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Índice

Introdução ....................................................................................................................................... 2
Diarreia ........................................................................................................................................... 3
Avaliação do Doente com Diarreia ................................................................................................. 3
Diarreia Aguda ............................................................................................................................ 3
Diarreia Crónica .......................................................................................................................... 3
Diarreia infeciosa ..................................................................................................................... 4
Diarreia não infecciosa ............................................................................................................ 4
Quadro Clínico ............................................................................................................................ 5
Alimentação Para Pessoas com Diarreia Aguda ......................................................................... 5
Alimentos que devem ser Evitados ............................................................................................. 5
Alimentos Recomendados ........................................................................................................... 6
Dicas para as Principais Refeições .............................................................................................. 6
Dicas de Prevenção da Diarreia Aguda ....................................................................................... 6
Tratamento da Diarreia................................................................................................................ 7
Conclusão........................................................................................................................................ 8
Referencia Bibliografia ................................................................................................................... 9

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Introdução
A falta de informação e em muitos casos a negligência de sintomas como a diarreia, nos países
desenvolvidos e em desenvolvimento, leva ao aumento da taxa de morbilidade e mortalidade em
crianças, adultos e idosos.
Responsável pela perda de produtividade no trabalho e consumo de recursos médicos, a diarreia é
uma das queixas mais frequentes dos doentes assistidos pelos médicos de clínica geral, sendo que
cerca de 50% dos casos são encaminhados para especialistas Segundo a Organização Mundial de
Saúde (OMS) e a UNICEF são registados, por ano, cerca de 2 biliões de casos de diarreia em todo
o mundo, Nos países em desenvolvimento, a desnutrição, a escassez de água, bem como a
inexistência de saneamento básico e a falta de educação para a saúde contribui para uma elevada
incidência de diarreia (Thapar & Sanderson, 2004). Nestes países esta é considerada uma das
maiores causas de morbilidade e mortalidade infantil (Bhutta & Hendricks, 1996; Guerrant,
Hughes, Lima, & Crane, 1990). De acordo com OMS em “ 2003 cerca de 1,87 milhões de crianças,
abaixo dos 5 anos, morreram de diarreia”

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Diarreia
É a eliminação de fezes mais líquidas que o normal e com uma frequência superior a 3 vezes por
dia. Na prática, são notificados como diarreia todos os casos de diarreia mencionados pelo paciente
(ou pela mãe, no caso duma criança). São doenças de notificação semanal através do BES, em
todas unidades sanitárias e de forma passiva.

Pode ser classificada como aguda (duração inferior a duas semanas) ou crónica (duração superior
a 4 semanas).
A maioria dos episódios de diarreia aguda é devida a infeções gastrointestinais, geralmente
autolimitadas e facilmente tratadas. Na diarreia crónica, o diagnóstico diferencial é bastante mais
vasto, sendo mais frequentes nos países desenvolvidos, as causas não infeciosas, como a síndrome
do intestino irritável (SII), a doença inflamatória intestinal (DII) e as síndromes de má absorção.

Avaliação do Doente com Diarreia


Diarreia Aguda
Um dos principais dilemas neste tipo de diarreia é decidir quando submeter o doente a uma
investigação mais específica e quando iniciar o tratamento. A história clínica e o exame físico são
fundamentais na avaliação inicial.

Diarreia Crónica
Pelas características das fezes, pode-se classificar a diarreia crónica em 3 tipos: inflamatória,
esteatorreia e aquosa. A sua abordagem diagnóstica é mais complexa atendendo à multiplicidade
de causas.

os sintomas duram mais de 30 dias.


Outra forma de classificação das diarreias é baseada no mecanismo fisiopatológico mais
importante. Existem quatro tipos:
 Osmóticas
 Secretoras
 Exsudativas
 Motoras
A etiologia das diarreias infeciosas e não infeciosas é extremamente variável, tendo, cada uma,
características clínicas específicas.

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Diarreia infeciosa
- Vírus: Rotavírus, Norovírus e Citomegalovírus
- Bactérias: Campylobacter, Clostridium, Escherichia coli, Salmonella, shigella, Staphylococcus,
Vibrio cholerae, Yersinia enterocolitica)
- Protozoários: Cryptosporidium, Giárdia lanblia, Entamoeba hystolytica
- Fungos: Candica albicans
- Nemotoide: Strongyloides stercoralis

Diarreia não infecciosa


As diarreias não infecciosas são também secundárias a várias etiologias diferentes:
- Síndrome do intestino irritável
- Retocolite Ulcerativa
- Doença de Crohn
- Doença Celíaca
- Gastroenterite Eosinofílica
- Colite Microscópica
- Medicamentos
- Colite isquêmica
- Entre outras
A grande maioria das diarreias agudas é autolimitada, com tendência à regressão espontânea,
exigindo apenas tratamento sintomático.
A persistência de quadro de diarreia por mais de 4 semanas, ou por mais de 2 semanas para alguns,
caracteriza diarreia crônica.
Ao contrário de diarreia aguda, a permanência dos sintomas por tanto tempo poderá exigir
investigações cuidadosa de forma a identificar o agente etiológico.
O aspecto das fezes na diarreia crônica, poderá servir como guia na formulação das hipóteses
diagnósticas:
Diarreia crônica sanguinolenta
Diarreia crônica não sanguinolenta

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Quadro Clínico
Diarreia características físicas das evacuações: consistência, presença de sangue ou muco,
volume, número, presença de gordura-diarreia secundária a doenças do intestino delgado
costumam ser aquosos e volumosas, apresentando risco maior de desidratação.
Ao contrário, nas diarreias secundarias a colites as fezes são de pequeno volume e podem
apresentar muco e sangue, o que será sugestivo de infecção por microrganismo. Presença de
gordura nas fezes sugere doença disabsortiva.
Além da diarreia, o paciente pode apresentar: febre, náuseas, vômitos e/ou dor abdominal.

