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CAMPUS DE CRUZEIRO DO SUL - ACRE
BACHARELADO EM ENFERMAGEM
ESTUDO DE CASO E PLANO DE CUIDADOS DE UM PACIENTE COM DIABETES
TIPO I
CRUZEIRO DO SUL - ACRE 2022
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ESTÉFANE FABRÍCIO DA SILVA
FRANCISCO DIAS DE ALENCAR
JENIFFER VALE RODRIGUES
ESTUDO DE CASO E PLANO DE CUIDADOS DE UM PACIENTE COM DIABETES
TIPO I
Docente: Thiago Santana da Silva
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Sumário
INTRODUÇÃO................................................................................................04
QUESTÕES NORTEADORAS.......................................................................05
IDENTIFICAÇÃO............................................................................................05
ALTERAÇÕES IDENTIFICADAS...................................................................06
Poliúria...........................................................................................................06
Polidipsia.......................................................................................................07
Perda de Peso...............................................................................................07
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................08
Sinais e sintomas..........................................................................................08
Diagnóstico....................................................................................................09
Tratamento.....................................................................................................09
Complicações do diabetes...........................................................................10
ALTERNATIVAS E PROPOSTAS...................................................................11
PLANO DE CUIDADOS..................................................................................13
DISCUSSÃO....................................................................................................16
CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................18
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INTRODUÇÃO
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QUESTÕES NORTEADORAS
● O que é o diabetes tipo I ?
● Quais os sintomas do diabetes tipo I ?
● Como controlar o Diabetes ?
● Quais os riscos de não tratar o diabetes?
● Como se diagnostica o diabetes ?
● Quais as complicações associadas ao diabetes ?
● Diabetes tem cura ?
IDENTIFICAÇÃO
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ALTERAÇÕES IDENTIFICADAS
Poliúria
Poliúria é o termo técnico usado para definir os casos em que o paciente passa a
eliminar quantidades excessivas de urina, onde no caso apresentado é justamente devi
do ao diabetes. Para que a poliúria seja confirmada, pacientes adultos precisam
eliminar mais do que 3 litros de urina por dia, e crianças, entre 2 e 2,5 litros por dia.
Fisiopatologia: A homeostase da água é controlada por um balanço complexo de
ingestão de água (por si só um mecanismo de regulação complexo), perfusão renal, fil
tração glomerular e reabsorção tubular de solutos, e reabsorção de água pelos túbulo
s coletores renais.
Quanto à ingestão hídrica aumentada, o volume sanguíneo aumenta e a
osmolaridade do sangue diminui, reduzindo a liberação do hormônio antidiurético
(ADH, também chamado arginina vasopressina) do sistema hipotalâmico hipofisário.
Como o ADH promove a reabsorção de água nos túbulos renais, níveis diminuídos de
ADH aumentam o volume de urina, permitindo que a osmolaridade do sangue retorne
ao normal.
Ainda, altas quantidades de solutos nos túbulos renais causam diurese passiva
osmótica (diurese de solutos) e, portanto, aumento do volume urinário. O exemplo
clássico desse processo é a diurese osmótica induzida por glicose no diabetes
mellitus não controlado, quando níveis elevados de glicose na urina (> 250 mg/ml
[13,88 mmol/L]) excedem a capacidade de reabsorção tubular, levando a níveis altos
de glicose nos túbulos renais; a água flui passivamente, resultando em glicosúria e
aumento do volume de urina. A diurese osmótica induzida pela glicose no diabetes
mellitus aumenta mais com o uso de inibidores do cotransportador de sódio-glicose 2
(SGL T2i), que reduzem os níveis plasmáticos de glicose inibindo a reabsorção renal
e aumentando a excreção renal de glicose.
Deste modo, a poliúria resulta de quaisquer processos que envolvam
● Aumento persistente da ingestão de água (polidipsia);
● Diminuição da secreção de ADH (diabetes insípido central);
● Diminuição da sensibilidade periférica de ADH (diabetes insípido nefrogênico);
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● Diurese de solutos.
Polidipsia
Polidipsia é uma situação que ocorre quando um indivíduo tem sede excessiva e
por esse motivo acaba ingerindo quantidades excessivas de água e outros líquidos.
