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CAUSAS DA DIARREIA
AGUDA E O QUE FAZER?
DIARREIA
AGUDA
DEFINIÇÃO
੦ Frequência: > 3 evacuações por dia
੦ Consistência: fezes
pastosas/líquidas
੦ Volume: > 200 gramas por dia
Secreção
fluidos
Absorção
fluidos
TEMPO DE EVOLUÇÃO
੦ Aguda: até 2 semanas
੦ Persistente: de 2 a 4 semanas
੦ Crônica: a partir de 4 semanas
CLASSIFICAÇÃO
Mecanismo Tempo de Etiologia
fisiopatológico evolução
Osmótica Aguda Infecciosa
Secretória Persistente Não infecciosa
Exudativa Crônica
Disabsortiva
Motora
CLASSIFICAÇÃO
Mecanismo Tempo de Etiologia
fisiopatológico evolução
Osmótica Aguda Infecciosa
Secretória Persistente Não infecciosa
Exudativa Crônica
Disabsortiva
Motora
CLASSIFICAÇÃO
Mecanismo Tempo de Etiologia
fisiopatológico evolução
Osmótica Aguda Infecciosa
Secretória Persistente Não infecciosa
Exudativa Crônica
Disabsortiva
Motora
FISIOPATOLOGIA
੦ Osmótica
• Substância osmoticamente ativa e não absorvível
• Cessa com jejum - Gap osmótico aumentado (>
125 mOsm/Kg)
੦ Secretória
• Aumento da secreção ou inibição da absorção
hidroeletrolítica
• Não cessa com jejum - Gap osmótico normal (<
50 mOsm/Kg)
੦ Exsudativa
• Liberação de citoquinas e mediadores
inflamatórios na mucosa
• Presença de muco e sangue = disenteria
FISIOPATOLOGIA
੦ Disabsortiva
• Principal origem no intestino
delgado
• Presença de gordura
(esteatorreia) / sinais de
desnutrição
੦ Motora
• Alterações motoras no TGI
• Trânsito acelerado ou
retardado
ETIOLOGIA
੦ 90% dos casos – causa infecciosa
vírus – principais agentes
੦ Bactérias – casos mais graves
੦ Efeito direto de toxinas
bacterianas (pré-formadas
e ingeridas acidentalmente) na
mucosa intestinal do hospedeiro
੦ Protozoários e parasitas
intestinais – menos frequente
ROTEIRO DIAGNÓSTICO
੦ A maioria das diarreias agudas
tem curso autolimitado de
poucos dias e não necessitam
intervenções ou investigação
ROTEIRO DIAGNÓSTICO
੦ Quando investigar?
Diarreia persistente > 7 dias
Sinais sistêmicos de alarme
Imunodeprimidos
ROTEIRO DIAGNÓSTICO
LABORATÓRIO GERAL
Sódio,
Hemograma potássio, TSH, T4 livre
cálcio
Proteína total
Glicemia
e frações
ROTEIRO DIAGNÓSTICO
EXAME DE FEZES
੦ Protoparasitológico
੦ Cultura
ROTEIRO DIAGNÓSTICO
EXAME DE FEZES
੦ Pesquisa de leucócitos
• Microscopia – sujeito a falhas,
examinador-dependente
• Lactoferrina e calprotectina → > S e E
para detecção de netrófilos fecais das
diarreias inflamatórias Cada vez mais usada para a diferenciação
de diarreias inflamatórias ou não!