Alimentação Para Pessoas com Diarreia Aguda


A pessoa que está sofrendo desse distúrbio deve mudar radicalmente sua alimentação durante
a crise, até que a diarreia passe.
Faz parte do tratamento a suspensão temporária da alimentação regular. A pessoa deve ingerir
bastante líquidos para evitar a desidratação, e reduzir o consumo de alimentos, em especial os
gordurosos e indigestos, até que o intestino volte a funcionar normalmente.
Beba chás, água de coco e sucos naturais coados.

Alimentos que devem ser Evitados


 Café
 Leite e laticínios em geral
 Alimentos ricos em fibras
 Doces e compotas
 Chocolates
 Açúcar
 Feijão
 Ervilhas e lentilhas
 Refrigerantes
 Brócolis
 Milho
 Couve-flor
 Pepino
 Pimentão
 Nabo

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Alimentos Recomendados
 Torradas puras
 Bolachas de água e sal
 Maça sem casca
 Suco de caju
 Biscoito de polvilho
 Pera
 Suco de limão
 Goiaba
 Purê de batatas
 Mingau de amido de milho Banana

Dicas para as Principais Refeições


Nas refeições principais, prefira arroz branco com tempero leve e frango magro cozido. Esses
alimentos são ricos em carboidratos e ajudam na reposição dos sais minerais perdidos durante
a diarreia, além de serem de fácil digestão, exigindo, por isso, menos do sistema digestório.
O leite e laticínios, em geral, tendem a agravar a diarreia.
Dicas de Prevenção da Diarreia Aguda
 Lave as mãos diversas vezes ao dia, principalmente quando chegar da rua e antes das
refeições.
 Use água e sabão.
 Evite manusear alimentos de forma indevida.
 Certifique-se de que a caixa de água de sua casa está limpa. Mesmo que esteja, evite beber
desta água.
 Beba água mineral de boa procedência ou água tratada e filtrada. Na dúvida, ferva.
 Não escove os dentes usando água da caixa.
 Não vá a praias impróprias para banhos, pois o contato com água contaminada deixa a
população vulnerável a bactérias.
 Ao tomar refrigerantes ou qualquer outra bebida em lata, lave-a bem antes de consumir.
Não coloque a latinha diretamente na boca sem tê-la lavado antes.
 Lave corretamente as frutas, verduras e legumes crus.
 Não tome medicamentos por conta própria.

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Tratamento da Diarreia
O tratamento mais importante da diarreia é assegurar a reposição de fluidos e electrólitos.
A maioria dos casos de diarreia aguda é auto-limitada, sendo apenas necessário um tratamento
sintomático com fluidos e alteração da dieta.
Os fármacos antidiarreicos devem ser utilizados com precaução nos doentes com diarreia
sanguinolenta, febre e distensão do cólon.
A maioria dos casos de diarreia aguda não necessita de antibioterapia, uma vez que se resolvem
em poucos dias com as medidas gerais.
A utilização de antibioterapia empírica deve ser considerada nos casos de diarreia severa, sendo
recomendada uma quinolona oral (ciprofloxacina 500mg duas vezes dia ou levofloxacina
500mg/dia), durante 3-5 dias. Azitromicina 500mg/dia durante 3 dias ou eritromicina 500mg duas
vezes por dia durante 5 dias, são os antibióticos alternativos.
Na diarreia crónica o tratamento é individualizado, segundo as causas.
O tratamento empírico é usado em três situações: quando existe forte suspeita de um diagnóstico,
mas que ainda não foi confirmado; quando os exames auxiliares de diagnóstico não permitiram
um diagnóstico; ou quando o diagnóstico é estabelecido, mas não existe nenhum tratamento
específico.

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Conclusão
Conhecer os tipos de diarreias existentes, saber identificá-las, saber o seu tratamento e as suas
limitações é de extrema importância.
Independentemente do agente etiológico, os casos mais leves de diarreia sem complicações, tanto
em crianças como em adultos, devem ser tratados recorrendo às SRO, à ingestão de líquidos e uma
dieta apropriada ao estado do doente. Tal como referido anteriormente nesta monografia, o
farmacêutico é o profissional de saúde mais próximo da comunidade e uma intervenção precoce
por parte deste reduz a desidratação, a desnutrição e outras complicações, além de reduzir o
número de consultas médicas, o internamento e os custos económicos relacionados e a taxa de
mortalidade.

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Referencia Bibliografia
Abdo, A., & Beck, P. (2003). Diagnosis and management of microscopic colitis. Canadian Family
Physicians, 49, 1473–1478.
Allen, S., Martinez, E., Gregorio, G., & Dans, L. (2010). Probiotics for treating acute infectious
diarrhoea ( Review ). The Cochrane Collaboration, (11).
Allen, S., Okoko, B., & Martinez, E. (2004). Probiotics for treating infectious diarrhoea. Cochrane
Database Syst Rev, 2, CD003048.
Bartlett, J. (2002). Antibiotic-associated diarrhea. The New England Journal of Medicine, 346,
334–339.
Beaugerie, L., & Petit, J. (2004). Microbial-gut interactions in health and disease: antibiotic-
associated diarrhoea. Best Practice & Research Clinical Gastroenterology, 18, 337–352.
Bhutta, Z., & Hendricks, K. (1996). Nutritional management of persistent diarrhea in childhood: a
prospective from the developing world. Journalof Pediatric Gastroenterology and Nutrition, 22,
33–7.

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