Esta condição geralmente é acompanhada de outros sintomas como o aumento da
frequência urinária, boca seca e tontura e possui diferentes causas que podem ser
diabetes ou alterações na hipófise.
Fisiopatologia: O equilíbrio do metabolismo da água no organismo é o resultado
dos fatores que intervêm na sua entrada, constituída pela sede. A produção da água
metabólica e a água contida nos alimentos ingeridos, por um lado, e a descarga dos
mesmos através da pele, dos pulmões, do trato gastrointestinal e dos rins, por outros.
A sede é justamente uma necessidade subjetiva que leva à ingestão de água. Os
fatores fisiológicos que determinam essa sensação estariam relacionados à maior
osmolaridade do líquido extracelular determinada pelo excesso de sal ou déficit de
água, envolvendo também a diminuição do volume vascular circulante. O déficit de
água corporal pode ser uma consequência da diminuição do suprimento ou aumento
da perda. O desejo consciente de beber aparece quando a osmolaridade plasmática
atinge 295 mOsm / kg. O surgimento desse desejo também é influenciado por fatores
relacionados aos hábitos de consumo de sal e água. Um componente básico da
estimulação é a sensação de secura das membranas mucosas da boca e da faringe.
Drogas como anticolinérgicos agem dessa forma.
Perda de Peso
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Porém, quando o organismo sofre alguma alteração nesse processo, as células não co
nseguem captar a glicose, resultando no acúmulo do açúcar circulante no sangue – a
hiperglicemia.
Portanto, sem energia, o organismo precisa recorrer a outras fontes como as
reservas de gordura - levando a perda de peso não intencional, ou seja, mesmo que o
indivíduo continue se alimentando normalmente, ou até mais, ele continuará perdendo
peso devido à disfunção metabólica.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Sinais e sintomas
● Sede excessiva (polidipsia);
● Cansaço (fadiga);
● Micção frequente (polaciúria);
● Perda do controle da bexiga durante o sono;
● Perda de peso.
● Visão turva.
● Fome frequente (polifagia);
● Irritação.
● Infecções frequentes;
● Lenta cicatrização de feridas;
● Mau hálito (às vezes hálito cetônico).
Diagnóstico
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O diagnóstico é feito através de uma análise clínica e com auxílio de exame
complementar. O diagnóstico é geralmente realizado em pacientes jovens (crianças,
adolescentes e mesmo adultos jovens) com sinais e sintomas de hiperglicemia grave
(poliúria, polidipsia, polifagia, noctúria e perda de peso inexplicada).
Esses pacientes podem evoluir rapidamente com cetose, desidratação e acidose
metabólica, caracterizando a Cetoacidose Diabética (CAD), complicação do diabetes
que pode cursar com náusea, vômitos, sonolência, torpor e coma, e pode até mesmo
levar a óbito. A CAD ocorre especialmente na presença de estresse agudo.
A confirmação do diagnóstico de diabetes mellitus tipo 1 é feita pela comprovação
laboratorial da hiperglicemia, que, na maioria das vezes, é feita com uma glicemia
aleatória (ao acaso, na presença de sintomas clássicos de hiperglicemia, consolida o
diagnóstico. A glicemia de jejum, o teste oral de tolerância à glicose (TOTG) com sobr
ecarga de 75 gramas em 2 horas e a HbA1c também podem ser eventualmente utiliza
dos como diagnóstico em pacientes sem sintoma ou sinal de hiperglicemia. O TOTG é
raramente utilizado, pois consiste na mensuração da glicemia após a ingestão de 75g
de glicose, o que pode oferecer riscos para pacientes com índices glicêmicos já
elevados. Os exames citados confirmam o diabetes, desde que realizados em mais
de um momento e atentando-se que devem ser repetidos assim que possível.
Tratamento
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insulina, insulinoterapia intensiva e AMG e a detecção de complicações. Os objetivos
de controle glicêmico devem ser determinados individualmente, de acordo com a idade
do paciente e a capacidade de identificar e tratar hipoglicemias.
Complicações do diabetes
● Retinopatia diabética (olhos): São lesões da retina dos olhos, que em casos
extremos podem causar sangramento e perda da visão. Principalmente depois
de 5 anos da doença, portadores de diabetes tipo I devem fazer consultas
oftalmológicas periodicamente.
