANEJO INICIAL
MEDIDAS GERAIS
੦ não é necessário SNG de rotina
(apenas se tiver náuseas e vômitos refratários)
੦ não está indicado de rotina: IBP ou BH2
MANEJO INICIAL
REPOSIÇÃO DE FLUIDOS
੦ metanálise: ainda não provado que tem relação
com redução de morbimortalidade ou redução de
complicações
Elevação BUN e
hematócrito
Controle de hidratação
#IMPORTANTE
MANEJO INICIAL
Reposição de fluidos
REPOSIÇÃO DE FLUIDOS
੦ 5 a 10 mL/kg/h de cristaloides (SF0,9% ou Ringer)
para todos (exceto de comorbidades)
੦ estudos sugerem que Ringer tenha um menor risco
de SRIS em relação ao SF
੦ direcionar hidratação de acordo com parâmetros
hemodinâmicos e clínicos (FC<120, PAM entre 65-
85, Htc<35-44%, diurese >0,5-1 mL/kg/h)
MANEJO INICIAL
MANEJO DA DOR
Sintomas mais importantes! Dor não controlada pode
piorar a instabilidade hemodinâmica
੦ opioides
• fentanila em doses não sedativas (20-50 mcg a
cada máximo de 10 min) cada vez mais usada
• meperidina mais usada que morfina (risco
teórico, NÃO COMPROVADO, de aumentar a
pressão no esfíncter de Oddi)
#CAI NA PROVA
MANEJO INICIAL
Nutrição
Sempre tentar usar a via enteral e o mais rápido
possível
੦ quando?
• na ausência de náuseas e vômitos a dieta VO
pode ser iniciada dentro das primeiras 24h se
os parâmetros inflamatórios estiverem em
queda
• estudos sugerem que a alimentação precoce
(<48h) reduz tempo de internação hospitalar
MANEJO INICIAL
NUTRIÇÃO
Qual tipo de dieta usar?
੦ composição: há muitas divergências entre estudos.
Hipogordurosa ou não, líquida ou sólida. Ainda são
necessários mais estudos
੦ via: melhor oral → enteral → parenteral
੦ a presença de coleções não é contraindicação à
enteral?
• NÃO. Talvez deva ser adiada em portadores de
fístula pela piora da dor
MANEJO INICIAL
NUTRIÇÃO
Qual via da enteral?
੦ SNE – pós-pilórica? Jejunal? (aparentemente sem
diferença)
Por que tentar enteral ao invés de parenteral nos
casos graves?
੦ ajudar a manter a barreira intestinal e prevenir a
translocação bacteriana
੦ evita complicações da NPT como punção, acesso
e infecção corrente sanguínea
੦ em comparação à NPT, reduz mortalidade,
disfunções de órgãos, infecção sistêmica e
necessidade de cirurgia
MANEJO INICIAL
NUTRIÇÃO
Quando parenteral?
੦ apenas se não tolerar a dieta enteral, em jejum a
mais de 48-72h ou se não atingirem o consumo
calórico mínimo neste período
੦ vários estudos comprovam o benefício da enteral à
NPT, então evitar ou tentar trocar o mais rápido
possível
#CAI NA PROVA
MANEJO INICIAL
Antibióticos:
੦ até 20% dos pacientes desenvolvem infecção à
distância – aumento da mortalidade
੦ uso de antibióticos profiláticos NÃO é
recomendado independentemente do tipo e
gravidade
੦ quando usar, dar preferência a: (antifúngicos não
devem ser associados de rotina)
• quinolonas + metronidazol
• cefalosporinas de 3ª geração
• carbapenemas
MANEJO DAS COMPLICAÇÕES
Drenagem
Conservador endoscópica Cirúrgico
com antibiótico e/ou percutânea (Necrosectomia)
PSEUDOCISTO PANCREÁTICO
੦ observação inicial:
• se mínimos sintomas ou assintomático
• quase 60% resolvem-se espontaneamente em
até um ano
• TC de acompanhamento ou RNM a cada 3-6
meses
MANEJO DAS COMPLICAÇÕES
PSEUDOCISTO PANCREÁTICO
੦ tratamento de suporte:
• dieta enteral nos pacientes com muita dor e
obstrução do trato de saída gástrica
• IBP: reduz ácido gástrico e, assim, a secreção
de bicarbonato pancreático
• agonistas da somatostatina: octreotida 50 a
200 mcg SC 8/8h para reduzir a secreção
pancreática em pacientes com fístula (só se
baixo débito <100 mL/d)
MANEJO DAS COMPLICAÇÕES
PSEUDOCISTO PANCREÁTICO
੦ drenagem:
• quando?
› sintomáticos, aumento rápido do volume
ou infecção do pseudocisto sem melhora
com tratamento conservador
• vias: endoscópica (mais usado) e
radiointervenção
MANEJO DAS COMPLICAÇÕES
PSEUDOCISTO PANCREÁTICO
੦ drenagem endoscópica:
• deve obedecer aos seguintes critérios:
› coleção madura (com parede definida e conteúdo
líquido)
› parede em contato direto com estômago ou duodeno
› coleção de pelo menos 6 cm de tamanho
MANEJO DAS COMPLICAÇÕES
PSEUDOCISTO PANCREÁTICO
੦ drenagem percutânea:
• maior morbidade, maior tempo de internação
e maior tempo de drenagem
• maior sucesso com tratamento endoscópico
• pode ser ponte para tratamento cirúrgico em
pacientes graves e sépticos (necrose
organizada)
MANEJO DAS COMPLICAÇÕES
PSEUDOCISTO PANCREÁTICO
੦ cirurgia:
• pacientes com evolução arrastada de sintomas,
febre e anorexia são candidatos
• retirar todo tecido necrótico
• aberta ou laparoscópica
• maior mortalidade e morbidade de todos
MANEJO DOS FATORES DE RISCO
COLELITÍASE
੦ CPRE (de urgência)
• deve ser realizada precocemente (24h a 72h)
em pacientes com PA e colangite
• também em casos de obstrução biliar e
colestase mesmo sem colangite
• se não há esses sinais, não deve ser realizada
• a colangio RM ou ECOEDA pode ser feita
antes se apenas testes hepáticos alterados
sem colangite, grávidas e suspeita de
dificuldade técnica para a CPRE (pós-
biliodigestiva, por exemplo)
MANEJO DOS FATORES DE RISCO
COLELITÍASE
੦ colecistectomia
• deve ser realizada após recuperação do
paciente
• também indicada para a PA por barro biliar
• se PA leve, a cirurgia deve ser realizada de
forma segura dentro de 7 dias do início do
quadro na mesma internação
• PA grave, colecistectomia deve ser adiada até
melhora do quadro inflamatório e resolução
das coleções
#CAI NA PROVA
ÁLCOOL
੦ reforçar necessidade de abstinência
੦ alto valor positivo na prevenção de novas PA
੦ lembrar de orientar sobre interrupção do tabagismo
MANEJO DOS FATORES DE RISCO
Pós-CPRE
੦ PA é a complicação aguda mais comum da CPRE
(2-4%)
੦ podem ser utilizados para reduzir o risco de PA
pós-CPRE:
• punção com fio-guia de ducto biliar e ducto
pancreático
• *colocação de stent em ducto pancreático
• uso de anti-inflamatórios não esteroides
(AINEs), via retal antes do exame (diclofenaco
100 mg ou indometacina 100 mg)
VOCÊ SABE COMO AVALIAR A
GRAVIDADE E TRATAR UM
QUADRO DE PANCREATITE
AGUDA?
REFERÊNCIAS E CITAÇÕES