Estudos mostram aplicabilidade na DII para
acompanhamento de tratamento e
diagnóstico diferencial
PADRÃO DA DIARREIA ALTA E BAIXA
੦ Como parte da abordagem
inicial da diarreia, é fundamental
caracterizar o local mais provável
do evento
CARACTERÍSTICAS INTESTINO DELGADO INTESTINO GROSSO
Número Pequeno Grande
Volume Grande Pequeno
Consistência das fezes Normal/pastosa Desfeita/liquefeita
Cor Normal ou brilhante Normal
Odor Característico/rançoso Característico/pútrido
Puxo e tenesmo Não Sim
Urgência fecal Raramente Frequentemente
Dor abdominal Periumbilical e/ou QID Quadrante inferior E
Alívio da dor com
Não Sim
evacuação
Muco Não Sim
Sangue visível Incomum Mais comum
Restos alimentares Mais frequente Pouco frequente
Desnutrição Mais frequente Pouco frequente
EPIDEMIOLOGIA
Ambiente hospitalar e
Adultos: E. coli
imunocomprometidos: C. difficile
ETIOLOGIAS INFECCIOSAS
VÍRUS
੦ Norovírus
੦ Rotavírus
੦ Adenovírus
੦ Citomegalovírus
੦ Astrovírus
੦ Calicivírus
DIARREIA AGUDA INFECCIOSA
VIRAL
੦ Acometimento geral
੦ Geralmente são autolimitadas
੦ Secretória
Patógeno Incubação Clínica Duração
Vômitos, mialgia,
Norovírus 1 dia 1 – 2 dias
diarreia, febre rara
Astrovírus 1 dia Diarreia 2 – 3 dias
Vômitos, diarreia,
Adenovírus 1 dia Até 12 dias
febre rara
DIARREIA AGUDA INFECCIOSA
BACTÉRIAS
BACTÉRIAS
੦ Staphylococcus aureus
੦ Aeromonas sp.
੦ Vibrio cholerae
੦ Clostridium difficile
DIARREIA AGUDA INFECCIOSA
ESCHERICHIA COLI
Diarreia secretória Diarreia exsudativa
੦ Enteropatogênica ੦ Êntero-hemorrágica
੦ Enterotoxigênica (sorotipo o157:h7)
੦ Enteroaderente ੦ Enteroinvasiva
DIARREIA AGUDA POR E. COLI
ÊNTERO-HEMORRÁGICA
੦ E. coli O157:H7
੦ Síndrome hemolítica – urêmica
• Falência renal
• Anemia hemolítica angiopática
• Trombocitopenia não imune
੦ Início: 5 a 10 dias após a diarreia
SINAIS DE GRAVIDADE
੦ Hipovolemia (desidratação moderada a
grave)
੦ Sinais de toxemia
੦ Presença de sangue nas fezes
੦ > 6 evacuações/24 horas
੦ Duração > 1 semana
੦ Dor abdominal severa
੦ Idosos ou imunocomprometidos
QUADRO CLÍNICO
੦ Diarreia líquida aquosa ou sanguinolenta
੦ Náuseas
੦ Vômitos
੦ Dor abdominal
੦ Febre
੦ Desidratação
੦ Presença de sangue, muco ou pus nas
fezes
AVALIAÇÃO CLÍNICA
Duração do episódio
Subtipo de pacientes
੦ HIV
੦ Idosos
੦ Gravidade do quadro
Diarreia
੦ Inflamatória?
(Exsudativa)
੦ Dieta
• Líquidos + sal + açúcar
NEM SEMPRE
੦ Antibióticos PARA TODOS!
• Diarreia grave (sangue/febre)
• Quadro prolongado
੦ Antidiarreicos QUASE PARA
NINGUÉM!
• Usar com critério, evitar
opiáceos
TRATAMENTO
ANTIBIÓTICOS
Esquemas:
੦ Ciprofloxacino, 750 mg, 1 g dose única
੦ Ciprofloxacino 500 mg, VO, a cada 12 horas,
3 dias
੦ Levofloxacino 500 mg, VO, dose única ou 3
dias
੦ Azitromicina 1 g, VO, dose única
੦ Azitromicina 500 mg, VO, 3 dias
੦ Rifaximina 200 mg, VO, a cada 8 horas, 3
dias
TRATAMENTO
ANTIBIÓTICOS
CLOSTRIDIUM DIFFICILE
ANTIBIÓTICOS
Doença grave
Hospitalização Quimioterapia
concomitante
Uso de inibidor
Cirurgia
de bomba de
gastrintestinal
prótons
QUADRO CLÍNICO
ASSINTOMÁTICOS – CARREADORES
Em pacientes internados: 20 a 50%
Reservatórios
Em risco para abertura do quadro de
acordo com as circunstâncias clínicas
QUADRO CLÍNICO
QUADRO GRAVE
Diarreia com sinais de comprometimento sistêmico
Albumina < 3 g/dL e 1 dos demais:
੦ Leucocitose > 15.000 cél/L
੦ Irritação peritoneal
Cr < 1,5
Sintomas sistêmicos como:
੦ Febre > 38ºC
੦ Instabilidade hemodinâmica
QUADRO CLÍNICO
MEGACÓLON TÓXICO / COLITE FULMINANTE
੦ Complicação grave
੦ Megacólon
QUADRO CLÍNICO
MEGACÓLON TÓXICO / COLITE FULMINANTE
੦ Qualquer um dos eventos abaixo:
• Admissão em UTI
• Hipotensão
• Febre > 38 ºC
• íleo
• Mutação no nível neurológico
• Leucocitose > 15.000 cél/L ou < 2000 cél/L
• Lactato > 22 mmol/L
• Disfunção de órgãos
DIAGNÓSTICO
੦ PCR
• Detecta um ou mais genes
específicos para cepas
toxigênicas
• Gene tcdB responsável pela
codificação da toxina B
੦ Teste da cultura de tecido
padrão-ouro (S=67 a 100% e
E=85 a 100%)
DIAGNÓSTICO
੦ Pesquisa antígeno da GDH
(glutamato desidrogenase –
enzima constitutiva)
• Boa sensibilidade
• Pode ser usada como teste de
rastreamento inicial junto com
as toxinas A e B
DIAGNÓSTICO
੦ PCR
• Detecta um ou mais genes
específicos para cepas
toxigênicas
• Gene tcdB responsável pela
codificação da toxina B
੦ Teste da cultura de tecido
padrão-ouro (S=67 a 100% e
E=85 a 100%)
DIAGNÓSTICO
੦ Coprocultura
• Não é determinante de
infecção (colonização)
੦ Achado das pseudomembranas
• Altamente sugestivo
COLITE PSEUDOMEMBRANOSA
LEVE/MODERADO GRAVE FULMINANTE
Sintomas Sintomas
resolvem recorrem
Pulso
de vancomicina
Não precisa Teste Teste ou transplante
controle de cura negativo positivo fecal
Vancomicina ou fidaxomicina
Procurar
por 10 dias se usou metronidazol Sintomas
outros
ou pulso de vancomicina se usou recorrem
diagnósticos
vancomicina antes
ALBERT EINSTEIN | 2021
Paciente de 78 anos, internada na ortopedia após queda
da própria altura e fratura de fêmur, apresenta diarreia
líquida, com mais de 10 evacuações ao dia, com muco,
associada a febre baixa e dor abdominal. Usou diversos
esquemas de antibioticoterapia durante a internação
por infecção de sítio cirúrgico. O resultado da pesquisa
de toxinas A e B do Clostridioides difficile foi negativo. A
paciente foi tratada com metronidazol, via oral, sem
resposta clínica. A conduta mais adequada é:
ALBERT EINSTEIN | 2021
a. A infecção por C. difficile ainda deve ser considerada
a hipótese diagnóstica mais plausível e a sua
pesquisa por Proteína C-Reativa (PCR) deve ser
realizada.