● Nefropatia diabética (rins): Os vasos sanguíneos transportam o sangue com
impurezas a serem eliminadas pela urina. Quando o diabetes tipo I afeta esses
vasos, ocorre perda de proteína pela urina, e o órgão tem sua função
● Macroangiopatia diabética (artérias): É quando placas de gordura se acumulam
nas paredes das artérias. Afeta principalmente, o cérebro, o coração e os
membros inferiores.
● Neuropatia diabética (nervos): Afeta a capacidade dos nervos de emitir e
receber mensagens do cérebro, alterando a sensibilidade. Causa a sensação de
formigamento (principalmente mãos e pés), dores, pressão baixa e
enfraquecimento.
● Pé diabético: É causado pela má circulação sanguínea. A pele torna-se fina,
facilitando o aparecimento de lesões. Nos portadores de diabetes, qualquer
ferida deve ser tratada imediatamente, do contrário pode ocorrer até mesmo
gangrena e amputação.
● Infecções: Níveis altos de glicose (hiperglicemia) causam problemas no sistema
imunológico, facilitando a proliferação de fungos e bactérias.
Diabetes mellitus tipo I tem cura ?
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Não. Existem estudos em andamento que tentam usar células-tronco para tratar a
deficiência pancreática, do portador do diabetes tipo I, e tecnologias já disponíveis
melhoram e auxiliam no controle dos níveis de insulina. No entanto, por se tratar de
uma doença crônica (não curável), esta exige acompanhamento multidisciplinar e
controle da glicemia.
ALTERNATIVAS E PROPOSTAS
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● Educação Em saúde: É de extrema importância, uma vez que o indivíduo doente
é o protagonista da patologia, e por este motivo deve ser realizada uma
educação em saúde, fomentando o que é, quais os possíveis efeitos adversos,
como o tratamento será realizado, e explicitando que trata-se de uma doença
crônica que não tem cura, e que portanto, a vida deste deverá passar por
adaptações.
● Prática de atividades físicas.
● Alimentação saudável.
● Apoio psicológico.
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PLANO DE CUIDADOS
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● Ensino: dieta prescri prescrita, manter em 3 aume
ta; ntar para 4;
● Aconselhamento nu
tricional. ● Comportamento de
adesão: dieta saudável, mant
er em 3 aumentar para 4;
● Conhecimento: dieta,
manter em 2 e aumentar
para 3.
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3 aumentar para 4;
● Perfusão tissular:
celular manter em 2
aumentar para 3.
● Função renal, manter
● Acompanhar os resulta em 3 aumentar para 4;
dos de exames/eletrólitos
e função renal; ● Hidratação, manter
Controle hídrico; em 3 aumentar
para 4;
● Identificação de
risco; ● Equilíbrio hídrico,
manter em 3 aumentar para
Risco de perfusão renal ● Controle de 4;
ineficaz caracterizado por medicamentos;
caracterizado distúrbios ● Ensino: processo da ● Equilíbrio eletrolítico e
hidroeletrolíticos, associado a doença. ácido base, manter em 3 e
diabetes mellitus. aumentar para 4.
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DISCUSSÃO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O diabetes mellitus tipo I é uma patologia grave que se não for tratada da forma
correta e com os meios corretos, pode resultar em sérias complicações para a vida do
cliente. A educação em saúde mostra-se ainda mais importante, pois através dela são
formuladas e implementadas as rotinas para o autocuidado, tendo como centro e
ordenador do cuidado a unidade básica de saúde.
Por meio deste trabalho, foi possível observar a importância de se conhecer mais a
fundo acerca da patologia do diabetes, para que a partir disso possam ser construídas
medidas que deverão ser implementadas na ação do cuidado com o paciente.
No plano de intervenções que foi estruturado, não focalizou somente em um
indivíduo com uma patologia crônica incurável, mas também em uma pessoa que
precisa e deve ter o melhor suporte, seja pelos pais ou profissionais de saúde, para
que possa organizar sua vida.
Ficou evidenciado, também, que é necessário modificar o ambiente em que esse
ser está inserido, com a intenção de dar abertura para modificação de mecanismos que
possam afetar a adoção de hábitos saudáveis.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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